UCP - Apontamentos - Direito Canónico Institucional - I
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CATLICA PORTUGUESA
FACULDADE
DE
TEOLOGIA
LISBOA
DIREITO
CANNICO
INSTITUCIONAL-I
Apontamentos
para
uso
dos
alunos
ano
2013/2014
Ad
usum
privatum
auditorum
Programa
OBJECTO
A unidade curricular Direito Cannico Institucional prope-se estudar as
instituies da Igreja a partir do Cdigo de Direito Cannico, sobretudo as do Livro II.
Tendo em conta os inmeros cnones sobre esta matria, dedicaremos mais tempo s
instituies com relevncia mais directa na vida da Igreja, e consoante o interesse dos
alunos.
Alguns aspectos dos Livros III, V e VII sero abordados, dentro das
possibilidades.
ESQUEMA GERAL
1. Introduo geral
1.1 Significado de instituio
1.2 Organizao na vida da Igreja
2. Os Fiis e sua vocao (cc.204-329; 573-746)
2.1 Os fiis em geral
2.2 Obrigaes e direitos dos fiis
2.3 Os leigos
2.4 Os clrigos
2.5 Institutos de Vida Consagrada
2.6 Sociedades de Vida Apostlica
2.7 Associaes de fiis
2.8 Prelaturas pessoais
3. Constituio Hierrquica da Igreja: cc.330-572
4. Noes bsicas sobre as Igrejas Orientais Catlicas.
5. Introduo ao Munus Docendi (Livro III)
6. Introduo aos bens eclesisticos (Livro V).
7. Introduo ao poder judicial da Igreja (Livro VII).
SIGLAS
CIC Codex Iuris Canonici (1983)
I. INTRODUO GERAL
1. NOO DE INSTITUIO
O termo "Instituio" tem diversos sentidos e nem sempre fcil defini-lo, mesmo
no mbito do direito.
Na lngua latina os termos instituere - institutio, constituere - constitutio... (da
comum raiz stare) tm uma particular importncia na linguagem jurdica. "Institutio"
indica ao mesmo tempo a aco de fundar, da fazer e a coisa fundada; ideia de uma
realidade criada ou estabelecida, acrescenta-se um critrio de ordem e de permanncia
no tempo.
O conceito base foi estudado por SANTI ROMANO, jurista italiano, para quem,
"uma instituio uma unidade firme e permanente que no perde a sua identidade com
a mudana dos seus elementos, das pessoas que dela fazem parte, do seu patrimnio,
dos seus meios, dos seus interesses, dos seus destinatrios e assim por diante. Ela pode
renovar-se, conservar-se sempre a mesma e manter a prpria individualidade"1.
Nesta descrio encontramos os seguintes elementos constitutivos da instituio:
uma multiplicidade de elementos (pessoas,coisas,interesses, meios...);
uma ordem interna que consente a estes elementos formar uma nova
entidade;
um ente que adquire uma prpria identidade e uma existncia objectiva e
concreta, que permanece no tempo apesar das mudanas.
Este conceito assim formulado resulta vlido para qualquer entidade constituida
por uma pluralidade de elementos: a comunidade internacional, o Estado, a Igreja, uma
associao...
1.1. Instituio e graa
A relao Instituio-graa adquire uma funo relevante na recepo dos
sacramentos.
Estes, institudos por Jesus Cristo como instrumento da graa para aplicar a obra
da redeno a cada homem, servem tambm para estruturar a comunidade eclesial na
sua dimenso social2. Diversamente de quanto sucede na sociedade humana, em que a
vontade dos seus membros incide de maneira determinante na configurao do grupo
social e na distribuio dos papis entre os seus membros, os aspectos fundamentais da
estrutura social da Igreja so determinados pelos particulares bens que beneficiam a
comunidade eclesial, e mais especificamente, pela eficcia dos sacramentos que
perpetuam a vontade fundacional de Cristo3.
1
SANTI ROMANO, L'ordinamento giuridico, Firenze, 1977, 3 ed., 39, cit. in A.LONGHITANO, La
dimensione istituzionale della Chiesa, in GRUPPO ITALIANO DOCENTI DIRITTO CANONICO (a/c),
Il Diritto nel Mistero della Chiesa, I, Roma, PUL, 1979, 46. Cf. traduo espanhola: El ordenamiento
jurdico, traduo de Sebastin Martin-Retortillo y Lorenzo Martin-Retortillo, Madrid, Instituto de
Estudios Politicos, 1963. Este tema tambm apresentado por vrios cultores do direito cannico e civil.
Cf. ainda: Jos de O. ASCENSO, O Direito. Introduo e teoria geral, Coimbra, Almedina, 13 ed.
refundida, 2005; Silvio FERRARI, L'ordinamento giuridico della Chiesa cattolica. Lo sviluppo storico,
1998.
2
Cf. Juan Ignacio ARRIETA, Diritto dellorganizzazione ecclesiastica, Milano, Giuffr, 1997, 7. Cf.
Tambm Carlos J. ERRZURIZ M., Corso Fondamentale sul Diritto nella Chiesa I Introduzione I
Soggetti Ecclesiali di Diritto, Milano, Giuffr, 2009.
3
Cf. Juan Ignacio ARRIETA, Diritto dellorganizzazione ecclesiastica, Milano, Giuffr, 1997, 7.
M., Corso Fondamentale sul Diritto nella Chiesa I Introduzione - I Soggetti Ecclesiali di Diritto, 290291.
11
PAULO VI, Discurso aos participantes no Congresso de Direito Cannico promovido pela Pontificia
Universidade Gregoriana, Roma, 19.2.1977, in AAS 69 (1977) 211-212.
12
Cf. A.GIACOBBI, "Le Istituzioni Ecclesiali", 291ss.
13
Cf. A.GIACOBBI, "Le Istituzioni Ecclesiali", 301.
14
Cf. Anurio Catlico de Portugal; e Anurio de cada Diocese.
15
Carlos J. ERRZURIZ M., Corso Fondamentale sul Diritto nella Chiesa I Introduzione - I Soggetti
Ecclesiali di Diritto, 290.
CIC 1983
Livro II: O POVO DE DEUS
Parte I: Os fiis
Parte II: A constituio jerrquica da
Igreja
Parte III: Os IVC e as SVA
16
Carlos J. ERRZURIZ M., Corso Fondamentale sul Diritto nella Chiesa I Introduzione - I Soggetti
Ecclesiali di Diritto, 291.
17
Cf. JOO PAULO II, Constituio Apostlica Sacrae Disciplinae Leges, 25.1.1983.
18
O ttulo do livro (ou rubrica) encontra-se no esquema preparatrio de 1977 e a partir da nunca mais foi
mudado. O mesmo no aconteceu com o esquema que sofreu inmeras modificaes (Cf.
Communicationes IX (1977) 237-239; XII (1980) 48-55 e 239ss; XIII (1981) 298-302, cf.tambm 111ss e
271ss; XIV (1982) 154-158, 28ss).
19
Cf. A.OTTAVIANI, Institutiones Iuris Ecclesiastici, vol I, Roma, Typis Polyglottis Vaticanis, 1947,
editio tertia, 53-64. Este autor define a sociedade perfeita nos seguintes termos: Societas iuridice
perfecta est quae bonum in suo ordine completum tamquam finem habens, ac media omnia ad illud
consequendum iure possidens, est in suo ordine sibi sufficiens et independens, ide st plene autonoma
(ibidem, 53). O Ttulo II De Potestate Societatis Perfectae desenvolve a noo de autoridade, o poder
na sociedade perfeita, o poder legislativo, judicial e executivo (cf. ibidem, 65-127).
O Papa Joo Paulo II exprime de forma clara a relao entre o Conclio Vaticano
II e o Codex Iuris Canonici:
O instrumento, que o Cdigo, combina perfeitamente com a natureza da
Igreja, tal como proposta, principalmente pelo magistrio do Conclio Vaticano II, no
seu conjunto e de modo especial na sua eclesiologia. Mais ainda, este novo Cdigo
pode, de certo modo, ser considerado como grande esforo de transferir, para a
linguagem canonstica, a prpria eclesiologia conciliar. Se impossvel que a imagem
de Igreja descrita pela doutrina conciliar se traduza perfeitamente na linguagem
canonstica, o Cdigo, no obstante, deve sempre referir-se a essa imagem como
modelo primordial, cujos traos, enquanto possvel, ele deve em si, por sua natureza,
exprimir.
Da derivam algumas normas fundamentais, segundo as quais se rege todo o
novo Cdigo, nos limites, claro, de sua matria especfica, bem como da prpria
linguagem adaptada a essa matria. At se pode afirmar que tambm da que promana
a caracterstica que faz considerar o Cdigo como um complemento do magistrio
proposto pelo Conclio Vaticano II, particularmente no que tange s duas constituies,
dogmatica, Lumen Gentium e pastoral Gaudium et spes.
A conseqncia que a razo fundamental da novidade que, sem jamais afastarse da tradio legislativa da Igreja, se encontra no Conclio Vaticano II, principalmente
em sua eclesiologia, constitui tambm a razo da novidade no novo Cdigo.
Entre os elementos que exprimem a verdadeira e autntica imagem da Igreja,
cumpre mencionar sobretudo os seguintes:
a doutrina que prope a Igreja como Povo de Deus (cf. Const. Lumen
Gentium 2), e a autoridade hierrquica como servio (ibid. 3);
a doutrina que, alm disso, apresenta a Igreja como comunho e, por
conseguinte, estabelece as relaes que deve haver entre Igreja particular e Igreja
universal, e entre a colegialidade e o primado;
a doutrina, segundo a qual todos os membros do Povo de Deus participam, a
seu modo, do trplice mnus de Cristo: sacerdotal, proftico e rgio. A esta doutrina est
unida tambm a que se refere aos deveres e direitos dos fiis e expressamente dos
leigos;
enfim, o esforo que a Igreja deve consagrar ao ecumenismo.
Portanto, se o Conclio Vaticano II hauriu elementos antigos e novos do tesouro
da Tradio e se sua novidade se constitui por estes e outros elementos, manifesto que
o Cdigo deve possuir a mesma caracterstica de fidelidade na novidade e de novidade
na fidelidade, conformando-se a ela em seu prprio campo e sua maneira especial de
expressar-se. O novo Cdigo de Direito Cannico publicado no momento em que os
Bispos de toda a Igreja, no somente pedem sua publicao, como a solicitam com
insistncia e energia. De fato, o Cdigo de Direito Cannico totalmente necessrio
Igreja. Constituda tambm como corpo social e visvel, a Igreja precisa de normas: para
que se torne visvel sua estrutura hierrquica e orgnica; para que se organize
devidamente o exerccio das funes que lhe foram divinamente confiadas,
principalmente as do poder sagrado e da administrao dos sacramentos; para que se
componham, segundo a justia inspirada na caridade, as relaes mtuas entre os fiis,
definindo-se e garantindo-se os direitos de cada um; e finalmente, para que as iniciativas
comuns empreendidas em prol de uma vida crist mais perfeita, sejam apoiadas,
protegidas e promovidas pelas leis cannicas (C.A. Sacrae Disciplinae Leges,
25.01.1983).
