A Descrição Do Caráter - Técnica Da Astrocaracterologia
A Descrição Do Caráter - Técnica Da Astrocaracterologia
A Descrição Do Caráter - Técnica Da Astrocaracterologia
DE
ASTROCARACTEROLOGIA
Tratado de
Astrocaracterologia
Sob a direo de OLAVO DE CARVALHO
com a colaborao de ANA MARIA SANTOS PEIXOTO
CLAUDETTE ALVES DUCATI DANIELA DE ALBUQUERQUE LIMA
DIDIER EDNA LCIA D. TIKERPE EDMILSON CARVALHO
BARBOSA JOEL NUNES DOS SANTOS LCIA DE FTIMA
JUNQUEIRA LUCIANE AMATO MARIA CRISTINA FAGUNDES
MARIA ELISA ORTENBLAD MARIA FREIRE CAMPELLO MERI
ANGLICA HARAKAVA MNICA HORTA SNIA MARIA DE
CASTRO RAMN VIVIAN H. SMITH
VOL. V
A Descrio do Carter:
Tcnica da
Astrocaracterologia
T. 1
PARTE ANALTICA
RIO DE JANEIRO
ASTROSCIENTIA EDITORA
1995
NOTA PRVIA
A Descrio do Carter:
Tcnica da
Astrocaracterologia
T. 1
PARTE ANALTICA
Casa I
Refere-se auto-imagem, aparncia fsica do
indivduo, imediata e visvel (seus gestos,
expresso facial, etc.). o conjunto esquemtico
do que o indivduo v e compreende sobre si
mesmo sem intermedirios, a auto-imagem
arquitetnica.
SOL
Inteligncia Intuitiva Autnoma
O primeiro dado seguro obtido pelo sujeito
sobre
ele
mesmo.
Sua
prpria
imagem
contemplada no espelho, ou simplesmente
pensada, bvia e inquestionvel.
Seu conhecimento sobre si prprio lhe parece
to natural que tem a impresso de se conhecer
h longo tempo. Sendo transparente aos seus
prprios olhos, acha-se transparente aos demais e
considera inverossmil algum ser muito diferente
dele.
Faz parte de sua natureza no se preocupar de
imediato com saber se agrada ou no ao outro. Ele
se auto-refere o tempo todo, nunca estranhando
seu prprio comportamento, utilizando-o como
modelo pelo qual capta o comportamento dos
outros.
Sua
biografia
e
os
papis
que
desempenhou funcionam como a chave da sua
compreenso do mundo, como se no existissem
outros papis concebveis, como se sua prpria
existncia
uma
como
que
banalidade
superior,os
mais
simples
temas
da
humanidade comum. a dificuldade em
agarrar essa intensa banalidade sem a diluir
nas cores cinzentas da vulgaridade que
constitui-se o ato de fazer-se, de tornar-se
pessoa. Pois a pessoa chamada a atingir o
extraordinrio no prprio centro da vida
cotidiana. Esse extreordinrio no a separa,
porque toda a pessoa chamada para coisas
extraordinrias. Como escreveu Kierkegaard,
ele que, no entanto, por vezes foi atrado pela
tentao
do
extremo:
O
homem
verdadeiramente fora do comum o homem
verdadeiramente comum. Entretanto, por ter
destruido o ser transcendental e a existncia
quotidiana, o homem foi indefinidamente
recusando tudo, o omundo, todas as foras que
enrazam o indivduo, reservadas ento a
manter uma relao solitria e paradoxal com
o Absoluto. Quem se recusa a escutar esse
apelo feito pela pessoa e a comprometer-se na
experincia duma vida pesoal, perde o seu
sentido como se perde a sensibildade dum
orgo que j no funciona".
Por isso, voc se v como o modelo ideal da
imagem do mundo e cr ser merecedor de
toda a ateno. Para voc, o mundo um
imenso palco onde a cada momento a sua
personagem solicitada a se expor. A sua
referncia mais espontnea a sua prpria
pessoa: sua biografia e todos os papis que
voc desempenhou so a "chave do mundo".
Por isso, pode haver uma completa ausncia
de questionamento da sua parte sobre a
prpria imagem, sobre tudo aquilo que voc
considera ser, e voc pode acabar nunca
estranhando o seu prprio comportamento.
Alis, voc se v com potencial para um
SATURNO
O indivduo estranha sua prpria aparncia
fsica, tem uma vivncia de seu prprio eu
aparente
como uma
coisa evanescente,
insubstancial. Atribui aos outros rostos uma
familiaridade, uma naturalidade que no
percebe no seu prprio.
Tem uma conscincia aguda de que sua
expresso se modifica conforme o papel que
desempenha, e sente-se, por isto, um ator. O
jogo das mscaras se torna de vital importncia
quando tem de se apresentar socialmente.
Substitui
a
sinceridade
individual
pelo
fingimento ( que, aprimorado, se torna uma
Chevalier.
JPITER
Percebe a cada momento o que pode ser e o
que quer ser. Gera uma figura para si e torna-se
o que deseja. Contorna a exigncia de
autocrtica, e, portanto, nunca tem problemas
com a auto-imagem, que plstica; ela no
vivida
como
uma
identidade
definitiva,
limitante, um personagem que o indivduo tenha
de carregar, mas sim como uma espcie de
massa plstica com a qual ele pode fazer o que
quiser, que lhe parea uma expresso e um
resultado do exerccio de sua liberdade. No
finge, mas cria.
Hermann
MARTE
Est sempre se mexendo para permanecer
exatamente do mesmo jeito que est este
movimento externo para evitar o movimento
interno; gostaria de estar tranquilo com a sua
auto-imagem, e fica ento sensvel a qualquer
ameaa nesta rea. Esta atividade se exterioriza
imediatamente
e visvel aos outros,
transparece na sua imagem. Reage exterior e
fisicamente
s
informaes
que
trazem
novidades sobre a auto-imagem, rejeitando
qualquer aluso, provocao ou ofensa a ela.
Desenvolve esquemas defensivos com relao
sua auto-imagem: incomodando os outros, o
meio-ambiente,
para
no
ser
afetado
interiormente; reagindo no sentido de manter
superficial o contato com as pessoas ou
mudando constantemente sua imagem externa,
para no mudar a interna.
Marte e Jpiter na I revelam uma certa
resistncia instintiva a qualquer auto-exame;
Jpiter, porque alimenta uma identificao
dogmtica com a imagem que deseja projetar a
cada instante; Marte, porque provoca um forte
sentido de incomodidade ante qualquer reflexo
que possa alterar seu estado interno, e porque
tende a preservar a homeostase.
SNTESE
VNUS
Guarda na memria mais imagens de si mesmo
que qualquer outra pessoa. Recorda-se de sua
postura e pode imagin-la numa infinidade de
papis possveis para serem utilizados de modo
proveitoso em situaes futuras. Controla sua
auto-imagem procurando sempre otimiz-la e
interpretando
as
crticas
favoravelmente.
Adapta-se ao que o momento impe, captando o
melhor papel para atender ao que queira
mostrar ao outro. Tem uma naturalidade
plstica. Imagina que sua presena sempre
melhor do que realmente pode ser, o que na
maior parte dos casos realmente resulta numa
melhora da imagem. Imaginao harmnica de
si mesmo.
Por isso mesmo, toda quebra da auto-imagem,
ainda que rara, de uma gravidade mpar,
quando acontece, porque o indivduo no sabe
lidar com o que lhe parea definitivamente
negativo, isto , no assimilvel a uma imagem
positiva. Toda fantasia uma defesa contra a
desiluso, de modo que, quando a desiluso se
instala, que a fantasia j nada mais pode
LUA
O comportamento exterior continuamente
alterado por mudanas na auto-imagem, as
quais, por sua vez, derivam de estmulos
fortuitos, como por exemplo os altos e baixos do
tnus corporal, as mudanas da atmosfera, o
decrscimo acidental do calor humano nesta ou
naquela relao, etc. O componente emocional
da conduta do indivduo salta aos olhos:
evidente e atua sobre os outros como um m,
mobilizando-os. Sua sensibilidade e abertura a
estmulos externos visvel na sua aparncia
fsica. A alterao de sua auto-imagem muda o
seu sentimento e sua motivao. Avalia e julga
valorativamente sua imagem a todo instante,
mas no sob a forma de juzos explcitos (como
Casa II
Refere-se ao conhecimento do real, do mundo
fsico, dos dados sensveis presentes (formas,
cores, cheiros, sons, pesos, tamanhos, texturas,
sabores, etc.). Confronto do indivduo com o que
o cerca. O mundo dos objetos inclui o prprio
corpo, no enquanto imagem (Casa I) e sim
enquanto densidade, peso, fora e tenso.
SOL
Inteligncia Intuitiva Realista
O Sol nesta posio representa a relao do eu
com o mundo das coisas, onde o outro como
pessoa est excludo. O centro intuitivo a
circunstncia, o indivduo vive no mundo das
coisas (formas, sons, pesos, gostos, odores,
densidade, clareza, definio da forma, etc.),
tendo habilidade para melhor avaliar a matria.
