Aulas de Literatura PDF
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Literatura Informativa
Convivendo com o sensualismo e os prazeres
A literatura informativa se refere aos relatos
dos viajantes, que eram enviados a corte trazidos pelo Renascimento, os valores
portuguesa. O contedo deste tipo de literatura espirituais to fortes na Idade Mdia e
descrevia a natureza brasileira, com foco nos desprezados pelo Renascimento voltaram a
aspectos exticos, nos nativos e nas riquezas exercer forte influncia sobre a mentalidade
naturais. Dentre os autores destes relatos, da poca. Uma nova onda de religiosidade foi
destacam-se:
trazida pela Contra-Reforma e pela fundao
Pero Vaz de Caminha Carta a El-Rei Dom da Companhia de Jesus. Neste sentido, o
Manuel; homem do sculo XVII era um homem dividido
Fernandes Brando Dilogos das Grandezas entre duas mentalidades, duas formas
do Brasil; diferentes de ver o mundo:
A Cidade da Bahia
Caractersticas:
1-Individualismo e subjetivismo
2-Sentimentalismo
3-O Culto da Natureza
4-Idealizao (Imaginao, Fantasia)
5-Valorizao do Passado
6-Liberdade Artstica
Cano do Exlio
Obras:
Primeiros Cantos (1846)
Segundos Cantos (1848)
Sextilhas de Frei Anto (1848)
I Juca Pirama
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi: lvares de Azevedo - considerado o "Byron
Sou filho das selvas, brasileiro", foi o maior representante nacional
Nas selvas cresci; do ultra-romantismo.
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi. Temas Principais:
Tdio: Desejo de Morte
Da tribo pujante, Amor: Medo, Mulher Inatingvel
Que agora anda errante Humor, cotidiano
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci; Obras:
Sou bravo, sou forte, Lira dos Vinte Anos (poemas 1853)
Sou filho do Norte; Noite na Taverna (contos 1855)
Meu canto de morte, O Conde Lopo (poema 1886)
Guerreiros, ouvi. ( ... ) Macrio (teatro 1855)
Soneto Obras:
Primaveras (poemas, 1850)
Plida, a luz da lmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada, Meus oito anos
Entre as nuvens do amor ela dormia!
Oh! que saudades que tenho
Era a virgem do mar! Na escuma fria Da aurora da minha vida,
Pela mar das guas embalada... Da minha infncia querida
Era um anjo entre nuvens da alvorada Que os anos no trazem mais!
que em sonhos se banhava e se esquecia! Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
Era mais bela! O seio palpitando... A sombra das bananeiras,
Negros olhos, as plpebras abrindo... Debaixo dos laranjais!
Formas nuas no leito resvalando...
Idias ntimas
(...)
Oh! ter vinte anos sem gozar de leve
A ventura de uma alma de donzela!
Na suave atrao de um rseo corpo
Meus olhos turvos se fechar de gozo!
Temas Principais:
Saudade infncia e ptria
Amor e medo
Auriverde pendo de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balana,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperana...
Tu que, da liberdade aps a guerra,
Foste hasteado dos heris na lana
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
Adormecida
(B) lirismo religioso, exprimindo anseio da I- O poema trabalha com a oposio entre aqui
alma humana em procura da divindade. e l; Brasil e Portugal, respectivamente.
II- O cuidado formal pode ser percebido na
regularidade mtrica e no emprego constante
de rimas.
III- A utilizao de formas pronominais da
primeira pessoa do plural na segunda estrofe
demonstra a preocupao do poeta em
reforar o sentimento coletivo de patriotismo.
Gabarito:
1D 2E 3E 4C 5C
Aula 03
Caractersticas Gerais:
Objetividade e racionalismo;
Verossimilhana;
Contemporaneidade;
Anti-heri e mulher no idealizada
(desmistificao dos heris romnticos);
Crtica aos valores burgueses;
Anlise psicolgica;
Narrao lenta.
Contos: O Alienista, Missa do Galo, A
Cartomante, Conto de Escola, O Caso da Vara,
Pai contra Me, etc.
Temticas:
Romances: Memrias Pstumas de Brs
Descrena na estrutura familiar e no Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esa e
casamento; Jac e Memorial de Aires.
Parasitismo social;
Fracasso permeando a vida dos indivduos;
Adultrio, egosmo, vaidade, hipocrisia,
interesse;
Limite entre loucura e razo;
Ambiguidade nas aes e nos personagens;
Crtica ao clero, Monarquia e ao
preconceito racial.
