Custos de Perfuração e Desmonte em Uma Mina de Ferro
Custos de Perfuração e Desmonte em Uma Mina de Ferro
Custos de Perfuração e Desmonte em Uma Mina de Ferro
Porto Alegre
2013
SARAH RIBEIRO GUAZZELLI
Porto Alegre
2013
SARAH RIBEIRO GUAZZELLI
____________________________________
Orientador: Prof. Dr. Jair Carlos Koppe
_______________________________
BANCA EXAMINADORA:
O controle gerencial de custos uma ferramenta que quando direcionada pode gerar grandes
impactos na economia do processo. O monitoramento e a constante observao dos custos
associados s principais operaes em grandes mineradoras uma ferramenta de importante
aplicao na elaborao das estimativas e no planejamento do oramento da mina. Dentre as
principais operaes do ciclo produtivo, a perfurao & desmonte a atividade responsvel
pela fragmentao do minrio e a adequao granulomtrica para os processos seguintes. Essa
operao de grande impacto no oramento da mina, podendo ser analisada diretamente ou
ter seu custo estimado com aplicao de algoritmos. Por ser a responsvel direta da qualidade
da fragmentao da rocha, ela influencia em toda a cadeia produtiva e na produtividade do
processo de lavra em si. O seu planejamento envolve decises tomadas com base no
conhecimento da geologia estrutural e nas caractersticas do macio rochoso que compe o
depsito mineral, bem como no projeto e adequao dos parmetros que compem os planos
de fogo. A seleo dos objetivos a serem atingidos nesta etapa o incio de uma srie de
escolhas que devem ser feitas com o intuito de atingir os objetivos iniciais com o menor custo
possvel. O presente trabalho apresenta os principais aspectos a serem considerados numa
anlise de custos na operao de perfurao e desmonte, analisando e discutindo as principais
variveis que compe este custo, elaborando um algoritmo capaz de vincular os principais
parmetros vistos para obteno do resultado final. Para aplicao da metodologia
desenvolvida apresentando um estudo de caso de uma mina de ferro, onde se buscou
determinar o custo por volume de rocha fragmentada associada atividade, correlacionando
os principais parmetros que envolvem o processo de seleo do plano de fogo, bem como
realizando uma anlise de sensibilidade em funo das principais variveis de custo. O
algoritmo para estimativa de custos de perfurao e desmonte, desenvolvido para plataforma
Excel, tornou evidente a importncia e a influncia da taxa de perfurao no custo final de
produo do minrio fragmentado, onde se concluiu que quanto maior a taxa de perfurao,
menor o custo associado mesma, bem como evidenciou que as selees referentes ao
plano de fogo causam impactos significativos na economia do processo, principalmente no
que concerne a escolha do dimetro dos furos e o tipo de explosivo aplicado.
Cost management control is a tool which can produce a big impact in the economy of the
process. The monitoring and constant observation of the costs linked to major operations in
large mining is an important tool to estimate and plan the mine budget. Among the main
operations of the production cycle, drilling & blasting activity is responsible for the ore
fragmentation and suitability of the particle size in the downstream processes. This operation
has large impact in mine budget; it can be analyzed directly or can be estimated applying cost
algorithm. For being directly responsible for the fragmented rock quality, it influences the
entire production chain and the mining productivity itself. The drilling and blasting planning
involves decisions based on knowledge of the structural geology and characteristics of the
rock mass that compose the mineral deposit, as well as in design and adjustment of the
parameters that comprise the blasting round. The selection of the objectives to be achieved in
this stage is the beginning of a series of choices that should be made in order to seek the
initial objectives at the lowest cost possible. This work presents the main features to be
considered in a cost analysis of drilling and blasting operation, analyzing and discussing the
main variables that compose this cost and developing an algorithm able to link the principal
parameters studied to obtain the final result. In order to apply the developed methodology and
aiming to determine the cost per volume of fragmented rock associated to the drilling and
blasting activity, a case study is illustrate in an iron mine, correlating the main features
involved in the blasting design process, as well as performing an sensitivity analysis as a
function of the principal cost parameters. The drilling and blasting cost algorithm developed
for Excel platform made evident the importance and the influence of the drilling rate in the
final cost of fragmented ore, which permit to concluded that the larger the drilling rate is, the
lower the cost associated with it, as well as showed that the selections made in the blasting
round cause significant impacts on the process economy, especially regarding the hole
diameter and the type of explosive selection.
