Hemogasometria Radiometer
Hemogasometria Radiometer
Hemogasometria Radiometer
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Estado de oxigenao, aspectos prticos
Introduo
Coleta e manuseio da amostra
Crculo Enfoque no Paciente
Tipos de amostras
Estado de oxigenao do sangue arterial
The Deep Picture
Estratgia para avaliao
Parmetros associados na avaliao dos gases do sangue
px
Lactato
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Parte 1
Introduo
Na avaliao do paciente crtico, o estado dos gases
sangneos desempenha um papel chave. A avaliao dos
parmetros dos gases do sangue pode ser dividida nos
subgrupos, estado de oxigenao, parmetros metablicos
relacionados e estado cido-bsico. Pelo fato de que cada
subgrupo consiste de diversos parmetros a quantidade de
dados para interpretar pode ser muito grande. No somente
o estado dos gases do sangue, mas de todos os rgos, que
necessita uma avaliao cuidadosa relacionada a um paciente
especfico e a uma situao especfica. Desse modo,
geralmente til ter um manual fcil de se usar para auxiliar
em algumas partes da avaliao.
A primeira parte deste manual oferece uma orientao
para a avaliao do estado de oxigenao arterial tendo como
base uma anlise abrangente dos gases do sangue (isto ,
incluindo a oximetria) e um parmetro metablico
estreitamente relacionado que o Lactato. Tambm so
apresentadas algumas consideraes gerais importantes
relacionadas coleta de amostra de sangue.
A segunda parte do manual descreve os parmetros
disponveis nos analisadores de gases do sangue da
RADIOMETER como os parmetros cido-bsicos e de gases
do sangue, parmetros metablicos e eletrlitos, bem como
orientao para avaliao de parmetros no includos na
primeira parte.
Embora estas orientaes sempre devam ser usadas
com cautela, porque nem sempre possvel detalhar, ou
ainda ser considerada uma condio especial, elas podem
auxiliar o clnico na tomada de decises com relao s
necessidades para outros testes bem como para intervenes
teraputicas.
Kaare E. Lundstrm, MD
Coleta e Manuseio da Amostra
O Crculo Enfoque no PacienteTM
A RADIOMETER recomenda uma abordagem estruturada para
o processo analtico da medida dos gases do sangue, o qual
chamado Crculo Enfoque no Paciente. Este crculo envolve
trs fases:
Na fase pr-analtica feita uma deciso de colher uma
mostra, esta amostra colhida e, em alguns casos,
guardada e transportada.
Na fase analtica a amostra analisada. O desempenho dos
analisadores de gases do sangue deve ser verificado com
um plano de garantia de qualidade que assegure que o
analisador esteja sob controle. Esta parte descrita nos
manuais de operador pertinentes e no mais ser
considerada aqui.
Na fase ps-analtica a interpretao correta dos dados e o
subsequente tratamento do paciente so facilitados pelo
manejo e relato dos parmetros habituais.
A fase pr-analtica antes que amostra seja transferida ao
analisador a maior contribuinte de erros nas medidas de
gases do sangue e, desse modo, o ponto fraco no processo
analtico das medidas de gases do sangue. Material
inadequado para coleta das amostras e o manuseio
inapropriado podem determinar inexatides cruciais nas
anlises dos gases do sangue como j foi referido pela NCCLS
[7].
A Fase Pr-analtica
Seguindo umas poucas recomendaes apresentadas aqui os
erros pr-analticos podem ser reduzidos.
Antes da coleta
A ocasio da coleta deve ser planejada com a equipe
responsvel pelo tratamento. A fim de se conseguir um
quadro verdadeiro da condio do paciente, muito
importante anotar a situao exata da coleta da amostra. O
teste de gases do sangue deve ser realizado preferentemente
quando o paciente estiver em repouso. Deve ser lembrado
sempre que uma amostra de sangue representa a situao no
momento da coleta. Isto muito importante especialmente
quando se trata de anlise de gases do sangue porque muitos
dos parmetros medidos podem se alterar significativamente
em segundos. Por isso recomendado relacionar os valores
dos gases aos parmetros respiratrio e circulatrio que esto
sendo monitorados continuamente; estes valores precisam
ser registrados no momento da coleta.
