Historia Da Viola e Afinacoes
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A Viola Cabocla
Este trabalho, de autoria do Professor Alceu Maynard de Arajo, foi
publicado em artigos, na Revista Sertaneja de nmeros 4, 5, 6, 7, 8, 9,
13 e 14, de julho de 1958 a maio de de 1959. Por sua importncia
para a divulgao deste instrumento to valioso para a cultura
sertaneja, este artigo est sendo transcrito na ntegra, inclusive as
fotos. Estas esto com baixa qualidade devido a deteriorao do
papel, devido a idade do mesmo (45 anos). Ao nal do trabalho, veja
uma pequena biograa do Prof. Alceu.
Origem da Viola
A viola por excelncia um instrumento musical do meio rural, sendo muito
disseminada em nosso pas, e encontrada nos mais longnqos rinces do
serto brasileiro.
Sua origem remota. No baixo latim encontramos: vidula, vitula, viella ou
ola, mas nenhum destes vocbulos serviu para designar a nossa viola.
Tratava-se de um violino pequeno, um tetracrdio. Era a viola de arco, uma
espcie de rabeca. Mas a nossa viola tambm bastante idosa, veio de
Portugal e ao aclimatar-se em terras brasileiras sofreu algumas modicaes,
no s em sua anatomia como tambm no nmero de cordas. a lei da
evoluo. Evoluiu tanto que ns conhecemos no Brasil cinco tipos distintos
de violas de cordas de ao: a paulista, a goiana, a cuiabana, a angrense e a
nordestina. Dos tipos mencionados, estudaremos apenas a paulista e a
angrense pelo fato de serem as mais conhecidas e encontradas com maior
freqncia em nosso Estado.
A viola o instrumento fundamental do "modinheiro", cordofnio, pois suas
cordas comunicam sua vibrao ao ar. Serve para acompanhamento de canto
e dana. Pode ser tocada s, executando solos, em dupla, o que muito
comum ou para acompanhamento.
Ao lado da viola, porm com menor freqncia, encontramos a rabeca,
tambm oriunda de Portugal. Parece que a rabeca foi no passado a
companheira inseparvel da viola, sendo atualmente olvidada, quase que s
encontrada no litoral. A rabeca no dispensa a companhia da viola, pois no
costumam fazer solos de rabeca. Completando a enumerao de cordofnios
tradicionais, preciso mencionar o cocho, viola rudimentarssima, hoje
completamente esquecida. Dele tivemos conhecimento ocasionalmente em
Tiet, por ocasio de um Cururu rural, num pouso da Bandeira do Divino
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Tipos de Viola
Dos tipos de violas conhecidos estudaremos os dois encontrados com maior
freqncia em nosso Estado: a viola paulista e a angrense ou do litoral.
Nossa pesquisa cingiu-se apenas ao Estado de So Paulo. Quanto ao litoral
paulista, tivemos a preocupao de estudar a zona litornea mui ligada ao
nosso. Assim sendo, Angra dos Reis e Parati (Estado do Rio de Janeiro) foram
visitados e observados por causa de suas constantes ligaes com Ubatuba e
no sul at Paranagu (Estado do Paran) pelas suas relaes com Canania e
romeiros que vm anualmente at Iguape.
Dos outros dois tipos nos referimos a eles pelo fato de termos conhecido em
mos de migrantes de Estados de Gois (um baiano que l morou) e de um
boiadeiro matogrossense, que nos facilitou um exame detido em sua viola
cuiabana. Tipo idntico camos conhecendo no Museu Paulista que seu
diretor, Dr. Srgio Buarque de Holanda, h pouco trouxe de Cuiab. Sua
caixa sonora escavada na madeira, e a tampa de trs colada com cola
vegetal.
Em nosso estudo chamaremos de viola paulista quela encontrada no interior
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As
grandes
fbricas
de
instrumentos
da
Capital
Bandeirante tambm fabricam
violas,
havendo
o
tipo
"standard", bem acabadas e
bonitas, estreitas, mas no
gozam da preferncia de nosso
caboclo.
