3-Tua Fe Te Salvou Richard Simonetti - Richard Simoneti
3-Tua Fe Te Salvou Richard Simonetti - Richard Simoneti
3-Tua Fe Te Salvou Richard Simonetti - Richard Simoneti
O MAIS IMPORTANTE
O grande desafio, no trato com o Evangelho, trazer Jesus para o cotidiano, vivenciar suas
lies, imitar seus exemplos, seguir seus passos...
H abismos a serem transpostos, representados pelas nossas mazelas.
um processo lento, demorado, marcado por desvios frequentes, sob inspirao de paixes
que ainda nos dominam e costumam sinalizar caminhos diferentes.
O recurso capaz de nos conscientizar a respeito de nossas necessidades espirituais,
estimulando-nos vivncia evanglica, o contato diuturno com os ensinamentos nele contidos,
atentos sua aplicao no dia-a-dia.
No obstante o desenvolvimento dos meios de comunicao e o avano das igrejas crists em
nossa cultura ocidental, Jesus ainda um grande desconhecido.
A maioria dos profitentes limita-se s superficialidades do culto.
Se pesquisarmos, indagando s pessoas quando estudaram o Novo Testamento, ouviremos
respostas assim: H alguns anos...
No recordo...
Faz tempo...
/\ maioria: Nunca...
Sem convivncia assdua com a Boa Nova, sem familiaridade com as lies, perdemo-nos em
generalidades.
Jesus pregou o amor, o perdo, a caridade, a f... Sim, e da?
O que isso representa em nossa vida?
Qual a repercusso em nosso comportamento?
H uma dificuldade: Os Evangelhos foram compilados h quase dois mil anos, passaram por
inmeras tradues e chegam ao nosso tempo com linguagem peculiar, construes literrias e
expresses prprias do judasmo e dos tempos de Jesus, o que torna o texto pouco atraente e
difcil para os no iniciados.
Nesta srie de livros que nos propomos a escrever, tentamos favorecer o leitor com a
converso do texto evanglico para o nosso tempo, envolvendo questes fundamentais: sua
condio perante Deus.
as circunstncias que envolvem suas lies.
a interpretao esprita.
a aplicao prtica.
No primeiro livro, Paz na Terra, descrevemos os episdios que marcaram o nascimento do
Mestre, at o incio de seu apostolado.
Em Levanta-te! temos algo relacionado com o primeiro ano de divulgao da Boa Nova.
Neste livro comentamos passagens importantes que se deram num espao de tempo prximo
ao que situaramos como o segundo ano de apostolado.
Prximo, porque no h nenhuma certeza quanto cronologia, nem houve preocupao dos
evangelistas a esse respeito.
Destacam-se, no perodo, episdios relacionados com a f, que Jesus situa como a base
fundamental para que possamos nos beneficiar de suas bnos.
A hemorrossa, curada a um simples toque nas suas vestes, o exemplo marcante dos poderes
O SERVO DO CENTURIAO
Mateus, 8:5-13 Lucas, 7:1-10
Nenhum pas se submete passivamente ao invasor.
Este precisa manter o chamado exrcito de ocupao. E a garantia de domnio do mais forte, a
espoliar o mais fraco.
Experientes nesse sentido, os romanos estendiam suas tropas invencveis por trs continentes,
impondo a presena indesejvel, numa convivncia conturbada, marcada por revoltas e rebelies.
Pior com os judeus.
Orgulhosos de sua nacionalidade, com pretenses de povo escolhido, os descendentes de
Abrao consideravam inadmissvel aquela situao.
Nutriam indisfarvel repulsa por seus dominadores. Contatos, apenas se inevitveis. Exigiam,
posteriormente, rituais de purificao, como quem desinfeta as mos aps lidar com algo pestilento.
Em face dessa animosidade, foi com surpresa que os apstolos observaram um centurio
aproximar-se de Jesus.
Retornavam a Cafarnaum, aps o inesquecvel Sermo da Montanha, nas proximidades da
cidade, quando Jesus traara as diretrizes bsicas do comportamento cristo para edificao do
Reino de Deus.
Centurio era o oficial romano que comandava a centria, destacamento militar composto de
cem soldados.
O militar falou, respeitosamente: - Senhor, tenho em casa um servo c/ne est de cama, com
paralisia, sofrendo horrivelmente.
Como sempre, Jesus respondeu com brandura, ainda que diante de um inimigo da raa: -Irei vlo.
O centurio adiantou: - Senhor, en no soa digno de que entres na minha casa; mas, dize uma
s palavra e meu servo ser curado, pois tambm eu, apesar de sujeito a outrem, digo a um dos
meus soldados que tenho s minhas ordens: vai ali, e ele vai; e a outro: vem c, e ele vem; e a meu
servo: faze isso, e ele faz.
Singular o comportamento daquele preposto de Csar.
Demonstrou invulgar interesse por simples servo e se disps a pedir auxlio a um judeu, embora
sabendo da averso que aquele povo altivo nutria pelos romanos.
Podendo ordenar que seus soldados conduzissem Jesus sua presena, preferiu ir ao seu
encontro e, renunciando s prerrogativas do cargo, falou-lhe com humildade.
Suas ponderaes revelam um esprito sensvel, dotado de f. fato digno de admirao,
principalmente por tratar-se de um pago.
E libera Jesus do constrangimento de ir sua casa.
Observando to grande convico, proclamou Jesus: - Em verdade, em verdade, vos afirmo que
nem mesmo em Israel encontrei semelhante f. Tambm vos digo que muitos viro do Oriente e do
Ocidente, e sentar-se-o no Reino dos Cus com Abrao, Isaac e Jac, enquanto que os filhos do
Reino sero lanados nas trevas exteriores. E ali haver choro e ranger de dentes.
Abrao, Isaac e Jac foram os patriarcas mais importantes do povo judeu.
A proclamao de que os filhos de outras terras estariam com eles, enquanto muitos judeus
enfrentariam estgios de sofrimento, significativa.
O exemplo.
Impossvel dar aos criminosos confinados numa priso o benefcio que mais almejam - a
liberdade.
Esto pagando por seus crimes.
No entanto, podemos prepar-los para um futuro melhor, sensibilizando-os com a nossa visita,
as manifestaes de solidariedade, o convite ao estudo e orao, o empenho por melhorar sua
existncia e minorar seus padecimentos.
Por mais endurecido e impenitente seja o indivduo, no resistir fora do Bem, quando
estivermos dispostos a exercitar bondade com ele.
A Justia Divina impe educativo resgate quele que se envolve com o
mal.
Mas o Divino Amor, que ajuda sempre, sem questionar mritos, influir decisivamente na
sua redeno.
Considerando a posio da Terra h dois mil anos, uma priso de segurana mxima (jamais um
prisioneiro daqui escapou), onde resgatamos dbitos contrados pelo egosmo, no merecamos a
presena de Jesus.
Ainda assim, o Mestre veio.
Veio para nos ensinar o altrusmo, que transforma a priso em abenoado lar.
Tambm estamos sob a regncia da Lei de Causa e Efeito.
No nos compete, portanto, inquirir se o necessitado merece a ajuda que lhe prestamos.
Convm fazer o melhor por ele, acumulando crditos espirituais que amenizem nossas
provaes e favoream glorioso futuro para ns.
Os benefcios que estendemos ao prximo so investimentos de bnos para ns.
Jesus assim enfatizou, ao proclamar (Mateus, 16:27): ... a cada um segundo as suas obras.
TAFOFOBIA
Lucas, 7:11-17
Cerca de dez quilmetros a sudeste de Nazar, na Galilia, existe ainda hoje.
quase em runas, a cidade de Naim.
O lugarejo entrou para a histria crist graas a um prodgio operado por Jesus.
Logo aps o contato com o centurio, o Mestre ali esteve, numa de suas costumeiras viagens de
divulgao da Boa Nova.
Dois grupos se cruzaram: Um entrava.
Trazia a Vida. a exprimir-se em bom nimo, alegria, otimismo...
Chegava Jesus, acompanhado de seus discpulos.
O outro saa.
Levava a morte, marcada por desolao e lgrimas.
Partia o cortejo fnebre do filho nico de uma viva.
Jesus observou a angustiada me.
Compadeceu-se dela.
- No chores.
Segurou o esquife, fazendo parar o cortejo.