Ele se auto-refere pelo ambiente fsico. o
homem entre as coisas. Ele confia no
testemunho dos seus sentidos. Intuio sensvel.
A percepo sensvel em geral, entretanto, por
sua natureza limitada e curta, acaba logo, por
isso este indivduo encara a realidade como
limitao.
Inteligncia
que
contempla
e
descreve.
natural que este indivduo perante todas as
situaes humanas procure olh-las com uma
espcie
de
disposio
contemplativo-
arquitetnica,
captando-as
como
quadros
estticos onde tudo est do jeito que est.
Compreende o fato consumado, e tende a ter
uma viso esttica da realidade no momento em
que a percebe. realista porque se adapta ao
estado das coisas, mas tem a impresso de que
nunca age, propriamente, mas s responde ao
estado de coisas, por isto no se sente como o
agente criador por mais ativo que seja. Ele se v
como observador, ainda que seja o agente.
Aptido para a solido.
O senso de que um objeto tem consistncia
prpria e independente da subjetividade
humana comum nesta posio, e este
indivduo tem, portanto, uma noo corporal
mais clara de suas possibilidades diante do
objeto do que em geral tm as outras pessoas.
V o mundo ( objeto ) como mais real do que ele
mesmo ( sujeito ). Precisa viver a experincia
concreta da forma mais sensorial possvel para
intuir, por isso sua memria carregada de
dados sensoriais.
SNTESE
Intui primordialmente e toma como modelo de
toda percepo da realidade o quadro total da
situao corporal estabelecida no momento.
EXEMPLOS
Immanuel Kant, Benjamin Disraeli, Karl Marx,
Gustave Flaubert, Mark Twain, Oscar Wilde,
Andr Gide, Charles de Gaule, Simone de
Beauvoir.
SATURNO
O mundo
sentido como irreal, fugaz. As
sensaes so evanescentes. A razo do
indivduo, mal recebe uma informao sensvel,
tende a critic-la, compar-la com outra, avalila e para isso precisa afastar-se do dado intudo
e recorrer memria de outros dados.
Problematiza e paralisa sua experincia sensvel,
o dado sensvel gera espanto, perplexidade e
medo. Surge ento, a dvida consciente ou
inconsciente sobre a existncia do mundo
exterior. como se a pessoa tivesse um
buraco nos sentidos, como se o mundo se
esfarelasse nas suas mos. As coisas fsicas so
sentidas como eminentemente destrutveis,
ento a propriedade sobre as coisas do mundo
fsico vivenciada como relativa, questionvel.
O indivduo sente-se sem poder sobre o mundo
real que o cerca, nunca sabe com exatido o
qu e o quanto possui, o que e o quanto pode.
Sente-se pobre por mais rico que seja de
fato. Conscincia da perecibilidade das coisas.
Frustrao na posse de algo que o distancia da
experincia prazerosa. Aos outros parece poduro ou exageradamente desapegado ( egoismo
invertido ), ou alternadamente uma coisa e
outra. A quantidade a forma mais rudimentar
de racionalidade, pois pode-se dar nmero ao
que no tem sequer nome; por isto, d um certo
alvio a este indivduo saber o valor numrico
( preos, tamanhos, etc. ) das coisas do mundo
real, substituindo o sendo direto das coisas
( denegado pela crtica ) por um senso de
domnio racional-esquemtico das relaes
entre elas.
JPITER
Tranquilidade e confiana em relao ao mundo
fsico que o cerca, visto como um repertrio
inesgotvel de bens e possibilidades. Logo,
confiana nos prprios recursos e estabilidade
material. Otimismo no sentido de confiar que a
situao presente sempre oferecer base sua
ao. No se deixa abater completamente por
uma situao material desconfortvel ou
desfavorvel, acreditando sempre poder imporse a tais situaes de maneira a buscar
espontaneamente um contexto mais confortvel
e agradvel aos sentidos. Confia na vida, o
mundo infinitamente rico.
A constatao do fato consumado lhe parece
tranquilizadora, e nunca limitante. Todo fato
consumado uma prova da realidade e
consistncia do mundo, logo um motivo de
confiana.
SNTESE
Age como se tivesse o poder de amoldar a
seus propsitos tudo o que afete seu equilbrio
sensorial.
EXEMPLOS
Wolfgang A.
Thomas Mann.
Mozart,
Alexandre
Dumas,
MARTE
Reage prontamente s situaes concretas, j
estabelecidas, captadas pelos sentidos, a
qualquer coisa que ameace o seu bem-estar
sensorial, que o incomode fisicamente ou que
parea, pelo cerco do fato consumado, limitar
suas possibilidades de ao. Tem o senso do
no-esttico, do feio, do incmodo, inadequado,
desagradvel aos sentidos. Em geral, reage
reclamando de qualquer desconforto, difcil de
contentar-se sensorialmente. Ao longo do
tempo, pode tomar providncias para evitar
todos os desagrados (com o auxlio da razo),
cercando-se de prazeres sensoriais. Outra forma
de reao seria a negao das sensaes, o qual
pode tomar seja a forma da renncia, seja a do
desperdcio sacrificial.
SNTESE
Reage de maneira pronta, exteriorizada e
fugaz a qualquer informao que denote uma
mudana no seu equilbrio sensorial.
EXEMPLOS
Leonardo da Vinci, Sta. Teresa de vila, Johan
W. von Goethe, William Blake, Mark Twain,
Arthur Rimbaud, Maurice Ravel.
VNUS
LUA
hipersensvel aos objetos fsicos encarando-os
como extenses de si mesmo: tem apego ou
rejeio
sentimental
aos
objetos
.
Extremamente sensvel vida fsica, que lhe
parece feita de contrastes e alternancias. A
imagem de felicidade e infelicidade que tem
material: conforto, bem estar fsico, ou viceversa. Suas necessidades e carncias tambm
esto colocadas neste ponto. Seu bem estar
depende
que
estas
necessidades
sejam
atendidas
pelas
circunstncias;
tem
a
expectativa de gratificao passiva (por
exemplo, ganhar presentes). muito afetado
emocionalmente pelo que comeu, como dormiu,
etc. O bem estar fsico uma condio para o
bem estar psicolgico. A realidade, as
necessidades bsicas criam uma segurana
emocional. Relao instvel com o mundo real
percebido. feliz quando o mundo lhe supre as
necessidades do momento. A relao com o
mundo material subjetiva. No sabe o que o
satisfaz, embora sempre saiba, a cada
momento, se est satisfeito ou insatisfeito.
SNTESE
Sente como fonte principal de motivao ou
desmotivao qualquer mudana no seu
equilbrio sensorial.
EXEMPLOS
Victor Hugo, Frdric Chopin, Charles Dickens,
Karl Marx, Pierre A. Renoir, Theodore
Roosevelt.
Casa III
Refere-se ao pensamento, ao estabelecimento
de relaes entre as coisas, de maneira a poder
representar uma coisa por outra. todo
processo onde haja um signo e um significado,
transformando a realidade em linguagem.
atravs da linguagem que se constitui uma
realidade independente do sujeito. Intercmbio
entre as coisas, entre o subjetivo e o objetivo.
o mundo da linguagem que vai distinguir o real
(Casa II) do sujeito (Casa I).
SOL
SATURNO
Em criana, aprende a falar muito cedo ou
demasiadamente tarde, sabe muitas palavras e
de repente percebe que no sabe as coisas
JPITER
Autoconfiana
ilimitada
na
sua
prpria
capacidade
de
aprendizagem,
de
fazer
associaes entre idias e conceitos. O sujeito
confia tambm na sua capacidade de comunicar
aos outros o que pensa e aprende, e de
persuadir o interlocutor de qualquer coisa que
queira. No se deixa abater por argumentaes
contrrias s suas, ele mesmo que tem de
sentir-se o autor de suas mudanas de idias.
Quer estar livre para poder pensar o que quiser.
Confia na capacidade de convencer, persuadir,
na eficcia de sua palavra. Esta confiana
espontnea,
dogmtica
e
totalmente
independente de ser fundamentada ou no. A
capacidade intelectual real decidir se essa
autoconfiana resultar em eficcia no aprender
e no falar, ou numa inpcia verbosa.
SNTESE
Age como se tivesse o poder de amoldar a
seus propsitos o curso do raciocnio seu ou
alheio.
EXEMPLOS
Leonardo da Vinci, Sta. Teresa de vila, Arthur
Rimbaud, Claude Debussy, Charles Chaplin,
Adolf Hitler, Ernest Hemingway, Mrio Ferreira
dos Santos.
MARTE
Reage s situaes que apelam ao seu
raciocnio e sua habilidade para estabelecer
relaes, situaes que ameacem a estabilidade
do seu curso atual de pensamento, de suas
referncias mentais do momento. Maneja
rapidamente as palavras, seja como ouvinte e
intrprete, seja com falante.