A seringa para a coleta de sangue deve conter heparina em
quantidade suficiente para prevenir a coagulao. Nas
seringas que contm quantidade insuficiente de heparina
formam-se cogulos que podem obstruir os analisadores ou
determinar imprecises nas medidas de pH, pCO2 e
hemoglobina.
recomendado o uso de seringas pr-heparinizadas com
heparina seca. A heparina lquida dilui a amostra e ocasiona
erros que diminuem o valor real, geralmente em mais de
10%. Se forem medidos eletrlitos, deve se usar heparina
6
A Fase Ps-Analtica
Quando informar os resultados deve ser considerado se
estiverem errados, particularmente se eles diferem da
avaliao geral da condio do paciente. Se houver qualquer
suspeita de erro, ele deve ser informado com os resultados e
levado em considerao ao se fazer a deciso clnica.
Tipos de Amostras
Amostras arteriais
Amostras arteriais podem ser colhidas por puno arterial ou
por aspirao de um cateter colocado na artria. Ambos os
mtodos apresentam vantagens e desvantagens.
Vantagens
Puno Arterial
Se realizada corretamente, menor risco de erros do que
cateter arterial e capilares.
Pode ser realizada em uma situao de emergncia
No h necessidade de cateter
Necessita menor volume de sangue do que a retirada por
cateter
Cateter Arterial
Facilita a obteno da amostra
Indolor ao paciente
Eliminao do risco associado a mltiplas punes
Desvantagens
Puno Arterial
Dolorosa para o paciente; a hiperventilao pode
potencialmente alterar os valores dos gases no sangue
Pode ser difcil localizar as artrias
Pelo risco de complicaes para o paciente, nem sempre
aconselhvel realizar a puno arterial
Segurana para quem colhe a amostra risco de acidentes
com picada de agulha
Necessita pessoal treinado e autorizado
Cateter Arterial
Risco de infeco com cateter invasivo
Risco de coagulao determinando tromboses ou embolias
Risco de anemia por se retirar muito sangue (normalmente
5 a 6mL por amostra, incluindo as perdas)
Risco de que o fluxo sangneo local seja diminudo ou
bloqueado determinando necrose
Risco de contaminao com ar das conexes do cateter, etc
Risco de erros por diluio se o cateter no for esvaziado
completamente
Amostras capilares
Amostras capilares geralmente so usadas para anlises de
gases do sangue, especialmente nas Unidades de Cuidado
Intensivo Peditrica e Neonatal. No entanto, este mtodo tem
de ser usado com cautela porque existem erros potenciais:
O mtodo difcil de manejar de modo a eliminar o risco de
falsos resultados e ele somente deve ser realizado por
pessoal habilitado.
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Fluxograma
Oxigenao
para
Avaliao
do
Estado
de
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Exemplo:
Paciente com pO2 baixa.- FShunt est alto e os parmetros do
ventilador so alterados para minimizar o Shunt pulmonar.
Isto melhora a pO2. Em seguida avaliado o ctO2 que
tambm se encontra baixa. A sO2 normal, porm a ctHb
baixa por isso necessria a transfuso de sangue.
Finalmente um desvio para a esquerda de CDO. Isto devido
a alcalose metablica e a uma discreta elevao da
concentrao da carboxiemoglobina. Para melhorar a
liberao de oxignio aos tecidos o desvio para a esquerda da
CDO tambm corrigido.
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2. ctO2(a)
ctO2 Normal
O ctO2 normal indica concentrao adequada de oxignio no
sangue arterial.
ctO2 Alta
Uma ctO2 alta, apesar de pO2 normal, somente pode ser
causada por uma alta ctHb. Isto pode aumentar a sobrecarga
cardaca
inadvertidamente
e
pode
estar
indicada
hemodiluio.
ctO2 Baixa
Se o ctO2 muito baixa e a pO2 normal isto pode ser
causado por uma baixa ctHb ou pela presena de
disemoglobinas. Raramente um desvio importante para a
direita da CDO, indicada por uma p50 elevada, pode
determinar uma ctO2 baixa. O tratamento de uma ctO2 baixa,
apesar de pO2(a) normal, tipicamente transfuso de
hemcias (se a ctHb estiver baixa) ou tratamento da
disemoglobina se ela estiver presente.
3. p50
Quando foram considerados pO2 e ctO2, deve ser avaliada a
p50. Este parmetro descreve a posio da CDO, a qual
essencial para a liberao do oxignio aos tecidos.
Fisiologicamente a p50 modificada secundariamente as
alteraes em diversos outros parmetros e, desse modo, so
evitados seus efeitos potencialmente nocivos. Se for
necessrio, em geral, possvel influenciar a posio da CDO
por intervenes teraputicas. Dependendo da situao
clnica, um valor baixo, normal ou alto de p50 (que
corresponde a desvio para a esquerda, posio normal ou
desvio para a direita da CDO) pode ser a finalidade de
intervenes.
