NINGUM VOS JULGUE PELOS SBADOS!

Por Natanael Rinaldi

Mandaram-me, pelo correio, um livrete com o ttulo Qual o verdadeiro dia de repouso?. De autoria de Williams
Costa Jr. e Alejandro Bulln, ambos pastores adventistas, a obra distribuda pelo curso Est Escrito, da referida
seita. O texto composto de perguntas e respostas.
Acredito que esse material me foi enviado por algum que conhece a minha posio com relao aos ensinos
adventistas sobre a guarda do sbado, posio essa exposta ao longo dos anos aqui mesmo em Defesa da F, e
tambm em programas de rdios e seminrios, entre outros eventos. Tanto assim que fui at mesmo citado pelos
autores no livrete, o que me motivou ainda mais a me pronunciar. Aproveito a oportunidade tambm para
responder, de uma s vez, s cartas e aos telefonemas, que no so poucos, que chegam, por parte dos
adventistas, ao ICP. Dessa forma, eles me criticam e instigam a replicar seus argumentos sabatistas ardilosos e
polmicos. Alguns desses argumentos so, de certa forma, infantis, como se v na pgina 12 do livro em
referncia. Vejamos:
Wiams, voc fala ingls, como se diz domingo em ingls? pergunta Bulln.
Sunday responde Costa Jnior.
E o que quer dizer Sunday? Bulln novamente.
O dia do sol. E no somente em ingls, em alemo tambm. Eu no falo alemo, mas em algumas lnguas o
domingo significa o dia do sol finaliza Costa.
Qualquer criana que estuda ingls sabe que a palavra para sbado nessa lngua saturday. Se perguntarmos a
essa mesma criana qual o significado do termo saturday ela responder o dia de Saturno. Quem era Saturno?
Um deus pago, do qual vem o vocbulo saturnais, que indica uma festa realizada com licenciosidade e baixeza
moral.
Mas o adventista d valor apenas ao argumento sobre a palavra sunday, mesmo sabendo que todos os dias da
semana eram conhecidos por nomes de deuses ou planetas: o Sol (domingo), a Lua (segunda-feira), Marte (terafeira), Mercrio (quarta-feira), Jpiter (quinta-feira), Vnus (sexta-feira) e Saturno (sbado).
Para um lder espiritual de uma igreja que se vangloria por conhecer profundamente a Bblia (o que no verdade,
pois os adventistas baseiam seus ensinos nas vises e revelaes de Ellen Gould White), esse argumento infantil
tem validade.
Embora os adventistas queiram ser reconhecidos como evanglicos, na verdade so sabatlatras. So sucessores
dos fariseus dos dias de Jesus, que levaram o Mestre morte por causa de duas acusaes. A primeira delas era
porque o Salvador no guardava o sbado. A segunda, porque Jesus se declarava Filho de Deus, com natureza
igual de Deus. Isso era caso gravssimo para os judeus. Imperdovel mesmo! Por isso, pois, os judeus Ainda
mais procuravam mat-lo, porque no s quebrantava o sbado, mas tambm dizia que deus era seu prprio Pai,
fazendo-se igual a Deus(Jo 5.17-18).
Atravs de um exame, ainda que superficial, do livro Qual o verdadeiro dia de repouso?, percebe-se facilmente
que faltou seriedade intelectual aos seus autores. No possvel que algum se proponha a defender o sbado
como sendo o verdadeiro dia de repouso e, propositadamente, ao citar as Escrituras como prova da sua validade,
omita a palavra sbado (no plural, sbados) de Colossenses 2.16. Pois justamente dessa forma que o senhor
Bulln age. Vejamos o dilogo entre ele e o pastor Costa Jnior:
Pastor COSTA JNIOR (referindo-se aos crentes que costumam dizer)... eu sou cristo, sou seguidor de Jesus e
guardo o domingo. E uma das razes pelas quais eu guardo o domingo porque Jesus foi perfeito. Ele cumpriu a
Lei e Ele pregou a Lei na cruz. Pastor Bulln, h necessidade de continuar guardando a Lei, apesar de Jesus ter
feito seu sacrifcio na cruz?
Pastor BULLN Muitos cristos acham que depois da morte de Cristo j no se deve guardar mais o sbado
porque Cristo cravou na cruz os mandamentos de Deus. Em primeiro lugar, no h base bblica dizendo que Jesus
cravou os mandamentos de Deus. Jesus cravou na cruz todas as festas do povo de Israel, que apontavam para a
sua vinda, como o sacrifcio do cordeiro e a circunciso. Muitas das festas, cerimnias e leis cerimoniais do povo de
Israel tinham como objetivo anunciar que Jesus viria para morrer na cruz do Calvrio pelos nossos pecados. Agora,
uma vez que Jesus veio, para que sair sacrificando cordeirinhos se o Cordeiro de Deus j fora sacrificado? A
circunciso, as festas, as luas novas, as festas religiosas de Israel, tudo isto chegou ao fim porque, isto sim, Jesus
cravou na cruz do Calvrio (p. 4).
