17 - Ferramentas Da Qualidade

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Gesto pela qualidade

Ferramentas da qualidade

Para quem uma empresa obtenha um Certificado de Qualidade, necessrio que ela
adote procedimentos baseados em Normas de qualidade como a ISO 9000.

O alcance dessa meta depende, principalmente, de que as pessoas envolvidas no


processo, tenham conhecimentos bsicos de Controle Estatstico do Processo (CEP)
que uma ferramenta muito usada na empresas na busca da Qualidade e tambm de
outras ferramentas que do suporte para o alcance deste objetivo.

Considerando esses aspectos, esta unidade apresenta conceitos e noes bsicas


referentes ao Diagrama de Pareto, Diagrama de causa e efeito e Diagrama de
disperso, apresentando os conceitos bsicos e como construir o histograma, sua
finalidade e aplicaes e como fazer a anlise buscando solues para a busca da
qualidade.

Brainstorming

Definio
uma tcnica de estimulao da criatividade de uma equipe, para gerar e esclarecer
uma srie de idias, problemas ou questes.

Objetivo
usada para identificar possveis solues para problemas e oportunidades em
potencial para a melhoria da qualidade.

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Quando usar
O brainstorming (tempestade de idias) uma tcnica muito flexvel em termos de
possibilidades de aplicao. Dentre as muitas situaes nas quais pode ser aplicada,
podemos citar:
Desenvolvimento de novos produtos
- identificao das caractersticas do produto.
Implantao de sistema da Qualidade
- listagem das atividades a serem desenvolvidas no processo de implantao;
- identificao das resistncias mudana na organizao;
- auxiliando no desenvolvimento das ferramentas da qualidade.
Solucionando problemas
- listagem das causas provveis do problema;
- listagem das possveis solues.

Como fazer
Definir o objetivo.
Definir os participantes da reunio.
Informar antecipadamente os objetivos aos participantes.
Definir o Coordenador e o Secretrio.
Definir o tempo de durao da reunio.
Iniciar o processo de gerao de idias.

Regras para o sucesso da reunio:


Nenhuma idia deve ser criticada ou discutida;
Anotar as idias com as mesmas palavras de quem as deu, e em local que todos
possam v-las.

O processo continua at que no haja mais gerao de idias ou se esgote o tempo


previamente definido.

Esta etapa pode ser realizada de duas formas:

Estruturada
Neste mtodo, cada membro do grupo pode contribuir com uma idia, quando chegar
a sua vez no rodzio, ou deixar passar at a prxima rodada.

O aspecto positivo possibilitar a participao das pessoas mais tmidas; pode,


porm, criar certa presso sobre ela.

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No-estruturada
Neste mtodo, os membros do grupo simplesmente apresentam a idia medida que
elas ocorrem.

A vantagem deste mtodo de tornar a sesso mais descontrada e facilitar o


surgimento de idias; mas tambm h o risco da sesso ser monopolizada pelas
pessoas mais extrovertidas.

Fluxograma

Definio
Representao grfica das diversas etapas que constituem um determinado processo.

Objetivo
Apresentar uma viso global do processo e permitir visualizar como as vrias etapas
deste processo esto relacionadas entre si.

Quando usar
O fluxograma usado quando se deseja:
Descrever um processo existente;
Projetar um novo processo;
Ajudar a identificar desvios nos processos;
Oferecer aos membros da equipe pontos de referncia comuns, padronizando a
interpretao do processo ou projeto;
Permitir aos funcionrios, perceber melhor a importncia de seu papel,
evidenciando as relaes clientes-fornecedores e como o seu trabalho influi no
resultado final;
Mostrar todas ou a maior parte das etapas de um processo ou projeto, incluindo os
ciclos causados por retrabalho (desvios no processo);
Auxiliar no treinamento de novos funcionrios.

Como fazer

1a etapa - Definir a simbologia a ser adotada.


Os fluxogramas so elaborados com smbolos facilmente identificveis, permitindo
que, atravs de uma rpida anlise, seja possvel ter uma viso geral da natureza e da
extenso do processo.

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Existem vrios tipos de smbolos que podem ser adotados na construo dos
fluxogramas. Ao escolh-los devemos considerar:
A experincia dos membros da equipe;
Adequao da linguagem visual para melhor comunicao;
Facilidade de construo em funo dos recursos disponveis.

Os smbolos comumente utilizados esto representados a seguir.

Incio/fim do processo

Operao

Inspeo

Armazenagem

Transporte

Espera

Significao possvel de cada um dos smbolos.