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Px
A px uma medida da extratividade do oxignio do sangue
arterial refletindo os efeitos combinados da pO2 , ctO2 e p50. A
px definida como a tenso do oxignio aps a extrao de
2,3 mmol de oxignio/litro do sangue arterial a pH e pCO2
constantes, refletindo, desse modo, a pO2 do final do capilar
admitindo-se as condies padro. No entanto, o valor de
px no deve ser interpretado como a tenso venosa
mista, porque podem existir grandes diferenas entre
esses dois parmetros (ver adiante).
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px Baixa
Se a px estiver abaixo do intervalo de referncia ela indica
disponibilidade inadequada de oxignio do sangue arterial. Os
focos primrios de avaliao subsequente devero ser pO2,
ctO2, e p50.
Lactato
Suprimento inadequado de oxignio ir determinar, na
maioria das clulas do corpo, produo de quantidades
excessivas de lactato. Um grau crtico de hipxia celular
acarreta uma mudana do metabolismo aerbico normal para
o anaerbico quando ento produzido o lactato. Desse
modo, o lactato serve como um marcador do equilbrio crtico
entre a demanda por oxignio dos tecidos e o suprimento do
oxignio. Na maioria das situaes o lactato aumentado no
sangue
ser
causado
por
hipoperfuso,
suprimento
importantemente diminudo do oxignio arterial ou uma
combinao dos dois.
O objetivo geral da monitorizao do estado dos gases
do sangue arterial assegurar uma disponibilidade tima do
oxignio
arterial.
Embora
no
seja
especfico
de
disponibilidade de oxignio arterial, o lactato com um monitor
da adequao da oxigenao tecidual, uma parte natural da
avaliao do estado de oxigenao arterial.
Em geral, uma concentrao aumentada ou em elevao
do lactato deve alertar o clnico. Nveis de lactato do sangue
[cLactado(P)] em diminuio ou persistentemente baixos
durante uma doena crtica sinal de sucesso no tratamento.
A monitorizao do cLactato(P) um meio de monitorar a
adequao do tratamento do paciente criticamente doente.
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Uso do fluxograma
Avaliar inicialmente o parmetro chave primrio, como por
exemplo, a pO2, se este parmetro for aceitvel continuar
avaliando o prximo parmetro chave (ctO2) na coluna e em
seguida, o prximo (p50). Quando todos os parmetros
chaves estiverem dentro da faixa normal, deve ser avaliada
em seguida a px porque as interaes entre os parmetros
chaves na faixa normal podem determinar desvios da px. Se
um parmetro chave estiver desviado dos valores esperados
ou da faixa normal (pO2 baixa, ctO2 baixa ou alterao no
desejada da p50) deve ser avaliada a px como o prximo
parmetro.
Se a px estiver dentro da faixa normal, a alterao do
parmetro chave foi compensada por alterao em um dos
outros parmetros chave. A necessidade de interveno
depende da adequao da compensao e da situao clnica.
Desse modo os outros dois parmetros chave devem ser
avaliados antes da interveno.
Exemplo 1
pO2 Baixa. Um passo para a esquerda mostra a px que
encontrada normal. A hipoxemia est compensada e pode no
necessitar correo. Os outros parmetros da mesma coluna
da pO2 bem como as prximas colunas de parmetros devem
ser avaliadas em seguida para se verificar se h
compensao. Por sua vez, a compensao deve ser avaliada
para se ver se h efeito inadvertido, bem como a causa da
pO2 baixa. Em nosso exemplo, pode haver um discreto
aumento compensatrio na ctO2. A anlise da coluna seguinte
de parmetros pode ento revelar um aumento no ctHb, o
qual aumenta a sobrecarga sobre o corao. Isto pode ser
crtico numa situao com contractilidade cardaca diminuda.
Se o parmetro chave avaliado e a px estiverem
desviados da faixa normal, provvel que a situao
necessite de interveno. Uma orientao para a interveno
necessria pode ser encontrada observando-se os parmetros
na coluna da direita do parmetro chave.
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Exemplo 2
pO2 Baixa. Um passo para a esquerda mostra a px que
encontrada baixa. A disponibilidade de oxignio, deste modo,
est diminuda. Para a direita encontrada FShunt alta
determinando a hipoxemia. Mais um passo para a direita est
o exame para a doena pulmonar o qual, nesta situao, pode
revelar baixa complacncia e difuso diminuda nos pulmes
(SARA). Um aumento na presso do PEEP e, desse modo, da
presso mdia da via area, nesta situao pode minimizar a
FShunt e assim ser uma melhor maneira de aumentar a pO2
e a px do que apenas um aumento da FO2 (I).
