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XI Encontro de Iniciao Docncia

6CCSDCOSMT08
INFLUNCIA DO PROCESSAMENTO RADIOGRFICO NA QUALIDADE DA IMAGEM
(2)
(1)
Amanda Maria Medeiros de Arajo , Amaro Lafayette Formiga Filho , Anna Dbora Araujo
(2)
(4)
(3)
Loureno , Andra dos Anjos Pontual , Maria Luiza dos Anjos Pontual .
Centro de Cincias da Sade/Departamento de Clnica e Odontologia Social/MONITORIA
RESUMO
Processamento o termo geral usado para descrever a seqncia de eventos requeridos para
converter a imagem latente, contida na emulso sensibilizada do filme, em uma imagem
radiogrfica visvel e permanente. O processamento radiogrfico baseia-se na imerso do filme
radiogrfico em solues processadoras, seguindo-se a seguinte seqncia: revelao,
lavagem intermediria, fixao e lavagem final para o processamento manual e, revelao,
fixao e lavagem final para o processamento automtico. Aps, em ambos os tipos de
processamento, o filme radiogrfico submetido secagem.O conhecimento das reaes
fundamentais e estgios envolvidos fundamental para um resultado final que proporcione
informaes suficientes permitindo uma boa interpretao radiogrfica. Neste trabalho foi
objetivo realizar uma reviso da literatura sobre a importncia de um adequado processamento
radiogrfico.

Palavras-chave: Controle de qualidade; Filme radiogrfico; Processos Qumicos.

INTRODUO

Processamento o termo geral usado para descrever a seqncia de eventos

requeridos para converter a imagem latente, contida na emulso sensibilizada do filme, em
uma imagem radiogrfica visvel e permanente. O conhecimento do trabalho e o entendimento
da teoria do processamento so necessrios para que falhas de processamento possam ser
identificadas e corrigidas (WHAITES, 2003).
O processamento radiogrfico baseia-se na imerso do filme radiogrfico em solues
processadoras, seguindo-se a seguinte seqncia: revelao, lavagem intermediria, fixao e
lavagem final para o processamento manual e, revelao, fixao e lavagem final para o
processamento automtico. Aps, em ambos os tipos de processamento, o filme radiogrfico
submetido secagem (FREITAS, 2000; LANGLAND; LANGLAIS, 2002; LASCALA; MOSCA,
2006; TAVANO, 2000; TAVANO, 2004; WHAITES, 2003).
A funo da soluo reveladora reduzir os cristais de brometo de prata sensibilizados
pelos raios X em prata metlica, convertendo a imagem latente em imagem visvel. Possui
como componentes bsicos: solventes, agentes reveladores, ativadores, conservadores e
restringentes (LASCALA; MOSCA, 2006; TAVANO, 2004). A gua o constituinte bsico do
solvente de um revelador.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________
1)

Bolsista, (2) Voluntrio/colaborador, (3) Orientador/Coordenador, (4) Prof. colaborador, (5) Tcnico colaborador.

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Sua funo dissolver e ionizar os compostos qumicos e ainda absorvida pela