A
industrializada,
"standard" pequena, caixa
estreita. A que serve para as
exibies nos palcos e rdio, so
do tamanho de violes, sendo
que a disposio dos trastos
diferente,
geralmente
estas
violas so de cedro ou jacarand
da Bahia.
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tamanho".
As de nmero 7, geralmente, so para 12 cordas. O entrevistado armou: s
baiano que gosta delas". Para os nossos caboclos, qualquer nortista que
fale arrastado do "x" baiano.
A de nmero 8 a maior de todas, tendo um metro de comprimento.
Sendo a viola mdia, de nmero 5 a mais comum, vamos dar as suas
dimenses: 75 centmetros de comprimento. Caixa de ressonncia, 35
centmetros, brao 20 centmetros e palheta 20 centmetros. A altura da
caixa de ressonncia, 5,5 centmetros prximo ao brao e 6,5 noutra
extremidade. Boca, 5,5 centmetros de dimetro.
ANATOMIA DA VIOLA
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CAIXA DE RESSONNCIA
A caixa de ressonncia conhecida pelas seguintes designaes: caixa, bojo,
ou corpo.
A caixa composta de um aro e duas tampas. O aro pode ser inteirio, ou em
dois pedaos, sendo coladas as suas extremidades quando na forma, cando
a emenda embutida no taco de segurana do cavalete. Usam cola vegetal de
sumbar. O aro que tem as curvas. Para execuo dessas curvas, uns
fabricantes usam formas, outros fazem a "olho" Alis o "olhmetro" o
grande aparelho de preciso com patente nacional brasileira.
Na tampa da frente, ou "peito da viola", cam o cavalete e a boca, isto , uma
abertura, que pe em comunicao a caixa de ressonncia com o exterior.
Paralelamente ao cavalete ca o rastilho, pea no xa de taquara. A tampa
posterior ou "costa" inteiria, uma tbua s sem emenda.
Na construo da caixa de ressonncia entram as seguintes peas: 3
travessas para sustento da tampa posterior, 2 travessas para sustento da
tampa anterior, taco de segurana do cavalete, armao para o brao
(cando para o lado de fora o gastalho). O aro, onde internamente so
grudadas as viras de lete, para resistncia, ou contra-fortes, onde sero
coladas as tampas.
Empregam-se as seguintes madeiras no
aro:
guaiuvira
(preferivelmente),
jacarand, canela saafrs. A espessura
do aro de 2 mm. Nunca mais grosso
porque a madeira tem que entrar na
forma fazendo as curvas, quanto mais
na, mais exvel. As tampas so feitas
preferivelmente de pinho, porque d
maior sonoridade. O tampa das costas
s vezes pode ser feita de cedro ou
canela, mas a da frente sempre de
pinho. Devem ser madeiras bem secas.
Dizem que a madeira deve ser cortada
na lua minguante de ms que no tem "r" para durar mais, ser exvel e
tambm no carunchar. As tampas que so de 2 a 3 mm de espessura,
geralmente feitas de tbua de caixo de pinho. O fabricante entrevistado
costuma comprar caixes, desmancha-os e guarda as tbuas num lugar seco
durante 2 ou mais anos, "pra c cum mais alma", isto , melhor som.
Primeiramente, antes da guerra, o Sr. Zico Brando, famoso fabricante,
adquiria caixes de pinho de Riga, que davam as melhores violas que at
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hoje fabricou.
A largura do bojo de 25 centmetros, onde se cola o cavalete, e a menor
de 18 centmetros, na parte inferior deste, no centro da cintura que d um
pequeno estrangulamento ca a abertura, a boca.
A caixa de ressonncia s vezes invernizada. No pequeno tamanho da caixa
de ressonncia da viola paulista, em contraste com o grande tamanho da
caixa da viola do litoral, que reside boa parte da diferena entre estes dois
tipos de viola.
