Apostila - Libras I
Apostila - Libras I
Apostila - Libras I
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considerado menos capaz para estas funes, mas hbil na comunicao no-verbal e
nas relaes espaciais (LUNDY-EKMAN, 2008).
Por serem lnguas de modalidade viso-espacial, a produo das lnguas de sinais
possuem aspectos da visualidade e espacialidade. As lnguas de sinais so classificadas
como viso (ou visuo) por seu modo de recepo ser atravs da funo da viso e
espacial, por ser produzida por sinais elaborados pelas mos, em um determinado
espao, associado expresso facial e corporal.
Emmorey, Bellugi e Klima (1993), ao estudarem a ASL, afirmam que as lnguas
sinalizadas e orais apresentam diferenas em seu funcionamento. Nas lnguas orais-
auditivas, h um predomnio das funes lingusticas no hemisfrio esquerdo e no
direito, h muitas funes viso-espaciais. As autoras fizeram uma pesquisa com surdos
adultos sinalizadores da ASL, com leso cerebral. Das descobertas do estudo, uma das
mais importantes foi a comprovao que h diferena entre o uso da linguagem.
Segundo os pesquisadores Vallado, Delgado, Souza et al (2004), a Libras um
instrumento lingustico e, como tal, responderia ao hemisfrio esquerdo, mas se
particulariza da modalidade oral-auditiva dos ouvintes, ao apresentar a decodificao
percepto-visual, a transposio do visual para movimentos corporais manuais e
expressivos, utilizando a percepo espacial, a relao espacial, movimentos
sequenciais rtmicos e memria, sendo estes aspectos mais pertinentes ao hemisfrio
direito. Quando no realizada a comunicao oralmente, mas atravs dos sinais com
conotao emocional, cuja competncia mais pertinente ao hemisfrio direito, ainda
assim, a Libras apresenta uma prevalncia para os sujeitos com hemisfericidade
esquerda, apontando para a completude das lnguas de sinais.
O termo fonologia tem sido usado no somente no contexto das lnguas orais,
mas nos estudos dos elementos que envolvem a formao dos sinais. Stokoe
(apud QUADROS, 2004) empregava o termo quirema s unidades que formam os
sinais, e para referir-se s combinaes dessas unidades, utilizava o termo quirologia.
Ao confirmar que a lngua de sinais uma lngua natural, Stokoe e outros
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pesquisadores passaram a utilizar os termos fonema e fonologia nos estudos lingusticos
das lnguas de sinais.
A fonologia das lnguas de sinais definida por Quadros (2004, p.47) da
seguinte forma:
Fonologia das lnguas de sinais o ramo da lingustica que
objetiva identificar a estrutura e a organizao dos constituintes
fonolgicos, propondo modelos descritivos e explanatrios. A primeira tarefa
da fonologia para lngua de sinais determinar quais so as
unidades mnimas que formam os sinais. A segunda tarefa estabelecer
quais so os padres possveis de combinao entre essas unidades e
as variaes possveis no ambiente fonolgico (QUADROS, 2004, p.47).
A anlise da formao dos sinais foi estabelecida por Stokoe (apud QUADROS,
2004), ao propor a decomposio dos sinais em trs parmetros principais (configurao
de mo, locao da mo, movimento da mo), a fim de analisar a constituio deles na
ASL (Lngua de Sinais Americana), afirmando no possurem significado de forma
isolada. Posteriormente, outros parmetros foram acrescentados s pesquisas da
fonologia de sinais, so eles: orientao da mo, expresses faciais e corporais.
A configurao de mo (doravante, CM), de acordo com Strobel & Fernandes
(1998), definida como a forma assumida pela mo durante a articulao de um sinal.
Locao da mo ou ponto de articulao o lugar do corpo onde o sinal ser realizado.
J o movimento demonstra o deslocamento da mo durante a execuo do sinal,
possuindo diferentes formas e direes. Alm disso, os sinais podem ter ou
no movimento.
