Principio Divino PDF

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1 - PRINCPIO DIVINO

PRINCPIO DIVINO
3a Edio
1994

Reverendo SUN MYUNG MOON

2 - PRINCPIO DIVINO

Introduo Geral
Todos, sem exceo, esto lutando para alcanar a felicidade. O primeiro
passo para atingir esta meta superar a presente infelicidade. Desde
pequenos assuntos individuais at os acontecimentos globais que fazem
histria, tudo so expresses das vidas humanas, em sua luta para alcanar
a felicidade. Como, ento, poder a felicidade ser alcanada?
Toda pessoa se sente feliz quando seu desejo satisfeito. A palavra
desejo, porm, apta a ser mal interpretada. A razo disto que todos
esto agora vivendo em circunstncias que podem levar o desejo para a
direo do mal, em vez da direo do bem. O desejo que resulta em
iniqidade no vem da mente original do homem, isto , o seu ser ntimo,
que se deleita na lei de Deus. O caminho da felicidade alcanado quando
a pessoa supera o desejo que leva para o mal e segue o desejo que procura
o bem. A mente original do homem sabe que o desejo mau levar somente
para a infelicidade e o infortnio. Assim a realidade da vida humana; o
homem est tateando nas trevas da morte, procurando a luz da vida.
Por acaso j houve algum homem que, seguindo o caminho do desejo
mau, tivesse conseguido encontrar a felicidade, em que sua mente original
pudesse se deleitar? A resposta no. Sempre que o homem atinge o
objeto de seus maus desejos, sente a agonia de uma conscincia ferida.
Existem, porventura, pais que ensinem seus filhos a fazer o mal, ou
professores que instruam seus estudantes a seguir o caminho da
iniqidade? Mais uma vez, a resposta deve ser no. da natureza da
mente original do homem odiar o mal e exaltar o bem.
Nas vidas de homens religiosos podem-se observar muitas tensas e
implacveis lutas para atingir o bem, seguindo apenas o desejo da mente
original. Contudo, desde o comeo dos tempos, nenhum homem jamais
conseguiu seguir completamente sua mente original. Por esse motivo, a
Bblia diz: No h um justo, nenhum sequer; no h ningum que entenda;
no h ningum que busque a Deus (Rm 3.10-11).
O Apstolo Paulo, que teve de enfrentar tal maldade do corao, diz em
lamentao: Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de
Deus, mas vejo em meus membros outra lei, que batalha contra a lei do
meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que est em meus
membros. Miservel homem que eu sou (Rm 7 . 22-24).
Existe uma grande contradio no homem. Dentro do mesmo indivduo o
poder da mente original, que deseja o bem, est em violenta guerra contra o
poder da mente m, que deseja o mal. Toda vida, toda matria, esto

3 - PRINCPIO DIVINO

fadadas destruio, enquanto contiver tal contradio. Todos os homens


que tiverem tal contradio dentro de si mesmos, esto vivendo beira da
destruio.
Ser possvel que o homem tenha sido criado com tal contradio? A
resposta mais uma vez no. Nada na criao poderia ter sido criado
com tal contradio inerente.
Portanto, a contradio deve ter-se
desenvolvido no homem depois da criao.
No Cristianismo, esse
desenvolvimento tem o nome de Queda do Homem.
Devido Queda o homem sempre se encontra beira da destruio.
Por isso ele faz esforos desesperados para remover a contradio,
seguindo o bom desejo de sua mente original e repelindo o mau desejo de
sua mente m.
Para a tristeza da humanidade, a resposta ltima questo do bem e do
mal ainda no foi atingida. Com respeito s doutrinas de tesmo e atesmo;
se uma for julgada boa, a outra dever ser m. No entanto ainda no
conseguimos uma teoria absoluta com respeito questo do bem e do mal.
Alm disto, muitas pessoas continuam em total ignorncia a respeito de
respostas a muitas questes fundamentais, tais como: o que a mente
original, a fonte do bom desejo? Qual foi a origem da mente m, que causou
o desejo mau? Ou, o que foi a causa fundamental da queda, que possibilitou
ao homem conter tal contradio? Antes de poder levar uma vida boa,
seguindo o desejo bom da mente original e repelindo o desejo mau,
necessrio superar a ignorncia e saber distinguir entre o bem e o mal.
Observada do ponto de vista do conhecimento, a queda humana significa
a descida do homem escurido da ignorncia. J que o homem contm
dois aspectos, o interno e o externo ou o espiritual e o fsico, h tambm
dois tipos de conhecimento, interno e externo e dois tipos de ignorncia,
interna e externa.
Ignorncia interna, no sentido religioso, significa ignorncia espiritual; isto
, a ignorncia das respostas de questes tais como: Qual a origem do
homem? Qual a finalidade de sua vida? Ser que Deus e o mundo futuro
existem? Que so o bem e o mal?
Ignorncia externa a ignorncia da realidade fsica; isto , a ignorncia
com respeito ao mundo natural, que inclui o corpo humano; como tambm a
ignorncia de questes tais como: Qual a base do mundo material? De
acordo com quais leis naturais ocorrem todos os fenmenos fsicos?
Desde os primrdios da histria at o presente, os homens, constante e
assiduamente, tm procurado a verdade, com a qual possam superar esta
ignorncia e restaurar a luz do conhecimento. O homem tem lutado para
descobrir a verdade interna atravs do caminho da religio. A cincia tem
sido a trilha seguida para a descoberta da verdade externa.

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A religio e a cincia tm sido mtodos de procurar os dois aspectos da


verdade, a fim de superar os dois aspectos da ignorncia e restaurar os dois
aspectos do conhecimento. O dia h de chegar quando a religio e a
cincia ho de caminhar em um s caminho, para que o homem possa
desfrutar da felicidade eterna, completamente liberto da ignorncia,
dirigindo-se para o bem, que a mente original deseja. Ento haver de vir a
compreenso mtua entre os dois aspectos da verdade, o interno e o
externo.
O homem tem se aproximado de uma soluo para as questes
fundamentais da vida, seguindo dois cursos diferentes. O primeiro curso
procurar a soluo dentro do mundo material. Aqueles que seguem esta
rota, pensando ser uma trilha sublime, rendem-se cincia, orgulhando-se
de sua onipotncia e procuram a felicidade material. Contudo, ser que o
homem pode desfrutar da felicidade total se ele limita sua busca s
condies materiais externas centralizadas no corpo fsico? possvel
cincia criar um ambiente social agradvel, no qual o homem possa
desfrutar de mxima riqueza, mas poderia tal ambiente satisfazer os desejos
espirituais do homem interior?
As alegrias passageiras do homem que se deleita nos prazeres da carne
no so nada, quando comparadas com a felicidade experimentada por um
homem que se devota a Deus. No foi somente o Gautama Buda que,
deixando a glria do palcio real, tomou a longa jornada da vida procura
do caminho. Sua meta era o lar perdido do homem; o seu estado antes da
queda, o seu domiclio permanente, embora no soubesse onde encontrlo. Assim como o homem completo e sadio quando a sua mente est em
harmonia com seu corpo, assim tambm acontece com a alegria. A alegria
do corpo torna-se completa e sadia, quando est em harmonia com a
alegria da mente.
Qual o destino da cincia? At agora, o objetivo da pesquisa cientfica
no inclua o mundo interno da causa, mas somente o mundo externo do
efeito; no o mundo da essncia, mas somente o mundo dos fenmenos.
Hoje a cincia est entrando numa dimenso mais alta; no se preocupa
somente com o mundo externo do efeito ou dos fenmenos, mas comea a
examinar tambm o mundo interno da causa e da essncia. Aqueles que
tomaram a trilha da cincia esto agora chegando concluso de que sem
a verdade relativa ao mundo espiritual da causa, isto , a verdade interna, o
homem no pode atingir a finalidade ltima da cincia, isto , a descoberta
da verdade externa, que pertence ao mundo externo do efeito.
O marinheiro que se puser a viajar no mar do mundo material, levado pelo
barco da cincia procura dos prazeres da carne, talvez encontre o litoral
do seu ideal, mas logo descobrir que aquilo nada mais do que um
cemitrio preparado para sua carne. Mas quando o marinheiro, depois de

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ter completado sua viagem procura da verdade externa no barco da


cincia, vier a encontrar a rota martima da verdade interna, no barco da
religio, ele ser capaz de terminar a sua viagem no mundo ideal, que a
meta do desejo da mente original.
O segundo curso do esforo humano tem sido na direo da soluo das
questes fundamentais da vida no mundo essencial da causa. A filosofia e
a religio, que percorreram esse caminho, fizeram contribuies
substanciais. Por outro lado, tanto a filosofia como a religio se encontram
sobrecarregadas de muitos fardos espirituais. Em sua prpria poca, os
filsofos e santos do passado foram pioneiros na abertura do caminho da
vida, mas suas realizaes freqentemente resultaram no acrscimo de
outros fardos sobre o povo da poca atual.
Consideremos este assunto objetivamente. Ser que j existiu um
filsofo que tenha sido capaz de pr fim ao sofrimento humano? Existiu
alguma vez um santo que nos tivesse mostrado claramente o caminho da
vida? Os princpios e as ideologias at agora apresentados humanidade
deram origem ao ceticismo, criaram muitos temas que devem ser
desemaranhados e numerosos problemas que devem ser resolvidos. As
luzes renovadoras, com as quais todas as religies iluminaram suas
respectivas idades, desapareceram com o decair de sua idade, deixando
apenas pavios de fascas enfraquecidas, brilhando tenuemente nas trevas
que se aproximam.
Estudemos a histria do Cristianismo.
Por quase 2000 anos o
Cristianismo cresceu, professou a salvao da humanidade e estabeleceu
um domnio mundial. Mas, o que do esprito cristo que projetou uma luz
de vida to brilhante que, mesmo nos dias da perseguio sob o Imprio
Romano, levou os romanos a ajoelharem-se perante Jesus crucificado? A
sociedade feudal medieval enterrou o Cristianismo vivo. Contudo, mesmo
em seu tmulo, a tocha da reforma religiosa crist brilhou de novo sobre as
trevas ameaadoras daquela idade. No lhe foi possvel, porm, virar a
mar daqueles dias obscuros.
Quando o amor eclesistico expirou, quando o desejo agitado da riqueza
material varreu a sociedade da Europa e incontveis milhes de pessoas
das massas esfomeadas gritavam amargamente nas favelas industriais, a
promessa de salvao veio, no do Cu, mas da terra. Seu nome era
Comunismo.
O Cristianismo, embora professasse o amor a Deus,
transformou-se no corpo sem vida do clero arrastando chaves vazios. Era,
pois, natural que uma bandeira de revolta fosse levantada contra um Deus
aparentemente impiedoso.
A sociedade crist tornou-se o foco do
materialismo. Extraindo adubo deste solo, o comunismo, a ideologia mais
materialista de todas, cresceu rpida e desenfreadamente.

6 - PRINCPIO DIVINO

O Cristianismo perdeu a capacidade de superar a prtica do comunismo e


no foi capaz de apresentar uma verdade que pudesse sobrepujar a teoria
comunista. Os cristos observam o comunismo crescer dentro de seu
prprio meio, expandindo o seu domnio sobre o mundo todo. Os cristos,
que ensinam e crem que todos os homens so descendentes dos mesmos
pais, no gostam de sentar-se com irmos e irms com pele de cor
diferente. Este um exemplo representativo do Cristianismo de hoje, que
destitudo da fora vital para praticar a palavra de Cristo.
Vir, talvez, o dia em que tais tragdias sociais terminaro, mas existe um
vcio social que est alm do controle de muitos homens e mulheres do dia
de hoje: o adultrio. A doutrina crist afirma que este o maior de todos os
pecados. Que tragdia no poder a sociedade crist de hoje bloquear este
caminho de degradao para o qual tantas pessoas correm cegamente.
O que esta realidade representa para ns que o Cristianismo de hoje
est em estado de confuso, dividido pela trbida mar da presente
gerao, incapaz de fazer coisa alguma pelas vidas das pessoas que foram
atradas pela fria do redemoinho da imoralidade de hoje. Ser, porventura,
o Cristianismo incapaz de alcanar a promessa divina da salvao para a
era atual da humanidade? Qual poderia ser o motivo por que at agora os
homens de religio tm sido incapazes de realizar suas misses, mesmo
tendo lutado com empenho e devotamento, em busca da verdade interna?
O relacionamento entre o mundo essencial e o mundo fenomenal
semelhante ao que existe entre a mente e o corpo. o relacionamento
entre a causa e o efeito, interno e externo, sujeito e objeto. Assim como o
homem pode atingir a perfeita personalidade somente quando sua mente e
seu corpo estiverem harmonizados em perfeita unidade, assim tambm o
mundo ideal poder ser realizado somente quando os dois mundos, o da
essncia e o dos fenmenos, estiverem juntos em perfeita unidade.
Como acontece no relacionamento entre a mente e o corpo, assim
tambm no pode haver mundo fenomenal separado do mundo essencial,
nem pode haver mundo essencial separado do mundo fenomenal. Do
mesmo modo, no pode haver um mundo espiritual separado do mundo
fsico, nem pode haver felicidade espiritual separada da felicidade fsica. A
religio at agora tem colocado pouca nfase no valor da realidade diria;
tem negado o valor da felicidade fsica a fim de enfatizar a consecuo da
alegria espiritual. Mesmo fazendo extremos esforos, o homem no pode
cortar-se da realidade, nem aniquilar o desejo de ter a felicidade fsica que,
como uma sombra, sempre o segue. Na realidade, o desejo de ter
felicidade fsica, persistentemente se apodera dos homens de religio,
conduzindo-os aos vales da agonia. Tais contradies existem mesmo na
vida dos lderes espirituais. Muitos lderes espirituais tiveram um triste fim,
dilacerados por tais contradies. Aqui est a principal causa da fraqueza e

7 - PRINCPIO DIVINO

inatividade da religio de hoje: a fraqueza se encontra na contradio, que


ainda no foi superada.
Tambm outro motivo tem conduzido a religio ao declnio fatal; o homem
moderno, cuja inteligncia est muito desenvolvida, exige provas cientficas
para todas as coisas. A doutrina religiosa, porm, que permanece
inalterada, no interpreta as coisas cientificamente, isto , a interpretao da
verdade interna pelo homem (religio) e sua interpretao da verdade
externa (cincia) no esto em acordo entre si.
A finalidade mxima da religio s pode ser realizada, primeiro, crendo na
verdade, depois, praticando-a. Contudo, hoje no pode haver verdadeira
crena sem conhecimento e compreenso. Ns estudamos a Bblia para
confirmar nossa crena atravs do conhecimento da verdade. A realizao
de milagres por Jesus e a revelao de sinais eram para levar o povo a
saber que ele era o Messias, tornando possvel que eles cressem nele. O
conhecimento vem da cognio e, hoje, o homem no pode ter cognio de
coisa alguma, que no tenha lgica e nem prova cientfica.
Para
compreender alguma coisa, primeiro deve haver cognio. Assim, a
verdade interna tambm requer prova lgica. A religio tem caminhado,
atravs do longo percurso da histria, para uma idade na qual ela deve ser
explicada cientificamente.
A religio e a cincia comearam com as respectivas misses de eliminar
os dois aspectos da ignorncia humana. Em seus cursos, estas duas reas
de pensamento e investigao tm-se encontrado em um conflito
aparentemente irreconcilivel. Para que o homem possa atingir a boa
finalidade do desejo da mente original, deve vir uma poca em que uma
nova expresso da verdade venha a existir, tornando a humanidade capaz
de unir estes dois assuntos sob um s tema unificado. Estas duas matrias
so a religio, que tem se aproximado da cincia, e a cincia, que est cada
vez mais perto da religio.
Talvez desagrade a crentes religiosos, especialmente aos cristos,
aprenderem que deve surgir uma nova expresso da verdade. Acreditam
que a Bblia que agora tm perfeita e absoluta em si mesma. A verdade,
logicamente, nica, eterna, imutvel e absoluta. A Bblia, porm, no a
prpria verdade, seno um livro de textos que ensina a verdade.
Naturalmente, a qualidade do ensinamento, o mtodo e a amplitude da
verdade dada, devem variar de acordo com cada idade, pois a verdade
dada a povos de pocas diferentes, cujos nveis espirituais e intelectuais
so diferentes. Portanto, no devemos considerar um livro de textos como
absoluto em todos os detalhes (cf. Parte I, Captulo III, Seo V).
A religio veio a existir como um meio de realizar a finalidade do bem,
seguindo o caminho de Deus, de acordo com a inteno da mente original.

8 - PRINCPIO DIVINO

A necessidade de variadas espcies de conhecimentos obrigou a apario


de vrias religies. As escrituras das diferentes religies variaram de
acordo com a misso da religio, com o povo que as recebeu e com a idade
em que vieram. A escritura pode ser comparada a uma lmpada que
ilumina a verdade. Sua misso espalhar a luz da verdade. Quando uma
luz mais brilhante aparece, extingue-se a misso da antiga. Todas as
religies de hoje falharam em conduzir a presente gerao do vale escuro
da morte para o brilho da vida, de forma que deve agora surgir uma nova
verdade, que possa espalhar nova luz.
Muitas passagens da Bblia dizem que novas palavras de verdade sero
dadas humanidade nos ltimos Dias.
Qual ser a misso da Nova Verdade? Sua misso ser apresentar sob
um s tema unificado, a verdade interna, que a religio tem buscado, e a
verdade externa, procurada pela cincia. Deve tambm procurar superar
tanto a ignorncia interna como a externa do homem e oferecer-lhe o
conhecimento interno e externo. Deve eliminar a contradio interna do
homem, que receptivo tanto ao bem como ao mal, ajudando o homem
decado a resistir ao caminho do mal e a alcanar a finalidade do bem. Para
o homem decado, o conhecimento a luz da vida e tem a fora da
revivificao; a ignorncia a sombra da morte e a causa da runa.
Nenhum sentimento ou emoo pode ser derivado da ignorncia; nenhum
ato de vontade pode surgir da ignorncia.
Por isso, quando o
conhecimento, a emoo e a vontade no funcionam devidamente no
homem, no vale mais a pena viver.
J que o homem foi criado para ser incapaz de viver separado de Deus,
como a vida deve ser infeliz, quando ele se encontra na ignorncia sobre
Deus! Contudo, ser que o homem pode conhecer a Deus claramente,
mesmo que diligentemente consulte a Bblia? Alm disso, como poder o
homem vir a conhecer o corao de Deus? A Nova Verdade deve ser capaz
de nos informar sobre Deus como uma realidade. Deve tambm ser capaz
de revelar Seu corao e sentimento de alegria por ocasio da criao, Seu
corao partido e sentimento de dor, ao lutar para salvar o homem decado,
que se rebela contra Ele.
A histria humana, tecida com vidas de homens que se inclinam tanto
para o bem como para o mal, est repleta de narrativas de lutas. Estas
lutas tm sido batalhas externas com respeito a propriedade, terras e
homens. Hoje, porm, a luta externa est diminuindo. Povos de naes
diferentes vivem juntos sem racismo. Lutam pela realizao de um governo
mundial. Os vencedores das guerras procuram libertar suas colnias,
dando a elas direitos iguais aos direitos dos grandes poderes. Relaes
internacionais, anteriormente hostis e discordantes, so harmonizadas em
torno de problemas econmicos semelhantes, ao moverem-se as naes

9 - PRINCPIO DIVINO

para a formao de sistemas de mercado comum em todo o mundo.


Enquanto isso, a cultura est livremente circulando; o isolamento das
naes est sendo superado e a distncia cultural entre o Oriente e o
Ocidente est sendo interligada.
Resta, portanto, uma guerra final diante de ns, ou seja, a guerra entre as
ideologias da Democracia e do Comunismo. Estas ideologias em conflito
interno esto agora em preparao para outra guerra externa, estando
ambos os lados equipados com armas terrveis. As preparaes externas
so, na realidade, para a luta de uma guerra interna (espiritual) final e
decisiva. Quem haver de triunfar? Todo aquele que acredita na realidade
de Deus responder: a Democracia. Contudo, a democracia de hoje no
est equipada com uma teoria ou prtica que seja suficientemente poderosa
para conquistar o Comunismo. Por isso, para que a providncia da
salvao de Deus seja completamente realizada, a Nova Verdade deve
levar toda a humanidade a um novo mundo de bem absoluto, atravs da
elevao do espiritualismo defendido no mundo democrtico a uma nova e
mais alta dimenso, finalmente at mesmo assimilando o materialismo.
Desta maneira, a verdade deve ser capaz de unir, em um s caminho
absoluto, todas as religies existentes, como tambm todos os ismos e
idias que existiram desde o incio da histria humana.
Algumas pessoas, de fato, se recusam mesmo a acreditar na religio.
No acreditam porque no conhecem a realidade de Deus e do mundo
futuro. Contudo, mesmo que usem toda sua fora para negar a realidade
espiritual, da natureza do homem aceitar e crer naquilo que provado de
maneira cientfica. tambm uma manifestao da natureza inerente do
homem sentir-se vazio, ftil e apreensivo consigo mesmo, se tiver colocado
a finalidade mxima de sua vida no mundo externo das coisas dirias.
Quando uma pessoa passa a conhecer Deus atravs da Nova Verdade,
compreende a realidade espiritual e percebe que a finalidade fundamental
da vida deve ser colocada no no mundo externo da matria, mas no mundo
interno do esprito. Todos os que esto percorrendo este caminho nico
havero de encontrar-se um dia como irmos e irms.
J que toda a humanidade dever encontrar-se desta maneira, como
irmos e irms, num destino nico por meio desta Verdade nica, como
seria o mundo fundado sobre esta base? Seria o mundo em que toda a
humanidade teria formado uma s grande famlia sob Deus. A finalidade da
verdade buscar e alcanar o bem, e a origem do bem o prprio Deus.
Por isso, o mundo realizado atravs desta verdade seria o mundo em que
toda a humanidade viveria em maravilhoso amor fraterno sob Deus como
nosso Pai. Quando o homem perceber que, ao fazer de seu prximo uma
vtima para seu prprio benefcio, o sofrimento que lhe advm do remorso
da conscincia maior do que as vantagens que obtm de seu ganho

10 - PRINCPIO DIVINO

injusto, descobrir que lhe ser impossvel prejudicar seu prximo. Por isso,
quando o verdadeiro amor fraterno aparecer no fundo do corao do
homem, ele no poder fazer nada que venha a causar sofrimento a seu
prximo. Como isto se aplicaria mais ainda a homens que vivessem em
uma sociedade, na qual tivessem experincia do sentimento real de que
Deus seu Pai, transcendente de tempo e espao, que observa todas as
suas aes, e que este Pai quer que ns nos amemos uns aos outros a
cada momento? O novo mundo, que ser estabelecido pela nova verdade,
introduzir uma nova idade em que a histria pecaminosa da humanidade
ser liqidada. Dever ser um mundo no qual pecado algum jamais poder
existir. Na histria humana at agora, mesmo os que acreditavam em Deus
cometeram pecados. Sua f em Deus tem sido na forma de conceito, em
vez de ser na forma de uma experincia viva. Se o homem sentisse a
presena de Deus e conhecesse a lei celeste de que os pecadores so
mandados para o inferno, quem ento ousaria cometer pecado?
O mundo sem pecado poderia ser chamado de Reino do Cu, mundo
este que todos os homens decados h muito tm buscado. Sendo este
mundo estabelecido como realidade na Terra, poder ser chamado de O
Reino de Deus na Terra.
Podemos assim chegar concluso de que a finalidade mxima da
providncia da salvao de Deus estabelecer o Reino de Deus na Terra.
J ficou claro, da exposio anterior, que o homem caiu da graa e que a
queda humana veio depois da criao do homem. Do ponto de vista da
realidade de Deus, a resposta questo sobre que tipo de mundo Deus
originalmente desejava na criao, torna-se evidente (cf. Parte I, Captulo
III). Podemos aqui dizer, contudo, que este mundo o Reino de Deus na
Terra, no qual a finalidade da criao de Deus realizada.
Por causa da queda, porm, a humanidade no tem sido capaz de
realizar este mundo. Ao invs, o homem produziu o mundo do pecado e
caiu na ignorncia. Por isso, o homem decado tem lutado incessantemente
para restaurar o Reino de Deus na Terra, o qual Deus originalmente
desejava. Ele tem feito isto, superando a ignorncia interna e externa, para
buscar o bem mximo, no decurso de todos os perodos da histria humana.
A histria da humanidade, portanto, a histria da Providncia de Deus, na
qual Ele pretende restaurar o mundo em que a finalidade de Sua criao
realizada. Para restaurar o homem decado de volta ao seu devido estado
original, a nova verdade deve ser capaz de revelar a ele o seu destino final
no curso da restaurao, ensinando-lhe a finalidade original da criao, para
a qual Deus criou o homem e o universo. Muitas questes devem, pois, ser
respondidas.

11 - PRINCPIO DIVINO

Ser que o homem caiu pelo ato de comer o fruto da rvore da Cincia do
Bem e do Mal, como diz a Bblia literalmente? Se assim no foi, qual a
causa da queda humana? Como poderia o Deus de perfeio e beleza criar
o homem com a possibilidade de cair? Por que razo Deus no pde
impedir que o homem viesse a cair, j que Ele, sendo onipotente e
onisciente, devia saber que a queda viria a acontecer? Por que Deus no
pde salvar o homem pecaminoso em um s instante, sendo Ele todopoderoso? Estas e muitas outras questes tm desassossegado a mente
dos profundos pensadores e devem ser resolvidas pela Nova Verdade.
Quando se observa a natureza cientfica do mundo pode-se concluir que
Deus, o criador, a prpria origem da cincia. J que a histria humana a
providncia de Deus para restaurar o mundo sua finalidade original da
criao, deve ser verdade que Deus, o mestre de todas as leis, tem dirigido
a histria providencial com um plano e uma ordem. Por isso, nossa tarefa
urgentssima descobrir como foi que a histria pecaminosa da humanidade
comeou, que tipo de curso ela deve seguir, de que maneira ser concluda,
e a que tipo de mundo a Providncia finalmente conduzir a humanidade. A
Nova Verdade, pois, deve ser capaz de resolver todas as questes da vida.
Com o esclarecimento de todas estas questes, a realidade de Deus, como
um ser absoluto que planeja e guia a histria, no pode ser negada.
Quando a verdade for conhecida, todos viro a compreender que os
acontecimentos histricos que o homem viu e experimentou so as
reflexes do corao de Deus, lutando para salvar o homem decado.
Alm disto, a Nova Verdade deve ser capaz de estudar claramente todos
os difceis problemas do Cristianismo, porque o Cristianismo tem um papel
importante na formao da esfera cultural mundial. As pessoas intelectuais
no podem satisfazer-se apenas ouvindo que Jesus Cristo o filho de Deus
e o Salvador da humanidade. Muitas controvrsias surgiram nos crculos
teolgicos no sentido de entender o significado mais profundo das doutrinas
crists.
Assim, a Nova Verdade deve ser capaz de esclarecer o
relacionamento entre Deus, Jesus e o homem, vista do princpio da
criao.
Alm disso, as difceis questes da Trindade devem ser
esclarecidas. A questo sobre o motivo por que a salvao da humanidade
por Deus foi possvel apenas atravs da crucifixo de Seu filho, deve ser
respondida. Quando vemos que nenhum pai pode jamais gerar um filho
sem pecado, com direito ao Reino do Cu, sem redeno por um salvador,
no isto boa prova de que os pais ainda transmitem o pecado original a
seus filhos, mesmo depois de seu prprio renascimento em Cristo? Esta
investigao conduz a mais uma pergunta: at que ponto houve redeno
pela cruz?
Tem sido vasto o nmero de cristos, durante os 2000 anos de histria
crist, que tinham plena confiana de terem sido completamente salvos pelo

12 - PRINCPIO DIVINO

sangue da crucifixo de Jesus. No entanto, na realidade, nenhum indivduo,


lar ou sociedade foi estabelecido sem pecado. Na verdade, o esprito
cristo tem estado na trilha do declnio dia aps dia. Por isso, restam muitos
problemas difceis, conduzindo a uma contradio central entre a atual
realidade do Cristianismo e a crena da redeno completa pelo resgate da
cruz. A Nova Verdade que buscamos deve explicar todas estas questes
clara e completamente. H mais questes como: por que Cristo vir de
novo? Quando, onde e como vir? De que maneira a ressurreio dos
homens decados ser realizada? Qual o sentido das profecias bblicas
que dizem que o cu e a terra sero destrudos por fogo e outras
calamidades naturais? A Nova Verdade deve fornecer a chave de todos
estes difceis mistrios bblicos, que esto escritos em parbolas e smbolos
e deve fazer isto em linguagem clara, de modo que cada um possa
entender, como Jesus disse em Joo 16.25.
Mediante estas respostas e somente mediante verdades claras, todas as
denominaes sero unidas, medida que as divises causadas por
diferentes interpretaes das passagens bblicas forem eliminadas.
Esta Nova Verdade, mxima e final, porm, no pode vir nem da pesquisa
sinttica das escrituras ou da literatura, feita por algum homem, nem de
crebro humano algum. Como diz a Bblia: Urge que ainda profetizes de
novo a numerosas naes, povos, lnguas e reis (Ap 10.11). Esta Nova
Verdade deve aparecer como uma revelao do prprio Deus. Esta Nova
Verdade j apareceu!
Com a plenitude do tempo, Deus enviou Seu mensageiro para resolver as
questes fundamentais da vida e do universo. Seu nome Sun Myung
Moon. Por muitas dcadas ele vagou em um vasto mundo espiritual
procura da verdade ltima. Neste caminho ele suportou sofrimentos ainda
no imaginados por pessoa alguma na histria humana. Somente Deus se
lembrar disto. Sabendo que ningum pode encontrar a verdade ltima
para salvar a humanidade sem passar pelas mais amargas provas, ele lutou
sozinho contra uma multido de foras satnicas, tanto no mundo espiritual
como no mundo fsico e, finalmente, triunfou sobre todas elas. Desta
maneira ele entrou em contato com muitos santos no paraso e com Jesus,
revelando assim todos os segredos celestes, mediante sua comunho com
Deus.
O Princpio Divino revelado neste Iivro apenas parte desta Nova
Verdade. Ns registramos aqui o que os discpulos de Sun Myung Moon at
agora ouviram e testemunharam. Ns acreditamos com alegre expectativa
que, com o passar do tempo, partes mais profundas da verdade sero
continuamente reveladas. nossa orao mais sincera, que a luz da
verdade rapidamente encha toda a Terra.

13 - PRINCPIO DIVINO

PARTE I

14 - PRINCPIO DIVINO

CAPTULO I

O Princpio da Criao

Atravs da histria, o homem tem lutado para resolver as questes


fundamentais da vida e do universo. Contudo, ningum foi capaz de dar
respostas satisfatrias, pois ningum tinha conhecimento do plano original
para a criao do homem e do universo. Alm disso, restava uma questo
fundamental para ser tratada. Uma questo no tanto sobre o fato da
existncia, mas sobre a sua causa. Questes sobre a vida e o universo,
claro, no podem ser resolvidas sem se conhecer a natureza de Deus. O
Princpio da Criao trata destas questes fundamentais.
SEO I
As Caractersticas Duais de Deus
e o Seu Mundo da Criao
1. AS CARACTERSTICAS DUAIS DE DEUS
Como podemos ns conhecer as caractersticas de Deus, que um ser
invisvel? Podemos conhec-las, observando o mundo de Sua criao. Por
esta razo, Paulo disse:

Desde a criao do mundo, as perfeies invisveis de Deus, o Seu


sempiterno poder e divindade, tornaram-se visveis inteligncia por meio
das coisas criadas; de modo que eles so indesculpveis. (Rm 1.20)
Assim como a obra de um artista a manifestao visvel da natureza
invisvel de seu autor, toda a Criao um objeto substancial da deidade
invisvel de Deus, o Criador. Sua natureza demonstrada em cada criao.
Assim como ns podemos sentir o carter de um autor atravs de suas
obras, podemos perceber a deidade de Deus pela observao de Sua
criao.
Para conhecer a natureza da deidade de Deus, vamos examinar os
fatores comuns, que podem ser encontrados em Sua criao. Uma criao,

15 - PRINCPIO DIVINO

seja qual for, no pode vir a existir at que se realize o relacionamento


recproco entre positividade e negatividade, no somente dentro de si
mesmo, mas tambm em relao a outros seres. Por exemplo, partculas,
que so os componentes essenciais de toda matria, tm tambm
positividade e negatividade, ou neutralidade, sendo esta produzida quando o
positivo e o negativo se neutralizam. Quando as duas caractersticas
entram em relacionamento recproco, estas partculas formam um tomo.
Todo tomo assume as caractersticas de positividade ou negatividade e,
medida que as caractersticas duais em cada tomo produzem
relacionamentos recprocos com outros tomos, eles formam molculas
materiais. A matria, que formada desta maneira - de acordo com o
relacionamento recproco entre estas duas caractersticas - torna-se
nutrimento para animais e plantas, quando absorvida por eles.
Todas as plantas existem e se multiplicam atravs de um relacionamento
que ocorre entre estame e pistilo, enquanto o mesmo ocorre no mundo
animal atravs de relacionamento entre macho e fmea.
Com respeito ao homem, Deus criou um homem (masculino), Ado, no
incio; ento, vendo que no era bom que o homem estivesse s (Gn 2.18),
fez a mulher (feminino), Eva, como objeto de Ado e, pela primeira vez,
Deus viu que Sua criao era muito boa (Gn 1.31). Assim como um on
positivo ou negativo, mesmo depois da dissociao, de fato a combinao
de prton (positivo) e eltron (negativo), o estame e o pistilo da planta, e o
macho e a fmea do reino animal, podem tambm existir somente atravs
de um relacionamento recproco entre suas essencialidades duais de
positividade e negatividade. Assim tambm, h uma caracterstica feminina
latente em todo homem, e uma essncia masculina em toda mulher. Os
aspectos de todas as coisas na criao existem em uma base recproca, tal
como dentro e fora, interno e externo, anterior e posterior, direito e
esquerdo, superior e inferior, alto e baixo, forte e fraco, longo e curto, largo e
estreito, leste e oeste, sul e norte. Isto assim porque todas as coisas
foram criadas para existirem atravs de um relacionamento recproco entre
suas essencialidades duais.
Como vimos, todas as coisas existem atravs de um relacionamento
recproco entre as essencialidades duais de positividade e negatividade.
Devemos, alm disso, conhecer o relacionamento recproco entre outro par
de essencialidades duais, que mais fundamental ainda do que o de
positividade e negatividade. Tudo na existncia tem tanto forma externa
como carter interno. A forma externa visvel e reflete o carter interno,
que invisvel. Embora o carter interno no possa ser visto, ele assume
uma certa forma de modo que a forma externa vem a assemelhar-se ao
carter interno quando aparece numa forma visvel. O carter interno e a
forma externa referem-se aos dois caracteres, que so os dois aspectos

16 - PRINCPIO DIVINO

relativos da mesma existncia. Neste relacionamento, a forma externa pode


tambm ser chamada de segundo carter interno, de modo que juntos ns
as chamamos de caractersticas duais ou essencialidades duais.
Podemos tomar o homem como um exemplo. O homem formado de
corpo, a forma externa, e mente, o carter interno. O corpo visvel se
assemelha mente invisvel. O corpo assume a forma que se assemelha
forma projetada pela mente. Eis a razo porque se podem julgar o carter e
o destino invisvel do homem por sua aparncia externa. Chamamos
mente de carter interno, e ao corpo de forma externa. Aqui tambm,
sendo nossa mente e nosso corpo os dois aspectos relativos do mesmo
homem, o corpo pode ser chamado de segunda mente, ou uma duplicao
da mente. Juntos, damos a elas o nome de caractersticas duais do
homem. Agora podemos entender o fato de que tudo existe atravs de um
relacionamento recproco entre as duas caractersticas de carter interno e
forma externa.
Como , pois, o relacionamento entre o carter interno e a forma externa?
O carter interno invisvel a causa e est na posio subjetiva, enquanto a
forma externa visvel o efeito do primeiro e est em uma posio objetiva
para com ele. Desta forma, o relacionamento recproco que existe entre os
dois de interno e externo, causa e efeito, sujeito e objeto, ou vertical e
horizontal. Usemos mais uma vez o homem como exemplo. J que mente
e corpo correspondem a carter e forma, o corpo uma cpia da mente e
deve estar completamente sob seu comando. Desta forma o homem pode
dirigir sua vida de acordo com sua vontade e finalidade. Assim mente e
corpo tambm assumem o relacionamento recproco de interno e externo,
causa e efeito, sujeito e objeto ou vertical e horizontal.
De maneira semelhante, todas as coisas da Criao, embora possam
variar em dimenso, tm um carter interno invisvel, que corresponde
mente; sendo esta a causa e o sujeito, que controla a forma externa que
corresponde ao corpo humano. Este relacionamento entre a mente e o
corpo faz com que a criao individual possa manter sua existncia como
uma criatura, que tem uma determinada finalidade. O animal contm um
aspecto que corresponde mente humana; sendo este o sujeito e a causa,
que, orientado em direo a uma determinada finalidade, faz com que o
animal possa viver de acordo com a finalidade de seu ser individual. A
planta tambm formada de carter interno, que lhe possibilita manter sua
funo orgnica.
Os homens podem ser unidos, porque a mente um fator comum em
cada pessoa. De modo semelhante, os ons positivos e negativos so
unidos para formar um certo material, porque, dentro de cada on, h
aspectos do carter interno e forma externa, que tendem a unir-se,

17 - PRINCPIO DIVINO

formando a molcula. Assim tambm, quando um eltron gira em torno de


um prton para formar um tomo, porque ambos contm um aspecto de
carter que se dirige para a finalidade da construo do tomo.
A cincia moderna nos diz que as partculas que formam o tomo so
feitas de energia. Sabemos que dentro da prpria energia deve haver
tambm um atributo de carter que se dirige para a meta da construo de
uma partcula. Alm disto, devemos procurar um ser absoluto, como a
causa ltima do mundo todo da realidade. Esta causa com carter e forma
ltimos e nicos, deu existncia a toda energia. Esse ser ltimo deve ser a
Causa Primeira de todos os seres, contendo um carter e uma forma
absolutos e subjetivos. A esta Causa Primeira do nosso mundo existente
damos o nome de Deus. Ao carter e forma subjetivos de Deus damos o
nome de Seu carter essencial e forma essencial. Como Paulo indicou,
quando examinamos os fatores que toda criao tem em comum, chegamos
finalmente a compreender que Deus a Causa Primeira do mundo da
Criao, e que Ele existe como o sujeito absoluto, tendo caractersticas
tanto do carter essencial como da forma essencial.
J esclarecemos o fato de que tudo na Criao existe somente por causa
de um relacionamento recproco entre suas caractersticas duais de
positividade e negatividade. Conclumos, naturalmente, que Deus, sendo a
Causa Primeira de toda a Criao, tambm existe por causa de um
relacionamento recproco entre as caractersticas duais de positividade e
negatividade. Gnesis 1.27 diz: E criou Deus o homem Sua imagem;
imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. Isto tambm nos
explica que Deus o sujeito absoluto, existindo em Suas caractersticas
duais de positividade e negatividade.
Qual o relacionamento entre as caractersticas duais de carter e forma
e as caractersticas duais de positividade e negatividade?
Fundamentalmente o carter essencial de Deus e Sua forma essencial
assumem um relacionamento recproco com Sua positividade essencial e
negatividade essencial. Por isso, a positividade essencial e a negatividade
essencial de Deus so os atributos de Seu carter essencial e forma
essencial. Assim, o relacionamento entre positividade e negatividade
semelhante ao que existe entre carter e forma.
Em conseqncia, a positividade e a negatividade tambm tm um
relacionamento recproco existente entre o interno e externo, causa e efeito,
sujeito e objeto, vertical e horizontal. Este o motivo pelo qual est escrito
na Bblia que Deus criou a mulher, Eva, como um objeto, tomando uma
costela do homem, Ado, que era o sujeito (Gn 2.22). Aqui positividade e

18 - PRINCPIO DIVINO

negatividade de Deus damos respectivamente o nome de masculinidade


e feminilidade.
O universo, que foi criado tendo Deus como a figura central, semelhante
a um homem, que foi criado tendo sua mente como centro. O universo um
perfeito corpo orgnico, criado completamente de acordo com a finalidade
da criao de Deus. Por esta razo, o universo como um corpo orgnico,
tem o seu prprio carter interno e forma externa, sendo que Deus o seu
carter interno, enquanto o universo fsico a sua forma externa. por isso
que Deus disse que o homem, que o centro do universo, foi feito Sua
prpria imagem (Gn 1.27). Antes de criar o universo, Deus permanecia
como o sujeito masculino interno, e Ele criou o universo como Seu objeto
feminino externo. Em I Corntios 11.7 diz-se: O homem a imagem e glria
de Deus, o que confirma a veracidade desta teoria. J que Deus o sujeito
masculino de carter interno, ns O chamamos de Nosso Pai, enfatizando
Sua natureza masculina.
Em resumo, sabemos que Deus o sujeito formado das caractersticas
duais de carter essencial e forma essencial. Ao mesmo tempo, Ele o
sujeito formado das caractersticas duais de masculinidade e feminilidade,
sendo que a primeira representa Seu carter essencial e a segunda
representa Sua forma essencial. Em relao Criao total, Deus o
sujeito masculino, representando seu carter interno.
2. RELACIONAMENTO ENTRE DEUS E O UNIVERSO
Aprendemos at agora que toda e qualquer criao objeto substancial
de Deus, que a forma manifesta das essencialidades invisveis de Deus.
Todo objeto substancial chamado de Encarnao de Verdade Individual.
O homem, sendo o objeto substancial de Deus, que foi criado como Sua
imagem, chamado de Encarnao de Verdade Individual em Imagem.
J que toda a criao, exceto o homem, o objeto simblico de Deus criado
como Sua imagem indireta, chamada de Encarnao de Verdade
Individual Simblica.
Qualquer encarnao de verdade individual, sendo uma substncia que
manifesta as essencialidades duais de Deus, pode tambm ser dividida em
um elemento positivo e um negativo, sendo que o primeiro se assemelha
masculinidade, como o carter essencial de Deus, e o segundo se
assemelha feminilidade, como a forma essencial de Deus. Alm disto,
cada encarnao de verdade individual um objeto substancial de Deus;
por isto, cada uma no somente reflete as essencialidades duais de Deus
de carter e forma no ser individual, mas tambm cada uma tem em si
mesma as essencialidades duais de positividade e negatividade.

19 - PRINCPIO DIVINO

Para resumir o relacionamento entre Deus e o universo, examinado do


ponto de vista de suas caractersticas duais, o universo o objeto
substancial de Deus, formado de encarnaes de verdades individuais.
Estas so as manifestaes das caractersticas duais de Deus, tanto em
imagem como em smbolo, de acordo com o Princpio da Criao. Isto , o
homem o objeto substancial de Deus, com Sua dualidade manifestada
como imagem direta, enquanto todas as coisas do universo so objetos
substanciais de Deus com Suas caractersticas duais manifestadas como
imagem indireta.
O relacionamento entre Deus e o universo, no
relacionamento entre carter e forma, o mesmo que o relacionamento
entre o interno e externo, causa e efeito, sujeito e objeto, vertical e
horizontal.
Examinemos a teoria fundamental do Livro das Mudanas (I Ching), que
o centro da filosofia oriental, do ponto de vista do Princpio da Criao. Este
livro frisa que o fundamento do universo Th-gug (O ltimo), e deste vem
Yang e Yin (positividade e negatividade). De Yang e Yin vem os O-hng
(cinco elementos: metal, madeira, gua, fogo e terra). Todas as coisas
foram criadas dos O-hng, a positividade e a negatividade, tomadas juntas,
so chamadas Tao. O Tao definido como o caminho ou verbo. Isto
, Th-gug produziu o Verbo (princpio criativo) e o Verbo produziu todas as
coisas. Por isso, Th-gug a Primeira e ltima causa de toda existncia,
o ncleo unificado de positividade e negatividade.
Comparando isto com a Bblia (Jo 1.1-3). O Verbo era Deus. . . e todas
as coisas foram criadas por Ele, podemos ver que Th-gug, o sujeito que
contm positividade e negatividade, representa Deus, que sujeito e que
contm as essencialidades duais.
De acordo com o Princpio da Criao, o Verbo (Logos) tambm
formado de essencialidades duais, e assim, o universo, que foi criado pelo
Verbo, tambm contm essencialidades duais. Conseqentemente, as
afirmaes do Livro das Mudanas de que a positividade e a negatividade
juntas constituem o Verbo, so vlidas.
Contudo, o Livro das Mudanas, que observa o universo apenas do ponto
de vista de positividade e negatividade, no explica o fato que todas as
coisas tm carter interno e forma externa dentro de si. Desta maneira,
verificou-se apenas o fato que Th-gug o sujeito que contm positividade
e negatividade, e no se explica que Th-gug originalmente o sujeito que
contm as caractersticas duais de carter essencial e forma essencial. Por
isso, o Livro das Mudanas no revelou que Th-gug um Deus de
personalidade.
Aqui aprendemos que o fundamento da filosofia oriental contido no Livro
das Mudanas, s pode ser esclarecido segundo o Princpio da Criao.

20 - PRINCPIO DIVINO

SEO II
A Energia Primria Universal, a Ao de Dar e Receber
e o Fundamento de Quatro Posies
1. A ENERGIA PRIMRIA UNIVERSAL
Deus o criador de todas as coisas. Ele a realidade absoluta,
eternamente auto-existente, transcendente de tempo e espao (Ex 3.14).
Por isso, a energia fundamental de Seu ser tambm deve ser absoluta e
eternamente auto-existente. Ao mesmo tempo, Ele a fonte da energia que
faz com que todas as coisas possam manter sua existncia. Damos a esta
energia o nome de Energia Primria Universal.
2. A AO DE DAR E RECEBER
Quando um sujeito e um objeto de um ser esto desempenhando uma
ao de dar e receber, depois de terem estabelecido um relacionamento
recproco entre si, atravs da Energia Primria Universal, produzida a
energia necessria para manter a existncia daquele ser. Esta energia
fornece fora para a existncia, multiplicao e ao. O processo que gera
a necessria energia chamado ao de dar e receber. Portanto, a
Energia Primria Universal e a fora de ao de dar e receber formam um
relacionamento recproco de causa e efeito, interno e externo e subjetivo e
objetivo. Conseqentemente, a Energia Primria Universal uma fora
vertical, enquanto a fora de dar e receber uma fora horizontal.
Investiguemos mais ainda Deus e Sua criao, do ponto de vista da
Energia Primria Universal e da ao de dar e receber.
Deus contm em si as essencialidades duais, que existem para sempre.
Atravs da Energia Primaria Universal, estas duas formam um
relacionamento mtuo ou recproco, que se desenvolve em uma eterna ao
de dar e receber. A energia produzida atravs deste processo a fora da
ao de dar e receber. Atravs desta fora as essencialidades duais de
Deus estabelecem uma base recproca. Isto tem como resultado o
fundamento da existncia, no qual o prprio Deus existe para sempre.
Toda e qualquer criao entra na ao de dar e receber entre as
essencialidades duais que formam um ser individual pela formao de um
relacionamento recproco atravs da Energia Primria Universal. Atravs da
fora da ao de dar e receber, as essencialidades duais produzem uma
base recproca, que por sua vez, produz o fundamento da existncia no ser
individual; e depois, sobre este fundamento, o ser individual pode estar na
posio de objeto de Deus, e receber toda a fora necessria para sua
prpria existncia.

21 - PRINCPIO DIVINO

Por exemplo, um tomo vem a existir atravs da ao de dar e receber


entre um prton e um eltron. Esta a ao da fuso. Uma molcula vem
a existir atravs da ao de dar e receber entre um on positivo e um on
negativo, que causa uma reao qumica. A eletricidade produzida pela
ao de dar e receber entre cargas eltricas positivas e cargas eltricas
negativas, que causam a ao eltrica. Todas as plantas se multiplicam
atravs da ao de dar e receber entre o estame e o pistilo.
Os animais tambm mantm sua existncia e se multiplicam atravs da
ao de dar e receber entre macho e fmea. Entre o reino animal e o reino
vegetal faz-se possvel a coexistncia atravs da ao de dar e receber. As
plantas do oxignio aos animais e os animais do de volta gs carbnico
s plantas. As flores oferecem nctar s abelhas e as abelhas polinizam as
flores.
Quando observamos os corpos celestes, verificamos que o sistema solar
existe atravs da ao de dar e receber entre os vrios planetas. A Terra e
a lua tambm so capazes de manter os seus movimentos de rbita atravs
da ao de dar e receber.
O corpo humano mantm sua vida atravs da ao de dar e receber entre
artrias e veias, inalao e exalao, nervos simpticos e parassimpticos.
O indivduo capaz de atingir a finalidade de sua existncia atravs da ao
de dar e receber entre mente e corpo.
H ao de dar e receber entre marido e mulher no lar, entre indivduos
em uma sociedade, entre governo e povo em uma nao e entre naes no
mundo. A ao de dar e receber governa todos os relacionamentos dentro
do homem e todos os relacionamentos entre os homens.
Por pior que o homem possa ter sido atravs de todas as idades e em
todos os lugares, ele ao menos tem a fora da conscincia latente no seu
interior. Esta conscincia, est sempre trabalhando, influenciando-o a viver
pela retido. Ningum pode impedir que esta fora opere dentro dele. Ela
faz com que ele sinta remorso na conscincia no momento de cometer o
mal. Se no houvesse conscincia nos homens decados, a Providncia
Divina de restaurao seria impossvel. De onde que se origina esta fora
da conscincia? J que toda fora vem da ao de dar e receber, a
conscincia no deve ser uma exceo. A conscincia capaz de operar
porque est na posio de objeto para com um certo sujeito,
desempenhando assim uma ao de dar e receber na base recproca
formada entre os dois. Sabemos que o sujeito da conscincia Deus.
A queda humana significa que atravs de certo ato o homem foi cortado
do relacionamento de dar e receber com Deus, no conseguindo se unir
com Ele em um s corpo. Ao invs, ele entrou em um relacionamento de
dar e receber com Satans, formando uma base recproca com ele. Jesus,

22 - PRINCPIO DIVINO

tendo se tornado um com Deus atravs do relacionamento de dar e receber,


veio a este mundo como Seu filho. Por isso, caso o homem decado venha
a unir-se a Jesus em um perfeito relacionamento de dar e receber, poder
restaurar sua natureza original da criao, entrando assim mais uma vez no
relacionamento de dar e receber com Deus e formando uma unidade com
Ele. Portanto, Jesus chamado Mediador para o homem decado, sendo
o caminho, a verdade e a vida. Ele veio para servir humanidade com
amor e sacrifcio, mesmo dando sua vida. Se ns formos para Ele com f,
no pereceremos, mas teremos vida eterna (Jo 3.16).
O verdadeiro Cristianismo uma religio de vida, pela qual os homens
podem restaurar o circuito vertical de dar e receber com Deus, pelo
estabelecimento, atravs do amor e sacrifcio, do circuito horizontal entre os
homens, centralizando-se em Jesus. Os ensinamentos e obras de Jesus
foram somente para esta finalidade, como ele disse em numerosas
ocasies:

No julgueis, para que no sejais julgados. Porque com o juzo com que
julgardes sereis julgados e com a medida com que tiverdes medido vos
ho de medir a vs. (Mt 7.1-2)
Portanto, tudo o que vs quereis que os homens vos faam, fazei-lhes
tambm vs, porque esta a lei e os profetas. (Mt 7.12)
Portanto, qualquer um que me confessar diante dos homens, eu o
confessarei diante de meu Pai que est nos cus. (Mt 10.32)
Quem receber um profeta na qualidade de profeta, receber recompensa
de profeta; e quem receber um justo na qualidade de justo, receber
recompensa de justo. (Mt 10.41)
E qualquer um que tiver dado ainda que seja um copo dgua fria a um
destes pequenos em nome de discpulo, em verdade vos digo que de
modo algum perder sua recompensa. (Mt 10.42)
3. O FUNDAMENTO DE QUATRO POSIES:
AS TRS FINALIDADES OBJETIVAS ATRAVS DA AO DE
ORIGEM, DIVISO E UNIO
(1) A Ao de Origem, Diviso e Unio
Quando, atravs da Energia Primria Universal, as essencialidades duais
de Deus entram em ao de dar e receber pela formao de um
relacionamento recproco, a fora de dar e receber causa a multiplicao.
Esta ao leva as essencialidades duais a se separarem em dois objetos

23 - PRINCPIO DIVINO

substanciais centralizados em Deus. Da o par de sujeito e objeto


substanciais entram em outra ao de dar e receber, pela formao de um
relacionamento recproco, atravs da Energia Primria Universal. Pela
formao de uma s unidade, eles se tornam um objeto para com Deus.
Desta maneira, Deus, como a origem, dividido em duas substncias
separadas, depois novamente estas duas se unem para formar um s
corpo. A este processo damos o nome de ao de origem, diviso e
unio.
(2) As Trs Finalidades Objetivas
Quando, de acordo com a ao de origem, diviso e unio (ao
O-D-U), a origem for dividida em duas substncias separadas de sujeito e
objeto, as quais novamente forem unidas em um s corpo, quatro posies
sero formadas. Uma assume a posio subjetiva, enquanto as trs
restantes esto na posio de objetos, produzindo assim trs bases
objetivas. Quando entram na ao de dar e receber entre si, uma das
quatro posies assume o papel de sujeito, enquanto as outras trs realizam
suas finalidades objetivas respectivamente.
(3) O Fundamento de Quatro Posies
Quando, de acordo com a ao O-D-U, a origem dividida em dois
objetos substanciais, eles respectivamente assumem o papel de sujeito e de
objeto e finalmente se unem em um s corpo. Assim, trs posies
objetivas so realizadas. J que estas trs posies objetivas esto
centralizadas na origem, ao todo se formam quatro posies respectivas.
Isto cria o Fundamento de Quatro Posies.
O significado do nmero quatro derivado deste fundamento de quatro
posies. E, j que isto o resultado da realizao das trs finalidades
objetivas, o significado do nmero trs tambm se encontra aqui. O
fundamento de quatro posies manifestado como Deus, marido e
esposa, e sua descendncia. Tendo a Deus como a origem, o marido e a
mulher como sujeito e objeto manifestos e a descendncia como o resultado
de sua unidade, podem-se ver trs estgios distintos. Assim, o fundamento
de quatro posies torna-se a base dos trs estgios, porque realizado
nos trs estgios, de acordo com a ao O-D-U. Esta tambm a base do
significado do nmero doze, porque cada uma das quatro posies tomar
trs objetos, assim fazendo o total de doze objetos.
O fundamento de quatro posies a base para a realizao do bem de
Deus, e a meta final da Sua criao. Esta a base atravs da qual a fora
de Deus canalizada para fluir para toda a criao, para que ela possa
existir. Por isso, a formao do fundamento de quatro posies , em ltima
anlise, a eterna finalidade da Criao de Deus.

24 - PRINCPIO DIVINO

(4) O Estado de Existncia do Fundamento de Quatro Posies


Sempre que uma criao tiver formado um fundamento de quatro
posies pela realizao de suas trs finalidades objetivas atravs da ao
O-D-U, comear a desempenhar um movimento circular esfrico, com a
finalidade de manter sua existncia tridimensional. Investiguemos agora a
razo disto.
Quando as essencialidades duais de Deus so divididas e manifestadas
em dois objetos substanciais, um servindo como sujeito e o outro como
objeto, eles entram em relacionamento e produzem uma base recproca. O
objeto entra na ao de dar e receber, centralizado-se no sujeito, atravs da
fora centrfuga e da fora centrpeta. Conseqentemente, o objeto comea
a mover-se em torno do sujeito e desta maneira eles formam uma unidade.
De acordo com este mesmo princpio, o sujeito, por sua vez, se torna um
objeto de Deus, girando em torno dEle para formar uma unidade com Ele.
Quando o objeto forma uma unidade com o sujeito, ambos se tornam um
objeto substancial para com Deus, j que refletem Sua essencialidade dual.
Por esta razo, o objeto deve primeiramente unir-se ao sujeito, antes de porse na posio de objeto para com Deus.
Este objeto substancial para com Deus, por outro lado, tem em si as
essencialidades duais de sujeito e objeto respectivamente, desempenhando
um movimento circular incessante atravs da ao de dar e receber entre os
dois. Por isso este movimento circular forma uma rbita especfica em um
nvel horizontal, de acordo com a moo particular do sujeito e do objeto.
Contudo, j que este movimento geralmente realizado com uma constante
variao dos ngulos da rbita, centralizando-se no sujeito, este movimento
circular finalmente se tornar um movimento esfrico. Desta forma, todos
os seres que tiverem completado o fundamento de quatro posies se
movem em movimento circular ou em movimento esfrico, fazendo a sua
maneira de existncia tridimensional.
Examinemos o exemplo do sistema solar. Tendo o sol como o sujeito,
todos os planetas agem como seus objetos, pela formao de um
relacionamento recproco com o sol, atravs da ao de dar e receber.
Atravs da ao da fora centrfuga e da fora centrpeta, cada planeta gira
ao redor do sol. Durante este processo de rotao, o sol e os planetas
tornam-se uma unidade, criando assim o sistema solar. A Terra que em si
mesma um corpo complexo de essencialidades duais, no o nico corpo
que gira em seu prprio eixo. O sol, e os planetas em torno dele, que so
corpos complexos de essencialidades duais em si mesmos, tambm giram
em seus prprios eixos. O movimento circular do sistema solar, que foi
criado pela ao de dar e receber entre o sol e os planetas, nem sempre
ocorre em um s plano, mas muda constantemente o seu ngulo de rbita
em torno do sol. Assim o sistema solar, ao realizar este movimento esfrico,

25 - PRINCPIO DIVINO

faz-se tridimensional. Desta maneira, todos os corpos celestes existem em


trs dimenses, atravs de movimento circular ou esfrico. O universo todo,
formado de numerosos corpos celestes, existe como uma s unidade,
atravs da ao de dar e receber e move-se esfericamente sob o mesmo
princpio, assim existindo tridimensionalmente.
Quando um prton e um eltron, pela formao de uma base recproca,
entram na ao de dar e receber, tendo o prton como centro, ali ocorre um
movimento circular, fazendo dos dois uma s unidade, e assim se produz
um tomo. O prton e o eltron tambm tm essencialidades duais
empenhadas em contnuo movimento individual. Por isto, o movimento
circular produzido pela ao de dar e receber entre o prton e o eltron no
ocorre no nvel horizontal apenas, mas constantemente muda o seu ngulo
de movimento, de forma que vem a ser um movimento esfrico. Assim
tambm o tomo existe em um nvel tridimensional.
As linhas de fora magnticas entre os plos norte e sul tambm se
manifestam em um movimento esfrico segundo o mesmo princpio, de
acordo com o eletromagnetismo.
Tomemos o homem como exemplo. O corpo objeto da mente, que o
sujeito. Quando o corpo forma um relacionamento recproco com a mente,
realiza um movimento circular centralizado nela, tornando-se assim uma
unidade com ela. Caso a mente se torne o objeto de Deus e gire em torno
dEle, tornando-se uma unidade com Ele, e se o corpo se unir com a mente,
o indivduo tornar-se- um objeto substancial para com Deus, j que reflete
Suas essencialidades duais. Desta forma ele vir a ser um homem no qual
a finalidade da criao est realizada. O corpo e a mente tambm contm
uma essencialidade dual que continua a mover-se individualmente; e assim
o movimento circular que ocorre atravs da ao de dar e receber entre tal
corpo e tal mente, finalmente se torna um movimento esfrico, girando em
torno de Deus, constantemente mudando seus ngulos. Por isso, o homem
no qual a finalidade da criao realizada um ser tridimensional, sempre
vivendo em uma existncia esfrica, centralizada em Deus. Desta maneira,
ele ser capaz de dominar at mesmo o mundo invisvel do esprito (cf.
Parte I, Captulo I, Seo VI).
De modo semelhante, quando o movimento circular entre um sujeito e um
objeto que ocorre no nvel horizontal, torna-se um movimento esfrico
atravs de uma rbita tridimensional, ali vem a existir as maravilhas da
criao. Isto , a beleza das coisas da criao existe em infinita variedade,
e isto assim devido s variadas rbitas, formas, estados, direes, ngulos
e velocidades da ao de dar e receber individual.
Toda existncia tem seu prprio carter interno e forma externa e,
naturalmente, seu movimento esfrico tambm contm os mesmos aspectos

26 - PRINCPIO DIVINO

de carter e forma. Desta maneira, h tanto o centro do carter como o


centro da forma, mesmo no centro do movimento. O que seria este centro
ltimo do movimento esfrico? O homem o centro de toda a Criao, que
foi criada para ser o objeto substancial simblico das essencialidades duais
de Deus. Deus o centro de todos os homens, que foram criados para ser
Seu objeto substancial em Sua imagem. Portanto, o centro ltimo do
movimento esfrico de todo o universo Deus.
Levemos ainda mais adiante a investigao desta matria. Todo objeto
substancial de Deus tem um sujeito e um objeto em si mesmo, sendo que o
centro o centro em seu relacionamento. Por conseguinte, o centro do
corpo unificado de sujeito e objeto tambm est no sujeito. O centro ltimo
do sujeito Deus, e o centro ltimo do corpo unificado tambm Deus.
Portanto, quando os trs objetos de Deus formam uma base respectiva de
reciprocidade, e seus trs centros (sujeitos) entram na ao de dar e
receber, centralizando-se em Deus em completa unidade com Ele,
realizando suas trs finalidades objetivas, o fundamento de quatro posies
se completa pela primeira vez.
Conseqentemente, o centro ltimo do fundamento de quatro posies
Deus. Toda criao individual, tendo assim realizado o fundamento de
quatro posies, chamada de encarnao de verdade individual.
Como foi mencionado antes, isto existe em duas formas: a encarnao de
verdade em imagem (homem) e a encarnao de verdade simblica (toda a
Criao, exceto o homem).
O universo constitudo de inumerveis encarnaes de verdades
individuais deste tipo, mutuamente relacionadas em boa ordem, desde a
criatura do grau mais baixo at do grau mais elevado, tendo o homem
como a encarnao de verdade mais alta. Mais uma vez cada encarnao
de verdade individual movimenta-se esfericamente, sendo que as
encarnaes de verdades individuais mais baixas tm uma posio objetiva
para com as mais altas. O centro do movimento esfrico deste objeto est
na encarnao de verdade individual que se encontra na posio de sujeito,
em um nvel mais alto. De modo semelhante, os centros destas numerosas
encarnaes de verdades individuais simblicas esto ligados entre si,
desde o mais baixo at ao mais alto. O homem, a encarnao de verdade
individual em imagem, o ser criativo mais alto e central.
Ilustremos isto com um exemplo. A cincia de hoje afirma que os tomos
so feitos de partculas elementares, compostas de energia. Fazendo uma
observao a respeito da finalidade da existncia das encarnaes de
verdades individuais em estgios diferentes, podemos compreender que a
energia existe a fim de formar uma partcula elementar. Esta, por sua vez,
existe para formar um tomo; tomo, para formar uma molcula; molcula

27 - PRINCPIO DIVINO

para formar qualquer tipo de matria; e toda matria existe para formar o
universo todo.
Para que finalidade, pois, o universo existe; qual o seu centro? A
resposta s pode ser o prprio homem. por isso que Deus, depois de ter
criado o homem, disse-lhe que subjugasse a Terra (Gn 1.28). Se no
houvesse homem para ver e apreciar o universo, este poderia ser
comparado a um museu sem visitantes. Os objetos exibidos em um museu
s podem demonstrar seu valor de existncia quando existir um homem
para apreciar, amar e deleitar-se neles. O homem capaz de formar um
ntimo relacionamento com eles, e desta maneira eles assumem valor. Se
no houvesse homem algum para apreci-los, ser que eles teriam algum
significado? O mesmo se aplica ao caso do universo todo, com o homem
como o seu centro. Apenas atravs do homem eles so mutuamente
relacionados em finalidade unida. O relacionamento se torna evidente
quando o homem esclarece a fonte e a natureza de todos os materiais que
formam a Criao toda. Somente o homem estuda e classifica os
verdadeiros caracteres de todos os animais e plantas, incluindo tudo na
terra, no mar, como tambm nas constelaes que formam o universo todo.
Como centro e sujeito da Criao, o homem faz com que eles possam ter
um relacionamento mtuo organizado. Os materiais absorvidos pelo corpo
humano so mudados em elementos que mantm a funo fisiolgica do
homem, ao passo que a Criao toda se torna o material para fazer um
agradvel ambiente de vida para ele.
Estes so os relacionamentos do homem para com o universo tendo-o
como o centro, (na base de forma externa). Mas existe ainda um outro
relacionamento, tendo o homem como o centro, na base de carter interno.
Podemos chamar o primeiro de relacionamento fsico, ao passo que o
ltimo damos o nome de relacionamento espiritual.
Os elementos fisiolgicos do homem, que so formados de substncia
material, respondem ao intelecto, emoo e vontade de sua mente. Isto
indica que os materiais tm certos elementos atravs dos quais podem
responder ao intelecto, emoo e vontade do homem. Tais elementos
formam o carter interno da matria, de forma que toda a criao capaz
de responder ao intelecto, emoo e vontade do homem, embora possa
existir variao do grau de resposta. J que o homem o centro de carter
interno da Criao, ele tem a capacidade de tornar-se inebriado com a
beleza da natureza e de experimentar o mistrio de ser um em harmonia
com ela. Assim, o homem foi criado para ser o centro da Criao, e
portanto, no ponto onde Deus e o homem se tornam um s corpo unido,
que vamos encontrar o centro do macrocosmo.

28 - PRINCPIO DIVINO

Tratemos agora do fato de ser o homem o centro do macrocosmo do


ponto de vista de um aspecto diferente. Damos aos dois mundos, o visvel e
o invisvel, o nome de macrocosmo sendo que o homem o centro
substancial deste macrocosmo total.
Toda Criao que forma o
macrocosmo est dividida em um elemento sujeito e outro objeto.
Aqui podemos chegar concluso que, se Ado, que foi o primeiro
antepassado humano, tivesse se aperfeioado, ele tornar-se-ia a
incorporao substancial de todos os elementos sujeitos da Criao; e se
Eva tivesse se aperfeioado, ela tornar-se-ia a incorporao substancial de
todos os elementos objetos da Criao. Se Ado e Eva, juntos, tivessem
crescido de maneira sadia at a perfeio - tornando-se ele o senhor de
todos os sujeitos da Criao, e ela, a senhora de todos os objetos - e se
eles se unissem em um s corpo como marido e mulher, eles teriam se
tornado o corpo central, dominando todo o universo, porque Deus criou o
homem para ter domnio sobre a Criao.
homem foi criado para ser o centro de harmonia de todo o
macrocosmo. Se Ado e Eva se tornassem marido e mulher depois da
perfeio, unindo-se assim em um s corpo como o centro substancial
das essencialidades duais contidas em toda criatura, o macrocosmo,
que tinha sido criado para ter essencialidades duais como um ser
individual, tambm existiria harmoniosamente, tendo Ado e Eva como
o ncleo. Da mesma maneira, o ponto no qual Ado e Eva se unem
em um s corpo como marido e mulher, tambm o ponto no qual
Deus, o sujeito de amor, e o homem, o objeto de beleza, tornam-se
uma s unidade, fazendo assim o centro do bem. Aqui, pela primeira
vez, a finalidade da criao realizada. Deus, nosso Pai, pode habitar
com os homens aperfeioados como Seus filhos, e pacificamente
descansar por toda a eternidade. Neste momento, este centro se
tornaria o objeto do amor eterno de Deus e atravs disto Deus seria
estimulado com felicidade por toda a eternidade. Aqui, o Verbo de
Deus ser fisicamente encarnado pela primeira vez na histria humana.
Portanto, este ponto se tornar o prprio centro da verdade e tambm o
centro da mente original do homem, que o tem dirigido a atingir a
finalidade da criao.
Conseqentemente, todo o universo
desempenhar um movimento esfrico de finalidade unificada,
centralizado no fundamento de quatro posies, quando o homem e a
mulher aperfeioados se tornarem marido e mulher, tendo Deus como
seu centro. Contudo, o universo perdeu este centro quando o homem
caiu; conseqentemente, toda a Criao est gemendo em dores como
de parto, aguardando que os filhos de Deus - isto , os homens cuja
natureza original est restaurada - apaream e tomem sua posio
como o centro do macrocosmo (Rm 8.19 22).

29 - PRINCPIO DIVINO

4. A ONIPRESENA DE DEUS
A nossa compreenso fica assim aumentada e sabemos que o
fundamento de quatro posies, tendo completado as trs finalidades
objetivas atravs da ao O-D-U, torna-se um s corpo com Deus atravs
de um movimento esfrico, centralizando-se nEle. Isto cria o fundamento
bsico tanto da fora no interior de cada ser existente, atravs da qual Deus
pode operar, como da fora que possibilita a todos os seres da Criao
manterem sua existncia. De maneira semelhante, Deus onipresente na
Criao.
5. A MULTIPLICAO DE CORPOS FISIOLGICOS
Para que um corpo fsico possa continuar a existir, ele deve multiplicar-se,
e esta multiplicao ocorre atravs da ao O-D-U, produzida pela ao de
dar e receber. Por exemplo, as sementes das plantas so produzidas
atravs da ao de dar e receber entre o estame e o pistilo. Elas
novamente se multiplicaro, repetindo o mesmo curso. No mundo animal
tambm macho e fmea crescem para terem ao de dar e receber entre si,
assim reproduzindo e multiplicando-se. A diviso celular dos animais e das
plantas tambm ocorre atravs da ao de dar e receber. Se o corpo
obedecer aos desejos da mente, de acordo com certa finalidade, ele entra
na ao de dar e receber com a mente, e eles se tornam companheiros.
Sempre que amigos tm ao de dar e receber entre si, de maneira sadia,
sua amizade aumenta. Visto deste aspecto, o universo a multiplicao
substancial do Deus invisvel, que ocorre atravs da ao de dar e receber
entre seu carter e forma essenciais, centralizando-se na finalidade da
criao.
6. A RAZO PELA QUAL
ESSENCIALIDADES DUAIS

TODO

SER

CONSTITUDO

DE

Para existir, tudo necessita de energia - e isto vem atravs da ao de dar


e receber. Contudo, nada pode desempenhar a ao de dar e receber por
si s. Portanto, a fim de gerar a energia para existir, deve haver um sujeito
e um objeto que possam realizar a ao de dar e receber. Todo movimento
que continuar em linha reta, finalmente chegar a um fim, e nenhum ser que
realize tal movimento poder existir eternamente. Conseqentemente, para
que assim possa existir, tudo se move em movimento circular. Para que
haja revoluo, deve existir a ao de dar e receber entre um sujeito e um
objeto.
Assim, para que possa existir eternamente, Deus tem
essencialidades duais. J que Sua criao deve ser Seu objeto eterno, ela
deve refletir as essencialidades duais de Deus. Desta forma, o tempo
tambm mantm a sua perpetuidade passando por ciclos peridicos.

30 - PRINCPIO DIVINO

SEO III
A Finalidade da Criao
1. A FINALIDADE DA CRlAO DO UNIVERSO
Todas as vezes que Deus criou uma nova espcie na criao, disse que
aquilo era bom (Gn 1.4-31). Isto indica que Deus queria que toda a Sua
criao fosse bons objetos. Isto tambm porque Deus queria sentir
felicidade sempre que olhasse para Sua criao.
Como, ento, deveria ser Sua criao a fim de fazer feliz a Deus? Depois
de ter criado o universo, Deus finalmente criou o homem segundo Sua
imagem, seguindo o modelo de Seu prprio carter, com tremendo
potencial. O homem devia desfrutar e apreciar sua posio de objeto de
Deus. Por isso, quando Deus criou Ado e Eva, deu-lhes as trs grandes
bnos: de frutificar, multiplicar e encher a terra e, subjug-la e ter domnio
(Gn 1.28). Se o homem tivesse seguido as palavras desta bno,
tornando-se feliz no reino celeste de Deus, Deus teria sentido muita
felicidade.
Como deveriam ter sido realizadas as trs grandes bnos de Deus?
Isso teria sido possvel somente com o fundamento de quatro posies, se o
fundamento bsico da Criao, tivesse sido realizado. A finalidade de Deus
ao criar o universo era sentir felicidade, vendo a finalidade do bem realizada
no reino celeste, reino este que toda a Criao incluindo o homem, poderia
ter estabelecido, depois de terem completado o fundamento de quatro
posies centralizado em Deus, realizando Suas trs grandes bnos.
Conseqentemente, a finalidade da existncia do universo, centralizado
no homem, devolver alegria a Deus, o Criador. Todo ser tem uma
finalidade dual. Como j foi explicado, toda existncia tem tanto carter
como forma; conseqentemente sua finalidade dupla. Uma finalidade
pertence ao carter interno, e a outra, forma externa. O relacionamento
entre as duas exatamente idntico ao do carter e da forma de qualquer
ser individual. A finalidade pertencente ao carter interno para o todo, ao
passo que a finalidade pertencente forma externa para o indivduo. Em
outras palavras, o primeiro e o ltimo relacionam-se entre si como causa e
efeito, interno e externo, sujeito e objeto. Por conseguinte, no pode haver
qualquer finalidade do indivduo separada da finalidade do todo, nem
qualquer finalidade do todo que no inclua a do indivduo. As criaturas de
todo o universo formam um vasto complexo ligado entre si por tais
finalidades duais.

31 - PRINCPIO DIVINO

2. O OBJETO DO BEM PARA A ALEGRIA DE DEUS


Para entendermos mais precisamente as questes com respeito
finalidade da criao de Deus, devemos primeiro examinar como se produz
alegria. No se pode criar alegria somente pelo indivduo. A alegria vem
quando temos um objeto, quer seja invisvel, quer seja visvel, no qual nosso
carter e forma prprios so refletidos e desenvolvidos, possibilitando-nos
assim sentir nosso prprio carter e forma, pela estimulao derivada do
objeto.
Por exemplo: O homem sente alegria como criador somente quando ele
tiver um objeto, isto , quando ele v o produto de seu trabalho, seja uma
pintura, seja uma escultura, no qual seu plano est substancializado. Desta
forma, ele se torna capaz de, objetivamente, sentir seu prprio carter e
forma atravs da estimulao derivada do produto de seu trabalho. Quando
a prpria idia permanece na posio objetiva, a estimulao derivada dela
no substancial; por isso, a alegria derivada dela tambm no pode ser
substancial. A alegria de Deus produzida do mesmo modo que a do
homem. Portanto, Deus sente alegria quando sente Seu carter e forma
originais objetivamente, atravs da estimulao derivada de Seu objeto
substancial.
J explicamos que, quando o Reino celeste estiver substancializado
atravs da realizao das trs grandes bnos no fundamento de quatro
posies, isto formar o objeto perfeito, pelo qual Deus poder sentir
alegria. Estudemos como isto pode formar o objeto perfeito para a alegria
de Deus.
A primeira bno de Deus para o homem era para aperfeioar sua
individualidade. Para que o homem aperfeioe sua individualidade, sua
mente e seu corpo, que so a forma dividida das essencialidades duais de
Deus, devem tornar-se unidas atravs da ao de dar e receber entre si.
Assim elas formam um fundamento individual de quatro posies,
centralizando-se em Deus. O homem cuja mente e corpo tiverem formado o
fundamento de quatro posies da natureza original, centralizada em Deus,
tornar-se- o templo de Deus (I Co 3.16) e formar um s corpo com Ele (Jo
14.20). Isto significa que o homem atinge a deidade. Sentindo exatamente
o que Deus sente e conhecendo a vontade de Deus, viver exatamente
como Deus deseja que ele viva. O homem, com sua individualidade assim
aperfeioada, tem perfeito dar e receber entre sua mente e seu corpo. Ao
unir-se, sua mente e corpo formam o objeto substancial de Deus. Nesse
caso, Deus torna-se feliz, pois pode sentir objetivamente Seu prprio carter
e forma, atravs da estimulao vinda de tal objeto substancial. A mente do
homem, como sujeito, sente a mesma coisa com relao a seu corpo. Por
isso, depois de realizar a primeira bno de Deus, o homem torna-se um

32 - PRINCPIO DIVINO

bom objeto para a alegria de Deus. O homem de individualidade perfeita


sente tudo o que Deus sente, como se os sentimentos de Deus fossem dele
mesmo. Conseqentemente, ele no pode fazer coisa alguma que cause
sofrimento a Deus. Isto significa que tal homem jamais pode cair.
Para que o homem possa realizar a segunda bno de Deus,
originalmente Ado e Eva, os objetos substanciais de Deus divididos, depois
de terem aperfeioado suas respectivas individualidades, refletindo assim
plenamente as essencialidades duais de Deus, deveriam tornar-se marido e
mulher para formar uma s unidade, multiplicar-se pela procriao de filhos
e estabelecer o fundamento de quatro posies em um nvel de famlia,
centralizado em Deus. Toda famlia ou sociedade em que tal fundamento
de quatro posies centralizado em Deus est estabelecido, assemelha-se a
um homem de individualidade perfeita. Portanto, a famlia ou a sociedade
torna-se objeto substancial do homem centralizando-se em Deus e o
homem e seus objetos tornam-se juntos o objeto substancial de Deus. Deus
e o homem sero ento felizes, pois podero sentir suas prprias
essencialidades duais refletidas em tal famlia ou sociedade. Quando o
homem efetua a segunda bno, isto se torna tambm um bom objeto para
a alegria de Deus.
Aprendamos agora porque o homem se torna um bom objeto para a
alegria de Deus, ao realizar a terceira bno de Deus. Primeiro, devemos
discutir o relacionamento entre o homem e o universo, do ponto de vista de
carter e forma.
Antes de criar o homem, Deus fez todas as coisas imagem e
semelhana do carter e da forma do homem. Portanto, o homem a
encapsulao de todas as coisas. Deus comeou Sua criao a partir dos
animais de ordem inferior, depois criou animais de funo mais complicada
e, finalmente, criou o homem, que tem a mais alta funo. Por isso, o
homem dotado da estrutura, dos elementos e das qualidades essenciais
de todos os animais. Por exemplo, as cordas vocais do homem so to
sofisticadas que so capazes de imitar os sons de todos os animais. A
forma e a linha humana so to delicadas e graciosas, que freqentemente
se tornam uma difcil matria de desenho para estudantes de arte.
Os homens e as plantas so de estruturas e funes muito diferentes,
mas assemelham-se no fato de serem todos constitudos de clulas. O
homem tambm dotado das estruturas, dos elementos e das qualidades
essenciais da planta. Por exemplo, a folha de uma planta, do ponto de vista
de sua funo, corresponde ao pulmo humano. Assim como a folha
absorve o gs carbnico do ar, o pulmo humano absorve o oxignio. O
tronco, caule ou ramos de uma planta correspondem ao corao humano,
fornecendo elementos nutritivos a todo o corpo. A raiz de uma planta

33 - PRINCPIO DIVINO

corresponde ao estmago e intestinos do homem, que absorvem elementos


nutritivos. Alm do mais, a forma e a funo do xilema e do floema de uma
planta correspondem s artrias e veias humanas. O homem tambm
composto de terra, gua e ar; e em conseqncia, contm tambm os
elementos minerais. A estrutura da Terra tambm semelhante do corpo
humano.
A crosta da Terra coberta de plantas; veios de gua
subterrneas existem nos substratos; e abaixo de tudo isto, se encontra a
lava derretida rodeada de pedras. Isto corresponde com bastante preciso
estrutura do corpo humano; a pele coberta de cabelos; os vasos
sanguneos existem na musculatura; e mais profundamente ainda
encontramos a medula dentro do esqueleto.
A terceira bno de Deus para com o homem representa o qualificativo
humano de dominar toda a Criao. Para que o homem venha a realizar
esta bno, deve primeiro estabelecer o fundamento de quatro posies,
tendo o universo como seu objeto centralizado em Deus. Depois, tendo o
homem como objeto visvel imagem de Deus e o universo, como Seu
objeto simblico imagem indireta, o amor do homem e a beleza da Criao
desempenham a ao de dar e receber para formar um s corpo em
unidade centralizando-se em Deus (cf. Parte I, Captulo I, Seo V, 2 [3]).
O universo o objeto no qual o carter e a forma do homem so
manifestos em substncia. Por isso, o homem, cujo centro est fixo em
Deus, sentir imensa alegria quando objetivamente sentir seu prprio
carter e forma atravs de todas as coisas como seus objetos substanciais.
De maneira semelhante, Deus desfrutaria da mxima felicidade sentindo o
Seu carter e forma essenciais atravs do mundo de Sua criao, que
formado do homem e todas as coisas em unidade harmoniosa. Quando o
homem tiver assim realizado a terceira bno de Deus, esta se
transformar tambm num objeto do bem para a alegria de Deus. Se a
finalidade da criao de Deus tivesse sido assim realizada, teria sido
estabelecido nesta Terra o mundo ideal, onde no se poderia encontrar
vestgio algum de pecado. Podemos dar a este mundo o nome de Reino do
Cu na Terra. O homem foi criado no incio para viver no Reino do Cu na
Terra. No momento de sua morte fsica, ele deveria automaticamente
transmigrar para o mundo espiritual, onde poderia gozar da vida eterna no
Reino do Cu Espiritual.
De todos estes fatos at agora explicados, podemos compreender que o
Reino do Cu o mundo que se assemelha ao homem com sua
individualidade aperfeioada de acordo com o carter e a forma essenciais
de Deus. Tal como no homem, no qual o comando da mente transmitido
para todo o corpo atravs do sistema nervoso central, levando assim o
corpo a agir para uma s finalidade, no Reino do Cu, o comando de Deus

34 - PRINCPIO DIVINO

transmitido a todos os seus filhos por meio dos Verdadeiros Pais, levando
todos a trabalharem para uma s finalidade.
SEO IV
O Valor Original da Criao
1. DETERMINAO DO VALOR ORIGINAL DA CRIAO E O PADRO
DO VALOR
Como podemos determinar o valor original das coisas? O valor de um
objeto, de acordo com o padro comum, geralmente usado, determinado
pelo relacionamento recproco entre a finalidade do objeto e o desejo
humano dele. O valor original de um corpo individual no est latente nele
mesmo como algo absoluto. determinado pelo relacionamento recproco
entre a finalidade do corpo individual (como uma espcie particular de
objeto, centralizado no ideal da criao de Deus) e o desejo por parte do
homem (como o sujeito) de procurar o valor original do objeto. Desta
maneira, para que um objeto realize o valor original de sua criao, deve
unir-se ao homem atravs da ao de dar e receber, formando assim o
fundamento de quatro posies original, tornando-se o terceiro objeto de
Deus.
Qual , pois, o padro do valor original? O valor original determinado
quando um objeto e o homem, como sujeito, estabelecem o fundamento de
quatro posies centralizado em Deus. O padro de valor Deus, o ser
absoluto, porque o centro do fundamento de quatro posies Deus. Por
conseguinte, o valor original de um objeto, que determinado com relao
ao padro de Deus como a realidade absoluta, no pode deixar de ser
absoluto.
Por exemplo, como que se determina a beleza de uma flor? Sua beleza
original determinada quando a finalidade de Deus ao criar a flor e o desejo
espontneo do homem de procurar sua beleza esto de acordo um com o
outro, isto , quando o desejo, centralizado em Deus, do homem encontrar
sua beleza realizado pela estimulao emocional que ele recebe da flor.
Isto lhe traz alegria perfeita. Deste modo, a beleza da flor tornar-se-
absoluta quando a alegria que o homem sente proveniente da flor estiver
perfeitamente centralizada na finalidade da criao.
O desejo do homem de procurar a beleza da criao o desejo de sentir
seu prprio carter e forma objetivamente. Quando a finalidade de Deus ao
criar a flor e o desejo do homem de procurar seu valor estiverem em
concordncia, o sujeito e o objeto criaro um estado de unidade
harmoniosa. Portanto, para que qualquer coisa possua valor original ela

35 - PRINCPIO DIVINO

deve, tendo o homem como o sujeito, estabelecer o fundamento de quatro


posies, tornando-se o terceiro objeto de Deus, no estado de unidade
harmoniosa, centralizado nEle. Ento o valor original de todas as coisas,
determinado atravs de seu relacionamento relativo com Deus, tambm
absoluto. At aqui, o valor de um objeto nunca foi absoluto, mas apenas
relativo, porque a ao de dar e receber entre o objeto e o homem decado
no estava centralizada em Deus, mas na finalidade e no desejo de
Satans.
2. INTELECTO, EMOO E VONTADE ORIGINAIS E VERDADE, BELEZA
E BEM ORIGINAIS
A mente humana tem trs funes bsicas constantemente em ao:
intelecto, emoo e vontade. O corpo do homem age em resposta ao
comando da mente. Disto podemos concluir que a carne do homem
responde sua mente, isto , ao intelecto, emoo e vontade. Portanto,
todo ato do homem deve estar em busca da verdade, beleza e bem. Deus,
que o sujeito da mente humana, tambm o sujeito do intelecto, da
emoo e da vontade do homem. Quando o homem responder com sua
mente ao intelecto, emoo e vontade originais de Deus, seu corpo agir de
acordo com a vontade de Deus. Por conseguinte, a conduta do homem
demonstrar o valor da verdade, beleza e bem originais.
3. AMOR E BELEZA, BEM E MAL, RETIDO E INIQIDADE
(1) Amor e Beleza
Quando os dois corpos substanciais que resultam da diviso das
essencialidades duais de Deus, estabelecem um fundamento de quatro
posies pelo desempenho da ao de dar e receber numa base recproca,
h foras emocionais em funcionamento entre o sujeito e o objeto, para unlos como o terceiro objeto de Deus.
O amor uma fora emocional dada pelo sujeito ao objeto; a beleza
uma fora emocional devolvida ao sujeito pelo objeto. O poder do amor
ativo e a estimulao da beleza passiva.
No relacionamento entre Deus e o homem, Deus d amor como o sujeito,
enquanto o homem devolve beleza como o objeto. Entre o homem e a
mulher, o homem o sujeito que d amor, enquanto a mulher o objeto que
devolve beleza. No universo como um todo, o homem o sujeito que d
amor e o resto da criao objeto que responde em beleza. Contudo,
quando o sujeito e o objeto esto unidos, h o aparecimento de um amor
que est latente mesmo na beleza e, de beleza, latente mesmo no amor.
Isto porque quando o sujeito e o objeto se unem no movimento circular, o

36 - PRINCPIO DIVINO

sujeito pode ficar na posio do objeto e o objeto na do sujeito. Entre


homens, a beleza que uma pessoa mais jovem devolve em resposta ao
amor de uma pessoa mais velha se chama lealdade; a beleza que os filhos
devolvem em resposta ao amor de seus pais se chama devoo filial; a
beleza que uma esposa devolve ao amor do marido se chama virtude. A
finalidade do amor e da beleza que as duas substncias separadas,
divididas das essencialidades duais de Deus, possam tornar-se uma s
atravs da ao de dar e receber, estabelecendo assim o fundamento de
quatro posies, como o terceiro objeto de Deus, realizando sua finalidade
da criao.
A seguir, investiguemos a natureza do amor de Deus. A finalidade da
criao do homem por parte de Deus ser realizada somente quando Ado
e Eva, depois de terem alcanado a perfeio como os objetos substanciais
das essencialidades duais de Deus, se unirem e tiverem filhos. Desta forma
eles experimentam as trs espcies de amor que so dadas a seus
respectivos objetos - o amor paterno (o primeiro tipo de amor dado ao
objeto), o amor conjugal (o segundo tipo de amor dado ao objeto), e o amor
filial (o terceiro tipo de amor dado ao objeto) - a fim de realizar as trs
finalidades objetivas e finalmente formar o fundamento de quatro posies.
Com respeito a cada um dos trs amores objetivos no fundamento de
quatro posies, o amor subjetivo o amor de Deus. Por isso, o amor de
Deus demonstrado nos trs amores objetivos e se torna a fora
fundamental para o estabelecimento do fundamento de quatro posies. O
fundamento de quatro posies o perfeito objeto de beleza, sobre o qual
podemos receber e desfrutar do amor de Deus perfeitamente; tambm o
alicerce fundamental do bem, no qual a finalidade da criao de Deus pode
ser realizada.
(2) Bem e Mal
Quando um sujeito e um objeto realizam a finalidade da criao,
tornando-se um s atravs da ao de dar e receber, a ao ou seu
resultado se chama bem. Quando o sujeito e o objeto vo contra a
finalidade da criao de Deus atravs do estabelecimento do fundamento de
quatro posies centralizado em Satans, tal ao ou o seu resultado se
chama mal.
Por exemplo, quando um indivduo realiza a primeira bno de Deus
para com o homem, unindo sua mente e seu corpo atravs da ao de dar e
receber de amor e beleza, estabelecendo assim o fundamento de quatro
posies no nvel individual, este indivduo ou as aes que produz tal
indivduo se chamam bem. Se Ado e Eva tivessem se tornado marido e
mulher atravs da ao de dar e receber de amor e beleza, nas posies
respectivas de sujeito e objeto centralizados em Deus e tivessem

37 - PRINCPIO DIVINO

estabelecido o fundamento de quatro posies no nvel de famlia com seus


filhos, teriam criado uma famlia na qual a finalidade da criao teria sido
completada, realizando assim a segunda bno de Deus para com o
homem. Esta famlia ou as aes para estabelecer tal famlia, tem o nome
de bem. Alm disso, quando um homem, depois de ter aperfeioado sua
individualidade, coloca a criao na posio objetiva como seu segundo eu
e se torna um com ela, ele produz o terceiro objeto de Deus. Estabelece
assim o fundamento de quatro posies sob seu controle, realizando a
terceira bno de Deus para com o homem. Este estado ou as aes para
ating-lo, tambm tm o nome de bem. Por outro lado, quando uma
pessoa realiza uma finalidade contrria s trs grandes bnos de Deus
pelo estabelecimento do fundamento de quatro posies centralizado em
Satans, este ato ou os resultados dele, so chamados de mal.
(3) Retido e Iniqidade
No curso da realizao da finalidade do bem, os elementos que produzem
uma vida de bem so chamados de retido. No curso da realizao da
finalidade do mal (Satans), os elementos que causam uma vida de mal so
chamados de iniqidade.
Desta forma, natural que tenhamos
necessidade de viver uma vida de retido a fim de atingirmos a finalidade do
bem. por isto que a retido est sempre procura da finalidade do bem.
SEO V
O Processo da Criao do Universo
e o Perodo de Crescimento
1. O PROCESSO DA CRIAO DO UNIVERSO
Est registrado no Captulo 1 do Gnesis que a criao do universo
comeou pela criao da luz a partir do caos, vazio e das trevas sobre a
face do profundo. Deus primeiro criou a gua e separou as guas que
estavam sob o firmamento das guas que estavam acima do firmamento.
Depois Ele separou as guas da terra. Depois de ter criado as plantas, os
peixes, os pssaros e os mamferos, Ele ento criou o homem. Tudo isto
levou um perodo de seis dias. Atravs disto, vemos que houve um perodo
de seis dias envolvido na criao do universo.
O processo da criao, como est escrito na Bblia, est de acordo com o
processo evolucionrio da criao, conhecido pelos cientistas modernos.
No incio, o universo estava em um estado gasoso. Partindo do caos e do
vazio da era andrica, os corpos celestes foram formados. Depois de um
perodo de chuvas, o mundo entrou na idade aquosa com um firmamento de
gua. Ento, devido erupo vulcnica, a terra apareceu da gua, e foi

38 - PRINCPIO DIVINO

assim separada do mar. A seguir, as plantas e os animais inferiores vieram


a existir. Depois vieram os peixes, as aves, os mamferos e finalmente o
homem, naquela ordem. Os cientistas calculam que a idade da Terra de
aproximadamente um bilho de anos. Quando observamos o fato que o
curso da criao do universo descrito na Bblia, que foi escrita a milhares de
anos atrs, coincide com as descobertas da pesquisa cientfica, ns nos
certificamos de que esta descrio da Bblia de fato uma revelao de
Deus.
O universo no veio a existir repentinamente sem um transcorrer de
tempo, mas levou um tempo considervel para que a gerao do universo
fosse realizada. Portanto, os seis dias at o trmino da criao do universo
so, de fato, no seis dias como calculados pela repetio de nascer e pr
do sol, mas uma indicao de que houve seis perodos no curso da criao.
2. O PERODO PARA O CRESCIMENTO DA CRIAO
O fato que levou seis dias - isto , seis perodos - para completar a
criao do universo, indica que uma certa quantidade de tempo
necessria para se completar a criao de qualquer corpo individual no
universo.
Lemos no Captulo 1 do Gnesis a histria da criao do universo, na
qual se descreve cada dia da criao e se designa cada dia por um nmero.
Por isso, tambm podemos compreender que um perodo de tempo foi
necessrio para o acabamento de cada criao. Diz a Bblia que, depois da
criao, no primeiro dia: e foi a tarde e foi a manh o primeiro dia (Gn 1.5).
Em algum ponto no perodo desde a tarde, pela noite, at a manh seguinte,
o segundo dia devia comear; mas a Bblia diz dia um ou primeiro dia,
porque todo ser criado s pode realizar o ideal da criao na nova manh,
depois de sua perfeio atravs da noite, que o perodo de crescimento.
De modo semelhante, todo fenmeno que ocorre no universo produz o
resultado apenas depois do transcorrer de um intervalo de tempo. O motivo
que tudo foi feito no incio para ser aperfeioado atravs de um certo
perodo de tempo.
(1) Os Trs Estgios Ordenados para o Perodo de Crescimento
O universo a representao do carter e da forma essenciais de Deus,
desenvolvidos substancialmente de acordo com os princpios da
matemtica. Podemos concluir que Deus , de fato, matemtico. Deus a
realidade absoluta, o centro neutro existente das duas essencialidades, por
isso, Ele a realidade do nmero trs. Todo ser criado, que a imagem e
semelhana de Deus (Gn 1.27), criado para passar atravs do curso do
nmero trs em sua existncia, movimento e crescimento.

39 - PRINCPIO DIVINO

Deste modo, o fundamento de quatro posies, que era a finalidade da


criao de Deus, devia ser estabelecido atravs do curso de trs estgios:
Deus, Ado e Eva, e filhos. A fim de estabelecer o fundamento de quatro
posies e entrar em um movimento circular, deve-se efetuar os trs
estgios da ao de origem-diviso-unio, realizando as trs finalidades
objetivas, servindo de objeto para trs sujeitos, e de sujeito para trs
objetos. Para que qualquer coisa se firme em uma posio fixa, necessita
de pelo menos trs pontos para apoi-la. Portanto, para que qualquer
criatura seja aperfeioada, deve crescer at a maturidade atravs dos trs
estgios ordenados de formao crescimento e aperfeioamento. O
nmero trs aparece por todo o mundo natural que formado de minerais,
plantas e animais. Por exemplo: a matria existe em trs estados - gasoso,
lquido e slido; a planta basicamente formada de trs partes - a raiz, o
tronco ou caule e as folhas; e o animal formado de cabea, tronco e
membros.
A seguir, tiremos alguns exemplos da Bblia. O homem, tendo cado
antes de completar os trs estgios do perodo de crescimento, no pode
realizar a finalidade da criao. Por isto, a fim de atingir esta finalidade, ele
deve primeiro passar atravs daqueles trs estgios. Na providncia da
restaurao, Deus tem trabalhado para restaurar o nmero trs. Como
consequncia, h muitas passagens na Bblia sobre a providncia
centralizada no nmero trs: a Trindade (Pai, Filho e Esprito Santo), os
trs estgios do Paraso, os trs arcanjos (Lcifer, Gabriel e Miguel), os trs
andares da arca de No, os trs vos do pombinho da arca, as trs ofertas
de Abrao, os trs dias antes da oferta de Isaac, os trs dias de calamidade
durante o perodo de Moiss, o perodo de trs dias para a separao de
Satans na preparao para o xodo, os trs perodos de quarenta anos
para a restaurao de Cana, o perodo de trs dias de separao de
Satans centralizando-se em Josu antes do cruzamento do Jordo, trinta
anos de vida particular e trs anos de ministrio pblico de Jesus, os trs
magos do Oriente com suas trs ddivas, os trs discpulos maiores de
Jesus, as trs tentaes de Jesus, as trs oraes no Getsmani, as trs
negaes de Pedro a respeito de Jesus, a escurido de trs horas durante a
crucifixo e a ressurreio de Jesus depois de trs dias.
Quando caram os primeiros antepassados humanos? Caram durante o
seu perodo de crescimento, enquanto estavam ainda imaturos. Se o
homem tivesse cado depois de ter alcanado a perfeio, no poderamos
acreditar na onipotncia de Deus. Se o homem pudesse cair depois de terse tornado uma perfeita manifestao do bem, o prprio bem seria
imperfeito. Desta forma, teramos que chegar concluso de que Deus, o
sujeito absoluto do bem, tambm imperfeito.

40 - PRINCPIO DIVINO

Em Gnesis 2.17, Deus avisou a Ado e Eva que no dia em que eles
comessem do fruto da rvore da Cincia do Bem e do Mal, certamente
morreriam. Do fato de terem eles a possibilidade de escolha, ou continuar a
viver pela obedincia advertncia de Deus, ou aceitar o caminho da morte
indo contra aquela, podemos imaginar que estavam ainda em um perodo
imaturo. Todas as coisas foram criadas para alcanarem a perfeio depois
de terem crescido atravs dos trs estgios. O homem no poderia ter sido
criado fora deste princpio.
Em qual dos estgios de crescimento o homem caiu? podemos ver que
ele caiu no nvel final do estgio de crescimento. Isto pode ser provado
logicamente examinando as vrias situaes em torno da queda dos
primeiros antepassados humanos e pelos detalhes da histria da
providncia de restaurao. Isto ficar mais esclarecido ainda pelo estudo
da primeira e segunda partes deste livro.
(2) O Domnio Indireto
Durante o perodo de crescimento, cada ser da criao cresce
autonomamente pela fora do Princpio Divino. Por isso, Deus, como autor
do Princpio, relaciona-se com a Criao indiretamente, tratando
diretamente apenas daqueles resultados de seu crescimento que esto de
acordo com o Princpio. Por isto, damos a este perodo o nome de domnio
indireto de Deus ou Seu domnio sobre o resultado no Princpio.
Todas as coisas alcanam sua perfeio atravs do domnio e autonomia
do prprio Princpio, passando pelo perodo de crescimento (domnio
indireto). Contudo, o homem foi criado para atingir sua perfeio no
apenas atravs do domnio e autonomia do prprio Princpio, mas tambm
pelo cumprimento de sua prpria poro de responsabilidade, passando
atravs deste perodo. Isto , quando estudamos a Palavra de Deus, que
diz . . . no dia em que dele comeres, certamente morrers (Gn 2.17),
podemos entender que a queda do homem foi culpa dele mesmo e no de
Deus.
Os primeiros antepassados humanos deviam tornar-se perfeitos pela
crena na Palavra divina no comendo o fruto, mas em sua descrena, eles
o comeram, causando assim a queda. Em outras palavras a perfeio ou
no perfeio do homem dependia no somente do poder da criao de
Deus, mas tambm da resposta do homem. Por isso, o homem foi criado
para atingir a sua perfeio passando atravs do perodo de crescimento
(domnio indireto), realizando sua poro de responsabilidade, sendo que
Deus tambm realiza Sua parte como o Criador.
Deus criou o homem de forma que ele pudesse atingir sua perfeio
somente pelo cumprimento de sua poro de responsabilidade. Deus no

41 - PRINCPIO DIVINO

interfere com o homem, sob este aspecto. O homem devia ter herdado a
criatividade de Deus e participar no Seu trabalho de criao. Assim, o
homem pode tambm desfrutar da autoridade de um mestre, que o capacita
a dominar todas as coisas da posio de criador, tal como Deus, o Criador
do homem, tem domnio sobre o homem (Gn 1.28). Esta a diferena entre
o homem e o restante da Criao. Assim, o homem alcana a perfeio
somente depois de ter adquirido a capacidade de reger o resto da Criao,
incluindo os anjos. Ele realiza isto passando pelo perodo do domnio
indireto, cumprindo sua prpria poro de responsabilidade e herdando a
capacidade de criar de Deus. Por isso, o homem, que perdeu seu
qualificativo de dominador por causa da queda, jamais poder realizar a
finalidade da criao a menos que passe pelo domnio indireto. Aqui ele
pode restaurar seu domnio sobre todas as coisas, inclusive sobre Satans,
pela realizao de sua poro de responsabilidade de acordo com o
princpio de restaurao. A providncia de Deus da salvao tem sido
prolongada por tanto tempo porque as figuras centrais na Sua providncia
da restaurao tm repetidamente falhado no cumprimento da sua prpria
poro de responsabilidade.
Por maior que seja a graa da salvao atravs da cruz de Cristo, a
providncia da salvao batendo s portas do homem ser anulada a no
ser que o homem tenha f, que sua prpria poro de responsabilidade.
Deus concedeu o benefcio da ressurreio atravs da crucifixo de Jesus,
como sua prpria poro de responsabilidade, mas resta a poro de
responsabilidade do homem de crer (Jo 3.16, Ef 2.8, Rm 5.1).
(3) O Domnio Direto
O que domnio direto de Deus e qual sua finalidade? O homem entra
no domnio direto de Deus quando o esposo e a esposa realizam a
finalidade do bem, atravs da perfeita ao de dar e receber de amor e
beleza entre eles, de acordo com a vontade do sujeito, em perfeita unidade
com o corao de Deus, tendo estabelecido o fundamento de quatro
posies, tornando-se um s corpo unido. Por isso, o domnio direto o
reino da perfeio. Estamos destinados a transformar em realidade este
domnio direto de Deus, porque ele deve existir para que a finalidade da
criao possa ser realizada. Que significado tem o domnio direto de Deus
para o homem?
Se Ado e Eva tivessem se aperfeioado, centralizando-se em Deus,
tornando-se um s corpo unido para formar o fundamento de quatro
posies no nvel de famlia, e depois, em perfeita unidade com o corao
divino, tivessem vivido a vida do bem, chamaramos este estado de
domnio direto de Deus. Um homem em tal estado pode pr em prtica a
vontade de Deus, compreendendo-a e experimentando o corao de Deus

42 - PRINCPIO DIVINO

por detrs daquela Vontade. Assim como cada seo ou nervo do corpo
posto em ao pelo comando da mente humana, que invisvel, o homem
haveria de cumprir a vontade de Deus em obedincia ao seu comando,
realizando assim a finalidade da criao.
A seguir, estudemos como o homem assume o domnio direto sobre todas
as coisas. Quando o homem aperfeioado como sujeito e, o mundo fsico
como seu objeto, se tornam um s corpo unido centralizado em Deus e
estabelecem o fundamento de quatro posies e, quando o homem assim
realiza a finalidade do bem, atravs da perfeita ao de dar e receber de
amor e beleza com o mundo fsico, de acordo com sua vontade, em perfeita
unidade com o corao de Deus, o homem atinge o domnio direto sobre
todas as coisas.
SEO Vl
O Mundo Substancial Invisvel e o Mundo Substancial
Visvel Centralizando-se no Homem
1. O MUNDO SUBSTANCIAL INVISVEL E O MUNDO SUBSTANCIAL
VISVEL
J que o universo foi criado seguindo o modelo de um homem, que existe
como imagem e semelhana das essencialidades duais de Deus, toda a
existncia, sem exceo, se assemelha forma bsica do homem, que
consiste de mente e corpo (cf. parte I, Captulo I, Seo I). Portanto, no
universo existe no somente o mundo substancial visvel, que se assemelha
ao corpo humano, mas tambm o mundo substancial invisvel, cujo modelo
a mente humana. Ao ltimo damos o nome de mundo substancial
invisvel, porque no podemos perceb-lo com nossos cinco sentidos
fsicos, mas podemos perceb-lo com nossos cinco sentidos espirituais. O
mundo invisvel, como o mundo visvel, o mundo da realidade. Ele de
fato sentido e percebido atravs dos cinco sentidos espirituais. A estes dois
mundos substanciais juntos damos o nome de macrocosmo.
Assim como o corpo no pode agir sem um relacionamento com a mente,
tambm o homem original da criao no pode agir sem um relacionamento
com Deus. O mundo visvel no pode desfrutar de seu valor de criao sem
se relacionar com o mundo invisvel. Da mesma maneira que no podemos
entender o procedimento de um homem sem conhecer sua mente, ns
realmente no conhecemos o significado fundamental da vida humana sem
conhecer a Deus. Sem compreender o mundo invisvel, no podemos
conhecer de maneira perfeita o mundo visvel. Portanto, o mundo invisvel
o mundo subjetivo e o mundo visvel o mundo objetivo, sendo que o ltimo
funciona como uma sombra do primeiro (Hb 8.5). O homem, por ocasio de

43 - PRINCPIO DIVINO

sua morte depois de sua vida no mundo visvel, vai para o mundo invisvel
em um corpo espiritual, tendo se despido de sua veste de carne (J 10.11)
e l ele vive para sempre.
2. A POSIO DO HOMEM NO UNIVERSO
Primeiro, Deus criou o homem para ser o dominador do universo (Gn
1.28). O universo, exceto o homem, no tem a sensibilidade interna para
com Deus. por isso que Deus no domina o mundo diretamente, mas
criando o homem de tal forma a ter toda sensibilidade para com o universo,
Deus permite que ele governe o universo diretamente.
Ao criar o homem, Deus criou sua carne com os ingredientes tirados da
gua, da terra e do ar, os quais eram os principais elementos do mundo
visvel. Deus fez isto para possibilitar ao homem sentir e ter domnio sobre
este mundo. Ele criou o homem espiritual com elementos espirituais para
possibilitar-lhe sentir e dominar o mundo invisvel.
No Monte da
Transfigurao, Moiss, que tinha morrido h mais de 1600 anos, e Elias,
que tinha morrido h mais de 900 anos, apareceram a Jesus (Mt 17.3).
Estes eram, de fato, os espritos de Moiss e Elias. Somente o homem, que
formado tanto de carne como esprito, o que lhe possibilita dominar os
mundos visvel e invisvel, pode ser o dominador dos dois mundos.
Segundo, Deus criou o homem para ser o mediador e o centro de
harmonia no universo. Quando a carne e o esprito do homem, tornando-se
um atravs da ao de dar e receber entre si, pem-se como objeto
substancial de Deus, os mundos visvel e invisvel tambm se tornam objeto
de Deus, unindo-se atravs da ao de dar e receber centralizada no
homem. Desta forma, o homem o mediador e centro de harmonia entre os
dois mundos. Por isso, o homem como o ar que faz com que um diapaso
possa ressoar. J que o homem foi criado para comunicar-se com o mundo
invisvel, ele deve refletir tudo o que acontece no mundo do esprito.
Terceiro, Deus criou o homem como o microcosmo substancial do todo.
Deus primeiro criou o universo pelo desenvolvimento, em substncia, do
carter e da forma do homem. Por isso, o homem espiritual a
encapsulao substancial do mundo invisvel, j que Deus criou o mundo
invisvel como o desenvolvimento substancial do carter e da forma do
homem espiritual. Da mesma maneira, o homem fsico a encapsulao
substancial do mundo visvel, j que Deus criou o mundo visvel como o
desenvolvimento substancial do carter e da forma do homem fsico.
Conseqentemente, o homem um microcosmo, a encapsulao do
macrocosmo total.
Por causa da queda do homem, porm, toda a Criao perdeu seu
dominador. Lemos em Romanos 8.l9 que a Criao aguarda ansiosamente

44 - PRINCPIO DIVINO

a manifestao dos filhos de Deus (homens restaurados da natureza


original). Romanos 8.22 continua dizendo que toda a Criao geme e est
juntamente com dores de parto. O motivo que a ao de dar e receber
entre os mundos visvel e invisvel foi cortada devido queda do homem,
fazendo-os incapazes de se unirem, j que o homem devia ser seu
mediador e centro de harmonia.
Jesus veio como um homem aperfeioado em carne e esprito. Por isso,
ele era o microcosmo substancial do todo. por isso que a Bblia diz que
Deus colocou todas as coisas sob os ps de Cristo (I Co l5 . 27). Jesus
nosso salvador. Ele veio ao mundo com a finalidade de aperfeioar os
homens decados, esforando-se para que se unissem a ele.
3. O RELACIONAMENTO ENTRE O HOMEM FSICO E O HOMEM
ESPIRITUAL
(1) A Estrutura e a Funo do Homem Fsico
O homem fsico consiste das essencialidades duais, mente fsica (sujeito)
e corpo fsico (objeto). A mente fsica possibilita ao corpo fsico funcionar
em atividades fsicas, como a existncia, a multiplicao e a proteo. O
instinto do animal corresponde mente fsica. Para que o corpo fsico
possa crescer em boa sade, deve absorver ar e luz, os quais so o
nutrimento invisvel de natureza positiva, tirando ao mesmo tempo de todas
as coisas os elementos materiais, que so o nutrimento visvel de natureza
negativa. Todos estes devem desempenhar uma perfeita ao de dar e
receber atravs da circulao do sangue.
O bem ou o mal na conduta do homem fsico traz uma influncia ao
homem espiritual, para torn-lo bom ou mau. O motivo que o homem
fsico fornece um determinado elemento ao homem espiritual, ao qual
damos o nome de elemento de vitalidade. Em nossa vida diria, sabemos
que nossa mente se alegra quando nosso corpo faz uma boa ao, mas
sente angstia depois de uma conduta m. O motivo que o elemento de
vitalidade que pode ser bom ou mau de acordo com as aes do homem,
introduzido em nosso homem espiritual.
(2) A Estrutura e Funo do Homem Espiritual
O homem espiritual, que existe como um ser substancial invisvel, foi
criado para ser um sujeito para com o homem fsico e para ser sentido e
percebido apenas atravs de nossos sentidos espirituais. Atravs do
homem espiritual podemos nos comunicar diretamente com Deus e ter
domnio sobre o mundo invisvel, incluindo os anjos. Nosso homem
espiritual idntico em sua aparncia ao nosso homem fsico e vive por

45 - PRINCPIO DIVINO

toda a eternidade no mundo invisvel, depois de sair do corpo fsico. O


homem deseja viver para sempre, porque ele tem em si mesmo o homem
espiritual, que possui uma natureza eterna.
Este homem espiritual formado das essencialidades duais de mente
espiritual (sujeito) e o corpo espiritual (objeto). A mente espiritual a parte
central do homem espiritual, na qual Deus pode habitar. Nosso homem
espiritual cresce atravs da ao de dar e receber entre o elemento de
vida (positivo), proveniente de Deus, e o elemento de vitalidade
(negativo), proveniente do homem fsico. O homem espiritual no somente
recebe o elemento de vitalidade do homem fsico, mas tambm envia de
volta um certo elemento, ao qual damos o nome de elemento espiritual
vivo. Verificamos que um certo homem, influenciado por um outro esprito
mais alto, poderia sentir infinita alegria, como tambm o nascer de uma
nova fora dentro de si mesmo, ao ponto de possibilitar a ele curar uma
doena crnica. Tais fatos ocorrem porque o homem fsico recebe o
elemento espiritual vivo do homem espiritual. Alm disto, o homem
espiritual s pode crescer no solo do homem fsico.
Por isto, o
relacionamento entre o homem espiritual e o homem fsico como o que
existe entre o fruto e a rvore. Quando a mente fsica responde aos desejos
da mente espiritual, o homem fsico age de acordo com a finalidade da
mente espiritual. Ento o homem fsico recebe do homem espiritual
elemento espiritual vivo. Isto traz bons sentimentos e energia ao homem
fsico. De modo semelhante, o homem fsico, ao devolver um elemento de
vitalidade sadio ao homem espiritual, traz-lhe uma influncia para que ele
cresa normalmente na direo do bem.
A verdade nos ensina o que a nossa mente espiritual deseja. Quando o
homem vem a compreender, atravs da verdade, o que nossa mente
espiritual deseja, e quando, colocando isto em prtica, realiza sua poro de
responsabilidade, ento o elemento espiritual vivo e o elemento de
vitalidade entram na ao de dar e receber para a finalidade do bem. O
relacionamento entre o elemento espiritual vivo e o elemento de vitalidade
correspondem ao relacionamento entre carter e forma. Devido ao fato do
elemento espiritual vivo estar sempre funcionando em todo indivduo, sua
mente original sempre se inclina para o bem, mesmo numa pessoa m.
Contudo, a menos que o homem tenha uma boa vida, nem mesmo o
elemento espiritual vivo poder fazer coisa alguma para o melhoramento do
homem fsico. Alm disto, no poder tambm desfrutar de uma ao de
dar e receber normal com o elemento de vitalidade. De modo semelhante,
nosso homem espiritual s pode ser aperfeioado atravs de nossa vida
fsica na terra.
Nosso homem espiritual deve aperfeioar-se pelo crescimento gradual
atravs dos trs estgios ordenados juntamente com nosso homem fsico,

46 - PRINCPIO DIVINO

centralizando-se na mente espiritual, de acordo com o Princpio da Criao.


Um homem espiritual que est no estgio de formao chamado esprito
de forma; no estgio de crescimento, esprito de vida e no estgio de
aperfeioamento, esprito divino.
Quando o nosso homem espiritual e o homem fsico estabelecem o
fundamento de quatro posies pelo desempenho de uma perfeita ao de
dar e receber, centralizando-se em Deus, fazendo assim um s corpo unido,
o homem espiritual se torna um esprito divino. Neste nvel, o homem
espiritual pode sentir e perceber tudo no mundo invisvel. J que todos os
fenmenos espirituais assim percebidos pelo nosso homem espiritual so
refletidos e ecoados em nosso homem fsico, apresentando-se como
fenmenos fsicos, o homem finalmente vem a sentir fenmenos espirituais,
at mesmo com os seus cinco sentidos fsicos. O Reino de Deus no Cu
o lugar para onde vo os espritos, a fim de l viverem eternamente, depois
de sarem de seus corpos fsicos, depois de terem terminado sua vida fsica
no Reino de Deus na Terra. O Reino de Deus no Cu pode ser realizado
somente depois da realizao do Reino de Deus na Terra.
A sensibilidade do nosso homem espiritual deve ser cultivada atravs do
relacionamento recproco com o homem fsico durante sua vida fsica na
Terra. Por isso o homem deve aperfeioar-se na Terra e a experimentar o
perfeito amor de Deus na Terra, para que seu homem espiritual experimente
o perfeito amor de Deus no mundo substancial invisvel depois de sua morte
fsica. Assim, o carter e a qualidade do homem espiritual so formados
durante nossa vida terrena. O agravamento do mal no esprito de um
homem decado devido sua conduta pecaminosa durante sua vida
terrena. De modo semelhante, o melhoramento do homem espiritual
decado se origina apenas atravs da redeno dos seus pecados durante
sua vida fsica na Terra. Foi este o motivo pelo qual Jesus veio Terra na
carne a fim de salvar a humanidade pecaminosa. Por isso, devemos ter
uma boa vida na Terra. Jesus deu a chave do Reino do Cu para Pedro (Mt
l6. l9), e disse que tudo o que for ligado na Terra ser ligado no Cu e tudo
o que for desligado na Terra, ser desligado no Cu (Mt l8.18), porque a
finalidade primria da providncia da salvao tem que, primeiro, ser
realizada na Terra.
A destinao do homem espiritual decidida por seu prprio homem
espiritual, no por Deus. Originalmente, o homem foi feito de tal modo que,
depois de sua perfeio, pudesse respirar o amor de Deus perfeitamente.
Se um homem espiritual incapaz de respirar este amor perfeitamente, por
causa de sua conduta pecaminosa, ele sente dor quando se encontra diante
de Deus, que o sujeito do amor perfeito. Conseqentemente, tal esprito
vai automaticamente para o inferno, que o mais distante lugar do amor de

47 - PRINCPIO DIVINO

Deus.
Alm disso, a multiplicao do homem espiritual ocorre
simultaneamente com a multiplicao do homem fsico, atravs da vida
fsica do homem, porque o homem espiritual foi criado para crescer somente
no solo do homem fsico.
(3) A Mente Humana do Ponto de Vista do ReIacionamento entre
Mente Espiritual e Mente Fsica
O relacionamento entre a mente espiritual e a mente fsica semelhante
ao que existe entre carter e forma. Quando as duas se tornam unidas,
atravs da ao de dar e receber centralizando-se em Deus, o homem
espiritual e o homem fsico naturalmente se tornam uma s unidade
harmoniosa. Esta ao de dar e receber entre a mente espiritual e a mente
fsica produz um corpo unido - a mente humana -, que dirige o indivduo
para a realizao da finalidade da criao.
O homem passou a ser ignorante com respeito a Deus, por causa da
queda. Ele tambm se tornou ignorante com respeito ao padro absoluto do
bem. Mas, de acordo com a natureza original da criao, a mente humana
sempre leva o homem para aquilo que julga ser bom. Esta fora diretiva se
chama conscincia humana. Contudo, o homem decado, sendo ignorante
com respeito ao padro absoluto do bem, no pode estabelecer o padro
absoluto da conscincia. Conforme varia o padro do bem, varia tambm o
padro da conscincia, e isto causa freqente conflito, mesmo entre aqueles
que advogam uma vida conscienciosa. A parte da mente humana que
corresponde ao carter, que sempre leva o homem para o padro absoluto
do bem, chamada mente original e, a que corresponde forma,
chamada conscincia.
Por isso, quando o homem, devido ignorncia, estabelece um padro de
bem diferente daquele da natureza original da criao, a conscincia
humana se dirige para aquele padro; mas a mente original o rejeita e
procura modificar a direo da conscincia para o padro da mente original.
Quando a mente espiritual e a mente fsica, que esto sob o cativeiro de
Satans, formam uma s unidade atravs da ao de dar e receber, o
desenvolvimento do homem para a direo do mal acelerado. Chamamos
esta unidade de mente m.
A mente original e a conscincia do homem repelem a mente m e
dirigem o homem para o bem, ajudando-o a separar-se de Satans e a
apresentar-se diante de Deus.

48 - PRINCPIO DIVINO

CAPTULO II

A Queda do Homem

O homem, sem exceo, inclina-se a repelir o mal e a procurar o bem. Os


homens, porm, inconscientemente levados por uma fora m, repelem o
bem desejado por suas mentes originais e fazem ms aes, que eles
realmente no querem fazer. No Cristianismo, esta fora m conhecida
como Satans. Visto que o homem no conhece a verdadeira natureza de
Satans, ele incapaz de liquidar a fora de Satans. A fim de eliminar a
fonte do mal, de terminar a histria pecaminosa da humanidade e
estabelecer uma era de bem, devemos primeiramente esclarecer a
motivao de Satans e a natureza do seu ser. Para fazer isto, devemos
estudar a Queda do Homem.
SEO I
A Raiz do Pecado
At a presente era, nenhum homem conheceu a raiz do pecado. Os
cristos acreditam que Ado e Eva, o primeiro homem e a primeira mulher
comeram o fruto da rvore da Cincia do Bem e do Mal, e que este ato foi a
raiz do pecado. H certo nmero de pessoas de f que assumem que o
fruto da rvore da Cincia do Bem e do Mal um fruto de uma rvore real,
enquanto outros acreditam que o fruto um smbolo. Tais opinies diversas
conduzem a diferentes interpretaes e, da, confuso.
1. A RVORE DA VlDA E A RVORE DA CINCIA DO BEM E DO MAL
Muitos cristos at o dia de hoje, acreditam que o fruto que levou Ado e
Eva a cair era literalmente o fruto de uma rvore. Mas, como poderia Deus o pai do homem - fazer um fruto to tentador (Gn 3.6) que seus filhos
haveriam de desejar mesmo com o risco de cairem? Como poderia Ele ter
colocado um fruto to nocivo onde Seus filhos pudessem facilmente
alcanar?