BOCA
A abertura que pe em comunicao a caixa de ressonncia com o exterior
a "boca". A boca da viola pode ter diversas formas, sendo a mais comum em
forma de corao para as feitas mo, e circulares, as estandardizadas pela
mquina.
Outros tipos de "boca" encontradas entre as violas feitas mo: dois
coraes, estrelas, corao e raramente o losangular.
Ao redor da "boca" costume fazer alguns desenhos ou encastoar
malacacheta. Os desenhas so pirogravados. No litoral encastoam pedaos
de conchas, e no serra-acima, malacacheta.
Os desenhos, "enfeito" como dizem, em geral so pirogravados, mas tambm
temos encontrado feitos a lpis, tinta de escrever, e em Piracicaba, uma
riqussima viola com uns desenhos a leo e o apelido daquela cidade, "Noiva
da Colina".
H violeiros que mandam escrever seus nomes ou apenas iniciais. Outros,
algumas frases, nome de mulher. Zico Brando pirogravou em sua viola: "Os
reis da viola", ao lado do desenho de um "pinheiro". Flores estilizadas, em
geral o "enfeito" mais encontrado.
BRAO e PALHETA
A haste ou "brao" compe-se de duas partes distintas: brao e palheta.
Muitos violeiros chamam aos dois to somente de brao. Alis, na viola h
muitos nomes das partes do corpo humano usados para denominaes e isso
revela que o nossa caipira empresta ao instrumento predileto um pouco da
anatomia humana: boca, "cacunda" ou costa, brao, pestana, cintura, ilharga,
cabea da tarraxa e o mais importante que a viola tem alma. E o inverso
tambm serve para comparao: moa bonita de corpo bem proporcionado
"corpo de viola", e. . . com as ndegas um pouco avantajadas "corpo de
violo", ou "cintura de violo".
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comum
encontrar-se uma outra corda
que no atinge o brao todo e a
cravelha no se aloja na palheta; h, grudado por fora do gastalho um
pequeno dispositivo onde est a pequena cravelha. A este conjunto chamam
de "piriquito" ou benjamim (ver gura abaixo). Nas violas do litoral h
portanto uma pequena corda (a oitava), chamada cantadeira, ca acima do
contra-canotilho e anada em unssono com o contra-bordo ou melhor,
contra- canotilho. No serra-acima paulista, principalmente nas zonas antigas
onde no h inuncia nordestina ou outras, o que se d realmente nas zonas
pioneiras, novas, os caipiras usam encordoar as suas violas com uma dezena
de cordas. Dizem que a viola tem dez cordas, porque dez so dedos da mo.
No entanto j vimos violas com 12 cordas e at 14 como aquela clebre feita
por Zico Brando de Tatui - "o rei da viola", cuja caixa de ressonncia era
feita de casca de um tat-et. Viola que merecia gurar num museu.
Sobre as partes da viola, antes que falemos das cordas, da sua ordem e
"tempero"', isto anaes, transcrevemos uns trechos de uma toada
cantada por Amaro de Oliveira Monteiro, poeta violeiro de So Lus do
Paraitinga, recolhidos no dia 19 de setembro de 1948:
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I
"Viola, minha viola,
vamo no campo chor,
voc sabe e no me conta
onde meu amor est".
VII
"Este pinho tem
cacunda
tamm feito com
cola,
e pode som a conta
II
VIII
III
"Minha viola
testemunha
IX
IV
no tampo e o buraco
X
"Viola, minha viola,
rastilho de coquero,
V
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XI
a viola j toc
VI
vai no cu e torna
volt"
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Tomam cuidados especiais para que a viola, quando guardada no que com
as cordas encostadas parede porque ela "constipa", isto , se resfria. A
umidade enrouquece a corda.