Dirigindo-se ao finado, disselhe: - Jovem, eu te digo: Levanta-te!
Eventuais circunstantes tero considerado que aquele homem esquentara os miolos ante o sol
inclemente.
Delirava!
Mas, para estupefao geral, o finado se mexeu!
Como se despertasse de sono profundo, sentou-se na padiola e ps-se a falar.
Imaginamos o assombro que causou.
Supremo prodgio - ressuscitar o morto!
Empolgados, diziam os presentes: - Um grande profeta se levantou entre ns e Deus visitou
seu povo.
Novamente Jesus maravilhava a multido com seus poderes miraculosos, fazendo algum
retornar da viagem sem volta - a morte.
Na atualidade, graas aos avanos da Medicina, temos com frequncia, nos hospitais, a
experincia de quase morte.
O enfartado sofre parada cardaca.
Morre!
Os mdicos atendem prontamente.
Usam modernos recursos de ressuscitamento.
Se o corao no estiver demasiadamente comprometido, poder retornar vida.
Alguns pacientes reportam-se a significativas experincias que vivenciam durante esses
dramticos minutos.
Vem-se fora do corpo, ligados a ele por um cordo, no raro flutuando, a observar a ao dos
mdicos.
Viajam vertiginosamente dentro de um tnel.
Revivem, em poucos minutos, as emoes de toda a existncia.
- Uaaaii
***
So numerosos os taffobos.
Sua origem pode estar em experincias dramticas, ocorridas em existncias anteriores.
Soterramento ou sepultamento em transe letrgico...
Em pocas recuadas, senhores poderosos cultivavam o mau hbito de enterrar vivos seus
desafetos.
No raro os emparedavam, convertendo cubculos, sem portas e janelas, em tmulos de horror.
Mulheres condenadas pena capital preferiam morrer assim, evitando a humilhao de uma execuo
pblica, sob apupo da multido.
Tais situaes traumatizam a vtima, repercutindo em vidas futuras.
O mais frequente o Esprito ficar preso ao corpo durante algum tempo, o que lhe impe a
impresso extremamente penosa de que o enterraram vivo.
E o nus de pessoas presas aos interesses imediatistas, aos vcios e paixes.
***
H, tambm, problemas relacionados com fantasias escatolgicas.
Noutro dia conversei com um Esprito, em reunio medinica.
Estava contrariado, agressivo.
- Vocs no tinham o direito de me acordar! Deveria dormir at o juzo final!
O crente imbudo dessa fantasia tem dificuldade para lidar com a realidade espiritual.
Permanece alienado.
A dolorosa experincia de ser sepultado vivo acontecia, no raro, em epidemias e batalhas.
Havia tantos cadveres, que nem sempre os coveiros improvisados se davam ao trabalho de
verificar se o finado finara-se realmente.
Hoje h maior cuidado, evitando sepultamento indevido, envolvendo a letargia. O mdico, cuja
presena exigida por lei para firmar o atestado de bito, identificar facilmente essa situao.
Usando o estetoscpio, ouvir as batidas cardacas; examinando os olhos, ver que no h
midrase, extremada dilatao da pupila, caracterizando a morte cerebral. Aparelhos podem ser
usados - eletren-cefalgrafo e eletrocardigrafo, demonstrando que o crebro e o corao esto
funcionando.
No h, portanto, por que cultivar a tafofobia.
Materialistas perseguem a imortalidade fsica.
Apelam para a criogenia, o congelamento do cadver, objetivando futura ressurreio,
promovida a partir dos avanos da Cincia.
Nos Estados Unidos h firmas especializadas em manter o cadver criogenado pelo tempo
necessrio, at que a Medicina descubra a cura para o mal que o vitimou e como reanimlo.
No para qualquer defunto.
Exige muito dinheiro para garantir, por tempo indeterminado, mediante disposio
testamentria, o congelamento.
Uma empresa prope algo menos dispendioso, ainda assim proibitivo para defuntos de menor
poder aquisitivo: a cabea cortada e congelada. Concebese que futuramente a Cincia ter condies para reanim-la e arranjar-lhe outro corpo.
Jamais algum perder dinheiro apostando na ingenuidade humana!
A criogenia um engodo.
As mulheres.
A participao feminina contrariava os costumes da poca.
Anonimato e a subalternidade lhes eram impostos. Algumas dessas colaboradoras, segundo
Lucas, ...haviam sido curadas de Espritos malignos e de enfermidades.
Possuam, sem dvida, faculdades medinicas.
No sabendo lidar com a prpria sensibilidade, eram influenciadas por entidades perturbadas e
perturbadoras.
Jesus no s as libertara como lhes ensinara o recurso maior para que se conservassem
saudveis, fsica e psiquicamente: Servir causa evanglica.
Quem o faz com dedicao e perseverana, sustenta padro vibratrio elevado, inacessvel s
sombras.
Lucas cita trs mulheres, participantes do grupo: Maria de Magdala (Madalena).
Magdala o nome de pequena cidade de onde viera, usado como cognome para distingui-la das
outras Marias que aparecem na narrativa evanglica.
Sofrer a influncia de Espritos impuros, afastados por Jesus.
Diz Lucas, textualmente, que: ...dela saram sete demnios.
Segundo crenas antigas, demnios eram entidades que presidiam os destinos humanos,
individual e coletivamente.
Para os judeus eram almas dos mortos, quando se comprometiam com o mal.
Na Idade Mdia adotou-se a idia de que so anjos rebelados contra Deus, que pretendem
impor seu domnio sobre os homens.
H um equvoco na informao de que os demnios saram dela.
Seria, sem dvida, problemtico imaginar tantos Espritos instalados no corpo de algum, como
invasores de uma residncia.
Mesmo na chamada subjugao, em que h domnio completo, os obsessores no substituem o
obsidiado na mquina fsica, nem coabitam com ele. Apenas impem sua vontade, induzindo-o a
fazer o que no deseja.
Tantos Espritos juntos passam idia de uma equipe organizada para atorment-la,
provavelmente exercitando vingana.
A jovem de Magdala tem sido apresentada como smbolo da meretriz arrependida, que se
encantou com os ensinamentos de Jesus e modificou os rumos de sua vida, tornando-se ardorosa
discpula.
Ser?
No h nenhuma referncia ao seu suposto envolvimento com a prostituio.
Essa interpretao equivocada inspira-se no fato de Lucas a apresentar logo aps o episdio da
pecadora que ungiu os ps de Jesus.
Analisando o texto evanglico, temos uma nica certeza: Maria de Magdala foi curada de uma
obsesso.
Situ-la como mundana convertida exerccio de imaginao.
Joana.
Esposa de Cuza, procurador de Herodes.
Segundo Humberto de Campos, no livro Boa Nova, psicografia de Chico Xavier, foi ardorosa
discpula de Jesus, de quem recebeu sbios conselhos para lidar com seu marido, homem rico,
envolvido com tricas da poltica e vida desregrada.
Aps sua morte, Joana dedicou-se aos labores evanglicos e teria sido martirizada no circo
romano, em glorioso testemunho de suas convices.
Suzana.
Nada sabemos dela.
Lucas limita-se a enunciar seu nome.
O evangelista observa que havia mais mulheres, sem cit-las nominalmente.
Apenas revela que eram muitas e que colaboravam financeiramente.
Destacam-se, ainda, nos Evangelhos: Maria, esposa de Alfeu.
Me do apstolo Tiago Menor.
Maria de Betnia.
Irm de Marta e Lzaro, este o clebre "ressuscitado".
Salom.
Esposa de Zebedeu, me de Tiago Maior e Joo.
H vrias passagens evanglicas em que Jesus liberta homens de Espritos obsessores.
No vemos os beneficirios dessas curas participando do movimento.
Entre as mulheres, havia inmeras.
Esse fenmeno comum. Est presente em todas as religies.
No Centro Esprita mais expressivo o contingente de mulheres que freqentam as reunies e
participam de suas atividades.
Um amigo, machista incorrigvel, explica: - Questo de necessidade. A mulher mais carente,
mais frgil, espiritualmente.
Opinio distanciada da realidade.
A alma feminina mais sensvel aos valores espirituais, mais disposta aos testemunhos da l.
O Homem tende ao materialismo. preocupao com os negcios...
Envolve-se tanto que no encontra tempo nem disposio para cogitaes que transcendam aos
interesses imediatistas.