49 - PRINCPIO DIVINO

Jesus disse: o que contamina o homem no o que entra na boca mas o


que sai da boca isto o que contamina o homem (Mt 15.11). ento como
poderia um alimento que comido pelo homem lev-lo a cair? o pecado
original do homem tem sido herdado do primeiro homem e da primeira
mulher. Como poderia um comestvel ser a fonte daquele pecado ou a
causa da transmisso daquele pecado original aos filhos? Aquilo que se
herda transmitido atravs da linhagem de sangue. Aquilo que uma pessoa
come no pode ser transmitido de uma gerao para a outra.
H muitos que crem que Deus tenha criado o fruto da rvore da Cincia
do Bem e do Mal, e tenha dado ao homem o mandamento de no o comer a
fim de testar a obedincia do homem para com Ele. Devemos perguntar:
Ser que um Deus de Amor poderia ter posto o homem em teste de maneira
to impiedosa, por um meio que poderia causar a sua morte? Ado e Eva
sabiam que haveriam de morrer, quando comeram o fruto, pois Deus lhes
havia dito. Mesmo assim eles o comeram. No podemos compreender
porque Ado e Eva, que realmente no estavam passando fome, haveriam
de desobedecer ao mandamento de Deus, com o risco de suas vidas. O
fruto da rvore da Cincia do Bem e do Mal deve ter sido to
extraordinariamente estimulante e to ardentemente desejado, que nem o
medo da punio - nem a morte - os pde impedir de comer aquele fruto.
J que o fruto da rvore da Cincia do Bem e do Mal no foi um fruto
material, mas um smbolo, o que representa este smbolo? Para responder
esta pergunta comecemos com um exame da rvore da Vida que crescia no
Jardim do den, juntamente com a rvore da Cincia do Bem e do Mal (Gn
2.9). Quando entendermos o verdadeiro carter da rvore da Vida,
conheceremos tambm a natureza da rvore da Cincia do Bem e do Mal.
(1) A rvore da Vida
De acordo com a Bblia a esperana do homem decado est na rvore
da Vida, isto em transformar-se em uma rvore da vida. Os israelitas do
Velho Testamento encaravam a rvore da Vida como sua esperana ltima
(Pv 13.12). A esperana dos cristos desde o tempo de Jesus at a
presente poca est na direo da rvore da Vida (Ap 22.14). J que a
esperana ltima do homem decado a rvore da Vida podemos concluir
que a esperana de Ado antes da Queda tambm era a rvore da Vida.
Por que podemos concluir que a esperana de Ado era alcanar a rvore
da Vida? Em Gnesis 3.24 diz que depois que Ado cometeu o pecado,
Deus colocou querubins com uma espada de fogo para guardar o caminho
da rvore da Vida. Devido queda Ado foi expulso do Jardim do den
(Gn 3.24) sem ter atingido a rvore da Vida. A partir de ento o homem

50 - PRINCPIO DIVINO

decado tem colocado sua esperana em atingir o que Ado falhou em


atingir: a rvore da Vida.
Qual dever ter sido a esperana de Ado enquanto ele estava no
processo de crescimento perfeio? Ele tinha esperana de atingir a
perfeita virilidade sem cair e assim realizar o ideal da criao de Deus.
Portanto, podemos agora compreender a importncia da rvore da Vida
como virilidade que realiza o ideal da criao como Ado aperfeioado. A
rvore da Vida representa o Ado aperfeioado.
Se Ado tivesse atingido a rvore da Vida, todos os seus descendentes
tambm teriam atingido a rvore da Vida e assim eles teriam realizado o
Reino do Cu na Terra. Contudo, Ado caiu e Deus colocou uma espada
de fogo na entrada do Jardim, para guard-lo. Portanto, a rvore da Vida
ficou sendo a esperana dos homens decados que se esforam por
restaurar o ideal da criao.
Por que a procura da realizao da rvore da Vida to difcil, que
ningum a tenha atingido? O homem decado, sobrecarregado com o
pecado original, no pode alcanar aquela meta apenas por sua prpria
capacidade. necessrio que um homem que tenha realizado o ideal da
criao na Terra venha e atraia todos os homens decados para si, em
unidade harmoniosa (Rm 11.17). Tal homem deve vir para mostrar o
caminho aos homens decados. Jesus veio como a rvore da Vida, para
realizar a esperana dos santos do Velho Testamento, que tinham esperado
por seu advento (Pv 13.12).
Atos 2.3 afirma que os santos, no dia de pentecostes, puderam receber o
Esprito Santo, atravs do qual toda a humanidade podia ir para Jesus, a
rvore da Vida, e juntar-se a ele. Isto aconteceu somente depois da
distribuio das lnguas de fogo, isto , a espada de fogo, que guarda a
rvore da Vida. Deste modo, somente os cristos esto espiritualmente
unidos a Jesus. Assim, por mais desenvolvida que seja a f dos pais em
Jesus, eles s podem ter filhos com pecado, os quais tm que passar pela
redeno dos pecados. Sabemos que nem mesmo os santos mais
piedosos foram capazes de remover o pecado original; e por isto, at eles o
transmitem a seus filhos (cf. parte I, Captulo IV, Seo I).
Por isto, Cristo deve vir de novo Terra como a rvore da Vida, para
realizar a providncia da redeno da humanidade, enxertando os homens
em si mesmo. Este o motivo pelo qual os santos da idade do Novo
Testamento esperam pela rvore da Vida, como est em Apocalipse 22.
14, que, de fato, o Senhor do Segundo Advento.
Podemos compreender que a finalidade da providncia de salvao de
Deus restaurar a rvore da Vida, que foi perdida no Jardim do den (Gn
2.9), para a rvore da Vida, mencionada em Apocalipse 22.14. Por causa

51 - PRINCPIO DIVINO

da Queda, Ado no pde atingir a primeira rvore da Vida. Por isto, Cristo
deve voltar novamente como o ltimo Ado (Ap 22.14), a fim de salvar o
homem decado. por este motivo que Cristo chamado de ltimo Ado
(I Co 15.45).
(2) A rvore da Cincia do Bem e do MaI
Deus criou Ado e tambm criou Eva como esposa de Ado. Assim,
quando encontramos no Jardim do den uma rvore que simboliza a
masculinidade, sabemos que deve haver outra rvore que simbolize a
feminilidade. A rvore da Cincia do Bem e do Mal, a qual, como se
descreve, est junto da rvore da Vida (Gn 2.9), era, pois, o smbolo de
Eva.
A Bblia refere-se a Jesus como videira (Jo 15.5) ou a oliveira (Rm 11.17).
De modo semelhante, Ado e Eva so representados por duas rvores.
2. O VERDADEIRO CARTER DA SERPENTE
Na Bblia lemos que a serpente tentou Eva a pecar (Gn 3.4-5). O que
significa esta serpente? Encontra-se a resposta pelo estudo do verdadeiro
carter da serpente, de acordo com o Captulo 3 do Gnesis.
A serpente descrita na Bblia podia conversar com o homem. Mais do
que isto, ela causou a queda do homem, que um ser espiritual. Portanto,
a serpente deve tambm ter sido um ser espiritual. Ela conhecia a inteno
de Deus de proibir o homem de comer o fruto da rvore da Cincia do Bem
e do Mal. Isto nos diz que a serpente era, sem dvida alguma, espiritual.
Em Apocalipse 12.9 lemos ainda que foi lanado o grande drago, a
antiga serpente, que por uns chamada de Diabo e por outros, de
Satans. Esta antiga serpente era a mesma que tentou Ado e Eva no
Jardim do den. Esta serpente chamada de Diabo ou Satans, que, como
sabemos, constantemente tem dirigido a mente humana para o mal. Por
isto, Satans tambm deve ser um ser espiritual. Se o Diabo espiritual, a
serpente, que simboliza o Diabo, deve tambm ser espiritual. Assim, fica
esclarecido que a serpente que tentou o primeiro homem e a primeira
mulher no era um animal, mas um ser espiritual.
Uma questo que devemos resolver , ento, se a serpente existia antes
do tempo da criao ou se ela foi formada na criao. Se esta serpente
fosse um ser que existia antes da criao, com uma finalidade contrria de
Deus, a luta entre o bem e o mal no mundo seria inevitvel e eterna. A
providncia da restaurao de Deus, desta forma, daria em nada e o
monismo, a crena de que todas as coisas foram criadas por um s Deus,
seria refutada. No podemos evitar a concluso, portanto, que o ser

52 - PRINCPIO DIVINO

espiritual, comparado a uma serpente, era um ser originalmente criado para


a finalidade do bem, que depois caiu e foi rebaixado para se tornar Satans.
Que tipo de ser espiritual poderia ter conversado com o homem,
conhecido a vontade de Deus, vivido no cu (o mundo do esprito), e ter
dominado a alma humana, transcendendo tempo e espao, mesmo depois
da Queda e degradao deste ser? No existe nenhum ser dotado de tais
caractersticas a no ser um anjo. A serpente, pois, deve ter sido um termo
figurado para um anjo. Lemos em II Pedro 2.4, que Deus no poupou aos
anjos quando pecaram, mas lanou-os no inferno. Portanto, devemos
concluir que o verdadeiro carter da serpente, que tentou o homem a pecar,
era o de um anjo.
A lngua da serpente dividida em duas. Isto simboliza um homem ou
um ser que profere duas coisas diferentes com uma s lngua, um ser que
vive uma dupla vida com um s corao. A serpente tambm o smbolo
daquele que induz outros a sacrificarem-se em benefcio de si mesmo. A
serpente enrola seu corpo em volta de sua presa e depois a devora. Por
isso a Bblia comparou o anjo que tentou o homem a uma serpente.
3. A QUEDA DO ANJO E A QUEDA DO HOMEM
Sabemos agora que a serpente que tentou o homem a cair era um anjo, e
que este anjo, tendo cado em pecado, se tornou Satans.
Investiguemos ainda que tipo de pecado o anjo e o homem cometeram:
(1) O Crime do Anjo
Em Judas 1.6-7 diz-se:

"E aos anjos, que no guardaram o seu principado, mas deixaram a sua
prpria habitao, reservou na escurido, e em prises eternas at ao
juzo daquele grande dia; assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades
circunvizinhas, que, havendo-se corrompido como aqueles e ido aps
outra carne, foram postas, por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno."
Disto podemos raciocinar que o anjo caiu como o resultado de um ato
imoral de luxria contra a natureza, e que aquele ato foi fornicao.
A fornicao um crime que no pode ser cometido por uma pessoa
sozinha. Por isto, devemos saber com quem foi que o anjo cometeu
fornicao no Jardim do den. Para conhecer isto investiguemos primeiro
que espcie de crime foi cometido pelo homem.

53 - PRINCPIO DIVINO

(2) O Crime do Homem


Em Gnesis 2.25 lemos que Ado e Eva estavam nus e no se
envergonhavam de sua nudez, mas, depois da Queda, eles ficaram
envergonhados de sua nudez e coseram folhas de figueira fazendo aventais
para cobrir suas partes inferiores (Gn 3.7). Se eles tivessem cometido
pecado comendo um fruto real de uma rvore da cincia do bem e do mal,
eles haveriam de esconder suas mos e boca. da natureza do homem
esconder a rea da transgresso. Eles cobriram suas partes sexuais,
indicando claramente que eles estavam envergonhados das reas sexuais
de seus corpos, porque eles haviam pecado atravs delas. Disto sabemos
que eles cometeram pecado atravs das partes sexuais de seus corpos.
Em J 31.33 est escrito: Se, como Ado encobri as minhas
transgresses, ocultando o meu delito no meu seio... Ado ocultou sua
transgresso cobrindo a parte sexual de seu corpo depois da Queda. Isto
mais uma vez indica que a parte sexual do corpo de Ado foi a rea da
transgresso. Devemos assim concluir que a parte sexual de Ado se
tornou o lugar da transgresso, pois Ado cometeu pecado atravs daquela
parte.
No mundo antes da Queda do homem, que ato o homem poderia ter feito
com o risco de sua vida? No poderia ser outra coisa a no ser um ato de
amor indevido. Do ponto de vista da criao de Deus, o amor devia ser o
ato mais precioso e mais santo do mundo. Todavia, desde a Queda, os
homens tm considerado o ato de amor como algo desprezvel, porque o
amor foi realmente a causa da queda humana. Isto demonstra ainda mais
que o homem caiu por causa da fornicao.
(3) O Ato de Adultrio entre o Anjo e o Homem
At agora esclarecemos o fato de que o homem foi tentado por um anjo e
caiu. Tanto o homem como o anjo caram por causa da fornicao. No
mundo da criao, os homens e os anjos eram os nicos seres espirituais
capazes de ter um relacionamento de amor. Do que foi dito acima,
podemos concluir que deve ter havido algum ato de adultrio entre o homem
e o anjo.
Joo 8.44 diz: Vs tendes por pai o diabo, e quereis satisfazer os desejos
de vosso pai. Outrossim, Apocalipse 12.9 esclarece que o diabo Satans
e que Satans a antiga serpente que tentou o homem. Destes
versculos bblicos podemos afirmar que o homem descendente do diabo
e, naturalmente, descendente de Satans; e assim, descendente da
serpente. Quais foram as circunstncias do caso que fez o homem ser
descendente do anjo decado, Satans? Estas circunstncias se relacionam
com o fato de que adultrio foi cometido entre os primeiros antepassados e

54 - PRINCPIO DIVINO

o anjo. Deste ato, todos os homens vieram a nascer de linhagem satnica,


separados de Deus. Romanos 8.23 diz:

"Ns mesmos, que temos as primcias do Esprito, tambm gememos em


ns mesmos, esperando a adoo como filhos, a redeno do nosso
corpo."
Em Mateus 3.7, Joo Batista reprovou a falta de f do povo, chamando-os
de raa de vboras - filhos de Satans. Alm disso, em Mateus 23.33,
Jesus repreendeu os judeus dizendo: Serpentes, raa de vboras! como
escapareis da condenao do inferno? Destas passagens bblicas
podemos afirmar que houve um relacionamento adltero entre o anjo e o
homem, e isto se tornou a causa da queda do homem.
4. O FRUTO DA RVORE DA CINCIA DO BEM E DO MAL
J esclarecemos anteriormente o fato que a rvore da Cincia do Bem e
do Mal Eva. O que, pois simboliza o fruto da rvore? Ele simboliza o
amor de Eva. Assim como uma rvore frutfera se multiplica pelo seu fruto,
que contm sua semente, Eva deveria ter multiplicado filhos do bem atravs
de seu amor centralizado em Deus. Mas, ao invs, Eva multiplicou filhos do
mal atravs de seu amor centralizado em Satans. Eva foi criada para
aperfeioar-se atravs do perodo de crescimento; ela podia produzir um
bom fruto ou um mau fruto atravs de seu amor. Conseqentemente, seu
amor foi chamado o fruto da rvore da Cincia do Bem e do Mal, enquanto
ela prpria foi chamada a rvore da Cincia do Bem e do Mal.
Que, pois, significava o ato de comer o fruto da rvore da Cincia do Bem
e do Mal? Quando ns dizemos que comemos alguma coisa, isto significa
que transformamos aquilo em nosso sangue e carne. Eva devia ter
multiplicado os filhos de boa linhagem, atravs do sangue e da carne do
bem, derivados do bom fruto que teria comido de seu bom amor
centralizado em Deus. Ao invs, ela produziu um mundo pecaminoso,
multiplicando os filhos de m linhagem, atravs do sangue e da carne do
mal, derivados do mau fruto que ela comeu de seu mau amor centralizado
em Satans. Desta forma, o fato de ter Eva comido o fruto da rvore da
Cincia do Bem e do Mal significa que ela teve uma relao de sangue com
o anjo (Satans) atravs do mau amor, centralizado nele.
Em Gnesis 3.14, lemos que Deus amaldioou o arcanjo decado,
dizendo que ele iria andar sobre seu ventre e comer o p todos os dias de
sua vida. Andars sobre teu ventre significa que o anjo se tornou um ser
infeliz, incapaz de funcionar adequadamente de acordo com o modo original
da criao. Ter que comer p significa que ele tinha que viver recebendo

55 - PRINCPIO DIVINO

maus elementos do mundo pecaminoso, despojado do direito de ter


elementos de vida de Deus, porque foi lanado do Cu (Is 14.12, Ap 12.9).
5. A RAIZ DO PECADO
De acordo com o que foi elucidado pela Bblia, compreendemos que a
raiz do pecado no est no fato de terem nossos primeiros antepassados
comido um fruto, mas em terem tido uma relao de sangue ilcita com um
anjo, simbolizado por uma serpente. Conseqentemente, eles no puderam
multiplicar a boa linhagem de Deus, mas, ao invs, multiplicaram a m
linhagem de Satans.
Alm disto, temos outro fato que demonstra claramente que a raiz do
pecado do homem veio do adultrio. O pecado original transmitido de
gerao a gerao, justamente porque a raiz do pecado comeou por um
relacionamento de sangue. Toda religio que ensina como dominar o
pecado, considera o adultrio como o maior pecado, e recomenda uma vida
asctica a fim de evit-lo. Isto tambm demonstra que a raiz do pecado
est no adultrio. Os israelitas eram circuncidados como a condio da
redeno, a fim de se tornarem os eleitos de Deus, porque a raiz do pecado
estava em ter o homem recebido o sangue mau, por causa do adultrio, e
eles queriam santificar-se sob a condio de que o mau sangue devia ser
removido da carne do homem decado.
A principal causa da queda de numerosas naes, seus heris e
patriotas, foi o adultrio, porque o impulso de cometer o adultrio, a raiz do
pecado, est sempre funcionando na mente do homem, sem que ele tenha
conhecimento disto. Podemos ser capazes de eliminar todos os outros
pecados pela exaltao da tica e da moralidade do homem, atravs da
religio, pela educao e pelo melhoramento do sistema econmico e
social. Mas, nas presentes condies, ningum pode impedir o crime do
adultrio, que est crescendo dia a dia, a medida que o desenvolvimento da
civilizao torna a vida humana mais fcil e mais indolente. Por isto, nunca
podemos esperar que o mundo ideal seja estabelecido, a menos que
possamos eliminar a fonte deste crime. Desta forma, o Senhor do Segundo
Advento deve ser capaz de resolver este problema completamente. Todos
estes fatos provam que a raiz do pecado est no adultrio.
SEO II
A Motivao e o Processo da Queda
J explicamos na Seo I o fato que a serpente era um anjo, que induziu
Eva a cair. Visto que a motivao da queda humana estava no anjo,

56 - PRINCPIO DIVINO

devemos saber alguma coisa sobre o anjo antes de realmente conhecer a


motivao e o processo da Queda.
1. A CRIAO DO ANJO, SUA MISSO E SEU RELACIONAMENTO
COM O HOMEM
Todos os seres foram criados por Deus. Os anjos no fazem exceo.
Deus criou o mundo anglico antes de qualquer outra coisa. Em Gnesis
1.26 conta-se a histria da criao: Faamos o homem nossa imagem e
semelhana, usando a primeira pessoa do plural. O motivo no que Ele
estava na posio de trindade, como muitos telogos interpretaram, mas
porque Ele disse isto incluindo os anjos, que tinham sido criados antes do
homem (Gn 1.26).
Deus criou os anjos como servos para auxiliar na criao do universo e
auxiliar em Sua providncia (Hb 1.14). Os anjos comunicaram a Abrao as
importantes palavras de bnos de Deus (Gn 18.10), anunciaram a
concepo de Cristo por Maria (Mt 1.20, Lc 1.31) e libertaram Pedro de suas
cadeias e o conduziram para fora da priso (At 12.7-11). Podemos
encontrar numerosos exemplos na Bblia de anjos trabalhando para Deus.
Em Apocalipse 22.9 o anjo chama-se de servo ao passo que em Hebreus
1.14 os anjos se dizem espritos servidores. Para repetir, podemos
encontrar em muitos versculos bblicos uma slida prova de que os anjos
foram criados para honrar e louvar a Deus (Ap 5.11-12, 7.11-12).
Investiguemos agora o relacionamento entre o homem e os anjos, de
acordo com o Princpio da Criao. J que Deus criou os homens como
Seus filhos, dando-lhes domnio sobre toda a criao (Gn 1.28), o homem
devia dominar tambm aos anjos. Em I Corntios 6.3. diz-se que o homem
tem a autoridade para julgar os anjos. Muitos que se comunicam com o
mundo espiritual freqentemente vem que os anjos esto servindo aos
santos no Paraso. Este tambm um bom exemplo para ilustrar que os
anjos servem ao homem.
2. A QUEDA ESPIRITUAL E A QUEDA FSICA
J que Deus criou o homem no esprito e na carne, a Queda tambm se
realizou no esprito e na carne. A Queda atravs do relacionamento de
sangue entre o anjo e Eva foi a queda espiritual, enquanto aquela atravs
do relacionamento de sangue entre Eva e Ado foi a queda fsica.
Como podia haver um relacionamento sexual entre o anjo e o homem?
Sentimentos e sensaes so sentidos e correspondidos no mundo invisvel
ou espiritual. O contato entre um esprito e um homem terrestre (que tem

57 - PRINCPIO DIVINO

um esprito) no muito diferente daquele entre dois seres humanos


terrestres. Por isto, a unio sexual entre um ser humano e um anjo de fato
possvel.
Podemos compreender o que foi dito aqui ainda mais claramente atravs
das seguintes histrias: Existem casos registrados na sociedade humana de
como um homem terrestre leva uma vida de casado com um esprito. H
uma histria do anjo que, lutando com Jac, tocou a juntura de sua coxa e a
deslocou (Gn 32.25). Ainda uma outra histria sobre os anjos que
apareceram na casa de Abrao e comeram a carne e outros alimentos que
ele tinha preparado para eles (Gn 18.7-8), e os dois anjos que visitaram a
Lot e que comeram o po sem levedura que ele assou para eles. Os
homens da cidade, excitados em desejo sexual ao v-los, rodearam a casa
e chamaram a Lot, dizendo: Onde esto os vares que aqui vieram nesta
noite? Traze-os fora a ns, para que os conheamos (Gn 19.5). Estes
incidentes exemplificam a possibilidade de contato entre os homens e os
anjos.
(1) A Queda Espiritual
Deus criou o mundo anglico (Gn 1.26) e colocou Lcifer (o que significa
Estrela do Dia, Filho da Aurora, Is 14.12) na posio de arcanjo. Lcifer
estava na posio de monopolizar o amor de Deus, como mediador entre
Deus e o mundo anglico, assim como Abrao era o canal da bno de
Deus para os israelitas. Contudo, Deus, depois de criar os homens como
Seus filhos, amava-os muito mais do que amava Lcifer, que tinha sido
criado como Seu servo. De fato, Lcifer recebia a mesma quantia de amor
de Deus que recebera antes da criao do homem, mas quando ele viu que
Deus amava mais a Ado e Eva, sentiu que Deus o amava menos do que
antes. uma situao semelhante histria bblica dos trabalhadores que
tinham comeado a trabalhar de manh cedo. Vendo que aqueles que
tinham sido contratados tarde e tinham trabalhado pouco recebiam o mesmo
salrio que eles, sentiram que eram mal pagos, embora tivessem recebido a
quantia prometida (Mt 20.1-15). Lcifer, que sentiu uma diminuio de
amor, procurou tentar Eva a submeter-se a ele, a fim de poder desfrutar de
uma posio de amor na sociedade humana igual quela que tinha no
mundo anglico. Foi esta a motivao da queda espiritual.
Todas as coisas foram criadas para receber o domnio de Deus atravs
do amor. Por isto, o amor a fonte da vida e a essncia da felicidade; o
amor o ideal de toda a Criao. Desta forma, quanto mais amor uma
pessoa recebe de Deus, tanto mais bela aquela pessoa se torna. Assim,
era muito natural que Eva se mostrasse muito bela aos olhos de Lcifer.
Alm disto, quando Eva mostrou-se suscetvel tentao, Lcifer foi

58 - PRINCPIO DIVINO

fortemente estimulado por um impulso de amor para com Eva. Neste ponto
Lcifer atreveu-se a seduzir Eva, com o risco de sua vida. Lcifer, que
deixou sua posio devido ao excessivo desejo, e Eva, que desejava que
seus olhos fossem abertos, como os de Deus, atravs de um
relacionamento recproco antes que estivesse preparada para aquilo,
formaram uma base recproca e tiveram relao sexual atravs da ao de
dar e receber (Gn 3.5-6). J que a fora do amor derivada da sua ao de
dar e receber no era baseada no Princpio, eles caram em um
relacionamento ilcito de amor espiritual.
De acordo com o princpio de que os homens foram criados para
permutar elementos com o ser objetivo com o qual se tornam um s corpo
atravs do amor, Eva recebeu certos elementos de Lcifer quando ela se
uniu em um s corpo com ele atravs do amor. Primeiro, ela recebeu de
Lcifer o sentimento de medo, que veio de uma conscincia culpada por
causa de sua violao da finalidade da criao. Segundo, ela recebeu
sabedoria, que lhe possibilitou perceber o fato que seu devido esposo da
natureza original da criao no era Lcifer mas Ado. Naquele tempo Eva
ainda estava no perodo de imaturidade. Por isto, ela estava imatura em
sua sabedoria comparada com a do arcanjo, que tinha alcanado um certo
nvel de maturidade. Assim ela recebeu a sabedoria do arcanjo.
(2) A Queda Fsica
Ado e Eva deveriam ter-se tornado esposo e esposa eternamente,
centralizados em Deus, depois de sua perfeio. Contudo, Eva uniu-se a
Ado depois de ter tido o relacionamento ilcito com o arcanjo em seu
perodo de crescimento.
Ado tambm caiu em seu perodo de
crescimento. O relacionamento conjugal prematuro assim estabelecido
entre Ado e Eva era centralizado em Satans e causou a sua queda fsica.
Como foi mencionado acima, Eva obteve, da Queda espiritual com o
arcanjo, o sentimento de medo vindo do remorso de sua conscincia
culpada, e a sabedoria para compreender que seu devido esposo no era o
arcanjo, mas Ado. Eva, ento, veio a seduzir Ado, na esperana de que
ela pudesse livrar-se do medo derivado da Queda e apresentar-se diante de
Deus, tornando-se, mesmo naquela poca, um s corpo com Ado, que
devia ser seu esposo. Foi esta a motivao por detrs da Queda fsica.
Eva, tendo se tornado um s corpo com o arcanjo atravs de seu
relacionamento sexual ilcito, estava na posio de arcanjo para com Ado.
Por isto, Ado, a quem Deus amava, parecia muito belo a seus olhos. Ado
era sua nica esperana de voltar para Deus. Sentindo isso, Eva tentou
Ado, da mesma maneira como o arcanjo a havia tentado. Ado e Eva
formaram uma base recproca e, atravs da ao de dar e receber, a fora

59 - PRINCPIO DIVINO

do amor os atraiu. Este poderoso amor fez Ado deixar sua posio original
e finalmente fez com que Eva e ele tivessem um relacionamento sexual
ilcito.
Ado, tornando-se um s corpo com Eva, herdou todos os elementos que
Eva tinha recebido de Lcifer, da mesma maneira como ela tinha herdado.
Estes elementos foram ento transmitidos a seus descendentes. Apesar da
queda de Eva, se Ado tivesse alcanado a perfeio sem formar uma base
recproca com Eva decada, ele, como o sujeito aperfeioado, teria ficado
intacto e a providncia para restaurar somente Eva teria sido muito mais
fcil. Contudo, Ado caiu tambm, e a humanidade tem se multiplicado em
pecado at o presente dia, perpetuando assim a linhagem de Satans.

SEO III
A Fora do Amor, a Fora do Princpio e
o Mandamento de Deus
1. A QUEDA HUMANA CONSIDERADA DO PONTO DE VISTA DA
FORA DO AMOR E DA FORA DO PRINCPIO
O homem foi criado para viver de acordo com o Princpio. Por isto, no
seria possvel que a fora do Princpio viesse a causar a queda, levando o
homem a sair dos trilhos. Isto pode comparar-se a um trem, que no pode
sair dos trilhos por si mesmo. Para que o trem saia dos trilhos, deve haver
um problema no motor ou nos trilhos. O trem ser forado a sair dos trilhos
somente quando uma fora externa, mais forte do que a sua prpria fora
propulsora, vier a atingi-lo de uma direo diferente. De modo semelhante,
o homem tambm ser compelido a cair, quando certa fora, mais forte do
que a do Princpio que o faz crescer e, com uma finalidade diferente, colidir
com ele. A fora que mais forte do que a do princpio, nada mais do que
a fora do amor. Por isto, o homem, no estgio imaturo, podia cair por
causa da fora do amor, caso no estivesse centralizado no Princpio.
Por que, ento, era a fora do amor mais forte do que o poder do
Princpio, de modo que o homem caiu quando encontrou o amor dirigido
para uma finalidade diferente?
De acordo com o princpio da criao, o amor de Deus significa o amor
subjetivo, manifestado atravs do fundamento de quatro posies, que
estabelecido depois de ter aperfeioado as trs finalidades objetivas atravs
dos trs amores objetivos. Por isto, o amor a fonte da vida e da felicidade
do homem, porque sem o amor de Deus o fundamento de quatro posies,
que a finalidade da criao do homem, nunca poderia ser estabelecido.

60 - PRINCPIO DIVINO

Deus, atravs do amor, deve ter domnio sobre o homem, que foi criado pelo
princpio. Por isto, para que o amor tenha o valor maior, o poder do amor
deve ser mais forte do que o do Princpio. Se o poder do amor fosse mais
fraco do que o do Princpio, o amor de Deus no seria capaz de dominar o
homem, que foi criado pelo Princpio. Ao contrrio, o homem se ocuparia
mais com o Princpio do que com o amor de Deus. Este o motivo porque
Jesus queria educar seus discpulos com a verdade e salv-los com o amor.
2. A FINALIDADE DE TER DEUS DADO O MANDAMENTO AO HOMEM
Qual poderia ter sido a finalidade de ter Deus dado a Ado e Eva o
mandamento de no comerem o fruto? Se Ado e Eva, que no estavam
no domnio direto do amor de Deus devido sua imaturidade, viessem a
entrar em um relacionamento recproco com o arcanjo, baseado em um
amor fora do Princpio poderiam cair, j que a fora do amor era mais forte
do que a do Princpio. Mas, por maior que fosse a fora do amor do arcanjo,
se eles tivessem seguido o mandamento de Deus, sem responder ao anjo,
desempenhando a ao de dar e receber apenas com Deus, eles nunca
poderiam ter cado. Nesse caso, a fora do amor fora do Princpio no
poderia ter efeito algum. J que eles formaram uma base recproca com o
arcanjo e desempenharam a ao de dar e receber com ele, contra o
mandamento de Deus, a fora do amor ilcito os fez desviar do Princpio.
No foi simplesmente porque Deus queria impedir o homem de cair que
Deus lhe deu tal mandamento no perodo de sua imaturidade. Deus
tambm queria que o homem desfrutasse do domnio sobre toda a Criao,
fazendo com que ele herdasse Sua natureza criativa. Assim, Ado e Eva
deviam aperfeioar-se atravs da sua f na Palavra (Verbo), como sua
prpria poro de responsabilidade (cf. Parte 1, Captulo 1, Seo V, 2 [2]).
Deus deu esse mandamento, no ao arcanjo, mas ao homem; Ele
procurou exaltar a dignidade e o qualificativo do homem no Princpio da
Criao para que o homem pudesse dominar at mesmo ao arcanjo, da
posio de filho de Deus.
3. O PERODO EM QUE O MANDAMENTO ERA NECESSRIO
Ser que o mandamento de no comer do fruto teria sido necessrio para
sempre? Vista do ponto de vista do amor, a realizao da segunda bno
de Deus que Ado e Eva deveriam entrar no domnio direto de Deus
atravs do seu amor, tornando-se esposo e esposa centralizando-se no
amor de Deus, multiplicando seus filhos (Gn 1.28). Por isto, o homem foi
criado para ter permisso, no Princpio, de comer o fruto, depois de sua
perfeio.

61 - PRINCPIO DIVINO

J que a fora do amor mais forte do que a fora do Princpio, Ado e


Eva no poderiam ter cado se tivessem se tornado esposo e esposa depois
de sua perfeio e entrado no domnio direto de Deus, atravs de seu amor
absoluto. Neste caso, no poderia haver nem homem nem fora alguma
que pudesse destruir a fora deste amor conjugal absoluto. Alm disto, a
fora do amor do arcanjo, que deve ser menor e mais fraca do que a do
homem, no poderia de modo algum ter cortado seu amor conjugal
recproco centralizado em Deus. Por isto, o mandamento de Deus de no
comer o fruto teria sido necessrio Ado e Eva somente no perodo de sua
imaturidade.
SEO IV
O Resultado da Queda Humana
Qual foi o resultado produzido no mundo da Criao, incluindo o homem e
o arcanjo, pela queda espiritual e fsica de Ado e Eva?
Examinemos esta importante questo.
1. SATANS E O HOMEM DECADO
J mencionamos anteriormente que Lcifer, o arcanjo decado,
chamado Satans. O homem caiu tornando-se filho de Satans, porque ele
formou o fundamento de quatro posies centralizado em Satans, assim se
tornando um s corpo com ele, atravs do relacionamento de sangue. Por
isto, Jesus disse que os homens decados so de seu pai o Diabo (Jo 8.44),
e em muitas ocasies chamou-os de raa de vboras, isto , filhos de
Satans (Mt 3.7, 12.34, 23.33). Romanos 8.23, diz: E no s a criao,
mas ns mesmos, que temos as primcias do esprito, tambm gememos
em ns mesmos, esperando a adoo como filhos... O motivo que o
homem no pde herdar a linhagem de Deus, mas, ao invs, herdou a de
Satans, devido queda dos primeiros antepassados.
Se Ado e Eva tivessem estabelecido o fundamento de quatro posies
centralizado em Deus, depois de terem aperfeioado a si mesmos, o mundo
sob a soberania de Deus poderia ter sido estabelecido naquele tempo.
Contudo, eles caram no perodo de imaturidade, assim formando o
fundamento de quatro posies centralizado em Satans.
Em
conseqncia, o mundo ficou sob a soberania satnica. Joo 12.31, diz que
Satans o prncipe deste mundo, enquanto na II Corntios 4.4, Satans
chamado o deus deste mundo. Esta a maneira pela qual Satans veio a

62 - PRINCPIO DIVINO

dominar o homem, que tinha sido criado para ser o dominador de toda a
Criao, e veio assim a dominar tambm o mundo da Criao. Por isto,
Romanos 8.19, diz que a criao, com ardente expectativa, aguarda a
manifestao dos filhos de Deus. Isto significa que toda a criao, estando
agora sob o domnio de Satans, sendo que deveria ser dominada por
homens aperfeioados, est ansiosa por repelir Satans e ver a
manifestao dos homens da natureza original da criao, que tem o direito
de dominar toda a criao em amor.
2. AS ATIVIDADES DE SATANS NA SOCIEDADE HUMANA
Satans est constantemente acusando os homens diante de Deus,
assim como ele fez com J (J 1.9-11) a fim de coloc-los no inferno.
Contudo, nem mesmo Satans pode exercer tal ao m sem ter um objeto
com o qual possa formar uma base recproca para a ao de dar e receber.
Os objetos de Satans so os maus espritos no mundo espiritual. Os
objetos destes maus espritos so os homens espirituais dos maus homens
na Terra. Os objetos dos espritos dos maus homens na Terra so seus
corpos fsicos. Por isto, o poder satnico, transmitido pelos espritos maus,
resulta nas ms atividades dos homens fsicos. Por isto, lemos em Lucas
22.3, que Satans entrou em Judas Iscariotes. Novamente em Mateus
16.23, Jesus chamou Pedro de Satans. Na Bblia, maus homens
espirituais so denominados anjos do diabo (Mt 25.41).
Restaurar o Reino do Cu terreno (cf. Parte I, Captulo III, Seo II)
significa realizar um mundo no qual Satans nunca pode agir, pelo fato de
toda a humanidade romper completamente sua base recproca com Satans
e restaurar a base recproca com Deus, entrando assim na ao de dar e
receber com Ele. O fato de que Deus nos ltimos Dias, guarda Satans no
abismo profundo significa que Satans ser incapaz de agir porque ele
perder o objeto com o qual possa trabalhar. Para que o homem seja capaz
de romper a base recproca com Satans e seja, alm disto, capaz at
mesmo de julg-lo (I Co 6.3), ele deve ser capaz de conhecer o verdadeiro
carter do crime de Satans e de acus-lo diante de Deus. Contudo, Deus
ao criar os anjos e os homens, deu a eles liberdade; e portanto, ao restaurlos, no pode restaur-los pela fora. Por isto, o homem dever ser capaz
de fazer Satans vir a uma capitulao natural, exaltando a Palavra, atravs
da realizao de sua prpria poro de responsabilidade, por sua prpria
volio, antes de poder ele ser restaurado ao estado de um homem da
natureza original da criao. A histria da providncia da restaurao tem
sido prolongada por tanto tempo, porque Deus est desenvolvendo Sua
providncia de acordo com tais princpios.

63 - PRINCPIO DIVINO

3. O BEM E O MAL SOB O PONTO DE VISTA DA NATUREZA DA


FINALIDADE
J definimos o bem e o mal no Valor Original da Criao (cf. Parte I,
Captulo I, Seo IV). Investiguemos agora o bem e o mal vistos da
natureza da finalidade. Se Ado e Eva tivessem estabelecido o fundamento
de quatro posies centralizado em Deus, atravs do amor originalmente
dado a eles, teriam realizado o mundo do bem. Mas eles realizaram o
mundo do mal, porque estabeleceram o fundamento de quatro posies
centralizados em Satans, atravs do amor com uma finalidade contrria ao
bem. Por isto, o bem e o mal so os resultados das mesmas aes, mas
em diferentes direes e com diferentes finalidades. Temos muitos
exemplos de que a natureza humana, considerada m, poderia ser boa,
contanto que buscasse a finalidade da vontade de Deus. Por exemplo: o
desejo humano da ambio, geralmente considerado mau, parte da
natureza original da criao, dada por Deus no incio. Isto verdade, pois a
finalidade da criao era obter alegria, e s se pode obter alegria quando o
desejo realizado. Se o homem no tivesse desejo ou ambio no
poderia ter alegria. Se o homem no tivesse desejo ou ambio alguma,
no haveria tambm ambio alguma de receber o amor de Deus, nem o
desejo de querer viver, nem o desejo de fazer boas aes, nem o desejo de
se desenvolver. Por isto, nem a finalidade da criao de Deus, nem a
providncia da restaurao poderiam ser realizadas. A manuteno e o
desenvolvimento da sociedade humana, da mesma maneira, seriam
impedidos.
J que o desejo original do homem a natureza original da criao, ele
vem a realizar o bem, se for frutfero para a finalidade da vontade de Deus.
Mas, ao contrrio, se for frutfero para a finalidade da vontade de Satans,
resultar em mal. Deste princpio, evidente que mesmo o mundo do mal,
quando voltado para a finalidade do bem, centralizado em Cristo, ser
restaurado ao bem perfeito, assim realizando o Reino de Deus na Terra (cf.
Parte I, Captulo III, Seo II, 2).
Em conseqncia, a providncia de salvao mudar a direo do
mundo decado, que se encontra no rumo da finalidade de Satans, para o
Reino do Cu na Terra, a fim de realizar a finalidade da criao de Deus. O
padro do bem, sustentado no curso desta providncia, no de uma
natureza absoluta, mas relativa. O motivo que, durante uma poca
especfica, pode-se chamar de bem quando uma pessoa segue a finalidade
da ideologia do soberano, enquanto se chama de mal quando se vai contra
sua finalidade.
Logo que a poca e o soberano forem mudados,
aparecendo uma ideologia diferente, a finalidade tambm ser mudada, e
com ela, o padro do bem e do mal. Em toda religio ou ideologia, bom
o fato das pessoas seguirem, dentro de sua esfera, a finalidade indicada

64 - PRINCPIO DIVINO

pela doutrina, ao passo que ir contra ela mau. No entanto, para aqueles
que tm uma religio ou ideologia diferente, ou que mudaram suas crenas,
o padro do bem e do mal viria naturalmente a divergir, de acordo com a
diferena na finalidade.
A principal causa por detrs de conflitos e revolues na sociedade
humana que o padro do bem e do mal sempre muda, conforme varia a
finalidade procurada pelos homens. O padro do bem no curso da
restaurao , por conseguinte, no absoluto, mas relativo. No entanto,
quando a soberania de Satans for expulsa da Terra, e Deus, o Ser
absoluto, eterno, transcendente de tempo e espao, restaurar Sua
soberania e ideologia absoluta, a finalidade determinada pela ideologia e o
resultante padro do bem, tambm sero absolutos. Este ser o mundo da
ideologia macrocsmica, que ser estabelecido pelo Senhor do Segundo
Advento. De fato, a histria humana tem lutado procura do bem absoluto
do desejo de nossa mente original, constantemente suportando conflitos e
revolues. Por conseguinte, os conflitos e revolues que ocorrem na
sociedade humana continuaro at que o mundo do bem absoluto seja
estabelecido.
4. AS OBRAS DE BONS ESPRITOS E DE MAUS ESPRITOS
Bons espritos a denominao coletiva para Deus, os bons homens
espirituais do Seu lado e os anjos. O que chamamos de maus espritos
so Satans e todos os maus homens espirituais do seu lado. As obras dos
bons espritos e dos maus espritos, como no caso do bem e do mal,
iniciam-se no mesmo ponto e da mesma maneira, mas so dirigidas para
finalidades diferentes.
Aqueles que esto envolvidos nas obras de bons espritos desfrutam de
um crescente sentimento de paz e justia; at mesmo a sade fsica dos
indivduos ficar melhor. As obras dos maus espritos fazem com que os
indivduos cada vez mais tenham um sentimento de insegurana, medo e
egosmo, at prejudicando a sade fsica do assediado. Aqueles que
ignoram o Princpio acham muito difcil discernir entre o bem e o mal nas
obras espirituais. Com o passar do tempo, os resultados revelaro a
natureza do esprito. Contudo, os homens decados, situados a meio
caminho entre o bem (Deus) e o mal (Satans), podem s vezes cooperar
com as obras de bons e maus espritos. Em muitos casos, at mesmo as
obras de maus espritos podem misturar-se com as obras de bons espritos
depois de um certo perodo. Portanto, muito difcil, para aqueles que
ignoram o Princpio, discernir entre elas.
uma pena que, nesta poca, muitos ministros e outros obreiros
religiosos condenem, por ignorncia, as obras de bons espritos como sendo

65 - PRINCPIO DIVINO

as de maus espritos, indo assim contra a vontade de Deus, sem que


tenham conhecimento algum disto. Pessoa alguma, no presente dia de tais
fenmenos espirituais, poder jamais guiar os homens na comunicao
espiritual, a menos que possa discernir entre obras de bons espritos e de
maus espritos.

5. O PECADO
Pecado o ato de violar a lei celeste, estabelecendo uma condio pela
qual se pode formar uma base recproca com Satans e entrar numa ao
de dar e receber com ele. Podemos classificar o pecado humano em quatro
espcies. O primeiro o pecado original do homem, que o pecado
derivado da queda espiritual e fsica dos primeiros antepassados humanos.
O pecado original a raiz de todos os pecados.
O segundo o pecado hereditrio do homem, que o pecado dos
antepassados transmitido aos descendentes atravs da linhagem de
sangue. Os Dez Mandamentos afirmam que o pecado dos pais ser
transmitido atravs de vrias geraes (Ex 20.5).
O terceiro o pecado coletivo. Este o pecado pelo qual todos so
coletivamente responsveis, mesmo que no tenha sido seu prprio pecado,
nem um pecado hereditrio. Um exemplo desta espcie de pecado a
crucifixo de Jesus. Os sumos sacerdotes e escribas do povo fizeram com
que Jesus fosse crucificado; por isto, todos os judeus tem sofrido a punio
de Deus, assumindo a responsabilidade como um todo. Da mesma
maneira, toda a humanidade teve que sofrer, e sofrer por esta
responsabilidade comum at o Segundo Advento do Senhor.
O quarto o pecado individual, que cada um comete diretamente por si
mesmo. Como ficou mencionado acima, chamamos o pecado original a raiz
de todos os pecados.
O pecado hereditrio corresponde ao tronco, enquanto o pecado coletivo
e o pecado individual correspondem respectivamente aos galhos e folhas de
uma rvore. Todos os pecados vm do pecado original, que a raiz de
todos os pecados. Por isto, o homem, fundamentalmente, no pode liquidar
todos os pecados sem se livrar do pecado original. No entanto, ningum
pde descobrir a raiz dos pecados, escondida no cho. Somente Cristo, o
Verdadeiro Pai, que vem como a raiz da vida, pode descobrir a raiz do
pecado e liquid-la.

66 - PRINCPIO DIVINO

6. A NATUREZA ORIGINAL DA QUEDA


Eva herdou do arcanjo todas as caractersticas que surgiram quando o
arcanjo cometeu um ato sexual com Eva contra a vontade de Deus. Ento
Ado, que entrou em relacionamento de sangue com Eva - que, por sua
vez, estava na posio do arcanjo para com ele - veio a herdar as mesmas
caractersticas. Desta maneira, estas se tornaram as caractersticas
fundamentais que deram origem natureza decada dos homens decados.
Damos a estas o nome de natureza original da Queda.
A motivao bsica que causou a natureza original da Queda estava no
cime que o arcanjo sentiu para com Ado.
Como poderia haver
semelhante coisa como cime em torno do amor do arcanjo, que tinha sido
criado para a finalidade do bem? Originalmente o arcanjo era dotado de
sabedoria e desejo como a natureza original da criao. Ele podia comparar
e discernir que o amor de Deus para com os homens era maior do que o
amor para com ele mesmo. Era muito natural que ele alimentasse a
esperana de receber maior amor do que qualquer outra pessoa, porque
havia nele um desejo espontneo de possuir o maior amor. Tal desejo
tendia automaticamente ao cime. Por isto, o cime era um subproduto
provocado pela natureza original da criao, semelhante sombra de um
objeto produzida pela luz.
No entanto, depois de sua perfeio, o homem jamais poderia cair por
causa de tal desejo incidental. Ele no ousaria cometer tal crime, porque de
fato sentiria que o tormento que haveria de experimentar pelo medo da autodestruio, depois que tivesse realizado tal desejo, seria muito maior do que
a satisfao momentnea que sentiria por t-lo realizado.
O mundo depois da realizao da finalidade da criao deve ser uma
sociedade sistemtica, em sua forma assemelhando-se a um homem, na
qual todos os homens tm relacionamento integrado entre si. Portanto, o
dano que vem de um indivduo sentido pelo todo.
Por isto, o corpo todo protegeria os membros individuais da destruio.
De modo semelhante, no mundo em que a finalidade da criao realizada
qualquer desejo incidental que surgisse da natureza original da criao,
seria usado para o desenvolvimento da sociedade humana; nunca poderia
levar o homem a cair.
De modo geral podemos dividir a natureza original da queda em quatro.
A primeira a falha em no tomar o ponto de vista de Deus em amar a
outros. A motivao da queda do arcanjo estava em seu cime de Ado;
ele no o amava de um ponto de vista igual ao de Deus; isto o levou a violar
Eva. A natureza pela qual certo membro de uma corte sente cimes de um
indivduo favorito do rei, em vez de am-lo do ponto de vista igual ao do rei,
outro exemplo desta natureza original da queda.

67 - PRINCPIO DIVINO

A segunda sair de sua prpria posio. Lcifer caiu por ter sado de sua
posio, devido a um desejo injusto de desfrutar da posio de amor na
sociedade humana igual que ele tinha no mundo anglico, e pelo seu
esforo de receber mais amor de Deus. Qualquer ato que seja praticado por
um desejo injusto, estando a pessoa fora de sua prpria posio e limite, ,
sem exceo, a manifestao desta natureza original da queda.
A terceira inverter o domnio. O anjo, que devia estar sob o domnio do
homem, dominou Eva, invertendo a ordem do princpio. E Eva, que devia
estar sob o domnio de Ado, inversamente veio a domin-lo. O resultado
disto foi a queda. A sociedade humana foi colocada fora de ordem por
aqueles envolvidos em sair de suas posies e inverter seu domnio. Tudo
isto veio a existir por causa da terceira natureza original da queda.
A quarta multiplicar o ato criminoso. Se Eva no tivesse multiplicado
seu crime em Ado, aps a queda, Ado poderia ter ficado imune queda.
Restaurar s Eva teria sido fcil. Eva, porm, induziu Ado a cair,
multiplicando seu crime nele. O desejo de maus homens de levar seus
companheiros a cometer crimes com eles, tambm vem desta natureza
original da queda.
SEO V
A Liberdade e a Queda
1. O SIGNIFICADO DA LIBERDADE DO PONTO DE VISTA DO
PRINCPIO
Ao examinar a natureza da liberdade luz do Princpio, devemos primeiro
conhecer o fato que no existe liberdade fora do Princpio.
A palavra liberdade expressa coletivamente tanto o livre arbtrio como a
livre ao que o acompanha. J que o primeiro e o ltimo esto em relao
de carter e forma, a perfeita liberdade s possvel quando estes dois
estiverem juntos. Naturalmente, onde no houver livre arbtrio no haver
livre ao.
O livre arbtrio no acompanhado da livre ao no pode ser
aperfeioado. A livre ao vem do livre arbtrio, e o livre arbtrio a
exposio da mente de uma pessoa. No que se refere aos homens da
natureza original da criao, suas mentes no podem funcionar fora do
Princpio, que a Palavra de Deus. Por isto, no pode haver livre arbtrio
fora do Princpio, e naturalmente nenhuma livre ao verdadeira pode
seguir. Podemos assim chegar concluso que, para os homens de
natureza original da criao, no existe liberdade alguma fora do Princpio.

68 - PRINCPIO DIVINO

Em segundo lugar, no existe liberdade que no seja acompanhada de


responsabilidade. O homem, criado de acordo com o Princpio, deve
aperfeioar-se pela realizao de sua poro de responsabilidade atravs
de seu prprio livre arbtrio (cf. Parte I, Captulo I, seo V, 2 [2]). Por
conseguinte, o homem, em busca da finalidade da criao, procura sempre
realizar sua responsabilidade de acordo com seu livre arbtrio; por isto, no
pode haver liberdade que no seja acompanhada de responsabilidade.
Em terceiro lugar, no existe liberdade sem resultados reais. A finalidade
de procurar o homem realizar sua prpria poro de responsabilidade
atingir a finalidade da criao e assim produzir resultados reais pelos quais
possa fazer feliz a Deus. Conseqentemente, a liberdade est sempre em
busca de resultados reais; no existe liberdade alguma sem resultados
reais.

2. A LIBERDADE E A QUEDA HUMANA


Como foi anteriormente explicado, a liberdade no pode existir fora do
Princpio. Por isto, de acordo com o Princpio da Criao, a liberdade
sempre acompanhada de responsabilidade, estando tambm sempre
procura de resultados reais para fazer feliz a Deus. Conseqentemente,
atos livres, de acordo com o livre arbtrio, devem sempre resultar em bem.
Por isto, no possvel que o homem viesse a cair por causa da liberdade.
por isto que em II Corntios 3.17 se diz: O Senhor Esprito; e onde est
o esprito do Senhor a h liberdade. Damos a esta espcie de liberdade o
nome de liberdade da mente original.
Visto que Ado e Eva tinham sido avisados por Deus que no comessem
o fruto da rvore da Cincia do Bem e do Mal, deviam ter observado o
mandamento de acordo com a liberdade de sua mente original, sem a
interveno de Deus. Quando Eva estava para sair da linha, a liberdade de
sua mente original, procurando o resultado real do bem e da
responsabilidade no Princpio, aparentemente operou para impedi-la de sair
da linha, despertando nela um sentimento de insegurana e medo. Mesmo
depois da queda, esta liberdade da mente original certamente operou para
levar o homem de volta para Deus. Por isto, o homem no poderia ter cado
devido liberdade da mente original. Ao contrrio, a queda humana teve
sua causa fundamental no fato de que a fora do amor fora do princpio foi
mais forte do que a fora direcional da liberdade da mente original. Afinal de
contas, o homem perdeu a sua liberdade por causa da queda. No entanto,
Deus pode operar Sua providncia de restaurao desta liberdade para o
homem, porque o homem, embora decado, ainda tem o restante desta
natureza original, que busca a liberdade em Deus. a slida prova do
progresso do homem para a restaurao desta liberdade, h muito perdida

69 - PRINCPIO DIVINO

por causa de Satans, o fato que, com o transcorrer do tempo, o zelo do


homem na busca da liberdade cresce, e ele a procura mesmo com o risco
de sua vida. Por isto, a finalidade da busca da liberdade pelo homem
realizar a finalidade da criao, pela produo de resultados reais, e realizar
sua responsabilidade no Princpio, atravs de uma livre ao, de acordo
com seu livre arbtrio.
3. A LIBERDADE, A QUEDA E A RESTAURAO
Os anjos foram criados para servir aos homens. Portanto, os homens
tinham liberdade para tratar com os anjos. Contudo, Eva, na ocasio da
tentao ainda estava imatura, tanto na sabedoria como no corao. Assim,
quando Eva se encontrou cega na sabedoria (conhecimento) e confusa no
corao (sentimento) pela tentao do anjo, ela foi forada a ultrapassar a
linha da queda, mesmo que no estivesse sem angstia, devido liberdade
de sua mente original, que estava em busca de resultados reais e de
responsabilidade. O motivo que a fora do amor com o anjo era mais forte
do que a liberdade de sua mente original. Por mais que Eva se sentisse
livre em tratar com o anjo, ela devia ter acreditado no mandamento de Deus
e no comer o fruto, refreando-se de responder tentao do anjo. Se ela
tivesse se refreado, no teria cado. Nesse caso, a fora do amor fora do
Princpio com o anjo no teria sido gerada. Apesar do fato de ter a
liberdade permitido a Eva responder ao anjo, conduzindo-a at a linha da
queda, no foi de forma alguma a liberdade, mas sim a fora do amor fora
do Princpio, que a fez transgredir a linha da queda.
Visto que o homem foi criado para tratar com os anjos em liberdade, Eva
veio a tratar com Lcifer. Pelo desempenho da ao de dar e receber com
ele numa base recproca, eles caram no amor fora do Princpio, e a fora
daquele amor os induziu a cair. Ao contrrio, o homem decado pode
tambm, pr-se em uma posio objetiva para com Deus em liberdade. Por
isto, se o homem desempenhar a ao de dar e receber com Deus em uma
base recproca de acordo com a verdade, ele poder restaurar a natureza
original da criao com a fora do amor no Princpio. O homem veio a
clamar pela liberdade por causa da natureza direcional da liberdade da
mente original, que procura restaurar a natureza original da criao.
O homem, devido queda, tornou-se ignorante de Deus e de Seu
corao. Por isto, a vontade humana, devido a esta ignorncia, no podia
tomar uma direo com a qual Deus pudesse estar contente. Contudo, no
homem decado o corao e o zelo pela liberdade da mente original,
orientados na direo da finalidade da criao, tambm foram restaurados,
medida que o esprito (conhecimento interno) e a verdade (conhecimento
externo) se desenvolveram de acordo com a poca sob a providncia da

70 - PRINCPIO DIVINO

restaurao. Subseqentemente, o corao e o zelo do homem para com


Deus tambm foram restaurados, intensificando o desejo de viver de acordo
com a vontade de Deus.
medida que a volio do homem para a restaurao da liberdade
cultivada, ele naturalmente procura criar as circunstncias sociais nas quais
possa realizar a liberdade. A revoluo social inevitvel quando as
circunstncias da poca no podem satisfazer os desejos dos homens
pertencentes poca. A Revoluo Francesa do Sculo XVIII um
exemplo representativo. A revoluo continuar at que a liberdade da
natureza original da criao seja completamente restaurada.

SEO Vl
O Motivo pelo qual Deus No Interferiu
no Ato Decado dos Primeiros Antepassados Humanos
Deus, sendo onisciente e onipotente, previu a possibilidade do ato de
queda dos primeiros antepassados humanos. Ele tinha o poder de impedir
Ado e Eva de cometer o ato. Por que, ento, Deus no interferiu para
impedir o ato da queda, j que Ele o previu? Esta uma das mais
importantes perguntas, deixada sem soluo no decurso da histria
humana. Podemos dar os trs seguintes pontos como os motivos pelos
quais Deus no interferiu no ato decado do homem.

1. POR CAUSA DA QUALIDADE ABSOLUTA E DA PERFEIO DO


PRINCPIO DA CRIAO
De acordo com o princpio da criao, Deus criou o homem a fim de que,
herdando Sua natureza criadora, pudesse dominar todas as coisas, assim
como Deus domina sobre a humanidade. Contudo, o homem deve
aperfeioar-se pelo cumprimento de sua prpria poro de
responsabilidade, a fim de herdar a natureza criadora de Deus. Damos a
este perodo de crescimento o nome de esfera do domnio indireto, ou a
esfera do domnio sobre o resultado do Princpio. Enquanto os homens se
encontram nesta esfera, Deus no pode domin-los; ao invs, Ele procura
lev-los a realizar sua prpria poro de responsabilidade. Deus deve
dominar os homens diretamente somente depois de sua perfeio. Se Deus
interferisse com seus atos durante o perodo de crescimento, significaria que
Deus estava ignorando a poro de responsabilidade do homem. Neste
caso, o prprio Deus estaria ignorando o Princpio da criao, no qual Ele
exalta o homem como o dominador de todas as coisas, dando-lhe uma

71 - PRINCPIO DIVINO

natureza criativa. De modo semelhante, se o Princpio fosse ignorado, a


qualidade absoluta e a perfeio do Princpio seriam perdidas. J que Deus
o Criador, absoluto e perfeito, o Princpio da criao que Ele estabeleceu
deve ser tambm absoluto e perfeito. Por isto, Deus no podia interferir no
ato da queda enquanto os homens estavam no perodo de crescimento, por
causa da qualidade absoluta e da perfeio do Princpio da criao.
2. PARA QUE SOMENTE DEUS SEJA O CRIADOR
Deus intervm em seres ou atos somente dentro do Princpio, mas no
interfere em seres ou atos fora do Princpio, que no sejam de Sua criao.
Por isto, se Deus interferisse em qualquer ser ou ato assim, o resultado
seria que aquele ser ou ato ficaria reconhecido como parte do Princpio.
Quando examinado deste ponto de vista, se Deus tivesse interferido no
ato decado dos primeiros antepassados humanos, significaria que at
mesmo o ato da queda teria recebido o valor da criao, e que este ato
pecaminoso teria sido reconhecido como parte do Princpio. Se fosse
assim, isto levaria Deus a estabelecer um novo Princpio, que se tornaria
necessrio pelo fato de ter Ele reconhecido o ato pecaminoso como um ato
do Princpio. J que Satans iniciou tal processo, isto significaria que
Satans teria criado um novo Princpio, fazendo a si mesmo um criador,
juntamente com Deus. Para que somente Deus seja o criador, Ele no
podia interferir no ato da queda.
3. A FIM DE ESTABELECER O HOMEM COMO O
TODAS AS COISAS

DOMINADOR

DE

Deus criou o homem, e o abenoou, e o estabeleceu para ser o


dominador de todas as coisas (Gn 1.28). Para que o homem domine todas
as coisas, como disse Deus, deve possuir certos qualificativos como senhor,
porque ele s poderia dominar os outros de uma posio superior deles.
Assim como Deus tinha qualificativo de dominar todos os homens por ser
o Criador, o homem tambm devia ter a criatividade de Deus, a fim de ter o
qualificativo de dominador de todas as coisas. Por isto, Deus fez com que o
homem aperfeioasse a si mesmo pelo cumprimento de sua prpria poro
de responsabilidade, atravs do perodo de seu crescimento, a fim de
qualific-lo como o dominador de todas as coisas. Por isto, o homem deve
possuir as qualidades de domnio, que podem ser obtidas somente
aperfeioando-se atravs de tal curso no Princpio, antes que possa dominar
todas as coisas. Se Deus diretamente dominasse e interferisse no homem
no perodo de sua imaturidade, o resultado seria faz-lo dominador de todas
as coisas, no sendo ele ainda suficientemente qualificado para ser o

72 - PRINCPIO DIVINO

dominador, pois ainda no tinha a criatividade de Deus, no havia cumprido


ainda sua prpria poro de responsabilidade. Seria uma contradio tratar
a um homem imaturo e a um homem aperfeioado em uma base igual.
Mais do que isso, seria ignorar o Princpio da criao, que Ele estabeleceu a
fim de fazer o homem dominador de todas as coisas, dando-lhe at mesmo
Seu poder de criatividade. Por isto, Deus, que fez o mundo de acordo com
o Princpio, no podia interferir no ato da queda do homem imaturo, que
ainda estava na esfera do domnio indireto, para que Ele mais tarde
pudesse estabelecer o homem na posio de dominador de todas as coisas.

73 - PRINCPIO DIVINO

CAPTULO III

Consumao da
Histria Humana

O homem tem vivido atravs de todos os sculos sem conhecer de que


maneira a histria humana se iniciou nem onde se encontra sua meta.
Continuamos ignorantes dos problemas referentes consumao da
histria humana.
Muitos cristos crem literalmente no que est escrito na Bblia, na qual se
afirma que nos ltimos Dias os cus se abrasaro e dissolvero, os
elementos se fundiro com fogo (II Pe 3.12); que o sol escurecer, a lua no
dar sua luz e as estrelas cairo do cu (Mt 24.29); e que com a chamada
do arcanjo e com o som da trombeta de Deus, os mortos em Cristo
ressuscitaro primeiro e aqueles que estiverem vivos sero arrebatados
juntamente com eles nas nuvens, para encontrar o Senhor nos ares (I Ts
4.16-17).
um dos problemas mais importantes para os cristos decidirem se tudo
se realizar literalmente, como diz a Bblia, ou se aquilo foi dito em termos
simblicos, como se provou ser o caso em muitas partes da Bblia. Para
resolver este problema, devemos primeiro responder certas questes sobre
a finalidade de Deus ao criar todas as coisas, o significado da queda
humana e a finalidade da providncia de salvao.
SEO I
A Realizao da Finalidade da Criao
de Deus e a Queda do Homem
1. A REALIZAO DA FINALIDADE DA CRIAO DE DEUS
Como foi tratado no Princpio da Criao, a finalidade da criao do
homem por parte de Deus era sentir alegria ao ver Seu objetivo realizado.
Por isto, a finalidade da vida do homem devolver alegria a Deus. De que

74 - PRINCPIO DIVINO

maneira, pois, pode o homem devolver alegria a Deus e manifestar


perfeitamente o valor original de sua existncia?
Toda a Criao foi criada para ser o objeto da alegria de Deus. Contudo,
o homem, como foi esclarecido no Princpio da Criao, foi criado para ser
o objeto substancial para com Deus, devolvendo alegria a Ele atravs da
ao de seu prprio livre arbtrio. Por isto, o homem no pode tornar-se o
objeto da alegria de Deus, a menos que conhea a vontade de Deus e viva
de acordo com ela por seu prprio esforo. Conseqentemente, o homem
foi criado de tal maneira que pudesse conhecer a vontade de Deus e viver
de acordo com ela para sempre, experimentando o corao e o zelo de
Deus como dele mesmo. Podemos chamar a este estado do homem de
perfeio da individualidade. Ado, Eva e muitos profetas e santos foram
capazes de se comunicar com Deus diretamente porque o homem foi criado
para desfrutar de tal capacidade.
O relacionamento entre Deus e o homem de individualidade aperfeioada
pode ser comparado com o que existe entre nossa mente e corpo. Nosso
corpo, como o templo de nossa mente, obedece ao comando de nossa
mente e age de acordo com ela. J que Deus habita na mente do homem
de individualidade aperfeioada, tal homem se tornar templo de Deus e
viver de acordo com a vontade de Deus. O homem de individualidade
aperfeioada se torna um s corpo em unidade com Deus, assim como
nossa mente faz com nosso corpo. Por isto, I Corntios 3.16 diz: "No
sabeis vs que sois o templo de Deus, e que o esprito de Deus habita em
vs? Enquanto Joo 14.20 diz: Naquele dia conhecereis que estou em
meu Pai, e vs em mim, e eu em vs. O homem que tiver atingido um s
corpo com Deus, tendo Seu esprito em si pelo aperfeioamento de sua
individualidade, e assim formando um templo de Deus, vir a ter deidade, e
de modo algum poder cometer pecado; naturalmente, ele no pode cair. O
homem de individualidade aperfeioada um homem de bem perfeito.
Se um homem de bem perfeito viesse a cair, isto significaria que o prprio
bem teria a potencialidade de runa; isto impossvel. Alm disso, se um
homem criado pelo Deus onipotente viesse a cair depois de sua perfeio,
ns teramos que negar a onipotncia de Deus. Portanto, o homem de
individualidade aperfeioada nunca poderia cair, porque ele, sendo o objeto
de alegria para com Deus, o sujeito eterno de qualidade absoluta, tambm
deveria possuir qualidade absoluta e perpetuidade.
Se Ado e Eva, com individualidade aperfeioada, incapazes de pecar,
tivessem estabelecido um lar e sociedade sem pecado pela multiplicao de
filhos do bem de acordo com a bno de Deus (Gn 1.28), isto seria o Reino
do Cu, que teria sido realizado como uma imensa famlia, centralizada nos
mesmos pais.
O Reino do Cu tem a forma de um homem de

75 - PRINCPIO DIVINO

individualidade aperfeioada. Tal como os membros do corpo do homem


trabalham em um relacionamento horizontal de uns para com os outros, de
acordo com o comando vertical de seu crebro, assim tambm a sociedade
deveria ser organizada de tal forma que os homens pudessem viver em um
relacionamento horizontal de uns para com os outros, de acordo com o
comando vertical de Deus. Em tal sociedade as pessoas no poderiam
praticar nenhum ato que viesse a prejudicar seus semelhantes, pois toda a
sociedade experimentaria o mesmo sentimento para com os membros que
estivessem em dificuldade, sentindo a mesma aflio que Deus haveria de
sentir por eles.
Por mais puros e livres de pecado que fossem os homens que vivessem
naquela sociedade, se a humanidade tivesse que levar uma vida
incivilizada, semelhana dos povos primitivos, no teria sido a espcie de
Reino do Cu que tanto Deus como o homem, por tanto tempo, tm
desejado. Visto que Deus abenoou o homem para ser o dominador de
todas as coisas (Gn 1.28), os homens de individualidade aperfeioada
deveriam ter subjugado o mundo natural atravs de uma cincia altamente
desenvolvida, e estabelecido na Terra um ambiente social imensamente
agradvel. Este seria o lugar onde o ideal da Criao seria realizado. Seria
simplesmente o Reino do Cu na Terra.
Quando o homem aperfeioado, depois de ter assim vivido no Reino do
Cu na Terra, for para o mundo espiritual, o Reino do Cu ser realizado no
mundo espiritual. Portanto, a finalidade da Criao de Deus estabelecer o
Reino do Cu na Terra.
2. A QUEDA DO HOMEM
Como foi afirmado no Princpio da Criao, o homem caiu enquanto se
encontrava na imaturidade, ainda no perodo de crescimento. As questes
a respeito de por que o perodo de crescimento era necessrio para o
homem, e por que os primeiros antepassados humanos caram em sua
imaturidade, foram respondidas naquele captulo.
O homem, devido sua queda, no pde tornar-se o templo de Deus,
mas, ao invs, tornou-se a moradia de Satans, e tornou-se um s corpo
com ele. Naturalmente, o homem veio a ter uma natureza m, ao invs de
deidade. Sucedeu assim que homens de natureza m estabeleceram um
mau lar, m sociedade e mau mundo, pelo multiplicar de maus filhos. Este
o inferno na Terra, no qual os homens decados tm vivido. Os homens
no inferno no tm sido capazes de estabelecer um bom relacionamento
horizontal entre si, porque o relacionamento vertical com Deus foi rompido.
Desta forma, vieram a comprazer-se em atos que prejudicavam seus

76 - PRINCPIO DIVINO

semelhantes, porque no podiam sentir as dores e dificuldades de seus


semelhantes como se fossem deles mesmos.
Os homens que vivem no inferno na Terra, transmigram para o inferno no
mundo espiritual, depois de sarem de seus corpos fsicos. Desta maneira,
o homem estabeleceu o mundo da soberania de Satans, em vez de
estabelecer o mundo da soberania de Deus. Assim chamamos a Satans o
prncipe deste mundo (Jo 12.31) ou o deus deste mundo (II Co 4.4).
SEO II
A Providncia da Salvao
1. A PROVIDNCIA
RESTAURAO

DA

SALVAO

PROVIDNCIA

DA

Este mundo pecaminoso traz tristeza ao homem e faz com que Deus
sofra (Gn 6.6). Ser, ento, que Deus poderia deixar este mundo de
sofrimento assim como est? Se que o mundo do bem, que Deus criou
para o mximo de alegria, vai continuar para sempre como o mundo do
pecado, cheio de sofrimento devido queda do homem, Deus deve ser
chamado o Deus de fracasso e incapacidade. Por isto, Deus salvar este
mundo do pecado custe o que custar.
At que ponto Deus deve salvar este mundo? Deus deve primeiro salvlo at que os homens sejam restaurados posio que o homem tinha
alcanado antes da queda dos primeiros antepassados humanos. Deus
deve fazer isto expulsando completamente o poder maligno de Satans
deste mundo de pecado (At 26.18). Depois, Deus deve desenvolver Sua
Providncia a tal ponto que possa dominar o mundo diretamente com a
realizao da boa finalidade da Criao (At 3.21).
Salvar um doente restaur-lo ao estado em que se encontrava antes da
ocorrncia da doena. Salvar um homem que se afoga restaur-lo
posio que tinha antes de comear a se afogar. De modo semelhante,
salvar um homem decado em pecado significa restaur-lo posio original
sem pecado, da qual ele desfrutava no incio. Por isto, a providncia da
salvao de Deus a providncia da restaurao (Mt 17.11, At 1.6).
A queda humana naturalmente o resultado do erro do prprio homem.
Contudo, Deus tambm responsvel pelo resultado como Criador. Se
Deus no tivesse criado o homem, a queda no teria ocorrido. Por isto,
Deus sentiu-se compelido a realizar a providncia de res-taurar este
resultado errneo para o estado original. Deus o perptuo sujeito. Por

77 - PRINCPIO DIVINO

isto, a vida do homem, que foi criado como Seu eterno objeto de alegria,
deve tambm ter eternidade. De acordo com o Princpio da Criao, Deus
criou o homem para a eternidade. Embora o homem tenha cado, Deus no
pode aniquil-lo, pois isto anularia o princpio da Criao. Por isto, Deus
deve salvar o homem e restaur-lo posio original na Criao.
Deus prometeu realizar Suas trs grandes bnos depois da criao do
homem (Gn 1. 28). Ele diz em Isaas 46 .11: Assim o disse e assim
acontecer; Eu o determinei e tambm o farei. De acordo com Suas
prprias palavras, Deus tem trabalhado para realizar Sua promessa pelo
desenvolvimento da providncia da restaurao destas bnos, h muito
perdidas por causa de Satans. Quando Jesus disse a seus discpulos em
Mateus 5.48: Sede vs, pois, perfeitos, como perfeito vosso Pai que est
nos cus, ele queria dizer que eles deviam ser restaurados posio do
homem original da Criao. Do ponto de vista do Princpio da Criao, o
homem original da Criao deve ser to perfeito como Deus, tendo eterna
deidade por sua unidade com Deus.
2. A FINALIDADE DA PROVIDNCIA DA RESTAURAO
Qual a finalidade da providncia da salvao? realizar o Reino
celeste, o eterno objeto do bem de Deus, que era a Sua finalidade original
da Criao. No incio Deus criou os homens na Terra e pretendia realizar o
Reino do Cu na Terra centralizado neles. No entanto, Ele no conseguiu
realizar Sua vontade por causa da queda humana. Por isto, a finalidade
primria da providncia da restaurao s pode ser restaurar o Reino do
Cu na Terra. Jesus, que veio para realizar a finalidade da providncia da
restaurao, disse a seus discpulos que orassem para que a vontade de
Deus fosse feita assim na Terra como no Cu (Mt 6.10) e ele exortou seu
povo a arrepender-se, porque a finalidade da providncia da restaurao
restaurar o Reino do Cu na Terra.
3. A HISTRIA HUMANA A HISTRIA DA PROVIDNCIA DA
RESTAURAO
J esclarecemos anteriormente que a providncia da salvao de Deus
a providncia da restaurao. Por isto, a histria humana o perodo da
providncia atravs da qual Deus pretende salvar os homens decados e
lev-los a restaurar o mundo original do bem. Estudemos agora, de vrios
pontos de vista, o fato de que a histria humana a histria da providncia
da restaurao.

78 - PRINCPIO DIVINO

Primeiro, consideraremos a histria humana do ponto de vista da histria


do desenvolvimento das esferas culturais. Em todas as idades e pases, at
mesmo os homens do mal tiveram em comum o desejo da mente original de
seguir o bem, repelindo o mal. Por isto, todos mantm a mesma finalidade
fundamental de buscar e realizar o bem, embora seja verdade que eles
criaram uma histria de luta atravs de constantes conflitos que se originam
da diferena, de acordo com os tempos e os lugares, em seus respectivos
padres de bem e de sua consecuo.
Por que, pois, a mente original do homem se dirige irresistivelmente para
o bem? O motivo que Deus, o sujeito do bem, criou o homem como seu
objeto substancial para realizar a finalidade do bem. Portanto, a mente
original do homem busca o bem, embora os homens decados tenham sido
incapazes de viver boas vidas, devido obra de Satans. O objetivo da
histria, tecida por tais homens, deve ser obter o mundo do bem.
Por muito que a mente original do homem tenha lutado para atingir o bem,
o homem fracassa em encontrar o bem real neste mundo sob a dominao
de Satans. Por isto, o homem veio a encontrar o sujeito do bem no mundo
transcendente de tempo e espao. O que nasceu desta inevitvel procura
do homem foi a religio. O homem que caiu na ignorncia de Deus devido
queda, tem sempre procurado encontrar Deus pela constante busca do bem
atravs da religio. Embora indivduos, raas e naes de uma religio
possam ter perecido, a prpria religio sobreviveu at o presente.
Estudemos agora estes fatos histricos, centralizando-nos na histria da
ascenso e queda das naes.
Quando examinamos a histria da China, vemos que cada idade de Chun
Chiu foi seguida de uma idade unificada de Chin; enquanto as pocas de
Chien Han, Shin, Hou Han, San Kuo, Si Tsin, Tung Tsin e Nan Pei Chao
foram seguidas da poca unificada de Sui e Tang; e as pocas das Cinco
Dinastias (Pei Sung, Nan Sung, Yuan, Ming, Ching) foram seguidas da
hodierna Repblica da China. Atravs de todas estas pocas, a China viu
muitos acontecimentos complicados, tais como a ascenso e queda de
naes, e com elas muitas mudanas no poder poltico, mas as trs
religies orientais do Confucionismo, Budismo e Sun-Kyo esto ainda em
plena fora.
Quando estudamos a histria da ndia, vemos que o imprio Mauryas foi
seguido por Andhra que, por sua vez, foi seguido por Gupta, Barudanah,
Sahman, Razuni, Maghal e pela ndia de hoje. Embora durante todas estas
pocas a nao tenha sofrido muitas mudanas, o Hindusmo sobreviveu.
Outrossim, quando observamos a histria das naes do Oriente Mdio,
vemos que o Imprio dos Sarracenos foi seguido do Karif Oriental e
Ocidental, que, por sua vez, foi seguido da Turquia Seljuk e da Turquia

79 - PRINCPIO DIVINO

Osman, com seu poder poltico mudando sempre. Contudo, sua religio, o
Islamismo, continuou a existir.
Alm disto, examinemos a corrente principal da histria ocidental. A
liderana dos pases ocidentais foi assumida alternativamente pela Grcia,
Roma, Glia, Espanha e Portugal. Passando depois temporariamente pela
Frana e Holanda, foi tomada pela Bretanha e est atualmente dividida
entre Estados Unidos e Unio Sovitica. Contudo, o Cristianismo continuou
a florescer. Mesmo na Unio Sovitica sob a tirania estabelecida no
fundamento do materialismo, o Cristianismo sobreviveu.
Examinado do ponto de vista da ascenso e queda das naes, vemos
tambm que aqueles poderes que perseguiram a religio pereceram,
enquanto aqueles que protegeram e exaltaram a religio prosperaram.
Vimos na histria que a posio central passou de uma para outra nao,
em cada caso transferindo-se para um pas que exaltava a religio mais do
que o anterior. Por isto, a histria da religio nos diz que o dia vir, sem
falta, quando o mundo do comunismo, que persegue a religio, haver de
perecer.
Existiram muitas religies na histria humana. Dentre elas, as religies
de grande influncia inevitavelmente formaram esferas culturais, sendo
estas de 21 a 26 em nmero. Contudo, no decurso da histria, a inferior foi
ou absorvida pela superior ou unida a ela por graus. Em recentes anos
surgiram da ascenso e queda das naes quatro grandes esferas culturais:
a sia Oriental (Confucionismo e Budismo), Hindusmo, Islo (Maometismo)
e Cristianismo. Esto agora transformando-se em uma esfera cultural
mundial, centralizando-se no Cristianismo. Por isto, podemos perceber
desta tendncia histrica que o Cristianismo tem por misso ltima realizar a
finalidade de todas as religies que tm dirigido seu curso para a meta do
bem. A histria do desenvolvimento das esferas culturais mostra-nos a
tendncia para a formao de uma esfera cultural mundial centralizada em
torno de uma religio, atravs da unificao de numerosas religies. Isto
uma prova de que a histria humana est caminhando para a restaurao
de um s mundo unificado.
A segunda maneira pela qual podemos compreender que a histria
humana a histria da providncia da restaurao pelo exame da
tendncia comum da religio e da cincia. J foi afirmado na Introduo
Geral que a religio e a cincia, trabalhando respectivamente para superar
os dois aspectos da ignorncia humana desde a queda, devem ser
unificadas hoje.
A religio e a cincia, que se desenvolveram
individualmente sem nenhuma conexo mtua, so agora foradas a
encontrar-se em um s lugar, depois de terem progredido respectivamente
para a mesma meta. Isto nos diz claramente que a histria humana tem

80 - PRINCPIO DIVINO

seguido o curso providencial da restaurao do mundo original da Criao.


Se no fosse pela queda, a capacidade intelectual do homem teria se
desenvolvido ao mximo grau em esprito (verdade interna), naturalmente
fomentando o mesmo grau de desenvolvimento externo atravs da cincia.
A cincia, pois, progrediria muito rapidamente, produzindo o mundo de
desenvolvimento cientfico de hoje nos dias de nossos primeiros
antepassados humanos.
No entanto, devido queda, o homem caiu na ignorncia, tornando-se
incapaz de alcanar uma sociedade altamente desenvolvida. Desde ento,
ele tem lutado para restaurar o mundo ideal de desenvolvimento cientfico,
que foi planejado no incio, superando a ignorncia por meio da cincia. O
mundo cientfico altamente desenvolvido de hoje est sendo restaurado
externamente ao estgio imediatamente anterior transio para o mundo
ideal.
A terceira maneira pela qual podemos perceber que a histria humana a
histria da providncia da restaurao pela tendncia da histria de lutas.
As batalhas por riquezas, terras, e povos acompanharam o desenvolvimento
da sociedade humana atravs da histria at o presente momento. Esta
luta alargou seu escopo, expandindo do nvel de famlia ao de tribo, e
depois, ao de sociedade, nao e de mundo. Os dois mundos da
democracia e comunismo esto agora defronte de sua guerra ideolgica
final. No fim da histria pecaminosa da humanidade, as naes tero
passado pelo estgio histrico no qual as pessoas julgam poder obter
felicidade das riquezas, das terras e dos povos que espoliaram. Depois da
Primeira Guerra Mundial, vimos as naes derrotadas foradas a libertar as
colnias, mas depois da Segunda Guerra Mundial as naes vitoriosas
voluntariamente libertaram suas colnias. Os grandes poderes de hoje
permitiram aos pequenos poderes, at mesmo menores e mais fracos do
que uma cidade dos grandes poderes, se tornarem estados membros das
Naes Unidas. Os grandes poderes fizeram naes irms, no somente
fornecendo alimento, mas tambm dando-lhes direitos e deveres iguais aos
dos grandes poderes.
Como ser, ento, a luta final? Ser a luta entre ideologias. Contudo, a
luta entre os dois mundos da democracia e do comunismo nunca cessar a
menos que a verdade ltima aparea, a qual possa superar completamente
a viso materialista da histria, que ameaa o mundo de hoje. Quando esta
verdade final, que pode resolver os problemas da religio e da cincia como
um s tema unificado, vier a aparecer, a ideologia comunista, que at agora
tem procurado desenvolver-se apenas pela cincia, negando a religio, ser
superada.
Assim, os dois mundos finalmente sero completamente
unificados sob uma s ideologia. Portanto, do ponto de vista da tendncia
da histria das lutas humanas, no podemos negar o fato de que a histria

81 - PRINCPIO DIVINO

humana a histria providencial da restaurao do mundo original da


Criao.
A quarta maneira pela qual podemos examinar esta questo
centralizando-nos na Bblia. A finalidade da histria humana restaurar o
Jardim do den com a rvore da Vida no centro (Gn 2.9; cf. Parte I,
Captulo II, Seo I, 1). O Jardim do den no representa uma rea
limitada onde Ado e Eva foram criados, mas toda a Terra. Se o Jardim do
den fosse a regio limitada onde os primeiros antepassados humanos
foram criados, como seria possvel ao incontvel nmero de seres humanos
viver em to pequeno lugar? Seria necessrio um grande nmero de
pessoas para encher a Terra, de acordo com a bno de Deus para com
os homens (Gn 1.28).
Devido queda dos primeiros antepassados humanos, o Jardim do den
terreno, que Deus pretendia estabelecer com a rvore da Vida no centro,
caiu nas mos de Satans (Gn 3.24). Por isto, quando a histria
pecaminosa da humanidade, que se iniciou em Alfa, terminar em mega, a
esperana e a glria dos homens decados ser lavar suas vestiduras e
entrar no Jardim do den restaurado, e assim restaurar seu direito rvore
da Vida (Ap 22.13-14). O que pois, significam estes versculos bblicos?
Como foi esclarecido na Queda do Homem, a rvore da Vida significa
Ado aperfeioado, que devia ser o Verdadeiro Pai da humanidade. Devido
queda dos primeiros pais humanos, seus descendentes nasceram com
pecado original; para que estes filhos de pecado possam ser restaurados
como homens originais da Criao, todos os homens devem renascer, como
disse Jesus (cf. Parte I, Captulo VII, Seo IV, 1). Por isto, a histria a
busca do Verdadeiro Pai pelo homem, que deve dar nova vida
humanidade, isto , Cristo. A rvore da Vida, mencionada no Apocalipse
como aquela que todos os santos dos Itimos Dias devem encontrar,
representa simplesmente Cristo, o Salvador. Destas passagens bblicas
sabemos que a finalidade da histria humana restaurar o Jardim do den
em sua forma original centralizado em Cristo, que deve vir como a rvore da
Vida.
Em Apocalipse 21.1 lemos tambm que no fim da idade aparecer um
novo Cu e uma nova Terra, significando que o velho Cu e a velha Terra,
que tm estado sob o domnio satnico, devem ser restaurados como o
novo Cu e Terra sob o domnio de Cristo, centralizados em Deus.
Romanos 8.19-22 tambm diz que toda a Criao, gemendo sob o domnio
satnico, espera com dores de parto a manifestao dos filhos de Deus com
forma original da Criao. Eles sero bem qualificados a dominar toda a
Criao, para que ela se faa nova (Ap 21.5), sendo restaurada posio
original da Criao, em vez de perecerem pelo fogo nos ltimos Dias.

82 - PRINCPIO DIVINO

Considerada sob estes pontos de vista, podemos perceber com bastante


clareza que a histria humana a histria da providncia de Deus para
restaurar o mundo original da Criao.
SEO III
Os Itimos Dias
1. SlGNlFlCADO DOS LTIMOS DIAS
J afirmamos que as trs grandes bnos que Deus concedeu aos
nossos antepassados humanos no foram realizadas centralizando-se em
Deus devido queda do homem. Ao invs, foram realizadas centralizandose em Satans, no reino fora do Princpio. A histria humana, embora tenha
iniciado no mal, de fato a histria providencial da restaurao atravs da
qual Deus tem operado. Assim, o mundo pecaminoso sob o domnio
satnico ser transformado no mundo da boa soberania, depois que as trs
grandes bnos centralizadas em Deus forem realizadas.
A idade em que o mundo pecaminoso sob a soberania satnica se
transforma no mundo ideal da Criao sob a soberania de Deus chamada
os ltimos Dias. Em outras palavras, os ltimos Dias representam a
idade na qual o inferno na Terra ser transformado no Reino do Cu na
Terra. Por isto, este no ser um dia de medo, no qual muitas calamidades
naturais acontecero, como os cristos at o presente acreditavam, mas um
dia de alegria, quando a esperana nica da humanidade, sustentada
firmemente durante o longo decurso da histria desde a criao do mundo,
ser realizada. Desde a queda humana, Deus tem continuado Sua
providncia para liquidar o mundo do pecado e restaurar o mundo do bem
com a natureza original da Criao. (Detalhes sero examinados na Parte
II, Captulo I). Contudo, em cada caso, o homem falhou em realizar a sua
prpria poro de responsabilidade, frustrando assim a realizao da
vontade de Deus. Como conseqncia, a Bblia aparentemente nos indica
que houve muitos Itimos Dias.
(1) Os Dias de No foram os Itimos Dias
Gnesis 6 .13 afirma: O fim de toda carne vindo perante minha face,
porque a Terra est cheia de violncia; e eis que os desfarei com a Terra,
indicando assim que os dias de No eram os ltimos Dias.
Por que os dias de No podem ser chamados de ltimos Dias? Deus ia
destruir o mundo corrupto centralizado em Satans com o julgamento do
dilvio, depois da histria pecaminosa de 1600 anos, deixando apenas a
famlia de No, que acreditava em Deus. Na base da f de No, Deus

83 - PRINCPIO DIVINO

pretendia restaurar o mundo ideal de Sua soberania. Por isto, os dias de


No podem ser chamados de Itimos Dias (cf. Parte II, Captulo I, Seo
II). Devido ao ato corrupto de Cam (Gn 9.22), o segundo filho de No, a
vontade de Deus foi anulada porque a famlia de No falhou em realizar sua
poro de responsabilidade em nome de toda a humanidade.
(2) Os Dias de Jesus foram os ltimos Dias
A predestinao de Deus com respeito Sua vontade para atingir a
finalidade da providncia da restaurao absoluta e no pode mudar (cf.
Parte I, Captulo VI). Por isto, embora a providncia da restaurao de
Deus centralizada em No no pudesse ser realizada, Ele chamou outros
profetas para fazer o fundamento de f. Ele enviou Jesus para destruir o
mundo pecaminoso centralizado em Satans e restaurar o mundo ideal
centralizado em Deus. Portanto, os dias de Jesus foram tambm os Itimos
Dias. Foi por isto que Jesus disse que ele veio como o mestre do
julgamento (Jo 5.22). Foi por isto que Malaquias profetizou:

"Eis que aquele dia vem ardendo como forno; todos os soberbos, e todos
os que cometem impiedade, sero como palha; e o dia que est para vir
os abrasar, de sorte que lhes no deixar nem raiz nem ramo" (Ml 4.1).
Jesus veio para restaurar o mundo ideal na forma planejada na Criao;
no entanto, devido falta de f do povo, a poro de responsabilidade do
homem ficou sem ser realizada, prolongando o cumprimento da vontade de
Deus at o tempo do Senhor do Segundo Advento.
(3) Os Dias do Segundo Advento do Senhor so tambm os ltimos
Dias
Jesus foi crucificado, realizando somente a salvao espiritual. Ele deve
realizar a finalidade da providncia da salvao tanto no esprito como no
corpo depois do segundo advento (cf. Parte I, Captulo IV, Seo I, 4),
realizando a restaurao do Reino do Cu na Terra. Naturalmente, os dias
do segundo advento do Senhor seriam tambm os ltimos Dias. Foi por
isto que Jesus disse que Como aconteceu nos dias de No, assim ser
tambm nos dias do Filho do Homem (Lc 17.26), e tambm que haveria
muitas calamidades naturais no tempo do segundo advento (Mt 24.29).
2. VERSOS BBLICOS COM RESPEITO AOS SINAIS DOS LTIMOS
DlAS
Muitos cristos crem que nos ltimos Dias vrias calamidades naturais e
mudanas radicais alm da imaginao dos homens modernos ocorrero na

84 - PRINCPIO DIVINO

sociedade humana, conforme os versculos bblicos dizem literalmente.


Contudo, se entendermos que a histria humana a histria providencial
para restaurar o mundo para a forma original planejada por Deus na
Criao, sabemos ento que os sinais dos ltimos Dias no acontecero de
fato literalmente. Examinemos o que simbolizado pelas passagens
bblicas com respeito aos ltimos Dias.
(1) Cu e Terra Destrudos (ll Pe 3.12, Gn 6.13) e um Novo Cu e uma
Nova Terra Criados (Ap 21.1, ll Pe 3 .13, Is 66.22)
Gnesis 6.13 diz que Deus queria destruir a terra porque estava cheia de
violncia e corrupo nos ltimos Dias. No entanto, Ele realmente no
destruiu o mundo. Sabemos que a Terra eterna, por versculos tais como
Eclesiastes 1.4, que diz: Uma gerao vai e outra gerao vem, mas a
Terra para sempre permanece, e o Salmo 77.69, que diz: Edificou o Seu
santurio como os altos cus, como a Terra, que fundou para sempre.
Deus, o sujeito, eterno; por isto Seus objetos devem tambm ser eternos.
Naturalmente a Terra, que foi criada como o objeto de Deus, deve ser
eterna.
Deus, onipotente e onisciente, no poderia ter sentido alegria por Sua
Criao, se a tivesse feito com a possibilidade de ser destruda por Satans.
Com que podemos comparar isto? Destruir uma nao significa fazer cair a
soberania, enquanto erigir uma nova nao (Ap 21.1) estabelecer uma
nao de nova soberania. Conseqentemente, destruir o cu e a terra
significa fazer cair a soberania de Satans, que os est dominando; e fundar
um novo Cu e uma nova Terra significa restaurar o novo Cu e a nova
Terra sob a soberania de Deus (Ap 21.1).
(2) Cu e Terra Julgados por Fogo (II P 3.12)
II Pedro 3 .12 diz que nos Itimos Dias os cus em fogo se desfaro e os
elementos, ardendo, se fundiro! Em Malaquias 4.1 est profetizado que,
no dia de Jesus, ele vir como o mestre do julgamento (Jo 5.22, 9.39), e
julgar com fogo. Em Lucas 12.49 Jesus disse que veio para pr fogo na
terra. Contudo no podemos encontrar vestgio algum de seu julgamento
com fogo literal naquele tempo. Isto, pois, deve ser uma expresso
figurativa.
Tiago 3.6 diz: A lngua um fogo.
Deste modo,
compreendemos que julgamento por fogo juzo pela lngua, que
naturalmente significa juzo pela Palavra. Assim, julgamento por fogo
julgamento pela Palavra.
Examinemos, pois, os versculos bblicos com respeito ao julgamento pela
Palavra. Joo 12.48 diz que quem rejeitar Jesus e no receber suas

85 - PRINCPIO DIVINO

Palavras tem um juiz, e a Palavra que Jesus falou ser seu juiz nos Itimos
Dias. II Tessalonicenses 2.8 diz que o inquo ser revelado, e o Senhor
Jesus o desfar pelo sopro de sua boca; isto , sua Palavra. Alm disto,
Isaas 11.4 diz: ... e Ele ferir a terra com a vara de sua boca [lngua], e
com o sopro dos seus lbios [palavras] matar o mpio; enquanto Joo 5.24
diz: Aquele que ouve a minha palavra e cr nAquele que me enviou, tem a
vida eterna; ele no entrar em condenao, mas passou da morte para a
vida. Desta maneira, julgamento por fogo significa julgamento pela Palavra
Qual deve, pois, ser o motivo do julgamento pela Palavra? Joo 1.3 diz
que o homem foi criado pela Palavra. Conseqentemente, a finalidade da
Criao de Deus era que o primeiro homem realizasse a finalidade da
Palavra tornando-se a encarnao da Palavra (Verbo), mas ele caiu sem
observar a Palavra de Deus, deixando assim a finalidade da Palavra
irrealizada.
Por isto Deus procurou outra vez realizar a finalidade da Palavra pela
recriao dos homens decados de acordo com a Palavra; esta a
providncia da restaurao pela Palavra da verdade (Bblia). Joo 1.14 diz:
O Verbo (Palavra) se fez carne, e habitou entre ns cheio de graa e
verdade; vimos a sua glria como a glria do nico Filho do Pai. Assim,
Cristo vir novamente como a encarnao da Palavra (Verbo). Tornando-se
o padro do julgamento pela Palavra, ele julgar at que ponto a
humanidade cumpriu a finalidade da Palavra. A finalidade da providncia da
restaurao ser cumprida com a realizao da finalidade da Palavra.
Portanto, o juzo deve ser feito com a Palavra como o padro e medida. Em
Lucas 12.49 Jesus disse: Vim lanar fogo na terra; e como desejaria que j
estivesse aceso!. Ele tinha vindo como a encarnao da Palavra (Verbo)
(Jo 1.14), proclamando a Palavra da vida.
(3) Os Mortos Ressuscitam dos Tmulos (Mt 27.52, I Ts 4.16)
Em Mateus 27.52-53, diz-se que quando Jesus morreu:

"Abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram


ressuscitados e, saindo dos sepulcros, depois da ressurreio dele,
entraram na cidade santa, e apareceram a muitos."
Isto no significa que sua carne literalmente ressuscitou da corrupo (cf.
Parte I, Captulo V, Seo II, 3). Se os santos da Idade do Velho
Testamento, que viviam no mundo espiritual, tivessem literalmente
ressuscitado e, saindo dos tmulos, tivessem ido cidade e aparecido a
muitas pessoas, certamente teriam testificado ao povo judeu a respeito de
Jesus, pois sabiam que Jesus era o Messias. Se isto tivesse acontecido,
embora Jesus j tivesse sido crucificado, ento ningum ao ouvir estes
testemunhos, poderia deixar de acreditar em Jesus. Se os santos da Idade

86 - PRINCPIO DIVINO

do Velho Testamento tivessem assim ressuscitado dos tmulos, retornando


sua carne, seus feitos deveriam estar registrados na Bblia. No entanto
no existem tais relatos na Bblia.
Ento, qual o significado de ressuscitar dos tmulos? Isto um relato
do fato de que os homens espirituais da Idade do Velho Testamento
ressuscitaram e apareceram na Terra em esprito (cf. Parte I, Captulo V,
Seo II, 3), assim como os espritos de Moiss e Elias apareceram a Jesus
no Monte da Transfigurao (Mt 17.3).
O que, pois, significa sepulcro? O reino dos espritos de forma, que era
a moradia dos santos da Idade do Velho Testamento, era um lugar mais
escuro do que o Paraso, que foi aberto por Jesus. Este reino de esprito de
forma chamava-se sepulcro. Os homens espirituais da idade do Velho
Testamento, que se encontravam nesta regio do mundo espiritual,
apareceram aos santos terrenos.
(4) Homens Terrenos Arrebatados para Encontrar o Senhor nos Ares
(l Ts 4.17)
O ar aqui mencionado no significa cu. Na Bblia, terra geralmente
significa mundo decado da m soberania, enquanto Cu significa mundo
sem pecado da boa soberania. Nossa compreenso aumentada quando
lemos os versculos bblicos que dizem: Pai Nosso, que ests nos cus (Mt
6.9), embora Deus seja onipresente. Assim tambm vemos: ... seno
aquele que desceu do cu, o Filho do Homem (Jo 3.13), embora Jesus
tenha nascido na Terra. Assim, encontrar o Senhor nos ares significa que
os santos recebero o Senhor no mundo da boa soberania quando Cristo
vier novamente e restaurar o Reino do Cu na Terra, fazendo cair a
soberania satnica.
(5) Sol e Lua Escurecidos, Estrelas Caem do Cu (Mt 24.29)
Gnesis 37.9 descreve o sonho de Jos, o dcimo-primeiro dos doze
filhos de Jac:

"Teve ainda outro sonho, e o contou a seus irmos, e disse: Eis que
ainda tive um sonho; e eis que o sol e a lua, e onze estrelas se inclinavam
perante mim . E contando a seu pai e a seus irmos, repreendeu-o seu
pai, e disse-lhe: Que sonho que sonhaste? Porventura viremos eu e
tua me, e teus irmos, a inclinar-nos perante ti em terra?
Jos cresceu e tornou-se o primeiro ministro do Egito. Ento de fato
aconteceu, como no sonho, que seus pais e irmos realmente vieram a
inclinar-se perante ele. De acordo com estes versculos bblicos, o sol e a

87 - PRINCPIO DIVINO

lua simbolizavam os pais, e as estrelas simbolizavam os filhos. Como se


afirmou em Cristologia (cf. Parte I, Captulo VII), Jesus e o Esprito Santo
vieram como os Verdadeiros Pais em vez de Ado e Eva, para trazerem
renascimento humanidade. Por isto o sol e a lua simbolizam Jesus e o
Esprito Santo, e as estrelas simbolizam os santos, como seus filhos.
Na Bblia Jesus comparado Verdadeira Luz (Jo 1.9), porque ele veio
como o Verbo (Palavra) que se fez carne (Jo 1.14), como a luz da verdade.
Naturalmente, aqui a luz do sol significa a luz das palavras de Jesus, e a luz
da lua significa a luz do Esprito Santo, que veio como o Esprito da verdade
(Jo 16.13). Por isto o fato de que o sol e a lua perderam sua luz significa
que as Palavras do Novo Testamento faladas por Jesus e o Esprito Santo
perdero a sua luz.
Como poderiam as Palavras do Novo Testamento vir a perder a sua luz?
Assim como as Palavras do Velho Testamento perderam sua luz quando
Jesus e o Esprito Santo vieram com novas Palavras a fim de realizar as
Palavras do Velho Testamento, tambm as Palavras do Novo Testamento,
que Jesus deu ao povo em seu primeiro advento, perdero sua luz quando
Cristo vier novamente com a nova Palavra a fim de realizar as Palavras do
Novo Testamento, fazendo um novo Cu e uma nova Terra (Ap 21.l; cf.
Parte I, Captulo III, Seo V, 1). Aqui, o fato de perderem as palavras a sua
luz significa que o perodo de sua misso terminou, com a chegada da nova
idade.
Estrelas caindo do cu significa que os santos dos Itimos Dias
ofendero ao Senhor e falharo, tal como os lderes da religio judaica, que
tinham um grande anseio pela vinda do Messias, caram todos por terem
ofendido a Jesus, o Messias. Foi profetizado que em sua ignorncia, muitos
cristos, que esto ansiosamente esperando pelo segundo advento do
Senhor, tambm o ofendero e falharo naquele dia, caindo assim da
mesma maneira (cf. Parte II, Captulo VI, Seo II, 2).
Lucas 18.8 Jesus diz: ... quando, porm, vier o Filho do Homem,
porventura achar f na Terra? Em outra ocasio (Mt 7.23) ele disse que
haveria de declarar aos cristos devotos: Nunca vos conheci; apartai-vos
de mim, vs que praticais a iniqidade. Tudo isto ele disse para avisar os
santos dos ltimos Dias com respeito a sua possvel ofensa, pois ele previu
sua incredulidade.
SEO IV
Os ltimos Dias e os Dias Atuais
Quando Jesus falou sobre a futura morte de Pedro, este perguntou o que
sucederia com Joo. Jesus respondeu dizendo: Se eu quero que ele fique

88 - PRINCPIO DIVINO

at que eu venha, que te importa a ti? (Jo 21.18-22) Os discpulos, ouvindo


isto, pensaram que Jesus voltaria enquanto Joo estivesse em vida. Alm
disto, Jesus disse a seus discpulos: ... no acabareis de percorrer as
cidades de Israel sem que venha o Filho do Homem (Mt 10.23), e disse
tambm: Em verdade vos digo que alguns h, dos que aqui esto, que no
provaro a morte at que vejam vir o Filho do Homem no seu reino (Mt
16.28). Por causa de tais palavras, no s os discpulos de Jesus, mas
tambm numerosos cristos, acreditavam que Jesus poderia vir enquanto
ainda estavam em vida e se sentiam continuamente angustiados por uma
sensao de tenso sobre a possibilidade de ser a sua poca os ltimos
Dias. O motivo que eles no conheciam o significado fundamental dos
ltimos Dias.
Pelo exame da atual realizao das trs grandes bnos para com os
homens, que Deus estabeleceu com a finalidade da sua restaurao,
podemos provar que hoje o tempo dos ltimos Dias.
este o motivo por que Jesus disse:

"Da figueira aprendei, pois, esta lio: quando j os seus ramos se tornam
tenros e brotam folhas, sabeis que est prximo o vero. Assim tambm,
quando virdes tudo isto, sabeis que ele est perto, bem s portas" (Mt
24.32-33).
1. OS FENMENOS DA RESTAURAO DA PRIMEIRA BNO
Como j foi tratado no Princpio da Criao, a primeira bno de Deus
para com Ado e Eva era para que eles aperfeioassem sua individualidade.
Podemos afirmar, dos fenmenos seguintes, que a providncia de Deus de
restaurar os homens decados ao seu estado original da Criao, com
individualidade aperfeioada, j alcanou seu estgio final.
O primeiro modo, pelo qual podemos ver isto do fato que o padro
espiritual dos homens decados est sendo restaurado. Como ficou dito
acima, o homem de perfeio se torna um s corpo com Deus em corao e
zelo, de forma que o homem e Deus se tornam capazes de ter total e livre
comunicao entre si. Ado e Eva, embora no totalmente perfeitos,
estavam no estgio de se comunicarem diretamente com Deus, quando
caram, levando sua prole a cair e tornar-se ignorante de Deus.
O homem decado ao receber o benefcio da idade na providncia da
restaurao, seu padro espiritual restaurado por graus. Por isto, nos
ltimos Dias muitos santos alcanam o ponto em que podem comunicar-se
com Deus, como diz Atos 2.17:

89 - PRINCPIO DIVINO

"Nos ltimos Dias acontecer que do Meu Esprito derramarei sobre toda
carne, e os vossos filhos e as vossas filhas profetizaro, os vossos jovens
tero vises, e os vossos velhos sonharo sonhos."
Nestes dias, h muitos crentes que surgem em todos os lugares, com a
capacidade de ter comunicao espiritual. Disto podemos dizer que
estamos entrando em uma nova idade, em que podemos restaurar a
primeira bno de Deus depois de termos aperfeioado nossa
individualidade, porque agora so os ltimos Dias.
Segundo, a direo histrica da restaurao por parte dos homens
decados da liberdade da mente original outra prova. O homem foi
despojado da liberdade de vir perante Deus porque, devido queda, ele
ficou sob o domnio de Satans e a partir de ento tem tido uma liberdade
restrita. No entanto hoje o corao e o zelo do homem alcanaram o mais
alto nvel, no qual as pessoas esto em busca da liberdade da mente
original, mesmo com o risco de suas vidas. Isto evidncia de que com a
vinda dos ltimos Dias os homens decados esto agora entrando em uma
nova era, em que podem livremente vir perante Deus. Entraro na nova era
pelo aperfeioamento de sua individualidade, restaurando assim a primeira
bno de Deus para consigo, da qual foram despojados por Satans por
muito tempo.
Terceiro, o valor original dos homens decados, doado na Criao, est
sendo restaurado. Esta tambm outra prova. O valor original dos
homens, horizontalmente observado, o da igualdade entre as pessoas, e
isto talvez no parea to precioso. Mas quando verticalmente observado,
centralizado em Deus, toda individualidade contm o mais augusto valor
macrocsmico (cf. Parte I, Captulo VII, Seo I). Os homens perderam seu
valor original por causa da queda. Na poca atual, porm, a ideologia
democrtica atingiu o auge, e os homens vieram a buscar o valor original da
individualidade doada na Criao. Isto pode ser visto na libertao dos
escravos, libertao dos grupos de minoria, libertao das pequenas
potncias, juntamente com as exigncias da dignidade humana, igualdade
entre os sexos e igualdade de todos os povos. Esta a prova de que os
Itimos Dias chegaram e os homens decados esto agora entrando em
uma nova era, na qual havero de restaurar a primeira bno de Deus para
com o homem.
Quarto, o amor original doado na Criao est sendo restaurado. O
mundo no qual o ideal da Criao de Deus realizado ter a forma de um
homem aperfeioado. As pessoas deste mundo, tendo todas verticalmente
formado um s corpo com Deus, naturalmente s podero formar um s
corpo horizontalmente entre si. Conseqentemente, as pessoas deste
mundo s podero tornar-se como um s corpo, com um interrelacionamento vertical e horizontal, pelo amor absoluto de Deus. Devido

90 - PRINCPIO DIVINO

queda, o amor vertical do homem para com Deus foi rompido, causando
tambm a ruptura do amor horizontal entre as pessoas; e por isto a histria
humana tem sido tecida de lutas. Hoje, porm, j que o humanitarismo
atingiu o auge, os homens esto cada vez mais em busca do amor original.
Assim, reconhecemos que o dia atual o tempo dos autnticos ltimos
Dias, em que os homens podem aperfeioar suas individualidades,
centralizados em Deus, pela restaurao da primeira bno de Deus para
com os homens.
2. OS
FENMENOS
BNO

DA

RESTAURAO

DA

SEGUNDA

A segunda bno de Deus era para que Ado e Eva alcanassem a


verdadeira paternidade, pela multiplicao de filhos do bem, e
estabelecessem lares, sociedades e um mundo de boa soberania. No
entanto, devido queda, Ado e Eva tornaram-se maus pais multiplicando
maus filhos e assim formaram o mundo sob o cativeiro da m soberania.
Deus tem conduzido a providncia da restaurao do padro espiritual dos
homens atravs da separao de Satans em uma base interna, atravs da
religio, enquanto, por outro lado, Ele tem separado Satans dos homens
em uma base externa atravs de vrios tipos de lutas e guerras. Portanto
Ele tem conduzido Sua providncia da restaurao da soberania do bem
tanto na base interna como na externa.
A histria humana ento tem sido a restaurao da segunda bno de
Deus para com os homens, realizada pela separao do homem de Satans
tanto na base interna como na externa e, tambm, pelo fato de encontrar
aqueles filhos de Deus que sero capazes de assistir ao Senhor da volta,
nosso Verdadeiro Pai. Por isto percebemos pelo fenmeno da restaurao
da soberania de Deus nas bases internas e externas que hoje o tempo
dos verdadeiros ltimos Dias. (Esta restaurao apareceu atravs da
histria do desenvolvimento das esferas culturais centralizadas na religio e
tambm atravs da histria da ascenso e queda das naes).
Estudemos agora como a histria do desenvolvimento das esferas
culturais tem progredido, fazendo com que a era atual se tornasse os
ltimos Dias.
Como foi repetidamente estudado na histria do
desenvolvimento das esferas culturais, Deus estabeleceu as esferas
culturais centralizadas na religio enviando profetas e santos aos homens
decados. Estes santos estabeleceram as vrias religies de acordo com a
mente original do homem, que se dirigiam para o bem ltimo.
Conseqentemente, emergiram muitas espcies de esferas culturais na
histria da humanidade. Com o passar do tempo, estas se uniram ou
absorveram-se mutuamente. Na poca atual h uma clara tendncia de
estabelecer-se uma s esfera cultural mundial centralizada no Cristianismo.

91 - PRINCPIO DIVINO

Este tipo de tendncia histrica mostra-nos que a segunda bno de Deus


para com os homens est sendo restaurada, com todas as raas juntas,
lado a lado, como irmos centralizados em Cristo, que o ncleo do
Cristianismo.
O que faz o Cristianismo diferente de outras religies que ele tem como
sua finalidade a restaurao no mundo de uma grande famlia, que Deus
tinha planejado na Criao. Isto deve ser realizado pela descoberta dos
Verdadeiros Pais da humanidade, atravs dos quais todos os homens
podem se tornar filhos do bem pelo renascimento. Isto significa que o
Cristianismo a religio central, que realizar a finalidade da providncia da
restaurao de Deus.
Assim, a restaurao da segunda bno de Deus para com os homens
pode ser vista na formao de uma s esfera cultural mundial final,
centralizada no Cristianismo, na qual todos os homens sero elevados
posio de filhos do bem centralizados em Cristo e no Esprito Santo, que
so os Verdadeiros Pais da humanidade (cf. Parte I, Captulo VII). Assim,
no podemos negar que hoje estamos entrando nos Itimos Dias.
A seguir, investigaremos como a histria da ascenso e queda das
naes, tendo se dirigido para a finalidade da restaurao da soberania do
bem, est conduzindo a poca atual para os ltimos Dias. um erro,
causado pela ignorncia da providncia fundamental de Deus, meramente
considerar a causa das lutas e guerras como o conflito de interesses entre
diferentes ideologias.
A humanidade tem tido uma histria pecaminosa que comeou com a m
soberania centralizada em Satans, a qual foi causada pela queda dos
primeiros antepassados humanos. J que a finalidade da Criao de Deus
imutvel, a meta final da histria humana a restaurao da soberania do
bem de Deus, a qual deve ser atingida separando os homens de Satans.
Se o mundo da soberania m pudesse continuar sem lutas e guerras, este
mundo continuaria por toda a eternidade, deixando a soberania do bem
eternamente sem restaurao. Por isto Deus tem operado Sua providncia
da restaurao da soberania celeste por graus, mandando Seus profetas e
santos. Soberanias ms tm sido destrudas por melhores, atravs das
religies do bem que Deus fundou.
Assim, lutas e guerras tornaram-se o curso inevitvel pelo qual o homem
teve que passar, a fim de realizar a providncia da restaurao. Um estudo
mais detalhado desta questo ser feito na Parte II. J que a histria
humana est caminhando no curso providencial da restaurao por
indenizao, o mal pode s vezes parecer ter a superioridade, quando visto
dentro de um breve perodo de tempo; mas no final ser certamente
destrudo ou absorvido e assimilado ao reino de um padro melhor. A

92 - PRINCPIO DIVINO

ascenso e queda das naes pelas guerras, assim o inevitvel resultado


causado pelo curso providencial para a restaurao da soberania do bem.
por isso que Deus ordenou aos israelitas que destrussem as sete tribos
de Cana. Quando Saul O desobedeceu, deixando vivos alguns dos
amalecitas com seu gado, Deus severamente o puniu (I Sm 15.18-23).
Assim, Deus no s ordenou diretamente que os israelitas destrussem os
gentios, mas at destruiu os israelitas da dinastia do norte, quando eles se
tornaram maus, entregando-os s mos dos assrios (II Rs 17.23).
Devemos compreender que Deus assim fez a fim de destruir a soberania do
mal e restaurar a soberania do bem. Portanto as lutas e brigas entre
indivduos do lado de Deus so ms, porque elas tm como resultado a
destruio da prpria soberania do bem; mas o fato da boa soberania
destruir a m soberania um ato de bem, porque realizar a finalidade da
providncia da restaurao de Deus.
Desta maneira, a histria de luta, para separar de Satans a soberania
por meio da gradual conquista de terras e riquezas no mundo inteiro, veio
praticamente restaurar a soberania celeste. Quanto aos homens, esto
sendo restaurados para o lado celeste em uma base mundial, passando
atravs do nvel individual para o nvel familiar, social e nacional. Assim, a
providncia para separar os homens de Satans, comeando da era da
sociedade de cls, passando pelas eras do feudalismo e da monarquia,
chegou agora era da democracia. Na sociedade humana atual, vemos a
diviso dos dois mundos da democracia e do comunismo, sendo a primeira,
a ideologia para estabelecer a soberania celeste e a ltima, a ideologia para
estabelecer a satnica.
Desta maneira, a histria humana, que comeou sob a m soberania
centralizada em Satans, veio agora a formar duas soberanias opostas em
uma base mundial. Conforme a natureza humana original, que se dirige
para o bem ltimo, despertada atravs da religio, da filosofia e da tica,
ela produz a separao do poder da boa soberania e da m soberania.
Estas duas soberanias, com finalidades opostas, nunca podem coexistir. Na
consumao da histria humana, elas certamente chegaro ao ponto de
cruzamento, causando um conflito de natureza interna, centralizado na
ideologia, o qual muito possivelmente poder causar uma guerra externa
centralizada no poder militar. Ento, finalmente, a soberania de Satans
perecer para sempre, deixando a soberania de Deus restaurada como uma
s e eterna soberania do Cu.
Hoje o tempo dos Itimos Dias porque o tempo do cruzamento,
quando o mundo da boa soberania sob Deus e o mundo da m soberania
sob Satans esto se confrontando na batalha final.

93 - PRINCPIO DIVINO

Na histria humana, que at aqui tem separado a boa soberania da m, a


m soberania se afunda para a destruio, enquanto a boa soberania sobe
para a prosperidade, tal como na gua lamacenta a lama afunda, enquanto
a gua clara vai para cima. Assim, nos Itimos Dias, estas duas soberanias
do bem e do mal por um certo perodo de tempo se encontraro no ponto de
cruzamento, sendo que a primeira permanecer para sempre como de
Deus, enquanto a ltima perecer em trevas eternas.
Assim, quando estas duas soberanias do bem e do mal se encontram no
ponto de cruzamento, isto se chama ltimos Dias. J que este o tempo
em que a perfeio do estgio de crescimento, de onde Ado e Eva caram,
deve ser restaurada por indenizao, toda a humanidade passa a vagar no
caos ideolgico, tal como os primeiros antepassados humanos no Jardim do
den estavam confusos, sem saber o que fazer.
Durante o longo curso da providncia da restaurao, houve freqentes
ocorrncias dos Itimos Dias, em que as duas soberanias do bem e do mal
chegaram ao ponto de cruzamento. Tanto a poca de No como a de Jesus
foram chamadas Itimos Dias, com as duas soberanias no ponto de
cruzamento.
No entanto, em cada caso os homens falharam no
cumprimento de sua poro de responsabilidade e foram incapazes de
destruir a soberania do mal; e Deus teve que comear de novo Sua
providncia de separar a boa soberania da m. Conseqentemente, vemos
outro cruzamento das duas soberanias na poca do segundo advento do
Senhor. O curso da providncia da restaurao tem assim repetido
periodicamente o movimento espiral de acontecimentos, passando pelo
curso circular para a finalidade da Criao. por isto que houve muitos
perodos de natureza idntica na histria humana (cf. Parte II, Captulo III,
Seo I).
3. OS FENMENOS DA RESTAURAO DA TERCEIRA BNO
A terceira bno de Deus para com os homens significa o domnio de
Ado e Eva sobre o mundo da Criao, depois de terem atingido a
perfeio. O domnio do homem sobre o mundo da Criao tem dois
aspectos - interno e externo. Vemos que na poca atual os dois aspectos
do domnio do homem, perdidos com a queda humana, esto sendo
restaurados.
Domnio interno significa domnio com corao e zelo. Quando um
homem aperfeioa a sua individualidade, ele se torna um s em corao e
zelo com Deus; assim, ele capaz de experimentar o prprio corao e zelo
de Deus. O dia em que o homem, depois de ter-se aperfeioado, vier a
amar o mundo da Criao com corao e zelo idnticos ao de Deus, e
quando ele receber a beleza oferecida pela Criao, ele se tornar o

94 - PRINCPIO DIVINO

dominador em corao e zelo sobre o mundo da Criao. No entanto,


devido queda, o homem falhou em experimentar o corao e zelo de Deus
e no tem sido capaz de encarar a Criao com o corao e zelo de Deus.
Apesar disto, Deus tem operado Sua providncia de restaurao por meio
da religio, filosofia e tica, constantemente elevando por graus o padro
espiritual dos homens decados em direo a Deus. Assim, o homem da
poca atual est restaurando seu qualificativo como o dominador em
corao e zelo sobre o mundo da Criao.
Domnio externo significa domnio pela cincia. Se o homem, tendo se
aperfeioado, tivesse sido capaz de dominar o mundo da Criao
internamente com corao e zelo idnticos ao que Deus tinha sobre o
mundo da Criao na poca de sua criao, as realizaes cientficas do
homem poderiam ter atingido o auge em um perodo de tempo muito curto,
porque a sensibilidade espiritual dos homens teria sido desenvolvida mais
alta dimenso. Assim, os homens poderiam ter dominado externamente
todas as coisas da Criao. Em conseqncia, o homem poderia no
somente ter subjugado o mundo da Criao, inclusive os corpos celestes, o
mais cedo possvel, mas poderia tambm ter produzido um ambiente de
vida imensamente confortvel, devido ao desenvolvimento econmico que
teria acompanhado o desenvolvimento cientfico.
No entanto, o homem, perdeu sua luz espiritual por causa da queda,
sendo assim despojado de sua dominao interna sobre todas as coisas da
Criao, decaiu para o estado de brbaro, com um sentido espiritual to
embotado como o dos animais. Assim, ele perdeu o domnio externo sobre
a Criao. O homem, de acordo com a providncia da restaurao de
Deus, conseguiu agora restaurar sua luz espiritual. Conseqentemente,
tanto sua dominao interna como a externa foram restauradas por graus.
Por isto o desenvolvimento cientfico nos dias atuais alcanou o mais alto
grau. O resultado , pois, que os homens modernos vieram a criar um
ambiente de vida extremamente confortvel, devido aos desenvolvimentos
econmicos que seguiram brilhantes realizaes cientficas.
Vemos ento que a terceira bno de Deus para com os homens est
sendo restaurada, e da no podemos negar que chegamos hoje aos
ltimos Dias.
Como repetidamente temos observado, o desenvolvimento das esferas
culturais tambm mostra que uma esfera cultural mundial est agora sendo
formada centralizada em uma s religio. As naes tambm esto
caminhando para uma estrutura de soberania mundial nica, partindo da
Liga das Naes e chegando s Naes Unidas, procurando hoje alcanar o
governo mundial. Quanto ao desenvolvimento econmico, o mundo est
agora na iminncia da formao de um s mercado comum. Facilidades de

95 - PRINCPIO DIVINO

transporte e comunicao extremamente bem desenvolvidas reduziram as


limitaes de tempo e espao. Os homens so capazes de comunicar-se
uns com os outros na Terra to facilmente como se a Terra fosse o jardim
de uma casa, no qual as pessoas de todas as diferentes raas do Oriente e
do Ocidente vivem como uma s famlia. Toda a humanidade est
clamando por amor fraterno.
Contudo, um lar s se forma em torno dos pais; s a que o verdadeiro
amor fraterno pode ocorrer. Por isto, por ocasio do segundo advento do
Senhor, como o Verdadeiro Pai da humanidade, todos os homens passaro
a viver harmoniosamente no jardim, como uma s famlia.
Disto tambm podemos perceber que hoje , sem dvida alguma, o
tempo dos ltimos Dias. Deve haver uma ltima ddiva que a histria,
tendo assim seguido o seu percurso, est para apresentar humanidade.
Esta deve ser a ideologia de natureza macrocsmica, que pode ligar todos
os estranhos que agora vivem em tumulto dentro de um s mundo sem
realmente ter finalidade alguma, em uma s famlia, centralizada nos
mesmos pais.
SEO V
Os ltimos Dias, a Nova Verdade
e a Nossa Atitude
1. OS LTIMOS DIAS E A NOVA VERDADE
Os homens decados superam sua ignorncia interna elevando seus
padres espirituais pelo esprito e verdade (Jo 4.23), de acordo com sua
religio. Quanto verdade, h duas espcies: a verdade interna (religio),
que superar a ignorncia interna, e a verdade externa (cincia), que
superar a ignorncia externa.
Conseqentemente, o homem tem duas espcies de intelecto: o intelecto
interno, que despertado pela verdade interna, e o intelecto externo, que
despertado pela verdade externa. Por isto, o intelecto interno, em sua
busca da verdade interna, estabeleceu a religio, enquanto o intelecto
externo, em sua busca da verdade externa, estabeleceu a cincia. Os
assuntos espirituais pertencentes ao mundo invisvel inicialmente entram em
cognio espiritual atravs de nossos homens espirituais, por meio dos
cinco sentidos espirituais; depois so fisiologicamente reconhecidos pela
ressonncia dos cinco sentidos fsicos. A verdade do mundo visvel, porm,
entra diretamente em nossa cognio por meio dos cinco sentidos fsicos.
Por isto o processo da cognio vem a existir tanto atravs do curso
espiritual como do fsico.

96 - PRINCPIO DIVINO

J que o homem foi feito de tal forma que perfeito somente quando seu
homem espiritual e homem fsico so unidos, o esprito e a verdade devem
estar em perfeita harmonia, despertando o padro espiritual e intelectual do
homem, antes que a cognio dos dois lados, atravs dos dois cursos
espiritual e fsico, possam coincidir completamente. Ento, pela primeira
vez, o homem vir a ter perfeita cognio do mundo da Criao.
Deus, desta maneira, est conduzindo Sua providncia de restaurar os
homens forma original planejada na Criao, elevando, por meio do
esprito e da verdade, o padro espiritual e intelectual dos homens que
caram em completa ignorncia, devido queda. O homem, compartilhando
do benefcio da idade da providncia da restaurao de Deus, est
gradualmente sendo elevado em seu padro espiritual e intelectual,
medida que a histria segue seu percurso. Por isto, tanto o esprito como a
verdade, que so os meios para elevar o padro espiritual e intelectual,
devem tambm ser elevados nveis mais altos, por graus. Embora o
esprito e a verdade devam ser nicos, eternos e imutveis, a amplitude do
que se ensina, o grau e o mtodo de express-los aos homens, que esto
no caminho da restaurao a partir do estado de ignorncia, devem variar
de acordo com a idade.
Por exemplo, na idade anterior ao Velho Testamento (de Ado a Moiss),
Deus no deu ao povo palavras de verdade, mas somente ordenava que
eles oferecessem sacrifcios. Os homens naquela idade, sendo ignorantes,
no podiam receber a verdade diretamente dEle. Quando o padro
espiritual e intelectual do povo foi elevado, Ele deu a Lei ao povo do tempo
de Moiss e o Evangelho ao povo do tempo de Jesus. Jesus no disse que
sua Palavra era a verdade, mas que ele mesmo era o caminho, a verdade e
a vida (Jo 14.6). Isto porque suas palavras eram apenas o meio para ele
expressar-se como a verdade, e a amplitude, o grau e o mtodo de
expressar a verdade devem variar de acordo com aqueles que esto
recebendo as palavras.
Disto devemos entender que as palavras bblicas so o meio de
expressar a verdade, e no a verdade mesma. Vendo as coisas deste
ponto de vista, podemos compreender que o Novo Testamento foi dado
como um livro de texto para ensinar a verdade s pessoas de 2000 anos
atrs, pessoas cujo padro espiritual e intelectual era ento muito baixo
quando comparado com o de hoje.
, pois, impossvel satisfazer
completamente o desejo dos homens modernos de ter a verdade, nesta
civilizao cientfica moderna, usando os mesmos mtodos de expresso da
verdade, em parbolas e smbolos, que foram usados para despertar as
pessoas de uma idade anterior. Por conseguinte, hoje a verdade deve
aparecer com padres mais altos e com um mtodo de expresso cientfica,
a fim de possibilitar aos inteligentes homens modernos compreend-la.

97 - PRINCPIO DIVINO

Chamamos isto de Nova Verdade. Esta Nova Verdade, como foi tratado
na Introduo Geral, deve ser capaz de resolver completamente os
problemas da religio e cincia de acordo com um s tema unificado, e
assim superar a ignorncia interna e externa do homem.
Investiguemos outros motivos porque a Nova Verdade deve aparecer.
Como foi notado, a Bblia no a verdade mesma, mas um livro de texto
que nos ensina a verdade. Neste livro de texto, a maioria das partes
importantes da verdade revelada em parbolas e smbolos.
Conseqentemente, os mtodos de interpretao podem diferir de acordo
com o leitor.
As diferenas na interpretao produziram muitas
denominaes. J que a fonte das divises denominacionais no est no
homem mas nas expresses usadas na Bblia, as divises e contendas s
podem aumentar. Por isto, no podemos esperar que as divises e
contendas entre as denominaes venham a cessar. Isto ser um obstculo
para a realizao da providncia da restaurao sob a unificao do
Cristianismo, a menos que aparea uma nova verdade que possa elucidar o
contedo fundamental da Bblia to claramente que todos possam
reconhec-la e concordar com ela. Por isto, Jesus prometeu dar-nos novas
palavras de verdade nos ltimos Dias dizendo:

"Disse-vos estas coisas em parbolas: chega, porm, a hora em que vos


no falarei mais por parbolas, mas abertamente vos falarei acerca do
Pai." (Jo 16.25)
Jesus morreu na cruz sem ser capaz de dizer tudo o que queria dizer, por
causa da descrena do povo. Como ele disse: Se vos falei de coisas
terrenas, e no credes, como crereis, se vos falar das celestes? (Jo 3.12)
Jesus tambm disse a seus discpulos: Ainda tenho muito que vos dizer,
mas vs no o podeis suportar agora (Jo 16.12). Isto revelou quanta
tristeza ele sentia, pois nem mesmo a seus prprios discpulos ele podia
contar o que tinha no fundo de seu corao.
As palavras que Jesus deixou sem falar no permanecero em segredo
para sempre, mas devem ser reveladas algum dia como a Nova Verdade,
atravs do Esprito Santo, como nos disse Jesus:

"Quando vier aquele Esprito de verdade, ele vos guiar em toda a


verdade porque no falar de si mesmo, mas dir tudo o que tiver ouvido,
e vos anunciar o que h de vir" (Jo 16.13).
Lemos tambm:

"Vi na destra do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por
dentro e por fora, selado com sete selos..." (Ap 5.1).