O parmetro orientao da mo, de acordo com Quadros (2004), vem ser
a direo que a palma da mo indica na realizao do sinal. Os componentes
no manuais, ou seja, as expresses faciais e corporais distinguem significados entre
sinais. Alm disso, podem traduzir tristeza, alegria, medo, raiva, mgoa, amor,
encantamento e desencantamento, entre outros sentimentos. Podem indicar afirmao,
negao, interrogao e exclamao.
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A partir do conceito supracitado, pode-se afirmar que as formaes dos sinais
originam-se da combinao dos parmetros: configurao de mo, ponto de articulao,
movimento, expresso facial e corporal, agora considerados morfemas, ou seja,
unidades mnimas com significado, como explica Felipe:
Estes cinco parmetros podem expressar morfemas atravs de
algumas configuraes de mo, de alguns movimentos direcionados, de
algumas alteraes na frequncia do movimento, de alguns pontos de
articulao na estrutura morfolgica e de alguma expresso facial ou
movimento de cabea concomitante ao sinal, que, atravs de alteraes em
suas combinaes, formam os itens lexicais das lnguas de sinais (FELIPE,
2006, p. 202).
J em relao classe de palavras/sinais e s categorias lexicais pertencentes s
lnguas de sinais, esto nomes, verbo, advrbio, adjetivo, numeral, conjuno.
Direcionado o estudo morfolgico para Libras, a partir de uma breve
anlise, encontram-se os seguintes casos:
1. Quando se quer diferenciar o sexo entre pessoas ou animais, usa-se o sinal HOMEM
e MULHER para fazer referncia ao nome, mas geralmente sem apresentar flexo de
gnero, como se pode perceber no sinal de AMIG@, que pode ser usado tanto para o
sexo masculino ou feminino. Sinais como PAI e ME no necessitam dessa marcao
de gnero, pois possuem sinais prprios.
2. Os adjetivos trazem como caractersticas a expresso facial e intensificao do sinal,
no h marca de gnero ou nmero. Cita-se como exemplo a sinalizao de
BONITINHO e de MUITO BONITO, que precisa, cada um a sua maneira, de expresso
facial e intensificao do sinal, sendo que o segundo necessita tambm de expresso
facial. Essas marcaes lingusticas trazem o significado real do sinal.
3. Os pronomes na Libras so realizados em diferentes pontos no espao, a articulao
do sinal depende da pessoa que se faz referncia e do nmero, ou seja, singular e plural.
Destacam-se ainda as conjunes, sendo que as manifestadas em Libras so MAS,
PORQUE (explicativo e interrogativo), COMO e o SE.
4. Em relao aos numerais, estes so classificados em quantidade, cardinal e ordinal,
trazendo como parmetros de diferenciao na articulao dos nmeros a configurao
de mo, ponto de articulao e movimento, alm do contexto.
5. A marcao do tempo verbal realizada atravs de itens lexicais ou sinais adverbiais
como afirma Brito: Dessa forma, quando o verbo refere-se a um tempo passado, futuro
ou presente, o que vai marcar o tempo da ao ou do evento sero itens lexicais ou
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sinais adverbiais como ONTEM, AMANH, HOJE, SEMANA-
PASSADA, SEMANA-QUE-VEM. (BRITO, 1997, p. 46).
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morfemas. Percebe-se ainda, atravs da sua morfologia e sintaxe, o seu carter flexional,
complexo e econmico na produo e articulao das frases.
Como afirma Brito (1998), a Libras regida por princpios gerais que
a estruturam linguisticamente, permitindo aos seus usurios o emprego da lngua
em diferentes contextos, correspondendo s diversas funes lingusticas que
so manifestadas na interao no cotidiano.
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dos nomes prprios. Nessa situao, as letras so sinalizadas uma a uma para expressar
tal palavra.
VARIAES LINGUSTICAS
A lngua est em constante evoluo, dinmica, um produto social
em permanente inconcluso, (...) intrinsecamente heterognea, mltipla,
varivel, instvel e est sempre em desconstruo e em reconstruo (BAGNO, 2007,
p.35, grifos do autor).