Todos sabemos que a honestidade fundamental quando se trata de refutar doutrinas bblicas. Pergunto: por que
foi omitida propositadamente a palavra sbados de Colossenses 2.16? Vimos que os autores falaram das festas,
das luas novas, mas omitiram a palavra sbados. Por que fizeram isso?
Vejamos o que de fato foi cravado na cruz (o que reconhecido pelos prprios adventistas): Portanto, ningum
vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da luz nova, ou dos sbados, que so
sombras das coisas futuras, mas o corpo de Cristo (Cl 2.16-17). Como podemos ver, luz da Palavra de Deus,
no foram apenas os dias de festas, as luas novas cravados na cruz, mas tambm os sbados. E devemos saber
que esses sbados no so os sbados anuais, porque os chamados sbados anuais ou cerimoniais so

identificados no texto em pauta pela expresso dias de festas.

Razes que indicam que os sbados de Cl 2.16 so semanais
Diante da clareza de Cl 2.16-17, os adventistas do stimo dia costumam refutar essa posio alegando que a
palavra sbados no se refere ao sbado semanal, mas aos cerimoniais ou anuais, conforme mencionados em Lv
23.1-39.
Essa afirmao, no entanto, no correta, e por trs razes:
A - Os sbados anuais ou cerimoniais eram chamados de festas, e eles j esto includos na frase dias de festa, em
Cl 2.16. Esses dias de festa ou sbados anuais eram designados como tais. A saber:
1
2
3
4
5
6
7

Festa
Festa
Festa
Festa
Festa
Festa
Festa

da Pscoa - Lv 23.5,7;
dos Asmos - Lv 23.8;
de Pentecostes - Lv 23.15-16;
das Trombetas - Lv 23.23-25;
da Expiao - Lv 23.26,32;
dos Tabernculos - 1 dia de festa;
dos Tabernculos - ltimo dia de festa - Lv 23.34,36.

Em Levticos 23.37, lemos: Estas so as solenidades do SENHOR, que apregoareis para santas convocaes.... Na
seqncia do texto, mas precisamente no v. 38, os sbados so, propositadamente, excludos. Vejamos: Estas
ofertas so alm dos sbados do Senhor, alm dos vossos dons, alm de todos os vossos votos, e alm de todas as
vossas ofertas voluntrias que dareis ao Senhor.
Assim, os chamados sbados anuais esto includos nos dias de festas, o que mostra, distintamente, que os
sbados semanais, conforme indicados por Paulo em Cl 2.16, no constam dessa relao: Portanto, ningum vos
julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da luz nova, ou dos sbados, que so sombras
das coisas futuras, mas o corpo de Cristo.
B - A frmula dias de festa, luas novas e sbados serve para indicar os dias sagrados anuais, mensais e semanais:
1 Exemplo:
Em Nmeros 28 encontramos os holocaustos para os sbados (semanais), para as luas novas (mensais) e para
os dias de festa (anuais) nos seguintes versculos: ... no dia de sbado dois cordeiros de um ano, sem mancha...
Holocausto do sbado em cada semana... (vv. 9,10). E as suas libaes sero a metade dum him de vinho para
um bezerro... este o holocausto da lua nova de cada ms, segundo os meses do ano (v. 14). Porm no ms
primeiro, aos catorze dias do ms, a pscoa do Senhor; e aos quinze dias do mesmo ms haver festa; sete dias
se comero pes asmos (vv. 16,17).
2 Exemplo:
Em 1 Crnicas 23.31, lemos: E para cada oferecimento dos holocautos do Senhos, nos sbados, nas luas novas
e nas solenidades por conta, segundo o seu costume, continuamente. O significado de cada perodo: nos
sbados (cada semana), nas luas novas (cada ms) e nas solenidades (cada ano).
3 Exemplo:
Em 2 Crnicas 2.4 est escrito: Eis que estou para edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus, para lhe
consagrar, para queimar perante ele incenso aromtico, e para o po contnuo da proposio, e para os holocaustos
da manh e da tarde, nos sbados e nas luas novas e nas festividades do Senhor nosso Deus.... O significado de
cada perodo: da manh e da tarde (cada dia), nos sbados (cada semana), nas luas novas (cada ms) e nas
festividades (cada ano).