Tenta pensar o mais rpido possvel para evitar
gasto de energia, impaciente para pensar,
mas por isto mesmo acaba gastando mais
energia do que desejaria. Na conversao, se
antecipa pergunta do outro, concebendo
respostas, quer as emita em voz alta ou no,
mas em todo caso mantendo-as prontas e na
ponta da lngua, ou ento fugindo do assunto
com uma espcie de desinteresse ativo. Quando
quer aprender algo, quer que seja da forma
mais rpida e simples possvel, seu ritmo de
estudo tende a ser espasmdico. Se for um tipo
extrovertido, gostar de polemizar, e poder ter
mesmo um amor ao paradoxo, dizendo o
contrrio do que pensa, para que algum o
conteste; se for introvertido, viver toda essa
polmica de modo interiorizado.
SNTESE
Degas,
Andr
Gide,
VNUS
Aquilo que o indivduo l ou escuta, facilmente
se transforma em imagens. um indivduo que
fala ou pensa de maneira persuasiva, gerando
imagens que ficam retidas na memria. Tem
grande habilidade pictrica ou retrica ou ento
as duas, podendo fazer as pessoas verem
mediante a verossimilhana do exemplo
empregado. O exemplo a arte retrica por
excelncia. Raciocina mediante exemplos. A
extenso da compreenso ser dada pela maior
visibilidade do objeto pensado ou da experincia
em questo. O que fala no tem compromisso
crtico com o real, mas sim com a
verossimilhana nascida da harmonia e da
esttica da relao signo-significado. um
indivduo que afina a palavra com a sensao
requerida, enriquecendo-a, e desta forma se
auto-satisfazendo. Imaginao harmnica da
palavra e da imagem. A capacidade persuasiva
e
plstica
nem
sempre
se
expressar
exteriormente em palavras; mas, interiormente,
ela est sempre operante.
SNTESE
Imagina poder moldar sempre em sentido
proveitoso ou gratificante o curso momentneo
do raciocnio seu ou alheio.
EXEMPLOS
Immanuel Kant, Hans C. Andersen, Franz Liszt,
Karl Marx, Gustave Flaubert, Louis Pasteur,
Emile Zola, Oscar Wilde, Winston Churchill,
Maurice Ravel, Leon Trotsky, Pablo Picasso,
Maurice Chevalier, Charles de Gaule, Simone
de Beauvoir.
LUA
Fala e ouve refletindo apenas o que sente no
momento. profundamente afetado pelo que
ouve ou pelo que l (Este livro mudou minha
vida). O indivduo j se sente alterado pelo que
o outro vai dizer. sensvel ao falar, expressa os
seus sentimentos e sabe chamar ateno para o
que est falando. A expresso verbal uma
maneira de lidar com seus sentimentos,
entretanto, os assuntos, os temas o atraem
conforme o desejo do momento. No que o
indivduo fala, coloca toda a sua energia e se
desgasta emocionalmente. a expresso
sensvel da linguagem centrada no falante. Quer
Casa IV
Refere-se intimidade do sujeito: a imagem do
ritmo interior, a passagem do tempo dentro de
si e a vivncia das emoes. A cada momento
sabe o que est sentindo e com que intensidade
e participao. Anteviso e vivncia dos
temores,
anseios,
desejos,
aspiraes,
atmosfera psicolgica e estados passageiros.
onde h a menor distncia entre os desejos e
seus objetos. a auto-imagem musical. o rio
do tempo e a prpria dissoluo nele. a
impermanncia.
Por se relacionar ao desejo, esta casa fala de
uma falta e do anseio pelo seu preenchimento.
O estado emocional do indivduo dosado pela
relao desejo x possibilidade de gratificao.
SOL
INTELIGNCIA INTUITIVA PSICOLGICA
O mundo que o indivduo intui mais facilmente
o de seus prprios sentimentos. Sempre sabe
se est feliz ou infeliz e naturalmente atua de
modo a atender seus anseios de felicidade.
Encara as outras pessoas como depsitos de
desejos, anseios, como se elas tambm
prestassem
ateno
ao
seu
bem-estar
emocional o tempo todo. O tnus marcado
pela conscincia de infelicidade ou felicidade.
SATURNO
O que aparece para o sujeito como
insubstancial, irreal, ele mesmo enquanto
sujeito desejante, a sua prpria alma (conjunto
de aspiraes, desejos, sentimentos, etc.) O
objeto do desejo escraviza o indivduo e, ao
mesmo tempo, o fato do indivduo desej-lo
que d a esse objeto tanto poder. Se o indivduo
obtm o objeto, o objeto quem tem o poder de
complet-lo; se no o obtm, permanece em
privao.
H uma dialtica de desejo e frustrao, que lhe
torna dolorosa a convivncia com os outros
porque estes no sabem como satisfaz-lo. um
infeliz crnico, quer compreender racionalmente
o estado de desejo, o que impossvel. S o que
se pode compreender racionalmente o
conceito genrico (essncia permanente) deste
ou daquele desejo, no o estado de desejo no
momento real, de vez que o prprio esforo de
com-preenso racional exige distanciamento,
portanto renncia ao desejo.
EXEMPLOS
Frdric Chopin, Maurice Ravel, Ernest
Hemingway, Walt Disney, Jean-Paul Sartre,
Simone de Beauvoir, Judy Garland, Marilyn
Monroe.
JPITER
Tende
a
confiar
imensamente
na
sua
capacidade de atingir a felicidade, de obter o
que deseja, de criar em si mesmo seu prprio
objeto de satisfao. Acredita que a Providncia
o ajudar a realizar seus mais ntimos desejos,
que ele conseguir se impor s circunstncias
externas que poderiam causar-lhe infelicidade.
Por isso, no se deixa abater por frustraes
emocionais, por desejos no realizados. Sentese livre em relao aos prprios desejos, em
decidir realiz-los ou no, mant-los ou faz-los
cessar, num esforo de vontade. Confia na
felicidade final.
SNTESE
Age como se tivesse o poder de amoldar a
seus propsitos seu estado ntimo de
equilbrio. Gratificao-frustrao.
EXEMPLOS
Johan W. von Goethe, Richard Wagner,
Giuseppe Verdi, Edgar Degas, Thomas Hardy,
Friedrich Nietzche, Marcel Proust, Maurice
Chevalier, Charles de Gaule, Walt Disney,
MARTE
Reage a qualquer situao que ameace seu
equilbrio emocional, sua felicidade atual, a
qualquer coisa que possa preencher ou frustrar
um desejo seu. Deseja e rejeita o objeto
externo, simultaneamente.
Necessita mudar o estado psicolgico das
pessoas ntimas, ser comovente e atuar na
prpria intimidade.
Quer satisfazer imediatamente todos os seus
desejos; quer a felicidade j. Se o estado de
desejo se prolonga, fica muito incomodado.
um estado agudo, passando rapidamente da
profunda felicidade para a profunda infelicidade.
Acha que as pessoas no o entendem e
extremamente difcil satisfaz-lo. Tenta fugir de
situaes que lhe possam ser desagradveis
emocionalmente, ou procura resolv-las logo
para no se sentir invadido por elas. A tenso
entre o desejo e a frustrao to grande que o
prprio desejo, ao apresentar-se, j contm o
elemento irritante. A irritao tende a confundirse com a excitao.
SNTESE
Reage de maneira pronta, exteriorizada e
fugaz a qualquer informao que diga respeito
gratificao e frustrao dos desejos.
EXEMPLOS
Louis Pasteur, Emile Zola, Oscar Wilde,
Thomas Mann, Maurice Chevalier, Charles de
Gaule, Walt Disney, Simone de Beauvoir,
Richard Nixon, Gregory Peck.
VNUS
Guarda na memria os estados emocionais
agradveis para poder otimizar suas alteraes
emocionais do dia-a-dia, e projetar uma
felicidade futura. No sente muita necessidade
de agir em resposta aos estados emocionais,
porque tem a facilidade de trabalh-los
imaginativamente, criando uma verso mais
otimista. Completa na imaginao o que lhe
falta para ser feliz. D um fundo de felicidade
passiva que serve de apoio para o indivduo em
todas as situaes. Imaginao harmnica dos
estados emocionais.
Em casos de profunda depresso as imagens de
felicidade desapareceriam e a tristeza tomaria a
forma de uma espcie de conformidade fechada
em si mesma, por ausncia de objeto de desejo.
SNTESE
Imagina poder moldar sempre em sentido
proveitoso ou gratificante o seu estado ntimo,
seja de satisfao ou frustrao.
EXEMPLOS
Victor Hugo, Edouard Manet, Paul Czanne,
Andr Gide.
LUA
O objeto de valorao so os estados
emocionais.
Sentimento
puro,
deseja
intensamente a felicidade. sensvel e procura
um ambiente que lhe proporcione um equilbrio
entre segurana emocional e satisfao, sendo
que a passagem de um estado ao outro
extremamente dolorosa. Busca uma harmonia
ntima,
mas
sente
profundamente
a
impermanncia de seus estados, ao mesmo
tempo que, no abdicando de pequenas
satisfaes, se torna mais instvel ainda. Desejo
de uma ligao emocional profunda. A questo
a impermanncia da felicidade, ora o objeto
desejado pode ser gratificante, ora pode ser
frustrante. Ao contrrio de Marte na IV, em que
gratificao e frustrao tendem a se fundir
num s complexo, tornando dolorosa a prpria
satisfao, Lua na IV alternncia, sem fuso
dos dois momentos.