Devido a este carter de ordem heterognea, nas lnguas naturais pode
ser identificado um fenmeno lingustico denominado variao. As lnguas de sinais,
por serem naturais, apresentam tais manifestaes. Segundo Bagno (2007) existem
fatores sociais ou extralingusticos que podem proporcionar identificao do
fenmeno variao lingustica, so eles:
1. Origem geogrfica: a lngua varia de um lugar para o outro; assim, podemos
investigar, por exemplo, a fala caracterstica das diferentes regies brasileiras, dos
diferentes estados, de diferentes reas geogrficas dentro de um mesmo estado etc.;
outro fator importante tambm a origem rural ou urbana da pessoa;
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Sobre as variaes lingusticas, Strobel & Fernandes (1998) consideram
as variaes regionais e sociais e as mudanas histricas como fenmenos identificveis
na Lngua Brasileira de Sinais, o que lhe confirma, mais uma vez, o carter natural.
A variao regional refere-se s variaes de sinais que acontecem nas diferentes
regies do mesmo pas; j a social representa as variaes na configurao de mo
e/ou movimento, sem alterar o sentido do sinal, as mudanas histricas esto
relacionadas com as modificaes que o sinal pode sofrer, devido aos costumes da
gerao que utiliza o sinal.
AQUISIO DA SURDEZ
A surdez pode acometer a pessoa ainda no tero, durante o parto e depois do
nascimento, ou seja:
Pr-natal fator gentico e hereditrio, doenas adquiridas pela me durante a gestao
(rubola);
Peri-natal provocada por parto prematuro, trauma de parto (anxia);
Ps-natal provocada por doenas adquiridas pelo indivduo ao longo da vida, o uso de
medicamentos, avano da idade (acidentes).
.
NVEIS DE SURDEZ
Problemas Pr-Natais:
1. Rubola materna durante a gravidez - o risco de surdez na criana que nasce cerca
de 14%. Importante: a vacinao contra rubola elimina este risco.
2. Problemas de incompatibilidade sangunea pelo fator RH. Importante: podem ser
evitados pela administrao de soro especfico.
3. O parto prematuro aumenta o risco de perda auditiva.
4. Congnitos: pessoas na famlia que nasceram surdas.
Problemas No Ouvido Mdio:
1. Bloqueio na tuba auditiva - causado por resfriados, gripes, adenoides aumentadas,
que impedem o arejamento do ouvido mdio e podem causar:
a) Otite mdia: infeco capaz de perfurar o tmpano, podendo ser tratada com
antibiticos ou, s vezes, com cirurgia;
b) Lquido no ouvido mdio - a otite mdia secretora a causa mais frequente de perda
auditiva na idade escolar; o tratamento pode ser clnico ou cirrgico.
Fatores Ambientais:
1. Doena na infncia (sarampo, coqueluche, caxumba, meningite) podem causar perdas
auditivas. Importante: muitas delas podem ser evitadas pela vacinao.
Traumatismos Sonoros ou Fsicos:
1. Rudos muito altos prximos a um ou a ambos os ouvidos;
2. Pancadas violentas nos ouvidos;
3. Objetos introduzidos pela criana no canal do ouvido.
Problemas Genticos
1. Existem doenas genticas que podem causar danos ao sistema auditivo.
2. importante verificar se h pessoas na famlia que nasceram surdas.
SINAL DE BATISMO
Na comunidade surda o sinal a identificao visual da pessoa. Por esse motivo,
cabe prpria comunidade a criao desse sinal de acordo com as caractersticas fsicas
da mesma. Aps esse batismo, voc ser identificada dentro da comunidade surda pelo
sinal e no pelo nome.
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ALFABETO MANUAL
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NUMERAIS
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ATIVIDADE
Eu comi cenoura
_______________________________________
Hoje vamos ao circo
_______________________________________
Eu nasci em Teresina
_______________________________________
Relacione as colunas:
Resolva as continhas:
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HORAS
Em Libras, h dois sinais para se referir a hora: um para se referir ao horrio
cronolgico e o outro para a durao.
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CUMPRIMENTOS, SAUDAES E
AGRADECIMENTOS
BOA NOITE
BOA SORTE
OI TCHAU
OBRIGADO DESCULPA
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PARMETROS DA LIBRAS
Nas lnguas de sinais podem ser encontrados os parmetros primrios:
configurao de mo (CM), o ponto de articulao (PA) e o movimento (M) e os
secundrios: orientao de mo (O) e expresses no-manuais (ENM).