gelatina do filme radiogrfico, para que os agentes reveladores dissolvidos possam penetrar e
chegar at os cristais de halogeneto de prata da emulso (LASCALA; MOSCA, 2006).
A lavagem intermediria ocorre quando o filme lavado em gua para remover os
resduos da soluo reveladora (WHAITES, 2003), recomenda-se a imerso do filme em gua
por 30 segundos (LANGLAND; LANGLAIS, 2002).
O processo de fixao tem a funo de eliminar da pelcula, os cristais de brometo de
prata residuais no-expostos, sem danificar a imagem para a pelcula no se descolorir e
escurecer com o tempo devido exposio luz. Seus componentes bsicos so agente
fixador, solvente, agente conservador, agente endurecedor, acidificante e agentes absorventes
de choque (LASCALA; MOSCA, 2006). O agente fixador mais utilizado o hipossulfito de
sdio, sendo o agente que promove o clareamento, onde ele reage com os halogenetos de
prata da emulso no sensibilizados, formando brometo de sdio e sulfereto de prata que so
eliminados na soluo e lavagem final. Essa ao muda as reas expostas da pelcula, no
deixando a imagem da prata preta produzida pelo revelador (LASCALA; MOSCA, 2006;
TAVANO, 2004).
Whaites (2003) relatou que as radiografias podem ser avaliadas molhadas em carter
de urgncia aps 2 a 4 minutos do processo de fixao; e Langland e Langlais (2002), aps 2
minutos. Em seguida ao processo de fixao, o filme deve ser imerso na gua para a
realizao da lavagem final, com o objetivo de remover substncias qumicas residuais do
revelador e sais de prata (LANGLAND; LANGLAIS, 2002). Segundo Tavano (2004), a durao
deste processo deve durar 5 minutos em gua corrente; Lascala e Mosca (2006) afirmaram
serem necessrios 10 minutos; j Langland e Langlais (2002), 15 minutos; Whaites (2003)
relatou de 10 a 20 minutos e Freitas (2000) 20 minutos.
Aps a realizao da lavagem final, a radiografia deve ser seca em um ambiente livre
de poeira (WHAITES, 2003). Posteriormente, as radiografias devem ser retiradas da colgadura
com cuidado para no danificar e montadas para avaliao (LANGLAND; LANGLAIS, 2002).
Etapas do processamento devem ser seguidas rigorosamente, pois estudos
demonstraram a influncia de fatores no processamento radiogrfico que interferem na
qualidade da imagem (CASTELO; TAVANO; LOPES, 1983; PINHO; TAVANO; LOPES, 1987;
TAMBURUS, 1987; TAVANO; CAPELOZZA; FONTO, 1996). Radiografias sem qualidade
causam maior nmero de repeties e, conseqentemente, sobre-exposio do paciente
dose de radiao e aumento do custo (BELTRAME et al., 2003; LANGLAND; LANGLAIS, 2002;
WHITE; PHAROAH, 2004). Diante do exposto, foi objetivo neste trabalho, realizar uma reviso
da literatura sobre a importncia de um adequado processamento radiogrfico.

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REVISO DA LITERATURA

Estudos sobre a qualidade da imagem de radiografias em consultrios odontolgicos

Em 2001, Yakoumakis et al. investigaram dois importantes aspectos na qualidade da

imagem radiogrfica: o tempo de exposio e o processamento do filme radiogrfico. As
imagens radiogrficas foram obtidas de 108 consultrios odontolgicos na Grcia. A qualidade
da imagem e o processamento radiogrfico foram avaliados subjetivamente comparando os
filmes processados por cirurgies-dentistas por filmes processados em condies timas. Os
dados consistiram de medidas de densidade ptica, que foram usadas para se obter o
contraste radiogrfico e escores da qualidade da imagem e processamento do filme, baseado
em critrios, por dois radiologistas independentemente. A dose de entrada foi medida de
acordo com cada tcnica utilizada. Os resultados deste estudo indicaram grande variabilidade
nos tempos de exposio usados pelos clnicos. O processamento foi inadequado na maioria
dos consultrios, o que resultou em qualidade deficiente da imagem radiogrfica e aumentou a
dose de radiao no paciente. Os autores concluram que as tcnicas intrabucais e o
processamento radiogrfico deveriam ser padronizados para melhorar a qualidade de imagem
e reduzir a dose de radiao emitida ao paciente.
Beltrame et al. (2003) analisaram o controle de qualidade dos cirurgies-dentistas de
Feira de Santana (BA) relativo ao processamento radiogrfico. Participaram do estudo 100
profissionais, que responderam a um questionrio e processaram, como de costume, uma
radiografia padro. Os resultados demonstraram que em apenas 8% dos casos as radiografias
apresentavam-se bem processadas. Observaram ainda que os profissionais tendem a
empregar tempos de revelao mais curtos que os recomendados pelo fabricante, sendo o
mtodo visual o mais utilizado.
Gasparini et al. (2005) verificaram as condies de processamento radiogrfico nos
consultrios odontolgicos do municpio de Balnerio do Sul, cidade do estado de Santa
Catarina. Utilizaram 20 filmes radiogrficos do tipo Insight, com finalidade de avaliar o
processamento

radiogrfico

nos

consultrios

odontolgicos.