1 Fase: Romntica
Convencionalismo
Conformismo
Personagens Planas
AUTORES:
OLAVO BILAC (1865 1918): foi o mais
popular dos poetas parnasianos brasileiros,
Movimento literrio de origem francesa, que sendo eleito em 1913 o primeiro "Prncipe dos
representou na poesia o esprito positivista e Poetas Brasileiros". Seus poemas foram
decorados e declamados por toda parte, tanto Via lctea XIII
nas ruas como em saraus e sales literrios. Ora (direi) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto,
Temas Principais: Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas plido de espanto ...
Questionamento da prpria poesia (o fazer
potico); E conversamos toda a noite, enquanto
Amor > Sensualidade e platonismo A Via-Lctea, como um plio aberto,
alternam-se em seus poemas lricos; Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo cu deserto.
Natureza;
Ptria; Direi agora: Tresloucado amigo !
Antiguidade greco-romana. Que conversas com ela? Que sentido
Tem o que dizem, quando esto contigo?
Profisso de f
Invejo o ourives quando escrevo: Satnia
Imito o amor Nua , de p, solto o cabelo s costas,
Com que ele, em ouro, o alto relevo Sorri. Na alcova perfumada e quente,
Faz de uma flor. Pela janela, como um rio enorme
(...) Profusamente a luz do meio-dia
Assim procedo. Minha pena
Entra e se espalha, palpitante e viva.
Segue esta norma, Como uma vaga preguiosa e lenta
Por te servir, Deusa serena, Vem lhe beijar a pequenina ponta
Serena Forma! Do pequenino p macio e branco
Temas Principais:
ALPHONSUS DE GUIMARAENS (1870
Morte; 1921): Marcado pela morte da prima
Sofrimento da condio humana, conflito Constana a quem amava e que tinha apenas
entre matria e esprito; 17 anos sua poesia, marcada por uma
Espiritualizao e religiosidade; profunda suavidade e lirismo, com uma
Sublimao dos desejos carnais; linguagem simples e um ritmo bem musical,
Obsesso pela cor branca cheio de aliteraes e sinestesias, toda
voltada ao tema da morte da mulher amada.
(A) V V V F V F V.
(A) Apenas I.
(E) I, II e III.
Gabarito
1B 2D 3B 4E 5C
Aula 04
Autores e Obras:
Funcionrio Pblico,
Nacionalista ufanista.
- Revolta da Armada.
Obra: Eu (1912) poemas
- Lendas do Sul (1913) "srie de lendas do III. A obra Triste fim de Policarpo Quaresma
folclore popular;
tem como personagem principal um major
- Casos do Romualdo (1952) "brincalho e nacionalista que, entre outros excessos, chega
mentiroso, representa a desmistificao do a propor a adoo do tupi como lngua oficial
gacho.
brasileira. A personagem internada em um
hospcio, fato tambm ocorrido com o autor.
Exerccios
Quais esto corretas?
(B) V-V-V-F-F
Gabarito
1E 2D 3B 4E 5A
Aula 05 Autores:
> Temas:
- O progresso de So Paulo;
- Famlia burguesa paulistana;
- Nacionalismo Crtico;
- Antropofagia.
Poesia:
Ode ao Burgus
Eu insulto o burgus! O burgus nquel,
O burgus-burgus!
A digesto bem feita de So Paulo!
O homem curva! O homem-ndegas!
O homem que sendo francs, brasileiro,
italiano,
sempre um cauteloso pouco-a-pouco! (...)
Romance:
O Capoeira
- Qu apanh sordado?
- O qu?
- Qu apanh?
Pernas e cabeas na calada.
Instruo: para responder questo 02, leia os
textos a seguir.
Canto de Regresso Ptria
Minha terra tem palmares I
Onde gorjeia o mar
Pedro apenas trabalhou.
Os passarinhos daqui
Ganhou mais, foi subindinho,
No cantam como os de l
Um po de terra comprou.
Um po apenas, trs quartos
Romance:
E cozinha num subrbio
> Memrias Sentimentais de Joo Miramar
Que tudo dificultou.
> Serafim Ponte Grande
II
(B) unir o arcaico e o moderno, o rural com 02. Tanto no texto I, de Mrio de Andrade,
traos coloniais e o urbano voltado para o quanto no texto II, de Oswald de Andrade,
futuro e a velocidade. encontram-se exemplos de uma das propostas
dos modernistas de 1922. Assinale a
(C) citar a retrica bacharelesca e pomposa alternativa em que essa proposta se explicita.
para critic-la logo a seguir.