Incio/Fim do processo
Determina o ponto exato em que a descrio do processo teve incio e tambm onde
ela termina.

Operao
Indica a etapa do processo na qual h uma transformao intencional ou quando se
prepara o produto ou o servio para a operao seguinte.

Inspeo
Indica o exame de um produto ou servio para identificao, verificao de sua
qualidade, determinao da quantidade, etc.
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Armazenagem
Indica a etapa em que um produto ou servio deve ser guardado e protegido contra
deslocamento no justificado.

Transporte
Indica a etapa em que um produto ou servio sai de um local para outro, como por
exemplo - enviar uma correspondncia, enviar peas para o almoxarifado, etc. .

Espera
Indica circunstncias que no permitem ou no exigem a execuo da fase seguinte
do processo; portanto, o produto ou servio aguarda processamento.

Nota
Dois smbolos podem ser combinados quando as atividades so executadas no
mesmo local de trabalho ou simultaneamente, como atividade nica.

Por exemplo: uma circunferncia inscrita em um retngulo( ) representa uma


combinao de operao e inspeo.

Outro grupo de smbolos tambm comumente utilizado:

Incio/fim do processo

Ao

Deciso

Conector

Entrada ou sada do documento/informaes

A simbologia acima no constitui um padro nico. Cabe ao usurio adotar o padro


que melhor lhe convier.

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Outras etapas da construo do fluxograma:

2a etapa - Definir a aplicao pretendida.

Esta definio importante na medida em que, a partir dela, sero alocadas


responsabilidades e informaes necessrias aos objetivos pretendidos.

3a etapa - Identificar o incio e o fim do processo.

4a etapa - Identificar passo a passo cada etapa do processo.

5a etapa - Analisar o fluxograma.

Nesta atividade deve-se consultar as pessoas envolvidas no processo, para verificar a


consistncia do fluxograma preparado.

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Exemplos:

Fluxograma padro ou bsico.

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Fluxograma matricial usado para caracterizar um processo que possui relao com
diversas reas, pessoas ou departamentos.

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Erros comuns que devem ser evitados ao se elaborar um fluxograma:


Num estudo inicial (reconhecimento da situao), construir um fluxograma diferente
da realidade;
Falta de clareza na definio dos limites (incio/fim) do processo;
Nvel excessivo de detalhamento do fluxograma ao longo das etapas do processo;
Utilizar simbologia inadequada (falta de padronizao).

Folha de verificao

Definio
So formulrios elaborados para facilitar o registro e anlise de dados obtidos numa
coleta. Tambm conhecidos por check-list.

Objetivo
Sistematizar a forma de fazer observaes, visando obter um quadro claro e preciso
dos fatos.

Quando usar
As folhas de verificao devem ser usadas em qualquer processo que necessite coleta
de dados.

Como fazer
1. Determinar o objetivo especfico para a coleta dos dados (as questes a serem
dirigidas).
2. Identificar os dados requeridos para atingir o objetivo (dirigir as questes).
3. Determinar como os dados sero analisados e por quem (ferramentas estatsticas).
4. Elaborar um formulrio para registrar dados. Prover espao para registrar as
informaes sobre:
Quem coletou os dados;
Onde, quando e como os dados foram coletados.
5. Testar previamente o formulrio, coletando e registrando alguns dados.
6. Analisar criticamente e corrigir o formulrio, se necessrio.

Precaues
Na elaborao da Folha de verificao devemos:
Elaborar um formulrio que alm de tudo seja claro, adequado situao e de
fcil manuseio;
Assegurar que todas as pessoas envolvidas na coleta de dados, interpretem-na da
mesma maneira, usando os critrios estabelecidos, ou seja, todos devem estar
observando a mesma coisa;
Certificar que as medidas sejam confiveis.

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Exemplos:
a. Folha de verificao para coleta de dados num processo da rea de produo.

Componente: parafuso no 123 Produo: 50.000 peas


Processo de trabalho: forjamento Data produo: 30/07/95
Quantidade inspecionada: 800 peas Inspetor: Xxxxxxx

Tipos de defeitos Tabulao No de defeitos


Formato da cabea ///// ///// ///// ///// ///// / 26
Tamanho da cabea ///// ///// 10
Tipo de rosca ///// ///// // 12
Comprimento ///// ///// //// 14
Dureza ///// ///// ///// ///// ///// ///// // 32
Outros ///// ///// ///// / 16
Total de defeitos 110

///// ///// ///// ///// ///// /////


o
N peas defeituosas ///// ///// ///// ///// ///// ///// 68
///// ///

b. Folha de verificao para coleta de dados num processo da rea administrativa


(setor de engenharia).