Foram

expostos

padronizadamente em um fantoma feito com o lado direito de uma mandbula macerada,

revestida de acrlico para simular os tecidos moles do paciente. Aps a leitura das densidades
pticas na rea de chumbo, alumnio e exposio direta e anlise estatstica, constatou-se que
nenhuma radiografia apresentou velamento, mas que todas se apresentavam sub-reveladas.
Pontual et al. (2005) , avaliaram a qualidade de radiografias periapicais e interproximais obtidas
por alunos da Clnica Integrada da Faculdade de Odontologia de Pernambuco-UPE. Foram
avaliadas 572 radiografias por dois observadores, detectando-se 75% com falhas. Com relao
ao tipo de falha, houve prevalncia nos erros referentes a execuo da tcnica (58%), seguido
pelos erros de processamento (19%). Enquadramento da regio radiografada e alongamento
da imagem foram os erros mais prevalentes na fase de execuo da tcnica, enquanto

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imagens amareladas e radiografias laceradas demonstraram ser as falhas mais freqentes

ocorridas durante processamento.

A REVELAO NA QUALIDADE DA IMAGEM

A ao dos raios X sobre os cristais de prata que compem a emulso do filme produz
uma perda de coeso molecular entre os mesmos, tornando-os conseqentemente mais
sensveis ao dos agentes redutores da soluo reveladora. Esses cristais, ionizados pelos
raios X, passam a constituir a imagem latente que se transformar em real aps a revelao
(CASTELO; TAVANO; LOPES, 1983).
Pinho, Tavano e Lopes (1987) avaliaram os efeitos das variaes nos tempos de
exposio e revelao de filmes radiogrficos periapicais Kodak EP-21 (sensibilidade E) e
Agfa-Gevaert (sensibilidade D). Foram expostos em 4, 8, 15, 24 e 30 impulsos para o grupo
Kodak, e revelados em 2,5; 5; 10; 15 e 20 minutos; e 5, 8, 15, 30 e 48 impulsos para o grupo
Agfa-Geveart com 1,7; 2,5; 5; 10 e 15 minutos de revelao.

Aps a anlise por 30

examinadores, concluiu-se que os dois tipos de filmes, quando expostos de forma correta,
respondem melhor s variaes de revelao, e os filmes super-expostos e sub-revelados
produzem imagem radiogrfica aceitvel para diagnstico, onde o mesmo ocorre para os filmes
sub-expostos e super-revelados.
Tamburus (1987) analisou os efeitos das variaes de temperatura de um revelador
sobre o contraste e densidade em um tipo de filme radiogrfico, mantendo constante o tempo
de revelao e demais fatores. Constatou-se que no houve diferena significativa entre as
mdias das densidades pticas nas temperaturas estudadas (20C, 22C e 24C).
Tavano, Capelozza e Fonto (1996) verificaram, atravs do mtodo sensitomtrico, o
melhor tempo de revelao entre 60, 30 e 15 segundos, com solues processadoras na
temperatura de 35C, quando comparadas na temperatura de 20C. Concluram que 35C, o
tempo de 60 segundos foi o que mais se aproximou do processamento padro; e o de 15
segundos resultou em propriedades inadequadas para o diagnstico radiogrfico.
Paula e Fenyo-Pereira (2001) analisaram o conhecimento de cirurgies-dentistas sobre
o programa de qualidade proposto pelas Secretarias Estaduais de Vigilncia Sanitria, no que
se refere ao processamento radiogrfico; alm de verificar o tipo de filme e tempo de exposio
utilizada. Foi confeccionada uma cartela com quatro sries de seis radiografias, onde cada foi
revelada por 0,5; 1; 1,5; 2; 2,5 e 3 minutos para avaliao pelos entrevistados onde a soluo
apresentava-se com 27,5C. A radiografia de 2 minutos foi considerada como padro-ouro.
Constatou-se que 73,4% de 1.146 entrevistados escolheram a radiografia padro-ouro como
a de melhor qualidade; 62,4% utilizavam o filme de sensibilidade E; apenas 8,7% empregam o
tempo indicado de revelao, onde 91,3% obtm radiografias sub-reveladas; e 13,7% utilizam
0,4 segundo, conforme recomendao do fabricante na exposio dos filmes.
Pontual e Silveira (2002) avaliaram subjetivamente a influncia da sensibilidade dos
filmes radiogrficos periapicais e o tempo de revelao na qualidade da imagem radiogrfica.