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Exemplos:
CM em S CM em Y CM em F CM em A
Exemplos:
19
Existem sinais que mudam o seu significado quando lhes acrescido movimento.
Tipos de movimentos:
a) Movimento retilneo: Ex: Deficiente b) Movimento helicoidal: Ex: Importante
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Orientao (O): a direo para a qual a palma da mo aponta na produo do
sinal. Ex: para cima, para baixo, para o corpo, para frente, para a direita ou para a
esquerda, os sinais podem ter uma direo e a inverso desta pode significar ideia de
oposio QUERER E QUERER-NO; IR e VIR.
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ATIVIDADE
_________________________ ________________________
__________________________ ________________________
CM: CM:
M: M:
PA: PA:
O: O:
CM: CM:
M: M:
PA: PA:
O: O:
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PRONOMES
Na libras os pronomes podem ser divididos em: pronomes pessoais, pronomes
possessivos e pronomes demonstrativos.
PRONOMES PESSOAIS
Dual: NS-DOIS
Trial: NS-TRS
Quatrial: NS-QUATRO
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Plural: NS-TOD@
Dual: VOCS-DOIS
Trial: VOCS-TRS
Quatrial: VOCS-QUATRO
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Plural: VOCS
Dual: EL@-DOIS
Trial: EL@-TRS
Quatrial: EL@-QUATRO
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Plural: EL@-TOD@
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AQUEL@ / L - olhar para o lugar distante apontado.
Exemplos:
POR QU?/ PORQUE: Ex.: VOC FALTAR AULA ONTEM POR QU? Ex.:
PORQUE EU DOENTE.
PARA-QUE? Ex.: VOC APRENDER LIBRAS PARA-QU?
QUAL? Ex.: VOC GOSTAR COMER QUAL?
COMO?Ex.: VOC APRENDER LIBRAS COMO?
QUANDO? (FUTURO/PASSADO): Ex.: VOC VAI VIAJAR QUANDO?
(FUTURO) Ex.:VOC J IR CASA QUANDO? (PASSADO)
ONDE/ LUGAR/ AONDE: Ex.: VOC MORAR ONDE?
QUE?/ O-QUE?/ QUEM? Ex.: VOC FAZER O-QUE? Ex.: AQUEL@ QUEM?
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ADVRBIOS
SEMPRE
28
CORES
29
CLARO
30
CALENDRIO
SEMANA
31
MESES DO ANO
33
ESTADOS BRASILEIROS
34
ESTADOS BRASILEIROS
ESTADOS ACRE
ALAGOAS AMAP
AMAZONAS BAHIA
BRASLIA CEAR
35
ESPIRITO SANTO GOIAS
PAR PERNAMBUCO
PIAU PARAN
36
RIO DE JANEIRO RIO GRANDE DO NORTE
TOCANTINS
37
FAMLIA
38
39
MEIOS DE TRANSPORTES
40
Fonte: www.trabalhandocomsurdos.blogstop.com
41
MEIOS DE COMUNICAO
42
43
DISCIPLINAS
44
MATERIAIS ESCOLARES
45
GRAUS DE INSTRUO
DOUTORADO FACULDADE
UNIVERSIDADE ESCOLA
46
ANTNIMOS
47
48
49
50
51
Fonte: www.trabalhandocomsurdos.blogstop.com
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TEXTOS ADICIONAIS
O PRESIDENTE DA REPBLICA
Art. 2 Deve ser garantido, por parte do poder pblico em geral e empresas
concessionrias de servios pblicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e
difuso da Lngua Brasileira de Sinais Libras como meio de comunicao objetiva e
de utilizao corrente das comunidades surdas do Brasil.
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DECRETO N 5.626 DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005
DECRETA:
CAPTULO I
CAPTULO II
Art. 3o A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatria nos
cursos de formao de professores para o exerccio do magistrio, em nvel mdio e
superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de instituies de ensino, pblicas e privadas,
do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municpios.
1o Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes reas do conhecimento, o
curso normal de nvel mdio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o curso
de Educao Especial so considerados cursos de formao de professores e
profissionais da educao para o exerccio do magistrio.