Departamento: Engenharia Avaliador: Xxxxxx


Data avaliao: 31/07/95 Tipo de projeto: Prottipo abc

Capa OK
ndice com nmero de pginas pginas erradas
Memorial de clculo com resultados destacados OK
Todos os desenhos em anexo OK
Nmero do desenho 3a planta da estrutura
Data da elaborao do desenho OK
Assinatura no desenho 2a planta de hidrulica
Lista de material OK

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Erros comuns que devem ser evitados na Folha de verificao:


No adequar a Folha de verificao s condies de uso;
Forma complicada, dificultando o uso;
A coleta de dados envolve mais recursos que o prprio processo;
No definir os padres de preenchimento;
No caso de amostras, no faz-la de maneira aleatria.

Diagramas de Pareto

Definio
Forma especial do grfico de barras verticais, que dispe os itens analisados desde o
mais freqente, at o menos freqente.

Objetivo
Estabelecer prioridades na tomada de deciso, a partir de uma abordagem estatstica.

Princpio de Pareto
Analisando a distribuio da renda entre os cidados, o economista italiano V. Pareto
concluiu que a maior parte da riqueza pertence a poucas pessoas. Essa mesma
concluso foi depois constatada em outras situaes, sendo estabelecida a relao
que ficou conhecida como Princpio de Pareto ou relao 20-80. Segundo esse
princpio, 20 por cento das causas so responsveis por 80 por cento dos efeitos.

Anlise de Pareto
No campo da Qualidade, o Dr. J. M. Juran aplicou esse princpio demonstrando que
alguns poucos fatores so responsveis pela maioria dos efeitos observados.
Estabeleceu, assim, um mtodo que permite classificar os problemas da qualidade,
identificando os poucos problemas que so vitais e diferenciando-os dos muitos, que
so triviais. Esse mtodo foi por ele denominado Anlise de Pareto.

A forma grfica de apresentar os dados estudados por esse mtodo ficou conhecida
como Grfico de Pareto ou ainda Diagrama de Pareto.

Quando usar
O grfico de Pareto usado sempre que for preciso ressaltar a importncia relativa
entre problemas ou condies, no sentido de:
Escolher ponto de partida para a soluo de problemas;
Avaliar o progresso de um processo;
Identificar a causa bsica de um problema.
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Como fazer
1. Defina o objeto da anlise (por exemplo: ndice de rejeies).

2. Estratifique o objeto a analisar.

3. Colete os dados, utilizando uma Folha de verificao. (Veja o exemplo abaixo).

Componente: Conjunto ABC Seo: Linha de montagem

Processo de trabalho: Montagem Data produo: 31/07/95

Quantidade produzida: 1.000 peas Inspetor: Xxxxxxxx

Freqncia Classifica % %
Tipo de defeito Tabulao
do item o Individual Acumulada

Alinhamento ///// ///// // 12

Solda ///// ///// ///// ///// / 21

Parafuso Solto ///// ///// ///// ///// . . . . . . . . ///// ///// /// 68

Juno ///// ///// ///// 15

Sujeira ///// ///// ///// ///// ///// ///// ///// ///// / 41

Riscos ///// ///// ///// ///// ///// //// 29

Trinca ///// ///// 10

Rebarba ///// / 06

Bolha / 01

Total 202

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4. Classifique cada item em decrescente e anote sua posio na coluna classificao


da Folha de verificao.

Componente: Conjunto ABC Seo: Linha de montagem

Processo de trabalho: Montagem Data produo: 31/07/95

Quantidade produzida: 1.000 peas Inspetor: Xxxxxxxx

Freqncia Classifica % %
Tipo de defeito Tabulao do item o Individual Acumulada

Alinhamento ///// ///// // 12 6

Solda ///// ///// ///// ///// / 21 4

Parafuso Solto ///// ///// ///// ///// . . . . . . . . ///// ///// /// 68 1

Juno ///// ///// ///// 15 5

Sujeira ///// ///// ///// ///// ///// ///// ///// ///// / 41 2

Riscos ///// ///// ///// ///// ///// //// 29 3

Trinca ///// ///// 10 7

Rebarba ///// / 06 8

Bolha / 01 9

Total 202 -

5. Calcule a porcentagem individual e anote na coluna % individual da Folha de


verificao.
Para calcular esta porcentagem utilize a seguinte frmula:

freqnca do item
% individual x 100
freqncia total

Exemplo:
No item alinhamento temos:

12
% individual = x 100 = 6%.
202

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6. Reorganize os dados em ordem decrescente, numa nova Folha de verificao.