Quando foram considerados todos os parmetros chaves do
estado de oxigenao arterial, e desse modo a px, deve ser
avaliada a cLactato(P).
Se a cLactato(P) for o primeiro parmetro analisado e for
encontrado muito alto, o passo seguinte ser analisar os
parmetros da coluna da direita para se verificar a causa da
concentrao elevada de lactato.
26
Parte 2
Intervalo de referncia
Definio
O que o parmetro significa
Interpretao clnica
Consideraes
27
pO2(a)
Definio
pO2 a presso parcial do oxignio ( ou tenso) em uma fase
gasosa em equilbrio com o sangue. Altos e baixos valores de
pO2 do sangue arterial indicam hiperoxemia e hipoxemia,
respectivamente. Dependendo da amostra, o smbolo
sistemtico pode ser pO2(a) para sangue arterial ou pO2(v)
para sangue venoso misto. O smbolo fornecido pelo
analisador pode ser pO2.
O que quer dizer pO2 ?
A tenso do oxignio arterial um indicador da captao do
oxignio nos pulmes. Ver na Primeira Parte, estado de
oxigenao arterial.
Interpretao clnica
Ver Primeira Parte.
Consideraes
Para informao sobre pO2 arterial baixa, ver Primeira parte,
estado de oxigenao.
importante notar que pO2 alta pode ser txica devido
produo de radicais livres de oxignio. Isto especialmente
importante em recm-nascidos, e principalmente em prtermos. Nestes ltimos a pO2 arterial no deve estar acima de
75mmHg (10,0KPa).
28
ctHb(a)
Definio
ctHb a concentrao da hemoglobina total no sangue. A
hemoglobina total, em princpio, inclui todos os tipos de
hemoglobina como deoxi-, oxi-, carboxi-, met-, e
sulfaemoglobina, que uma forma rara que no transporta
oxignio, no includa no resultado de ctHb.
ctHb= cO2Hb + cHHb + cCOHb + cMetHb
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30
Consideraes
Uma concentrao total normal de hemoglobina no garante
uma capacidade de transporte de oxignio normal. Se
estiverem presentes disemoglobinas em altas concentraes,
a capacidade efetiva de transporte estar significativamente
reduzida. A figura abaixo demonstra o efeito da ctHb sobre o
contedo de oxignio.
31
FO2Hb(a)
Frao da Oxiemoglobina
Intervalo de referncia da FO2Hb(a) para adulto: 94-99% (0,94-0,99)
Definio
FO2Hb definida como a relao entre as concentraes da
O2Hb e a tHb (cO2 Hb/ctHb). Ela calculada assim:
FO2Hb=
cO2Hb
CO2Hb + cHHb + cCOHb + cMetHb
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Consideraes
FO2Hb as vezes erroneamente denominada de saturao de
oxignio ou saturao fracional, dois termos que devem ser
evitados. A relao entre FO2Hb e sO2 :
FO2Hb = sO2 x ( 1-FCOHb-FMetHb)
importante saber que saturao de oxignio quando
medida por oxmetro de pulso no FO2Hb, mas sO2.
A equao acima expressa a relao entre FO2Hb e sO2. Desse
modo, se no estiverem presentes disemoglobinas, a frao
de hemoglobina oxigenada igual saturao de oxignio,
expressa como uma frao. A diferena entre as duas pode
ser vista no exemplo abaixo. Notar que isto primariamente
til quando usada em relao a ctHb.
ctHb = 10 mmol/L
cHHb = 0,2 mmol/L
cCOHb = 3 mmol/L ~ (30%)
cO Hb = 6,8 mmol/L
FO2Hb=
sO2 =
6,8
. x 100% = 68%
6,8 + 0,2 + 3,0
6,8
6,8 + 0,2
x 100% = 97%
33
sO2(a)
Definio
SO2 denominada saturao de oxignio e definida como a
relao entre as concentraes de O2Hb e HHb + O2Hb:
SO2 =
cO2Hb
cHHb + cO2Hb
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35
FCOHb(a)
Frao da Carboxiemoglobina
Intervalo de referncia da FCOHb (a) para adulto: 0 0,8% (0 - 0,008)
Definio
FCOHb a relao entre as concentraes de COHb e tHb:
FCOHb =
cCOHb
ctHb
36
Consideraes
Quando estes pacientes so avaliados clinicamente
importante considerar o tempo de exposio porque aqueles
com o tempo de exposio prolongado podem estar
gravemente comprometidos mesmo com concentraes
relativamente baixas de carboxiemoglobina. Se suspeitar de
carboxiemo-globinemia deve ser administrado oxignio a
100% e ser considerada teraputica com oxignio hiperbrico
quando houver histria e sintomas neuro-psiquitricos.