Detalhe significativo: Vrias mulheres acompanharam a via-crcis de Jesus.
Os homens, com exceo de Joo, estavam longe...
Temiam represlias.
Tanto quanto Simo, h vrias Marias no Evangelho.
No monte Calvrio, acompanhando Jesus, estavam trs: sua me.
a jovem de Magdala.
a me de Tiago Menor.
Maria, que significa senhora, o nome mais comum nos pases cristos, homenagem s
homnimas que aparecem na vida de Jesus, particularmente sua genitora.
Tem doce musicalidade...
Est impregnado de suave magnetismo...
Vibra doce e terno, como uma carcia em nossos ouvidos...
Inspira composies poticas...
E repositrio de consolao para os sofredores...
Significativamente, principia no eme que todos temos na palma da mo...
Observe, leitor amigo.
E a perene homenagem dos Cus a Maria de Nazar, consagrada, meritoriamente, me
espiritual da Humanidade.
AS PARABOLAS
Mateus, 13:1-23 Marcos, 4:1-20 Lucas, 8:4-15
Certa feita estive em cidade do interior mineiro.
Jornada de palestras espritas.
Aps a reunio, uma senhora comentou que eu por l passara, perto de quinze anos antes.
Fiquei em dvida.
- Creio que no...
E ela: - Recordo at a histria que contou, do livro Os Miserveis, envolvendo um homem
preso pelo roubo de pes, e como ele foi salvo de retornar s gals, graas interferncia de
generoso bispo.
Estava certa.
Esquecera os detalhes, mas guardara a narrativa que a resumia.
As histrias constituem notvel recurso didtico.
Prendem a ateno e estabelecem associao com o cotidiano das pessoas.
A partir da, gravam-se, indelevelmente.
Professor por excelncia, Jesus conhecia o poder das histrias.
Passou a us-las a partir de determinado momento, quando comearam a formar-se multides
para ouvi-lo.
Impraticvel, nesses contatos, sustentar dilogos, responder perguntas, oferecer explicaes
detalhadas...
Mais prtico contar histrias.
Ficariam conhecidas como parbolas, enfocando o cotidiano judeu, particularmente no campo.
Foram dezenas, algumas breves, outras mais longas, sempre encerrando ensinamentos.
Numa pausa em suas viagens, Jesus postava-se junto ao lago de Genesar, nas proximidades de
Cafarnaum. Peregrinos chegavam, formando multido.
Poucos guardavam cogitaes superiores...
Raros buscavam aprendizado e edificao... Motivaes variadas: Doenas, problemas,
dificuldades...
Invariveis objetivos: Favores, benefcios, facilidades...
Foi pensando nisso, talvez, que Jesus contou a primeira parbola: O semeador saiu a semear...
Uma parte das sementes caiu beira do caminho; vieram as aves e as comeram.
Outra parte caiu em lugares pedregosos, onde no havia muita terra; no tardou em
germinar; mas, quando despontou o sol. Jicou crestada e secou por falta de razes.
Outra parte caiu entre os espinhos; os espinhos cresceram, sufocaram-na e ela no deu fruto
algum.
Outra caiu em bom terreno e dava fruto, havendo gros que rendiam cem, outros sessenta,
outros trinta por um.
Quem tem ouvidos para ouvir, oua...
A palavra do Reino est contida no Evangelho.
E a semeadura feita pelo pregador protestante, o sacerdote catlico, o expositor esprita, com
mensagens inspiradas nos princpios que professam, mas identificadas todas no apelo vivncia
crist.
Jesus: Quando algum ouve a palavra do Reino e no a entende, vem o maligno e arrebata o
que foi semeado no seu corao; este o que foi semeado beira do caminho.
Solo margem - os que no assimilam a mensagem crist.
Por qu?
Falta de cultura? Dificuldade de raciocnio?
Negativo!
Ela de clareza cristalina e pode ser sintetizada em poucas palavras: Devemos viver com
simplicidade, amando a Deus na pessoa do semelhante, conscientes de que as bnos que lhe
estendermos resultaro, invariavelmente, em nosso prprio benefcio.
Muito fcil!
O problema que as pessoas no esto interessadas em assumir compromissos, mudar atitudes,
simplificar a existncia.
Esperam: O Jesus que cura...
O Jesus que resolve...
O Jesus que consola...
O Jesus que favorece...
Raros tm ouvidos para o Jesus que nos convoca mudana de rumo.
buscando a prpria renovao.
Se no nos sensibilizamos: se no nos dispomos a seguir sua orientao, como se as sementes
cassem margem do corao.
So facilmente consumidas pelo maligno, as ms tendncias que existem em ns.
O que foi semeado nos lugares pedregosos quem ouve a palavra e logo a recebe com
alegria, mas no tem raiz - cr apenas por algum tempo, e sobrevindo a tribulao ou
perseguio, por causa da palavra, logo desanima.
Solo pedregoso - os que se entusiasmam com as promessas do Evangelho e formulam ardentes
votos de uma vida pautada nas virtudes crists.
Contudo, frgil a sua crena, precariamente fixada em razes de superficialidade.
Enxergam na mera adeso o toque mgico, capaz de transport-los para o cu de imerecida
batitude, sem maiores esforos.
Suas boas disposies duram pouco.
To logo enfrentam testemunhos envolvendo os problemas da Terra, desanimam.
O que foi semeado entre os espinhos quem ouve a palavra, mas os cuidados do mundo e a
seduo das riquezas abafam a palavra e ela fica infrutfera.
Solo espinhento - os que aceitam a mensagem e se beneficiam de suas luzes.
No entanto, convidados a participar do Evangelho, com o esforo do Bem, dedicando algo de
seu tempo e de seus recursos ao prximo, vacilam.
Ficam indecisos entre os interesses do mundo e os ideais do Cristo, absolutamente
incompatveis.
Inadmissvel o cristo: Prejudicar algum.
Apegar-se s ambies.
Sustentar vcios.
Viver em funo de lazeres.
No exercitar a fraternidade.
Jesus os convida para as realizaes do Cu.
Prendem-se aos interesses da Terra.
O que foi semeado em bom terreno quem ouve a palavra e a aprende; este frutifica e produz
cem, a sessenta e a trinta por um.
Solo frtil - os que despertaram para os objetivos da existncia.
Sentem que h algo a fazer, que transcende as limitaes humanas. Esto dispostos a superar a
indiferena que caracteriza o homem comum.
Esclarecidos e conscientes, empenham-se em combater suas limitaes e produzem frutos
abundantes de trabalho e dedicao ao Bem.
Contribuem decisivamente para a edificao de um mundo melhor.
A Doutrina Esprita nos oferece gloriosa viso do Evangelho, situando-o como a suprema
mensagem de renovao para a Humanidade e o amoroso convite de Deus para que cumpramos seus
desgnios sbios e justos, habilitando-nos felicidade.
Oportuno, por isso, perguntar, com freqncia, a ns mesmos: Nos campos do corao, em que
solo esto caindo as sementes de Jesus?
PARENTELA
Mateus, 12:46-50 Marcos, 3:3 / -35 Lucas, 8:19-21
A multido comprimia-se em torno de Jesus, abeberando-se de suas lies.
Algum informou que sua me e seus irmos o procuravam.
Irmos!?
o que evidencia o texto evanglico.
Marcos (6:3) cita-os nominalmente: Tiago, Jos, Judas e Simo.
E revela que tambm tinha irms.
Na Idade Mdia prosperou a idia de que o Messias foi concebido pelo esprito santo.
Maria teria se conservado virgem.
Como explicar a irmandade?
Duas hipteses foram desenvolvidas: Eram filhos de um casamento anterior de Jos.
Eram primos em primeiro grau de Jesus, tomados conta de irmos por suposta tradio.
Meras especulaes.
Lucas (2:7) destaca que Jesus foi o primognito (filho mais velho), no o unignito (nico
filho).
Maria teve prole numerosa, como era prprio da poca, o que apenas a enaltece.
A maternidade a mais nobre vocao feminina.
Sugerem os textos certa resistncia dos irmos de Jesus s suas idias.
Provvel tenham aderido posteriormente.
Dois deles, Judas Tadeu e Tiago, tm nome de membros do colgio apostlico.
Seriam, talvez, os prprios...
Ao ouvir que sua me e seus irmos o procuravam, perguntou Jesus: - Quem min lui me e
quem so meus irmos?