SNTESE
Sente como fonte principal de motivao ou
desmotivao a gratificao e frustrao dos
desejos.
EXEMPLOS
Johann W. von Goethe, Wolfgang A. Mozart,
Honor de Balzac, Franz Liszt, Emile Zola,
Woodrow Wilson, Jean-Paul Sartre, Simone de
Beauvoir.
Casa V
Representa em todos os casos o conhecimento
que o indivduo tem de todas as suas
possibilidades
de
ao
pessoal
num
determinado momento. Este domnio estreito
ou amplo em cada situao. o que se sabe ou
no se sabe, de fato, do que se pode ou no se
pode fazer a cada momento. o domnio das
situaes que se pode conquistar ou perder. a
conscincia do poder pessoal inerente ao
indivduo.
SOL
realidade
da
experincia
momentnea e no em padres pr-existentes,
responde aos desafios na hora em que estes
acontecem. Aproveita cada momento e se
adequa a cada situao.
SNTESE
Intui primordialmente e toma como modelo de
toda percepo da realidade os desafios sua
capacidade.
EXEMPLOS
Leonardo da Vinci, Wolfgang A. Mozart,
William Blake, Giuseppe Verdi, Theodore
Roosevelt, Henri Matisse, Maurice Ravel,
Richard Nixon.
SATURNO
O que visto como insubstancial para o sujeito
ele mesmo enquanto autor dos seus atos.
Pergunta se ele quem domina as situaes, ou
se dominado por elas; quer saber qual o
segredo para ser vitorioso sobre as situaes da
caracterstico
do
desenvolvimento no ideal desta posio, o
sentimento de incapacidade e inveja (oposio
entre a sua prpria capacidade e a de outro).
Seu esquema adaptativo pode ser: especializarse numa determinada habilidade, protegendo-se
de qualquer possibilidade de fracasso; adotar
uma imagem de incapaz, delegando aos outros
qualquer coisa que o desafie a expressar
alguma
habilidade
ou
competir
compulsivamente (nunca se certificando se a
vitria depende dele prprio ou do fracasso
casual dos adversrios).
APORIA
Impossibilidade
de
constatar
a
prpria
competncia independentemente dos seus atos,
e ao mesmo tempo, no se reconhece
totalmente como autor deles.No posso vencer
sem conhecimento. Mas o conhecimento
recebido de fora. Logo, se venci graas ao
conhecimento, no fui eu que venci. Logo, quem
ganha, perde.
SNTESE
impelido a integrar nos seus esquemas
consolidados ou a amold-los a qualquer
informao que denote um desafio s suas
capacidades.
EXEMPLOS
Wolfgang A. Mozart, Franz Liszt, Thomas
Hardy, Henri Matisse, Winston Churchill,
Georges Bernanos.
JPITER
Confia na prpria capacidade. o criador de
oportunidades. Onde no existe oportunidade, o
indivduo cria alguma. Suas derrotas no o
deixam abatido, pelo contrrio, sente-se
desafiado e aposta mais alto ainda, pois no
tem medo de perder, de fracassar. O senso da
autoconfiana aumentado pelas situaes que
o desafiem a mostrar sua capacidade para si ou
para os outros, o que traz uma auto-satisfao
ativa (em contraste com a auto-satisfao
passiva, que se refere Casa IV).
SNTESE
Age como se tivesse o poder de amoldar a seus
propsitos qualquer desafio sua capacidade.
EXEMPLOS
William Blake, Arthur Koestler.
MARTE
Reatividade em relao aos desafios. Ser
jogador, provar que capaz. O indivduo reage
s provocaes ou desafios demonstrao de
suas habilidades, sua performance numa
VNUS
Guarda na memria as situaes gratificantes
do seu desempenho, seus momentos de vitria.
Enxerga cor-de-rosa as situaes de desafio e
considera que ir venc-las sempre, idealizando
seu prprio desempenho. Capacidade de
improviso imaginativo. Se auto-satisfaz criando
imagens de vitria, sem que necessariamente
Wilson,
Franklin
LUA
Valoriza as situaes de desafio porque acha
que nelas que vai encontrar felicidade. Deseja
a vitria e sente prazer no ato de conquistar as
coisas. O estado emocional determina sua
capacidade de enfrentar os desafios e viceversa. Est feliz ou infeliz conforme o prprio
desempenho, e ao mesmo tempo o desempenho
depende de o indivduo estar feliz ou infeliz.
Alternadamente pode se sentir muito capaz ou
muito incapaz, independentemente dos motivos
objetivos, de modo que a demonstrao efetiva
da capacidade depende de haver uma
Auguste
Matisse,
Maurice
Malraux,
Casa VI
Refere-se integrao do indivduo no meio
circundante, tomado como um todo. a relao
entre os recursos totais e organizados do
indivduo e o conjunto das exigncias que lhe
pesam desde fora. Pode ser descrita como
rendimento no sentido que o termo tem em
Fsica. Tambm pode ser imaginada como um
paralelogramo de foras, ou como equilbrio
ecolgico, ou como balano contbil. Reflete a
elaborao de um sistema que torne a vida
funcional para o indivduo, organizando cada
parte do sistema de maneira a facilitar o
funcionamento do todo, inserido, por sua vez,
numa totalidade ambiente. a relao entre
corpo e mundo, parte e todo, rgo e
organismo, micro e macro.
SOL
SATURNO
Diante de qualquer dado da realidade, ou das
suas prprias aes, o indivduo se pergunta:
Qual a ordem imanente a isto? Qual o
sistema no qual isto se encaixa? Se no tem um
cdigo, no consegue compreender nem agir.
Da mesma forma, se falta uma parte j no
entende o todo. difcil lidar com a
acidentalidade, pois o acidente lhe parece um
fragmento que ele no consegue reinserir no
conjunto. S consegue compreender o todo em
funo das partes, e as partes em funo do
SNTESE
impelido a integrar nos seus esquemas
consolidados ou a amold-los a qualquer
informao que afete seu encaixe no sistema
das exigncias circundantes imediatas.
EXEMPLOS
Gustave Flaubert, Thomas Mann, Henry Miller.
JPITER
Acredita piamente na prpria capacidade de
resolver qualquer problema prtico que se
apresente, com eficincia e rapidez. Resolve
rapidamente qualquer situao de organizao
de vida, no chegando nem a sentir o problema.
como se o indivduo fosse mais rpido que o
problema. O problema no consegue prend-lo,
pois ele j acha logo uma sada, impondo-se
sobre a situao. Como no chega a tensionar
com o problema, buscando espontaneamente a
soluo, as pessoas a quem ele pede auxlio
encontram prazer em ajud-lo, mas, por outro
lado, como parece muito auto-suficiente, as
pessoas no chegam a acreditar realmente que
ele necessita desta ajuda. Cria sua prpria
ordem.
SNTESE
Age como se tivesse o poder de amoldar a
seus propsitos seu encaixe no sistema das
exigncias circundantes imediatas.
EXEMPLOS
George Washington, Gustave Flaubert, Jlio
Verne, Vincent Van Gogh, Mia Farrow.
MARTE
Reage a tudo que possa desestabilizar a ordem
estabelecida para si mesmo, o esquema de
funcionamento de sua vida e rotina. Algo que
saia para fora do lugar estabelecido, ou algo
que falte, para o sistema concebido por ele ficar
completo. Luta contra uma desorganizao, mas
com isso pode desorganizar outras situaes. A
prpria velocidade com que interfere para
vencer
a
desorganizao
gera
mais
desorganizao,
principalmente
porque
o
indivduo ataca com todas as suas foras o
detalhe que o incomoda no momento, sem ter
em vista o desarranjo muito mais vasto que sua
interferncia pode causar.
Age rapidamente para restabelecer a ordem
concebida, na iluso de no se preocupar mais
com isso. Quer tudo funcionando, mas no quer
questionar, pensar sobre esse funcionamento,
motivo pelo qual seu senso de funcionalidade
imediatista e, no fundo, desorganizador. Pode
tambm se encher de regras, para si e para os
outros, no sentido de tornar tudo extremamente
VNUS
Imagina-se totalmente adaptado ao ambiente
imediato (a maneira como dispende a energia
de tempo, como percebe seu prprio ritmo, seu
encaixe no sistema do mundo, e portanto sua
funcionalidade), vendo-se como parte de uma
organizao perfeita e funcional e se autosatisfazendo com isto. Guarda na memria as
vivncias positivas do seu encaixe no mundo.
Completa harmoniosamente todas as formas,
embelezando a vida, o cotidiano. Imaginao
harmnica da sua organicidade.
