Escalas de Jazz
Escalas de Jazz
Escalas de Jazz
Uma grande parte da harmonia do jazz baseada na escala maior. Como dissemos
antes,cada escala maior tem uma relativa menor que formada quando se toca a mesma
sequncia de notas, mas a partir do sexto grau da escala maior. Alis, outras escalas
podem ser formadas usando-se a sequncia de notas de uma escala maior, a partir de
qualquer um de seus graus. Essas escalas so chamados modos da escala. A escala
maior natural chamada o modo jnio (ou jnico ou inico). A escala formada a partir da
sexta nota, a relativa menor, chamada de modo elio. Os nomes desses modos, bem
como outros discutidos abaixo, vm da Grcia Antiga, embora se diga que esses nomes
foram misturados em tradues muito tempo atrs. Embora os modos gregos tenham
interesse somente histrico na teoria clssica, eles so fundamentais para o jazz.
Escala Maior ou Modo Jnio
A escala maior, ou modo jnio, deve lhe ser bem familiar a esta altura. Ela associada
com acordes de stima maior. No tom de D, por exemplo, o acorde D com Stima
Maior, notado Cmaj7 (ou C com um pequeno tringulo prximo a ele, ou s vezes CM7),
tem as notas "D, Mi, Sol, Si", e essas notas delineiam a escala D Maior. Se um
compasso numa pea de msica harmonizado com um acorde Cmaj7, a escala D
Maior ento uma escala adequada para se usar na improvisao. A nica nota dessa
escala que soa ruim quando tocada contra um acorde Cmaj7 a quarta nota, o F. Voc
pode convencer a si mesmo disso indo ao piano e tocando o acorde Cmaj7 com a mo
esquerda enquanto toca vrias notas da escala D Maior com a direita. A quarta de uma
escala maior geralmente chamada de nota evitada (avoid note) sobre um acorde de
stima maior. Isso no significa que voc no possa nunca tocar um F sobre um Cmaj7,
claro, mas deve estar ciente do efeito dissonante que isso produz. O acorde obtido
acrescentando-se uma tera no topo do acorde ("D, Mi, Sol, Si, R") seria chamada de
Cmaj9, e ele implica a mesma escala. Adicionar uma outra tera resultaria em"D, Mi, Sol,
Si, R, F", e esse acorde seria chamado um Cmaj11. Por causa da natureza dissonante
do F nesse contexto, entretanto, nem esse acorde, nem o acorde Cmaj13, obtido pelo
acrscimo de uma tera adicional (L), so muito usados.
Modo Drico
O modo drico construdo no segundo grau da escala maior, usando-se as mesmas
notas dessa escala. Por exemplo, a escala drica de R montada com as notas da
escala D Maior, a partir do R, e consiste de "R, Mi, F, Sol, L, Si, D". O modo drico
muito parecido com uma escala menor, mas o sexto grau elevado em meio tom. Ou
seja, a escala R Menor teria um Si Bemol, enquanto o modo drico tem um Si. Como ele
parece tanto com a escala menor, natural tocar esse modo sobre um acorde de stima
menor. Alis, ele usado com mais frequncia do que a prpria escala menor. Se voc for
ao piano e tocar um acorde Dm7 ("R, F, L, D") com a mo esquerda, e tocar as notas
do modo drico de R e da escala menor de R na mo direita, vai provavelmente
concluir que o modo drico soa melhor, porque o Si menos dissonante contra um acorde
Dm7 do que o Si Bemol. Se voc usar o modo drico sobre um acorde de stima menor,
no h notas evitadas .Do mesmo modo que com o acorde de stima maior, voc pode
acrescentar teras ao acorde de stima menor para fazer Dm9, Dm11 e Dm13. Esses
acordes ainda implicam o uso da mesmo modo drico. Se voc usar a escala menor
natural, o acorde de dcima terceira contm a nota Si Bemol, que um tanto dissonante
nesse contexto. Esse acorde raramente usado, mas quando ele pedido, geralmente
notado Dm7b6, e uma das poucas excees regra de que a maioria dos acordes so
grafados em termos das extenses com nmeros mpares acima da stima. Essa regra
vem do fato de que os acordes so tradicionalmente feitos pela sobreposio de teras. A
stima da dominante comum, mas deve faz-lo com cautela num ambiente de grupo,
porque outros integrantes da banda podem estar tocando sons do modo mixoldio ou ldio
dominante, e sua escala alterada vai soar dissonante em relao a eles. Isso no
necessariamente errado,mas voc deve estar consciente do efeito produzido.