E. indicando os discpulos: - Eis a minha me e meus irmos! Pois quem cumpre a vontade de
meu Pai que est nos cus, esse meu irmo, irm e me.
Estranha reao!
Uma desconsiderao com a famlia, particularmente a doce genitora, por quem sempre
demonstrou solicitude.
Sua primeira apario na vida pblica, nas bodas de Can, deu-se ao lado de Maria.
Sua ltima preocupao, na cruz, foi com Maria, que confiou aos cuidados do apstolo Joo.
Por que, ento, essa contradio?
Podemos resolver o assunto considerando dois fatores:
O texto e o contexto.
Texto - relato do episdio.
Contexto - circunstncias que o caracterizam.
Imaginemos que Jesus falava sobre os valores da fraternidade, exaltando a famlia universal.
Ao ouvir que sua me e seus irmos o procuravam, aproveitou o ensejo para ilustrar o
ensinamento, proclamando que. acima da consanguinidade, devemos atentar nossa filiao divina.
H deveres que precisam ser cumpridos, inerentes a essa condio.
Os evangelistas limitaram-se a registrar a observao de Jesus. Por isso ela repercute, em
ouvidos menos avisados, como uma impertinncia.
Assim se repete em vrias passagens evanglicas.
Experimentamos alguma dificuldade para compreender o pensamento de Jesus, porque temos
apenas registros precrios, sem que conheamos as circunstncias que ensejaram a lio e as
explicaes posteriores.
Falta o contexto.
Conforme destaca Allan Kardec, em O Evangelho Segando o Espiritismo, as observaes de
Jesus sugerem que h duas parentelas: carnal e espiritual.
Parentela carnal.
Espritos ligados pelo sangue, envolvendo pais e filhos, irmos e irms...
Vivendo juntos debaixo do mesmo teto, esto separados, no raro, pela diferena de aptides,
tendncias, estgio evolutivo...
As ligaes pela carne podem ser constrangedoras, marcadas por interminveis atritos.
Envolvem pessoas que seguem juntas, mas discordam quanto direo e a maneira de caminhar.
Se no conseguem ajustar-se, exercitando entendimento, transformam o lar em palco de
melodramas patticos, onde se fazem presentes a frustrao, a traio, a agresso, a desero...
Patenteia espiritual.
Espritos de larga convivncia anterior.
Guardam afinidades.
Olham 11a mesma direo.
Transitam pelos mesmos caminhos.
Sonham as mesmas realizaes.
Convivem pacificamente, sustentam-se mutuamente. o que lhes permite enfrentar com segurana
os desafios da existncia.
As ligaes geradas pelo sangue podem romper-se com a morte.
As ligaes sustentadas pela afinidade estendem-se alm-tmulo.
Espritos afins formam famlias ajustadas e felizes, a estreitarem laos de carinho e solicitude.
Eventualmente, podem no reencarnar juntos. Indelevelmente, permanecem ligados pelo
corao. Todos temos protetores espirituais, os chamados anjos da guarda, que nos inspiram e
ajudam.
Quem so?
Faclimo definir: Quem melhor que um membro qualificado da famlia espiritual para
desempenhar semelhante tarefa? Quem o faria com maior dedicao e eficincia?
Ante tais consideraes, imagino algumas reaes: A esposa: - Agora sei porque to difcil
conviver com aquela besta que se intitula meu marido. desafeto do passado que devo aturar para
ver-me livre dele no futuro, alm-tmulo.
O marido: - Felizmente aquela megera que se fez me de meus filhos vincula-se apenas famlia
humana. No terei preocupaes quando o diabo a levar...
O filho: A cegonha deixou-me na porta errada! No identifico nenhuma ligao com meus pais.
So uns quadrados! S me aborrecem... Logo que puder, darei no p! Quero distncia...
Lamentveis equvocos.
A convivncia com a parentela carnal no mero teste de tolerncia.
A finalidade maior a harmonizao, estabelecendo elos de simpatia e afeto, ainda que sejamos
diferentes.
Se apenas toleramos aquele que est a nosso lado, guardando mgoas e ressentimentos,
perdemos tempo e semeamos problemas para o futuro.
Detalhes ponderveis: Convivendo com a famlia espiritual, haver dificuldades se
permitirmos que o egosmo oriente nossas aes.
Quando pensamos muito em ns, h inevitvel desgaste nas melhores ligaes afetivas,
comprometendo-as.
Convivendo com parentela carnal, sem histria no pretrito, podemos estreitar laos e ampliar
a famlia espiritual.
O adversrio de hoje poder ser o ser o companheiro querido de amanh.
para isso que estamos juntos.
No livro Nosso Lar, psicografia de Francisco Cndido Xavier, Andr Luiz ouve, surpreso, sua
me dizer que reencarnaria para ser novamente esposa de seu pai.
O genitor encontrava-se em lamentvel situao espiritual, envolvido com duas entidades
femininas s quais se ligara quando encarnado.
As infelizes, que a maledicncia humana situaria como desprezveis adversrias, seriam suas
filhas, ensejando valiosas experincias de trabalho e renovao.
E acentua, emocionada: - E mais tarde... quem sabe? Talvez regresse a Nosso Lar", cercada
de outros afetos sacrossantos, para uma grande festividade de alegria, amor e unio...
A me de Andr Luiz, iluminado Esprito, estaria simplesmente ampliando a famlia espiritual,
graas ao seu generoso corao.
Uma representante perfeita da famlia de Jesus.
Todos estimaramos alcanar esse estgio.
Para tanto, segundo Jesus, preciso cumprir a vontade de Deus.
Algo complexo...
Saber o que Deus espera de ns...
tema de uma existncia para os filsofos.
E desafio de muitas bibliotecas para os exegetas.
Aqui entra a incomparvel sabedoria do Mestre.
Em breve enunciado, ao alcance de todas as inteligncias, explica que cumprir a vontade de
Deus fazer pelo semelhante todo o bem que desejamos para ns.
Simples, no mesmo?
Simples e eficiente, principalmente no lar.
Quando algum se torna irmo de Jesus a famlia humana invariavelmente beneficiada.
Ningum consegue ficar indiferente a exemplos dirios de abnegao e sacrifcio, compreenso
e renncia, bondade e discernimento, de que somos capazes, a partir do momento cm que nos
ANTE A TEMPESTADE
Mateus, 8:23-27 Marcos, 4:35-41 Lucas, 8:22-25
A tarde caa.
Jesus decidiu atravessar o lago de Genesar com os discpulos, uma pausa nos labores de
atendimento multido.
Buscando repousar, recostou-se na popa, enquanto o barco singrava as guas serenas do grande
lago.
Sbito, como ocorre com freqncia naquela regio, o vento soprou forte, levantando ondas
ameaadoras.
Jesus dormia, tranquilo.
Os discpulos, no.
Estavam apreensivos.
O barco jogava muito, parecia prestes a virar. distncia da praia, corriam srio risco!
E porque a situao ficasse cada vez pior, trataram de acordar Jesus: - Salva-nos, Senhor, que
perecemos!
Fitando-os com a tranqilidade de sempre, ele respondeu: - Por que remeis, homens cie pouca
f?
Ento ergueu-se, ordenou ao vento que parasse de soprar e ao mar que se acalmasse.
Imediatamente a Natureza o atendeu.
O vento fez-se brisa suave...
As ondas reduziram-se a leves ondulaes que beijavam a embarcao.
Os discpulos ficaram pasmos.
- Quem esse que at os ventos e o mar lhe obedecem ?
O episdio oferece marcante exemplo dos poderes de Jesus.
H quem minimize o feito notvel, afirmando que o fenmeno freqente na regio, decorrente
da canalizao de correntes de ar entre as montanhas que cercam o lago.
O vento vem e vai, sopro forte e fugaz.
Essa tese envolve um problema: A sincronizao entre o pedido de socorro dos discpulos e
suposta interferncia de Jesus, no exato momento em que a ventania deveria cessar.
Extremamente complicado.
Alm disso, implicaria em admitir um ato de prestidigitao que o situaria como mero mgico, a
exercitar sofisticado truque.
H explicao mais razovel: Preposto de Deus, que presidiu a formao da Terra e a
governa, Jesus detinha poderes para interferir na Natureza.
As aes do Mestre antecipavam o futuro da Humanidade.