4 Exemplo:
Em 2 Crnicas 8.13, registra-se: E isto segundo o dever de cada dia, oferecendo segundo o preceito de Moiss,
nos sbados e nas luas novas, e nas solenidades, trs vezes no ano. O significado dos perodos: nos sbados
(cada semana), nas luas novas (cada ms) e nas solenidades (cada ano).
5 Exemplo:
Em 2 Crnicas 31.3, lemos o seguinte: Tambm estabeleceu a parte da fazenda do rei para os holocaustos, para
os holocaustos da manh e da tarde, e para os holocaustos dos sbados, e das luas novas, e das solenidades, como
est escrito na lei do Senhor. O significado dos perodos: da manh e da tarde (cada dia), nos sbados (cada
semana), nas luas novas (cada ms) e das solenidades (cada ano).
6 Exemplo:
Em Ezequiel 45.17, lemos: E estaro a cargo do prncipe os holocaustos, e as ofertas de manjares, e as libaes
nas festas e nas luas novas, e nos sbados, em todas as solenidades da casa de Israel. Significado dos perodos:
nas festas (cada ano), nas luas novas (cada ms) e nos sbados (cada semana).
7 Exemplo:

 Em Osias 2.11 est escrito: E farei cessar todo o seu gozo, a suas festas, as suas luas novas, e os seus
sbados, e todas as suas festividades. E, finalmente, temos Cl 2.16-17: Portanto, ningum vos julgue pelo comer,
ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da luz nova, ou dos sbados, que so sombras das coisas futuras,
mas o corpo de Cristo. O significado dos perodos desses dois textos o mesmo dos anteriores.
C- As palavras sbado, sbados e dia de sbado (no singular ou no plural) ocorrem sessenta vezes no Novo
Testamento. Mas os adventistas do stimo dia reconhecem que apenas 59 dos casos se referem ao sbado
semanal. Negam justamente o texto de Cl 2.16. Dizem eles: Os termos sbado, sbados e dia de sbado ocorrem
sessenta vezes no Novo Testamento e em cada caso, exceto um, refere-se ao stimo dia. Colossenses 2.16,17 faz
referncia aos sbados anuais relacionados com as trs festas anuais observadas por Israel antes do primeiro
advento de Cristo (Estudos bblicos, p. 378, CPB).
Se perguntarmos aos adventistas qual o sentido da palavra sbados em qualquer passagem do Novo Testamento
em que ela aparece, a resposta ser sempre a mesma: sbado semanal. A nica exceo Colossenses 2.16. Por
qu? Porque teriam de reconhecer a procedncia da nossa declarao de que, segundo essa referncia bblica, o
sbado semanal deixou de ser uma obrigao para os cristos.
Repetindo: se dermos palavra sbados, em Cl 2.16, o sentido semanal teremos em favor da nossa interpretao
59 referncias reconhecidas por eles. Mas, ao darem palavra sbados, em Cl 2.16, o sentido de sbados anuais
ou cerimoniais, eles no tm nenhuma referncia que apoie sua interpretao. Por isso argumentam dessa forma.
Caso contrrio, teriam de reconhecer que o sbado foi abolido na cruz: Porque o fim da lei Cristo para justia de
todo aquele que cr (Rm 10.4).
Meus sbados e seus sbados
Os adventistas do stimo dia dizem que a expresso meus sbados indica a distino entre os sbados semanais e
os sbados cerimoniais. Mas isso no bblico. As duas expresses so utilizadas para indicar os mesmos sbados os semanais. So de Deus - meus sbados - porque foram dados por Ele. E so dos judeus - seus sbados - porque
foram dados para eles.
Vejamos a aplicao dos pronomes meus e seus na Bblia:
A - O Templo - Is 56.7 comparado com Mt 23.38 (minha casa, vossa casa);
B - O mesmo Deus indicado por meu Deus e vosso Deus - Jo 20.17
C - Os mesmos sacrifcios e holocaustos so chamados de meus e vossos em Nm 28.2. Comparar com Dt 12.6.
Resposta s outras citaes bblicas
Pastor COSTA JNIOR Pastor, qual o fundamento bblico, que ns temos, para o verdadeiro dia de guarda? Qual
o verdadeiro dia de repouso?
Pastor BULLN Teramos de ir, para esta resposta, ao incio da criao deste mundo. No captulo 2 do livro de
Gnesis, versculos de 1 a 3, diz assim: Assim, pois, foram acabados os cus e a terra e todo o seu exrcito. E,
havendo Deus terminado no dia stimo a sua obra, que tinha feito. E abenoou Deus o dia stimo e o santificou;
porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera.