A Escala de Blues e Outras Escalas Derivadas
As escalas nesta seo so principalmente derivadas de progresses de acordes, em vez
de acordes especficos. Na maioria das vezes, elas podem ser usadas como pontes entre
acordes, o que permite que voc toque a mesma escala, ou escalas muito aproximadas,
sobre dois ou mais acordes diferentes. Isso s vezes chamado de generalizao
harmnica.
A Escala de Blues
A escala de blues geralmente a primeira escala, depois da escala maior, ensinada a
iniciantes na improvisao, e em muitos casos a nica outra escala que aprendem.
Essa escala supostamente tem suas razes na msica afro-americana com surgimento na
poca da escravido, mas as origens exatas de sua encarnao moderna so
desconhecidas. A escalade blues em D consiste de "D, Mi Bemol, F, F Sustenido,
Sol, Si Bemol". O segundo grau dessa escala, que a tera bemol da escala menor,
chamada de "blue note". Na msica vocal, ela geralmente cantada em alguma parte
entre um Mi Bemol e um Mi. Na msica instrumental, vrias tcnicas so empregadas
para se alcanar o mesmo efeito, tais como esticar a corda enquanto se toca um Mi
Bemol em instrumentos de corda, tocar mais baixo um Mi num instrumento de sopro, ou
tocar Mi Bemol e Mi simultaneamente num instrumento de teclado. A stima e a quinta
bemis tambm so s vezes chamadas de blue notes, e nem sempre so cantadas ou
tocadas exatamente na altura grafada. Variaes da escala de blues que incluem uma
tera, quinta ou stima naturais tambm podem ser usadas. Alm disso,observe que se
uma quinta bemol for omitida, a escala resultante a escala pentatnica menor. A escala
pentatnica menor pode por isso ser usada como substituta da escala de blues, e viceversa. A beleza da escala de blues que ela pode ser tocada sobre toda uma progresso
de blues sem nenhuma nota evitada. Se voc tentar linhas meldicas baseadas nessa
maneira de tocar, por exemplo, uma escala de blues em D sobre um acorde C7, voc
recebe um retorno positivo instantneo, j que quase tudo que voc consegue fazer soa
bem. Isso infelizmente leva muitos msicos a usar demais essa escala, e a esgotar suas
ideias rapidamente. H somente um nmero limitado de fraseados que podem ser
tocados numa escala de seis notas,e a maioria deles j foi tocada milhares de vezes a
esta altura. Isso no significa dizer que voc no deva nunca usar a escala de blues; pelo
contrrio, ela vitalmente importante para o jazz. Mas no v ficar to encantado com a
gratificao fcil produzida por ela a ponto de praticar fraseados de blues exaustivamente,
em vez de expandir seu vocabulrio harmnico. A metfora da lngua uma boa. difcil
dizer coisas interessantes com um vocabulrio limitado. Geralmente msicos como Count
Basie so dados como exemplos de msicos que tiram muito de muito pouco, mas h
uma diferena entre dizer poucas palavras porque voc est escolhendo elas
cuidadosamente, e dizer poucas palavras porque voc no tem nada a dizer ou porque
seu vocabulrio muito limitado para exprimir suas ideias. Esse conselho transcende a
escala de blues, claro. No sempre necessrio variar o contedo harmnico de sua
msica se voc for suficientemente criativo em outros aspectos. Uma maneira de criar um
interesse maior quando estiver usando a escala de blues usar qualquer efeito especial
sua disposio para variar seu som. Eles podem incluir honking (tocar uma mesma nota
repetidas vezes) e screaming (tocar notas nos registros mais altos) para saxofonistas,
growling para baixistas,ou o uso de clusters no piano.