Se muito deprimido, ou imaginar um total
desencontro entre suas aspiraes e o meioambiente fsico imediato, ou procurar um
ambiente que seja deprimente, encontrando em
LUA
Valoriza a organicidade dos sistemas que o
cercam no dia a dia, buscando um tipo de
organizao de vida que lhe traga felicidade.
sensvel s mudanas que alteram a rotina
Casa VII
Refere-se a apreenso do eu atravs da relao
com o outro, tudo que o indivduo sabe de si a
pretexto de um outro indivduo. Esta Casa toda
projetiva e o outro a referncia. por onde se
conhece
o
especificamente
idntico
e
numericamente diferente. o conjunto das
relaes e sobretudo das expectativas bilaterais:
como espero determinada resposta, ajo de
determinada maneira, mas ao mesmo tempo
minha maneira de agir fundamenta a expectativa
de resposta. o conhecimento por espelhismo, a
definio mtua dos papis, com toda a
constelao de expectativas, direitos e deveres
supostos.
SOL
instantnea,
natural
e
no
problematizada;
captando
intuitivamente
o
sistema de propores entre o seu comportamento
e o do outro e agindo em funo de tal captao,
adaptando-se , seguindo as regras de convivncia
que percebe intuitivamente (compreenso da
bilateralidade no relacionamento humano). Porm,
SATURNO
O indivduo focaliza sua ateno no outro, e
constata perplexo que cada pessoa o v de forma
diferente. Os outros funcionam para este indivduo
como um espelho e com tantas imagens fica difcil
obter uma imagem coerente de si mesmo. Ao
contrrio do indivduo com Sol na VII, que se
adapta instantaneamente pr ou contra a imagem
que os outros fazem dele, a pessoa de Saturno na
VII compara incessantemente as muitas imagens
obtidas ao longo da vida, tentando uma sntese, a
qual inevitavelmente problemtica, o que
dificulta as tomadas de posio momentneas.
Os outros so vistos como reais e o indivduo
mesmo se sente insubstancial, escorregadio. Em
tudo o que faz se sente observado por
espectadores (reais ou imaginrios) e procura
corresponder s diferentes expectativas deles.
Tenta desesperadamente julgar a conduta alheia
para referenciar a sua prpria. Cada vez que
compara seu comportamento ao do outro (ou o de
um indivduo ao de outro), quer extrair uma regra
para explicar seus comportamentos passados, e
preparar os futuros, na tentativa de criar um
cdigo moral e jurdico para si mesmo. Desta
forma, o indivduo, tentando controlar os papis
que vivncia, se sente to insubstancial na
tentativa de agradar a todos, que se torna
vulnervel a que os outros o transformem no que
queiram, grudando nele a mscara que
desejarem.
JPITER
A vontade e o livre-arbtrio do indivduo exercemse no relacionamento com o outro. Sente-se
tranquilo e confiante em relao sua capacidade
MARTE
VNUS
Guarda na memria as situaes favorveis de
relacionamentos bilaterais. Imagina as pessoas
melhores do que so, idealizando-as, e se torna
mais simptico por isso. Equipara o outro a si
mesmo. Projeta uma imagem de beleza em seus
relacionamentos, se auto-satisfazendo com isto, e
LUA
Valoriza o outro, esperando que este lhe satisfaa
os desejos. Por ser profundamente alterado pelo
que os outros fazem, seu estado emocional flutua
de acordo com o humor do parceiro. Deseja ser
Casa VIII
Refere-se ao potencial de ao do indivduo num
momento presente, numa situao que requeira a
ao do sujeito atravs de uma deciso imediata,
de emergncia. um potencial de estimativa e
conjectura. Ao contrrio da Casa II, que se refere
percepo do dado, do fato consumado, como
numa tela exposta, a Casa VIII antecipao,
conhecimento estimativo e quase premonitrio do
potencial imediato contido na situao. No
confundir com Casa XI, que antecipao de
meras possibilidades, e portanto escolha e plano
de futuro. A Casa VIII no implica nenhuma
escolha livre, mas apenas uma deciso imediata,
praticamente forada pela percepo sbita de
uma mudana iminente.
SOL
SATURNO
A perspectiva de mudanas iminentes suscita
neste indivduo toda a sorte de interrogaes que
visam a enquadrar esta situao particular numa
regra geral que seria vlida para todos os casos
similares. Dito de outro modo, o impulso
generalizante da razo acionado pelas situaes
de
emergncia,
que
so
vistas
como
incongruentes e problemticas sempre que no
possam ser reduzidas a meros exemplos de uma
regra geral j conhecida. Como muito improvvel
que algum j conhea de antemo todos os tipos
de situaes de emergncia em que poder
JPITER
Autoconfiana nas horas de perigo, nas grandes
dificuldades, motivada pelo pressentimento de
que, paradoxalmente, as exigncias prementes da
situao aumentam, em vez de diminuir, suas
possibilidades de escolha. No tem medo de
situaes de perigo, de crise, de precipitao de
acontecimentos
sbitos,
pois
confia
ilimitadamente na sua liberdade de ao, da qual
toma conscincia mais aguda justamente nestas
situaes
(permanecendo,
relativamente,
esquecido dela nas situaes corriqueiras e
normais). Por isso, no chega a se abalar com
mudanas no rumo dos acontecimentos, na
configurao da situao presente, e consegue
manter um firme senso do seu poder. mais
eficiente nas situaes de extrema gravidade do
que nos acontecimentos da vida cotidiana.
O pressentimento da morte prxima surge como
uma libertao de todos os entraves da vida
cotidiana e, por isto, como um acrscimo da
potncia pessoal. A disposio de aceitar a morte
acaba funcionando como um instrumento de
salvao nas piores horas.
SNTESE
Age como se tivesse o poder de amoldar a seus
propsitos as mudanas iminentes do estado de
coisas.
EXEMPLOS
Frdric Chopin, Charles Dickens, P. Charles
Baudelaire, Louis Pasteur, Oscar Wilde, Andr
MARTE
Reatividade pura: percepo fcil e respostas
prontas s situaes de emergncia, de perigo, de
dificuldade, e ao mesmo tempo uma extrema
suscetibilidade a estas questes. Precipita a
situao antes que ela acontea.
Reage imediatamente fugindo ou enfrentado a
situao. O importante no ficar como est, no
prolongar a tenso, o perigo. Pode tornar-se
previdente para perigos iminentes. Por no querer
correr risco algum fica sempre alerta; fareja crises,
pressente mudanas. Em geral irrequieto.
SNTESE
Reage de maneira pronta, exteriorizada e fugaz a
qualquer informao que anuncie uma mudana
iminente do estado de coisas.
EXEMPLOS
Hans C. Andersen, Abraham Lincoln, Frdric
Chopin, P. Charles Baudelaire, Auguste Rodin,
Pierre A. Renoir, Theodore Roosevelt, Bertrand
Russell, Albert Einstein, Andr Malraux, John F.
Kennedy, Marilyn Monroe.
VNUS
Completa imaginativamente as transies e
mudanas, suavizando-as e se auto-satisfazendo
com isto. Projeta uma imagem idealizada das
situaes que esto por acontecer, prevendo-as
desta forma.
EXEMPLOS
Ralph W. Emerson, P. Charles Baudelaire, Herman
Hesse, Benito Mussolini, F. Scott Fitzgerald, Mrio
F. dos Santos, Tyrone Power.
LUA
Enfatiza a possibilidade de mudana iminente do
estado de coisas, quer como valor positivo, quer
como negativo. vulnervel captao da
latncia das coisas, que modifica seu estado
interior. movido por esta expectativa. Sente
atrao e temor pelo perigo. Tem avidez de mudar
as coisas pela extrema necessidade de fazer algo
para aliviar a tenso interna no por sentimento
do dever e, em geral, a mudana obtida no
responde expectativa, porque, no fundo o que
importava no era o contedo da mudana
esperada, mas a manuteno do movimento. O
pressentimento do que est para acontecer afeta
continuamente o estado de nimo do indivduo.
Estado de alerta, de ateno para o que vai
acontecer. H o desejo e o temor de que as coisas
aconteam, que se expressa, ora no esforo para
precipitar um desenlace, ora para evit-lo. Tende a
amplificar qualquer sinal de perigo. indefeso
diante dos perigos imaginrios, uma vez que,
precisando deles como estmulo, no fundo no
deseja se livrar deles. Vive numa espcie de
equilbrio instvel entre o temor e a esperana,
como se a continuidade do seu movimento vital
dependesse de no se definir nem por um nem
pelo outro e tambm de no repousar
estaticamente num ponto intermedirio.
SNTESE
Casa IX
Refere-se ao sistema de crenas do indivduo,
captao de verdades gerais, de princpios, de
certezas com as quais possa formar juzos sobre o
mundo que o rodeia. o objetivo e termo final do
pensamento, aquilo que no precisa ser pensado
ou questionado porque j sabido. Cada
pensamento nosso se assenta em juzos
anteriormente
pensados, e que no so
recolocados em questo. A Casa IX o arquivo do
j sabido. Isto no quer dizer que estas crenas
tenham de ser objetivamente verdadeiras, mas
apenas que so tomadas pelo indivduo como
certas e inquestionveis, pelo menos at segunda
ordem.