(A) Os nossos poetas de hoje, possuindo um
(D) retomar a tradio cultural do negro e do sentimento igual, e s vezes superior ao dos
ndio para questionar os valores patriarcais. poetas antigos, sobre eles excedem pelo
cuidado que do pureza da linguagem e pela
(E) denunciar a explorao capitalista e seus habilidade com que variam e aperfeioam a
efeitos sobre a sade dos trabalhadores. mtrica.
Gabarito
1A 2B 3D 4D 5C
Aula 06 Obras principais:
- Libertinagem
Testamento
Pneumotrax
Confidncia do itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
P isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas caladas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida porosidade
e comunicao
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida est completa.
No sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmo das coisas fugidias,
no sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneo ou me desfao, Soneto de Fidelidade
no sei, no sei. No sei se fico De tudo ao meu amor serei atento
ou passo. Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Sei que canto. E a cano tudo. Que mesmo em face do maior encanto
Tem sangue eterno a asa ritmada. Dele se encante mais meu pensamento.
E um dia sei que estarei mudo:
mais nada. Quero viv-lo em cada vo momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
A rosa de Hiroxima
Pensem nas crianas
Mudas telepticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres Exerccios
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
01. Leia as estrofes abaixo, de Vincius de
Como rosas clidas Moraes, e a afirmao que as segue.
Mas oh no se esqueam
Da rosa da rosa
01. "Uma lua no cu apareceu
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditria 02. cheia e branca; foi quando, emocionada
A rosa radioativa 03. a mulher a meu lado estremeceu
Estpida e invlida
04. e se entregou sem que eu dissesse nada.
A rosa com cirrose
A anti-rosa atmica 05. Larguei-as pela jovem madrugada
Sem cor sem perfume 06. ambas cheias e brancas e sem vu
Sem rosa sem nada.
07. perdida uma, a outra abandonada
Soneto De Separao
De repente do riso fez-se o pranto
Por meio de versos ....... em que a perceptvel
Silencioso e branco como a bruma um lirismo ........ , tpico de sua poesia, Vincius
E das bocas unidas fez-se a espuma de Moraes aproxima a mulher e a lua,
fundindo-as, em alguns momentos, como
E das mos espalmadas fez-se o espanto acontece no verso de nmero .... .
Tive ouro, tive gado, tive fazendas. 05. Todas as alternativas contm trechos do
Hoje sou funcionrio pblico. ROMANCEIRO DA INCONFIDNCIA, de Ceclia
Itabira apenas uma fotografia na parede. Meireles, que tematizam a importncia da
Mas como di! palavra como estruturadora da realidade,
EXCETO:
(Andrade, C. D. Poesia Completa. Rio de Janeiro:
Nova Aguilar, 1983)
(A) Ai, palavras, ai, palavras,
04. Carlos Drummond de Andrade um dos que estranha potncia, a vossa!
expoentes do movimento modernista
Todo o sentido da vida
brasileiro. Com seus poemas, penetrou fundo
na alma do Brasil e trabalhou poeticamente as principia vossa porta;
inquietaes e os dilemas humanos. Sua o mel do amor cristaliza
poesia feita de uma relao tensa entre o
universal e o particular, como se percebe seu perfume em vossa rosa;
claramente na construo do texto literrio e sois o sonho e sois a audcia,
as concepes artsticas modernistas. Nesse
calnia, fria, derrota...
sentido, conclui-se que o poema acima
(A) representa a fase heroica do modernismo,
devido ao tom contestatrio e utilizao de (B) Como paves presunosos,
expresses e usos lingusticos tpicos da suas letras se perfilam.
oralidade.
Cada recurvo penacho
(B) apresenta uma caracterstica importante
um erro de ortografia.
do gnero lrico, que a apresentao objetiva
de fatos e dados histricos. Pena que assim se retorce
deixa a verdade torcida.
(C) Liberdade - essa palavra
que o sonho humano alimenta:
que no h ningum que explique,
e ningum que no entenda!
Romances
do ciclo da Enredo
cana-de-acar
Carlos de Melo; infncia no
Menino de Engenho engenho do av, Coronel Z
Paulino; engenho Santa Rosa.
Romances Enredo
Gabarito
1E 2E 3E 4D 5E
Aula 08
Psicologia da Composio
No a forma encontrada
como uma concha, perdida
nos frouxos areais
como cabelos;
no a forma obtida
Caractersticas em lance santo ou raro,
tiro nas lebres de vidro
> Pesquisa esttica, cuidado formal; do invisvel;
> Renovao das formas de expresso mas a forma atingida
literria tanto na prosa quanto na poesia; como a ponta do novelo
que a ateno, lenta,
> Temtica humana universal; poder de
desenrola,
significao da palavra e do texto.
aranha; como o mais extremo
desse fio frgil, que se rompe
AUTORES ao peso, sempre, das mos
enormes. (...)
