Residuos Radiograficos
Residuos Radiograficos
Residuos Radiograficos
ISSO?
Janaina Bampi1
Makeli Sechi2
Cátia Viviane Gonçalves3
Resumo: O presente artigo tem por objetivo contar uma breve história do raios-x, incluindo, descoberta, usos e
benefícios sociais da tecnologia. Levando em conta os resíduos gerados por essa tecnologia, citaremos a
composição dos filmes com o intuito de mostrar que são altamente contaminantes e precisam ser descartados de
forma correta, tudo isto porque eles são compostos por acetato e o metal prata, componentes estes altamente
contaminantes para ao meio ambiente.
1. INTRODUÇÃO
1
Acadêmica do Curso Técnico em Química do Centro Universitário UNIVATES. Jana_bampi@hotmail.com
2
Tecnóloga em Radiologia do Hospital Beneficente Santa Teresinha. kelisechi@hotmail.com
3
Bióloga, Mestre em Ecologia, Professora do Centro Universitário UNIVATES. biologacatia@univates.com.br
rápida, graças a essa tecnologia. O início do que seria esse método aconteceu em 8 de
novembro de 1895, na Alemanha, com o Físico Wilhelm Conrad Rontgen (1845-
1923). Conrad Rontgen era um físico alemão que, em meio a estudos sobre raios catódicos,
teve resultados que levariam à descoberta da técnica de Raios X. Raios catódicos são elétrons
que passam por um tubo previamente construído para possibilitar esse efeito. Esse tubo,
chamado de tubo de Crookes, deveria apresentar uma diferença de potencial entre dois polos
(positivo e negativo) de forma que um feixe de elétrons passasse do polo negativo para polo
positivo. Esse experimento que dava condições de estudar os raios catódicos foi descoberto
por Willian Crookes, físico inglês4.
Conrad Rontgen estava fazendo experimentos com o tubo de Crookes, envolvido por
uma caixa coberta com filme negro. Essa caixa foi colocada em uma câmara escura e próxima
a ela um papel coberto de platinocianeto de bário. Esse papel começou a apresentar uma
luminosidade que deixou Rontgen intrigado. Depois colocou numa caixa o tudo de raios
catódicos, papel fotográfico e alguns objetos que não permitiam a passagem de luz por seu
interior. Foi percebido que, apesar de fazer essa luminosidade chegar mais fraca ao papel
fotográfico, esses raios podiam penetrar através de matérias opacas e chegar ao papel
fotográfico. Foram ainda muitas experiências, mas a que foi a determinante para se chegar ao
resultado que temos hoje foi a de pedir a sua esposa para colocar a mão entre um papel
fotográfico e o dispositivo. O resultado foi a primeira radiografia: os ossos da mão, e sua
aliança, tinham ficado marcados no papel5.
4
PEREIRA, Lorena R. dos S. CARVALHO, Guilherme M. História do Raio X. Disponível em: <http://raio-
x.info/mos/view/Hist%C3%B3ria_do_Raio_X/>. Acesso em 18/08/2013 às 14h30min.
5
PEREIRA, Lorena R. dos S. CARVALHO, Guilherme M. História do Raio X. Disponível em:
<http://raiox.info/mos/view/Hist%C3%B3ria_do_Raio_X/>. Acesso em 19/09/2013 às 19h40min.
dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e
toxicidade.
O filme radiográfico é composto por plástico transparente, acetato de celulose que serve
para dar suporte à emulsão. A parte principal do filme é a emulsão que consiste de uma
mistura homogênea de gelatina e sais que são os grãos de prata6.
Este trabalho foi elaborado com o intuito de conhecer a estrutura dos filmes
radiológicos, verificando se seu destino era efetuado corretamente, e com o intuito de
informar a população sobre os riscos que os filmes geram ao meio ambiente devido sua
composição.
6
OLIVEIRA, Luciano S. R. A Física dos Raio X. Disponível em :
<http://www.lucianosantarita.pro.br/fisica.html>. Acesso em 11/10/2013 às 22h00.
7
PURCELL, T. W.; Peters, J. J.. Environ. Toxicol. Chem. V. 17, p. 539, 1998.
8
GORSUCH, J. W.; Klaine, S. J.; Environ. Toxicol. Chem. 1998, 17, 537
2. A FÍSICA DOS RAIOS X
1º Base plástica composta de acetato de celulose claro e transparente atuando como suporte
para a emulsão;
2º Camada de adesivo fina responsável em fixar a emulsão na base;
3º Emulsão composta de cristas de halogenado de prata, que ficam em uma matriz de gelatina.
Fica em ambos os lados, e depois de atingidos pelos raios ficam sensibilizados e são
reduzidos à prata negra metálica, onde ocorre a formação da imagem;
4º Camada que protege a emulsão de acidentes mecânicos e é feito de gelatina transparente10.
9
OLIVEIRA, Luciano S. R. A Física dos Raio X. Disponível em :
<http://www.lucianosantarita.pro.br/fisica.html>. Acesso em 11/10/2013 às 22h00.
10
ÁLVARES LC, Freitas; As quantidades de brometo de potássio em alguns reveladores radiográficos e
suas influencias no filme – Universidade São Paulo, v.5 paginas 271-274.