98 - PRINCPIO DIVINO

Justamente neste livro esto contidas as palavras que o Senhor deve nos
dar nos ltimos Dias. Quando Joo chorava porque ningum tinha sido
achado digno de abrir o livro ou de olhar para ele, no havendo tal pessoa
no cu, na terra ou sob a terra, um dos ancios disse:

"... O Leo da tribo de Jud, a raz de Davi, venceu, de forma que ele
pode abrir o livro e desatar os seus sete selos." (Ap 5.5)
O Leo nascido da raiz de Davi significa Cristo. Assim, dever vir o dia
em que Cristo abrir o livro selado, que por muito tempo tem permanecido
em segredo para a humanidade, e revelar a Nova Verdade a todos os
santos. Por isto se diz: ... Deves outra vez profetizar a muitos povos,
naes, lnguas e reis (Ap 10.11). Outrossim, est escrito:

"E nos ltimos dias acontecer, diz Deus, que do meu Esprito derramarei
sobre toda a carne e os vossos filhos e as vossas filhas profetizaro, os
vossos jovens tero vises, e os vossos velhos sonharo sonhos. Sim,
naqueles dias derramarei do meu esprito sobre os meus servos e sobre
as
minhas
servas,
e
profetizaro"
(At 2.17-18).
Assim, de muitos pontos de vista, deve vir uma nova verdade nos ltimos
Dias.
2. A ATITUDE QUE DEVEMOS ASSUMIR NOS LTIMOS DIAS
Se observarmos o decurso da histria da providncia da restaurao,
veremos que o novo sempre comea quando o velho est para expirar. Por
conseguinte, o perodo onde o velho termina exatamente o perodo onde o
novo comea. O fim da velha histria o perodo inicial da nova histria.
A humanidade est agora no ponto de cruzamento, no qual as duas
soberanias, do bem e do mal, esto confrontando uma outra.
Estas duas soberanias, que comearam no mesmo ponto, dirigiram-se
desde ento em direes opostas e respectivamente produziram seus
prprios frutos mundiais. As pessoas desta idade caem na insegurana
interna, no terror e no caos devido superficialidade de seus ideais e
ideologias. Externamente sentem medo ao enfrentarem a ameaa de
confrontos e lutas com armas terrveis. Nos ltimos Dias muitos fenmenos
devastadores ocorrero. Como a Bblia diz:

"... Levantar-se- nao contra nao, reino contra reino, e haver fome,
pestes e terremotos em vrios lugares..." (Mt 24.7).
inevitvel que tais desgraas aconteam, a fim de que o domnio do mal
seja aniquilado e o do bem seja exaltado. Deus, sem falta, estabelecer o
centro da soberania do bem a fim de estabelecer uma nova idade a partir

99 - PRINCPIO DIVINO

deste infortnio. No, Abrao, Moiss e Jesus foram as figuras centrais de


suas respectivas novas idades. Por isto, devemos encontrar a figura central
da nova histria, a quem Deus designou, para que possamos ser
participantes da nova idade, como Deus quer que sejamos.
A providncia da nova idade no comea depois de um completo
extermnio da velha idade, mas nasce e cresce nas circunstncias do
perodo da consumao da velha idade, aparecendo sempre em conflito
com a velha idade. Em conseqncia, esta providncia no facilmente
compreendida por aqueles que esto acostumados com as convenes da
velha idade. por isto que os sbios da histria, que vieram encarregados
da providncia de uma nova idade, tornaram-se todos vtimas da velha
idade. Podemos dar o exemplo de Jesus que, vindo no fim da Idade do
Velho Testamento, como o centro da nova providncia da Idade do Novo
Testamento, parecia aos crentes da Lei Mosaica ser um herege, a quem
no podiam compreender. No final ele foi rejeitado por causa da descrena
para com ele, e foi crucificado. por isto que Jesus disse: O vinho novo
deve ser posto em odres novos (Lc 5.38).
Cristo vir novamente no fim da Idade do Novo Testamento como o
centro da nova providncia para estabelecer o novo Cu e a nova Terra, e
nos dar as novas Palavras para a construo da nova idade (Ap 21.1-7).
Por isto, possvel que ele seja rejeitado e perseguido pelos cristos da
poca do seu segundo advento, tal como Jesus foi perseguido e
ridicularizado em sua vinda pelos judeus, que disseram que ele estava
possudo por Belzebu, o prncipe dos demnios (Mt 12.24). Por isto Jesus
predisse que primeiro o Senhor deve sofrer muitas coisas e ser rejeitado
pela gerao do tempo de seu segundo advento (Lc 17.25). Por isto
aqueles que, no perodo de transio da histria, estiverem tenazmente
apegados ao ambiente da velha idade e confortavelmente entrincheirados
nela, sero julgados juntamente com a velha idade.
Os homens decados, sendo muito lerdos em sua sensibilidade para com
coisas espirituais, de modo geral poro maior nfase na velha verdade, ao
seguirem o curso da providncia da restaurao. Em outras palavras, estas
pessoas no correspondero nem seguiro a providncia da nova idade,
mesmo que a providncia da restaurao esteja passando para a nova
idade providencial porque, na maioria dos casos, eles ainda esto apegados
viso da verdade da velha idade. Aqueles que podem perceber coisas
espirituais, porm, compreendero espiritualmente a providncia da nova
idade e viro a responder a ela, embora possam enfrentar discrepncias
entre a nova viso da verdade e a viso da velha idade.
Os discpulos de Jesus, portanto, no estavam totalmente apegados ao
Velho Testamento. Ao invs, seguiam apenas aquilo que espiritualmente
sentiam em seus coraes. O motivo pelo qual os homens de orao e de

100 - PRINCPIO DIVINO

conscincia sentem nos ltimos Dias um sentimento de extrema angstia


espiritual e de urgncia, porque, enquanto vagamente sentem coisas
espirituais e esto dispostos a seguir a providncia da nova idade em seus
coraes, no encontraram a nova verdade que pode conduzir seus corpos
na direo certa. Por isto, estes homens, se por acaso ouvirem a nova
verdade que os conduza providncia da nova idade, havero de
despertar-se em corao e intelecto pelo esprito e verdade ao mesmo
tempo. Sero, portanto, capazes de reconhecer perfeitamente a exigncia
da providncia de Deus para a nova idade. Naturalmente, ento, viro a
responder a ela com indizvel felicidade. Por isto, os homens modernos dos
ltimos Dias devem procurar perceber as coisas espirituais atravs de
humilde orao.
Desta forma, ns no devemos ser apegados a idias convencionais, mas
devemos, a todo custo, encontrar a nova verdade que conduz providncia
da nova idade. Podemos realizar isto fazendo com que nos-sos corpos
respondam a coisas espirituais. A seguir podemos verificar se a verdade
assim encontrada forna uma unidade com o esprito em nossos corpos,
produzindo uma verdadeira alegria celeste no fundo de nosso esprito.
Fazendo isto, os santos dos ltimos Dias podero encontrar o caminho para
a verdadeira salvao.

101 - PRINCPIO DIVINO

CAPTULO IV

O Advento do Messias

A palavra messias em hebraico significa o ungido, significando


especialmente o rei. Os israelitas acreditavam na palavra de Deus que Ele
haveria de enviar-lhes um rei ou Messias para salv-los; esta era a
expectativa messinica dos israelitas. Neste sentido, Jesus Cristo veio
como o Messias, sendo que Cristo significa Messias na lngua hel-nica.
O Messias deve vir para que a finalidade da providncia de salvao de
Deus possa ser realizada. O homem necessita de salvao por causa da
queda humana. Por isto, devemos compreender as questes da queda
humana a fim de resolver os problemas da salvao. Queda significa que
a finalidade da criao de Deus foi deixada irrealizada, de forma que
devemos primeiro elucidar a finalidade da criao, antes de estudar as
questes da queda humana.
A finalidade da criao de Deus devia ser realizada com o
estabelecimento do Reino do Cu na Terra. Devido queda do homem, um
inferno terreno foi produzido, ao invs do Reino do Cu na Terra. A partir de
ento, Deus tem continuado Sua providncia de restaurar o Reino do Cu
na Terra. Conseqentemente, a finalidade do esforo humano restaurar o
Reino do Cu na Terra. Estas questes j foram tratadas em detalhe (cf.
Parte I, Captulo III, Sees I - II).
SEO I
A Providncia da Salvao Atravs da Cruz
1. A FINALIDADE DA VINDA DE JESUS COMO O MESSIAS
A finalidade da vinda de Jesus como Messias era realizar a providncia
da restaurao; sua vinda era principalmente para salvar os homens
decados. Conseqentemente, o Reino do Cu na Terra devia ter sido

102 - PRINCPIO DIVINO

estabelecido por Jesus. Podemos ver isto at mesmo pelo que Jesus disse
aos seus discpulos: Sede vs perfeitos como perfeito o vosso Pai que
est nos cus (Mt 5.48). De acordo com o Princpio da Criao, o homem
que tiver realizado a finalidade da criao se torna um s corpo com Deus,
possui deidade e no pode cometer pecados. Este homem, visto da
finalidade da criao, aquele que perfeito como perfeito o Pai que est
nos Cus. Portanto, as palavras de Jesus para seus discpulos significavam
que eles deviam tornar-se cidados do Reino celeste depois de terem sido
restaurados como homens que realizaram a finalidade da criao.
Desta forma, Jesus veio a fim de estabelecer o Reino do Cu na Terra,
tendo restaurado os homens decados como cidados do Reino celeste.
Por este motivo ele mandou que seus discpulos orassem para que a
vontade de Deus fosse feita, assim na Terra como no Cu (Mt 6.10). Ele
tambm os exortou a se arrependerem, pois era chegado o Reino do Cu
(Mt 4.17). Pelo mesmo motivo, Joo Batista, que tinha vindo para preparar
o caminho do Senhor, tambm anunciou a aproximao do Reino do Cu
(Mt 3.2).
Como seria, pois, o homem que se tornasse perfeito como perfeito o Pai
que est no Cu, tendo restaurado a si mesmo como o homem no qual a
finalidade da criao realizada? Tal homem se tornaria um s corpo com
Deus, inseparvel dEle, vivendo de acordo com a vontade de Deus.
Sentindo exatamente o que Deus sentisse, ele possuiria deidade. Este
homem no necessitaria de redeno nem de salvador; tampouco
necessitaria da vida de orao e f exigida dos homens decados, porque
ele seria sem pecado original. Tal homem, sendo sem pecado original, viria
a multiplicar filhos do bem, sem pecado original; em conseqncia, eles
tampouco necessitariam de Salvador para a redeno dos pecados.
2. FOI A PROVIDNCIA DA SALVAO REALIZADA ATRAVS DA
REDENO PELA CRUZ?
Desde que a histria humana comeou, no houve homem algum, por
mais devoto e santo que tenha sido, que tivesse vivido uma vida em total
unio com Deus. Nem um s homem experimentou o prprio corao ou
sentimento de Deus, nem teve a mesma deidade. Conseqentemente, no
houve ainda santo algum que no necessitasse de redeno do pecado
nem de vida de orao e f. At mesmo um homem to devoto como Paulo
foi compelido a levar uma vida de f e de oraes cheias de lgrimas (Rm
7.18-25). Todos os pais, por mais devotos que sejam, no podem gerar um
filho sem pecado, que possa ir para o Reino do Cu sem redeno pelo
Salvador. Disto percebemos que os pais ainda esto transmitindo pecado
original para seus filhos.

103 - PRINCPIO DIVINO

O que nos ensina a realidade da vida de f do cristo? Diz-nos


diretamente que a redeno atravs da cruz no pode exterminar
completamente nosso pecado original, e no deixa a natureza original do
homem perfeitamente restaurada ainda. Jesus prometeu que o Senhor viria
por-que Jesus sabia que no podia realizar a finalidade de seu advento
como Messias atravs da redeno pela cruz. Cristo tinha que vir novamente para realizar perfeitamente a vontade de Deus, porque a
predestinao de Deus para restaurar o Reino do Cu na Terra absoluta e
imutvel.
Ser ento que o seu sacrifcio na cruz terminou em nada?
Absolutamente no (Jo 3.16). Se assim fosse, a histria crist no poderia
ter existido. Nunca podemos negar a magnitude da graa da redeno pela
cruz. Portanto, verdade que nossa f na cruz pode produzir redeno.
igualmente verdade que a redeno pela cruz tem sido incapaz de remover
nosso pecado original e restaurar-nos como homens de natureza original
que no podem pecar; assim, tem sido incapaz de estabelecer o Reino do
Cu na Terra.
Surge ento a pergunta com respeito amplitude da redeno pela cruz.
A f dos modernos homens de intelecto no pode ser dirigida a menos que
possamos resolver este problema.

3.

A CRUCIFICAO DE JESUS

Examinemos primeiramente a crucifixo de Jesus do ponto de vista das


palavras e aes dos discpulos, que foram registradas na Bblia. Havia um
s sentimento evidente, comum entre os discpulos, com respeito morte de
Jesus. Eles estavam magoados e mortificados pela morte de Jesus.
Sentiam-se indignados contra a ignorncia e descrena do povo que causou
a crucifixo de Jesus (At 7.51-53). A partir de ento os cristos tm
comumente experimentado o mesmo sentimento que os discpulos do
tempo de Jesus tiveram. Se a morte de Jesus tivesse sido um resultado
natural da predestinao de Deus, no haveria nenhum motivo para os
discpulos a vituperarem, embora talvez fosse inevitvel que sentissem
pesar pela sua morte. Disto podemos assegurar que o fato de Jesus ter que
passar pelo caminho da morte foi injusto e indevido.
A seguir, investiguemos ainda mais, do ponto de vista da providncia de
Deus, se a crucifixo de Jesus foi um resultado natural da predestinao de
Deus. Deus chamou o povo escolhido de Israel, os descendentes de
Abrao; Ele os educou e protegeu, e s vezes f-los passar com disciplina
nas dificuldades e tribulaes. Ele os confortava mandando profetas que
prometiam que no futuro Ele haveria de mandar-lhes um Messias. Ele fez

104 - PRINCPIO DIVINO

com que o povo erigisse tabernculos e templos em preparao para o


Messias. Ele enviou os magos do oriente, como tambm Simeo, Ana,
Joo Batista e outros, para testificarem abertamente com respeito ao
nascimento e apario do Messias.
Especialmente com respeito ao nascimento de Joo Batista, todos os
judeus sabiam que o anjo tinha aparecido para testificar sobre sua
concepo (Lc 1.13); e os sinais que ocorreram por ocasio do seu
nascimento comoveram toda a Judia em expectativa (Lc 1.63-66). Alm
disto, suas prticas ascticas no deserto eram to maravilhosas que todo o
povo judeu perguntava em seus coraes se ele talvez era o Cristo (Lc
3.15). Excusado dizer que Deus mandou to grande homem como Joo
Batista para testificar sobre Jesus como Messias, para que o povo judeu
acreditasse em Jesus como o Messias. J que a vontade de Deus era, pois,
levar o povo judeu a acreditar que Jesus era o Messias, os israelitas, que
deviam viver de acordo com a vontade de Deus, deviam ter acreditado nele
como Messias. Se eles tivessem acreditado em Jesus como Messias de
acordo com a vontade de Deus, como poderiam eles t-lo crucificado depois
de esperarem por ele durante tanto tempo? Os israelitas crucificaram Jesus
porque, contra a vontade de Deus, no acreditaram que Jesus era o
Messias. Devemos, pois, compreender que Jesus no veio para morrer na
cruz.
A seguir, investiguemos mais ainda, de acordo com as palavras e obras
do prprio Jesus, se a crucifixo era de fato o meio para realizar a finalidade
total de sua vinda como Messias. Como se afirma claramente na Bblia,
Jesus expressou em suas palavras e obras o desejo de levar o povo a
acreditar que ele era o Messias. Quando as pessoas lhe perguntaram o que
deviam fazer para executarem as obras de Deus, Jesus respondeu dizendo:
A obra de Deus esta: que acrediteis naquele que Ele enviou (Jo 6.29).
Jesus sofreu por causa da traio do povo judeu; e, no encontrando
ningum a quem apelar, chorou sobre a cidade de Jerusalm e at mesmo
a amaldioou para que fosse de tal maneira destruda que nem uma pedra
ficaria sobre outra, no mencionando os israelitas, o povo escolhido, a quem
Deus tinha conduzido com amor e cuidado por dois mil anos. Jesus
claramente indicou a ignorncia dizendo: Tu no conheceste o tempo de
tua visita (Lc 19.44).
Jesus lamentou-se pela descrena e obstinao do povo dizendo:

"Jerusalm, Jerusalm, que matas os profetas e apedrejas os que te so


enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha
ajunta a sua ninhada debaixo das asas, e tu no quiseste!" (Mt 23.37)

105 - PRINCPIO DIVINO

Jesus censurou-os por sua ignorncia, que os impedia de acreditar nele,


mesmo quando liam as escrituras, que davam testemunho sobre ele, e disse
com grande tristeza:

"Examinais as Escrituras, porque cuidais ter nelas a vida eterna, e so


elas que de mim testificam; e no quereis vir a mim para terdes vida."
(Jo 5.39-40)
Ele tambm disse com grande dor: Vim em nome de meu Pai e vs no
me recebeis, e continuou dizendo: Se acreditsseis em Moiss
acreditareis em mim, pois de mim escreveu ele (Jo 5.43-46).
Jesus realizou muitos milagres e sinais na esperana de que pudesse
restaurar a f do povo. Contudo, eles o condenaram como algum que
estava possesso de Belzebu, ao passo que viam as maravilhas operadas
por ele. Vendo a dolorosa situao, Jesus disse: . . . se no credes em
mim, credes nas obras, para que conheais e acrediteis que o Pai est em
mim e eu no Pai (Jo 10.38). Em outra ocasio, ele at os amaldioou com
grande indignao, profetizando que haveriam de sofrer (Mt 23.13-36). O
prprio Jesus, atravs de suas palavras e obras, procurou faz-los crer nele,
porque era a vontade de Deus que eles assim o fizessem. Se os judeus
acreditassem que ele era o Messias, o que tanto Deus como Jesus queriam,
ser que poderiam t-lo crucificado?
Dos fatos acima, podemos ver que a crucifixo de Jesus foi o resultado da
ignorncia e descrena do povo judeu, e no da predestinao de Deus
para realizar a finalidade total da sua vinda como Messias. I Corntios 2.8
diz: Nenhum dos prncipes deste mundo compreendeu isto, pois se
tivessem compreendido no teriam crucificado o Senhor da glria, e isto
deveria ser prova suficiente.
Se a crucifixo de Jesus originalmente tivesse sido a predestinao de
Deus, como poderia ele ter orado, at trs vezes, para que o clice da morte
passasse dele? (Mt 26.39). De fato, ele orou assim desesperadamente
porque sabia muito bem que a histria de aflio seria prolongada at a
poca do Senhor do Segundo Advento, se a descrena do povo viesse a
impedir a realizao do Reino do Cu na Terra, que Deus tinha se esforado
tanto por estabelecer.
Em Joo 3.14 lemos: Como Moiss levantou a serpente no deserto,
assim deve o Filho do homem ser levantado. Quando os israelitas estavam
a caminho do Egito para a terra de Cana, falharam em acreditar em
Moiss, e naquela poca apareceram serpentes de fogo que matavam o
povo; ento Deus mandou que se levantasse uma serpente de bronze em
um poste, e aqueles que olhavam para a serpente sobreviviam. De maneira
semelhante, devido falta de f em Jesus por parte do povo judeu, todos

106 - PRINCPIO DIVINO

estavam destinados ao inferno; e Jesus, prevendo que depois de sua


crucifixo como a serpente de bronze somente aqueles que olhassem para
ele e acreditassem nele seriam salvos, disse isto com imensa tristeza no
corao.
Outra maneira pela qual podemos saber que Jesus foi crucificado devido
falta de f do povo o fato que, como Jesus tinha predito, a nao
escolhida de Israel declinou depois de sua morte (Lc 19.44). Em Isaas 9.67 diz:

"Pois um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado est


sobre os seus ombros; e o seu nome ser: Maravilhoso, Conselheiro,
Deus forte, Pai eterno, Prncipe da Paz. Do incremento deste principado
e da paz no haver fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o
firmar e o fortificar em juzo e em justia, desde agora e para sempre. O
zelo do Senhor dos exrcitos far isto."
Esta a predio que Jesus viria sobre o trono de Davi e estabeleceria
um reino que jamais haveria de perecer por toda a eternidade. Por isto, um
anjo apareceu a Maria no tempo em que ela concebeu Jesus e disse:

"E eis que em teu ventre concebers e dars luz um filho, e por-lhe-s o
nome de Jesus. Este ser grande, e ser chamado filho do Altssimo; e o
Senhor Deus lhe dar o trono de Davi, seu pai. E reinar eternamente na
casa de Jac, e o seu reino no ter fim."
(Lc 1.31-33).
Destas passagens podemos ver claramente que Deus tinha chamado os
israelitas, o povo escolhido, e os tinha conduzido atravs de aflies e
dificuldades por dois mil anos, a fim de estabelecer um eterno Reino de
Deus na Terra, mandando Jesus como Messias. Ele veio como o Messias;
mas, devido incredulidade e perseguio do povo, foi crucificado. Desde
ento os judeus perderam seu qualificativo como povo escolhido e foram
espalhados, sofrendo perseguio at o dia de hoje.
4. O LIMITE DA SALVAO ATRAVS DA REDENO PELA CRUZ E A
FINALIDADE DO SEGUNDO ADVENTO DO SENHOR
Se Jesus no tivesse sido crucificado, o que teria acontecido? Ele teria
realizado a providncia da salvao tanto espiritual como fisicamente. Ele
teria estabelecido o Reino do Cu na Terra, que duraria para sempre, como
foi expresso na profecia de Isaas (Is 9.6-7), na instruo do anjo que
apareceu a Maria (Lc 1.31-33) e nas prprias palavras de Jesus, que
anunciavam a iminncia do Reino do Cu (Mt 4.17).

107 - PRINCPIO DIVINO

Deus primeiro criou a carne do homem com a terra e depois soprou em


seu nariz o flego da vida, e o fez alma viva (Gn 2.7). O homem foi criado
para ter esprito e corpo. Sua queda tambm ocorreu tanto espiritual como
fisicamente. Naturalmente, a salvao deve incluir tanto o esprito como o
corpo.
J que a finalidade do advento de Jesus como Messias era realizar a
providncia da restaurao, ele deveria ter realizado a salvao tanto do
esprito como do corpo. Acreditar em Jesus significa tornar-se um s corpo
com ele; por isto Jesus a si mesmo comparou verdadeira videira, e seus
discpulos aos ramos (Jo 15.5). Ele disse: . . . conhecereis que estou em
meu pai, vs em mim, e eu em vs (Jo 14.20). Jesus disse isto porque,
vindo na carne, queria salvar os homens decados tanto espiritual como
fisicamente. Se os homens decados tivessem se tornado um s com ele,
tanto no esprito como no corpo, acreditando nele, poderiam ter sido salvos
tanto espiritual como fisicamente. J que o povo judeu no acreditou em
Jesus e o entregou para a crucifixo, sua carne foi invadida por Satans e
ele foi morto. Portanto, quando os cristos acreditam em Jesus e se tornam
um s corpo com ele, cujo corpo foi invadido por Satans, seus corpos
ainda permanecem invadidos por Satans.
Desta maneira, por mais devoto que seja um homem de f, ele no pode
realizar a salvao fsica somente pela redeno atravs da crucifixo de
Jesus. J que o pecado original linearmente transmitido desde Ado no foi
liquidado, todo e qualquer santo, por mais devoto que seja, tem pecado
original e s pode gerar filhos com pecado original. Para impedir a condio
da invaso satnica, que constantemente vem atravs da carne devido ao
pecado original, temos que atormentar e negar a carne, a fim de vivermos
uma vida religiosa. Devemos orar constantemente (I Ts 5.17) a fim de
impedir a condio da invaso satnica, que vem por causa do pecado
original, que no foi aniquilado, nem mesmo atravs da redeno pela cruz.
Jesus no pde realizar a finalidade da providncia da salvao fsica
porque seu corpo foi invadido por Satans. Contudo, ele conseguiu
estabelecer a base para a salvao espiritual formando um fundamento
triunfante para a ressurreio atravs da redeno pelo sangue na cruz.
Por isto, todos os santos, desde a ressurreio de Jesus at o dia de hoje,
s desfrutaram do benefcio da providncia da salvao espiritual. A
salvao atravs da redeno pela cruz s espiritual. At mesmo em
devotos homens de f ainda resta na carne o pecado original, que
continuamente transmitido de gerao a gerao. Por isto, quanto mais
devoto se torne um santo em sua f, tanto mais severa se torna sua luta
contra o pecado. Assim, Cristo deve vir novamente Terra para realizar a
finalidade da providncia da salvao tanto fsica quanto espiritual, pela
redeno do pecado original, que no foi liquidado nem mesmo pela cruz.

108 - PRINCPIO DIVINO

Como foi mencionado antes, mesmo os santos remidos pela cruz tiveram
que continuar a lutar contra o pecado original. por isso que at Paulo,
centro de f entre os discpulos, lamentou-se sobre sua incapacidade de
impedir que o pecado invadisse sua carne dizendo: . . . Assim, eu mesmo
com a mente sigo a lei de Deus, mas com a carne sirvo lei do pecado
(Rm 7.22 25). Ele disse isto para expressar a alegria da realizao da
salvao espiritual, como tambm deplorar a falha em realizar a salvao
fsica. Outrossim, em I Joo 1.8-10 Joo confessou, dizendo:

"Se dissermos que no temos pecado, enganamo-nos a ns mesmos,


no h verdade em ns. . . Se dissermos que no pecamos, fazemo-Lo
mentiroso, e a sua palavra no est em ns."
De modo semelhante, ns, que deveramos ter sido salvos pela crucifixo
de Jesus, no podemos escapar de ser pecadores, por causa do pecado
original que ainda opera em ns.
5. DUAS ESPCIES DE PROFECIAS COM RESPElTO CRUZ
Qual deve ser o motivo pelo qual em Isaas 53 o sofrimento de Jesus na
cruz profetizado, se sua crucifixo no foi o resultado da predestinao de
Deus? At agora muitos pensavam que as profecias bblicas sobre Jesus
prediziam apenas seu sofrimento. Quando lemos a Bblia de novo com o
conhecimento do Princpio, podemos entender que, tal como o profeta
Isaas predisse na Idade do Velho Testamento (Is 9, 11 e 60), e tal como o
anjo de Deus profetizou a Maria, esperava-se que Jesus se tornasse o Rei
dos judeus durante sua vida e estabelecesse na Terra um reino eterno, que
no teria fim (Lc 1.31-33). Investiguemos porque havia duas espcies de
profecias.
Deus criou o homem para aperfeioar-se somente pelo cumprimento de
sua prpria poro de responsabilidade (cf. Parte I, Captulo I, Seo V, 2
[2]). Contudo, na realidade, os primeiros antepassados humanos caram
sem ter cumprido sua poro de responsabilidade. Desta maneira, o
homem podia ou cumprir sua poro de responsabilidade, de acordo com a
vontade de Deus, ou, ao invs, no cumpr-la, contra a vontade de Deus.
Para dar um exemplo disto na Bblia, era a prpria responsabilidade do
homem no comer o fruto da rvore da Cincia do Bem e do Mal. Ado
poderia aperfeioar-se pela obedincia ao mandamento de Deus de no
comer do fruto; por outro lado, ele poderia morrer comendo o fruto, como de
fato aconteceu. Deus deu os Dez Mandamentos s pessoas da Idade do
Velho Testamento como a condio da responsabilidade do homem na
providncia da salvao. Assim, o homem poderia ou salvar-se pela
obedincia aos mandamentos, ou arruinar-se pela desobedincia. Era a

109 - PRINCPIO DIVINO

poro de responsabilidade dos israelitas obedecer ao comando de Moiss


quando estavam caminhando do Egito para a abenoada terra de Cana.
Eles poderiam ou entrar na abenoada terra de Cana pela obedincia ao
comando de Moiss, ou no entrar nela, pela desobedincia ao seu
comando. De fato, Deus determinou que Moiss conduzisse os israelitas
para a abenoada terra de Cana (Ex 3.8) e ordenou que ele fizesse aquilo;
mas, devido sua descrena, o povo pereceu no deserto, deixando apenas
sua posteridade para chegar ao destino.
O homem tem, pois, sua prpria responsabilidade para cumprir, e ele
pode ou realiz-la, de acordo com a vontade de Deus, ou no realiz-la,
contra Sua vontade, resultando assim que s uma possibilidade realizada.
Por isto, era inevitvel que Deus desse dois tipos de profecia com respeito
realizao de Sua vontade.
Era a poro de responsabilidade de Deus mandar o Messias, mas
acreditar nele era a responsabilidade do homem. Portanto, o povo judeu
poderia ou acreditar no Messias, de acordo com a vontade de Deus, ou no
acreditar nele, contra Sua vontade. Por isto, Deus teve que dar dois tipos
de profecia fazendo previses para os dois possveis resultados segundo o
sucesso ou a falha do homem em cumprir sua responsabilidade. Deus
profetizou tanto sobre o que aconteceria, caso o povo judeu no acreditasse
no Messias, como est escrito em Isaas 53, como tambm sobre o que
aconteceria, caso realizassem a vontade de Deus em glria, acreditando no
Messias e servindo-o, como est registrado em Isaas 9,11 e 60 e em Lucas
1.30. No entanto, devido descrena do povo, Jesus morreu na cruz, e a
profecia de Isaas 53 foi realizada, ficando as outras para serem cumpridas
depois do Segundo Advento do Senhor.
6. VERSCULOS BBLICOS ESCRITOS COMO SE A CRUCIFIXO
FOSSE INEVITVEL
Encontramos na Bblia muitos versculos escritos como se o sofrimento da
crucifixo de Jesus fosse inevitvel. Um dos exemplos representativos disto
que Jesus repreendeu a Pedro, que procurava dissuadi-lo quando ele
profetizou sobre seu sofrimento na cruz, e disse: V para trs de mim,
Satans! (Mt 16.23) Seno, como poderia Jesus ter repreendido a Pedro
to duramente? De fato, naquela altura Jesus estava decidido a tomar a
cruz como a condio de indenizao a pagar para a realizao de pelo
menos a salvao espiritual do homem, quando ele achou que era incapaz
de cumprir a providncia tanto da salvao espiritual quanto da salvao
fsica (Lc 9.31). Naquela situao, o fato de Pedro dissuad-lo de tomar o
caminho da cruz era um empecilho para a salvao espiritual atravs da
cruz; da ele repreendeu Pedro.

110 - PRINCPIO DIVINO

Em outro lugar, quando Jesus pronunciou suas ltimas palavras na cruz


dizendo: Est consumado (Jo 19.30), ele no queria dizer que a finalidade
total da providncia da salvao tinha sido atingida atravs da cruz.
Sabendo que a descrena do povo j era, naquela altura, inaltervel, Jesus
escolheu o caminho da cruz a fim de estabelecer pelo menos o fundamento
da providncia da salvao espiritual, deixando a providncia da salvao
fsica para o tempo do Segundo Advento. Portanto, com as palavras est
consumado, Jesus queria dizer que ele havia terminado o estabelecimento
da base para a providncia da salvao espiritual atravs da cruz, que era a
providncia secundria da salvao.
A fim de termos uma f correta, devemos primeiro estabelecer um
relacionamento direto com Deus em esprito atravs da orao ardente, e
depois, devemos compreender a verdade atravs da leitura correta da
Bblia. Foi por isto que Jesus nos disse que adorssemos a Deus em
esprito e em verdade (Jo 4.24).
Desde a poca de Jesus at o presente, todos os cristos pensavam que
Jesus tinha vindo ao mundo para morrer. O motivo que eles no
conheciam a finalidade fundamental da vinda de Jesus como Messias e
entretinham a idia errada de que a salvao espiritual era a nica misso
pela qual Jesus tinha vindo ao mundo. Jesus veio para realizar a vontade
de Deus durante sua vida, mas teve que passar por uma morte relutante
devido descrena do povo. Deve primeiro aparecer a esposa que possa
aliviar o corao humilhado e sofrido de Jesus, antes que Cristo, como
esposo, possa vir, desta vez para completar sua misso com a sua esposa.
Jesus disse: Quando, porm, vier o Filho do homem, porventura achar f
na terra? (Lc 18.8), lamentando tal ignorncia do povo, que ele podia
prever.
Esclarecemos o fato de que Jesus no veio para morrer, mas se
perguntarmos diretamente a Jesus atravs de comunicao espiritual,
podemos ver o fato at mais claramente.
Se for impossvel um
relacionamento direto, devemos procurar o testemunho de algum com tal
dom, a fim de termos aquela f que nos dar o direito de ser a esposa a
fim de receber o Messias.
SEO II
O Segundo Advento de Elias e Joo Batista
J tinha sido predito pelo profeta Malaquias que Elias viria novamente (Ml
4.5), e era testemunho de Jesus que Joo Batista no era outro seno o
segundo advento de Elias (Mt 11.14, 17.13). No entanto, o prprio Joo

111 - PRINCPIO DIVINO

Batista, como tambm o povo judeu em geral, no conhecia o fato de ser


Joo Batista o segundo advento de Elias (Jo 1.21). A dvida de Joo com
respeito a Jesus (Mt 11.3), seguida da descrena do povo, finalmente
compeliu Jesus a tomar o caminho da cruz.
1. TENDNCIA DO PENSAMENTO JUDEU COM RESPEITO
SEGUNDO ADVENTO DE ELIAS

AO

Durante o perodo do Reino Unido, o ideal do templo foi invadido por


Satans, devido corrupo do rei Salomo.
Deus estabeleceu o ideal do templo pela segunda vez. A fim de
preparar o povo para receber o Messias como templo substancial, Ele
trabalhou para a separao de Satans mandando quatro profetas maiores
e doze profetas menores. Para no permitir a Satans impedir a realizao
deste ideal, Deus fez com que o povo destrusse o deus Baal, mandando
Seu profeta especial, Elias e levando-o a lutar contra os profetas de Baal no
Monte Carmelo.
Contudo, Elias subiu ao cu sem ter completado
totalmente sua misso divina (II Rs 2.11), e o poder de Satans ficou
novamente desenfreado.
Por isto, para que o ideal do templo substancial de Jesus pudesse ser
realizado, devia primeiro haver a providncia da vinda de outro profeta para
suceder Elias e cumprir a misso de separar Satans, que ele deixou sem
terminar na Terra. Desta necessidade providencial, o profeta Malaquias
predisse o segundo advento de Elias (Ml 4.5).
A fervorosa esperana do povo judeu, que acreditava nestas profecias,
era, sem dvida, o advento do Messias. No entanto, devemos saber que,
no obstante este fato, eles desejavam ardentemente a segunda vinda de
Elias. O motivo que Deus claramente prometera ao povo, atravs do
profeta Malaquias, que Ele enviaria o profeta Elias antes do advento do
Messias, para que ele pudesse preparar o caminho para o Senhor (Ml 4.5).
Enquanto isso, o profeta Elias tinha subido ao Cu quase 900 anos antes do
nascimento de Jesus (II Rs 2.2-11), e conhecemos a ocasio em que ele
apareceu aos discpulos de Jesus em esprito (Lc 9.31). O povo judeu
acreditava que Elias, estando no cu, haveria de vir de l da mesma
maneira como tinha subido ao cu. Por isto, o povo judeu daquela poca
estava esperando que Elias viesse de novo, com os olhos voltados para o
cu, na expectativa que Elias viesse das nuvens.
Contudo, no havia rumor algum de que Elias tivesse chegado, como
Malaquias havia profetizado, quando Jesus apareceu, dizendo ser o
Messias; deste modo, uma grande confuso surgiu em Jerusalm. Assim,
os discpulos tiveram que enfrentar o argumento da no aceitao de que

112 - PRINCPIO DIVINO

Jesus fosse o Messias (Mt 17.10): se Jesus fosse o Messias, ento onde
estava Elias, que devia vir antes dele? (Ml 4.5) Os discpulos, sem saber o
que responder, perguntaram a Jesus diretamente; e ele respondeu que Joo
Batista no era outro seno o prprio Elias, cuja vinda o povo aguardava (Mt
11.14, 17.13). Os discpulos de Jesus, que acreditavam que ele era o
Messias, podiam simplesmente acreditar no testemunho de Jesus de que
Joo Batista era Elias. No entanto, como podia o povo judeu aceit-lo, se
eles no sabiam quem era Jesus? O prprio Jesus, sabendo que eles no
haveriam de facilmente crer em seu testemunho, disse: Se quereis dar
crdito, este o Elias que havia de vir (Mt 11.14). O povo judeu no podia
acreditar no testemunho de Jesus de que Joo Batista era Elias, pois ele
veio depois que o prprio Joo tinha negado aquele fato (Jo 1.21).
2. O CAMINHO DO POVO JUDEU
Jesus disse que Joo Batista no era outro seno Elias, cuja chegada o
povo judeu havia aguardado por tanto tempo (Mt 11.14), enquanto, ao
contrrio, o prprio Joo Batista j havia negado aquele fato. Ento, nas
palavras de quem haveriam eles de acreditar e seguir? Isto dependia de
qual dos dois parecesse mais digno de f aos olhos do povo daquela poca.
Examinemos, pois, como Jesus parecia ao povo judeu, de seu prprio
ponto de vista: Jesus era um jovem de pouca instruo formal. Ele tinha
nascido e crescido no simples e pobre lar de um carpinteiro. Este jovem
emergiu desconhecido, chamando a si mesmo o Senhor do sbado, muito
embora ele mesmo violasse o sbado, que o povo judeu observava
rigorosamente (Mt 12.1-8). Por isto Jesus passou a ser conhecido como
algum que queria abolir a lei, que era o smbolo da salvao para os
judeus (Mt 5.17). Da Jesus foi perseguido pelos lderes judeus e compelido
a reunir pescadores para serem seus discpulos. Tornou-se amigo de
publicanos, meretrizes e pecadores, comendo e bebendo com eles (Mt
11.19). Mais ainda, Jesus declarou que os publicanos e as meretrizes
entrariam no Reino do Cu antes dos lderes judeus (Mt 21.31).
Em certa ocasio, uma mulher, chorando, comeou a regar os ps de
Jesus com suas lgrimas e a enxug-los com seus prprios cabelos, a beijar
seus ps e ungi-los com ungento precioso (Lc 7.37-38). Tal conduta no
seria aceitvel nem mesmo na sociedade de hoje; quanto mais difcil no
seria aceit-la na rigorosa tica da sociedade judaica, na qual uma mulher
adltera podia ser apedrejada at a morte? Apesar disto, Jesus no
somente aceitou-a, mas at repreendeu os discpulos, que desaprovavam a
atitude da mulher e chegou mesmo a elogi-la (Lc 7.44-50, Mt 26.7-13).
Por outro lado, Jesus colocou-se no mesmo nvel de Deus (Jo 14.9) e
disse que ningum podia entrar no Reino do Cu a no ser por ele (Jo 14.6).

113 - PRINCPIO DIVINO

Ele disse que as pessoas deviam am-lo mais do que a seus pais, irmos,
esposo ou esposa e filhos (Mt 10.37, Lc 14.26). Devido a atitude que as
palavras e aes de Jesus pareciam transmitir, os lderes judeus zombavam
dele e o acusavam de ser Belzebu, o prncipe dos diabos (Mt 12.24). De
tudo isto podemos concluir que Jesus no era considerado pelos judeus
daquele tempo.
A seguir, investiguemos como Joo Batista parecia ao povo judeu. Joo
nasceu de uma famlia distinta, como o filho de Zacarias, o sumo sacerdote
(Lc 1.13). Seu nascimento surpreendeu imensamente toda a cidade por
causa de milagres e sinais por ocasio de sua concepo. Seu pai,
queimando incenso no lugar santo, viu o anjo do Senhor, que anunciou que
sua mulher conceberia um filho e, no crendo Zacarias nas palavras do
anjo, foi feito mudo e sua fala restaurada s por ocasio do nascimento do
filho (Lc 1.9-66). Alm disto, Joo tinha levado uma brilhante vida de f e
disciplina, vivendo de gafanhotos e mel selvagem no deserto, e para o povo
judeu ele parecia ser to admirvel que at o sumo sacerdote, como
tambm o povo em geral, perguntaram se ele era o Messias (Lc 3.15, Jo
1.20).
Considerando as coisas acima, quando comparamos Jesus e Joo
Batista, do ponto de vista do povo judeu, nas palavras de quem era mais
fcil para eles acreditarem? Era muito natural que eles acreditassem nas
palavras de Joo Batista. Conseqentemente, eles tinham que acreditar
nas palavras de Joo, quando negou ser Elias, mais do que acreditavam no
testemunho de Jesus de que Joo Batista era Elias. Visto que o povo judeu
veio a acreditar nas palavras de Joo Batista, o testemunho de Jesus
parecia ser falso, e assim ele teve que ser condenado como um impostor.
Deste modo, Jesus foi condenado como um homem de palavras
imprudentes, e suas maneiras eram ofensivas ao povo judeu. Assim, sua
descrena em Jesus foi agravando-se gradativamente. J que o povo judeu
acreditava nas palavras de Joo Batista mais do que nas palavras de Jesus,
tinha que pensar que Elias ainda no tinha vindo; conseqentemente, no
podia nem imaginar que o Messias tinha chegado.
Deste ponto de vista, os judeus tinham que negar a Jesus, que se dizia o
Messias, porque eles, do ponto de vista de pessoas que acreditavam na
profecia de Malaquias, no podiam acreditar que Elias tivesse vindo, seno
teriam que negar as Escrituras, que profetizaram que a vinda do Messias
teria lugar depois da vinda de Elias. Deste modo, o povo judeu, que no
podia abandonar a profecia das Escrituras, foi compelido a escolher o
caminho da descrena em Jesus.

114 - PRINCPIO DIVINO

3. A DESCRENA DE JOO BATISTA


Como j foi tratado em detalhe, os prncipes dos sacerdotes como
tambm todo o povo judeu daquele tempo respeitavam Joo Batista a tal
ponto que pensavam sobre ele como o Messias (Lc 3.15, Jo 1.20).
Conseqentemente, se Joo Batista tivesse declarado ser Elias, como
Jesus tinha atestado sobre ele, o povo judeu, que estava aguardando a
vinda de Elias antes de receber o Messias, teria vindo para Jesus, porque
tinham sido condicionados a crer no testemunho de Joo Batista. Contudo,
a ignorncia da providncia de Deus por parte de Joo Batista, que at o
ltimo momento afirmou no ser Elias, foi a principal causa de fechar o
caminho do povo para Jesus.
Certa vez Joo Batista atestou dizendo:

"Batizo-vos com gua, para o arrependimento; mas aquele que vem aps
mim mais poderoso do que eu, cujas sandlias no sou digno de levar.
Ele vos batizar com o Esprito Santo e com fogo."
(Mt 3.11).
Tambm em Joo 1.33-34 ele confessou dizendo:

"Eu mesmo no o conhecia, mas Aquele [Deus] que me enviou para


batizar com gua, Esse me disse: Sobre aquele que vires descer o
Esprito, e sobre ele repousar, esse o que batiza com o Esprito Santo
[Cristo]. Eu vi e tenho testificado que este o filho de Deus."
Deste modo, Deus diretamente manifestou a Joo Batista que Jesus era o
Messias, e at o prprio Joo testificou sobre ele como tal, enquanto em
Joo 1.23 ele disse que veio com a misso de endireitar o caminho do
Messias. Alm disto, ele declarou em Joo 3.28 que era aquele que tinha
sido enviado adiante de Cristo. Por isto, Joo Batista devia ter sabido, por
sua prpria sabedoria, que ele era Elias. Mesmo que Joo Batista no
percebesse por si mesmo que era Elias, ainda assim deveria ter declarado
que era Elias em obedincia ao testemunho de Jesus, j que sabia que
Jesus era o Messias atravs do testemunho de Deus (Jo 1.33-34) e sabia
que Jesus tinha testificado que Joo era Elias.
Contudo, Joo no somente negou o testemunho de Jesus (Jo 1.21) por
causa de sua ignorncia da vontade de Deus (Mt 11.19), mas tambm se
desviou da direo da providncia mesmo depois daquilo. Podemos
facilmente imaginar como Jesus deve ter ficado triste ao ver Joo Batista
naquele estado, no mencionando Deus, olhando para Seu filho colocado
em to difcil situao.
Na realidade a misso de Joo Batista como testemunha, terminou com
seu ato de batizar Jesus e testificar sobre ele. Ento qual deveria ter sido
sua misso depois daquilo? Seu pai Zacarias, movido pelo Esprito Santo,

115 - PRINCPIO DIVINO

disse a respeito de Joo Batista, que tinha apenas nascido: . . . que o


serviramos sem temor, em santidade e justia perante ele, todos os dias da
nossa vida, e tu, menino, sers chamado profeta do Altssimo, porque hs
de ir ante a face do Senhor, a preparar os seus caminhos . . . (Lc 1.74-76),
claramente profetizando sobre sua misso. Joo Batista deveria ter servido
a Jesus, da posio de discpulo, depois de ter testificado sobre ele. Apesar
disto, ele continuou a batizar as pessoas, separadamente de Jesus,
confundindo assim o povo judeu (Lc 3.15), at mesmo os prncipes dos
sacerdotes (Jo 1.20). Alm disto, os discpulos de Jesus e os seguidores de
Joo Batista contendiam entre si a respeito da purificao, cada um
dizendo que seu prprio mestre batizava mais pessoas (Jo 3.25). Alm
disto, Joo 3.30 nos diz eloqentemente que Joo Batista no sofreu o
mesmo destino que Jesus, dizendo: necessrio que ele cresa e que eu
diminua. Como poderia ele diminuir enquanto Jesus crescia, se ele
sofresse totalmente o mesmo destino de Jesus? De fato, os evangelhos de
Jesus deviam ter sido pregados pelo prprio Joo Batista. No entanto, por
causa da ignorncia, ele no pde cumprir sua misso, e finalmente
degradou sua vida, que devia ter sido devotada a Jesus, a uma coisa que
praticamente no tinha valor algum.
Joo Batista sabia que Jesus era o Messias, e quando Joo estava no
lado de Deus, testificou sobre ele. Mas quando Deus j no o inspirava
diretamente, e Joo voltou ao seu estado normal, sua descrena em Jesus
agravou-se por sua ignorncia. Joo Batista, que no percebia que era
Elias, encarava Jesus do mesmo ponto de vista que outras pessoas,
especialmente depois do seu encarceramento. Conseqentemente, tudo o
que Jesus dizia ou fazia parecia aos olhos humanos de Joo Batista, ser
estranho e incompreensvel. Alm disto, ele mesmo no podia crer que
Jesus, que tinha aparecido antes da vinda de Elias, era o Messias.
Finalmente ele mandou seus discpulos a Jesus em uma tentativa de
remover sua dvida, perguntando-lhe: s tu aquele que havia de vir, ou
devemos esperar outro? (Mt 11.3)
Jesus, assim interrogado, respondeu indignadamente em um tom de
admoestao (Mt 11.4-10). Joo Batista tinha sido escolhido por Deus
enquanto ainda estava no ventre da me para a misso de servir a Ele
durante toda sua vida (Lc 1.76) e tinha sido treinado no deserto com o rigor
de uma vida asctica a fim de preparar o caminho do Senhor. Ao comear
Jesus seu ministrio pblico, Deus primeiramente disse a Joo quem era
Jesus, e ento f-lo testificar que Jesus era o Filho de Deus. Quando Joo
Batista, que estava falhando em realizar sua misso e bno do cu,
perguntou isso a Jesus, este no respondeu diretamente com o fato de ser
ele o Messias, o que j devia ser bastante claro. Ele respondeu com
rodeios dizendo:

116 - PRINCPIO DIVINO

"Ide e anunciai a Joo as coisas que ouvis e vedes: os cegos vem e os


coxos andam, os leprosos so limpos e os surdos ouvem, os mortos so
ressuscitados, e aos pobres anunciada a boa nova." (Mt 11.4-5)
Naturalmente, Joo Batista no era ignorante de tais milagres e
maravilhas feitos por Jesus. Apesar disto, Jesus deu esta to longa
explicao a fim de mostrar-lhe quem era ele, lembrando novamente a Joo
Batista sobre o que estava fazendo.
Devemos compreender que quando Jesus disse que aos pobres era
anunciada a boa nova (Mt 11.5), estava indicando o sofrimento de seu
corao por causa da descrena do povo judeu, especialmente de Joo
Batista. O povo escolhido de Israel e de modo especial Joo Batista, tinham
sido ricamente abenoados com amor e ternura divina. Apesar disto, eles
traram Jesus, e ele foi compelido a andar vagando pela costa martima da
Galilia atravs da regio da Samaria, buscando entre os pobres aqueles
que queriam ouvir o evangelho. Os ignorantes pescadores, os publicanos e
as meretrizes eram tais pessoas pobres. Na realidade, os discpulos que
Jesus preferia no eram pessoas desta espcie. Jesus, tendo vindo para
estabelecer o Reino do Cu na Terra, precisava mais de uma s pessoa
capaz de liderar mil, do que mil que o seguissem cegamente. Ele,
porventura, no pregou primeiro o evangelho no templo para os prncipes
dos sacerdotes e aos escribas do povo, procura daqueles que eram
capazes e bem preparados?
Contudo, como Jesus disse, ele teve que chamar para o banquete um
bando de mendigos vagando pelas ruas, porque os convidados no tinham
vindo. Jesus, que teve que sair pessoalmente para trazer aqueles que no
eram convidados, finalmente pronunciou as amargas palavras de
julgamento, em profundo pesar, dizendo: Bem-aventurado aquele que
no se escandalizar de mim (Mt 11.6). Jesus predisse o destino de Joo
Batista dizendo, indiretamente, que aquele que se escandalizasse dele no
desfrutaria da bem-aventurana, por maior que ele fosse.
Pelo contrrio, foi Joo Batista quem tinha ofendido a Jesus. Como foi
que Joo Batista o ofendeu? Joo falhou em cumprir sua misso de servir e
ministrar a Jesus.
Depois que os discpulos de Joo Batista se afastaram de Jesus, ele
disse:

"Em verdade vos digo que entre os que de mulher tem nascido no
apareceu algum maior do que Joo Batista; mas aquele que o menor
no Reino do Cu maior do que ele." (Mt 11.11).

117 - PRINCPIO DIVINO

indicando que, do aspecto de ministrio, Joo Batista tinha originalmente


vindo como o maior de todos os profetas, mas que ele estava falhando no
cumprimento de sua misso.
Todos os que estavam no Cu tinham antes nascido de mulheres e vivido
suas vidas terrenas antes de morrerem. Seria, pois, natural que aquele que
era o maior entre os nascidos de mulheres fosse o maior tambm no Cu.
Ento, por que Joo Batista era pior do que aquele que era o menor no
Reino do Cu? Numerosos profetas do passado haviam testificado sobre o
Messias indiretamente, a uma longa distncia de tempo, aguardando sua
vinda no futuro. No entanto Joo Batista veio com a misso de testificar
sobre o Messias diretamente. J que a misso dos profetas era testificar
sobre o Messias, Joo Batista, que deveria testificar sobre o Messias
diretamente, era maior do que todos os outros profetas, que testificaram
sobre ele indiretamente. Contudo, visto do ponto de servir ao Messias, ele
foi o menor. O motivo que o menor no Reino do Cu reconhece Jesus
como o Messias e o est servindo, ao passo que Joo Batista, que fora
chamado para a misso de servi-lo intimamente em pessoa (Lc 1.76), no
preparou o caminho de Jesus e falhou em servi-lo. Continuando Jesus
disse: Desde os dias de Joo Batista at agora, se faz violncia ao Reino
do Cu, e pela fora se apoderam dele. Se Joo Batista, escolhido desde o
ventre e treinado em to difcil vida asctica no deserto, tivesse servido a ele
como devia, sem dvida alguma haveria de tornar-se o chefe dos discpulos
de Jesus. No entanto, j que ele falhou no cumprimento da misso de servir
a Jesus, Pedro tomou a posio de chefe dos discpulos.
Na passagem: desde Joo Batista at agora se faz violncia ao Reino do
Cu, Jesus no estava se referindo falha do povo em geral, mas do
prprio Joo Batista. Se Joo tivesse agido sabiamente, no teria se
afastado de Jesus, e seus atos teriam permanecido para sempre como
justia; mas, infelizmente, ele bloqueou o caminho para o povo judeu chegar
a Jesus, como tambm o seu prprio caminho.
Aqui, chegamos a compreender que o maior fator que conduziu
crucifixo de Jesus foi a falha de Joo Batista. Paulo lamentou a ignorncia
do povo, inclusive de Joo Batista, que crucificou Jesus, dizendo:

"Nenhum dos prncipes deste mundo conheceu isto, pois se tivessem


conhecido, nunca teriam crucificado o Senhor da Glria." (I Co 2.8)
4. O MOTIVO PELO QUAL JOO BATISTA ERA ELIAS
De acordo com o que ficou anteriormente afirmado (cf. Seo II, 1),
podemos ver que Joo Batista veio para suceder Elias e cumprir sua misso

118 - PRINCPIO DIVINO

deixada inacabada na Terra. Como Lucas 1.17 diz, Joo nasceu com a
misso de ir adiante do Senhor no esprito e poder de Elias, para converter
os coraes dos pais aos filhos e os desobedientes prudncia dos justos e
para preparar ao Senhor um povo bem disposto. Por este motivo, Joo era
o segundo advento de Elias do ponto de vista de sua idntica misso. Os
detalhes sero esclarecidos no captulo sobre a Ressurreio, mas
sabemos agora que Elias desceu em esprito para Joo Batista.
Cooperando com Joo Batista, ele procurou cumprir sua misso, inacabada
durante sua vida fsica na Terra, atravs do corpo fsico de Joo Batista.
Joo Batista estava na posio de representar o corpo fsico de Elias,
fazendo-se idntico a ele, do ponto de vista de sua misso.
5. NOSSA ATITUDE PARA COM A BBLIA
Aprendemos do estudo da Bblia, que a ignorncia e descrena de Joo
Batista produziu a descrena do povo judeu, que finalmente compeliu Jesus
a tomar o caminho da crucifixo. Desde o tempo de Jesus at o presente,
ningum foi capaz de revelar este segredo celeste. O motivo que at
agora temos lido a Bblia somente do ponto de vista de que Joo Batista era
o maior de todos os profetas. Aprendemos da histria de Joo Batista que
devemos abandonar a atitude conservadora de f, que nos levou a temer
remover o velho conceito tradicional de f. Se fosse injusto acreditar que
Joo Batista tivesse falhado no cumprimento de sua misso, sendo que ele
realmente tivesse tido xito, seria, sem dvida, tambm errado acreditar que
ele tenha cumprido sua misso se, ao invs, ele tivesse falhado. Devemos
lutar para encontrar o verdadeiro caminho da f, tanto em esprito como em
verdade.
Acabamos agora de esclarecer a verdadeira natureza da histria de Joo
Batista, como se demonstra na Bblia. Todo cristo que, em comunicao
espiritual, puder ver Joo Batista diretamente no mundo espiritual, ser
capaz de compreender a autenticidade de todas estas coisas.

119 - PRINCPIO DIVINO

CAPTULO V

Ressurreio
Se tivermos que aceitar literalmente todas as profecias contidas na Bblia,
deveremos estar convencidos da possibilidade de que, no Segundo Advento
do Senhor, os corpos fsicos de todos os santos, que foram enterrados e
decompostos, voltaro novamente ao estado original de vida na carne (I Ts
4.16, Mt 27.52). J que esta profecia de Deus, os homens de f devem
aceit-la. Contudo, esta profecia no pode persuadir a razo dos homens
modernos; nossa vida de f, afinal de contas, acabou caindo em um grande
caos. Portanto, questo de mxima importncia elucidar a verdadeira
natureza deste problema.
SEO I
Ressurreio
Ressurreio significa voltar vida. Necessitamos de voltar vida porque
certa vez morremos.
Para conhecer o verdadeiro significado da
ressurreio, devemos compreender o conceito bblico de vida e morte.
1. CONCEITO BBLICO DE VIDA E MORTE
Em Lucas 9.60, lemos que Jesus disse a um discpulo, o qual antes
queria ir enterrar seu pai, que deixasse que os mortos enterrassem seus
prprios mortos. Nestas palavras de Jesus, encontramos dois diferentes
conceitos de vida e morte.
O primeiro o conceito de vida e morte com respeito morte do corpo
fsico, que a expirao da vida fsica; este era o caso do pai do discpulo,
que devia ser enterrado. A vida, que o contrrio desta espcie de morte,
o estado do corpo fsico que mantm suas funes fisiolgicas.
O segundo o conceito de vida e morte com respeito s pessoas que se
reuniram para o enterro do pai, as quais Jesus indicou estarem mortas. Por
que, pois, Jesus indicou que estes homens, que de fato estavam vivos,
estavam mortos? Era porque eles estavam em um estado separado do
amor de Deus, isto , eles estavam sob o domnio de Satans. Portanto,

120 - PRINCPIO DIVINO

"morte", neste caso, no significa a expirao da vida fsica, mas sim o


estado sob o domnio satnico, separado do seio do amor de Deus.
Conseqentemente, o significado de vida contrrio esta espcie de morte
o estado de viver ativamente sob o domnio do infinito amor de Deus. Por
isto, por mais ativo que seja o corpo de um homem, enquanto permanecer
sob o domnio de Satans, separado do de Deus, est morto no verdadeiro
sentido, do ponto de vista do padro do valor original doado na criao.
Nosso entendimento pode ainda mais ser iluminado pela leitura de
Apocalipse 3.1, palavras ao povo da igreja de Sardo, dizendo: ... tens nome
de que vives e ests morto. Por outro lado, mesmo que algum tenha
morrido fisicamente, se seu esprito habitar no domnio de Deus no Reino
celeste, ele est vivo no verdadeiro sentido. Quando Jesus disse: ... quem
cr em mim, ainda que esteja morto, viver (Jo 11.25), ele queria dizer que
aquele que cr em Jesus e vive sob o domnio de Deus ainda est vivo,
embora tenha fisicamente morrido e se tornado p, porque seu homem
espiritual permanece no domnio de Deus.
Jesus continuou dizendo: Todo aquele que vive, e cr em mim, nunca
morrer. Isto no significa que aqueles que crem em Jesus nunca
morrero fisicamente, gozando de vida eterna na Terra. Aqueles que crem
em Jesus em vida esto no somente vivos na Terra, mas mesmo depois da
morte fsica havero de transmigrar para o outro mundo do esprito, vivendo
continuamente l para sempre no seio do amor de Deus, sem experimentar
a morte. A declarao de Jesus neste caso a indicao de que a morte
fsica do homem no influencia sua vida eterna no mundo espiritual.
Ele disse tambm: Todo aquele que procurar ganhar a sua vida, perdla-, mas todo aquele que a perder, salv-la- (Lc 17.33). Ele queria dizer
que aqueles que trarem a vontade de Deus a fim de preservar sua vida
fsica, embora possam estar fisicamente ativos, esto mortos. Por outro
lado, os homens espirituais daqueles que sacrificam suas vidas por amor
vontade de Deus, embora estejam fisicamente mortos e decompostos,
vivero para sempre no seio do amor de Deus, permanecendo assim vivos
por toda a eternidade.
2. A MORTE CAUSADA PELA QUEDA
Aprendemos que h dois conceitos de morte, cada um com um
significado diferente. Qual das duas, pois, seria a morte produzida pela
queda dos primeiros antepassados humanos?
Deus criou o homem para envelhecer e tornar-se p; isto aconteceria
mesmo que o homem no tivesse cado. Por isso, quando Ado morreu na
idade de 930 anos e tornou-se p, esta no foi a morte causada pela queda.
De acordo com o Princpio da Criao, nossa carne como roupas para

121 - PRINCPIO DIVINO

nosso esprito; e natural que ns removamos a carne, quando est velha e


exausta, como tiraramos velhas roupas sujas. Ento os homens espirituais
vo para o mundo invisvel a fim de l viverem para sempre. No h
nenhuma criatura feita de matria que possa perpetuar sua vida fsica. O
homem no constitui uma exceo a este princpio da criao; o corpo
humano no pode viver para sempre.
Se que os homens devem viver na carne eternamente na Terra, no
haveria necessidade alguma de criar o mundo invisvel no incio, para o qual
os homens espirituais devem ir depois da morte fsica. O mundo invisvel
no foi criado depois da queda humana, para que os espritos dos homens
decados pudessem ir viver l; ao invs, tinha sido criado antes da criao
dos homens para que os espritos, depois de terem cumprido a finalidade da
criao, pudessem ir viver l para sempre, removendo sua carne depois de
sua vida fsica na Terra.
Os homens decados so fortemente apegados vida fsica na Terra
porque, devido queda, tornaram-se ignorantes do fato de terem sido
criados para viver eternamente no belo mundo invisvel, depois de
removerem sua carne. Nossa vida fsica na Terra e vida espiritual no
mundo invisvel podem ser comparadas s vidas de uma lagarta e de uma
borboleta. Se a lagarta que vive no solo tivesse conhecimento, talvez
tambm estaria relutante em morrer, por apego sua vida sobre a Terra,
assim como o homem apegado sua vida fsica na Terra. O motivo seria
porque a lagarta no sabe que h outro mundo novo depois de sua morte,
onde poder desfrutar da fragrncia das flores e da doura do mel.
O relacionamento entre um homem terreno e um homem espiritual
semelhante ao que existe entre uma lagarta e uma borboleta. Se o homem
no tivesse cado, haveria de saber que a remoo da carne no a
separao eterna dos entes queridos, pois todos os homens terrenos foram
criados para se comunicarem livremente com homens espirituais, assim
como se comunicam entre si. Alm disto, se soubessem como o mundo
espiritual belo e feliz, estariam ansiosos por ver o dia da partida deste
mundo para o outro.
Se, entre as duas espcies de morte, a fsica no provm da queda,
devemos concluir que a morte espiritual, que significa a degradao para o
domnio satnico, a verdadeira morte causada pela queda.
Investiguemos esta questo com mais detalhes, centralizando-nos na
Bblia. Morte causada pela queda significa a morte causada pelo fato de os
primeiros antepassados humanos comerem o fruto da rvore da Cincia do
Bem e do Mal. Que espcie de morte deve ter sido? Gnesis 2.17 diz que
Deus, depois de criar Ado e Eva, disse a eles que no comessem o fruto,
porque no dia em que dele comessem certamente haveriam de morrer.

122 - PRINCPIO DIVINO

Portanto, devemos concluir que realmente morreram no dia em que


comeram do fruto, se que devemos acreditar no que Deus disse. No
entanto, Ado e Eva mortos continuaram sua vida fsica na Terra, tal como
ns hoje, multiplicando seus filhos e finalmente produzindo uma sociedade
humana corrupta.
Deste fato, podemos claramente compreender que a morte causada pela
queda no significa a expirao da vida fsica, mas o estado de ter cado do
bom domnio de Deus para o mau domnio de Satans.
Colhamos alguns exemplos da Bblia. I Joo 3 .14 diz: ... Quem no ama
permanece na morte. Amor aqui, claro, significa amor de Deus. Significa
que os que no amarem seu prximo no amor de Deus esto mortos, por
mais ativamente que estejam vivendo na Terra. Em Romanos 6.23 lemos
tambm: O salrio do pecado a morte, mas o dom gratuito de Deus a
vida eterna, e em Romanos 8.6 se diz: Inclinar-se para a carne morte,
mas inclinar-se para o esprito vida e paz.
3. SIGNIFICADO DA RESSURREIO
At agora o homem entretinha a idia errnea de que a expirao da vida
fsica do homem era a morte causada pela queda. Conseqentemente,
acreditvamos que a ressurreio dos santos falecidos seria realizada pela
restaurao de seus corpos fsicos, j decompostos, ao estado original.
De acordo com o Princpio da Criao, esta espcie de morte no foi
causada pela queda dos antepassados humanos. O corpo do homem foi
originalmente criado para tornar-se p depois de envelhecer e morrer.
Portanto, o corpo humano, uma vez tornado p, no pode ser ressuscitado
ao seu estado original. No ser necessrio ao homem espiritual tomar de
novo sua carne, j que h um vasto mundo espiritual para onde ele deve ir e
l viver para sempre.
Portanto, ressurreio significa os fenmenos que ocorrem no processo
da restaurao do homem, de acordo com a providncia da restaurao, do
estado de ter cado sob o domnio satnico, de volta para o domnio direto
de Deus. Desta forma, quando nos arrependemos de nossos pecados,
fazendo-nos cada vez melhores, dia a dia, estamos nos aproximando da
ressurreio.
Colhendo da Bblia alguns exemplos sobre a ressurreio, lemos em Joo
5.24: ... Quem ouve a minha palavra, e cr nAquele que me enviou, tem a
vida eterna, e no entrar em condenao, mas passou da morte para a
vida. O sentido disto que ressurreio significa sair do seio de Satans,
pela crena em Jesus, e voltar ao seio do amor de Deus. Outrossim, I
Corntios 15.22 diz: Assim como todos morrem em Ado, assim tambm

123 - PRINCPIO DIVINO

todos sero vivificados em Cristo, significando que ressurreio voltar


linhagem celeste atravs de Cristo, saindo da morte causada pela linhagem
satnica originada com a queda de Ado.
4. COMO QUE A RESSURREIO MUDA O HOMEM?
Como Deus disse em Gnesis 2.17, Ado e Eva, que tinham comido o
fruto da rvore da Cincia do Bem e do Mal, morreram em conseqncia
daquilo (morte espiritual). No obstante, nenhuma mudana externa
apareceu neles.
Se houve alguma, deve ter sido uma mudana
momentnea em sua aparncia, causada pelo medo e angstia de sua
conscincia culpada. Por isto, mesmo depois de ter um homem decado
ressuscitado ao seu estado original, que existia antes dele comer o fruto,
no haver nele mudana externa alguma. Aqueles que renasceram pelo
Esprito Santo so homens de ressurreio em um certo grau, comparados
com o que eram antes. Comparando um homem de ressurreio com um
ladro, o primeiro, estando no estado de ressurreio, em proporo ao seu
grau de renascimento, pertence ao lado do Cu; ao passo que o ltimo,
estando no estado de morte, pertencente ao Inferno. No h, porm,
nenhuma diferena externa entre os dois.
Como foi anteriormente provado por exemplos, aqueles que acreditam em
Deus, em obedincia s palavra de Jesus, so certamente removidos da
morte para a vida. Alm disso, no h nenhuma mudana fsica atravs da
qual possamos diferenciar uma pessoa no estado de morte, antes de sua
crena em Jesus, da mesma pessoa depois da ressurreio, pela qual foi
removida para a vida atravs de sua crena em Jesus.
verdade que Jesus veio como um homem que tinha aperfeioado em si
mesmo a finalidade da criao (cf. Cristologia). No entanto, visto da
aparncia exterior, Jesus no tinha nenhuma diferena especial dos homens
decados comuns. Se ele tivesse tido tal diferena, todos os que a ele se
associavam naquela poca certamente o teriam seguido. O homem afastase do domnio satnico pela ressurreio e, tornando-se um s com o
corao de Deus, pode desfrutar da deidade.
Quando os homens decados vm assim para o domnio de Deus pela
ressurreio, necessariamente aparecem mudanas espirituais.
As
mudanas espirituais, com efeito, santificam o corpo humano
transformando-o de moradia de Satans para templo no qual Deus pode
habitar. Neste sentido, correto dizer que o corpo fsico tambm
ressuscitado. O mesmo acontece com um prdio que foi usado para ms
finalidades; quando usado como templo de Deus, transformado em um
prdio sagrado, embora no haja mudana alguma em sua aparncia
externa.

124 - PRINCPIO DIVINO

SEO II
Providncia da Ressurreio
1. COMO SE CUMPRE A PROVIDNCIA DA RESSURREIO?
Ressurreio significa os fenmenos que ocorrem no curso da
restaurao dos homens decados para sua prpria natureza original doada
na criao. Portanto, providncia da ressurreio significa providncia da
restaurao. Em outras palavras, j que a providncia da restaurao a
providncia da recriao, a providncia da ressurreio tambm a
providncia da recriao.
Conseqentemente, a providncia da
ressurreio operada da seguinte maneira, de acordo com o Princpio da
Criao.
Primeiro: na histria da providncia da ressurreio, as figuras centrais
que se encarregaram de certas responsabilidades em suas respectivas
misses, embora no pudessem realizar completamente sua prpria poro
de responsabilidade, ofereceram lealmente o mximo por amor vontade
de Deus. Em proporo s suas realizaes, puderam ampliar a base na
qual os homens decados foram capazes de abrir seu relacionamento com
Deus. Com o passar do tempo, as pessoas das geraes subseqentes
passam a desfrutar de maior benefcio das idades, de acordo com a
providncia da restaurao. A providncia da ressurreio, portanto,
realizada de acordo com os benefcios da idade.
Segundo: de acordo com o Princpio da Criao, o homem, que foi criado
da prpria poro de responsabilidade de Deus, foi feito para aperfeioar-se
pela crena nas palavras de Deus e pratic-las como sua prpria poro de
responsabilidade. Por isto, ao realizar a providencia da ressurreio, deve
haver palavras provenientes de Deus para a finalidade da providncia, o
que a prpria poro de responsabilidade de Deus. Somente pela crena
nas palavras e pela prtica delas, como a prpria poro de
responsabilidade do homem, que a vontade de Deus ser cumprida.
Terceiro: luz do Princpio da Criao, o homem espiritual foi feito para
crescer e aperfeioar-se somente atravs de seu corpo fsico. Assim, a
ressurreio do homem espiritual, de acordo com a providncia da
restaurao, deve tambm ser realizada somente atravs da vida fsica na
Terra.
Quarto: o homem foi criado para ser aperfeioado passando pelos trs
estgios ordenados de crescimento, de acordo com o Princpio da Criao.
Por isto, a providncia da ressurreio para os homens decados deve
tambm ser realizada atravs dos trs estgios ordenados do perodo
providencial.

125 - PRINCPIO DIVINO

2. PROVIDNCIA DA RESSURREIO PARA OS HOMENS TERRENOS


(1) Providncia para o Fundamento da Ressurreio
Deus iniciou Sua providncia da ressurreio com a famlia de Ado. No
entanto, a providncia foi prolongada devido falha das pessoas centrais,
que estavam encarregadas da vontade de Deus, em cumprir sua poro de
responsabilidade. Dois mil anos mais tarde, Deus estabeleceu Abrao
como o pai da f e, atravs dele, a Vontade comeou a ser cumprida.
Conseqentemente, o perodo de dois mil anos de Ado at Abrao veio a
tornar-se o estabelecimento do fundamento para a providncia da
ressurreio, que era para ser completada nas idades que se seguiram.
Chamamos este perodo de Idade Providencial para o Fundamento da
Ressurreio.
(2) Providncia da Ressurreio no Estgio de

Formao

Durante o perodo de dois mil anos a partir da poca de Abrao at


Jesus, no qual se iniciou a providncia da ressurreio, Deus realizou a
idade providencial para a ressurreio no estgio de formao. Os
homens terrenos deste perodo podiam desfrutar do benefcio da idade de
acordo com a providncia da ressurreio de Deus no estgio de formao.
Deus operou a providncia da ressurreio no estgio de formao, de
forma que o povo podia ser justificado pela crena e prtica da Lei do Velho
Testamento, que Deus lhe havia dado para a finalidade da providncia
daquela idade, e pelo cumprimento de sua respectiva poro de
responsabilidade. Por isso damos a esta idade o nome de idade da
justificao pelos atos. As pessoas desta idade podiam alcanar o nvel de
esprito de forma, fazendo com que seus homens espirituais passassem
pela ressurreio no estgio de formao pela prtica da Lei. Quando um
homem que alcanou o nvel de esprito de forma na Terra sai de seu corpo
fsico, seu esprito vai viver no mundo espiritual do estgio de esprito de
forma.
(3) Providncia da Ressurreio no Estgio de

Crescimento

Devido crucifixo de Jesus, a providncia da ressurreio foi deixada


inacabada e prolongada at a poca de seu segundo advento. O perodo
de dois mil anos de prolongamento chamado idade providencial para a
ressurreio no estgio de crescimento, porque a idade em que a
providncia da ressurreio se realiza no estgio de crescimento, atravs da
salvao espiritual. Os homens terrenos pertencentes a esta idade podem

126 - PRINCPIO DIVINO

receber o benefcio da idade de acordo com a providncia da ressurreio


no estgio de crescimento. Deus realizou a providncia da ressurreio no
estgio de crescimento de tal forma que as pessoas desta idade so
justificadas pela crena nas palavras do Novo Testamento, que Deus lhes
tinha dado por causa da providncia dessa idade, e pelo cumprimento de
sua poro de responsabilidade. Por isto, essa idade pode ser chamada
idade da justificao pela f. As pessoas dessa idade podem alcanar o
estgio de esprito de vida, fazendo com que seus homens espirituais
passem pela ressurreio no estgio de crescimento atravs da f no
evangelho. Quando um homem que alcanou o estgio de esprito de vida
em seu homem espiritual remove seu corpo fsico, vai para o Paraso, que
o mundo espiritual daqueles que alcanaram o estgio de esprito de vida.
(4) Providncia da Ressurreio no Estgio de

Aperfeioamento

A idade em que completamos a providncia da ressurreio atravs da


ressurreio tanto do esprito como do corpo atravs do Senhor do Segundo
Advento chamada idade providencial para a ressurreio no estgio de
aperfeioamento. As pessoas terrenas desta idade podem desfrutar do
benefcio da idade atravs da providncia da ressurreio no estgio de
aperfeioamento. O Senhor do Segundo Advento aquele que vem com as
novas Palavras para a realizao das palavras do Velho e Novo
Testamentos (cf. Parte I, Captulo III, Seo V, 1). Portanto, Deus executa
a providncia da ressurreio no estgio de aperfeioamento, de forma que
o povo possa ser justificado acreditando nas novas Palavras (o Completo
Testamento), que lhes so dadas para a realizao do Velho e Novo
Testamentos, e servindo ao Senhor em pessoa, cumprindo assim sua
poro de responsabilidade. Assim, esta idade pode tambm ser chamada
idade da justificao pela assistncia. Os homens espirituais pertencentes
a esta idade podem alcanar o estgio de esprito divino da ressurreio
perfeita tanto no esprito como no corpo, acreditando e servindo ao Senhor
do Segundo Advento. A regio terrena em que o povo do nvel de esprito
divino habita chamada Reino do Cu na Terra. Quando um homem
aperfeioado, que habita no Reino do Cu na Terra, sai de seu corpo fsico,
vai viver no Reino Celeste de Deus, que a regio do mundo espiritual
pertencente a espritos divinos.
(5) Cu e Paraso
Os cristos, at o presente, estiveram confusos em seus conceitos de
Cu e Paraso porque eram ignorantes do Princpio. Se Jesus tivesse
cumprido a finalidade de sua vinda Terra como Messias, o Reino do Cu
na Terra teria sido estabelecido naquele tempo. Se o homem aperfeioado,

127 - PRINCPIO DIVINO

que vivesse no Reino do Cu na Terra, tivesse ido para o mundo espiritual


como homem espiritual que alcanou o nvel de esprito divino, o Reino
celeste de Deus teria sido realizado naquele tempo.
Contudo, o Reino do Cu na Terra nunca foi realizado devido crucifixo
de Jesus, e naturalmente, jamais existiu uma s pessoa na Terra que
alcanasse o nvel de esprito divino. Conseqentemente, no houve
homem espiritual algum que entrasse no Reino celeste de Deus, que foi
criado para que nele habitassem os homens espirituais do nvel de esprito
divino. Por isto o Reino celeste de Deus ainda permanece vazio. Visto do
ponto de vista dos homens, que devem ser os habitantes, pode-se muito
bem dizer que o Reino celeste ainda no foi realizado. Por que, pois, disse
Jesus que todo aquele que nele cresse entraria no Reino do Cu? O motivo
que a finalidade original de sua vinda Terra era realizar o Reino do Cu.
No entanto, Jesus morreu na cruz sem ter realizado o Reino do Cu na
Terra devido descrena do povo.
Jesus ento permitiu ao ladro, que foi crucificado ao seu lado, entrar no
Paraso com ele, porque o ladro foi o nico que acreditou nele naquele
tempo, ao passo que o povo no tinha acreditado nele (Lc 23.43). Jesus
enfatizou a possibilidade de entrar no Reino do Cu quando ainda tinha
esperana de cumprir sua misso como Messias. No entanto, por ocasio
de sua crucifixo, que impediu a realizao da Vontade, ele expressou que
teria que entrar no Paraso. O Paraso a regio do mundo espiritual para
onde vo aqueles homens espirituais que atingiram o estgio de esprito de
vida pela crena em Jesus enquanto na Terra, e l permanecem at que a
porta do Reino do Cu seja aberta.
(6) Fenmenos Espirituais que Ocorrem nos ltimos Dias
Os homens, que caram no nvel de perfeio do estgio de crescimento,
entram na idade em que podem restaurar a posio antes da queda dos
primeiros antepassados humanos, restaurando o nvel de perfeio da Idade
do Novo Testamento (representando o estgio de crescimento), depois de
passarem pela Idade do Velho Testamento (representando o estgio de
formao). Esta idade chamada ltimos Dias.
J que esta a idade em que o homem pode comunicar-se diretamente
com Deus, tal como podia antes da queda de Ado e Eva, h hoje muitas
pessoas na Terra que podem comunicar-se com o mundo espiritual. O
motivo pelo qual Deus prometeu que nos ltimos Dias Ele derramaria Seu
esprito sobre toda carne (At 2.17) s pode ser compreendido atravs de tal
princpio.
Nos ltimos Dias possvel que algum receba a revelao de que ele
(ou ela) um senhor. Em muitos casos, tais pessoas falham em encontrar o

128 - PRINCPIO DIVINO

caminho certo, acreditando serem o Senhor do Segundo Advento. Qual


deve ser a razo disto?
Originalmente, Deus criou o homem e o abenoou para ser o senhor e
dominador de toda a criao (Gn 1.28). No entanto, o homem falhou em
realizar esta bno, devido queda. Quando um homem decado alcana
o nvel espiritual correspondente posio de Ado e Eva imediatamente
antes da queda, tendo sido espiritualmente restaurado ao nvel de perfeio
do estgio de crescimento atravs da providncia da restaurao, ento
Deus lhe d a revelao de que ele um senhor, indicando que ele foi
restaurado posio de ter sido abenoado para ser o senhor de toda a
criao.
Os santos, que nos ltimos Dias tiverem alcanado uma f to fervorosa
de modo a terem o direito revelao de que so senhores, estaro na
posio semelhante de Joo Batista, que veio na poca de Jesus com a
misso de endireitar o caminho para Jesus (Jo 1.23). Desta forma, eles
tambm recebem a misso de endireitar o caminho para o Senhor do
Segundo Advento, em proporo s suas habilidades. Nesse sentido,
recebem a revelao de que tm o direito de ser senhores, porque foram
escolhidos para esta misso.
Aqueles que tm capacidade de comunicao espiritual so capazes de
tornar-se anticristos. Ao receberem a revelao de que so senhores,
podem agir erroneamente, como se fossem o Senhor do Segundo Advento
j que, sem conhecerem o Princpio, no esto cientes da situao. De fato,
este o motivo porque foi profetizado que nos ltimos Dias apareceriam
muitos anticristos.
comum que aqueles com capacidade de comunicao espiritual entrem
em conflito e confuso entre si, porque o contedo de suas revelaes, a
classe e o nvel do mundo espiritual a que pertencem diferem de um para
outro (I Co 15.41). Na realidade, os homens de comunicao espiritual
esto todos dirigidos para a mesma destinao. Mas, devido diferena em
seu padro espiritual, a parte do mundo espiritual que cada um v pode
variar, e estas diferenas os levam a conflitos.
Aqueles que esto encarregados de certa misso na providncia da
restaurao, freqentemente ignoram seu relacionamento horizontal com
outros que tm comunicao espiritual, porque s tem relacionamento
vertical com Deus, com relao s suas misses parciais da providncia
total. Desta forma, eles caem em conflito porque a vontade de Deus, pela
qual se responsabilizam, parece diferente a cada um. Este tipo de conflito
horizontal inevitvel, porque Deus d a cada um a revelao de que ele
um senhor, para incentivar cada um a fazer o melhor possvel na realizao
da finalidade da providncia da restaurao. Em sua respectiva misso,

129 - PRINCPIO DIVINO

que parcial e limitada, a pessoa encarregada , de fato, a nica e a


melhor; desta forma esta pessoa recebe tal revelao.
Nesse nterim, quando devotos homens de f desenvolvem comunicao
espiritual, depois de terem atingido o nvel espiritual alcanado antes da
queda de Ado e Eva, so capazes de cair novamente, por causa do teste e
tentao da mesma espcie que Ado e Eva falharam em superar. , de
fato, muito difcil superar tal tentao, enquanto a pessoa permanecer
ignorante do Princpio. verdadeiramente lamentvel que numerosos
homens religiosos, tendo falhado em superar este teste, anularam em um
instante o mrito que ganharam atravs de longas e severas provaes na
vida asctica.
Como ento podemos evitar tal confuso entre os homens de
comunicao espiritual? Deus deu uma misso parcial a numerosos
indivduos a fim de cumprir rapidamente a finalidade da providncia da
restaurao, sendo que cada um est verticalmente relacionado com Ele
durante o processo da providncia; por isto, o conflito horizontal entre os
homens de comunicao espiritual inevitvel. Finalmente, na consumao
da histria pecaminosa, todos viro a compreender que suas respectivas
misses foram distribudas a cada um por Deus com uma finalidade
idntica: o cumprimento da providncia da restaurao.
Pelo
estabelecimento de relacionamentos horizontais entre si, sero unificados
em seus esforos de cumprir a finalidade total da providncia da
restaurao atravs das novas Palavras de verdade que Deus dar em
tempo oportuno. Ento, todos os homens de comunicao espiritual
abandonaro sua teimosia de insistir somente em seu caminho como a
nica vontade de Deus, e tero a compreenso correta de sua misso
providencial. Assim, eles no somente sero capazes de superar toda
confuso, mas cada um ser tambm capaz de aperfeioar sua prpria
misso no curso de sua vida em f.
(7) Primeira Ressurreio
A primeira ressurreio a ressurreio que possibilita o cumprimento da
finalidade da criao pela primeira vez desde o incio da histria da
providncia da restaurao de Deus. O eu original ser restaurado pela
remoo do pecado original do homem, atravs do Segundo Advento do
Senhor.
Por isso, a esperana de todos os cristos compartilhar da primeira
ressurreio. Que espcie de pessoas podero compartilhar dela? Os
primeiros a acreditar no Segundo Advento do Senhor, seguindo e servindo a
ele, sero aqueles que participaro da primeira ressurreio. Assim
fazendo, essas pessoas cooperaro com ele no estabelecimento da
condio de indenizao, em uma base geral e mundial, no curso da

130 - PRINCPIO DIVINO

providncia da restaurao. Assim, eles realizaro a finalidade da criao


tendo se tornado homens espirituais do estgio de esprito divino,
removendo o pecado original antes que todos os outros homens. Estas so
as pessoas que podero compartilhar da primeira ressurreio.
A seguir, estudemos o que significa cento e quarenta e quatro mil, como
se indica na Bblia. Para que o Senhor cumpra a providncia da
restaurao em seu segundo advento, ele deve estabelecer o fundamento
para a vitria sobre o mundo satnico.
Ele deve horizontalmente
estabelecer, no decurso de sua vida, as pessoas que podem restaurar por
indenizao a posio dos santos e sbios da histria, que foram invadidos
por Satans e falharam no cumprimento de suas pores de
responsabilidade. O nmero total dos santos que o Senhor do Segundo
Advento deve encontrar e estabelecer para esta finalidade cento e
quarenta e quatro mil, como est escrito em Apocalipse 7.4, 14.1-4.
No curso da providncia da restaurao de Deus, Jac, que tinha a
responsabilidade na restaurao da famlia, iniciou sua misso centralizando
em seus doze filhos; e Moiss iniciou sua misso de restaurar uma nao
com doze tribos sob si. Quando cada tribo se multiplica no padro das doze
tribos, o total ser cento e quarenta e quatro. Jesus, que tinha a misso de
restaurar o mundo, tinha doze discpulos, a fim de restaurar por indenizao
o nmero cento e quarenta e quatro, tanto espiritual como fisicamente. No
entanto, devido crucifixo, ele tem trabalhado para a restaurao por
indenizao s espiritualmente . Por isto, assim como Jac teve doze filhos
a fim de restaurar horizontalmente, por indenizao, as doze geraes
verticais de No at ele, que tinham sido reivindicadas por Satans, o
Senhor do Segundo Advento deve estabelecer um determinado nmero
necessrio de santos que correspondem ao nmero cento e quarenta e
quatro, a fim de restaurar este nmero horizontalmente, por indenizao,
tanto espiritual como fisicamente.
3. PROVIDNCIA
ESPIRITUAIS

DA

RESSURREIO

PARA

OS

HOMENS

(1) O Motivo e o Mtodo da Ressurreio do Homem Espiritual


atravs da Segunda Vinda
De acordo com o Princpio da Criao, o esprito do homem foi criado
para crescer somente atravs da ao de dar e receber entre o elemento de
vida proveniente de Deus e o elemento de vitalidade do corpo fsico do
homem. Portanto, o homem espiritual no pode nem crescer nem ser
ressuscitado separado do corpo fsico. Desta forma, para que os homens
espirituais, que passaram para o outro mundo sem terem se aperfeioado
em sua vida fsica na Terra, possam ser ressuscitados, devem vir

131 - PRINCPIO DIVINO

novamente Terra e realizar a responsabilidade que deixaram inacabada


em sua vida fsica na Terra, atravs dos corpos fsicos de homens terrenos,
cooperando com os santos terrenos e ajudando-os a realizar a mesma
misso. Este o motivo porque em Judas 1.14 se diz que nos ltimos Dias
o Senhor vir com milhares de seus santos.
De que maneira os homens espirituais cooperam com os homens
terrenos para realizar a Vontade? Quando os santos terrenos formam uma
base recproca com os homens espirituais atravs de orao e outras
atividades espirituais, os homens espirituais descem e formam bases
recprocas com os espritos dos homens terrenos e sobre esta base eles
cooperam. Assim, os homens espirituais derramam fogo espiritual em
homens terrenos, do-lhes fora para curar doenas e os ajudam a fazer
muitas maravilhas. Mais do que isto, eles fazem com que os homens
terrenos vejam muitos fatos no mundo espiritual em estado de transe, dolhes o dom da profecia e os inspiram espiritualmente. Atravs de tais
atividades, substituindo o Esprito Santo, eles cooperam com homens
terrenos para realizar a vontade de Deus.
2) A Ressurreio atravs da Segunda
Espirituais que em Vida eram Cristos
(i) Ressurreio
Crescimento

atravs

da

Segunda

Vinda

Vinda

no

dos

Homens

Estgio

de

Os espritos de forma da idade do Velho Testamento, que em vida tinham


sinceramente servido a Deus pela observncia da Lei na Terra, desceram
todos depois do advento do Messias e cooperaram com os santos terrenos
para realizarem a Vontade, para assim entrarem no estgio de esprito de
vida. Os homens espirituais que vieram novamente e cooperaram com os
homens terrenos puderam obter o mesmo benefcio que aqueles homens;
tendo se tornado espritos de vida, entraram no Paraso. Chamamos a isto
de ressurreio atravs da segunda vinda no estgio de crescimento.
Tomemos alguns exemplos da Bblia. Na passagem em que Elias
apareceu como um esprito perante Jesus e seus discpulos (Mt 17.3), tornase claro que Elias ainda estava no mundo espiritual. Ao mesmo tempo,
Jesus chamou Joo Batista de Elias. Jesus assim falou porque Elias
desceu sobre Joo Batista e cooperou com ele para cumprir a misso que
ele deixou inacabada na Terra, alcanando assim a finalidade da
ressurreio atravs da segunda vinda. Desta forma, o corpo fsico de Joo
Batista substitua o de Elias, quando analisado do ponto de vista de sua
misso.

132 - PRINCPIO DIVINO

Por outro lado, Mateus 27.52 diz que, por ocasio da crucifixo de Jesus,
os sepulcros se abriram e muitos corpos de santos que dormiam foram
ressuscitados. Isto no significa que seus corpos fsicos, que j tinham se
decomposto na terra, foram ressuscitados. Registra-se simplesmente o fato
que os homens espirituais da idade do Velho Testamento, que tinham
permanecido no mundo espiritual como espritos de forma, desceram com a
finalidade de entrar no estgio de esprito de vida, cooperando com os
santos na Terra, que estavam na posio de beneficiar-se do resgate pela
cruz. Se os santos da idade do Velho Testamento tivessem literalmente
ressuscitado dos sepulcros, certamente teriam dado testemunho de Jesus
como Messias. Ento, ser que o povo no teria acreditado em Jesus como
Messias, sendo isto testificado pelos santos ressuscitados dos sepulcros?
Suas atividades teriam sido registradas na Bblia. No entanto, no temos
nada mais registrado na Bblia alm do fato de terem eles sido levantados
dos sepulcros. Disto, podemos compreender que estes eram homens
espirituais que puderam ser vistos por um breve intervalo apenas por
aqueles cujos olhos espirituais estavam abertos.
Comparada com o Paraso, no qual o povo podia entrar atravs do
resgate pela cruz de Jesus, a regio onde os homens espirituais da idade do
Velho Testamento se encontravam era mais escura e cheia de sofrimento;
assim, era chamada de sepulcro.
(ii) Ressurreio
Aperfeioamento

atravs

da

Segunda

Vinda

no

Estgio

de

Os espritos de vida da idade do Novo Testamento que acreditaram em


Jesus na Terra e assim foram para o Paraso, devem vir novamente Terra
depois do segundo advento do Messias. Estes espritos, cooperando com
os santos terrenos em crer no Senhor do Segundo Advento e a ele servir,
assim elevando-os ao estgio de esprito divino, tornar-se-iam eles mesmos
espritos divinos. Desta forma, eles podero entrar no Reino do Cu no
mundo espiritual com os santos terrenos, que entraro neste Reino depois
de deixar sua carne. Esta providncia da ressurreio chamada de
providncia da ressurreio atravs da segunda vinda no estgio de
aperfeioamento. Do ponto de vista desta providncia, os homens terrenos
vm conseqentemente a cooperar com os homens espirituais, sem
mencionar a cooperao dos homens espirituais para com os homens
terrenos.
Hebreus 11.39-40 diz: Todos estes (santos da idade do Velho
Testamento), embora tivessem bom testemunho pela f, no receberam o
que foi prometido (permisso de entrar no Reino do Cu), j que Deus tinha
algo de melhor (o Reino do Cu) para ns (os homens terrenos) de forma

133 - PRINCPIO DIVINO

que eles (os homens espirituais) sem ns (homens terrenos) no


chegassem perfeio (cidados do Reino do Cu). Esta passagem
bblica prova o princpio que, sem a cooperao dos homens terrenos, os
homens espirituais do mundo espiritual no podem aperfeioar-se. Em
Mateus 18.18 tambm se diz: Tudo o que vs (santos terrenos) ligardes na
terra ser ligado no cu, e tudo o que desligardes na terra ser desligado no
cu, deixando claro que tudo o que estiver ligado pelos homens espirituais
no ser desligado, a menos que os santos terrenos o desliguem. Assim,
os homens espirituais podem ser ressuscitados somente descendo aos
santos terrenos e cooperando com eles. Por isto, como lemos em Mateus
16.19, Jesus deu as chaves do Reino do Cu a Pedro, que representava os
santos terrenos, de forma que ele pudesse abrir as portas do Cu aqui na
Terra.
(3) Ressurreio atravs da Segunda Vinda dos Homens Espirituais
fora do Paraso
Primeiramente examinemos a maneira pela qual os homens espirituais
que, em vida, acreditaram em religies diferentes do Cristianismo, podero
ser ressuscitados atravs da segunda vinda. Da mesma maneira que os
homens, a fim de cumprirem um propsito comum, devem primeiro
estabelecer uma base recproca, os homens terrenos e os homens
espirituais devem tambm estabelecer uma base recproca entre si, a fim de
realizarem o propsito comum da providncia da restaurao. Portanto, os
homens espirituais que voltam para sua ressurreio, primeiramente
escolhem os homens terrenos da mesma religio em que acreditaram
durante sua vida terrena como seus objetos apropriados, atravs dos quais
podero trabalhar, e ento descem aos homens especficos de sua escolha.
Assim, eles vm a desfrutar dos mesmos benefcios que os homens
terrenos, ajudando-os a cumprir o propsito da restaurao.
Em segundo lugar, investiguemos de que maneira os bons homens
espirituais, que durante sua vida terrena viveram conscienciosamente,
embora no tivessem religio alguma, podero ser ressuscitados atravs da
segunda vinda. No pode haver homem algum absolutamente bom entre os
homens decados, j que tem o pecado original inerente em si. Portanto,
por bons homens espirituais queremos dizer aqueles que tm em si mais
bem do que mal. Este tipo de bom homem espiritual desce aos bons
homens terrenos e, cooperando com eles para realizarem a finalidade da
restaurao de Deus, finalmente desfruta dos mesmos benefcios que eles.
Em terceiro lugar, estudemos de que maneira maus homens espirituais
podem ser ressuscitados atravs da segunda vinda. Em Mateus 25.41
lemos sobre os malditos, que esto condenados ao fogo eterno, preparado

134 - PRINCPIO DIVINO

para o diabo e seus anjos. Os anjos do diabo representam os maus


homens espirituais que trabalham sob o controle do diabo. As criaturas
espirituais, comumente chamadas de fantasmas, cuja natureza real no
era conhecida, outra coisa no so seno tais homens espirituais maus.
Estes maus espritos tambm obtm o benefcio da idade descendo sobre
os homens terrenos.
Contudo, nem todas as obras dos maus homens espirituais acarretam a
recepo do benefcio da ressurreio atravs da segunda vinda. Suas
obras devem antes de mais nada causar o estabelecimento da condio de
indenizao para a inteno de Deus de erradicar os pecados dos homens
terrenos, por punio, antes que os maus homens espirituais possam obter
o benefcio da ressurreio por meio da segunda vinda. Ento, como que
as obras dos maus espritos, na prtica do julgamento em nome de Deus?
Consideremos outro exemplo. Suponhamos que h um homem terreno
que tenha o direito de ir da esfera do benefcio do nvel de famlia para a do
nvel de tribo por meio do benefcio da idade na providncia da restaurao.
Contudo, se este homem tiver alguma dvida de pecado, quer dele mesmo
quer de seus antepassados, no poder ser removido para a esfera de
benefcio no nvel de tribo sem ter eliminado o pecado, estabelecendo uma
correspondente condio de indenizao. Neste caso, Deus pode permitir
ao mau esprito atormentar o homem terreno, como castigo por seu pecado.
Depois, se este homem suportar de bom grado o tormento dado pelo mau
homem espiritual, poder subir da esfera de benefcio do nvel de famlia
para a do nvel de tribo, tendo seu sofrimento como a condio de
indenizao. Neste caso, o mau homem espiritual recebe uma poro do
benefcio. Deste modo, a providncia da restaurao amplia seu alcance,
de acordo com o benefcio da idade, da esfera do benefcio do nvel de
famlia para a do nvel de tribo, nvel nacional e finalmente para a do nvel
mundial. Sempre que se gradua ao prximo nvel da esfera do benefcio da
idade, a pessoa encarregada da providncia deve necessariamente
estabelecer uma condio de indenizao correspondente dvida do
pecado, praticado por si mesmo ou por seus antepassados. Ha dois
mtodos pelos quais os maus homens espirituais podem estabelecer uma
condio de indenizao para os homens pecadores na Terra.
Primeiro, existe o mtodo pelo qual o homem terreno estabelece a
condio de indenizao para eliminar seu pecado, no qual os maus
homens espirituais trabalham diretamente sobre o homem terreno, a quem
obsessionam. O segundo mtodo de estabelecer uma condio de
indenizao para o pecado de um homem terreno fazer com que um mau
homem espiritual desa a um mau homem terreno; o mau esprito ento
influencia o homem terreno a executar substancialmente as ms obras de

135 - PRINCPIO DIVINO

sua inteno contra aquele homem, estabelecendo assim a condio de


indenizao.
Em ambos os casos, se o homem terreno suportar de boa vontade as
obras do mau homem espiritual (como devido), poder estabelecer uma
condio de indenizao para seu prprio pecado e o de seus
antepassados. Desta forma lhe permitido entrar na esfera do benefcio da
nova idade. Assim, as obras do mau homem espiritual tm por resultado o
exerccio de julgamento sobre o homem terreno, por seus pecados, em
nome de Deus. Por meio de suas obras, os maus homens espirituais
tambm podem entrar para a esfera do benefcio da nova idade, com os
mesmos benefcios que os homens terrenos.
4. A TEORIA DA REENCARNAO SOB O PONTO DE VISTA DA
RESSURREIO ATRAVS DA SEGUNDA VINDA
Para a providncia da restaurao, Deus chamou muitos indivduos e deu
a cada um certa poro adequada da misso total, a fim de realizar o
propsito geral. Entretanto, cada homem tem transferido sua misso a
muitos indivduos semelhantes em sucesso, at que a misso seja
finalmente terminada, depois de ter passado por muitos indivduos atravs
da histria.
A providncia da restaurao, comeando no nvel individual, est
dirigida para a meta final da restaurao de todo o cosmos, depois de
passar pelo nvel familiar, nacional e mundial. Portanto, a misso de uma
determinada pessoa, embora possa ser parte do todo, deve iniciar primeiro
como misso individual, ampliando depois seu alcance para uma misso
familiar, misso nacional e finalmente misso mundial. Os exemplos disto
na Bblia incluem: Abrao, com uma misso tanto individual como familiar;
Moiss, com uma misso nacional; e Jesus, com uma misso mundial.
Alm disso, os homens espirituais, que deixaram suas misses
inacabadas na Terra, descem aos homens terrenos cujas misses so
semelhantes quelas das quais os homens espirituais estavam
encarregados enquanto se achavam na Terra, e cooperam com eles para o
cumprimento da Vontade. Do ponto de vista de sua misso, o corpo fsico
do homem terreno serve como corpo do homem espiritual. O homem
terreno, recebendo a cooperao do homem espiritual, cumpriria a misso
do homem espiritual, assim como a sua prpria. Neste caso, o homem
terreno a segunda vinda do homem espiritual que coopera com ele, de
modo que freqentemente toma o nome do homem espiritual. Portanto, o
homem terreno freqentemente parece ser a reencarnao do homem
espiritual. Para tomar um exemplo da Bblia: Joo Batista, no curso do
cumprimento de sua misso com a cooperao de Elias, tinha que cumprir a

136 - PRINCPIO DIVINO

misso que Elias havia deixado inacabada, enquanto esteve na Terra.


Jesus chamou Joo Batista de Elias (cf. Seo II, 3 [2]) porque o corpo de
Joo era o substituto do corpo de Elias.
Nos ltimos Dias, os homens terrenos, encarregados de misses
mundiais especficas, esto na posio de suceder os homens espirituais
que anteriormente tiveram estas misses na Terra, e de cumpr-las. Por
conseguinte, estes homens espirituais descem aos homens terrenos de sua
escolha e, cooperando com eles, realizam as misses que tinham deixado
sem terminar em suas vidas terrenas. Portanto, o homem terreno,
recebendo a cooperao do homem espiritual, a segunda vinda deste
homem espiritual; e tambm parece ser a reencarnao do homem
espiritual. por isto que muitas pessoas nos ltimos Dias pretendem ser
Cristo, Buda, Confcio, a rvore da Oliveira ou a rvore da Vida. A
doutrina da reencarnao, defendida pelo budismo, provm de uma
interpretao das aparncias externas, sem o conhecimento da teoria da
ressurreio atravs da segunda vinda.
SEO III
Unificao das Religies pela Ressurreio
atravs da Segunda Vinda
1. A UNIFICAO DO CRISTIANISMO PELA RESSURREIO
ATRAVS DA SEGUNDA VINDA
Como foi afirmado na Seo II, 3 [2] deste captulo, os homens espirituais
do estgio de esprito de vida, que esto no Paraso, descem aos santos
terrenos que so capazes de alcanar o estgio de esprito divino, crendo
no Senhor do Segundo Advento e servindo a ele. Podem finalmente entrar
no Reino do Cu com o mesmo mrito que os santos terrenos, cooperando
com eles no cumprimento da Vontade da providncia da restaurao. Por
conseguinte, nos dias do Segundo Advento, todos os homens espirituais do
Paraso descero aos santos terrenos e cooperaro com eles.
O tempo da visita pode diferir de acordo com a f do indivduo, sua
disposio natural e as realizaes de seus antepassados para a vontade
de Deus. Desta maneira, os santos terrenos, mais cedo ou mais tarde,
esto destinados a assistir ao Senhor do Segundo Advento e dedicar-se
vontade de Deus por meio da cooperao dos homens espirituais que
descem a eles do Paraso. Portanto, o Cristianismo est destinado a
unificar-se.

137 - PRINCPIO DIVINO

2. A UNIFICAO DE TODAS AS OUTRAS


RESSURREIO ATRAVS DA SEGUNDA VINDA

RELIGIES

PELA

Como expusemos na Consumao da Histria Humana, no podemos


negar o fato histrico de que todas as religies, que na realidade tm uma
finalidade idntica, esto sendo absorvidas gradualmente pela esfera
cultural do Cristianismo. Portanto, o Cristianismo no uma religio s para
os cristos, mas tem a misso de cumprir a finalidade ltima de todas as
religies que apareceram no passado. Naturalmente o Senhor do Segundo
Advento, que vem como a figura central do Cristianismo, est na posio de
Buda, o qual, como crem os budistas, vir novamente; est tambm na
posio do Verdadeiro Homem, cuja apario os confucionistas aguardam;
e do Chung Do Ryung (Arauto da Justia), cuja vinda muitos coreanos
esperam. Alm disto, ele tambm tem a posio da figura central a quem
todas as outras religies esperam.
Por este motivo os homens espirituais que acreditaram em religies
diferentes do Cristianismo enquanto estiveram na Terra tero que voltar, tal
como os homens espirituais do Paraso, a fim de receberem os mesmos
benefcios da ressurreio atravs do segundo advento, embora o tempo de
sua visita possa diferir de acordo com sua posio espiritual. Desta
maneira, eles esto destinados a descer aos homens terrenos que
pertencem s suas religies e conduz-los para o Senhor do Segundo
Advento, cooperando com eles para que creiam e sirvam a ele no
cumprimento da vontade de Deus. Portanto, todas as religies sero
finalmente unificadas, centralizando-se no Cristianismo.
3. A
UNIFICAO
DE
HOMENS
NO
RELIGIOSOS
RESSURREIO ATRAVS DA SEGUNDA VINDA

PELA

Os homens espirituais que durante sua vida no creram em nenhuma


religio, mas viveram conscienciosamente, tambm voltam em tempos
permitidos a fim de obter o benefcio da ressurreio atravs da segunda
vinda. Deste modo, eles cooperam com os homens terrenos de conscincia
para encontrar e servir ao Senhor do Segundo Advento, participando no
cumprimento da vontade de Deus. A histria dos trs reis magos que
vieram do oriente para adorar o menino Jesus (Mt 2.1-16) um exemplo
disto.
O objetivo final da providncia divina de restaurao salvar toda a
humanidade.
Portanto, a inteno de Deus abolir o inferno
completamente, depois do trmino do perodo necessrio para o pagamento
completo de toda indenizao. Se o inferno permanecesse eternamente no
mundo da criao, mesmo depois da realizao do propsito do bem de

138 - PRINCPIO DIVINO

Deus, o resultado disto seria a contradio de um Deus imperfeito, sem


mencionar a resultante imperfeio em Seu ideal da criao e em Sua
providncia da restaurao.
Se os coraes dos pais de famlias decadas se entristecem pela
infelicidade de um s que seja dos seus filhos, quanto mais assim com
Deus, o Pai Celeste! Em II Pedro 3.9 encontramos: ... o Senhor
longnimo para convosco, no querendo que alguns se percam, seno que
todos venham a arrepender-se. Por conseguinte, o inferno no pode
permanecer para sempre no mundo ideal, que deve realizar-se de acordo
com a vontade de Deus. At mesmo as foras de Satans testificaram o
fato de ser Jesus o filho de Deus (Mt 8.29). Na chegada dos ltimos Dias,
at mesmo os maus espritos descem aos homens terrenos do mesmo nvel
e, cooperando com eles, tomam parte no cumprimento da vontade de Deus.
Finalmente, depois de um devido perodo de tempo, a finalidade unificada
da criao ser alcanada.

139 - PRINCPIO DIVINO

CAPTULO VI

Predestinao

verdade que controvrsias teolgicas sobre a "Predestinao" tm


causado grande confuso na vida religiosa de muitos cristos. Devemos
saber o que deu origem a isto.
Na Bblia, h muitas passagens que poderiam ser interpretadas como
indicadoras de que a fortuna ou a desgraa, a felicidade ou o sofrimento de
qualquer indivduo, assim como a salvao ou condenao dos homens
decados, e a ascenso e queda das naes, ocorressem de acordo com a
predestinao de Deus. Por exemplo, a Bblia diz:

"Aos que predestinou a estes tambm chamou e aos que chamou a estes
tambm justificou; e aos que justificou a estes tambm glorificou." (Rm
8.30)
Diz-se tambm:

"Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericrdia de


quem tiver misericrdia. Assim, pois, isto no depende daquele que quer,
nem do que se esfora, mas de Deus, que compadece." (Rm 9.15-16).
Diz-se outrossim (Rm 9.21): No tem o oleiro poder sobre o barro, para
da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra? Alm
disto, diz-se (Rm 9.11) que Deus amou Jac e odiou Esa enquanto ainda
estavam no tero da me, e disse que o mais velho serviria ao mais jovem.
Deste modo, h ampla fundamentao bblica para justificar a
"predestinao completa. No entanto no devemos nos esquecer que h
tambm muitas passagens bblicas que negam a predestinao completa.
Por exemplo, quando vemos que Deus advertiu aos primeiros antepassados
humanos que no comessem do fruto (Gn 2.17) a fim de evitar que cassem,
evidente que a queda do homem no foi a predestinao de Deus, seno
o resultado da desobedincia do homem ao mandamento de Deus. Lemos
tambm (Gn 6.6) que Deus se arrependeu de ter posto o homem na Terra.
Se o homem tivesse cado de acordo com a predestinao de Deus, no
haveria motivo algum para que Ele sentisse pesar por ter criado o homem,

140 - PRINCPIO DIVINO

cuja queda Ele teria predestinado. Joo 3.16 diz que todo aquele que crer
em Jesus no perecer.
Quando lemos em Mateus 7.7: Pedi, e vos ser dado; buscai, e
encontrareis; batei, e vos ser aberto, podemos compreender claramente
que todas as coisas no se realizam simplesmente pela predestinao de
Deus, seno pelo esforo humano. Se todas as coisas devem ser
realizadas somente pela predestinao de Deus, por que Deus enfatizou os
esforos humanos? Alm disso, quando lemos que devemos orar pelos
irmos enfermos (Tg 5.14), podemos compreender que o sofrimento devido
enfermidade no existe pela predestinao de Deus. Se todas as coisas
fossem inevitavelmente decididas pela predestinao de Deus, no haveria
necessidade alguma de oraes lacrimosas do homem.
Se aceitarmos a crena tradicional da predestinao, as oraes do
homem, o evangelismo, a caridade e outros esforos humanos no teriam
valor algum para a providncia da restaurao de Deus; e qualquer esforo
desta espcie seria, afinal, intil. Isto assim porque a predestinao de
Deus, que absoluto, deve tambm ser absoluta, sem deixar lugar para
mudana alguma devido ao esforo humano.
J que existe suficiente fundamentao bblica para justificar tanto a
aprovao quanto a desaprovao da teoria da predestinao, so
inevitveis as controvrsias sobre a doutrina da predestinao. Como,
ento, o Princpio resolveria tais problemas? Investiguemos a questo da
predestinao.
SEO I
Predestinao da Vontade
Primeiro, definamos Vontade, antes de tratar sobre a predestinao da
Vontade. Deus no pde cumprir Sua finalidade da criao devido queda
humana. Por isto a vontade de Deus, ao operar Sua providncia com
homens decados, cumprir Sua finalidade da criao. Em outras palavras,
Vontade significa realizao da finalidade da providncia da restaurao.
A seguir, devemos saber que Deus primeiro determina a vontade, e
depois trabalha para cumpri-la. Depois de ter criado o homem, Deus fixou
Sua vontade para cumprir a finalidade da criao; contudo, devido queda
do homem, Ele no conseguiu cumprir a vontade. Naturalmente, a fim de
cumpr-la, Ele necessita determinar Sua vontade pela segunda vez e assim
realizar a providncia da restaurao.
Deus predestinou a vontade para ser do bem, no do mal. Ele ento
trabalha para cumpri-la. J que Deus a essncia do bem, Sua finalidade
da criao deve tambm ser boa. Naturalmente, a finalidade de Sua

141 - PRINCPIO DIVINO

providncia da restaurao deve ser boa e Sua vontade de cumprir esta


finalidade deve tambm ser boa. Deus no poderia ter predestinado o que
obstrui e vai contra a finalidade da criao. Assim, sabemos que Ele no
poderia ter predeterminado tais coisas como a queda humana, o julgamento
dos homens decados, ou a destruio do universo. Se tais maus
resultados tivessem sido o produto necessrio da predestinao de Deus,
Ele no teria lamentado o mau resultado de Sua prpria predestinao, e
no poderamos crer em Deus como sujeito de bondade. Deus, ao ver o
homem decado, arrependeu-Se de ter feito o homem na Terra (Gn 6.6); e,
vendo a deslealdade do rei Saul, arrependeu-Se de t-lo feito rei (I Sm
15.11). Isto demonstra que estes acontecimentos no foram resultados da
predestinao de Deus. Estes resultados maus ocorrem por causa da falha
do homem em cumprir sua prpria poro de responsabilidade e por ele
estar do lado de Satans.
At que grau Deus predetermina a vontade para cumprir Seu propsito da
criao? Deus o ser absoluto, nico, eterno e imutvel; o propsito divino
da criao deve ser igual. Por conseguinte, a vontade da providncia da
restaurao, que cumprir a finalidade da criao, deve ser nica, imutvel
e absoluta (Is 46.11). Deus predetermina a vontade para que seja absoluta;
portanto, quando uma pessoa escolhida para a vontade no a cumpre, Deus
deve prosseguir para cumpri-la, mesmo estabelecendo outra pessoa no
lugar da que falhou.
Por exemplo, quando a vontade de Deus para realizar a finalidade da
criao centralizando-se em Ado falhou, Ele enviou Jesus como o segundo
Ado, procurando realizar a vontade centralizando-se nele, porque Sua
predestinao da vontade era absoluta. Quando esta vontade resultou
novamente em fracasso, devido falta de f do povo (cf. Parte I, Captulo
IV, Seo I, 2), Jesus prometeu que o Senhor viria e realizaria a Vontade
sem falta (Mt 16.27). Tambm na famlia de Ado, Deus tinha a inteno de
assentar o fundamento para receber o Messias, por meio de Sua
providncia centralizada em Caim e Abel.
Contudo, esta Vontade terminou em fracasso quando Caim matou Abel.
Deus ento Se props a cumprir Sua vontade por meio da famlia de No.
Quando a famlia de No falhou em cumprir esta Vontade, Deus teve que
estabelecer Abrao para realizar a Vontade. Em outra ocasio, Deus tentou
realizar a Vontade, que Abel falhou em cumprir, estabelecendo Set (Gn
4.25). Ademais, procurou realizar a Vontade no cumprida por Moiss
escolhendo Josu como seu substituto (Js 1.5); e, de novo, tentou completar
a Vontade irrealizada devido traio de Judas Iscariotes, elegendo Matias
(At 1.15).

142 - PRINCPIO DIVINO

SEO II
Predestinao para o Cumprimento da Vontade
Como ficou esclarecido no "Princpio da Criao", a finalidade da criao
de Deus deve ser realizada somente pelo cumprimento da poro de
responsabilidade do homem. A vontade para a providncia da restaurao,
que realizar esta finalidade, sendo absoluta, no deve ser frustrada pelo
homem.
Contudo, o homem deve cumprir sua prpria poro de
responsabilidade, para que a Vontade se cumpra. Portanto, o propsito
divino da criao devia cumprir-se somente realizando o homem sua poro
de responsabilidade, no comendo do fruto da rvore da Cincia do Bem e
do Mal (Gn 2.17).
Por conseguinte, mesmo ao realizar o propsito da providncia da
restaurao, a Vontade pode cumprir-se somente por meio da realizao da
responsabilidade do homem pela figura central encarregada da misso.
Nos dias de Jesus, o povo devia ter acreditado em Jesus de maneira
absoluta, para que ele pudesse cumprir o propsito da providncia da
salvao. No entanto, devido falta de f, no puderam cumprir sua poro
de responsabilidade e, por conseguinte, o cumprimento da Vontade teve
que ser adiado at o dia do segundo advento.
Ento, at que grau e extenso predeterminaria Deus o cumprimento da
Vontade? Como foi mencionado, a vontade de Deus para cumprir a
finalidade da providncia da restaurao absoluta, mas o cumprimento da
Vontade relativo. Portanto, est predeterminado que a Vontade h de
cumprir-se, mas somente atravs da juno dos 95 por cento de
responsabilidade de Deus e os 5 por cento de responsabilidade do homem.
O fato de se indicar a proporo da responsabilidade do homem como 5 por
cento significa simplesmente que a responsabilidade do homem
extremamente pequena comparada com a de Deus.
No obstante,
devemos compreender que, para o homem, isto significa 100 por cento de
esforo.
Para citar exemplos: o cumprimento da Vontade centralizada em Ado e
Eva foi predestinado para ser realizado mediante a realizao da sua
prpria poro de responsabilidade, isto , no comendo do fruto da rvore
da Cincia do Bem e do Mal. A providncia da restaurao centralizada em
No foi predestinada para ser cumprida mediante a realizao de sua
prpria poro de responsabilidade, por meio da lealdade ao construir a
arca. A providncia da salvao por meio de Jesus foi predestinada para
ser cumprida por meio da realizao da responsabilidade por parte dos
homens decados, crendo em Jesus como Messias e seguindo-o (Jo 3.16).
Os homens causaram o prolongamento da providncia divina de

143 - PRINCPIO DIVINO

restaurao no
responsabilidade.

cumprindo

sequer

sua

pequena

quantia

de

A Bblia diz: A orao da f salvar o enfermo (Tg 5.15); Tua f te


curou (Mc 5.34); Todo aquele que pede, recebe, e aquele que procura,
encontra, e a quem bate, ser aberto (Mt 7.8). Todas estas passagens
bblicas demonstram que a Vontade est predestinada a ser cumprida pelo
cumprimento da prpria poro de responsabilidade do homem. Podemos
compreender muito bem quo pequenas foram as responsabilidades das
quais os homens se encarregaram em todos estes exemplos, comparadas
com a poro responsvel do trabalho e da graa de Deus.
Ao mesmo tempo, do fato de terem as figuras centrais na providncia sido
compelidas a causar o prolongamento da providncia da restaurao devido
ao fracasso em cumprir sua poro de responsabilidade, podemos imaginar
quo extraordinariamente difcil foi para elas cumprirem sequer uma
responsabilidade relativamente pequena.
SEO III
Predestinao do Homem
Ado e Eva poderiam ter se tornado antepassados humanos bons se
tivessem cumprido sua poro de responsabilidade, obedecendo a injuno
divina de no comerem do fruto da rvore da Cincia do Bem e do Mal, mas
falharam em faz-lo. Portanto, Deus no podia predestin-los, de maneira
absoluta, a serem antepassados humanos bons. No caso dos homens
decados, um homem escolhido poderia tornar-se uma pessoa da
predestinao de Deus somente cumprindo sua poro de responsabilidade.
Portanto, Deus no pode predestinar uma determinada pessoa com
absoluta certeza de que ela chegar a ser o que est predestinada a ser.
Ento, at que grau Deus predestina o homem? Ao cumprir Sua vontade,
centralizada em certa pessoa, Deus estabelece, como condio
indispensvel, que o homem deve realizar sua prpria poro de
responsabilidade. Por isso Deus, ao predestinar uma pessoa para certa
misso, determina que a pessoa ser o que est predestinada a ser
somente mediante o cumprimento de 100 por cento da Vontade centralizada
nessa pessoa, com o cumprimento conjunto dos 95 por cento da poro de
responsabilidade de Deus e dos 5 por cento da poro de responsabilidade
do homem. Portanto, quando a pessoa falha em cumprir sua prpria poro
de responsabilidade, no pode chegar a ser a pessoa que Deus
predestinou.
Por exemplo, quando Deus escolheu Moiss, predestinou-o a ser um
grande lder, capaz de levar o povo eleito terra abenoada de Cana, mas

144 - PRINCPIO DIVINO

somente cumprindo sua poro de responsabilidade (x 3.10). Quando


Moiss foi contra a vontade de Deus em Cades Barnea ferindo a rocha duas
vezes, ele falhou em cumprir sua responsabilidade, anulando assim a
predestinao de Deus; ele morreu a caminho do lugar designado (Nm 20.712, 20.24, 27.14). Do mesmo modo, quando Deus escolheu Judas
Iscariotes, predestinou-o a ser apstolo de Jesus se cumprisse sua poro
de responsabilidade com lealdade. No entanto, visto que Judas falhou em
cumprir sua responsabilidade, a predestinao de Deus no foi realizada, e
Judas veio a tornar-se um traidor.
Quando Deus chamou o povo judeu, predestinou-o a ser a nao
escolhida de glria, mas somente cumprindo sua poro de
responsabilidade por meio de sua f e servio. Contudo, a predestinao
no foi cumprida, porque eles entregaram Jesus para que fosse crucificado;
e por isso a nao escolhida se dispersou.
A seguir, examinemos as condies e qualificativos para algum chegar a
ser a figura central da providncia da restaurao na predestinao de
Deus. O propsito da providncia da salvao de Deus restaurar o mundo
decado ao mundo original da criao. Embora os tempos de salvao dos
homens decados possam diferir, todos eles esto predestinados a ser
salvos (II Pe 3.9). Tal como no processo de sua criao, a providncia da
salvao de Deus, que a providncia da recriao, no pode completar-se
em um s momento. Por conseguinte, esta providncia est gradualmente
ampliando seu alcance para cobrir o todo, comeando por um. Assim, na
predestinao da providncia da salvao, Deus primeiro predestina a figura
central e a chama para a misso.
Que condies e qualificativos deve ter esta figura central? Primeiro,
deve ter nascido da nao escolhida, encarregada da providncia da
restaurao.
Depois, mesmo dentro da nao escolhida, deve ser
descendente de antepassados com muitas realizaes boas. Em seguida,
embora seja descendente de antepassados com muitas realizaes boas,
deve ser dotada de uma adequada disposio natural para o cumprimento
da Vontade. Mesmo que um homem tenha estas qualidades, deve,
posteriormente, ter boas condies nas quais possa crescer e trabalhar
durante sua vida. Contudo, mesmo dentre estas pessoas, Deus seleciona
primeiro o indivduo mais completamente preparado, no devido tempo e
lugar, segundo a necessidade de Deus.

145 - PRINCPIO DIVINO

SEO IV
Elucidao de Versculos Bblicos
que Justificam a Teoria da Predestinao
J esclarecemos muitas questes com respeito predestinao de Deus.
Contudo, o problema ainda a resolver como elucidar os testemunhos
bblicos, tais como os citados na introduo deste captulo, que esto
escritos como se todas as coisas fossem absolutamente predestinadas por
Deus.
Esclareamos primeiramente a passagem bblica de Romanos 8.29-30
que diz:

"Aqueles que dantes conheceu, tambm os predestinou...; e aos que


predestinou, a estes tambm chamou; e aos que chamou, a estes
tambm justificou; e aos que justificou, a estes tambm glorificou."
Deus, que onisciente, conheceu quem dotado das qualidades para ser
a figura central na providncia da restaurao (Seo III). Portanto, Deus
predestina e chama a pessoa que Ele conheceu antes, a fim de realizar o
propsito da providncia da restaurao. Chamar a pessoa a poro de
responsabilidade de Deus, mas somente isto no tem nada a ver com o fato
de ser a pessoa justificada, e finalmente glorificada em Deus. A mesma
deve cumprir sua prpria responsabilidade, na posio da pessoa que foi
chamada por Deus, antes que possa ser justificada; somente depois de ter
sido justificada que ser glorificada por Deus. Est predestinado que o
homem pode desfrutar da glria de Deus somente cumprindo sua poro de
responsabilidade. No h palavras tais como a poro de responsabilidade
do homem na Bblia, pelo que tudo parece ser realizado simplesmente pela
predestinao absoluta de Deus.
A Bblia diz (Rm 9.15-16):

"Compadecer-me-ei de quem me compadecer e terei misericrdia de


quem tiver misericrdia. Assim, pois, isto no depende daquele que quer,
nem do que se esfora, mas de Deus, que se compadece."
Como est esclarecido mais acima, Deus escolhe algum que est
melhor preparado para o cumprimento do propsito da restaurao,
conhecendo de antemo todas as suas qualidades. Por isto o privilgio de
Deus escolher tal pessoa, e compadecer-Se ou ter misericrdia dele. No
depende do desejo ou do esforo do homem. Estes versculos bblicos
foram dados para pr nfase no poder e graa de Deus.
Diz tambm (Rm 9.21):

"No tem o oleiro poder sobre o barro para, da mesma massa, fazer um
vaso para honra e outro para desonra?"

146 - PRINCPIO DIVINO

J foi dito que Deus fixou a poro de responsabilidade do homem como


a condio para exalt-lo posio de senhor de toda a criao e para amlo mais, fazendo com que o homem siga o exemplo de Sua natureza
criativa. Contudo, o homem caiu, tendo violado esta condio. Por isto, o
homem transformou-se em uma existncia desprezvel, como lixo; portanto,
este versculo foi dado para ensinar-nos que o homem no tem direito de
queixar-se, seja qual for a forma que Deus trate os homens desta espcie.
Alm disto, a Bblia diz (Rm 9.10-13) que "Deus amou a Jac e aborreceu a
Esa", e que o mais velho servir ao mais moo. Qual deve ter sido a
razo pela qual Deus amou Jac e aborreceu Esa, quando no haviam
ainda nascido nem tinham feito nada de bem ou de mal? Era para cumprir o
programa de Deus no curso da providncia da restaurao. Detalhes mais
amplos sero discutidos na providncia da restaurao centralizada na
famlia de Abrao (cf.
Parte II, Captulo I, Seo III).
Devemos
compreender nisto que Deus deu a Isaac filhos gmeos, Esa e Jac,
porque Ele tinha que restaurar por indenizao a vontade para a
restaurao do direito de primogenitura, que tinha ficado sem cumprir com o
assassinato de Abel por Caim na famlia de Ado. Ele se props a realizar
isto, estabelecendo os irmos gmeos nas posies de Caim e Abel, e
fazendo com que Jac (na posio de Abel) obrigasse Esa (na posio de
Caim) a ceder. Deus disse isto porque Esa, estando na posio de Caim,
estava sujeito a ser odiado por Deus, enquanto Jac, estando na posio de
Abel, tinha direito ao Seu amor.
O fato de Deus amar um ou aborrecer outro dependia do cumprimento de
suas respectivas pores de responsabilidade. De fato, Esa, tendo se
submetido por sua obedincia a Jac, recebeu uma bno de amor igual
de Jac, embora estivesse em uma posio suscetvel de ser aborrecido por
Deus. Por outro lado, Jac, embora estivesse na posio de ser amado por
Deus, no receberia tal amor se tivesse falhado no cumprimento da sua
poro de responsabilidade.
Foi devido ignorncia acerca do relacionamento da poro de
responsabilidade do homem com a de Deus, no cumprimento do propsito
da providncia da restaurao, que apareceu um homem como Calvino, que
defendeu com obstinao sua teoria da predestinao, e que tal teoria tem
sido acreditada por tantas pessoas durante tanto tempo.