Se o sbado semanal deve ser o dia de repouso, por que ento Deus trabalhou nele? O texto claro: E, havendo
Deus terminado no dia stimo a sua obra, que tinha feito. Deus no terminou sua obra da criao no sexto dia e
descansou no stimo. Ele trabalhou no stimo dia, e descansou no mesmo dia em que concluiu a obra da criao.
Ora, se se invoca o descanso de Deus para impingir-se a guarda desse dia como sendo o dia de repouso, como
admitir que Deus trabalhou justamente nesse dia? E se Ele trabalhou para concluir a obra da criao, ento no
pecado trabalhar nesse dia seguindo o exemplo de Deus! O senhor Bulln declara: Voc sabe que Deus no se
cansa, nem se fadiga. Portanto, se Ele descansou no sbado no era porque estava cansado. Seguindo esse
raciocnio de Bulln, o registro bblico merece correo, porque est declarando algo que no verdade.
Devemos ver uma coisa, se o senhor Bulln queria apenas indicar com isso que o stimo dia deveria ser de
descanso universal, surge ento uma pergunta: Todos os homens da terra tm o dia stimo, ao mesmo tempo,
como dia de repouso, inclusive o prprio Deus? Diz a Bblia que o sbado deveria ser guardado a partir do pr-dosol de sexta-feira at o pr-do-sol do sbado (Lv 23.32). Logo, os habitantes da terra teriam de guardar o mesmo
perodo. Mas, quando so 6 horas da manh de sbado aqui no Brasil, no Japo so 6 horas da tarde. E isto
significa que, quando os guardadores do sbado aqui se levantam para guard-lo, os seus irmos japoneses o
acabaram de guardar. E quando os brasileiros comearem a guardar o sbado, seus irmos na Califrnia, USA,
trabalharo ainda durante cinco horas antes de comearem a guard-lo. Qual dos grupos de guardadores do
sbado estaro realmente observando o perodo de tempo que Deus descansou ao concluir a obra da criao?
Os adventistas guardam realmente o sbado?
Dentro das exigncias da lei estava a proibio de acender fogo no dia de sbado: No acendereis fogo em
nenhuma das vossas moradas no dia do sbado (x 35.3). Isso significa que proibido acender qualquer tipo de
fogo, seja um fsforo ou um fogo a gs. Implica tambm na proibio de andar de carro movido a combusto. Os
judeus radicados no Brasil, notadamente os de So Paulo, onde se localiza a maioria deles, vo sinagoga a p no
dia de sbado, e no de carro, respeitando as observncias com relao a esse dia.

Caro leitor, pergunte ao primeiro adventista que lhe falar sobre a obrigatoriedade da guarda do sbado se ele
acende fogo nesse dia? Observe como ele titubeia e no sabe como responder! Falta-lhe coragem para admitir que
sim. Paulo declarou: Todos aqueles, pois, que so das obras da lei esto debaixo da maldio; porque est escrito:
Maldito todo aquele que no permanecer em todas as coisas que esto escritas no livro da lei, para faz-las. E
evidente que pela lei ningum ser justificado diante de Deus, porque o justo viver da f (Gl 3.10-11). Assim, os
adventistas esto sob a maldio da prpria lei que pretendem guardar. Pior, agem como os fariseus, que punham
fardos pesados sobre os ombros do povo e eles mesmos no tocavam nem com a mo. Mas Jesus os denunciou:
Pois atam fardos pesados e difceis de suportar, e os pem aos ombros dos homens; eles, porm, nem com o dedo
querem mov-los (Mt 23.4). O mesmo disse Pedro: Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos
discpulos um jugo quem nem nossos pais nem ns pudemos suportar? Mas cremos que seremos salvos pela graa
do Senhor Jesus Cristo, como eles tambm (At 15.10,11). E Paulo reitera a impossibilidade da guarda da lei, que
no era completa apenas com os dez mandamentos.
O que abrangia o livro da lei? Nada menos do que 613 mandamentos, mas os adventistas resolveram criar apenas
duas leis. Uma delas denominaram como Lei Moral, os dez mandamentos, e o restante como Lei de Moiss,
cancelada na cruz. Fcil, no? Baseados em qu fizeram essa distino de leis? Tem apoio bblico? Onde aparecem
na Bblia expresses como Lei Moral e Lei Cerimonial? Por isso confessam: Seria til classificarmos as leis do Velho
Testamento em vrias categorias: 1. Lei moral; 2. Lei Cerimonial; 3. Lei Civil, 4. Estatutos e Juzos; 5. Leis de
sade. Esta classificao , em parte, artificial (Lies da Escola Sabatina, Lio n. 2, p. 18, de 8-1-1980).