Componente: Conjunto ABC Seo: Linha de montagem

Processo de trabalho: Montagem Data produo: 31/07/95

Quantidade produzida: 1.000 peas Inspetor: Xxxxxxxx

Freqncia Classifica % %
Tipo de defeito Tabulao
do item o Individual Acumulada

Alinhamento ///// ///// // 12 6 34%

Solda ///// ///// ///// ///// / 21 4 20%

Parafuso Solto ///// ///// ///// ///// . . . . . . . . ///// ///// /// 68 1 14%

Juno ///// ///// ///// 15 5 10%

Sujeira ///// ///// ///// ///// ///// ///// ///// ///// / 41 2 07%

Riscos ///// ///// ///// ///// ///// //// 29 3 06%

Trinca ///// ///// 10 7 05%

Rebarba ///// / 06 8 03%

Bolha / 01 9 01%

Total 202 - 100%

7. Calcule a porcentagem acumulada e anote na coluna % acumulada da Folha de


verificao.
Para tanto, soma-se porcentagem individual do item em questo a porcentagem
acumulada at o item imediatamente anterior.

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Exemplo:
Para o item riscos, temos: 14% + 54% = 68%.

Componente: Conjunto ABC Seo: Linha de montagem

Processo de trabalho: Montagem Data produo: 31/07/95

Quantidade produzida: 1.000 peas Inspetor: Xxxxxxxx

Freqncia do Classifica % %
Tipo de defeito Tabulao
item o Individual Acumulada

Alinhamento ///// ///// // 12 6 34% 34%

Solda ///// ///// ///// ///// / 21 4 20% 54%

Parafuso Solto ///// ///// ///// ///// . . . . . . . . ///// ///// /// 68 1 14% 68%

Juno ///// ///// ///// 15 5 10% 78%

Sujeira ///// ///// ///// ///// ///// ///// ///// ///// / 41 2 07% 85%

Riscos ///// ///// ///// ///// ///// //// 29 3 06% 91%

Trinca ///// ///// 10 7 05% 96%

Rebarba ///// / 06 8 03% 99%

Bolha / 01 9 01% 100%

Total 202 - 100% -

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8. Construa o grfico, aps determinar as escalas do eixo horizontal e vertical.

9. Construa a curva da % acumulada. Ela oferece uma viso mais clara da relao
entre as contribuies individuais de cada um dos fatores.

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Exemplos de aplicao:
1. Comparando um processo antes e depois da implantao de uma melhoria
proposta.

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2. J que os problemas de Qualidade, na maioria dos casos, aparecem sob a forma de


perdas (itens defeituosos, seus custos, etc.), o grfico de Pareto uma ferramenta
extremamente importante para esclarecer a forma de distribuio das perdas.

Produto No defeito Quant. % Defeitos Custo/ Defeito Custo total


produz.
A 98 10.000 1% $ 2,50 $ 245,00
B 20 2.010 1% $ 4,50 $ 90,00
C 15 20 75% $ 7,00 $ 105,00
D 35 200 18% $ 11,00 $ 385,00
E 60 600 10% $ 5,00 $ 300,00
F 05 6 83% $ 3,00 $ 15,00

Nmero
Defeitos

%
Defeitos

Custo
total

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Diagrama de Causa e Efeito

Definio
Estrutura que permite de dados ou informaes possibilitando a identificao das
possveis causas de um problema ou efeito.

Este diagrama tambm conhecido como diagrama de Ishikawa em homenagem ao


Dr. Kaoru Ishikawa, que primeiro o utilizou. Tambm conhecido como diagrama de
Espinha de peixe, em virtude de seu formato.

Objetivo
Analisar criteriosamente e expor as relaes entre um determinado efeito (como por
exemplo a variao de uma caracterstica da qualidade) e suas causas potenciais.

Quando usar
Embora possa ser utilizado individualmente, a principal qualidade do diagrama de
Ishikawa sua capacidade de focalizar a discusso em grupo, estimulando a
participao de todos e aproveitando ao mximo o conhecimento de cada pessoa.
Permite, assim, a organizao das idias e sua visualizao agrupada, destacando os
grupos de possveis causas mais significativas.

Como fazer
1. Identifique e defina o problema ou efeito, tomando cuidado para que esteja
claramente entendido por todos.

2. Identifique os principais grupos de possveis causas.


Nesta fase, caso os fatores no estejam bem claros para toda a equipe,
recomenda-se utilizar os seguintes grupos, bastante abrangentes:
Mo-de-obra;
Mquinas;
Matria-prima;
Meio ambiente;
Mtodo.