(...)
> Grande Serto: Veredas (Romance; Sobre A Hora da Estrela, de Clarice Lispector,
1956) correto afirmar que
- Relato oral de Riobaldo (memria + reflexes) (A) Macaba uma nordestina retirante, e o
desfecho de sua histria semelhante ao de
- Interlocutor oculto Fabiano e Sinh Vitria, personagens de
Graciliano Ramos.
- Joca Ramiro X Hermgenes
(B) a herona do livro, como a maioria dos
- Pacto com o Diabo brasileiros em situao de privao, se revolta
contra as injustias.
- Riobaldo Diadorim
(C) a narrativa mistura vrios planos de
realidade, que permitem uma viso
multifacetada da personagem central.
Exerccios
(D) a escritora usa uma linguagem tcnica com
01. Leia o texto abaixo. predomnio de termos exatos, para advertir
sobre problemas sanitrios brasileiros.
A Hora da Estrela (Clarice Lispector)
(E) a narrativa pe em destaque a disposio
A moa tinha ombros curvos como os de
de Macaba em lutar pela igualdade e pela
uma cerzideira. Aprendera em pequena a
ascenso social.
cerzir. Ela se realizaria muito mais se se desse
ao delicado labor de restaurar fios, quem sabe
se de seda. Ou de luxo: cetim bem brilhoso, um
beijo de almas. Cerzideirinha mosquito. 02. Leia os trechos abaixo, extrados do
Carregar em costas de formiga um gro de romance Grande Serto: Veredas, de Joo
acar. Ela era de leve como uma idiota, s Guimares Rosa.
que no o era. No sabia que era infeliz.
1. "O que vale, so outras coisas. A lembrana
(...) Nascera inteiramente raqutica, herana da vida da gente se guarda em trechos
do serto - os maus antecedentes de que falei. diversos, cada um com seu signo e sentimento,
Com dois anos de idade lhe haviam morrido os uns com os outros acho que nem no
pais de febres ruins do serto do Alagoas, l misturam."
onde o diabo perdera as botas.
2. "Nonada. Tiros que o senhor ouviu foram de
(...) Macaba era na verdade uma figura briga de homem no, Deus esteja. Alvejei mira
medieval enquanto Olmpico de Jesus se em rvore, no quintal, no baixo do crrego [...]
julgava pea-chave, dessas que abrem Da, vieram me chamar. Causa dum bezerro
branco, erroso, os olhos de nem ser - se viu - ; (__) Riobaldo ultrapassa a condio de homem
e com mscara de cachorro." da sua regio, narrando o seu desejo de
compreender os sentimentos e as foras que
3. "O senhor tolere, isto o serto. Uns movem a vida humana.
querem que no seja: [...] Lugar serto se
divulga: onde os pastos carecem de fechos; (__) Trata-se de uma reflexo sobre a
onde um pode torar dez, quinze lguas, sem memria dos episdios vividos pelos seres
topar com casa de morador; onde criminoso humanos.
vive seu cristo-jesus, arredado do arrocho de
autoridade." (__) O diabo, que Riobaldo vai enfrentar na
cena do pacto, pode assumir vrias formas,
4. "Eu queria decifrar as coisas que so como as de animais.
importantes. E estou contando no uma vida
de sertanejo, seja se for jaguno, mas a
matria vertente. Queria entender do medo e
A sequencia correta de preenchimento dos
da coragem, e da g que empurra a gente para
parnteses, de cima para baixo,
fazer tantos atos, dar corpo ao suceder."
(A) 3-2-5-4-1-3.
5. "[...] sempre que se comea a ter amor a
algum, no ramerro, o amor pega e cresce (B) 5-3-2-4-1-2.
porque, de certo jeito, a gente quer que isso
seja, e vai, na ideia, querendo e ajudando; mas, (C) 4-2-3-1-5-4.
quando destino dado, maior que o mido, a
gente ama inteirio fatal, carecendo de querer, (D) 5-3-4-2-2-1.
e um s facear com as surpresas. Amor
desse, cresce primeiro; brota depois." (E) 4-1-3-1-5-2.