23
Cf. Juan Ignacio ARRIETA, Diritto dellorganizzazione ecclesiastica, Milano, Giuffr, 1997, 17-18.
Juan Ignacio ARRIETA, Diritto dellorganizzazione ecclesiastica, Milano, Giuffr, 1997, 18.
25
Cf. Juan Ignacio ARRIETA, Diritto dellorganizzazione ecclesiastica, Milano, Giuffr, 1997, 18-19.
26
Cf. Juan Ignacio ARRIETA, Diritto dellorganizzazione ecclesiastica, Milano, Giuffr, 1997, 19.
27
Cf. Juan Ignacio ARRIETA, Diritto dellorganizzazione ecclesiastica, Milano, Giuffr, 1997, 19.
24
28
Cf. Juan Ignacio ARRIETA, Diritto dellorganizzazione ecclesiastica, Milano, Giuffr, 1997, 20.
Cf. A.Leite SOARES, supra.
30
Juan Ignacio ARRIETA, Diritto dellorganizzazione ecclesiastica, Milano, Giuffr, 1997, 20.
31
Cf. Juan Ignacio ARRIETA, Diritto dellorganizzazione ecclesiastica, Milano, Giuffr, 1997, 21.
29
CIC 1983
Livro II DO POVO DE DEUS
Parte I Os Fiis
Parte II Constituio Hierrquica da
Igreja
Parte III Dos Institutos de Vida
Consagrada e Sociedades de Vida
Apostlica
204
205
206
207
32
GOMES, M.Saturino C., Deveres e Direitos na Igreja: do CIC 1917 ao CIC 1983-algumas notas, in
GOMES, M.Saturino C., Deveres e direitos dos fiis na Igreja, Lisboa, UCP-CEDC, 1999, pp.33-50,
col.Lusitania Canonica 5.
TTULO II: DAS OBRIGAES E DIREITOS DOS FIIS LEIGOS (CC. 224-231)
Leigo vem do grego laos (povo) ou laikos. O povo era considerado como
privilegiado, isto , pertencia aos que eram eleitos por Deus. Povo e clero, inicialmente,
termos sinnimos, no incio, e aplicavam-se a todos os cristos. Posteriormente, a
distino entre as duas realidades acentuou-se.
O Conclio Vaticano II, nos documentos LG e AA, dignificou a vocao laical,
despindo-a de preconceitos e de conotaes negativas do passado. Joo Paulo II, a
quando da apresentao pblica do novo CIC, afirmou: sem dvida direito divino
esta diversidade dos membros, e com efeito a distino que o Senhor fez entre os
ministros sagrados e o resto do Povo de Deus (LG 32), comporta na Igreja um duplo e
pblico modo de viver33.Veja-se tambm a Christifideles Laici, 15.
O que mais caracteriza o leigo a sua ndole secular.
Cn. 225: enquadra o laicado no estado comum do fiel cristo.
Cn.227: explicita o ministrio do leigo na sociedade civil, de atuarem segundo
a sua vocao e de acordo com a doutrina da Igreja.
Participao do leigo nos trs munera. Apresenta-se alguns exemplos.
766
767 1
774; 776
793; 796-798
803; 806
804; 805
Os professores de religio
33
Discorso di Giovanni Paolo II per la presentazione ufficiale del nuovo Codice di Diritto Canonico,
3.02.1983, 3.2.1983, in www.vatican.va.
1174; 1035
910
230 2
c) Munus regendi:
339 2
443 4
512; 536
492
1714
1424
1575; 296; 317 3;
363; 494
4.
234
235
236
237
238
239
240
241
242
243
244
245
247
O celibato como dom especial de Deus. Os alunos devem ter a devida formao
teolgica quanto a este aspecto.
248
252
253
261
A incardinao exprime a ideia que um clrigo deve estar inserido numa Igreja
particular, Prelatura pessoal, ou Instituto de Vida Consagrada ou Sociedade
dotados desta faculdade. Na Igreja no se aceitam clrigos acfalos ou vagos.
2663
Quanto aos membros de um Instituto secular, ordenados diconos, incardinamse na Igreja particular para cujo servio foram ordenados, a no ser que a S
Apostlica tenha autorizado a incardinao no prprio Instituto.
34
o Bispo mas tambm com os restantes membros do Povo de Deus onde realiza
o seu ministrio: presbitrio e povo cristo.
A obedincia cannica no impede a liberdade do clrigo, mas configura-se
como corresponsabilidade no ministrio. A iniciativa pessoal deve
impulsionar o sacerdote na procura de um dilogo fraterno com o prprio
Bispo ou com outros superiores imediatos, sempre disposto a submeter-se ao
juzo dos que exercem a funo principal no governo do Povo de Deus37.
275
1. Os clrigos, uma vez que todos conspiram para a mesma obra, a saber, a edificao do
Corpo de Cristo, estejam unidos entre si pelo vnculo da fraternidade e da orao, cooperem
uns com os outros, segundo as prescries do direito particular.
2. Os clrigos reconheam e promovam a misso que os leigos, cada um pela sua parte,
desempenham na Igreja e no mundo.
37
JOO PAULO II, Alocuo na Audincia geral, 17.7.1993, in LOsservatore Romano (ed.espanhola),
23.7.1993, p.2.
41
DMVP, n 60.
42
Cf. DMVP, n 60.
43
Cf. Jorge de OTADUY, comentrio can.277, in Comentario Exegtico al Cdigo de Derecho
Cannico, Pamplona, EUNSA, 1997, vol.II/1, 339.
280
281
282
283
3. Prossigam tambm no conhecimento de outras cincias, sobretudo daquelas que se relacionam com as cincias sagradas, principalmente na medida em
que aproveitem ao exerccio do ministrio pastoral.
Muito se recomenda aos clrigos alguma forma de vida comum; a qual, onde
esteja em uso, se h-de conservar quanto possvel.
1. Os clrigos, quando se dedicam ao ministrio eclesistico, merecem uma
remunerao condigna com a sua condio, tendo em conta tanto a natureza do
seu mnus, como as circunstncias dos lugares e dos tempos, com a qual
possam prover s necessidades da sua vida e justa retribuio daqueles de
cujo servio necessitam.
2. Tambm se deve providenciar para que desfrutem da assistncia social,
com a qual se proveja convenientemente s suas necessidades, se sofrerem de
doena, invalidez ou velhice.
3. Os diconos casados, que se entregarem plenamente ao ministrio
eclesis-tico, merecem uma remunerao com que possam prover sua
sustentao e da famlia; mas aqueles que tiverem remunerao pela
profisso civil que exercem ou exerceram, provejam s suas necessidades e s
da famlia com essas receitas.
Cn. 282 1. Os clrigos cultivem a simplicidade de vida e abstenham-se
de tudo o que tenha ressaibos de vaidade.
2. Os bens recebidos por ocasio do exerccio do ofcio eclesistico, que lhes
sobejarem depois de providenciarem sua honesta sustentao e ao
cumprimento dos deveres do prprio estado, procurem empreg-los para o
bem da Igreja e em obras de caridade.
1. Os clrigos, mesmo que no tenham ofcio residencial, no se ausentem da
sua diocese por tempo notvel, a determinar por direito particular, sem licena,
ao menos presumida, do Ordinrio prprio.
2. Compete-lhes tambm a faculdade de gozar todos os anos do devido e
suficiente tempo de frias, determinado por direito universal ou particular.
2. No tomem parte activa em partidos polticos ou na direco de associaes sindicais, a no ser que, a juzo da autoridade eclesistica competente, o
exija a defesa dos direitos da Igreja ou a promoo do bem comum.
288 Os diconos permanentes no esto sujeitos s prescries dos cnones 284,
285, 3 e 4, 286, 287, 2, a no ser que o direito particular determine outra
coisa.
289 1. Sendo o servio militar menos consentneo com o estado clerical, os
clrigos e os candidatos s ordens sagradas no se alistem nele voluntariamente, a no ser com licena do seu Ordinrio.
2. Os clrigos utilizem as isenes que as leis civis, as convenes e os costumes lhes concedem, em ordem a no exercerem cargos e servios pblicos
civis alheios ao estado clerical, a no ser que em casos particulares o Ordinrio
prprio decida outra coisa.
4.4 Captulo IV: Da Perda do estado clerical (cc.290-293)
preciso distinguir a invalidade da ordenao da perda do estado clerical (perda
daquela condio jurdica estvel de vida que distingue o clrigo dos leigos). Pode
perder-se o estado clerical, mas a ordenao continuar vlida. A perda do estado clerical
no comporta necessariamente a perda da obrigao do celibato (cn. 291), exceptuado
o caso referido no cn.290, n 1.
O ordenamento cannico estabeleceu tradicionalmente uma ntida distino
entre as duas situaes jurdicas: a perda da condio clerical e a dispensa das
obrigaes contradas com a recepo do sacramento.
O captulo relativo perda do estado clerical abre-se como o fazia no CIC 17 o
ttulo correspondente com a referncia doutrina do carcter sacramental, impresso na
pessoa de maneira indelvel pela recepo da ordem sagrada, desde que no seja
anulado.
Neste comentrio no pretendemos estudar a eficcia sacramental mas sim a
condio jurdica de quem recebe a ordem sagrada, que pode sofrer importantes
modificaes embora permanecendo o sacramento na sua realidade ontolgica.
Na linguagem pio-beneditina denominava-se de reduo ao estado laical, hoje
chamamos de perda do estado clerical. Evita-se deste modo a referncia pejorativa.
290
6.9
Supresso
44
Alm de CL, 30, cf. CEP, Normas gerais das Associaes de Fiis, 4.4.2008, Introduo.
BIBLIOGRAFIA SUMRIA
FONTES
Cdigo de Direito Cannico, 1917, cc.684-725.
Cdigo de Direito Cannico, 1983, cc.298-329.
CONCLIO VATICANO II, AA, nn.18-22; PO, n.8; PC, n.20.
JOO PAULO II, Exortao Apostlica Christifideles Laici, nn.29-31.
CONFERNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA
-Normas gerais para a regulamentao das associaes de fiis, Ftima, 1988.