Pastor BULLN Ento, como eu posso saber, pela Bblia, que depois da morte de Cristo, os seus discpulos ainda
continuaram guardando o sbado? Muito simples: em S. Lucas, captulo 23, a partir do versculo 50, est relatado
como Jos de Arimatia foi reclamar o corpo de Cristo. Cristo j estava morto. Dentre as pessoas havia algumas
mulheres. Era o dia da preparao, e comeava o sbado. As mulheres que tinham vindo da Galilia com Jesus,
seguindo, viram o tmulo e como o corpo fora ali depositado. Ento, se retiraram para preparar aromas e
blsamos. E, no sbado, descansaram, segundo o mandamentos (Lc 23.54-56). Ou seja, Jesus j havia morrido, e
no sbado, o primeiro sbado aps a morte de Cristo, as mulheres ainda continuaram guardando o mandamento do
sbado.
Ora, se os prprios sabatistas reconhecem que o nosso argumento para a guarda do primeiro dia da semana, como
dia do Senhor (Ap 1.10), decorrente da ressurreio de Jesus, ocorrida no primeiro dia da semana (Lc 24.1-3), e
o texto de Lc 23.54-55 se refere ao descanso das mulheres no sbado antes da ressurreio, que valor tem o
exemplo dessas piedosas mulheres judias para ns, cristos?
Pastor BULLN A Bblia est cheia de referncias de que Jesus guardou o sbado quando viveu nesta terra. E
quem quer ser cristo, quer seguir a Jesus. Porque cristo aquele que faz o que Jesus fez.
Jesus guardou o sbado porque era judeu e nasceu sob a lei (Gl 4.4), portanto obedeceu todas as leis do Antigo
Concerto. Como exemplo de cidado judeu, Ele foi circuncidado, ordenou a entrega de oferendas ao sacerdote pela
purificao, guardou a festa da Pscoa, etc (Lc 2.21-24; 5.12-14; Mt 26.18,19). Mas, quando morreu, Ele
inaugurou uma nova aliana e revogou a velha (Jo 19.30; Mt 27.51). Mas, antes que a f viesse estvamos
guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela f que se havia de manifestar. De maneira que a lei nos serviu
de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela f fssemos justificados. Mas, depois que veio a f, j no
estamos debaixo do aio (Gl 3. 23-25).
Se o fato de Jesus ter guardado a Pscoa no prova que tambm devemos guard-la, ou se o fato de Ele ter-se
circuncidado no recomenda que tambm devemos nos circuncidar, do mesmo modo no devemos tambm
guardar o sbado por que Ele o guardou.
A natureza dos mandamentos de Jesus
A que Jesus se referia quando falava de seus mandamentos? Os adventistas associam a palavra mandamentos no
Novo Testamento aos dez mandamentos. Mas esse modo de pensar no correto. Jesus foi bem especfico quando
falou de seus mandamentos.
Vejamos a que Jesus se referia quando falava de mandamentos:
- Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vs, que tambm vs uns
aos outros vos ameis (Jo 13.34);
- O meu mandamento este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei ( Jo 15.12);
- O seu mandamento este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros,
segundo seu mandamento (1Jo 3.23);
- E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame tambm seu irmo (1Jo 4.21);
- E agora, senhora, rogo-te, no como escrevendo-te um novo mandamento, mas aquele mesmo que desde o
princpio tivemos: que nos amemos uns aos outros (2Jo 5).
O leitor pode perceber que em nenhum dos textos acima se fala na guarda do sbado.
O Novo Testamento no repete os dez mandamentos
No h dvida de que o Novo Testamento cita mandamentos do Velho Testamento. Fala de toda a Lei de Moiss,

mas no repete o quarto mandamento em nenhum lugar. Faamos uma comparao dos dez mandamentos dentro
do Novo Testamento:
VELHO TESTAMENTO
1 mandamento - x 20.2,3
2 mandamento - x 20.4-6
3 mandamento - x 20.7
4 mandamento - x 20.8-11
5 mandamento - x 20.12
6 mandamento - x 20.13
7 mandamento - x 20.14
8 mandamento - x 20.15
9 mandamento - x 20.16
10 mandamento - x 20.17
NOVO TESTAMENTO
1 At 14.15
2 1Jo 5.21
3 Tg 5.12
4 No existe
5 Ef 6.1-3
6 Rm 13.9
7 1Co 6.9,10
8 Ef 4.28
9 Cl 3.9
10 Ef 5.3
Pastor BULLN Mesmo So Paulo, que no foi discpulo de Jesus, pois So Paulo se converteu depois, ou seja, j
se havia passado anos e So Paulo disse que quando chegou a Corinto foi, aos sbados, sinagoga: E todos os
sbados discorria na sinagoga, persuadindo tanto judeus como gregos... O texto bblico diz: Todos os sbados
discorria na sinagoga, persuadindo tanto judeus como gregos. (A citao correta Atos 18.4, e no Lucas 18.4,
como indicado no livrete). E os gregos no guardavam o sbado, portanto Paulo no ia por causa dos judeus, ele ia
porque reconhecia que o sbado era o dia do Senhor.