SOL
SATURNO
O indivduo tenta encontrar verdades definitivas
mas esbarra sempre na distncia que h entre a
verdade lgica, atemporal, e a busca da verdade
pelo indivduo, atravs do pensamento. Por isso,
qualquer coisa que lhe proporcione um sentimento
de certeza imediatamente questionada, o que
cria uma ambiguidade intolervel: quanto mais
cr, mais duvida. Sente-se inseguro quando cr e
duvida das prprias crenas, porque tudo submete
a uma crtica racional, ao mesmo tempo que a
prpria exigncia de crtica racional lhe aparece
como uma incomodidade dolorosa, que desejaria
evitar mas no pode. Necessita de uma crena
racional que possa resistir a qualquer crtica, mas
no h outro meio de fortalecer a crena seno
submet-la continuamente ao teste da crtica, o
que resulta, com desagradvel frequncia, em
constatar sua irracionalidade.
Sente-se impelido a ter certezas, a sentenciar
sobre qualquer coisa, pois s quer acreditar em
coisas definitivas. Entretanto, se cr em algo como
definitivo, no pode pensar sobre isso, questionar.
Se questiona, fica repleto de contradies que no
lhe permitem mais acreditar. Fica com medo de
perder suas convices, de submet-las a uma
prova dialtica, discutindo-as com algum ou
pensando sobre elas, mas ao mesmo tempo a
tenso
intelectual,
intolerveis.
para
evitar
conflitos
APORIA
Uma verdade que, na esfera do contedo eidtico,
eterna e imutvel, tem de ser encontrada
atravs de um pensamento que fugaz e
cambiante. Como encontrar a verdade da idia
atravs da mentira do pensamento. A verdade
verdadeira impensvel, e tudo o que pensvel
no verdadeiro.
Outra formulao: A verdade est no ser; ora, no
pensamos o ser, mas apenas signos. A verdade
escapa, portanto, da esfera do pensamento: a
inatingvel coisa em si kantiana.
SNTESE
impelido a integrar nos seus esquemas
consolidados ou a amold-los a qualquer
informao
que
se
afete
suas
crenas
estabelecidas.
EXEMPLOS
Napoleo Bonaparte, Richard Wagner, Arthur
Rimbaud, Marie Curie, Leon Trotsky, Franklin D.
Roosevelt, F. Scott Fitzgerald, Richard Nixon.
JPITER
Confia plenamente na sua capacidade de formar
seu prprio juzo da realidade, de tirar concluses
a respeito das experincias que tem, de ver a
verdade nas coisas. Tende a colocar-se como um
juiz, como quem olha do alto para as situaes e
sentencia sobre elas. Faz questo de manter sua
liberdade
de
julgamento
em
qualquer
circunstncia. Confia nos prprios valores.
O problema do hiato entre pensamento e verdade
(Saturno na IX) aqui contornado pela percepo
instintiva de que a vontade conhecida
imediatamente, por intuio direta e sem signos;
de que, portanto, o conhecimento da prpria
vontade a raiz e garantia da veracidade das
nossas crenas. Jpiter na IX acompanha a soluo
dada por Schopenhauer impossibilidade do
conhecimento da coisa em si (Saturno na IX):
posso conhecer objetivamente minha prpria
vontade porque conhec-la e cri-la um s ato,
independente
de
representao
(signo).
A
autenticidade de minha vontade o que sustenta
minhas crenas, sem que eu necessite nem de
uma percepo intuitiva da veracidade dos objetos
de crena (Sol na IX), nem de uma prova lgica
que resista a toda crtica (Saturno na IX).
SNTESE
Age como se tivesse o poder de amoldar s suas
crenas todas as informaes.
EXEMPLOS
Mark Twain, Bertrand Russell, Albert Einstein,
Franklin D. Roosevelt, Simone de Beauvoir.
MARTE
O indivduo com esta posio sente-se ameaado
por qualquer coisa que possa abalar seus valores e
crenas; por qualquer expresso de dvida alheia
em relao s coisas em que acredita. Enxerga em
tudo um desafio s suas crenas e valores, e reage
quer
pela
fuga
discusso, quer
pela
VNUS
Guarda na memria imagens e exemplos que
confirmam a verossimilhana de seus juzos,
apagando sistematicamente as recordaes que
assinalem perplexidades e contradies, ou ento
integrando harmoniosamente estas ltimas numa
sntese imaginativa que, novamente, confirma
suas crenas. Completa imaginativamente de
forma plstica e agradvel suas convices,
crenas e ideais morais, idealizando-as. Imagina-se
no certo, se auto-satisfazendo com isso. Considera
irrelevante tudo o que no confirma sua crena.
Imaginao harmnica da credibilidade de suas
crenas.
Em caso de depresso profunda, produz, com a
mesma
facilidade,
imagens
que
do
verossimilhana
s
crenas
adversas.
A
capacidade de persuadir-se a si mesmo grande
em ambos os casos, apenas operando no sentido
do desejo ou contra ele.
SNTESE
Imagina poder moldar sempre em sentido
proveitoso ou gratificante os motivos de
credibilidade
que
sustentam
suas
crenas
estabelecidas.
EXEMPLOS
Napoleo Bonaparte, Friedrich Nietzche, Marie
Curie, Thomas Mann, Andr Malraux, John F.
Kennedy.
LUA
Deseja estar no certo, conseguir um sentido tico,
moral e religioso, ser aprovado por Deus, mas ao
mesmo necessita manter um estado de dvida,
que lhe d um sentimento de estar vivo; de modo
que a necessidade da certeza s vale no sentido
privativo, isto , enquanto a certeza no
encontrada. A certeza precisa ter uma confirmao
afetiva, o que o mesmo que dizer que os juzos
gerais abstratos buscam coincidir com a
experincia concreta da realidade sentida a cada
momento. Como, porm, no existe passagem
direta do geral e necessrio ao particular e
contingente, h sempre uma tenso entre estes
dois polos, e o indivduo com Lua na IX se sente
vivo enquanto vivencia plenamente esta tenso;
de outro lado, esta vivncia seria um sofrimento
intolervel se no se fundasse na esperana de
uma resoluo, a qual, no entanto, deve
permanecer puramente potencial, sem realizar-se
Disraeli,
Oscar
Casa X
Refere-se ao conjunto de funes e lugares sociais
que o indivduo efetivamente ocupa, e que so
definidos pelo poder que outros exercem sobre ele
ou ele sobre os outros. No se trata de obrigaes
de direitos bilaterais, e portanto relativos, como os
da Casa VII, e sim de obrigaes absolutas que o
indivduo tem para com a sociedade toda (e no
para com este ou aquele indivduo ou grupo em
particular), em decorrncia do lugar ou funo que
ocupa. Por exemplo, as obrigaes inerentes a
uma determinada profisso independem de que
outras profisses cumpram suas obrigaes
respectivas: um engenheiro tem o dever absoluto
de ser correto nos clculos, independentemente de
que seu cliente lhe pague ou no. a autoreferncia social a partir da posio do indivduo
no sistema de hierarquia: o poder e a influncia
que emanam da sua funo social (real ou
nominal), os aspectos coercitivos presentes na
relao do indivduo com os outros (pelos papis
que assumiu). Trata-se do exerccio e padecimento
do poder que delegado pela situao histrica,
social ou poltica (e no de um poder inerente s
capacidades do indivduo, como na Casa V). A
funo social efetiva no tem de corresponder
necessariamente ao cargo ou profisso nominal:
um deputado, por exemplo, pode ao mesmo
tempo ser informalmente o lder do seu partido, e
suas obrigaes emanaro ao mesmo tempo de
uma funo e da outra. De outro lado, as
obrigaes de Casa X no se limitam de maneira
SOL
INTELIGNCIA INTUITIVA TOPOLGICA
Mapeia de imediato a situao social. Enxerga os
indivduos em termos de sua localizao na
topografia das relaes, isto , percebe
rapidamente quem manda e quem obedece a
hierarquia e o que convm para que ele prprio
possa se situar com clareza nessa hierarquia, e
buscar nela o lugar que julga conveniente. Olha as
coisas de cima, como se j estivesse no topo do
sistema de poder. Vendo a sociedade de maneira
topogrfica, como se j a conhecesse desde cima,
o indivduo tende a se impor sobre a sociedade,
querendo mold-la por si. Entretanto, se ficar
isolado do meio social, o indivduo no
compreende mais nada, sua inteligncia se apaga,
pois perde a sua referncia natural. Percebe a
dosagem e o equilbrio dos poderes coercitivos em
jogo e se adapta provisoriamente situaes de
poder. No olha os indivduos isolados, e nem
mesmo nas relaes bilaterais, mas procura quase
que instintivamente encaix-los no sistema total
das relaes, para poder enxerg-los melhor.
SNTESE
Intui primordialmente e toma como modelo de
toda percepo da realidade a hierarquia de
poder, tal como pode perceb-la como um todo
desde o lugar que nela ocupa.