-Declarao conjunta dos Bispos sobre a Dimenso pastoral e cannica das
Misericrdias Portuguesas, 15.11.1989, in Lumen 11 (1989) 7-8.
-Normas gerais das Associaes de Fiis, 4.4.2008.
-Decreto geral sobre as Misericrdias, 23 Abril 2009.
-Decreto geral Interpretativo para as Misericrdias portuguesas, 2 Maio 2011.
ESTUDOS
BENTO XVI-Joseph Ratzinger, Os Movimentos na Igreja-Presena do Esprito e
Esperana para os Homens, Lucerna, 2007.
FERREIRA, Manuel Pinho, A personalidade jurdica das associaes de fiis, in Forum
Canonicum, vol. V/1 (2010) 21-34.
FERREIRA, Sebastio Pires, Os bens temporais das associaes de fiis, in Forum
Canonicum, vol. V/1 (2010) 45-70.
GOMES, M.Saturino C., O direito de associao um direito fundamental da Igreja, in
Didaskalia XIX (1989) 191-262.
IDEM (coord.), As Associaes na Igreja, Lisboa, UCE, 2005. Contm vrios artigos
sobre as associaes.
GUARDA, Jorge M.F., Critrios de eclesialidade das associaes de fiis, in Forum
Canonicum, vol. V/1 (2010) 35-44.
MARQUES, J.Antnio Silva, O Direito de associao e as associaes de fiis na Igreja
luz do Vaticano II e do novo Cdigo de Direito Cannico, in Theologica XIX/IIIIV (1986), pp.165 (separata).
IDEM, As associaes de fiis no contexto civil e eclesial portugus, in Codex Iuris
Canonici: dez anos de aplicao na Igreja e em Portugal, Lisboa, CEDC, 1995, 113151.
MARTNEZ SISTACH, Llus, Las asociaciones de fieles, Barcelona, Facultat de
Teologia de Catalunya, 2004, 5 ed.
Movimentos eclesiais e novas comunidades, Pentecostes 1998 (Congresso internacional e
Encontro com Joo Paulo II). Procurar material nas revistas eclesiais.
Revista Communio, ed. port., (1/1991) nmero monogrfico sobre os movimentos
eclesiais.
Cf. ANDRS, Domingo J., El derecho de los religiosos, Madrid Publicaciones Claretianas, 1983, pp.
14ss. Novas edies da obra, em italiano e espanhol.
2.1 Primeiro, na constituio do Povo de Deus (c.2072) que, sendo composto por
divina instituio de ministros sagrados e de leigos, tem tambm outro grupo de fiis,
provenientes do ministrio sagrado ou do laicado, cujo estado, ainda que nao pertena a
estrutura jerrquica da Igreja, pertence, sem duvida, sua vida e santidade. Assim, o
legislador quis por em relevo o peso quase constitucional, a dignidade e a proximidade
do estado da vida consagrada, aos dois nicos estados fundamentais e constitutivos do
Povo de Deus.
2.2 Segundo, no tratado prprio sobre os IVC e SVA (c.574), para tirar duas
consequncias relevantes:
2.2.1 este estado e os seus membros devem incrementar a misso salvfica da
Igreja; da deriva toda a abertura e regulamentao do apostolado e das relaes com a
jerarquia, responsvel daquela misso;
2.2.2 na Igreja, todos ho-de fomentar e promover dito estado; com idntica
obrigao e intensidade e pelo mesmo motivo, com que tem que promover-se e
favorecer-se a vida e a santidade da Igreja; de onde derivaro, alm das normas que
regulam o apostolado e as relaes com a jerarquia - expresso e
expanso da vida da Igreja - as prescries que exigem aos consagrados a tendncia
santidade e perfeio.
3. Autonomia dos IVC
Reconhece-se a cada Instituto a justa autonomia de vida, sobretudo de governo
(c.586#l).
Concede existncia jurdica no mbito do ordenamento cannico universal, para
que no fique como um axioma pragmtico...
Autonomia: a faculdade reconhecida pela Igreja a fim de que cada Instituto
possa emanar normas cannicas, referidas a si mesmo e equiparadas, mas subordinadas
as do direito universal do qual fazem parte.
0 ordenamento cannico prev certas medidas de controlo (aprovao das
Constituies e de suas mudanas, assuntos que ho-de tratar a confirmao de certos
actos transcendentes, informaes, conhecimento dos documentos da jerarquia...) no
para limitar os espaos de autonomia codificados, mas para estar seguro de que o IVC
no ultrapassa a esfera que lhe foi atribuda.
3.1 Fundamento da autonomia
a) natureza carismtica da vida consagrada. b) ndole constitutiva e
incondicional que oferecem Igreja. c) no pertena jerarquia eclesistica. d) fins
fundacionais. e) relevo histrico e actual da sua vida e apostolado para
a Iqreja.
DIREITO
UNIVERSAL
Decises
1. Geral
DIREITO
PRPRIO
Superiores
Directrios
Plano de Formao (Ratio)
Ratio Studiorum
Bens Temporais
Ss Tradies
(autonomia)
2. Provincial/Regional/Local
Outras normas
Directrio / Estatutos Provinciais
Normas dos Captulos
Ratio Formationis
Ratio Studiorum
Administrao dos Bens Temporais
Captulos locais
Outras normas
c) Votos pblicos
Para a noo de voto ver o can. 1191.
d) Caractersticas dos votos
- * pblicos: so emitidos perante um superior eclesistico legtimo que os aceita em
nome da Igreja (c.11921).
- * pessoal: o que se promete e a prpria pessoa, a qual se entrega em tudo o que e
o que faz.
- * trilogia: so trs, segundo a norma do Cdigo, correspondentes aos trs
conselhos evanglicos de castidade, pobreza e obedincia. No direito prprio so
abundantes os quartos, quintos votos...
- * perpetuidade ou temporalidade renovvel (c.6072).
Perptuos: emitidos por toda a vida (na quase totalidade dos IVCR).
Temporais: renovveis ao expirar o prazo de emisso. Ho-de entender-se num duplo
sentido: 1. como permanentemente temporais nos perodos de emisso, de modo que
nunca se emitem os perptuos, ainda que a inteno de perseverana deva ser perpetua;
2. como transitoriamente temporais, antes dos perptuos, segundo o can. 655 (trinio
como mnimo e sexnio como mximo).
-* Obrigatoriedade na ordem jurdica eclesistica. O seu cumprimento passa a ser
uma obrigao no foro externo da Igreja, pois so recebidos por um superior legtimo
eclesistico.
Podem criar certas inabilitaes ou incapacidades (c.1088), podem ser expulsos do
Instituto (cc.694-704).
- * nem solenidade nem simplicidade (s h uma referencia no can.11922)
Deixa-se ao direito prprio...
- * o voto fica reservado competente autoridade da Igreja: Santa S, Bispo
Diocesano.
- * sacralidade da pessoa que professa mediante voto: o religioso fica convertido
em pessoa sagrada dentro da Igreja, enquanto plenamente consagrada a Deus e Igreja
(cf. can.6071). No CIC 1917 isto era maia claro e mais forte. O nico vestgio no
actual CIC sobre a sacralidade da pessoa do religioso o can. 13703.
e) Vida fraterna em comum
Enquanto fraterna, cujo fundamento cristolgico est no can.602, como a dos
IVCS e algumas SVA, mas canonicamente distinta da via fraterna destes (cc. 714;
7311), enquanto comum. imposta como obrigao especfica pelo cn. 665.
Basicamente consta de: incorporao, coabitao, forma comunitria de
vidaH outros aspectos: litrgico-espiritual, disciplinar, econmico
2. Deveres e direitos dos Institutos e dos seus membros (cc.662-672)
2.1 O seguimento de Cristo: cn. 662.
2.2 Prticas de contemplao e de orao: cn. 663.
2.3 Prticas de converso e de penitncia: cn. 664.
2.4 A vida comum na casa e as ausncias: cn. 665.
Cf. OBERTI, A., Consagrados no mundo, in AA.VV., Leigos consagrados hoje, S. Paulo, EP, 1986,
p.9.
48
Cf. Il Diritto nel mistero della Chiesa, II, Roma, Pont. Univ. Lateranense, 1990, p. 324, nota 162.
332
334
A ELEIO DO PAPA
Na Constituio Apostlica
Universi Dominici Gregis
Com data de 22 de Fevereiro 1996, Festa da Ctedra de S. Pedro, o Papa Joo
Paulo II promulgou uma nova Constituio Apostlica, denominada Universi Dominici
Gregis (UDG), sobre a vacncia da S Apostlica e da eleio do Romano Pontfice.
Este documento ab-roga o anterior, do Pontificado de Paulo VI, Romano Pontifici
Eligendo, de 1 de Outubro de 1975. A Constituio confirma nos seus pontos essenciais
a estrutura do Conclave, no deixando, porm, de inovar em alguns aspectos, tendo em
conta a evoluo histrica e a cultura moderna.
Esta uma lei especial, prevista pelo Cdigo de Direito Cannico da Igreja
Catlica Latina (cf. cn. 335), o qual no legisla nesta matria. Define, sim, o Bispo de
Roma como a cabea do Colgio dos Bispos, Vigrio de Cristo e Pastor da Igreja
Universal neste mundo; o qual goza na Igreja de poder ordinrio, supremo, pleno,
imediato e universal, que pode exercer sempre livremente (cn. 331). Alis, a UDG
comea por acentuar a importncia da figura e da misso do sucessor de Pedro: Todo o
Rebanho do Senhor tem como Pastor o Bispo da Igreja de Roma, onde, por soberana
disposio da Providncia divina, o bem-aventurado Apstolo Pedro, pelo martrio,
prestou a Cristo o supremo testemunho do sangue. Assim, bem compreensvel que
tenha sido sempre objecto de particular ateno a legtima sucesso apostlica nesta
Sede, com a qual, por ser mais excelente por causa da sua origem, deve
necessariamente estar de acordo toda a Igreja (St. Ireneu).
A S Apostlica declarada vaga pela morte ou renncia do Sumo Pontfice (cf.
cn.3322 ). Nessa altura, o governo da Igreja confiado ao Colgio dos Cardeais que
tem unicamente a competncia de assegurar a gesto dos assuntos ordinrios ou
inadiveis, bem como preparar a eleio do novo Pontfice. Assim, so nulas todas as
decises que so da competncia do Papa, enquanto estava vivo ou no exerccio das
funes do seu ofcio. As leis e os direitos da S Apostlica no podem ser alterados ou
prejudicados, por quem quer que seja. Permanece em vigor o clebre axioma de que
durante a vagatura ou total impedimento da S romana, nada se inove no governo da
Igreja universal (cn.335). O poder na Igreja fica reservado ao Bispo de Roma, pois s
ele e unicamente ele goza de poder ordinrio, supremo, pleno e imediato e universal,
que pode exercer sempre livremente (cn.331). O Colgio dos Cardeais assegura
interinamente a vida da Igreja, nos termos estabelecidos, mas no de modo nenhum uma
espcie de Parlamento que possa dispor de poderes especiais.