Quando assimilar plenamente os valores espirituais exemplificados por Jesus; quando cumprir
as leis divinas, superando suas mazelas o Homem ter poderes que o habilitaro a controlar os
elementos.
Teremos invernos mais amenos, chuvas menos torrenciais, secas menos devastadoras,
favorecendo a bonana.
Sempre oportuno lembrar sua afirmativa (Joo, 14:12): - Em verdade, em verdade vos digo que
aquele que cr em mim tambm far as obras que eu fao.
***
O episdio no lago de Genesar tem notvel contedo simblico.
Podemos situar a jornada terrestre como longa viagem por mares ignotos.
As vezes, o oceano est belo e calmo.
Seguimos saudveis e bem dispostos...
Finanas em ordem...
Estabilidade no emprego...
Famlia em paz...
Sentimo-nos ajustados e felizes...
De repente, sopram os ventos. Levantam-se ondas que nos ameaam.
Uma doena inspira cuidados...
Somos demitidos do emprego...
Espouca a crise familiar...
Parte o ente querido...
No raro, experimentamos dificuldade para lidar com essas situaes.
Vai a coragem...
Chega o pessimismo...
Nasce o medo...
Falece a esperana...
Manifestam-se a perturbao, o desencanto, a revolta, a rebeldia...
Em casos extremos, h quem resvale para o lcool, as drogas, o desatino, e at o suicdio, essa
falsa porta de fuga que apenas nos precipita em sofrimentos mil vezes acentuados.
Por qu?
Falta a f.
Podemos defini-la como a confiana plena em algum ou em alguma coisa.
a bssola, a segurana, o apoio para todas as situaes.
Quem a conquistou nunca se perde nos balanos da Vida, quando sopra o
vento da adversidade.
##
Geralmente nos enganamos a respeito da f.
Julgamos possu-la.
Nosso comportamento sugere o contrrio.
Longa estiagem atormentava a populao, em lugarejo do Nordeste.
Quando a situao se tornou intolervel, um grupo de fiis procurou o padre, na igreja,
propondo oraes coletivas.
O sacerdote perguntou-lhes: - Vocs tm f?
- Temos!
- Acreditam que Deus ouvir nossas oraes?
- Acreditamos!
- Guardam a convico de que vai se derramar a chuva em breves momentos, torrencial mente?
- Sim, padre!
- Ento, por que no trouxeram os guarda-chuvas?
O Evangelho de Mateus termina com a divina promessa (28:20): - Estarei convosco at a
consumao cios sculos.
preciso atentar a essas palavras.
Jesus informa que permanecer com seus seguidores para sempre.
Beleza! A seu lado a jornada mais fcil e segura.
Com Jesus no h problema insolvel, dificuldade insupervel, dor insuportvel, desafio
invencvel...
Com ele no nos assustam as tormentas da existncia, nem nos amedrontam os ventos da
adversidade.
Contar com Jesus o nosso grande trunfo em todas situaes!
Consideremos porm, que o evangelista reporta-se aos seguidores de Jesus.
Seguidor, como sabemos, aquele que segue algum, que lhe observa as orientaes e imita os
exemplos.
Segundo as recomendaes de Jesus, devemos nos amar uns aos outros, renunciar aos interesses
pessoais, perdoar as ofensas, eliminar os vcios, vencer a indiferena, superar o comodismo,
dispondo-nos a consolar aflitos, medicar enfermos, alimentar famintos...
Se faz isso tudo, amigo leitor, parabns!
A paz e a serenidade, a alegria e o bem-estar certamente so as marcas de seus dias!
Voc um seguidor de Jesus!
e morreram afogados.
Os guarda-porcos, que tudo presenciaram, apres-saram-se em informar seus patres.
Em breve havia uma multido no local.
O desvairado homem nu, agora vestido, mostrava-se tranqilo, em perfeito juzo, ele que fora o
terror da populao.
Segundo o relato evanglico, os moradores do lugar pediram a Jesus que partisse.
O Mestre considerou que seria prudente retirar-se, a fim de evitar tumultos.
Entrava com os discpulos no barco quando o ex-obsidiado pediu-lhe que o deixasse ir tambm.
Jesus lhe recomendou: - Vai para tua casa e para os teus, e conta-lhes quanto te fez o Senhor,
e como teve compaixo de ti.
No estava preparado, nem era chegado seu tempo, mas poderia colaborar com a causa
evanglica, dando o testemunho das ddivas que recebera.
Os beneficirios de servios espirituais, desenvolvidos por dedicados instrumentos do Bem,
so sempre os mais e eficientes divulgadores desse trabalho.
Isso frequente no Centro Esprita.
Cresce sempre o nmero de pessoas que procuram o atendimento fraterno e a fluidoterapia
aps ouvirem algum que recebeu benefcios.
Pode parecer estranha a presena dos porcos.
Por que tantos, se os judeus eram proibidos de consumir sua carne?
E que a populao da regio era predominantemente pag ou gentlica, sem restries
suinocultura.
E o estouro da manada, sob influncia dos Espritos?
Estariam os animais tambm sujeitos a influncias espirituais?
No tanto quanto os homens, j que no tm o pensamento contnuo e, consequentemente, a
possibilidade de sintonia com um perseguidor espiritual.
Mas, podem sofrer certa presso psquica e at a vampirizao, em que suas energias so
sugadas por Espritos primitivos.
Proprietrios de animais domsticos sabem que, no raro, apresentam problemas de sade ou
variaes de humor inexplicveis.
A origem pode estar nessa influncia.
Considere-se, porm, que os animais so controlados e conduzidos por Espritos vinculados
Natureza, que os protegem e preservam.
O episdio da morte dos porcos foi inusitado.
Objetivava ressaltar os poderes de Jesus.
Demonstrou, tambm, que os prprios animais podem ser afetados por influncias espirituais.
Curiosa a reao dos gerasenos, a maioria certamente composta pelos proprietrios dos sunos.
Desejaram que os visitantes se retirassem.
Estavam assustados...
Mais provavelmente, indignados com os prejuzos ocasionados pela morte dos animais.
Seria razovel tal procedimento?
Afinal, o episdio ensejara benefcios a todos: Jesus afastara uma legio de Espritos impuros
que perturbavam o lugar.
O agressivo doente mental no representava mais perigo, nem voltaria a amedrontar o povo.
No entanto, as pessoas pensaram no prejuzo material, sem cogitar do ganho espiritual.
Frequentemente incorremos nesse engano.
Terra.
A CURA PELA FE
Mateus, 9:20-22 Marcos, 5:25-34 Lucas, 8:43-48
Quando a mulher tiver o fluxo de sangue, se este foro fluxo costumeiro de seu corpo, ficar
sete dias na impureza de sua menstruao, e qualquer que a tocar ser imundo at tarde.
Tudo sobre o que ela se deitar durante a sua impureza ser imundo: e tudo sobre o que se
assentar ser imundo.
Quem tocar em seu leito, lavar suas vestes, banhar-se- em gua e ser imundo at tarde.
Quem tocar em qualquer coisa sobre a qual ela houver sentado, lavar as suas vestes,
banhar-se- em gua e ser imundo at tarde.
Quem tocar em alguma coisa que estiver sobre a cama ou sobre aquilo em que ela se sentou,
ser imundo at tarde.
Se um homem se deitar com ela e a sua 'Menstruao o atingir, ser imundo por sete dias e
toda cama sobre a qual ele se deitar, ser imunda.
Quando na mulher manar o fluxo de seu sangue Por muitos dias. fora do tempo da sua
menstruao, ou quando tiver fluxo de sangue por mais tempo do que o costumeiro, ser imunda
enquanto durar o fluxo, como nos dias de sua menstruao.
Toda cama em que se deitar todos os dias do seu fluxo, ser-lhe- como a cama da sua
menstruao, e toda coisa sobre que se assentar ser imunda, conforme a imundcie da sua
menstruao.
Quem a locar ficar imundo; portanto lavar as suas vestes, se banhar em gua, e ser
imundo at tarde.
Quando cessar o fluxo, ento se contaro sete dias, e depois ser limpa.
Ao oitavo dia tomar duas rolas, ou dois pombinhos, e os trar ao sacerdote porta da tenda
da congregao.