147 - PRINCPIO DIVINO

CAPTULO VII

Cristologia

H muitas questes a serem resolvidas pelos homens decados que esto


a caminho de alcanar a meta da salvao. As mais importantes de todas
so as questes com respeito ao relacionamento entre Jesus e o Esprito
Santo centralizado em Deus, o relacionamento entre Jesus, o Esprito Santo
e os homens decados, o renascimento, a Trindade e outras, todas dentro
do mbito da Cristologia. At os dias atuais, ningum jamais respondeu a
estas perguntas inteiramente. Com estas perguntas ainda por responder,
h ainda muita confuso na vida de f e doutrinas do Cristianismo. A fim de
resolver estes problemas, devemos primeiro conhecer o valor do homem
original, doado na criao. Examinemos esta questo antes de tratar as
outras.
SEO I
O Valor do Homem que Alcanou a Finalidade da Criao
Examinemos o valor do homem que realizou a finalidade da criao, isto
, o valor de Ado aperfeioado.
Primeiro, tratemos sobre a relao entre Deus e o homem aperfeioado,
do ponto de vista das caractersticas duais. De acordo com o Princpio da
Criao, o homem foi criado com mente e corpo, semelhana das
caractersticas duais de Deus. H os relacionamentos mtuos entre Deus e
o homem aperfeioado que podem comparar-se aos relacionamentos que
existem entre a mente e o corpo do homem.
Assim como o corpo foi criado como objeto substancial da mente invisvel,
qual ele se assemelha, o homem foi criado como o objeto substancial para
com o Deus invisvel, Sua semelhana. Assim como no podemos
separar um do outro, quando a mente e o corpo de um homem aperfeioado
se unem centralizados em Deus, nunca podemos romper o relacionamento
formado quando Deus e o homem aperfeioado se unem em um s corpo
no fundamento de quatro posies, porque neste estado, o homem viveria
em unio perfeita com o corao e o sentimento de Deus. Deste modo, um
homem que alcanasse o objetivo da criao, tornar-se-ia o templo de Deus,

148 - PRINCPIO DIVINO

onde Ele habitaria constantemente (I Co 3.16), adquirindo assim a deidade


(cf. Parte I, Captulo I, Seo III, 2). Como disse Jesus, o homem deve
fazer-se perfeito como o Pai Celeste perfeito (Mt 5.48). Portanto, o
homem que tiver atingido a finalidade da criao adquirir o valor divino de
Deus.
Em segundo lugar, consideremos o valor do homem, centralizando-nos na
finalidade da Sua criao do homem. A finalidade de Deus ao criar o
homem era desfrutar de felicidade atravs dele. Cada indivduo tem
caractersticas especiais, que os demais no tm. Por maior que seja o
nmero de pessoas na Terra, no podemos encontrar duas pessoas sequer
idnticas em sua individualidade. Portanto, h somente um indivduo em
toda a criao que pode devolver alegria estimulante a Deus como seu
objeto substancial, por meio de uma base recproca com as essencialidades
duais contidas em Deus, que so subjetivas para com este indivduo (cf.
Parte I, Captulo I, Seo III, 2). O homem que alcanou a finalidade da
criao, seja ele quem for, uma existncia nica em todo o universo. A
afirmao de Buda Eu sou meu prprio Senhor em todo o cu e Terra,
razovel luz deste princpio.
Em terceiro lugar, estudemos o valor do homem do ponto de vista do
relacionamento entre ele e o restante da criao. Compreendendo o
relacionamento entre o homem e o restante da criao, de acordo com o
Princpio da Criao, podemos entender melhor o valor do homem
aperfeioado. O homem foi criado para dominar o mundo invisvel com seu
esprito, e dominar o mundo visvel com seu corpo fsico. Portanto, o
homem que atingiu a finalidade da criao passa a ser dominador de toda a
criao (Gn 1.28). Assim, o homem deve dominar tanto o mundo visvel
como o invisvel com seu corpo fsico e seu esprito. E assim estes dois
mundos formam um objeto substancial para com Deus realizando a ao de
dar e receber, tendo o homem como o meio.
De acordo com o Princpio da Criao, sabemos que o mundo da criao
o desenvolvimento substancial das essencialidades duais do homem. Por
conseguinte, o esprito do homem a encapsulao substancial de todo o
mundo invisvel, ao passo que seu corpo fsico a encapsulao
substancial de todo o mundo visvel, totalizado nele. Portanto, o homem
que atingiu a finalidade da criao a encapsulao substancial de todo o
cosmos. Esta a razo pela qual o homem chamado de microcosmo. O
homem tem o valor que corresponde ao de todo o macrocosmo, como est
dito (Mt 16.26): Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder
a sua vida?
Suponhamos que exista uma mquina perfeita. Se as peas da mquina
so as nicas de sua espcie em todo o mundo, e no podem ser
encontradas nem feitas de novo, uma pea teria o valor correspondente ao

149 - PRINCPIO DIVINO

de toda a mquina, por mais insignificante que fosse tal pea, pois sem ela
toda a mquina no funcionaria. Da mesma maneira, a individualidade de
um homem aperfeioado nica. Assim, por mais sem importncia que
possa parecer, ele, de fato, corresponde ao macrocosmo todo, em termos
de seu valor.
SEO II
Jesus e o Homem que Atingiu a Finalidade da Criao
1. JESUS E ADO APERFEIOADO COMO A RESTAURAO DA
RVORE DA VIDA
A histria humana a histria da providncia para estabelecer o Reino do
Cu na Terra restaurando a rvore da Vida (Ap 22.14), que foi perdida no
Jardim do den (Gn 3.24). Podemos conhecer o relacionamento entre
Jesus e Ado aperfeioado compreendendo o relacionamento entre a
rvore da Vida do Jardim do den (Gn 2.9) e a rvore da Vida que deve ser
restaurada no fim dos tempos (Ap. 22.14).
Como j foi tratado em detalhe na Queda do Homem, se Ado tivesse
chegado a atingir o ideal da criao, ele teria se tornado a rvore da Vida
(Gn 2.9) e toda sua descendncia tambm teria se tornado rvores da vida.
Contudo Ado caiu, anulando a Vontade (Gn 3.24), e a partir de ento tem
sido a esperana dos homens decados restaurar-se esta rvore da Vida
(Pv 13.12, Ap 22.14). Visto que o homem decado jamais pode restaurar-se
como rvore da Vida por seu prprio poder, um homem que tenha atingido o
ideal da criao deve vir como a rvore da Vida, e todos os homens devem
ser enxertados a ele. Cristo o homem que vem, simbolizado como a
rvore da Vida (Ap 22.14). Por isso Ado aperfeioado, simbolizado pela
rvore da Vida no Jardim do den, e Jesus, que tambm comparado com
a rvore da Vida (Ap 22.14), so idnticos, do ponto de vista de que so
homens que atingiram o ideal da criao.
2. JESUS E O HOMEM QUE ALCANOU A FINALIDADE DA CRlAO
J explicamos na Seo I o valor do homem aperfeioado. Consideremos
agora a diferena entre Jesus e o homem aperfeioado. Como bem
sabemos pelos comentrios anteriores, um homem aperfeioado, luz da
finalidade da criao, deve chegar a ser perfeito como Deus perfeito (Mt
5.48); e assim to valioso que possui at mesmo deidade. Sendo Deus
eterno, o homem, que foi criado como seu objeto substancial, deve tambm
chegar a ser eterno, depois de sua perfeio.

150 - PRINCPIO DIVINO

Ademais, o valor da existncia de todo o macrocosmo no pode ser


completo sem o homem aperfeioado, porque ele um ser nico e o senhor
de toda a criao. Portanto, o homem tem o valor de todo o macrocosmo.
Jesus verdadeiramente um homem deste valor. Por maior que seja o
seu valor, ele no pde assumir um valor maior do que o de um homem que
atingiu a finalidade da criao. Por isso, no podemos negar que Jesus foi
um homem que alcanou a finalidade da criao.
O Princpio no nega a atitude de f mantida por muitos cristos de que
Jesus Deus, j que verdade que um homem aperfeioado um s corpo
com Deus. Alm disto, quando o Princpio afirma que Jesus um homem
que atingiu a finalidade da criao, isto de modo algum diminui o seu valor.
Contudo, o Princpio da Criao considera o valor original do homem
aperfeioado como igual ao de Jesus. J explicamos anteriormente que
Jesus foi um homem que alcanou o objetivo da criao. Ento, vejamos as
provas bblicas disto.
Est escrito em I Timteo 2.5: H um s Deus, e um s mediador entre
Deus e os homens, o homem Jesus Cristo. Encontramos em Romanos
5.19: Porque, assim como pela desobedincia de um s homem [Ado],
muitos foram feitos pecadores, assim tambm pela obedincia de um s
homem [Jesus], muitos sero feitos justos. Explica ainda (I Co 15.21):
Porque, assim como por um homem [Ado] veio a morte, por um homem
[Jesus] veio tambm a ressurreio dos mortos. A Bblia diz tambm (At
17.31): Ele determinou um dia em que com justia h de julgar o mundo por
meio do homem que destinou, e Lucas 17.26 diz: Como aconteceu nos
dias de No, assim ser tambm nos dias do Filho do homem. Assim, a
Bblia demonstra com muita clareza que Jesus um homem. Acima de
tudo, ele tinha de vir como homem a fim de ser o Verdadeiro Pai da
humanidade, trazendo renascimento ao homem.
3. JESUS O PRPRIO DEUS?
Quando Filipe pediu a Jesus que lhe mostrasse Deus, Jesus disse-lhe:
Quem v a mim, v ao Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? No crs tu
que eu estou no Pai, e que o Pai est em mim? (Jo 14.9-10) Tambm diz a
Bblia: Ele estava no mundo, e o mundo foi feito por ele; mas o mundo no
o conheceu (Jo 1.10). Ademais, est escrito: Em verdade, em verdade vos
digo, que antes que Abrao existisse eu sou (Jo 8.58). Baseando-se em
todos estes versculos bblicos, muitos cristos at agora acreditaram que
Jesus o prprio Deus, o Criador.
Como foi demonstrado acima, Jesus, como homem que cumpriu a
finalidade da criao, um s corpo com Deus. Portanto, luz de sua

151 - PRINCPIO DIVINO

deidade, ele pode muito bem ser chamado Deus. No obstante, ele de
modo algum pode ser o prprio Deus. O relacionamento entre Deus e
Jesus pode comparar-se ao que existe entre a mente e o corpo. O corpo,
como objeto substancial que reflete a mente, um s ser com a mente,
podendo ser chamado de segunda mente (imagem da mente), mas o corpo
de modo algum pode ser a prpria mente. Da mesma maneira, Jesus,
sendo um s corpo com Deus, pode ser chamado de segundo Deus
(imagem de Deus), mas de modo algum pode ser o prprio Deus.
verdade que aquele que v Jesus, v Deus (Jo 14.9-10); mas ele no disse
isso para indicar que era o prprio Deus.
Est escrito (Jo 1.14) que Jesus o Verbo (Palavra) feito carne. Isto
significa que Jesus a substanciao do Verbo, isto , a encarnao do
Verbo. Depois est escrito (Jo 1.3) que todas as coisas foram feitas atravs
do Verbo, e outra vez (Jo 1.10), que o mundo foi feito atravs de Jesus;
naturalmente, Jesus pode ser chamado o Criador. De acordo com o
Princpio da Criao, o mundo da criao o desenvolvimento substancial
do carter e forma de um homem de individualidade aperfeioada. Por
conseguinte, um homem que tenha cumprido a finalidade da criao a
encapsulao substancial de todo o cosmos, e o centro de harmonia de toda
a criao. Nesse sentido, pode-se tambm dizer que este mundo foi criado
por um homem perfeito. Deus se props a fazer com que o homem, depois
de seu aperfeioamento pelo cumprimento de sua poro de
responsabilidade, estivesse na posio de criador dominando todas as
coisas, dando-lhe at mesmo Sua prpria natureza criativa. Visto nesta
perspectiva, podemos compreender que a Bblia (Jo 1.10) apenas esclarece
o fato de ser Jesus um homem que tenha aperfeioado a finalidade da
criao, e no significa que ele foi o prprio Criador.
Jesus foi um descendente de Abrao. Mas, j que ele veio como o
antepassado humano que d renascimento a toda humanidade, ele se
tornaria o antepassado de Abrao, luz da Providncia da Restaurao.
Por esta razo disse Jesus (Jo 8.58): Antes que Abrao existisse, eu sou.
Devemos saber que isto tambm no significa que Jesus era o prprio
Deus. Jesus, na Terra, no foi um homem diferente de ns, exceto no fato
de ser ele sem pecado original. Mesmo no mundo espiritual, depois de sua
ressurreio, ele vive como um homem espiritual juntamente com seus
discpulos. A nica diferena entre eles que Jesus habita como um
homem espiritual no estgio de esprito divino, emitindo brilhante luz, ao
passo que seus discpulos so os objetos que refletem a luz.
Entretanto, Jesus tem estado intercedendo por ns perante Deus,
tambm no mundo espiritual, depois de sua ressurreio (Rm 8.34) da
mesma maneira como fez na Terra. Se Jesus fosse o prprio Deus, como
poderia interceder por ns perante si mesmo? Ademais, vemos que Jesus

152 - PRINCPIO DIVINO

tambm pediu ajuda a Deus ou ao Pai, o que boa evidncia de que ele
no o prprio Deus (Mt 27.46, Jo 17.1). Se Jesus fosse o prprio Deus,
como poderia Deus ter sido tentado por Satans, e finalmente crucificado
pelas foras do mal? Igualmente, quando lemos que Jesus disse na cruz:
Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? fica bem claro que Jesus
no o prprio Deus.
SEO III
Jesus e o Homem Decado
O homem decado, sem o valor do homem original que realizou a
finalidade da criao, caiu para uma posio baixa, considera os anjos como
superiores, sendo que estes foram criados para serv-lo. No entanto Jesus
tinha todo o valor de um homem que cumpriu a finalidade da criao, e isto
o qualificava para dominar o cosmos inteiro, incluindo os anjos (I Co 15.27).
Entretanto o homem decado, tendo ainda em si o pecado original,
permanece suscetvel invaso de Satans. No entanto Jesus, que no
tem pecado original, no tem de modo algum tal propenso. O homem
decado no conhece o corao e vontade de Deus; se jamais tivesse tido
tal conhecimento, teria sido extremamente parcial. Contudo, Jesus estava
vivendo na posio em que conhecia o corao de Deus completamente, e
experimentava Seu sentimento como se fosse dele mesmo.
Por conseguinte, o homem no tem valor algum enquanto permanecer no
estado decado. Mas quando renasce por meio de Cristo, o Verdadeiro Pai,
e quando ele assim se torna um filho do bem, purificado do pecado original,
restaurado como um homem que realizou a finalidade da criao, como
Jesus. Isto semelhante ao relacionamento de pai e filho, no qual os
valores originais de ambos de modo algum diferem; somente sua ordem
diferente, sendo um o pai e o outro o filho.
Por isso Cristo a cabea da igreja (Ef 1.22) e ns somos seu corpo e
membros (I Co 12.27). Por conseguinte, Jesus o templo principal e ns
somos os ramais do templo. Jesus a videira e ns os ramos (Jo 15.5); e,
como rebentos de oliveira selvagem, devemos ser enxertados a Jesus, a
verdadeira oliveira, a fim de nos tornarmos verdadeiros ramos (Rm 11.17).
Assim, Jesus chamou-nos amigos (Jo 15.14). Outrossim, a Bblia diz que
quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele (I Jo 3.2). A Bblia
tambm diz que Cristo o primeiro fruto, e ns, que pertencemos a ele,
seremos os seguintes, indicando apenas uma diferena de tempo e ordem (I
Co 15.23).

153 - PRINCPIO DIVINO

SEO IV
Renascimento e Trindade
A teoria da Trindade tem sido tratada pelos telogos como uma das mais
difceis questes a serem resolvidas. Entretanto, outra questo que ficou
sem soluo definitiva a teoria do renascimento, que consideraremos
agora.
1. RENASCIMENTO
(1) Jesus e o Esprito Santo do Ponto de Vista do Renascimento
Jesus disse a Nicodemos, um prncipe dos judeus, que aquele que no
nascer de novo, no pode ver o Reino de Deus (Jo 3.3). Renascimento
significa nascer pela segunda vez. Estudemos a razo pela qual o ho-mem
decado deve nascer novamente.
Se Ado e Eva, tendo realizado o ideal da criao, tivessem se tornado os
Verdadeiros Pais da humanidade, seus descendentes teriam realizado o
Reino do Cu na Terra, como filhos do bem, sem pecado original. Contudo,
tendo cado, eles se tornaram os maus pais da humanidade e multiplicaram
maus filhos, produzindo o inferno na Terra. Por isso, como disse Jesus a
Nicodemos, se os homens decados no nascerem de novo como filhos sem
pecado original, no podero ver o Reino de Deus.
No podemos nascer sem nossos pais. Assim, quem so os pais do
bem, que nos do o segundo nascimento como filhos sem pecado original,
capazes de entrar no Reino de Deus?
Seria impossvel a maus pais, com pecado original, dar nascimento a
filhos do bem, sem pecado original. Naturalmente, no podemos esperar
encontrar pais do bem entre os homens decados. Tais pais devem descer
do Cu. Jesus era o Verdadeiro Pai da humanidade, que tinha vindo dessa
maneira. Em outras palavras, ele veio como o Verdadeiro Pai, a fim de
realizar o Reino do Cu na Terra, fazendo renascer os homens decados
como filhos do bem, sem pecado original.
Por isso est escrito (I Pe 1.3): ... por sua grande misericrdia, nos
gerou de novo para uma viva esperana, pela ressurreio de Jesus Cristo
dentre os mortos. Jesus veio como o Verdadeiro Pai, a posio que Ado
no tinha realizado. por isto que a Bblia diz que Jesus o segundo Ado
(I Co 15.45); que ele o pai eterno (Is 9.6); e que Deus enviaria o profeta
Elias de novo e faria com que ele convertesse os coraes dos filhos
(homens decados) para seu pai (Jesus), de modo que eles pudessem

154 - PRINCPIO DIVINO

tambm tornar-se seus filhos (Ml 4.6). Est tambm escrito que Jesus h
de voltar com seus anjos, na glria de seu Pai (Mt 16.27).
Contudo, um pai sozinho no pode ter filhos. Deve haver uma Verdadeira
Me com o Verdadeiro Pai, a fim de darem renascimento aos filhos
decados como filhos do bem. Ela o Esprito Santo. por isso que Jesus
disse a Nicodemos que quem no nascer de novo pelo Esprito Santo no
pode entrar no Reino de Deus (Jo 3.5).
H muitos que recebem revelaes indicando que o Esprito Santo um
esprito feminino porque veio como a Verdadeira Me, isto , a segunda
Eva. Outrossim, j que o esprito Santo um esprito feminino, no
podemos nos tornar noivas de Jesus a menos que recebamos o Esprito
Santo. Assim, o Esprito Santo o esprito feminino, que consola e guia os
coraes do povo (I Co 12.3). Ela tambm purifica os pecados do povo a
fim de restaur-los, indenizando assim o pecado cometido por Eva. Jesus,
sendo masculino, est trabalhando no Cu (positividade), ao passo que o
Esprito Santo, sendo feminino, est trabalhando na Terra (negatividade).
(2) Jesus e o Esprito Santo do Ponto de Vista das Essencialidades
Duais do Logos
Logos uma palavra grega que significa Verbo ou Lei. Est escrito (Jo
1.1) que o Logos est na posio objetiva com respeito a Deus. Entretanto,
j que Deus, como sujeito do Logos, contm essencialidades duais em Si
mesmo, o Logos, como Seu objeto, deve tambm conter essencialidades
duais. Se o Logos existisse sem essencialidades duais, as coisas da
criao, que foram feitas por meio do Logos (Jo 1.3) tampouco teriam
essencialidades duais. Ado e Eva eram os objetos substanciais de Deus,
divididos das essencialidades duais do Logos (cf. Parte I, Captulo I, Seo
I, 1).
Se Ado se tivesse tornado a rvore da Vida, como varo que realizou o
ideal da criao, e Eva, simbolizada pela rvore da Cincia do Bem e do
Mal, como mulher, tivesse realizado o ideal da criao em si mesma, e se
eles tivessem chegado a ser os Verdadeiros Pais da humanidade, ento as
trs grandes bnos de Deus para com o homem teriam se cumprido,
permitindo a realizao do Reino do Cu na Terra. Contudo, devido sua
queda, o mundo se tornou um inferno na Terra. Portanto, Jesus veio como
o Verdadeiro Pai da humanidade, com a misso da rvore da Vida (Ap
22.14), isto , como o segundo Ado (I Co 15.45). Ento, apenas lgico
que viesse a Verdadeira Me da humanidade, com a misso de rvore da
Cincia do Bem e do Mal (Ap 22.17), isto , a segunda Eva. O Esprito
Santo veio como a Verdadeira Me que daria renascimento aos homens
decados.

155 - PRINCPIO DIVINO

(3) O Renascimento Espiritual por meio de Jesus e do Esprito Santo


Uma criana nasce por meio do amor de seus pais. Como est escrito (I
Co 2.3), quando chegamos a crer em Jesus como o Salvador por meio da
inspirao do Esprito Santo, recebemos o amor dos Verdadeiros Pais
espirituais, proveniente da ao de dar e receber entre Jesus, o Verdadeiro
Pai espiritual, e o Esprito Santo, a Verdadeira Me espiritual. Ento, por
meio deste amor, nova vida infundida naqueles que crem em Cristo, e
cada um renasce em um novo eu espiritual. Isto se chama renascimento
espiritual.
O homem caiu tanto espiritual como fisicamente. Portanto, deve eliminar
at mesmo o pecado original, atravs do renascimento fsico. Por isso
Cristo deve voltar para realizar a salvao fsica do homem nascendo na
Terra.
2. TRINDADE
De acordo com o Princpio da Criao, a finalidade da criao de Deus s
pode ser realizada por meio do fundamento de quatro posies, que se
estabelece pela formao das trs finalidades objetivas atravs da ao de
origem, diviso e unio. Por conseguinte, a fim de cumprir a finalidade da
criao, Jesus e o Esprito Santo devem estabelecer o fundamento de
quatro posies centralizado em Deus, tornando-se um s corpo unificado
por meio da ao de dar e receber, cada um como objeto de Deus,
substancialmente divididos de Suas essencialidades duais. Dessa maneira,
Jesus e o Esprito Santo se unem em um s corpo centralizado em Deus; a
isto se chama Trindade.
Originalmente, a finalidade de Deus ao criar Ado e Eva era formar uma
Trindade, unindo-os em um s corpo em amor como Verdadeiros Pais da
humanidade, estabelecendo assim o fundamento de quatro posies
centralizado em Deus. Se eles tivessem se aperfeioado sem a queda,
formando uma trindade como Verdadeiros Pais centralizados em Deus e
tivessem multiplicado filhos do bem, todos os seus descendentes teriam
crescido at chegar a ser casais do bem, centralizados em Deus, cada par
formando uma trindade com Deus. Naturalmente, o Reino do Cu na Terra
teria sido realizado centralizando-se no primeiro casal humano, de acordo
com a realizao das trs grandes bnos de Deus para com eles.
Contudo, devido queda, Ado e Eva fizeram o fundamento de quatro
posies centralizado em Satans resultando assim em uma trindade
centralizada em Satans. Portanto, seus descendentes tambm formaram
trindades centralizadas em Satans e produziram uma sociedade humana
corrupta.

156 - PRINCPIO DIVINO

Portanto, Deus deve trabalhar para fazer com que todos os homens
decados venham a nascer de novo por meio dos Verdadeiros Pais da
humanidade, Jesus e o Esprito Santo, um como o segundo Ado e a outra
como a segunda Eva, assim, levando todos a formar uma trindade
centralizada em Deus. No entanto, por causa da morte indevida de Jesus,
ele e o Esprito Santo cumpriram somente a misso de Verdadeiros Pais
espirituais, formando a trindade espiritual centralizada em Deus. Visto que
Jesus e o Esprito Santo empreenderam somente a misso do renascimento
espiritual, os santos ainda permanecem na posio de seus filhos
espirituais, tendo sido restaurados por meio da trindade espiritual.
Cristo deve voltar em carne, para que possa tornar-se o Verdadeiro Pai,
tanto espiritual como fisicamente, formando a Trindade substancial
centralizada em Deus.
Ele ento, dando aos homens decados
renascimento tanto espiritual quanto fsico, far com que todos eles formem
(por casais) trindades substanciais centralizadas em Deus, depois de terem
exterminado o pecado original. Quando os homens decados tiverem
estabelecido o fundamento de quatro posies na forma original
centralizado em Deus, ento o Reino do Cu na Terra ser restaurado por
meio da realizao das trs grandes bnos de Deus para com o homem.

157 - PRINCPIO DIVINO

PARTE II

158 - PRINCPIO DIVINO

Introduo

A providncia da restaurao significa a providncia de Deus para


restaurar o homem decado ao seu estado original dotado na criao,
realizando assim a finalidade da criao. Como j foi demonstrado na Parte
I, o homem caiu no nvel de perfeio do estgio de crescimento, e da por
diante tem permanecido sob o domnio de Satans. A fim de restaurar tais
homens, Deus deve primeiro operar a providncia de separar Satans do
homem.
Como foi tratado em detalhe na Cristologia, para que o homem decado
possa ser separado de Satans e restaurado a seu estado original, anterior
queda, ele deve remover o pecado original. No entanto, o homem no
pode remover o pecado original, a menos que nasa de novo por meio do
Messias como seu Verdadeiro Pai. Portanto, o homem decado, tendo sido
separado de Satans, deve primeiro restaurar a si mesmo ao nvel de
perfeio do estgio de crescimento, isto , ao padro que Ado e Eva
tinham crescido. Nesse fundamento ele pode receber o Messias e, pelo
renascimento, ser restaurado posio antes da queda de Ado e Eva.
Ento, finalmente ele vir a cumprir a finalidade da criao. J que a
providncia da restaurao a providncia de recriar o homem, de forma
que ele possa cumprir a finalidade da criao, Deus deve operar a
providncia de acordo com o Princpio. O princpio por meio do qual
operada a restaurao chama-se princpio da restaurao. Investiguemos
tambm como se realiza a providncia da restaurao.
I. Princpio da Restaurao por Indenizao
1. RESTAURAO POR INDENIZAO
Antes de discutir as questes com respeito ao princpio da restaurao
por indenizao, devemos primeiro saber em que posio o homem, devido
queda, est colocado, em relao tanto a Deus como a Satans.
Originalmente, se os primeiros antepassados humanos tivessem se
aperfeioado sem ter cado, unindo-se com Deus em corao, estariam na
posio em que poderiam comunicar-se com Deus. No entanto, devido
queda, por meio de seu relacionamento de sangue com Satans, foram
colocados em uma posio na qual teriam que tratar com Satans tambm.
Por conseguinte, Ado e Eva que, embora com o pecado original depois da
queda no tinham ainda feito nada de bem ou de mal, estavam colocados

159 - PRINCPIO DIVINO

na posio de meio caminho entre Deus e Satans, na qual podiam tratar


com ambos. Seus descendentes estavam colocados na mesma posio de
meio caminho. Conseqentemente, as pessoas da sociedade decada que
levam uma vida conscienciosa no podem ser conduzidas para o inferno
nem mesmo por Satans, embora no tenham f em Jesus, j que esto na
posio de meio caminho. Por outro lado, por mais conscienciosa que seja
sua vida, Deus no pode lev-las para o Paraso, a menos que acreditem
em Jesus. Por isto, tais homens espirituais tm que permanecer no mundo
espiritual de meio caminho, que no nem o Paraso nem o Inferno.
Como, pois, Deus separa Satans dos homens decados que esto na
posio de meio caminho? Satans domina o homem decado, com o qual
tem um relacionamento de sangue, de maneira que nem Deus pode
restaurar o homem para o lado do Cu incondicionalmente, a menos que o
prprio homem estabelea condies que possibilitem a Deus exig-lo.
Satans, da mesma maneira, no pode levar o homem para o Inferno
incondicionalmente, a menos que haja alguma condio no prprio homem
por meio da qual Satans possa invadi-lo. Assim, o homem decado pode
colocar-se do lado de Deus quando ele mesmo estabelece boas condies,
ao passo que pode colocar-se do lado de Satans quando estabelece ms
condies.
Foi com a finalidade de colocar Ado e Eva em posio na qual Deus
pudesse operar a providncia da restaurao pelo fato de oferecer
sacrifcios aceitveis, que Deus mandou que eles oferecessem sacrifcios,
quando a famlia de Ado estava na posio de meio caminho. Contudo,
Caim matou seu irmo Abel, produzindo, ao contrrio, a condio que
permitiu a Satans invadi-los. Deus enviou Jesus aos homens decados
para que pudessem colocar-se no lado celeste, crendo nele. Contudo,
contra a vontade de Deus, no creram em Jesus, e assim permaneceram do
lado de Satans. A est o motivo pelo qual Jesus chamado mestre do
juzo, como tambm Salvador.
Que significa, ento, restaurao por indenizao? Quando alguma
coisa perde sua posio ou estado original, certas condies devem ser
estabelecidas para que a posio ou o estado original possa ser restaurado.
O estabelecimento de tais condies chamado indenizao. Por
exemplo: para restaurar a honra, a posio ou a sade perdidas, devemos
estabelecer as necessrias condies de esforos sinceros, bons
qualificativos e cuidados mdicos suficientes. Suponhamos que haja duas
pessoas que se amavam, mas que agora esto em maus termos. Para que
eles restaurem o estado original de amar-se um ao outro, devem
estabelecer a condio de se desculparem um ao outro.
De maneira semelhante, o homem, que perdeu sua posio ou estado
original dotado na criao, deve estabelecer condies necessrias a fim de

160 - PRINCPIO DIVINO

restaurar a si mesmo. Este ato de restaurar a posio ou estado original


dotado na criao chamado restaurao por indenizao. A condio a
ser estabelecida para a restaurao por indenizao e chamada condio
de indenizao.
Alm disto, a providncia de restaurar homens decados sua posio
original dotada na criao pelo estabelecimento da condio de
indenizao chamada providncia da restaurao por indenizao. At
que grau devemos estabelecer a condio de indenizao? Podemos dar os
trs seguintes casos:
O primeiro estabelecer a condio de indenizao na mesma quantia,
isto , restaurar o estado original estabelecendo a condio em um valor
idntico ao que foi perdido da posio e estado originais. Por exemplo: a
compensao ou pagamento pertence a esta categoria. Est escrito (Ex
21.23-25):

"Se houver algum dano, ento dars vida por vida, olho por olho, dente
por dente, mo por mo, p por p, queimadura por queimadura, ferida
por ferida, golpe por golpe."
referindo-se a esta espcie de condio de indenizao.
O segundo, o caso do estabelecimento da condio de indenizao por
um preo menor, isto , restaurando o estado original mediante o
estabelecimento da condio em um valor menor do que aquele
originalmente perdido. Por exemplo, podemos mencionar o caso da
liquidao da quantia total de uma dvida pela graa do credor ao devedor
de uma grande soma. De acordo com este princpio, recebemos o grande
benefcio da salvao (ressurreio depois da morte espiritual), idntica de
Jesus, estabelecendo a condio de indenizao de crer na redeno pela
cruz. Podemos restaurar a posio de ter nascido de novo por meio de
Jesus e do Esprito Santo estabelecendo a condio de indenizao pelo
batismo meramente espargindo algumas gotas de gua sobre nossas
cabeas. Alm disto, podemos receber o valioso mrito de comer o corpo
de Jesus e beber seu sangue simplesmente tomando um pedao de po e
um clice de vinho no Sacramento da Sagrada Comunho. Estes so
exemplos de indenizao menor.
O terceiro modo fixar a condio de indenizao em um preo maior do
que foi originalmente perdido. Isto significa que, quando algum tiver
anteriormente falhado em satisfazer a condio de indenizao de um preo
menor, poder restaurar o estado original estabelecendo uma condio de
indenizao em um preo maior. Por exemplo: Abrao, depois de falhar na
oferta dos sacrifcios do pombinho, carneiro e novilha, teve que oferecer seu
nico filho Isaac por causa do preo adicional da condio de indenizao.
Nos dias de Moiss, quando os israelitas falharam em cumprir a vontade de

161 - PRINCPIO DIVINO

Deus nos 40 dias de espionagem na terra de Cana, sua condio de


indenizao aumentou e tiveram que vagar pelo deserto durante 40 anos,
calculados na base de um ano para cada dia (Nm 14.34).
Por que, pois, temos que estabelecer uma condio maior, quando
estabelecemos a condio de indenizao pela segunda vez? Isto assim
porque, quando uma figura central na providncia deve fixar a condio de
indenizao novamente, necessita incluir o que foi deixado sem terminar,
por causa do fracasso dos personagens anteriores, alm do que ele mesmo
tinha que estabelecer originalmente.
O que devemos saber a seguir como estabelecer a condio de
indenizao. Quando vamos restaurar qualquer coisa ao seu estado original
partindo da circunstncia atual de ter sido pervertida da posio e estado
originais, devemos estabelecer uma condio de indenizao tomando um
curso que inverta aquilo pelo qual passamos. Por exemplo: a nao
escolhida de Israel tem sido punida pelo pecado de ter rejeitado Jesus e de
t-lo crucificado. Por conseguinte, para que sejam restaurados posio de
eleitos, tendo sido salvos do pecado, devem inverter sua posio, amar
Jesus e at mesmo levar a cruz e segui-lo (Lc 14.27). Esta a razo pela
qual o Cristianismo tornou-se uma religio de martrio. Outro exemplo: o
homem causou aflio a Deus rebelando-se contra Ele e caindo na
corrupo. Portanto, para ser restaurado por indenizao, o homem deve
inverter sua natureza decada e consolar a Deus, restaurando-se ao estado
de homem da natureza original dotada na criao, praticando a vontade de
Deus. O primeiro Ado rebelou-se contra Deus, obrigando assim seus
descendentes a carem no seio de Satans. Jesus, que veio como o
segundo Ado, tinha, portanto, que servir e honrar a Deus a partir da
posio de ser abandonado por Ele, a fim de poder restaurar a humanidade
do seio de Satans para o de Deus. Aqui se encontra o complexo motivo
porque Deus teve que abandonar Jesus quando foi crucificado (Mt 27.46).
Visto deste ngulo, at mesmo o cdigo penal de uma nao um mtodo
de estabelecer a condio de indenizao para manter a segurana e a
ordem da nao, impondo o castigo aos criminosos.
Quem deve estabelecer a condio de indenizao? Como esclarecemos
no Princpio da Criao, o homem originalmente deveria dominar at os
anjos, depois de ter-se aperfeioado pela realizao de sua poro de
responsabilidade. Os primeiros antepassados humanos falharam em faz-lo
e, ao contrrio, caram sob a dominao de Satans. Portanto, para que o
homem seja restaurado posio de dominar Satans a partir da posio
de estar sob sua dominao, o prprio homem deve estabelecer a devida
condio de indenizao mediante o cumprimento de sua prpria poro de
responsabilidade.

162 - PRINCPIO DIVINO

2. FUNDAMENTO PARA RECEBER O MESSlAS


O Messias deve vir como Verdadeiro Pai da humanidade. Deve vir como
Verdadeiro Pai porque deve resgatar a humanidade, nascida de pais
decados, do pecado original (cf. Parte I, Captulo Vll, Seo IV, 1[1]). Para
que os homens decados sejam restaurados ao estado dos homens originais
da criao, devem receber o Messias sobre o fundamento para receber o
Messias, e assim eliminar seu pecado original.
Assim, que espcie de condio de indenizao deve ser estabelecida
para que os homens decados possam fazer o fundamento para receber o
Messias? Para conhecer isto, devemos primeiro saber de que modo Ado
falhou em cumprir a finalidade da criao. A condio de indenizao deve
ser estabelecida por meio de um processo que venha a inverter o processo
pelo qual ele perdeu sua posio e estado originais.
Ado deveria estabelecer duas condies a fim de realizar a finalidade da
criao. Primeiramente, deveria fazer o fundamento de f, isto , ele devia
ter obedecido ao mandamento de Deus de no comer o fruto da rvore da
Cincia do Bem e do Mal. Depois, Ado deveria ter passado por seu
perodo de crescimento, tempo durante o qual deveria cumprir a sua prpria
poro de responsabilidade, estabelecendo esta condio de f. Entretanto,
este perodo representa algum nmero de significado divino. Portanto, este
perodo pode tambm chamar-se o perodo para completar o nmero.
A segunda condio que Ado deveria estabelecer para realizar a
finalidade da criao era fazer o fundamento de substncia (encarnao).
Se Ado tivesse estabelecido o fundamento de f, passando por seu
perodo de crescimento com f e obedincia ao mandamento de Deus,
poderia ter-se unido em um s corpo com Deus sobre aquele fundamento.
Em outras palavras, poderia ter estabelecido o fundamento de substncia
(encarnao), realizando assim a perfeita encarnao do Verbo, tendo
alcanado a natureza original da criao (Jo 1.14). Ado poderia ter
alcanado o estado de homem de individualidade aperfeioada, o qual era a
primeira bno de Deus para com o homem. Naturalmente, o homem
decado deve colocar o fundamento de substncia (encarnao) sobre o
fundamento de f, atravs do mesmo processo, antes de estabelecer o
fundamento para receber o Messias.
(1) Fundamento de F
Ado caiu devido sua desobedincia ao mandamento de Deus, e assim
falhou em estabelecer o fundamento de f. Tendo ento sido incapaz de
tornar-se a perfeita encarnao do Verbo, no pde atingir a finalidade da
criao. Por conseguinte, a fim de que os homens decados sejam

163 - PRINCPIO DIVINO

restaurados para a base na qual possam cumprir a finalidade da criao,


devem primeiro restaurar, por indenizao, o fundamento de f que os
primeiros antepassados humanos fracassaram em estabelecer. Antes de
restaurarem o fundamento de f, devem estabelecer as trs seguintes
condies de indenizao:
Primeiramente, deve haver uma figura central com a qual se possa
trabalhar. J que Ado caiu sem se tornar a pessoa a estabelecer o
fundamento de f, at o presente Deus tem procurado uma figura central
capaz de restaurar o fundamento de f. Foi por causa da inteno de Deus
de estabelecer tais figuras centrais que Ele ordenou que Caim e Abel
oferecessem sacrifcios na famlia de Ado, e tambm chamou No, Abrao,
Isaac, Jac, Moiss, os reis e Joo Batista.
Em segundo lugar, para restaurar o fundamento de f deve haver objetos
condicionais. Por no crer, Ado anulou a palavra de Deus, que Ele lhe
havia dado como a condio para estabelecer o fundamento de f. O
homem, que caiu, estava na posio em que no podia receber diretamente
a palavra de Deus para a restaurao do fundamento de f; por isto,
fizeram-se necessrios objetos condicionais em lugar da Palavra. Contudo,
os homens decados estavam situados na posio e estado em que eram
mais enganosos do que todas as coisas (Jr 17.9), de forma que na idade
antes do Velho Testamento os homens deveriam estabelecer o fundamento
de f apresentando como objetos condicionais coisas criadas tais como as
ofertas, ou a arca que substitua as ofertas. Por isso o fundamento de f
pode tambm ser o fundamento para restaurar todas as coisas, que foram
invadidas por Satans por causa da falta de f do homem. Na Idade do
Velho Testamento, os objetos condicionais para estabelecer este
fundamento eram as palavras da Lei ou a arca da aliana, o templo ou as
figuras centrais substituindo a Palavra. Alm disso, na Idade do Novo
Testamento, o Evangelho e Jesus, que era a Palavra em substncia, eram
os objetos condicionais para estabelecer o fundamento de f. Tais objetos
condicionais, que se fizeram necessrios depois da queda humana, so
para a restaurao do fundamento de f, do ponto de vista do lado do
homem. Mas, do ponto de vista do lado de Deus, isto para decidir a
posse.
Em terceiro lugar, os homens decados devem ter um perodo
matemtico de indenizao. Por que, pois, deve haver um perodo
matemtico de indenizao na providncia e o que ele significa? Isto ser
tratado em detalhe mais adiante (cf. Parte II, Captulo III, Seo II, 4).

164 - PRINCPIO DIVINO

(2) Fundamento de Substncia


Para que o homem decado possa cumprir a finalidade da criao, deve
realizar a perfeita encarnao da Palavra que os primeiros antepassados
humanos falharam em cumprir, no fundamento de f restaurado. No entanto
os homens decados jamais podero tornar-se a perfeita encarnao sem
eliminar o pecado original atravs do Messias. O homem decado no pode
receber o Messias at que se encontre no fundamento para receber o
Messias, que deve ser realizado pelo estabelecimento do fundamento de
substncia sobre o fundamento de f restaurado. O homem decado pode
tornar-se uma perfeita encarnao (substncia) somente depois de tirar seu
pecado original por meio do Messias, restaurando a posio antes da queda
dos primeiros antepassados humanos, e tornando-se um s corpo com o
Messias, centralizado no corao de Deus; e finalmente passando pelo
perodo de crescimento, o qual o primeiro casal humano deixou sem cumprir
devido sua queda.
Mesmo ao fazer o fundamento de substncia, h certas condies de
indenizao que o homem decado deve estabelecer, isto , a condio de
indenizao para eliminar a natureza decada. O primeiro casal humano
veio a ter o pecado original devido queda, falhando em realizar a natureza
original dotada na criao, vindo a possuir natureza decada. Portanto, para
que um homem decado estabelea o fundamento de substncia para a
restaurao de sua natureza original mediante a eliminao de seu pecado
original atravs do Messias, deve primeiro estabelecer a condio de
indenizao para eliminar a natureza decada. Como estabelecer tais
condies ser tratado depois (cf. Parte II, Captulo I, Seo I, 2).
II. Curso da Providncia da Restaurao
AS IDADES NO CURSO DA PROVIDNCIA DA RESTAURAO
Apresentaremos um panorama geral das idades em todo o curso da
histria, desde os tempos de Ado at o presente.
A providncia de Deus para realizar sua finalidade da criao, conduzindo
o homem decado a fazer o fundamento para receber o Messias, sobre o
qual pudesse receb-lo, iniciou-se com a famlia de Ado. Contudo, o fato
de ter Caim matado Abel frustrou a providncia, e a vontade de Deus foi
mudada para a famlia de No, depois de dez geraes.
O objetivo de julgar a gerao m por um dilvio de 40 dias foi cumprir a
providncia da restaurao, fazendo com que a famlia de No
estabelecesse o fundamento em um nvel de famlia para receber o
Messias. Devido queda de Cam, as dez geraes e os 40 dias que Deus

165 - PRINCPIO DIVINO

havia fixado para eleger a famlia de No com a arca, foram invadidos por
Satans.
A vontade de Deus transferiu-se ento para Abrao, depois dos 400 anos,
que foram o perodo para restaurar para o lado celeste, por meio de
indenizao, todas as condies perdidas. Se Abrao tivesse estabelecido
corretamente o fundamento em nvel de famlia para receber o Messias, o
fundamento em nvel nacional para receber o Messias poderia ter sido
estabelecido centralizando-se no nvel de famlia. Ento, sob o fundamento
em nvel nacional, ele poderia ter recebido o Messias. Contudo, a Vontade
foi novamente frustrada pela falha de Abrao nas ofertas simblicas. Por
isso o perodo de dois mil anos depois de Ado, tempo este durante o qual
Deus tinha procurado o pai da f para receber o Messias, foi invadido por
Satans. Abrao distinguiu-se de No porque, embora tivesse fracassado
na oferta simblica, ele finalmente teve xito em estabelecer em nvel de
famlia o fundamento para receber o Messias, prolongando a durao,
cobrindo trs geraes, incluindo as geraes de Isaac e Jac.
Centralizado neste fundamento, ele multiplicou os eleitos de Deus no Egito,
e mais tarde pde estender nacionalmente o fundamento para receber o
Messias. Por esta razo Abrao chamado o pai da f.
O perodo de dois mil anos de Ado at Abrao pode muito bem ser
chamado a idade para assentar o fundamento sobre o qual iniciar a
providncia da restaurao estabelecendo Abrao como o pai da f. por
isto que se diz que a obra da providncia da restaurao comeou com
Abrao.
Devido falha de Abrao na oferta simblica, o perodo de dois mil anos
de Ado at Abrao foi invadido por Satans.
Portanto deve seguir o
perodo para restaurar por indenizao este perodo perdido de volta para o
lado celeste; este o perodo de dois mil anos de Abrao at a vinda de
Jesus. Se Abrao no tivesse falhado na oferta simblica, o Messias
poderia ter vindo no fundamento para receber o Messias em nvel nacional
que teria sido estabelecido por seus descendentes. Assim, a providncia
da restaurao teria sido completada naquele tempo. Da mesma maneira,
se o povo judeu tivesse estabelecido Jesus como um sacrifcio vivo perante
Deus, crendo nele e a ele servindo, a providncia da restaurao poderia ter
sido completada naquele tempo centralizando-se no Messias, que j viria no
fundamento em nvel nacional estabelecido por eles.
No entanto, o povo judeu falhou na oferta em nvel nacional crucificando
Jesus, assim como Abrao havia falhado na oferta simblica. Por isso o
perodo de dois mil anos desde Abrao at Jesus foi novamente invadido
por Satans. Assim, houve a necessidade de um outro perodo de dois mil
anos para restaurar por indenizao o perodo perdido de dois mil anos, de
volta para o lado celeste; e este o perodo de dois mil anos desde Jesus

166 - PRINCPIO DIVINO

at os dias de hoje. Durante este perodo os cristos devem estabelecer o


fundamento em nvel mundial para receber o Senhor do Segundo Advento,
na providncia da restaurao atravs da cruz.
III. Diviso das Idades no Curso da Providncia da Restaurao
1. DIVISO DAS IDADES DO PONTO DE VlSTA DA PROVIDNCIA DE
ACORDO COM A PALAVRA
A. O perodo de dois mil anos desde Ado at Abrao foi o perodo em
que o homem ainda no podia estabelecer a condio de indenizao que
lhe permitiria receber a palavra de Deus diretamente para a providncia da
restaurao. Deste modo, este foi o perodo em que o homem decado
estabeleceu o fundamento para o perodo seguinte, quando a providncia
por meio da Palavra seria possvel, simplesmente estabelecendo a condio
de indenizao por meio de ofertas. Por isso tal perodo chama-se idade
providencial para o fundamento da Palavra.
B. O perodo de dois mil anos de Abrao at Jesus foi o perodo no qual
o nvel espiritual e o grau do intelecto do homem cresceram para o estgio
de formao por meio da Palavra do Velho Testamento. Por isso este
perodo chama-se Idade do Velho Testamento no estgio de formao.
C. O perodo de dois mil anos de Jesus at o perodo do segundo
advento o perodo em que o nvel espiritual e intelectual do homem deve
desenvolver-se at o estgio de crescimento por meio da Palavra do Novo
Testamento. Por isso este perodo chama-se Idade do Novo Testamento
no estgio de crescimento.
D. O perodo para a finalizao da providncia da restaurao depois do
segundo advento o perodo em que o nvel espiritual e intelectual do
homem deve crescer atravs do estgio de aperfeioamento, por meio da
Palavra do Completo Testamento. Por isso este perodo chama-se Idade
do Completo Testamento no estgio de aperfeioamento.
2. DIVISO DAS IDADES DO PONTO DE VlSTA DA PROVIDNCIA DA
RESSURREIO
A. O perodo de dois mil anos de Ado at Abrao foi o perodo em que o
homem estabeleceu, por meio de ofertas, o fundamento para a Idade do
Velho Testamento, possibilitando a futura providncia da ressurreio. Por
isso este perodo chama-se idade providencial para o fundamento da
ressurreio.

167 - PRINCPIO DIVINO

B. O perodo de dois mil anos de Abrao at Jesus foi o perodo em que


o homem pde ressuscitar at o estgio de esprito de forma por meio da
Palavra do Velho Testamento e por meio do benefcio da idade na
providncia da ressurreio. Por isso este perodo chama-se idade
providencial para a ressurreio no estgio de formao.
C. O perodo de dois mil anos de Jesus at o segundo advento o
perodo em que o homem ressuscitado at o estgio de esprito de vida,
por meio da Palavra do Novo Testamento e por meio do benefcio da idade
na providncia da restaurao. Por isso este perodo chama-se idade
providencial para a ressurreio no estgio de crescimento.
D. O perodo para a finalizao da providncia da restaurao depois do
segundo advento o perodo em que o homem ressuscitado
completamente at o estgio de esprito divino, por meio da Palavra do
Completo Testamento e por meio do benefcio da idade na providncia da
restaurao. Por isso este perodo chama-se a idade providencial para a
ressurreio no estgio de aperfeioamento.
3. DIVISO DAS IDADES DO PONTO DE VISTA DA PROVIDNCIA DA
RESTAURAO POR INDENIZAO
A. O perodo de dois mil anos de Ado at Abrao foi o perodo em que o
homem estabeleceu o fundamento para a Idade do Velho Testamento,
possibilitando a restaurao por indenizao, de volta para o lado celeste,
do perodo invadido por Satans, estabelecendo a Abrao. Por isso este
perodo chama-se perodo providencial para o fundamento da restaurao
por indenizao.
B. O perodo de dois mil anos de Abrao at Jesus foi o perodo para
restaurar, por indenizao, o perodo de dois mil anos desde Ado (que foi
invadido por Satans devido falha de Abrao nas ofertas) de volta para o
lado celeste, centralizando-se na nao israelita. Por isso este perodo
chama-se idade providencial para a restaurao por indenizao.
C. O perodo de dois mil anos de Jesus at o segundo advento o
perodo para restaurar novamente, por indenizao, o perodo de dois mil
anos da Idade do Velho Testamento (que foi invadido por Satans devido
crucifixo de Jesus) de volta para o lado celeste, centralizando-se nos
cristos.
Por isso este perodo chama-se idade providencial do
prolongamento da restaurao por indenizao.
D. O perodo para a finalizao da providncia da restaurao depois do
segundo advento o perodo para restaurar, por indenizao, todo o curso
da providncia da restaurao, que foi invadido por Satans, completamente

168 - PRINCPIO DIVINO

de volta para o lado celeste. Por isso este perodo chama-se idade
providencial para a finalizao da restaurao por indenizao.
4. DIVISO DAS IDADES DO PONTO DE VlSTA
SO DO FUNDAMENTO PARA RECEBER O MESSIAS

DA

EXTEN-

A. O perodo de dois mil anos de Ado at Abrao foi o perodo em que


Deus fez com que o homem estabelecesse o fundamento para receber o
Messias no nvel familiar, estabelecendo a famlia de Abrao por meio das
ofertas. Por isso este perodo chama-se idade providencial para o
fundamento no nvel de famlia para receber o Messias.
B. O perodo de dois mil anos de Abrao at Jesus foi o perodo em que
Deus se props a estabelecer o fundamento para receber o Messias no
nvel nacional, estabelecendo a nao israelita por meio da Palavra do
Velho Testamento. Por isso este perodo chama-se idade providencial para
o fundamento nacional para receber o Messias.
C. O perodo de dois mil anos de Jesus at o segundo advento o
perodo em que se assenta o fundamento mundial para receber o Messias,
estabelecendo os cristos mundialmente por meio da Palavra do Novo
Testamento. Por isso este perodo chama-se idade providencial para o
fundamento mundial para receber o Messias.
D. O perodo para a finalizao da providncia da restaurao depois do
segundo advento o perodo no qual se completa o fundamento no nvel
macrocsmico para receber o Messias, operando a providncia no nvel
csmico por meio da Palavra do Completo Testamento. Por isso este
perodo chama-se idade providencial para a finalizao do fundamento
csmico para receber o Messias.
5. DIVISO DAS IDADES DO PONTO DE VlSTA
RESPECTIVAS PORES DE RESPONSABILIDADE

DE

SUAS

A. O perodo de dois mil anos de Ado at Abrao foi o perodo em que


Deus estabeleceu o fundamento para a providncia de Sua prpria poro
de responsabilidade, a ser cumprida na idade seguinte do Velho
Testamento. Por isso este perodo chama-se idade providencial para o
fundamento da poro de responsabilidade de Deus.
B. O perodo de dois mil anos de Abrao at Jesus foi o perodo em que
Deus operou a providncia da restaurao no nvel de formao,
centralizando-se nos profetas, assumindo a responsabilidade no princpio de
ter Ele criado o homem, assumindo assim a primeira responsabilidade de
fazer diretamente Satans render-se. Por isso este perodo chama-se
idade providencial para a poro de responsabilidade de Deus.

169 - PRINCPIO DIVINO

C. O perodo de dois mil anos de Jesus at o segundo advento o


perodo em que Jesus e o Esprito Santo, que deveriam cumprir a misso de
Ado e Eva (que so responsveis pela queda), operam a providncia da
restaurao no grau de crescimento entre os homens decados, assumindo
a segunda responsabilidade de fazer Satans render-se. Por isso este
perodo chama-se idade providencial para a poro de responsabilidade de
Jesus e do Esprito Santo.
D. O perodo para a finalizao da providncia da restaurao depois do
segundo advento o perodo em que os santos, tanto na Terra como no
Cu, devero completar a providncia da restaurao, assumindo a terceira
responsabilidade de fazer Satans, o anjo decado, render-se, de acordo
com o Princpio da Criao de que o homem foi feito originalmente para
dominar at mesmo os anjos. Por isso este perodo chama-se idade
providencial para a poro de responsabilidade dos santos.
6. DIVISO DAS IDADES DO PONTO DE VlSTA DA IDENTIDADE DE
TEMPO PROVIDENCIAL
A. O perodo de dois mil anos de Ado at Abrao foi o perodo em que
as condies de indenizao para restaurar o fundamento para receber o
Messias foram estabelecidas simbolicamente. Por isso este perodo chamase idade da identidade de tempo simblica.
B. O perodo de dois mil anos de Abrao at Jesus foi o perodo em que
as condies de indenizao para restaurar o fundamento para receber o
Messias foram estabelecidas em imagem e semelhana. Por isso este
perodo chama-se idade da identidade de tempo em imagem.
C. O perodo de dois mil anos de Jesus at o segundo advento o
perodo em que as condies de indenizao para restaurar o fundamento
para receber o Messias so estabelecidas substancialmente. Por isso este
perodo chama-se idade da identidade de tempo substancial.
IV. A Histria da Providncia da Restaurao e Eu
O corpo individual chamado eu , afinal de contas, um produto da
histria da providncia da restaurao. Este eu, portanto, o personagem
que deve realizar a finalidade para a qual a histria se dirige. Portanto, o
eu deve representar a vontade da histria. Para fazer isto, o eu deve
estabelecer horizontalmente, centralizando-se em mim mesmo, todas as
condies de indenizao que so exigidas pela histria da providncia da
restaurao, atravs de um longo perodo.

170 - PRINCPIO DIVINO

Somente fazendo isto, o eu se torna o fruto desejado pela histria da


providncia da restaurao.
Portanto o eu deve restaurar, por
indenizao, horizontalmente, em minha gerao, centralizando-se em mim
mesmo, todas as misses de todas as idades que os profetas e santos,
eleitos para a finalidade da providncia da restaurao no curso da histria,
deixaram por terminar. Do contrrio, o eu no poder tornar-se o corpo
individual que realizou a finalidade da providncia da restaurao. Para
tornar-se tal vencedor histrico, o eu deve conhecer com exatido o
corao de Deus quando Ele trabalhou com os profetas e santos, o
significado fundamental de Seu chamado e a misso providencial que Ele
lhes confiou.
No existe ningum entre os homens decados que possa realmente
situar-se em tal posio por si mesmo. Por conseguinte, devemos conhecer
todas estas coisas por meio do Senhor do Segundo Advento, que deve vir
como a finalizao da providncia da restaurao. Acreditando nele e
unindo-nos em um s corpo com ele, devemos estar na posio de
estabelecer, horizontalmente, todas as condies verticais de indenizao
da histria da providncia da restaurao.
Desta maneira, o caminho que nossos predecessores, que vieram para
cumprir a vontade de Deus na providncia da restaurao, percorreram at
aqui, o que ns mesmos devemos percorrer novamente hoje. Ademais,
devemos passar at mesmo pelos caminhos por eles no percorridos. Os
homens decados jamais podero encontrar o caminho da vida se no
conhecerem os particulares e o contedo da providncia da restaurao.
Eis aqui o motivo pelo qual devemos conhecer o princpio da restaurao
em detalhe.

171 - PRINCPIO DIVINO

CAPTULO I

Idade Providencial para o


Fundamento da Restaurao

SEO I

Providncia da Restaurao
Centralizando-se na Famlia de Ado

J tratamos (cf. Parte I, Captulo III, Seo II, 1) o fato de que Deus tem
trabalhado para salvar os homens decados, embora a queda humana tenha
sido causada pela falha do prpria homem. A providncia de Deus para
restaurar os homens decados fazendo com que eles estabeleam o
fundamento para receber o Messias comeou com a famlia de Ado.
Como foi tratado na introduo, Ado, devido ao seu relacionamento de
sangue com Satans, foi colocado na posio de meio caminho na qual
podia tratar com Deus ou com Satans. Por conseguinte, para que o
homem decado, na posio de meio caminho, possa ser separado e
afastado de Satans para o lado celeste a fim de estabelecer o fundamento
para receber o Messias, ele deve estabelecer por si mesmo certas
condies de indenizao. Conseqentemente, a famlia de Ado deveria
ter estabelecido a condio de indenizao para restaurar o fundamento de
f e o fundamento de substncia (encarnao) e, sobre o fundamento para
receber o Messias estabelecido automaticamente pelos dois anteriores,
deveria finalmente receber o Messias, antes que pudesse realizar-se a
Providncia da Restaurao.
1. FUNDAMENTO DE F
Primeiro, para que o fundamento de f possa ser estabelecido, deve
haver certos objetos condicionais como o preo para restaur-lo por

172 - PRINCPIO DIVINO

indenizao. Originalmente, Ado, devido sua falta de f, perdeu a


palavra de Deus dada como a condio para estabelecer o fundamento de
f. Conseqentemente, para que Ado, que caiu em uma posio na qual
no podia receber a palavra de Deus diretamente, restaurasse o
fundamento de f, devia ter apresentado certos objetos condicionais
aceitveis vontade de Deus em lugar da Palavra com uma f absoluta.
Este objeto condicional a ser apresentado na famlia de Ado em lugar da
Palavra era a oferta.
Segundo, deve haver uma figura central para restaurar o fundamento de
f mesmo antes de estabelecer o fundamento. A figura central para
restaurar o fundamento de f na famlia de Ado era, naturalmente, o
prprio Ado. Por isso era natural que Ado oferecesse sacrifcios. O fato
de ele o fazer de maneira aceitvel ou no poderia decidir o sucesso ou o
fracasso em estabelecer o fundamento de f.
A narrativa bblica indica que Ado no pde oferecer os sacrifcios, mas,
ao invs, Caim e Abel o fizeram. Qual deve ter sido o motivo? De acordo
com o Princpio da Criao, o homem foi originalmente criado para tratar
somente com um senhor. Portanto Deus no pode operar Sua providncia
no Princpio da Criao com ser algum que esteja na posio de tratar com
dois senhores. Se Deus aceitasse Ado e sua oferta, Satans tambm
procuraria tratar com eles, sobre a base de ter ele um relacionamento de
sangue com Ado. Nesse caso, Ado estaria colocado na posio fora do
princpio de ter que tratar com dois senhores, Deus e Satans. Deus, no
podendo operar tal providncia fora do Princpio, tinha que conduzir a
providncia de dividir Ado, a origem dos dois caracteres do bem e do mal,
em dois seres, isto , o ser que representava o carter bom e o ser que
representava o carter mau. Com esta finalidade, Deus deu dois filhos a
Ado, respectivamente representando o bem e o mal. Ele fez com que cada
um oferecesse sacrifcios, colocando-os nas posies de respectivamente
tratarem com Deus ou com Satans, isto , colocou-os na posio no
Princpio da Criao de tratar com um s mestre.
Ento, quem, entre Caim e Abel, os filhos do mesmo pai, deveria situar-se
na posio de tratar com Deus, como a representao do bem, e quem
deveria situar-se na posio de tratar com Satans, como a representao
do mal?
Tanto Caim como Abel eram frutos da queda de Eva.
Conseqentemente, esta questo devia ser decidida de acordo com o curso
da queda de Eva, que foi a origem da queda.
A queda de Eva consistiu em duas espcies de casos de amor ilcito. O
primeiro foi a queda espiritual por meio do amor com o arcanjo. O segundo
foi a queda fsica por meio do amor com Ado. Ambos, naturalmente, so
iguais no fato de serem aes decadas. Contudo, se quisermos decidir
qual dos dois est conforme o Princpio e mais perdovel, devemos dizer

173 - PRINCPIO DIVINO

que o segundo ato o , mais do que o primeiro. O motivo que o segundo


ato da queda foi aquele no qual Eva teve relao sexual com Ado, que
seria seu esposo no Princpio, por seu desejo de voltar para o lado de Deus,
depois de perceber a natureza ilcita da relao com o arcanjo (cf. Parte I,
Captulo II, Seo II, 2). O primeiro ato da queda foi aquele no qual ela teve
a relao com o arcanjo, que no era seu esposo no Princpio, pelo desejo
excessivo de desfrutar daquilo que, para ela, ainda no era tempo de
desfrutar, isto , de tornar-se como Deus, com seus olhos abertos (Gn 3.5).
Caim e Abel eram os frutos do amor ilcito de Eva. Portanto, Deus tinha
que discriminar condicionalmente entre os dois tipos de atos ilcitos de amor
cometidos centralizando-se em Eva, e tinha que estabelecer Caim e Abel
nas posies respectivas que representavam diferentes situaes. Isto ,
Caim, sendo o fruto do primeiro amor, foi colocado na posio de tratar com
Satans, como a representao do mal, simbolizando o primeiro ato decado
de amor com o arcanjo. Abel, sendo o fruto do segundo amor, foi colocado
na posio de tratar com Deus, como a representao do bem,
simbolizando o segundo ato decado de amor com Ado.
Originalmente havia uma norma no Princpio que estabelecia que o
primeiro filho adquiria o direito de primogenitura. Desta forma, Satans
tambm tinha mais apego ao mais velho do que ao mais novo. Ademais,
Satans, estando na posio de dominador do mundo criado, tinha a
inteno de tomar Caim, ao qual tinha maior apego. Por isso Deus tomou
Abel.
Citemos um exemplo da Bblia. Deus disse a Caim: Se no fizeres bem,
o pecado jaz porta (Gn 4.7). Disto podemos deduzir que Caim estava
colocado em uma posio de tratar com Satans. Quando os israelitas
fugiram do Egito, Deus feriu no somente todos os primognitos dos
egpcios, mas tambm os de seus animais (x 12.29), porque estavam
todos na posio de objetos de Satans (posio de Caim). Por outro lado,
quando os israelitas foram restaurados a Cana, somente os levitas, que
estavam na posio do segundo filho, Abel, podiam levar a Arca da Aliana
(Dt 31.25). H tambm um testemunho bblico declarando que Deus amou
ao segundo filho Jac e odiou ao primeiro filho Esa, enquanto ainda
estavam no ventre da me (Gn 25.23). O motivo que somente a distino
de ser o primognito ou o segundo filho justificava suas respectivas
posies de Caim e Abel. No caso da bno de Jac para seus netos,
Efraim e Manasss, ele os abenoou cruzando as mos e colocando a mo
direita sobre a cabea de Efraim, o neto mais novo, a quem queria dar
prioridade (Gn 48.14). O motivo era tambm porque Efraim estava na
posio de Abel. De acordo com este princpio, Deus ordenou que Abel e
Caim oferecessem sacrifcios, tendo-os estabelecido respectivamente nas

174 - PRINCPIO DIVINO

posies em que cada um podia tratar somente com um senhor, Deus ou


Satans (Gn 4.3-5).
Deus aceitou a oferta de Abel e rejeitou a de Caim. Qual deve ter sido a
razo? Deus aceitou a oferta de Abel (Gn 4.4) porque ele ofereceu o
sacrifcio aceitvel vontade de Deus, de boa f, na posio objetiva na
qual Deus podia receb-lo (Hb 11.4). Deste modo, o fundamento de f, que
devia ser feito na famlia de Ado, foi estabelecido. Isto foi tambm para
ensinar-nos que Deus est pronto a aceitar qualquer homem, mesmo
decado, se estabelecer uma condio favorvel que possibilite a Deus
receb-lo. No foi porque Deus realmente odiasse Caim que Ele rejeitou a
oferta de Caim. Foi porque Deus no podia aceitar sua oferta, a menos que
o prprio Caim estabelecesse certa condio que justificasse a aceitao
da oferta, pois Caim estava colocado em uma posio na qual podia ser
tomado por Satans.
Por este exemplo Deus nos demonstrou que, para que um homem, na
posio de objeto de Satans, volte para o lado de Deus, deve estabelecer
certa condio de indenizao. Que espcie de condio de indenizao
devia Caim ter estabelecido? Era a condio de indenizao para eliminar a
natureza decada, que discutiremos em detalhe mais adiante.
2. FUNDAMENTO DE SUBSTNCIA
Para que a famlia de Ado estabelecesse o fundamento de substncia,
Caim teria que ter estabelecido a condio de indenizao para eliminar a
natureza decada, de modo que Deus pudesse aceitar sua oferta com
alegria. Como, pois, deveria ele ter estabelecido a condio de indenizao
para eliminar a natureza decada?
Os primeiros antepassados humanos caram pelo arcanjo, herdando
assim sua natureza decada. Por isso, para que o homem decado
dominasse a natureza decada, devia ter estabelecido a condio de
indenizao, de acordo com o princpio da restaurao por indenizao,
tomando o curso inverso ao caminho no qual obteve a natureza decada.
O arcanjo caiu por falhar em amar Ado, a quem Deus amava mais. Por
isso surgiu a natureza decada de no tomar a mesma posio de Deus.
Conseqentemente, para eliminar esta natureza decada, Caim, que estava
na posio do arcanjo, devia ter amado a Abel, que estava na posio de
Ado, tomando assim a mesma posio de Deus.
Ademais, o arcanjo caiu porque falhou em receber o amor de Deus
atravs de Ado, que estava mais perto de Deus, como mediador. O
arcanjo, ao invs, se props tomar a posio de Ado. Por isso surgiu a
natureza decada de no guardar a prpria posio. Conseqentemente,
para eliminar esta natureza decada, Caim, que estava na posio do

175 - PRINCPIO DIVINO

arcanjo, devia ter tomado a posio de receber o amor de Deus atravs de


Abel, que estava na posio de Ado, como mediador, para que pudesse
manter sua posio.
Depois, o arcanjo caiu por sua dominao de Ado e Eva, os quais
deveriam domin-lo. Por isso surgiu a natureza decada de inverter o
domnio. Conseqentemente, para que o homem eliminasse esta natureza
decada, Caim, que estava na posio do arcanjo, devia ter estabelecido a
lei e o sistema de dominao, pondo-se na posio de obedecer a Abel, que
estava na posio de Ado, e de ser dominado por ele.
A vontade do bem de que o homem no comesse do fruto da rvore da
Cincia do Bem e do Mal devia ter sido transmitida por Deus a Ado, por
Ado a Eva e por Eva ao arcanjo, assim multiplicando o bem. Contudo, ao
contrrio, o arcanjo transmitiu a Eva a vontade de iniqidade de que o fruto
podia ser tomado e comido, e da Eva transmitiu isto a Ado, assim
causando a queda humana. Por isso surgiu a natureza decada de
multiplicar os pecados. Para eliminar este tipo de natureza decada, Caim,
que estava na posio do arcanjo, devia ter estabelecido a posio de
multiplicar o bem, pondo-se na posio relativa a Abel, que estava mais
perto de Deus do que ele, recebendo a vontade do bem atravs de Abel.
Vejamos agora vrios exemplos correspondentes s ofertas de Caim e
Abel. Em nosso corpo individual, nossa mente, que nos dirige para o bem
(Rm 7.22), est na posio de Abel, ao passo que nosso corpo, que tende a
servir a lei do pecado (Rm 7.25), est na posio de Caim.
Conseqentemente, nosso corpo individual s pode tornar-se bom quando
obedecer ao comando de nossa mente. Contudo, na realidade, nosso corpo
sempre se rebela contra o comando de nossa mente, repetindo assim a
mesma ao em que Caim matou Abel. Por isso, nosso corpo individual se
torna mau. Deste modo, a vida de religio pode ser chamada a vida para
fazer nosso corpo obedecer nossa mente, dirigindo-se para a vontade de
Deus, tal como Caim devia ter obedecido a Abel. Ademais, o homem caiu
na posio de ser enganoso mais do que todas as coisas (Jr 17.9); assim,
ele devia ir perante Deus somente atravs das coisas criadas,
estabelecendo estas coisas na posio de Abel. Esta era a oferta. A
tendncia do homem de procurar bons lderes e bons amigos, do ponto de
vista do resultado, se deriva do desejo da mente divina de estar perante
Deus, encontrando algum que esteja na posio de Abel, mais perto de
Deus, e unindo-se a ele.
A f crist nos ensina a ser mansos e humildes para assegurar-nos uma
posio perante Deus, encontrando em nossa vida diria, por meio destas
virtudes, uma pessoa de tipo Abel. Partindo do indivduo para a famlia, a
sociedade, a raa, a nao e o mundo, h sempre dois tipos de pessoas,
isto , o tipo Caim e o tipo Abel. Portanto, para restaurar todos estes para a

176 - PRINCPIO DIVINO

posio original da criao, a pessoa de tipo Caim deve obedecer e renderse pessoa de tipo Abel. Jesus veio ao mundo como o Abel a quem toda a
humanidade devia servir e obedecer. Por isso ele disse: ...Ningum vem
ao Pai, seno por mim (Jo 14.6).
Se a famlia de Ado tivesse conseguido estabelecer a condio de
indenizao para eliminar a natureza decada por meio da obedincia de
Caim a Abel, poderiam ter estabelecido o fundamento de substncia sobre o
fundamento de f j estabelecido. Poderiam ter restaurado o fundamento
de quatro posies, originalmente planejado na criao, recebendo o
Messias sobre o fundamento para receber o Messias em nvel de famlia.
Contudo, Caim matou Abel, repetindo a natureza decada original pela qual
o arcanjo causou a queda do homem, e assim a famlia de Ado falhou em
estabelecer o fundamento de substncia, que devia ser estabelecido
naquela poca.
Conseqentemente, a providncia da restaurao
centralizada na famlia de Ado terminou em fracasso.
3. O FUNDAMENTO PARA RECEBER O MESSIAS NA FAMLIA DE
ADO E SUA PERDA
O fundamento para receber o Messias se realiza estabelecendo o
fundamento de substncia sobre o fundamento de ter restaurado por
indenizao o fundamento de f. Do ponto de vista dos sacrifcios
oferecidos, o fundamento de f deve ser restaurado fazendo a oferta
simblica aceitavelmente, e o fundamento de substncia deve realizar-se
oferecendo a oferta substancial aceitavelmente. Investiguemos ento o
significado e a finalidade da oferta simblica e da oferta substancial.
As trs grandes bnos de Deus para o homem, a finalidade de Sua
criao, deviam realizar-se quando Ado e Eva, depois de terem
aperfeioado suas respectivas individualidades, se tornassem esposo e
esposa, multiplicando seus filhos para formar uma famlia e, alm disto,
viessem a dominar toda a Criao. Contudo, devido queda, estas trs
grandes bnos no se realizaram. A fim de restaur-las, devemos seguir
o curso inverso e estabelecer o fundamento de f oferecendo sacrifcios
simblicos, por meio dos quais podemos estabelecer, ao mesmo tempo,
tanto a condio de indenizao para restaurar as coisas criadas, como a
condio simblica de indenizao para restaurar o homem.
Em seguida, devemos fazer o fundamento para receber o Messias depois
de ter assentado o fundamento de substncia, oferecendo os sacrifcios
substanciais que, ao mesmo tempo, podem ser estabelecidos como a
condio de indenizao para restaurar os filhos e, sobre esta base,
restaurar os pais. Podemos, pois, considerar o significado e a finalidade da
oferta simblica separadamente.

177 - PRINCPIO DIVINO

Como tratamos no captulo sobre a Queda do Homem, Satans, que


veio a dominar os homens decados, dominou tambm todas as coisas que
deviam estar sob o domnio do homem. por esse motivo que a Bblia diz
que todas as coisas esto juntamente com dores de parto (Rm 8.22). Logo,
o primeiro objetivo de apresentar ofertas simblicas com coisas criadas
estabelecer a condio de indenizao para restaurar todas as coisas, que
so os objetos substanciais simblicos de Deus. Por conseguinte, para que
o homem, que se tornou enganoso mais do que todas as coisas devido
queda (Jr 17.9), se apresente perante Deus, deve passar pelas coisas
criadas, que esto mais perto de Deus, de acordo com a ordem no Princpio
da Criao. Deste modo, a segunda finalidade para fazer ofertas simblicas
estabelecer a condio simblica de indenizao, a fim de restaurar
substancialmente os homens perante Deus.
A seguir, a oferta substancial uma oferta de tipo interno que s pode ser
realizada sobre a base de ter feito aceitavelmente a oferta simblica de tipo
externo, seguindo o padro de criar todas as coisas primeiro e o homem
depois. Logo, devemos primeiro fazer a oferta simblica de uma maneira
aceitvel, estabelecendo a condio de indenizao para restaurar todas as
coisas e, ao mesmo tempo, a condio simblica de indenizao para
restaurar o homem. Sobre esta base devemos fazer as ofertas substanciais
como condio de indenizao para restaurar o homem substancialmente.
Uma oferta substancial significa estabelecer a condio de indenizao para
eliminar a natureza decada a fim de restaurar o homem substancial. Se
uma pessoa de tipo Caim estabelecer a condio de indenizao para
restaurar os filhos, fazendo a oferta substancial com a pessoa de tipo Abel,
isto tambm ser reconhecido como a condio de indenizao para
restaurar os pais, como logo trataremos; assim, esta oferta substancial ser
aceitvel.
Para que a famlia de Ado estabelecesse o fundamento para receber o
Messias, o prprio Ado devia primeiro assentar o fundamento de f por
meio da oferta simblica. Como foi notado acima, a oferta no comeou
com Ado, porque se Ado oferecesse os sacrifcios, tanto Deus como
Satans poderiam tratar com a oferta, estando ela em uma posio fora do
Princpio. Alm disto h outra razo, que provm do aspecto de sentimento
e corao. O Ado decado era, na realidade, a prpria pessoa que causou
a Deus a aflio que duraria milhares de geraes. Por isso, Ado jamais
poderia ser objeto do corao de Deus, com o qual Deus pudesse tratar
diretamente em Sua providncia de restaurao.
Por isso Deus ordenou que seu segundo filho Abel oferecesse sacrifcios
simblicos em vez de Ado. Assim foram estabelecidas ao mesmo tempo a
condio de indenizao para restaurar todas as coisas e a condio
simblica de indenizao para restaurar os homens. Ento, sobre esta

178 - PRINCPIO DIVINO

base, se Caim e Abel tivessem estabelecido a condio de indenizao para


restaurar os filhos, por meio da oferta substancial, Ado, como pai, estaria
colocado sobre este fundamente de substncia, e assim o fundamento para
receber o Messias poderia ter-se realizado naquela poca.
A fim de oferecer os sacrifcios substanciais pelo estabelecimento da
condio de indenizao para eliminar a natureza decada, a figura central
para oferecer o sacrifcio devia primeiro ser escolhida. Por conseguinte,
devemos entender que a oferta simblica de Abel tinha dois objetivos:
primeiro, estabelecer o fundamento de f em lugar de Ado e, segundo,
decidir por Abel como a figura central para fazer a oferta substancial.
A condio de indenizao para eliminar a natureza decada devia ser
estabelecida por Caim, e devemos perceber que o resultado disto seria que
a famlia de Ado estabeleceria a condio em sua totalidade. Se os
antepassados humanos tivessem obedecido ao mandamento de Deus, a
vontade de Deus podia ter sido realizada naquele tempo e, se o povo judeu
tivesse acreditado em Jesus, a vontade de Jesus teria sido realizada
durante sua vida. Neste caso tambm, se Caim tivesse estabelecido a
condio de indenizao para eliminar a natureza decada obedecendo a
Abel, tanto Caim como Abel teriam podido colocar-se na posio de terem
estabelecido a condio de indenizao para eliminar a natureza decada,
enquanto eram crianas. J que Caim e Abel eram seres substanciais
derivados da diviso de Ado, que era a fonte do bem e do mal, Ado, como
pai, podia ter-se colocado sobre o fundamento de substncia de ter-se
separado de Satans, se eles se tivessem separado de Satans,
estabelecendo a condio de indenizao para remover a natureza decada.
Da, o fundamento para receber o Messias podia ter sido estabelecido na
famlia de Ado. Desta maneira, a condio de indenizao para restaurar
os pais podia ser feita atravs da oferta simblica e da oferta substancial.
Neste nterim, Abel ofereceu um sacrifcio aceitvel. Assim, a condio
para restaurar por indenizao o fundamento de f, centralizada em Ado, e
a posio de Abel como a figura central para oferecer a oferta substancial,
foram estabelecidas com bom xito. Contudo, pelo ato de ter Caim matado
Abel, caram novamente no mesmo estado em que ficaram o arcanjo e Eva,
quando caram. Portanto, a oferta substancial foi um fracasso. No
conseguiram estabelecer a condio de indenizao para eliminar a
natureza decada. Assim tambm fracassaram em assentar o fundamento
de substncia. Isto os impediu de estabelecer o fundamento para receber o
Messias. Como conseqncia, a providncia da restaurao centralizada
na famlia de Ado resultou em nada.

179 - PRINCPIO DIVINO

4. LIES APRENDIDAS DA FAMLIA DE ADO


Primeiro: o fracasso da providncia da restaurao centralizada na famlia
de Ado nos demonstrou a predestinao de Deus para a realizao da
Vontade e Sua atitude para com a poro de responsabilidade do homem.
Originalmente, a predestinao de Deus com respeito Vontade devia ser
realizada somente quando se pudessem combinar Sua poro de
responsabilidade com a poro de responsabilidade do homem. Deus no
podia instruir Caim e Abel sobre como oferecer sacrifcios, porque a deciso
de Caim de oferecer ou no sacrifcios atravs de Abel era sua poro de
responsabilidade.
Segundo: depois que Caim matou Abel, Deus operou Sua providncia por
meio de Set. Isto nos demonstrou que a predestinao de Deus para a
Vontade absoluta, ao passo que Sua predestinao para que o homem
cumpra a Vontade relativa.
Deus predestinou de tal modo que,
correspondendo Sua poro de responsabilidade, Abel cumprisse sua
prpria poro de responsabilidade, e, assim, se tornasse a figura central
para a oferta substancial. Por isso, quando Abel falhou em cumprir sua
poro de responsabilidade, Deus, estabelecendo a Set em seu lugar,
tencionava realizar a Vontade, que estava predestinada como absoluta.
Terceiro: as ofertas de Caim e Abel nos demonstraram que qualquer
homem decado pode cumprir a vontade de Deus quando encontra uma
pessoa de tipo Abel e lhe obedece em completa submisso.
Entretanto, a providncia, idntica quela que Deus tencionava realizar na
famlia de Ado, tem-se repetido desde aquela poca, devido s repetidas
falhas provenientes da falta de f do homem. Conseqentemente, isto
persiste como o nosso prprio curso de indenizao hoje. A providncia da
restaurao, centralizada na famlia de Ado, uma lio viva para ns,
mostrando-nos o curso tpico a seguir.
SEO II
Providncia da Restaurao
Centralizada na Famlia de No
A providncia da restaurao centralizada na famlia de Ado no foi
realizada porque Caim matou a Abel. No obstante, j que a vontade de
Deus para cumprir a finalidade da criao era absoluta e imutvel, Ele
estabeleceu a Set no lugar de Abel, sobre a base de que Abel tinha sido leal
e filial de corao (Gn 4.25).

180 - PRINCPIO DIVINO

Assim, dentre seus descendentes Deus escolheu a famlia de No em


substituio famlia de Ado, e recomeou Sua providncia. Como Deus
disse:

"O fim do toda a carne vindo perante a minha face, porque a terra est
cheia de violncia; e eis que os destruirei com a terra."
(Gn 6.13)
Ele executou o juzo pelo dilvio. Isto demonstra claramente que naquela
poca eram tambm os ltimos Dias. O motivo que Deus tencionava
realizar a finalidade da criao enviando o Messias, sobre o fundamento
feito pela famlia de No, depois do dilvio. A famlia de No devia ter
criado a condio de indenizao para restaurar o fundamento de f e,
baseada naquilo, devia ter estabelecido a condio de indenizao para
restaurar o fundamento de substncia. Fazendo estas coisas, a famlia de
No devia ter restaurado por indenizao o fundamento para receber o
Messias, que a famlia de Ado tinha falhado em fazer.
1. FUNDAMENTO DE F
(1) Figura Central para Restaurar o Fundamento de F
Na providncia da restaurao centralizada na famlia de No, a figura
central para restaurar o fundamento de f era No. Deus chamou No
depois de dez geraes, ou 1.600 anos depois de Ado, a fim de realizar a
Vontade, que tinha terminado em fracasso com Ado. Por isso Deus
abenoou No para frutificar e multiplicar-se (Gn 9.7), assim como tinha feito
com Ado (Gn 1.28). Neste sentido, No o segundo antepassado
humano.
No foi chamado quando a Terra estava cheia de violncia por causa dos
homens (Gn 6.11), e ele trabalhou na construo da arca durante 120 anos,
na montanha, em obedincia ao mandamento de Deus, apesar de todo o
escrnio e zombaria do povo. Baseado nesta condio, Deus podia decidirse a julgar a terra com o dilvio, centralizando-se na famlia de No. Sob
este aspecto, No o primeiro pai da f. Sabemos que Abrao o pai da
f, mas originalmente devia ser No. Devido ao ato pecaminoso de seu filho
Cam, a misso de No como pai da f foi transferida a Abrao. Ado devia
ser a figura central para restaurar o fundamento de f, mas, devido ao
motivo antes mencionado, ele no pde oferecer sacrifcios. No entanto,
No foi chamado sobre a base de Abel ter sido fiel e filial ao oferecer
aceitavelmente os sacrifcios simblicos. Ademais, do ponto de vista de sua
linhagem, ele era descendente de Set (Gn 4.25), chamado em lugar de
Abel. E mais ainda, era um homem justo aos olhos de Deus (Gn 6.9). Por

181 - PRINCPIO DIVINO

isso ele podia oferecer sacrifcios simblicos diretamente, construindo a arca


em obedincia vontade de Deus.
(2) Objetos Condicionais para Restaurar o Fundamento de F
Para No, a arca era o objeto condicional pelo qual o fundamento de f
podia ser restaurado. O que significava a arca? Para que No se colocasse
na posio de Ado, como segundo antepassado humano, tinha que
estabelecer a condio para restaurar por indenizao todo o universo, que
estava sob o controle satnico devido queda de Ado.
Conseqentemente, ele tinha que oferecer como sacrifcios, aceitveis
perante Deus, certos objetos condicionais que simbolizavam o novo
universo. A arca era seu objeto condicional.
A arca era constituda de trs andares, simbolizando o universo criado
atravs dos trs estgios de crescimento. Os oito membros da famlia de
No, que entraram na arca, deviam restaurar por indenizao os oito
membros da famlia de Ado, que caram no seio de Satans. Sendo a arca
o smbolo de todo o universo, o senhor da arca, No, simbolizava Deus.
Sua famlia simbolizava a humanidade, e os animais simbolizavam todas as
coisas.
Qual era a finalidade do julgamento divino de 40 dias de dilvio,
executado por Ele depois do trmino da arca? De acordo com o Princpio
da Criao, o homem foi feito para servir a um s senhor. Deus no podia
operar Sua providncia em um reino fora do Princpio, tratando com a
humanidade quando o homem estava sob Satans, devido sua
concupiscncia.
Por isso Deus executou a providncia do julgamento pelo dilvio para
destruir os homens sujeitos a Satans, e estabelecer os objetos por meio
dos quais Ele pudesse executar Sua providncia. Por que Ele decidiu Seu
juzo de 40 dias? Como discutiremos mais adiante (cf. Parte II, Captulo III,
Seo II, 4), o nmero dez o nmero da unidade. Por conseguinte, Deus
estabeleceu No dez geraes depois de Ado, para restaurar por
indenizao a Vontade deixada sem cumprir por causa da queda de Ado.
Ele estabeleceu o perodo de indenizao para restaurar o nmero dez na
segunda tentativa de obter a unificao. Atravs das dez geraes at No,
Deus tambm continuou Sua providncia de estabelecer cada gerao
como o perodo de indenizao para restaurar o nmero quatro, a fim de
realizar
a
finalidade
do
fundamento
de
quatro
posies.
Conseqentemente, o perodo de Ado at No foi o perodo de
indenizao para restaurar o nmero 40. Devido concupiscncia do
povo daquela poca, o perodo de indenizao para o nmero 40 foi
invadido por Satans. Para que Deus pudesse recomear Sua providncia

182 - PRINCPIO DIVINO

para realizar o fundamento de quatro posies por meio da arca de No, Ele
tencionava restaurar o fundamento de f estabelecendo o perodo de
julgamento de 40 dias como o perodo de indenizao para restaurar o
nmero 40 invadido por Satans.
Deste modo, o nmero 40 tornou-se necessrio como o nmero para
separar Satans para, mais tarde, restaurar o fundamento de f no curso
providencial da restaurao por indenizao. Por exemplo, vemos muitos
casos comparveis ao julgamento de 40 dias nos dias de No; o perodo de
400 anos de No at Abrao; os 400 anos de escravido dos israelitas no
Egito; os 40 anos vagando no deserto; o jejum de 40 dias de Moiss; 40
anos de governo por cada um dos reis, Saul, Davi e Salomo; o Jejum de 40
dias de Elias; a predio por Jonas da destruio de Nnive em 40 dias; o
jejum e orao de 40 dias de Jesus; e seu perodo de ressurreio de 40
dias. Todos estes so perodos de indenizao para a separao de
Satans.
Lemos tambm na Bblia que, depois do julgamento, No enviou da arca
um corvo e um pombo. Investiguemos que espcie de providncia para o
futuro Deus prefigurou atravs disto, pois Deus disse: Certamente o Senhor
Deus no faz coisa alguma sem revelar o Seu segredo a Seus servos os
profetas (Am 3.7). O perodo de 40 dias do julgamento como condio de
indenizao para restaurar o universo corresponde ao perodo de caos (Gn
1.2). Por isso, todas as coisas centralizadas na arca, depois dos 40 dias,
so a representao simblica de todo o curso da histria, depois que Deus
completou Sua criao do Cu e da Terra.
O que Deus prefigurou pelo ato de enviar um corvo da arca (Gn 8.6-7),
que ficou voando at que as guas secaram? Isto indicava que Satans
estava porta da famlia de No, mesmo depois do dilvio, para l espiar
sobre as condies de invaso, tal como o arcanjo esperou uma
oportunidade para conquistar o amor de Eva logo depois da criao do
homem, e tal como Satans buscou a oportunidade de invadir Caim e Abel
quando ofereciam sacrifcios (Gn 4.7).
Ento, o que Deus prefigurou quando No, por trs vezes, enviou o
pombo da arca? Est registrado na Bblia que o pombo foi enviado para
verificar se as guas tinham baixado. Contudo, se esse fosse o nico
objetivo, podemos pensar que o prprio No poderia olhar pela janela e
informar-se sobre aquilo, em vez de enviar o pombo. Portanto, podemos
imaginar que o objetivo ao envi-lo era algo mais importante do que ver se
as guas tinham baixado.
Devemos compreender o significado da Providncia de Deus nessa
situao. Sete dias depois que Deus anunciou o julgamento do dilvio
atravs de No (Gn 7.10), veio a inundao. Foi depois do perodo de

183 - PRINCPIO DIVINO

julgamento de 40 dias que No enviou o pombo pela primeira vez. Diz a


Bblia que o pombo ia e vinha sobre as guas, mas, no encontrando lugar
algum onde colocar os ps, voltou para a arca, e No levou-o para a arca
(Gn 8.9). O primeiro pombo simbolizava o primeiro Ado. Por isso, o relato
significa que Deus criou o homem sobre a Terra de forma que o Seu ideal
da criao, que j estava nEle mesmo antes da criao, pudesse realizar-se
em Ado, como a perfeita encarnao. No entanto, devido queda de
Ado, Deus no pde realizar Seu ideal da criao na Terra por meio de
Ado, de forma que teve que retirar Seu ideal da Terra temporariamente e
postergou a realizao da Sua vontade.
Sete dias mais tarde No enviou o pombo pela segunda vez. Ele no
conseguiu pr seus ps sobre a terra porque as guas ainda no haviam
secado. Voltou arca com uma folha de oliveira no bico, significando que
na prxima vez seria capaz de pousar (Gn 8.10-11). O segundo pombo
simbolizava Jesus, como o segundo Ado, que viria como a perfeita
encarnao do ideal da criao. Portanto, este segundo relato significa que
Jesus viria Terra a fim de cumprir a providncia da restaurao. No
entanto, caso houvesse falta de f por parte do povo judeu, ele voltaria ao
seio de Deus, atravs da cruz, deixando a promessa de voltar porque, no
tendo lugar algum onde colocar seus ps, no poderia realizar a Vontade
na Terra. De fato, este prenncio indica que, se as guas se tivessem
secado de forma que o pombo pudesse pousar e encontrar algo para comer,
ele no teria que voltar para a arca, mas teve que voltar porque as guas
ainda no haviam secado. De modo semelhante, isto indica que, se o povo
judeu tivesse acreditado em Jesus e servido a ele, ele no teria morrido, e
teria podido realizar o Reino do Cu na Terra naquela poca. No entanto,
caso houvesse falta de f nele, Jesus teria que morrer na cruz e voltar mais
tarde, em um tempo mais favorvel.
Depois de outros sete dias, No soltou o pombo pela terceira vez. Est
escrito que dessa vez o pombo no voltou para a arca, porque as guas j
haviam secado (Gn 8.12). O terceiro pombo simbolizava o Senhor do
Segundo Advento, que viria como o terceiro Ado. Conseqentemente, este
relato indica que, quando Cristo voltar, poder realizar o ideal da criao de
Deus na Terra, sem falta, de forma que o ideal jamais ter que voltar para o
seio de Deus. Quando No viu que o terceiro pombo no voltou, desceu
ento da arca terra e comeou a desfrutar do novo cu e nova terra. Isto
anuncia que, quando o ideal da criao for realizado na Terra por meio do
terceiro Ado, ento a nova Jerusalm descer do Cu e a morada de Deus
estar entre os homens (Ap 21.1-3).
O relato de ter enviado o pombo trs vezes mostra-nos que, como ficou
esclarecido no captulo sobre a predestinao, a providncia da restaurao
de Deus podia ser prolongada caso o homem, que o objeto da

184 - PRINCPIO DIVINO

providncia, no pudesse cumprir sua poro de responsabilidade. Isto


prefigurou que, devido falha de Ado em cumprir sua responsabilidade,
por causa de sua falta de f, Cristo teria que vir como o segundo Ado e
que, se o povo judeu no cumprisse sua responsabilidade por sua falta de f
Jesus teria que morrer na cruz e assim Cristo teria que voltar como o
terceiro Ado. O perodo de sete dias, aqui, nos indica que, assim como a
criao de Deus durou sete dias, assim tambm ser necessrio certo
perodo na providncia para restaurar o elemento perdido. Entretanto, a
famlia de No pde restaurar por indenizao o fundamento de f,
estabelecendo aceitavelmente a arca como a condio para restaurar o
fundamento, por meio do julgamento de 40 dias.
2. FUNDAMENTO DE SUBSTNCIA
No restaurou por indenizao o fundamento de f, ao ter xito em fazer
a oferta simblica da arca aceitvel a Deus. Por meio disso, No
estabeleceu, ao mesmo tempo, a condio de indenizao para a
restaurao de todas as coisas criadas e tambm a condio de
indenizao para a restaurao dos homens, em termos simblicos. Logo,
se os filhos de No, Sem e Cam, tivessem tido xito na oferta substancial,
estabelecendo a condio de indenizao para eliminar a natureza decada
nas respectivas posies de Caim e Abel, o fundamento de substncia
poderia ter sido estabelecido naquele tempo.
Para que a famlia de No oferecesse a oferta substancial aceitavelmente,
depois do sucesso na oferta simblica, o segundo filho, Cam, que era a
figura central para a oferta substancial, devia ter restaurado a posio do
segundo filho Abel, que tinha sido a figura central para a oferta substancial
na famlia de Ado. No caso da famlia de Ado, Abel, o filho, ofereceu a
oferta simblica em lugar de Ado. Por isso, quando teve xito naquela
oferta, Abel pde restaurar por indenizao o fundamento de f, sendo, ao
mesmo tempo, destinado a ser a figura central para a oferta substancial.
Contudo, no caso da famlia de No, o prprio No ofereceu um sacrifcio
simblico. Para que Cam se colocasse na posio de Abel, que teve xito
na oferta simblica, devia permanecer numa posio de unidade inseparvel
com o corao e sentimento de No, que teve xito na oferta simblica.
Examinemos ento como Deus operou Sua providncia a fim de fazer com
que Cam se colocasse na posio de unidade inseparvel com o corao e
sentimento de No.
Lemos (Gn 9.20-26) que Cam, ao ver seu pai deitado nu na tenda, no
somente se envergonhou dele, mas tambm sentiu descontentamento com
aquilo e que ele suscitou o mesmo sentimento entre seus irmos, Sem e
Jaf. Eles, pois, tambm foram agitados por Cam com a mesma emoo,

185 - PRINCPIO DIVINO

sentindo-se envergonhados da nudez de seu pai e, num esforo para no


verem esta cena, viraram seus rostos e caminharam para trs, a fim de
cobrirem o corpo de seu pai com uma vestimenta. Contudo, isto foi um
crime to grande que No amaldioou Cam dizendo que seu filho Cana
seria um escravo de seus irmos.
Por que Deus operou Sua providncia desta forma, e por que o
sentimento de vergonha da nudez de No foi to grande pecado? Para
compreender isso, determinemos primeiro o que pecado. Satans no
pode emitir a fora da existncia e ao a menos que encontre um objeto
com o qual forme uma base correlativa sobre a qual tenha uma relao de
dar e receber. Portanto, sempre que um ser estabelece uma condio para
que Satans invada e se torna um objeto com o qual Satans possa
trabalhar, criado um pecado.
A seguir, devemos compreender porque Deus provou a Cam por meio da
nudez de No. J dissemos que a arca simbolizava todo o universo e que
todas as coisas feitas imediatamente depois da oferta aceitvel da arca,
atravs do julgamento de 40 dias, simbolizavam, conseqentemente, todas
as coisas desde a criao do universo. Desta forma, a posio de No logo
depois do julgamento de 40 dias era idntica de Ado depois da criao
do universo.
Podemos imaginar perfeitamente como Ado e Eva eram espontneos e
afetuosos um com o outro depois da criao e como eram francos e abertos
perante Deus. Podemos deduzir isto do fato de que eles no tinham
sentimento de vergonha, embora estivessem nus (Gn 2.25). Depois da
queda, porm, envergonharam-se da nudez de suas partes inferiores,
cobriram-nas com folhas de figueira e ocultaram-se de Deus, temendo que
Ele pudesse v-los (Gn 3.7). Portanto, o ato de se sentirem envergonhados
de suas partes inferiores era a expresso de seus sentimentos, devido
relao de sangue com Satans, cometida por meio de suas partes
inferiores. A ao de ocultar-se, cobrindo suas partes inferiores, era a
expresso de sua conscincia culpada, que os dissuadia de apresentaremse perante Deus, depois de sua relao de sangue com Satans.
No, na posio de separao de Satans por meio do julgamento de 40
dias, devia ter-se colocado na posio de Ado logo depois da criao do
universo. Nesse caso, Deus queria restaurar por indenizao o corao e o
sentimento de alegria que Ele tinha experimentado ao ver o inocente
homem nu, sem encobrimento, antes que cometesse o pecado, vendo que a
famlia de No no se sentia envergonhada nem procurava esconder-se
vista da nudez de No. Deus fez com que No se deitasse nu a fim de
cumprir essa to profunda Vontade. Conseqentemente, Cam podia ter
estabelecido a condio de indenizao para restaurar a posio da famlia

186 - PRINCPIO DIVINO

de Ado, que nunca tinha conhecido vergonha alguma antes do primeiro


pecado, sobre a base da unidade inseparvel de Cam com No, atravs do
ato de tratar com No sem nenhum sentimento de vergonha, isto , da
mesma posio e corao de Deus.
Contudo, os filhos de No ficaram envergonhados da nudez de seu pai e
cobriram-no com uma vestimenta, indicando assim que eles no podiam
aparecer perante Deus porque estavam envergonhados de sua relao de
sangue com Satans, como foi o caso na famlia de Ado aps a queda.
Por isso Satans, que estava observando se havia alguma condio para
invadir a famlia de No, como foi prefigurado por um corvo, invadiu os filhos
de No como seus objetos, pois eles tinham demonstrado que eram
descendentes diretos de Satans.
Desta maneira, o ato de Cam ao envergonhar-se da nudez de seu pai
tornou-se um pecado, pois criou uma condio para que Satans o
invadisse. Assim, Cam falhou em restaurar por indenizao a posio de
Abel, da qual podia oferecer um sacrifcio substancial e fracassou em
estabelecer o fundamento de substncia. Portanto, a providncia da
restaurao centralizada em No terminou em fracasso.
Seria um pecado o fato de algum se envergonhar de sua nudez? No.
No tinha a misso de eliminar todas as condies que permitiram a
Satans invadir, porque No estava substituindo Ado. Portanto, a famlia
de No devia ter estabelecido a condio de indenizao para restaurar a
posio da famlia de Ado antes da relao de sangue com Satans,
demonstrando que no se envergonhavam da nudez e assim no se
preocupariam em cobri-la. Por conseguinte, a condio de indenizao que
demonstrava que eles no se envergonhavam da nudez nem se
preocupariam em cobri-la era uma condio que somente a famlia de No
podia estabelecer, pois a famlia de No estava na posio da famlia de
Ado.
3. LIES APRENDIDAS DA FAMLIA DE NO
No fcil entender porque No construiu uma arca na montanha durante
120 longos anos. Cam sabia que a famlia de No fora salva devido aos
labores de seu pai, labores pelos quais ele tinha recebido zombarias e
crticas. Considerando todas estas coisas, Cam deveria ter visto as obras
de seu pai como boas e significativas, embora estivesse descontente com
sua nudez.
Em vez de confiar em No, que estava do lado de Deus, Cam o criticou
de uma perspectiva egocntrica e mostrou seu descontentamento em sua
ao. Por isso a providncia centralizada na famlia de No, que Deus tinha

187 - PRINCPIO DIVINO

estabelecido exercendo o julgamento pelo dilvio de 40 dias, 1.600 anos


aps Ado, terminou em fracasso. Isto nos demonstra que precisamos de
pacincia e obedincia para percorrermos o caminho do Cu.
Ademais, a providncia de Deus por meio da famlia de No nos mostra a
atitude de Deus com respeito predestinao e ao cumprimento da
responsabilidade do homem. Sabemos bem que a famlia de No foi aquela
que Deus fundou depois de 1.600 anos de procura, que Ele dirigiu durante
120 anos at que No terminasse a arca, e que Ele manteve intacta com o
sacrifcio de toda a humanidade pelo dilvio de 40 dias. Contudo, quando
Satans invadiu a famlia por meio do erro de Cam, Deus abandonou sem
reserva toda a famlia, que era objeto de Sua providncia de restaurao, e
assim Sua providncia centralizada na famlia de No terminou em fracasso.
Alm disto, a providncia por meio da famlia de No nos oferece o
modelo da predestinao de Deus para o homem. No devemos nos
esquecer que, apesar de ter Ele encontrado No como o pai da f depois de
um perodo to longo, Deus abandonou sua famlia uma vez que ela falhou
no cumprimento de sua poro de responsabilidade, e elegeu a famlia de
Abrao em seu lugar.
SEO III
Providncia da Restaurao
Centralizada na Famlia de Abrao
Devido ao ato decado de Cam, no se cumpriu a providncia da
restaurao centralizada na famlia de No. Contudo, j que a inteno de
Deus era predestinar de modo absoluto e cumprir a vontade de realizar Sua
finalidade da criao, Ele chamou Abrao no fundamento de corao e zelo
que tinha estabelecido com sua lealdade e comeou de novo Sua
providncia da restaurao centralizando-se na famlia de Abrao.
Portanto Abrao deveria ter restaurado o fundamento para receber o
Messias, que a famlia de No tinha deixado inacabado, e deveria de fato ter
recebido o Messias sobre esse fundamento. Conseqentemente, Abrao
tambm deveria ter restaurado por indenizao o fundamento de f e, sobre
ele, deveria ter restaurado por indenizao o fundamento de substncia.
1. FUNDAMENTO DE F
(1) Figura Central Para Restaurar o Fundamento de F
A figura central para restaurar o fundamento de f na providncia da
restaurao centralizada na famlia de Abrao foi o prprio Abrao. Por isso
Abrao foi escolhido como o personagem central para herdar por sucesso

188 - PRINCPIO DIVINO

e realizar a vontade de Deus. Portanto, se Abrao no restaurasse por


indenizao todas as condies invadidas por Satans devido ao ato
pecaminoso de Cam, falharia em levar a cabo a vontade de Deus
centralizada em No, cujo curso ele tinha sido escolhido para realizar.
A primeira condio que No perdeu para Satans foi as dez geraes de
Ado at No, como tambm os 40 dias. Portanto, Abrao devia ter
restaurado por indenizao essas dez geraes perdidas. Ele ento teria se
colocado na posio de cada uma das dez, tendo restaurado o nmero 40
para o julgamento. O clculo de 40 anos para cada gerao a ser
restaurada por indenizao teve origem devido falha de uma gerao (a
de No) em ser restaurada por um perodo de 40 dias. Mais tarde, no curso
de Moiss, os israelitas restauraram por indenizao a falha na espionagem
de 40 dias em Cana, pelo perodo de 40 anos vagando no deserto (Nm
14.34). Deus elegeu Abrao em lugar de No depois do lapso de 400 anos
de indenizao atravs de dez geraes, depois de No. Deste modo,
encurtando a durao da vida humana depois de No, a era em que dez
geraes seriam restauradas durante um perodo de 1.600 anos foi mudada
para uma era em que as dez geraes podiam ser restauradas durante um
perodo de 400 anos.
A segunda condio que No teve que perder para Satans foi a posio
de pai da f, como tambm a posio de Cam, que estava em lugar de Abel.
Portanto, Abrao no podia colocar-se na posio de No, a menos que
restaurasse por indenizao a posio de Cam e a de pai da f. Para que
Abrao se colocasse na posio de pai da f, substituindo No, devia
oferecer um sacrifcio simblico com f e lealdade, tal como No ao
construir a arca.
Como dissemos anteriormente, Deus teve tambm que abandonar Cam
nas mos de Satans; Cam estava em lugar de Abel, a quem Deus amava
(ambos eram segundos filhos, desempenhando os papis centrais nas
ofertas substanciais). Por isso Deus, por Sua vez, tinha que tomar aqueles
que estavam na posio de serem muito amados por Satans, de acordo
com o princpio da restaurao por indenizao. por isto que Deus
chamou Abrao, o primognito de Ter, que era fabricante de dolos (Js
24.2-3).
Abrao era o personagem do Ado restaurado, porque era o substituto de
No, e, naturalmente, do prprio Ado. Deste modo, Deus abenoou
Abrao dizendo que seus descendentes se multiplicariam, que uma grande
nao procederia dele e que ele seria a fonte de bno, tal como havia
antes abenoado Ado e No (Gn 12.2). Depois desta bno, Abrao, em
obedincia ao mandamento de Deus, partiu da casa de seu pai em Har e
foi para Cana com sua esposa Sara, seu sobrinho Lot e todas as riquezas
e pessoas que pde levar de sua terra natal (Gn 12.4-5). Deste modo, Deus

189 - PRINCPIO DIVINO

estabeleceu o curso de Abrao como o curso tpico para Jac e Moiss em


pocas posteriores; isto , restaurar Cana levando para l sua esposa,
filhos e riquezas, sendo que todos foram retirados do mundo satnico (Har
ou Egito) sob circunstncias difceis.
Este curso prefigurou o curso de Jesus em dias futuros, isto , restaurar
para o mundo de Deus todos os homens e coisas tomadas do mundo
satnico (cf. Parte II, Captulo II, Seo I, 2).
(2) Objetos Condicionais para Restaurar o Fundamento de F
(i) A Oferta Simblica de Abrao
Deus ordenou que Abrao oferecesse os sacrifcios de um pombinho, um
cordeiro e uma novilha, sendo tudo isto objetos condicionais para restaurar
o fundamento de f (Gn 15.9). Assim como No estabeleceu sua f antes
de oferecer o sacrifcio simblico da arca, assim tambm Abrao tinha
primeiro que estabelecer sua f, antes de oferecer seu sacrifcio simblico.
A Bblia no contm nenhum relato preciso de como No fez isto. Contudo,
a Bblia diz que No era um homem justo (Gn 6.9), e podemos imaginar que
ele deve ter estabelecido certas condies de f antes que fosse
suficientemente justo aos olhos de Deus, para que recebesse o
mandamento divino de construir a arca. De fato, a providncia da
restaurao deve realizar-se por meio da f, porque a f e o que justo por
meio da f so reconhecidos por Deus (Rm 1.17). Investiguemos agora que
espcie de f Abrao estabeleceu antes de oferecer seu sacrifcio simblico.
Abrao tinha que restaurar a posio de No, o segundo antepassado
humano. Tinha tambm que colocar-se na posio de Ado. Por isso tinha
primeiro que estabelecer a condio simblica de indenizao para a
restaurao da posio da famlia de Ado, antes de oferecer o sacrifcio
simblico.
De acordo com os versculos bblicos (Gn 12.10), certa vez Abrao foi ao
Egito por causa de uma fome. Quando o Fara do Egito quis tomar sua
esposa Sara, Abrao, conforme tinha planejado de antemo, disse ao Fara
que ela era sua irm, por medo de que o rei o matasse, caso descobrisse
que eram marido e mulher. Deste modo, Sara foi tomada pelo Fara na
posio de irm de Abrao, e depois do castigo que Deus imps ao Fara,
Abrao tomou de volta sua mulher e tambm seu sobrinho Lot, assim como
muitas riquezas.
Abrao seguiu este curso providencial, embora
inconscientemente, a fim de estabelecer a condio simblica para restaurar
por indenizao a posio da famlia de Ado.
O arcanjo tomou Eva enquanto Ado e Eva ainda estavam na posio de
irmo e irm, em sua imaturidade, forando assim todas as coisas criadas,

190 - PRINCPIO DIVINO

como tambm seus filhos, a estarem sob seu domnio. Para que Abrao
estabelecesse a condio para restaurar por indenizao a situao
mencionada acima, ele foi despojado pelo Fara, que simbolizava Satans,
de sua esposa Sara, que estava na posio de irm de Abrao. Ele ento
tinha que tomar de volta Sara, na posio de sua esposa, juntamente com
Lot, simbolizando toda a humanidade, e suas riquezas, que simbolizavam o
mundo da criao (Gn 14.16). O curso de Abrao, pois, era o curso no qual
Jesus deveria caminhar em dias posteriores. Foi s depois de ter
estabelecido tal condio de indenizao que Abrao pde oferecer o
sacrifcio simblico com o pombinho, o cordeiro e a novilha.
Que significa, ento, o sacrifcio simblico de Abrao? Para que Abrao
se tornasse o pai da f, teria que restaurar por indenizao a posio de
No, a quem Deus tentou estabelecer como o pai da f, e a de sua famlia.
Naturalmente, teria que se colocar tambm na posio de Ado e sua
famlia. Assim, ele teria que oferecer um, objeto condicional como um
smbolo que lhe permitisse restaurar por indenizao todas as coisas que
deviam ser restauradas na famlia de Ado, centralizando-se nas ofertas de
Caim e Abel. Alm disto, teria que oferecer, como sacrifcios aceitveis
perante Deus, certos objetos simblicos para restaurar por indenizao
todas as coisas que deviam ser restauradas centralizando-se na arca da
famlia de No. As ofertas simblicas de Abrao eram de tal natureza.
Que simbolizavam, ento, os sacrifcios simblicos de Abrao, isto , o
pombinho, o cordeiro e a novi1ha?
Estas trs ofertas simblicas
simbolizavam todo o universo, que fora criado para ser aperfeioado atravs
dos trs estgios de crescimento.
Primeiro, o pombinho simbolizava o estgio de formao. Jesus veio
como a perfeio da providncia no estgio de formao, que era
representado pelo pombinho. Portanto, quando ele foi batizado por Joo
Batista no rio Jordo, o Esprito de Deus desceu como um pombinho,
pousando nele (Mt 3.16). Por outro lado, Jesus veio para restaurar a falha
de Abrao na oferta. Naturalmente, ele tinha que estar na posio de ter
restaurado o pombinho, que foi invadido por Satans naquele tempo. Por
isso Deus indicou pelo pombinho que Jesus veio como a perfeio da
providncia do Velho Testamento, no estgio de formao.
Em segundo lugar, a cabra ou cordeiro simbolizavam o estgio de
crescimento. Jesus veio para restaurar a falha de Abrao na oferta. Sobre
o fundamento da providncia do Velho Testamento, tendo restaurado todas
as coisas simbolizadas pelo pombinho, ele tinha tambm que restaurar
todas as coisas simbolizadas pela cabra ou cordeiro, como o iniciador da
providncia do Novo Testamento, no estgio de crescimento. Um dia
depois de ter Joo Batista dado testemunho que Jesus era a perfeio da

191 - PRINCPIO DIVINO

providncia no estgio de formao, simbolizada pelo pombinho, ele


novamente deu testemunho sobre Jesus como o iniciador da misso do
estgio de crescimento. Quando viu Jesus aproximando-se dele, disse: Eis
o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1.29).
A novilha simbolizava a perfeio. Lemos em Juizes 14.18 que, quando
Sanso props um enigma aos filisteus, estes s conseguiram dar a
resposta fazendo com que a mulher de Sanso o tentasse e o importunasse
para conseguir a resposta. Disse-lhes, pois, Sanso: Se vs no tivsseis
lavrado com minha novilha, nunca tereis descoberto meu enigma. Deste
modo, Sanso, metaforicamente, chamou sua esposa de novilha. Tendo
Jesus vindo como noivo de toda a humanidade, todos os santos, at a
poca do Segundo Advento, se tornam uma noiva de Jesus, o noivo que
vir. Contudo, depois do banquete das bodas do Cordeiro, quando todos os
santos, como a noiva, se unem em perfeita unio com o Senhor, vivero
todos no Reino Celeste de Deus, com Cristo como esposo e cada um no
apenas como noiva, mas como esposa. Portanto, devemos saber que a
Idade do Completo Testamento, depois do Segundo Advento do Senhor, a
idade da novilha: a idade da esposa. A novilha simboliza, pois, o
aperfeioamento. por isto que muitas pessoas espiritualmente sensveis
recebem a revelao de que hoje a idade da vaca ou novilha.
Que restauram, pois, por indenizao as trs espcies de oferta? Abrao,
por meio de suas ofertas simblicas, tinha que estabelecer a condio
simblica de indenizao que lhe possibilitasse restaurar por indenizao
todas as coisas anteriormente deixadas nas mos de Satans, devido aos
fracassos da restaurao por indenizao pelos sacrifcios simblicos e
ofertas substanciais das famlias de Ado e No. Portanto, a oferta
simblica de Abrao era para restaurar de uma s vez, horizontalmente,
pelas trs espcies de oferta, a condio simblica de indenizao da
providncia vertical atravs das trs geraes de Ado, No e Abrao.
Abrao ofereceu sacrifcios com o pombinho, o cordeiro e a novilha no
altar, simbolizando os trs estgios de formao, crescimento e
aperfeioamento, a fim de realizar, de uma s vez, em termos horizontais, a
providncia vertical que Deus tencionava restaurar por indenizao atravs
das trs geraes (do ponto de vista de Sua vontade): Ado simbolizando a
formao, No simbolizando o crescimento e Abrao simbolizando o
aperfeioamento. Portanto, esta oferta representava simbolicamente a
vontade de Deus de realizar, de uma s vez, a totalidade da providncia da
restaurao, restaurando por indenizao todas as condies representadas
pelo nmero trs, que tinham sido invadidas por Satans.
Agora devemos saber de que maneira Abrao ofereceu o sacrifcio
simblico. Lemos (Gn 15.10-13) que Abrao dividiu as ofertas pelo meio e
ps cada metade em frente da outra, mas no dividiu as aves pelo meio.

192 - PRINCPIO DIVINO

Da, aves de rapina desceram sobre os corpos mortos e Abrao as enxotou.


Deus apareceu a Abrao naquela tarde, ao pr do sol, e lhe disse:

"Tem por certo que teus descendentes habitaro como peregrinos em


uma terra que no sua, e que nessa terra eles sero escravizados e
oprimidos durante quatrocentos anos..." (Gn 15.13)
As aves de rapina desceram sobre os corpos mortos, porque Abrao no
dividiu pelo meio as aves. Isto teve como efeito o sofrimento dos israelitas
por 400 anos de escravido no Egito.
Por que foi tamanho pecado o fato de no dividir o pombinho? Esta
pergunta permaneceu sem resposta at nossos dias e s pode elucidar-se
por meio do Princpio. Estudemos primeiro a razo para dividir os
sacrifcios. A finalidade da providncia da salvao restaurar a soberania
do bem separando o bem e o mal mediante a destruio do mal e a
exaltao do bem. Portanto, quando Deus ordenou que sacrifcios fossem
oferecidos, depois de ter separado Ado em Caim e Abel, e quando Ele feriu
o mal e exaltou o bem atravs do julgamento do dilvio na poca de No,
Seu propsito era, sem exceo, restaurar a soberania do bem.
Conseqentemente, Deus se props a realizar os desempenhos simblicos
de separar o bem e o mal, o que Ele no tinha conseguido realizar por meio
de Ado e No, fazendo com que Abrao oferecesse os sacrifcios divididos
pelo meio.
O ato de dividir os sacrifcios pelo meio era, em primeiro lugar, para
restaurar a posio separada de Caim e Abel na famlia de Ado, a fim de
separar Ado, a origem do bem e do mal, em duas partes, representando
respectivamente o bem e o mal. Em segundo lugar, para restaurar a
posio de No, tendo separado o bem e o mal por meio do dilvio de 40
dias. Em terceiro lugar, para estabelecer a condio simblica de separar o
mundo da soberania do bem do mundo sob o domnio de Satans. E em
quarto lugar, para estabelecer a condio de consagrao, retirando o
sangue da morte, que tinha vindo atravs da relao ilcita de sangue.
Por que, ento, foi tamanho pecado o fato de no dividir o sacrifcio pelo
meio?
Primeiro, aquilo era anlogo a no ter separado Caim e Abel; por isso,
como resultado, no havia objeto de tipo Abel que Deus pudesse tomar.
Portanto, o sacrifcio era inaceitvel a Deus, e a falha no sacrifcio de Caim
e Abel no foi restaurada.
Segundo, aquilo representava no ter separado o bem e o mal no tempo
do julgamento pelo dilvio, na providncia da restaurao centralizada em
No; como resultado, no havia objeto do bem que Deus pudesse tomar e
sobre o qual pudesse operar Sua providncia. Portanto, aquilo resultou em

193 - PRINCPIO DIVINO

ter tomado a posio de insucesso, tal como o julgamento pelo dilvio


fracassou.
Terceiro, aquilo significava a falha em estabelecer a condio simblica
de separar o mundo da soberania do bem do mundo sob o domnio de
Satans, para Deus poder aceitar.
Em quarto lugar, o sacrifcio no foi consagrado, porque o sangue da
morte no foi retirado, e no podia ser uma coisa consagrada que Deus
pudesse tomar e sobre a qual pudesse operar Sua providncia. Desta
maneira, o fato de Abrao ter oferecido os sacrifcios sem ter dividido o
pombinho pelo meio resultou em ter oferecido uma propriedade de Satans,
por assim dizer e portanto a oferta terminou na afirmao de que era uma
propriedade de Satans.
Assim o pombo, que era a oferta simbolizando o estgio de formao,
permaneceu na posse de Satans. O cordeiro e a novilha, simbolizando o
crescimento e aperfeioamento, que deviam ser estabelecidos no
fundamento da formao, foram ento invadidos por Satans.
Conseqentemente, toda a oferta simblica terminou sob Satans, e o ato
de no ter dividido o pombo pelo meio tornou-se um pecado.
Investiguemos agora o significado das aves de rapina que pousaram
sobre a oferta simblica (Gn 15.11). Desde a queda dos primeiros
antepassados humanos, Satans tem estado sempre perseguindo aos que
defendem a vontade de Deus. Quando Caim e Abel ofereceram sacrifcios,
Satans estava porta (Gn 4.7); e na poca de No, tambm o corvo
simbolizava Satans, que buscava a oportunidade de invadir sua famlia,
logo aps o julgamento (Gn 8.7). De modo semelhante, no tempo da oferta
simblica de Abrao, Satans, que estava aguardando a oportunidade de
invadir a oferta, viu que o pombinho no tinha sido dividido pelo meio e o
profanou. A Bblia representou simbolicamente este fato descrevendo aves
de rapina pousando sobre a oferta.
Que resultado foi produzido por esta falha na oferta simblica? O
insucesso de Abrao na oferta simblica causou a anulao de todas as
condies que deviam ser restauradas por indenizao mediante a oferta
simblica. Em conseqncia, os descendentes de Abrao foram postos em
escravido durante 400 anos no Egito, a terra de Fara. Estudemos agora a
razo para isto.
Deus estabeleceu um perodo de 400 anos para a separao de Satans,
a fim de restaurar por indenizao o nmero 40 do julgamento, como
tambm as dez geraes que tinham sido invadidas por Satans, por causa
do erro de Cam, e sobre esta base Ele chamou Abrao e ordenou que
oferecesse sacrifcios simblicos. O fracasso de Abrao possibilitou a
Satans reivindicar a oferta; por isso o perodo de 400 anos depois de No,

194 - PRINCPIO DIVINO

que o perodo de indenizao para estabelecer Abrao como o pai da f


por meio da oferta simblica, foi tambm invadido por Satans. A fim de
restaurar por indenizao tanto a posio de Abrao antes de sua falha na
oferta simblica, quanto a de No ao ser chamado para a construo da
arca, Deus tinha que estabelecer novamente um perodo de 400 anos para
a separao de Satans. Os 400 anos da escravido dos israelitas no Egito
aconteceram com a finalidade de colocar Moiss no fundamento de ter
restaurado por indenizao, no nvel nacional, a posio de No ou Abrao,
no tempo em que estavam para iniciar como o pai da f. Este perodo de
escravido foi o perodo de punio, devido falha de Abrao na oferta,
como tambm o perodo para assentar o fundamento para a separao de
Satans em favor da nova providncia de Deus.
J dissemos que Deus se propunha a realizar, ao mesmo tempo, toda a
providncia representada por formao, crescimento e aperfeioamento,
ordenando a Abrao que oferecesse com bom xito um sacrifcio simblico
de trs espcies sobre um altar. Quando Abrao falhou, a providncia de
Deus foi estendida atravs dele a Isaac e Jac, trs geraes.
(ii) A Oferta de Isaac por Abrao
Depois da falha de Abrao na oferta simblica, Deus ordenou que ele
oferecesse seu filho Isaac em holocausto (Gn 22.2), com o qual Deus deu
incio a uma nova providncia para restaurar por indenizao a falha na
oferta simblica de Abrao. De acordo com a teoria da predestinao no
Princpio, Deus no utiliza pela segunda vez uma pessoa que foi chamada
para uma certa misso e falha em executar sua poro de responsabilidade.
Como, ento, Deus pde operar Sua providncia por meio da oferta de
Isaac para restaurar a falha de Abrao em sua oferta simblica, visto que
sua falha na oferta simblica anulou toda a Vontade que deveria ser
estabelecida por meio da oferta?
Primeiro: com relao providncia divina para restaurar o fundamento
para receber o Messias, a providncia centralizada na famlia de Ado foi a
primeira, enquanto a providncia centralizada na famlia de No foi a
segunda, e a que se centralizou na famlia de Abrao foi a terceira. O
nmero trs o nmero da perfeio (cf. Parte II, Captulo III, Seo II, 4)
e, visto que a providncia por meio de Abrao era a terceira vez da
providncia para restaurar o fundamento para receber o Messias, havia uma
condio no Princpio para o cumprimento desta providncia. Portanto,
Abrao podia restaurar todos os objetos ou condies perdidas
simbolicamente devido falha na oferta simblica oferecendo seu prprio
filho como oferta substancial, estabelecendo assim uma condio de
indenizao de valor muito maior do que a condio anterior.

195 - PRINCPIO DIVINO

Segundo: como j foi mencionado, a posio de Abrao ao oferecer os


sacrifcios era a de Ado. Naquele tempo Satans invadiu duas geraes
sucessivas, profanando Ado e seu filho Caim. Naturalmente, de acordo
com o princpio da restaurao por indenizao, a providncia de tomar de
volta as duas geraes, a de Abrao e a de seu filho era possvel no lado
celeste.
Terceiro: Ado no podia oferecer os sacrifcios diretamente perante
Deus, mas No, colocado no fundamento do corao de Abel, que tornou
possvel o xito na oferta simblica no estgio de formao enquanto estava
na posio de Ado, podia diretamente oferecer a oferta simblica da arca.
Deste modo, Abrao foi chamado tanto sobre o fundamento de Abel, que
tinha tido xito na oferta simblica no estgio de formao, como de No,
que tinha tido xito na oferta simblica no estgio de crescimento. Naquele
nvel, ele ofereceu a oferta simblica no estgio de aperfeioamento. Por
isso, embora Abrao tivesse falhado na oferta simblica, Deus podia fazer
com que ele oferecesse o sacrifcio novamente, sobre a condio do
fundamento histrico de corao e zelo, em vista de que Abel e No tinham
tido xito na oferta simblica.
Por ocasio da oferta de Isaac como sacrifcio, Abrao tinha que
estabelecer a condio de f para a oferta de Isaac pelo estabelecimento da
condio simblica de indenizao para restaurar a famlia de Ado, tal
como fizera por ocasio de sua oferta simblica. Portanto, Abrao planejou
com sua esposa, Sara, simular que estavam na posio de irmo e irm.
Depois de ter sido despojado de sua mulher por Abimelec, rei de Gerar,
tomou sua esposa de volta do rei. Desta vez, Abrao levou sua esposa
juntamente com escravos, simbolizando a humanidade, e riquezas,
simbolizando todas as coisas (Gn 20.1-16).
De que maneira, ento, Abrao ofereceu Isaac como sacrifcio? Quando,
em obedincia ao mandamento de Deus, com f absoluta, Abrao estava a
ponto de sacrificar seu filho nico Isaac, a quem tinha recebido como uma
bno, Deus ordenou que ele no estendesse sua mo sobre o moo e
disse: Agora sei que temes a Deus... (Gn 22.12). O corao e o zelo de
Abrao para com a vontade de Deus e sua resoluo de imolar seu filho,
que provinha de sua f, obedincia e lealdade absolutas, colocaram-no em
uma posio igual de ter matado Isaac; por isso ele pde separar Satans
de Isaac. Desta forma, Deus ordenou que Abrao no matasse o filho,
porque Isaac, estando separado de Satans, j se havia posto no lado do
Cu. Devemos saber que quando Deus disse: Agora sei ..., estava
salientando a mistura de Sua reprovao pelo erro de Abrao na oferta
simblica e de Sua alegria por seu xito na oferta de Isaac.

196 - PRINCPIO DIVINO

Desta maneira, a providncia da restaurao de Deus centralizada na


famlia de Abrao devia cumprir-se por meio de Isaac, mediante o xito de
Abrao no oferecimento de Isaac.
Transcorreu um perodo de trs dias antes que Abrao oferecesse seu
filho em holocausto no Monte Mori, de modo que pudesse iniciar um novo
curso providencial separando Isaac de Satans para o lado celeste. Este
perodo de trs dias continuou como um perodo necessrio para a
separao de Satans antes de iniciar um novo curso providencial. Jac
tambm teve um perodo de trs dias de separao de Satans, antes de
iniciar o curso de restaurao de Cana em nvel de famlia, retirando sua
famlia de Har (Gn 31.20-22). Moiss tambm teve um perodo de trs
dias de separao de Satans, antes de iniciar o curso da restaurao de
Cana no nvel nacional, retirando a nao israelita do Egito (x 8.27-29).
Jesus tambm teve um perodo de trs dias de separao de Satans no
sepulcro, antes de iniciar o curso da restaurao de Cana em nvel
mundial, espiritualmente. Deve-se notar tambm que quando os israelitas
regressaram a Cana, centralizados em Josu, a Arca da Aliana, que ia
adiante das tropas principais, viajou um curso de trs dias de separao de
Satans (Nm 10.33).
(iii)A Posio de Isaac do Ponto de Vista da Vontade, e Sua Oferta
Simblica
J ficou anteriormente tratado em detalhe sobre o fato que, apesar do
insucesso de Abrao em sua oferta simblica, restava ainda uma condio
no Princpio que possibilitava o estabelecimento do fundamento para
receber o Messias, centralizando-se em Abrao.
Porm, como
esclarecemos no captulo sobre a Predestinao, a situao era que Deus
no podia repetir Sua providncia centralizando-se em Abrao, que tinha
falhado em cumprir sua poro de responsabilidade. Em conseqncia,
Deus tinha que considerar Abrao na posio de no ter falhado, embora
ele de fato tivesse falhado em sua oferta simblica. Ele tinha que considerar
a providncia da restaurao, prolongada depois de Abrao, na posio de
no ter sido prolongada. Para esta finalidade, Deus ordenou que Abrao
sacrificasse Isaac em holocausto.
Deus prometeu a Abrao chamar Sua nao escolhida por meio de Isaac
dizendo:

... aquele que vai sair de tuas entranhas, esse ser o teu herdeiro!
Ento, conduziu-o fora e disse: Levanta os olhos para os cus, e conta as
estrelas, se s capaz ... Pois bem, ajuntou Ele, assim ser a tua
descendncia (Gn 15.4-5).