2o A Libras constituir-se- em disciplina curricular optativa nos demais cursos
de educao superior e na educao profissional, a partir de um ano da publicao deste
Decreto.
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CAPTULO III
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2o A partir de um ano da publicao deste Decreto, os sistemas e as
instituies de ensino da educao bsica e as de educao superior devem incluir o
professor de Libras em seu quadro do magistrio.
Art. 8o O exame de proficincia em Libras, referido no art. 7o, deve avaliar a
fluncia no uso, o conhecimento e a competncia para o ensino dessa lngua.
1o O exame de proficincia em Libras deve ser promovido, anualmente, pelo
Ministrio da Educao e instituies de educao superior por ele credenciadas para
essa finalidade.
2o A certificao de proficincia em Libras habilitar o instrutor ou o
professor para a funo docente.
3o O exame de proficincia em Libras deve ser realizado por banca
examinadora de amplo conhecimento em Libras, constituda por docentes surdos e
linguistas de instituies de educao superior.
Art. 9o A partir da publicao deste Decreto, as instituies de ensino mdio que
oferecem cursos de formao para o magistrio na modalidade normal e as instituies
de educao superior que oferecem cursos de Fonoaudiologia ou de formao de
professores devem incluir Libras como disciplina curricular, nos seguintes prazos e
percentuais mnimos:
I - at trs anos, em vinte por cento dos cursos da instituio;
II - at cinco anos, em sessenta por cento dos cursos da instituio;
III - at sete anos, em oitenta por cento dos cursos da instituio; e
IV - dez anos, em cem por cento dos cursos da instituio.
Pargrafo nico. O processo de incluso da Libras como disciplina curricular
deve iniciar-se nos cursos de Educao Especial, Fonoaudiologia, Pedagogia e Letras,
ampliando-se progressivamente para as demais licenciaturas.
Art. 10. As instituies de educao superior devem incluir a Libras como
objeto de ensino, pesquisa e extenso nos cursos de formao de professores para a
educao bsica, nos cursos de Fonoaudiologia e nos cursos de Traduo e
Interpretao de Libras - Lngua Portuguesa.
Art. 11. O Ministrio da Educao promover, a partir da publicao deste
Decreto, programas especficos para a criao de cursos de graduao:
I - para formao de professores surdos e ouvintes, para a educao infantil e
anos iniciais do ensino fundamental, que viabilize a educao bilnge: Libras - Lngua
Portuguesa como segunda lngua;
II - de licenciatura em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Lngua Portuguesa,
como segunda lngua para surdos;
III - de formao em Traduo e Interpretao de Libras - Lngua Portuguesa.
Art. 12. As instituies de educao superior, principalmente as que ofertam
cursos de Educao Especial, Pedagogia e Letras, devem viabilizar cursos de ps-
graduao para a formao de professores para o ensino de Libras e sua interpretao, a
partir de um ano da publicao deste Decreto.
Art. 13. O ensino da modalidade escrita da Lngua Portuguesa, como segunda
lngua para pessoas surdas, deve ser includo como disciplina curricular nos cursos de
formao de professores para a educao infantil e para os anos iniciais do ensino
fundamental, de nvel mdio e superior, bem como nos cursos de licenciatura em Letras
com habilitao em Lngua Portuguesa.
Pargrafo nico. O tema sobre a modalidade escrita da lngua portuguesa para
surdos deve ser includo como contedo nos cursos de Fonoaudiologia.
CAPTULO IV
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DO USO E DA DIFUSO DA LIBRAS E DA LNGUA PORTUGUESA PARA O
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I - atividades ou complementao curricular especfica na educao infantil e
anos iniciais do ensino fundamental; e
II - reas de conhecimento, como disciplinas curriculares, nos anos finais do
ensino fundamental, no ensino mdio e na educao superior.
Art. 16. A modalidade oral da Lngua Portuguesa, na educao bsica, deve ser
ofertada aos alunos surdos ou com deficincia auditiva, preferencialmente em turno
distinto ao da escolarizao, por meio de aes integradas entre as reas da sade e da
educao, resguardado o direito de opo da famlia ou do prprio aluno por essa
modalidade.