O sbado era o dia quando pessoas se juntavam na sinagoga para adorao dentro do culto judaico. A maioria dos
participantes era judeu. Os gregos compareciam em menor nmero. Paulo aproveitou essas oportunidades para
ensinar que Jesus era o Cristo prometido nas Escrituras do Velho Testamento, procurando ganhar aquelas pessoas
para Jesus Cristo. E fez de tudo para conseguir seu objetivo: Fiz-me como judeu para com os judeus, para ganhar
os judeus; para os que esto debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que esto debaixo da
lei. Para os que esto sem lei, como se estivesse sem lei (No estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei
de Cristo), para ganhar os que esto sem lei Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar
alguns. E eu fao isto por causa do evangelho, para ser tambm participante dele (1Co 9.19-23).
Foi dessa forma que circuncidou Timteo (At 16.3) e declarou que a circunciso nada vale (Gl 5.2; 6.15); observou
o Pentecostes (At 20.16); tosquiou a cabea (At 18.18); e fez ofertas segundo a lei (At 21.20-26). Sua explicao
para a observncia de todas essas prticas judaicas est no desejo que tinha de ganhar os judeus e os gregos para
Cristo. Ser que os adventistas circuncidam pessoas como Paulo o fazia? Observam o Pentecostes? Tosquiam suas
cabeas? Fazem ofertas segundo a lei? Que parcialidade dos adventistas: s se lembram do sbado! muito
sectarismo da parte deles!
Outra declarao absurda a que diz que Paulo no ia por causa dos judeus, ele ia porque reconhecia que o
sbado era o dia do Senhor. Interessante! Paulo escreveu treze cartas, e se considerarmos Hebreus como sendo
de sua autoria, teremos quatorze. Ser que Paulo se esqueceu de dizer isso em suas epstolas: que o sbado era o
dia do Senhor? Quanto observncia do sbado, Paulo declarou: Guardais dias (sbados) e meses, (luas novas), e
tempos, e anos (festas anuais). Receio de vs que no haja trabalho em vo para convosco (Gl 4.10-11). A
preocupao de Paulo era com o fato de os glatas estarem se voltando para o judasmo.
Pastor COSTA JNIOR Existe um fundamento bblico para ns guardarmos outro dia que no o sbado, seja qual
for a razo?
Pastor BULLN Existe aqui uma declarao, que eu vou ler, no livro de Hebreus, captulo 4, versculos 4,5 e 9, que
diz assim: Porque, em certo lugar, assim disse, no tocante ao stimo dia: E descansou Deus, no stimo dia, de
todas as obras que fizera. E novamente, no mesmo lugar: No entraro no meu descanso... Portanto, resta um
repouso para o povo de Deus. Isto quer dizer que, para a Igreja de Deus dos nossos dias, continua um dia de
repouso (p. 7).
evidente que o repouso de que se trata aqui nada tem a ver com o repouso do stimo dia indicado no quarto
mandamento, seno o repouso de uma de f em Deus. A idia central do texto :
A - Deus repousou depois de haver criado o mundo;
B - Os profetas falaram de antemo de um outro dia (Sl118.24), em vez do stimo, para comemorar o repouso
maior que se seguiria a uma obra maior do que a criao;

C - A este repouso maior, Josu nunca pode guiar o seu povo;

D - Jesus, havendo terminado sua obra de redeno na cruz (Jo 19.30), repousou Ele mesmo no primeiro dia da
semana (Mc 16.9), como Deus havia repousado da sua;
E - Na cruz foi abolido o sbado (Os 2.11 comparado com Cl 2.14-17);
F - Portanto, em comemorao ao glorioso repouso que se seguiu a uma obra maior de redeno, resta guardar um
descanso para o povo de Deus. Esse descanso encontramos em Jesus (Mt 11.28-30);
G - Foi necessrio esse argumento para mostrar ao judeu, que se gloriava no seu sbado, que o cristo tem um
descanso melhor e superior ao sbado (Ap 1.10, Sl 118.22-24).