197 - PRINCPIO DIVINO

Em conseqncia, a lealdade de Abrao, demonstrada por sua disposio


em matar seu filho da promessa sob a ordem de Deus, estabeleceu a
mesma condio como se ele tivesse matado a si mesmo invadido por
Satans devido falha em sua oferta simblica. Portanto, o fato de ter
Deus feito Isaac sobreviver significa que o prprio Abrao foi ressuscitado
da situao de ter morrido, separando a si mesmo de Satans, juntamente
com Isaac. Por isso Abrao pde separar-se de Satans, que o tinha
invadido devido falha em sua oferta simblica, ao ter xito em sua oferta
de Isaac. Ademais, ele pde colocar-se em posio de unidade completa
com Isaac, centralizada na vontade de Deus.
Deste modo, Abrao, tal como Isaac, que sobreviveu morte, embora
fossem dois indivduos, eram um s corpo centralizado na vontade de Deus.
Se Isaac tivesse xito na providncia, embora a providncia atravs de
Abrao tivesse falhado e fosse prolongada at Isaac, o xito de Isaac podia
igualmente ser o xito do prprio Abrao, que era um s corpo com Isaac.
Por conseguinte, apesar do fato da providncia ter sido prolongada de
Abrao a Isaac, devido falha de Abrao em sua oferta simblica, do ponto
de vista da Vontade, ficou como se Abrao no tivesse falhado e a
providncia no tivesse sido prolongada.
Ningum sabe com certeza qual era a idade de Isaac por ocasio da
oferta. No entanto, do fato de que podia levar a lenha que devia ser usada
para o holocausto (Gn 22.6) e que ele perguntou a seu pai onde estava o
cordeiro para o holocausto (Gn 22.7), aparentemente Isaac tinha idade
suficiente para entender o significado do incidente. Podemos outrossim
imaginar que Isaac tenha obedecido e cooperado com seu pai no momento
do holocausto.
Se Isaac, que tinha idade suficiente para compreender a situao, tivesse
resistido deciso de seu pai mat-lo em holocausto, Deus de modo algum
teria aceito a oferta de Isaac. A lealdade de Abrao unida de Isaac que
sem dvida no era menor, produziu o xito da oferta de Isaac,
possibilitando assim que ocorresse a separao de Satans.
Conseqentemente, centralizando-se na oferta, tanto Abrao como Isaac
sobreviveram. Primeiro, Abrao pde restaurar por indenizao sua posio
antes de sua falha na oferta, separando a si mesmo de Satans, que o
havia invadido por causa de seu fracasso na oferta simblica. Desta
posio, podia transferir sua misso providencial a Isaac. Segundo, Isaac,
que herdou a misso divina de seu pai Abrao, obedecendo em completa
submisso Vontade, tornou-se assim capaz de estabelecer a condio de
f para oferecer o sacrifcio simblico mais tarde.
Deste modo, a vontade divina foi transmitida de Abrao a Isaac, e Abrao
ofereceu um cordeiro em holocausto, em lugar de Isaac, como est escrito:

198 - PRINCPIO DIVINO

"Abrao, levantando os olhos, viu atrs dele um cordeiro preso pelos


chifres entre os espinhos; e, tomando-o, ofereceu-o em holocausto, em
lugar do seu filho." (Gn 22.13)
Isto se tornou, na realidade, a oferta simblica estabelecida a fim de
restaurar o fundamento de f centralizado em Isaac. Do fato que Isaac
levou o feixe de lenha para o holocausto, pode-se concluir que ele cooperou
com Abrao quando ofereceu o cordeiro como holocausto.
Conseqentemente, embora Abrao tenha oferecido o cordeiro como oferta
simblica, o resultado, do ponto de vista da vontade de Deus, foi que o
prprio Isaac ofereceu o sacrifcio, porque tinha herdado a misso de seu
pai tornando-se um s corpo com ele. Desta maneira, Isaac restaurou por
indenizao o fundamento de f, ao ter xito na oferta simblica, na posio
de substituto de Abrao, depois de herdar sua misso.
2. FUNDAMENTO DE SUBSTNCIA
Como figura central para restaurar o fundamento de f em lugar de
Abrao, Isaac ofereceu um sacrifcio simblico aceitvel com o cordeiro.
Assim Isaac pde estabelecer o fundamento de f. A fim de estabelecer o
fundamento para receber o Messias centralizando-se em Isaac, devia haver
o fundamento de substncia realizado na condio de indenizao para
eliminar a natureza decada. Isto devia realizar-se oferecendo um sacrifcio
substancial com seus filhos Esa e Jac, nas posies de Caim e Abel.
Se Abrao no tivesse falhado na oferta simblica, Isaac e seu irmo
consangneo Ismael, em lugar de Abel e Caim, deviam ter estabelecido a
condio de indenizao para eliminar a natureza decada, que tinha sido
deixada inacabada por Caim e Abel. Por causa da falha de Abrao, Deus,
estabelecendo Isaac na posio de Abrao, e Esa e Jac em lugar de
Ismael e Isaac, operou a providncia para lev-los a estabelecer a condio
de indenizao para eliminar a natureza decada. Por isso Esa e Jac,
centralizando-se em Isaac, estavam na posio de Caim e Abel
centralizando-se em Ado e, ao mesmo tempo, na posio de Sem e Cam
centralizando-se em No.
O filho mais velho de Isaac, Esa, e o segundo filho, Jac, eram
smbolos, respectivamente, da primeira oferta simblica de Abrao, que fora
invadida por Satans e da sua segunda oferta de Isaac, separada de
Satans; representavam o bem e o mal, tendo que oferecer sacrifcios
substanciais nas posies, respectivamente, de Caim e de Abel. Esa e
Jac lutaram, ainda no ventre da me (Gn 25.22-23), porque estavam nas
situaes conflitantes de Caim e de Abel, que tinham sido separados como
as representaes do mal e do bem respectivamente. Outrossim, Deus

199 - PRINCPIO DIVINO

amou Jac e aborreceu Esa enquanto ainda estavam no ventre de sua


me (Rm 9.11-13), porque representavam o bem e o mal respectivamente.
Para que Esa e Jac estabelecessem a condio de indenizao para
tirar a natureza decada por meio das ofertas substanciais, Jac tinha
primeiro que estabelecer a condio para restaurar por indenizao a
posio de Abel, que era a figura central para a oferta substancial.
Primeiro: Jac tinha que estabelecer uma condio de vitria em sua luta
para restaurar o direito de primogenitura no nvel individual. Satans tinha
ocupado o mundo da criao de Deus na posio de filho mais velho. Deus,
da posio do filho mais novo, tinha operado Sua providncia para tomar o
direito de primogenitura do mais velho. por isto que Deus aborreceu o
mais velho e amou o mais novo (Ml 1.2-3). Entretanto, Jac, que tinha sido
chamado estando ainda no ventre de sua me com a misso de restaurar a
primogenitura do mais velho, sabiamente tomou a primogenitura de seu
irmo mais velho Esa com um pouco de po e uma sopa de lentilhas (Gn
25.34). Deus fez com que Isaac abenoasse Jac, porque ele procurava
restaurar a primogenitura reconhecendo seu valor (Gn 27.27), ao passo que
Ele no abenoou Esa porque este, ao contrrio, considerava a
primogenitura de to pouco valor que a vendeu por uma sopa de lentilhas.
Segundo: Jac foi para Har e l triunfou em sua luta para restaurar a
primogenitura do mais velho, centralizando-se na famlia e nas riquezas,
durante 21 anos de trabalho penoso e depois voltou para Cana.
Terceiro: Jac restaurou substancialmente a dominao sobre o anjo,
pela vitria na luta contra ele no vau do Jaboque, no caminho de volta de
Har para Cana, a terra prometida por Deus.
Finalmente Jac se tornou a figura central para a oferta substancial,
restaurando por indenizao a posio de Abel.
Deste modo, Esa e Jac estabeleceram as posies de Caim e Abel no
tempo em que Deus aceitou a oferta de Abel. Portanto, para que eles
estabelecessem a condio de indenizao para eliminar a natureza
decada, Esa tinha que amar Jac, estabelec-lo como o mediador e
obedecer-lhe na posio de ser dominado por ele, colocando-se assim na
posio de multiplicar o bem, herdando o bem de Jac, que tinha recebido a
bno de Deus. Entretanto, Esa, de fato, amou e recebeu bem Jac,
quando este voltou para Cana com sua famlia celeste e as riquezas,
depois de ter terminado o rduo trabalho de 21 anos em Har (Gn 33.4);
assim puderam estabelecer a condio de indenizao para eliminar a
natureza decada. Desta maneira, puderam restaurar por indenizao
aquilo que Caim e Abel, na famlia de Ado, e Sem e Cam, na famlia de
No, tinham falhado em realizar na oferta substancial.

200 - PRINCPIO DIVINO

Assim, mediante o xito na oferta substancial por Esa e Jac, o curso


vertical da histria, que a partir da famlia de Ado tivera como meta
restaurar por indenizao o fundamento de substncia, foi, pela primeira
vez, restaurado por indenizao sobre a base horizontal na famlia de Isaac,
no curso providencial da restaurao centralizada em Abrao.
O testemunho bblico diz (Rm 9.11-13) que Deus aborreceu Esa
enquanto ainda estava no ventre de sua me. Contudo, ele pde colocar-se
na posio de um Caim restaurado, porque cumpriu sua poro de
responsabilidade, submetendo-se a Jac e, finalmente, recebeu o amor de
Deus. Devemos entender que Deus aborreceu Esa meramente porque ele
estava na posio de Caim, que tinha estado no lado de Satans no curso
providencial para estabelecer as condies de indenizao.
3. FUNDAMENTO PARA RECEBER O MESSIAS
O fundamento para receber o Messias, que devia ser estabelecido na
famlia de Ado, foi prolongado atravs de trs geraes at Abrao, porque
as figuras centrais encarregadas da providncia da restaurao falharam em
realizar suas pores de responsabilidade. Contudo, a vontade de Deus foi
prolongada at Isaac, devido falha na oferta simblica de Abrao, que
devia cumprir a Vontade. O fundamento de f e o fundamento de
substncia foram estabelecidos centralizando-se na famlia de Isaac e, pela
primeira vez, foi estabelecido o fundamento para receber o Messias. Por
conseguinte, o Messias devia vir naquela poca.
Ao considerarmos as coisas centralizando-se no fundamento para receber
o Messias, devemos primeiro conhecer o ambiente social necessrio ao
fundamento para receber o Messias. Os homens decados devem primeiro
estabelecer o fundamento para receber o Messias a fim de fornecer a base
para restaurar o mundo, estabelecido centralizado em Satans, para o reino
centralizado no Messias. Na providncia da restaurao centralizada na
famlia de Ado e na famlia de No, no havia outras famlias que
pudessem invadir a famlia da vontade divina. Por isso o Messias devia vir
no fundamento em nvel de famlia para receber o Messias, se este tivesse
sido estabelecido naquela poca. Contudo, no tempo de Abrao, j havia
uma nao formada por homens decados, centralizada em Satans,
lutando contra a famlia de Abrao. O Messias no podia ter vindo
diretamente no fundamento em nvel de famlia para receber o Messias,
embora tivesse sido estabelecido. Eles podiam receber o Messias somente
depois de ter estabelecido o fundamento no domnio do nvel nacional, que
pudesse fazer frente ao mundo satnico.
Portanto, embora Abrao tivesse tido xito tanto na oferta simblica como
na oferta substancial, tornando possvel, naquela poca, o estabelecimento

201 - PRINCPIO DIVINO

do fundamento em nvel de famlia para receber o Messias, o Messias no


poderia ter vindo, a menos que, no fundamento estabelecido, os
descendentes de Abrao tivessem se multiplicado na terra de Cana,
formando assim o fundamento em nvel nacional para receber o Messias.
Contudo, Abrao falhou na oferta simblica. Como punio por aquilo, os
descendentes de Isaac, embora tivessem estabelecido o fundamento em
nvel de famlia para receber o Messias, tiveram que partir de sua terra e ir
para uma nao estrangeira. Deviam estabelecer o fundamento em nvel
nacional para receber o Messias somente depois de 400 anos de
tribulaes, aps sua volta para Cana.
Quem deveria iniciar o curso de indenizao deixado para os
descendentes de Abrao devido sua falha na oferta simblica? Era Jac,
e no Isaac. O motivo que, como ficou demonstrado, a figura central que
deveria passar pelos cursos de indenizao, seria de tipo Abel, sendo o
centro da oferta substancial. Por isso Abel, na famlia de Ado; Cam, na
famlia de No; Isaac, na famlia de Abrao e Jac, na famlia de Isaac,
teriam que passar por um curso de indenizao, representando suas
respectivas famlias.
Jac, especialmente, devia passar pelo curso tradicional de separao de
Satans, como o modelo a ser seguido por Jesus mais tarde, porque ele era
a pessoa de tipo Abel, colocada sobre o fundamento para receber o Messias
(cf. Parte II, Captulo II, Seo I). A famlia de Jac tinha que iniciar este
curso de indenizao na posio da famlia de Isaac, porque tinham que
realizar a finalidade da providncia da restaurao centralizada em Abrao.
Para fazer isto, a famlia de Jac teve que levar o pecado de Abrao atravs
do curso de indenizao de 400 anos. Na famlia de Isaac, Jac, na posio
de Abel, havia tomado este curso de indenizao. Por isso, na famlia de
Jac, Jos, filho de Raquel (esposa de Jac no lado celeste), tinha que
estabelecer a posio de Abel, indo para o Egito primeiro e l seguindo o
curso de indenizao.
Portanto, Jos foi vendido por seus irmos e levado para o Egito. Depois
de tornar-se o primeiro ministro do Egito com a idade de 30 anos, aquilo que
lhe tinha sido revelado pelos cus em seu sonho de criana veio a tornar-se
realidade (Gn 37.5-11), quando os irmos consangneos de Jos, os outros
filhos de Jac no lado satnico, se submeteram a ele. Assim eles seguiram
o curso de chegar primeiro ao Egito, por parte dos filhos, e mais tarde, os
pais foram conduzidos pelo mesmo curso. Deste modo, a famlia de Jac
iniciou o curso de indenizao para mais tarde receber o Messias em nvel
nacional.
Desta maneira, a providncia centralizada em Isaac foi prolongada ao
curso providencial centralizado em Jac. Jac, que levava o pecado de

202 - PRINCPIO DIVINO

Abrao, iniciou o curso de indenizao para cumprir a vontade de Isaac em


nvel nacional. Por isso Abrao, Isaac e Jac foram todos um s corpo,
embora fossem diferentes como indivduos, tal como Abrao e Isaac eram
um s corpo, do ponto de vista do significado da Vontade.
Conseqentemente, o sucesso de Jac representava o sucesso de Isaac, e
o sucesso de Isaac representava o sucesso de Abrao. Portanto, a
providncia da restaurao centralizada em Abrao, embora fosse
prolongada at Isaac e depois at Jac, exatamente como se tivesse sido
realizada em uma s gerao, sem prolongamento algum, quando encarada
do ponto de vista do significado da vontade divina. A passagem bblica em
que Deus disse: Eu sou o Deus de seu pai, o Deus de Abrao, o Deus de
Isaac e o Deus de Jac (x 3.6), nos diz que essas trs geraes, embora
diferentes, so exatamente como se fossem uma s gerao, do ponto de
vista do significado da vontade divina, j que so todos eles nossos
antepassados que realizaram um s propsito divino, em esforos
conjuntos.
De fato, Deus se propunha a realizar a providncia da restaurao
primeiro fazendo com que a famlia de Jac sofresse 400 anos de
escravido no Egito, o mundo satnico; depois, escolhendo-os como a
nao eleita e trazendo-os de volta para Cana, como havia prometido em
Sua bno a Abrao. Ento Deus tencionava lev-los a estabelecer o
fundamento em nvel nacional para receber o Messias e finalmente Ele
enviaria o Messias sobre aquele fundamento.
Portanto, o fundamento para receber o Messias, estabelecido centralizado
na famlia de Isaac, tornou-se a base para iniciar o curso de indenizao
para o estabelecimento do fundamento em nvel nacional para receber o
Messias. Em conseqncia, o perodo de 2.000 anos de Ado at Abrao
foi aquele durante o qual assentaram a base para iniciar o estabelecimento
do fundamento para receber o Messias em nvel nacional na idade seguinte.
Jac, que se encarregou do curso de indenizao que resultou da falha
de Abrao na oferta simblica, teve xito na luta em nvel individual ao
tomar o direito de primogenitura de Esa, usando sua sabedoria em favor da
vontade celeste; e triunfou novamente nos 21 anos de luta para tomar o
direito de primogenitura, em nvel de famlia, do irmo de sua me, Labo,
em Har, o mundo satnico. Ao voltar de Har para Cana, Jac venceu na
luta contra o anjo e ganhou o nome de Israel, estabelecendo a condio de
indenizao para restaurar o domnio sobre o anjo, pela primeira vez, como
um homem decado, desde a queda dos primeiros antepassados humanos.
Assim pde construir a base para a formao da nao escolhida.
Jac regressou para Cana atravs de tal curso, e depois disso,
estabeleceu a condio de indenizao para remover a natureza decada.

203 - PRINCPIO DIVINO

Portanto, Jac estabeleceu com xito o padro da subjugao de Satans.


Moiss, e tambm Jesus, tiveram que seguir este curso tpico, e os
israelitas, como um todo, tiveram tambm que segui-lo. Portanto, a histria
da nao israelita a narrativa histrica deste curso tpico, no qual
subjugaram Satans em nvel nacional. por isso que a histria da nao
israelita o foco central da histria providencial da restaurao.
4. Lies Aprendidas do Curso de Abrao
A providncia da restaurao centralizada em Abrao nos mostra,
primeiro, como a predestinao de Deus com respeito a Sua vontade. A
providncia da restaurao no pode ser realizada somente pelo poder de
Deus, mas deve ser realizada pela ao conjunta do homem com Deus. Em
conseqncia, Deus no podia realizar Sua vontade atravs de Abrao,
embora tivesse chamado Abrao para cumprir a finalidade da providncia
da restaurao, porque Abrao falhou em realizar sua poro de
responsabilidade.
Segundo: isto nos mostra como a predestinao de Deus para o
homem. Deus predestinou Abrao para ser o pai da f, mas quando ele
falhou em cumprir sua poro de responsabilidade, sua misso foi
transferida a Isaac e depois a Jac.
Terceiro: isto nos mostra que a providncia da restaurao deve
prolongar-se necessariamente quando o homem falha em cumprir sua
poro de responsabilidade e, ao mesmo tempo, uma maior condio de
indenizao deve ser estabelecida a fim de restaurar a falha. No caso de
Abrao, a Vontade devia cumprir-se pela oferta de sacrifcios de animais;
mas, devido ao seu erro, teve que cumprir-se somente atravs da oferta de
seu amado filho Isaac, como sacrifcio.
Quarto: isto nos mostra, pelo ato de dividir os sacrifcios, que ns tambm
devemos dividir-nos como sacrifcio, representando o bem e o mal. Uma
vida religiosa aquela em que a pessoa se coloca na posio de sacrifcio e
se oferece como sacrifcio aceitvel a Deus, dividindo-se pelo meio,
representando o bem e o mal. Portanto, se ns no separarmos o bem e o
mal em ns mesmos, centralizados na vontade de Deus, criada uma
condio para Satans invadir.

204 - PRINCPIO DIVINO

CAPTULO II

Providncia da
Restaurao Centralizada
em Moiss e Jesus

Uma passagem bblica diz: Certamente o Senhor Deus no faz coisa


alguma, sem revelar o seu segredo aos seus servos os profetas (Am 3.7).
As escrituras contm incontveis segredos acerca da providncia divina da
salvao. Contudo, sem conhecer o princpio da providncia de Deus, os
homens no tm sido capazes de entender o sentido secreto das palavras
da Bblia. Nem mesmo uma simples narrativa da vida de um profeta na
Bblia meramente a histria daquele homem, mas sim o caminho que o
homem decado deve seguir. Em seguida vamos estudar como Deus
revelou o modelo para o curso providencial de Jesus para a salvao da
humanidade, fazendo com que Jac e Moiss passassem pelo curso
providencial da restaurao.
SEO I
Modelo para Subjugao de Satans
Na providncia da restaurao centralizada na famlia de Isaac, todo o
curso de Jac foi um modelo para o curso de Moiss, e tambm foi o
modelo para o curso eventual e substancial de Jesus. Este modelo foi
tambm o curso para os israelitas e para toda a humanidade, que deviam
subjugar Satans a fim de realizar a finalidade da providncia da
restaurao.

205 - PRINCPIO DIVINO

1. A RAZO PELA QUAL DEUS ESTABELECEU O CURSO DE JAC E


O CURSO DE MOISS COMO MODELO PARA O CURSO DE JESUS
A finalidade da providncia da restaurao deve, em ltima anlise, ser
realizada pelo fato de tornar-se o homem capaz de naturalmente subjugar
Satans, e domin-lo, pela realizao de sua prpria poro de
responsabilidade.
Jesus veio com a misso do Messias, como o
antepassado humano perfeito, a fim de ser o pioneiro do curso final para a
subjugao de Satans, e de levar todos os santos a seguirem este curso.
Satans, que nem mesmo a Deus havia obedecido ou se submetido, de
modo algum haveria de obedecer ou submeter-se a Jesus, como o
antepassado humano, muito menos ainda aos santos. Por isso Deus,
assumindo a responsabilidade no Princpio de ter criado o homem,
estabeleceu o curso simblico para subjugar Satans por meio do modelo
de Jac.
Moiss pde subjugar a Satans, passando pelo curso em imagem,
tendo o curso de Jac como padro, porque Deus anunciou por meio de
Jac o curso tpico para subjugar Satans. Jesus tambm pde subjugar
Satans passando pelo curso substancial, tendo o curso de Moiss como
padro, porque Moiss tinha caminhado pelo curso indicado por Jac.
Todos os santos tambm puderam subjugar e dominar Satans caminhando
pelo mesmo curso.
Quando Moiss disse que Deus levantaria um profeta semelhante a ele
(At 3.22), quis dizer que Jesus teria que caminhar pelo curso providencial da
restaurao de Cana em um nvel mundial, usando o curso de Moiss
como modelo. A Bblia diz: O Filho por si mesmo no pode fazer coisa
alguma, se o no vir fazer o Pai; porque tudo quanto Ele faz, o Filho o faz
igualmente (Jo 5.19). O sentido bblico que Jesus estava passando pelo
mesmo curso que Deus tinha revelado por meio de Moiss. Assim Moiss
se tornou o modelo para as aes de Jesus mais tarde (At 3.22).
2. O CURSO DE MOISS E O CURSO DE JESUS, SEGUNDO
MODELO DO CURSO DE JAC

O curso de Jac possibilitou a ele subjugar Satans. O curso para


subjugar Satans deve ser seguido em um caminho inverso quele pelo
qual Satans invadiu. Estudemos agora o curso de Moiss e o curso de
Jesus, pelos quais passaram, tendo o curso de Jac como seu modelo.
(1) O homem, originalmente, devia ter guardado o mandamento de Deus
de no comer do fruto, com o risco de sua vida. Ao falhar em vencer a
tentao oferecida pelo arcanjo, ele caiu. Para que Jac completasse a
restaurao de Cana em nvel de famlia, restaurando o fundamento para

206 - PRINCPIO DIVINO

receber o Messias, depois de voltar de Har para Cana com famlia e


riquezas, ele tinha que conquistar vitria em uma prova, lutando contra
Satans, com o risco de sua vida. Para triunfar em tal prova, Jac lutou
contra o anjo no vau do Jaboc. Por seu triunfo sobre o anjo, recebeu o
nome de Israel (Gn 32.25-28). Deus provou a Jac colocando o anjo na
posio de Satans. O objetivo no era levar Jac ao sofrimento. O
objetivo de Deus para a prova era estabelecer Jac como o senhor da
restaurao em nvel de famlia, levando-o a estabelecer a posio de Abel,
em sua vitria na luta para restaurar o domnio sobre o anjo. O mundo
anglico tambm devia ser restaurado pelo ato de ter o anjo uma parte
principal na provao.
No caso de Moiss, para que ele se tornasse o senhor da restaurao de
Cana em nvel nacional, voltando para Cana com os israelitas, teve que
superar uma prova na qual Deus procurou mat-lo (x 4.24). Se o homem
tivesse recebido a prova no de Deus, mas de Satans, ele se tornaria
presa de Satans, se fosse derrotado. Por isso devemos saber que
devido ao amor de Deus para com o homem que Deus d provas ao homem
de seu lado. Jesus tambm teve que triunfar na luta contra Satans, com o
risco de sua vida, nos 40 dias de tentao no deserto (Mt 4.1-11).
(2) Jac tinha que estabelecer a condio para eliminar a natureza
decada, porque esta se produziu devido invaso da carne e do esprito do
homem, por parte de Satans. Portanto, Jac tinha que restaurar a posio
de Abel, estabelecendo a condio de indenizao para eliminar a natureza
decada, pelo ato de tomar a primogenitura de Esa, pelo custo de po e
sopa de lentilhas (Gn 25.34), que simbolizavam a carne e o esprito.
Com o mesmo objetivo, Deus se props, no curso de Moiss, a fazer com
que os israelitas estabelecessem a condio de indenizao em nvel
nacional para eliminar a natureza decada, alimentando-os com codornizes
e man (x 16.13), simbolizando a carne e o esprito, e, por meio disso,
dando-lhes um forte sentimento de gratido e a conscincia de serem os
eleitos de Deus, para que pudessem obedecer a Moiss.
Jesus disse:

"Vossos pais comeram o man no deserto, e morreram... Na verdade vos


digo que, se no comerdes a carne do Filho do homem, e no beberdes o
seu sangue, no tereis vida em vs mesmos." (Jo 6.49-53)
indicando que Ele tambm caminhou no mesmo curso, segundo o padro
estabelecido anteriormente por Jac e Moiss. Isto significa que os homens
decados no podem restaurar a natureza original dotada na criao, a
menos que sirvam a Ele como o Messias, depois de terem estabelecido a
condio de indenizao em nvel mundial para eliminar a natureza decada,

207 - PRINCPIO DIVINO

acreditando em Jesus e obedecendo a Ele, que estava na posio de Joo


Batista (cf. Parte II, Captulo II, Seo III, 2 [1]).
(3) Devido queda do homem, at mesmo o seu cadver foi invadido por
Satans.
O corpo de Jac, j santificado com a bno, esteve
embalsamado durante 40 dias, para estabelecer a condio de que tambm
o corpo fosse separado de Satans, pela vitria na batalha contra ele (Gn
50.3). Com relao a Moiss, que percorreu um curso de acordo com este
modelo, houve uma disputa com respeito localizao de seu corpo depois
da morte (Jd 9). Depois da morte de Jesus, houve tambm problemas com
respeito a seu corpo (Mt 28.12-13).
(4) Devido queda dos primeiros antepassados humanos, Satans
invadiu o homem durante o perodo de crescimento. A fim de restaurar isto
por indenizao, Deus tem operado Sua providncia para estabelecer o
nmero que representa este perodo, da seguinte maneira (cf. Parte II,
Captulo III, Seo II, 4): houve um perodo de trs dias de separao de
Satans, quando Jac retornou de Har terra de Cana (Gn 31.22); houve
tambm um perodo de trs dias, da mesma espcie, quando Moiss
retornou do Egito para Cana, conduzindo os israelitas (x 5.3); e Josu
tambm, pde cruzar o rio Jordo s depois do perodo de trs dias (Js 3.2).
Jesus tambm teve um perodo de trs dias no sepulcro (Lc 18.33) para a
separao de Satans em seu curso espiritual da restaurao de Cana em
nvel mundial.
A fim de restaurar horizontalmente por indenizao, na gerao de Jac,
as condies verticais de indenizao, incluindo 12 geraes de No at
Jac, que tinham sido entregues nas mos de Satans, Jac teve que ter 12
filhos (Gn 35.22). Por isso Moiss teve 12 tribos (x 24.4), e Jesus teve 12
apstolos (Mt 10 .1).
A fim de estabelecer a condio de indenizao para separar a Satans,
que tinha invadido o perodo de 7 dias da criao, Jac teve 70 membros
em sua famlia (Gn 46.27), Moiss tinha 70 ancios (x 24.1) e Jesus teve
70 discpulos, cada grupo respectivamente desempenhando o papel central
em cada curso (Lc 10.1).
(5) O cajado, sendo uma representao simblica da Vontade para ferir a
injustia, ensinar o caminho e servir de apoio, simbolizava o Messias que
devia vir (cf. Parte II, Captulo II, Seo II, 2 [2]). Portanto, o fato de ter
Jac entrado na terra de Cana, atravs do Jordo, apoiando-se no cajado,
que tinha to profundo significado (Gn 32 .10), prefigurava que os homens
decados haveriam de entrar no mundo ideal da criao, atravessando o
mundo pecaminoso, ferindo a injustia, seguindo o exemplo do Messias,
sendo conduzidos por ele e apoiando-se nele. Portanto, Moiss conduziu
os israelitas atravs do mar Vermelho com o cajado (x 14.16), enquanto

208 - PRINCPIO DIVINO

tambm Jesus tinha que conduzir toda a humanidade para o mundo ideal da
criao de Deus, atravs do mar turbulento deste mundo, com uma vara de
ferro, representando a Ele mesmo (Ap 2.27, 12.5).
(6) O pecado de Eva constituiu a raiz de todo pecado e se fez frutfero
quando Caim matou Abel. De acordo com o princpio da restaurao por
indenizao, uma me e um filho tem que efetuar a separao de Satans
em mtua cooperao, porque Satans invadiu o homem por meio de uma
me e um filho, produzindo assim o fruto do pecado.
Por conseguinte, Jac pde separar-se de Satans depois da bno,
porque sua me cooperou com ele de um modo positivo (Gn 27.43). Sem a
cooperao de sua me, Moiss tambm no podia ter servido vontade de
Deus (x 2.2). Jesus tambm teve a cooperao de sua me, que se
refugiou no Egito, com seu filho, escapando do rei Herodes, que procurava
mat-lo (Mt 2.13).
(7) A figura central responsvel para cumprir a vontade da providncia da
restaurao deve passar pelo curso da restaurao, a partir do mundo
satnico at o mundo celeste. Por isso Jac caminhou no curso da
restaurao a partir de Har, o mundo satnico, at a terra de Cana (Gn
31.17-21). Moiss caminhou no curso da restaurao a partir do Egito, o
mundo satnico, at a terra prometida de Cana (x 3.8). Jesus tambm
teve que se refugiar no Egito, imediatamente depois de seu nascimento, e
depois regressou a fim de passar pelo mesmo curso (Mt 2.13).
(8) A finalidade ltima da providncia da restaurao destruir Satans.
Portanto, Jac enterrou os dolos debaixo de um carvalho (Gn 35.4),
enquanto Moiss queimou no fogo o dolo do bezerro de ouro, moendo-o at
que se tornasse p, e o espargiu sobre as guas e deu-o de beber ao povo
de Israel (x 32.20). Jesus tambm teve que destruir o mundo pecaminoso
subjugando a Satans com suas palavras e poder (cf. Parte I, Captulo III,
Seo III, 2 [2]).
SEO II
A Providncia da Restaurao Centralizada em Moiss
1. ASPECTO GERAL DA
CENTRALIZADA EM MOISS

PROVIDNCIA

DA

RESTAURAO

A providncia da restaurao centralizada em Moiss devia completar-se


sobre o fundamento para receber o Messias, j estabelecido na providncia
da restaurao centralizada em Abrao. Contudo, Moiss no foi exceo
no princpio da restaurao no fato de que teve que construir o fundamento
para receber o Messias, depois de ter restaurado por indenizao tanto o

209 - PRINCPIO DIVINO

fundamento de f como o fundamento de substncia. Uma vez que as


figuras centrais encarregadas da providncia mudaram, as novas pessoas
no podiam realizar a vontade da providncia da restaurao sem cumprir
suas pores de responsabilidade. Ademais, o alcance da providncia foi
ampliado do nvel de famlia para o nvel nacional. Contudo, na providncia
da restaurao centralizada em Moiss, como se demonstra pelos fatos
seguintes, o contedo da condio de indenizao para o estabelecimento
deste fundamento foi grandemente mudado, em comparao com os
anteriores.
(1) Fundamento de F
(i) Figura Central para Restaurar o Fundamento de F
Moiss foi a figura central para restaurar o fundamento de f no curso da
volta dos israelitas para a abenoada terra de Cana, depois da escravido
de 400 anos no Egito, que veio a existir devido falha de Abrao na oferta
simblica. Antes de conhecer como Moiss estabeleceu o fundamento de
f, devemos primeiro saber em que aspectos Moiss era diferente de outros
personagens, tais como Ado, No ou Abrao, que tinham estado
procurando restaurar o fundamento de f no curso providencial antes de
Moiss.
Primeiro: devemos saber que Moiss estava na posio de Deus,
substituindo ao prprio Deus. Por isso Deus disse a Moiss que ele devia
ser como Deus para Aaro, o profeta dos israelitas (x 4.16). Outrossim,
Deus disse a Moiss que ele o faria como Deus para o Fara (x 7.1).
Segundo: Moiss era o modelo para Jesus, que devia vir no futuro. Como
tratamos anteriormente, Deus fez a Moiss como Deus para com Aaro e
Fara. Contudo, j que Jesus Deus na carne, a expresso de que Deus
fez a Moiss como Deus significa que Deus o estabeleceu para caminhar
no curso em que mais tarde Jesus devia caminhar. Desta maneira, Moiss
foi o modelo para Jesus, e foi o pioneiro do caminho de Jesus, tal como
Joo Batista tinha que endireitar o caminho de Jesus (Jo 1.23). Estudemos
agora como Moiss caminhou neste curso.
Moiss, como descendente de Jac, que havia estabelecido o fundamento para receber o Messias, era no somente o personagem central da
restaurao, mas tambm aquele que caminhava figurativamente no curso
modelo de Jac, no qual mais tarde Jesus haveria de caminhar. Moiss
estava tambm situado no fundamento estabelecido por Jos, no curso da
entrada da famlia de Jac no Egito.
Jos era outro modelo para Jesus. Jos era o filho nascido de Raquel,
que era a esposa de Jac no lado celeste, e era o irmo menor dos filhos de

210 - PRINCPIO DIVINO

Lia. Jos, que estava na posio de Abel, escapou milagrosamente da


morte, quando seus irmos maiores, que estavam na posio de Caim,
tramaram mat-lo. Contudo, foi vendido a um mercador; foi para o Egito
antes de todos. Tornou-se o primeiro ministro do pas na idade de 30 anos.
Ento seus irmos e seus pais vieram para o Egito e se inclinaram diante
dele em submisso, tal como o cu havia revelado em sua infncia (Gn
37.5-11). Sobre esse fundamento no curso providencial, comeou o curso
da escravido dos israelitas no Egito para a separao de Satans. Este
curso de Jos prefigurou que Jesus viria mais tarde ao mundo satnico, e,
depois de tornar-se o Rei dos reis na idade de 30 anos, atravs do caminho
do sofrimento, subjugaria toda a humanidade, incluindo seus antepassados,
e os separaria do mundo satnico, restaurando todos para o lado celeste.
Assim, toda a vida de Jos era o exato modelo para o caminho de Jesus.
Por outro lado, o nascimento, crescimento e morte de Moiss foram
tambm o modelo para aquilo que Jesus havia de passar. Moiss, ao
nascer esteve a ponto de ser morto pelo Fara. Depois que sua me o criou
em segredo, foi para o palcio do Fara e foi educado com segurana entre
seus inimigos. Da mesma maneira, Jesus tambm esteve a ponto de ser
assassinado pelo rei Herodes. Depois que sua me o levou para o Egito e o
criou em segredo, foi trazido de volta ao domnio do rei Herodes e foi criado
sem perigo entre seus inimigos. Alm disso, ningum ficou sabendo onde
se encontrava o corpo de Moiss, depois de sua morte (Dt 34.6). Isso
tambm foi o modelo para o que havia de suceder com o corpo de Jesus.
Alm do mais, o curso da restaurao de Moiss at Cana em nvel
nacional foi o verdadeiro modelo para o curso mundial da restaurao de
Cana, que Jesus iria seguir mais tarde. Podemos compreender que
Moiss foi assim o modelo para Jesus mediante passagens bblicas que
dizem:

"Suscitarei para eles um profeta do meio de seus irmos, como tu... e


todo aquele que no ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu
nome, eu o requererei dele." (Dt 18.18-19)
A Bblia tambm diz (Jo 5.19) que Jesus no podia fazer coisa alguma de
si mesmo, mas somente o que via fazer o Pai. Isto tambm significa que
Deus j tinha mostrado atravs de Moiss o que Jesus haveria de fazer no
futuro.
(ii) Objetos Condicionais para Restaurar o Fundamento de F
Moiss, como mencionamos anteriormente estava em uma posio
diferente daquelas das outras figuras centrais que tinham restaurado o
fundamento de f no curso providencial antes dele. Por isso Moiss podia
restaurar por indenizao o fundamento de f, simplesmente tendo

211 - PRINCPIO DIVINO

estabelecido o fundamento de quarenta dias para a separao de Satans,


centralizando-se nas palavras de Deus, mesmo sem oferecer o sacrifcio
simblico, como fizeram Abel, No ou Abrao.
Primeiro: Moiss estava no fundamento de ter completado a providncia
atravs das ofertas simblicas estabelecidas pelo fato de Abel, No e Isaac
terem tido xito por trs vezes nas ofertas simblicas.
Segundo: a oferta era o objeto condicional que se estabelecia em lugar
das palavras, porque os homens decados se tornaram incapazes de
receber as palavras de Deus diretamente. No tempo de Moiss, a oferta
simblica para o fundamento de f tornou-se desnecessria, pois o perodo
providencial para o fundamento da restaurao (idade pr-abrmica), no
qual o fundamento de f era restaurado estabelecendo a oferta como o
objeto condicional, tinha passado para a idade providencial para a
restaurao (Idade do Velho Testamento), no qual se podia receber a
palavra de Deus diretamente.
Terceiro: j que a providncia centralizada na famlia de Ado tinha se
prolongado por tanto tempo, tinham que ser estabelecidas certas condies
para restaurar por indenizao a idade providencial que tinha sido
prolongada devido invaso de Satans. Para que No estabelecesse o
fundamento de f atravs da arca, tornou-se necessrio o fundamento de 40
dias de separao de Satans. Abrao tambm s pode oferecer o
sacrifcio simblico para estabelecer o fundamento de f, depois de ter-se
situado no fundamento de 40 dias de separao de Satans, tendo
restaurado por indenizao o perodo de 400 anos. A nao israelita sofreu
400 anos de escravido no Egito a fim de restaurar por indenizao o
fundamento de f invadido por Satans devido falha de Abrao na oferta,
restaurando por indenizao o fundamento de 40 dias de separao de
Satans.
Assim, na idade providencial da restaurao, o fundamento de f devia
ser restaurado se a pessoa pudesse colocar-se, centralizando-se na palavra
de Deus em lugar das ofertas, sobre o fundamento de 40 dias de separao
de Satans.
(2) Fundamento de Substncia
No perodo providencial para o fundamento da restaurao, Deus operou
sua providncia para estabelecer o fundamento de substncia em nvel de
famlia. Contudo, na idade providencial da restaurao, Deus operou sua
providncia para estabelecer o fundamento de substncia em nvel nacional.
Entretanto, Moiss, que devia restaurar o fundamento de f no nvel
nacional, estava na posio de Jesus porque ele substitua a Deus (x 4.16,
7.1). Por essa razo, Moiss estava na posio de progenitor (pai) da
nao israelita. Moiss estava tambm na posio de filho com relao a

212 - PRINCPIO DIVINO

Jesus, como um profeta que tinha a misso de abrir o caminho para Jesus.
Portanto, Moiss podia tambm estar na posio de Abel, como a figura
central para estabelecer o fundamento de substncia no nvel nacional.
Abel pde estabelecer sua prpria posio para a oferta substancial,
juntamente com o fundamento de f, que Ado devia ter estabelecido,
obtendo xito em sua oferta, porque Abel ofereceu sacrifcios da posio de
pai, em lugar de Ado. De acordo com o mesmo princpio, Moiss, estando
simultaneamente nas posies tanto de pai como de filho, podia estabelecer
a posio de Abel (que devia oferecer a oferta substancial) na posio de
filho, caso viesse a restaurar por indenizao o fundamento de f, da
posio de pai. Deste modo, depois que Moiss tivesse estabelecido a
posio de Abel, se os israelitas tivessem estabelecido a condio de
indenizao em nvel nacional para eliminar a natureza decada, por meio
de Moiss, a partir da posio de Caim, teria sido estabelecido o fundamento de substncia no nvel nacional.
(3) Fundamento para Receber o Messias
Caso Moiss tivesse restaurado por indenizao o fundamento de f no
nvel nacional, e os israelitas, centralizados em Moiss, tivessem restaurado
por indenizao o fundamento de substncia no nvel nacional, isso se
tornaria o fundamento para receber o Messias no nvel nacional.
Se os israelitas, sobre aquele fundamento, tivessem recebido o Messias,
tivessem tirado o pecado original pelo renascimento e tivessem restaurado a
natureza original dotada na criao fazendo-se um s corpo com Deus em
corao e sentimento, seriam capazes de tornar-se indivduos substanciais
aperfeioados.
2 .
CURSO DA RESTAURAO DE CANA NO NVEL NACIONAL
CENTRALIZADO EM MOISS
O curso de Moiss ao regressar para Cana, a terra da promessa de
Deus, conduzindo a nao eleita dos israelitas para fora do Egito, o mundo
satnico, com milagres e sinais, conduzindo-os atravs do Mar Vermelho e
desviando-se pelo deserto, foi uma verdadeira prefigurao do caminho de
Jesus. Jesus ia restaurar o den na forma original da criao, como Deus
prometeu, conduzindo os cristos, os segundos israelitas, para fora do
mundo pecaminoso, com milagres e sinais, conduzindo-os atravs do mar
turbulento do mundo pecaminoso, desviando-se pelo deserto sem a gua da
vida.
Assim como o curso da restaurao de Cana no nvel nacional,
centralizado em Moiss, teve que ser prolongado trs vezes, devido falta
de f dos israelitas, o curso da restaurao de Cana no nvel mundial,

213 - PRINCPIO DIVINO

centralizado em Jesus, foi tambm prolongado trs vezes, devido falta de


f do povo judeu.
Evitaremos explicaes complicadas e comparaes detalhadas entre o
curso de Moiss e o de Jesus. Seu relacionamento ser esclarecido
comparando esta seo com a prxima.
(1) Primeiro Curso da Restaurao de Cana no Nvel Nacional
(i) Fundamento de F
O perodo de indenizao no nvel nacional, que se originou devido
falha de Abrao na oferta simblica, terminou com a escravido que
sofreram os israelitas no Egito durante 400 anos. Assim, para que Moiss
se tornasse a figura central para restaurar o fundamento de f, ele tinha que
estabelecer o fundamento de 40 dias de separao de Satans, indenizando
novamente, no nvel individual, os 400 anos, que foram o perodo de
indenizao no nvel nacional.
Para esta finalidade, Moiss teve que passar 40 anos no palcio do
Fara, o centro do mundo satnico, a fim de restaurar por indenizao o
nmero 40, que Ado, antes da queda, tinha que estabelecer para o
fundamento de f (cf. Parte II, Captulo III, Seo II, 4).
Moiss terminou seu perodo de 40 anos no palcio do Fara, onde
recebeu educao de sua prpria me, contratada no palcio como sua ama
e desconhecida de todos. Esta educao aumentou a conscincia de que a
nao israelita era a eleita de Deus. Com imutvel lealdade e fidelidade
para com a linhagem da nao escolhida, abandonou o palcio, preferindo
sofrer com o povo de Deus em vez de desfrutar do efmero e pecaminoso
prazer da casa do Fara (Hb 11.24-25). Deste modo, Moiss pde restaurar
por indenizao o fundamento de f, tendo estabelecido o fundamento de 40
dias de separao de Satans, por meio de seus 40 anos de vida no palcio
do Fara.
(ii) Fundamento de Substncia
Moiss firmou-se na posio de Abel pelo estabelecimento da condio
de indenizao, em nvel nacional, para eliminar a natureza decada, como
j foi tratado acima, ao mesmo tempo que estabelecia o fundamento de f.
Os israelitas, que estavam na posio de Caim, deviam ter obedecido
com f e submisso a Moiss, que estava na posio de Abel, como seu pai
e ao mesmo tempo como um filho. Herdando de Moiss a vontade de Deus,
deviam ter multiplicado o bem.
Depois, podiam ter restaurado por
indenizao o fundamento de substncia em nvel nacional, tendo
estabelecido a condio de indenizao em nvel nacional para eliminar a

214 - PRINCPIO DIVINO

natu-reza decada. O perodo em que os israelitas saram do Egito,


seguindo a Moiss, e regressaram para Cana, tornou-se tambm o perodo
para que eles estabelecessem o fundamento de substncia.
Com o ato de Moiss ao matar um egpcio, Deus comeou a providncia
para o incio. Moiss, vendo que seus irmos eram maltratados pelo
egpcio, no pode conter seu fervente amor por seus irmos; ele matou o
egpcio (x 2.12). De fato, isto foi a expresso do profundo ressentimento
de Deus, quando viu a aflio de Seu povo (x 3.7). O fato de os israelitas
se unirem ou no, centralizando-se em um lder como Moiss, decidiria se
eles podiam ou no iniciar com xito o curso da restaurao de Cana,
atravessando o deserto sob a liderana de Moiss.
A razo pela qual Moiss, que tinha sido eleito por Deus, teve que matar
o egpcio foi que, por meio do ato do arcanjo ao induzir os primeiros
antepassados humanos a carem, e pelo ato de Caim matar Abel, Satans
tinha formado a histria pecaminosa da humanidade a partir da posio do
filho maior. Portanto, se o lado celeste no pudesse estabelecer a condio
para restaurar por indenizao, ferindo o lado satnico, que estava na
posio do mais velho, no podia iniciar o curso da restaurao de Cana.
Outrossim, era para levar Moiss a romper seu apego ao palcio do Fara,
e coloc-lo em situao tal que seria incapaz de voltar l, enquanto, ao
mesmo tempo, era para fazer com que os israelitas confiassem em Moiss,
demonstrando seu patriotismo. Foi pela mesma razo que Deus feriu todos
os primognitos dos homens e do gado dos egpcios, no segundo curso da
restaurao de Cana em nvel nacional.
Se os israelitas, ao testemunharem tal ato de Moiss, tivessem ficado
profundamente comovidos por seu patriotismo, com um corao igual ao de
Deus, e se o tivessem respeitado, confiado nele, servido e seguido a ele
com grande ardor, teriam entrado na abenoada terra de Cana pelo
caminho direto da terra dos filisteus, sem ter que cruzar o Mar Vermelho ou
dar a volta pelo caminho do deserto do Sinai, centralizados em Moiss, que
os conduzia como Deus. Ento, estabeleceriam ali o fundamento de
substncia. Ademais, isso se tornaria o curso de 21 dias, restaurando o
curso de 21 anos de Jac em Har. Est escrito (x 13. l7):

"Tendo Fara deixado partir o povo, Deus no o conduziu pelo caminho


da terra dos filisteus, que , no entanto, o mais curto, pois disse: Talvez o
povo venha a arrepender-se, no momento em que tivessem de enfrentar
uma guerra, e voltem para o Egito.
Disto compreendemos que Deus se propunha fazer com que o povo
passasse pelo primeiro curso da restaurao de Cana em nvel nacional
atravs do caminho direto da terra dos filisteus. No entanto, devido
desconfiana dos israelitas em Moiss, este curso foi anulado mesmo antes

215 - PRINCPIO DIVINO

de comear. No tempo do segundo curso da restaurao de Cana em


nvel nacional, Deus os conduziu atravs do Mar Vermelho e do deserto,
para que no voltassem para o Egito, estando no caminho da restaurao
de Cana, devido sua falta de f.
(iii)A Falha no Primeiro Curso da Restaurao de Cana em Nvel
Nacional
Se os israelitas, que estavam na posio de Caim, tivessem entrado na
terra de Cana obedecendo e submetendo-se a Moiss, que estava na
posio de Abel, teriam estabelecido a condio de indenizao em nvel
nacional para eliminar a natureza decada, estabelecendo ento o
fundamento de substncia. Contudo, quando viram Moiss matar o egpcio,
o entenderam mal e a crtica do fato espalhou-se rapidamente. Fara,
ouvindo aquilo, procurou matar Moiss (x 2.15). Da Moiss se viu
obrigado a fugir do Fara e, afastando-se dos israelitas, retirou-se para o
deserto de Midi. Naturalmente, o fundamento de substncia no foi
estabelecido, e o curso da restaurao dos israelitas Cana,
centralizando-se em Moiss, foi prolongado a uma segunda vez e,
eventualmente, a uma terceira.
(2) Segundo Curso da Restaurao de Cana em Nvel Nacional
(i) Fundamento de F
Devido ao fracasso do primeiro curso da restaurao de Cana em nvel
nacional, causado pela falta de f dos israelitas, o perodo de 40 anos de
Moiss no palcio do Fara, que ele tinha estabelecido como o fundamento
de f, foi invadido por Satans. Por isso, para que Moiss pudesse iniciar o
segundo curso da restaurao de Cana em nvel nacional, tinha que
estabelecer novamente o perodo para restaurar por indenizao o perodo
de 40 anos de vida no palcio do Fara, que tinha sido anulado pela invaso
satnica, e ento tinha que restaurar o fundamento de f. Essa foi a
finalidade dos 40 anos de Moiss no deserto de Midi, depois de ter
escapado do Fara. Durante esse perodo de 40 anos, a nao israelita
tambm levou uma vida de aflio, devido sua falta de f em Moiss.
Moiss estabeleceu novamente o fundamento de 40 dias de separao
de Satans atravs de seus 40 anos no deserto de Midi; desta forma,
podia restaurar o fundamento de f para o segundo curso da restaurao de
Cana em nvel nacional. Por isso Deus apareceu perante Moiss e disse:

"Eu vi a aflio de meu povo que est no Egito, e ouvi seus clamores por
causa de seus opressores. Sim, eu conheo seus sofrimentos. E desci
para o livrar da mo dos egpcios e para faz-lo subir do Egito para uma

216 - PRINCPIO DIVINO

terra frtil e espaosa, uma terra que mana leite e mel, l onde habitam os
cananeus... agora, eis que os clamores dos israelitas chegaram at a
mim, e vi a opresso que lhes fazem os egpcios. Vai, eu te envio ao
Fara
para
tirar
do
Egito
os
israelitas,
meu
povo."
(x 3.7-10)
(ii) Fundamento de Substncia
Os 40 anos de Moiss no deserto de Midi restabeleceram o fundamento
de 40 dias de separao de Satans e restauraram o fundamento de f. Ao
mesmo tempo, ele firmou a posio de Abel no estabelecimento da
condio de indenizao em nvel nacional para eliminar a natureza
decada. Por conseguinte, como no caso do primeiro curso da restaurao
de Cana em nvel nacional, os israelitas, que estavam na posio de Caim,
deviam ter seguido Moiss com absoluta confiana, pois ele estava na
posio de Abel. Eles poderiam ento ter entrado na terra de Cana, que
manava leite e mel, como Deus havia dito, e l poderiam finalmente ter
estabelecido a condio de indenizao em nvel nacional para eliminar a
natureza decada, e da poderiam ter estabelecido o fundamento de
substncia.
Para a mesma finalidade que quando Moiss matou o egpcio, Deus fez
com que Moiss ferisse os egpcios, dando-lhe o poder dos trs grandes
milagres e dez pragas, ao estar ele preparado para iniciar seu segundo
curso da restaurao de Cana em nvel nacional. Por meio disso, Deus
comeou a providncia para o incio.
Os motivos pelos quais Moiss teve que ferir aqueles que se encontravam
no lado de Satans eram como j foi elucidado: primeiro, restaurar por
indenizao a posio do filho mais velho, que tinha sido invadida por
Satans; segundo, fazer com que os israelitas rompessem seu apego ao
Egito; e terceiro, possibilitar que os israelitas soubessem que Moiss tinha
sido enviado por Deus (x 4.1-9). Alm disso, havia outra razo para que
Moiss pudesse ferir os egpcios. Esta era que, apesar do fato de terem os
israelitas completado o perodo de 400 anos de indenizao da escravido
no Egito, em conseqncia da falha de Abrao na oferta simblica, como
Deus tinha dito, estavam sofrendo mais 30 anos de escravido (x 12.41);
ouvindo seu lamento, Deus teve compaixo deles (x 2.24-25).
Que prefiguravam os trs grandes milagres no curso da providncia da
restaurao?
O primeiro milagre, que Deus tinha ordenado e demonstrado (x 4. 3-9),
foi que, ao comando de Moiss, Aaro lanou sua vara na terra perante o
Fara, e ela se tornou uma serpente. Vendo isto, o Fara chamou seus

217 - PRINCPIO DIVINO

mgicos e f-los lanar suas varas, e elas tambm se tornaram serpentes.


No entanto, a serpente de Aaro tragou suas serpentes (x 7 .10-12).
Que, pois, prefigurou este milagre? Isto simbolicamente nos mostrou que
Jesus viria como o Salvador e destruiria o mundo satnico. A vara que fez o
milagre perante Moiss, que tinha sido estabelecido no lugar do prprio
Deus (x 7.1), simbolizava Jesus com sua autoridade e poder, que no futuro
faria tal milagre perante Deus. Ao mesmo tempo, a vara tem a misso de
sustentculo, protetor, lder justo sempre a ferir a injustia; portanto, ela
tambm simbolizava a Jesus no aspecto de sua misso, pois prefigurava
que Jesus viria perante toda a humanidade, no futuro, com tal misso.
Alm disso, o fato de ter a vara, que simbolizava Jesus, se tornado uma
serpente indicou-nos que Jesus tambm tinha de fazer o papel de serpente.
Por essa mesma razo, Jesus comparou-se a uma serpente, dizendo:
Como Moiss levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do
homem seja levantado (Jo 3.14). Em outra passagem, Jesus disse a seus
discpulos que fossem prudentes como as serpentes (Mt 10.16). Com isto
queria dizer que, j que os primeiros antepassados humanos, no incio,
caram pela tentao da m serpente, Jesus, a fim de restaurar isso por
indenizao, tinha que vir como a boa serpente da sabedoria, para tentar e
conduzir os homens maus ao bem. Por isso seus discpulos tinham tambm
que seguir a sabedoria de Jesus, que veio como a boa serpente,
conduzindo assim os homens maus ao bem. Por outro lado, o fato de ter a
serpente de Moiss tragado as serpentes dos mgicos indicou-nos simbolicamente que Jesus viria como uma serpente celeste, para tragar e
destruir a serpente satnica.
O segundo milagre foi que, por ordem de Deus, Moiss colocou sua mo
em seu seio e ela tornou-se leprosa. Contudo, depois de uma segunda
ordem de Deus, ele novamente colocou sua mo em seu seio, e ela foi
curada (x 4.6-7). Este milagre simbolicamente nos indicou que Jesus viria
no futuro como o segundo Ado e, com o Esprito Santo como a deidade da
segunda Eva (cf. Parte I, Captulo VII, Seo IV, 1), realizaria a obra da
redeno. Quando sua mo foi colocada em seu seio pela primeira vez e
tornou-se leprosa, significou que o arcanjo primeiro ps Eva em seu seio, e
os homens caram em uma posio em que no podiam salvar-se.
Outrossim, ao colocar a mo em seu seio pela segunda vez, o fato de ter ela
ficado curada representava que Jesus, como o esprito paterno da
humanidade, haveria de vir e restaurar o Esprito Santo, como o esprito
materno da humanidade (cf. Parte I, Captulo VII, Seo IV, 1); depois,
como uma galinha agrega a sua ninhada sob suas asas (Mt 23.37), ele
haveria de completamente restaurar toda a humanidade, agregando-a em
seu seio e dando-lhe o renascimento.

218 - PRINCPIO DIVINO

O terceiro milagre foi que Moiss tomou gua do Nilo e derramou-a na


terra seca, e ela se tornou sangue (x 4.9).
Isto representava
simbolicamente que uma coisa sem vida, como a gua, seria restaurada
para uma coisa de vida, como o sangue. A gua representa o povo do
mundo, que perdeu a vida devido queda (Ap 17.15). Este sinal nos
indicou que Jesus e o Esprito Santo haveriam de vir no futuro e restaurar os
homens decados, despojados de vida, para filhos de vida.
Deus manifestou estes trs poderes a fim de estabelecer a condio
simblica de indenizao, que, no futuro, possibilitava a Jesus e ao Esprito
Santo virem perante os israelitas como os Verdadeiros Pais da humanidade,
e restaurar toda a humanidade como seus filhos, e ento restaurar o
fundamento original de quatro posies, tomado por Satans.
Quando Moiss pediu a Deus algum que pudesse falar por ele (pois ele
no era eloqente), Deus deu-lhe Aaro, seu irmo (x 4.14), e depois
Mriam, a profetisa, sua irm (x 15.20). Isto nos mostra figurativamente
(em imagem) que no futuro Jesus e o Esprito Santo, como a Palavra em
substncia, viriam e restaurariam os homens, despojados da Palavra devido
queda, substncia (encarnao) da Palavra. Portanto, Aaro e Mriam
exaltaram a vontade de Moiss, que estava na posio de Deus no curso da
restaurao de Cana, e executaram sua misso de conduzir o povo em
lugar de Moiss. Isso nos mostrou figurativamente (em imagem) que, no
futuro, Jesus e o Esprito Santo exaltariam a vontade de Deus no curso
mundial da restaurao de Cana, e executariam a misso da redeno em
lugar de Deus.
Quando Moiss ia ao encontro do Fara com o mandamento de Deus,
Jeov (o Senhor) apareceu em seu caminho e procurou mat-lo. Nessa
ocasio foi poupada a vida de Moiss por ter sua mulher Zpora
circuncidado seu filho (x 4.24-26). Tendo Moiss vencido na prova por
meio da circunciso, sua famlia sobreviveu, e conseqentemente, os
israelitas puderam sair do Egito. Isso tambm prefigurou que, mesmo
quando Jesus viesse no futuro, a providncia da salvao de Deus no seria
realizada a menos que os israelitas passassem pelo processo da
circunciso.
Estudemos ento o significado da circunciso:
Os primeiros
antepassados humanos, devido relao de sangue com Satans,
receberam o sangue da morte por meio do prepcio. Por isso, para que os
homens decados fossem restaurados como filhos de Deus, comearam a
circuncidar-se como a condio que representava a retirada do sangue da
morte, derramando o sangue do prepcio como a condio de indenizao.
O significado fundamental da circunciso , em primeiro lugar, o sinal de
derramar o sangue da morte; em segundo lugar, o sinal de restaurar o

219 - PRINCPIO DIVINO

domnio do varo; e em terceiro lugar, o sinal da promessa de restaurar a


posio dos filhos de natureza original. H trs espcies de circunciso: a
circunciso da mente (Dt 10.16), a circunciso da carne (Gn 17.10) e a
circunciso de todas as coisas (Lv 19.22-23).
Depois, Deus salvou os israelitas da terra do Egito, realizando os sinais e
as dez pragas atravs de Moiss (x 7.10, 12.36). Isto tambm mostrou
que no futuro Jesus viria e salvaria o povo escolhido de Deus por meio de
milagres e sinais. Quando Jac sofreu os 21 anos de trabalhos em Har,
Labo enganou Jac dez vezes, sem lhe dar o devido salrio (Gn 31.7).
Conseqentemente, no curso de Moiss, que devia passar pelo curso
modelo de Jac, vemos que o Fara no somente submeteu os israelitas a
uma escravido maior do que a devida, mas tambm os enganou dez
vezes, sem manter sua promessa de libert-los. Por conseguinte, como
condio de indenizao, Deus podia castigar o Fara, afligindo-o com dez
pragas. Estudemos ento o que prefiguraram estas dez pragas.
Houve trs dias de trevas no lado do Egito, ao passo que houve trs dias
de luz no lado de Israel, demonstrando que, no futuro, quando viesse Jesus,
haveria trevas no lado de Satans, ao passo que haveria luz no lado
celeste. Depois, Deus feriu todos os primognitos dos egpcios, inclusive os
primognitos do gado, mas os israelitas puderam evitar a praga com o
sangue do cordeiro pintado nas ombreiras das portas. Isso foi para
possibilitar ao segundo filho, que estava na posio de Abel, restaurar a
posio do primognito, mediante o castigo de Deus aos primognitos,
porque todos os primognitos do lado de Satans estavam na posio de
Caim. Esta praga tambm prefigurou que, quando Jesus viesse, restauraria
a posio original do primognito, resultando assim na decadncia do lado
satnico, que tomou a iniciativa no curso da providncia, e na salvao do
lado celeste, devido redeno por meio do sangue de Jesus. Moiss tambm levou uma grande riqueza do Egito (x 12.35-36), e isto tambm
prefigurou a restaurao de todas as coisas por Jesus, que no futuro haveria
de suceder.
Sempre que Deus operou os milagres das pragas, endureceu o corao
do Fara (x 10.27). A primeira razo foi para demonstrar ao povo que
Deus era o Deus dos israelitas, pela manifestao de Seu poder perante o
Fara e os israelitas (x 10.12). A segunda razo foi para fazer com que o
Fara perdesse seu apego aos israelitas, mesmo depois de terem eles
sado do Egito. Deus queria que o Fara, depois de ter feito o possvel para
capturar os israelitas, percebesse sua incapacidade de det-los, e assim
finalmente os deixasse ir. Um terceiro motivo era para ajudar aos israelitas
a romper seu apego ao Egito, fazendo com que tivessem um sentimento de
hostilidade contra o Fara.

220 - PRINCPIO DIVINO

No primeiro curso da restaurao de Cana em nvel nacional, Deus


operou a providncia para o incio quando Moiss matou o egpcio.
Contudo, o povo no confiou em Moiss, e este curso terminou em malogro
antes mesmo de comear. No entanto, a nao israelita no segundo curso
veio a crer que Moiss era seu verdadeiro lder, enviado por Deus, quando
viram os trs sinais e as dez pragas, que Deus lhes mostrara como a
providncia para o incio. Os israelitas, confiando em Moiss e seguindo a
ele, que tinha estabelecido a posio de Abel no fundamento de f em nvel
nacional, foram capazes de iniciar seu segundo curso da restaurao de
Cana em nvel nacional.
O simples fato de terem os israelitas obedecido e se submetido a Moiss
temporariamente no podia tornar possvel o estabelecimento da condio
de indenizao para eliminar a natureza decada. J que o curso
providencial do estabelecimento da condio de indenizao para eliminar a
natureza decada tinha sido invadido por Satans, e um longo perodo
providencial tinha cado nas mos de Satans, os israelitas deviam restaurar
por indenizao um perodo equivalente em nvel nacional. Deste modo, os
israelitas, que estavam na posio de Caim com respeito a Moiss, jamais
poderiam estabelecer a condio de indenizao em nvel nacional para
eliminar a natureza decada se no acreditassem em Moiss e o seguissem
em completa obedincia, durante todo o perodo de sua jornada pelo
deserto. Em conseqncia, o fundamento de substncia em nvel nacional
no podia completar-se antes que os israelitas tivessem passado por seu
curso no deserto, obedecendo a Moiss, e tivessem entrado em Cana.
Desta maneira, a providncia para o incio no segundo curso da
restaurao de Cana se realizou com maior graa do que no primeiro. No
entanto, j que foi devido sua falta de f, a condio de indenizao que
os israelitas tinham que estabelecer no segundo curso foi mais pesada. No
primeiro curso, seriam conduzidos diretamente atravs da terra dos filisteus
at a abenoada terra de Cana, em 21 dias, representando este nmero o
perodo do curso de Jac em Har. Contudo, em seu segundo curso, como
se descreve claramente na Bblia (x 13.17), Deus estava preocupado com
a possibilidade de que o povo regressasse ao Egito, se fosse conduzido
atravs da terra dos filisteus, ao temer uma possvel guerra e assim caindo
novamente na desconfiana, como no primeiro curso. Por isto Deus no os
conduziu por este caminho, mas fez com que eles entrassem em Cana
somente depois de terem cruzado o Mar Vermelho e atravessado o deserto,
gastando nisso 21 meses.
Deste modo, os israelitas, centralizados em Moiss, iniciaram seu curso
de 21 meses atravs do deserto. Estudemos de que modo isto poderia
tornar-se, como foi anteriormente afirmado, o curso modelo da restaurao
de Cana em nvel mundial, centralizado em Jesus, que viria mais tarde.

221 - PRINCPIO DIVINO

Quando o Fara, tendo se rendido a Moiss, permitiu aos israelitas


oferecerem sacrifcios l, Moiss enganou ao Fara e obteve trs dias de
permisso, dizendo:

"No convm que faamos assim, porque sacrificaramos ao Senhor


nosso Deus ofertas abominveis aos egpcios. Se sacrificarmos ofertas
abominveis aos egpcios perante os seus olhos, no nos apedrejaro
eles?
Devemos ir caminho de trs dias ao deserto, para que
sacrifiquemos ao Senhor nosso Deus conforme ele nos ordenar."
(x
8.26-27)
Deste modo Moiss tirou os israelitas do Egito.
Este perodo de trs dias foi verdadeiramente o perodo que Abrao
necessitou para a separao de Satans, antes de oferecer o sacrifcio de
Isaac. Depois disso, o mesmo se tornou o perodo de indenizao
necessrio para a separao de Satans, sempre que algum iniciava um
curso providencial. Mesmo quando Jac estava para iniciar seu perodo de
restaurao de Cana, saiu de Har enganando Labo, teve o perodo de
trs dias de separao de Satans (Gn 31.19-22). De modo semelhante,
tambm Moiss, antes de iniciar seu curso de restaurao de Cana, teve
que ter o perodo de trs dias de separao de Satans, enganando o
Fara, tendo assim liberdade de ao. Isto demonstrou tambm que mais
tarde Jesus teria que tomar o perodo de trs dias de ressurreio para a
separao de Satans, antes que pudesse iniciar a providncia espiritual da
restaurao. Assim, 600.000 israelitas, em sua maior parte jovens, partiram
de Ramss no dia 15 de janeiro (x 12.6-37, Nm 33.3).
Depois de terem os israelitas chegado a Sucot, estabelecendo
aceitavelmente o perodo de trs dias, Deus lhes deu graa e os guiou por
meio de uma coluna de nuvem durante o dia e uma coluna de fogo durante
a noite (x 13.21). A coluna de nuvem durante o dia (positividade), que
guiou os israelitas no curso de Moiss, representava a Jesus, que mais
tarde conduziria os israelitas atravs do curso da restaurao de Cana em
nvel mundial. A coluna de fogo durante a noite (negatividade) simbolizava
o Esprito Santo, que havia de conduzi-los como um esprito feminino.
Moiss, de acordo com a ordem de Deus, dividiu o Mar Vermelho com
sua vara e cruzou-o como se fosse terra, mas os carros egpcios que o
perseguiam se afogaram todos nas guas (x 14.21-28). Como j
estudamos, Moiss, quando se apresentou perante o Fara, simbolizava
Deus (x 7.1), e a vara na mo de Moiss simbolizava Jesus, que havia de
manifestar o poder de Deus. Por isso, este sinal nos demonstra que mais
tarde, quando viesse Jesus, Satans haveria de perseguir os que
acreditassem em Jesus e o seguissem no curso da restaurao de Cana
em nvel mundial. No entanto Jesus, vindo com a misso de uma vara,

222 - PRINCPIO DIVINO

haveria de bater no mar de amarguras do mundo, estando situado diante do


povo com a vara de ferro (Ap 2.27, Sl 2.9). Da o mar de amarguras do
mundo se tornaria como um caminho plano diante dos santos, e Satans,
perseguindo o povo, pereceria. Como j foi tratado no captulo sobre os
ltimos Dias, na Parte I, a vara de ferro significa a palavra de Deus.
Outrossim, em uma passagem bblica (Ap 17.15) este mundo pecaminoso
comparado com a gua. Partindo deste significado podemos chamar o
mundo de mar de amarguras.
O povo de Israel cruzou o Mar Vermelho e chegou ao deserto de Zin, no
dcimo quinto dia do segundo ms depois que partiram do Egito (x 16.1).
Deus alimentou o povo de Israel com man e codornizes at que chegaram
a uma terra habitvel (x 16.35). Isto nos mostra que mais tarde Jesus
alimentaria todos os homens, no curso da restaurao de Cana em nvel
mundial, com sua carne (man) e sangue (codorniz), que eram os
elementos de vida para os homens. Por isto diz a Bblia:

"Vossos pais comeram o man no deserto e morreram... Eu sou o po


vivo que desceu do cu; se algum comer deste po, viver para sempre;
...se no comerdes a carne do Filho do homem, e no beberdes o seu
sangue, no tereis vida em vs mesmos." (Jo 6.49-54)
Quando o povo de Israel partiu do deserto de Zin e acampou em Refidim,
Deus ordenou que Moiss ferisse a rocha em Horeb, para que a gua
sasse dela para o povo beber (x 17.6). A Bblia tambm diz: A rocha era
Cristo (I Co 10.4). Por conseguinte, isto nos mostrou que mais tarde Jesus
viria e daria vida ao povo com a fonte da gua viva (Jo 4.14). As duas
tbuas de pedra, que Moiss recebeu mais tarde no Monte Sinai,
simbolizavam Jesus e o Esprito Santo. Alm disso, a rocha, sendo a raiz
das tbuas de pedra, simbolizava tambm Deus. J que Moiss feriu a
rocha, a raiz das tbuas de pedra, para dar gua ao povo de Israel, para
que pudessem viver, Moiss, sobre este fundamento, podia receber as
tbuas de pedra, e podia fazer a arca da aliana e o tabernculo.
Josu lutou contra Amalec em Refidim, e sempre que Moiss erguia sua
mo, Israel prevalecia. Sempre que ele baixava sua mo, Amalec
prevalecia. Por isso Aaro e Hur tomaram uma pedra e a puseram debaixo
de Moiss, e ele sentou-se sobre ela, e aqueles seguraram suas mos, um
de um lado e outro do outro; e Josu derrotou Amalec e seu povo (x
17.10-13). Isto tambm prefigurou o que aconteceria quando Jesus viesse
no futuro. Josu era o smbolo dos que acreditavam em Jesus; Amalec era
o do mundo satnico; Aaro e Hur simbolizavam Jesus e o Esprito Santo.
Ademais, o fato de que Josu feriu e derrotou Amalec diante de Aaro e
Hur, que erguiam as mos de Moiss, prefigurou que os crentes que

223 - PRINCPIO DIVINO

servissem a Trindade de Deus, Jesus e o Esprito Santo, poderiam ferir e


destruir Satans.

(iii)Providncia da Restaurao Centralizada no Tabernculo


Devemos primeiro conhecer os detalhes de como os israelitas receberam
as tbuas, o tabernculo e a arca. Depois de terem triunfado na luta contra
Amalec chegaram ao deserto do Sinai no incio do terceiro ms (x 19.1).
De l, Moiss subiu ao Monte Sinai com 70 ancios, e encontrou a Deus (x
24.9-10). Deus chamou Moiss ao alto do Monte Sinai, e Moiss jejuou
durante 40 dias e 40 noites a fim de poder receber os dez mandamentos
escritos nas tbuas de pedra (x 24.18). Enquanto jejuava na montanha,
Moiss recebeu instrues de Deus acerca da arca e do tabernculo (x
25.31). Depois de terminar o jejum de 40 dias, Moiss recebeu de Deus as
duas tbuas de pedra, nas quais estavam escritos os dez mandamentos (x
31.18).
Quando Moiss desceu do Monte Sinai com as tbuas de pedra e foi para
o povo de Israel, eles estavam adorando um bezerro de ouro, que tinham
forado Aaro a fazer, como o deus que os tirou do Egito (x 32.4). Ao ver
aquilo, Moiss foi tomado de grande furor, e lanou as tbuas no cho e as
quebrou ao p da montanha (x 32.19). Deus apareceu novamente a
Moiss e disse-lhe que cortasse duas tbuas de pedra como as primeiras,
para que Ele pudesse escrever nelas os dez mandamentos que estavam
nas primeiras tbuas que ele tinha quebrado (x 34.1). Quando Moiss
tinha terminado seu jejum de 40 dias e 40 noites pela segunda vez, de
acordo com as palavras de Deus, Deus novamente deu os dez
mandamentos, escritos nas tbuas (x 34.28). Quando Moiss apareceu
novamente diante dos israelitas com as tbuas de pedra, o povo assistiu a
Moiss, e ento eles construram a arca e o tabernculo (x 35.10-12).
a) Significado e Finalidade das Tbuas, do Tabernculo e da Arca da
Aliana
Que significam as tbuas de pedra? O fato de ter Moiss recebido duas
tbuas de pedra, com as palavras escritas, significa que a idade providencial
para o fundamento da restaurao, na qual os homens, devido queda,
entravam em contato com Deus somente por meio das ofertas, havia
passado; e os homens tinham entrado na idade para a providncia da
restaurao, na qual os homens decados podiam entrar em contato com
Deus por meio das palavras, que tinham restaurado. Como foi elucidado na
Introduo da Parte II, se Ado e Eva, que foram criados pela Palavra,
tivessem se aperfeioado, se tornariam a perfeita encarnao da Palavra.

224 - PRINCPIO DIVINO

Contudo, devido queda, perderam a Palavra. Agora, o fato de ter Moiss


recebido as duas tbuas de pedra com as Palavras escritas, atravs do
perodo de 40 dias de separao de Satans significa que Ado e Eva, por
muito tempo perdidos no mundo satnico, foram restaurados como a
encarnao simblica da Palavra. Desta forma, as duas tbuas de pedra,
com as Palavras escritas, eram os smbolos de Ado e Eva restaurados,
simbolizando tambm Jesus e o Esprito Santo, que viriam mais tarde como
a encarnao da Palavra. A Bblia representa Jesus como uma pedra
branca (Ap 2.17) e disse tambm que a rocha era Cristo (I Co 10.4), pela
mesma razo. As duas tbuas de pedra, representando Jesus e o Esprito
Santo, simbolizam tambm o Cu e a Terra.
Ento, qual o significado do tabernculo? Jesus comparou o templo de
Jerusalm a seu corpo (Jo 2.21). Ademais, os santos que creram nele
foram chamados templo de Deus (I Co 3.16). Por conseguinte, o templo
a representao em imagem do prprio Jesus.
Se os israelitas,
centralizados em Moiss, tivessem triunfado em seu primeiro curso da
restaurao de Cana, ter-se-iam preparado para receber o Messias
construindo o templo logo que tivessem entrado na terra de Cana.
Contudo, devido sua falta de f, nem mesmo iniciaram o primeiro curso.
Em seu segundo curso, construram um tabernculo em lugar do templo,
porque tiveram que vagar pelo deserto depois de cruzar o Mar Vermelho.
Logo, o tabernculo era a representao simblica do prprio Jesus. Por
esta razo, Deus, ao ordenar que Moiss construsse o tabernculo, disse:
Eles me faro um santurio, e habitarei no meio deles (x 25. 8).
O tabernculo consistia em lugar santo e lugar santssimo. Este ltimo
era o lugar onde somente o sumo sacerdote entrava uma vez por ano, para
oferecer sacrifcios. Nele se encontrava a arca, e supunha-se ser o lugar da
presena de Deus. Deste modo, o lugar santssimo simbolizava o esprito
de Jesus. O lugar santo era o lugar onde entravam ordina-riamente, e este
simbolizava o corpo de Jesus. Conseqentemente, pode tambm ser
afirmado que o lugar santssimo simbolizava o mundo substancial invisvel,
enquanto o lugar santo simbolizava o mundo substancial visvel. Quando
Jesus foi crucificado, a cortina entre o lugar santo e o lugar santssimo
rompeu-se pelo meio, de alto a baixo (Mt 27.51), significando que com o
trmino da providncia da salvao espiritual por meio da crucifixo de
Jesus, ficava aberto o caminho da comunicao entre o homem espiritual e
o homem fsico, e entre o Cu e a Terra.
Ento, que era a arca? A arca era aquela da aliana de Deus, que devia
ser guardada como relquia no lugar santssimo. Nela se encontravam as
duas tbuas de pedra, simbolizando Jesus e o Esprito Santo, e
naturalmente, o Cu e a Terra. Na arca havia man, que tinha sido o
alimento de vida para os israelitas durante seu curso no deserto, e

225 - PRINCPIO DIVINO

simbolizava o corpo de Jesus. O man se achava contido em uma urna de


ouro, que simbolizava a glria de Deus. Inclua-se tambm a vara de Aaro,
que florescia, o que mostrava o poder de Deus aos israelitas (Hb 9.4).
Neste sentido, a arca, considerada de modo geral, era o corpo condensado
do cosmos, enquanto, por outro lado, era o corpo condensado do
tabernculo.
O propiciatrio cobria a arca, e Deus ordenou que fizessem dois
querubins de ouro batido e cobrissem as duas extremidades do
propiciatrio. Ento Ele se reuniria com eles l, entre os dois querubins, e
falaria com eles sobre todas as coisas que lhes daria como mandamentos
para o povo de Israel (x 25.16-22). Isso nos indicou que, mais tarde,
quando Jesus e o Esprito Santo, representados pelas tbuas de pedra,
viessem e resgatassem o povo pela obra de comover seus coraes, Deus
apareceria no propiciatrio; ao mesmo tempo, o querubim, que havia
impedido o caminho para Ado alcanar a rvore da Vida no Jardim do
den, seria separado a cada lado, para a direita e para a esquerda, e todos
teriam a oportunidade de ir perante Jesus, como a rvore da Vida e de
receber as palavras de Deus.
Qual, ento, foi o propsito de Deus ao lhes dar as tbuas de pedra, o
tabernculo e a arca? Os israelitas, depois de terem terminado o perodo de
400 anos de indenizao, originado pela falha de Abrao na oferta
simblica, feriram os egpcios com os trs sinais e as dez pragas, afogaram
um incontvel nmero de soldados egpcios em carros que os perseguiam,
separando as guas do Mar Vermelho, e depois abriram seu caminho pelo
deserto. Os israelitas tinham sado do Egito com muito ressentimento e
hostilidade. Assim, para os israelitas, que estavam em uma situao que os
compelia a continuar em seu caminho, sem voltar para o Egito, a
restaurao de Cana era o curso inevitvel que tinham que seguir a todo
custo. Por isso Deus realizou muitos milagres e sinais na providncia para o
incio, e fez com que os israelitas cruzassem o Mar Vermelho, colocando-os
em uma situao em que seriam incapazes de voltar.
No obstante, todos os israelitas perderam a f. Por fim havia perigo que
at o prprio Moiss agisse sem f. Naquele ponto, Deus tinha que
estabelecer um firme objeto de f, que nunca mudaria, mesmo que o
homem pudesse mudar. Isto , sempre que houvesse nem que fosse um s
homem de f absoluta, Deus faria com que este homem fosse o sucessor na
assistncia ao objeto de f, assim realizando gradualmente a vontade de
Sua providncia.
Com que, pois, podia o homem estabelecer o objeto de f? O
tabernculo, que simbolizava o Messias, guardando no seu interior as

226 - PRINCPIO DIVINO

tbuas de pedra como relquia, era este objeto. Portanto, a construo do


tabernculo significava que o Messias j tinha vindo, simbolicamente.
Conseqentemente, se os israelitas, centralizados em Moiss, tivessem
exaltado o tabernculo como o Messias, com profunda lealdade, e assim
tivessem sido restaurados para a abenoada terra de Cana, o fundamento
de substncia em nvel nacional teria sido realizado naquele tempo. Mesmo
que todos os israelitas tivessem cado na infidelidade, se somente Moiss
tivesse ficado para guardar o tabernculo, a nao poderia novamente
estabelecer a condio de indenizao e poderia ser restaurada sobre o
fundamento centralizado em Moiss, que servia ao tabernculo. Alm disto,
mesmo que Moiss tivesse cado na infidelidade, se um s homem de Israel
tivesse guardado o tabernculo at o fim em lugar de Moiss, teria sido
possvel a Deus operar novamente sua providncia para restaurar toda a
nao, que tinha cado na infidelidade, centralizando-se naquele nico
homem que havia restado.
Se os israelitas no tivessem cado na infidelidade em seu primeiro curso
da restaurao de Cana em nvel nacional, a famlia de Moiss podia ter
desempenhado o papel de tabernculo. Moiss podia ter substitudo as
tbuas de pedra e a arca da aliana, e a lei familiar de Moiss podia ter sido
o substituto da lei celeste. Assim, eles podiam ter entrado na terra de
Cana sem necessidade das tbuas de pedra, da arca e do tabernculo; e
l podiam ter construdo o templo. As tbuas de pedra, o tabernculo e a
arca foram o que Deus deu aos israelitas a fim de salv-los, depois de terem
cado na falta de f. O tabernculo, sendo a representao simblica de
Jesus e do Esprito Santo, era o que necessitavam at a construo do
templo. O templo, sendo a representao em imagem de Jesus e do
Esprito Santo, era o que necessitavam at a vinda do Messias, que devia
ser o templo substancial.
b) Fundamento para o tabernculo
Assim como o fundamento para receber o Messias deve ser realizado a
fim de poder receber o Messias, o fundamento para o tabernculo deve ser
estabelecido a fim de poder receber o tabernculo, o qual o Messias
simblico. Por conseguinte, no pode haver dvida de que eles tinham que
estabelecer tanto o fundamento de f para o tabernculo, como o
fundamento de substncia para o tabernculo, a fim de estabelecer o
fundamento para o tabernculo. Ento, que deviam ter feito os israelitas,
centralizados em Moiss, a fim de estabelecer estes dois fundamentos?
Se Moiss tivesse estabelecido aceitavelmente o perodo de 40 dias de
separao de Satans por jejum e orao; obedecendo s palavras de Deus
para o tabernculo, o fundamento de f para o tabernculo seria

227 - PRINCPIO DIVINO

estabelecido. E, se os israelitas tivessem obedecido com submisso e f


para com Moiss, que tinha que estabelecer o ideal do tabernculo, a
condio de indenizao para eliminar a natureza decada para o
tabernculo seria estabelecida. Desta forma, o fundamento de substncia
para o tabernculo seria tambm estabelecido. O tabernculo aqui significa
tudo, incluindo as tbuas de pedra e a arca da aliana.
Primeiro fundamento para o tabernculo
O homem o ser substancial (encarnao) da Palavra (Jo 1.3), e foi
criado no sexto dia. Por isso para que Deus operasse a providncia de dar
ao homem as palavras da recriao para a restaurao do homem decado,
tinha que santificar o nmero seis, correspondendo ao perodo da criao
invadido por Satans. Conseqentemente, Deus santificou o Monte Sinai
cobrindo-o com nuvens na glria de Jeov durante seis dias. Aparecendo
nas nuvens no stimo dia, Ele chamou a Moiss (x 24.16). Daquele
momento em diante, Moiss jejuou por 40 dias e 40 noites (x 24.18). Isto
era para que Deus fizesse com que Moiss estabelecesse o fundamento de
f para o tabernculo, que era o Messias simblico, fazendo com que ele
estabelecesse o perodo de 40 dias de separao de Satans, quando Deus
viu que os israelitas tinham cado de novo na infidelidade, depois de
cruzarem o Mar Vermelho.
Como j foi tratado, a condio de indenizao para eliminar a natureza
decada no curso da restaurao de Cana devia ser realizada no pelo
simples fato de temporariamente os israelitas confiarem em Moiss e
obedecerem a ele, mas sim permanecendo naquele estado at que
tivessem entrado em Cana, tivessem construdo o templo e tivessem
recebido o Messias. Da mesma maneira, tambm ao estabelecerem a
condio de indenizao para eliminar a natureza decada, e o fundamento
de substncia para o tabernculo, antes de construrem o tabernculo, os
israelitas deviam ter confiado em Moiss, servido e obedecido a ele at que
terminassem a construo do tabernculo. Contudo, os israelitas caram na
infidelidade enquanto Moiss estava jejuando e orando. Fizeram com que
Aaro fabricasse um bezerro de ouro para eles, e o adoraram, dizendo que
era seu deus, que os havia tirado da terra do Egito (x 32.4). Deste modo,
os israelitas falharam em estabelecer a condio de indenizao para
eliminar a natureza decada, que tinham que estabelecer para o tabernculo
e, naturalmente, falharam tambm em estabelecer o fundamento de
substncia para o tabernculo.
Deus guiou os israelitas com sinais e milagres. Contudo, nem sequer
Deus podia interferir em sua ao, durante o perodo em que o prprio
homem devia restaurar a Palavra, por sua prpria poro de
responsabilidade, pois foi o prprio homem que perdeu o fundamento da

228 - PRINCPIO DIVINO

Palavra. Moiss foi tomado de clera ao ver o povo danando diante do


dolo, lanou as duas tbuas de pedra ao p da montanha, quebrando-as
(x 32.19). Isto teve por resultado a invaso por Satans do fundamento de
f para o tabernculo, que Moiss tinha estabelecido por meio do perodo de
40 dias de separao de Satans. As duas tbuas de pedra, como j foi
esclarecido acima, simbolizam o segundo Ado e a segunda Eva, Jesus e o
Esprito Santo. O fato de ter Moiss quebrado as duas tbuas de pedra,
que simbolizavam Jesus e o Esprito Santo, por causa da infidelidade dos
israelitas, mostrou-nos simbolicamente que, mais tarde, Jesus e o Esprito
Santo tinham a possibilidade de falhar em cumprir a misso original dada
por Deus, sendo Jesus crucificado, se o povo judeu viesse a cair em
infidelidade.
Tal infidelidade dos israelitas frustrou a providncia de Deus, que tinha
sido planejada para fazer com que os israelitas estabelecessem o
fundamento para o tabernculo. A providncia de Deus para estabelecer o
fundamento para o tabernculo foi prolongada pela segunda e terceira vez,
por causa da persistente infidelidade dos israelitas.
Segundo fundamento para o tabernculo
Todos os israelitas centralizados em Moiss caram na infidelidade para
com a providncia de Deus. Visto que j estavam no fundamento de terem
bebido da gua da rocha em Refidim (x 17.6), que era a raiz das tbuas de
pedra, Deus podia aparecer de novo a Moiss, depois de ter ele quebrado
as tbuas de pedra, e ordenar que cortasse duas tbuas como as primeiras,
para escrever nelas as palavras que tinha escrito nas primeiras (x 34.1).
Moiss, porm, no podia restaurar o tabernculo centralizado nas tbuas
de pedra, sem restaurar o fundamento de f para o tabernculo, estabelecendo novamente o fundamento de 40 dias de separao de Satans.
Portanto, ele pde restaurar o ideal do tabernculo e as segundas tbuas de
pedra, com as palavras dos dez mandamentos escritas, somente depois dos
segundos 40 dias e 40 noites de jejum (x 34.28).
O fato de que as tbuas de pedra, uma vez quebradas foram restauradas
pelo jejum e orao de 40 dias e 40 noites, mostrou-nos que embora Jesus
fosse crucificado, Cristo poderia vir novamente e comear a providncia da
salvao sobre esse fundamento, caso os santos, crendo nele,
estabelecessem a condio de indenizao para receb-lo por meio do
fundamento de 40 dias de separao de Satans.
Durante o perodo de 40 dias de separao de Satans, no qual Moiss
restaurou, pela segunda vez, o ideal do tabernculo centralizando-se nas
tbuas de pedra, os israelitas no s obedeceram e se submeteram a
Moiss, mas tambm criaram o tabernculo de acordo com as ordens de

229 - PRINCPIO DIVINO

Deus e as instrues de Moiss. Aquele era o primeiro dia do primeiro ms


do segundo ano (x 40.17).
Assim, o povo escolhido de Israel construiu o tabernculo sobre o
fundamento para o tabernculo, que tinham estabelecido pela realizao do
fundamento de substncia para o tabernculo, depois de terem estabelecido
a condio de indenizao para eliminar a natureza decada. Todavia,
como tratamos anteriormente, o fundamento de substncia em seu segundo
curso da restaurao de Cana em nvel nacional no podia ser
estabelecido pela mera construo do tabernculo. Deviam ter exaltado e
honrado o tabernculo com fervor contnuo at que entrassem em Cana,
construssem o templo e recebessem o Messias.
No vigsimo dia do segundo ms do segundo ano, os israelitas partiram
do deserto do Sinai, centralizados no tabernculo, guiados pela coluna de
nuvem (Nm 10.11-12). Deus, porm, queimou seu acampamento em ira,
porque o povo mais uma vez cara na infidelidade e se queixava de Moiss
(Nm 11.1). No obstante, os israelitas no despertaram para a vontade de
Deus, e continuaram a ter ressentimento contra Moiss, protestando porque
no havia peixe nem fruta, exceto o man, e que tinham saudades da terra
do Egito (Nm 11.4-6) Por isso o fundamento para o tabernculo foi invadido
por Satans. A providncia para restaurar este fundamento teve que ser
prolongada mais uma vez.
Terceiro fundamento para o tabernculo
O segundo fundamento de f para o tabernculo foi invadido por Satans,
porque o povo caiu novamente na infidelidade. Devido constante f e
lealdade de Moiss, porm, o tabernculo permaneceu firme sobre o
fundamento de f para o tabernculo, estabelecido por Moiss; Os israelitas
estavam situados sobre o fundamento de terem bebido da gua da rocha
em Refidim (x 17.6); a rocha era a raiz das tbuas de pedra, que eram o
centro do tabernculo. Sobre estas bases, portanto, se os israelitas
tivessem tido xito no estabelecimento do fundamento de 40 dias de
separao de Satans, e tivessem obedecido em completa submisso a
Moiss, centralizando-se no tabernculo, teriam restaurado por indenizao
o fundamento para o tabernculo pela terceira vez. O perodo de 40 dias de
espionagem foi a condio que Deus lhes imps a fim de realizar isto.
Deus enviou terra de Cana as doze pessoas que tinha escolhido, uma
de cada tribo dos israelitas, como o chefe da tribo (Nm 13.1), e ordenou que
observassem a terra por 40 dias (Nm 13.25). Voltando eles, porm, da
terra, todos, exceto Josu e Caleb, apresentaram relatrios incrdulos. Isto
, informaram que os israelitas no seriam capazes de destruir a cidade e o
povo de l, afirmando que as pessoas que viviam naquela terra eram fortes

230 - PRINCPIO DIVINO

e que as cidades estavam fortificadas (Nm 13.28). Alm disto, disseram que
a terra devoraria seus habitantes e que todas as pessoas que viram nela
eram homens de grande estatura, a cujo lado eles pareciam gafanhotos (Nm
13.32-33). Os israelitas, ouvindo este relatrio, murmuraram contra Moiss
e choraram em lamentao, dizendo que deviam eleger um capito e voltar
para o Egito.
No obstante, Josu e Caleb bradaram, dizendo que no deviam
rebelar-se contra o Senhor, que deviam atacar o povo que habitava a terra,
sem medo. Proclamaram que o Senhor estava com os israelitas, e que os
cananeus se tornariam sua presa, j que sua proteo tinha sido removida
deles (Nm 14.9). No entanto a congregao procurou apedrejar a Josu e
Caleb (Nm 14.10). Ento a glria do Senhor se manifestou a todo o povo, e
o Senhor disse a Moiss:

"At quando me desprezar este povo? E at quando no acreditaro em


mim, apesar de todos os prodgios que fiz no meio deles?" (Nm 14.11)
Disse ainda Ele:

"Todavia introduzirei nela os vossos filhos, dos quais dizeis que seriam a
presa do inimigo, e eles conhecero a terra que desprezastes. Quanto a
vs, os vossos cadveres ficaro nesse deserto, onde os vossos filhos
guardaro os seus rebanhos durante quarenta anos, pagando a pena de
vossas infidelidades, at que vossos cadveres se apodream no deserto.
Explorastes a terra por quarenta dias; tantos anos quantos so esses dias
pagareis a pena de vossas iniqidades, ou seja, durante quarenta anos, e
vereis o que significa ser objeto de minha vingana." (Nm 14.3l-34)
Deste modo, o terceiro fundamento para o tabernculo no pde ser
restaurado, e seu segundo curso de 21 meses no deserto foi prolongado
para um terceiro curso no deserto, de 40 anos.
(iv)A Falha do Segundo Curso da Restaurao de Cana em Nvel
Nacional
Devido falta de f dos israelitas, o fundamento para o tabernculo foi
invadido por Satans pela terceira vez. Portanto, o estabelecimento da
condio de indenizao em nvel nacional para eliminar a natureza decada
no segundo curso da restaurao de Cana em nvel nacional veio a
fracassar. Em conseqncia, falharam no estabelecimento do fundamento
de substncia, que deviam estabelecer pela segunda vez; naturalmente, o
segundo curso da restaurao de Cana em nvel nacional terminou em

231 - PRINCPIO DIVINO

fracasso e foi prolongado ao terceiro curso da restaurao de Cana em


nvel nacional.
(3) Terceiro Curso da Restaurao de Cana em Nvel Nacional
(i) Fundamento de F
Devido falta de f dos israelitas, o segundo curso da restaurao de
Cana em nvel nacional terminou em fracasso. Portanto, o perodo de 40
anos no deserto de Midi, que Moiss tinha estabelecido a fim de restaurar
o fundamento de f naquele curso, foi novamente invadido por Satans.
Devido terem os israelitas falhado em estabelecer o perodo de 40 dias de
espionagem com f e obedincia, passaram 40 anos, cada dia calculado
como um ano, vagando pelo deserto, at voltarem a Cades-Barnia. Este
perodo de 40 anos foi para Moiss separar a Satans, que tinha invadido o
fundamento de f durante o segundo curso, e para restaurar por
indenizao o fundamento de f para o terceiro curso. Moiss, que havia
guardado e exaltado o tabernculo em completa f e lealdade, durante o
perodo de 40 anos vagando no deserto at a volta a Cades-Barnia,
conseguiu estabelecer o fundamento de f para o terceiro curso da
restaurao de Cana em nvel nacional. Conseqentemente, a posio de
Abel para a oferta substancial em nvel nacional deste curso foi firmemente
estabelecida.
(ii) Fundamento de Substncia
Devido ao fracasso dos israelitas, pela sua falta de f e rebeldia, ao
estabelecer o curso de espionagem de 40 dias, o fundamento para o
tabernculo permaneceu invadido por Satans. Por isso, o fundamento de
substncia para o segundo curso no foi estabelecido.
Todavia, o
fundamento de f para o tabernculo estabelecido por Moiss, que havia
exaltado e guardado o tabernculo com lealdade, permaneceu como um
xito. Sobre esta base, se os israelitas tivessem estabelecido o fundamento
de separao de Satans, que invadiu o perodo de 40 dias de espionagem,
obedecendo a Moiss, que estava exaltando o tabernculo com f imutvel
durante seu perodo de 40 anos vagando no deserto, podiam ter
estabelecido tanto o fundamento de substncia para o tabernculo como o
fundamento para o tabernculo, naquele tempo. Se os israelitas, neste
fundamento, tivessem entrado em Cana, honrando Moiss, centralizados
no tabernculo pela f e obedincia, o fundamento de substncia no terceiro
curso da restaurao de Cana em nvel nacional teria sido estabelecido
naquele tempo.
Para Moiss, o perodo de 40 anos vagando no deserto foi o perodo para
o estabelecimento do fundamento de f no terceiro curso. Para os israelitas,

232 - PRINCPIO DIVINO

foi o perodo para realizar a providncia para o incio no terceiro curso,


restaurando a posio de terem honrado Moiss, que havia construdo o
tabernculo no segundo curso.
Fundamento de substncia centralizado em Moiss
Anteriormente esclarecemos que os israelitas receberam as tbuas de
pedra, o tabernculo e a arca porque caram na infidelidade no deserto.
Sua falta de f permitiu a Satans invadir os trs grandes sinais, que Deus
manifestara perante eles como a providncia para o incio, em seu segundo
curso da restaurao de Cana em nvel nacional. Por isso Deus os fez
passar por esse perodo de provao de 40 dias, a fim de restaurarem por
indenizao o que tinham falhado em fazer, e ento concedeu-lhes as trs
grandes ddivas das tbuas de pedra, o tabernculo e a arca.
Ademais, Deus executou as dez pragas, a fim de restaurar por
indenizao o fato de ter Labo enganado a Jac dez vezes, quando Jac
estava para regressar de Har para a terra de Cana. Os israelitas, porm,
caram novamente na infidelidade, e Deus lhes deu os Dez Mandamentos
para restaur-la por indenizao. Por conseguinte, caso os israelitas
viessem a guardar os Dez Mandamentos e as trs ddivas, exaltando as
tbuas de pedra, o tabernculo e a arca, viriam a restaurar a posio de
terem partido do Egito com a ajuda dos trs grandes milagres e as dez
pragas, em seu segundo curso. As tbuas de pedra eram o corpo
condensado da arca e a arca era o do tabernculo, de forma que as tbuas
de pedra eram o corpo condensado do tabernculo. Portanto, a arca e o
tabernculo podiam ser representadas ou pelas tbuas de pedra ou pela
rocha, sua raiz. Conseqentemente, o terceiro curso da restaurao de
Cana em nvel nacional comearia partindo de Cades-Barnia, de acordo
com a providncia para o incio, centralizada na rocha.
Como, ento, se propunha Deus realizar a providncia para o incio
centralizada na rocha? Com o fim de dar vida aos israelitas, que estavam
caindo na incredulidade sem ter estabelecido de maneira aceitvel o perodo
de 40 anos no deserto (Nm 20.4-5), Deus ordenou que Moiss ferisse a
rocha com sua vara perante a congregao dos israelitas, para que
tivessem gua e bebessem (Nm 20.8). Se o primeiro ato de Moiss ao ferir
a rocha, trazendo gua e dando de beber aos israelitas, tivesse levado o
povo a sentir grande espanto com o poder de Deus, a tal ponto que eles se
unissem todos, centralizando-se em seu lder, eles teriam podido colocar-se
sobre o fundamento para o tabernculo, juntamente com Moiss; e sobre
esse fundamento, teriam podido realizar a providncia para o incio, centralizando-se na rocha. Se tivessem confiado em Moiss, obedecendo
daquele momento em diante, e tivessem entrado em Cana sob sua
liderana, teriam podido estabelecer a condio de indenizao em nvel

233 - PRINCPIO DIVINO

nacional para eliminar a natureza decada, e teriam tambm estabelecido o


fundamento de substncia, centralizado em Moiss, para seu terceiro curso.
Contudo, Moiss, ao ver que o povo murmurava com ressentimento contra
ele, por no terem gua, foi tomado de tal furor que feriu a rocha duas vezes
com sua vara. Por isto Deus disse:

"Porquanto faltastes confiana em mim, para fazer brilhar a minha


Santidade aos olhos dos israelitas, no introduzireis esta assemblia na
terra que lhe destino." (Nm 20.12)
Assim falhou Moiss em realizar a providncia para o incio centralizada
na rocha, ao feri-la duas vezes, quando devia t-la ferido uma s vez. Por
isso ele nunca pode entrar na abenoada terra de Cana, a terra da
promessa, embora ela estivesse diante de seus olhos (Nm 20.24, 27.12-14).
Devemos agora compreender por que Moiss devia ter ferido a rocha s
uma vez, e como o fato de t-la ferido duas vezes tornou-se tamanho crime.
Cristo simbolizado como a pedra branca (Ap 2.17); ademais, est escrito
que a rocha era Cristo (I Co 10.4). Entretanto, como foi esclarecido no
captulo sobre a Queda do Homem, Cristo veio como a rvore da vida (Ap
22.14). Naturalmente, a rocha tambm a rvore da Vida. Por outro lado,
a rvore da Vida era o smbolo de Ado perfeito no Jardim do den. J que
esta rvore da Vida simbolizada pela rocha, a rocha tambm o smbolo
de Ado perfeito.
No Jardim do den, Satans feriu a Ado, que devia tornar-se a rocha.
Conseqentemente, Ado no pde alcanar a rvore da Vida (Gn 3.24).
Em conseqncia, no pde tampouco tornar-se a rocha que produziria a
gua da vida, proveniente de Deus, a qual seus descendentes beberiam
para sempre. Portanto, a rocha, antes que Moiss a ferisse, que no havia
produzido gua, simbolizava Ado decado. Satans, ferindo uma vez Ado
e fazendo com que ele casse, transformou-o no Ado como a rocha
incapaz de brotar gua. Por isso Deus tencionava estabelecer a condio
para restaurar por indenizao a Ado como a rocha capaz de verter gua,
ferindo uma vez a rocha que representava Ado incapaz de produzir gua, e
fazendo brotar gua dele. Conseqentemente, a rocha que Moiss feriu
uma vez para tirar gua simbolizava Jesus, que devia vir e dar de beber da
gua da vida a todos os homens decados. Por isso disse Jesus:

"Todo aquele que beber da gua que eu lhe der, nunca ter sede, porque
a gua que eu lhe der se far nele uma fonte de gua que jorrar at a
vida eterna." (Jo 4.14)
Deus autorizou a Moiss ferir a rocha somente uma vez, como condio
para restaurar por indenizao o primeiro Ado da queda para o segundo

234 - PRINCPIO DIVINO

Ado da perfeio, ou Jesus. Todavia, o ato de Moiss ao ferir a rocha pela


segunda vez tornou-se a ao que representava a possibilidade de ferir a
Jesus, que haveria de vir como a rocha restaurada e daria de beber da gua
da vida a toda a humanidade. Deste modo, a falta de f dos israelitas e o
ato de Moiss ferir duas vezes a rocha, enfurecido, estabeleceram uma
condio que possibilitava a Satans vir diretamente perante Jesus, a
rocha em substncia, caso os israelitas cassem em infidelidade, mais
tarde, por ocasio da vinda de Jesus. Por isso o ato de Moiss se tornou
um crime.
O ato de Moiss de quebrar as tbuas de pedra uma vez podia ser
restaurado, mas seu erro em ferir a rocha duas vezes no podia ser
restaurado. Devemos estudar a razo disto.
Encaradas do ponto de vista da providncia da restaurao, as tbuas de
pedra e a rocha tem a relao do externo e do interno. As tbuas de pedra,
em que estavam escritos os dez mandamentos, eram o centro da lei de
Moiss e, conseqentemente, o centro do Velho Testamento. Os israelitas
da Idade do Velho Testamento podiam entrar na esfera da salvao desta
idade crendo no ideal das tbuas de pedra. Neste aspecto, as tbuas de
pedra eram a representao externa de Jesus, que haveria de vir mais
tarde. De acordo com a passagem a rocha era Cristo (I Co 10.4), a rocha
simboliza Jesus e, ao mesmo tempo, forma a raiz (origem) das tbuas de
pedra. Logo, simboliza tambm a Deus, que a raiz (origem) de Jesus, as
tbuas de pedra substanciais. Neste sentido, as tbuas de pedra so
externas, enquanto a rocha interna. Se compararmos as tbuas de pedra
com o nosso corpo, a rocha corresponde nossa mente. Se compararmos
as tbuas de pedra com o lugar santo, a rocha pode ser comparada com o
lugar santssimo. Alm disso, se compararmos as tbuas de pedra com a
Terra, a rocha corresponde ao Cu. Por conseguinte, a rocha a
representao interna de Jesus, e possui um valor maior do que as tbuas
de pedra.
J que as tbuas de pedra so a representao externa de Jesus,
tambm simbolizam Aaro, que foi constitudo como a representao
externa de Jesus, perante Moiss, o smbolo de Deus (x 4.16, 7.1).
Entretanto, os israelitas fizeram com que Aaro fabricasse o bezerro de ouro
(x 32.4). Assim, Aaro se tornou um fracasso, juntamente com as tbuas
de pedra. No obstante, Aaro podia reviver pelo arrependimento, no
fundamento de ter bebido da gua da vida da rocha em Refidim. Logo, as
tbuas de pedra, simbolizando Aaro, podiam tambm ser restauradas, por
meio de um novo estabelecimento da condio de indenizao sobre o
fundamento interno da gua da vida da rocha. Contudo, a rocha, que
representa a raiz das tbuas de pedra, simboliza tanto Cristo como Deus,
que sua raiz. Portanto, o ato de feri-los jamais podia ser recuperado.

235 - PRINCPIO DIVINO

Que espcie de resultado produziu o ato de Moiss ao ferir a rocha duas


vezes? O ato de Moiss ao ferir a rocha pela segunda vez foi causado por
sua impacincia e clera contra os israelitas, que estavam caindo na
infidelidade (Sl 105.32-33). Este ato foi o que ele fez do ponto de vista de
Satans. Conseqentemente, a providncia para o incio de Deus, que Ele
se propusera realizar por meio da rocha, resultou na invaso por Satans.
Assim, o ato externo de Moiss ao ferir a rocha duas vezes foi um ato de
Satans; mas, na realidade interna, os israelitas beberam da fonte de gua
que brotava da rocha. Por isso os israelitas externos, que tinham sado do
Egito, no puderam entrar em Cana, a terra prometida por Deus, exceto
Josu e Caleb. Moiss tambm morreu com a idade de 120 anos, tendo a
terra da esperana e do desejo diante de seus olhos (Dt 34.4-5). Em lugar
de Moiss (Nm 27 .18-20), Josu entrou em Cana, conduzindo os israelitas
internos, que haviam nascido durante o curso no deserto, onde tinham
bebido da gua da rocha e exaltado o tabernculo (Nm 32.11-12).
Se o ato de Moiss ao ferir a rocha duas vezes tivesse resultado na
invaso de Satans, a rocha no poderia ter produzido gua. Como, ento,
pde a rocha produzir gua? Em seu segundo curso da restaurao de
Cana em nvel nacional, Moiss j tinha fornecido a base pela qual podia
fazer brotar gua da rocha, pela obedincia ao mandamento de Deus em
Refidim, ferindo a rocha para fazer brotar gua e dando de beber aos
israelitas (x 17.6). As tbuas de pedra, o tabernculo e a arca, que
estavam estabelecidos sobre este fundamento, foram passados para o
terceiro curso da restaurao de Cana em nvel nacional, por causa da f
de um s homem, Moiss, que tinha guardado o mandamento de Deus
firmemente sobre o fundamento de f para o tabernculo, que ele havia
estabelecido com o jejum e orao de 40 dias, mesmo quando os israelitas
caram todos na infidelidade. Mais tarde, at Moiss caiu no estado de
infidelidade por causa de seu furor contra o povo, mas seu corao e zelo
para com o cu permaneceram imutveis. Ademais, Josu guardou e
exaltou as tbuas de pedra, o tabernculo e a arca, com f imutvel sobre o
fundamento para o tabernculo, que ele havia estabelecido por meio de sua
espionagem de 40 dias em Cana. Logo, o fundamento da fonte da rocha,
estabelecido em Refidim, tambm permaneceu intacto, centralizado em
Josu.
Desta maneira, embora o ato externo de infidelidade de Moiss resultasse
na invaso externa da segunda rocha por Satans, a gua foi produzida da
rocha internamente, de modo que o povo a bebeu, devido base interna do
corao imutvel de Moiss e da f e lealdade de Josu.
O ato de Moiss ao ferir a rocha duas vezes resultou em que ele tomou a
posio de Satans. Satans, por conseguinte, tomou posse da pedra. Foi

236 - PRINCPIO DIVINO

por este motivo que Jesus, que veio como a pedra substancial, foi para o
deserto, quando o povo judeu caiu na infidelidade, em seu curso mundial da
restaurao de Cana, a fim de encontrar e restaurar a pedra perdida no
deserto. esta a razo pela qual ele primeiro sofreu a tentao de ouvir de
Satans que transformasse a pedra em po.
Devido ao fato de Moiss ter ferido duas vezes a rocha externamente,
em furor contra a infidelidade dos israelitas, sua carne foi invadida por
Satans e ele morreu no deserto, mas, internamente, ele pde fazer brotar
gua da rocha e dar de beber ao povo, por causa de seu imutvel corao e
zelo. Isto tornou possvel que ele entrasse em Cana espiritualmente. Isto
prefigurava a possibilidade de que quando Jesus, a rocha substancial,
viesse, sua carne fosse invadida por Satans pela crucifixo, devido
desconfiana do povo, deixando assim inacabada a restaurao mundial de
Cana fisicamente. Neste caso, ele a realizaria s espiritualmente.
Depois que Moiss feriu a rocha duas vezes, Deus enviou serpentes de
fogo para os israelitas, que estavam caindo na infidelidade, e as serpentes
os mordiam e matavam (Nm 21.6). Quando os israelitas vieram a
arrepender-se, Deus ordenou que Moiss fizesse uma serpente de bronze e
a colocasse em um poste, de forma que, se uma serpente tivesse mordido
algum homem, aquele homem podia olhar para a serpente de bronze e viver
(Nm 21.9). A serpente de fogo simbolizava Satans, a antiga serpente, que
havia causado a queda de Eva (Ap 12.9), e a serpente de bronze no poste
simbolizava Jesus, que viria mais tarde como a serpente celeste (Jo 3.14).
Isto prefigurava para ns que, assim como Deus havia posto os israelitas
nas mos da serpente satnica, quando caram na infidelidade, e os trouxe
de volta para a vida quando se arrependeram e restauraram sua f, coisas
semelhantes sucederiam no tempo de Jesus. Isto , se o povo judeu casse
na falta de f, Deus teria que coloc-los nas mos de Satans; ento, Jesus
se veria obrigado a morrer na cruz, como a serpente celeste, para que toda
a humanidade pudesse viver. Todo aquele que se arrependesse de sua
falta de f e cresse na redeno pela cruz, seria salvo. Por isso disse
Jesus: Assim como Moiss levantou a serpente no deserto, assim deve o
Filho do homem ser levantado (Jo 3 .14). Isto, de fato, veio a ser uma
causa remota que obrigou Jesus a iniciar seu curso espiritual, atravs da
cruz, no terceiro curso mundial da restaurao de Cana, centralizado em
Jesus.
Quando Moiss feriu a rocha duas vezes, Deus predisse que Moiss no
poderia entrar na terra de Cana (Nm 20.12). Moiss ento rogou a Deus
que o deixasse entrar em Cana (Dt 3.25), mas finalmente morreu, tendo a
terra prometida vista. Depois de sua morte, foi enterrado num vale, na
terra de Moab, mas ningum conhece o lugar de sua sepultura, at o dia de

237 - PRINCPIO DIVINO

hoje (Dt 34.6). Isto prefigurou que, mais tarde, Jesus tambm poderia
morrer na cruz, se o povo judeu casse na infidelidade. Embora pudesse
rogar com fervor que Deus deixasse passar dele o clice da morte, para que
pudesse realizar a restaurao mundial de Cana, haveria finalmente de
morrer sem realizar esta vontade, e o paradeiro de seu corpo seria
desconhecido.
Fundamento de substncia centralizado em Josu
Porquanto Moiss feriu a rocha duas vezes, a vontade de Deus para os
israelitas entrarem em Cana, com a providncia para o incio centralizada
na rocha, no foi cumprida. Devido ao fato de ter Moiss ferido a rocha
duas vezes (Nm 20.1-13), Satans podia invadir externamente, mas devido
ao fundamento de ter tirado gua da rocha em Refidim, Moiss podia dar de
beber internamente aos israelitas. Isto nos mostrou outro curso da
providncia de Deus. Isto , aqueles que se achavam entre os israelitas
externos, que haviam nascido no Egito (o mundo satnico) e haviam cado
na infidelidade no deserto, morreram todos no deserto, exceto Josu e
Caleb, que haviam estabelecido o perodo de 40 dias de espionagem em
boa f. Somente os israelitas internos, nascidos durante sua vida no
deserto, quando o povo bebeu a gua da rocha e exaltou o tabernculo,
entraram em Cana, centralizando-se em Josu em lugar de Moiss (Nm
32. 11-12).
Por isso disse Deus a Moiss:

"Toma a Josu, filho de Num, homem em quem est o esprito e pe a


tua mo sobre ele; apresenta-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante
toda a congregao, e d-lhe um mandato aos olhos deles. Confere a ele
um pouco do tua autoridade, para que toda a congregao do Povo de
Israel obedea." (Nm 27.18-20)
Josu foi um dos dois que, em contraste com os israelitas que caram na
infidelidade durante o perodo de 40 dias de espionagem, permaneceram
firmes sobre o fundamento de f para o tabernculo, estabelecido por
Moiss. Josu pde assim estabelecer o fundamento para o tabernculo
com f e lealdade imutveis, exaltando o tabernculo at o fim. Deste
modo, mesmo que Moiss tivesse cado na infidelidade, as tbuas de pedra,
o tabernculo e a arca permaneceram intactos no fundamento para o
tabernculo estabelecido por Josu. Por conseguinte, Deus tencionava
realizar a providncia para o incio, centralizando-se na gua da rocha,
estabelecendo a Josu em lugar de Moiss, e fazendo com que os israelitas
internos obedecessem a ele e se colocassem com ele no fundamento para o
tabernculo. Em conformidade com esta providncia, Deus se props fazer
com que o povo entrasse na terra de Cana, estabelecesse a condio de

238 - PRINCPIO DIVINO

indenizao em nvel nacional para eliminar a natureza decada, e


completasse o fundamento de substncia centralizados em Josu, em seu
terceiro curso.
Por isso Deus disse:

"Ele (Josu) passar (para Cana) adiante deste povo, e haver de


coloc-lo na posse da terra que tu (Moiss) havers de ver." (Dt 3.28)
Depois, disse Deus a Josu:

"Como estava com Moiss, assim estarei contigo; no te deixarei nem te


desampararei. S forte e tem muita coragem, porque tu fars a este povo
herdar a terra que jurei a seus pais dar-lhes." (Js 1.5-6)
Depois que Moiss tinha cumprido, de acordo com a vontade de Deus, a
vida de 40 anos no deserto de Midi, Deus apareceu a Moiss e
ordenou-lhe que conduzisse os israelitas terra de Cana, a terra que
manava leite e mel (x 3.8-10). Da mesma maneira, Deus chamou a Josu,
em lugar de Moiss, e comandou-o dizendo:

"Meu servo Moiss morreu. Vamos, agora! Passa o Jordo, tu e todo o


povo, e entra na terra que dou aos filhos de Israel." (Js 1.2)
Josu, em obedincia s ordens de Deus, chamou os oficiais do povo e
comunicou-lhes a vontade de Deus (Js 1.10). Eles ento responderam
dizendo:

"Faremos tudo o que nos ordenaste, e iremos onde quer que nos enviares
... Todo aquele que for rebelde s tuas ordens e no obedecer ao que lhe
mandares, ser morto. Tu, porm, s forte e corajoso." (Js 1.16-18)
Assim, eles estavam decididos a seguir Josu mesmo arriscando suas
vidas. Deste modo, Josu, que tinha a misso de substituir a Moiss, pode
ser visto como um smbolo do Senhor do Segundo Advento, que vir a fim
de herdar e cumprir, por sucesso, a misso de Jesus. Por isso o curso de
Josu, que tinha que restaurar por indenizao o curso de Moiss, foi o
curso que representava o caminho do Senhor do Segundo Advento, que h
de restaurar por indenizao, tanto espiritual como fisicamente, o curso da
restaurao iniciado por Jesus.
Foram 12 os homens que Moiss enviou, em seu segundo curso para
Cana, para explorar a terra (Nm 13.1-2). Destes, somente dois cumpriram
sua misso com lealdade imutvel. Sobre o fundamento de seu corao e
zelo, Josu enviou dois homens a Jeric, para espionar a cidade (Js 2.1).
Depois de terem cumprido sua misso, os dois homens informaram de boa
f, dizendo: Verdadeiramente o Senhor deu toda a terra em nossas mos;
e, alm disto, todos os habitantes da terra esto desfalecidos por causa de

239 - PRINCPIO DIVINO

ns (Js 2.24). Ento, todos os descendentes de Israel, nascidos no


deserto, creram nas palavras dos espies. Por meio de sua f, puderam
indenizar o pecado de seus antepassados, que no tinham sido capazes de
cumprir sua espionagem de 40 dias, de acordo com a vontade de Deus.
Desta maneira, os israelitas internos, tendo prometido, com o risco de
suas vidas, obedecer a Josu, que estava sobre o fundamento para o
tabernculo, puderam colocar-se tambm sobre o mesmo fundamento
juntamente com Josu. Assim, por meio da providncia para o incio, que
tinham estabelecido centralizando-se na fonte de gua da rocha,
restauraram a posio de seus antepassados, centralizados em Moiss, que
tinham realizado a providncia para o incio, por meio dos trs grandes
sinais e das dez pragas, em seu segundo curso. Portanto, assim como os
israelitas, centralizados em Moiss, tinham completado o curso de trs dias
antes de cruzar o Mar Vermelho, os israelitas, centralizados em Josu,
tambm completaram o curso de trs dias antes de cruzar o Jordo (Js 3.2).
Entretanto, assim como os israelitas, depois de seu curso de trs dias,
tinham sido conduzidos ao Mar Vermelho pela coluna de nuvens e pela
coluna de fogo, os israelitas centralizados em Josu, tambm depois de seu
curso de trs dias, foram conduzidos ao Jordo pela Arca da Aliana (Js 3.3,
3.8), que simbolizava Jesus e o Esprito Santo, representando a coluna de
nuvens e a coluna de fogo.
Assim como o Mar Vermelho tinha sido dividido pela vara, abrindo o
caminho para Moiss e o povo, as guas do Jordo, que transbordavam
sobre suas margens, foram separadas quando os sacerdotes, levando a
Arca, entraram no rio (Js 3.16), e todo o Israel passou a p enxuto (Js 3.17).
A vara era uma representao de Jesus, que havia de vir. A arca da
Aliana, que continha as duas tbuas de pedra, juntamente com o man e a
vara de Aaro, era a substncia que simbolizava Jesus e o Esprito Santo.
O fato de que na presena da Arca, as guas do Jordo se separaram e os
israelitas foram restaurados terra de Cana sem dificuldade prefigurava
que mais tarde, na presena de Jesus e do Esprito Santo, o mundo
pecaminoso, simbolizado pelas guas (Ap 17.15), seria separado por meio
do julgamento e todos os santos realizariam a restaurao mundial de
Cana. Nesta ocasio, ordenou Deus a Josu, dizendo:

"Escolhe doze homens dentre o povo, um por tribo, e ordena-lhes: Tomai


daqui, do meio do Jordo, deste lugar onde os ps dos sacerdotes
estiveram parados, doze pedras, que levareis convosco e as colocareis
no lugar onde haveis de passar a noite (Js 4.2-3)
"Ora, o povo saiu do Jordo no dcimo dia do primeiro ms, e acampou
em Glgala, na extremidade oriental de Jeric. Josu levantou em
Glgala as doze pedras tomadas do Jordo." (Js 4.19-20)

240 - PRINCPIO DIVINO

Que prefigurava isto? Como j esclarecemos, a pedra simbolizava Jesus,


que havia de vir. Logo, o fato de terem os doze homens, representando as
doze tribos, tomado as doze pedras, tomadas no meio do Jordo, onde as
guas foram separadas pela arca, indicava que, mais tarde, os doze
apstolos de Jesus, eleitos como representantes das doze tribos, deviam
honrar a Jesus, no meio do mundo pecaminoso, separado em bem e mal,
de acordo com as palavras de Jesus.
Depois que tomaram as doze pedras e as levantaram no acampamento
na terra de Cana, Josu disse:

"Para que todos os povos de terra saibam que a mo do Senhor


poderosa; para que vs temais ao Senhor vosso Deus para sempre." (Js
.4.24).
Isto prefigurava que somente quando os doze apstolos de Jesus se
unissem mais tarde, em um s lugar, em completa unio de mente e
vontade, que a restaurao mundial seria efetuada e a onipotncia de
Deus seria louvada para sempre.
Assim como Jac tinha levantado o altar de pedra onde quer que tivesse
estado, os representantes das doze tribos, que eram os descendentes dos
doze filhos de Jac, tambm levantaram o altar de orao para louvar a
Deus, recolhendo doze pedras, indicando que mais tarde seria construdo
um templo de maneira semelhante. Isto nos indicou realmente que os doze
apstolos de Jesus deviam honrar e servir a Jesus, como o templo, com
todo seu zelo reunido. Mais tarde, quando seus apstolos no conseguiram
unificar-se, Jesus disse: Destru este templo, e em trs dias o levantarei
(Jo 2.19). De fato, os doze apstolos no se uniram em harmonia, e a
traio de Judas Iscariotes causou a destruio de Jesus, o templo, por
meio da crucifixo; e em trs dias ele foi ressuscitado dos mortos, e reuniu
novamente seus apstolos dispersos. Ento seus apstolos serviram e
honraram a Jesus ressuscitado, apenas como o templo espiritual. O Templo
substancial ser estabelecido por ocasio do Segundo Advento.
Assim como os israelitas, quando comearam o seu segundo curso para
a terra de Cana, observaram a festa da Pscoa no dcimo quarto dia de
primeiro ms do ano que precedeu sua jornada (x 12.17-18), os israelitas,
centralizados em Josu, que acamparam em Glgala, tambm observaram
a festa da Pscoa no dcimo quarto dia do primeiro ms do ano que
precedeu sua jornada para a cidade fortificada de Jeric.
Quando
comearam a alimentar-se dos produtos da terra, Deus deixou de
aliment-los com o man, depois de cuidar deles por 40 longos anos. Da
por diante, tinham que depender do que cultivavam com seu prprio suor.
At o momento de romperem o ltimo porto da cidade satnica, tiveram
que cumprir sua poro de responsabilidade, que era a parte do homem.