Os 5M acima no devem ser fator limitante. Outros grupos de possveis causas


podero ser considerados em funo da complexidade do processo, como os
exemplos que seguem:
Clima organizacional;
Gerenciamento;
Manuteno;
Medio;
etc.

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3. Construa o diagrama.
Para a construo do diagrama sugere-se a seguinte seqncia:
Escreva o problema ou efeito definido no lado direito e desenhe uma longa
flecha apontada para ele.

Disponha os grupos identificados conforme a figura abaixo.

4. Realize um Brainstorming.
Nesta fase identifica-se as causas provveis relacionadas aos grupos bsicos (5M).

5. Escolha as causas mais provveis.


Atravs de uma anlise criteriosa do diagrama, a equipe deve buscar as principais
causas.

6. Comprove a relao causa-efeito.


As causas escolhidas devem ser tratadas com prioridade. Preferencialmente, deve-
se efetuar a confirmao destas com base em dados.

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Precaues na elaborao do diagrama de causa e efeito.


Construir um diagrama em separado para cada problema ou efeito;
Entender claramente cada causa;
Na definio do problema, a equipe deve se restringir sua rea de
responsabilidade, para minimizar frustraes.

Exemplo:

Diagrama de disperso

O diagrama de disperso um grfico utilizado para verificar (visualizar) o que ocorre


com uma varivel ou caracterstica quando outra varivel ou caracterstica se altera.
Assim, pode se perceber se existe uma "possvel" relao entre causa e efeito, porm
no se pode concluir se uma determinada varivel afeta outra.

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Constri-se o diagrama de disperso colocando-se no eixo horizontal, os valores de


uma varivel e no eixo vertical, os valores da outra varivel, resultando num grfico
como o da figura abaixo.

Diagrama de disperso

Observando-se o grfico da figura acima, pode-se verificar que os pontos plotados


definem um grupamento onde a direo e a espessura do mesmo indicam a
intensidade de relao entre as duas variveis. Caso o grfico tenda a uma reta
inclinada, maior ser a relao entre as variveis.

Caso fosse construdo um grfico levando-se em considerao o peso e a altura de um


grupo de pessoas, poderamos constatar que as pessoas mais altas geralmente tm
maior peso, o que implica dizer que pode haver correlao entre essas duas variveis.

No ciclo PDCA, o Diagrama de disperso empregado nas etapas de planejamento e


de avaliao.

Tipos de correlao

Do cruzamento dos dados podem resultar cinco tipos de correlao:


Positiva forte
Positiva fraca
Nula
Negativa fraca
Negativa forte

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a) A correlao chamada de correlao positiva forte, quando, um aumento em "Y"


depende de um crescimento em "X". Assim, controlando-se "X", "Y" estar
controlado naturalmente. Ex: ao aquecer o alimento numa panela de presso,
quanto maior for a temperatura, maior ser a presso do sistema.

b) Por outro lado, se ao aumentar-se o valor da varivel "X" e "Y" aumentar, mas
pouco, a correlao chamada de correlao positiva fraca. Ex: ao atingir uma
idade mais elevada, a experincia cresce, mas pouco;

c) Se ao variar o valor de "X" (aumentar por exemplo), o valor de "Y" varia ao acaso, o
resultado do cruzamento das informaes uma correlao nula.

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Gesto pela qualidade

d) Se ao aumentar-se o valor de "X", "Y" apresentar uma tendncia de


queda/reduo, a correlao resultante uma correlao negativa fraca, pois
existem outras causas alm da varivel "X". Ex: Policiamento e criminalidade.

e) No entanto, se o crescimento de "X" representar uma relao sensvel de "Y", a


correlao negativa forte e, controlando "X", "Y" estar automaticamente
controlado. Ex : presso e volume agindo sobre um gs confinado.