EXEMPLOS
SATURNO
A estrutura hierrquica gera estranheza no
indivduo, as relaes de poder aparecem-lhe
como
inverossmeis,
contraditrios
ou
problemticas. Pergunta-se se o indivduo quem
exerce poder sobre a sociedade ou se a
sociedade que faz dele um mero fantoche a seu
servio. De cada experincia que vive, tenta
abstrair uma regra ou lei sociolgica sobre as
relaes de poder. Estranha o poder, a autoridade
e sua prpria posio social, o lugar que ocupa em
relao aos outros. O poder que tem parece-lhe
emprestado e no real. Toma para si o peso da
responsabilidade sobre as questes sociais, e, se
dispe de algum poder, este no lhe parece
totalmente adequado (na quantidade ou na forma)
s responsabilidades que lhe incumbem. Pode ter
uma certa facilidade de captar a estrutura social
como
um
todo,
contanto
que
a
olhe
abstrativamente e sem tentar enxergar, ao mesmo
tempo, seu lugar dentro dela; inversamente, a
conscincia que tem de suas obrigaes
imediatas, definidas por sua funo pessoal, no
lhe parece encaixar-se harmonicamente na
estrutura global. A busca de uma definio precisa
de sua funo pessoal busca que visa a aliviar a
angstia da incerteza quanto s suas obrigaes
pode coloc-lo numa camisa-de-fora, que ele
sentir, depois, como imposta desde fora; a
tentativa de escapar dessa camisa-de-fora o
levar a confundir a luta contra si mesmo com a
informao que se
hierarquia de poder.
refira
ao
seu
lugar
na
EXEMPLOS
Leonardo da Vinci, Victor Hugo, Hans C. Andersen,
Abraham Lincoln, Anatole France, Woodrow
Wilson, Henry Ford, Marcel Proust, Albert Einstein,
Pablo Picasso, Charles Chaplin, Adolf Hitler, Andr
Malraux, J. Guimares Rosa, Albert Camus, John F.
Kennedy.
JPITER
Deseja determinar livremente seu lugar na
sociedade, independentemente de como funciona
o sistema de hierarquias e presses que o
compem. No tem medo da sociedade e confia
na sua capacidade de chegar ao topo dela, de
domin-la ou pelo menos de a obrigar a aceit-lo
tal como ele . Quer ser livre das determinaes
sociais, que ele entende no como um molde ao
qual devesse adaptar-se, mas, ao contrrio, como
mera matria-prima sobre a qual exercer sua
criatividade pessoal. O natural para este indivduo
colocar-se sempre um grau acima dos outros,
quer no sentido de ter mais autoridade quanto no
de no temer qualquer responsabilidade, por
maior que seja (mesmo que, numa avaliao
realstica,
elas
lhe
sejam
objetivamente
superiores). Evitando qualquer exame deprimente
de suas prprias limitaes para este ou aquele
posto, tanto pode evoluir continuamente e tornarse cada vez mais capaz, quanto tornar-se um
satisfeito incompetente. Provavelmente ser visto
pelos outros como capaz de assumir qualquer
responsabilidade.
Confia
na
sua
prpria
autoridade, o que s vezes a torna real. Quando
ocupa
uma
posio
subordinada,
acredita
geralmente poder manipular os superiores em
causa prpria e, quando no o consegue, prefere
abandonar o cargo. No entanto, reconhece
facilmente a legitimidade de uma autoridade,
quando esta lhe parece expressar seus prprios
ideais, pois neste caso a obedincia no implica
constrangimento.
SNTESE
Age como se tivesse o poder de amoldar a seus
propsitos o seu lugar na hierarquia de poder.
EXEMPLOS
Franz Schubert, Honor de Balzac, Victor Hugo,
Auguste Rodin, Pierre A. Renoir, Henri Matisse,
Pablo Picasso, Andr Malraux.
MARTE
O indivduo com esta posio sensvel a
situaes onde sinta sua posio, dentro de
determinada hierarquia social, ameaada, seja de
cima (por uma autoridade coatora), ou de baixo
(por um subordinado rebelde).
Reage querendo derrubar aquele que exerce
poder sobre ele, porque extremamente
incmodo obedecer, e mais incmodo ainda
refletir para definir com preciso os deveres que
sua posio determina. Sendo hipersensvel em
questes de mando e obedincia, enerva-se
facilmente quando essas questes se tornam
complexas, e procurar resolv-las de maneira
sumria, o que pode significar tanto o exerccio de
um comando autoritrio, quanto uma exploso de
rebeldia, ou ainda a retirada brusca e sem
VNUS
Guarda na memria o conjunto dos papis,
funes e relaes sociais que observou nas
diferentes pessoas e situaes durante a vida e
que, a cada momento, constelam para este
indivduo um sistema mais ou menos completo e
coerente, no qual ele se orienta segundo cdigos
facilmente operveis. Concebe harmoniosamente
o conjunto social e nele se integra, idealizando sua
posio social e utilizando esta idealizao como
uma forma de progressivamente dar realidade ao
papel que deseja desempenhar. A sociedade em
que vive aparece para este indivduo como um
leque de cartas de baralho no qual se pode
sempre escolher o mais conveniente. Como em
todas as posies de Vnus, aqui o wishfulthinking
se torna uma arma na luta pela vida, conservando
LUA
extremamente sensvel a sua prpria posio na
socie-dade humana e seu estado de nimo
profundamente alterado por esta. A felicidade
depender do lugar que ocupa na hierarquia de
poder, mas, como sempre nas posies da Lua,
aqui o que interessa no o contedo do bem em
e
assim
por
diante
interminavelmente. isto o que explica que, na
casa onde est a Lua, a intensidade do desejo
possa coexistir com estranha passividade ou
omisso no sentido de esforos reais para atendlo: o esforo traz o desejo para a esfera do
confronto com a realidade e, por isto mesmo, o
esfria: da que o desejo s mantenha sua plena
intensidade enquanto paira nas nuvens da mera
suposio. Por isto, certo dizer que aqui o
indivduo menos deseja conquistar uma certa
posio do que ser nela colocado sem um esforo
prprio demasiado evidente para ele mesmo; se
ele luta para conquistar esta posio, deve faz-lo
Casa XI
Refere-se aos projetos futuros do indivduo, aos
planos de vida, a como ele concebe o prprio
futuro e o que deseja obter da vida em termos de
uma imagem integral do personagem que quer
ser. Trata em termos mais amplos da insero do
indivduo na corrente histrica de sua poca, nos
ideais de sua gerao. Por isso, est ligado ao
desejo de fama, de fazer algo extraordinrio, que
projete o sujeito para alm de si, como
personalidade histrica ou tipo notvel.
Esta Casa est, por isso mesmo, associada aos
modelos e tipos ideais de conduta que orientam e
medem as aes do indivduo; aos dolos que ele
venera e aos mitos a que procura adaptar-se. Est
associada tanto idia de previso quanto a de
planejamento: capacidade de enxergar o
futuro tanto quanto de forj-lo, sendo s vezes
difcil distinguir quando se trata de uma ou outra
destas coisas.
Refere-se tambm a idia de gerao como
pertinncia a um grupo de juventude com o qual
o
indivduo
compartilha,
explcita
ou
implicitamente, ideais e ambies porque com
estes que o indivduo se identifica em relao a
um objetivo de vida parecido. a estratgia, como
domnio do curso das coisas a longo prazo, em
oposio ao domnio ttico da situao imediata
(Casa V).
SOL
INTELIGNCIA INTUITIVA ESTRATGICA
O indivduo v sua vida como um trajeto que
culminar numa apoteose, quando ele alcanar o
que quer ser. Preocupa-se com o seu personagem
e com o qual a figura que ter ao longo do tempo.
Enxergando-se como uma pessoa especial e
importante, tem facilidade de saber como as
pessoas especiais e importantes enxergam o
mundo. V na situao presente o germe do
futuro, tudo em funo de um antes e um
depois. Quanto mais distncia puder tomar do
momento presente, melhor planejar.
Tudo visto por ele num plano muito grande, com
uma perspectiva temporal, por isto s enxerga
claramente as coisas contra esse pano de fundo,
que o que ele pretende realizar, e no no quadro
limitado
situao
mais
imediata.
Sem
perspectivas amplas, nada enxerga. Desde muito
cedo j intui o que quer ser, tem uma noo muito
clara de seus dolos e modelos. Sua conscincia de
vocao aguda e tende a aparecer mais
prematuramente que nos demais.
SNTESE
Intui primordialmente e toma como modelo de
toda percepo da realidade as foras que , no
presente, moldam um futuro de acordo com sua
viso.
EXEMPLOS
George Washington, Thomas Hardy, Friedrich
Nietzche, Guy de Maupassant, Ernest Hemingway,
Gregory Peck, Marilyn Monroe, Mia Farrow.
SATURNO
Para realizar qualquer coisa no futuro, temos de
acreditar que ele possvel e que possumos os
meios, as condies e a fora para realiz-la. Para
acreditar no seu plano, o indivduo tem, de certa
forma, de comear a agir agora como se j fosse
aquele que quer ser. Isto, porm, um fingimento,
que toma por real algo que ainda no real, que
apenas potencial. O futuro no pode ser provado
racionalmente, a priori, pois quem dar essa prova
a ao do indivduo. Somos conduzidos para o
futuro por uma crena mais ou menos cega.