241 - PRINCPIO DIVINO

De acordo com o mandamento de Deus para os israelitas, 40.000 soldados


estavam na vanguarda, seguidos de sete sumos sacerdotes, marchando
com sete trombetas, diante da arca da aliana, levada pelos sacerdotes
levitas (Js 3.3). Depois, toda a multido dos israelitas marchava na
retaguarda (Js 6. 8-9).
Tal como Deus lhes havia ordenado, os israelitas marcharam em torno da
cidade nesta formao durante seis dias, fazendo uma volta a cada dia; mas
no se produziu nenhuma mudana na cidade. Tinham que restaurar por
indenizao, em completa pacincia e obedincia absoluta, o perodo de
seis dias da criao, que tinha sido invadido por Satans. Depois de terem
estabelecido os seis dias por meio de tal obedincia, no stimo dia, os sete
sacerdotes com as sete trombetas marcharam ao redor da cidade sete
vezes, fazendo soar as trombetas, e Josu disse ao povo: Gritai, pois o
Senhor vos entregou a cidade Ao seu comando, o povo deu um grande
grito e as muralhas desabaram (Js 6).
Este curso nos anunciou que mais tarde, por meio do poder de Jesus e
seus discpulos, a barreira satnica entre o cu e a terra cairia. Por isto
disse Josu:

"Maldito seja diante do Senhor quem tentar reconstruir esta cidade de


Jeric! Ser ao preo do seu primognito que lhe lanar os primeiros
fundamentos, e ser custa do ltimo de seus filhos, que lhe por as
portas." (Js 6. 26)
Porque esta barreira satnica no devia jamais ser estabelecida novamente.
Assim Josu destruiu o inimigo com uma fora irresistvel, derrotando 31
reis ao todo (Js 12.9-24). Isto tambm prefigurava que Jesus viria como o
Rei dos reis e estabeleceria o Reino de Deus na Terra, em uni-dade,
destruindo todos os reis gentios, e unificando os povos do mundo inteiro.
(iii) Fundamento para Receber o Messias
Os israelitas falharam em seu segundo curso da restaurao de Cana
em nvel nacional porque no puderam estabelecer o perodo de 40 dias de
espionagem para a separao de Satans. Ento, para indenizar este
perodo novamente, iniciaram seu terceiro curso da restaurao de Cana
em nvel nacional e, depois de 40 anos vagando pelo deserto, voltaram para
Cades-Barnia. Desta vez, Moiss pde estabelecer o fundamento de f
para o terceiro curso e os israelitas puderam situar-se sobre o fundamento
para o tabernculo.
Contudo, devido falta de f dos israelitas, e ao fato de que Moiss feriu
a rocha duas vezes, os dois fundamentos foram invadidos por Satans. Por

242 - PRINCPIO DIVINO

isto, os israelitas externos, que tinham partido do Egito centralizados em


Moiss, foram todos destrudos no deserto; mas Josu e Caleb puderam
estabelecer o fundamento para o tabernculo, porque cumpriram o perodo
de 40 dias de espionagem para a separao de Satans, com f e lealdade,
baseados no fundamento de f e no fundamento de f para o tabernculo,
que tinham sido estabelecidos por Moiss no segundo curso. Assim, os
israelitas externos, centralizados em Moiss, morreram todos no deserto.
Mas os israelitas internos, nascidos durante sua peregrinao pelo deserto,
quando exaltaram e serviram ao tabernculo, puderam cruzar o Jordo
levando a arca da aliana com absoluta lealdade, centralizados em Josu
em lugar de Moiss. Ento, tendo destrudo a cidade de Jeric, entraram
em Cana, a terra de seu desejo.
Deste modo, o fundamento de substncia no terceiro curso da
restaurao de Cana em nvel nacional ficou estabelecido.
Por
conseguinte, o fundamento para receber o Messias para este curso foi
estabelecido tambm. Depois do fundamento para receber o Messias em
nvel de famlia, estabelecido por Abrao, e depois do curso de indenizao
de 400 anos de escravido no Egito, causado pela falha de Abrao na
oferta, estabeleceu-se o fundamento para receber o Messias em nvel
nacional. Entretanto, os homens decados, naquele tempo erigiram um
poderoso reino; isto , o Egito, centralizado em Satans, e eles mantiveram
sua posio contra a providncia celeste da restaurao. Como j
abordamos (cf. Parte II, Captulo I, Seo III, 3) o Messias no podia vir
antes que fosse levantado o reino no lado de Deus, que pudesse enfrentar a
Satans, mesmo que estivesse estabelecido o fundamento para receber o
Messias em nvel nacional, centralizado em Josu. Contudo, os israelitas
internos, tendo entrado em Cana, caram novamente em infidelidade e a
providncia foi prolongada de novo, at o tempo de Jesus.
3. LIES APRENDIDAS DO CURSO DE MOISS
No longo curso da histria, desde o tempo de Moiss at os dias atuais,
numerosos santos, servindo vontade divina, leram repetidas vezes o
testemunho bblico com respeito a Moiss. No entanto, pensavam que
estas palavras fossem meramente o relato da histria de Moiss, e no
houve entre eles homem algum que soubesse que Deus tencionava
revelar-nos, por meio de Moiss, certos segredos com respeito Sua
providncia da restaurao. O prprio Jesus apenas o insinuou, dizendo:
Na verdade, na verdade vos digo, o Filho de si mesmo no pode fazer
coisa alguma; mas s faz o que v fazer o Pai (Jo 5.l9), e deixou sem
esclarecimento o significado fundamental do curso de Moiss (Jo 16.12).
J esclarecemos como Moiss passou pelo curso tpico ou modelo para a
providncia da restaurao. O fato de ter seu curso prefigurado o curso que

243 - PRINCPIO DIVINO

Jesus mais tarde haveria de percorrer ficar mais esclarecido comparando-o


com a Seo III deste captulo. Examinando a providncia de Deus
centralizada em Moiss, no podemos negar o fato de que Deus est por
detrs da histria humana, conduzindo-a para um propsito absoluto.
A seguir, o curso de Moiss mostrou-nos que o grau do cumprimento por
parte do homem de sua poro de responsabilidade, decide o xito ou
fracasso da predestinao de Deus. Nem mesmo a vontade predestinada
de Deus podia obter xito, centralizada em uma determinada pessoa, caso a
pessoa preparada para a predestinao no cumprisse sua poro de
responsabilidade. Deus predestinou Sua vontade para fazer com que
Moiss conduzisse o povo de Israel terra de Cana, que manava leite e
mel, e ordenou que Moiss o fizesse. No obstante, quando ele e seu povo
fracassaram no cumprimento de sua responsabilidade, somente Josu e
Caleb, dentre todos os israelitas que tinham sado do Egito, entraram em
Cana, e todos os outros morreram no deserto.
O curso de Moiss nos demonstra tambm que Deus no interfere na
poro de responsabilidade do homem, mas trata apenas com o resultado.
Deus tinha conduzido os israelitas com maravilhosos milagres e sinais, mas
no interferiu nem com o povo ao fazer o dolo do bezerro de ouro,
enquanto Moiss se encontrava na montanha recebendo as tbuas de
pedra, nem com Moiss ao ferir a rocha duas vezes, porque isto era sua
prpria poro de responsabilidade, que eles tinham que cumprir por si
mesmos.
Por outro lado, Deus mostrou-nos, por meio do curso de Moiss, que Sua
vontade predestinada absoluta. positivo e absoluto que Deus cumpra a
vontade que antes predestinou. Por isso, quando Moiss falhou em cumprir
sua responsabilidade, Deus estabeleceu a Josu em seu lugar, e, por fim,
realizou a vontade que antes havia predestinado. Deste modo, se uma
pessoa que Deus estabeleceu na posio de Abel vier a falhar em cumprir
sua misso, a pessoa que tiver sido leal na posio de Caim o substituir,
herdando por sucesso a misso de Abel. Jesus queria dizer isto, quando
afirmou: ... o reino dos cus arrebatado fora, e so os violentos que o
conquistam (Mt 11.12).
Outra lio que ainda nos ensina o curso de Moiss que quanto maior
for a misso de um homem, tanto mais fortes sero as tentaes que se lhe
apresentam. J que o primeiro casal humano caiu por no crer em Deus e
por revoltar-se contra Ele, o personagem encarregado da restaurao do
fundamento de f tinha que vencer a tentao ou o sofrimento de se ver
totalmente abandonado por Deus. Por conseguinte, Moiss tinha direito a
ser o lder dos israelitas somente depois de vencer a prova pela qual Deus
procurou mat-lo (x 4.24).

244 - PRINCPIO DIVINO

Nem Deus pode dar ao homem uma graa incondicional, pois,


originalmente, Satans veio a possuir o homem sobre a condio da queda,
e poderia acusar a Deus de ser injusto, se a graa fosse concedida sem
uma tentao correspondente. Por conseguinte, quando Deus concede ao
homem uma graa, certamente lhe d uma tentao, a qual precede ou
segue a graa (ou ambos), a fim de impedir a acusao de Satans.
Tirando exemplos do curso de Moiss: Moiss recebeu a graa do primeiro
xodo somente depois de sofrer por 40 anos no palcio do Fara. Foi-lhe
concedida novamente a graa do segundo xodo somente depois de sofrer
por 40 anos no deserto de Midi (x 4.20). Deus concedeu a Moiss os trs
grandes sinais e os milagres e as dez graas (x 7.1, 10.2) somente depois
da prova em que Deus procurou mat-lo (x 4. 24-25). Veio a graa da
coluna de nuvens e da coluna de fogo (x 13.21) somente depois do
sofrimento do curso de trs dias (x 10.22). Por outro lado, somente depois
do sofrimento enquanto cruzavam o Mar Vermelho (x 14.21-22), que
pde vir a ddiva do man e das codornizes (x 16.13), e somente depois
do sofrimento por causa da luta contra os amalecitas (x 17.10) que veio a
graa das tbuas de pedra, do tabernculo e da arca da aliana (x 31.18,
40.38). Outrossim, somente depois do sofrimento dos 40 anos em que
vagaram pelo deserto (Nm 14.33), que houve a graa da gua da rocha
(Nm 20. 8), e somente depois do sofrimento da serpente de fogo (Nm 21.6),
que houve a graa da serpente de bronze (Nm 21.9). Vemos assim que o
curso de Moiss nos ensina muitas lies.
SEO III
Providncia da Restaurao Centralizada em Jesus
No incio, Ado, que devia dominar os anjos (I Co 6.3), produziu o inferno
ao ser dominado por Satans. Por isso, a fim de restaurar o domnio de
Ado, por indenizao, Jesus, que veio como o segundo Ado, devia
subjugar a Satans e restaurar o Reino de Deus. Como dissemos na Seo
I, Satans, que no se tinha submetido nem mesmo a Deus, no podia ser
forado a submeter-se a Jesus e seus seguidores. Por isto, assumindo a
responsabilidade no Princpio de criar o homem, Deus, estabelecendo a
Jac e Moiss, preparou o curso modelo com o qual Jesus subjugaria
Satans no futuro.
Jac passou pelo curso simblico de subjugar Satans, enquanto Moiss
caminhou pelo curso em imagem de subjugar Satans; assim, Jesus tinha
que passar pelo curso substancial. Por conseguinte, Jesus tinha que
realizar o curso mundial da restaurao de Cana subjugando Satans,
seguindo o modelo do curso nacional da restaurao de Cana, no qual
Moiss tinha subjugado a Satans.

245 - PRINCPIO DIVINO

Deus disse a Moiss.

"Eu lhes suscitarei um profeta como tu dentre seus irmos; e porei as


minhas palavras na sua boca, e ele lhes falar tudo o que eu lhe ordenar."
(Dt 18.18)
Ao dizer um profeta como tu (Moiss), Deus se referia a Jesus, que
passaria pelo mesmo curso que Moiss. Igualmente, Jesus disse que o
Filho de si mesmo no pode fazer coisa alguma; mas s faz o que v fazer o
Pai (Deus) (Jo 5.19), indicando que Jesus estava caminhando pelo curso
modelo que Deus havia prefigurado por meio de Moiss. Os detalhes j
foram tratados na providncia da restaurao centralizada em Moiss, mas
agora estudemos a providncia da restaurao centralizada em Jesus,
comparando e contrastando o esquema total dos trs cursos da restaurao
nacional a Cana centralizando-se em Moiss, e os trs cursos da
restaurao mundial de Cana centralizando-se em Jesus.
1. PRIMEIRO CURSO MUNDIAL DA RESTAURAO DE CANA
(1) Fundamento de F
A figura central para restaurar o fundamento de f no primeiro curso
mundial da restaurao de Cana era Joo Batista. Em que posio estava
Joo Batista para realizar sua misso? Foi tratado no Curso de Moiss
que seus atos de quebrar as tbuas de pedra, e de ferir a rocha duas vezes
no curso da restaurao nacional de Cana, apresentaram a Satans a
possibilidade de ferir Jesus, se o povo judeu, que devia ter-se centralizado
em Jesus, casse em infidelidade.
Para que Jesus evitasse esta condio, o povo eleito de Israel, que
preparava a base para sua vinda, devia ter-se unido em harmonia,
centralizando-se no templo, que era a entidade em imagem do Messias.
Contudo, os israelitas repetidamente caram em infidelidade, criando assim
a condio para Satans invadir a Jesus, que havia de vir no futuro. Para
impedir esta condio, Elias, o profeta, veio e trabalhou para a separao de
Satans, destruindo 850 falsos profetas, inclusive a Baal e Asser (I Rs
18.19), e finalmente subiu ao cu (II Rs 2.11). Todavia, visto que sua
misso no foi completamente realizada, Elias tinha que voltar para cumprir
o resto de sua misso (Ml 4.5). O profeta que veio como Elias, para herdar
por sucesso e cumprir a misso de separar o povo de Satans, que tinha
sido deixada incompleta por Elias, e para endireitar o caminho do Messias
(Jo 1.23), era Joo Batista (Mt 11.14, 17.10-13).
Os israelitas estavam sofrendo a escravido de 400 anos no Egito, sem
um profeta que os guiasse, e enquanto isso acontecia, encontraram-se com
um homem, Moiss, como o personagem que podia gui-los para a terra de

246 - PRINCPIO DIVINO

Cana e ajudar a encontrar o Messias. Da mesma maneira, o povo judeu


se achava tambm sob a escravido das naes gentlicas da Prsia,
Grcia, Egito, Sria e Roma, durante os 400 anos do perodo da preparao
para a vinda do Messias, desde o tempo do profeta Malaquias, sem um s
profeta que os guiasse.
Enquanto se achavam assim, finalmente
encontraram Joo Batista como o personagem capaz de conduzi-los ao
Messias que devia vir para a restaurao mundial de Cana.
Moiss, que tinha sido estabelecido no fundamento de separao de
Satans da escravido de 400 anos no Egito, aprendeu o caminho da
lealdade e devoo filial no palcio do Fara. Joo Batista, que estava
colocado sobre o fundamento de separao de Satans do perodo de 400
anos de preparao para a vinda do Messias, tambm aprendeu o caminho
da lealdade e devoo filial para com Deus, a fim de receber o Messias,
enquanto se alimentava de gafanhotos e mel selvagem no deserto. Por isso
o povo judeu, inclusive os sumos sacerdotes (Jo 1.19), pensavam que Joo
Batista talvez fosse o Messias (Lc 3.15). Deste modo, Joo Batista estava
sobre o fundamento de 40 dias de separao de Satans, e podia
estabelecer o fundamento de f para a primeira restaurao mundial de
Cana.
(2) Fundamento de Substncia
Joo Batista, colocado na posio de Moiss, estava para o povo judeu,
na posio tanto de Pai como de filho. Da posio de pai, podia restaurar
por indenizao o fundamento de f para a primeira restaurao mundial de
Cana. Ao mesmo tempo, podia estabelecer a posio de Abel ao
estabelecer a condio de indenizao em nvel mundial para eliminar a
natureza decada, da posio do filho (cf. Parte II, Captulo II, Seo II, 1
[2]). Conseqentemente, Joo Batista estava colocado sobre o fundamento
que estabeleceu em nvel mundial, ampliando a posio de Moiss, que,
depois de 40 anos de indenizao no palcio do Fara, assentou o
fundamento de f para a primeira restaurao em nvel nacional.
No tempo de Moiss, Deus tencionava cumprir a providncia para o
incio, fazendo com que o povo de Israel confiasse em Moiss, depois de
v-lo matar o egpcio. Os israelitas desse tempo tinham que abandonar o
Egito, a nao satnica, e ir para a terra de Cana; ao passo que o povo
judeu, centralizado em Joo Batista, ao invs de sair do Imprio Romano e
trasladar-se a outra terra, tinha que permanecer sob o regime e subjug-lo,
restaurando o imprio para o Cu. Por isso Deus mostrou ao povo os sinais
e milagres centralizados em Joo Batista e, fazendo com que o povo judeu
cresse nele, tencionava realizar a providncia para o incio.

247 - PRINCPIO DIVINO

Por meio da extraordinria predio do anjo com respeito concepo de


Joo Batista, mediante o milagre de seu pai tornar-se mudo por no
acreditar nisto e devido a muitos outros milagres que Deus mostrou aos
israelitas no tempo do nascimento de Joo, eles sabiam, desde o momento
de seu nascimento, que Joo Batista era o profeta que Deus lhes havia
enviado. justamente como diz a Bblia:

"O temor apoderou-se de todos os seus vizinhos; o fato divulgou-se por


todas as montanhas da Judia. Todos os que o ouviam, conservavam-no
em seu corao, dizendo: quem ser este menino? Porque a mo do
Senhor estava com ele." (Lc 1.65-66)
Ademais, devido sua brilhante carreira de ascetismo, e sua vida de
orao no deserto, os sumos sacerdotes (Jo 1.19) e todo o povo judeu (Lc
3.15) o tinham em to alta estima que o confundiram com o Messias.
Moiss matou o egpcio depois do perodo de 40 anos de indenizao no
palcio do Fara. Da, se os israelitas, comovidos por seu patriotismo,
tivessem acreditado nele e o tivessem seguido, poderiam ter ido
imediatamente para Cana pelo caminho direto dos filisteus, sem ter que
cruzar o Mar Vermelho, sem fazer um desvio pelo deserto e sem
necessidade das tbuas de pedra, do tabernculo ou da arca da aliana. Se
o povo judeu do tempo de Jesus tambm tivesse acreditado em Joo
Batista e tivesse seguido a ele, a quem Deus havia estabelecido para que
acreditassem nele, por meio dos milagres e sinais, podiam ter restaurado o
fundamento de substncia, estabelecendo a condio de indenizao para
eliminar a natureza decada, e sobre ele podiam ter restaurado o
fundamento para receber o Messias.
(3) A Falha no Primeiro Curso da Restaurao de Cana em Nvel
Mundial
O povo judeu estava na posio de crer em Joo Batista e de segui-lo,
sobre o fundamento de f estabelecido por ele (Jo 1.19, Lc 3.15). Portanto,
podiam terminar a Idade do Velho Testamento e iniciar seu novo curso de
restaurao de Cana em nvel mundial. Contudo, como j dissemos (cf.
Parte I, Captulo IV, Seo II), Joo Batista, embora ele mesmo tivesse
testificado que Jesus era o Messias, no final duvidou dele (Mt 11.3). Ao
negar que tinha vindo como Elias, ele no somente obstruiu o caminho para
o povo judeu chegar a Jesus, mas tambm causou que eles o trassem. Por
conseguinte, Joo Batista saiu da posio de Abel para estabelecer o
fundamento de substncia e, em conseqncia, o povo judeu no estabeleceu a condio de indenizao em nvel mundial para eliminar a
natureza decada.

248 - PRINCPIO DIVINO

Deste modo, o fundamento para receber o Messias no foi estabelecido,


porque o povo judeu no assentou o fundamento de substncia. Por
conseguinte, o primeiro curso da restaurao de Cana em nvel mundial
terminou em fracasso, prefigurando um segundo, ou mesmo um terceiro
curso, tal como no tempo de Moiss.
2. SEGUNDO CURSO DA RESTAURAO DE CANA EM NVEL
MUNDIAL
(1) Fundamento de F
(i) Jesus Herda por Sucesso a Misso de Joo Batista
Joo Batista era um personagem na posio de um Ado restaurado
perante Jesus, que veio como um Ado aperfeioado. Portanto, Joo
Batista tinha que estabelecer o fundamento para receber o Messias,
completando todas as misses deixadas sem terminar por todas as figuras
centrais que tinham vindo no curso da histria providencial at aquele
tempo, com o fim de restaurar o fundamento de f e o fundamento de
substncia. Da, conduzindo o povo judeu, que haveria de acreditar nele e
segui-lo sobre esta base, ele os haveria de transferir totalmente a Jesus,
juntamente com todo o fundamento da providncia. Depois disto, ele
mesmo devia ter seguido a Jesus com inteira f e lealdade.
Joo Batista batizou Jesus no Rio Jordo (Mt 3.16) sem conhecer o
significado daquele ato, mas era uma cerimnia para transferir-lhe tudo o
que Joo havia feito em favor da vontade de Deus.
No obstante, Joo Batista tornou-se depois cada vez mais ctico com
respeito a Jesus, e finalmente o traiu. Naturalmente, o povo judeu, que
acreditava em Joo Batista e o seguia como o Messias (Lc 3.15), se viu
obrigado a no crer em Jesus (cf. Parte I, Captulo IV, Seo II). Em
conseqncia, o fundamento de f que Joo Batista havia estabelecido para
o primeiro curso mundial da restaurao de Cana foi, no final, invadido por
Satans. Por isso o prprio Jesus se viu obrigado a restaurar por
indenizao aquele fundamento de f, herdando por sucesso a misso de
Joo Batista e iniciando assim o segundo curso mundial para a restaurao
de Cana. Jesus se separou de Satans jejuando por quarenta dias no
deserto, e isto foi para restaurar por indenizao o fundamento de f, a partir
da posio de Joo Batista.
Jesus, que veio como o Filho nico de Deus e o Senhor da Glria,
originalmente no devia ter andado pelo caminho da tribulao (I Co 2.8).
Todavia, Joo Batista, que nasceu com a misso de preparar seu caminho
(Jo 1.23, Lc 1.76), falhou em cumprir sua misso. Assim, o prprio Jesus
teve que sofrer as tribulaes que Joo Batista tinha que sofrer, ao preparar
o caminho de Jesus. Desta forma, Jesus, embora fosse o Messias, sucedeu

249 - PRINCPIO DIVINO

a Joo Batista para iniciar o curso da providncia da restaurao. Por isso


ele disse a seus discpulos que no fizessem pblico o fato de que ele era o
Messias (Mt 16.20).
(ii) O Jejum e a Orao de Quarenta Dias de Jesus no Deserto e suas
Trs Grandes Tentaes
Devemos primeiramente conhecer as causas remotas e imediatas do
jejum e orao de quarenta dias de Jesus e de suas trs grandes tentaes.
No curso da restaurao nacional de Cana, Moiss, que estava diante da
rocha, perdeu a f e feriu-a duas vezes. Por isso a rocha, simbolizando a
Cristo (I Co 10.4), sofreu a invaso de Satans. Isto se tornou um ato que
indicava que mais tarde, mesmo no curso de Jesus, que caminharia no
curso de Moiss como padro, seria possvel que Satans invadisse Joo
Batista, que viria para endireitar o caminho de Jesus, caso se tornasse infiel.
Conseqentemente, esta ao tambm indicou que Satans podia invadir o
fundamento de f centralizado em Joo Batista, que devia vir antes do
Messias. Portanto, a ao de Moiss ao ferir a rocha duas vezes tornou-se
a causa remota que obrigou Jesus a ir para o deserto e sofrer o jejum de 40
dias e as trs grandes tentaes, a partir da posio de sucessor de Joo
Batista, a fim de restaurar o fundamento de f, caso Joo Batista viesse a
perder a f.
Joo Batista tornou-se infiel (cf. Parte I, Captulo IV, Seo II, 3), e
Satans invadiu o fundamento de f que ele havia assentado. Tendo isto
como a causa imediata, Jesus teve que sofrer o jejum de 40 dias e as trs
grandes tentaes na posio de Joo Batista, para poder restaurar por
indenizao o fundamento de f, estabelecendo o fundamento de 40 dias
para separar a Satans.
Ento, qual era o propsito de Satans ao oferecer a Jesus as trs
grandes tentaes? Na Bblia (Mt 4.1-10) lemos que Satans mostrou
pedras e disse a Jesus que ordenasse que elas se transformassem em
pes. Depois, levou-o ao pinculo do templo e disse que se lanasse para
baixo. Por fim, levou-o a uma montanha muito alta, e disse a Jesus que
daria o mundo inteiro, se Jesus se prostrasse e o adorasse, apresentando
assim trs tentaes a Jesus.
No incio, Deus criou o homem e o abenoou de trs modos: a perfeio
da individualidade, a multiplicao dos filhos e o domnio sobre o mundo da
criao (Gn 1.28). A finalidade da criao de Deus era que o homem
alcanasse tudo isso. Contudo, Satans causou a queda do homem,
fazendo-o fracassar no cumprimento das trs bnos. Assim, a finalidade
da criao permaneceu irrealizada. Jesus veio para realizar a finalidade da
criao de Deus, restaurando estas trs bnos que Deus havia prometido.
Por conseguinte, Satans procurou impedir que ele realizasse a finalidade

250 - PRINCPIO DIVINO

da criao, apresentando as trs tentaes, a fim de obstruir o caminho para


a restaurao das bnos.
Como, ento, enfrentou e venceu Jesus a estas trs grandes tentaes?
Examinemos primeiro como Satans, como um ser subjetivo, tentou Jesus.
J esclarecemos o fato de que, no curso da restaurao nacional de Cana
centralizado em Moiss, Satans veio a colocar-se na posio subjetiva com
respeito aos israelitas, invadindo (devido incredulidade dos israelitas e ao
fracasso de Moiss) a rocha e as duas tbuas de pedra, simbolizando Jesus
e o Esprito Santo. Assim, no curso da restaurao mundial de Cana, Joo
Batista, que tinha vindo com a misso de preparar o caminho do Messias,
separando a Satans (Jo 1.23) no cumpriu sua responsabilidade, e os
israelitas caram de novo na infidelidade e desobedincia, como no tempo
de Moiss. Por conseguinte, tal como Deus j havia prefigurado no curso
de Moiss, Satans veio a colocar-se na posio subjetiva, que lhe permitia
tentar a Jesus. Estudemos estas tentaes mais detalhadamente.
Depois que Jesus jejuou por 40 dias, Satans apareceu diante dele e o
tentou, dizendo: Se s o filho de Deus, ordena que estas pedras se tornem
pes (Mt 4. 3). Entretanto, a pedra estava no poder de Satans, devido
ao de Moiss ao quebrar as tbuas de pedra e ferir a rocha, e devido
descrena de Joo Batista. Por isso, com o fim de restaurar a pedra, Jesus
teve que ir ao deserto e separar a Satans, jejuando durante 40 dias.
Satans sabia muito bem que Jesus tinha ido ao deserto para restaurar a
pedra. Esta tentao significava que Satans manteria a posse da pedra
para sempre, se Jesus, em seu curso no deserto para restaurao mundial
de Cana, fraquejasse na f e resolvesse ordenar que a pedra se tornasse
po a fim de encher seu estmago faminto, sem procurar restaurar a pedra
tal como em dias anteriores os israelitas no puderam suportar a fome e
caram na infidelidade, na restaurao nacional de Cana.
A resposta de Jesus a esta tentao foi: Nem s de po vive o homem,
mas de toda palavra que sai da boca de Deus (Mt 4.4). Originalmente, o
homem foi criado para viver de duas espcies de elementos. Isto , o corpo
fsico do homem se mantm dos nutrimentos tirados do mundo natural,
enquanto seu esprito vive das palavras que saem da boca de Deus.
Contudo, os homens decados tornaram-se incapazes de receber a palavra
de Deus diretamente, e seus espritos vivem das palavras de Cristo, que
veio Terra como a encarnao da palavra de Deus, como est escrito na
Bblia (Jo 1.14). Por isso Jesus disse: Eu sou o po da vida (Jo 6.48), e
prosseguiu dizendo: Em verdade, em verdade vos digo: se no comerdes a
carne do Filho do homem e no beberdes o seu sangue, no tereis vida em
vs (Jo 6.53). Por conseguinte, mesmo que o corpo fsico do homem tenha
vida comendo po, somente com isso ele no pode desfrutar de uma vida
saudvel. O homem pode tornar-se saudvel se, alm disso, vive por

251 - PRINCPIO DIVINO

Cristo, que veio como encarnao da palavra de Deus e como o alimento da


vida do homem.
Todavia, a pedra tornou-se posse de Satans pelo fato de ter Moiss
ferido a rocha duas vezes, a qual era a raiz das tbuas de pedra. A pedra
na mo de Satans, naquela altura, era verdadeiramente a rocha e as
tbuas de pedra, que Moiss havia perdido. Por conseguinte, a pedra,
afinal, simbolizava o prprio Jesus, que estava sob a tentao de Satans.
Isto se torna ainda mais evidente quando lemos acerca de uma pedra que
simboliza Cristo (Ap 2.17) e que a rocha era Cristo (I Co 10.4). Portanto, a
resposta de Jesus primeira tentao de Satans tinha o sentido de que,
mesmo estando ele naquele momento a ponto de morrer de fome, no
importava o po para o corpo fsico, e ele tinha que triunfar, da posio de
receber a tentao de Satans, e tornar-se o alimento da palavra de Deus,
que podia salvar os corpos espirituais de toda a humanidade. A primeira
tentao foi estabelecida de forma que Jesus pudesse situar-se na posio
de Messias, com individualidade aperfeioada, vencendo a tentao da
posio de Joo Batista. Satans foi finalmente derrotado por tais palavras
de Jesus, que o confrontou com a vontade de Deus da posio do Princpio.
Jesus, vencendo a primeira tentao e estabelecendo assim a condio que
possibilitava a restaurao de sua individualidade, assentou o fundamento
para a restaurao da primeira bno de Deus.
A seguir, Satans colocou a Jesus sobre o pinculo do templo e disse:
Se s o Filho de Deus, lana-te daqui abaixo (Mt 4.5-6). Jesus chamou a
si mesmo de templo (Jo 2.19-21) e os santos foram chamados de templos
de Deus (I Co 3.16). Consta igualmente que os santos so os membros de
Cristo (I Co 12.27). Por isso podemos compreender que Jesus o templo
principal e os santos so os ramais do templo. Deste modo, Jesus veio
como o mestre do templo, e o prprio Satans tinha que reconhecer sua
autoridade. Assim, ele colocou Jesus no pinculo do templo; disse ento a
Jesus que se lanasse de l para baixo. Isto significava que, se Jesus se
lanasse abaixo, partindo da posio de mestre para a posio de homem
decado, Satans ocuparia a posio de dominador do templo, em lugar de
Jesus.
Naquele ponto Jesus respondeu, dizendo: no tentars ao Senhor teu
Deus (Mt 4.7). Originalmente, os anjos foram criados para serem
dominados por um homem do estado original da criao; portanto, um anjo
decado devia naturalmente ser dominado por Jesus. Conseqentemente, a
tentativa do anjo de pr-se na posio de senhor do templo era um ato fora
do Princpio. Logo, ele no devia ter-se colocado na posio de tentar a
Deus, com tal ato fora do Princpio, tentando a Jesus, o corpo de Deus, que
opera Sua providncia somente pelo Princpio. Ademais, Jesus, vencendo a
primeira tentao, tinha firmemente estabelecido sua posio de Senhor do

252 - PRINCPIO DIVINO

templo, como o templo substancial, com sua individualidade restaurada. Por


conseguinte, ele j no estava mais em nenhuma posio de ser tentado
por Satans; Satans devia ter se afastado, sem tentar a Jesus de novo.
Assim, vencendo a segunda tentao, Jesus, que veio como o templo
principal e o noivo, e como o Verdadeiro Pai da humanidade, estabeleceu a
condio que lhe possibilitava restaurar todos os santos posio de seus
ramais do templo e noivas, e verdadeiros filhos, criando assim a base para a
restaurao da segunda bno de Deus.
A seguir Satans conduziu Jesus a uma montanha muito alta e
mostrando-lhe todos os reinos do mundo e sua glria, tentou-o, dizendo:
Dar-te-ei tudo isso, se, prostrando-te diante de mim, me adorares (Mt 4.9).
Originalmente, Ado, devido sua queda, perdeu sua autoridade como o
dono de toda a Criao, sendo dominado por Satans, e naturalmente,
Satans tornou-se o dominador de toda a Criao em lugar de Ado (Rm
8.20). Jesus, que veio na capacidade de um Ado aperfeioado, era o
dominador de toda a Criao, como est escrito que Deus ps todas as
coisas aos ps de Cristo (I Co 15.27). Por isso Satans, que conhecia este
princpio, conduziu Jesus a uma alta montanha, pondo-o na posio de
senhor de todas as coisas, e depois o tentou, para que Jesus, o segundo
Ado, tambm se rendesse diante dele, tal como no incio Ado se havia
rendido.
Jesus respondeu a isto, dizendo: Ao Senhor teu Deus, adorars e s a
Ele servirs (Mt 4.10). Originalmente, o anjo era um esprito servidor (Hb
1.14), e devia adorar e servir a Deus, seu Criador. Jesus respondeu,
indicando que era o Princpio que Satans, o anjo decado, devia adorar e
servir a Deus. Naturalmente, tambm o Princpio para Satans adorar e
servir a Jesus, que apareceu como o corpo de Deus, o Criador. Ademais,
Jesus j tinha estabelecido o fundamento que lhe possibilitava restaurar a
primeira e segunda bno de Deus, vencendo as duas primeiras tentaes.
Por conseguinte, era natural que ele dominasse toda a Criao, restaurando
a terceira bno de Deus sobre aquela base. Assim ele respondeu de
acordo com o Princpio, indicando que j no havia mais razo para continuar a envolver-se em tentaes com respeito Criao, a qual j se
encontrava situada sobre a base vitoriosa.
Desta forma Jesus venceu a terceira tentao para restaurar sua
dominao sobre todo o mundo da Criao. Atravs disso ele estabeleceu
a base para a restaurao da terceira bno de Deus.

253 - PRINCPIO DIVINO

(iii)O Resultado da Separao de Satans mediante o Jejum de 40


dias e as Trs Grandes Tentaes
De acordo com o Princpio da Criao, a finalidade da criao de Deus
deve realizar-se somente quando o homem estabelecer o fundamento de
quatro posies, depois de passar pelo processo de trs estgios de origem,
diviso e unio. Contudo, o homem no tinha conseguido realizar a
finalidade da criao, porque tinha sido invadido por Satans, em seu curso
do estabelecimento das quatro posies. Por conseguinte, Deus tambm
tencionava restaurar por indenizao todas as coisas perdidas,
estabelecendo o fundamento de 40 dias para a separao de Satans,
atravs dos trs estgios do prolongamento da providncia.
Entretanto, Jesus, embora fosse o Messias, estabeleceu o fundamento de
40 dias de separao de Satans, vencendo os trs estgios de tentao a
partir da posio de Joo Batista. Em conseqncia, Jesus pde restaurar
por indenizao, de uma s vez, todas as condies que Deus tinha
procurado restaurar estabelecendo o fundamento de 40 dias para a
separao de Satans, por meio do prolongamento, em trs estgios, de
Sua providncia da restaurao.
Em primeiro lugar, Jesus pde restaurar, por indenizao, tudo quanto
devia ser restaurado a fim de estabelecer o fundamento de f, por meio do
curso providencial at esse tempo. Isto , ele restaurou por indenizao as
ofertas de Caim e Abel, a arca de No, a oferta de Abrao, o tabernculo de
Moiss e o templo de Salomo. Ademais, Jesus, de uma s vez, restaurou
horizontalmente por indenizao todos os fundamentos de 40 dias de
separao de Satans, que se haviam perdido devido aos fracassos das
figuras centrais, cuja misso tinha sido restaurar o fundamento de f,
atravs do curso vertical da histria durante os 4.000 anos desde Ado. Isto
, restaurou por indenizao o julgamento de 40 dias do dilvio de No; os
trs perodos de 40 anos e os dois jejuns de 40 dias de Moiss; os 40 dias
de espionagem em Cana; o curso de 40 anos no deserto dos israelitas; os
400 anos desde No at Abrao; os 400 anos de escravido no Egito; e
todos os outros perodos do nmero 40 perdidos depois disso, at seu
prprio tempo.
Em segundo lugar, Jesus pde estabelecer a condio que lhe
possibilitava realizar as trs grandes bnos de Deus e restaurar por
indenizao o fundamento de quatro posies, porque a partir da posio de
Joo Batista, ele veio a colocar-se na posio do Messias.
Conseqentemente, Jesus tornou-se um ser substancial que tinha realizado
a oferta, e pde situar-se como o ser substancial das tbuas de pedra, do
tabernculo, da arca da aliana, da rocha e do templo.

254 - PRINCPIO DIVINO

(2) Fundamento de Substncia


Jesus veio como o Verdadeiro Pai da humanidade e restaurou por
indenizao o fundamento de 40 dias de separao de Satans a partir da
posio de Joo Batista. Por isso ele podia restaurar o fundamento de f a
partir da posio de um pai, e, ao mesmo tempo, podia firmar a posio de
Abel ao estabelecer a condio mundial de indenizao para eliminar a
natureza decada a partir da posio de um filho. Por conseguinte, Jesus
veio a colocar-se na posio de ter restaurado por indenizao, sobre a
base mundial, a posio de Moiss que tinha estabelecido o fundamento de
f para a segunda restaurao nacional de Cana, passando pelo perodo
de 40 anos de indenizao no deserto de Midi.
No segundo curso da restaurao nacional de Cana, Deus operou sua
providncia para o incio com os trs grandes milagres e as dez pragas.
Mais tarde, no terceiro curso da restaurao nacional de Cana, Deus
operou sua providncia para o incio, estabelecendo as trs grandes
graas das tbuas de pedra, tabernculo e arca da Aliana - e os dez
mandamentos, para restaurar por indenizao os trs grandes milagres e as
dez pragas no Egito, que foram anulados por causa da falta de f dos
israelitas.
J que Jesus era o ser substancial dos Dez Mandamentos e das trs
grandes graas (as tbuas de pedra, o tabernculo e a arca da aliana), ele
operou a providncia para o incio por suas prprias palavras, milagres e
sinais no segundo curso da restaurao mundial de Cana. Se, de acordo
com a providncia para o incio, o povo judeu, na posio de Caim, tivesse
acreditado e seguido a Jesus na posio de Abel, teriam estabelecido a
condio de indenizao para eliminar a natureza decada e teriam
restaurado o fundamento de substncia, assim estabelecendo o fundamento
para receber o Messias. Nesse caso, Jesus, saindo da posio de Joo
Batista, ter-se-ia colocado na posio de Messias. Ento, se toda a
humanidade se tivesse enxertado a ele (Rm 11.17), tivesse nascido de
novo, purificada do pecado original e se tivesse tornado um s corpo em
corao com Deus, teria restaurado a natureza original dotada na criao,
realizando assim o Reino de Deus na Terra, naquele tempo.
(3) A Falha do Segundo Curso da Restaurao Mundial de Cana
Quando, devido falta de f de Joo Batista, a primeira providncia da
restaurao mundial de Cana terminou em fracasso, Jesus restaurou por
indenizao o fundamento de f para a segunda restaurao mundial de
Cana, sofrendo por si mesmo a tribulao de 40 dias no deserto, herdando
por sucesso a misso de Joo Batista. Entretanto, Satans, que foi
derrotado nas trs grandes tentaes, afastou-se de Jesus at um tempo

255 - PRINCPIO DIVINO

oportuno (Lc 4.13). O fato de ter Satans se afastado dele at um tempo


oportuno d a entender que ele no abandonou Jesus completamente, mas
podia vir novamente perante Jesus. De fato, Satans confrontou-se com
Jesus, trabalhando atravs do povo judeu, centralizando-se nos sumos
sacerdotes e escribas que haviam cado na incredulidade, e especialmente
atravs de Judas Iscariotes, o discpulo que traiu a Jesus.
Desta maneira, devido falta de f do povo judeu, o fundamento de
substncia para o segundo curso da restaurao mundial de Cana resultou
em fracasso; em conseqncia, o fundamento para receber o Messias para
esta providncia foi tambm um fracasso. Naturalmente, o segundo curso
da restaurao mundial de Cana tambm falhou.
3. TERCEIRO CURSO DA RESTAURAO MUNDIAL DE CANA
(1) Curso da Restaurao Espiritual de Cana, Centralizado em
Jesus
Antes de abordar os problemas com respeito ao terceiro curso da
restaurao mundial, devemos primeiro saber em que aspecto ele difere do
terceiro curso da restaurao nacional de Cana. Como j foi tratado em
detalhe, o centro da f dos israelitas no terceiro curso da restaurao
nacional de Cana era o tabernculo, que era o corpo simblico do Messias.
Assim, mesmo quando a nao israelita caiu na incredulidade, este
tabernculo permaneceu intacto, colocado sobre o fundamento de f para o
tabernculo, que Moiss havia estabelecido por seu jejum de 40 dias.
Quando tambm Moiss caiu em infidelidade, ele permaneceu de p,
centralizado em Josu, que continuou a servir a Vontade no fundamento
para o tabernculo, que tinha sido estabelecido pelo perodo de 40 dias de
espionagem de Josu para separar de Satans, sobre o fundamento de f
que Moiss tinha estabelecido.
Contudo, o objeto de f do povo judeu, em seu terceiro curso da
restaurao mundial de Cana, era o prprio Jesus, que veio como o corpo
substancial do templo. Quando at os discpulos caram na infidelidade,
Jesus se viu obrigado a tomar o caminho da morte, sacrificando seu corpo
fsico na cruz, como estava escrito: Do mesmo modo que Moiss elevou a
serpente no deserto, assim tem de ser elevado o Filho do homem (Jo 3.14).
Deste modo, o povo judeu perdeu seu objeto de f, tanto em esprito como
em carne. Por isso no podiam iniciar seu terceiro curso da restaurao
mundial de Cana diretamente como um curso substancial. Mas os
cristos, como o segundo Israel, iniciaram primeiro um curso espiritual, estabelecendo a Jesus ressuscitado como seu objeto de f.
Eis o motivo porque Jesus disse: Destru este templo (o prprio Jesus), e
em trs dias eu o levantarei (Jo 2.19). O Senhor vir e, herdando a misso

256 - PRINCPIO DIVINO

de Jesus, cumprir, espiritual e fisicamente, o terceiro curso da restaurao


mundial de Cana, tal como Josu cumpriu o terceiro curso da restaurao
nacional de Cana, herdando a misso de Moiss.
Observando apenas tal curso providencial da restaurao, podemos
compreender que se o Senhor no vier novamente em carne, tal como no
tempo de Jesus, no poder herdar por sucesso e realizar a finalidade da
providncia da restaurao, que se propunha realizar na primeira vinda.
(i) Fundamento Espiritual de F
J que o segundo curso da restaurao mundial de Cana terminou em
fracasso, devido traio dos israelitas para com Jesus, o fundamento de f
que Jesus tinha estabelecido, por meio do jejum de 40 dias, a partir da
posio de Joo Batista, foi irremediavelmente entregue a Satans. Por
isso depois de entregar seu corpo fsico a Satans, atravs da cruz, Jesus
estabeleceu a base espiritual de separao de Satans, por seu perodo de
ressurreio de 40 dias a partir da posio de portador espiritual da misso
de Joo Batista. Fazendo isso, ele pode restaurar o fundamento espiritual
de f para o curso espiritual da terceira restaurao mundial de Cana. No
houve homem algum, at o dia de hoje, que soubesse que era esta a razo
pela qual o perodo de ressurreio de 40 dias foi estabelecido depois da
crucifixo de Jesus. Como, ento, Jesus estabeleceu o fundamento
espiritual de f?
Deus tinha estado com a nao eleita de Israel at o tempo em que Jesus
apareceu como o Messias. No obstante, a partir do momento de sua
rebeldia contra Jesus, que apareceu como o Messias, Deus se viu obrigado
a entregar seus eleitos, nas mos de Satans. Assim Deus, juntamente
com Seu filho, que foi trado pelos israelitas, tiveram que abandon-los e
voltar-se contra Sua nao eleita. No obstante, o propsito de Deus ao
enviar o Messias era salvar no somente a nao escolhida, mas tambm
toda a humanidade. Por isso Deus tencionava salvar toda a humanidade,
mesmo que tivesse que entregar Jesus nas mos de Satans. Por outro
lado, Satans procurava matar um nico homem, Jesus, o Messias, mesmo
que tivesse que entregar a Deus toda a humanidade, inclusive a nao
escolhida, que estava ento do seu lado. O motivo era que Satans
pensava que pudesse destruir a finalidade de toda a providncia de Deus
matando o Messias, pois ele sabia que o primeiro propsito da providncia
da restaurao de 4.000 anos de Deus tinha sido estabelecer um s
homem, o Messias. Assim, Deus finalmente entregou Jesus a Satans,
como a condio de indenizao, a fim de salvar toda a humanidade,
inclusive o povo judeu, que se havia voltado contra Jesus e estava ento no
lado de Satans.

257 - PRINCPIO DIVINO

Deste modo Satans conseguiu o que pretendia atravs do curso da


histria de 4.000 anos, crucificando Jesus, com o exerccio de seu mximo
poder. Deus, que entregou Jesus nas mos de Satans, podia, por esse
preo, estabelecer a condio para salvar toda a humanidade, inclusive os
israelitas.
Como, ento, pode Deus salvar aos homens pecadores? J que Satans
havia matado a Jesus pelo exerccio de seu mximo poder, criou-se ento a
posio para que Deus exercitasse Seu mximo poder, de acordo com o
princpio da restaurao por indenizao. O exerccio do mximo poder por
parte de Deus era para ressuscitar os mortos, ao passo que o de Satans
era para matar o homem. Aqui Deus exerceu Seu mximo poder, como a
condio de indenizao contra o ato de Satans ao matar a Jesus, por
meio do exerccio de seu mximo poder, e Ele ressuscitou a Jesus.
Enxertando toda a humanidade em Jesus ressuscitado (Rm 11.24) e
dando-lhes renascimento, Deus tencionava salvar toda a humanidade.
Como sabemos pela Bblia, Jesus, depois da Ressurreio, no era o
mesmo Jesus que tinha vivido com seus discpulos antes da crucifixo. Ele
j no era um homem visto com olhos fsicos, pois era um ser transcendente
de tempo e espao. Certa vez apareceu repentinamente em uma sala
fechada, onde seus discpulos estavam reunidos (Jo 20.19), enquanto, em
outra ocasio, apareceu diante de dois discpulos que se dirigiam para
Emas, e os acompanhou por uma longa distncia. Mas seus olhos no
podiam reconhecer Jesus, que apareceu diante deles (Lc 24.15-16); e
Jesus, que aparecia, tambm desaparecia subitamente. Jesus, a fim de
salvar a humanidade, tinha estabelecido o fundamento espiritual de f por
meio do perodo de ressurreio de 40 dias para separar a Satans, depois
de entregar seu corpo fsico na cruz como um sacrifcio. Fazendo isto, abriu
o caminho para a redeno dos pecados de todos os homens.
(ii) Fundamento Espiritual de Substncia
Jesus, estabelecendo o fundamento espiritual de 40 dias para separar a
Satans, por meio da ressurreio, a partir da posio do portador espiritual
da misso de Joo Batista, podia restaurar o fundamento espiritual de f a
partir da posio de um pai espiritual. Ao mesmo tempo, estabeleceu
tambm a posio de um Abel espiritual ao fazer a condio de indenizao
mundial para eliminar a natureza decada, a partir da posio de um filho,
espiritualmente. Jesus podia estabelecer um fundamento espiritual de f
para a terceira restaurao mundial de Cana, tal como Moiss pde
estabelecer o fundamento de f para a terceira restaurao nacional de
Cana, passando pelo perodo de indenizao de 40 anos vagando pelo
deserto, conduzindo os israelitas.

258 - PRINCPIO DIVINO

No tempo de Moiss, Deus operou sua providncia para o incio fazendo


com que ele estabelecesse o fundamento para o tabernculo. Contudo,
Jesus ressuscitado operou a providncia para o incio reunindo seus
discpulos, dispersos na Galilia, e dando-lhes o poder de realizar milagres
e sinais, j que ele mesmo era o corpo substancial espiritual das tbuas de
pedra, do tabernculo e da arca (Mt 28. 16-18).
Ora, os santos, na posio de Caim, vieram a restaurar o fundamento
espiritual de substncia, estabelecendo a condio espiritual de indenizao
para eliminar a natureza decada, atravs de seu ato de crer, servir e seguir
a Jesus ressuscitado, que estava espiritualmente na posio de Abel, como
o portador espiritual da misso de Joo Batista.
(iii)Fundamento Espiritual para Receber o Messias
Depois da crucifixo de Jesus, os restantes onze apstolos se
dispersaram, em completo desamparo. Jesus, depois de sua ressurreio,
os reuniu novamente em um lugar e iniciou sua nova providncia da
restaurao espiritual de Cana. Os apstolos escolheram a Matias em
lugar de Judas Iscariotes para completar o nmero dos 12 apstolos, e
creram, serviram e seguiram a Jesus ressuscitado, estabelecendo assim o
fundamento espiritual de substncia. Fazendo isto, puderam restaurar o
fundamento espiritual para receber o Messias.
Sobre este fundamento, Jesus pde estabelecer a posio de Messias
espiritual a partir da posio de portador espiritual da misso de Joo
Batista, e pde restaurar o Esprito Santo. Fazendo isto, ele se tornou o
Verdadeiro Pai espiritual e veio a realizar a obra do renascimento. Isto ,
como est escrito na Bblia (At 2.1-4): depois do advento do Esprito Santo
no Pentecostes, Jesus ressuscitado se tornou o Verdadeiro Pai espiritual e,
trabalhando em unidade com o Esprito Santo como a Verdadeira Me
espiritual, espiritualmente enxertou os santos em si mesmos, comeando
assim a obra do renascimento espiritual. Fazendo isto, Jesus pde realizar
a providncia da salvao espiritual (cf. Parte I, Captulo IV, Seo I, 4).
Conseqentemente, na esfera de Jesus ressuscitado, a condio espiritual
para a acusao de Satans foi completamente aniquilada, e assim,
espiritualmente, ela se tornou uma esfera inviolvel por Satans.
A salvao fsica do homem decado permaneceria sem completar,
embora ele pudesse pela f tornar-se um com Jesus, porque seu corpo
ainda est na posio de estar invadido por Satans, tal como o prprio
Jesus. Contudo, se cremos em Jesus ressuscitado, estaremos com Jesus
espiritualmente na esfera inviolvel por Satans, e assim poderemos
realizar a salvao espiritual, livres da condio espiritual da acusao de
Satans.

259 - PRINCPIO DIVINO

(iv)

Restaurao Espiritual de Cana

Os cristos podiam realizar apenas a restaurao espiritual de Cana,


crendo em Jesus e servindo a ele como o Messias espiritual, sobre o
fundamento espiritual para receber o Messias. Assim, os corpos fsicos dos
santos, que estavam na esfera de graa para a restaurao espiritual de
Cana, estavam na mesma posio que o corpo fsico de Jesus, invadido
por Satans atravs da cruz. Portanto, estavam sendo invadidos por
Satans, tal como no tempo anterior vinda de Jesus, com o pecado
original ainda permanecendo em si (Rm 7.25). Naturalmente, os santos
tambm tiveram que passar pelo curso de separao de Satans
novamente para o segundo advento do Senhor (cf. Parte I, Captulo IV,
Seo I, 4).
O ideal do tabernculo no curso nacional da restaurao de Cana, pelo
qual Deus operou sua providncia centralizada em Moiss, veio ento a ser
realizado sobre o fundamento mundial centralizado no templo espiritual de
Jesus ressuscitado. O lugar santssimo e o lugar santo foram realizados
pelo esprito e corpo de Jesus. Uma vez que o ideal do propiciatrio foi
realizado por meio da obra de Jesus e do Esprito Santo, Deus podia
aparecer e falar. Assim, no propiciatrio, onde se ouviam as palavras de
Deus, o querubim que havia obstrudo o caminho desde a queda dos
primeiros antepassados humanos seria posto de lado, de forma que se
pudesse entrar na arca para encontrar a Jesus, a rvore da Vida, para
comer o man dado por Deus e para manifestar o poder de Deus,
representado pela vara de Aaro, que floresceu (Hb 9.4-5). Deste modo,
podemos entender que a crucifixo de Jesus e o Segundo Advento no
foram uma providncia determinada, quando vistos atravs do curso de
Moiss.
(2) Curso da Restaurao Substancial de Cana Centralizado no
Senhor do Segundo Advento
J discutimos o motivo porque o povo eleito de Deus iniciou o terceiro
curso da restaurao mundial de Cana como um curso espiritual, no
podendo inici-lo como um curso substancial, como haviam feito em seu
terceiro curso da restaurao nacional de Cana. A providncia espiritual
da terceira restaurao mundial de Cana, que eles tinham iniciado sobre o
fundamento espiritual para o Messias, pela crena e obedincia a Jesus, o
Messias espiritual, veio hoje a ampliar seu territrio espiritual, sobre uma
base mundial, depois de ter passado o curso de 2.000 anos de histria.
Assim como Josu, que substituiu Moiss no curso espiritual da
restaurao de Cana, realizou a restaurao nacional de Cana passando
pelo curso substancial, o Senhor do Segundo Advento tem que realizar o

260 - PRINCPIO DIVINO

Reino de Deus na Terra, vindo para caminhar pelo curso espiritual da


restaurao de Cana como um curso substancial, e realizando a
restaurao mundial de Cana. Desta maneira, o Senhor do Segundo
Advento, que deve realizar o mesmo Reino de Deus na Terra como
tencionava realizar substancialmente no tempo de Jesus, deve nascer na
Terra como um homem substancial na carne (cf. Parte II, Captulo Vl,
Seo II, 2).
O Senhor do Segundo Advento deve restaurar por indenizao o curso
providencial da restaurao deixado inacabado no tempo da primeira vinda.
Por conseguinte, assim como Jesus teve que caminhar pelo amargo curso
da providncia espiritual da restaurao, devido falta de f do povo judeu,
o Senhor deve restaurar por indenizao o curso espiritual de tribulao,
desta vez substancialmente na carne, caso os cristos, o segundo Israel,
venham a cair na infidelidade. Jesus disse: necessrio, porm, que
primeiro ele sofra muito e seja rejeitado por esta gerao (Lc 17.25).
Por conseguinte, assim como Jesus, a partir do tempo de sua vinda em
diante, teve que caminhar de novo em seu curso espiritual da providncia,
abandonando o primeiro Israel da convocao de Deus e estabelecendo os
cristos como sua segunda nao escolhida, o Senhor do Segundo Advento
talvez tenha que realizar o curso providencial, substancialmente,
abandonando os cristos da segunda convocao e chamando de novo o
terceiro Israel, se os cristos carem na infidelidade. Se, no Segundo
Advento, os arautos, que vm com a misso de Joo Batista (Jo 1.23), para
endireitar seu caminho, falharem em levar a cabo sua misso, tal como na
primeira vinda, o prprio Senhor do Segundo Advento deve estabelecer
substancialmente o fundamento de f para a terceira providncia da
restaurao mundial de Cana, a partir da posio de Joo Batista, tendo
assim que andar pelo caminho da tribulao.
Por mais amargo que seja o caminho que ele tiver que seguir, o Senhor
do Segundo Advento jamais vir a morrer sem cumprir a providncia da
restaurao, como no tempo de Jesus. Isto assim porque a providncia
de Deus para realizar sua finalidade da criao, por meio dos Verdadeiros
Pais da humanidade, foi passada de Ado atravs de Jesus, at o Senhor
do Segundo Advento e, na terceira vez, a providncia no falhar em ser
realizada. Ademais, como ser tratado depois (cf. Parte II, Captulo Vl,
Seo IV), a providncia espiritual da restaurao para os 2.000 anos
depois de Jesus realizou a idade da democracia, a fim de criar uma
sociedade favorvel providncia. Jesus foi morto depois de ter sido
tachado de rebelde contra o judasmo, mas, na sociedade democrtica, no
Segundo Advento, o Senhor no pode andar pelo caminho da morte,
mesmo que seja tenazmente perseguido como herege.

261 - PRINCPIO DIVINO

Por conseguinte, por mais difcil que seja o caminho pelo qual o Senhor
do Segundo Advento ter de andar, ajuntar-se-o santos que acreditaro
nele e o serviro de modo absoluto, sobre o fundamento substancial de f
que ele estabelecer; e no h dvida de que eles conseguiro estabelecer
o fundamento substancial para receber o Messias, estabelecendo o
fundamento de substncia, em favor do curso substancial da terceira
restaurao mundial de Cana.
No terceiro curso nacional da restaurao de Cana, no tempo de Moiss,
Deus devia operar sua providncia para o incio, centralizando-se na
rocha. No tempo de Josu, Ele operou Sua providncia para o incio
centralizando-se na gua, que era mais interna do que a rocha. Da mesma
maneira, Jesus operou a providncia para o incio pelos milagres e sinais
na primeira vinda, mas no Segundo Advento, Cristo operar a providncia
para o incio centralizando-se na Palavra, que interna. O motivo que,
como ficou tratado anteriormente (cf. Parte I, Captulo III, Seo III, 2), o
homem, que foi criado pela Palavra (Jo 1.3), falhou em cumprir a finalidade
da Palavra, devido queda. Deus, que tem operado sua providncia da
restaurao pelo estabelecimento da condio externa da Palavra, a fim de
cumprir a finalidade da Palavra, tem que enviar a Cristo, que a substncia
da Palavra (Jo 1.14), no final da histria providencial, e deve operar Sua
providncia de salvao, centralizando-se na Palavra.
Quando observamos a finalidade da criao de Deus, centralizando-se na
conexo de corao, Deus, como o Pai espiritual, criou os homens como
Seus filhos substanciais. Ado e Eva, que foram criados primeiro como os
objetos substanciais imagem e semelhana das essencialidades duais de
Deus, so os primeiros objetos substanciais de Deus e os primeiros pais da
humanidade. Assim, unindo-se como esposo e esposa e multiplicando
filhos, deviam ter estabelecido uma famlia coligada e unida nos coraes
dos pais, do casal e dos filhos, representando o amor paterno, o amor
conjugal e o amor filial. Este , em verdade o fundamento de quatro
posies, que realizou as trs finalidades objetivas (cf. Parte I, Captulo I,
Seo II, 3).
Desta maneira, Deus tencionava estabelecer o Reino de Deus na Terra,
com Seus filhos de descendncia direta. Contudo, como foi tratado na
Queda do Homem, todos os homens, devido ao relacionamento de sangue
dos primeiros antepassados humanos com o arcanjo Lcifer, tornaram-se
filhos do diabo, herdando a linhagem de sangue de Satans (Mt 3.7, 23.33,
Jo 8.44). Desta maneira, os primeiros antepassados humanos caram na
posio em que foram cortados da linhagem de Deus, e isto constituiu a
queda (cf. Parte I, Captulo II).

262 - PRINCPIO DIVINO

Portanto, a finalidade da providncia da restaurao de Deus restaurar


os homens decados, que foram separados da linhagem de Deus, e
estabelec-los como os filhos da linhagem direta de Deus. Descubramos o
segredo da providncia da restaurao de Deus na Bblia.
Como foi abordado antes, a famlia de Ado, que estava to degradada a
ponto de cometer um assassinato, foi separada de seu relacionamento com
Deus. No tempo de No, no se pode restaurar o relacionamento direto
com Deus, devido ao fracasso de Cam, o segundo filho, que estava na
posio de Abel. Contudo, o homem pde colocar-se na posio de servo
dos servos (Gn 9.25), porque existia o fundamento da lealdade de No.
Assim, o homem conseguiu ter um relacionamento indireto com Deus. Este
era o verdadeiro relacionamento entre Deus e o homem no perodo anterior
Idade do Velho Testamento.
Em seu tempo, Abrao, o pai da f, pde constituir os eleitos de Deus
estabelecendo o fundamento para receber o Messias no nvel de famlia.
Assim, pela primeira vez, a posio de servo de Deus foi restaurada (Lv
25.55). Este era o relacionamento entre Deus e o homem na Idade do
Velho Testamento. Depois da vinda de Jesus, seus discpulos, que estavam
situados sobre o fundamento de f, que ele tinha estabelecido a partir da
posio de Joo Batista, foram, pela primeira vez, restaurados da posio
de servos da Idade do Velho Testamento para a posio de filhos adotivos.
Para que pudessem tornar-se filhos da linhagem direta de Deus, tinham que
estabelecer o fundamento para receber o Messias fazendo o fundamento de
substncia em absoluta obedincia a Jesus e, enxertando-se (Rm 11.17)
espiritual e fisicamente a Jesus, que estava colocado sobre esse
fundamento, deviam tornar-se um s corpo com ele.
Jesus veio como o Filho de Deus, sem pecado original, da linhagem direta
de Deus e, fazendo com que toda a humanidade decada se tornasse um s
corpo com ele, enxertando-os em si, devia restaur-los para serem os filhos
da linhagem direta de Deus, tendo eliminado o pecado original. Jesus e o
Esprito Santo vieram como os Verdadeiros Pais espirituais para fazer com
que os homens restaurassem sua conexo linear com Deus, como dotada
na criao, levando os homens decados a eliminarem seu pecado original,
enxertando-os em si mesmos. Chamamos a obra de Jesus e do Esprito
Santo de Renascimento (cf. Parte I, Capitulo VII, Seo IV). Por
conseguinte, devemos saber que Jesus veio como o centro, a verdadeira
oliveira, a fim de enxertar em si mesmo os homens decados, que so os
ramos de oliveiras selvagens.
No obstante, at seus discpulos caram em infidelidade, e assim, Jesus
foi crucificado na posio de Joo Batista, sem conseguir desempenha seus
deveres de Messias. Deste modo, Jesus ressuscitado teve que estabelecer

263 - PRINCPIO DIVINO

o fundamento espiritual de f por meio do perodo de ressurreio de 40


dias para separar a Satans, estabelecido a partir da posio do Joo
Batista espiritual. Depois disso, o fundamento espiritual de substncia foi
estabelecido pela f e lealdade dos discpulos, que voltaram para ele
arrependidos, e da o fundamento espiritual para receber o Messias foi
estabelecido pela primeira vez. Finalmente, sobre essa base espiritual, os
santos vieram a colocar-se como filhos espirituais, estando espiritualmente
enxertados em Jesus, que est na posio de Messias espiritual. Este tem
sido o relacionamento entre Deus e os homens decados, de acordo com a
providncia espiritual da restaurao depois de Jesus, at o momento atual.
Por conseguinte, os homens decados podem, por ora, colocar-se apenas
espiritualmente na posio de objetos de Deus, porque a providncia
espiritual da restaurao depois de Jesus tem sido restaurar o mundo
espiritual primeiro, tal como Deus havia criado o mundo espiritual primeiro.
Em conseqncia, por mais devoto que seja um cristo, j que no
conseguiu eliminar o pecado original que vem pela carne, no se encontra
diferena entre ele e os santos da Idade do Velho Testamento, em vista de
que nem um nem outro foi capaz de desprender-se da linhagem de Satans
(cf. Parte I, Captulo IV, Seo I, 4). Na melhor das hipteses, os cristos
so filhos adotivos perante Deus, porque so filhos de uma linhagem
diferente. Por este motivo disse Paulo:

"No somente a criao, mas tambm ns, que possumos as primcias


do Esprito, gememos igualmente em ns mesmos, aguardando a adoo
como filhos ..." (Rm 8.23)
Por conseguinte, o Senhor do Segundo Advento deve vir para restaurar
toda a humanidade para que sejam filhos da linhagem direta de Deus.
Conseqentemente, ele deve nascer na Terra, em carne, como nasceu
Jesus. Fazendo isso, deve restaurar por indenizao o curso de Jesus,
percorrendo-o de novo. Portanto, o Senhor do Segundo Advento tem que
estabelecer, substancialmente, o fundamento para receber o Messias, de
acordo com a providncia para o incio, centralizando-se na Palavra; e,
enxertando toda a humanidade espiritual e fisicamente sobre este
fundamento, deve restaur-los para serem filhos da linhagem direta de
Deus, tendo eliminado o pecado original.
Jesus estabeleceu o fundamento em nvel de famlia, constituindo os doze
apstolos centralizados nos trs principais, e depois ampliou-o para o
fundamento em nvel de tribo, constituindo os 70 discpulos, a fim de
restaurar por indenizao a posio de Jac, que tinha sido a figura central
do fundamento para o Messias no nvel de famlia. Da mesma maneira, o
Senhor do Segundo Advento, deve tambm restaurar o fundamento para
receber o Messias, substancialmente, partindo do nvel familiar, e

264 - PRINCPIO DIVINO

gradualmente ampliando para o nvel tribal, racial, nacional, mundial e


depois para o nvel csmico. Sobre este fundamento, ele deve finalmente
ser capaz de estabelecer o Reino do Cu na Terra.
Deus, estabelecendo a nao eleita do primeiro Israel, preparou a base
para que Jesus viesse e rapidamente realizasse o propsito de construir o
Reino do Cu, mas, devido rebeldia deles, Ele teve que novamente
estabelecer os cristos como o segundo Israel. De modo semelhante, se os
cristos, que foram escolhidos como o segundo Israel para o ideal da
construo do Reino do Cu pelo Senhor do Segundo Advento, tambm se
voltarem contra ele, Deus se ver obrigado a abandonar Seus eleitos do
segundo Israel e escolher novamente Seus eleitos do terceiro Israel.
Portanto, os cristos dos ltimos Dias, tal como o povo judeu dos dias de
Jesus esto situados em circunstncias muito favorveis; mas, por outro
lado, esto na posio em que so capazes de se tornarem muito infelizes.
4.

LIES APRENDIDAS DO CURSO DE JESUS

Primeiro: neste caso Deus nos demonstrou como a predestinao de


Sua vontade. Deus sempre predestina sua vontade para que seja
totalmente cumprida no final. Quando Joo Batista fracassou em cumprir
sua misso, o prprio Jesus, que viera como o Messias, se props cumprir a
Vontade, at mesmo substituindo a Joo. Visto que o Reino do Cu no foi
realizado, devido incredulidade do povo judeu, Cristo voltar para cumprir
esta Vontade.
Em segundo lugar, Deus nos demonstrou que sua predestinao com
respeito ao cumprimento da Vontade, centralizada em um determinado
indivduo ou nao de Sua escolha, no absoluta, seno relativa. Em
outras palavras, embora Deus possa ter estabelecido certo indivduo ou
nao para realizar a finalidade de Sua providncia da restaurao, Ele
preparar outro portador da misso para substitui-lo na obra, se o primeiro
falhar no cumprimento de sua poro de responsabilidade. Jesus tinha
escolhido Joo Batista como seu discpulo principal, mas quando ele
fracassou em executar sua responsabilidade, Jesus escolheu Pedro em
lugar dele. Em outro caso, ele escolheu Judas Iscariotes como um de seus
12 apstolos, mas quando Judas fracassou em realizar sua
responsabilidade, Jesus escolheu Matias em lugar dele (At 1.26). Da
mesma maneira, Deus escolheu o povo judeu para realizar a finalidade de
Sua providncia da restaurao, mas quando eles fracassaram em realizar
sua responsabilidade, Ele transferiu a misso para os Gentios (At 13.46, Mt
21.33-43). Deste modo, mesmo que Deus tenha escolhido certo homem
para cumprir sua vontade, nunca pode predestinar absolutamente o
cumprimento da Vontade centralizado em uma pessoa.

265 - PRINCPIO DIVINO

Terceiro: Deus nos demonstrou que no interfere com a poro de


responsabilidade do homem, mas domina apenas seu resultado. Quando
Joo Batista ou Judas Iscariotes caram na infidelidade, no era que Deus
no soubesse, ou que Ele fosse incapaz de impedi-lo, mas Ele no interferiu
de modo algum em sua f, dominando unicamente o resultado de suas
aes.
Finalmente, Deus nos demonstrou que quanto maior for a misso da
pessoa, tanto mais rigorosa ser a prova que a espera. J que Ado
abandonou Deus por sua falta de f, Jesus, que veio como o segundo Ado,
a fim de realizar a finalidade da providncia da restaurao, tinha que
restaurar por indenizao a posio anterior queda, demonstrando boa f,
a partir da posio em que abandonado por Deus, em lugar de Ado. Por
isso Jesus teve que passar pelas tentaes de Satans no deserto, e teve
que sofrer na cruz, completamente abandonado por Deus (Mt 27.46).

266 - PRINCPIO DIVINO

CAPTULO III

Formao e Extenso
de cada Idade na
Histria da Providncia

SEO I
Idade de Identidade de Tempo Providencial
Que idade de identidade de tempo providencial? Quando observamos o
curso da histria humana, freqentemente notamos que certo curso
histrico, semelhante ao de uma idade passada, se repete em idades
posteriores, embora possa haver diferena de grau e extenso. Os
historiadores, notando tais fenmenos, dizem que a histria progride em
uma espiral de padres idnticos que se repetem. Contudo, eles nunca
conheceram a causa. Se certa idade uma repetio do curso histrico da
idade anterior, essa idade chamada idade de identidade de tempo
providencial. A razo para chamar a isto idade de identidade de tempo
providencial ser explicada mais adiante em detalhe, mas principalmente
porque todos estes fenmenos originalmente se baseiam na providncia
divina da restaurao por indenizao.
Por que, ento, ocorre a idade de identidade de tempo providencial?
Todos os fatos que ocorreram no curso da realizao da finalidade da
providncia da restaurao de Deus formaram a histria humana. Contudo,
quando certa figura central, que tem estado caminhando no curso
providencial, falha em levar a cabo sua poro de responsabilidade, a idade
da providncia centralizada nessa pessoa finaliza. No obstante, j que a
predestinao de Deus para a vontade absoluta (cf. Parte I, Captulo VI),
Deus institui outra pessoa em lugar da primeira e estabelece uma nova
idade para restaurar por indenizao o fundamento para receber o Messias.
Visto que esta nova idade uma idade de restaurao por indenizao do
curso histrico da idade anterior, o mesmo curso da histria necessita
repetir-se, e assim se forma a idade de identidade de tempo providencial.

267 - PRINCPIO DIVINO

Entretanto, as pessoas encarregadas da providncia da restaurao


devem restaurar horizontalmente por indenizao todas as condies
verticais de indenizao pertencentes idade anterior. Portanto, medida
que aumentam as condies verticais de indenizao, com o prolongamento
da providncia da restaurao, as condies de indenizao a serem
estabelecidas horizontalmente se tornam cada vez mais pesadas. Em
conseqncia, a idade de identidade de tempo gradualmente tambm se
tornar diferente em contedo e extenso. Esta a razo pela qual as
formas das respectivas idades de identidade de tempo no so exatamente
idnticas.
Entretanto, quando classificamos por tipo os trs estgios do perodo de
crescimento, o estgio de formao o tipo simblico, o estgio de
crescimento o tipo imagem, e o estgio de aperfeioamento o tipo
substancial. Por isso as idades no curso providencial da restaurao,
repetindo identicamente estes tipos, reproduziram semelhantes tipos de
histria. Isto , quando dividimos todo o perodo da histria providencial da
restaurao, do ponto de vista da identidade de tempo por tipo, a idade
providencial para o fundamento da restaurao a idade de identidade de
tempo simblica, enquanto a idade providencial da restaurao a idade de
identidade de tempo em imagem, e a idade providencial do prolongamento
da restaurao o perodo da identidade de tempo substancial.
Devemos tambm conhecer os fatores que formam a idade de identidade
de tempo providencial. As idades de identidade de tempo se repetem
porque a providncia para restaurar o fundamento para receber o Messias
est sendo repetida. Em conseqncia, podemos primeiramente enumerar,
como fatores que ajudam a criar a idade de identidade de tempo
providencial, trs condies para a restaurao do fundamento de f; a
figura central para este fundamento, os objetos condicionais necessrios, e
a extenso matemtica do perodo. Em segundo lugar, podemos enumerar
a condio de indenizao para eliminar a natureza decada a fim de
restaurar o fundamento de substncia.
As idades de identidade de tempo providencial formadas por tais fatores
demonstram as duas caractersticas seguintes:
Primeiro, a identidade de tempo providencial se forma pelo fator do
nmero de anos ou geraes que compem o perodo matemtico de
indenizao para restaurar o fundamento de f. A histria providencial da
restaurao foi a histria da providncia de Deus (por meio dos homens),
que consistia em repetidamente restaurar por indenizao o fundamento de
f.
Este fundamento se tinha perdido porque as figuras centrais
encarregadas da providncia falharam em cumprir suas pores de

268 - PRINCPIO DIVINO

responsabilidade.
Foi, assim, necessrio repetir a providncia, para
restaurar por indenizao o perodo matemtico de f. Afinal, as idades de
identidade de tempo providencial tm repetidamente formado tipos idnticos
mediante a repetio de certos nmeros de anos ou geraes. O objetivo
deste captulo abordar as questes com respeito a este processo.
Segundo, a identidade de tempo providencial se forma pelos fatores dos
fatos histricos na providncia, tais como, a figura central e os objetos
condicionais para restaurar o fundamento de f e a condio de indenizao
para eliminar a natureza decada para a restaurao do fundamento de
substncia. J que a finalidade da providncia da restaurao estabelecer
o fundamento para receber o Messias, a providncia para restaurar este
fundamento deve repetir-se, se a providncia for prolongada.
Entretanto, o fundamento para receber o Messias s pode ser
estabelecido restaurando, primeiro, o fundamento de f por meio da oferta
simblica, e depois, o fundamento de substncia, por meio da oferta
substancial. Conseqentemente, a histria da providncia da restaurao
tem sido uma repetio da providncia de restaurar a oferta simblica e a
oferta substancial. Por isso, a idade da identidade de tempo providencial
formada centralizando-se nos fatos histricos da providncia, os quais foram
os esforos para restaurar estas duas espcies de ofertas. As questes
com respeito a isso sero discutidas em detalhe no captulo seguinte.
SEO II
Formao do Nmero de Anos e Geraes
na Idade Providencial para o Fundamento da Restaurao
1. POR QUE E COMO
RESTAURAO?

SE

PROLONGA

PROVIDNCIA

DA

Anteriormente discutimos o fato de que a providncia da restaurao de


Deus tinha sido prolongada de Ado a No, a Abrao, a Moiss,
estendendo-se finalmente at Jesus. Devido falta de f do povo, Jesus
morreu sem realizar completamente seu propsito. A providncia da
restaurao est, pois, sendo prolongada at o tempo do Segundo Advento.
Por que, ento, se prolonga a providncia da restaurao? Esta uma
questo que s pode ser resolvida pela teoria da predestinao. De acordo
com a teoria da predestinao, a vontade de Deus est predestinada para
ser cumprida de modo absoluto. Por isso, a Vontade, uma vez estabelecida,
deve ser finalmente cumprida. Contudo, j que o cumprimento da Vontade
centralizada em uma certa pessoa relativo, a Vontade s cumprida
quando existe a combinao da poro de responsabilidade de Deus com a
poro do homem. Em conseqncia, quando a vontade de Deus no

269 - PRINCPIO DIVINO

cumprida, porque a pessoa com a misso de cumprir a Vontade falha em


realizar sua poro de responsabilidade, Deus institui outra pessoa, em uma
idade diferente, em seu lugar. Ele ento opera Sua providncia para
cumprir a Vontade sem falta. Assim, a providncia da restaurao
prolongada.
Devemos agora saber de que maneira se prolonga a providncia da
restaurao. De acordo com o Princpio da Criao, Deus o ser do
nmero trs, e todas as coisas criadas Sua imagem e semelhana se
apresentam por meio de cursos no nmero trs, seja no aspecto de sua
existncia, seu movimento, seja no processo de seu crescimento. Por
conseguinte, para realizar a finalidade da criao pelo estabelecimento do
fundamento de quatro posies e pela execuo do movimento circular,
deve-se passar por trs pontos, realizando as trs finalidades objetivas, de
acordo com a ao dos trs estgios de origem, diviso e unio. Entretanto,
a providncia de restaurar a finalidade da criao a da recriao por meio
da Palavra, e assim pode ser prolongada at trs estgios, no
prolongamento da providncia da restaurao, de acordo com o princpio da
criao.
Na famlia de Ado, quando a oferta substancial por Caim e Abel
terminou em fracasso, a Vontade foi prolongada trs vezes, atravs de No
at Abrao. Por ocasio da falha de Abrao em sua oferta simblica, a
Vontade foi prolongada atravs de Isaac at Jac.
Os cursos da
restaurao de Cana centralizados em Moiss ou Jesus foram prolongados
por trs vezes cada um. O ideal da construo do templo, devido ao erro do
rei Saul, foi prolongado atravs do rei Davi at o rei Salomo. O ideal da
criao de Deus, deixado inacabado atravs de Ado, foi prolongado trs
vezes, atravs de Jesus, o segundo Ado, at o tempo do Segundo
Advento. Diz um provrbio: Se no for feito na primeira tentativa,
certamente o ser na terceira, verificando assim o princpio encontrado em
nossa vida real.
2. A CONDIO VERTICAL DE INDENIZAO E A RESTAURAO
HORIZONTAL POR INDENIZAO
A figura central encarregada da Vontade da providncia da restaurao
no pode herdar e cumprir a misso de seus predecessores, a menos que
possa restaurar por indenizao, todas as condies de indenizao que as
pessoas encarregadas das mesmas misses tentaram estabelecer no curso
providencial at seu tempo. Por conseguinte, se esta pessoa falhar
novamente em cumprir esta misso, as condies de indenizao que
falhou em estabelecer sero transferidas pessoa seguinte com essa
misso. Estas condies, historicamente acumuladas e aumentadas pelo
insucesso das pessoas encarregadas da providncia no curso providencial

270 - PRINCPIO DIVINO

da restaurao, so chamadas condies verticais de indenizao.


Quando so restauradas por indenizao centralizando-se em algum que
tenha uma misso especfica, chamamos isto de restaurao horizontal por
indenizao.
Por exemplo, para que Abrao cumprisse sua misso, ele teria que
restaurar horizontalmente por indenizao todas as condies verticais de
indenizao que as famlias de Ado e No tinham tentado estabelecer. Os
sacrifcios de Abrao, com as trs ofertas de uma s vez sobre o altar, eram
para restaurar horizontalmente por indenizao as condies verticais de
indenizao, que tinham sido prolongadas atravs dos trs estgios de
Ado, No e Abrao. Por conseguinte, as trs ofertas simbolizavam todas
as condies que Ado e No tinham falhado em estabelecer, e que o
prprio Abrao devia estabelecer.
Visto que Jac tinha que estabelecer a condio de restaurar por
indenizao, ao mesmo tempo e horizontalmente, as condies verticais de
indenizao para as 12 geraes desde No at ele mesmo, teve 12 filhos e
multiplicou-os em 12 tribos. Do mesmo modo, Jesus tambm teve que
restaurar por indenizao, horizontalmente e ao mesmo tempo, centralizado
em si mesmo, todas as condies verticais de indenizao deixadas sem
cumprir pelos numerosos profetas encarregados da providncia da
restaurao no curso dos 4000 anos de histria providencial
Por exemplo, Jesus instituiu os 12 apstolos e 70 discpulos para
restaurar por indenizao, centralizado em si mesmo, as condies verticais
de indenizao pertencentes ao curso de Jac, no qual Deus operou Sua
providncia, centralizando-se nos 12 filhos e 70 parentes, e do curso de
Moiss, no qual Deus operou Sua providncia centralizando-se nas 12 tribos
e 70 ancios. Alm disso, os 40 dias de jejum e orao de Jesus foram
para restaurar por indenizao (ao mesmo tempo e horizontalmente,
centralizado em si mesmo) todas as condies verticais de indenizao no
estabelecimento dos 40 dias de separao de Satans, necessrios para
estabelecer o fundamento de f. Encarada sob este aspecto, uma pessoa
encarregada da providncia da restaurao se apresenta no somente
como um indivduo, mas tambm como a representao de todos os santos
e profetas que estiveram anteriormente na terra com a mesma misso. Ao
mesmo tempo, ele representa a soma total do fruto histrico de todos eles.
3. RESTAURAO
VERTICALMENTE

HORIZONTAL

POR

INDENIZAO

EFETUADA

Estudemos agora o que a restaurao horizontal por indenizao


efetuada verticalmente. Como j foi exposto em detalhe na seo sobre a
providncia da restaurao centralizada na famlia de Abrao, o caso de
Abrao correspondia ao terceiro na providncia para restaurar o fundamento

271 - PRINCPIO DIVINO

para o Messias no nvel de famlia. Em conseqncia, Abrao estava,


naquele tempo, sob a condio do Princpio para realizar a Vontade a todo
custo. Por isso, ele tinha que restaurar por indenizao, ao mesmo tempo e
horizontalmente, todas as condies verticais de indenizao acumuladas
pela falha da famlia de Ado e de No. Contudo, Abrao falhou em sua
oferta simblica, e a misso teve que ser prolongada ao estgio seguinte.
Aqui, Deus teve que estabelecer a Abrao, que havia falhado, na posio de
ter obtido xito, e teve tambm que estabelecer o prolongamento vertical da
providncia da restaurao, na posio de como se estivesse restaurada
horizontalmente por indenizao, sem nenhum prolongamento. A fim de
operar Sua providncia de tal modo, Deus fez com que Abrao, Isaac e
Jac estabelecessem a condio de indenizao, todos como uma unidade,
centralizados na Vontade, embora fossem trs indivduos diferentes, tal
como estudamos na seo sobre a providncia da restaurao centralizada
em Abrao. Assim, Abrao, Isaac e Jac formavam uma unidade,
encarados do ponto de vista da Vontade. Por isso, o xito de Jac foi o
xito de Isaac, sendo tambm o xito de Abrao. Por conseguinte, embora
a Vontade centralizada em Abrao tivesse sido prolongada verticalmente at
Isaac, e depois at Jac, era considerada como estando horizontalmente
restaurada por indenizao, centralizada em Abrao, sem nenhum
prolongamento, quando vista segundo a Vontade,
Portanto, devemos considerar Abrao, Isaac e Jac como um s homem,
Abrao, centralizado na Vontade. Por conseguinte, era como se a Vontade
tivesse sido realizada na nica gerao de Abrao. Na Bblia (x 3.6), Deus
chamado o Deus de Abrao, o Deus de Isaac e o Deus de Jac,
indicando assim que essas trs geraes eram uma s, quando encaradas
deste ponto de vista.
Deste modo, quando Abrao falhou em estabelecer a condio horizontal
de indenizao, centralizando-se em si mesmo, devido a seu fracasso na
oferta simblica, Deus finalmente ps o caso na posio como se as
condies verticais de indenizao, estabelecidas enquanto era prolongado
verticalmente o programa atravs das trs geraes de Abrao, Isaac e
Jac, estivessem horizontalmente restauradas por indenizao em uma s
gerao, centralizando-se em Abrao.
Portanto, isto se chama a
restaurao horizontal por indenizao efetuada verticalmente..
4. PERODO MATEMTICO DE INDENIZAO PARA RESTAURAR O
FUNDAMENTO DE F
Na introduo Parte II, estudamos que para que a figura central que
deve estabelecer a f restaure o fundamento de f, deve restaurar o perodo
matemtico de indenizao para ele. Investiguemos aqui a razo disto.

272 - PRINCPIO DIVINO

A forma de Deus tambm matemtica. Por isso o mundo da criao,


centralizado no homem, o objeto substancial de Deus, com Suas
essencialidades duais matematicamente desenvolvidas. Por esta razo, o
desenvolvimento da cincia, que busca o princpio das coisas criadas no
plano horizontal, possvel somente pela investigao matemtica. O
primeiro antepassado humano, assim criado, devia tornar-se um ser
substancial matematicamente aperfeioado, estabelecendo o fundamento
de f, somente depois de ter passado pelo perodo matemtico de
crescimento. J que o mundo da criao, como tal, caiu sob domnio de
Satans, o homem, para restaur-lo, tem que restaurar por indenizao o
fundamento de f, estabelecendo objetos condicionais que simbolizam o
mundo da criao, instituindo assim o perodo matemtico de indenizao
para restaurar o nmero invadido por Satans.
Ento, por qual nmero devia o antepassado humano, antes da queda,
estabelecer originalmente o fundamento de f, e que espcie de ser
substancial matematicamente aperfeioado ele devia se tornar? De acordo
com o princpio da criao, nada pode existir sem estabelecer um
fundamento de quatro posies. Por conseguinte, Ado e Eva, que estavam
no perodo de imaturidade, tambm continuaram sua existncia pelo
estabelecimento do fundamento de quatro posies. Entretanto, este
fundamento de quatro posies, com cada posio passando pelos trs
estgios de crescimento, produzindo no total o nmero 12, realizaria em
conjunto 12 finalidades objetivas.
Em conseqncia, o perodo de
crescimento, que era o perodo para que Ado estabelecesse o fundamento
de f, era realmente o perodo para completar o nmero 12.
Portanto, primeiramente os primeiros antepassados humanos, que
estavam no perodo de imaturidade, tinham que estabelecer o fundamento
de f pelo nmero 12. Assim, completando as 12 finalidades objetivas,
tinham que se tornar seres substanciais que tinham aperfeioado o nmero
12. Contudo, devido sua queda, isto foi invadido por Satans. Por
conseguinte, a figura central que deve restaurar isto por indenizao no
curso histrico da providncia da restaurao, no pode estabelecer o
fundamento de substncia para restaurar o ser substancial tendo
aperfeioado o nmero 12, a menos que possa restaurar por indenizao o
fundamento de f, instituindo o perodo de indenizao para restaurar o
nmero 12. Por exemplo; o perodo de 120 anos da construo da arca
por No; o perodo de 120 anos da providncia da restaurao de Cana,
centralizado em Moiss; o perodo de 120 anos desde o tempo em que
Abrao foi chamado at o tempo em que Jac estabeleceu a condio que
lhe possibilitou restaurar a primogenitura de Esa; os 120 anos do Reino
Unido na Idade do Velho Testamento para a restaurao por indenizao do
perodo anterior; e o perodo de 120 anos do Reino Cristo na Idade do

273 - PRINCPIO DIVINO

Novo Testamento so, sem exceo, perodos de indenizao para


restaurar o nmero 12.
Em seguida, Ado e Eva, em sua imaturidade antes da queda, deviam
completar o fundamento de quatro posies, entrando na esfera do domnio
direto de Deus, o quarto estgio, somente depois de terem passado pelos
trs estgios do perodo de crescimento. Conseqentemente, o perodo de
crescimento, no qual deviam estabelecer o fundamento de f, era tambm o
perodo para completar o nmero 4. Por isso, os primeiros antepassados
humanos, que estavam ainda imaturos, deviam ter-se tornado seres
substanciais que tinham aperfeioado o nmero 4, estabelecendo o
fundamento de f atravs do nmero 4 e completando o fundamento de
quatro posies. Contudo, devido sua queda, isto tambm foi invadido por
Satans. Por isso, a figura central para restaurar isto por indenizao, no
curso histrico da providncia da restaurao, no pode estabelecer o
fundamento de substncia para restaurar o ser substancial que aperfeioou
o nmero 4, a menos que possa restaurar por indenizao o fundamento
de f, estabelecendo o perodo de indenizao para restaurar o nmero 4..
Como j foi tratado em detalhe (cf. Parte II, Captulo I, Seo II, I [2]), o
julgamento de 40 dias com respeito arca de No, o jejum de 40 dias de
Moiss, o perodo de 40 dias de espionagem em Cana, o jejum de 40 dias
e o perodo de ressurreio de 40 dias de Jesus, foram todos perodos de
indenizao para a restaurao do nmero 4, para restaurar o fundamento
de f.
Ademais, o perodo de crescimento tambm o perodo de
aperfeioamento do nmero 21. Por isso, os primeiros antepassados
humanos, em sua imaturidade, tinham que se tornar seres substanciais que
tinham aperfeioado o nmero 21, estabelecendo o fundamento de f por
meio do nmero 21 e assim realizando a finalidade da criao. Contudo,
devido sua queda, isto tambm foi invadido por Satans. Por conseguinte,
a figura central para restaurar isto por indenizao, no curso histrico da
providncia da restaurao, no poder estabelecer o fundamento de
substncia para restaurar o ser substancial que aperfeioou o nmero 21, a
menos que possa restaurar por indenizao o fundamento de f,
estabelecendo o perodo de indenizao para restaurar o nmero 21.
Estudemos ento porque o perodo de crescimento se torna o perodo do
aperfeioamento do nmero 21. Para conhecermos o significado do
nmero 21, devemos primeiro entender o significado no Princpio dos
nmeros 3, 4 e 7. Deus, que o ser subjetivo com as essencialidades
duais combinadas (e perfeitas), o ser do nmero 3. A perfeio de uma
criatura significa estabelecer as quatro posies, tornando-se um s corpo
com Deus. Portanto, para que um indivduo se aperfeioe, deve estabelecer

274 - PRINCPIO DIVINO

o fundamento de quatro posies, formando uma trindade com sua mente e


corpo combinados em harmonia, centralizados em Deus. Do mesmo modo,
para que um casal se aperfeioe, devem estabelecer o fundamento de
quatro posies, formando uma trindade com o homem e a mulher unidos,
centralizados em Deus. Outrossim, para que o mundo da criao seja
aperfeioado, todas as coisas devem estabelecer o fundamento de quatro
posies, formando uma trindade com os homens e todas as coisas
combinados, em harmonia, centralizados em Deus. E tambm, para que as
coisas criadas estabeleam o fundamento de quatro posies, fazendo uma
unidade centralizada em Deus, tem que passar pelos trs estgios de
crescimento, realizando assim as trs finalidades objetivas. Por este motivo,
chamamos ao nmero 3 o nmero celeste ou nmero da perfeio.
Deste modo, quando um sujeito e um objeto formam uma trindade fazendose um s corpo unido e harmonioso centralizado em Deus, o corpo
individual ento decide sua posio, como uma criatura guarnecida das
quatro direes do norte, sul, leste e oeste, estabelecendo o fundamento de
quatro posies. Neste sentido, chamamos ao nmero 4 o nmero
terrestre.
Assim, quando uma criatura estabelece o fundamento de quatro posies
passando pelo perodo de crescimento de trs estgios, e se aperfeioa
como uma existncia com natureza no tempo e espao, torna-se um ser
substancial que aperfeioa o nmero 7, a soma total do nmero celeste e o
nmero terrestre. por isso que todo o perodo da criao do Cu e da
Terra veio a ser de 7 dias. Quando vemos o perodo completo da criao
como um s perodo, torna-se o perodo para a perfeio do nmero 7.
Portanto, podemos considerar certo perodo para que qualquer coisa se
aperfeioe, como o perodo de aperfeioamento do nmero 7. Assim, se
consideramos os trs estgios (Formao, Crescimento e Aperfeioamento)
que formam o perodo de crescimento, cada perodo, individualmente, seria
o perodo para a perfeio do nmero 7. Podemos ento entender que o
perodo inteiro tambm o perodo para o aperfeioamento do nmero 21.
Seguem alguns exemplos do perodo de indenizao do nmero 21, que
as figuras centrais para o fundamento de f estabeleceram. Durante o
perodo de dilvio, nos dias de No, Deus fez com que No enviasse os
pombos trs vezes, para prefigurar Sua providncia dos trs estgios.
Fazendo com que os espaos de tempo fossem cada um de 7 dias, o
perodo completo, do ponto de vista da Vontade, tornou-se 21 dias (Gn 7.4,
8.10, 8.12). Quando Jac estabeleceu o perodo providencial de ir para
Har e depois voltar para Cana, a fim de instituir o curso da restaurao de
Cana em nvel familiar, necessitou tambm de 21 anos, isto , trs vezes
sete anos. Ademais, para a restaurao por indenizao dos 21 anos de
Jac, o perodo do cativeiro dos israelitas na Babilnia e seu retorno

275 - PRINCPIO DIVINO

abrangeu 210 anos. O perodo do cativeiro dos papas e sua volta, tambm
foi de 210 anos.
O perodo de crescimento tambm o perodo para o aperfeioamento do
nmero 40. Por isso, em quarto lugar, os primeiros antepassados
humanos, em sua imaturidade antes da queda, tinham que se tornar os
seres substanciais que tinham aperfeioado o nmero 40, estabelecendo o
fundamento de f por meio do nmero 40, cumprindo assim a finalidade da
criao. No obstante, isto foi invadido por Satans devido sua queda.
Por isso, a figura central para restaurar isto por indenizao no podia
estabelecer o fundamento de substncia para restaurar o ser substancial
que tinha aperfeioado o nmero 40, a menos que pudesse restaurar por
indenizao o fundamento de f, instituindo o perodo de indenizao para
restaurar o nmero 40.
Estudemos ento porque o perodo de crescimento se torna o perodo
para o aperfeioamento do nmero 40. Antes de sabermos isto, devemos
primeiro compreender o significado do nmero 10. Se dividirmos os trs
estgios do perodo de crescimento cada um, em trs nveis, teremos o total
de nove nveis. Aqui est a base no Princpio para o nmero 9. A
propsito, as coisas da criao, que foram divididas como o objeto
substancial de Deus por meio do desenvolvimento matemtico de Suas
essencialidades duais invisveis, s podem realizar a finalidade da criao
quando se tornam um s corpo com Deus, voltando esfera do direto
domnio de Deus, o dcimo nvel, depois de passarem pelos nove nveis do
perodo de crescimento. Por isso, chamamos ao nmero 10 o nmero do
retorno. Deus estabeleceu a No dez geraes depois de Ado, para
instituir o perodo de indenizao para a restaurao do nmero 10, a fim
de faz-lo retornar a Deus.
Entretanto, o fundamento de quatro posies centralizado em Ado e Eva
tornar-se-ia o fundamento que tinha aperfeioado o nmero 40, tendo
passado cada posio pelos 10 nveis do perodo de crescimento e assim
completando o perodo matemtico de crescimento do nmero 40 no total.
Portanto, o perodo de crescimento tambm o perodo para o
aperfeioamento do nmero 40.
Seguem alguns exemplos do perodo de indenizao do nmero 40,
estabelecidos para a restaurao deste fundamento, no curso histrico da
providncia da restaurao: O perodo de 40 dias desde o tempo em que a
arca de No descansou sobre o Monte Ararat at que ele enviou os
pombos; os 40 anos de Moiss no palcio do Fara; seus 40 anos no
deserto de Midi; os 40 anos no deserto para a restaurao nacional de
Cana, e outros exemplos.

276 - PRINCPIO DIVINO

Podemos, pois, compreender que o nmero 40 no curso providencial da


restaurao por indenizao tem duas espcies de carter. Um o nmero
40, com o nmero 10, que o nmero do retorno, multiplicado pelo
nmero 4, que o homem decado deve restaurar por indenizao. O outro
o nmero 40 para restaurar por indenizao o que Ado, antes da
queda, tinha que estabelecer, como tratado anteriormente.
Entretanto, os 40 anos no deserto para a restaurao de Cana em nvel
nacional foram o perodo para restaurar por indenizao os 40 anos de
Moiss no palcio do Fara e os seus outros 40 anos no deserto de Midi.
Ao mesmo tempo, foi tambm o perodo para restaurar por indenizao a
espionagem de 40 dias e o jejum de 40 dias de Moiss. Em conseqncia,
este perodo de 40 anos, como ficou explanado acima, foi para restaurar por
indenizao ambos os nmeros 40 das diferentes espcies de carter,
simultaneamente. Este fenmeno ocorre quando a figura central para
estabelecer o fundamento de f horizontalmente, restaura por indenizao
todas as condies verticais de indenizao, ao mesmo tempo. E, quando a
providncia para restaurar por indenizao o nmero 40 prolongada,
pode ser estendida tanto ao nmero 400 como ao nmero 4000, de
acordo com a regra da multiplicao por um mltiplo do nmero 10.. Os
400 anos de No at Abrao, a escravido de 400 anos no Egito e os 4000
anos de Ado at Jesus so tais exemplos.
De acordo com o que estudamos anteriormente, vejamos em resumo que
espcie de perodo matemtico de indenizao deve ser estabelecido para
que a figura central na providncia da restaurao restaure o fundamento de
f. Os primeiros antepassados humanos deviam ter realizado a finalidade
da criao, estabelecendo o fundamento de f de acordo com os nmeros
12, 4, 21 e 40, tornando-se os seres substanciais que tinham
aperfeioado estes nmeros. Contudo, devido sua queda, todos eles
foram invadidos por Satans. Por isso, a figura central para restaur-los por
indenizao no curso histrico da providncia da restaurao no pode
estabelecer o fundamento de substncia para a restaurao do ser
substancial que aperfeioou tais nmeros, pela restaurao do fundamento
de f, a menos que estabelea um perodo matemtico de indenizao para
restaurar os nmeros 12, 4, 21 e 40.
5. O PERODO DE IDENTIDADE DE TEMPO CENTRALIZADO NO
NMERO DE GERAES
Deus escolheu a No dez geraes (1600 anos) depois de Ado e o
estabeleceu como a figura central para restaurar o fundamento de f.
Devemos compreender o significado dos 1600 anos e das 10 geraes
como o perodo de indenizao para restaurar certos nmeros.

277 - PRINCPIO DIVINO

Explicamos anteriormente que o nmero 10 o nmero do retorno, e


que o perodo de crescimento tambm o perodo para a perfeio do
nmero 10. Por conseguinte, os primeiros antepassados humanos deviam
ter se tornado os seres substanciais que tinham aperfeioado o nmero
10, passando pelo perodo para o aperfeioamento do nmero 10, por
meio do cumprimento de suas pores de responsabilidade. Contudo,
devido sua queda, todas estas coisas foram invadidas por Satans. Por
isso, para operar Sua providncia de restaurao para o ser substancial que
aperfeioou o nmero 10, o nmero que possibilita ao homem retornar a
Deus, Ele deve fazer com que a figura central estabelea o perodo de
indenizao para restaurar o nmero 10. A fim de levar o homem a
estabelecer este perodo de indenizao para restaurar o nmero 10, Deus
chamou a No dez geraes depois de Ado, e o instituiu como a figura
central para Sua providncia de restaurao.
Vimos anteriormente que os primeiros antepassados humanos tornar-seiam os seres substanciais que tinham aperfeioado o nmero 40 somente
passando pelo perodo completo de crescimento, que servia como condio
para o aperfeioamento do nmero 40. A propsito, o homem decado no
pode ser institudo como a figura central para restaurar o ser substancial que
aperfeioou o nmero 40, a menos que, estabelecendo o fundamento de
quatro posies, ele institua o perodo de indenizao para restaurar o
nmero 40, que Ado devia ter institudo. Por conseguinte, cada posio
do fundamento de quatro posies deve estabelecer o perodo de
indenizao para restaurar o nmero 40. Por isto, todos eles devem
tornar-se o perodo de indenizao para restaurar o nmero 160, e j que
isto deve fazer-se durante 10 geraes como o nmero do retorno, tudo isso
deve ser o perodo de indenizao para restaurar o nmero 1600. Devido
ao fato de terem os homens decados que estabelecer tal perodo de
indenizao para restaurar o nmero 1600, Deus escolheu No 10
geraes depois de Ado que constituiram 1600 anos.
Depois que a providncia da restaurao centralizada na famlia de No
terminou em fracasso Deus escolheu a Abrao, 400 anos depois, que
formaram 10 geraes, e o instituiu como a figura central para Sua
providncia da restaurao. Conseqentemente, o perodo de No at
Abrao foi o perodo de identidade de tempo para restaurar por indenizao
o perodo de Ado at No centralizado no nmero de geraes.
J estudamos como este perodo se tornou 400 anos (cf. Parte II,
Captulo I, Seo III, 1). Deus fez com que No estabelecesse o perodo do
julgamento de 40 dias para cumprir a finalidade total da restaurao
matemtica por indenizao, pelos 1600 anos ou 10 geraes. Contudo,
esse perodo de julgamento de 40 dias foi invadido por Satans devido ao
erro de Cam. Deus se viu, pois, obrigado a fazer com que a figura central

278 - PRINCPIO DIVINO

encarregada de Sua providncia da restaurao estabelecesse de novo o


perodo de indenizao para restaurar isto. Visto que Deus trabalhara para
restaurar o perodo de indenizao para a restaurao do nmero 160 em
cada gerao depois de Ado, fazendo com que ele continuasse por dez
geraes at No, Ele tinha tambm que estabelecer, como o perodo de
indenizao para restaurar o nmero 40 do julgamento, cada uma das dez
geraes de No at Abrao, que formaram o perodo idntico ao anterior.
Contudo, visto que Deus no podia estabelecer o perodo de indenizao
para uma gerao com apenas 40 dias, Ele fez com que Seu povo
estabelecesse o perodo de indenizao para uma gerao com 40 anos, a
fim de indenizar o fracasso no julgamento de 40 dias com o perodo de 40
anos, de acordo com a lei da indenizao. Isso se assemelhava
restaurao por indenizao dos israelitas por causa de sua falha na
espionagem de 40 dias, com o perodo de 40 anos vagando no deserto (Nm
14.34). J que a providncia de Deus de fazer com que o povo
estabelecesse uma gerao com 40 anos se prolongou durante 10
geraes, foram necessrios 400 anos para todo o perodo de indenizao.
6. PERODO PROVIDENCIAL DA RESTAURAO HORIZONTAL POR
INDENIZAO EFETUADA VERTICALMENTE
Como ficou esclarecido acima, a figura central encarregada da
providncia da restaurao deve restaurar horizontalmente por indenizao
todas as condies verticais de indenizao. Portanto, quanto mais se
prolonga a histria providencial, tanto mais pesadas se tornam as condies
horizontais de indenizao que a pessoa de uma gerao posterior,
encarregada da providncia da restaurao, deve estabelecer.
Na providncia da restaurao centralizada na famlia de Ado, Deus
iniciou Sua providncia da restaurao pela primeira vez. Naturalmente,
ainda no havia nenhuma condio vertical de indenizao. Deste modo,
eles podiam estabelecer o fundamento para receber o Messias muito
simplesmente, pelo oferecimento dos sacrifcios simblicos por Caim e Abel,
e pelo oferecimento dos sacrifcios substanciais por Caim, por meio do
estabelecimento da condio de indenizao para eliminar a natureza
decada, em obedincia a Abel. Conseqentemente, podiam tambm
restaurar o perodo matemtico de indenizao para restaurar o fundamento
de f, mediante o perodo do oferecimento dos sacrifcios simblicos e dos
sacrifcios substanciais. J que os perodos matemticos de indenizao
permaneceram como a condio vertical de indenizao, como resultado do
prolongamento do perodo para a providncia da restaurao devido ao
fracasso das ofertas na famlia de Ado, a figura central que tinha que
fundamentar a f depois de Ado, tinha que instituir o perodo matemtico

279 - PRINCPIO DIVINO

de indenizao para restaurar os nmeros 12, 4, 21 e 40, a fim de


restaurar o fundamento de f.
Em conseqncia, No estava na posio, horizontalmente, de restaurar
por indenizao essa condio de indenizao. Por isso, no perodo
matemtico de indenizao para restaurar o fundamento de f, ele tinha que
estabelecer os seguintes perodos: os 120 anos do perodo para construir a
arca; os 40 dias para o perodo do julgamento do dilvio; o perodo de 21
dias (trs vezes sete dias) que ele estabeleceu a fim de enviar os pombos
(Gn 7.4, 8.10, 8.12), e o perodo de 40 dias desde o momento em que a
arca repousou no Monte Ararat, at que ele enviou os pombos (Gn 8.8-12).
Devido falha de Cam, tais perodos matemticos de indenizao,
estabelecidos por No, foram novamente invadidos por Satans, ficando
assim como condies verticais de indenizao. Por isso Abrao tinha que
restaurar esse perodo por indenizao, horizontalmente e de uma s vez,
por meio de uma oferta simblica. Contudo, Abrao tambm falhou na
oferta simblica, e no pde restaurar esses perodos por indenizao.
Assim, para novamente restaurar esse perodo, como o perodo horizontal
de indenizao efetuado verticalmente, Deus teve que instituir novamente o
perodo de indenizao correspondente a cada um dos nmeros 12, 4,
21 e 40, estendendo o cumprimento de Sua Vontade a Isaac e Jac.
A providncia da restaurao centralizada em Abrao abrange o seguinte:
120 anos desde o tempo em que Abrao saiu de Har at o tempo em que
Jac tomou a primogenitura de Esa; os 40 anos depois disso, at que Jac
foi abenoado por Isaac com a primogenitura, e depois por Deus, em seu
caminho para Har (Gn 28.10-14); os 21 anos depois disso, at o tempo em
que voltou para Cana com suas esposas, filhos e riquezas, depois de ter
completado suas tribulaes em Har (Gn 31.41); e os 40 anos desde a
volta de Jac para Cana at que foi ao Egito visitar Jos, que tinha sido
vendido. Todos estes foram os perodos horizontais de indenizao
efetuados verticalmente para restaurar o fundamento de f. Deste modo,
ficou decidida a extenso do perodo da restaurao horizontal por
indenizao efetuada verticalmente.
SEO III
Formao e Extenso de Cada Perodo
na Idade Providencial da Restaurao
A idade providencial da restaurao a idade para restaurar por
indenizao, como identidade de tempo em imagem, a idade providencial
para o fundamento da restaurao, que a idade de identidade de tempo
simblica. Estudemos agora a formao e extenso de cada perodo.

280 - PRINCPIO DIVINO

1. PERODO DE QUATROCENTOS ANOS DE ESCRAVIDO NO EGITO


No estabeleceu o fundamento de f sobre o fundamento de separao
de Satans pelo julgamento de 40 dias. Este fundamento foi anulado pelo
fracasso de Cam, e Deus, para instituir a Abrao na mesma posio,
ordenou que ele oferecesse sacrifcios simblicos sobre o fundamento de ter
restaurado por indenizao os 400 anos. Contudo, devido falha de
Abrao na oferta, o fundamento foi novamente invadido por Satans. Deste
modo, Deus fez com que os israelitas se submetessem escravido de 400
anos no Egito, para nova separao de Satans, a fim de restaurar o
fundamento de 400 anos invadido por Satans (Gn 15.13). Este perodo se
chama perodo de escravido no Egito (cf. Parte II, Captulo I, Seo III,
1). Este foi o perodo em que se restauraram por indenizao, como a
identidade de tempo em imagem, os l600 anos de Ado at No, a partir do
perodo de identidade de tempo simblico.
2. O PERODO DE QUATROCENTOS ANOS DOS JUZES
Em I Reis 6.1 se diz:

"No ano quatrocentos e oitenta depois da sada dos israelitas do Egito, no


quarto ano do reinado de Salomo em Israel, no segundo ms, que era o
de Ziv, ele comeou a edificar o templo do Senhor."
Quando vemos que o quarto ano do Rei Salomo, depois do reinado de
40 anos do Rei Saul e do reinado de 40 anos do Rei Davi, foi dito que era o
ano quatrocentos e oitenta depois que o povo de Israel saiu do Egito,
podemos compreender que houve aproximadamente um perodo de 400
anos depois da volta dos israelitas do Egito para Cana, at o tempo em
que o rei Saul foi elevado ao trono. Chamamos a este perodo o perodo
dos Juzes.
Os israelitas, centralizados em Moiss, tinham que se colocar sobre o
fundamento de separao de Satans pela escravido de 400 anos no
Egito, a fim de restaurar, em nvel nacional, a posio de Abrao, que tinha
sido estabelecida sobre o fundamento de separao de Satans pelos 400
anos desde No. Mas, devido incredulidade dos israelitas que voltaram
para Cana centralizados em Josu em lugar de Moiss, este fundamento
foi novamente invadido por Satans. Por causa disso, os israelitas teriam
que se separar de Satans outra vez, para que pudessem novamente
restaurar por indenizao o fundamento dos 400 anos de escravido no
Egito, que fora invadido por Satans. O perodo constitudo para este
propsito foi o de quatrocentos anos do perodo dos Juzes, desde a volta
dos israelitas para Cana at o tempo em que o rei Saul foi elevado ao
trono.

281 - PRINCPIO DIVINO

Este perodo pde restaurar por indenizao, como a identidade de tempo


em imagem, o perodo de 400 anos de No at Abrao.
3. PERODO DE CENTO E VINTE ANOS DO REINO UNIDO
Com o desenvolvimento da idade da providncia da restaurao a fim de
restaurar por indenizao a idade da providncia para o fundamento da
restaurao, Abrao, que iniciou este curso providencial, estava na posio
de Ado, enquanto Moiss estava na posio de No e o rei Saul na
posio de Abrao. Abrao era a pessoa que devia completar o perodo
providencial para o fundamento da restaurao e, ao mesmo tempo, a
pessoa para iniciar o perodo providencial da restaurao. Por isto, Abrao
tinha, primeiro, que estabelecer o fundamento para receber o Messias em
nvel de famlia e, sobre este fundamento, tinha que estabelecer o
fundamento nacional para receber o Messias. Assim como Deus tinha, a
todo custo, que realizar o fundamento para receber o Messias em nvel de
famlia no tempo de Abrao, porque era Sua terceira tentativa, assim
tambm, no tempo do rei Saul, Ele tinha que realizar, a todo custo, Sua
providncia para estabelecer o fundamento nacional para o Messias, porque
era tambm Sua terceira tentativa.
Abrao no realizou esta Vontade, j que falhou em sua tentativa de
restaurar horizontalmente por indenizao, centralizando-se na oferta
simblica, os perodos de 120 anos, 40 dias, 21 dias e 40 dias, que eram os
perodos matemticos de indenizao para restaurar o fundamento de f,
estabelecido no tempo de No. Assim, para restaurar isto como o perodo
horizontal de indenizao efetuado verticalmente, Abrao estabeleceu
novamente os 120 anos, 40 anos, 21 anos e 40 anos. Da mesma maneira,
o rei Saul, que, em nvel nacional, restaurou por indenizao a posio de
Abrao, tambm tentou restaurar horizontalmente por indenizao, erigindo
o templo e centralizando-se nele, os perodos de 120 anos (a vida de
Moiss consistiu em trs perodos de 40 anos), 40 dias (perodo de jejum),
21 dias (perodo da primeira restaurao nacional de Cana), e 40 anos
(perodo no deserto), que foram os perodos matemticos de indenizao
para restaurar o fundamento de f do tempo de Moiss.
Contudo, o rei Saul tambm caiu em infidelidade, falhando assim em
cumprir esta Vontade (I Sm 15 .11-23). Para restaurar esses perodos como
o perodo horizontal de indenizao efetuado verticalmente, como no tempo
de Abrao, Deus estabeleceu os 120 anos do perodo do Reino Unido, o
perodo de 400 anos dos Reinos Divididos do Sul e do Norte, o perodo de
210 anos do cativeiro e volta dos israelitas, e o perodo de 400 anos de
preparao para a vinda do Messias, para finalmente receber o Messias.

282 - PRINCPIO DIVINO

Por conseguinte, o perodo do Reino Unido foi o perodo para restaurar


por indenizao os 120 anos em que Moiss estabeleceu, trs vezes, o
fundamento de f para a restaurao nacional de Cana.
Estudemos isto mais concretamente.
Depois que os israelitas,
centralizados em Moiss, tinham sido colocados sobre o fundamento de
separao de Satans pela escravido de 400 anos no Egito, Moiss
estabeleceu o fundamento de f por seus 40 anos de vida no palcio do
Fara. Depois ele tentou conduzir os israelitas a Cana para construir o
templo sagrado. Mas, devido falta de f dos israelitas, este curso foi
prolongado aos 40 anos de Moiss no deserto de Midi, e depois ao perodo
de 40 anos em que vagaram pelo deserto.
Do mesmo modo, depois que os israelitas se puseram sobre o
fundamento de ter restaurado os 400 anos de escravido no Egito atravs
dos 400 anos dos Juzes, o rei Saul tinha que estabelecer o fundamento de
f restaurando, com seu reinado de 40 anos, os 40 anos de vida de Moiss
no palcio do Fara; depois teria que construir o templo. Contudo, o rei
Saul caiu em infidelidade (I Sm 15.11-23), e, tal como no tempo de Moiss,
a Vontade de erigir o templo foi prolongada aos 40 anos do rei Davi, e aos
outros 40 anos do rei Salomo, completando assim os 120 anos do Reino
Unido.
Este foi o perodo para restaurar por indenizao, como a identidade de
tempo em imagem, os 120 anos desde o tempo da sada de Abrao de Har
at que Jac tomou a primogenitura de Esa. Em conseqncia, assim
como a Vontade para Abrao foi prolongada at Isaac, e depois at Jac,
quando foi realizada, o ideal do templo do rei Saul foi tambm prolongado
ao rei Davi, e depois ao rei Salomo, quando foi finalmente realizado.
4. PERODO DE QUATROCENTOS ANOS DOS REINOS DIVIDIDOS DO
NORTE E DO SUL
O rei Saul tentou restaurar horizontalmente por indenizao o jejum de 40
dias de Moiss para a restaurao das palavras, pela realizao do ideal da
construo do templo durante o perodo do seu reinado de 40 anos.
Contudo, devido sua falta de f, este perodo teve que ser restaurado
como um perodo horizontal de indenizao efetuado verticalmente. Esta foi
a providncia por detrs do perodo de 400 anos dos reinos divididos de
Israel, no norte, e de Jud, no sul, os quais duraram at que os israelitas
tornaram-se cativos na Babilnia.
Este perodo pde restaurar por indenizao, como a identidade de tempo
em imagem, o perodo de 40 anos desde o tempo em que Jac tinha
estabelecido a condio de tomar a primogenitura de Esa, por um pouco

283 - PRINCPIO DIVINO

de po e sopa de lentilhas, at que veio a receber a bno de Isaac e de


Deus (Gn 28.13), e entrou em Har.
5. PERODO DE DUZENTOS E DEZ ANOS DE CATIVEIRO E VOLTA DO
POVO JUDEU
O Reino de Israel do norte, devido falta de f do povo, foi levado cativo
pela Assria. Depois disso, o Reino de Jud do sul, devido sua falta de f,
foi tambm levado cativo por Nabucodonosor, rei da Babilnia. Depois de
passarem 70 anos cativos na Babilnia, foram finalmente libertos por um
decreto real de Ciro, rei da Prsia, depois da queda da Babilnia sob a
Prsia. Mais tarde o povo judeu voltou para Jerusalm, e Neemias,
conduzindo o restante dos judeus, voltou e reconstruiu os muros. Ento
entraram no perodo de preparao para receber o Messias, centralizados
em Malaquias, o profeta, de acordo com a profecia de Malaquias (Ml 4.5).
Este foi o ano 210 desde seu cativeiro na Babilnia, e aproximadamente o
ano 140 desde a data de sua libertao. A soma desses perodos
conhecida como o perodo de cativeiro e volta do povo judeu.
Realizando o ideal do templo, o rei Saul procurou restaurar
horizontalmente por indenizao o perodo de 21 dias em que Moiss tentou
pela primeira vez conduzir os israelitas para Cana. Contudo, visto que ele
falhou, devido sua falta de f, o perodo de 210 anos do cativeiro e volta
do povo judeu, veio a aparecer a fim de restaurar este perodo como o
perodo horizontal de indenizao efetuado verticalmente.
Entretanto, este foi o perodo no qual se restaurou por indenizao, como
a identidade de tempo em imagem, o perodo de 21 anos de tribulaes de
Jac em Har (Gn 31.41). Os primeiros 7 anos Jac os empregou para
tomar Lia, os segundos 7 anos, para tomar Raquel, e os terceiros 7 anos a
partir de ento at que voltou para Cana.
6. PERODO DE QUATROCENTOS ANOS DE PREPARAO PARA A
VINDA DO MESSIAS
O povo judeu, depois de ter voltado para Cana, sua ptria, reconstruiu
os templos e muros, colocando-se assim como uma nao para receber o
Messias, de acordo com a profecia de Malaquias, o profeta. Ao perodo de
quatrocentos anos a partir daquele tempo at o nascimento de Jesus,
chamamos perodo de preparao para a vinda do Messias.
O rei Saul tentou restaurar horizontalmente por indenizao o perodo de
40 anos no deserto, que os israelitas, centralizados em Moiss, passaram
em seu terceiro curso de restaurao de Cana, realizando o ideal do
templo. Mas, devido sua infidelidade, isso novamente terminou em

284 - PRINCPIO DIVINO

fracasso, e o perodo de 400 anos de preparao para a vinda do Messias


foi estabelecido, a fim de restaurar este perodo como o perodo horizontal
de indenizao efetuado verticalmente.
Este foi tambm o perodo em que restaurar-se-ia por indenizao, como
a identidade de tempo em imagem, o perodo de 40 anos desde a volta de
Jac, de Har para Cana, at que ele visitou o Egito para encontrar-se com
Jos, que tinha sido vendido por seus irmos.
SEO IV
Formao e Extenso de cada Perodo
na Idade Providencial do Prolongamento da Restaurao
A idade providencial do prolongamento da restaurao a idade em que
possvel restaurar por indenizao, como a identidade de tempo
substancial, a idade providencial da restaurao, que a idade de
identidade de tempo em imagem. Por isso, nesta idade, cada unidade de
tempo e sua extenso, que formam a idade providencial da restaurao, so
restaurados por indenizao.
1. PERODO DE QUATROCENTOS ANOS DE PERSEGUIO PELO
IMPRIO ROMANO
Jesus veio para realizar a Vontade para Abrao, o Pai da F. Sabemos
que os israelitas separaram-se de Satans por meio de seus 400 anos de
escravido no Egito, para restaurar por indenizao, sobre a base nacional,
o fundamento de f, que Abrao tinha falhado em estabelecer, devido ao
seu erro na oferta simblica.
Da mesma maneira, os cristos tiveram que suportar um perodo
semelhante ao perodo de escravido no Egito, a fim de restaurar por
indenizao o fundamento de f deixado sem realizar, devido ao fracasso do
povo judeu em oferecer Jesus como um sacrifcio vivo. Foi este o motivo
para o perodo de 400 anos de perseguio pelo Imprio Romano. Em 313
d.C., depois de terrvel perseguio pelo Imprio Romano, o Imperador
Constantino reconheceu publicamente o Cristianismo.
Em 392 d.C.,
Teodcio I declarou o Cristianismo a religio do Estado. Por isso, este foi o
perodo em que se restaurou por indenizao, como a identidade de tempo
substancial, o perodo de 400 anos de escravido dos israelitas no Egito, a
partir do perodo de identidade de tempo em imagem.

285 - PRINCPIO DIVINO

2. PERODO DE QUATROCENTOS ANOS DAS IGREJAS CRISTS SOB


O SISTEMA PATRIARCAL
O perodo de 400 anos dos Juzes ocorreu no perodo da providncia da
restaurao, o perodo da identidade de tempo em imagem. Durante este
perodo, o povo de Israel foi governado pelos Juzes. Por conseguinte,
durante a idade providencial para o prolongamento da restaurao, o
perodo de identidade de tempo substancial, ocorreria tambm o perodo no
qual restaurar-se-ia por indenizao este perodo de 400 anos dos Juzes.
De fato, este foi o perodo de 400 anos das igrejas crists sob o sistema
patriarcal, no qual o povo foi conduzido pelos Patriarcas, correspondendo
aos Juzes. Durou desde o tempo em que o Cristianismo foi reconhecido
publicamente pelo Imprio Romano como a religio nacional, at o tempo da
coroao do Imperador Carlos Magno em 800 d.C.. Por conseguinte, este
foi o perodo em que se restaurou por indenizao, como identidade de
tempo substancial, o perodo de 400 anos dos Juzes, a partir do perodo da
identidade de tempo em imagem.
3. PERODO DE CENTO E VINTE ANOS DO REINO CRISTO
Na idade providencial da restaurao, o povo de Israel estabeleceu um
reino pela primeira vez, centralizando-se no rei Saul. Depois disso,
formaram o perodo do Reino Unido durante 120 anos, desde o rei Saul,
atravs do rei Davi at o rei Salomo. Em conseqncia, a fim de restaurar
esta idade por indenizao, veio o perodo do Reino Cristo. Este abrangeu
os 120 anos desde a coroao do Imperador Carlos Magno em 800 d.C., at
que sua herana real cessou, e Henrique I foi eleito rei da Alemanha, em
919 d.C. Por conseguinte, este foi o perodo que restaurou por indenizao,
como a identidade de tempo substancial, o perodo de 120 anos do Reino
Unido, a partir do perodo de identidade de tempo em imagem.
4. PERODO DE QUATROCENTOS ANOS DOS REINOS DIVIDIDOS DE
LESTE E OESTE
Durante o perodo do Reino Unido, no perodo da providncia da
restaurao, o templo sagrado no permaneceu na vontade de Deus.
Finalmente o reino dividiu-se em norte e sul, comeando assim o perodo de
400 anos dos reinos divididos. Portanto, na idade providencial para o
prolongamento da restaurao ocorreria tambm um perodo para restaurar
este perodo por indenizao.
Este foi o perodo de 400 anos dos reinos divididos de Leste e Oeste, que
durou desde o tempo em que terminou o perodo do Reino Cristo at que o
Vaticano se trasladou para Avignon, no sul da Frana, em 1309.

286 - PRINCPIO DIVINO

Inicialmente, o Reino Cristo dividiu-se nos trs reinos dos Francos do


Leste, Francos do Oeste e Itlia. Mas, visto que a Itlia estava sob o
domnio dos Francos do Leste, que tinham sucedido ao Sacro Imprio
Romano, o reino foi, de fato, dividido em dois reinos, do Leste e do Oeste.
Por conseguinte, este perodo serviu para restaurar por indenizao, como a
identidade de tempo substancial, o perodo de 400 anos dos reinos divididos
do Norte e do Sul, a partir do perodo de identidade de tempo em imagem.
5. PERODO DE DUZENTOS E DEZ ANOS DO CATIVEIRO E DA VOLTA
PAPAL
Durante o perodo dos reinos divididos do Norte e do Sul, o reino idlatra
de Israel do norte foi destrudo pela Assria, e o reino do sul, Jud, tambm
caiu na infidelidade e falhou em reconstruir o ideal do templo. Por
conseguinte, 210 anos passaram-se desde o tempo em que os judeus foram
levados cativos para a Babilnia, o mundo satnico, at que ergueram o
templo novamente, depois de sua volta. Portanto, a fim de restaurar este
perodo de indenizao, veio o perodo de 210 anos do cativeiro e da volta
papal. Durou desde o tempo em que o Papa Clemente V transladou a
Santa S, em 1309, de Roma para Avignon, no sul da Frana, at que os
papas retornaram a Roma e mais tarde viram a revoluo religiosa em 1517.
Por conseguinte, este perodo serviu para restaurar por indenizao, como a
identidade de tempo substancial, o perodo de 210 anos de cativeiro e da
volta dos judeus, a partir do perodo de identidade de tempo em imagem
6. PERODO DE QUATROCENTOS ANOS DE PREPARAO PARA O
SEGUNDO ADVENTO DO MESSIAS
O povo judeu, que voltou para Jerusalm depois de sua libertao do
cativeiro na Babilnia, levantou-se para reformar a poltica e a religio,
centralizando-se no profeta Malaquias. De acordo com sua profecia (Ml
4.5), comearam a fazer preparativos para receber o Messias; e, depois do
perodo de 400 anos, finalmente receberam o Messias.
Por isso, a fim de restaurar esse perodo por indenizao, mesmo na
idade providencial do prolongamento da restaurao, deve haver um
perodo de 400 anos, desde o tempo em que se iniciou a revoluo
religiosa, em 1517, centralizada em Lutero, depois que o Papa voltou para
Roma, de sua priso em Avignon, antes que possamos receber o Senhor do
Segundo Advento. Este o perodo de preparao para o Segundo
Advento do Messias. Por conseguinte, este perodo serve para restaurar
por indenizao, como a identidade de tempo substancial, o perodo de 400
anos de preparao para a vinda do Messias, a partir do perodo de
identidade de tempo em imagem.