37
FMetHb(a)
Frao da Metaemoglobina
Intervalo de referncia da FMetHb (a) para adulto: 0,2 0,.6% (0,002 0,006)
Definio
FMetHb a relao entre a concentrao de MetHb e a tHb:
FMetHb =
cMetHb
ctHb
38
ctO2(a)
Definio
ctO2 a concentrao do oxignio total no sangue. a soma
da concentrao do oxignio ligado hemoglobina e a
concentrao do oxignio dissolvido fisicamente.
ctO2 = sO2 x (1 FCOHb FMetHb) x ctHb + O2 x pO2
39
40
p50(a)
Definio
p50 a tenso do oxignio metade da saturao (50%) do
sangue e calculada a partir das medidas de tenso de
saturao do oxignio, por extrapolao na curva de
dissociao do oxignio, saturao de 50%. O smbolo
sistemtico para a p50 determinada no sangue arterial
p50(a). O smbolo fornecido pelo analisador pode ser
p50(act).
O que quer dizer p50?
A p50 a pO2 metade de saturao (50%) e reflete a
afinidade da hemoglobina por oxignio. A posio da curva de
dissociao do oxignio depende primariamente do pH, porm
diversas alteraes fsicas e qumicas podem comprometer a
afinidade da hemoglobina por oxignio.
Interpretao clnica
Ver Primeira Parte
Consideraes
Quando a p50 calculada de uma amostra de sangue arterial
o parmetro muito sensvel qualidade das medidas,
especialmente em altos valores de sO2, prximos de 97%. O
clculo da p50 menos confivel quando a sO2 for maior que
97%.
41
42
pO2(x) ou px
Definio
pO2(x) ou px como doravante ser referido, denominada a
tenso de extrao do oxignio do sangue arterial. um
parmetro que reflete os efeitos integrados das alteraes da
pO2 arterial, concentrao do oxignio e alteraes na
afinidade hemoglobina oxignio sobre a habilidade do
sangue arterial em liberar oxignio aos tecidos. A px definida
como a tenso do oxignio medida no sangue arterial aps a
extrao de 2,3mmol de oxignio por litro de sangue (em pH
e pCO2 constantes) o que corresponde as diferena artrio
venosa normal na concentrao do oxignio total. O smbolo
sistemtico para a tenso da extrao de oxignio arterial
pO2(x). O smbolo fornecido pelo analisador pode ser px.
O que quer dizer px?
O propsito da tenso de extrao do oxignio determinar
se uma hipoxemia, anemia ou afinidade hemoglobina
oxignio
anormalmente
aumentada
esto
ou
no
compensadas (ver Primeira Parte).
Interpretao clnica e consideraes
um parmetro terico e calculado baseado na
px
determinao da CDO. A CDO muito sensvel qualidade
das medidas, especialmente se estiver baseada em altos
valores de sO2, prximos a 97%. O clculo da px menos
confivel quando a sO2 for maior que 97%. A informao
proporcionada pela px deve ser interpretada levando-se isto
em considerao (ver tambm Primeira Parte).
43
ctO2(x) ou cx
Definio
ctO2(x) ou cx , como ser referido doravante, definida como
a quantidade de oxignio que pode ser extrada por litro de
sangue arterial quando a tenso de oxignio est diminuda
para 38 mmHg (5,1KPa), a pH e pCO2 constantes.
O smbolo sistemtico para a concentrao do oxignio
extravel ctO2(x). O smbolo fornecido pelo analisador cx.
O que quer dizer cx?
A cx abaixo da faixa normal (valor) indica uma habilidade
diminuda do sangue arterial em liberar oxignio aos tecidos.
Interpretao clnica
Se o consumo de oxignio for normal, uma baixa cx
geralmente indica que a tenso venosa mista baixa e/ou o
dbito cardaco est aumentando.
Consideraes
A cx um parmetro terico e calculado baseado na
determinao da CDO. A CDO muito sensvel qualidade
das medidas, especialmente se estiver baseada em altos
valores de sO2, prximos a 97%. O clculo da cx menos
confivel quando a sO2 for maior que 97%. A informao
proporcionada por cx deve ser interpretada levando-se isto em
considerao.
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Qx
Definio
Qx o fator pelo qual o dbito cardaco tem de aumentar
para manter a tenso venosa mista de 38mmHg (5,1 KPa) a
uma diferena artrio venosa de 2,3 mmol de oxignio por
litro de sangue.
O smbolo sistemtico para o fator de compensao do
oxignio arterial Qx. O smbolo fornecido pelo analisador
pode se Qx.