Duas causas fazem a viola sofrer: calor ou frio intensos. No entanto, ela
muita mais sensvel ao mau olhado e a inveja que destemperam a viola, e
jamais pegar anao. Para evitar, usam dentro da caixa de ressonncia, um
pequeno galho de arruda, lasca de guin, dente de alho. E para dar
eletricidade s cordas, maior sonoridade, s o guizo de cascavel. , e no
resta dvida, magia simptica. E violeiro que se preza no se esquece de
colocar um guizo de cascavel em sua viola.
Tempero a anao. Esta varia muito. Dizem alguns caipiras paulistas que
h vinte e cinco anaes diferentes. Mas o nmero 25 para eles signica
imensidade, o incontvel, multido. Conhecemos as seguintes anaes para
violas da serra-acima paulista:cebolo, cebolinha, r-abaixo, castelhana,
quatro-pontos, oitavado, tempero-mineiro, tempero-pro-meio, guariano,
guaianinho, guaiano, tempero, som-de-guitarra, cana-verde, do sossego,
pontiado-do-Paran.
A preferncia pelas anaes varia muito. Para cantar moda, a melhor
anao o quatro-pontos e para cururu anao cana-verde. Cebolinha
boa tambm para moda. Cebolo muito usada para dana do cateret. Os
violeiros mais jovens, e muitos dos que hoje militam nos rdios no
conhecem tais anaes, suas violas so anados como violo. Para moda de
viola, na regio do mdio Tiet, os violeiros usam estas anaes: cebolo,
quatro-dedos, castelhana ou trs-pontos-da-viola e r-abaixo. No cururu,
nesta mesma regio, notamos a preferncia pelas cebolo e r-abaixo,
principalmente nos pousos do Divino nas imediaes da cidade de Tiet.
Em Taubat, a anao usada para danar o cateret : f sustenido, si, mi
sustenido, sol sustenido, d sustenido.
O cebolo, tambm boa anao para sapateado : r, sol, si, r, sol. A
cebolinha (simples), boa anao para cantar moda, e, pestaneando no
segundo trasto tima anao para sapateado : mi, si, mi, sol sustenido e
si. A cebolinha (trs cordas), ou r-acima ou cebolinha-pelo-meio, muito
usada para execuo de solos musicais : r, sol, r, f sustenido e l. A
cana-verde ou cururu: r, sol, si, mi, l. O oitavo ou pontiado-do-Paran ou
guitarra, outros nomes de tal anao tima para fandango e muito usada
para pontear uma moda: r, sol, d, f, l sustenido. Do sossego, tambm
chamada castelhana porque mais comum usar somente ao tocar, as trs
primeiras cordas: r, f sustenido, l, d sustenido, f. A Quatro-pontos,
generalizada nas rdios como a anao do violo: l, r, sol, si, mi.
Lus da Cmara Cascudo - o papa do folclore brasileiro - assinala outras
anaes em "Vaqueiros e Contadores", isto l no nordeste: mi, si, sol, r, l
e si, f, r, l, mi.
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EMPUNHADURA OU POSIO
AS DOENAS DA VIOLA
Basta haver amor por determinada cousa, para que o homem lhe empreste
imediatamente certos atributos humanos. A viola, instrumento que maior
nmero de amantes tem tido entre o povo do meio rural brasileiro, por isso
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mesmo padece das muitas doenas que atormentam o ser humano. A viola se
resfria, se "constipa", apanha "quebranto", ca rouca ou fanhosa, se
"destempera" e chega at a car reumtica.
As doenas da viola seriam provenientes desse antropomorsmo que lhe
atribudo pois tem brao, costas, boca, ilharga, orelhas (cravelhas),
"cacunda", pestana, etc., ou da afeio que identica instrumento e tocador?
De mdico, poeta e louco todo mundo tem um pouco e o violeiro cuida da
sade de sua viola: contra quebranto, galhinho de arruda no seu interior,
jogado boca a dentro em noite de 6a. feira, na primeira aps a compra do
instrumento; h um processo de magia simptica para dar melhor "voz" s
cordas, colocando um guizo de cascavel. E contra todos os uidos
prejudiciais, nada melhor do que uma ta vermelha para desviar o mau
olhado e a inveja. E bom violeiro sempre invejado! Tocar viola uma cousa
to almejada que chegam a fazer pacto com o diabo na 6a. feira santa,
conforme assinalamos em nosso livro "Alguns Ritos Mgicos".