287 - PRINCPIO DIVINO

CAPTULO IV

A Idade Providencial da Restaurao


e a Idade do Prolongamento da Restaurao
do Ponto de Vista da Identidade
de Tempo Providencial

Como expusemos acima, o propsito da providncia da restaurao , em


ltima anlise, estabelecer o fundamento para receber o Messias. Portanto,
quando a providncia prolongada, a providncia para restaurar esse
fundamento deve repetir-se. Entretanto, para estabelecer o fun-damento
para receber o Messias, em primeiro lugar, a figura central na providncia
da restaurao deve estabelecer o fundamento de f pela oferta de
sacrifcios simblicos, aceitveis a Deus, mediante o uso de certos objetos
condicionais, durante certos perodos de tempo. Em se-gundo lugar, deve
estabelecer o fundamento de substncia, oferecendo sacrifcios
substanciais, aceitveis a Deus, depois de assentar a condio de
indenizao para eliminar a natureza decada.
Por isso, no curso da providncia da restaurao, a repetio da
providncia para restaurar o fundamento para receber o Messias, foi afinal,
a repetio da providncia para restaurar por indenizao a oferta simblica
e a oferta substancial. Por conseguinte, a idade de identidade de tempo
providencial, formada pela repetio do curso providencial para restaurar o
fundamento para receber o Messias foi, afinal, formada pelos fatos
histricos na providncia para restaurar por indenizao as duas ofertas
mencionadas acima.
Estudemos agora as caractersticas de cada idade providencial de acordo
com tais princpios. Para compreender o carter de cada idade, precisamos
conhecer a nao central encarregada da providncia, e as fontes histricas
centrais com respeito a ela. A histria da humanidade tem sido formada
pelas histrias de numerosas naes. Entretanto, Deus, escolhendo uma
nao especial dentre todas as naes, e fazendo com que ela caminhe
pelo curso providencial tpico da restaurao para estabelecer o fundamento
para receber o Messias, conduz a nao escolhida para que seja o centro

288 - PRINCPIO DIVINO

de Sua providncia e para que dirija a histria da humanidade. A nao


escolhida para tal misso se chama a nao dos eleitos de Deus, ou o
povo escolhido de Deus.
A nao dos eleitos de Deus formava-se originalmente pelos
descendentes de Abrao, que estabeleceram o fundamento para receber o
Messias em nvel de famlia. Por conseguinte, a nao central, tendo
realizado a providncia de Deus na idade providencial da restaurao, era
Israel, a nao escolhida. Portanto, a histria da nao israelita constitui o
material histrico da histria providencial da restaurao nessa idade.
Contudo, depois que os israelitas entregaram Jesus crucifixo,
perderam seus qualificativos como nao escolhida. Jesus, que previu isto,
certa vez lhes disse a parbola da vinha, e concluiu: O Reino de Deus vos
ser tirado e ser dado a uma nao que produza seus frutos (Mt 21.43).
Paulo disse tambm que nem todos os que so descendentes de Israel
pertencem a Israel, mas os que so filhos da vontade e promessa de Deus
so o Israel (Rm 9.6-8). De fato, a nao central, que tem cumprido a
dispensao da idade providencial do prolongamento da restaurao,
comeando com Jesus, no tem sido a nao israelita, mas sim os cristos,
que herdaram a providncia divina da restaurao deixada incompleta.
Conseqentemente, a histria crist vem a ser a fonte histrica para a
histria providencial da restaurao nessa idade. Nesse sentido, se
chamamos a posteridade linear de Abrao na Idade do Velho Testamento o
primeiro Israel, os cristos da Idade do Novo Testamento podem ser
chamados o segundo Israel.
Quando comparamos o Velho Testamento com o Novo Testamento, os
cinco livros da lei (do Gnesis ao Deuteronmio), os doze livros de histria
(de Josu a Ester), os cinco livros de versos (de J ao Cnticos de
Salomo) e os dezessete livros de profecias (de Isaas a Malaquias) no
Velho Testamento, correspondem aos Evangelhos, Atos, Epstolas dos
Apstolos e Apocalipse respectivamente. Contudo, nos livros de histria do
Velho Testamento, registra-se toda a histria de 2000 anos do primeiro
Israel, ao passo que nos Atos do Novo Testamento, est escrita apenas a
histria do segundo Israel (os cristos) dos dias de Jesus. Para estudar e
entender a providncia divina de Deus desde o tempo de Jesus at o
presente, devemos recorrer histria do cristianismo como uma fonte de
referncia, alm dos Atos do Novo Testamento. Portanto, a histria crist
torna-se a fonte histrica que abrange a histria providencial da restaurao
depois de Jesus. Comparando as caractersticas de cada um dos perodos
que formaram a idade providencial da restaurao e a idade providencial do
prolongamento da restaurao, ligados pela identidade de tempo
centralizada na histria do primeiro Israel e do segundo Israel, podemos

289 - PRINCPIO DIVINO

entender mais claramente que a histria humana tem sido criada de acordo
com uma providncia, consistente e formal, do Deus vivo.
SEO I
O Perodo da Escravido no Egito e o
Perodo da Perseguio pelo Imprio Romano
O perodo de 400 anos de No at Abrao foi invadido por Satans, por
causa do insucesso de Abrao na oferta. Por isso, durante o perodo da
escravido no Egito, para restaurar por indenizao este perodo de 400
anos, a posteridade de Jac foi horrivelmente perseguida pelos egpcios
durante os 400 anos depois que ele e os 70 parentes, centralizados em
seus 12 filhos, entraram no Egito. No perodo da perseguio pelo Imprio
Romano, para restaurar este perodo por indenizao, os 12 apstolos, os
70 discpulos e os cristos centralizados em Jesus, por causa de sua
crucifixo, tiveram que sofrer terrveis perseguies pelo Imprio Romano
durante 400 anos, a fim de restaurar, por indenizao, o perodo de 400
anos de preparao para a vinda do Messias, que fora invadido por
Satans.
No perodo da escravido no Egito, o primeiro Israel, a nao escolhida,
separou-se de Satans, que os havia invadido por causa da falha de Abrao
na oferta, fazendo a circunciso (x 4.25), oferecendo sacrifcios (x 5.3) e
guardando o sbado (x 16.23). Portanto, tambm durante o perodo da
perseguio pelo Imprio Romano, o segundo Israel, a nao escolhida,
tinha que se separar de Satans realizando os sacramentos da santa
comunho e do batismo, oferecendo os santos como sacrifcios vivos e
guardando o sbado.
Depois que o perodo de 400 anos de escravido no Egito terminou,
Moiss subjugou Satans mediante os poderes dos trs grandes milagres e
das dez pragas, e dirigiu-se terra de Cana, conduzindo o primeiro Israel,
a nao escolhida, para fora do Egito. Da mesma maneira, durante o
perodo de perseguio pelo Imprio Romano, depois que terminou o
perodo de 400 anos de perseguio ao segundo Israel, Jesus influenciou o
Imperador Constantino espiritualmente, e moveu-o a reconhecer o
cristianismo publicamente em 313, e finalmente conseguiu fazer com que
Teodcio I declarasse o cristianismo a religio nacional.
Deste modo, os cristos vieram a ser restaurados, espiritualmente, a
Cana, saindo do mundo satnico. Na Idade do Velho Testamento, na qual
Deus tinha operado sua providncia por condies externas de indenizao,
de acordo com a lei, Deus subjugou o Fara dando a Moiss milagres e
sinais externos. Mas, j que a Idade do Novo Testamento o perodo em

290 - PRINCPIO DIVINO

que Deus operou sua providncia com condies internas de indenizao,


de acordo com a Palavra, Deus ento trabalhou atravs da reforma
espiritual.
Depois que terminou o perodo de escravido no Egito, Moiss
estabeleceu o centro do Velho Testamento recebendo os Dez Mandamentos
e as palavras no Monte Sinai. Recebendo as tbuas de pedra, o
tabernculo e a arca da aliana, o primeiro Israel, a nao escolhida, veio a
constituir a Vontade para receber o Messias. Da mesma maneira, depois do
perodo da perseguio pelo Imprio Romano, o segundo Israel, a nao
escolhida, decidiu sobre o Novo Testamento recolhendo os escritos dos
apstolos como as palavras para cumprir espiritualmente os Dez
Mandamentos e o ideal do templo da Idade do Velho Testamento. Assim
ampliaram a base para receber o Senhor do Segundo Advento,
estabelecendo igrejas centralizadas nas palavras. No perodo depois da
vinda de Jesus, ele e o Esprito Santo tm conduzido os cristos
diretamente, de forma que Deus no estabeleceu pessoa alguma como
figura central de toda a providncia, substituindo a Deus, como fez no
perodo anterior da providncia.
SEO II
O Perodo dos Juzes e o Perodo das Igrejas Crists
sob o Sistema Patriarcal
O perodo dos Juzes o perodo de 400 anos em que os 15 juzes,
incluindo os 12 juzes comeando com Otoniel e os trs seguintes (Sanso,
Eli e Samuel), estavam guiando os israelitas. Cada um destes juzes
preenchia as mltiplas funes de profeta, sumo sacerdote e rei, as quais
foram compartilhadas entre vrios indivduos no perodo seguinte. Portanto,
a sociedade feudal do judasmo comeou nesse tempo. No perodo das
Igrejas crists sob o sistema patriarcal da Idade do Novo Testamento, os
patriarcas desempenhavam funes correspondentes s dos juzes, com
respeito liderana dos cristos.
No perodo antes de Jesus, os juizes estavam estabelecendo o
fundamento para receber o Messias tanto espiritual como fisicamente,
centralizados no primeiro Israel. Por conseguinte, a poltica, a economia e a
religio desse tempo estavam sob a direo de um s lder. Todavia, no
curso depois de Jesus, estavam criando o reino espiritual centralizado em
Jesus, o Rei dos reis espiritual, sobre o fundamento espiritual para receber o
Messias, j estabelecido. Por isso, o mundo ou sociedade crist, como o
segundo Israel, um reino espiritual sem terra, com Jesus ressuscitado
como Rei.

291 - PRINCPIO DIVINO

J que os patriarcas tinham a misso dos juzes para construir o reino


espiritual, tinham, s vezes, que se tornarem profetas, sumos sacerdotes ou
reis que governavam a parquia. Conseqentemente, a sociedade feudal
crist comeou nesse tempo.
No perodo dos juzes, depois que os israelitas, conduzidos por Josu e
Caleb, entraram na abenoada terra de Cana, formaram uma nova nao
dos eleitos de Deus, centralizados nos juzes na nova terra repartida a cada
tribo. Estabeleceram assim a base da sociedade feudal israelita. Da
mesma maneira, no perodo das igrejas crists sob o sistema patriarcal, o
cristianismo, depois de sua libertao do Imprio Romano (o mundo
satnico), propagou o evangelho pelas tribos germnicas, que tinham
mudado para a Europa ocidental por causa da invaso dos hunos, no sculo
IV. Estabelecendo o povo germnico como um novo povo dos eleitos de
Deus na nova terra da Europa ocidental, lanaram o fundamento da
sociedade feudal crist.
J estudamos em detalhe, na seo sobre a providncia da restaurao
centralizada em Moiss, o fato de que, no curso da restaurao de Cana
pelo povo de Israel, eles instituram o tabernculo como o ser simblico do
Messias e, ao mesmo tempo, como o objeto condicional que substitua Abel,
para estabelecer o fundamento de substncia. Por conseguinte, a nao
israelita no perodo dos juzes devia ter exaltado a Vontade do tabernculo,
sob a liderana dos juzes. Mas, pelo fato de viverem entre as sete tribos de
Cana, sem destru-las, os israelitas vieram a adorar seus dolos, imitando
seus maus costumes, produzindo assim um grande caos em sua f. Da
mesma maneira, no perodo das igrejas crists sob o sistema patriarcal, os
cristos deviam ter exaltado a Vontade da igreja como a entidade em
imagem do Messias e, ao mesmo tempo, deviam t-la exaltado como o
objeto condicional que substitua Abel, sob a liderana dos patriarcas.
Devido em parte influncia das diversas religies do povo alemo, surgiu
uma grande confuso em sua f.
SEO III
O Perodo do Reino Unido e o Perodo do Reino Cristo
Ao entrarem no perodo do Reino Unido, terminou o perodo em que os
juzes conduziam o primeiro Israel. Os profetas sob as ordens diretas de
Deus; os sumos sacerdotes servindo ao tabernculo e ao templo, e o rei
governando o povo, se encontravam em uma posio triangular, cada um
tendo que cumprir sua misso principal, centralizados na finalidade da
providncia da restaurao. Portanto, tambm no perodo do Reino Cristo,
que restaurou este perodo por indenizao como a identidade de tempo

292 - PRINCPIO DIVINO

substancial, terminou o perodo em que os patriarcas conduziam o segundo


Israel; e os mosteiros, correspondendo aos profetas; os papas,
correspondendo aos sumos sacerdotes, e os reis, governando o povo,
tiveram que conduzir o segundo Israel, centralizados na finalidade da
providncia da restaurao. O Cristianismo naquele tempo estava dividido
nas cinco grandes parquias de Jerusalm, Antioquia, Alexandria,
Constantinopla e Roma. O patriarca romano que ocupava a posio
superior entre eles, supervisionava as outras parquias, e tinha o ttulo
especial de Papa.
No perodo do Reino Unido, o ideal do tabernculo de Moiss
apresentou-se como o ideal do templo, centralizado no rei, estabelecendo
assim um reino. Este era o curso em imagem, indicando que no futuro
Jesus viria como o templo substancial, e construiria um reino como Rei dos
reis (Is 9.6). Da mesma maneira, no perodo do Reino Cristo, a Cidade de
Deus, escrita por santo Agostinho como seu ideal cristo no tempo da
libertao dos cristos do Imprio Romano foi, nesse tempo, transformada
pelo imperador Carlos Magno na forma do Reino Cristo, que foi o Reino
dos Francos a partir do tempo do imperador Carlos Magno. Este era o
curso em imagem, indicando que no futuro Cristo voltaria como Rei dos reis,
e construiria um reino. Por isso, neste perodo, o rei e o papa deviam ter
realizado o ideal cristo em perfeita unio, centralizados na vontade de
Deus. Assim, o reino espiritual sem territrio, estabelecido centralizado no
papa, e o reino substancial, centralizado no rei, deviam ter-se tornado um,
centralizando-se no ideal cristo. Se fosse esse o caso, nesse tempo, a
religio, a poltica e a economia ter-se-iam unido, e o fundamento para
receber o Messias do Segundo Advento ter-se-ia realizado naquela poca.
A figura central para restaurar o fundamento de f no perodo do Reino
Unido era o rei, que devia realizar a palavra de Deus, dada por meio dos
profetas. Os profetas e os sumos sacerdotes, estando na posio de
substitutos da palavra de Deus, estariam colocados na posio de Abel em
sua idade. Todavia, no curso da providncia da restaurao, tinham que
restaurar o mundo substancial a partir da posio do arcanjo, representando
o mundo espiritual. Por isso, depois de terem ordenado a um rei sobre o
fundamento espiritual que estabeleceram para ele, tinham que colocar-se na
posio de Caim perante ele. Por conseguinte, o rei devia governar a nao
de acordo com as palavras dos profetas, e os profetas deviam obedecer ao
rei na posio de seus sditos. Portanto, a figura central para restaurar o
fundamento de f neste perodo era o rei.
De fato, no ano 800 depois de Abrao, o profeta Samuel ordenou rei a
Saul, de acordo com o mandamento de Deus, fazendo-o o primeiro rei do
primeiro Israel, a nao escolhida de Deus (I Sm 8.19-22, 10.1-24). Se o rei
Saul, colocado sobre a base de 400 anos do perodo dos juzes, tivesse

293 - PRINCPIO DIVINO

cumprido seu reinado de 40 anos de uma maneira aceitvel a Deus, teria se


colocado na posio de ter restaurado, por indenizao, o perodo de 400
anos de escravido no Egito e o perodo de 40 anos de Moiss no palcio
do Fara, podendo assim estabelecer o fundamento de f sobre o
fundamento de 40 dias de separao de Satans. Por conseguinte, se Saul
tivesse construdo o templo como a imagem do Messias sobre aquela base,
e o tivesse exaltado, colocar-se-ia na posio de Moiss, tendo tido xito na
primeira restaurao nacional de Cana, finalmente construindo e exaltando
o templo. Ademais, se o povo escolhido de Israel tivesse obedecido
completamente ao rei exaltando o templo sobre o fundamento de f,
centralizado no rei Saul, estabeleceria o fundamento de substncia,
assentando assim o fundamento para receber o Messias. Contudo, o rei
Saul, tendo se rebelado contra o mandamento de Deus, dado atravs do
profeta Samuel (I Sm 15 .1-23), falhou em construir o templo. O rei Saul,
que fracassou em construir o templo, foi colocado na posio de Moiss,
tendo fracassado na primeira restaurao de Cana em nvel nacional.
Deste modo, a providncia da restaurao centralizada no rei Saul foi
prolongada atravs do perodo de 40 anos do rei Davi at o perodo de 40
anos do rei Salomo. Assim como a vontade de Abrao tinha sido realizada
no tempo de Jac, depois de passar pela de Isaac, a vontade de construir o
templo pelo rei Saul, que tambm estava na posio de Abrao, foi
realizada no tempo do rei Salomo, depois de passar pela do rei Davi. No
obstante, j que o rei Salomo abandonou a posio de Abel para a oferta
substancial, por ter cado na concupiscncia, o fundamento de substncia
tornou-se um fracasso. Em conseqncia, o fundamento para receber o
Messias, que devia estabelecer-se no perodo do Reino Unido, tambm foi
um fracasso.
No perodo do Reino Cristo, todas as condies pertencentes ao Reino
Unido tinham que ser restauradas por indenizao, como identidade de
tempo substancial. Por isso, a figura central para restaurar por indenizao
o fundamento de f deste perodo era o rei, que devia realizar o ideal cristo
do mosteiro e do papa. O papa estava na posio do sumo sacerdote, que
tinha exaltado a vontade dos profetas no perodo do Reino Unido. Portanto,
depois de ter ordenado o rei, sobre o fundamento espiritual que tinha
estabelecido para que o rei realizasse o ideal cristo, tinha que obedecer ao
rei na posio de seu sdito, enquanto o rei tinha que governar o povo
exaltando o ideal do papa. De fato, para este propsito da providncia, o
Papa Leo III ordenou e coroou o imperador Carlos em 800 d.C., fazendo-o
assim o primeiro rei do segundo Israel, a nao escolhida de Deus."
O imperador Carlos Magno, que estava colocado sobre o fundamento dos
400 anos do perodo das igrejas crists sob o sistema patriarcal, tendo
restaurado por indenizao o perodo de 400 anos dos Juzes, como

294 - PRINCPIO DIVINO

identidade de tempo substancial, estava ento sobre o fundamento de 40


dias de separao de Satans, tal como o rei Saul. Conseqentemente, o
fundamento de f deste perodo devia ser estabelecido quando o Imperador
Carlos Magno praticasse o ideal cristo, exaltando as palavras de Cristo,
sobre este fundamento. Na realidade, o imperador Carlos Magno pode
estabelecer este fundamento pelo fato de se tornar rei, ordenado pelo papa.
Portanto, se o segundo Israel desse tempo tivesse confiado no rei e o
tivesse obedecido de maneira absoluta, firmado nessa posio, o
fundamento de substncia podia ter sido estabelecido naquela poca, e o
fundamento para receber o Messias do segundo advento tambm podia ter
sido realizado. Fazendo isto, o reino espiritual, que estava estabelecido
centralizado no papa, e o reino substancial, centralizado no rei, podiam terse unido sobre o fundamento espiritual para receber o Messias, e o Senhor
podia ter voltado sobre aquele fundamento, estabelecendo assim o reino do
Messias. No obstante, o rei abandonou a posio de Abel para a oferta do
sacrifcio substancial, no exaltando a vontade de Deus, e o fundamento de
substncia no foi estabelecido. Em conseqncia o fundamento para
receber o Messias do segundo advento tambm terminou em fracasso.
SEO IV
O Perodo dos Reinos Divididos do Norte e do Sul
e o Perodo dos Reinos Divididos do Leste e do Oeste
O perodo do Reino Unido comeou com o rei Saul e continuou com o rei
Davi e o rei Salomo. Mas, visto que o rei Salomo adorou os deuses
gentios que suas esposas adoravam (I Rs 11.4-9), dividiu-se, depois de trs
geraes em Reino do Norte, Israel, centralizado nas dez tribos na posio
de Caim, e o Reino do Sul, Jud, centralizado nas duas tribos na posio de
Abel. Iniciou-se assim o perodo dos reinos divididos do Norte e do Sul.
Da mesma maneira, o Reino Cristo, estabelecido pelo imperador Carlos
Magno, dividiu-se tambm em trs reinos: os Francos do Leste, os Francos
do Oeste e a Itlia, na terceira gerao, porque seus trs netos lutaram
entre si. Todavia, visto que a Itlia estava sob o domnio dos Francos do
Leste, estava de fato dividido em Leste e Oeste. Entretanto, os Francos do
Leste cresceram muito sob o rei Oto I, chamando-se Sacro Imprio
Romano. O imperador governava a Europa Ocidental em nome do
imperador romano, tentando obter o poder tanto poltico como religioso.
Assim, os Francos do Leste estavam colocados na posio de Abel com
relao aos Francos do Oeste.
O Reino do Norte de Israel, centralizado em Jeroboo, o exilado do reino
de Salomo, teve 19 reis em 260 anos. Matando-se uns aos outros, as
famlias reais mudaram 9 vezes, e nenhum rei foi justo. Conseqentemente,

295 - PRINCPIO DIVINO

Deus destruiu 850 profetas de Baal e Asser, fazendo cair fogo sobre o
altar, no Monte Carmelo, por meio do profeta Elias, enviado de Jud, o
Reino do Sul (I Rs 18.19-40). Enviou tambm muitos outros profetas como
Eliseu, Jonas, Osias e Ams, fazendo com que eles evangelizassem o
povo com o risco de suas vidas. No obstante, o Reino do Norte, Israel,
continuou a adorar maus espritos sem se arrepender, e ento Deus os
entregou nas mos dos Assrios para que fossem destrudos. Foram
completamente despojados do qualificativo de eleitos de Deus por toda a
eternidade (II Rs 17.17-23).
Entretanto, Jud, o Reino do Sul, centralizando-se em Roboo, filho de
Salomo, continuou desde o rei Davi at o rei Zedequias em uma s linha
ortodoxa, produzindo muitos reis justos, entre os 20 que governaram por
394 anos. Depois do rei Josias, apareceram muitos reis injustos em
sucesso e, caindo na idolatria, por influncia do Reino do Norte, foram
levados cativos para a Babilnia.
Sempre que o povo de Israel se colocava na posio contrria ao ideal do
templo, Deus continuava enviando profetas, quatro maiores e doze menores
ao todo, incentivando-os a suscitar movimentos de reforma interna.
Contudo, o povo no se arrependeu, mesmo com a advertncia dos
profetas, e Deus tinha que operar sua providncia de castigo externo
entregando-os nas mos dos gentios, tais como a Caldia, Sria e Babilnia.
No perodo dos reinos divididos de Leste e Oeste, o qual restaurou este
perodo por indenizao como identidade de tempo substancial, o Vaticano
se achava corrupto; e monges de renome, tais como Toms de Aquino, So
Bernardo e So Francisco, suscitaram movimentos de reforma interna,
oferecendo sua advertncia. Contudo, os governantes ainda tendiam a cair
e corromper-se sem arrependimento, e Deus operou sua providncia de
expurgo externo, entregando-os nas mos dos gentios. Foi esta a
providncia das Cruzadas. Quando a Terra Santa de Jerusalm pertencia
ao Califa, os peregrinos cristos eram recebidos com hospitalidade. Mas,
depois da ocupao de Jerusalm pelos turcos Seljuk, por ocasio da queda
do califado, eles eram perseguidos, e os reis que se sucederam,
enfurecidos, organizaram as Cruzadas para restaurar a Terra Santa. As
Cruzadas, que comearam em 1096, tiveram sete expedies em cerca de
200 anos, mas foram derrotadas repetidas vezes.
No perodo dos reinos divididos do Norte e do Sul, os povos de Israel, o
Reino do Norte, e de Jud, o Reino do Sul, foram todos feitos prisioneiros
pelos gentios. Assim, a sociedade autocrtica de Israel finalmente caiu. Do
mesmo modo, no perodo dos reinos divididos do Leste e Oeste, o papa
perdeu completamente sua autoridade e supremacia com as derrotas das
cruzadas, e o esprito nacional se descentralizou. Alm disso, devido

296 - PRINCPIO DIVINO

morte de um grande nmero de senhores feudais e cavaleiros que


mantinham a sociedade feudal, o povo perdeu sua base poltica. Outrossim,
a enorme quantia de gastos blicos, como resultado das contnuas derrotas,
deixou-os totalmente empobrecidos. Nesse ponto, a sociedade autocrtica
crist comeou a declinar.
SEO V
O Perodo do Cativeiro e Volta dos Judeus
e o Perodo do Cativeiro e Volta Papal
O povo judeu, ao cair na infidelidade sem arrependimento, no restaurou
o ideal do templo. Por isso, a fim de realizar novamente esta vontade, Deus
permitiu que o povo judeu fosse levado cativo para a Babilnia, o mundo
satnico, para sofrer escravido l, tal como havia permitido que os
israelitas fossem para o Egito, o mundo satnico, para sofrer escravido a
fim de restaurar por indenizao a falha de Abrao em sua oferta.
Da mesma maneira, como ficou tratado acima, Deus estabeleceu o
perodo do Reino Cristo para construir o Reino do Messias. Este reino
podia ser construdo, estabelecendo o fundamento para receber o Messias
do segundo advento, centralizado no papa e no rei, e entregando o trono e o
reino ao Rei dos reis, que viria novamente como o Messias sobre aquele
fundamento (Is 9.6, Lc 1.33). Mas os reis e os papas, que deviam
estabelecer o fundamento espiritual sobre o qual fosse colocado o rei como
a figura central do fundamento de substncia, caram na corrupo, sem
jamais se arrependerem. No estabeleceram, portanto, o fundamento para
receber o Messias do segundo advento. Deus, para operar novamente sua
providncia para restaurar este fundamento, permitiu que o papa fosse
levado prisioneiro e sofresse escravido.
No perodo do cativeiro e volta dos judeus, houve o perodo de 70 anos,
no qual o rei Joaquim, Daniel e outros membros da realeza, juntamente com
os ministros do governo, oficiais, artesos e muitos outros judeus, foram
levados prisioneiros por Nabucodonosor, rei da Babilnia (Jr 39.1-10, II Cr
36.11-23, II Rs 24 e 25). Houve tambm o perodo de 140 anos, que durou
desde o tempo da libertao dos judeus pelo decreto real do rei Ciro, depois
que a Prsia destruiu a Babilnia, at o tempo em que puderam voltar para
sua terra pela terceira vez, para se estabelecerem como nao,
centralizando-se no profeta Malaquias, para se preparar para o Messias. No
perodo do cativeiro e volta do papa, que restaurou este perodo por
indenizao como identidade de tempo substancial, tiveram que caminhar
por um curso semelhante.
Por causa de sua imoralidade, os papas e sacerdotes foram perdendo
pouco a pouco a confiana do povo. As derrotas nas Cruzadas tambm

297 - PRINCPIO DIVINO

acarretaram o colapso da autoridade papal.


Entretanto, depois das
Cruzadas, o sistema feudal caiu, e estabeleceu-se o estado moderno. Com
a expanso gradual do poder real, o conflito entre o papa e o rei tornou-se
violento. Assim, o papa Bonifcio VIII entrou em conflito com o rei francs
Felipe IV, e foi at aprisionado por ele durante certo tempo. Uma gerao
mais tarde, Clemente V, que foi eleito papa em 1305, trasladou o Vaticano
de Roma para Avignon, no sul da Frana, em 1309. L, os papas
sucessivos viveram como prisioneiros durante 70 longos anos, sob a
restrio dos reis franceses. Depois disso, o papa Gregrio XI voltou para
Roma em 1377. Depois de sua morte, os cardeais elegeram a Urbano VI, o
arcebispo de Bari na Itlia, como papa. Contudo, os cardeais, em sua
maioria franceses, repudiaram a Urbano VI pouco depois e instituram outro
Vaticano em Avignon, no sul da Frana, elegendo Clemente VII como papa.
Esta diviso continuou at o sculo seguinte, quando o conclio da reforma
resolveu o problema. Os cardeais fizeram uma reunio em Pisa, Itlia, em
1409, e destituram a ambos os papas, designando a Alexandre V como o
papa legtimo. Contudo, ambos os papas se opuseram destituio, e
nesse nterim os trs papas se colocaram em posies triangulares.
Depois, realizaram o Conclio Geral de Constncia, com a presena de
muitos membros, tais como os bispos e arcebispos, incluindo telogos,
membros da realeza e embaixadores, e depuseram aos trs papas de uma
s vez, elegendo a Martim V como papa.
Assim, os cardeais foram privados de seu direito de eleger o papa, e este
direito foi transferido quela conferncia, a qual insistiu em manter o poder
soberano da Igreja Romana (1418). Esta conferncia foi realizada mais
tarde em Basilia, Sua, a fim de transformar a organizao da Igreja
Romana em uma monarquia constitucional. No obstante, o papa no
gostou da idia de que a congregao tivesse o poder dominante. Ele no
s deixou de assistir conferncia, mas tambm tentou encerrar a reunio.
Apesar disso, os membros da assemblia realizaram a reunio, mas a
mesma foi automaticamente anulada em 1449. Assim, o plano para
estabelecer o organismo de uma monarquia constitucional na Igreja
Romana fracassou, e a monarquia papal absoluta, perdida desde 1309,
recuperou suas funes.
Os lderes de muitas conferncias realizadas no sculo XIV tentaram
afastar os papas e sacerdotes corruptos, instituindo os leigos como
representantes, e dando a esta conferncia o supremo poder e autoridade.
No obstante, o poder papal readquiriu o estado anterior ao cativeiro dos
papas, e estes condenaram pena capital todos os dirigentes da Reforma,
tais como Wycliff e Huss. Foi a partir desse momento que o movimento
protestante da Reforma Religiosa comeou a propagar-se. Assim, o perodo
de aproximadamente 210 anos desde o tempo em que o papa foi levado

298 - PRINCPIO DIVINO

cativo para Avignon em 1309 d.C., at que a reforma religiosa se realizou


em 1517, centralizada em Lutero, foi o perodo que restaurou por
indenizao, como identidade de tempo substancial, o perodo de 210 anos
desde o tempo do cativeiro dos judeus, durante 70 anos na Babilnia, at
que promoveram a reforma poltica e religiosa, centralizada em Malaquias.
SEO VI
O Perodo de Preparao para a Vinda do Messias e
o Perodo de Preparao para a Segunda Vinda do Messias
Os israelitas receberam Jesus somente depois do perodo de 400 anos de
preparao para a vinda do Messias, depois de sua volta para Jerusalm,
da Babilnia. Portanto, para restaurar isto por indenizao, os cristos
tambm podem receber o Senhor do Segundo Advento somente depois do
perodo de 400 anos de preparao para a Segunda Vinda do Messias, que
comeou com a volta do papa para Roma, de sua vida de cativeiro em
Avignon.
A condio vertical de indenizao para os 4000 anos de histria da
providncia da restaurao desde Ado, na qual a providncia para
restaurar o fundamento de f, por meio do perodo de 40 dias de separao
de Satans, foi prolongada muitas vezes pela contnua invaso de Satans,
devia ser restaurada por indenizao horizontalmente neste perodo final da
histria providencial. Para isto, veio o perodo de preparao para a vinda
do Messias. Por conseguinte, a fim de restaurar este perodo por
indenizao, como identidade de tempo substancial, deve haver o perodo
de preparao para a Segunda Vinda do Messias, no qual se deve restaurar
por indenizao, horizontalmente, neste perodo final da histria
providencial, a condio vertical de indenizao para a histria de 6000
anos da providncia da restaurao, desde Ado.
Os israelitas, que tinham voltado de seu cativeiro na Babilnia, estavam
restaurando o fundamento de f, erigindo o templo, destrudo pelo rei
Nabucodonosor, e estudando a lei, suscitando assim o movimento de
reforma em sua f, sob a direo do profeta Malaquias, arrependidos de seu
pecado de terem adorado maus espritos. Da mesma maneira, os cristos
medievais, depois da volta papal a Roma, estavam restaurando o
fundamento de f, promovendo o movimento da reforma religiosa,
centralizada em Lutero, dando incio a uma nova modalidade de f, de
acordo com a luz do evangelho, rompendo a escurido das trevas da Idade
Medieval.
O perodo de preparao para a vinda do Messias foi o perodo em que
se restaurou por indenizao, como identidade de tempo em imagem, o
perodo de aproximadamente 40 anos de preparao, desde o tempo da

299 - PRINCPIO DIVINO

volta de Jac, de Har para Cana, at sua entrada no Egito. O perodo de


preparao para a Segunda Vinda do Messias o perodo em que se deve
restaurar este perodo por indenizao, como identidade de tempo
substancial.
Em conseqncia, todos os cristos desta idade tiveram que sofrer muitas
provaes e tribulaes, tal como a famlia de Jac, at que encontraram
com Jos no Egito, ou como os israelitas, at que encontraram Jesus. J
que a idade providencial da restaurao foi a idade em que se devia
estabelecer a f para com Deus mediante as condies externas da Lei e
das ofertas, o primeiro Israel, no perodo de preparao para a vinda do
Messias, percorreu o caminho das tribulaes externas, sob o domnio das
naes gentlicas, tais como a Prsia, a Grcia, o Egito, a Sria e Roma.
Contudo, j que a idade providencial do prolongamento da restaurao foi o
perodo em que se devia estabelecer a f para com Deus pelas condies
internas de orao e f centralizadas nas palavras de Jesus, o segundo
Israel, no perodo de preparao para a segunda vinda do Messias, tinha
que percorrer o caminho de tribulaes internas. Neste perodo, como
resultado do Humanismo, que era a principal ideologia da Renascena
(sendo o Iluminismo a ideologia seguinte), e da liberdade de f, propagada
depois da reforma religiosa, a religio e a ideologia caram em uma grande
confuso. Outrossim, os cristos tiveram que sofrer indescritveis provaes
internas.
Assim, para restaurar por indenizao, como identidade de tempo
substancial, o perodo de 400 anos de preparao para a vinda do Messias,
iniciou-se o perodo de 400 anos de preparao para a segunda vinda do
Messias. Estudemos aqui como se formaram as circunstncias e o
ambiente, em cada um dos dois perodos que foram os perodos de
preparao para receber o Messias.
No tempo da primeira vinda do Messias, Deus enviou o profeta Malaquias
sua nao escolhida com 430 anos de antecipao, fazendo com que ele
profetizasse a vinda do Messias. Ele reformou o judasmo, preparando
Israel como a nao escolhida para receber o Messias. Entretanto, entre os
gentios, quase ao mesmo tempo, Deus fez com que Gautama Buda na ndia
(565-485 a.C.), abrisse o caminho de uma nova base para o budismo,
melhorando o hindusmo, e que Scrates, na Grcia (470-399 a.C.) iniciasse
o perodo da cultura helnica. No Oriente, fez com que Confcio (552-479
a.C.), institusse a tica e a moralidade humana por meio do confucionismo,
levando-os assim a estabelecer a cultura e religio adequadas ao lugar e ao
povo, para que pudessem fazer a preparao espiritual necessria para
receber o Messias que havia de vir. Jesus, vindo sobre esta base
preparada, se propunha unificar todas as regies das vrias religies e

300 - PRINCPIO DIVINO

culturas, em uma nica esfera de cultura crist, absorvendo e conquistando


o judasmo, o helenismo, o budismo, o confucionismo e as demais religies.
O perodo da Renascena ocorreu para restaurar por indenizao, como
identidade de tempo substancial, o perodo para criar o ambiente que Deus
providenciou como preparao para a vinda do Messias, quando sua vinda
era iminente. Por isso, o perodo da Renascena serviu para estabelecer as
circunstncias e ambiente do perodo para a segunda vinda do Messias.
Em conseqncia, o rpido progresso na poltica, economia, cultura, cincia
e os demais aspectos do esforo humano, como vemos hoje, comeou
repentinamente no perodo da Renascena. Este progresso desenvolveu as
circunstncias e ambiente do perodo, para que possamos hoje receber o
Messias. Nos dias de Jesus, o vasto territrio poltico formado ao redor do
Mar Mediterrneo pela ascenso do Imprio Romano, com sua facilidade de
comunicao em qualquer direo, e o vasto territrio cultural formado
centralizado na lngua helnica puderam estabelecer o fundamento
adequado em que era possvel expandir rapidamente a idia do Messias
desde Israel, centralizado em Cristo, at Roma, centralizada em Israel, e
depois ao mundo, centralizado em Roma.
Da mesma maneira, visto que hoje a poca da Segunda Vinda, a esfera
poltica democrtica, baseada na liberdade, est cobrindo quase todos os
cantos da Terra, com a ascenso das grandes potncias. A distncia entre
o Oriente e o Ocidente est extremamente diminuda, devido ao rpido
progresso do transporte e das comunicaes e, devido ao livre intercmbio
de lnguas e culturas, a ideologia para o segundo advento do Messias pode
fluir livre e rapidamente aos coraes de toda a humanidade. Tudo isso
constitui o territrio preparado, providenciado de maneira perfeita por Deus.
No h dvida alguma de que isto se tornar a melhor base sobre a qual a
verdade e ideologia do Messias ficaro conhecidas no mundo inteiro no
perodo de tempo mais breve possvel, divulgando-se rapidamente quando
vier o Senhor do Segundo Advento.
SEO VII
O Desenvolvimento da Histria do Ponto de Vista
da Providncia da Restaurao
Como j foi tratado no Princpio da Criao, o Reino do Cu na Terra
um mundo feito imagem de um homem aperfeioado. Em conseqncia,
o mundo decado pode ser considerado como uma imagem do homem
decado. Por isso, podemos compreender o movimento de toda a histria
pecaminosa da humanidade observando a vida do homem decado.
No podemos negar o fato de que o homem decado possui a mente
original, que se dirige para o bem, e a mente m que se dirige para o mal,

301 - PRINCPIO DIVINO

em rebelio contra as ordens da mente original, constantemente em guerra


entre si. Tampouco podemos negar que as boas aes, que seguem as
ordens da mente original, e as ms aes, que seguem as ordens da mente
m, estejam em conflito entre si, em um s corpo. Assim, a sociedade
humana, na qual os corpos individuais, que tm terrveis lutas dentro de si
mesmos, vivem em relacionamentos horizontais desarmnicos, uma
sociedade de luta e conflito. Entretanto, a histria humana nada mais do
que as vidas sociais dos homens, cheias de lutas, fluindo verticalmente e
experimentando mudana constante com o transcorrer do tempo.
Naturalmente, esta histria tem que se desenvolver, necessariamente, com
lutas e guerras.
Apesar do homem estar sempre se debatendo no meio da persistente luta
entre sua mente original e sua mente m, ele deseja seguir o bem, repelindo
o mal. Em conseqncia, suas aes tambm assumem gradualmente a
direo da boa conduta, opondo-se m conduta. Mesmo no homem
decado existe a mente original que se dirige para o bem. Por isso, ele pode
participar na providncia da restaurao de Deus, realizando gradualmente
a finalidade do bem.
Conseqentemente, evidente que a histria, feita por tais homens, tem
caminhado na direo do bem, repelindo o mal, mesmo no turbilho da
mistura do bem e do mal. Por conseguinte, o mundo final, para o qual a
histria est caminhando, s poder ser o Reino do Cu, no qual se realiza
a finalidade do bem. Assim, devemos compreender o fato de que lutas e
guerras so tambm fenmenos no curso da separao do bem e do mal, a
fim de realizar a finalidade do bem. Portanto, embora s vezes a batalha
resulte no triunfo temporrio do mal, a histria, ao final, ser mudada para o
curso providencial da realizao da finalidade do bem maior. Deste ponto
de vista, podemos compreender o fato de que a histria humana tem
progredido para o bem, pela constante repetio de sua ao de separar o
bem do mal, de acordo com a providncia da restaurao de Deus.
Entretanto, devido ao relacionamento linear do homem com Satans,
este, centralizando-se nos homens decados, tem realizado de antemo o
tipo de mundo semelhante ao que Deus tenciona realizar no futuro. Como
resultado, a histria humana formou um mundo fora do Princpio na pseudoforma do Princpio. Conseqentemente, no final da histria pecaminosa da
humanidade, o mundo fora do Princpio na pseudo-forma do Princpio,
centralizado em Satans, ser realizado antes que Deus restaure o Reino
do Cu na Terra; este o mundo do comunismo. Desta forma Satans
realiza, de um modo fora do Princpio, antes de Deus, aquilo que Deus se
prope realizar. Vemos disso que no curso providencial da restaurao,
coisas falsas apresentam-se na forma de verdadeiras, antes que apaream
as verdadeiras. Os versculos bblicos que profetizam a apario do falso

302 - PRINCPIO DIVINO

Cristo, antes da vinda do verdadeiro, s podem ser elucidados por tal


princpio.
1. DESENVOLVIMENTO DA HISTRIA NA IDADE PROVIDENCIAL DA
RESTAURAO
A sociedade inicialmente formada pelos homens decados foi uma
sociedade coletiva primitiva. Esta era uma sociedade em que os homens
satisfaziam suas necessidades, centralizando-se em Satans. Isto foi o que
Satans realizou de um modo fora do Princpio, antes da sociedade coletivocooperativa que Deus se propunha realizar, centralizada em homens
aperfeioados. Se no houvesse lutas e divises em tal sociedade de
Satans, ela continuaria para sempre, e a providncia da restaurao de
Deus jamais seria realizada.
No obstante, como ficou explicado acima, h duas mentes em guerra em
cada homem decado, e este conflito dentro da mente, que se apresenta nas
aes dos homens, vem a criar conflitos entre indivduos. Por conseguinte,
a sociedade coletiva primitiva no conseguia manter a paz. Ademais,
conforme aquela sociedade se desenvolveu em uma sociedade em que os
interesses financeiros das pessoas diferiam, o conflito naturalmente se
desenvolveu a uma escala maior. Assim, pela ao da mente original do
homem, que tendia a tomar parte na providncia da restaurao de Deus,
criou-se uma diviso por meio das lutas, desde os primeiros tempos da
sociedade coletiva primitiva, centralizada em Satans.
Observando o curso do desenvolvimento da histria pecaminosa da
humanidade, centralizada em Satans, percebemos que, depois da
sociedade coletiva primitiva, formou-se a sociedade de cls, e desta surgiu a
sociedade feudal. A sociedade feudal finalmente expandiu seu territrio e
soberania para formar uma sociedade monrquica. Isto assim porque
Deus tencionava chamar bons indivduos do mundo pecaminoso e
estabelecer uma sociedade de cls do bem, centralizada neles, formando a
seguir uma boa sociedade feudal, que finalmente se tornaria o reino do bem,
com seu territrio e soberania do bem capaz de receber o Messias.
Satans, conhecendo isso de antemo, percorreu tal curso antes de Deus.
Na realidade, Deus chamou a Abrao, de tal mundo pecaminoso, para ser
o centro do bem, fazendo com que ele multiplicasse seus descendentes
com a capacidade de servir vontade de Deus, Ele estabeleceu a
sociedade de cls de Israel. Mais tarde, os descendentes de Abrao foram
para o Egito e l se desenvolveram de cl para tribo. Depois de sua volta
para Cana, constituram o perodo dos Juzes, e a sociedade centralizada
nos Juzes foi a sociedade feudal israelita. Por que a chamamos de
sociedade feudal? As caractersticas principais de uma sociedade feudal
so, em primeiro lugar, seu sistema poltico com o relacionamento de

303 - PRINCPIO DIVINO

senhor e servo, supondo-se que o ltimo deve servir e obedecer ao


primeiro; em segundo lugar, seu sistema econmico de auto-suficincia
dentro do territrio do bloqueio. O perodo dos Juzes formou uma
sociedade com estas caractersticas. Isto , designava-se uma poro de
terra a cada tribo da nao israelita que tinha voltado para a terra de Cana,
e as tribos formavam uma sociedade feudal, centralizada no juiz, que estava
na posio de um senhor feudal. Por isso, chamamos a isto de sociedade
feudal israelita.
O carter da sociedade feudal obrigava o povo a obedecer, em absoluta
submisso, ideologia e liderana de seu senhor feudal. Em conseqncia,
enquanto o senhor permanecia na vontade de Deus, o povo, naturalmente,
estava do lado de Deus. Ademais, estando em tal relacionamento, podiam
viver em circunstncias em que no sofriam invaso satnica.
Conseqentemente, o significado do desenvolvimento da sociedade de cls
em sociedade feudal era para impedir a invaso satnica, tomando a posse
de Satans de volta para o lado celeste e estendendo o territrio
pertencente soberania divina. Sendo esta a providncia de Deus, Satans
elaborou planos contrrios para manter sua soberania, formando de
antemo uma sociedade feudal satnica, j que ele conhecia a vontade de
Deus.
Entretanto, a sociedade feudal veio a fim de estabelecer um fundamento
para a sociedade monrquica com maior soberania e territrio. Isto , com
a sociedade feudal israelita, Deus constituiu pequenas unidades de
territrio, com sua soberania, povo e economia pertencentes ao lado
celeste, capazes de impedir a invaso satnica. Ento, para realizar um
fortalecimento e expanso para maior soberania celeste para seu povo e
territrio, pela unio de pequenas unidades de territrio, produziu-se a
sociedade monrquica israelita, que foi o perodo do Reino Unido, iniciandose com o rei Saul.
Como j foi mencionado acima, Jesus veio como o Rei dos reis, em todos
os aspectos (Ap 11.15). Por isso, Deus formou a sociedade monrquica
israelita a fim de proporcionar o fundamento sobre o qual o Messias podia
vir e reinar como o Rei dos reis. Deus tencionava estabelecer a sociedade
monrquica israelita sob esta providncia de forma que Satans procurou
impedir a providncia de Deus formando uma sociedade monrquica,
centralizada em si, antes de Deus. Por isso vemos que antes do perodo do
Reino Unido, o reino do Egito erigiu sua primeira dinastia no lado de
Satans, mais de vinte sculos antes de Cristo; este reino durou 30
dinastias.
O antigo reino da Babilnia j havia unificado toda a
Mesopotmia, no tempo do rei Hamurabi, no sculo XVIII a.C.; e o reino dos
hititas tornou-se a maior potncia do Oriente, centralizado na Sria, no
sculo XIV a.C. Assim, no mundo satnico, de acordo com a ao da mente

304 - PRINCPIO DIVINO

original do homem em mtua relao com a providncia de Deus, um reino


mais alto no padro do bem e outro, pior, constantemente entravam em luta,
resultando na separao do bem e do mal. Portanto, se nesse tempo o rei
Salomo tivesse servido vontade de Deus at o fim, podia ter unificado
todos os pases orientais, demonstrando sua excelente habilidade poltica,
depois de ter absorvido as trs grandes civilizaes do Egito, Mesopotmia
e Creta (minoana). Alm disso, podia ter formado um territrio mundial que
possibilitasse a realizao do ideal messinico. Contudo, devido queda do
rei Salomo, Deus teve que operar sua providncia de destruir a sociedade
monrquica.
Assim, os reis do perodo do Reino Unido no proporcionaram o
fundamento sobre o qual se podia restaurar a soberania de Deus,
estabelecendo o fundamento de f. Por isso, Deus finalmente dividiu o reino
em Reino do Norte e Reino do Sul. Deus permitiu que o Reino do Norte
fosse destrudo pela nao gentlica da Assria (a Assria tornou-se a nao
mais forte, erigindo o primeiro Imprio Mundial, ao conquistar a parte
central do Oriente Mdio, incluindo o Egito, no sculo VIII a.C.). Quando o
Reino do Sul, Jud, tendo servido vontade de Deus, logo se rebelou
contra Ele, Deus permitiu que ele casse nas mos da Nova Babilnia
(depois da queda do Imprio da Assria, os caldeus erigiram o reino da Nova
Babilnia, ou Reino da Caldia, cuja capital era a Babilnia). Depois da
queda do Reino de Jud, Deus manteve vago o trono judeu, at a vinda do
Messias, fazendo com que o povo judeu pertencesse a muitas naes
gentlicas. De modo especial, fazendo com que o povo judeu pertencesse
esfera da civilizao helnica, que seria o fundamento da democracia, Deus
providenciou uma sociedade de tipo democrtico (em torno de seus eleitos),
para que mais tarde, se o povo judeu recebesse o Messias por ocasio de
sua vinda, ele pudesse tornar-se seu Rei, de acordo com a vontade do
povo. Contudo, visto que a vontade do povo judeu foi crucificar a Jesus, em
vez de elev-lo ao trono, a finalidade da providncia da restaurao de
Deus, de 2000 anos, que Ele tencionava realizar centralizando-se nos
descendentes lineares de Abrao, foi realizada apenas espiritualmente.
2. DESENVOLVIMENTO DA HISTRIA NA IDADE PROVIDENCIAL DO
PROLONGAMENTO DA RESTAURAO
(1) A Providncia da Restaurao e a Histria Europia
O Imprio Romano, que havia perseguido o Cristianismo, finalmente se
rendeu perante Jesus crucificado, no fim do sculo IV, e decretou o
Cristianismo como sua religio nacional. Contudo, se no incio o povo judeu
se tivesse unido em f e servido a Jesus como o Messias, o antigo mundo
unificado s margens do Mar Mediterrneo, centralizado no Imprio

305 - PRINCPIO DIVINO

Romano, teria ficado necessariamente comovido e inspirado por Jesus,


durante sua vida, e eles teriam erigido um reino centralizado em Jerusalm,
exaltando a Jesus como seu Rei. Contudo, devido falta de f dos
israelitas, a nao judaica foi destruda, e o Imprio Romano, que devia ser
a base do reino do Messias, comeou a cair, at que em 476 Roma
Ocidental foi destruda por Odoacro, chefe ostrogodo. Assim, a providncia
de restaurao de Deus foi transferida da Judia, a terra do amargo
sofrimento, para a Europa Ocidental, que era o territrio de Roma Ocidental.
Em conseqncia, a providncia espiritual da restaurao pelo Cristianismo,
depois de Jesus, foi realizada tendo por base a Europa Ocidental. Portanto,
a histria providencial da restaurao desta idade se desenvolveu somente
na Europa Ocidental. Por esta razo, o curso do desenvolvimento da
histria, discutido pelo materialismo histrico, aplicvel somente histria
da Europa Ocidental. Deste modo, a histria crist, centralizada na Europa
Ocidental, tornou-se a fonte histrica central para a formao da idade
providencial do prolongamento da restaurao.
(2) Relaes Mtuas Entre a Histria da Religio, a
Economia e a Histria da Poltica

Histria da

J estudamos no Princpio da Criao que Deus criou o homem com os


aspectos duais de homem fsico e homem espiritual, para fazer com que ele
dominasse os dois mundos; isto , o mundo visvel e o mundo invisvel. Por
conseguinte, se o homem no tivesse cado, seu homem espiritual e homem
fsico podiam ter crescido e se aperfeioado juntos, e seu intelecto, tanto
espiritual como fsico, podia ter formado uma perfeita harmonia, ao mesmo
tempo, durante a vida fsica do homem. Contudo, devido queda, o homem
caiu na ignorncia, tanto do aspecto espiritual como do fsico. A partir desse
ponto, a ignorncia espiritual do homem tem sido iluminada pela religio,
enquanto sua ignorncia da realidade fsica tem sido superada pela cincia,
como j vimos (cf. Parte I, Captulo III, Seo V, 1).
Como foi afirmado, a ignorncia espiritual do homem tem sido superada
gradualmente, medida que ele tem buscado o invisvel mundo da causa,
por meio da religio. J que a religio no satisfaz as necessidades
imediatas de todos, o desenvolvimento do aspecto espiritual pode ser ativo
(aos saltos) com pessoas especficas, mas geralmente muito lento com as
demais. Podemos ver isto pelo fato que mesmo hoje, quando a religio est
divulgada pelo mundo inteiro, h muitas pessoas cujo aspecto espiritual no
melhor do que o dos homens da antigidade.
Por outro lado, a ignorncia fsica do homem tem sido consideravelmente
superada pela investigao cientfica do mundo do efeito, o mundo natural
(ou fsico), que familiar a todos. A cincia uma necessidade imediata

306 - PRINCPIO DIVINO

para todos porque desenvolve nossa vida diria. Portanto, o caminho para
a libertao da ignorncia da realidade fsica rpido e largo, e aberto a
muitos. No entanto, na religio, o objeto que buscamos o mundo invisvel
da causa, que transcendente, ao passo que na cincia buscamos o mundo
visvel do efeito, que palpvel. Por isso, at o presente, a religio e a
cincia tm estado em conflito entre si, como foras que no admitem
nenhum meio termo lgico. Alm disso, Satans, que ora retm a soberania
sobre o mundo da criao, est constantemente invadindo e destruindo os
homens em suas vidas quotidianas. Por conseguinte, o caminho da religio,
at hoje, tem sido considerado algo que o homem no pode transitar sem
abandonar sua vida quotidiana. Naturalmente, a religio no tem estado em
harmonia com a cincia, que busca o benefcio do mundo fsico. Deus
originalmente criou, primeiro, o corpo fsico do homem, que externo, e
depois seu esprito, que interno (Gn 2.7). Portanto, como estudaremos em
detalhe na Seo I do captulo seguinte, Sua providncia de restaurao, de
acordo com o princpio da recriao, deve tambm ser submetida ao
processo da providncia, a partir do externo para o interno. Do ponto de
vista deste princpio da providncia, evidente que a religio e a cincia tm
seguido um curso de desenvolvimento em desarmonia entre si.
Esta espcie de dissonncia tambm encontrada na relao entre
religio e economia. O motivo que a economia, tal como a cincia,
pertence ao mundo fsico, e se desenvolve em ntimo relacionamento com o
progresso da cincia. Com respeito a tal relacionamento, a histria da
religio est em conformidade com a providncia interna de Deus, e a
histria da economia est em conformidade com Sua providncia externa.
Contudo, inevitvel que haja diferenas entre a religio e a economia, no
que se refere sua direo e medida de seu desenvolvimento. Por
conseguinte, para entendermos o desenvolvimento da histria da Europa
Ocidental, que passou por um curso anlogo providncia da restaurao
de Deus, devemos estudar a histria do Cristianismo e da economia
separadamente.
No entanto, tal como no caso da religio e cincia, a religio e a economia
tambm no podem desenvolver-se totalmente livres de relacionamento,
porque ambas tm as misses separadas de restaurar as vidas internas e
externas dos homens decados. Portanto, tal como a religio e a cincia, a
religio e a economia formaram as respectivas histrias do Cristianismo e
da economia mediante seus relacionamentos com nossa vida social,
embora possam ter estado em conflito entre si, em alguns aspectos. A
religio e a economia se relacionam com nossa vida social por meio da
poltica. Isto especialmente evidente na Europa Ocidental, que foi
fortemente cristianizada.
A poltica na Europa Ocidental devia ter
harmonizado, atravs da vida social, o desenvolvimento econmico que

307 - PRINCPIO DIVINO

seguiu o grande desenvolvimento da cincia, e o movimento do


Cristianismo, que ainda no havia conseguido tomar uma direo clara na
providncia da restaurao.
Portanto, a histria poltica da Europa
Ocidental dirigiu-se para uma nova direo. Conseqentemente, para
entendermos com exatido o desenvolvimento histrico para a providncia
da restaurao, devemos estudar em separado tambm a histria poltica.
Como exemplo, estudemos o curso do desenvolvimento da histria da
Europa Ocidental no final do sculo XVII.
Do ponto de vista da histria da religio, a sociedade democrtica crist j
estava formada neste perodo. Com o colapso do reino espiritual sob a
autoridade absoluta do papa, que ocorreu devido Reforma Religiosa, em
1517, os homens medievais foram liberados da vida de f e de sua
submisso ao papa, e todos podiam livremente viver sua vida de f,
centralizados na Bblia. Politicamente, porm, este perodo viu a ascenso
da sociedade monrquica absoluta; ao passo que, do ponto de vista do
aspecto da histria da economia, existia a sociedade feudal, sob o sistema
do feudo.
Assim, a sociedade neste perodo era uma sociedade
democrtica no aspecto religioso, uma sociedade monrquica no aspecto
poltico e uma sociedade feudal no aspecto econmico. Assim, para
entendermos o carter desta poca, do ponto de vista da providncia da
restaurao, devemos considerar seus cursos de desenvolvimento
separadamente.
Depois, devemos saber porque o desenvolvimento
histrico no perodo da providncia da restaurao (a Idade do Velho
Testamento) no tinha passado por tal processo. Na antiga sociedade,
estando a cincia paralisada, o desenvolvimento da economia estava
estagnado. Os israelitas da Idade do Velho Testamento, quando seu modo
de vida era igual para todos, levavam uma vida simples sob um sistema
social com relaes de senhor e servo, em que deviam obedecer rigorosa
lei sob as ordens de seu lder. Por isso, sua vida religiosa era, na realidade,
sua vida social. Em conseqncia, neste perodo, a religio, a poltica e a
economia no podiam desfrutar de desenvolvimento separado.
3) Sociedade de Cls
Estudemos agora a maneira pela qual se desenvolveu a histria, do ponto
de vista da religio, da poltica e da economia, na idade providencial do
prolongamento da restaurao (Idade do Novo Testamento).
J esclarecemos acima que a sociedade de cls do lado celeste se
formou pela diviso da sociedade coletiva primitiva satnica pela tendncia
da mente original do homem, em relao com a providncia da restaurao
de Deus, que acarretou a separao dos homens da vontade de Deus. Da
mesma maneira, com a crucifixo de Jesus a nao escolhida de Deus caiu
perante Satans, e Deus no podia operar sua providncia de restaurao

308 - PRINCPIO DIVINO

com a sociedade como estava. Devido a isso, Deus dividiu a sociedade e


chamando os cristos devotos, estabeleceu a sociedade crist de cls.
Tal como na Idade do Velho Testamento as 70 pessoas, centralizadas
nos 12 filhos de Jac, haviam iniciado seu curso providencial formando a
sociedade israelita de cls, os 70 discpulos e 12 apstolos, centralizados
em Jesus, iniciaram seu curso providencial formando a sociedade crist de
cls. J que a sociedade crist de cls era uma sociedade crist primitiva,
no havia necessidade de um sistema organizado em sua poltica e
economia, neste perodo. Em conseqncia, neste perodo, a religio, a
poltica e a economia no podiam desfrutar de um desenvolvimento
separado.
A sociedade crist de cls prosperou gradativamente enquanto era
cruelmente perseguida pelo Imprio Romano, formando finalmente a
sociedade crist de tribos. Depois, o Imprio Romano Ocidental finalmente
caiu em 476 d.C., devido ao grande movimento das naes que se iniciou
pelo fim do sculo IV. Quando o Cristianismo se propagou entre o povo
germnico, uma vasta sociedade crist ficou estabelecida.
(4) Sociedade Feudal
Depois da sociedade de cls, no curso do desenvolvimento da histria, se
encontra a sociedade feudal. A sociedade feudal nasceu quando, por volta
do tempo da queda do Imprio Romano Ocidental, o poder monrquico
diminuiu e as naes caram em um estado de desordem. A partir desse
tempo, a religio, a poltica e a economia da sociedade crist da Europa
Ocidental comearam a diferenciar-se, tendo cada uma seu curso de
desenvolvimento separado. A sociedade feudal era constituda de um
sistema poltico de acordo com a relao de senhores e servos, criada entre
os senhores feudais maiores, mdios e menores, e os cavaleiros, sob a
promessa de obedincia e servio, como tambm do sistema econmico de
auto-suficincia do sistema de feudos. A terra era dividida entre os
senhores.
O poder do rei, como um dos senhores feudais, era
descentralizado. Cada senhor possua um certo lote de terra, cedido pelo
rei e, tendo sua terra independente, podia exercer at mesmo a autoridade
do direito judicial. Devido a isso, a terra era quase como uma propriedade
privada, separada do poder nacional sobre ela. Tal posse privada da terra
chamava-se feudo.
Alguns nobres de grau inferior doavam terras particulares a certos
senhores feudais ou templos com a finalidade de serem protegidos pelo
governante, e recebiam a terra de volta na forma de emprstimo. Este era
outro tipo de feudo. Assim, havia feudos por todo o pas. Os cavaleiros da
classe mais baixa recebiam o lote de um feudo, e cada um servia a seu

309 - PRINCPIO DIVINO

senhor feudal como um soldado, enquanto o rei ou o senhor possuam


centenas, ou mesmo milhares de feudos.
O aspecto religioso tambm se desenvolveu em direo semelhante da
sociedade feudal estudada acima, centralizado no Cristianismo. Esta se
chama a sociedade feudal crist. Isto , o patriarca, o arcebispo e o bispo
tinham posies que correspondiam a um senhor maior, mdio ou menor;
assim como o rei era um dos senhores feudais, o papa era tambm um dos
patriarcas. Havia tambm um sistema de governo de tipo religioso, sob um
relacionamento absoluto de senhor e servo. Os bispos, possuindo terras
feudais doadas pelos crentes, assemelhavam-se aos senhores feudais, que
desfrutavam de uma poderosa posio entre as numerosas classes da
sociedade feudal.
A seguir, estudado no aspecto econmico, este foi o perodo em que o
sistema antigo de escravido foi transformado em sistema feudal. Em
conseqncia, o povo comum veio a possuir terras a partir deste tempo.
Assim, a posio social do povo conforme o sistema agrrio deste perodo
era dividida, aproximadamente, em quatro classes: o nobre, o lavrador, o
servo e o escravo.
Deste modo, Deus pde providenciar a base sobre a qual, mais tarde,
poderia ser construdo o reino do lado celeste, estabelecendo a sociedade
feudal em torno do povo germnico, que Ele havia escolhido, fortalecendo
as pequenas unidades de territrio celeste nos trs aspectos da religio,
poltica e economia, sobre o fundamento do Imprio Romano Ocidental
decado.
(5) Sociedade Monrquica e Sociedade Imperialista
A sociedade monrquica veio depois da sociedade feudal no curso do
desenvolvimento da histria. Ento, de que modo se formou a sociedade
monrquica, do ponto de vista do aspecto poltico da Europa Ocidental?
Cada um dos estados erigidos pelos alemes, que se tinham trasladado
para a Europa Ocidental, existiu por um breve perodo de tempo, exceto o
Reino dos Francos, que continuou por muito tempo. Os Francos eram uma
tribo de alemes ocidentais que, depois de terem estabelecido o reino
merovngio, se uniram ao Cristianismo. Assimilando a civilizao romana,
formaram na Europa Ocidental um mundo do estilo romano, com uma
herana germnica. Depois da queda desse reino, Carlos Martel expandiu
seu poder expulsando os mouros, que tinham invadido o sudoeste,
enquanto seu filho, Pepino, fundou o reino carolngio. Carlos Magno, filho
de Pepino, que tinha em alta considerao a teoria da teocracia de santo
Agostinho, se props estabelecer uma nao monrquica tendo esta teoria
como a ideologia nacional, logo que se tornou rei.
Carlos Magno
estabeleceu o poderoso reino dos francos, unificando a Europa central e

310 - PRINCPIO DIVINO

estabilizando a segurana da Europa Ocidental, que se encontrava em uma


situao catica devido ao grande movimento das naes.
A sociedade monrquica crist que seguiu a sociedade feudal crist no
aspecto religioso era uma sociedade de reino espiritual sem terra,
estabelecida centralizando-se no papa sobre o fundamento espiritual para
receber o Messias. O papa Leo III ordenou Carlos em 800 d.C., coroandoo imperador e dando-lhe o direito divino. Assim, o reino espiritual, que tinha
sido estabelecido centralizado no papa, e o reino dos francos, que tinha sido
erigido politicamente, uniram-se um ao outro e formaram o Reino Cristo.
O perodo do Reino Cristo foi o perodo de identidade de tempo com o
perodo do Reino Unido na Idade do Velho Testamento. A finalidade do fato
de ter o perodo monrquico seguido o perodo feudal foi formar uma maior
soberania celeste para seu povo e seu territrio, unindo a sociedade feudal.
Em conseqncia, se o papa, que estava estabelecendo o fundamento para
restaurar o mundo substancial do ponto de vista do arcanjo, tivesse
obedecido ao rei da posio de Caim, depois de ter abenoado ao rei, e se
o rei tivesse estabelecido o Reino Cristo completamente de acordo com a
vontade de Deus, dirigindo o governo para realizar o ideal messinico,
conforme a ideologia do papa, este perodo podia ter se tornado os ltimos
Dias, em que poderiam receber o Messias. Assim, se a verdade que podia
resolver completamente os problemas de conflito entre a religio e a cincia,
atravs de um tema unificado, tivesse aparecido neste tempo, o fundamento
para receber o Messias do segundo advento seria estabelecido ento, sobre
essa base, atravs da religio, da poltica e da economia, desenvolvendo-se
nesse tempo em uma s direo de comum acordo centralizando-se em
uma s ideologia.
Por conseguinte, a sociedade feudal devia ter terminado completamente
nesse tempo, com a vinda do perodo do Reino Cristo. No obstante, visto
que os papas e reis agiam separados da vontade de Deus, o ideal original
de Carlos Magno no pde ser realizado e a forte base do sistema feudal
no desmoronou, continuando ainda por muito tempo depois.
Em
conseqncia, a religio, a poltica e a economia continuaram separadas; o
reino espiritual, centralizado no papa e o reino substancial, centralizado no
rei, tomaram posies contraditrias, e se separaram.
Deste modo, Carlos Magno, que havia erigido o reino sobre o fundamento
do sistema feudal amadurecido, no pde romper as barreiras do
feudalismo. Por isso, ele estava, na realidade, na posio de nada mais do
que um grande senhor feudal. Tendo assim fracassado o Reino Cristo em
estabelecer um reino capaz de receber o Messias do segundo advento, o
sistema feudal se fortaleceu cada vez mais, e a sociedade feudal de muitas
classes, no aspecto poltico, continuou no apogeu at a ascenso da

311 - PRINCPIO DIVINO

sociedade de monarquia absoluta.


Conforme as classes feudais
comearam a declinar, desde meados do sculo XVII, o poder dos senhores
feudais, que tinha estado descentralizado, centralizou-se em torno do rei.
Deste modo, o rei, elevado ao trono tendo o direito divino dos reis como
sua ideologia poltica, veio a desfrutar de poder absoluto. Pode-se dizer que
foi entre a metade do sculo XVII e a Revoluo Francesa em 1789 que o
rei de fato formou a sociedade monrquica no aspecto poltico, separado da
posio de senhor feudal, na sociedade feudal de classes.
A seguir, qual foi a conseqncia da sociedade monrquica crist, do
ponto de vista da histria da religio? Visto que os papas desta idade se
tornaram secularizados, incapazes de cumprir a vontade de Deus,
gradativamente caminharam na direo do declnio espiritual. Ademais, a
dignidade do papa decaiu devido ao fracasso das Cruzadas, o papado
desceu a uma posio titular, com o cativeiro do papa em Avignon, no sul da
Frana. Deste modo, a sociedade monrquica crist, que era o reino
espiritual centralizado no papa, continuou at o irromper da reforma religiosa
em 1517.
Quanto ao curso do desenvolvimento econmico neste perodo, persistiu
o sistema feudal da economia, mesmo na sociedade monrquica absoluta,
em que o sistema poltico era centralizado, depois da decadncia do
sistema feudal. Assim, no somente no aspecto da economia agrcola, mas
tambm nas outras esferas econmicas, que j se transformavam no
capitalismo, o sistema econmico at a Revoluo Francesa no pde
transcender os limites do feudalismo. Isto , mesmo os agricultores
independentes (lavradores), que confiavam no poder do rei para resistirem
ao jugo do senhor feudal, no conseguiam subtrair-se s limitaes do
sistema feudal, enquanto os fabricantes, que conspiravam com o rei,
conhecendo as desvantagens da diviso feudal, por fim se tornaram
tambm mercantilistas feudais.
Se a sociedade feudal foi seguida da sociedade monrquica, em termos
da estrutura poltica, ento, que seguiria ao feudalismo, em termos de
economia? Seria a sociedade capitalista; e a sociedade imperialista a
seguiria. A centralizao do capital uma caracterstica do capitalismo,
principalmente do imperialismo, assim como a centralizao do poder na
poltica uma caracterstica da monarquia. O capitalismo comeou a
florescer desde o incio da sociedade monrquica absoluta, em meados do
sculo XVII, e gradualmente alcanou sua maturidade depois do perodo da
revoluo industrial na Inglaterra.
Deste modo, surgiu a sociedade capitalista a fim de desenvolver o
fundamento econmico de pequena unidade, que tinha sido conquistado
atravs do sistema econmico feudalista, para um fundamento de grande
unidade. Ademais, para restaurar um fundamento mundial da economia, o

312 - PRINCPIO DIVINO

capitalismo passou para o estgio do imperialismo. O que devemos ter em


mente aqui que o modelo da providncia da restaurao de Deus foi
constitudo centralizado na Europa Ocidental.
Em conseqncia, o
imperialismo discutido aqui tambm indica o que se tem desenvolvido
centralizado no oeste da Europa.
A idia imperialista, que se expandiu no ocidente, incentivou as naes
crists da Europa Ocidental a obterem colnias em todo o mundo, antes e
depois da Primeira Guerra Mundial. Deste modo, o mundo progrediu,
radicalmente, para a esfera cultural crist.
(6) Democracia e Socialismo
Depois da idade da monarquia veio a idade da democracia. Entretanto, a
razo pela qual veio a idade da monarquia foi para erigir o reino capaz de
receber o Messias como Rei. Contudo, j que essa idade no cumpriu tal
misso, Deus destruiu esta sociedade e estabeleceu a democracia, a fim de
operar uma nova providncia para a reconstruo do reino messinico.
A democracia um princpio pelo qual o povo possui a soberania de
dirigir seu prprio governo, por sua prpria vontade. Conseqentemente, a
finalidade da democracia derrubar a ditadura satnica e estabelecer um
novo sistema poltico, possibilitando que se realize a providncia da
restaurao para receber o Messias como Rei. Com o decorrer da histria,
o esprito humano se torna cada vez mais esclarecido, sob a benvola
influncia da poca atravs da providncia da restaurao. Por isso, a
mente original do homem, em mtua relao com essa providncia,
inconscientemente passa a buscar a religio. Esta mente original em busca
da religio termina por buscar o Cristianismo, dado por Deus como a religio
definitiva e ltima.
Este , de fato, o motivo por que o mundo atual est a caminho da
formao de uma s esfera de cultura crist. Naturalmente, conforme a
histria se aproxima de sua consumao, a vontade do povo tende para
tornar-se crist e o governo democrtico, que segue a vontade do povo, se
v obrigado tambm a mudar para o Cristianismo. Assim, quando o
Messias voltar para a sociedade sob o governo democrtico, bem
amadurecido pelo esprito cristo, ele poder estabelecer a soberania de
Deus na Terra pela vontade do povo, restaurando, assim, o Reino do Cu
na Terra. Devemos saber, pois, que a democracia , afinal de contas, o
princpio poltico da providncia final de Deus para aniquilar a ditadura
satnica e restaurar, de acordo com a vontade do povo, a soberania de
Deus centralizada no Senhor do Segundo Advento. Assim, o esprito
democrtico, que se levantou contra a monarquia absoluta no final do sculo
XVIII, motivou as revolues democrticas na Inglaterra, Estados Unidos e

313 - PRINCPIO DIVINO

Frana, derrubando a sociedade monrquica, e estabelecendo o


fundamento da sociedade democrtica. Estudamos a democracia do ponto
de vista do desenvolvimento da histria, mas a democracia, do ponto de
vista do progresso providencial dos ideais hebraicos e helnicos, ser
tratada no prximo captulo.
A seguir, com respeito ao curso do desenvolvimento da histria na esfera
religiosa, vimos a vinda da idade da democracia no Cristianismo, depois que
a Reforma Religiosa de 1517 d.C., causou o colapso do reino espiritual sem
terra centralizado no papa. A democracia no Cristianismo, atravs da
reforma religiosa, causou o colapso do reino espiritual, que tinha estado sob
a ditadura do papa. Originalmente, este reino centralizado no papa, como
foi discutido acima, devia realizar um reino capaz de receber o Messias do
segundo advento, pelo fato de tornar-se o papa um com o rei. Contudo, o
papa falhou em realizar esta misso. Assim como a democracia foi criada a
fim de deitar por terra a soberania ditatorial da sociedade monrquica
absoluta, assim a democracia no Cristianismo veio com a finalidade de
destruir a soberania ditatorial do papa, que estava procedendo fora da
vontade de Deus. Era natural que depois da Reforma Religiosa viesse a
idade da democracia no Cristianismo, na qual todos pudessem buscar
livremente a Deus, centralizados na Bblia, sem ter que passar pela
mediao do papa ou dos sacerdotes. Deste modo, tambm no aspecto da
religio, entraram na idade em que os crentes podiam procurar sua
modalidade de f religiosa, de acordo com seu livre arbtrio, sem se
submeterem a pessoa ou coisa alguma.
Assim, a democracia no
Cristianismo veio a criar um clima social cristo em que o povo podia, no
futuro, livremente ir para o Messias do segundo advento, qualquer que fosse
a maneira ou a forma que ele voltasse.
Por outro lado, no curso do desenvolvimento da histria econmica,
surgiu o socialismo com o fim de romper o imperialismo e estabelecer uma
sociedade econmica democrtica pela mesma lei do desenvolvimento.
Assim, a primeira guerra mundial pode ser considerada como a guerra para
as naes imperialistas obterem colnias, ao passo que, no final da
segunda guerra mundial, surgiu a democracia nacional para demolir a
poltica colonial imperialista, forando os grandes poderes a abandonarem
sua poltica colonial e a liberarem os poderes menores. Em conseqncia,
a idade da economia capitalista transformou-se na idade da economia
socialista, justamente por ocasio do colapso do imperialismo.
muito natural que o mundo satnico, que se dirige para uma sociedade
comunista, advogue o socialismo. A razo disso porque Satans procura
realizar de antemo o curso do lado celeste, que se dirige para o sistema de
economia socialista, embora as direes e os contedos de ambos sejam
totalmente diferentes um do outro.

314 - PRINCPIO DIVINO

Do ponto de vista do Princpio da Criao de Deus, o valor original do


homem, dotado na criao, deve ser igual entre dois indivduos quaisquer.
Portanto, Deus tenciona dar a todos um ambiente igual e condies de vida
iguais, tal como os pais humanos fariam a seus filhos. Portanto, a
produo, a distribuio e o consumo devem ter um relacionamento
orgnico mtuo idntico ao que existe entre o estmago, o corao e os
pulmes do corpo humano. Assim, no deveria haver competio no
mercado por causa de produo excessiva, nem acumulao ou consumo
excessivo, que obstruiria a finalidade da vida do todo, devido a uma
distribuio injusta. Deve haver uma quantia de produo necessria e
suficiente, uma distribuio em quantidades justas e adequadas, e um
consumo razovel para a finalidade geral, assim como no fgado do corpo
humano, deve haver uma reserva apropriada para o bom funcionamento do
corpo todo.
O homem, criado com tal ideal, no pode deixar de exigir tal sistema de
vida socialista, j que ele muito naturalmente busca sua natureza original,
lutando pela liberdade democrtica na consumao da histria providencial,
que possibilitar a restaurao do ideal original. Se a vontade do povo
exige isto, a poltica, de acordo com a vontade do povo, deve tambm ir na
mesma direo. Por conseguinte, afinal dever vir uma sociedade socialista
centralizada em Deus. Podemos encontrar uma idia socialista at mesmo
na sociedade crist antiga, enquanto o ideal da Utopia de Thomas Morus
da Inglaterra, no sculo XVI, era tambm o socialismo, e a ideologia
baseada no humanismo de Owen, no perodo da revoluo industrial da
Inglaterra, era tambm este, juntamente com o socialismo catlico e
protestante, originado pelo pensamento cristo de Kingsley, da Inglaterra.
Tudo isto deve considerar-se como proveniente da expresso espontnea
da natureza original do homem, que se dirige para o ideal da criao.
(7) O Princpio da Coexistncia, Coprosperidade e Causa Comum e
o Comunismo
A influncia benfica da idade da providncia da restaurao de Deus
ajuda a desenvolver a natureza original do homem, dotada na criao, que
foi impedida de manifestar-se devido invaso satnica. Portanto, de
acordo com tais desejos espontneos, dotados na criao, os homens
inconscientemente buscam o mundo do ideal da criao de Deus, com
ardente aspirao. Conseqentemente, a mente original do homem, que se
dirige para a sociedade socialista do lado celeste, vem, afinal, a advogar o
princpio da coexistncia, coprosperidade e causa comum, finalmente
realizando o mundo ideal em que a finalidade da criao de Deus
concretizada. Este o verdadeiro Reino do Cu na Terra, centralizado no
Senhor do Segundo Advento.

315 - PRINCPIO DIVINO

Satans, sempre tentando realizar a providncia de Deus


antecipadamente, est se dirigindo para o mundo do comunismo,
advogando o chamado socialismo cientfico, baseado no materialismo.
Dizem os comunistas que a histria humana, tendo se desenvolvido a partir
da sociedade comunista primitiva, est agora retornando a uma sociedade
comunista, mas sem conhecer a causa disto. Deus, uma vez tendo
prometido ao homem realizar o Reino do Cu na Terra depois de criar o
homem, permite a Satans, que teve primeiro um relacionamento de sangue
com o homem, realizar seu mundo fora do Princpio, em uma pseudo-forma
do Princpio, centralizando-se nos homens decados. O mundo comunista
nada mais do que este mundo fora do Princpio, em uma pseudo-forma do
Princpio, em que Satans realizou antecipadamente a imitao do Reino do
Cu na Terra, que Deus vai restaurar.
A democracia surgiu a fim de substituir a ditadura poltica da monarquia e
de devolver a soberania ao povo. De modo semelhante, o lado celeste est
procurando realizar o princpio da coexistncia, coprosperidade e causa
comum, depois de passar pelo socialismo, a fim de demolir o sistema
econmico imperialista, em que a propriedade do estado monopolizada
por certo indivduo ou classe, e de estabelecer um sistema de economia, em
que todos possam desfrutar por igual das riquezas. Entretanto, o lado
satnico est procurando realizar o comunismo, antecipando-se a Deus.
Em conseqncia, o socialismo se apresenta para realizar uma sociedade
econmica de um tipo verdadeiramente democrtico.
Esclarecemos anteriormente o fato de que a histria da providncia da
restaurao, centralizada na Europa Ocidental, foi separada nos trs
aspectos de histria religiosa, histria poltica e histria econmica,
desenvolvendo-se cada uma por um curso formal. Como, ento, poder isto
fornecer o fundamento para o ideal do Segundo Advento, completando a
histria providencial, em que se unem no mesmo curso histrico?
Esclarecemos acima, tambm, que o desenvolvimento da histria se
produziu em trs divises, porque a religio e a cincia, que deviam vencer
a ignorncia espiritual e fsica do homem, no estavam unificadas em um s
tema. Por conseguinte, para que a histria, tendo se desenvolvido sob trs
aspectos diferentes, possa culminar em um s ponto focal, em que se
realize um ideal nico, deve manifestar-se a Nova Verdade, que pode
resolver os problemas da religio e da cincia, sob um s tema unificado.
Vir ento uma sociedade poltica em que toda a humanidade, tendo sido
unificada no corao e seio de Deus atravs da religio baseada na
verdade, realizar o ideal da criao sobre a base econmica,
centralizando-se no ideal de Deus. Este o verdadeiro Reino Messinico,
baseado nos princpios da coexistncia, coprosperidade e causa comum.

316 - PRINCPIO DIVINO

CAPTULO V

Perodo de Preparao
para o Segundo Advento do Messias

O perodo de preparao para o Segundo Advento do Messias o


perodo de 400 anos desde a Reforma Religiosa de 1517 at o fim da
Primeira Guerra Mundial em 1918. O resumo das caractersticas deste
perodo j foi apresentado na seo que o compara com o perodo de
preparao para a vinda do Messias, do ponto de vista da identidade de
tempo, mas ser feito um estudo mais detalhado neste captulo. Do ponto
de vista da providncia da restaurao, esta era se divide em trs perodos:
o perodo da reforma religiosa, o perodo de luta entre a religio e a
ideologia, e o perodo de maturidade para a poltica, a economia e a
ideologia.
SEO I
O Perodo da Reforma Religiosa (1517-1648)
O perodo de 130 anos, desde o tempo em que Lutero ergueu a bandeira
da reforma religiosa na Alemanha, em 1517, at que a luta entre as duas
seitas religiosas do velho e do novo terminou pelo tratado de Westphalia,
em 1648, se chama o perodo da Reforma Religiosa. As caractersticas
deste perodo foram constitudas pela Renascena e pela Reforma
Religiosa, como os produtos da sociedade feudal medieval. Quando a
finalidade da providncia de Deus, que Ele se propunha realizar atravs da
sociedade medieval, se tornou um fracasso, a Renascena e a Reforma
Religiosa efetuaram a misso principal de estabelecer o fundamento para
receber o Messias do Segundo Advento, volvendo-o na nova direo da
histria providencial. Conseqentemente, no podemos compreender a
ndole deste perodo sem conhecer isto.

317 - PRINCPIO DIVINO

Se a Renascena e a Reforma Religiosa so os produtos da sociedade


feudal medieval, que espcie de influncia exerceu a sociedade sobre a
natureza original do povo medieval, dando origem a estes novos
desenvolvimentos?
Por causa do ambiente social do sistema feudal e da degradao secular
do catolicismo romano nas idades medievais, a natureza original do homem
estava constrangida, e seu livre desenvolvimento estava coibido. A f, o
caminho que cada um deve seguir na busca de Deus, s pode realizar-se
mediante um relacionamento vertical, diretamente entre o indivduo e Deus.
A interveno do papa e dos sacerdotes, juntamente com as cerimnias
religiosas formais e as leis, coibiam a liberdade religiosa dessa idade,
enquanto o rigoroso sistema das classes feudais restringia a independncia
das atividades religiosas do homem. Ademais, atravs da compra e venda
do sacerdcio e da explorao do povo pelos sacerdotes, a vida dos
sacerdotes se inclinava ao luxo e ao hedonismo. Em conseqncia, a
autoridade papal veio a pr-se em uma posio carente de toda
credibilidade, do mesmo modo que as autoridades da sociedade em geral, e
era incapaz de dirigir a vida de f do povo.
Assim, o ambiente social da idade feudalista medieval obstrua o caminho
do homem para a restaurao de sua natureza original, dotada na criao.
Por isso, os homens medievais, que estavam sob o cativeiro de tal
ambiente, moveram-se espontaneamente na direo de restaurar a
natureza original do homem, destruindo o ambiente. A natureza original do
homem se apresentava com as caractersticas e a tendncia tanto do
aspecto interno como do aspecto externo. Estudemos agora onde se
encontra sua fundamentao no Princpio da Criao.
Segundo o Princpio da Criao, o homem, sendo o objeto substancial de
Deus imagem de Suas essencialidades duais, assemelha-se a Seu carter
e forma essenciais. Este carter e forma tm relacionamentos internos e
externos. O homem foi criado para viver pela ao de dar e receber entre
seu carter interno e forma externa. Logo, a natureza original do homem foi
tambm criada para buscar dois desejos, um de aspecto interno e outro de
aspecto externo. Ao operar Sua providncia da restaurao com tais
homens, Deus se v compelido a trabalhar em mtua relao com as duas
buscas da natureza original do homem.
Deus, que originalmente criou primeiro o corpo do homem (externo), e
depois seu esprito (interno) (Gn 2.7), opera Sua providncia da restaurao
para a recriao do homem restaurando primeiro o que externo, e depois
o que interno. Como j estudamos (cf. Parte II, Captulo I), o homem
decado tinha que oferecer primeiro um sacrifcio simblico externo, antes
que pudesse oferecer um sacrifcio substancial interno. S tendo xito em

318 - PRINCPIO DIVINO

fazer o sacrifcio substancial externo que podia ser realizado o fundamento


mais interno para receber o Messias. Em conseqncia, ao restaurar o
homem decado, Deus primeiro deixa que o homem restaure sua posio
como servo dos servos (Gn 9.25), por meio das ofertas da idade do prVelho Testamento. Depois, na idade do Velho Testamento, Ele deixou que
o homem restaurasse sua posio como servo (Lv 25.55), por meio da lei.
Na idade do Novo Testamento, Ele deixou que o homem restaurasse sua
posio como filho adotivo (Rm 8.23), por meio da f. Na idade do
Completo Testamento, Ele guia o homem para restaurar sua posio como
filho verdadeiro, por meio do corao e zelo, sempre progredindo do que
externo para o que interno (cf. Parte II, Captulo II, Seo III, 2).
Pelo mesmo motivo, Deus deixou que o homem primeiro restaurasse o
ambiente social externo por meio da cincia, enquanto operava Sua
providncia para restaurar o esprito interno do homem por meio da religio.
Observando a ordem da criao do arcanjo e do homem, vemos que Deus
primeiro criou o arcanjo, que externo, e depois criou o homem, que
interno. Em conseqncia, para restaurar o arcanjo e o homem decado,
Deus tem operado Sua providncia restaurando primeiro o mundo
substancial externo, centralizado no corpo fsico do homem por meio das
obras cooperativas do mundo anglico, que externo, e depois restaurando
o mundo invisvel interno, centralizado no esprito do homem. Os homens
medievais deviam separar-se de Satans, que os invadiu devido
degradao dos papas, cuja misso tinha sido restaurar o fundamento de f,
e que deviam assim restaurar sua natureza original, dotada na criao.
Dividiram o esprito medieval dominante nos dois movimentos para restaurar
as duas ideologias, uma de tipo Caim e outra de tipo Abel, segundo a busca
interna e externa de sua natureza original. Primeiro veio o movimento para
restaurar o helenismo, que era de tipo Caim, e depois veio o movimento
para restaurar o hebrasmo, que era de tipo Abel. O movimento para
restaurar o helenismo deu origem Renascena, que era uma expresso do
humanismo, enquanto o movimento para restaurar o hebrasmo suscitou a
Reforma Religiosa para a renovao do tesmo. Estudemos, pois, como as
correntes do helenismo e do hebrasmo se entrelaaram historicamente,
alcanando finalmente a idade atual.
Por volta do ano 2000 a.C., formou-se a civilizao Minoana, centralizada
na ilha de Creta, no Mar Mediterrneo. Esta civilizao, expandindo-se at
a Grcia, formou a esfera cultural helnica, de tipo Caim, no sculo XI a.C.,
cujo esprito dominante era o helenismo, centralizado no humanismo.
Quase ao mesmo tempo, na sia Ocidental, formou-se a esfera cultural
hebraica, de tipo Abel, cujo esprito dominante era o hebrasmo, centralizado
no tesmo. Este foi o perodo do Reino Unido.

319 - PRINCPIO DIVINO

Se os reis israelitas dessa idade tivessem estabelecido o fundamento


para receber o Messias, recebendo assim o Messias nesse tempo, a esfera
cultural hebraica absorveria a esfera cultural helnica, formando uma s
esfera cultural mundial. Contudo, os reis falharam em unir-se vontade de
Deus, deixando-a sem cumprir. Deste modo, o perodo desde o tempo de
sua submisso Grcia, em 333 a.C., depois de terem retornado de seu
cativeiro na Babilnia, at a vinda de Jesus, no tempo de sua submisso a
Roma, que pertencia esfera cultural helnica, foi o perodo durante o qual
o hebrasmo estava colocado na posio de ser controlado pelo helenismo.
Como j foi discutido no captulo anterior, se o povo judeu se tivesse
unido, centralizando-se em Jesus, crendo nele, o Imprio Romano desse
tempo podia ter-se transformado no reino messinico, centralizado em
Jesus. Neste caso, o hebrasmo absorveria o helenismo, formando uma
esfera cultural hebraica mundial, nesse tempo. Contudo, esta vontade no
foi cumprida por causa da traio a Jesus pelo povo judeu, e o hebrasmo
permaneceu sob o controle do helenismo. Depois que Constantino o
Grande reconheceu oficialmente o cristianismo no Decreto de Milo em 313
d.C., o hebrasmo comeou gradualmente a sobrepor-se ao helenismo,
formando finalmente as duas grandes esferas culturais da ortodoxia grega e
da Europa Ocidental, a partir de 700 d.C.
Se na sociedade medieval os papas e os reis, que eram as figuras
centrais para restaurar o fundamento de f, no se tivessem corrompido, o
fundamento para o Messias do Segundo Advento seria estabelecido nesse
tempo, e o hebrasmo teria absorvido completamente o helenismo,
formando uma s esfera cultural para o mundo inteiro. Contudo, como foi
discutido acima, sua degradao causou uma invaso satnica do esprito
medieval dominante, centralizado no hebrasmo. Portanto, Deus teve que
operar Sua providncia de separar Satans. Por isso, Deus, assim como
tinha dividido Ado em Caim e Abel a fim de separar Satans, que tinha
invadido Ado, novamente operou Sua providncia de separar o esprito
dominante desse tempo em duas ideologias. Estes foram os movimentos
para restaurar o helenismo de tipo Caim e o hebrasmo de tipo Abel. Ambos
finalmente se apresentaram na forma da Renascena e da Reforma
Religiosa.
Nessa idade, j que a Renascena ocorreu tendo o humanismo como sua
ideologia dominante, o helenismo foi colocado na posio de ter controle
sobre o hebrasmo. Assim, este perodo se tornou o perodo em que se
restaurou por indenizao, como identidade de tempo substancial, o perodo
em que o helenismo manteve o controle sobre o hebrasmo, devido
submisso do povo judeu Grcia, durante o perodo de preparao para a
vinda do Messias. Sabemos que se Caim se tivesse submetido em
obedincia a Abel, separando-se assim de Satans, que invadira a Ado,

320 - PRINCPIO DIVINO

ter-se-ia estabelecido o fundamento de substncia para receber o Messias.


Somente com a submisso completa do helenismo, de tipo Caim,
ideologia do hebrasmo, de tipo Abel, separando-se assim de Satans, que
tinha invadido o esprito medieval dominante, que o fundamento de
substncia para receber o Senhor do Segundo Advento ter-se-ia
estabelecido nesse tempo.
1. A RENASCENA
De acordo com o desejo externo da natureza original do homem, entre os
homens da sociedade medieval, originou-se o movimento para restaurar o
helenismo. Atravs deste movimento nasceu a Renascena. Estudemos,
pois, o que era este desejo externo da natureza original do homem, e como
e por que o homem veio a seguir este curso.
O Princpio da Criao nos diz que o homem foi criado para tornar-se
perfeito, realizando, por seu livre arbtrio, sua poro de responsabilidade,
processo este em que nem o prprio Deus pode interferir. Por conseguinte,
prprio da natureza original do homem buscar a liberdade. devido
natureza original do homem que ele busca a independncia de sua
personalidade, porque foi criado para desfrutar de absoluta independncia
de sua personalidade, cumprindo poro de responsabilidade com seu livre
arbtrio, e deste modo tornando-se um com Deus, e aperfeioando sua
individualidade.
O homem foi criado como um ser de individualidade aperfeioada para
conhecer a vontade de Deus por meio de sua inteligncia e razo e para
viver de acordo com ela, mesmo que no receba nenhuma revelao de
Deus. Portanto, a natureza original do homem seguir e desenvolver sua
inteligncia e razo. O homem foi tambm criado para dominar o mundo
natural. Por conseguinte, ele deve explorar o meio ambiente de sua vida
diria descobrindo, atravs da cincia, os princpios latentes na natureza.
Em conseqncia, a natureza original do homem exige que ele busque a
natureza, a realidade e a cincia.
Os homens da sociedade medieval, cuja natureza original estava oprimida
pelo ambiente social do sistema feudal, buscavam mais ardentemente as
coisas antes mencionadas, devido ao desejo externo de sua natureza
original. O povo medieval tambm comeou a estudar os clssicos do
helenismo, importados do Oriente. O velho esprito da Hlade era uma
busca externa da natureza original do homem: a busca da liberdade
humana, a independncia da personalidade, a dignidade do intelecto e da
razo humana, a estima da natureza, a nfase dada realidade e a
exaltao da cincia. Portanto, j que isto estava de acordo com o desejo
da natureza original do povo; o movimento para restaurar o helenismo

321 - PRINCPIO DIVINO

ocorreu com grande ardor, conduzindo finalmente ao ressurgimento do


humanismo.
Renascena significa renascimento ou revivificao. A Renascena se
iniciou j no sculo XIV, na Itlia, que era a Meca da investigao clssica
do helenismo. Este movimento humanista, que a princpio comeou como
um movimento para fazer com que os homens medievais retornassem
Grcia antiga, pela imitao do esprito helnico, progrediu para tornar-se
um movimento para reformar a vida social medieval, reproduzindo esta
cultura clssica. Passando alm da cultura, expandiu-se para se tornar um
movimento de reforma, envolvendo todos os problemas da sociedade, tais
como a poltica, a economia e a religio. Tornou-se tambm a fora motriz
externa que formou a sociedade moderna. A Renascena um fenmeno
que se desenvolveu na forma de um movimento de reforma externa, que
cobria toda a sociedade feudal e se centralizava no humanismo, que era a
corrente de pensamento da poca, voltada para a realizao do desejo
externo da natureza original do homem.
2. A REFORMA RELIGIOSA
A providncia da restaurao, centralizada nos papas da idade medieval,
terminou em fracasso devido degradao secular dos papas e dos
sacerdotes. Os homens medievais, medida que vieram a aceitar o
humanismo, comearam a oferecer resistncia s cerimnias e regras
religiosas formais. Voltaram-se contra o sistema feudal de classes e a
autoridade papal, que reprimiam a autonomia do homem. Repeliram,
tambm, a vida de f obstinada da idade em que a razo e o intelecto do
homem eram postos de lado, pois acreditava-se que tudo podia resolver-se
submetendo-o ao papa. O povo veio a repelir a atitude de f asctica,
fechada e extramundana, que ignorava a natureza, a realidade e a cincia.
Deste modo, os cristos medievais finalmente se rebelaram contra o
papado.
Desta maneira, conforme os homens medievais seguiram o desejo
externo de sua natureza original, passaram a advogar a restaurao do
primitivo esprito cristo, em que o povo, centralizado nos apstolos, era
muito sincero em seguir a vontade de Deus. Este foi, de fato, o movimento
de restaurao do hebrasmo na idade medieval. No sculo XIV, John
Wycliff, um professor de teologia da Universidade de Oxford, na Inglaterra,
traduziu a Bblia para o Ingls, insistindo que o padro de f fosse posto no
nos papas e sacerdotes, mas sim na prpria Bblia. Ao mesmo tempo,
denunciou a degradao do sacerdcio, a explorao e o abuso do poder
sobre o povo, testificando sobre o fato que o sistema, as cerimnias e as
regras da igreja no tinham fundamentao nas Escrituras.

322 - PRINCPIO DIVINO

Deste modo, desenvolveu-se rapidamente na Inglaterra o movimento da


Reforma Religiosa no sculo XIV, depois que tinha cado a dignidade papal.
O mesmo movimento ocorreu tambm na Itlia, mas fracassou. Mais tarde,
em 1517, o Papa Leo X comeou a vender indulgncias, anunciando que
eram o sinal de redeno e salvao aps a morte, com o fim de arrecadar
fundos para a construo da Baslica de So Pedro. O movimento contra os
maus efeitos disso tornou-se um incentivo para a ao, e a Reforma
Religiosa explodiu, centralizada em Martinho Lutero, que era professor de
teologia na Universidade de Wittenberg, na Alemanha. O fogo deste
movimento revolucionrio se propagou e desenvolveu ativamente na
Frana, centralizado em Calvino, e na Suia, centralizado em Zwingli,
expandindo-se pouco a pouco at a Inglaterra, Holanda e muitos outros
pases.
O conflito internacional que surgiu em torno do movimento protestante
continuou por mais de 100 anos, at que a luta entre a velha e a nova seitas
religiosas terminou pela Guerra dos Trinta Anos. Esta guerra foi efetuada
centralizada na Alemanha, e finalmente terminou em 1648, com o Tratado
de Westphalia. Como resultado disso, a luta terminou no norte da Europa
com a vitria do protestantismo, centralizado na nao germnica. O sul da
Europa permaneceu como o territrio do catolicismo romano, centralizado
nos povos latinos.
Iniciou-se a Guerra dos Trinta Anos entre os crentes do protestantismo e
do catolicismo, centralizada na Alemanha. Contudo, esta guerra no
terminou como uma simples luta religiosa, mas foi realmente uma guerra
civil poltica, que decidiu a existncia do Imprio Alemo. Em conseqncia,
o tratado de paz de Westphalia, que ps fim a esta guerra, foi uma
conferncia religiosa, como tambm uma conferncia poltica internacional,
que resolveu problemas territoriais entre muitos pases, como a Alemanha, a
Frana, a Espanha e a Sucia.

SEO II
Perodo de Luta entre Religies
e Ideologias (1648-1789)
Este o perodo dos 140 anos desde o triunfo do movimento protestante
com o tratado de Westphalia, em 1648, at a Revoluo Francesa, em
1789. Os homens modernos, que vieram a abrir o caminho, seguindo os
desejos interno e externo da natureza humana original, no podiam evitar a
diviso da doutrina e a luta entre as filosofias, que vieram da liberdade
religiosa e ideolgica.

323 - PRINCPIO DIVINO

Como foi repetidamente tratado na Parte II, a providncia da restaurao


tem sido tecida pelas obras de diviso em tipo Caim e tipo Abel, desde o
nvel individual at o nvel mundial, durante o longo perodo da histria.
Conseqentemente, na consumao da histria, este mundo de corrupo
se dividir em mundo comunista de tipo Caim e mundo democrtico de tipo
Abel. Assim como o fundamento de substncia s podia ser realizado pela
obedincia de Caim em submisso a Abel, neste tempo tambm, o
fundamento mundial de substncia para receber o Senhor do Segundo
Advento, deve realizar-se somente mediante a submisso do mundo de tipo
Caim ao mundo de tipo Abel. Deste modo, o mundo nico ser restaurado.
Para que se realizem estes dois tipos de mundo, devem estabelecer-se dois
tipos de viso da vida; na realidade, estes dois tipos de viso da vida foram
estabelecidos durante este perodo.
1. VISO DA VIDA DE TIPO CAIM
A busca externa da natureza humana original suscitou o movimento de
restaurao do helenismo, dando origem ao humanismo. O movimento
antimedieval da Renascena, que ocorreu com o apoio do humanismo,
menosprezava a converso a Deus e a dedicao religio, substituindo
tudo pela natureza e o humanismo. Isto , abandonou a viso medieval da
vida, segundo a qual o povo era to obediente a Deus que considerava
baixos e pecaminosos a natureza e o corpo fsico dos homens, e
estabeleceu a viso da vida que exaltava o valor e a dignidade destas
coisas. O homem e a natureza vieram a ser reconhecidos atravs da crtica
racional pela razo e experincia, e atravs da anlise demonstrativa. Esta
viso da vida passou pelas duas formas de metodologia da cognio e da
especulao.
Estas formam as duas grandes correntes da filosofia
moderna: o racionalismo, pelo mtodo dedutivo, e o empirismo, pelo
mtodo indutivo.
O racionalismo, cujo pai foi Descartes (1596-1650), da Frana, mantinha
que todas as verdades podiam ser investigadas apenas pela razo, com a
qual o homem se acha dotado desde o momento de seu nascimento. O
racionalismo rompeu a tradio histrica e estabeleceu a proposio de
Penso, logo existo, pelo mtodo dedutivo. Partindo disto, os racionalistas
se propunham afirmar o mundo externo. Em conseqncia, procuraram
negar a Deus, ao mundo e at a si mesmos. Por outro lado, o empirismo,
cujo pai foi Francis Bacon (1561-1626), da Inglaterra, afirmava que todas as
verdades podiam ser investigadas somente pela experincia. O empirismo
ensinava que a mente humana, como um papel em branco, devia afastar-se
de toda e qualquer preocupao e s podia vir a compreender qualquer
verdade nova mediante a experincia e a observao. Assim, a ideologia

324 - PRINCPIO DIVINO

racionalista, que valorizava a razo humana independente de Deus, e a


ideologia realista centralizada no homem, enquanto baseadas na
experincia, rejeitavam ambas o misticismo e as vises. Racionalizando e
enfocando apenas a vida humana, ambas separavam de Deus o homem e a
natureza.
Deste modo, a Renascena, nas duas correntes que emanavam do
humanismo, deu origem a uma viso da vida que impedia o homem de ir ao
encontro de Deus de acordo com sua tendncia interna, e abria o caminho
do lado satnico, seguindo apenas a orientao externa. Esta era, de fato,
a viso da vida de tipo Caim. Esta viso da vida de tipo Caim, ao chegar ao
sculo XVIII, rompeu a histria e a tradio, passou a julgar todo esforo
humano pela razo e pelo realismo, repeliu completamente aquilo que era
irrazovel e irrealista, e negou a Deus, pondo nfase na realidade racional
da vida. Este era o pensamento do Iluminismo. O Iluminismo, que floresceu
na corrente principal do empirismo e do racionalismo, tornou-se a fora
motivante da Revoluo Francesa.
Influenciada pela viso da vida de tipo Caim, ocorreu na Inglaterra a
doutrina do desmo, originada por Edward Herbert (1583-1648). Comparado
com a teologia, que tinha se desenvolvido desde Toms de Aquino, sobre a
base da harmonia da revelao e da razo, o desmo procurava estabelecer
uma teologia simplesmente sobre a base da razo. Os destas limitavam
sua viso de Deus ao significado de ter Ele criado o homem e o universo, e
sustentavam que as revelaes e milagres de Deus no eram necessrios
ao homem.
No inicio do sculo XIX, Hegel (1770-1831), da Alemanha, fez uma ampla
compilao da filosofia do idealismo. Mas a filosofia de Hegel, influenciada
pelo atesmo e materialismo que surgiram na Frana sobre a base do
Iluminismo, deu origem ao hegelianismo de esquerda. Os hegelianos
esquerdistas transformaram sua lgica e sistematizaram a filosofia do
materialismo dialtico, que motiva o mundo comunista de hoje. D. F.
Straus, um hegeliano de esquerda, escreveu A Biografia de Jesus,
negando os milagres da Bblia como invenes pstumas enquanto
Feuerbach (1804-1872), em sua Essncia do Cristianismo, argumentava
que as condies sociais ou econmicas so a origem das religies. Esta
teoria tornou-se o apoio do materialismo. Karl Marx (1818-1883) e Friedrich
Engels (1820-1895) foram influenciados por Straus e Feuerbach, mas foram
mais profundamente influenciados pela ideologia socialista da Frana. Ao
defenderem o materialismo dialtico, combinaram o atesmo com o
materialismo, que comearam a florescer depois da Renascena e se
desenvolveram com a corrente da mar do Iluminismo. Em seguida, a viso
da vida de tipo Caim amadureceu para formar o mundo comunista de hoje.

325 - PRINCPIO DIVINO

2. VISO DA VIDA DE TIPO ABEL


Tendemos a considerar o movimento da histria desde a sociedade
medieval at a moderna como o curso para separar o homem de Deus e da
religio, tornando-o independente. O motivo que o vimos baseado na
viso da vida de tipo Caim, que ocorreu de acordo com a busca externa da
natureza original humana pelos homens medievais.
Contudo, o desejo da natureza original do homem, buscado pelos homens
medievais, no se limitava apenas ao que era externo, mas inclua tambm
o que era mais interno. A busca interna da natureza original levantou o
movimento para restaurar o hebrasmo, que motivou a Reforma Religiosa.
Atravs deste movimento, a filosofia e a religio vieram a estabelecer uma
viso vertical da vida, em direo natureza original do homem, dotada na
criao; damos a esta o nome de viso da vida de tipo Abel.
Conseqentemente, esta viso da vida tipo Abel levou os homens medievais
a caminharem em direo a Deus em um nvel mais alto, enquanto a viso
da vida de tipo Caim os levou na direo da separao, tornando-os
independentes de Deus e da f nEle.
Kant (1724-1804), da Alemanha, introduziu a filosofia crtica,
assimilando o empirismo e o racionalismo, que estavam em conflito entre si.
Atravs da filosofia crtica, ele analisou filosoficamente o desejo da natureza
original do homem de buscar metas tanto internas como externas,
explorando assim a viso da vida de tipo Abel de um ngulo filosfico. De
acordo com Kant, nossas vrias sensaes ocorrem pelo contato com
objetos externos. Somente isto talvez possa dar-nos o contedo da
cognio, mas no pode realizar a cognio mesma. Para realizar a
cognio, deve haver uma determinada forma para unificar os diversos
contedos (subseqentes e empricos), de acordo com um relacionamento
slido. Esta forma a prpria subjetividade da pessoa. Portanto, diz-se
que a cognio se realiza quando as vrias sensaes provenientes dos
objetos se integram e unificam pela forma subjetiva da pessoa (inerente e
transcendente), de acordo com a ao espontnea do poder de pensar da
pessoa, ou da conscincia espiritual da pessoa. Assim, Kant derrubou a
existente teoria do fac-smile, que dizia que a subjetividade determinada
pelo objeto, estabelecendo uma nova teoria, isto , que a subjetividade
determina o objeto. Depois da teoria de Kant, apareceram numerosos
filsofos, tais como Fichte (1762-1814), seu primeiro sucessor, e Hegel
(1770-1831). Hegel, de modo especial, explorou um novo aspecto da
filosofia. O idealismo deles formou a viso da vida de tipo Abel, no reino da
filosofia.
No mundo religioso, a viso de tipo Abel opunha-se tendncia da poca,
que era influenciada pela corrente do racionalismo; surgiu um novo

326 - PRINCPIO DIVINO

movimento que colocava nfase em experincias msticas mais do que em


doutrinas ou formalidades, atribuindo importncia paixo religiosa e vida
interior do homem. Para apresentar um exemplo representativo, podemos
primeiramente citar o pietismo, que se originou centralizado em Philipp
Spener (1635-1705), na Alemanha, com uma forte tendncia conservadora
de seguir a f ortodoxa, pondo nfase em experincias msticas. Este
movimento do pietismo propagou-se na Inglaterra e, inspirando a
conscincia religiosa do povo, deu origem ao metodismo, centralizado nos
irmos Wesley. Esta denominao iniciou a grande renovao no mundo
religioso da Inglaterra, que estava em condies deprimentes.
Na Inglaterra surgiram tambm os Quakers, com o mstico George Fox
(1624-1690) como fundador. Afirmava Fox que Cristo a luz interior, que
ilumina as almas dos crentes.
Insistia tambm que somente se
experimentarmos a luz interior, recebermos o Esprito Santo e nos unirmos
misticamente a Cristo que poderemos conhecer o verdadeiro significado
da Bblia. Esta denominao estendeu seu trabalho missionrio, sofrendo
perseguies, especialmente no continente americano. A seguir, o famoso
cientista sueco, espiritualmente sensvel, Emanuel Swedenborg
(1688-1772), revelou muitos segredos celestes, tendo seus olhos espirituais
abertos. Seu anncio permaneceu ignorado por muito tempo no mundo
teolgico; mas muito recentemente, com o aumento da comunicao do
homem com o mundo espiritual, seu valor est sendo gradualmente
reconhecido.
Desta maneira, a viso da vida de tipo Abel amadureceu para formar o
mundo democrtico de hoje.
SEO III
Perodo de Maturidade da Poltica,
Economia e Ideologia (1789-1918)
A luta entre as religies e as ideologias do perodo anterior resultou no
estabelecimento das vises da vida de tipo Caim e de tipo Abel. Ao
chegarem a este perodo, estas duas vises da vida amadureceram em
suas respectivas direes. Ao amadurecerem, dois tipos de mundo foram
formados, um de Caim e outro de Abel, enquanto a estrutura da sociedade
foi organizada para ter uma forma social baseada nestas duas vises da
vida. A poltica, a economia e a ideologia tambm se desenvolveram a um
estgio anterior sua converso em sociedade ideal. O perodo que se
iniciou depois da Revoluo Francesa, passando pela Revoluo Industrial
e continuando at o fim da Primeira Guerra Mundial, foi o perodo para tal
providncia.

327 - PRINCPIO DIVINO

1.

A DEMOCRACIA

No captulo anterior analisamos a democracia do ponto de vista do


desenvolvimento da histria. Contudo, este estudo examinou apenas as
circunstncias externas que causaram o aparecimento da democracia.
Examinemos agora as circunstncias internas de como e sobre que mar
ideolgica, no agitado fluxo da histria, apareceu a democracia de hoje.
Como j foi tratado (cf. Parte II, Captulo IV, Seo VII), se, no perodo do
Reino Unido, o reino espiritual, centralizado no papa, e o reino substancial,
centralizado no rei, se tivessem tornado um, realizando a sociedade
monrquica capaz de receber o Messias, estabelecendo assim o
fundamento para receber o Messias, a sociedade feudal teria terminado
nesse tempo. Contudo, visto que esta providncia se tornou um fracasso,
este perodo foi prolongado; a histria poltica, religiosa e econmica vieram
a desenvolver-se atravs de seus respectivos cursos separados.
O poder poltico, descentralizado para os senhores locais do perodo
feudal medieval, comeou a declinar depois das cruzadas e tornou-se ainda
mais enfraquecido ao entrar no perodo do Iluminismo, depois de ter
passado pela Renascena e pela Reforma Religiosa. Ento, em meados do
sculo XVII, os senhores feudais estabeleceram estados unificados, com
muitas pequenas naes como uma unidade; consolidando-os sob o rei,
formaram um estado absoluto mediante a centralizao do poder
administrativo.
Este foi o perodo da monarquia absoluta, quando,
influenciados pela idia do direito divino dos reis, os reis se investiam de
poder absoluto. Sob o aspecto social, examinemos agora as causas que
originaram este perodo. Primeiro, era para que a classe dos cidados,
unida ao rei, resistisse classe feudalista. Segundo, era porque eles
necessitavam de uma forte identidade nacional, fora do sistema feudal, a fim
de regular o comrcio em suas atividades econmicas, e porque
necessitavam de polticas econmicas mercantis, sob forte proteo e
superviso do estado, para o bem-estar do povo.
Por outro lado, do ponto de vista do desenvolvimento da histria da
providncia da restaurao, a sociedade monrquica do lado celeste devia
ter sido realizada depois da sociedade feudalista. Os papas e reis desta
idade, porm, no se uniram; e a sociedade do lado celeste no se realizou.
De modo inverso, a sociedade centralizada no papa, veio a ser a sociedade
de monarquia absoluta do lado satnico, seguindo o curso que Satans
havia projetado antecipadamente.
Mais uma vez, do ponto de vista da providncia da restaurao,
consideremos as tendncias da sociedade de monarquia absoluta. J que a
sociedade feudal medieval estava em contradio tanto ao hebrasmo como
ao helenismo, estas duas ideologias trabalharam juntas para derrubar tal

328 - PRINCPIO DIVINO

sociedade, e estabeleceram dois tipos de sociedade, baseados nas duas


vises da vida: de tipo Caim e a de tipo Abel. Da mesma maneira, a
sociedade de monarquia absoluta desenvolveu-se atravs do seguinte
curso: A sociedade de monarquia absoluta, que impedia a liberdade de f
sob a democracia crist desde a Reforma Religiosa, estava em oposio
consecuo da finalidade da viso da vida de tipo Abel. O sistema
feudalista que ainda permanecia naquela sociedade tornou-se um obstculo
para o desenvolvimento da classe dos cidados sob a liderana dos ateus e
materialistas, e assim contradizia tambm a realizao da finalidade da
viso da vida de tipo Caim. Por conseguinte, ambas as vises da vida
tendiam a destruir a sociedade, e finalmente formaram dois tipos de
sociedade: uma de comunismo e outra de democracia, tendo por base os
dois tipos de democracia, de tipo Caim e de tipo Abel.
(1) Democracia de Tipo Caim
A democracia de tipo Caim nasceu da Revoluo Francesa. Antes de
discutirmos este problema, devemos primeiro tratar sobre a Revoluo
Francesa. A Frana nessa poca se encontrava em um perodo que via a
expanso do pensamento do Iluminismo, sendo conduzida para o atesmo e
o materialismo pela viso da vida de tipo Caim. Os cidados, influenciados
pelo pensamento do Iluminismo, despertaram para a contradio do
absolutismo, e naturalmente seu desejo de acabar com o restante do velho
sistema, ainda profundamente arraigado na sociedade sob o absolutismo,
atingiu sua culminncia.
Assim, em 1789, de acordo com a alta mar do pensamento do
Iluminismo, os cidados derrubaram a classe dominante feudal da
sociedade monrquica absoluta e, ao mesmo tempo, levantaram-se para
advogar a democracia para a liberdade, igualdade e libertao da terceira
classe (os cidados). Esta foi realmente a Revoluo Francesa. Como
resultado desta revoluo, foi anunciada oficialmente a Declarao dos
Direitos do Homem, e deste modo, a democracia foi estabelecida na
Frana. Contudo, j que a democracia originada da Revoluo Francesa
surgiu quando o pensamento do Iluminismo, que evoluiu para a ideologia do
materialismo, rompeu a sociedade do absolutismo a fim de estabelecer a
viso da vida de tipo Caim, chamamos a isto a democracia de tipo Caim.
De fato, Denis Diderot (1713-1784) e DAlembert (1717-1783), os
pensadores da Revoluo Francesa, foram eruditos ou da linha do atesmo
ou do materialismo.
Como podemos ver dos detalhes desta revoluo, verdade que a
democracia da Frana se inclinava mais para o totalitarismo do que para a
igualdade e liberdade do indivduo. Deste modo, a viso da vida de tipo
Caim formou a democracia de tipo Caim estabelecendo o pensamento do

329 - PRINCPIO DIVINO

Iluminismo e assim originando a Revoluo Francesa. Isto obstruiu


completamente o caminho do desejo interno da natureza original do homem
que se dirige para Deus, desenvolvendo-se apenas externamente cada vez
mais. Depois de sistematizados no marxismo da Alemanha e no leninismo
da Rssia, a viso da vida de tipo Caim finalmente formou o mundo
comunista.
(2) Democracia de Tipo Abel
A democracia realizada na Inglaterra e nos Estados Unidos diferente,
at mesmo em sua origem, da democracia que se originou da grande
revoluo da Frana. A primeira foi a democracia de tipo Abel, realizada por
cristos fervorosos, que eram os frutos da viso da vida de tipo Abel,
atravs de sua vitria sobre o absolutismo, contra o qual haviam lutado, em
prol de sua liberdade religiosa. A segunda foi a democracia de tipo Caim,
realizada pelos defensores do atesmo e do materialismo, que eram os
produtos da viso da vida de tipo Caim, mediante o desmoronamento da
sociedade absolutista.
Estudemos ento como foi estabelecida na Inglaterra e nos Estados
Unidos a democracia de tipo Abel. Na Inglaterra, quando Charles I
fortaleceu o absolutismo e a religio nacional, muitos puritanos mudaram
para outros pases europeus ou para o Novo Continente, procura da
liberdade religiosa. Anteriormente, na Esccia, alguns dos puritanos que
tinham estado sujeitos perseguio religiosa passaram o Pacto do Povo,
opondo resistncia ao rei (1640). De novo na Inglaterra, os puritanos, que
eram membros centrais do Parlamento, iniciaram a Revoluo Puritana,
centralizados em Cromwell (1642). Alm disso, quando se intensificou o
absolutismo e fortaleceu ainda mais a religio nacional por James II, William
de Orange, seu genro, que era na poca governador da Holanda,
desembarcou na Inglaterra com seu exrcito, em 1688, para proteger a
liberdade religiosa e os direitos civis, e subiu ao trono sem derramamento de
sangue. Depois de coroado, William reconheceu os direitos independentes
do Parlamento, aprovando a Declarao dos Direitos apresentada pelo
Parlamento. Isto se tornou a base da constituio da Inglaterra. Visto que
esta revoluo foi um xito incruento, ns a chamamos a Gloriosa
Revoluo. Esta revoluo na Inglaterra tambm teve sua causa no esforo
da classe dos cidados com o fim de obter independncia e libertao da
classe dos grandes proprietrios de terras, tais como os nobres e os
sacerdotes, mas a causa principal foi obter, atravs de tal revoluo, a
libertao interna e a liberdade de f.
Depois disso os puritanos, que tinham sido reprimidos sob o regime
imperial do absolutismo da Inglaterra, foram para o novo continente da
Amrica a fim de obter a liberdade religiosa, e em 1776 fundaram l uma

330 - PRINCPIO DIVINO

nao independente. Vieram assim a estabelecer a democracia norteamericana. A democracia estabelecida na Inglaterra e nos Estados Unidos
chama-se democracia de tipo Abel, porque foi estabelecida atravs da
revoluo para reformar a sociedade absolutista, a fim de conseguir a
liberdade religiosa, centralizando-se na viso da vida de tipo Abel. Deste
modo, a democracia de tipo Abel formou o mundo democrtico de hoje.
2. O SIGNIFICADO DO PRINCPIO DA SEPARAO DOS
PODERES

TRS

A idia da separao dos trs poderes foi defendida por Montosquieu,


que era uma autoridade da escola do Iluminismo. A separao dos poderes
tinha por fim descentralizar o poder nacional e impedir que ele se
concentrasse em um determinado indivduo ou organizao, como tinha
acontecido no sistema poltico da poca do absolutismo.
Originalmente esta separao dos trs poderes era a estrutura da
sociedade ideal planejada pelo lado celeste mas, como aconteceu sempre
com todos os cursos da providncia da restaurao, isto tambm foi
realizado antecipadamente pelo lado satnico, em uma pseudo-forma do
Princpio. Estudemos aqui como a estrutura da sociedade ideal.
Como j esclarecemos no Princpio da Criao, o mundo da criao foi
feito tendo por modelo a estrutura de um homem perfeito. O mundo ideal,
formado de homens perfeitos, ter-se-ia assemelhado estrutura e funes
de um homem perfeito. Assim como os rgos do corpo humano funcionam
de acordo com as ordens do crebro, todas as organizaes do mundo ideal
devem funcionar somente sob as ordens de Deus. Assim como as ordens
do crebro so transmitidas a todos os membros do corpo atravs do
sistema nervoso perifrico, centralizado na coluna vertebral, as ordens de
Deus devem chegar at a sociedade, sem omisso, atravs dos santos, que
correspondem ao sistema nervoso perifrico, centralizados em Cristo, que
corresponde coluna vertebral. Ademais, o sistema nervoso perifrico,
centralizado na coluna vertebral do corpo humano, corresponde aos partidos
polticos do estado, de modo que as funes correspondentes aos partidos
polticos de uma sociedade ideal devem ser desempenhadas pelos santos,
centralizados em Cristo.
Assim como os pulmes, o corao e o estmago mantm uma
harmoniosa ao de dar e receber, sem nenhum conflito, de acordo com as
ordens do crebro, que so transmitidas por meio do sistema nervoso
perifrico, os trs rgos - legislativo, executivo e judicirio - da sociedade
ideal, que correspondem aos trs rgos humanos, devem tambm ser
capazes de ter um relacionamento de ao de dar e receber no Princpio, de
acordo com os ditames de Deus, que so transmitidos atravs dos santos,

331 - PRINCPIO DIVINO

centralizados em Cristo, que correspondem aos partidos polticos. Assim


como os membros do corpo humano se movem para a finalidade de viver de
acordo com as ordens do crebro, a estrutura econmica, que corresponde
aos membros, deve mover-se para o estabelecimento da finalidade da
sociedade ideal de acordo com as ordens de Deus. Assim como o fgado do
corpo humano armazena nutrio para o corpo todo, tambm na sociedade
ideal deve sempre haver reservas para a execuo da finalidade do todo.
Visto que cada um dos membros e todas as partes do corpo humano tem
um relacionamento vertical com o crebro, o relacionamento horizontal entre
os membros fica automaticamente estabelecido, formando um organismo
inseparvel. Do mesmo modo, visto que os homens da sociedade ideal tm
um relacionamento vertical com Deus, o relacionamento horizontal entre
eles fica automaticamente estabelecido, formando um organismo que
compartilha de todos os sentimentos. Por isso, em tal sociedade no se
pode cometer um crime, pois prejudicar aos outros resulta em prejudicar a si
mesmo.
Estudemos a seguir como a providncia da restaurao tem restaurado a
estrutura social. Houve no curso do desenvolvimento histrico da Europa
Ocidental um perodo em que o rei executava todas as funes dos trs
poderes - legislativo, executivo e judicirio - e dos partidos polticos.
Contudo, surgiu outro perodo em que o rei mantinha os trs poderes; e as
igrejas, centralizadas no papa, se encarregavam da misso dos partidos
polticos. O sistema poltico desta poca foi novamente dividido nos trs
poderes - legislativo, executivo e judicirio - devido Revoluo Francesa, e
os partidos vieram a ter uma importante misso poltica.
Assim,
estabelecendo o sistema poltico constitucional na democracia, puderam
realizar pelo menos o modelo do sistema de uma sociedade ideal.
Deste modo, o sistema poltico tem mudado atravs do longo perodo da
histria porque a sociedade dos homens decados tem sido restaurada a
uma sociedade ideal, que se assemelha estrutura e funes de um
homem perfeito, de acordo com a providncia da restaurao. Desta
maneira, o governo democrtico de hoje se divide em trs poderes, e produz
muitos partidos polticos, finalmente fazendo-se semelhante estrutura de
um corpo humano. Mas isto , afinal, como um homem decado que no foi
restaurado e, naturalmente, no pode demonstrar a funo original doada
na criao.
Isto quer dizer que os partidos polticos, sem conhecer a vontade de
Deus, podem ser comparados a um sistema nervoso perifrico, centralizado
na coluna vertebral que perdeu a funo de transmitir as ordens do crebro.
Visto que a constituio no feita de palavras de Deus, os trs rgos do
legislativo, executivo e judicirio tornam-se como trs rgos de um corpo
humano que se acham incapacitados, devido separao do sistema

332 - PRINCPIO DIVINO

nervoso, de sentir e responder aos ditames do crebro; inevitvel que


entrem em oposio e conflito entre si, sem acordo mtuo e ordem.
Por conseguinte, a finalidade do ideal do segundo advento do Messias
fazer com que o sistema poltico atual - semelhante estrutura de um
homem decado - execute perfeitamente sua funo original, centralizado na
vontade de Deus, ligando-o ao nervo central perfeito.
3.

SIGNIFICADO DA REVOLUO INDUSTRIAL

O ideal da criao de Deus no ser realizado pela simples formao de


uma sociedade humana sem pecado. O homem, a fim de realizar a bno
de dominar toda a criao (Gn 1:28), deve construir um ambiente social
abenoado pela descoberta dos princpios escondidos no mundo criado e
pelo mximo desenvolvimento da cincia. Como j foi tratado na Parte I, a
religio e a cincia estiveram respectivamente encarregadas de vencer os
dois aspectos da ignorncia dos homens decados, o espiritual e o fsico,
assim gradualmente restaurando a sociedade ideal. Por conseguinte, na
consumao da histria, deve aparecer a Palavra que pode eliminar
completamente nossa ignorncia espiritual, enquanto a cincia deve estar
to desenvolvida que possa eliminar completamente a ignorncia humana
da realidade fsica, realizando assim uma sociedade cientfica de um estgio
anterior ao nascimento da sociedade ideal. Do ponto de vista desta
providncia de Deus, podemos compreender que a Revoluo Industrial da
Inglaterra veio da providncia de restaurar o ambiente vital para a sociedade
ideal.
A organizao econmica da sociedade ideal deve tambm assemelharse estrutura do corpo humano perfeito. Por conseguinte, como foi
mencionado anteriormente, a produo, a distribuio e o consumo nessa
sociedade devem ter uma relao orgnica de dar e receber, tal como a que
existe entre o estmago, o corao e os pulmes no corpo humano.
Conseqentemente, no deve existir competio destrutiva pelo mercado causada pelo excesso de produo - nem acumulao ou consumo que
ponham obstculo finalidade total da vida pela distribuio parcial. Deve
haver uma produo suficiente para satisfazer as necessidades do homem,
uma justa distribuio - nem excessiva nem insuficiente - e um consumo
racional para a finalidade do todo.
Entretanto, a produo em massa, depois da Revoluo Industrial,
estimulou a Inglaterra a rapidamente iniciar o estabelecimento de vastas
colnias, como seus mercados e fontes de suprimento de matria prima.
Deste modo, a Revoluo Industrial efetuou no somente a misso de
restaurar o ambiente externo para a sociedade ideal, mas tambm a da
providncia interna de restaurao, proporcionando um vasto territrio para
a propagao do evangelho.