Pastor BULLN Porm, na Histria, descobrimos que houve um imperador romano, chamado Constantino, que no
ano 331 DC definitivamente tornou-se cristo, mas com uma condio: Ele disse: eu vou me tornar cristo, mas
junto comigo, eu quero trazer muitas coisas nas quais acredito. E ele guardava o domingo e, oficialmente, a partir
do ano 331 passou-se a guardar o domingo como dia santo. Mas, este um legado que vem do paganismo, de
Constantino (p. 10).
Se tal absurdo fosse escrito por um adventista leigo, no teramos dificuldades em entender a sua falta de
conhecimento histrico relativo ao imperador Constantino. Mas no d para entender uma pessoa que se intitula
escritor e lder de uma igreja que se vangloria de conhecer a Bblia jogar, atravs de um curso bblico, esse absurdo
na mente do povo, mediante emissoras de rdio e TV, e ainda se d ao luxo de public-la em livrete e espalh-la
por todo o Brasil. Essa uma atitude suspeita e vergonhosa. Quando foi que o imperador Constantino condicionou
sua adeso ao cristianismo exigncia de trazer para o arraial cristo aquilo que pertencia ao paganismo? Em
que parte da histria isso mencionado? Se o paganismo j guardava o domingo - como afirma o pastor Bulln por que ento o decreto de Constantino em 331 DC feito nesse sentido?
Os adventistas raciocinam do mesmo modo que as testemunhas de Jeov fazem em relao deidade absoluta de
Jesus. As testemunhas de Jeov ensinam, em seus livros, que a Doutrina da Trindade foi firmada no Conclio de
Nicia, em 325 DC, presidido por Constantino. Se o senhor Bulln admite que a instituio do primeiro dia da
semana como dia do Senhor em memria da ressurreio de Cristo de origem pag porque Constantino decretou
esse dia de guarda ao se tornar cristo, os adventistas deveriam, na verdade, ser chamados de pagos por
adotarem a doutrina da Trindade em cujo Conclio foi instituda essa doutrina? Os adventistas concordam com as
testemunhas de Jeov que nos acusam de paganismo por crermos na deidade de Jesus e na doutrina da Trindade?
A instituio do primeiro dia da semana como dia do senhor
No Salmo 118:22-24, lemos: A pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se cabea de esquina. Da parte do
Senhor se fez isto: maravilhoso aos nossos olhos. Este o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos, e alegremo-nos
nele. Essa passagem foi aplicada por Jesus a si mesmo em Mt 21.42: Disse-lhes Jesus: Nunca lestes nas
Escrituras: A pedra, que os edificadores rejeitaram, essa foi posta por cabea do ngulo; pelo Senhor foi feito isto,
e maravilhoso aos nossos olhos?.
No algo difcil darmos a interpretao correta dessa referncia bblica. A pedra rejeitada Jesus Cristo (At
4.11,12). Ele iniciou seu ministrio reivindicando ser Filho de Deus, igual a Deus (Jo 10.30-33). E, ao ser acusado
de quebrar o sbado (Jo 5.16-18), foi rejeitado e crucificado (Jo 19.1-7). Isto se deu numa sexta-feira (Mc 15.4247). Mas a morte no pde ret-lo e, ao terceiro dia, ressurgiu dentre os mortos. Esse fato aconteceu no primeiro
dia da semana: E Jesus, tendo ressuscitado na manh do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a
Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demnios (Mc 16.9). Outras referncias so: Jo 20.1,19,20; Mt
28.18.
Diz a Bblia sobre o dia da ressurreio de Jesus: Este o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos e alegremo-nos
nele. Ao levantar seu Filho dentre os mortos, fez Deus essa coisa maravilhosa. E essa coisa maravilhosa se deu
no primeiro dia da semana.
A expresso dia do senhor de Apocalipse 1.10
O significado da expresso dia do Senhor de Ap 1.10 encontrada em algumas tradues da Bblia, como segue:
Eu fui arrebatado em esprito num dia de domingo... (Traduo de Antnio Pereira de Figueiredo)
Num domingo, caindo em xtase, ouvi atrs de mim uma voz... (Edies Paulinas)
Um dia de domingo, fui arrebatado em esprito (traduo de Mattos Soares)
No dia do Senhor: no domingo (anotao no rodap da TLH)
Dizem os lderes da Igreja Adventista do Stimo Dia, o Remanescente, no seu livro Sonhos e vises de Jeanine
Sautron, pp. 384/85, que Samuel Bacchiocchi (lder adventista) realiza seminrios no Dia do Senhor referindose ao Domingo. Em seu livro FROM SABBATH TO SUNDAY (Do Sbado Para o Domingo) o dia do Senhor
mencionado como sendo o domingo 51 vezes somente nas primeiras 160 pginas do livro.