O
indivduo
com
esta
posio
examina
criticamente esta questo de futuro e percebe logo
a distncia entre o que pretende e o que agora.
Na infncia ou na adolescncia essa distncia
enorme e o indivduo no consegue se abstrair
dela, para agir com confiana. Para ele, no basta
crer
numa
fantasia,
ele
quer
provar
matematicamente que ir conseguir o que deseja
e este esforo racional acaba inibindo a crena
necessria para realizar o que quer. Instala-se uma
contradio entre o desejo da planificao racional
e a necessidade da crena irracional que
fundamenta a motivao.
O indivduo
percebe
qualquer
indcio
de
contradio, de incoerncia, nos seus planos de
vida. Ele prprio argumenta contra esses planos,
argumentando que esto muito acima de suas
capacidades ou que, uma vez realizados, no lhe
traro qualquer satisfao real.
Busca modelos muito claros e definidos, mas,
quando os encontra, mede-se com eles e se v
JPITER
O indivduo deseja ter seu futuro totalmente em
aberto para fazer os planos que quiser e mud-los
quantas vezes julgar conveniente, no que no v
nenhuma infidelidade ou incoerncia, mas o
simples exerccio da liberdade de ser seu prprio
guia. Tem facilidade para fazer planos de vida, de
ver qual ser o seu personagem depois de um
certo tempo e se transformar nele, sem que haja
necessidade
de
constantes
medies
e
comparaes, que arriscariam ser paralisantes
(como acontece com Saturno na XI). Tem facilidade
de agir hoje em funo das projees que coloca
Paul
MARTE
O indivduo com esta posio sente-se ameaado
por qualquer oposio ou questionamento a algo
que se est propondo, algo que quer ser ou fazer,
a qualquer coisa que se interponha entre ele e
seus planos.
Reage tentando remover prontamente o obstculo
ao que pretende: tem pressa, urgncia em chegar
ao objetivo proposto. No quer perder tempo com
pensar, negociar, transigir. Quer agir logo,
desencadeando efeitos que o levem at onde
deseja
chegar.
Isto
tanto
poder
faz-lo
abandonar, num repente, projetos longamente
acalentados, mas tambm dar-lhe a capacidade de
adaptar, de improviso, uma situao fortuita,
amoldando-a a seus planos.
VNUS
Guarda na memria as imagens esquemticas de
muitas pessoas vistas (realmente ou em fantasia)
na infncia, e estas imagens esto carregadas de
uma aura de prestgio mgico, que faz delas
emblemas e modelos das possibilidades superiores
do prprio indivduo. Estes modelos so para ele
pessoas notveis, envoltas de FAMA (a fama
uma espcie de repercusso extraordinria, que
amplifica o alcance e significado dos atos
humanos, resgatando-os da mera acidentalidade
emprica), e elas lhe servem, portanto, como
padres para a aferio do prprio estado de sua
vida: ele est a cada momento mais perto ou
mais longe dos modelos idealizados. A imagem
da felicidade perfeita assume o aspecto de uma
vida plenamente significativa, isto , coroada de
importncia, tal como a dos modelos. Como os
ideais de vida so pelo menos esquematicamente
compartilhados com os companheiros de
juventude, a imagem de sua gerao grupo de
LUA
As imagens-modelo referidas em Vnus na XI so
as
mesmas,
porm
aqui
adquirem
uma
ambiguidade e instabilidade que as carrega de
expectativa e dramatismo, de modo que o
indivduo no se entrega ingenuamente confiante
ao culto dessas imagens, mas oscila entre o culto
e a negao. Busca confirmar o mito da gerao,
ao mesmo tempo que o renega como ilusrio, de
Casa XII
Refere-se a relao do indivduo com o espao
indefinidamente grande que rodeia a sua esfera de
vida conhecida, ou mesmo que se prolonga para
muito alm e em torno da esfera reconhecida no
seu meio social. tudo quanto, para ele ou para
seu grupo de referncia, est fora do mundo
conhecido (embora, para outros indivduos ou
grupos, possa ser bastante conhecido e at banal).
um mbito que o indivduo mais pressente e
adivinha do que enxerga. , portanto, tudo o que,
para ele, surge como transcendente, inusitado,
misterioso e incontrolvel. um sistema aberto de
influncias mltiplas e desconhecidas s quais
est submetido, que o determinam, e que ele ter
de ir conhecendo aos poucos. No se deve
esquecer que o contedo desta Casa relativo e
no absoluto: o que para um indivduo
transcendente e misterioso constitui, para outro
(ou para ele mesmo numa poca posterior) a
trama mesma da banalidade cotidiana. Nada,
portanto,
de
atribuir
a
esta
Casa,
mistificatoriamente,
contedos
sempre
espirituais. O que meus vizinhos falam de mim
sem que eu oua, criando em torno de mim uma
atmosfera vagamente malvola que pressinto mas
no logro captar, , sem dvida, Casa XII; e nada
mais banal que uma fofoca de vizinhos. A
astrologia clssica viu isto perfeitamente bem ao
falar de inimigos ocultos: o inimigo oculto no
necessariamente Satans em pessoa, mas pode
ser a quitandeira da esquina. A Casa XII define-se
SOL
Inteligncia Intuitiva Expectante
A inteligncia do indivduo funciona quando ele
est merc de correntes causais que o
ultrapassam infinitamente. Ele pressente essas
correntes e sabe para onde elas o levam. Enxerga
as coisas quando est como uma folha arrastada
pela tempestade. O que est dentro da sua esfera
de atuao cotidiana lhe parece, paradoxalmente,
menos claro e compreensvel do que aquilo que,
vindo de fora dessa esfera, e desde regies
desconhecidas, afeta o curso cotidiano das coisas.
Por isto, este indivduo se sente mais a vontade
intelectualmente quando est solto num espao
ilimitado e inabarcvel do que quando lida com as
coordenadas habituais de uma esfera de ao
mais definida. Ele confia no seu faro para
encontrar uma direo no meio da confuso. Tem
mais facilidade para pressentir as correntes
profundas que desde longe vem se aproximando
do seu barco do que para enxergar a onda prxima
que j o sacode. justamente na confuso que
enxerga melhor. No necessita da ordem, pois a
desordem, o caos, lhe do uma sensao de
inteligibilidade.
SATURNO
Para orientar-se, o indivduo busca em tudo o que
lhe acontece um nexo com o todo maior. Esse nexo
pode ser analgico (buscando semelhanas) ou de
finalidade (se tudo tem uma finalidade, ento, isto
aqui tambm tem). Necessita de coisas que
tenham um sentido, uma finalidade explcita, mas
que ao mesmo tempo o deixem livre para escolher
outras
finalidades.
Entretanto,
to
logo
compreende a ordem presente em algo, ou seja, o
JPITER
O indivduo com esta posio quer permanecer
livre de tudo, sem se comprometer com o mundo.
o desejo de liberdade num sistema aberto, sem
limites, sem direes definidas.
No teme o desconhecido, pelo contrrio, sente-se
vontade, livre, quando se encontra perdido, solto
no mundo, e se abandona cheio de confiana s
mos da Providncia, da sorte. Sente que algo lhe
dir qual a melhor direo. Confia no invisvel.
Identifica
a
liberdade
com
ausncia
de
determinaes, e, como toda deciso sempre
implica o reconhecimento de uma situao
determinada, isto , ao menos parcialmente
fechada, este indivduo poder se esforar para
no ter de decidir, pois a necessidade de deciso
j representa para ele, um constrangimento e uma
decepo. Tem a impresso de que o ato de decidir
rompe a harmonia do todo e no constitui um
exerccio da liberdade: o homem livre no s
MARTE
O indivduo com esta posio sente-se ameaado
por qualquer presso, do ambiente ou das outras
pessoas, que pretenda enquadr-lo em algum
sistema conhecido, defini-lo objetivamente ou
compromet-lo com alguma coisa. O meioambiente
lhe
surge
como
uma
trama
progressivamente apertada, da qual tem de
esforar-se para escapar. O constrangimento
uma ameaa constante, que vem um pouco de
toda parte; o indivduo tem facilidade de sent-lo, e
at de pressent-lo, junto com o total desinteresse
ou incapacidade de identificar sua verdadeira
VNUS
Todo homem sabe que, para alm do seu espao
vital ou crculo de experincia, se estende a regio
LUA
A expectativa esperanosa ou temerosa do
desconhecido toma aqui o aspecto de uma
oscilao, sem projetar-se na imagem esttica de
um outro mundo como em Vnus na XII. H o
desejo e o temor de que causas desconhecidas
alterem, para o bem ou para o mal, o crculo do
mundo conhecido; e a aproximao dessas causas
vivida numa espcie de tateio vacilante. Pela
mesma razo, o desejo de fugir da estreiteza do
mundo conhecido compensado, pendularmente,
pelo desejo de abrigar-se da imensido do
desconhecido, retornando ao crculo da banalidade
diria. Refugiar-se do pequeno no grande ou do
grande no pequeno, conforme um e outro
assumam
temporariamente
o
aspecto
do
desejvel ou do temvel, e conforme a estreiteza