Quer ver violeiro contrariado, um estranho tocar em sua viola ou pedir
licena para "arranhar as cordas". L com seus botes o violeiro ca
mandando ele arranhar... Bem, no diz nada, mas pensa. A mo de estranho
"destempera" porque transmite evios malcos ao seu instrumento. . .
pior do que se "botasse mau olhado".
Alm da ta, e esta no deve ser confundida com aquelas de promessa que os
violeiros das folias de Divino carregam como ex-votos, raro o violeiro que
no tenha escondido um amuleto sanitrio: uma ga, um signo de Salomo,
intrometido na palheta.
H violas que se "constipam", isto , que se resfriam s pelo fato de serem
guardadas com as cordas encostadas parede que lhe transmite umidade.
Violeiro que se preza no a dependura assim e sim a mete num saco para
guardar num gancho ou prego. noite estando sozinha, sente frio, porque
nas braos do violeiro, ela sente calor. Mas, h violas que precisam tomar
sereno para car com boa voz, para "declarar bem". Outras, com o sol se
arruinam e chegam a se "destripar", descolam o tampo dos aros: a
insolao.
Antes de guardar a viola, deve-se passar um pano sobre as cordas, num
sentido s, "para no lhe tirar o sentido", endoidec-la: do trasto para a
palheta, assim ela no car fanhosa.
At o enfeite das violas amuleto sanitrio: a pintura de ores em sua tampa
ajuda a afastar o quebranto. E as ores escolhidas so aquelas onde
predomina o vermelho, por exemplo, as ores da maravilha (mirabilis jalapa,
Lin.) com as quais as crianas ainda hoje fazem colares e antigamente os
violeiros, principalmente os negros, colocavam-nas na pescoo nas romarias
de So Gonalo ou nos pousos de cururu. E' por isso que Antonio Ado
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no apanhe doenas, seja sempre s, e ela recompensa, uma boa viola, bem
tocada d alegria para o homem e j dizia Salomo nos seus Provrbios: "O
corao alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do corao, o espirito se
abate".
E' por isso que "violeiro morre de velho"
AFINAES DA VIOLA
Em geral as anaes da viola so conhecidas por nomes regionais,
populares assim: cebolinha, cebolo, do sossego, etc... Por exemplo, anao
em Mi a Cebolo. E como muitos violeiros s conhecem uma anao,
armam que na viola no h "tom menor", dando s a posio "maior".
Ilustramos com clichs algumas anaes com seus respectivos nomes
populares, regionais paulistas. Comecemos com o Cebolo, uma das mais
comuns.
Boa anao para sapateado, por isto mesmo a preferida pelos catireiros,
xibeiros, catereteiros e fandangueiros. Em geral os violeiros genunos dizem
que a mais positiva das anaes: " a que So Gonalo ensinou", dizem os
seus devotos. Outros, " a melhor para se pisar nas cordas da viola", " no
desaparece por mais ferrado que seja o palmeado do cateret."
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H outra cebolinha (pelas trs cordas) tambm conhecida por "R Acima"
ou "Cebolinha pelo meio", apropriado para solar msicas. Nesta anao,
o pai da aviadora Ansia Pinheiro Machado, o itapiningano Gustavo Pinheiro
Machado, saudoso virtuose da viola, tocava tudo: desde as modas de viola at
Chopin, desde os caterets mais barulhentos at Brahms. Hoje, ainda os
poucos solistas que ns conhecemos, preferem-na s demais.
A anao Cana Verde ou para Cururu uma das mais simples (r-solsi-mi-l) utilizada para a cantoria destas duas modalidades.
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Sossego ou castelhano uma das posies pouco usadas, embora seja uma
das mais fceis para execuo.
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