O acto de eleio, celebradas que foram as exquias pelo Pontfice, deve realizarse no dcimo quinto dia da morte do Pontfice, podendo esperar-se at ao vigsimo dia,
caso surjam dificuldades para a presena de todos os Cardeais.
O colgio dos eleitores do Santo Padre continua a ser o dos Cardeais da Santa
Igreja Romana, consoante a tradio milenar da Igreja, consolidada no sculo XI.
Mesmo que a S Apostlica fique vaga durante a celebrao de um Conclio Ecumnico
ou de um Snodo dos Bispos, a tarefa de eleger o Papa pertence sempre aos Cardeais.
Aps o Conclio Vaticano II no faltaram correntes, dentro da Igreja, que defendiam
tambm a actuao das Conferncias Episcopais, o que no veio a ser considerado
definitivamente pelo Pontfice de ento. Joo Paulo II explcito ao fundamentar as
razes da continuidade do Colgio dos Cardeais, apesar de reconhecer que a eleio
possa, porventura, encontrar outras vias. que neste Colgio manifestam-se, em
sntese, dois aspectos que marcam a figura e o ofcio do Romano Pontfice: Romano,
Sebenta de Direito Cannico Institucional I - Prof. Doutor Manuel Saturino C. Gomes - 47
porque est conotado com o Bispo de Roma e, por tal, em ligao ntima com o clero da
Cidade de Roma, representado pelos Cardeais; Pontfice da Igreja Universal, porque
apascenta todo o rebanho do Senhor, os Cardeais representam por seu lado a
universalidade dos cinco continentes.
expressamente proibido o direito de eleio por qualquer outro eclesistico ou
por leigos, seja qual for a sua condio. O mesmo se diga em relao ao direito de veto
que algum ouse apresentar. Isto para facultar o normal desenrolar do acto eleitoral e a
no intromisso de estranhos, como sucedeu ao longo da histria da Igreja. Acima de
tudo, a plena liberdade da Igreja nos seus assuntos, excluindo-se influncias de polticas
externas. O Bispo de Roma exorta os Cardeais a no se deixarem conduzir por simonia,
interesses, pactos, influncias, compromissos de qualquer gnero na eleio do futuro
Papa. Certas transgresses so punidas com a excomunho latae sententiae.
O nmero no pode superar os 120, seguindo-se o limite da norma de Paulo VI.
Esto excludos da participao do Conclave (assembleia dos Cardeais para a eleio)
os Cardeais com mais de 80 anos (podem, todavia, estar presentes nas reunies
preparatrias) ou aqueles que tenham sido canonicamente depostos ou que tenham
renunciado dignidade cardinalcia, prvio consentimento do S. Padre.
O lugar da eleio continua a ser o mesmo: a Capela Sistina. S que os eleitores e
os colaboradores do Conclave ficaro alojados no j no Palcio Apostlico mas sim na
Casa Santa Marta, dentro das muralhas do Vaticano, o que no impede a concentrao
e o recolhimento dos eleitores. Eles no podero ser abordados por ningum durante
este perodo eleitoral. O Papa prescreve o total isolamento dos Cardeais e colaboradores
com o mundo exterior, a saber: no podem trocar correspondncia epistolar, telefnica
ou por outros meios de comunicao com pessoas estranhas ao acto da eleio, a no ser
que a Congregao particular dos Cardeais comprove que existe uma necessidade
urgente. imperioso que os Cardeais, antes de iniciarem o acto eleitoral, organizem
tudo o que diga respeito s suas exigncias de servio ou pessoais, de modo a no serem
perturbados.
O segredo de tudo o que acontece durante a assembleia eleitoral imposto aos
Cardeais e a todos os colaboradores, que devem promet-lo sob juramento. Deve-se usar
de todos os meios tcnicos para certificar-se de que na Capela Sistina no se realize
qualquer captao ou transmisso audiovisual, sob pena de incorrer em sanes
cannicas quem for descoberto como autor desses actos. Durante as votaes, na Capela
Sistina, s devero permanecer os Cardeais eleitores, pelo que no se admite mais
ningum; os outros colaboradores devero sair do local.
Uma inovao, agora introduzida por Joo Paulo II na realizao da eleio, a
eleio por escrutnio, a nica permitida. So abolidas a eleio por aclamao ou
inspirao e por compromisso. Para a vlida eleio do Romano Pontfice, exigida
uma maioria de dois teros dos sufrgios, calculados com base na totalidade dos
eleitores presentes. Se houver Cardeais doentes, estes podero votar nos seus aposentos,
segundo orientaes precisas desta Constituio.
Refira-se que na Constituio de Paulo VI contemplava-se a aclamao (ou
inspirao) e o compromisso (cf. artigos 63 e 64). A primeira acontece quando os
Cardeais eleitores, sentindo-se inspirados pelo Esprito Santo, proclamam espontnea e
unanimemente o nome de uma pessoa para o supremo Pontificado. Neste caso, os outros
eleitores devem dar o seu assentimento. No compromisso, os Cardeais eleitores confiam
a um grupo de entre eles o poder de eleger, em nome do Colgio, o Bispo de Roma. Um
grupo de Cardeais recebe a delegao e age segundo determinadas condies.
Uma outra novidade o modo de proceder, caso se verifique dificuldade em
eleger o Papa com a maioria de dois teros durante os trs primeiros dias. Assim, os
escrutnios suspendem-se durante um dia (no mximo), para uma pausa de orao, de
colquio livre entre os votantes e de uma breve exortao espiritual, feita pelo primeiro
dos Cardeais da Ordem dos Diconos. Se aps sete escrutnios, no se verificar a
eleio, faz-se outra pausa de orao, de colquio e de exortao, feito pelo primeiro
dos Cardeais da Ordem dos Presbteros. Se ainda persistir a dificuldade, realiza-se nova
pausa de orao, de colquio e de exortao, feita pelo primeiro dos Cardeais da Ordem
dos Bispos. Recomea-se com nova votao at a um mximo de sete, se no houver
eleio. A Constituio UDG prev, mesmo assim, a possibilidade de impasse ou de
dificuldade. Que devero fazer os Cardeais? O Cardeal Camerlengo pede a opinio aos
Cardeais sobre o modo de proceder, cumprindo-se o que a maioria absoluta dos eleitores
tiver decidido. Dever-se-, contudo, celebrar uma vlida eleio, com a maioria absoluta
dos sufrgios ou votando somente os dois nomes que, no escrutnio imediatamente
anterior obtiveram a maioria dos votos, sempre com maioria absoluta. aqui que reside
a novidade, que eu anunciei no princpio deste pargrafo, isto , o Papa deixa a
liberdade aos Cardeais de decidirem como acharem oportuno. Podero, talvez, insistir
junto de algum Cardeal, propor nomes, afastar eventuais dificuldades e impedimentos...
Todavia, o Papa peremptrio quando declara nula e invlida qualquer eleio que no
obedea s normas da Constituio Universi Dominici Gregis. Nunca se poder
prescindir da votao secreta.
O eleito poder ser algum que no faa parte do Colgio dos Cardeais e que, at,
nem possua a dignidade episcopal. No obrigatrio que ele resida em Roma. Se o
eleito j tiver a Ordenao episcopal, torna-se imediatamente o Bispo de Roma,
verdadeiro Papa e Cabea do Colgio Episcopal, adquire efectivamente o poder pleno e
absoluto sobre a Igreja universal, e pode exerc-lo. Se, pelo contrrio, o eleito no
possuir o carcter episcopal, seja imediatamente ordenado Bispo (n 88).
Terminamos este artigo, com as palavras cheias de f de Joo Paulo II, recheadas
certamente da sua experincia, com as quais exorta o eleito a aceitar a misso de Bispo
de Roma e de Pastor da Igreja Universal: Peo, depois, quele que for eleito que no se
subtraia ao cargo, a que chamado, pelo temor do seu peso, mas que se submeta,
humildemente, ao desgnio da vontade divina. Com efeito, Deus, quando lhe impe o
nus, tambm o ampara com a sua mo, para que no se sinta impotente para o carregar;
quando lhe confere o pesado encargo, d-lhe tambm o auxlio para o cumprir, e quando
lhe confere a dignidade, concede-lhe tambm a fora, para que no sucumba sob o peso
do cargo (n 86).
A eleio do Papa sempre um acto que aglutina as atenes de todo o orbe
catlico e, tambm, da humanidade. A quem a v como acontecimento poltico,
devemos responder que , essencialmente, um momento eclesial de grande f.
CARTA APOSTLICA
DADA SOB A FORMA DE MOTU PROPRIO
Texte original latin dans lOsservatore Romano du 27 juin 2007. La Documentation Catholique 16
dcembre 2007. N 2392, p. 1087.
BENTO XVI
CARTA APOSTLICA
SOB FORMA DE MOTU PROPRIO
NORMAS NONNULLAS
Pela Carta Apostlica De aliquibus mutationibus in normis de electione Romani
Pontificis, dada Motu Proprio em Roma no dia 11 de Junho de 2007, no terceiro ano do
meu Pontificado, estabeleci algumas normas que, ab-rogando aquelas prescritas no
nmero 75 da Constituio apostlica Universi Dominici gregis promulgada no dia 22
de Fevereiro de 1996 pelo meu Predecessor o Beato Joo Paulo II, restabeleceram a
norma, sancionada pela tradio, segundo a qual, para a eleio vlida do Romano
Pontfice, sempre exigida a maioria dos dois teros de votos dos Cardeais eleitores
presentes.
Considerando a importncia de assegurar a melhor realizao de quanto concerne,
embora com desigual relevncia, eleio do Romano Pontfice, em particular uma
interpretao e actuao mais seguras de algumas disposies, estabeleo e determino
que algumas normas da Constituio apostlica Universi Dominici gregis e aquilo que
eu mesmo dispus na mencionada Carta apostlica sejam substitudas pelas normas
seguintes:
N 35. Nenhum Cardeal eleitor poder ser excludo da eleio, quer activa quer
passiva, por nenhum motivo ou pretexto, mantendo-se, porm, quanto est estabelecido
nos nnos 40 e 75 desta Constituio.