Ento o sacerdote oferecer um para oferta pelo pecado, e o outro para holocausto; o
sacerdote far por ela expiao do fluxo da sua impureza, perante o Senhor Este texto est no
Levtico (15:19-30), terceiro livro do Velho Testamento, que trata, dentre outros assuntos, dos rituais
de purificao dos judeus, envolvendo, no raro, o sacrifcio de animais e aves.
Usava-se largamente o termo imundo, que hoje nos parece chocante, de sentido pejorativo.
sinnimo de sujo, indecente, obsceno, imoral...
No contexto bblico, significa impuro.
Ocorria em vrias circunstncias.
Algumas: contato com cadveres.
comer certos animais - porco, lebre, camelo, coelho...
parto.
relaes sexuais.
doenas de pele, particularmente a lepra.
Havia contaminao at nas funes orgnicas naturais e peridicas.
Sabe o prezado leitor que a menstruao ocorre a cada vinte e oito dias, quando no h
***
Consideremos, amigo leitor, para efeito de narrativa, que a hemorrossa era a lendria Vernica.
Ouvira falar de Jesus, conhecia os prodgios que operava.
Tinha absoluta certeza de que o bondoso rabi resolveria seu problema.
Afinal, estancar o fluxo menstrual era muito mais fcil do que dar viso aos cegos, movimento
aos paralticos, audio aos surdos...
Havia um problema: Como aproximar-se e lhe dirigir a palavra, sendo impura?
Parecia-lhe impertinncia, uma ousadia...
Imenso o peso dos preconceitos que oprimiam a mulher naqueles tempos recuados.
Hesitante em princpio, Vernica animou-se com um exerccio de lgica cristalina:
Desnecessrio falar com Jesus.
O poder que estava em suas mos e em sua voz impregnava tambm suas vestes.
Bastaria tocar numa pontinha de sua tnica e seria curada!
Assim, aguardou, ansiosa, a abenoada oportunidade.
Quando o Mestre passou nas imediaes, em Cafarnaum, regressando de Gerasa, foi ao seu
encontro.
A multido o cercava.
Vencendo a timidez, com infinito cuidado para no contaminar ningum com sua impureza,
Vernica aproximou-se de Jesus, que caminhava sua frente.
Foi tomada de indizvel emoo!
Finalmente chegara o momento to esperado!
Estava diante do Messias!
Sem vacilar, estendeu as mos trmulas e tocou suas vestes...
Vivesse em nosso tempo e diria ter experimentado suave choque eltrico, um formigamento a
expandir-se em seu corpo.
Sentiu, instantaneamente, que o fluxo sangneo cessava.
Alcanara a graa sonhada!
Podemos imaginar sua alegria.
- Quem me tocou?- perguntou Jesus.
Evidentemente sabia quem o fizera.
Apenas desejava exaltar aquela gloriosa manifestao de f.
Simo Pedro, com o jeito rude que o caracterizava, respondeu: - Mestre, o multido nos
comprime. H muita gente ao nosso redor. Como vamos saber quem o tocou?
Jesus insistiu: - Algum me tocou. Percebi que saiu de mim um poder.
Vernica tremeu.
Os doze anos de impureza fizeram dela uma mulher solitria, tmida, temerosa de contato com as
pessoas.
Mas, convocada ao testemunho, naquele glorioso momento que haveria de marcar para sempre
sua trajetria. no vacilou.
Ajoelhou-se diante de Jesus e relatou suas dolorosas experincias, o mal que a atormentava h
doze anos e porque tocara em suas vestes.
Suprema ventura! estava curada!
Jesus ergueu Vernica e, abraando-a carinhosamente, disselhe: - Fillia, a tua f te salvou! Vai
em paz e fica livre cie teu mal.
Mais um prodgio extraordinrio era operado pelo missionrio divino.
Negativo!
Grandes seareiros so, no raro, pessoas simples, sem ttulos acadmicos, sem primores de
cultura.
Podemos entender essa carncia a partir da experincia de dedicado e lcido pregador esprita,
que chamaremos Pedro Afonso.
Certa feita decidiu montar singular curso: Duzentas e vinte pessoas inscreveram-se, animadas
pela perspectiva de se integrarem no glorioso grupo.
Na primeira reunio explicou.
- Teremos duas partes em nosso aprendizado: terica e prtica. A primeira pode ser resumida
numa palavra: amor. Nele est a essncia do pensamento cristo, a base de nossa ao. A dificuldade
est na prtica, porque poucas pessoas conseguem amar de verdade. A propsito, meus amigos, o que
amar?
Vrios alunos evocaram um lugar-comum: - Amar gostar muito.
- Definio equivocada. Gostar investimento, implica em expectativa, em resultados
desejados. O rapaz gosta da namorada porque bonita e carinhosa... A jovem gosta dele porque
atencioso e inteligente... Algo como experimentar um doce. Gostamos porque saboroso, satisfaz ao
nosso paladar. Por isso as pessoas tendem a desgostar. Ficam saciadas, ou enjoam do sabor, ou o
doce estragou, ou desejam experimentar novos sabores... Na rotina da vida conjugal a esposa j no
to bonita, nem to atencioso o marido...
H problemas no dia-a-dia, com a educao dos filhos, as finanas, o relacionamento... Fica
amargo, difcil de deglutir!
expositor fez breve pausa, e acentuou: - Amar diferente. E querer o bem de algum;
trabalhar por esse objetivo, sem cobranas. Exemplo cristo, convocado edificao do Reino de
Deus.
Tem exatamente o tamanho de nosso planeta.
A Terra a grande Seara.
Os seareiros espalham-se por todos os pases, em todas as culturas...
Nem sempre aparecem vinculados ao Cristianismo, mas, invariavelmente, ligam-se s
orientaes do Cristo, que lhes fala na intimidade de suas almas.
Por isso, h o perfume do Evangelho em todas as religies, ainda que floresam nas mais
remotas regies, sem acesso mensagem crist.
Grandes lderes religiosos que antecederam Jesus tambm foram seareiros, anteciparam algo de
suas lies, precursores de sua mensagem.
Hoje, como ontem, so escassos os seareiros.
Por qu?
Haver necessidade de aptides especiais, curso superior, posio de destaque, inteligncia
brilhante?
Negativo!
Grandes seareiros so, no raro, pessoas simples, sem ttulos acadmicos, sem primores de
cultura.
Podemos entender essa carncia a partir da experincia de dedicado e lcido pregador esprita,
que chamaremos Pedro Afonso.
Certa feita decidiu montar singular curso: Duzentas e vinte pessoas inscreveram-se, animadas
pela perspectiva de se integrarem no glorioso grupo.
Na primeira reunio explicou.
- Teremos duas partes em nosso aprendizado: terica e prtica. A primeira pode ser resumida
numa palavra: amor. Nele est a essncia do pensamento cristo, a base de nossa ao. A dificuldade
est na prtica, porque poucas pessoas conseguem amar de verdade. A propsito, meus amigos, o que
amar?
Vrios alunos evocaram um lugar-comum: - Amar gostar muito.
- Definio equivocada. Gostar investimento, implica em expectativa, em resultados
desejados. O rapaz gosta da namorada porque bonita e carinhosa... A jovem gosta dele porque
atencioso e inteligente... Algo como experimentar um doce. Gostamos porque saboroso, satisfaz ao
nosso paladar. Por isso as pessoas tendem a desgostar. Ficam saciadas, ou enjoam do sabor, ou o
doce estragou, ou desejam experimentar novos sabores... Na rotina da vida conjugal a esposa j no
to bonita, nem to atencioso o marido...
H problemas no dia-a-dia, com a educao dos filhos, as finanas, o relacionamento... Fica
amargo, difcil de deglutir!
O expositor fez breve pausa, e acentuou: - Amar diferente. E querer o bem de algum;
trabalhar por esse objetivo, sem cobranas. Exemplo perfeito - o amor de me. Ela se preocupa com
o filho sempre, ainda que seja um mau carter, um pilantra que a desrespeita e no corresponde s
suas expectativas.
Aps breve pausa, Pedro Afonso continuou: - Jesus recomendava que amemos o prximo como
a ns mesmos. A dificuldade em faz-lo est na falta desse referencial. Por exemplo: Quem fuma?
Vrios participantes ergueram o brao.
- Observem como complicado... Se vocs cultivam um vcio que faz muito mal,
comprometendo a sade, bvio que no se amam.