Construo do diagrama de disperso

1. Coletar uma amostra entre 50 e 100 pares de dados onde se queira verificar a
correlao.

N Altura (m) Massa (Kg) N Altura (m) Massa (kg)


1 1,70 83 26 1,97 93
2 1,80 102 27 1,70 75
3 1,67 58 28 1,79 82
4 1,72 80 29 1,63 67
5 1,72 74 30 1,61 55
6 1,53 60 31 1,69 53

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Gesto pela qualidade

7 1,60 82 32 1,79 65
8 1,67 69 33 2,03 110
9 1,74 94 34 1,84 78
10 1,62 72 35 1,71 79
11 1,75 81 36 1,90 94
12 1,61 64 37 1,75 70
13 1,82 137 38 1,85 89
14 1,90 115 39 1,82 92
15 1,72 77 40 1,60 76
16 1,79 72 41 1,56 80
17 1,74 84 42 1,63 92
18 1,72 76 43 1,96 96
19 1,80 98 44 1,93 108
20 1,67 67 45 1,79 79
21 1,80 88 46 1,87 91
22 1,78 76 47 1,68 80
23 1,86 91 48 1,76 90
24 1,51 74 49 1,60 59
25 1,92 104 50 1,90 94

2. Traar sistema de eixos cartesianos. Se no eixo "Y" a relao for do tipo causa X
efeito, lanar as "causas" no eixo "X" e os "efeitos" "Y" e estabelecer escalas de
valores para os dois eixos.

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3) Plotar os pontos no grfico, aos pares, circundando os valores que aparecerem


repetidos, tantas vezes quanto for a incidncia. Cada crculo representa um ponto.

Mtodo rpido para interpretao do grfico - Mtodo das medianas.

Para que se possa verificar se existe correlao ou no na relao apresentada no


grfico, faz-se necessrio uma anlise dos pontos plotados, dividindo-se a rea
abrangida em setores.

120 SENAI-SP - INTRANET


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A seguir, so apresentadas as etapas a serem seguidas para a anlise:

1. Determinar a mediana para os valores de "X" e "Y", traando-as no grfico:


a) Eliminar o maior e o menor valor de "X", repetindo esse procedimento at restar
os dois ltimos valores;
b) Se os valores resultantes forem iguais, considerar esse valor como a mediana;
caso os valores forem diferentes, tirar a mdia aritmtica, que ser o valor da
mediana;
c) Traar uma reta paralela ao eixo "Y", passando pelo valor da mediana,
determinando a linha mediana para os valores de "X".

d) Repetir os passos anteriores para os valores de "Y".

SENAI-SP - INTRANET 121


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2. Identificar os quatro setores definidos, numerando-os com l, ll, lll e lV, no sentido
anti-horrio, a partir do quadrante superior direto.

3. Contar os pontos plotados em cada setor:

Setor Pontos
l 19
ll 5
lll 17
lV 6
Na linha 3
Total 50

4. Calcular a soma dos pontos nos setores:


a) ll e lV; e, l e lll
n1 = ll + lV n1 = 5 + 6 = 11
n2 = l + lll n2 = 19 + 17 = 36
b) Total de pontos N nos quatro setores ou total de pontos subtrados do n de
pontos sobre a linha:
N = 50 - 3 = 47; ou
N = 19 + 5 + 17 + 6 = 47

122 SENAI-SP - INTRANET


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5. Consultar a tabela abaixo obtendo o n de pontos limites:


47 (tabela) 16

n de pontos n de pontos
N limites N limites
para l + lll e ll + lV para l + lll e ll + lV
20 5 42 14
21 5 44 15
22 5 46 15
23 6 48 16
24 6 50 17
25 7 52 18
26 7 54 19
27 7 56 20
28 8 58 21
29 8 60 21
30 9 62 22
32 9 64 23
34 10 66 24
36 11 68 25
38 12 70 26
40 13

6. Interpretar os resultados:
a) Se o n de pontos em ll e lV for maior que o n de pontos limites, no existe
correlao;
b) Se e n de pontos em ll e lV for menor que o n de pontos limites, existe
correlao. Neste caso, a soma de ll e lV menor do que o n de pontos 11< 16.
Assim, pode se concluir que existe correlao e est positiva.

Neste caso, a soma de II e IV menor que o nmero de pontos limites, pois 11 < 16.
Assim, pode-se concluir que existe correlao e esta positiva.

Pontos a serem considerados:


Uma correlao negativa com "Y" crescendo e "X" decrescendo to importante
quanto a correlao positiva onde "X" cresce e "Y" decresce;
possvel concluir-se que "X" e "Y' tm uma relao, mas no pode-se afirmar que
um causa do outro;
Ao determinar-se a correlao, observar a direo e a disperso.

SENAI-SP - INTRANET 123


Gesto pela qualidade

Histograma

Definio
um grfico de colunas que representa a forma como se distribui um conjunto
numrico obtido numa coleta.

Objetivo
Os principais objetivos da utilizao do histograma so:
Apresentar o padro de variao do processo;
Possibilitar a visualizao do comportamento do processo;
Comparar os resultados com as especificaes ou padres;
Decidir sobre onde devem ser concentrados esforos para a melhoria.