N 37. Determino, ainda, que, desde o momento em que a S Apostlica ficar
legitimamente vacante, se esperem, durante quinze dias completos, pelos ausentes antes
de iniciar o Conclave; deixo, ademais, ao Colgio dos Cardeais a faculdade de antecipar
o incio do Conclave se constar a presena de todos os Cardeais eleitores, bem como a
faculdade de adiar, se houver motivos graves, o incio da eleio por mais alguns dias.
Transcorridos porm, no mximo, vinte dias desde o incio da S vacante, todos os
Cardeais eleitores presentes so obrigados a proceder eleio.
N 43. Desde o momento em que foi disposto o incio das operaes da eleio at ao
anncio pblico da eleio concretizada do Sumo Pontfice, ou, de qualquer modo, at
quando assim tiver determinado o novo Pontfice, os espaos da Domus Sanctae
Marthae, bem como, e de modo especial, a Capela Sistina e os lugares destinados s
celebraes litrgicas, devero, sob a autoridade do Cardeal Camerlengo e com a
colaborao externa do Vice-Camerlengo e do Substituto da Secretaria de Estado, ser
fechados s pessoas no autorizadas, conforme se estabelece nos nmeros seguintes.
Todo o territrio da Cidade do Vaticano e ainda a actividade ordinria das Reparties,
que tm a sede dentro do mesmo, devero ser regulados, durante o referido perodo, de
modo que fiquem assegurados a reserva e o livre exerccio de todas as operaes
conexas com a eleio do Sumo Pontfice. De forma particular, dever-se- tomar
providncias, inclusive com a ajuda dos Prelados Clrigos de Cmara, para que os
Cardeais eleitores no sejam abordados por ningum durante o percurso da Domus
Sanctae Marthae ao Palcio Apostlico do Vaticano.
N 46 (1 pargrafo). Para acudirem s exigncias pessoais e de servio, conexas com a
realizao da eleio, devero estar disponveis, e, consequentemente, alojados em
lugares convenientes dentro dos confins apontados no n 43 da presente Constituio, o
Secretrio do Colgio Cardinalcio, que desempenha as funes de Secretrio da
assembleia eleitoral; o Mestre das Celebraes Litrgicas Pontifcias, com oito
Cerimonirios e dois Religiosos adscritos Sacristia Pontifcia; um eclesistico
escolhido pelo Cardeal Decano ou pelo Cardeal que o substitua, para lhe servir de
assistente.
N 47. Todas as pessoas elencadas no nn.os 46 e 55 (2 pargrafo) da presente
Constituio apostlica, que, por qualquer motivo e a qualquer momento, chegassem a
ter conhecimento, por quem quer que fosse, daquilo que, directa ou indirectamente,
concerne aos actos prprios da eleio e, de modo especial, de algo atinente aos
prprios escrutnios havidos para a eleio, esto obrigadas a guardar estrito segredo
com qualquer pessoa estranha ao Colgio dos Cardeais eleitores; com tal objectivo,
antes do incio das operaes para a eleio, devero prestar juramento segundo as
modalidades e a frmula indicadas no nmero seguinte.
N 48. As pessoas apontadas nos nn.os 46 e 55 (2 pargrafo) da presente Constituio,
devidamente advertidas sobre o significado e a extenso do juramento a prestar, antes
do incio das operaes para a eleio, perante o Cardeal Camerlengo ou outro Cardeal
por ele delegado, na presena de dois Protonotrios Apostlicos de Nmero
Participantes, devero no tempo devido pronunciar e assinar o juramento segundo a
frmula seguinte:
Eu, N. N., prometo e juro observar o segredo absoluto com toda a pessoa que no fizer
parte do Colgio dos Cardeais eleitores, e isto perpetuamente, a no ser que receba
especial faculdade dada expressamente pelo novo Pontfice eleito ou pelos seus
sucessores, acerca de tudo aquilo que concerne directa ou indirectamente s votaes e
aos escrutnios para a eleio do Sumo Pontfice.
De igual modo, prometo e juro de me abster de fazer uso de qualquer instrumento de
gravao, de audio, ou de viso daquilo que, durante o perodo da eleio, se
realizar dentro dos confins da Cidade do Vaticano, e particularmente de quanto,
directa ou indirectamente, tiver a ver, de qualquer modo, com as operaes ligadas
prpria eleio.
Declaro proferir este juramento, consciente de que uma infraco ao mesmo
comportar para a minha pessoa a pena da excomunho latae sententiae reservada S
Apostlica.
Assim Deus me ajude e estes Santos Evangelhos, que toco com a minha mo.
N 49. Celebradas, segundo os ritos prescritos, as exquias do Pontfice falecido, e
preparado tudo aquilo que necessrio para o regular exerccio da eleio, no dia
estabelecido, nos termos do n 37 da presente Constituio, para o incio do Conclave,
todos os Cardeais reunir-se-o na Baslica de S. Pedro no Vaticano, ou noutro stio
segundo a oportunidade e as necessidades do tempo e do lugar, para tomarem parte
numa solene celebrao eucarstica com a Missa votiva pro eligendo Papa [19]. Isto
dever-se- realizar, se possvel, em hora conveniente da parte da manh, de modo que,
na parte da tarde, se possa realizar o que est prescrito nos nmeros seguintes da
presente Constituio.
N 50. Saindo da Capela Paulina no Palcio Apostlico, onde se congregaro em hora
conveniente da parte da tarde, os Cardeais eleitores com vestes corais dirigir-se-o, em
procisso solene e invocando com o cntico do Veni Creator a assistncia do Esprito
Santo, para a Capela Sistina do Palcio Apostlico, lugar e sede da realizao da
eleio. Participaro na procisso o Vice-Camerlengo, o Auditor Geral da Cmara
Apostlica e dois membros de cada um dos Colgios dos Protonotrios Apostlicos de
Nmero Participantes, dos Prelados Auditores da Rota Romana e dos Prelados Clrigos
de Cmara.
N 51 (2 pargrafo). Por isso, ser preocupao do Colgio Cardinalcio, actuando sob
a autoridade e responsabilidade do Camerlengo coadjuvado pela Congregao
342
50
Cf. JOO PAULO II, C.A. Universi Dominici Gregis, acerca da vacncia da S Apostlica e da eleio
do Romano Pontfice, 22.2.1996, in www.vatican.va. Cf. Apndice D.
A FUNO DE UM CONSISTRIO53
O Cdigo de Direito Cannico refere-se aos Cardeais na parte II do Livro II do
Cdigo de Direito Cannico (cc.349-359), explicando a sua funo e tambm a
existncia do consistrio (cn.353).
Consistrio o lugar, onde se est em conjunto; o lugar, onde est o Papa com os
Cardeais em audincia ou conselho. Ora, os Cardeais auxiliam o Santo Padre
principalmente nos Consistrios, nos quais se renem por ordem do Romano Pontfice e
sob a sua presidncia; podem ser ordinrios ou extraordinrios. Para os ordinrios so
convocados todos os Cardeais, ao menos os que se encontrem em Roma, a fim de serem
consultados sobre certos assuntos importantes, ou para a realizao de atos muito
solenes. Para os extraordinrios so convocados todos os Cardeais, para se
pronunciarem sobre assuntos importantes. S pode ser pblico o Consistrio ordinrio
(ser o prximo), em que se celebram alguns atos solenes, sendo tambm admitidos
outras pessoas: Prelados, embaixadores, convidados.
O Consistrio diferente de um Conclio, de um Snodo dos Bispos. Ao primeiro
pertencem os Bispos do mundo inteiro, ao segundo os representantes dos episcopados,
eleitos segundo as normas vigentes. Enquanto que o Colgio dos Bispos exerce de
modo solene o poder sobre toda a Igreja no Conclio ecumnico, o Colgio Cardinalcio,
em Consistrio, e o Snodo dos Bispos so rgos consultivos, a no ser que o Papa
decida de outro modo para determinados assuntos.
Os Cardeais surgiram dos 25 ttulos ou igrejas quase-paroquiais de Roma, dos 7
(mais tarde 14) diconos regionais e 6 diconos palatinos e dos 7 (sc.XII: 6) Bispos
suburbicrios, e que foram conselheiros e cooperadores do Papa. A partir de 1150
formaram o Colgio cardinalcio com um Decano, que Bispo de stia, e um
Camarlengo, que administrador dos bens. em 1059 que assumem as funes
exclusivas de serem eleitores do Papa (Conclave).
Alm da eleio do Papa, os Cardeais tambm assistem ao Romano Pontfice quer
agindo colegialmente, quando forem convocados para tratar em comum dos assuntos de
maior importncia, quer individualmente, nos vrios ofcios que desempenham,
auxiliando o Sucessor de Pedro no governo da Igreja universal. Podem ser incumbidos
51
2. Histria
Desde tempos antigos que os Romanos Pontfices utilizaram, para seu servio, em
favor da Igreja universal, seja pessoas singulares (bispos, presbteros, diconos) seja
instituies (snodos ou conclios), escolhidos pela Igreja de Roma. At ao sc. XI a
actividade consiste nisto: para o tratamento das causas comuns e dos problemas do
governo pastoral, o Papa assistido pelo presbitrio e, por vezes, pelos Bispos da
provncia eclesistica romana. Para as questes mais importantes so convocados
snodos ou conclios romanos nos quais participam os bispos da provncia. Nestes
snodos ou conclios no s se discutiam questes sobre a doutrina e o magistrio, mas
seguia-se uma prtica semelhante dos tribunais, e julgavam-se as causas dos Bispos,
deferidas pelo Romano Pontfice54.
A partir do sc.XI sucede aos Conclios/Snodos o Consistrio, organismo que se
torna progressivamente permanente. O Consistrio est ligado ao desenvolvimento do
Colgio dos Cardeais na Igreja de Roma, e ao relevo particular que tiveram na eleio
do Papa a partir de 1059 (definitivamente a partir de 1079 no II Conclio Lateranense).
O Consistrio era a assembleia dos Cardeais, que se reunia vrias vezes por semana,
presidida pelo Papa.
Fruto da actividade decisional so as "cartas decretais" que respondem a
perguntas jurdicas postas ao Papa ou contm decises tomadas por prpria iniciativa do
Papa (motu proprio). As questes de doutrina e de disciplina de ordem geral, so
tratadas nos Conclios ecumnicos. Como colaboradores e rgos temos
sucessivamente: os Notarii (faziam a redaco, a expedio e a conservao das cartas
dos actos pontifcios); Cancellaria e Dataria; Cmara Apostlica (administrao dos
bens). Depois aparecem os tribunais da Penitenciaria, Assinatura e Rota Romana.
A estruturao orgnica da Cria foi feita por Sixto V com a Const.Apost.