O que quer dizer Qx?
Um fator de compensao de oxignio alto indica que o
sangue arterial inadequado para um apropriado suprimento
de oxignio aos tecidos.
Interpretao clnica
Qx alto indica que o dbito cardaco pode estar aumentado
e/ou a tenso do oxignio venosa mista diminuda, para
compensar um suprimento inadequado de oxignio arterial.
Consideraes
Qx um parmetro terico e calculado baseado na
determinao da CDO. A CDO muito sensvel qualidade
das medidas, especialmente se estiver baseada em altos
valores de sO2, prximos a 97%. O clculo do Qx menos
confivel quando a sO2 for maior que 97%. A informao
proporcionada por Qx deve ser interpretada levando-se isto
em considerao. O Qx, como a px, muito sensvel
qualidade das medidas.
45
FShunt
Definio
FShunt calculado como a relao entre a diferena alvoloarterial e a diferena artrio-venosa na concentrao total de
oxignio. Se no for medida amostra venosa mista, a FShunt
estimada admitindo-se que a diferena artrio-venosa de
2,3 mmol/L. A concentrao total de oxignio do sangue
alveolar calculada a partir da tenso do oxignio alveolar,
obtida da equao do ar alveolar. O smbolo sistemtico para
o Shunt fisiolgico relativo e FShunt.
O smbolo fornecido pelo analisador pode ser FShunt.
O que quer dizer FShunt?
FShunt (Qshunt/Qtotal) a percentagem ou frao do sangue
venoso no oxigenado durante a passagem atravs dos
capilares pulmonares. Isto a relao entre o dbito cardaco
com shunt e o dbito cardaco total.
Shunt =
Qs
Qt
. =
46
Interpretao clnica
Na ausncia de shunt extra-pulmonar, a FShunt proporciona
informao a respeito do componente intra-pulmonar da
hipoxemia.
Uma FShunt alta indica uma desproporo pulmonar
entre a ventilao e a perfuso, por exemplo, perfuso de
reas no ventiladas.
Consideraes
Mesmo quando avaliada de apenas uma mostra arterial, da
anlise dos gases do sangue arterial, a FShunt apresenta a
informao disponvel mais abrangente sobre a funo
pulmonar.
47
pH(a)
pH do sangue arterial
Intervalo de referncia de pH(a) para adulto: 7,35 7,45
Definio
PH indica a acidez ou alcalinidade da amostra. Dependendo da
amostra, o smbolo sistemticos pode ser pH(a) para sangue
arterial ou pH(v) para sangue venoso misto. O smbolo
fornecido pelo analisador pode ser pH.
pH o logartmo negativo da atividade do on hidrognio
(pH = -log H+).
O que quer dizer pH?
pH a medida indispensvel de acidemia ou alcalemia e
desse modo uma parte essencial da medida do pH e gases
do sangue. A funo normal de muitos processos metablicos
necessita que o pH esteja dentro de uma faixa relativamente
estreita.
Interpretao clnica
Se o pH for relacionado pCO2, que considerada como
sendo o componente respiratrio, e a concentrao do
bicarbonato plasmtico (cHCO3-) ou excesso de base standard
(SBE) que so considerados os componentes metablicos,
possvel
distinguir
entre
distrbios
respiratrios
e
metablicos.
Marcar os valores das medidas de pH, pCO2 e bicarbonato no
diagrama abaixo pode geralmente proporcionar informao a
respeito do tipo de distrbio cido bsico.
48
49
50
pCO2(a)
Definio
pCO2 definida como a presso parcial (ou tenso) do dixido
de carbono em uma fase gasosa em equilbrio com o sangue.
Valores altos e baixos de pCO2 no sangue arterial indicam,
respectivamente, hipercapnia e hipocapnia. Dependendo da
amostra, o smbolo sistemtico pode ser pCO2(a) para sangue
arterial ou pCO2(v) para sangue venoso misto. O smbolo
fornecido pelo analisador pode ser pCO2.
O que quer dizer pCO2?
O dixido de carbono se difunde facilmente atravs das
membranas celulares e pode ser considerado como sendo
zero no ar inspirado normal. Desse modo, pCO2 um reflexo
direto da adequao da ventilao alveolar em relao taxa
metablica.