Quando usar
Os histogramas so usados quando se deseja representar os dados coletados de
forma clara e precisa. Dentre as muitas aplicaes que possui, podemos citar:
Pesquisas sociais
Distribuio da renda da populao, evidenciando a situao da maioria das
pessoas;
Distribuio da idade da populao do pas, para direcionar decises polticas;
Determinao do padro de estatura dos habitantes de uma determinada regio do
pas.
Controle da qualidade
Determinao do nmero de produtos no-conformes produzidos por dia;
Determinao da disperso dos valores de dureza medida em peas de ao;
Controle da variao do volume final de leo lubrificante, no processo de
enchimento;
Indicao da necessidade de ao corretiva.

Como fazer
Os passos a seguir so apenas uma diretriz e no regras rgidas a serem seguidas na
construo de um histograma.

1. Planeje e colete os dados, considerando o objetivo e a varivel de interesse. Anote


os dados coletados numa folha de verificao.

124 SENAI-SP - INTRANET


Gesto pela qualidade

A folha de verificao a seguir foi construda para investigar a distribuio dos


dimetros de eixos de ao produzidos em um processo de usinagem.

Componente: Eixo cilndrico Seo: Tornearia


Processo de trabalho: Torneamento Data da produo: 31/07/95
Quantidade produzida: 1.200 peas Inspetor: Xxxxxxxxxxx

Dados ( medidas em milmetros ) Xmx Xmn.


34,0 34,2 34,5 33,6 33,3 35,3 35,7 36,2 34,9 33,6 36,2 33,3
34,3 34,9 36,0 35,6 33,9 33,5 34,8 35,0 35,2 34,1 36,0 33,5
34,6 34,2 33,8 33,4 34,5 33,9 34,1 34,7 34,2 34,7 34,7 33,4
36,8 36,3 35,9 35,4 33,3 33,7 34,7 34,4 34,8 36,4 36,8 33,3
35,9 35,6 35,1 33,2 33,8 34,7 34,5 34,3 33,9 33,5 35,9 33,2
34,5 34,9 36,1 35,6 35,2 33,0 33,4 34,4 34,6 34,4 36,1 33,0
33,3 33,2 34,2 34,3 34,6 33,6 35,8 34,6 34,8 34,0 35,8 33,2
33,1 33,2 33,9 33,7 34,2 34,3 34,9 33,6 33,4 33,1 34,9 33,1
35,0 35,2 35,4 36,0 35,3 33,4 34,1 35,1 34,0 33,8 36,0 33,4
33,3 34,8 34,5 34,3 35,5 35,1 35,4 34,1 33,0 33,7 35,5 33,0

Observao
Para que o histograma represente com preciso o comportamento do processo, o
nmero de dados coletados deve ser maior ou igual a 30 (n 30).

2. Identifique o maior e o menor dos valores observados.

No exemplo:
O maior valor (Xmx.) = 36,8 mm;
O menor valor (Xmn.) = 33,0 mm.

3. Calcule a amplitude da amostra do processo (R).

R = Xmx. - Xmn.

No exemplo:
R = 36,8 - 33,0
R = 3,8 mm.

SENAI-SP - INTRANET 125


Gesto pela qualidade

4. Defina o nmero de classes (K).

O nmero de classes (K) a quantidade de colunas que o histograma ter ou


poder assumir.

O nmero de classes (K) definido como sendo n , onde n o nmero total de


elementos da amostragem.

No entanto, na maioria dos casos, poderemos utilizar a tabela abaixo, que define o
nmero de classes (K) em funo do nmero total de elementos (n) da amostra.

No de elementos (n) No de classes (K)


30 a 50 5 a 7
51 a 100 6 a 10
101 a 200 7 a 12
mais de 250 10 a 20

5. Calcule o tamanho (amplitude) das classes (h).

O tamanho das classes calculado seguindo a frmula abaixo:

R onde: R = amplitude da amostra do processo


h
K K = nmero de classes

No exemplo:

3,8
R = 3,8 mm ento: h = h = 0,38mm , adotar h = 0,4mm.
10

K = 10 (valor obtido na tabela).

Observao
O tamanho das classes (h) deve ter a mesma preciso dos dados coletados, ou
seja, o mesmo nmero de casas decimais.

6. Calcule os limites das classes.

Uma das formas de determinar os limites das classes iniciar pelo menor valor da
amostra (Xmn.) como limite inferior da primeira classe. A este, soma-se o
tamanho da classe (h), de forma que teremos o limite superior da primeira classe,
que tambm ser o limite inferior da segunda classe.