Pargrafo nico. A definio de espao para o desenvolvimento da
modalidade oral da Lngua Portuguesa e a definio dos profissionais de
Fonoaudiologia para atuao com alunos da educao bsica so de competncia dos
rgos que possuam estas atribuies nas unidades federadas.
CAPTULO V
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Art. 20. Nos prximos dez anos, a partir da publicao deste Decreto, o
Ministrio da Educao ou instituies de ensino superior por ele credenciadas para essa
finalidade promovero, anualmente, exame nacional de proficincia em traduo e
interpretao de Libras - Lngua Portuguesa.
Pargrafo nico. O exame de proficincia em traduo e interpretao de
Libras - Lngua Portuguesa deve ser realizado por banca examinadora de amplo
conhecimento dessa funo, constituda por docentes surdos, lingistas e tradutores e
intrpretes de Libras de instituies de educao superior.
Art. 21. A partir de um ano da publicao deste Decreto, as instituies federais
de ensino da educao bsica e da educao superior devem incluir, em seus quadros,
em todos os nveis, etapas e modalidades, o tradutor e intrprete de Libras - Lngua
Portuguesa, para viabilizar o acesso comunicao, informao e educao de
alunos surdos.
1o O profissional a que se refere o caput atuar:
I - nos processos seletivos para cursos na instituio de ensino;
II - nas salas de aula para viabilizar o acesso dos alunos aos conhecimentos e
contedos curriculares, em todas as atividades didtico-pedaggicas; e
III - no apoio acessibilidade aos servios e s atividades-fim da instituio de
ensino.
2o As instituies privadas e as pblicas dos sistemas de ensino federal,
estadual, municipal e do Distrito Federal buscaro implementar as medidas referidas
neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficincia auditiva o
acesso comunicao, informao e educao.
CAPTULO VI
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4o O disposto no 2o deste artigo deve ser garantido tambm para os alunos
no usurios da Libras.
Art. 23. As instituies federais de ensino, de educao bsica e superior,
devem proporcionar aos alunos surdos os servios de tradutor e intrprete de Libras -
Lngua Portuguesa em sala de aula e em outros espaos educacionais, bem como
equipamentos e tecnologias que viabilizem o acesso comunicao, informao e
educao.
1o Deve ser proporcionado aos professores acesso literatura e informaes
sobre a especificidade lingustica do aluno surdo.
2o As instituies privadas e as pblicas dos sistemas de ensino federal,
estadual, municipal e do Distrito Federal buscaro implementar as medidas referidas
neste artigo como meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficincia auditiva o
acesso comunicao, informao e educao.
Art. 24. A programao visual dos cursos de nvel mdio e superior,
preferencialmente os de formao de professores, na modalidade de educao a
distncia, deve dispor de sistemas de acesso informao como janela com tradutor e
intrprete de Libras - Lngua Portuguesa e subtitulao por meio do sistema de legenda
oculta, de modo a reproduzir as mensagens veiculadas s pessoas surdas, conforme
prev o Decreto no 5.296, de 2 de dezembro de 2004.
CAPTULO VII
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pblicos de assistncia sade, por profissionais capacitados para o uso de Libras ou
para sua traduo e interpretao; e
X - apoio capacitao e formao de profissionais da rede de servios do SUS
para o uso de Libras e sua traduo e interpretao.
1o O disposto neste artigo deve ser garantido tambm para os alunos surdos ou
com deficincia auditiva no usurios da Libras.
2o O Poder Pblico, os rgos da administrao pblica estadual, municipal,
do Distrito Federal e as empresas privadas que detm autorizao, concesso ou
permisso de servios pblicos de assistncia sade buscaro implementar as medidas
referidas no art. 3o da Lei no 10.436, de 2002, como meio de assegurar, prioritariamente,
aos alunos surdos ou com deficincia auditiva matriculados nas redes de ensino da
educao bsica, a ateno integral sua sade, nos diversos nveis de complexidade e
especialidades mdicas.
CAPTULO VIII
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CAPTULO IX
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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
FERREIRA, Lucinda. Por uma gramtica de sinais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,
2010.
63