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Foram utilizados os filmes Kodak Ektaspeed Plus do grupo E, Agfa-Gevaert do grupo D/E e o
filme Kodak Insight do grupo E/F, onde aps a determinao do tempo de exposio adequado
para cada tipo de filme, estes foram expostos. Os filmes foram processados a uma temperatura
de 25C pelos tempos de revelao de 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5; 3,0; 3,5; 4,0; 4,5; 5,0; 5,5 e 6,0
minutos. Aps avaliao por nove observadores, constatou-se que o filme Ektaspeed (40%)
seguido do Agfa (33%) foram os que apresentaram os melhores resultados; sendo o Ektaspeed
(50%) preferido pelos clnicos. Quanto ao tempo de revelao, o filme Agfa revelado com 2
minutos foi o de escolha pelos examinadores.

A LAVAGEM FINAL NA QUALIDADE DA IMAGEM

Segundo Souza, Taga e Tavano (1990), a utilizao de dois recipientes de acrlico para
as lavagens intermediria e final, no processamento de radiografias periapicais, um
procedimento suficiente para que no ocorra amarelamento da imagem, mesmo em pequenos
volumes de gua parada para que uma radiografia permanece por um tempo desejvel em
seus arquivos, sem alteraes. A utilizao de recipiente nico de 150 ml para as duas
lavagens no foi considerado um mtodo eficiente, pois a quantidade de hipossulfito de sdio
residual nas pelculas radiogrficas, por algumas vezes, foi maior que 0,4 mg.
Em 2001, Damian avaliou a ao do lcool etlico no tempo de secagem de radiografias
intrabucais e as possveis alteraes na emulso causadas por este produto, capazes de
prejudicar o arquivamento das radiografias. Foi observado que as radiografias, cuja ltima
etapa de processamento antes da secagem foi um banho de lcool, secaram em tempo menor.
Porm, todas as radiografias em que o lcool foi utilizado durante a lavagem final, mostraram
alteraes em suas propriedades, o que poderia influenciar o tempo de arquivamento.
Greco et al. (2006) verificaram a influncia da lavagem final na qualidade da imagem
radiogrfica, alm de avaliar o efeito causado pela ausncia deste procedimento. Foram
utilizadas 15 radiografias divididas em trs grupos, conforme o tempo de permanncia na
lavagem final: sem lavagem, dois e cinco minutos de lavagem final. As imagens foram
avaliadas aps o processamento, reavaliadas aps trs meses e quatro anos. Constatou-se
que as imagens no se alteraram imediatamente aps o processamento, entretanto, aps 3
meses, o grupo que no ocorreu lavagem final apresentou manchas amareladas; e aps 4
anos, foi o grupo de lavagem em 2 minutos. Concluiu-se que, para obter radiografias de boa
qualidade de imagem e estas permaneam com suas propriedades para o radiodiagnstico,
recomenda-se a lavagem final com o tempo mnimo de cinco minutos.

CONCLUSES

Apesar de ser uma etapa fcil de ser realizada, o processamento radiogrfico no

respeitado pelos clnicos, o que causa a obteno de radiografias com falhas.

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Radiografias com falhas implicam na necessidade de repeties e conseqente

sobre-exposio do paciente radiao ionizante. Alm do maior gasto com filmes
e solues processadoras, ser dispensado mais tempo pelo cirurgio-dentista.

O processamento radiogrfico deve ser realizado de forma adequada para

promover uma radiografia de qualidade, permitindo, assim, uma interpretao
apropriada.

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