Escalas Menores
A escala menor harmnica s vezes tocada sobre acordes m-maj7. Seus modos no
tm nomes padronizados, e so raramente usados por msicos de jazz, exceto como
pontes sobre uma progresso harmnica ii-V-i. Por exemplo, considere a progresso |
Bm7b5 | E7alt | Am-maj7 |. Uma escala menor harmnica de L pode ser tocada sobre
todos os trs acordes, em vez do tradicional uso das escalas Si Lcria, Mi Alterada e L
Menor Meldica. Outra maneira de dizer isso que o segundo modo pode ser tocado
sobre um acorde m7b5, e que o quinto modo pode ser usado sobre um acorde alterado
da dominante. Mesmo quando voc no est usando a escala menor harmnica sobre
uma progresso inteira, talvez seja uma boa usar o seu quinto modo sobre um acorde de
V numa progresso ii-V-i em tonalidade menor. Avantagem de usar essa escala nesse
exemplo que ela difere das escalas Si Lcria e L Menor Meldica por somente uma
nota cada. A desvantagem que a tnica da escala uma nota evitada nesse contexto. A
escala menor meldica pode ser usada da mesma maneira; seu quinto modo pode ser
usado sobre o acorde V numa progresso ii-V-i para manter algum ponto em comum entre
as escalas usadas. Observe entretanto que o segundo modo da escala L Menor
Meldica no uma escolha ideal sobre o acorde Bm7b5, porque essa escala tem F
Sustenido em vez de F. Essa a nica diferena entre as escalas menores harmnica e
meldica. A escolha em relao a se se deve usar o quinto modo das escalas menores
harmnica ou meldica sobre um acorde de stima da dominante pode parcialmente
depender da tonalidade da msica. Se F Sustenido estiver na armadura de tom, ento a
escala menor meldica pode soar mais diatnica. Voc pode optar por essa escala se
esse for o som que estiver tentando obter, ou pela menor harmnica se estiver tentando
evitar soar diatnico. Por outro lado, se o F Sustenido no estiver na armadura de tom,
ento a escala menor harmnica pode soar mais diatnica. Uma outra questo a
considerar qual dessas escalas est mais perto da escala que voc est usando no
acordes anterior e no posterior. Dependendo do som que voc estiver tentando conseguir,
pode escolher a escala que tenha mais ou menos notas em comum com as escalas
adjacentes.
Escalas Bebop
A escala bebop maior uma escala maior acrescida de uma quinta aumentada ou sexta
menor. A escala bebop maior de D contm "D, R, Mi, F, Sol, Sol Sustenido, L, Si".
Essa escala pode ser usada sobre acordes de stima maior ou acordes aumentados de
stima maior. A escala bebop maior de D pode tambm ser usada como uma ponte entre
acordes numa progresso como | Cmaj7 | Bm7b5 E7 | Am |; ou seja, a mesma escala
pode ser tocada sobre toda a progresso. Uma outra maneira de ver isso dizer que
estamos tocando a escala bebop maior de D sobre o acorde Cmaj7, tocando seu oitavo
modo sobre o acordeBm7b5, tocando seu terceiro modo sobre o acorde E7, e tocando
seu stimo modo sobre o acorde Am. Esses modos lembram de perto as escalas maior,
lcria, alterada e menor,respectivamente. Observe que estamos usando uma escala
bebop maior de D sobre uma progresso ii-V-i em L Menor. Em geral, podemos usar a
escala bebop maior em qualquer tonalidade especfica sobre uma progresso ii-V-i na
relativa menor daquela tonalidade. Entre as outras escalas bebop est a escala bebop da
dominante, que similar ao modo mixoldio, mas com uma stima maior adicional. A
escala bebop dominante de D portanto formada por "D, R, Mi, F, Sol, L, Si Bemol,
Si". Essa escala pode ser usada sobre acordes de stima da dominante. A stima maior
no na verdade uma nota evitada se voc a usar como um tom de passagem entre o D
e o Si Bemol. Ela tambm serve como a quarta elevada do acorde Fmaj7 que
provavelmente seguir o acorde C7. H tambm uma escala bebop menor, que uma
escala drica com uma tera elevada adicional. A escala bebop menor de D portanto
"D, R, Mi Bemol, Mi, F, Sol, L, Si Bemol". Essa escala pode ser usada sobre acordes
Cmaj7#11
D Ldio, Si in sen
Cm-maj7
Cm7b6
Cm7b9
C7sus, Csus,C11
Bb/C, Gm7/C
D Mixoldio
D Suspensa Pentatnica, F Maior Pentatnica
C7#11, C7
D Ldio Dominante
C7b9b5, C7b9
D de Tons Inteiros
Cm7b5
Cdim7
Cphryg
Cmaj7#5
C7susb9