Relatório de Ergonomia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

DEPARTAMENTO DE ARTES E DESIGN

Relatrio Ergonmico

Adriana Francisca de Oliveira Silva


Daiane Caroline Ongaro Junqueira
Gutierres Augusto Tolentino
Nubia Sales Pinheiro Oliveira

JUIZ DE FORA
JULHO/2016

Relatrio Ergonmico
1. Anlise da demanda
Analise da mquina brunidora, equipamento utilizado em retficas que
auxilia o acabamento e limpeza de blocos de motor.
Dentre os possveis problemas encontrados esto: inadequao das
dimenses do equipamento aos operadores; uso de material alternativo na
execuo da funo da mquina e na tentativa de aumentar a segurana e
proteo do operador; manuseio de material de peso elevado devido a
inexistncia de equipamento que auxilie nessa funo; movimentao de
componente da mquina atravs da fora braal repetidas vezes; movimento
constante de elevao e retrao; Envergamento da coluna para realizar a
tarefa de limpeza e acabamento da pea.
Brunidora de cilindros, responsvel pelo ajuste, retirada de resqucios e
acabamento dos cilindros aps retificao. Utiliza-se leo diesel como um
liquido refrigerante. A mquina analisada foi fabricada nos anos 80, no
possumos informaes especificas com o fabricante. Compe-se de corpo em
ao, motor eltrico, correia de transmisso, reservatrio de fluido, chaves de
ignio e a ferramenta de brunir.

Figura 1

2 Analise da tarefa
2.1 Fatores ergonmicos bsicos
Em tratando-se da realizao da tarefa designada, o objeto de estudo
analisado cumpre com a sua funo de uso. Tendo isto em vista, existe a
segurana de que a mquina vai efetuar o seu trabalho de maneira correta. No
entanto ela no oferece nenhum tipo de segurana para o seu operador assim
como nenhuma comodidade, o trabalho se torna cansativo e incomodo.
O produto possui volume espacial de alcance, muito maior do que aquilo
que adequado e confortvel para a segurana do usurio. Suas formas
foram o operador a manter posturas inadequadas, desconfortveis e
prejudiciais por perodos longos de tempo alm da necessidade de aplicao
de foras e esforo fsico excessivos.
No manuseio da mquina o usurio faz constantes movimentos de
elevao de braos em angulao incorreta. As pegas das manivelas e apoios
no so adequadas, no possuindo nenhum tipo de aderncia.
O objeto de estudo utiliza em seu funcionamento fluidos viscosos que se
espalham pelo seu permetro e que contribuem para que o mesmo esteja
sempre sujo, alm de possuir superfcies propicias ao acmulo de resduos (ver
figura 2). O ambiente tambm um fator colaborador para o acumulo de
sujeira, pois sua atmosfera est sempre repleta de partculas residuais das
outras mquinas. Dados estes fatores o local e o maquinrio possuem
constante necessidade de limpeza para que seu funcionamento no seja
afetado.
Como o equipamento foi desenvolvido na dcada de 80 sua manuteno
fica comprometida, uma vez que a empresa no possui um profissional
habilitado para esta tarefa. Consertos so realizados eventualmente, quando
h necessidade.

Figura 2

Figura 3 Ambiente de trabalho

2.2 Os operadores
Os operadores da mquina, todos do sexo masculino, possuem suas
medidas variantes entre 165cm e 188cm de altura, idades entre 20 e 70 anos,
com formao acadmica variando de fundamental completo, curso tcnico na
rea de mecnica e superior.
2.3 A tarefa
Para a execuo da tarefa coloca-se o bloco de motor na mquina e o
fixa na base atravs de parafusos. O processo de funcionamento do objeto
inicia-se com a rotao da chave de ignio. Em seguida o operador faz um
movimento de elevao de brao acima da linha dos olhos para puxar a ala do
mecanismo. Ajusta-se a ferramenta de brunir (polir), e com esta ajustada iniciase o processo de brunimento, que consiste no movimento de sobe e desce
realizado manualmente pelo operador. Na sequencia desliga-se a maquina e
faz-se o acabamento externo manualmente utilizando-se de lixa, talhadeira e
fludo (leo diesel).

Figura 4

Figura 5

3 Anlise da Atividade
A brunidora no possui em sua estrutura nenhum tipo de signo visual
que auxilie e informe quanto ao seu uso. O que a torna pouqussimo acessvel
quelas pessoas que no possuem conhecimento de seu funcionamento. Outra
questo extremamente relevante para esta anlise o fato de a mquina no
possuir nenhum tipo de mecanismo de ajuste e adaptao; regulagens de
altura e de necessidade de emprego de fora etc.
Como uma boa parte de produtos industriais de sua categoria, no
houve preocupao esttica durante o desenvolvimento do equipamento. Ele
possui uma pintura vermelha simples presente apenas por uma questo de
proteo da oxidao.
O ambiente da oficina em que o aparelho se encontra quase hostil
sade humana, pois possui iluminao muito precria, as paredes so todas
acinzentadas, no existe ventilao adequada e toda a organizao dos
equipamentos confere ao local uma atmosfera de sufocamento (ver figura 6).