3.2 Etapas Do Processo De Revelação
A revelação do raios x é uma reação química que reage por três características físicas:
tempo, temperatura e concentração. As etapas básicas na obtenção da imagem são: Formação
da imagem latente, revelação e fixação da imagem.
Fixação: remove os haletos de prata da emulsão, esta etapa serve para neutralizar,
clarear, preservar e endurecer, leva cerca de 15 minutos.
O agente acelerador tem como objetivo de reagir com a presença de um álcali ou base.
São os aceleradores do processo de revelação, onde a função básica é expandir a emulsão para
que o processo de oxido redução ocorra mais agilmente. Os álcalis normalmente utilizados
são: tetraborato de sódio, metaborato de sódio, carbonato de sódio e hidróxido de sódio.
11
ÁLVARES LC, Freitas; As quantidades de brometo de potássio em alguns reveladores radiográficos e
suas influencias no filme – Universidade São Paulo, v.5 paginas 271-274.
utilizado para retardar essa decomposição é o Sulfito de Sódio. A presença de álcalis muito
fortes também oxida os agentes reveladores.
A ação dos agentes reveladores sobre as áreas da emulsão não expostas a luz precisa ser
controlada, afim de que não haja produção de véu além do normal e para que a transparência
do negativo seja aceitável, neste caso utiliza-se o agente limitador. O Brometo de Potássio é
normalmente utilizável para essa função.
A solução fixadora é composta por ácido acético, com função de neutralizar qualquer
contaminação com remanescentes de revelador, e inibir definitivamente a ação dos agentes
redutores.
O sulfito de sódio tem função antioxidante, ação preservativa do filme e sua ação é
evitar a degradação do agente clareador que é instável e suscetível a oxidação. Formam
complexos com resíduos oxidados de revelador que contaminam a solução, não permitindo
que estes manchem a radiografia.
O agente endurecedor é incorporado ao fixador com objetivo de tornar a gelatina da
emulsão mais resistente às ações mecânicas da manipulação do filme, e também favorece um
tempo de secagem mais curto, o agente frequentemente empregado é o alúmen de potássio12.
Não é só a prata que é aproveitada nesse processo. Os filmes plásticos também têm sua
vez, apresentando normalmente cor azul transparente tem sua reutilização pós-reciclagem
12
ÁLVARES LC, Freitas; As quantidades de brometo de potássio em alguns reveladores radiográficos e
suas influencias no filme – Universidade São Paulo, v.5 paginas 271-274.
13
FRAGMAQ. Como é feita a reciclagem de radiografias? Disponível em:
<http://www.fragmaq.com.br/blog/reciclagem-residuos-solidos/reciclagem-de-radiografias/>. Acesso em
18/08/2013 às 16h25min.
voltada a: pastas de arquivamento, embalagens de presentes, capas de fichários, estêncil de
pintura, caixas de lembrancinhas, de enfeites, etc14.
O Hospital Beneficente Santa Teresinha conta com um amplo centro de diagnóstico por
imagem, onde diariamente são realizados inúmeros exames de imagem, os que mais se
destacam são os raios x e as mamografias, exames estes que são solicitados pelos médicos
para diagnósticos dos pacientes. Após a realização destes e o diagnóstico dos médicos os
pacientes levam esses filmes radiográficos para casa, onde armazenam por muitos anos ou
acabam dando o destino incorreto para os mesmos, como os depositando em lixo comum ou
queimando. Atitudes essas muito prejudiciais ao meio ambiente, devido à grande
contaminação proporcionada por estes filmes.
14
TAVARES, Iva O. Recuperação de prata a partir de radiografias. Disponível em:
<http://www.recicloteca.org.br/Default.asp?Editoria=3&SubEditoria=11>. Acesso em 18/08/2013 às 16h25min.
A caixa de coleta está instalada na frente da recepção do Centro de Diagnóstico para a
melhor visualização dos pacientes que passam pelo local. Conforme se faz necessário esta
caixa é esvaziada por uma funcionária que separa os filmes dos envelopes (papel), e os
armazena em local próprio situada nas instalações do hospital, onde permanecem até que são
recolhidos pela empresa Revelafix Produtos Hospitalares Ltda. O papel dos envelopes e os
laudos deixados pelos pacientes dentro da caixa de coleta também são destinados para
reciclagem.
6. RESULTADOS
Com base na tabela acima se observa que a quantidade de filmes que retorna ao ponto
de coleta do hospital é muito pequena perto da quantidade de raios x que são feitos
diariamente no hospital. Considera-se que muitos destes filmes ainda estão sendo utilizados
nos tratamentos dos pacientes, mas uma grande parte deles já tem seu diagnóstico final e são
guardados e até mesmo esquecidos pelas pessoas em suas casas, até o dia que elas resolvem
de colocá-los no lixo ou queimá-los.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nos últimos tempos, a sociedade tem sido afetada por problemas resultantes da
consequência da ação antrópica no meio ambiente. A enorme quantidade de lixo produzido
pelos humanos, concomitante a sua deficiente gestão, resulta no lançamento destes dejetos em
destinos inadequados, podendo causar contaminação do solo, rios e águas subterrâneas. O ato
de reciclar um material que poderia ir para o lixo significa muito mais do que apenas gerar
outro material, significa a colaboração para manter a perfeita sintonia entre o homem e o meio
ambiente.