Provas adicionais dos pais da igreja
Aqueles que estavam presos s velhas coisas vieram a uma novidade de confiana, no mais guardando o sbado,

porm vivendo de acordo com o dia do Senhor. (Incio, 100 A D).

No dia chamado domingo h uma reunio num certo lugar de todos os que habitam nas cidades ou nos campos, e
as memrias dos apstolos e os escritos dos profetas so lidos (Justino Mrtir 140 A D.).
Ns guardamos o dia oitavo com alegria, no qual tambm ressurgiu dos mortos e tendo aparecido ascendeu ao
cu (Barnab, 120 A D).
Num dia, o primeiro da semana, ns nos reunimos (Bardesanes, 180 A D.).
Como vemos pelos testemunhos dos pais da igreja primitiva e diferentemente do que afirma o pastor Bulln (p. 9),
a igreja crist no guardava o sbado, mas o dia glorioso da ressurreio de Jesus.
como disse o prprio Bulln: Eu acredito que muitos cristos sinceros acreditam que porque Jesus ressuscitou no
domingo, eles tm de guardar o domingo. uma maneira bonita de homenagear a ressurreio de Cristo, e eu
tambm fico feliz porque Jesus ressuscitou num domingo, mas j pensou se Jesus tivesse morrido e nunca tivesse
ressuscitado, o que seria da cristandade? (p. 8)
Exatamente isso, pastor Bulln! O que seria da cristandade se Jesus no tivesse ressuscitado? Paulo responde a
essa pergunta dizendo simplesmente que no haveria cristianismo: E, se Cristo no ressuscitou, logo v a vossa
f,... E, se Cristo no ressuscitou, v a vossa f, e ainda permaneceis nos vossos pecados (1Co 15.14,17). Est
a a importncia da ressurreio e devemos ento ter presente que os dias so iguais entre si e existem dias mais
importantes uns dos que outros, por causa dos fatos que eles registram. Para um cristo mais importante o dia
em que Deus terminou a criao do mundo ou o dia da ressurreio gloriosa de Jesus? A resposta s pode ser uma
para um cristo genuno: o dia da ressurreio de Jesus. Quanto a esse dia, diz o salmista: Este o dia que fez o
Senhor; regozijemo-nos e alegremo-nos nele.
Pastor COSTA JNIOR Em primeiro lugar, eu gostaria de dizer uma coisa, que precisa ficar bem clara na nossa
mente: ningum guarda o sbado para salvar-se. Se voc acha que tem de guardar o sbado para se salvar, voc
est perdido (p. 13)
Ou o pastor Costa est perdido ou a Sra. White. Ela declarou que a guarda do sbado fundamental para a
salvao. Textualmente ela escreveu: Santificar o sbado ao Senhor importa em salvao eterna (Testemunhos
Seletos, vol. III, p. 22 - 2 edio, 1956).
Um pastor que sai em pblico fazendo declaraes sobre as crenas adventistas porventura ignora esse ensino de
Ellen Gould White? Ou o conhece mas quis encobri-lo para dar a idia que no bem assim como os opositores
declaram dos adventistas: que eles ensinam que a guarda do sbado fundamental para a salvao?
Mais uma pergunta: como os benefcios da morte de Cristo, segundo EGW, no livro O Grande Conflito, podem ser
aplicados a ns?. Ela declara: ...Todos os que verdadeiramente se tenham arrependido do pecado e que pela f
hajam reclamado o sangue de Cristo, como seu sacrifcio expiatrio, tiveram o perdo aposto ao seu nome, nos
livros do Cu; tornando-se eles participantes da justia de Cristo, e verificando-se estar o seu carter em harmonia
com a lei de Deus, seus pecados sero riscados e eles prprios havidos por dignos da vida eterna (p. 487).
Logo, os crentes adventistas tm pecados perdoados, mas no cancelados. O cancelamento s se dar se o seu
carter estiver em harmonia com a lei de Deus, para que sejam dignos da vida eterna. Salvao por f (Rm 5.1) ou
salvao por obras? Ora, quele que faz qualquer obra no lhe imputado o galardo segundo a graa, mas
segundo a dvida. Mas quele que no pratica, mas cr naquele que o justifica o mpio, a sua f lhe imputada
como justia (Rm 4.4-5).
Porventura, isso significa que algum deve ser julgado digno da vida eterna por estar vivendo em harmonia com a
lei de Deus? Ainda EGW declara: Nunca se deve ensinar aos que aceitam o Salvador, conquanto sincera sua
converso, que digam ou sintam que esto salvos. Isto enganoso (Parbolas de Jesus, p. 55, citado em 95
Teses, p. 133)