(__) Trata-se das palavras iniciais do romance, A lio de moral, sua resistncia fria
que j do sinais da existncia de um ao que flui e a fluir, a ser maleada;
interlocutor presente.
a de potica, sua carnadura concreta;
a de economia, seu adensar-se compacta:
Instruo: Leia o texto abaixo para responder
lies de pedra (de fora para dentro, questo 04.
cartilha muda), para quem soletr-la.
Na minha nsia de ler, eu nem notava as
Outra educao pela pedra: no Serto humilhaes a que me submetia:
(de dentro para fora, e pr-didtica). continuava a implorar-lhe emprestados os
livros que no lia. At que veio para ela o
No Serto a pedra no sabe lecionar,
magno dia de comear a exercer sobre mim
e se lecionasse no ensinaria nada;
uma tortura chinesa. Como casualmente,
l no se aprende a pedra: l a pedra,
informou-me que possua. As reinaes de
uma pedra de nascena, entranha a alma. Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro
(MELO NETO, Joo Cabral de. A educao pela grosso, meu Deus, era um livro para se ficar
pedra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996. p. vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o,
21.)
E, completamente acima de minhas posses.
Disse-me que eu passasse pela sua casa no
03. Assinale a alternativa que NO traduz uma dia seguinte e que ela o emprestaria.
leitura possvel do poema acima: At o dia seguinte eu me transformei na
prpria esperana de alegria: eu no
(A) O poeta apreende da pedra a prpria
vivncia na vida agreste do Serto: de vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas
austeridade, resistncia silenciosa e sempre me levavam e me traziam.
capaz de dar lies de vida e de poesia. No dia seguinte fui sua casa, literalmente
correndo. Ela no morava num
(B) Os versos metalingusticos revelam a
prpria potica cabralina: concreta, impessoal, sobrado como eu, e sim numa casa. No me
concisa, embora profundamente social. mandou entrar. Olhando bem pra meus
olhos, disse-me que havia emprestado o livro a
(C) Ao partir do pressuposto de que a pedra
outra menina, e que eu voltasse no dia
muda, e, portanto, no ensina nada, o poeta
suscita uma reflexo sobre a situao seguinte para busc-lo (LISPECTOR, Clarice.
educacional precria no Nordeste. Felicidade Clandestina)
(E) No poema, de intensa economia verbal, a (A) A narradora do conto demonstra seu
pedra faz-se metfora da paisagem do Serto, descontentamento com o ideia de que a leitura
que entranha a alma, e espelha o fazer seja capaz de transformar as atitudes de sua
potico do autor pernambucano. antagonista, pois mesmo aps ter lido diversos
livros, inclusive os de Monteiro Lobato, a
mesma no demonstra qualquer sensibilidade 05. Sobre Guimares Rosa, considere as
aprimorada. afirmaes abaixo.
(B) A felicidade clandestina citada no ttulo I. Situa sua obra na paisagem mineira,
est relacionada ao fato de que a verdadeira manifestando preocupaes de ordem
ansiedade da protagonista era rever a garota metafsica e valendo-se de uma linguagem
que, muitas vezes, tratava-a de maneira inventiva, rica em neologismos, formas de
humilhante, mesmo que para isso tivesse de oralidade e liberdades lingusticas.
usar como desculpa em fato corriqueiro, como
o emprstimo de um livro, estabelecendo uma II. O serto, na obra do autor, pode ser visto
relao de amizade quase sadomasoquista como a metfora do mundo, pois nele tm
entre ambas. lugar reflexes que, poeticamente,
transcendem a realidade regional e social.
(C) A narradora do conto um exemplo claro
das personagens claricianas, pois em sua III. um regionalista que se atm descrio
introspeco e em seu amor pela leitura da paisagem mineira e ao falar mineiro, tendo
capaz de suportar at mesmo as piores a sua obra a mesma dimenso pitoresca
humilhaes para ter em sua posse um objeto daquelas realizadas pelos regionalistas
ao qual atribui poderes quase transcendentais, anteriores.
capazes de gerar uma epifania na
protagonista.
Quais esto corretas?
(D) A personagem central parece sentir-se
secretamente aliviada ao constatar que o livro (A) Apenas I.
j tinha sido emprestado a outra escola, uma
vez que o mesmo era um livro grosso, meu (B) Apenas I e II.
Deus, era um livro para se ficar vivendo com
ele. Dessa sensao vem o ttulo que Clarice (C) Apenas I e III.
Lispector d ao texto, uma vez que a
protagonista sabe que deveria ler (D) Apenas III.
obrigatoriamente a obra e o fato de escapar da
(E) I, II e III.
mesma felicidade clandestina.