126 SENAI-SP - INTRANET


Gesto pela qualidade

O limite superior da segunda classe ser obtido somando-se ao inferior o


tamanho da classe (h). Este ser o limite inferior da terceira classe e assim
sucessivamente, at que tenhamos classes suficientes para incluir o maior valor
(Xmx.) da amostra.

No exemplo:

1a classe:
Limite inferior = 33,0 mm;
Limite superior = limite inferior + h;
Limite superior = 33,0 + 0,4 => limite superior = 33,4 mm.

2a classe:
Limite inferior = limite superior da 1 classe (33,4 mm);
Limite superior = limite inferior + h;
Limite superior = 33,4 + 0,4 => limite superior = 33,8 mm.

7. Construa uma tabela de freqncia.


A tabela de freqncia mostra os limites de cada classe e o nmero de dados (ou
freqncia) em cada uma delas, isto , quantos valores esto dentro de cada
classe.

Tabela de freqncia
Classes Limites das classes Tabulao Freqncia
01 33,0 33,4 ///// ///// / 11
02 33,4 33,8 ///// ///// /// 13
03 33,8 34,2 ///// ///// ///// 15
04 34,2 34,6 ///// ///// ///// /// 18
05 34,6 35,0 ///// ///// ///// 15
06 35,0 35,4 ///// ///// 10
07 35,4 35,8 ///// /// 08
08 35,8 36,2 ///// / 06
09 36,2 36,6 /// 03
10 36,6 37,0 / 01
Total 100

SENAI-SP - INTRANET 127


Gesto pela qualidade

Simbologia

Intervalo

Fechado Aberto

Intervalo fechado - o valor limite pertence classe.


Intervalo aberto - o valor limite no pertence classe.

8. Desenhe o histograma.

Devemos estabelecer (adotar) escalas adequadas de valores para os eixos horizontal


e vertical.

No eixo horizontal marcam-se os limites das classes. A partir deles erguem-se as


colunas, cujas alturas correspondem s freqncias de cada classe.

Tipos de histograma

possvel obter informaes teis sobre a populao pela anlise da forma do


histograma. As seguintes formas so tpicas, e podemos utiliz-las como modelos para
a anlise de um processo.

128 SENAI-SP - INTRANET


Gesto pela qualidade

a. Tipo geral (simtrico ou em forma de sino).

O valor mdio do histograma est no meio da amplitude dos dados. A freqncia


mais alta no meio e torna-se gradualmente mais baixa na direo dos extremos.

b. Tipo pente (multi-modal).

Vrias classes tm, como vizinhas, classes com menor freqncia.


Esta forma ocorre quando a quantidade de dados includos na classe varia de classe
para classe ou quando existe uma tendncia particular no modo como os dados so
arredondados.

c. Tipo assimtrico.

direita esquerda

SENAI-SP - INTRANET 129


Gesto pela qualidade

O valor mdio do histograma fica localizado esquerda (positivo) ou direita


(negativo) do centro da amplitude.

Esta forma ocorre quando o limite inferior ou o superior controlado teoricamente ou


por um valor de especificao, ou quando valores menores ou maiores do que um
certo valor no ocorrem.

d. Tipo abrupto.

esquerda direita

O valor mdio do histograma do tipo abrupto fica localizado bem esquerda ou


direita do centro da amplitude. A freqncia decresce abruptamente esquerda ou
direita; em direo ao outro lado, decresce suavemente.

Esta uma forma que ocorre freqentemente quando feita uma inspeo separadora
100% por causa da baixa capacidade do processo, e tambm quando a assimetria
positiva ou negativa se torna ainda mais extrema.

e. Tipo achatado.

130 SENAI-SP - INTRANET


Gesto pela qualidade

As freqncias das classes formam um achatamento porque as classes possuem a


mesma freqncia aproximada, com exceo das extremidades.

Esta forma ocorre com a mistura de vrias distribuies que tm diferentes mdias.

f. Tipo picos duplos (bimodal).

Existe a formao de um pico de cada um dos lados do centro da distribuio das


freqncias.

Esta forma ocorre quando duas distribuies, com mdias muito diferentes, so
misturadas.

g. Tipo pico isolado.

Num histograma do tipo geral existe mais um pequeno pico isolado.

SENAI-SP - INTRANET 131


Gesto pela qualidade

Esta uma forma que surge quando h uma pequena incluso de dados provenientes
de uma distribuio diferente, como nos casos de anormalidade de processo, erro de
medio ou incluso de dados de um processo diferente.

132 SENAI-SP - INTRANET

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