Immensae aeterni Dei de 22.1.1587. Foi uma reforma com grande alcance e que chegou
at ao sculo XX. Instituiu 15 Congregaes cardinalcias s quais foram confiadas
assuntos precisos para tratar. Os novos "Colgios" substituram o Consistrio que
perdeu parte da sua importncia.
Em 1908, Pio X determinou com clareza a esfera de competncia dos dicastrios
da Cria Romana distinguindo Congregaes, Tribunais e Ofcios, com a Const.Apost.
Sapienti Consilio (29.6.1908). As normas desta CA passaram para o CIC 1917. At ao
Conclio Vaticano II, a CR manteve a sua estrutura salvo algumas pequenas
modificaes.
Aps o Vaticano II, Paulo VI promulgou a Const.Apost. Regimini Ecclesiae
Universae, de 15.8.1967, seguindo-se o Regulamento geral da CR de 22.2.1968.
Joo Paulo II promulga a Const.Apost. Pastor Bonus que introduz algumas
modificaes e adapta a organizao da CR ao novo CIC.
3. Dimenso eclesiolgica da CR
A CR est ao servio da Igreja. Escrevia a propsito Sixto V:
"O Romano Pontfice... chama para junto de si e assume muitos colaboradores
numa to imensa responsabilidade... a fim de que, compartilhando com eles (os
54
Cf. A. MONTAN, Il Popolo di Dio e la sua struttura organica, pro manuscripto, Roma, 1988,
179-181. Ver a obra La Curia Romana nella Costituzione Apostolica Pastor Bonus, a/c di Pietro Antonio
BONNET e Carlo GULLO (a/c), Vaticano, LEV, 1990.
Cf. Pastor Bonus, introd., n.3. Cf. GOMES, M. Saturino, "A nova reforma da Cria Romana", in
Direito e Pastoral, 1989, 5-6.
56
57
58
1. Histria
Con una superficie di appena 44 ettari, lo Stato della Citt del Vaticano il pi piccolo
stato indipendente del mondo, sia in termini di numero di abitanti che di estensione
territoriale. I suoi confini sono delimitati dalle mura e, su piazza San Pietro, dalla fascia
di travertino che congiunge le due ali del colonnato. Oltre che al territorio proprio dello
Stato, la giurisdizione vaticana si estende in un certo senso anche su alcune zone di
Roma e fuori Roma, che godono del diritto della "extraterritorialit".
Lo Stato della Citt del Vaticano sorto con il Trattato Lateranense, firmato l11
febbraio 1929 tra la Santa Sede e lItalia, che ne ha sancito la personalit di Ente
sovrano di diritto pubblico internazionale, costituito per assicurare alla Santa Sede, nella
sua qualit di suprema istituzione della Chiesa cattolica, "lassoluta e visibile
indipendenza e garantirle una sovranit indiscutibile pur nel campo internazionale",
come indicato nel preambolo del suddetto Trattato.
La Chiesa Cattolica svolge la sua missione evangelica sia tramite le varie Chiese
particolari e locali, sia tramite il suo governo centrale, costituito dal Sommo Pontefice e
dagli Organismi che lo coadiuvano nellesercizio delle sue responsabilit verso la
Chiesa universale (Santa Sede).
La forma di governo la monarchia assoluta. Capo dello Stato il Sommo Pontefice,
che ha la pienezza dei poteri legislativo, esecutivo e giudiziario. Tali poteri, durante il
periodo di sede vacante, sono demandati al Collegio dei Cardinali.
Lo Stato della Citt del Vaticano ha una propria bandiera contraddistinta da due campi
divisi verticalmente, uno giallo, aderente lasta, laltro bianco in cui appare la tiara
pontificia con le chiavi decussate. Batte moneta propria, che attualmente leuro, ed
emette propri francobolli postali. In Vaticano edito un giornale quotidiano,
"LOsservatore Romano", fondato nel 1861, e, dal 1931, funziona una emittente, la
Radio Vaticana, che trasmette in tutto il mondo in varie lingue.
Alle esigenze di sicurezza del Papa e dello Stato provvedono il Corpo della Guardia
Svizzera, fondato nel 1506, i cui appartenenti indossano una divisa che, secondo la
tradizione, sarebbe stata disegnata da Michelangelo, e il Corpo della Gendarmeria,
addetto a tutti i servizi di polizia e sicurezza dello Stato.
Populao
La popolazione dello Stato comprende circa 800 persone, delle quali oltre 450 godono
della cittadinanza vaticana, mentre le altre sono solo autorizzate a risiedere nello Stato,
temporaneamente o anche stabilmente, ma senza godimento della cittadinanza.
Sebenta de Direito Cannico Institucional I - Prof. Doutor Manuel Saturino C. Gomes - 61
2. rgos do Estado
La forma di governo la monarchia assoluta. Capo dello Stato il Sommo Pontefice,
che ha la pienezza dei poteri legislativo, esecutivo e giudiziario. Il potere legislativo,
oltre che dal Sommo Pontefice, esercitato a Suo nome, da una Commissione
composta da un Cardinale Presidente e da altri Cardinali, nominati per un quinquennio.
Il potere esecutivo demandato al Presidente della Commissione che, in tale veste,
assume il nome di Presidente del Governatorato ed coadiuvato dal Segretario
Generale e dal Vice Segretario Generale. Il potere giudiziario esercitato, a nome del
Sommo Pontefice, dagli organi costituiti secondo lordinamento giudiziario dello Stato.
3. Poder legislativo e executivo
Le disposizioni legislative sono emanate tanto dal Sommo Pontefice, quanto, a Suo
nome, dalla Pontificia Commissione per lo Stato della Citt del Vaticano, che promulga
anche i regolamenti generali. Le une e gli altri sono pubblicati in uno speciale
supplemento degli Acta Apostolicae Sedis, che il Bollettino Ufficiale della Santa Sede.
Lesercizio del potere esecutivo demandato al Cardinale Presidente della Pontificia
Commissione per lo Stato della Citt del Vaticano, il quale, in tale veste, assume il
nome di Presidente del Governatorato.
Collaboratori immediati del Presidente del Governatorato sono il Segretario Generale
ed il Vice Segretario Generale.
Dal Presidente dipendono le Direzioni e gli Uffici Centrali in cui il Governatorato
organizzato.
Nellelaborazione delle leggi, e in altre materie di particolare importanza, la Pontificia
Commissione ed il Presidente del Governatorato possono avvalersi dellassistenza del
Consigliere Generale e dei Consiglieri dello Stato.
4. Poder judicial
Il potere giudiziario, secondo la legge del 21 novembre 1987, n. CXIX, ha come suoi
organi un Giudice unico, un Tribunale, una Corte dAppello e una Corte di Cassazione,
i quali esercitano le loro attribuzioni a nome del Sommo Pontefice.
Le rispettive competenze sono stabilite nei Codici di procedura civile e di procedura
penale vigenti nello Stato.
5. SUA SANTIDADE O PAPA - Soberano
Vescovo di Roma, Vicario di Ges Cristo; Successore del Principe degli Apostoli,
Sommo Pontefice della Chiesa Universale, Primate dItalia, Arcivescovo e Metropolita
della Provincia Romana, Sovrano dello Stato della Citt del Vaticano, Servo dei Servi di
Dio
368;
cf.
3812
370
59
377
1
PREFEITURAS
(no imprio romano)
Dioceses
Provncias
Parquias
(incluam provncias e (as metrpoles eram as
eparquias);
capitais das Provncias);
Acerca dos critrios para a escolha dos Bispos, cf. Discursos do Papa FRANCISCO aos Nncios
Apostlicos, 21.6.2013 (Apndice J) e Congregao dos Bispos, 27.2.2014 (Apndice G).
391393
416
419
421
422
432
435
439
440
447
448
454
455
62
guintes.
466
O nico legislador do Snodo diocesano o Bispo diocesano, tendo os demais
apenas voto consultivo; ele prprio o nico a subscrever as declaraes e os
decretos Sinodais, que somente com a sua autorizao podem ser publicados.
Os membros do Snodo so chamados a oferecer a sua colaborao ao Bispo
diocesano para o bem de toda a comunidade diocesana; no se contrapem ao Bispo,
mas juntamente com ele, procuram os caminhos mais vlidos que a Igreja particular
deve percorrer para ser fiel ao Senhor.
O CIC no estabelece uma periodicidade fixa para a celebrao do Snodo, mas
confia ao Bispo diocesano s misso de avaliar a situao e de decidir, ouvido o parecer
do Conselho presbiteral (cf. cn.4611).
O nico legislador o Bispo diocesano, os membros do Snodo tm apenas voto
consultivo (cf. cn.466).
O Diretrio Pastoral para o Ministrio pastoral dos Bispos Apostolorum
sucessores, publicado pela Congregao dos Bispos, em 22.02.2004, apresenta o snodo
diocesano deste modo:
167. Natureza do Snodo
O Snodo Diocesano uma reunio ou assembleia consultiva, convocada e
dirigida pelo Bispo, qual so chamados, segundo as prescries cannicas,
sacerdotes e outros fiis da Igreja particular, para o ajudarem na sua funo de
guia da comunidade diocesana. No Snodo e atravs dele, o Bispo exerce de forma
solene o ofcio e o ministrio de apascentar o seu rebanho.
168. Aplicao e adaptao da doutrina universal
Na sua dupla dimenso de acto de governo episcopal e evento de comunho,497 o
Snodo meio idneo para aplicar e adaptar as leis e as normas da Igreja universal
situao particular da Diocese, indicando os mtodos que importa adoptar no
trabalho apostlico diocesano, superando as dificuldades inerentes ao apostolado e
ao governo, animando obras e iniciativas de carcter geral, propondo a recta
doutrina e corrigindo, se existirem, os erros acerca da f e da moral.
169. Composio imagem da Igreja particular
Sempre no respeito pelas prescries cannicas,498 necessrio fazer com que a
composio dos membros do snodo reflicta a diversidade de vocaes, de
compromissos apostlicos, de origem social e geogrfica que caracteriza a
Diocese, procurando porm confiar aos clrigos uma participao predominante,
de acordo com a sua funo na comunho eclesial. O contributo dos membros
sinodais ser tanto mais vlido quanto mais eles se distingam pela rectido de
vida, prudncia pastoral, zelo apostlico, competncia e prestgio.
170. Presena dos observadores das outras Igrejas ou comunidades crists
Para introduzir a preocupao ecumnica na pastoral diocesana, o Bispo pode
convidar, se julgar oportuno, como observadores alguns ministros ou membros de
Igrejas ou comunidades eclesiais que no estejam em total comunho com a Igreja
Catlica. A presena dos observadores contribuir para fazer crescer o mtuo
conhecimento, a caridade recproca e possivelmente a colaborao fraterna.