Interpretao clnica
A. pCO2 baixa. Hiperventilao alveolar (hipocapnia):
Causas comuns de Hiperventilao alveolar:
Primria:
tratamentos agressivos com o ventilador
hiperventilao psicognica
Secundria:
Compensatria da acidose metablica
Secundria afeco do sistema nervoso central
Secundria hipxia
B. pCO2 Alta. Hipoventilao alveolar (hipercapnia):
51
53
cHCO3-(aP)
Bicarbonato real
Valores de referncia de cHCO3- (aP) para adultos: 22 26mmol/L
Definio
cHCO3- a concentrao do bicarbonato no plasma da
amostra. calculada usando-se os valores medidos de pH e
pCO2. O smbolo sistemtico para o sangue arterial cHCO3(aP). O smbolo fornecido pelo analisador pode ser HCO3-.
O que quer dizer HCO3-?
O bicarbonato real calculado colocando-se os valores
medidos de pH e pCO2 na equao de Henderson
Hasselbalch. Um nvel aumentado de HCO3- pode ser devido a
uma alcalose metablica ou a uma resposta compensatria na
acidose respiratria. Nveis diminudos de HCO3- so vistos na
acidose metablica e como um mecanismo compensatrio na
alcalose respiratria.
Interpretao clinica e consideraes
O bicarbonato sempre deve ser interpretado em relao
pCO2 e ao pH. Ver pH.
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cHCO3-(aP,st)
Bicarbonato standard
Intervalo de referncia de cHCO3- (aP, st) para adultos: 22 26mmol/L
Definio
Bicarbonato standard [cHCO3- (B, st)] a concentrao do
bicarbonato no plasma do sangue que est equilibrado com
uma mistura de gases com pCO2 = 40mmHg (5,3KPa) e pO2
igual ou maior que 100mmHg (13,3KPa) a 37 C. O smbolo
sistemtico para sangue arterial cHCO3- (aP, st). O smbolo
fornecido pelo analisador pode ser SBC.
O que quer dizer cHCO3-(P, st)?
O equilbrio do sangue completamente oxigenado com uma
pCO2 de 40mmHg (5,3KPa) uma tentativa de eliminar o
componente respiratrio no estado cidobsico. Nestas
circunstncias, um bicarbonato standard baixo indica uma
acidose metablica e um bicarbonato standard elevado indica
uma alcalose metablica.
Interpretao clnica
SBC deve sempre ser interpretado em relao pCO2 e ao pH
(Ver pH).
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cBase(a)
Definio
Excesso de base real a concentrao de base titulvel
quando o sangue titulado com uma base ou com cido forte
para um pH de plasma de 7,40 a uma pCO2 de 40mmHg
(5,3KPa), a 37C e a saturao real de oxignio. Geralmente
abreviada e simbolizada como BR. O smbolo sistemtico
para o excesso de base real para o sangue arterial
cBase(a). O smbolo fornecido pelo analisador pode se ABE.
O que quer dizer cBase?
Excesso de base a quantidade em mmol/L que o Buffer Base
do sangue desvia do normal. Buffer Base representa a
capacidade tampo total no sangue, compreendendo o
bicarbonato, hemoglobina, protenas e fosfato plasmticos. O
nvel normal de buffer base total 48 +/- 2mmol/L.
Interpretao clnica e consideraes
BE sempre deve ser interpretado em relao pCO2 e pH (Ver
pH).
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cBase(Ecf)
Definio
Excesso de base standard uma expresso in vivo do excesso
de base. Refere-se a um modelo de lquido extra-celular (uma
parte de sangue diludo com duas partes do seu prprio
plasma) e calculada usandose na frmula um tero da ctHb
do sangue. Alternativamente, pode ser usado um valor
standard para a concentrao de hemoglobina do lquido
extra-celular total (incluindo o sangue) de 3mmol/L.
CBase(Ecf) = cBase(B) para ctHb = 3mmol/L
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Definio
nion Gap(K+) a diferena na concentrao entre os ctions
sdio e potssio e os nions medidos, cloreto e bicarbonato.
nion Gap (K+) = cNa+ + cK+ - cCl- - cHCO3-
cLactato (aP)
Concentrao de Lactato
Intervalo de referncia de cLactato (aP) para adulto:
0,5 2,0mmol/L (4,5 18mg/dL)
Definio
cLactato(P) a concentrao de lactato no plasma. O smbolo
sistemtico para o sangue arterial cLactato (aP). O smbolo
fornecido pelo analisador pode se cLac.
Interpretao clnica
Com relao ao estado de oxigenao ou alterao
circulatria, ver Primeira Parte.
Com as excees mencionadas abaixo, tem sido
evidenciado que uma concentrao aumentada de lactato
um bom preditor da evoluo do paciente [2,22].
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Consideraes
Alm de sua presena durante a doena grave, concentrao
aumentada de lactato pode ser encontrada durante e aps
convulses e exerccio fsico. Pode tambm ser encontrado
valor muito alto em raros casos de erros congnitos do
metabolismo. Nessas situaes a interpretao dos valores do
lactato no pode ser feita como aquela recomendada em
pacientes com doena grave aguda.