Como comum em oficinas mecnicas em que existe uma certa


variedade de equipamentos sendo utilizados ao mesmo tempo o rudo uma
caracterstica muito marcante e constante, o que torna o uso de abafadores
uma necessidade, apesar dos operadores no os utilizarem.
A temperatura padro dentro da oficina j elevada devido falta de
ventilao e a quantidade de maquinas sendo utilizadas. E especialmente na
parte em que se localiza a brunidora (ao lado da rea de limpeza) ela muito
acentuada.
Tambm foi observado que no existe no local um lugar adequado para
a realizao de intervalos de almoo e lanche, por exemplo.

Figura 6

3.1 Antropometria e biomecnica


A brunidora foi desenvolvida na dcada de 80, e para o seu projeto
utilizaram-se as medidas mdias dos colaboradores da poca, o que a torna
hoje bastante obsoleta no quesito antropomtrico. Ela foi construda ignorando
todas os princpios de adaptabilidade e para ser utilizada por um jovem adulto
pois a fora necessria para o seu manuseio alta.
A sua altura no regulvel faz com que o indivduo mais alto tenha que
se curvar sobre ela para utiliza-la e um mais baixo tenha dificuldade em

alcanar os comandos. H uma necessidade de aplicao de fora de modo


constante, tanto para a colocao do motor na mquina quanto para seu
manuseio. Movimentos de elevao e de rotao feitos com os braos so
repetidos diversas vezes.
3.2 Informaes
A mquina no possui nenhuma outra fonte de informao alm do
barulho de seu motor e da posio da chave na ignio, que serve para indicar
se est ligada ou no.
3.3 Leiaute
O local de permanncia do produto assim como todo o interior da oficina
inadequado, pois no possui fonte de luz e circulao de ar suficientes.
3.4 Riscos de Uso do Produto
Existem inmeros riscos decorrentes do uso deste produto, tais como
contuses, cortes, amputaes, desenvolvimento de problemas posturais e
contaminao pelo contato constante com substancia toxica (leo diesel).
3.5 Organizao do Trabalho
O trabalho na mquina constante, as etapas so sempre as mesmas e
executadas como j descrito, na mesma ordem. A mquina utilizada muitas
vezes durante um dia, dependendo da demanda da oficina. O trabalho
realizado nela pelos usurios tem durao mdia de 10 a 15 minutos. Uma vez
que o produto to obsoleto os usurios veem a necessidade de fazer
adaptaes sua estrutura, como ela no possui barreira protetora os
operadores sentem a necessidade de adaptar uma chapa metlica para
impedir que entrem em contato com resduos resultantes do brunimento do
motor. O indicado a utilizao de fluido vegetal, mas visando uma reduo de
gastos acabam por utilizar o leo diesel.

3.6 - Aspectos Cognitivos e Psicossociais


O desempenho dos funcionrios pode no ser to satisfatrio devido as
precrias condies de trabalho, tanto estruturais (do ambiente) quanto
administrativas. O fato dos usurios da mquina no serem os responsveis
pelas tomadas de decises a respeito de seu uso pode prejudica-los e tambm
atrapalhar na realizao da tarefa.
3.7 Problemas
Os problemas que podemos encontrar na mquina brunidora so
diversos. De forma geral a mquina exige do usurio elevada acuidade no seu
manuseio, alm das exigncias relacionadas sua postura para uso ela
tambm oferece diversos pontos crticos (suas extremidades) em que
possvel a ocorrncia de acidentes graves como cortes e cortes mais profundos
chegando a amputaes em partes expostas de seu sistema mecnico
(correias, ferramenta de brunir, motor). A temperatura em que o bloco do motor
se encontra em decorrncia do atrito pode causar queimaduras. O contato
direto com o leo diesel prejudicial sade, e pode ser um agravante em
caso de ferimentos expostos. Os operadores so compelidos a utilizar fora
para que possam movimentar os mecanismos do equipamento.
Dentro de um ponto de vista ergonmico o problema da postura
definitivamente o mais grave, seguindo-se pelos repetidos movimentos dos
braos em angulaes desconfortveis e no apropriadas aos usurios, o
terceiro maior problema o da necessidade do uso excessivo de fora para o
manuseio das operaes.
3.8 Hipteses de Melhoria
No caso da brunidora a soluo ideal seria a sua troca por um modelo
mais moderno e avanado. Mas no caso de impossibilidade de substituio, as
solues imediatas que deveriam ser tomadas so: o ajuste da altura para
adaptar-se ao usurio; a utilizao de todos os equipamentos de segurana
(luvas, abafador, culos, mscara e avental); aumento da altura do bloco do
motor a ser trabalhado; aumento da circulao de ar no local e a iluminao; a
utilizao de fluido vegetal como indicado; adequao do sistema de

rolamentos para uma diminuio da fora necessria para o manuseio dos


seus componentes; o revestimento das pegas com material antiderrapante;
melhoria do sistema de comunicao (transmisso de informao); o uso de
algum tipo de suporte para o transporte do bloco de motor at a mquina.

BIBLIOGRAFIA
IIDA, Itiro. Ergonomia, projeto e produo. 2 Edio. So Paulo: Edgard
Blcher, 2005
GOMES F., Joo. Ergonomia do Objeto: sistema tcnico de leitura ergonmica.
So Paulo: Escrituras Editora, 2003.
MENEZES, Marizilda dos Santos, PASCHOARELLI, Luis Carlos (org.) Design e
ergonomia: aspectos tecnolgicos. So Paulo: Cultura Acadmica, 2009.

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