Habitualmente, para a sua identificao, ser conveniente um perfeito
entendimento com os chefes dessas Igrejas ou comunidades, as quais indicaro a
pessoa mais indicada para as representar.499
Sebenta de Direito Cannico Institucional I - Prof. Doutor Manuel Saturino C. Gomes - 69
470
A Cria diocesana (CD) consta das instituies e dos ofcios diocesanos que
ajudam o Bispo no governo de toda a Diocese, sobretudo na direo da atividade
pastoral, na administrao e no exerccio do poder judicial.
A CD est ordenada esteja ordenada de modo a ser para o Bispo um meio idneo
no s para a administrao da Diocese, mas tambm para o exerccio das obras de
apostolado (CD, 27).
H uma corresponsabilidade das pessoas que trabalham com o Bispo diocesano
(cf. CD, 27). A CD no pode separar-se do estilo do Bispo, deve considerar o seu
trabalho como um verdadeiro servio.
Sobre a Cria diocesana, sua composio e pessoas, cf.: Diretrio Pastoral para o
Ministrio pastoral dos Bispos Apostolorum sucessores, publicado pela Congregao
dos Bispos, em 22.02.2004, nn.165-192.
Pessoas e organismos
a) Principais colaboradores do Bispo:
-Vigrio geral (cf. cc.475-481). Deve ser munido de poder ordinrio, auxilia o
Bispo no governo, compete-lhe o poder executivo que por direito pertence ao
Bispo, exceptuado o que este tiver reservado para si. Hja um nico Vigrio
geral, a no ser que as circunstncias aconselhem diversamente. Deve
colaborar intimamente com o Bispo e no pode agir contra a sua mente e
vontade.
-Moderador da CD (cf. cn.4732-3): o sacerdote que deve coordenar os
servios administrativos da Cria e a atividade do pessoal.
-Vigrio episcopal (cf. cc.476-481). Tem poder administrativo e pastoral, para
uma determinada parte do territrio ou gnero de assuntos, ou em relao aos
fiis de um determinado rito ou grupo. Deve agir segundo a mente e a vontade
do Bispo.
-Vigrio judicial (cf. cc.472, 1419, 1420). Tem poder ordinrio de julgar,
distinto do Vigrio geral, a no ser que a pequenez da diocese ou o pequeno
nmero de causas aconselhe outra coisa.
493
494
496
497
498
499
500
501
63
O colgio dos consultores foi institudo porque nem sempre oportuno convocar o
conselho presbiteral.
constitudo por um mnimo de seis e por um mximo de doze sacerdotes
(presbteros ou Bispos), nomeados livremente pelo Bispo diocesano de entre os
membros do conselho presbiteral.
O mandato dos membros do colgio dos consultores dura cinco anos. Mas podem
continuar a desempenhar as suas funes mesmo para alm desse tempo.
Inicialmente, essas funes podiam ser desempenhadas pelo cabido catedralcio,
segundo o juzo da Conferncia Episcopal (cn.5023). A Conferncia Episcopal
Portuguesa, no seu Decreto IV de aplicao do CIC 1983, estabeleceu que durante cinco
anos, os Cabidos das Dioceses podiam exercer as funes. Terminado o quinqunio, a
CEP no confirmou este decreto, pelo que os Cabidos deixaram de exercer o mnus de
Colgio dos consultores diocesanos (cn.5021). Algumas Dioceses porm obtiveram
da Santa S que os seus Cabidos continuassem a desempenhar aquelas funes.
Atribuies
Segundo o cn.5021, o colgio dos consultores tem as atribuies determinadas
pelo direito. Por exemplo:
-eleger o sacerdote que governa a diocese quando a s episcopal est impedida, se falta
ou est impedido o Bispo coadjutor (cn.4132),
-governar a diocese, quando a s episcopal est vaga, at constituio do
administrador diocesano, se no houver bispo auxiliar (cn.419),
-eleger o Administrador diocesano (cc.4211; 4302),
-desempenhar as funes do conselho presbiteral, que cessa quando a s episcopal est
vaga (cn.5012).
necessrio o consentimento do colgio dos consultores:
-em todos os casos em que for necessrio tambm o consentimento do conselho
para os assuntos econmicos;
Sebenta de Direito Cannico Institucional I - Prof. Doutor Manuel Saturino C. Gomes - 76
-para que o Adm. diocesano possa conceder, aps um ano de s episcopal vacante,
a excardinao, a incardinao.
-para que o Adm. diocesano possa conceder as cartas dimissrias para os seculares
(cn 1018 1, 2) .
504
505
506
507
508
509
510
511
Cf. Antnio LEITE, Cabido, in Enciclopdia Verbo Luso-Brasileira de Cultura, ed. Sculo XXI,
Lisboa-S.Paulo, 1998, vol.5, cols 584-586.
65
Cf. Antnio LEITE, Cabido, 584.
66
Cf. M.Alves de OLIVEIRA, Colegiada, in Enciclopdia Verbo Luso-Brasileira de Cultura, ed.
Sculo XXI, Lisboa-S.Paulo, 1998, vol.7, col.400.
512
513
514
516
1. Se outra coisa no for determinada pelo direito, parquia equipara-se a quaseparquia, que uma certa comunidade de fiis na Igreja particular, confiada a um
sacerdote como a pastor prprio e que, em virtude de circunstncias peculiares, ainda
no foi erecta em parquia.
2. Onde certas comunidades no possam ser erectas em parquias ou quase-parquias, providencie o Bispo diocesano de outro modo ao servio pastoral das
mesmas.
Sobre a histria da parquia, cf. entre outros: Vincenzo BO, Storia della Parrocchia, vrios volumes,
Roma, Edizioni Dehoniane.
7. Est confiada ao proco como seu pastor prprio (cf.cc. 519; 528-530). No
necessrio que cada parquia tenha um pastor prprio (cf.cn. 517 1), mas
podem ser confiadas a um grupo de sacerdotes em que um deles in solidum
oriente a aco conjunta e seja responsvel perante o Bispo (cf. cn.5171), ou
ento confiar a um nico Proco vrias parquias vizinhas (cf. cn.5261).
No se admite que na mesma Parquia haja dois procos ou dois moderadores
(cf. cn.5262). Est prevista tambm a possibilidade, por falta de sacerdotes,
que se confie a Parquia a um Dicono ou outra pessoa no sacerdote, ou a
uma comunidade, se bem que seja necessrio nomear algum sacerdote como
Proco (cf. cn.5172);
8. Sob a autoridade do bispo diocesano: o proco deve estar em comunho
hierrquica com o bispo (cf. cn.5292);
9. Cooperao de presbteros e diconos;
10. A presena e actividade dos leigos na parquia: o proco deve criar a
comunho. A actividade dos leigos tem lugar especial no conselho pastoral (cf.
cn. 536) e no conselho para os assuntos econmicos (cf. cn. 537);
11. A parquia comparada ao fontanrio da aldeia onde todos acorrem quando
tm sede, segundo o Beato Joo XXIII:
A Parquia, sendo a Igreja colocada no meio das casas dos homens,
vive e actua profundamente integrada na sociedade humana e intimamente
solidria com as suas aspiraes e os seus dramas. Frequentemente, o contexto
social, sobretudo em certos pases e ambientes, violentemente sacudido por
foras de desagregao e de desumanizao: o homem pode encontrar-se
perdido e desorientado, mas no seu corao permanece o desejo, cada vez
maior, de poder sentir e cultivar relaes mais fraternas e humanas. A resposta
a esse desejo pode ser dada pela Parquia, quando esta, graas participao
viva dos fiis leigos, se mantm coerente com a sua originria vocao e
misso: ser no mundo lugar da comunho dos crentes e, ao mesmo tempo,
sinal e instrumento da vocao de todos para a comunho; numa
palavra, ser a casa que se abre para todos e que est ao servio de todos, ou,
como gostava de dizer o Papa Joo XXIII, o fontanrio da aldeia a que todos
acorrem na sua sede68.
A XIII Assembleia Geral do Snodo dos Bispos, na sua Mensagem ao
Povo de Deus, destaca a importncia da Parquia na nova evangelizao:
8. A comunidade eclesial e os muitos operrios da evangelizao
A obra de evangelizao no tarefa de alguns na Igreja, mas das
comunidades eclesiais como tais, onde se tem acesso plenitude dos
instrumentos do encontro com Jesus: a Palavra, os sacramentos, a comunho
fraterna, o servio da caridade, a misso.
Nesta perspectiva sobressai antes de tudo o papel da parquia, como
presena da Igreja no territrio no qual os homens vivem, fonte da aldeia,
como gostava de a chamar Joo XXIII, na qual todos se podem dissedentar
encontrando nela o refrigrio do Evangelho. O seu papel permanece
irrenuncivel, mesmo se as mudadas condies podem exigir quer a sua
articulao em pequenas comunidades quer vnculos de colaborao em
contextos mais amplos. Sentimos agora que devemos exortar as nossas
68
JOO PAULO II, Exortao Apostlica ps-sinodal Christifideles Laici, 30.12.1988, n 27; cf. n 26.
O proco o pastor prprio da parquia que lhe foi confiada, e presta a cura
pastoral comunidade que lhe foi entregue, sob a autoridade do Bispo
diocesano, do qual foi chamado a partilhar o ministrio de Cristo, para que, em
favor da mesma comunidade, desempenhe o mnus de ensinar, santificar e
governar, com a cooperao ainda de outros presbteros ou diconos e com a
ajuda de fiis leigos, nos termos do direito.
69
http://www.vatican.va/roman_curia/synod/documents/rc_synod_doc_20121026_messagesynod_po.html
70
Cf. CONGREGAO PARA O CLERO, Instruo O Presbtero, Pastor e Guia da Comunidade
Paroquial, 4.8.2002.
O proco pastor de almas (CD 30). Esta qualidade no exclusiva dos procos.
O proco exerce um ofcio eclesistico (cn. 145 1), com poder de governo ordinrio e
prprio. a comunho com Cristo que realiza o vnculo com o bispo, com a Igreja, que
garante a eficcia do ministrio e apostolado. O contedo do ministrio do proco atinge
a plenitude dos trs munera (regendi, santificandi, docendi).