Algum ponderou: - O fumante revela amor por si mesmo, habilitando-se tranquilidade e ao
estmulo que o cigarro proporciona. Eu fico tenso quando no dou umas baforadas.
- No confundamos paixo com amor. Paixo instinto. Busca a satisfao momentnea, sem
cogitaes mais nobres. Amor sentimento. Sua suprema aspirao a felicidade do ser amado.
Como o apaixonado por si mesmo, o fumante no tem nenhuma preocupao com as consequncias.
Por mais que o alertem, no atenta ao fato de que cada cigarro consumido abrevia em onze minutos
sua existncia, conforme estatsticas; ou que se candidata a ter cncer, enfisema pulmonar,
hipertenso, enfarte...
Assemelha-se ao manaco sexual, empolgado pela volpia do estupro. Sequer cogita de que
experimentar a execrao pblica e passar bom tempo na cadeia por aquela fugaz realizao
sexual. Quem se ama faz diferente: procura edificar bom futuro, furtando-se a paixes e vcios que
satisfazem o presente, mas complicam o futuro.
Pedro Afonso cutucou novamente: - Tenho outra pergunta: quem consome bebidas alcolicas?
Ergueu-se uma floresta de braos constrangidos.
Um aluno adiantou: - O cigarro sempre nocivo. Com o lcool no assim, se usado com
moderao. Adoro tomar um copo de vinho, diariamente, sem nenhum prejuzo. Ao contrrio, os
mdicos afirmam que favorece o corao, evitando obstrues nas artrias.
- Voc est certo. Entretanto, h uma questo de princpios. Cada garrafa de bebida que
adquirimos ajuda a sustentar a indstria que mata mais gente e destri mais lares do que uma guerra.
O seareiro de Jesus no deve fazer isso.
O grupo ouve, atnito, aquelas inusitadas ponderaes.
- Vamos adiante. Amar o semelhante, como ensinava Jesus, querer o seu bem-estar, tanto
quanto queremos o nosso. O que vocs se propem a fazer nesse sentido?
permanece imensa...
I)o tamanho do Mundo!
INSTRUES AOS SEAREIROS
Mateus, captulo 10 Lucas, 10:5-6
A divulgao da Boa Nova pedia empenho de muitos.
Aps meses de preparo, Jesus considerou que chegara o momento de convocar os seareiros.
Inicialmente, os doze discpulos que compunham o colgio apostlico.
Breve haveria mais algumas dezenas.
Setenta, segundo o evangelista Lucas.
Imperioso que a mensagem ultrapassasse as fronteiras da Galilia, derramando-se, em
princpio, por toda a Palestina; depois, alm fronteiras, sobre todos os pases.
Tanto aos apstolos, em princpio, quanto aos demais seareiros depois, Jesus instruiu como
deveriam proceder nas pregaes, nas viagens, no relacionamento com as pessoas, na obteno dos
meios de subsistncia...
Orientavam a atividade de um grupo que enfrentaria dificuldades variadas, principalmente a
discriminao, a perseguio, a agresso de adversrios impermeveis s novas idias.
So especficas, mas h algo delas que serve para o nosso cotidiano.
Alguns exemplos: Ao entrardes numa casa, dizei: A paz seja nesta casa.
Se a casa for digna, desa sobre ela a vossa paz; se no for digna, torne para vs a vossa
paz.
Seria estranho em nossa cultura, distante dos tempos apostlicos, proclamar, alto e bom som: A paz esteja nesta casa!
Soaria solene e pretensioso, recendendo fanatismo.
- Valha-nos Deus! Chegou o profeta!
No entanto, podemos faz-lo em pensamento, como uma manifestao de boa vontade em favor
daqueles que ali vivem ou desenvolvem alguma atividade.
Se o ambiente no estiver bom; se as pessoas guardarem algo contra ns, nossa boa disposio
neutralizar vibraes negativas.
A assimilao depende sempre da sintonia, determinada por nossa atitude mental.
No h influncia nociva que afete algum que, do fundo dalma, deseja paz queles de
quem se aproxima.
Eu vos envio como ovelhas ao meio cie lobos.
Portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas.
H sempre algo de fera, a agressividade instintiva, no comportamento humano.
Da vivermos s voltas com problemas de relacionamento.
Valiosa, pois, essa orientao, envolvendo dois cuidados: Prudncia A maior parte dos nossos
problemas surge a partir de certa impulsividade, que nos leva a agir sem cogitar dos resultados de
nossas aes, algo tpico da agressividade humana.
Fazemos primeiro; depois pensamos.
Na festa de seu casamento o noivo desentendeu-se com um convidado.
Transtornado, apanhou um revlver e atirou nele. Atingiu uma senhora, que veio a falecer.
O dia que deveria ser lembrado como dos mais felizes ficou marcado como o mais negro -
A Vida que circula em nossas veias, quando nosso crebro povoa-se de ideais e o nosso
corao pulsa ao ritmo do Bem.
PAES E PEIXES
M cite us. 14:13-21 Marcos, 6:30-44 Lucas, 9:10-17 Joo, 6:1-14
Passaram-se semanas, envolvendo viagens dos apstolos que, segundo as orientaes de Jesus,
divulgavam a Boa Nova, curavam enfermidades c expulsavam Espritos impuros.
Seus feitos no foram registrados pelos evangelistas. Eram meros coadjuvantes naquela gloriosa
histria de amor entre o missionrio divino e a Humanidade.
Retornando a Cafarnaum, reuniram-se com Jesus para contar-lhe suas experincias e receber
novas instrues. Tinham muito a dizer e ouvir.
Pretendendo reunio reservada, Jesus retirou-se com eles para regio pouco habitada, perto de
dez quilmetros a noroeste de Betsaida.
Seguiram de barco pelas guas tranquilas, a alguma distncia da praia.
No obstante, as pessoas seguiam por terra.
A notcia se espalhava; mais gente surgia a cada momento.
Quando desembarcaram estava diante deles uma multido.
Perto de cinco mil homens, conforme estimativa dos evangelistas.
Muita gente, principalmente se considerarmos o tamanho das cidades na Galilia. Algumas no
passavam de aldeias, com poucas centenas de habitantes.
A afluncia, contudo, se justificava.
Jesus era o taumaturgo, o fazedor de milagres.
Ningum mais disposto a viajar at os confins do Mundo, que o doente portador de mal
insidioso, se lhe acenarem com as perspectivas de cura.
Natural que viesse gente de todas as regies; gente que, ontem como hoje, vai longe para afastar
males que voltam sempre...
Assim ser, at que todos nos disponhamos a jornada diferente, muito mais proveitosa: em
nosso universo ntimo, buscando o autoconhecimento em empenho de renovao.
Conforme demonstra a Doutrina Esprita, nossos males so decorrentes de mazelas e viciaes.
So sustentados pelo mal que existe em nossos coraes.
Compadecendo-se, Jesus adiou a conversa com os discpulos e, em pleno campo, como tanto
apreciava, atendeu multido.
Socorreu, durante horas, necessitados de todos os matizes, curando-os de seus males.
Sobretudo, ofereceu-lhes as bnos da palavra, orientando-os para uma existncia mais
produtiva e tranquila.
A tarde os discpulos lhe disseram: - Este lugar deserto e a hora est avanada; despede as
multides para que, indo s aldeias, possam comprar seus alimentos.
Respondeu Jesus: - No precisam ir; dai-lhes vs de comer.
Os discpulos assustaram-se.
- No temos aqui seno cinco pes e dois peixes.
O Mestre no se perturbou.
Recomendou que dividissem a multido em grupos de cinquenta pessoas.
Sentassem todos na relva mida que crescia naquela poca do ano.
A diviso em grupos facilitava a distribuio e favoreceu aos evangelistas o levantamento de
quantas pessoas estavam presentes.
Jesus tomou os cinco pes e os dois peixes e, erguendo o olhar para o Cu, rendeu graas a
Deus.
Partindo os pes, entregava-os aos discpulos, juntamente com os peixes, para que fossem
distribudos...
Eles espantavam-se: Quanto mais distribuam, mais pes e peixes surgiam!
povo saciou-se vontade.
Ao terminarem, restou alimento suficiente para encher doze cestos.
Este episdio to incrvel que parece fantasia.
H quem o situe como uma das muitas parbolas de Jesus, a demonstrar que Deus sempre envia
o sustento para os filhos que apelam para sua misericrdia.