333 - PRINCPIO DIVINO

4.
O FORTALECIMENTO DAS POTNCIAS E A DIVISO DAS
COLNIAS
Desde a Renascena, a viso da vida que tinha amadurecido em dois
tipos, um de Caim e outro de Abel, suscitou dois respectivos tipos de
revoluo poltica, e estabeleceu dois tipos de democracia. Estes dois tipos
de democracia, ambos influenciados pela Revoluo Industrial da Inglaterra,
fortaleceram-se rapidamente e finalmente vieram a formar dois mundos de
faces diferentes: o mundo democrtico e o mundo comunista.
O desenvolvimento industrial proveniente do rpido progresso da cincia,
que seguiu a Revoluo Industrial, produziu uma sociedade econmica
caracterizada pela superproduo.
Como resultado disto, a urgente
necessidade de explorar novas regies para conseguir mercados para a
produo excessiva, e como fontes de materiais industriais, levou os
grandes poderes mundiais a se fortalecerem rapidamente, com o fim de
continuar a luta para obter colnias. Assim, as correntes das duas vises da
vida (a de tipo Caim e a de tipo Abel) e o desenvolvimento econmico que
seguiu o progresso cientfico finalmente dividiram o mundo, politicamente,
em dois mundos: o mundo democrtico e o mundo comunista.
5.
A REVOLUO DA RELIGIO, DA POLTICA E DA INDSTRIA
APS A RENASCENA
O movimento antimedieval da restaurao do helenismo, que era de tipo
Caim, deu origem ao humanismo, por meio da Renascena. Este, tendo
progredido mais no lado de Satans, transformou-se no Iluminismo, que se
poderia considerar como uma segunda Renascena. Ento o Iluminismo,
tendo amadurecido mais no lado satnico, deu origem ao materialismo
histrico, que se poderia considerar como a terceira renascena.
Finalmente, este amadureceu na ideologia comunista.
Visto que o lado satnico sempre realiza a providncia de Deus
antecipadamente, apareceram a seguir trs perodos de revoluo na
religio, na poltica e na indstria. A primeira reforma religiosa, centralizada
em Lutero, veio depois da primeira renascena. No mundo religioso, surgiu
um novo movimento espiritual, que se tornou o segundo movimento da
reforma religiosa, centralizada em Wesley, Fox e Swedenborg, sob terrveis
perseguies, depois da segunda renascena. Por conseguinte, do ponto
de vista do curso do desenvolvimento histrico, natural que venha a
terceira reforma religiosa, depois da terceira renascena. De fato, o estado
atual do cristianismo revela uma urgente necessidade de tal reforma.
Por outro lado, ocorreram tambm trs estgios de reforma no aspecto
poltico. A sociedade feudal medieval desmoronou sob a influncia da
primeira renascena e da primeira reforma religiosa, enquanto a sociedade

334 - PRINCPIO DIVINO

monrquica absoluta desmoronou sob a influncia da segunda renascena


e da segunda reforma religiosa. Depois foi formada a sociedade comunista
pela revoluo poltica suscitada pela terceira renascena. Agora, atravs
da terceira reforma religiosa que vir, o mundo democrtico do lado celeste
subjugar com ideologia o mundo comunista do lado satnico. Estes dois
mundos se uniro necessariamente em um s Reino do Cu na Terra,
centralizado em Deus.
Podemos tambm notar o fato que a reforma econmica, que veio aps
as reformas religiosa e poltica tambm se desenvolveu atravs do curso de
trs estgios. A primeira revoluo industrial originou-se na Inglaterra, como
resultado do desenvolvimento industrial atravs do vapor. Imediatamente
depois, irrompeu a segunda revoluo industrial, atravs da eletricidade e
da gasolina, em muitos pases adiantados. Agora aparecer uma terceira
revoluo industrial, baseada na energia atmica, e esta criar pelo mundo
todo um ambiente social muito venturoso para o mundo ideal. Estes trs
estgios de revoluo, cobrindo os trs campos da religio, da poltica e da
indstria, que vieram aps os trs estgios da Renascena no perodo de
preparao para o Segundo Advento do Messias, so o curso necessrio
para a realizao da sociedade ideal, de acordo com os trs estgios da lei
do desenvolvimento.
SEO IV
As Grandes Guerras Mundiais
1.
A CAUSA DAS GRANDES GUERRAS MUNDIAIS DO PONTO DE
VISTA DA PROVIDNCIA DA RESTAURAO POR INDENIZAO
Guerras sempre ocorrem devido a causas polticas, econmicas e
ideolgicas. No entanto, estas so apenas causas externas. Devemos
saber que h causas internas, assim como h causas tanto internas como
externas na ao humana. Isto , a ao humana decidida no s pelo
livre arbtrio externo do homem, que tende a enfrentar a realidade que se lhe
apresenta, mas tambm pelo livre arbtrio interno do homem, que tende a
ajustar-se vontade de Deus, dirigindo-se finalidade da providncia da
restaurao. Por conseguinte, o bem e o mal das aes humanas no
devem ser julgados somente pela causa externa. O conflito mundial entre
aes opostas, sendo ambas decorrentes do livre arbtrio dos homens,
acarretou grandes guerras mundiais, de forma que devemos saber que
tambm neste caso devem haver causas tanto internas como externas.
Conseqentemente, jamais poderemos compreender o significado
providencial das grandes guerras mundiais se considerarmos apenas as
causas externas, tais como a poltica, a economia e a ideologia.

335 - PRINCPIO DIVINO

Qual, pois, deve ser a causa interna das grandes guerras mundiais,
conforme so interpretadas pela providncia da restaurao por
indenizao? Primeiro: as grandes guerras mundiais irromperam devido
ltima luta de Satans, procurando impedir que seu adversrio tome sua
soberania. Como j vimos, devido queda dos primeiros antepassados
humanos, Satans tem sempre realizado, de antemo, o mundo fora do
Princpio, nos moldes do Princpio, imitando o mundo do Princpio que Deus
ia realizar. Deus, trabalhando depois dele, tem realizado Sua providncia
para restaurar Seu mundo do Princpio, ampliando gradualmente o territrio
do bem, no mundo fora do Princpio que tinha estado sob a dominao
satnica. No curso da providncia da restaurao, um falso sempre
aparece antes que surja o verdadeiro. Como exemplo representativo, a
Bblia diz que vir um anticristo antes do verdadeiro Cristo.
A histria da m soberania, centralizada em Satans, terminar com a
apario do Senhor do Segundo Advento, e a histria da m soberania ser
transformada na histria da boa soberania, centralizada em Deus. Por
conseguinte, Satans, nessa poca, travar sua ltima batalha. No curso
nacional da restaurao de Cana, centralizado em Moiss, Satans fez
com que o Fara travasse sua ltima batalha contra o povo escolhido de
Israel, que estava para sair do Egito. Por isso o lado celeste feriu-o com
trs grandes milagres, permitindo assim que o povo sasse. De modo
semelhante, na consumao da histria, Satans haver de travar sua
ltima batalha contra o povo do lado celeste, que deve iniciar seu curso
mundial de restaurao de Cana. Por isso, o ato de ferir a Satans trs
vezes apareceu nas trs grandes guerras mundiais.
Segundo: j que Satans realizou de antemo o tipo de mundo em que
Deus teria cumprido Suas trs grandes bnos para com o homem, de
uma maneira fora do Princpio, so inevitveis as trs grandes guerras
mundiais a fim de estabelecer a condio mundial de indenizao para
restaurar as trs grandes bnos de Deus. Deus criou o homem e o
abenoou com as trs grandes bnos: que aperfeioasse sua
individualidade, que se multiplicasse e que dominasse o mundo da criao
(Gn 1.28). Conseqentemente, o homem devia ter realizado o Reino do
Cu na Terra cumprindo estas grandes bnos.
Visto que Deus, tendo criado o homem, o abenoou com tais bnos,
Ele no podia anular tais bnos, embora tivesse o homem cado. Assim,
Ele tinha que permitir que os homens decados realizassem de antemo o
mundo fora do Princpio, nos moldes das bnos, centralizando-se em
Satans. Em conseqncia, na consumao da histria humana se
realizar um mundo fora do Princpio, que segue o modelo de ter
aperfeioado as trs grandes bnos, isto , a individualidade centralizada
em Satans, a multiplicao centralizada em Satans e a dominao do

336 - PRINCPIO DIVINO

mundo criado, centralizada em Satans. Por conseguinte, a fim de


estabelecer a condio mundial de indenizao para restaurar as trs
grandes bnos de Deus, devem ocorrer trs grandes guerras mundiais
para ferir, atravs dos trs estgios de formao, crescimento e
aperfeioamento, o mundo fora do Principio que segue o padro da
realizao das trs grandes bnos, centralizado em Satans.
Terceiro: as grandes guerras mundiais so inevitveis para que os
homens terrenos venam as trs tentaes de Satans a Jesus sobre uma
base mundial. Os cristos devem vencer as trs tentaes que Jesus
sofreu no deserto, nos nveis individual, familiar, nacional e mundial.
Portanto, as trs grandes guerras mundiais ocorreram para que a
humanidade possa vencer as trs tentaes de Jesus, no nvel mundial.
Quarto: as grandes guerras mundiais so inevitveis a fim de estabelecer
a condio mundial de indenizao para a restaurao da soberania celeste.
Se o homem se tivesse aperfeioado atravs dos trs estgios do perodo
de crescimento sem cair, o mundo sob a soberania de Deus teria sido
realizado. Por conseguinte, Deus deve empreender a ltima guerra a fim de
restaurar o mundo da soberania celeste, dividindo este mundo decado em
dois tipos - o de tipo Caim e o de tipo Abel - e fazendo com que o mundo
celeste de tipo Abel destrua o mundo satnico de tipo Caim, restaurando
assim, mundialmente, por indenizao, o ato de Caim ao matar Abel. Ao
fazer isso, deve-se tambm passar pelos trs estgios, e assim, as trs
grandes guerras mundiais so inevitveis. Por conseguinte, as grandes
guerras mundiais so as ltimas guerras em que se deve restaurar por
indenizao, horizontalmente, a finalidade de todas as guerras que foram
empreendidas para a restaurao da soberania celeste no curso vertical da
providncia.
2.

PRIMEIRA GRANDE GUERRA MUNDIAL


(1) Sumrio da Providncia para a Primeira Guerra Mundial

O governo de monarquia absoluta desmoronou, em conseqncia de dois


tipos de revoluo democrtica, a de tipo Caim e a de tipo Abel, que tinham
sido produzidas pelas duas vises da vida. A Revoluo Industrial que veio
depois, conduziu a sociedade feudal para uma sociedade capitalista,
finalmente dando origem sociedade imperialista. Por isso, a primeira
guerra mundial, vista em seu aspecto poltico, foi a guerra entre o governo
democrtico, que se dirigia para a providncia da restaurao de acordo
com a democracia de tipo Abel, e o governo totalitrio, que era contrrio
finalidade da providncia da restaurao, de acordo com a democracia de
tipo Caim.

337 - PRINCPIO DIVINO

Vista em seu aspecto econmico, foi a guerra entre o imperialismo do


lado celeste e o do lado satnico. Esta grande guerra mundial foi tambm,
de certo modo, uma guerra empreendida para obter colnias, entre naes
capitalistas adiantadas e menos adiantadas.
A Primeira Grande Guerra Mundial, vista em seu aspecto ideolgico, foi
uma guerra entre as naes de tipo Caim, tais como a Turquia, a nao
muulmana que perseguia o cristianismo nessa poca, juntamente com a
Alemanha e a ustria-Hungria, que apoiavam a Turquia, e as naes de
Tipo Abel, tais como a Inglaterra, os Estados Unidos e a Frana, que
acreditavam no Cristianismo. Em concluso, a Primeira Guerra Mundial foi
aquela em que a democracia, que devia realizar a finalidade da viso da
vida de tipo Abel, conseguiu criar a base de vitria no nvel de formao.
(2) O Que Decide o Lado Celeste e o Lado Satnico?
O lado celeste e o lado satnico so decididos de acordo com o padro
da direo da providncia da restaurao de Deus. A posio de tomar a
mesma direo que a providncia da restaurao de Deus, e de pelo menos
agir em conformidade com essa direo, mesmo de um modo indireto, se
chama lado celeste, e uma posio contrria a ela chama-se lado
satnico. Por conseguinte, a posio no lado celeste ou no lado satnico
nem sempre coincidir com nosso bom senso, conscincia ou julgamento.
O fato de Moiss ter matado o egpcio pode ser considerado mau por
aqueles que no conhecem a providncia de Deus. No obstante, quando
visto do ponto de vista da providncia da restaurao, foi bom. Ademais,
quando se examina de um ponto de vista que desconhece a providncia de
Deus, devemos tambm considerar como m a invaso da terra de Cana
pelos israelitas, durante a qual eles destruram todos os gentios, sem
motivo. Contudo, isto tambm foi bom, quando o vemos do ponto de vista
da providncia da restaurao. Embora pudesse haver entre os cananeus
alguns que eram mais conscienciosos do que os israelitas, os cananeus
desse tempo estavam uniformemente no lado satnico, enquanto os
israelitas estavam uniformemente no lado celeste.
Ademais, tomemos um exemplo do ponto de vista religioso. Todas as
religies, tendo sua finalidade igualmente no bem, esto no lado celeste.
Contudo, quando certa religio vem a obstruir o caminho de outra, que est
mais perto de Deus, do ponto de vista de sua misso, essa religio passa a
pertencer ao lado satnico. J que toda religio tem uma determinada
misso em sua idade, qualquer religio pode cair no lado satnico, quando,
depois de ter passado o perodo de sua misso, vier a interpor-se, como um
obstculo, no caminho da religio que aparecer para efetuar uma nova
misso da idade seguinte. Antes da vinda de Jesus, o judasmo e o povo
judeu estavam todos no lado celeste. Mas, quando perseguiram a Jesus,

338 - PRINCPIO DIVINO

que tinha vindo com uma nova misso, para cumprir a finalidade do
judasmo, caram no lado de Satans, por melhor que tivessem eles servido
a Deus no passado.
Desde a idade moderna, toda a linhagem da viso da vida de tipo Abel
est no lado celeste, enquanto todas as outras linhagens da viso da vida
de tipo Caim esto no lado satnico. Nesse sentido, os materialistas, sendo
o fruto da viso da vida de tipo Caim, esto no lado satnico, por mais
conscienciosos e dedicados aos outros que possam parecer, sob o ponto de
vista humanista. Em conseqncia, o mundo comunista pertence ao lado
satnico. Por outro lado, o mundo democrtico, onde se permite a liberdade
religiosa, sendo o mundo que existe sob a viso da vida de tipo Abel, est
no lado celeste.
Como j foi tratado na Parte I, o Cristianismo foi estabelecido como a
religio central com a misso final de realizar a finalidade de todas as
religies. Portanto, do ponto de vista da providncia da restaurao, tudo o
que obstruir o caminho do Cristianismo para o cumprimento da finalidade da
providncia da restaurao, pertence ao lado satnico. Conseqentemente,
qualquer nao que persegue o Cristianismo ou impede seu
desenvolvimento, direta ou indiretamente, pertence ao lado satnico.
Portanto, na Primeira Guerra Mundial, as naes principais do lado dos
aliados, tais como a Inglaterra, os Estados Unidos, a Frana e a Rssia,
eram no s naes crists, mas tambm naes que procuravam libertar
os cristos sob perseguio na Turquia, a nao muulmana. Assim todas
acabaram pertencendo ao lado celeste. As outras naes principais, tais
como a Alemanha e a ustria-Hungria, que apoiavam a Turquia, a nao
muulmana que perseguia o Cristianismo, pertenciam todas ao lado
satnico, juntamente com a Turquia.
(3) Causas da Primeira Guerra Mundial do Ponto de
Providncia da Restaurao

Vista da

Do ponto de vista da providncia da restaurao, a causa interna da


Primeira Guerra Mundial foi, em primeiro lugar, estabelecer, mundialmente,
a condio de indenizao no nvel de formao, para restaurar as trs
grandes bnos de Deus para com o homem. Como foi esclarecido acima,
Satans realizou, antecipadamente, um tipo de mundo semelhante ao que
Deus tencionava realizar, centralizado em Ado. Por isso, na consumao
da histria, aparecer necessariamente um mundo fora do Princpio,
imitando a realizao em grau de formao das trs grandes bnos,
centralizado no personagem de tipo Ado do lado de Satans. Em
conseqncia, o lado de Deus deve destruir este mundo, e estabelecer,
mundialmente, a condio de indenizao em grau de formao para
restaurar o mundo de princpios que aperfeioou as trs bnos

339 - PRINCPIO DIVINO

centralizadas em Deus. A Primeira Guerra Mundial ocorreu para essa


finalidade.
Por conseguinte, o Kaiser da Alemanha, que provocou a Primeira Guerra
Mundial, era um personagem de modelo admico, com individualidade
aperfeioada em estgio de formao no lado de Satans, e realizou o
padro de multiplicar filhos advogando o pangermanismo. Realizou depois
o padro de dominar toda a criao instituindo a poltica de conquista
mundial, realizando assim o mundo fora do Princpio no tipo de perfeio do
estgio de formao das trs grandes bnos, centralizando-se em
Satans. Por isso, para que o lado celeste obtivesse vitria, destruindo o
lado satnico, e estabelecesse, mundialmente, a condio de indenizao
no nvel de formao para restaurar o mundo tendo aperfeioado as trs
grandes bnos centralizadas em Deus, era inevitvel a Primeira Guerra
Mundial.
Segundo: para fazer com que o homem terreno do lado celeste vencesse
a primeira tentao de Satans a Jesus, sobre uma base mundial, teve que
haver a Primeira Guerra Mundial. Por isso, do ponto de vista centralizado
na tentao que Jesus teve que sofrer, o lado de Deus tinha que
estabelecer a condio de indenizao para restaurar, mundialmente, a
primeira bno de Deus para com o homem obtendo vitria na Primeira
Guerra Mundial. Jesus tinha estabelecido o fundamento para restaurar sua
individualidade perfeita, e restaurou a pedra, como ele mesmo nela
representado, vencendo a primeira tentao no deserto. Do mesmo modo,
o lado de Deus tinha que destruir o mundo satnico, com sua figura central,
obtendo vitria na Primeira Guerra Mundial, e tinha que estabelecer o
mundo do lado celeste, tendo o Senhor do Segundo Advento como centro,
estabclecendo assim o fundamento para que ele restaurasse sua
individualidade perfeita.
Terceiro: a Primeira Guerra Mundial era inevitvel a fim de estabelecer o
fundamento, no estgio de formao, para restaurar a soberania celeste.
Como j tratamos (cf. Parte II, Captulo IV, Seo VII, 2{6}), o sistema
democrtico apareceu como o tipo final de governo para restaurar a
soberania de Deus, depois de ter subjugado a sociedade sob o absolutismo.
Como demonstraram os fatos mais tarde, as naes do lado celeste
obtiveram vitria na Primeira Guerra Mundial e cristianizaram o mundo,
ampliando seu territrio poltico. Estabeleceram assim o fundamento no
estgio de formao para a democracia e, ao mesmo tempo, lanaram o
fundamento, no estgio de formao, para restaurar a soberania celeste,
formando uma ampla e firme base poltica e econmica no lado celeste.

340 - PRINCPIO DIVINO

(4) Resultados da Primeira Guerra Mundial do Ponto de


Providncia da Restaurao

Vista da

Devido vitria do lado celeste na Primeira Guerra Mundial, ficou


estabelecida a condio de indenizao, no estgio de formao, para
restaurar, mundialmente, as trs grandes bnos de Deus para com o
homem. Do ponto de vista de vencer, em nvel mundial, a tentao de
Satans a Jesus, foi estabelecida a condio de indenizao para restaurar,
mundialmente, a primeira bno de Deus para com o homem. Depois,
atravs da vitria das naes democrticas, estabeleceu-se o fundamento,
no estgio de formao, para restaurar a soberania celeste. Com a queda
do mundo satnico e do Kaiser, que reinava sobre esse mundo,
estabeleceu-se o fundamento de vitria, no estgio de formao, no mundo
do lado celeste; estabeleceu-se o fundamento sobre o qual o Senhor do
Segundo Advento podia nascer com o Rei do Mundo no lado Celeste.
Depois disso, surgiu o mundo comunista, centralizado em Stalin, que era
a representao simblica do Senhor do Segundo Advento, no lado
satnico. O lado satnico tencionava fazer a pseudo-forma do Reino do
Cu na Terra, centralizado em um personagem segundo o modelo do
Senhor do Segundo Advento, a fim de realizar no lado satnico, o ideal do
lado celeste, antes que o Senhor do Segundo Advento estabelea o Reino
do Cu na Terra sob os princpios de coexistncia, coprosperidade e causa
comum. Por isso, com a vitria do lado celeste na Primeira Guerra Mundial,
estabeleceu-se o fundamento para o segundo advento do Messias. A partir
desse tempo, iniciou-se o perodo de formao para o ministrio do segundo
advento.
3.

SEGUNDA GUERRA MUNDIAL


(1) Esquema Providencial com Respeito Segunda Guerra Mundial

Como j notamos na histria depois da Idade Mdia, o esprito


fundamental da democracia realizar a finalidade da viso da vida de tipo
Abel. Portanto, a democracia necessariamente busca o mundo sob o ideal
da criao, seguindo a tendncia natural das duas caractersticas, a interna
e a externa, da natureza original do homem. Naturalmente, a Segunda
Guerra Mundial foi a guerra em que a democracia estabeleceu o
fundamento de vitria no estgio de crescimento, vencendo o totalitarismo,
que obstrua o caminho da natureza original do homem.
(2) Que o Totalitarismo?
Quando o pnico econmico dominava o mundo inteiro na dcada de
1930, naes tais como a Alemanha, o Japo e a Itlia que, em

341 - PRINCPIO DIVINO

circunstncias de isolamento achavam difcil vencer tal adversidade,


procuraram encontrar no totalitarismo uma maneira de superar sua
dificuldade.
Que o totalitarismo? O totalitarismo uma ideologia poltica que nega a
dignidade da pessoa humana e a liberdade de palavra, de imprensa e de
associao, juntamente com os direitos humanos bsicos com respeito ao
estado e ao sistema parlamentar - que constituem as bases da ideologia
poltica democrtica das naes modernas - e insiste em que todo indivduo
ou grupo deve existir para o benefcio e desenvolvimento de toda a nao
ou do estado. Por isso, liberdade sob este sistema pode ser definida no
como o direito que todo indivduo pode reivindicar ou desfrutar, mas como
um dever ou um sacrifcio que a pessoa deve fazer pelo todo.
O princpio dominante do totalitarismo no coloca autoridade alguma na
maioria, mas sim em um s homem, o governante. A vontade do
governante, pois, torna-se a ideologia de toda a nao ou estado. Para citar
alguns exemplos de tais sistemas polticos totalitrios, houve o de Mussolini,
na Itlia; o de Hitler, na Alemanha; e o governo ditatorial dos militaristas do
Japo.
(3) Naes do Lado Celeste e do Lado Satnico Durante a Segunda
Guerra Mundial
A Segunda Guerra Mundial foi uma guerra entre as naes do lado
celeste - Estados Unidos, Inglaterra e Frana - em aliana entre si sob a
democracia, e as naes do lado satnico - Alemanha, Japo e Itlia - em
aliana entre si sob o totalitarismo. Por que, ento, as primeiras esto no
lado celeste e as ltimas no lado satnico?
As primeiras estavam no lado celeste porque tinham a democracia como
sua ideologia fundamental, que tinha sido construda como a ideologia
poltica do estgio final da providncia da restaurao, centralizando-se na
viso da vida de tipo Abel. As ltimas estavam no lado satnico porque
eram naes totalitrias antidemocrticas, cuja ideologia poltica estava
centralizada na viso da vida de tipo Caim. Alm disso, as primeiras eram
as naes que apoiavam o Cristianismo, enquanto as ltimas eram as que
estavam colocadas em uma posio anticrist, sendo assim naturalmente
separadas em lado celeste e lado satnico.
Esclareamos ainda mais os detalhes. A Alemanha, que era o centro dos
Poderes do Eixo nesse tempo, despojou o povo de sua liberdade
fundamental, e seu controle ideolgico exercia sua influncia at mesmo no
campo religioso. Isto , Hitler imps a rigorosa ideologia religiosa germnica
primitiva, concluindo um pacto com o papa de Roma, fundando assim uma
religio nacional, e depois procurou controlar todo o protestantismo sob a

342 - PRINCPIO DIVINO

superviso dos bispos por todo o pas. Por isso tanto os catlicos como os
protestantes se opunham fortemente a Hitler. Ademais, Hitler massacrou
seis milhes de judeus.
Os militaristas japoneses durante a guerra mundial obrigaram todas as
igrejas coreanas a instalarem um Kamidana (altar familiar) do shintosmo
japons, e compeliam os cristos a prestar culto em templos japoneses.
Todo aquele que fosse contra isso era aprisionado ou assassinado. Eles
massacravam especialmente os cristos coreanos que tinham emigrado
para a Manchria a fim de escapar da escravido do Japo e para encontrar
a liberdade. Assim, a poltica de aniquilar o Cristianismo coreano, que
puseram em prtica at ao final da grande guerra, era algo muito atroz. A
Itlia tambm se tornou uma potncia do Eixo, conspirando com a
Alemanha, que estava no lado satnico.
Mussolini deliberadamente
estabeleceu o catolicismo como a religio nacional a fim de unificar a
ideologia de seu povo, iniciando assim um caminho contrrio providncia
da restaurao de Deus. Sobre tal fundamentao podemos descrever a
Alemanha, o Japo e a Itlia daqueles dias como naes do lado satnico.
(4) Razo pela qual o Lado Celeste e o Lado Satnico
Confrontaram-se com trs Grandes Potncias de Cada Lado
A Segunda Guerra Mundial irrompeu a fim de estabelecer, mundialmente,
a condio de indenizao, no nvel de crescimento, para restaurar as trs
grandes bnos de Deus, deixadas sem cumprir, centralizando-se em
Jesus. Originalmente, as trs grandes bnos de Deus no foram
realizadas devido queda de trs seres, Ado, Eva e o arcanjo. Por
conseguinte, ao restaurar as trs grandes bnos, devia haver a
participao de trs seres, a fim de restaurar as trs bnos por
indenizao. Desta forma, Deus realizou a providncia espiritual da
salvao combinando os trs seres - Jesus, que veio como o segundo Ado;
o Esprito Santo, que veio como a deidade de Eva (cf. Parte I, Captulo VII,
Seo IV, 1); e o arcanjo - restaurando assim, espiritualmente, Suas trs
grandes bnos. Por conseguinte, a Segunda Guerra Mundial, que devia
estabelecer mundialmente a condio de indenizao no nvel de
crescimento, a fim de restaurar as trs bnos centralizando-se em Jesus,
tinha tambm que estabelecer a condio para restaurar as trs bnos
por indenizao, tendo as naes do lado celeste como smbolos de Ado,
Eva e do arcanjo, e obtendo vitria sobre as naes do lado satnico, que
tinham um modelo semelhante. Por isso Satans, que sabia isto, reuniu de
antemo as naes segundo os modelos de Ado, Eva e o arcanjo, do lado
satnico, adiantando-se a esta providncia, e fez com que elas atacassem
as naes segundo tais modelos do lado celeste.

343 - PRINCPIO DIVINO

A propsito, os Estados Unidos, como nao de tipo homem, simbolizava


Ado no lado celeste, enquanto a Inglaterra, como nao de tipo mulher,
simbolizava Eva no lado celeste, e a Frana, como nao de tipo
intermedirio, simbolizava o arcanjo no lado celeste. Por outro lado, a
Alemanha, como nao de tipo homem, simbolizava Ado no lado satnico,
enquanto o Japo como nao de tipo mulher, simbolizava Eva no lado
satnico, e a Itlia, como a nao de tipo intermedirio, simbolizava o
arcanjo no lado satnico. Antes disso, os Estados Unidos, a Inglaterra, a
Frana e a Alemanha, a ustria e a Turquia, na Primeira Guerra Mundial,
tambm eram naes ou do lado celeste ou do lado satnico, como os
modelos simblicos no nvel de formao, compostos em grupos de tipos
semelhantes.
Por que a Unio Sovitica, que era uma nao do lado satnico, se uniu
ao lado celeste? Quando a sociedade medieval da Europa Ocidental,
centralizada no papa, se colocou em uma posio em que jamais alcanaria
a finalidade da providncia da restaurao, Deus teve que operar Sua
providncia para realizar os dois mundos - do comunismo e da democracia dividindo a sociedade em dois mundos, baseados respectivamente na viso
da vida de tipo Caim e na viso de tipo Abel. Entretanto, a sociedade feudal
e a sociedade monrquica, ou a sociedade imperialista, obstruam o
caminho do lado celeste, e ao mesmo tempo barravam o caminho ltimo do
lado satnico para realizar tal providncia. Por isso, o lado celeste e o lado
satnico se uniram para derrocar essa sociedade. A providncia da
restaurao se desenvolveu com o passar da idade. Em conseqncia,
mesmo o mundo fora do Princpio, que realiza, na pseudo-forma, a
providncia da restaurao de Deus, antes dEle, tem que se desenvolver
na direo da finalidade satnica com o passar da idade. Por isso, mesmo
no mundo satnico, deve haver lutas para eliminar a velha sociedade,
porque um obstculo para a sociedade progressista.
De acordo com tal tendncia histrica, o totalitarismo, durante a Segunda
Guerra Mundial, tornou-se tambm um obstculo no caminho do lado
satnico, como o era no lado celeste. Entretanto, Deus tinha que permitir,
mesmo temporariamente, na providncia da restaurao, que o lado
satnico realizasse o mundo comunista. Por isso, Deus deixou que o
mundo comunista produzisse rapidamente seu prprio fruto, atravs do fato
de ter a Unio Sovitica derrotado as naes totalitrias, em cooperao
com as naes do lado celeste. Contudo, logo que terminou a Segunda
Guerra Mundial, os dois mundos da democracia e do comunismo foram
divididos como gua e leo.

344 - PRINCPIO DIVINO

(5) Causas da Segunda Guerra Mundial do Ponto de


Providncia da Restaurao

Vista da

Considerando do ponto de vista da providncia da restaurao, a primeira


das causas internas que levaram Segunda Guerra Mundial foi estabelecer,
mundialmente, a condio de indenizao em nvel de crescimento para
restaurar as trs grandes bnos de Deus. Por causa da queda de Ado,
Deus, enviando a Jesus, o segundo Ado, procurou restaurar o mundo com
Suas trs grandes bnos realizadas, centralizando-se em Jesus. No
obstante, Jesus realizou isto apenas espiritualmente, por sua crucifixo,
devido incredulidade do povo judeu. Por outro lado, Satans sempre
realiza, de antemo, o mundo seguindo um modelo semelhante quele que
Jesus se propunha realizar. Por isso, na consumao da histria, sem
dvida se realizar um mundo fora do Princpio, segundo o modelo das trs
grandes bnos realizadas no nvel de crescimento, centralizando-se em
um personagem do tipo de Jesus, no lado satnico. Conseqentemente,
Deus tem que estabelecer, mundialmente, a condio de indenizao em
nvel de crescimento para a restaurao do mundo no Princpio, com as
bnos realizadas, centralizando-se em Deus, destruindo esse mundo
satnico. Para esta finalidade originou-se a Segunda Guerra Mundial.
O personagem do tipo de Jesus, no lado satnico, foi Hitler. Por isso, a
vida de Hitler era muito semelhante de Jesus, nos aspectos de seu
pensamento em escala mundial, de sua vida de solteiro, de sua morte infeliz
e de seu corpo desaparecido; embora sua vontade fosse completamente
oposta de Jesus. Conseqentemente, Hitler da Alemanha, que provocou
a Segunda Guerra Mundial, era o personagem de tipo Ado do lado
satnico, enquanto realizou o modelo de multiplicar filhos advogando o
pangermanismo, e realizou o modelo de dominar toda a criao
estabelecendo a poltica de hegemonia mundial. Desse modo, ele realizou
o mundo fora do Princpio no padro de ter aperfeioado as trs grandes
bnos em nvel de crescimento, centralizando-se em Satans. Da o lado
celeste tinha que estabelecer, mundialmente, a condio de indenizao em
nvel de crescimento para restaurar o mundo, tendo aperfeioado as trs
grandes bnos, pela vitria obtida na Segunda Guerra Mundial.
Em segundo lugar, a Segunda Guerra Mundial se originou para fazer com
que os homens terrenos do lado celeste sofressem e vencessem,
mundialmente, a segunda tentao de Satans a Jesus. Por conseguinte,
quando vemos isto do ponto de vista da tentao que Jesus tinha sofrido, o
lado celeste tinha que estabelecer, no nvel mundial, a condio de
indenizao para restaurar a segunda bno de Deus para com o homem,
obtendo vitria na Segunda Guerra Mundial.
Assim como Jesus
estabeleceu o fundamento para a restaurao dos filhos, vencendo a

345 - PRINCPIO DIVINO

segunda tentao no deserto, o mundo do lado celeste tinha que


estabelecer o fundamento da democracia, no nvel de crescimento, obtendo
vitria na Segunda Guerra Mundial, fazendo com que os homens do lado
celeste lanassem o fundamento mundial para isto.
Em terceiro lugar, a Segunda Guerra Mundial se originou para
estabelecer o fundamento no nvel de crescimento para a restaurao da
soberania. Por causa da vitria do lado celeste, na Primeira Guerra
Mundial, o mundo democrtico veio a desfrutar de seu fundamento no nvel
de formao, ao passo que, depois disto, at o mundo satnico, que tinha
estado realizando o mundo de tipo Caim, foi capaz de subjugar o
imperialismo e de estabelecer o fundamento, no nvel de formao, para o
mundo comunista. Por conseguinte, a Segunda Guerra Mundial, como
revelaram os fatos resultantes, separou completamente os dois mundos da
democracia e do comunismo, sendo que cada um lanou seu fundamento
no nvel de crescimento. medida que o mundo democrtico viesse a
desfrutar de seu fundamento no nvel de crescimento, a restaurao da
soberania celeste viria a estabelecer seu fundamento no nvel de
crescimento.
(6) Resultados da Segunda Guerra Mundial do Ponto de Vista da
Providncia da Restaurao
A vitria do lado celeste na Segunda Guerra Mundial possibilitou o
estabelecimento da condio de indenizao, no nvel de crescimento, para
restaurar mundialmente as trs grandes bnos de Deus para com o
homem. Vendo do ponto de vista de sofrer, mundialmente, as tentaes de
Satans a Jesus, foi estabelecida a condio de indenizao para restaurar
a segunda bno de Deus, mundialmente.
Ao mesmo tempo, foi
estabelecido o fundamento, no nvel de crescimento, para a restaurao da
soberania, j que o mundo democrtico lanou suas bases em nvel de
crescimento.
Assim, do ponto de vista do princpio da restaurao por indenizao, o
fato de Hitler (o personagem tipo Jesus no lado satnico) e seu pas terem
sido destrudos, e o fato do mundo comunista, centralizado em Stalin (o
personagem no modelo do Senhor do Segundo Advento no lado satnico)
ter aparecido sobre uma base mundial, prefiguravam que a idade na qual o
homem construiu o reino espiritual, centralizado em Jesus ressuscitado,
tinha passado, e que havia chegado o tempo de construir um Novo Cu e
uma Nova Terra (Ap 21.1-7), centralizando-se no Senhor do Segundo
Advento.
Assim, depois da Segunda Guerra Mundial, entramos no estgio de
crescimento para o ministrio do segundo advento. Muitas pessoas, pois,

346 - PRINCPIO DIVINO

tm recebido revelaes com respeito volta de Cristo, e obras espirituais


ocorrem no mundo inteiro.
Ao mesmo tempo, todas as religies
estabelecidas sero secularizadas em crescente caos e diviso, perdendo
sua fora religiosa. Este um fenmeno dos ltimos Dias, que ocorre
devido providncia final de Deus para a unificao de todas as religies
por meio de uma nova e ltima verdade.
4. TERCEIRA GUERRA MUNDIAL
(1) a Terceira Guerra Mundial Inevitvel?
No incio, Deus criou os primeiros antepassados humanos e os abenoou
para que dominassem o mundo inteiro (Gn 1.28). Por conseguinte, Deus
tinha que permitir que Satans realizasse o mundo fora do Princpio, no
padro de ter realizado esta bno, com os homens decados frente. Por
outro lado, Deus, de acordo com Sua providncia da restaurao, tem
trabalhado para levar todos os homens de volta para o lado celeste, sempre
seguindo aps Satans. Portanto, na consumao da histria humana,
tanto o lado celeste como o lado satnico devem vir a dominar o mundo, de
suas respectivas maneiras. Assim os dois mundos da democracia e do
comunismo estaro justapostos. Para a separao e unificao final destes
dois mundos, devem aparecer as guerras mundiais. J que a Primeira e a
Segunda Guerras Mundiais, foram as guerras para dividir o mundo nos dois
mundos da democracia e do comunismo, deve vir depois a guerra para a
unificao destes dois mundos separados. Esta a verdadeira Terceira
Guerra Mundial.
Por conseguinte, a Terceira Guerra Mundial vir
inevitavelmente. Contudo, h duas maneiras de combater esta guerra.
Primeiro: h a maneira de subjugar e unificar o lado satnico pelas armas.
Contudo, j que o mundo ideal que deve vir depois da unificao aquele
em que toda a humanidade deve alegrar-se, ele nunca ser realizado
subjugando o inimigo apenas externamente, mediante o uso de armas. Por
isso, devem depois ser subjugados internamente, e vir a alegrar-se
verdadeiramente do fundo de seus coraes. Para fazer isto, deve haver
uma ideologia absolutamente perfeita que possa satisfazer o desejo da
natureza original do homem.
Depois, a segunda maneira de combater esta guerra subjugar e unificar
o mundo satnico diretamente, mediante uma luta totalmente interna, pela
ideologia, sem nenhuma luta externa por meio de armas. Os homens so
seres racionais. Por conseguinte, o mundo da unidade perfeita ser
realizado somente quando forem subjugados e unidos pela razo. A
questo sobre que tipo de guerra realizar um s mundo ser resolvida de
acordo com o xito ou fracasso do homem em cumprir sua poro de

347 - PRINCPIO DIVINO

responsabilidade.
De onde, pois, vir a ideologia do novo mundo,
necessria para estabelecer um s mundo?
No se pode esperar que a ideologia que poder conduzir toda a
humanidade para um s mundo ideal provenha do mundo comunista,
estabelecido pela viso da vida de tipo Caim, pois a viso da vida de tipo
Caim est obstruindo o desenvolvimento interno da natureza original do
homem. Portanto, esta ideologia deve provir do mundo democrtico, que
estabelecido pela viso da vida de tipo Abel. Contudo, um fato,
historicamente comprovado, que jamais existiu ideologia alguma, entre as
muitas existentes no mundo democrtico, que pudesse subjugar a ideologia
comunista.
Ento, esta ideologia deve surgir do mundo democrtico como algo de
novo. Para que surja esta nova ideologia, deve aparecer uma nova
verdade. Esta nova verdade, claro, deve ser o fundamento da viso da
vida de tipo Abel e, naturalmente, deve ser o fundamento da democracia.
Tal como tem acontecido at agora no curso do desenvolvimento histrico,
em que os homens buscaram uma verdade mais nova, quando aparecer tal
Nova Verdade entrar em conflito com as antigas, que muitas pessoas at
agora acreditavam serem as verdadeiras. Assim, mesmo na democracia de
hoje, o povo estar dividido em dois grupos com os pontos de vista
diferentes de Caim e Abel, lutando entre si. No obstante, quando esta
Nova Verdade estabelecer uma base vitoriosa no mundo democrtico e
subjugar ainda mais a ideologia comunista, finalmente se realizar um s
mundo sob esta verdade nica.
Satans, conhecendo antecipadamente a providncia de Deus de dar aos
homens esta nova verdade para unific-los sob uma s ideologia,
apresentou uma ideologia falsa, imitando a verdadeira, em sua tentativa de
unificar toda a humanidade centralizando-se em si mesmo. Esta verdade
satnica o materialismo dialtico. O materialismo dialtico procura destruir
todo ser espiritual, estabelecendo sua prpria fundamentao racional. A
posio deste materialismo, tentando provar que Deus no existe, caiu no
estado de autodestruio, e adotou a lgica de negar a existncia do prprio
Satans. Ademais, Satans sabe muito bem que ele mesmo perecer na
consumao da histria (m). Apercebendo-se de seu fim inevitvel,
quando j no ser exaltado, levantou-se para negar Deus, com o risco de
sacrificar a si mesmo. Esta negao de fato o ncleo do materialismo
dialtico. Portanto, o lado celeste nunca poder escapar do ataque da
teoria de Satans, a menos que o mundo democrtico possa apresentar a
verdade que subjugue sua ideologia. Aqui se encontra a fundamentao
histrica na providncia da restaurao de que o lado celeste deve
proclamar a perfeita e absoluta verdade.

348 - PRINCPIO DIVINO

(2) Sumrio Providencial da Terceira Guerra Mundial


A Terceira Guerra Mundial ser aquela em que Deus tenciona restaurar,
como medida final desde que iniciou a providncia da restaurao, o mundo
ideal, fazendo com que o mundo democrtico subjugue o mundo comunista.
Do ponto de vista da providncia da restaurao: atravs da Primeira
Guerra Mundial, o lado celeste estabeleceu um fundamento democrtico no
nvel de formao, com a ampliao do territrio poltico e econmico,
adquirindo colnias em todo o mundo; atravs da Segunda Guerra Mundial,
o territrio do mundo democrtico se estabilizou, com o estabelecimento, em
nvel mundial, do fundamento democrtico no nvel de crescimento. Agora,
atravs da Terceira Guerra Mundial, devem construir o fundamento
democrtico no nvel de aperfeioamento, estabelecendo a perfeita viso da
vida de tipo Abel, de acordo com a nova verdade, e sobre este fundamento
devem conduzir toda a humanidade a um s mundo.
Por conseguinte, a Terceira Guerra Mundial a guerra final, em que o
lado celeste deve restaurar por indenizao, horizontalmente, na
consumao da histria, tudo que foi forado a entregar a Satans, depois
de ter procurado realizar a Vontade celeste fazendo os trs estgios de
prolongamento no curso histrico da providncia da restaurao.
(3) Causas da Terceira Guerra Mundial do Ponto de Vista da
Providncia da Restaurao
Como discutimos acima, a questo sobre se a Terceira Guerra Mundial
ser empreendida pela fora das armas ou por uma batalha ideolgica
uma questo que ser resolvida de acordo com o xito ou fracasso do
homem em cumprir sua prpria poro de responsabilidade na realizao da
providncia da restaurao de Deus. Contudo, seja qual for o tipo de
batalha a ser lutada, sem dvida alguma haver mais uma guerra mundial.
Ento, qual seria a causa interna da Terceira Guerra Mundial, do ponto de
vista da providncia da restaurao? Em primeiro lugar, para estabelecer,
mundialmente, a condio de indenizao, no nvel de aperfeioamento,
para restaurar as trs grandes bnos de Deus para o homem. Devido
falta de f do povo judeu, a providncia da restaurao centralizada em
Jesus foi realizada s espiritualmente. Por isso, Cristo deve voltar Terra
para restaurar, tanto espiritual como fisicamente, o mundo em que sejam
realizadas as trs grandes bnos de Deus. Por conseguinte, Satans
mais uma vez procura realizar o mundo fora do Princpio, segundo um
modelo semelhante ao mundo que o Senhor realizar no tempo do Segundo
Advento. Em conseqncia, no final da histria, ser realizado o mundo
fora do Princpio, no padro de ter restaurado as trs grandes bnos,
centralizando-se em um personagem segundo o modelo do Senhor do

349 - PRINCPIO DIVINO

Segundo Advento, no lado satnico. Por isso, o lado celeste deve


estabelecer, mundialmente, a condio de indenizao no nvel de
aperfeioamento para restaurar o mundo, tendo realizado as trs grandes
bnos centralizando-se em Deus, subjugando esse mundo centralizado
em Satans. Para esta finalidade, deve vir a Terceira Guerra Mundial.
Stalin foi o verdadeiro personagem no padro do Senhor do Segundo
Advento, no lado satnico. Em conseqncia, Stalin, como o personagem
no padro de ter aperfeioado sua individualidade no lado satnico, realizou
o padro de ter multiplicado filhos, fomentando os esforos combinados dos
agricultores, pescadores e operrios, em resistncia ao mundo democrtico.
Realizou tambm o padro de dominar todas as coisas estabelecendo a
poltica de tornar o mundo bolchevista, realizando assim o modelo das trs
grandes bnos. Por conseguinte, devemos saber que o mundo comunista
o mundo fora do Princpio, em que Satans tem procurado realizar o
mundo de coexistncia, coprosperidade e causa comum, que ser realizado
no futuro, centralizado em Deus.
Em segundo lugar, a Terceira Guerra Mundial vir para fazer com que os
homens do lado celeste venam, mundialmente, a terceira tentao de
Satans a Jesus. Por isso, centralizando-se na tentao que Jesus sofreu,
o lado celeste deve estabelecer a condio de indenizao para restaurar
mundialmente a terceira bno de Deus, conquistando a vitria na Terceira
Guerra Mundial.
Isto assim porque, como Jesus estabeleceu o
fundamento para restaurar o domnio sobre todas as coisas vencendo a
terceira tentao no deserto, o lado celeste deve restaurar a dominao do
homem sobre todo o mundo da criao obtendo vitria na Terceira Guerra
Mundial.
Em terceiro lugar, a Terceira Guerra Mundial deve vir para estabelecer o
fundamento, no nvel de aperfeioamento, para a restaurao da soberania.
Isto porque o lado celeste deve realizar o mundo ideal sob o princpio
macrocsmico, destruindo o mundo comunista e fazendo com que toda a
soberania retorne a Deus atravs da vitria na Terceira Guerra Mundial.
(4) Resultados da Terceira Guerra Mundial do Ponto de Vista da
Providncia da Restaurao
Deus inicialmente tencionava operar Sua providncia da restaurao
estabelecendo a Caim e Abel na famlia de Ado. No obstante, devido ao
assassinato de Abel por Caim, teve incio a histria pecaminosa da
humanidade. O trabalho de Deus de separar o bem do mal a fim de
restaurar a famlia de Ado por indenizao comeou no nvel individual.
Depois de ampliar-se atravs dos nveis de famlia, tribo, sociedade, raa e
nao, expandiu agora seu alcance ao nvel mundial. Deus se prope

350 - PRINCPIO DIVINO

restaurar por indenizao todo o curso providencial, que se tem prolongado


por trs estgios, conseguindo vitria nas trs guerras mundiais, que so as
obras finais da providncia da restaurao.
No incio, os primeiros antepassados humanos perderam o corao e o
sentimento para com Deus, tendo sido ludibriados pelas palavras da
tentao de Satans e, devido queda espiritual interna e queda fsica
externa, herdaram a linhagem de Satans. Por isso, a providncia da
restaurao ser realizada quando todos os homens decados estiverem
restaurados e herdarem a linhagem de Deus, restaurando seu corao e
sentimento para com Deus atravs de Suas palavras de vida, e recebendo a
salvao tanto espiritual como fsica (cf. Parte II, Captulo II, Seo III, 3{2}).
A vitria do lado celeste nestas trs guerras mundiais finalmente
possibilitar a realizao do mundo ideal originalmente planejado na
criao, que Deus tem procurado realizar atravs do longo perodo da
histria, desde a queda do homem, restaurando completamente, por
indenizao, todos os fundamentos para a providncia da restaurao.

351 - PRINCPIO DIVINO

CAPTULO VI

O Segundo Advento

Jesus falou claramente sobre o Segundo Advento (Mt 16.27). Mas ele
disse que ningum sabia daquele dia e daquela hora, nem mesmo os anjos
do cu (Mt 24.36). Por isso, at o presente, tem-se considerado temerrio
at mesmo tentar saber quando, onde e como vir o Senhor.
Examinando as palavras de Jesus: S o Pai sabe (Mt 24. 36), e o
versculo Certamente o Senhor Deus no faz coisa alguma sem revelar o
Seu segredo a Seus servos, os profetas (Am 3.7), podemos compreender
que Deus, que sabe o dia e a hora, certamente far com que Seus profetas
venham a saber todos os segredos com respeito ao Segundo Advento do
Senhor, antes de efetu-lo.
Por conseguinte, Jesus disse que o Senhor viria como um ladro (Ap 3.3),
ao passo que, em outra ocasio, disse que para os que estivessem na luz
ele no viria como um ladro (I Ts 5.4). Foi verdade que Jesus veio como
um ladro aos sumos sacerdotes e escribas, que estavam nas trevas mas,
para a casa de Joo Batista, que estava na luz, Deus revelou o nascimento
de Jesus de antemo. No tempo de seu nascimento, Ele revelou o fato aos
magos do Oriente, a Simo, a Ana e aos pastores. Ademais, Jesus advertiu
ao povo, dizendo-lhes que vigiassem sempre, orando, para que pudessem
ter fora para escapar de todas as coisas que haveriam de ocorrer, porque o
dia do Segundo Advento viria sobre eles repentinamente, como uma
armadilha; assim, evidente que Ele revelar isto de antemo aos santos
que esto na luz, para que se preparem para o dia da vinda do Senhor.
Mediante os exemplos que aparecem no curso da providncia da
restaurao, podemos ver que Deus sempre fez as coisas depois de ter
revelado de antemo os fatos a Seus profetas; por exemplo: o julgamento
no tempo de No; a destruio de Sodoma e Gomorra; e a vinda do
Messias. Portanto, evidente que, na segunda vinda do Senhor, Deus
falar aos que tiverem ouvidos para ouvir e olhos para ver, para que sejam

352 - PRINCPIO DIVINO

esclarecidos pelos santos sobre o que ocorrer, visto que Ele prometeu que
nos ltimos dias derramaria Seu Esprito
SEO I
Quando Voltar Cristo?
Chamamos o tempo do Segundo Advento do Senhor os ltimos Dias.
J esclarecemos, na Consumao da Histria Humana, na Parte I, que
estamos atualmente nos ltimos Dias. Em conseqncia, sabemos que
agora verdadeiramente o tempo para a vinda de Cristo. Vemos na histria
da providncia da restaurao que Jesus veio depois dos 2000 anos da
idade providencial da restaurao por indenizao. Por conseguinte, do
ponto de vista do princpio da restaurao por indenizao, podemos
entender que o Senhor vir no fim dos 2000 anos da idade providencial do
prolongamento da restaurao por indenizao (a Idade do Novo
Testamento), que restaura por indenizao o perodo anterior, por meio da
identidade de tempo substancial.
Como tratamos em detalhe com respeito Primeira Guerra Mundial, o
Kaiser Guilherme II, o personagem tipo Ado no lado de Satans, pereceu
com a derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial, e Stalin, o
personagem tipo Senhor do Segundo Advento no lado de Satans, realizou
o mundo do comunismo; este fato prefigurou que Cristo viria novamente e
restauraria por indenizao o mundo sob o princpio da coexistncia,
coprosperidade e causa comum. Conseqentemente, podemos entender
que o perodo para o Segundo Advento se iniciou logo aps a Primeira
Guerra Mundial.
SEO II
De Que Maneira Voltar Cristo?
1. PONTO DE VISTA REFERENTE BBLIA
Deus sempre revelou assuntos importantes com respeito Sua vontade
em parbolas e smbolos, de modo que, procurando o que viria no futuro,
qualquer pessoa pudesse entender a exigncia da idade da providncia de
Deus, de acordo com o grau de seu intelecto e espiritualidade (Jo 16.25).
Por isso, a Bblia tem causado o estabelecimento de muitos pontos de vista
diferentes, pelos vrios intrpretes. Esta a causa principal das divises
denominacionais. Conseqentemente, o mais importante de tudo o ponto
de vista do qual se interpreta a Bblia.
O assunto referente a Joo Batista apresenta um bom exemplo (cf. Parte
I, Captulo IV, Seo II, 3). J que temos encarado a Bblia, nesses 2000

353 - PRINCPIO DIVINO

anos depois de Jesus, do ponto de vista que Joo Batista havia realizado
sua responsabilidade, a Bblia, conseqentemente, parecia confirmar isto.
Mas, quando novamente consideramos a Bblia de um ponto de vista
diferente, podemos compreender claramente que Joo Batista falhou em
realizar sua responsabilidade (cf. Parte I, Captulo IV, Seo II, 3). Da
mesma maneira, j que temos encarado a Bblia do ponto de vista que o
Senhor deve vir sobre as nuvens, interpretando literalmente que a Bblia diz
isto, a Bblia se nos tem apresentado somente desse modo, at o presente.
Contudo, visto que absolutamente incompreensvel ao intelecto do homem
moderno que o Senhor venha sobre as nuvens, necessrio considerarmos
a Bblia em detalhe uma segunda vez, de um ponto de vista diferente, a fim
de entender o verdadeiro significado daquilo que a Bblia diz literalmente.
Propomos um novo ponto de vista na parte da Bblia que trata sobre Joo
Batista. Malaquias profetizou que Elias, que tinha subido ao cu, viria antes
do advento do Messias (Ml 4.5). Conseqentemente, o povo judeu do
tempo de Jesus acreditava que a prpria pessoa de Elias, que tinha antes
subido ao cu voltaria, e eles estavam aguardando o dia em que ele
desceria do cu. Mas, muito inesperadamente, Jesus disse que Joo
Batista, o filho de Zacarias (Lc 1.13), era Elias (Mt 11.14). Assim viemos a
saber, segundo o testemunho do prprio Jesus, que o segundo advento de
Elias se realizou pelo nascimento de Joo Batista, e no por sua vinda do
cu, como tinha esperado todo o povo judeu daquele tempo. Da mesma
maneira, embora muitos cristos at o presente tenham acreditado que
Jesus viria sobre as nuvens, no h fundamentao alguma para negar a
possibilidade que o Senhor nasa na carne sobre a Terra, no Segundo
Advento, tal como o cumprimento do segundo advento de Elias pelo que o
nascimento de Joo Batista nos demonstrou. Neste ponto devemos
considerar uma vez mais os numerosos testemunhos bblicos com respeito
ao Segundo Advento, do ponto de vista que o Senhor pode vir Terra
nascendo na carne.
No tempo da vinda de Jesus, muitos eruditos sabiam que o Messias
nasceria em Belm da Judia, como o descendente de Davi (Mt 2.5-6).
Mas, por outro lado, no difcil imaginar que havia muitos santos que
acreditavam que o Messias viria sobre as nuvens, de acordo com o
testemunho bblico que dizia: Eu estava olhando nas minhas vises da
noite, e eis que vinha nas nuvens do cu um como o filho do homem... (Dn
7.13). Por isso, o povo judeu, mesmo depois da crucifixo de Jesus,
levantou um movimento anticristo, dizendo que Jesus, nascido na carne
sobre a Terra, no podia ser o Messias. O apstolo Joo chamou de
anticristos todos aqueles que negavam que Jesus tinha nascido na carne,
dizendo:

354 - PRINCPIO DIVINO

"Pois levantaram-se no mundo muitos sedutores. que no confessam


que Jesus Cristo veio na carne. Este o sedutor e o anticristo". (II Jo 78)
H eruditos que insistem em que Daniel 7.13 a profecia do que
aconteceria na Segunda Vinda do Senhor. Contudo, na Idade do Velho
Testamento, Deus estava operando Sua providncia para realizar toda a
finalidade da providncia da restaurao com a vinda do Messias, como
podemos ver claramente pelas palavras: Porque todos os profetas e a lei
profetizaram at Joo... (Mt 11.13); e tambm: Pois o fim da Lei Cristo,
para a justificao de todo aquele que cr (Rm 10.4). Por conseguinte, a
situao era que ningum jamais podia imaginar a segunda vinda do
Messias, que tinha vindo uma vez, at que o prprio Jesus disse mais tarde
que o Senhor voltaria. Em conseqncia, nenhum judeu dos dias de Jesus
podia jamais pensar que a profecia de Daniel 7.13 se referia segunda
vinda do Messias. Portanto, o povo judeu desse tempo pensava que esta
profecia seria o que aconteceria na primeira vinda do Senhor. Deste modo,
mesmo no tempo da vinda de Jesus, havia muitos crentes que acreditavam
que o Senhor viria sobre as nuvens, com fundamentao bblica. Contudo,
Jesus realmente nasceu na carne, sobre a Terra, e nos vemos compelidos
por este conhecimento a estudar a Bblia do ponto de vista de que o Senhor
poder voltar da mesma maneira.
2.
O SEGUNDO ADVENTO DO SENHOR SER REALIZADO POR
SEU NASCIMENTO NA TERRA
Lemos na Bblia (Lc 17.25) que Jesus, prevendo o que ia acontecer no
Segundo Advento do Senhor, disse: Mas, antes ele deve padecer muito e
ser rejeitado por esta gerao. Se o Senhor voltasse, como diz literalmente
a Bblia, sobre as nuvens do cu, na glria de Deus, com o toque de
trombeta do arcanjo (Mt 24.30-31), haveria homem algum que no serviria e
exaltaria ao Senhor que viera de tal maneira, por mais pecaminosa que
fosse esta gerao? Por isso, se o Senhor viesse sobre as nuvens, jamais
poderia suceder que ele viesse a sofrer muitas coisas e ser rejeitado por
esta gerao.
Por que, ento, disse Jesus que o Senhor seria to desprezado no tempo
do Segundo Advento? O povo judeu do tempo de Jesus esperava o dia em
que Elias voltaria do cu, antes do Messias. Conseqentemente Jesus, que
era aparentemente insignificante, apareceu subitamente como o Messias, tal
como um ladro, quando o povo judeu ainda no tinha ouvido a notcia da
vinda de Elias. Por isso, eles desprezaram e maltrataram a Jesus (cf. Parte
I, Captulo IV, Seo II, 2). Jesus, que sabia porque estava em tal situao,
previu que se, no Segundo Advento, o Senhor nascesse como um homem e

355 - PRINCPIO DIVINO

aparecesse como um ladro aos cristos que, esperando o Messias,


estariam olhando somente para o cu, como fizeram os judeus na vinda de
Jesus, o Filho do homem seria novamente condenado como herege e
sofreria muitas aflies. Portanto, Jesus disse que o Senhor seria rejeitado
por esta gerao. Em conseqncia, devemos saber que este versculo
bblico seria cumprido somente se Cristo viesse novamente na carne, e
jamais se ele viesse sobre as nuvens.
Lemos tambm em Lucas 18.8 que Jesus disse:

"Digo-vos: Far-lhe- justia prontamente. Mas, quando vier o Filho do


homem, encontrar f na terra?"
Por que haveriam os santos de cair em incredulidade tal que no se
poderia encontrar f, mesmo que o Senhor aparecesse nas nuvens, na
glria de Deus, com o toque de trombeta do arcanjo? Este versculo
tambm jamais poderia cumprir-se se o Senhor viesse sobre as nuvens.
Recordemos a situao nos dias de Jesus. O povo judeu acreditava que o
Messias nasceria como seu Rei em Belm (Mt 2.6), somente depois que
Elias descesse do cu. Entretanto, embora Elias ainda no tivesse vindo,
um jovem, nascido e criado como o filho de um carpinteiro em Nazar,
apareceu repentinamente, chamando a si mesmo de Messias.

compreensvel que no se encontrou entre os judeus ningum to devoto


que o seguisse com o risco de sua vida. Jesus, que se afligia com tal
situao, lamentava-se desta maneira, prevendo que quando o Senhor
aparecesse novamente na Terra em carne, o povo cairia tambm na
incredulidade, a tal ponto que no se encontraria nada de f, como no caso
do povo judeu, porque no Segundo Advento todos os santos estariam
tambm olhando somente para o cu, crendo que Cristo voltaria sobre as
nuvens. Por conseguinte, as palavras de Jesus em Lucas 18.8 nunca
poderiam cumprir-se a menos que Cristo nasa na Terra.
Entretanto, h alguns eruditos que interpretam este versculo dizendo que
esta situao ocorrer porque as tribulaes que os santos dos ltimos Dias
sofrero sero to cruis, que todos eles sero levados a cair na
infidelidade. Mas, no curso da restaurao, nenhuma tribulao pode
jamais obstruir o caminho da f dos santos. Ento, como ser ela diminuda
nos ltimos Dias, quando os santos passaro pela ltima barreira da f?
Devemos entender que a realidade de nossa vida de f que quanto mais
cruis so nossas tribulaes e provaes, tanto maior o ardor de nossa
busca de Deus e da graa salvadora do cu.
Lemos tambm (Mt 7.22-23) que Jesus disse:

"Muitos me diro naquele dia Senhor, Senhor! no profetizamos ns em


teu nome, e em teu nome no expulsamos os demnios, e em teu nome

356 - PRINCPIO DIVINO

no fizemos muitos milagres? Ento lhes direi: Nunca vos conheci;


apartai-vos de mim, obreiros da iniqidade."
Ser que os santos, com f to boa que podem fazer milagres e sinais em
nome do Senhor, no haveriam de seguir e servir ao senhor tambm
quando ele vem sobre as nuvens em grande glria? Por que, ento, disse
Jesus que seriam rejeitados pelo Senhor, de tal modo? Se santos de f to
devota forem rejeitados pelo Senhor, no haver santo algum, nos ltimos
Dias, que possa ser salvo. Conseqentemente, isto tambm nunca seria
cumprido se o Senhor viesse sobre as nuvens.
Mesmo nos dias de Jesus, deve ter havido muitos santos cuja f era to
ardente que podiam realizar milagres e sinais. Contudo, o povo, que
acreditava que Elias viria primeiro do cu antes do Messias, no reconheceu
a Joo Batista como o Elias que tinham esperado por tanto tempo (Jo 1.21);
e rejeitaram at mesmo o Messias, que j tinha vindo. Por isso, Jesus
tambm teve que rejeit-los, com lgrimas. Da mesma maneira, no tempo
do Segundo Advento, os santos que tiverem a f que o Senhor vir sobre as
nuvens certamente tambm rejeitaro o Senhor nascido na Terra. Por isso,
Jesus disse que por mais fervorosos que os santos tenham sido em sua f,
seriam rejeitados como obreiros da iniqidade pelo Senhor.
A viso sobre a consumao, registrada em Lucas 17.20, tambm no
poderia ser cumprida, se Cristo voltasse sobre as nuvens.
Conseqentemente, os seguintes versculos bblicos podem ser
completamente interpretados somente sob a premissa de que o Senhor
nascer na Terra. Estudemos ento detalhadamente o contedo destes
versculos.
O Reino de Deus no vir de um modo ostensivo (Lc 17.20). Se o
Senhor vem sobre as nuvens, o Reino de Deus viria de um modo ostensivo.
Contudo, mesmo no tempo de Jesus, era verdade que o Reino j tinha vindo
com o nascimento de Jesus, mas o povo judeu, que acreditava e esperava
que Elias voltasse do cu, no pde crer em Jesus e no conseguiram ver o
Reino, que finalmente havia chegado. Da mesma maneira, no tempo do
Segundo Advento, o Reino de Deus vir com o nascimento do Senhor na
Terra, mas os cristos que crem que ele voltar sobre as nuvens no
acreditaro no Senhor, que ter voltado na carne, na Terra, e assim no
podero ver o Reino.
O Reino de Deus est no meio de vs (Lc 17.21). No tempo de Jesus,
aqueles que acreditaram que ele era o Messias e que o seguiram e o
serviram j tinham realizado o Reino de Deus em seus coraes. Da
mesma maneira, em seu Segundo Advento, o Senhor nascer na Terra.
Por isso, centralizando-se naqueles santos que o reconhecero e serviro
primeiro, o Reino do Cu ser realizado primeiro em seus coraes, e

357 - PRINCPIO DIVINO

quando tais indivduos aumentarem em nmero, formando sociedades e


naes, o Reino de Deus aparecer gradativamente como um mundo com
sinais ostensivos. Portanto, devemos saber que o Senhor no vir sobre as
nuvens, realizando repentinamente um ostensivo Reino de Deus.
Desejareis ver um s dia do Filho do homem, e no o vereis (Lc 17.22).
Se o Senhor vier sobre as nuvens, com o toque de trombeta do arcanjo,
todos o vero, de forma que no haver motivo para que eles no vejam o
dia do Filho do homem. Por que, ento, disse Jesus que eles no veriam o
dia do Filho do homem? Na vinda de Jesus, o dia do Filho do homem j
tinha vindo, com seu nascimento na Terra, mas o povo judeu, que caiu na
infidelidade, no viu o dia. Da mesma maneira, no tempo do Segundo
Advento, o dia do Filho do homem vir com seu nascimento na Terra, mas
os cristos, que crem que o Senhor vir sobre as nuvens, no acreditaro
nele nem o seguiro como Messias, embora possam ver ao Senhor.
Portanto, verdade que, embora o dia do Filho do homem possa j ter
vindo, eles no podero ver esse dia como o dia.
Ento vos diro: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali. No deveis sair nem os seguir
(Lc 17.23). Como j tratamos na Ressurreio, os santos dos ltimos
Dias, cujos padres espirituais tiverem atingido certo ponto, recebero a
revelao que diz: Voc o Senhor, mas, se no conhecerem o princpio
de como vieram a receber tal revelao, cada um chamar a si mesmo de
Senhor do Segundo Advento, tornando-se assim um anticristo antes que
venha o Senhor. Por isso, Jesus advertiu o povo com tais palavras, para
que no fossem tentados por tais pessoas.
Como o relmpago, reluzindo numa extremidade do cu, brilha at a
outra, assim ser com o Filho do homem no seu dia (Lc 17.24). Quando
Jesus nasceu, a notcia de que o rei dos judeus tinha nascido chegou at ao
rei Herodes no mundo satnico, e toda a Jerusalm se perturbou, como diz
a Bblia (Mt 2.2-3). No tempo do Segundo Advento, a notcia da vinda de
Cristo ser transmitida entre o Oriente e o Ocidente com a rapidez do brilho
de um relmpago, porque, nesse tempo, os meios de transporte e
comunicao estaro altamente desenvolvidos.
J discutimos anteriormente o versculo Lucas 17.25.
Como ocorreu nos dias de No, acontecer do mesmo modo nos dias do
Filho do homem (Lc 17.26). No, que sabia que o julgamento pelo dilvio
se aproximava, chamou o povo ao arrependimento, mas eles no quiseram
ouvi-lo, e finalmente foram todos destrudos. Da mesma maneira, Cristo
voltar na carne sobre a Terra e chamar o povo para que venha para a
arca da verdade. No obstante, os santos que esto olhando s para os
cus, esperando que o Senhor venha sobre as nuvens, no daro ouvidos
s palavras que vm dele na Terra; rejeitando-o como herege, cairo todos

358 - PRINCPIO DIVINO

na posio de terem falhado em servir vontade da providncia de Deus, tal


como falhou o povo nos dias de No.
Todo aquele que procurar salvar a sua vida, perde-la-, mas todo o que a
perder, encontra-la- (Lc 17.33).
No haveria motivo algum para
arriscarmos nossas vidas, se o Senhor viesse novamente sobre as nuvens
de glria, com o toque de trombeta do arcanjo. Visto que Cristo voltar
nascendo na carne na Terra, ele parecer herege aos santos que crem
que ele voltar sobre as nuvens. Por conseguinte, todo aquele que
acreditar nele e o seguir ter que arriscar a sua vida. Quando uma pessoa
estiver disposta a acreditar nele e segui-lo com tal resoluo, preservar a
sua vida; mas aqueles que o rejeitarem como herege, em cooperao com
circunstncias desfavorveis, virando as costas para ele em busca da vida
presente, cairo nas trevas da morte.
Onde estiver o cadver, ali se ajuntaro tambm as guias (Lc 17.37).
Assim respondeu Jesus aos Fariseus que lhe tinham perguntado acerca do
lugar do Segundo Advento. Lembrando-nos que uma ave de rapina pousou
sobre o pombo no dividido pelo meio no altar de Abrao (Gn 15.11). Isto
indica que Satans est sempre procurando uma oportunidade para tomar
qualquer coisa que no esteja santificada. Portanto, esta ltima resposta de
Jesus significa que, assim como os maus espritos se ajuntaro onde houver
um corpo de morte, o Senhor, que a fonte da vida, vir onde houver vida.
Isto significa que o Senhor aparecer entre os santos devotos. Como j foi
tratado na Ressurreio, no tempo do Segundo Advento do Senhor muitos
santos devotos se ajuntaro em um lugar, pela cooperao de muitos
homens espirituais. Este ser o lugar de vida, onde aparecer o Senhor.
Na primeira vinda, Jesus nasceu entre o povo eleito, que tinha servido a
Deus da melhor maneira possvel, e apareceu como o Messias
principalmente entre seus discpulos, que acreditavam nele e o seguiam.
Com relao ao fato de que Cristo voltar por seu nascimento na carne,
na Terra, a Bblia diz: Ela deu luz um filho varo, que havia de reger todas
as naes com vara de ferro, mas seu filho foi arrebatado para junto de
Deus e do Seu trono (Ap 12.5). Vara de ferro aqui significa a palavra de
Deus, com a qual ser julgado o mundo pecaminoso e ser restaurado o
Reino de Deus na Terra. Como estudamos em detalhe na Consumao da
Histria Humana, o julgamento pelo fogo o julgamento pela lngua, isto ,
o julgamento por palavras (Tg 3.6). Por isso, est escrito que as palavras
que Jesus falou sero o juiz do homem nos ltimos Dias (Jo 12.48); que
pela mesma Palavra, os cus e a terra que agora existem foram reservados
para o fogo (II Pe 3.7); e que o Senhor Jesus matar o inquo com o sopro
de sua boca (II Ts 2.
8).
Por conseguinte, a vara de ferro
verdadeiramente a vara da boca de Jesus. o sopro de seus lbios e sua
lngua, ou a palavra mesma que Jesus fala (Is 11.4). por essa razo que

359 - PRINCPIO DIVINO

est escrito: Ele as reger com vara de ferro, como se quebra um vaso de
argila (Ap 2.27). Diz-se claramente que este filho varo nasce de uma
mulher e arrebatado para junto de Deus e do Seu trono. Ora, quem
poderia ser o filho varo que nasce de uma mulher com o qualificativo de
assentar-se no trono de Deus, e que reger todas as naes com as
palavras de Deus? Este s pode ser o Senhor do Segundo Advento, que h
de nascer na Terra como Rei dos reis, e que realizar o Reino de Deus na
Terra.
At o presente, tem havido muitas pessoas que interpretam a mulher no
versculo bblico mencionado acima (Ap 12.5) como a Igreja. Eles s
podiam interpret-la como a igreja, procurando interpretar este versculo
bblico sob a premissa de que Cristo viria sobre as nuvens. Em uma
passagem seguinte, O resto da sua descendncia (Ap 12.17) significa
aqueles que do testemunho do Senhor, crendo nele; isto , os santos, na
qualidade de filhos adotivos (Rm 8,23).
Com respeito ao segundo advento do Senhor, alguns eruditos crem que
seu segundo advento quando Jesus vem por meio do Esprito Santo (At
8.16-17), para viver em nossos coraes individuais (Jo 14.20). Nesse
caso, j que Jesus tem estado presente no corao de qualquer crente fiel
desde o tempo da vinda do Esprito Santo no Pentecostes at o presente,
devemos crer que, se este de fato o segundo advento, ento ele j
aconteceu no remoto passado, h 2000 anos atrs.
Algumas denominaes crists crem que Jesus vir novamente em um
corpo espiritual. Contudo, imediatamente depois de sua ressurreio do
sepulcro, trs dias depois de sua morte, ele visitou seus discpulos,
assumindo a mesma aparncia, que tinha em sua vida mortal (Mt 28.9); e
desde esse tempo at o presente, ele tem livremente visitado e ensinado, a
qualquer momento, qualquer crente com alto nvel espiritual.
Por
conseguinte, devemos pensar que este tipo de Segundo Advento tambm
se realizou h 2000 ano atrs. Se este fosse o Segundo Advento, no seria
necessrio esperarmos de novo o dia do Segundo Advento, como o dia
histrico de nosso maior desejo.
Do fato que os discpulos de Jesus esperavam o dia da Segunda Vinda,
embora pudessem encontrar-se com ele em esprito a qualquer momento,
sabemos que eles no encaravam o Segundo Advento, que ansiosamente
aguardavam, com sua volta em corpo espiritual. Jesus disse: Certamente
venho em breve (Ap 22.20), ao apstolo Joo, a quem ele freqentemente
visitava em esprito. Joo, ao ouvir isto, respondeu-lhe: Amm, vem,
senhor Jesus! Vemos aqui que o prprio Jesus expressou muito bem que
sua vinda em corpo espiritual no era o Segundo Advento, e evidente que
o apstolo Joo tampouco considerava sua apario em esprito como o

360 - PRINCPIO DIVINO

Segundo Advento. Assim, visto que o Segundo Advento no a volta de


Jesus em um corpo espiritual, um fato inegvel que Cristo deve voltar na
carne, tal como na primeira vinda.
Como ficou afirmado em detalhe no Princpio da Criao, Deus criou tanto
o mundo invisvel como o visvel, e criou o homem para ter esprito e corpo,
para que ele dominasse os dois mundos, de acordo com suas palavras de
bno. No obstante, devido queda de Ado, o homem no desfrutou do
domnio sobre estes dois mundos. Por isso, a criao, que tinha perdido o
dominador, veio a aguardar ansiosamente a manifestao dos filhos de
Deus, que a possam dominar (Rm 8.19-22). Por isso Jesus, tendo vindo
como um dominador perfeito destes dois mundos, na qualidade de um Ado
aperfeioado (I Co 15.27), tencionava fazer com que todos os seus santos
(os crentes) se tornassem dominadores sobre toda a criao, fazendo-os
um s corpo consigo mesmo, enxertando-os em si mesmo (Rm 11.17). No
obstante, devido rebelio do povo judeu contra ele, o corpo fsico de Jesus
foi entregue s mos de Satans como a condio de resgate para a
restaurao dos judeus e de toda a humanidade de volta ao seio de Deus;
seu corpo foi invadido por Satans. Naturalmente, a salvao fsica da
humanidade ficou sem se realizar, e Jesus morreu prometendo que ela seria
realizada quando o Senhor voltasse (cf. Parte I, Captulo IV, Seo I, 4).
Portanto, at o presente jamais houve homem algum que, tendo se tornado
perfeito tanto espiritual como fisicamente na Terra, pudesse ajudar a
harmonizar o mundo invisvel e o mundo visvel, dominando a ambos.
Em conseqncia, o Senhor, que h de vir como um perfeito ser
substancial, perfeito de acordo com esse padro, no vir apenas em um
corpo espiritual. Como na vinda de Jesus, deve vir como um homem
aperfeioado tanto espiritual como fisicamente. Fazendo com que toda a
humanidade se torne um s corpo consigo, enxertando-os a si, tanto
espiritual como fisicamente (Rm 11.17), deve fazer com que eles se tornem
perfeitos tanto espiritual como fisicamente, fazendo-os capazes de dominar
tanto o mundo invisvel como o visvel.
Jesus, restaurando o Reino de Deus na Terra, devia ter-se tornado o
Verdadeiro Pai da humanidade restaurada e o Rei do Reino na Terra (Is 9.6,
Lc 1.31-33). No obstante, ele no pde cumprir esta Vontade devido
incredulidade do povo; morreu na cruz, prometendo que o Senhor voltaria
mais tarde e certamente a cumpriria. Conseqentemente, no Segundo
Advento, ele deve realizar o Reino de Deus na Terra, como era a inteno
na vinda de Jesus, e tornar-se o Verdadeiro Pai da humanidade, e tambm
o Rei do Reino. Naturalmente, tambm no Segundo Advento o Senhor deve
nascer na carne sobre a Terra como na primeira vinda.
Ademais, a redeno do pecado do homem possvel somente por meio
da vida na Terra (cf. Parte I, Captulo I, Seo VI, 3 [2]). Para realizar a

361 - PRINCPIO DIVINO

finalidade da redeno Jesus tinha vindo como homem. Contudo, visto que
a salvao pela cruz de Jesus apenas espiritual, o pecado original ainda
permanece inerente em nosso corpo fsico. Por isso Cristo deve voltar para
completar a salvao fsica. Em conseqncia, o Senhor vir na carne, tal
como na vinda de Jesus, porque ele no poderia alcanar este objetivo se
viesse novamente apenas em um corpo espiritual. J esclarecemos
anteriormente, de muitas maneiras, que o Senhor deve vir na carne, no
Segundo Advento, tal como na vinda de Jesus, e no em um corpo
espiritual.
Se o Senhor voltasse em um corpo espiritual, seria ilgico que o corpo
espiritual, que pode ser visto s por olhos espirituais, sendo transcendente
de tempo e espao, viesse sobre as nuvens, que so uma espcie de
material. Ademais, se que o Segundo Advento ser certamente realizado
no em um corpo espiritual mas na carne, onde tem estado o Senhor no ar
com um corpo fsico, e como poderia vir sobre as nuvens? Com respeito a
esta questo, poder-se-ia perguntar que milagre seria impossvel a Deus,
todo-poderoso e onipresente, realizar. Contudo, Deus no pode ignorar as
leis que Ele estabeleceu. Conseqentemente, Deus nem necessita nem
pode operar Sua providncia em tal forma fora do Princpio, que Cristo,
voltando na carne, igual nossa, venha sobre as nuvens, depois de ter
esperado no ar, entre outros mundos diferentes da Terra. Baseados nas
provas com as quais at agora tratamos, podemos admitir, sem dvida
alguma, que o segundo advento do Senhor realizar-se- por seu nascimento
na carne, sobre a Terra.
3.
O QUE SIGNIFICA A PASSAGEM BBLICA QUE DIZ QUE CRISTO
VIR SOBRE AS NUVENS?
J que o segundo advento do Senhor deve ser realizado por um
nascimento na Terra, devemos saber o significado da passagem bblica que
diz que ele vir sobre as nuvens. Para sabermos isto, devemos primeiro
entender o significado da palavra nuvem. Lemos em Apocalipse 1.7:

"Ei-lo que vem com as nuvens, e todo olho o ver, tambm os que o
traspassaram; e todas as raas da terra se lamentaro por causa dele.
Sim, amm."
Por meio disto sabemos que todos os homens certamente vero Cristo
voltar. Entretanto, no tempo em que Estevo foi martirizado, s os santos
cujos olhos espirituais estavam abertos puderam ver a Jesus sentado
direita de Deus (At 7.55). Por conseguinte, se Jesus, que est no mundo
espiritual, viesse em um corpo espiritual, como ele agora, seria visto s
por aqueles cujos olhos espirituais esto abertos; assim nunca aconteceria
que todo olho veria Cristo voltar. Por conseguinte, podemos entender que a
Bblia diz que todo olho ver o Senhor, justamente porque ele vir na carne.

362 - PRINCPIO DIVINO

O Senhor, na carne, no pode vir sobre as nuvens, de forma que as


nuvens certamente so simblicas.
A mesma passagem bblica prossegue dizendo que aqueles que o
traspassaram tambm o veriam. Os que traspassaram Jesus foram os
soldados romanos de seus dias. Contudo, aqueles soldados romanos,
claro, no podem ver o Senhor voltando. Isto assim porque, se os
soldados romanos forem capazes de ver o Senhor voltando Terra, eles
devem estar ressuscitados, mas est escrito em Apocalipse 20.5 que
aqueles que ressuscitaro no tempo do segundo advento do Senhor so
apenas aqueles que participaro da primeira ressurreio, e o resto dos
mortos no tornaro vida at que terminem os mil anos (o milnio).
Portanto, devemos interpretar os que o traspassaram como uma parbola,
considerando-a como o apelativo para aqueles que, tendo acreditado que
Cristo voltaria sobre as nuvens, ho de desprez-lo e persegui-lo quando
ele voltar, de maneira muito inesperada, atravs de um nascimento fsico na
Terra. Se os que o traspassaram deve ser interpretado como uma
parbola, deste modo, no h motivo algum por que no podemos
interpretar a palavra nuvens, na mesma passagem, tambm como uma
parbola.
Com que, pois, se compara a palavra nuvens? Nuvens denota aquilo
que se evapora (purifica) da gua suja sobre a terra. A gua simboliza o
homem decado (Ap 17.15). Podemos ento entender que as nuvens
significam os santos devotos, cujas mentes esto sempre no Cu, e no na
terra, completamente renascidos da raa decada dos homens. Ademais,
nuvem se usa freqentemente, na Bblia ou nos clssicos, como uma
palavra que representa uma multido (Hb 12.1). Podemos ver que esta
palavra tambm usada desse modo, at hoje, nos idiomas tanto do
Oriente como do Ocidente. A coluna de nuvens durante o dia, que conduziu
os israelitas no curso de Moiss, representava Jesus, que devia vir mais
tarde como o lder da mesma nao; a coluna de fogo durante a noite
representava o Esprito Santo, que, como o objeto de Jesus, devia guiar os
israelitas atravs do fogo da inspirao. Pelo dito acima, sabemos que a
vinda de Cristo sobre as nuvens significa que ele aparecer como o guia
dos cristos, o segundo Israel, entre um grupo de santos renascidos. Como
j estudamos em detalhe, quando Jesus respondeu pergunta dos Fariseus
com respeito a onde o Senhor voltaria (Lc 17.37), ao dizer que onde estiver
o cadver ali se ajuntaro as guias, queria dizer que o Senhor viria ao lugar
onde os santos devotos estariam reunidos, o que significa a mesma coisa
que a vinda sobre as nuvens.
Se interpretarmos a nuvem como uma parbola, podemos tambm
afirmar que o Senhor veio sobre as nuvens no tempo do primeiro advento.
O motivo que, embora Jesus tenha de fato nascido na Terra, ele

363 - PRINCPIO DIVINO

certamente era o que veio do Cu, sob o ponto de vista de seu significado e
valor, tal como diz a Bblia: O primeiro homem (Ado), tirado da terra,
terreno; e segundo homem (Jesus) do cu (I Co 15.47); Ningum subiu
ao cu seno aquele que desceu do cu, o Filho do homem (Jo 3.13). Esta
a razo pela qual se acreditava que o Senhor viria sobre as nuvens,
mesmo na primeira vinda (Dn 7,1 3).
4.
POR QUE DISSE JESUS QUE O SENHOR VIRIA SOBRE
NUVENS?

AS

H duas razes pelas quais Jesus predisse que o Senhor viria sobre as
nuvens. Primeiro, era para impedir as iluses dos anticristos. Se tivesse
sido esclarecido que Cristo viria sobre a Terra em carne, no se poderia
evitar, de modo algum, a confuso causada pelas iluses de muitos
anticristos. Visto que Jesus apareceu como o Messias em uma posio de
vida pobre e humilde, qualquer homem humilde que tivesse alcanado certo
nvel espiritual podia surgir, chamando a si mesmo o Senhor do Segundo
Advento, deslumbrando assim o mundo inteiro em um grande engano. Mas,
felizmente, esta espcie de confuso tem sido evitada porque todos os
crentes, sabendo que Cristo viria sobre as nuvens, tem olhado para o cu.
Contudo, j que agora o tempo est completo, Deus certamente nos dir, de
modo claro e direto, que Cristo nascer de novo na Terra.
Segundo, era para incentivar os santos que estavam andando pelo difcil
caminho da f nesse tempo. H outros numerosos exemplos em que Jesus
disse coisas, de uma maneira tal que pareciam ilgicas, com a finalidade de
incentivar os santos a cumprir a vontade de Deus o mais rpido possvel.
Para dar exemplos, Jesus, com o fim de fazer com que seus discpulos
cressem que a Segunda Vinda se cumpriria imediatamente, disse: ... pois,
em verdade vos digo: no acabareis de percorrer as cidades de Israel antes
que volte o Filho do homem (Mt 10.23). Alm disso, quando Jesus falou
para Pedro de seu martrio prximo, este perguntou a Jesus que seria do
discpulo Joo; Jesus ento replicou: Que te importa se eu quero que ele
fique at que eu venha? (Jo 21.18-22). De acordo com estas palavras de
Jesus, alguns de seus discpulos aguardavam o Segundo Advento, que,
segundo acreditavam, podia acontecer durante a vida de Joo. Em outra
ocasio, Jesus disse: Em verdade vos digo: h alguns entre os presentes
que no provaro a morte sem que tenham visto o Filho do homem voltar
em seu Reino (Mt 16.28), o que fez com que seus discpulos pensassem
que eles podiam ver o Senhor vir de novo no tempo de sua vida.
Deste modo, Jesus falou como se o Senhor viesse muito em breve; isto
estimulou tanto a seus discpulos, que, mesmo sob a opresso do Imprio
Romano e a perseguio do judasmo, estavam todos cheios do Esprito
Santo (At 2.1-4), e assim puderam fundar a Igreja Crist primitiva, tudo

364 - PRINCPIO DIVINO

baseado em uma ardente esperana do Segundo Advento, que acreditavam


estar iminente. Foi tambm com o fim de estimular e incentivar os santos,
que estavam sob cruis tribulaes, que ele lhes disse que viria sobre as
nuvens do cu, no poder e glria de Deus, com toque de trombeta do
arcanjo, e realizaria todas as coisas como um relmpago.
SEO III
Onde voltar Cristo?
J que Cristo h de nascer como homem, em carne sobre a Terra, e no
voltar em um corpo espiritual, ele certamente nascer em certa nao dos
eleitos de Deus, em algum lugar da predestinao de Deus.
Onde, ento, seria o lugar da predestinao, e que nao seria a eleita de
Deus?
1.

VOLTAR CRISTO ENTRE O POVO JUDEU?

Alguns cristos crem que Cristo voltar entre o povo judeu, baseados
em passagens bblicas. No tempo do Segundo Advento, o nmero dos
selados seria cento e quarenta e quatro mil dentre todas as tribos dos filhos
de Israel (Ap 7.4); Jesus disse a seus discpulos: ... pois, em verdade vos
digo: no acabareis de percorrer as cidades de Israel antes que volte o Filho
do homem (Mt 10.23). Jesus disse queles que o ouviam, Em verdade
vos digo: h alguns, entre os presentes, que no provaro a morte, sem que
tenham visto o Filho do homem voltar em seu Reino (Mt 16.28). Contudo,
eles vieram a pensar daquele modo porque no conheciam a providncia
fundamental de Deus.
Em outra ocasio (Mt 21.33-34), Jesus claramente indicou, em sua
parbola da vinha, que o Senhor no voltaria para a nao que o
perseguisse e matasse, mas tiraria deles o Reino de Deus (a herana) e o
daria nao que produzisse seus frutos (no tempo de seu Segundo
Advento). Nesta parbola de Jesus, o dono da vinha significava Deus; a
vinha, a herana de Deus; os vinhateiros, a nao escolhida de Israel,
encarregada da herana de Deus; os servos, Seus profetas; o filho do dono,
Jesus; e outra nao que produza seus frutos, certa nao que seja capaz
de realizar a vontade de Deus, recebendo e servindo ao Senhor do Segundo
Advento.
Por que, ento, disse Jesus que o Senhor viria de novo aos filhos de
Israel? Para esclarecermos esta questo, estudemos primeiro o que
realmente significa a palavra Israel.
Israel um nome que significa ele prevaleceu, que Jac recebeu do
anjo do Senhor, depois de ter prevalecido na luta contra o anjo no vau do

365 - PRINCPIO DIVINO

Jaboque, o que ele fez com o fim de estabelecer a posio de Abel para a
oferta substancial (Gn 32.28). Jac, obtendo xito na oferta substancial
depois de ter estabelecido a posio de Abel, conseguiu estabelecer o
fundamento para o Messias em nvel de famlia.
Por isso, seus
descendentes, que herdaram esta Vontade sobre esse fundamento, so
chamados Israel. O eleito de Deus, Israel, significa o povo de Deus, que
triunfou na f, e no significa necessariamente os descendentes lineares de
Jac.
por isso que Joo Batista disse aos judeus: No digais dentro de vs:
Ns temos a Abrao por Pai! Pois eu vos digo, Deus poderoso para
suscitar destas pedras filhos a Abrao (Mt 3.9). Paulo disse: No
verdadeiro judeu aquele que o exteriormente, nem verdadeira circunciso
a que aparece exteriormente na carne. Mas judeu aquele que o
interiormente, e verdadeira circunciso a do corao, segundo o esprito, e
no segundo a letra (Rm 2.28-29). Outra vez, ele testificou, dizendo: Nem
todos os que descendem de Israel so verdadeiros israelitas (Rm 9.6).
Estas foram palavras de Paulo para repreender aos judeus, que se
orgulhavam de ser a nao escolhida, porque eram descendentes lineares
de Abrao, embora no vivessem de acordo com a vontade de Deus.
Por isso, pode-se dizer que os descendentes de Jac tinham sido o povo
escolhido de Israel por ocasio de sua sada do Egito, mas j no eram
Israel quando se rebelaram contra Deus no deserto. Por conseguinte,
Deus os abandonou a todos para perecerem no deserto, e conduziu para
Cana s aqueles de seus descendentes que seguiram a Moiss, como o
verdadeiro Israel. Dentre os descendentes que entraram na terra de Cana,
os do Reino do Norte, que era formado das dez tribos que se rebelaram
contra Deus, pereceram, porque j no eram a nao escolhida de Israel;
somente o Reino do Sul, Jud, que era formado das duas tribos que
seguiam a vontade de Deus, que pde, como o verdadeiro povo escolhido
de Israel, receber a Jesus. No obstante, estes judeus tambm perderam
completamente seu qualificativo de povo escolhido, quando crucificaram a
Jesus. Quem, ento, seria o povo escolhido de Israel, depois da morte de
Jesus na cruz? So os cristos devotos que, adotando a f de Abrao,
herdaram a misso que os descendentes lineares dele no cumpriram. Por
conseguinte, a Bblia esclareceu que o centro da providncia da restaurao
de Deus foi transferido dos israelitas para os gentios (At 13.46), dizendo:
Atravs da transgresso deles (dos judeus), a salvao veio para os
gentios, de modo que eles foram incitados emulao (Rm 11.11). Por
conseguinte, podemos entender que o povo escolhido de Israel, que deve
estabelecer o fundamento para o Messias do Segundo Advento, no
formado dos descendentes lineares de Abrao, mas sim de cristos
devotos, que adotaram a f de Abrao.

366 - PRINCPIO DIVINO

2.

CRISTO VOLTAR EM UMA NAO ORIENTAL

Como disse Jesus em Mateus 21.33, em uma parbola, o povo judeu, ao


entregar Jesus cruz, caiu na posio dos vinhateiros que mataram o filho
do dono da vinha. Qual nao, pois, ser a sucessora da herana de Deus,
tirada do povo judeu, e produzir seus frutos? A Bblia nos ensina que esta
nao est no Oriente.
Lemos na Bblia (Ap 5.1) que direita de Deus havia um livro, escrito por
dentro e por fora, selado com sete selos; ... e ningum, nem no cu, nem
na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro ou olhar nele, e Joo,
vendo aquilo, chorou muito. Ento o Cordeiro foi e tomou o livro da destra
dAquele que se assentava no trono (Ap 5.7) e abriu cada um dos sete selos
(Ap 6.1).
Lemos o relato que Jesus abriu o sexto selo (Ap 6.12) e, como uma cena
intermediria antes da abertura do ltimo selo, vem um relato em Apocalipse
7. A Bblia continua dizendo, em Apocalipse 7.2-4, que outro anjo subiu do
oriente, com o selo do Deus vivo, e selou os servos escolhidos de Deus em
suas frontes, e o nmero dos selados era de cento e quarenta e quatro mil.
Est tambm escrito que l estava o Cordeiro, o Senhor, e com ele cento e
quarenta e quatro mil que tinham sido selados (Ap 14.1).
Destes versculos bblicos podemos saber que Cristo nascer em um pas
do Oriente, ou do nascente do sol, colocar um selo nas frontes dos cento e
quarenta e quatro mil, os primeiros escolhidos entre o povo da Terra, com
seu nome e com o nome de seu Pai (Ap 14.1). Por conseguinte, vemos que
a nao que receberia a herana e produziria os frutos do Segundo Advento
do Senhor se encontra no Oriente. Ento, qual, dentre as muitas naes do
Oriente, ser tal nao?
3.

ESSA NAO DO ORIENTE A CORIA

Sabemos agora, como esclarecemos anteriormente, que Cristo no


voltaria entre os descendentes diretos de Abrao, mas para a nao que
tomaria sua herana e produziria os frutos dela; sabemos que a nao que
produziria os frutos deve ser uma das naes orientais. Desde os tempos
antigos, por naes orientais entendemos a Coria, o Japo e a China.
Entretanto, o Japo, dentre as trs, a nao que tem adorado
Amaterasuomikami gerao aps gerao; ademais, entrou no perodo do
segundo advento como uma nao totalitria e, como veremos mais
adiante, a nao que perseguiu o Cristianismo da Coria. A China, sendo
uma nao comunista, est no lado de Satans, juntamente com o Japo.
Por conseguinte, a nao do Oriente em que Cristo voltar s poderia ser
a Coria. Demonstremos agora, de vrios pontos de vista baseados no

367 - PRINCPIO DIVINO

Princpio, que a Coria deve ser a nao que pode receber o Senhor do
Segundo Advento. A nao em que vir o Messias deve satisfazer as
seguintes condies:
(1) Esta Nao Deve Estabelecer o Fundamento em Nvel Nacional
para a Restaurao por Indenizao
Para que a Coria se torne a nao que possa receber o Messias, ela
deve estabelecer o fundamento nacional de 40 dias para a separao de
Satans para a restaurao csmica de Cana.
Quais, ento, so as razes para que o povo coreano estabelea este
fundamento? Se o Senhor voltar na Coria, o povo coreano se tornar o
terceiro Israel, os eleitos de Deus. Os descendentes lineares de Abrao,
que tinham sido perseguidos no Egito enquanto serviam vontade de Deus
na Idade do Velho Testamento, eram o primeiro Israel, enquanto os
cristos, que eram tachados de hereges pelo primeiro Israel e receberam a
responsabilidade da providncia da restaurao enquanto serviam a Jesus
ressuscitado, foram o segundo Israel. Entretanto, j aprendemos, por
exposies anteriores, que o Senhor ser tachado de herege, mesmo pelos
cristos, o segundo Israel, tal como est profetizado em Lucas 17.25 que o
Senhor deve sofrer muitas tribulaes, mesmo em seu segundo advento,
como nos dias de No. Sendo assim, Deus ter que abandonar os cristos
quando eles perseguirem ao Senhor do Segundo Advento, tal como
abandonou os judeus que rejeitaram a Jesus (Mt 7.23). Assim o povo
coreano, que deve realizar a terceira providncia de Deus servindo ao
Senhor do Segundo Advento, tornar-se- o terceiro Israel, a nao
escolhida.
O primeiro Israel sofreu a escravido de 400 anos no Egito, que era o
mundo satnico naquela poca, a fim de estabelecer o fundamento de 40
dias para a separao de Satans e iniciar o curso da restaurao nacional
de Cana. Da mesma maneira, o segundo Israel tambm lutou e venceu a
perseguio de 400 anos pelo Imprio Romano, que era o mundo satnico
naquele tempo, a fim de estabelecer o fundamento de 40 dias para a
separao de Satans e iniciar o curso da restaurao mundial de Cana.
Naturalmente, o povo coreano, sendo o terceiro Israel, deve sofrer
escravido durante certo perodo de tempo correspondente ao nmero 40,
sob uma nao do lado satnico, a fim de estabelecer o fundamento de 40
dias para a separao de Satans e iniciar o curso da restaurao csmica
de Cana. Este foi, de fato, o perodo de 40 anos durante o qual a Coria
sofreu perseguies como um estado vassalo do Imprio Japons.
Sob que circunstncias veio o povo coreano a sofrer a escravido de 40
anos sob o Imprio Japons? O controle imperialista e agressivo da Coria

368 - PRINCPIO DIVINO

pelo Japo foi estendido de acordo com o Tratado de Proteo Eul-sa, que
foi um tratado que entregava todos os direitos diplomticos da Coria aos
cuidados do Ministrio de Assuntos Estrangeiros do Imprio Japons, e que
foi concludo em 1905, entre Hiro-humi Ito, do Japo, e Wan Yong Lee, da
Coria, um Ministro da Educao pro-japons daquele tempo. O Japo, de
fato, despojou a Coria de seus direitos em todos os campos, tal como na
poltica, na diplomacia e na economia, interferindo com toda a administrao
domstica, atravs dos governadores e secretrios que os japoneses
colocavam em todos os distritos. Este foi o Tratado de Proteo Eul-sa.
Depois de anexar a Coria por fora em 1910, o Japo despojou
completamente o povo coreano de sua liberdade, aprisionando ou
massacrando numerosos patriotas e, pior de tudo, invadindo o palcio real e
at matando a rainha. Durante o Movimento Coreano de Independncia do
dia 1o de maro de 1919, os japoneses mataram um incontvel nmero de
bons cidados da Coria. Ademais, no tempo do grande Terremoto Kanto
do Japo em 1923, o povo japons, fabricando rumores sem fundamento,
massacraram a inumerveis coreanos inocentes que viviam em Tquio.
Entretanto, numerosos coreanos, que no podiam suportar a tirania
japonesa, tiveram que imigrar para o vasto deserto da Manchria em busca
da liberdade, abandonando o frtil solo de sua ptria nas mos dos
japoneses.
L, lutaram para a libertao de sua ptria, sofrendo
indescritveis dificuldades e privaes. Os soldados japoneses, buscando
de aldeia em aldeia os coreanos patriotas, s vezes detinham aldeias
inteiras, incluindo velhos e jovens, em um edifcio, e os massacravam a
todos, colocando fogo no edifcio. O Japo continuou tal tirania at o dia da
queda do Imprio. Os coreanos que morreram no tempo do Movimento de
Independncia Sam-il, ou no deserto da Manchria, eram, em sua maioria,
cristos. Alm disso, j no fim do governo Imperial, os japoneses obrigavam
os cristos coreanos a prestar culto em templos shintostas, e aprisionavam
ou matavam todos aqueles numerosos cristos que se opunham quilo.
Alm disso, a poltica repressiva do imperialismo japons para com o
Cristianismo coreano, pouco antes de sua libertao em 15 de agosto, foi
atroz. Contudo, com a admisso da derrota na Segunda Guerra Mundial
pelo Imperador Japons Hirohito, o povo coreano foi finalmente liberado do
cativeiro.
Desta maneira, a nao coreana, durante os 40 anos depois do Tratado
de Proteo Eul-sa, em 1905, at sua libertao em 1945, sofreu
perseguio, no menos severa do que aquela que o primeiro Israel e o
segundo Israel sofreram respectivamente no Egito e no Imprio Romano.
J que o Movimento de Independncia se espalhou principalmente entre os
cristos no pas e no exterior, foram principalmente os cristos que sofreram
a perseguio.

369 - PRINCPIO DIVINO

(2) Esta Nao Deve Ser a Linha de Frente de Deus e a Linha de


Frente de Satans
Visto que Deus no incio abenoou Ado para ter domnio sobre toda a
criao, Ele tinha que permitir a Satans realizar, antes dEle, o mundo fora
do Princpio segundo o modelo das bnos. Entretanto, Deus tem
restaurado este mundo para o lado celeste. Por isso, na consumao da
histria humana, segundo expusemos anteriormente, este mundo
necessariamente dividido em dois mundos: um da democracia, e o outro do
comunismo. Visto que o Senhor vem a fim de restaurar o mundo decado
ao mundo original da criao, evidente que Deus deve operar Sua
providncia de restaurar o mundo comunista para o lado celeste,
centralizando-se no pas onde vem o Senhor do Segundo Advento. Por
conseguinte, a Coria, onde o Senhor vir, deve tornar-se a linha de frente
do imenso amor de Deus e, ao mesmo tempo, do crescente dio de
Satans. Em outras palavras, o lugar onde os dois poderes da democracia
e do comunismo devem entrar em conflito entre si. O paralelo 38 da Coria
foi formado de acordo com tal providncia da restaurao.
Aquilo que se encontra sobre a linha de rivalidade entre Deus e Satans,
para a condio com respeito quilo que certo, a oferta de um sacrifcio.
J que o povo coreano a oferta de sacrifcio como uma nao situada
nessa linha para a restaurao universal, Deus tem que dividir este sacrifcio
nacional pelo meio, tal como fez com que Abrao dividisse suas ofertas.
por esta razo que a Coria est dividida em duas pelo paralelo 38, que a
separa em duas naes: uma de tipo Caim e outra de tipo Abel.
Naturalmente, este paralelo 38 justamente a linha de frente tanto para a
democracia como para o comunismo e, ao mesmo tempo, a linha de frente
tanto para Deus como para Satans. Por conseguinte, a guerra que
irrompeu em 25 de junho de 1950, na regio do paralelo 38 da Coria, no
foi simplesmente um conflito entre concidados, causado pela diviso do
pas, mas sim a confrontao entre os dois mundos da democracia e do
comunismo e, alm disso, a confrontao entre Deus e Satans. Visto que
esta agitao assumiu um carter mundial para a finalidade da providncia
da restaurao, a mobilizao de muitas naes membros da ONU na
guerra da Coria ajudou-as a participar inconscientemente na providncia
de Deus, trabalhando para a libertao da ptria.
No momento da queda dos primeiros antepassados humanos, o lado
celeste e o lado satnico se dividiram exatamente neste ponto. Por
conseguinte, a vida e a morte, o bem e o mal, o amor e o dio, a alegria e a
tristeza foram tambm separados exatamente neste ponto, e tm estado em
conflito durante o longo perodo da histria, desde aquele tempo. Os pares
conflitantes foram respectivamente divididos nos dois mundos da

370 - PRINCPIO DIVINO

democracia e do comunismo. Estes, por sua vez, vieram a chocar-se no


nvel mundial, centralizando-se na Coria. Por isso, a Coria confronta um
grande caos, com o conflito de religies e ideologias, poltica e economia;
tudo isto gradativamente influenciou o mundo inteiro. O motivo que estes
tipos de fenmenos, que se produzem primeiro no mundo espiritual, devem
desenvolver-se substancialmente centralizando-se na Coria, o centro da
providncia da restaurao, e devem depois expandir-se at que se tornem
mundiais. Contudo, devemos saber que a vinda de tal caos o sinal da
vinda do mundo de uma nova ordem, tal como est escrito: ... quando seus
ramos esto tenros e crescem as folhas, pressentis que o vero est
prximo (Mt 24.32).
Quando os fariseus perguntaram a Jesus sobre o lugar do Segundo
Advento, Jesus respondeu dizendo: Onde estiver o cadver, a se ajuntaro
tambm as guias (Lc 17.37). A vida eterna e a morte eterna ho de
confrontar-se na Coria, que tanto a linha de frente de Deus como a linha
de frente de Satans. Por isso, Satans, simbolizado pelas guias, deve
apresentar-se aqui, em busca do povo da morte, enquanto o Senhor vem
tambm a esta terra, em busca do povo da vida.
(3) Esta Nao Deve Ser o Objeto do Corao de Deus
Para nos tornarmos o objeto do corao de Deus, devemos primeiro
percorrer o caminho de sangue, suor e lgrimas. Estando sob o domnio de
Satans, o homem veio a colocar-se em oposio a Deus. Por isso, Deus,
com um corao paterno, cheio de tristeza pela perda de seus filhos, tem
vagado pelo mundo pecaminoso para salvar os filhos da corrupo. Para
salvar a humanidade, que se rebelara contra Ele, Deus fez com que seus
filhos amados fossem sacrificados por Satans, sofrendo finalmente a
tristeza de ter que entregar Seu filho, Jesus, cruz. Por conseguinte, desde
a queda do homem at os dias atuais, Deus tem sofrido, dia aps dia,
enquanto todo indivduo, lar ou nao, que tem lutado contra o mundo
satnico para a vontade de Deus, no tem conseguido evitar o caminho de
sangue, suor e lgrimas.
Como podemos esperar estar confortveis e satisfeitos, como filhos que
andam pelo caminho da devoo filial e lealdade, como o objeto do corao
paterno com tamanha aflio? A nao que pode receber o Messias deve
percorrer o caminho de sangue, suor e lgrimas, porque seu povo deve
tornar-se filhos da devoo filial, colocando-se como o objeto do corao
doloroso de Deus. Visto que o primeiro Israel andou pelo caminho da
tribulao, o segundo Israel fez o mesmo. O povo coreano tambm, como o
terceiro Israel, deve necessariamente percorrer o mesmo caminho. O curso
histrico de indizvel sofrimento, pelo qual o povo coreano tem passado, foi

371 - PRINCPIO DIVINO

o caminho pelo qual era necessrio que eles andassem, como o povo dos
eleitos de Deus. Como resultado disto, a trilha de aflio conduziu o povo
coreano a uma grande bno.
Ademais, a nao que deve ser o objeto do corao de Deus deve
necessariamente ser um povo bom aos olhos de Deus. A nao coreana
um povo de linhagem homognea, que tem uma longa histria de mais de
4000 anos. Mesmo durante as dinastias de Kokuryo e Silla, quando o poder
nacional estava em seu melhor estado, a Coria somente repelia as
potncias estrangeiras agressivas, e nunca invadiu a outros pases.
Considerando que a primeira natureza de Satans sua arrogncia
agressiva, evidente que o povo coreano est no lado celeste, visto
somente neste aspecto. A estratgia de Deus tem sido alcanar a vitria da
posio de ser atacado. Por isso, embora numerosos profetas e homens
bons tenham sido sacrificados no curso da histria, e Deus tenha permitido
que Seu filho, Jesus, fosse crucificado, o resultado foi sempre uma vitria
para Deus. Tanto na Primeira como na Segunda Guerra Mundial, o lado
satnico foi sempre o primeiro a atacar, mas em ambas as vezes a vitria foi
obtida pelo lado celeste. Da mesma maneira, o povo coreano foi invadido
por inmeras naes no curso da histria. No obstante, isto foi apenas
para obter a vitria final como a nao no lado celeste.
O povo coreano, por natureza, dotado do dom religioso. Sua natureza
religiosa sempre procurou buscar, fora da realidade, aquilo que mais do
que a realidade. Por isso, a nao coreana, que dotada de um forte
sentimento de respeito a Deus, desde tempos muito antigos, quando seu
nvel cultural era baixo, at o presente nunca deu valor a nenhuma religio
que buscasse a felicidade de cada dia, deificando indignamente os objetos
naturais. O povo coreano, em geral, tem um carter nacional que preza
muito a lealdade, a devoo filial e a virtude. devido a esta tendncia, que
vem da prpria essncia de seu carter nacional de prezar valor lealdade,
devoo filial e virtude, que esta nao, como um todo, ama as histrias
de Chum Hyung e Shim Chung.
(4) Esta Nao Deve Ter Testemunhos Profticos entre o Povo
Com relao ao testemunho proftico revelado nao coreana, em
primeiro lugar, sabemos que esta nao tem uma idia messinica de
acordo com a revelao dada a seu povo. O primeiro Israel acreditava,
pelos testemunhos de seus profetas (Ml 4.2-5, Is 60.1-22), que o Messias
viria no futuro como seu Rei e, estabelecendo o Reino, salvaria o povo. O
segundo Israel percorreu o difcil caminho da f na esperana de que o
Messias voltasse.

372 - PRINCPIO DIVINO

Da mesma maneira, a nao coreana, como o terceiro Israel, sempre


acreditou, desde o reinado de 500 anos da Dinastia Yi, na profecia de que o
Rei de Justia apareceria nessa terra e, estabelecendo o Milnio, viria a
receber tributos de todos os pases do mundo. Esta f incentivou o povo a
suportar o cruel curso da histria, esperando que o tempo viesse. Esta foi,
de fato, a idia messinica do povo coreano, na qual eles acreditavam, de
acordo com Chung Gam Nok, um livro de profecias. Visto que ele contm
a profecia de que um novo Rei apareceria na Coria, os governantes tm
proibido esta ideologia. Ademais, os governantes durante o regime japons
suprimiram a idia queimando os livros, a fim de aniquilar esta ideologia.
Depois que foi introduzido o Cristianismo, esta idia foi desprezada como
uma superstio. No obstante, esta expectao messinica, que est
profundamente enraizada na alma coreana tem sido continuamente
transmitida at o presente. Interpretado corretamente, o Rei de Justia Chung Do Ryung (a pessoa que vem com as palavras certas de Deus) - o
qual o povo coreano tem esperado por tanto tempo, um nome, em estilo
coreano, do Senhor do Segundo Advento. Deus revelou atravs de Chung
Gam Nok, antes da introduo do Cristianismo na Coria, que o Messias
viria novamente, em um tempo posterior, na Coria. Hoje, muitos eruditos
vieram a constatar que a maior parte das profecias escritas neste livro
coincidem com as da Bblia.
Em segundo lugar, a realidade que os crentes de cada religio dentro
desta nao esto recebendo revelaes de que o fundador de sua religio
voltar na Coria. Como expusemos em detalhe na Parte I, Captulo III,
verdade que, do ponto de vista das esferas culturais, todas as religies
esto sendo unidas em uma s religio, isto , o Cristianismo. O
Cristianismo, nos ltimos Dias, a religio final que pode cumprir a
finalidade de inmeras outras religies que tm aparecido at agora.
Conseqentemente, Cristo, que volta como o centro do Cristianismo, deve
realizar, de maneira completa, a finalidade de todas as religies, que os
respectivos fundadores se propunham realizar durante suas vidas na Terra.
Portanto, o Senhor do Segundo Advento, visto do ponto de vista de sua
misso, representa a segunda vinda do fundador de todas as religies (cf.
Parte I, Captulo V, Seo II, 4). Naturalmente, os fundadores de muitas
religies, que os respectivos seguidores pensam que voltaro na Coria
para cumprir sua expectao de acordo com o que foi recebido por
revelaes, no voltaro como indivduos diferentes mas, de fato, voltaro
por meio de um s grande personagem, o Senhor do Segundo Advento.
Cada corpo religioso tem recebido revelaes diferentes das outras, com
respeito segunda vinda do Senhor. O budismo diz que Miruk-Bul (Buda)
vir, ao passo que o confucionismo diz que quem vir Jin-ln (O Verdadeiro
Homem); o chum-dosmo espera a vinda de Choi Su Un (seu fundador),

373 - PRINCPIO DIVINO

enquanto o grupo Chung Gam Nok diz que Chung Do Ryung (O Homem
com as palavras Verdadeiras) vir.
Em terceiro lugar podemos notar o fato que muitos sinais espirituais com
respeito vinda do Senhor na Coria esto aparecendo em grande
quantidade. A promessa de Deus que Ele derramaria Seu esprito sobre
toda carne (At 2.17) est se realizando entre o povo coreano hoje. Portanto,
um incontvel nmero de religiosos esto recebendo revelaes muito
claras com respeito Segunda Vinda do Senhor na Coria, de muitas
maneiras diferentes, entrando em contato com muitos homens espirituais de
diferentes nveis; desde o reino dos espritos variados at o reino dos
espritos no nvel do paraso. No obstante, os lderes do mundo cristo
atual, devido sua ignorncia espiritual, ainda no respondem a isto, e tm
se recusado a dar ouvidos a tais coisas. Isto semelhante ao que
aconteceu nos dias de Jesus, quando os sumos sacerdotes e rabinos, que
deviam ter sido os primeiros a saber sobre a vinda do Messias, estavam
completamente despercebidos do fato, devido sua ignorncia espiritual; ao
passo que, por outro lado, os astrlogos e pastores souberam da
mensagem por meio de revelaes.
Jesus disse: Graas te dou, Pai, Senhor do cu e da terra, porque
ocultaste estas coisas aos sbios e entendidos, e as revelastes aos
pequeninos (Mt 11. 25). Com isto Jesus se lamentou da ignorncia
espiritual dos lderes do judasmo desse tempo e, ao mesmo tempo, deu
graas a Deus por ter derramado graa, revelando coisas celestes aos
crentes desse tempo, que eram inocentes como os pequeninos, embora no
eruditos.
(5) Todos os Aspectos da Cultura e da Civilizao Devem Dar Fruto
nesta Nao
Como j foi mencionado (cf. Parte I, Captulo III, Seo V, 1), somente
com a unificao da religio e cincia, ou da civilizao espiritual e
civilizao material, que se desenvolveram para eliminar os dois aspectos
da ignorncia do homem, que se poderiam resolver completamente os
problemas fundamentais do homem e realizar, naturalmente, o mundo ideal
da criao de Deus. O mundo que o Senhor deve realizar na Segunda
Vinda deve ser aquele em que a cincia esteja desenvolvida ao mais alto
grau, de forma que todas as culturas, que se tm desenvolvido no curso
vertical da histria da providncia da restaurao, possam ser restauradas
de uma s vez, horizontalmente, na sociedade centralizada no Senhor do
Segundo Advento, realizando assim a sociedade cultural do mais alto grau.
Por conseguinte, toda a religio e cincia e, portanto, os dois aspectos da
cultura, o espiritual e o material, devem ser absorvidos e harmonizados sob

374 - PRINCPIO DIVINO

uma s verdade centralizada na Coria, produzindo o fruto que pertence ao


mundo ideal do desejo de Deus.
Em primeiro lugar, todos os aspectos da civilizao que dizem respeito ao
desenvolvimento na Terra, devem tambm produzir fruto na Coria. Em
conseqncia, a cultura continental da idade antiga, nascida no Egito, foi
transferida para tornar-se a cultura peninsular da Grcia, de Roma e da
Ibria. Esta cultura peninsular foi novamente transferida para tornar-se a
cultura insular da Inglaterra. Depois, a cultura insular tornou-se a cultura
continental dos Estados Unidos e voltou para a cultura insular do Japo.
Agora, este ciclo de peregrinao de culturas deve ser completado e
finalizado como a cultura peninsular na terra da Coria, onde Cristo deve
voltar.
Em segundo lugar, o aspecto da civilizao com respeito aos rios e mares
deve produzir frutos como a cultura ocenica do Pacfico, onde est situada
a Coria. A cultura fluvial, que se desenvolveu primeiro nos rios Nilo, Tigre
e Eufrates, foi transferida para tornar-se a cultura mediterrnea centralizada
na Grcia, em Roma, na Espanha e em Portugal; depois, esta cultura
mediterrnea foi novamente transferida para tornar-se a cultura atlntica
centralizada na Inglaterra e nos Estados Unidos; esta cultura finalmente
frutificar como a cultura do Pacfico, onde os Estados Unidos, o Japo e a
Coria se acham igualmente situados em suas linhas costeiras.
Em terceiro lugar, o aspecto da civilizao que diz respeito ao clima deve
tambm produzir fruto na Coria. Do ponto de vista do clima, a ao e
multiplicao de todas as coisas viventes comeam na primavera, florescem
no vero, produzem fruto no outono e, depois da colheita, so armazenadas
durante o inverno. O ciclo de primavera, vero, outono e inverno no se
repete somente pelo ano. Examinando a unidade de um dia, vemos que a
manh corresponde primavera; o meio dia, ao vero; a tarde, ao outono; e
a noite, ao inverno. Assim, a infncia, a juventude, a idade madura e a
velhice da vida de um homem tambm seguem este padro; e toda a
histria do homem tambm se desenvolve deste modo. O motivo que
Deus criou o mundo pelo princpio das mudanas climticas.
Deus criou Ado e Eva na estao primaveril. Por conseguinte, a
civilizao da humanidade devia iniciar-se como a civilizao da zona
temperada do den, ser depois transferida civilizao da zona tropical,
como a estao do vero e, aps passar para a civilizao da zona fria do
outono, devia finalmente trasladar-se civilizao da zona muito fria da
estao do inverno. Mas, devido queda, o homem caiu no estado de um
selvagem. Sem ser capaz de produzir a civilizao da zona temperada, veio
a viver uma vida primitiva na zona tropical. Assim, se produziu a civilizao
da zona tropical no antigo continente do Egito.
Esta civilizao,
transferindo-se do continente para a pennsula (Grcia, Roma e Ibria) e

375 - PRINCPIO DIVINO

para a ilha (Inglaterra) produziu a civilizao da zona fria. Transferida de


volta ao continente (Rssia), veio a produzir a civilizao da zona muito fria.
chegada a hora em que a civilizao da zona temperada do Novo den
deve produzir-se na cultura peninsular. Isto tem necessariamente que ser
realizado na Coria, onde todos os aspectos da civilizao devem produzir
fruto.
SEO IV
Os Dias de Jesus e os Dias Atuais
do Ponto de Vista da Identidade de Tempo
O perodo do Primeiro Advento e do Segundo Advento so os perodos de
identidade de tempo providencial. Portanto, todas as situaes que se
desenvolvem centralizadas no Cristianismo de hoje so semelhantes s que
se desenvolveram centralizadas no judasmo dos dias de Jesus.
Para citar exemplos: primeiramente, h a questo de que o Cristianismo
de hoje, tal como o judasmo, est apegado autoridade e os ritos da igreja,
enquanto o contedo interno do mesmo est corrupto. A classe governante
do povo, os sumos sacerdotes e rabinos dos dias de Jesus, escravizados
pelos princpios convencionais da lei mosaica, estavam todos corruptos em
suas vidas espirituais. Portanto, quanto mais conscienciosas eram as
pessoas em sua f, tanto mais desejavam saciar sua sede espiritual
seguindo a Jesus, que neste tempo era tachado de herege. Da mesma
maneira, a classe governante do Cristianismo de hoje, incluindo os
sacerdotes e ministros, prisioneira dos ritos tradicionais e da autoridade da
Igreja, e est se tornando diariamente cada vez mais escura
espiritualmente. Por isso, a situao real hoje em dia que os cristos
devotos esto vagando nas montanhas e nas plancies espirituais em busca
de novos lderes e de caminhos verdadeiros, a fim de experimentar a luz
interna da f, afastados das circunstncias externas.
Ademais, como discutimos anteriormente em detalhe, os cristos de hoje
sero os primeiros a perseguir o Messias, por ocasio do Segundo Advento,
tal como fizeram os seguidores do judasmo no Primeiro Advento. Jesus,
que veio para cumprir as palavras do Velho Testamento de acordo com os
profetas e, sobre esse fundamento, estabelecer uma nova idade, no
repetiu meramente as palavras do Velho Testamento, mas teve que,
necessariamente, dar novas palavras para a nova idade. Os sumos
sacerdotes e rabinos, que criticaram as palavras e a conduta de Jesus, de
acordo com os limites do que era permitido pelas palavras do Velho
Testamento, terminaram entregando Jesus cruz por causa do erro de seu
padro de julgamento.

376 - PRINCPIO DIVINO

Da mesma maneira, a finalidade da Segunda Vinda de Cristo


estabelecer o Novo Cu e a Nova Terra (Ap 21.1-4), sobre o fundamento da
salvao espiritual pertencente Idade do Novo Testamento, estabelecido
pelos cristos. Portanto, no tempo do Segundo Advento, o Senhor
certamente no repetir simplesmente as palavras do Novo Testamento,
dadas h 2000 anos atrs, mas dar as novas palavras necessrias para
estabelecer o Novo Cu e a Nova Terra. Contudo, os cristos de hoje, que
so prisioneiros das palavras da Sagrada Escritura, certamente criticaro as
palavras e a conduta do Senhor do Segundo Advento, de acordo com os
limites do que as palavras do Novo Testamento dizem literalmente. Desta
forma, bastante claro que se pode esperar que eles o perseguiro e o
tacharo de herege. Este o motivo exato pelo qual Jesus disse que, na
segunda vinda, o Senhor primeiro padeceria muito (Lc 17.25).
Por outro lado, coisas semelhantes sucedero, tal como no tempo de
Jesus, em nossa recepo das revelaes referentes ao Segundo Advento,
ou s palavras que o Senhor nos dar no Segundo Advento. No tempo da
vinda de Jesus, Deus no deu a mensagem da chegada do Messias aos
sumos sacerdotes e rabinos, mas sim aos astrlogos gentios e aos pastores
inocentes. Isto como o caso do pai que, devido ignorncia de seu
prprio filho, tem que confiar em seu enteado. possvel que Deus no
revele a mensagem do Segundo Advento aos cristos de hoje, que mantm
cegamente a atitude convencional de f, mas revelar antes aos leigos, aos
pagos, que so considerados gentios, ou aos homens sem nenhuma f
religiosa, mas que so muito conscienciosos.
Os que aceitaram o
Evangelho de Jesus no foram da classe governante do judasmo, que
chamavam a si mesmos de eleitos de Deus, mas sim o povo das classes
inferiores, e os gentios. Semelhantemente, no Segundo Advento, os leigos
e os no cristos talvez sejam os primeiros a aceitar as palavras do Senhor,
e no a classe governante dos cristos, que se consideram o povo
escolhido. Foi por esta razo que Jesus se lamentou de que os que
desfrutariam do banquete das bodas que ele prepararia talvez no fossem
os convidados, mas sim os chamados ao acaso nas ruas (Mt 22.8-10).
Ademais, no tempo do Segundo Advento, tal como no tempo de Jesus,
haver muitos crentes que iro para o inferno, em vez do Cu, para o qual
estavam caminhando inicialmente. Os sumos sacerdotes e rabinos, que
tinham a misso de conduzir o povo dos eleitos de Deus, deviam ter sido os
primeiros a saber sobre a vinda do Messias, e deviam ter tomado a iniciativa
em conduzir o povo escolhido perante ele. Para lev-los a cumprir esta
misso, Jesus primeiro visitou o templo e ensinou o Evangelho. Devido
sua desateno a seus ensinamentos, ele se viu obrigado a vagar pela
regio costeira da Galilia, fazendo dos pescadores seus discpulos,
tratando principalmente com o povo de nvel inferior, tal como pecadores,

377 - PRINCPIO DIVINO

publicanos e meretrizes. Finalmente, os sumos sacerdotes e rabinos


entregaram Jesus crucifixo. Depois disso, eles, crendo que haviam feito
uma coisa justa punindo o traidor de Deus, continuaram a devotar sua
lealdade ao santo ofcio, recitando passagens das Sagradas Escrituras,
contribuindo com os dzimos e oferecendo sacrifcios, pelo resto de suas
vidas. Eles nunca imaginavam que estivessem caminhando para o lugar a
que foram depois de sua morte fsica, que foi, muito inesperadamente, o
inferno. Infelizmente, eles se desviaram para o inferno atravs do caminho
que, segundo acreditavam, os conduziria ao Reino do Cu.
Quando verdadeiramente entendemos o fato que estes so os fenmenos
que poderiam suceder exatamente da mesma maneira nos ltimos Dias,
cada um de ns devia considerar este assunto com muitssima seriedade.
Inmeros cristos de hoje se lanam no caminho que, segundo pensam, os
conduzir ao Reino do Cu. No obstante, este mesmo caminho pode
conduzi-los ao inferno. Por isso Jesus disse certa vez que ele se veria
obrigado, nos ltimos Dias, a repreender a muitos santos que tinham f
suficientemente forte para expulsar demnios e fazer milagres em seu
nome, dizendo: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, obreiros da
iniqidade (Mt 7.23).
Refletindo sobre o assunto com profunda
compreenso, ningum se encontra em uma posio mais perigosa do que
os santos que vivem em um perodo de transio da histria como o de
hoje. Se eles, como os lderes judeus dos dias de Jesus, tomarem a direo
errada em sua f, tudo terminar em nada, por mais devota que tenha sido
sua vida de f. Esta a razo pela qual Daniel disse: Aqueles que so
sbios compreendero (Dn 12.10).
SEO V
A Causa da Confuso das Lnguas
e a Necessidade de sua Unificao
Se o homem se tivesse aperfeioado sem a queda e tivesse realizado o
mundo de uma grande famlia, semelhana de um corpo humano tendo a
Deus como a cabea e todos os homens como os membros, no teria
havido motivo para que tantas lnguas viessem a existir na Terra. Os que
falam lnguas diferentes no podem comunicar-se entre si. A confuso dos
idiomas humanos se produziu porque a relao vertical do homem com
Deus foi rompida devido queda. Visto que isto causou o rompimento da
relao horizontal de uns para com os outros, todos os homens ficaram
separados desde muito tempo e formaram muitas naes, de acordo com
diferentes circunstncias geogrficas. Por outro lado, h um relato bblico
com respeito confuso de lnguas, que ocorreu repentinamente entre os

378 - PRINCPIO DIVINO

descendentes de No, que inicialmente falavam a mesma lngua. So os


seguintes os detalhes da histria.
Os cananeus, descendentes do segundo filho de No, Cam, que tinham
pecado perante Deus, certa vez comearam a construir uma alta torre de
Babel, exaltando a vontade de Satans. Entretanto, os descendentes de
Sem e Jaf, que tinham permanecido no lado de Deus, comearam a
cooperar com a construo. Por isso Deus confundiu sua linguagem a fim
de impedi-los de ajudar na obra de Satans, tornando impossvel que eles
comunicassem uns com os outros (Gn 11.7).
Nada pode ser mais triste do que o fato que ns, como os mesmos
descendentes dos mesmos pais, tendo os sentimentos comuns de alegria e
de ira, no possamos compartilh-los uns com os outros devido diferena
nas lnguas que os expressam. Por conseguinte, para que possa realizar-se
o mundo ideal de uma grande famlia, sob o Senhor do Segundo Advento
como o Verdadeiro Pai, todas as lnguas devem necessariamente se
unificar. Visto que a linguagem foi confundida devido torre de Babel, que
exaltava a vontade de Satans, os idiomas de todas as naes devem
unificar-se agora, de acordo com o princpio da restaurao por indenizao,
centralizando-se na torre celeste, e exaltar a vontade de Deus. Deste modo,
toda a humanidade tornar-se- um nico povo, que fala a mesma lngua,
estabelecendo assim o mundo unificado de uma s cultura.

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