As concentraes de lactato em amostras de sangue obtidas
dos leitos capilar ou vascular perifrico podem no ser
representativa do estado geral e devem ser evitadas. Em
muitos analisadores a interferncia de diversas substncias
endgenas e exgenas pode influenciar a medida do lactato.
As medidas realizadas com o uso de eletrodo de lactato da
RADIOMETER no sofrem interferncia de substncias
oxidveis vistas normalmente.
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cGlicose(aP)
Concentrao de glicose
Intervalo de referncia de cGlicose (aP) para adulto:
3,9 5,8mmol/L (70 105mg/dL)
Definio
cGlicose(P) a concentrao de glicose no plasma. O smbolo
sistemtico para o sangue arterial cGlicose(aP). O smbolo
fornecido pelo analisador pode ser cGlu.
Interpretao clnica
Como tanto a hiper como a hipoglicemia podem produzir
leso neurolgica, est justificado tratamento agressivos dos
desvios da cGlicose.
Consideraes
A medida da glicose deve ser realizada to logo quanto
possvel aps a coleta para evitar que o metabolismo na
amostra determine falsos valores de cGlicose. Em muitos
analisadores, interferncia de diversas substncias, quer
endgenas como exgenas, podem influenciar a medida da
glicose.
As medidas realizadas com o uso de eletrodo de glicose
RADIOMETER no sofrem interferncia de substncias
oxidveis vistas normalmente.
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cK+(aP)
Concentrao de potssio
Intervalo de referncia de cK+ (aP) para adulto 3,5 5,0mmol/L
Definio
cK+ a concentrao de potssio (K+) no plasma. O smbolo
sistemtico para sangue arterial cK+(aP). O smbolo
fornecido pelo analisador pode ser K+.
Interpretao clnica
A . cK+ baixa pode ser causada por:
Diurticos
Diarria
Vmitos
Alcalose respiratria ou metablica
Hiperaldosteronismo
B
Consideraes
Valores altos de cK+ podem ser causados por hemlise das
hemcias na amostra de sangue. Isto visto tipicamente
aps a aspirao muito vigorosa e em amostras capilares
(tcnica inadequada de coleta).
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cNa+(aP)
Concentrao de sdio
Intervalo de referncia de cNa+ (aP) para adulto: 136 146mmol/L
Definio
cNa+(P) a concentrao do sdio (Na+) no plasma. O
smbolo sistemtico para o sangue arterial cNa+(aP). O
smbolo fornecido pelo analisador pode ser Na+.
Interpretao clnica
A . Valores baixos de cNa+ podem ser causados por:
Intoxicao hdrica
Insuficincia renal
Insuficincia cardaca
Insuficincia heptica
Secreo aumentada de HAD
Diurticos
Sndrome nefrtica
B
Consideraes
Edema regional no local da coleta de amostra capilar pode
causar valores falsos, baixos de cNa+.
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cCL-(aP)
Concentrao de cloreto
Intervalo de referncia de cCl-(aP) para adulto: 98 106mmol/L
Definio
cCl-(P) a concentrao de cloreto (Cl-) no plasma. O smbolo
sistemtico para sangue arterial cCl-(aP). O smbolo
fornecido pelo analisador pode se Cl-.
Interpretao Clnica
cCl- por si s, como um parmetro isolado, na maioria das
vezes de menor importncia. No entanto, valores baixos
podem causar contraes musculares, apatia e anorexia.
Consideraes
A principal importncia de cCl- em relao ao clculo do
nion gap (Ver nion gap).
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cCa2+(aP)
Concentrao de clcio
Intervalo de referncia de cCa2+(aP) para adulto: 1,15 1,29mmol/L
Definio
cCa2+(P) a concentrao do clcio ionizado (Ca2+) no
plasma. O smbolo sistemtico para o sangue arterial
cCa2+(aP). O smbolo fornecido pelo analisador pode ser Ca2+.
Interpretao clnica
A . Valores baixos de cCa2+ podem ser causados por:
Alcalose
Insuficincia renal
Insuficincia circulatria aguda
Falta de vitamina D
Hipoparatiroidismo
B
Consideraes
CCa2+ o parmetro eletroltico mais sensvel ao uso de
heparina no balanceada por eletrlitos. Desse modo, quando
se medir cCa2+ recomendvel sempre usar heparina
balanceada com eletrlitos.
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Referncias
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phenomenon is associated with increased blood lactate
levels. J Crit Care 1991;6:152-59.
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