Requisitos para ser Proco:
Receber a proviso cannica (cf. cn.146);
Estar em comunho com a Igreja e com o Bispo diocesano (cf. cn. 149 1)71;
O ofcio que comporte a cura d'almas deve ser exercido por quem foi ordenado
presbtero (cc. 150; 5211). O dicono ou leigo no podem ser procos,
mesmo que coordenem a parquia;
Deve ser uma pessoa fsica (cn. 520 1) e no jurdica;
Deve distinguir-se pela s doutrina e probidade de costumes, zelo das almas
(521 2) e outras qualidades necessrias;
No caso de uma parquia ter sido confiada a um grupo de sacerdotes in
solidum, todos eles devem ter estas qualidades (cf. cn.542).
Nomeao do Proco:
da exclusiva competncia do Bispo diocesano (cn. 523) a nomeao e/ou a
confirmao no caso de apresentao/eleio (cf. cn.147);
Quando uma parquia est confiada a um Instituto de Vida Consagrada ou
Sociedade de Vida Apostlica, compete ao Bispo a confirmao e nomeao
do candidato apresentado (cf. cn.6821, para a remoo, cf.2);
O Bispo deve consultar o vigrio forneo e outros presbteros e leigos para se
inteirar da idoneidade do candidato (cf. cn.524).
Durao do mandato:
O proco deve beneficiar da estabilidade, por isso a nomeao deve ser feita
por prazo indeterminado (cn.522);
Segundo o Decreto V da Conferncia Episcopal Portuguesa, o Bispo
diocesano pode nomear o Proco por um perodo de seis anos72.
Tomada de posse:
o acto jurdico com o qual a autoridade competente confia ao proco a
comunidade paroquial (cf. cn.527); pela tomada de posse que se comea a
exercer a cura pastoral da parquia.
A posse conferida pelo Ordinrio do lugar ou um seu delegado;
Deve emitir a profisso de f e juramento de fidelidade (cn. 833 6);
Misso e deveres do Proco73:
Munus Docendi:
71
Cf. Pastores Dabo Vobis, 15-21; 73-75; Directrio para o Ministrio e Vida dos Presbteros, 23-27.
Cf. CONFERNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA, Decretos Gerais para aplicao do novo Cdigo
de Direito Cannico, in Lumen 46 (1985) 147-152.
73
Cf. Liomar Pereira da SILVA, Estudo sobre o governo da Parquia, in Revista Brasileira de Direito
Cannico, n 55 (2008) 111-139.
72
o Providenciar para que a Palavra de Deus seja anunciada (cc. 528 1; 757;
760; 761; 762-772; 773-780; 793-821)
Munus Santificandi (cf.cc. 528 2; 5291):
o Os presbteros tm o ponto mximo do seu ministrio no culto
eucarstico, onde agem in persona Christi;
o Devem fazer com que a Eucaristia seja o centro da assembleia crist;
o Deve educar os fiis para a prtica dos sacramentos e vida de orao.
Munus Regendi (cn. 529): visitar as famlias e confort-las; visitar os
doentes; dedicar ateno aos pobres e aflitos, aos solitrios e emigrantes;
apoiar os cnjuges e as famlias; fomentar a colaborao dos leigos e dos
movimentos; promover a comunho entre pessoas e organismos paroquiais.
Responsabilidade de modo especial confiadas ao proco, mas no exclusivas
dele (cf. cn.530):
o Administrao do Baptismo no seu territrio, no se pode batizar noutra
parquia sem a devida autorizao (cf. cn.862);
o Administrao do Crisma em perigo de morte (cf. cc.833,3; 5661);
o Administrao do Vitico e uno dos doentes, conceder a bno
apostlica 8cf. cn.5661);
o Assistncia aos matrimnios (cf. cc.11082; 1112, 1-2);
o Celebrar as exquias;
o Bno da fonte baptismal no tempo pascal, conduo das procisses
fora da igreja, e bem assim as bnos solenes tambm fora da igreja;
o Celebrar a Eucaristia de forma mais solene nos Domingos e dias de
preceito.
O Proco representa a Parquia em todos os assuntos jurdicos, vela pela boa
administrao dos bens da Parquia (cf. cc. 532; 1281-1288):
Direito remunerao do Proco e ofertas (cf. cn.2811):
Remunerao ao sacerdote e destino das ofertas (cf. cn.531) As ofertas feitas
ao proco revertem para o fundo paroquial (cn. 531). So nulos os actos que
ultrapassam a administrao ordinria sem a licena escrita do Ordinrio.
Dever de residncia e frias:
O proco deve residir na casa paroquial e perto da Igreja (cf. cc. 5331; 1396);
Direito a frias (cf. cc.2832; 5332);
Ausncia do Proco e substituto (cf. cc.5333; 549).
Dever da Missa pro populo (cf.cn. 534):
Todos os domingos e dias festivos de preceito na sua diocese;
Na missa pro populo, no se aceitam intenes nem se acumulam missas
pluri-intencionais.
Dever de velar pelos documentos e arquivo (cf. cn. 535).
13.3A perda do ofcio de proco
(cf. cc. 538; 184 1; 1336 1, 2; 1342 2)
1. A remoo (cf. cc. 192-194):
Sebenta de Direito Cannico Institucional I - Prof. Doutor Manuel Saturino C. Gomes - 84
Tem de haver um decreto legtimo, por escrito, da parte do bispo. Este pode
remover o proco, mesmo que no haja culpa grave, se a sua aco for
ineficaz.
As principais causas da remoo (cn. 1741):
o Perda da boa estima perante os paroquianos;
o Doena grave permanente;
o Grave negligncia ou violao dos direitos paroquiais, aps devida
admoestao;
o M administrao dos bens temporais;
O procedimento (cc. 1742-1745);
2. A transferncia pode ser imposta ou proposta pelo bispo (cc.1748-1751);
A ordem/transferncia s tem valor quando for apresentado o decreto por
escrito;
3. A renncia (cn. 187) deve ser aceite pelo bispo diocesano;
4. O proco, quando deixa de paroquiar, pode ser designado de "emrito";
5. O proco cessa o seu ofcio por decurso do prazo para o qual foi
nomeado (cn. 521);
6. A privao (cc. 1364 1; 1387-1389);
7. A perda do ofcio (cc. 1394; 1396-1398).
13.4 Parquia vaga
539
541
549
550
551
552
dada pelo Bispo diocesano, o vigrio paroquial est obrigado em razo do ofcio
a ajudar o proco no exerccio de todo o ministrio paroquial, exceptuada a
aplicao da Missa pelo povo, e ainda, se for necessrio, nos termos do direito, a
substituir o proco.
3. O vigrio paroquial exponha regularmente ao proco os trabalhos pastorais
em perspectiva e os j assumidos, para que o proco e o vigrio ou vigrios,
conjugados os esforos, possam providenciar cura pastoral da parquia, da
qual so simultaneamente responsveis.
Na ausncia do proco, a no ser que o Bispo diocesano tenha providenciado de
outro modo nos termos do cn. 533, 3, e a no ser que tenha sido constitudo
um administrador paroquial, observem-se as prescries do cn. 541, 1; neste
caso, est o vigrio obrigado a todos os deveres do proco, exceptuada a
obrigao de aplicar a Missa pelo povo.
1. O vigrio paroquial est obrigado a residir na parquia, ou, se foi
constitudo simultaneamente para diversas parquias, numa delas; todavia, o
Ordinrio do lugar pode, por justa causa, permitir que resida noutro lugar, principalmente numa casa comum a vrios presbteros, contanto que o cumprimento
das funes pastorais no sofra por isso nenhum detrimento.
2. Procure o Ordinrio do lugar que entre o proco e os vigrios, onde tal for
possvel, se desenvolva o costume da vida comum na residncia paroquial.
3. No atinente ao tempo de frias, goza o vigrio paroquial do mesmo direito
que o proco.
Quanto s oblaes que, por ocasio do ministrio pastoral, os fiis oferecem ao
vigrio, observem-se as prescries do cn. 531.
O vigrio paroquial, por justa causa, pode ser removido pelo Bispo diocesano
ou pelo Administrador diocesano, sem prejuzo do prescrito no cn. 682, 2.
14.7 Organismos paroquiais de participao
Conselho Pastoral Paroquial (cn. 536);
Conselho para os Assuntos Econmicos (cn. 537);
74
Cf. VRIOS DICASTRIOS DA CRIA ROMANA, Instruo acerca de algumas questes sobre a
colaborao dos fiis leigos no sagrado ministrio dos Sacerdotes, 15.08.1997, in www.vatican.va.
554
BIBLIOGRAFIA GERAL
A) FONTES
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-Codex Canonum Ecclesiarum Orientalium, 1990.
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acerca da natureza teolgica e jurdica das Conferncias dos Bispos, 21 Maio 1998.
-CONGREGAO PARA O CLERO, Directrio para o Ministrio e a Vida dos
Presbteros, 31.1.1994, Lisboa, SGE-Rei dos Livros, 1994.
-CONGREGAO PARA O CLERO, Instruo O Presbtero, Pastor e Guia da
Comunidade paroquial, 4.08.2002.
-CONGREGAO PARA A EDUCAO CATLICA-CONGREGAO PARA O
CLERO,
Normas
Fundamentais
para
a
Formao
dos
Diconos
Permanentes/Directrio do Ministrio e da Vida dos Diconos Permanentes,
22.02.1998, Vaticano, LEV, 1998.
-Instruo sobre Algumas questes relativas colaborao dos fiis leigos no Sagrado
Ministrio dos Sacerdotes (diversos organismos da S.S), 15.08.1997 (ed.portuguesa:
Ed.Paulinas,1997).
-CONFERNCIA EPISCOPAL PORTUGUESA, Normas Gerais das Associaes de
Fiis, 4.4.2008.
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Cdigo de Derecho Cannico, Madrid-Roma, Publicaciones Claretianas, 2005.
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Derecho Cannico, vol.XII (2005) 331-346.
-COCCOPALMERIO, Francesco, La Parrocchia tra Concilio Vaticano II e Codice di
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-CORECCO, E., Les laics dans le nouveau Code de Droit Canonique, in Thologie et
Droit Canon - crits pour une nouvelle thorie gnrale du Droit Canon, d. par
Friedrich Fechter et Bruno Wildhaber ; sous la dir. de Patrick Le Gal ; publis sous le
auspices de la Facult de Thologie de l'Universit de Fribourg, Fribourg (Suisse),
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-DEL RE, Nicol, La Curia Romana: lineamenti storico-giuridici, LEV, 4 ed.1998.
-DELGADO, Miguel, La Santa Sede y las Asociaciones Internacionales de Fieles, in
Forum Canonicum 39 (2004) 12-15.
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fiis, in A Parquia, Comunidade de Fiis, Lisboa, UCE, 2003, 171-189.
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Interpretao da Lei na Igreja, S.Paulo, Ed.Loyola, 2005, pp. 179-197.