Atestando sua autenticidade temos o fato de que foi relatado pelos quatro evangelistas.
Dois deles, Joo e Mateus, estiveram presentes.
Noutra passagem, Mateus e Marcos reportam-se segunda multiplicao de pes e peixes,
quando foram alimentadas quatro mil pessoas.
Provvel tenham ocorrido outros, no registrados...
Jesus ratificava seus extraordinrios poderes.
Como explicar o prodgio?
A f ingnua o situar como milagre, insondvel interveno divina.
Melhor, como ensina a Doutrina Esprita, exercitar a f racional, buscando respostas.
H vrias possibilidades: Hipnose.
Jesus teria sugestionado as pessoas presentes, sustentando alucinao coletiva.
Esta hiptese no resiste ao fato de que, aps a distribuio, os discpulos colheram doze cestos
de pes e peixes, algo objetivo e palpvel que no se acomoda nos estreitos limites da sugesto
hipntica.
Transporte.
Fenmeno em que seres e coisas podem ser transferidos de um local para outro, como nas casas
mal assombradas, bombardeadas por chuvas de pedras, sem que se vejam os autores da proeza.
Jesus teria retirado considervel quantidade de pes e peixes de casas ou estabelecimentos
comerciais.
Esbarramos num problema tico.
No seria honesto surripiar tanto alimento, algo incompatvel com a moral evanglica.
Transmutao.
Os prepostos espirituais de Jesus, atendendo s suas determinaes, transubstanciaram a
matria, retirando da Natureza os componentes necessrios para produzir pes e peixes.
Ideoplastia.
O pensamento uma forma de energia gerada pela mente.
Controlada e dirigida, assume formas variadas.
Se um grupo de pessoas concentrar-se. imaginando pes e peixes, um vidente os enxergar.
Se ali estiverem mdiuns de efeitos fsicos, oferecendo suporte para o fenmeno, o alimento
poder tornar-se visvel, palpvel e consumvel.
Esta nos parece a hiptese que melhor explica o fenmeno produzido por Jesus.
- Bela fantasia! - proclamar o leitor.
Para ns, sem dvida.
Para um Esprito superior, preposto de Deus, como Jesus, algo perfeitamente vivel.
Estamos to longe de faz-lo quanto viajar para outra galxia.
SOBRE AS AGUAS
Mateus, 14:24-33 Marcos, 6:47-51 Joo, 6:16-21
A multido, empolgada com a multiplicao dos pes, queria coroar Jesus rei dos judeus.
O Mestre, prudentemente, aps recomendar aos discpulos que tomassem o barco e partissem,
afastou-se subindo um monte, nas proximidades.
A iniciativa no surpreendeu os companheiros.
Ele estimava a soledade.
H dois tipos: Solido vazia.
O homem em conflito ntimo, incapaz de relacionar-se com o semelhante...
Solido dadivosa.
O homem que se recolhe para falar com Deus.
Era o que Jesus fazia.
Nesse contato ntimo com o Criador, nos domnios do corao, marcado pela prece e a
meditao, buscava: Alento para os mais duros testemunhos...
Poder para os mais notveis prodgios...
Inspirao para os mais sublimes discursos...
Embora houvesse recomendado que partissem, os discpulos o esperaram por algum tempo.
Ao escurecer resolveram ir, imaginando que o Mestre os seguiria pela praia.
Soprava vento forte.
O barco movia-se com lentido.
Na quarta viglia da noite no haviam avanado mais que vinte e cinco a trinta estdios.
freqente, nos textos evanglicos, a expresso viglia, para definir em que parte da noite deuse determinada ocorrncia.
Vem de uma disciplina militar romana - a troca de sentinela.
O perodo noturno era dividido em quatro viglias: Tarde, das 18 s 21 horas; Canto do gato,
das 24 s 3 horas.
Manh, das 3 s 6 horas.
Quanto ao estdio, era medida grega, correspondente a cento e oitenta e cinco metros.
Isto posto, conclumos que. por volta de trs da madrugada, o barco avanara perto de cinco
quilmetros.
Lutando contra o vento, os apstolos perceberam um vulto ao longe.
Incrvel! Algum a andar sobre as guas!
Um fantasma!...
Ficaram apavorados!
Ontem, como hoje. os Espritos inspiram medo. Maior foi o susto ao ouvirem uma voz.
O fantasma lhes falava!
Pior! Aproximava-se do barco!
Paralisados pelo medo, fizeram o que as pessoas costumam fazer em semelhante situao:
Puseram-se a gritar, a plenos pulmes!
Em breves instantes, o medo virou espanto.
Era Jesus!
Caminhava sobre as guas, como quem pisa terra firme.
atrasada ao culto?
- E que dependo da barca para atravessar o rio. Costuma demorar. O que devo fazer?
- Tenha f! Ore. Pea inspirao ao Cu para superar essa dificuldade.
Nas semanas seguintes no houve problema.
Ela chegava cedo, at com boa antecedncia.
O sacerdote ficou curioso: - Como resolveu o problema?
- Segui suas instrues. Exercitei a f e pude dispensar a barca. Atravesso o rio caminhando
sobre as guas.
Ele considerou, com seus botes: "Se simples aprendiz capaz, tambm o farei." Foram ao rio.
A sua frente, a jovem seguiu, tranquila, levitando. Cuidadoso, ele ergueu a batina at os joelhos
e iniciou a travessia.
No primeiro passo afundou.
- No consigo! - gritou.
Ela, olhando para trs: - Faltou f, padre.
- Como sabe?
- O senhor ficou com medo de molhar a batina.
Esta anedota enfatiza a importncia da f.
Simo Pedro desejou ardentemente ir ao encontro de Jesus.
Acreditou que se o Mestre ordenasse, poderia andar sobre as guas.
Saiu do barco, deu alguns passos, mas teve medo.
A partir desse momento comeou a afundar.
Observamos que a ligao com Jesus envolvia seus sentimentos.
Confiando, pde ser amparado.
Ao vacilar, temeroso, perdeu a sustentao.
Aos primeiros contatos com a mensagem crist, ficamos empolgados.
Animamo-nos.
Desejamos, ardentemente, ir ao encontro do Cristo. Almejamos a integrao nos servios do
Evangelho.
algo sublime, indescritvel!
como se flutussemos sobre as misrias humanas. Todavia, o entusiasmo fugaz.
Passadas as primeiras emoes, ao peso de nossas prprias fragilidades, vacilamos, perdemos
o estmulo, o entusiasmo, e afundamos no oceano de nossas contradies e desenganos...
E que seria de ns, se mltiplas vezes o Cristo no nos tivesse erguido, oferecendo-nos
renovadas oportunidades de ir ao seu encontro, com o amparo de seus mensageiros?
Aps tais crises, quando tomamos conscincia de nossa fragilidade, geralmente nos sentimos
envergonhados.
E se prestarmos ateno ao que vai em nossa conscincia, perceberemos, claramente, Jesus a
nos a dizer, na acstica d'alma: -Ah! homem de pouca f!
Mais um pouco e o grupo estaria de retorno a Cafarnaum, completando nova etapa, no
desdobramento da gloriosa misso de Jesus.
Ela se estenderia, ainda, por vrios meses, at a jornada final em Jerusalm.
Ento o Mestre daria gloriosos testemunhos daquela f viva, que se sobrepe s fragilidades
humanas para a edificao do Reino de Deus.
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Tua f te salvou
O MAIS IMPORTANTE
O SERVO DO CENTURIAO
TAFOFOBIA
A DUVIDA DE JOAO
O PERDO DOS PECADOS
A PRESENA FEMININA
AS PARABOLAS
PARENTELA
ANTE A TEMPESTADE
A MORTE DOS PORCOS
A CURA PELA FE
OS SERVIOS DA SEARA
INSTRUES AOS SEAREIROS
PAES E PEIXES
SOBRE AS AGUAS
Table of Contents
Tua f te salvou
O MAIS IMPORTANTE
O SERVO DO CENTURIAO
TAFOFOBIA
A DUVIDA DE JOAO
O PERDO DOS PECADOS
A PRESENA FEMININA
AS PARABOLAS
PARENTELA
ANTE A TEMPESTADE
A MORTE DOS PORCOS
A CURA PELA FE
OS SERVIOS DA SEARA
INSTRUES AOS SEAREIROS
PAES E PEIXES
SOBRE AS AGUAS