Captulo 1 .............................................................................................................................................. 15
1. INTRODUO ............................................................................................................................... 15
1.1. CONTEXTUALIZAO DO PROBLEMA ................................................................................ 16
1.2. METAS ......................................................................................................................................... 17
1.3. OBJETIVOS .................................................................................................................................. 17
1.4. METODOLOGIA.......................................................................................................................... 18
1.5. ORGANIZAO DA DISSERTAO....................................................................................... 18
Captulo 2 .............................................................................................................................................. 20
2. ANLISE DE CUSTOS .................................................................................................................. 20
2.1. SISTEMA DE CUSTEIO .............................................................................................................. 20
2.1.1. Custos relativos ao produto ......................................................................................................... 20
2.1.2. Custos relativos ao volume de produo..................................................................................... 21
2.1.2.1. Custos Variveis ....................................................................................................................... 22
2.1.2.2. Custos Fixos ............................................................................................................................. 22
2.2. CUSTOS DE PERFURAO E DESMONTE ............................................................................ 23
2.2.1. Plano de Fogo ............................................................................................................................. 24
2.2.2. Perfurao ................................................................................................................................... 25
2.2.2.1. Custos de perfurao ................................................................................................................ 27
2.2.3. Desmonte .................................................................................................................................... 33
2.2.3.1. Custos de Desmonte ................................................................................................................. 34
2.2.4. Custos de P & D por volume de rocha fragmentada ................................................................... 36
2.2.5. Definio do Algoritmo .............................................................................................................. 37
Captulo 3 .............................................................................................................................................. 39
3. ESTIMATIVA DE CUSTO DE PERFURAO E DESMONTE ................................................. 39
3.1. ESTUDO DE CASO ..................................................................................................................... 39
3.2. PERFURATRIZES........................................................................................................................ 39
3.3.1. Produo das Perfuratrizes .......................................................................................................... 40
3.3.2. Taxa de Perfurao ..................................................................................................................... 43
3.3.3. Estimativa dos Custos de Perfurao .......................................................................................... 47
3.3.3.1. Custo de Depreciao ............................................................................................................... 51
3.3.3.2. Custo de Manuteno ............................................................................................................... 51
3.3.3.3. Custo de Mo de Obra .............................................................................................................. 55
3.3.3.4. Custo de Combustvel e Energia .............................................................................................. 56
3.3.3.5. Custo de Materiais de Reposio ............................................................................................. 57
3.3.3.6. Custo de Perfurao por metro ................................................................................................. 58
3.4. DESMONTE ................................................................................................................................. 59
3.4.1. Custos de Desmonte.................................................................................................................... 61
3.4.1.1. Explosivos ................................................................................................................................ 61
3.4.1.2. Acessrios ................................................................................................................................ 62
3.4.1.3. Mo de Obra ............................................................................................................................. 63
3.4.1.4. Transporte................................................................................................................................. 64
3.5. PLANO DE FOGO........................................................................................................................ 64
3.5.1. Concentrao de Carga ............................................................................................................... 65
3.5.2. Afastamento ................................................................................................................................ 66
3.5.3. Espaamento ............................................................................................................................... 67
3.5.4. Subfurao .................................................................................................................................. 67
3.5.5. Profundidade dos furos ............................................................................................................... 68
3.5.6. Tampo ....................................................................................................................................... 68
3.5.7. Razo de Carga ........................................................................................................................... 69
Captulo 4 .............................................................................................................................................. 72
4. ANLISE DOS RESULTADOS ..................................................................................................... 72
4.1. CUSTO POR FURO...................................................................................................................... 72
4.1.1. Custo por furo para cada litologia ............................................................................................... 74
4.1.1.1. Hematita frivel ........................................................................................................................ 74
4.1.1.2. Hematita dura ........................................................................................................................... 75
4.1.1.3. Hematita Superdura .................................................................................................................. 76
4.1.1.4. Itabirito Frivel ......................................................................................................................... 77
4.1.1.5. Itabirito Duro ............................................................................................................................ 77
4.1.1.6. Itabirito Superduro ................................................................................................................... 78
4.1.1.7. Xisto Frivel ............................................................................................................................. 79
4.1.1.8. Xisto Duro ................................................................................................................................ 79
4.1.1.9. Hematita Canga ........................................................................................................................ 80
4.1.2. Custo por furo para cada frota..................................................................................................... 81
4.1.2.1. Frota ROCD7 ........................................................................................................................... 83
4.1.2.2. Frota ROCL8 ............................................................................................................................ 84
4.1.2.3. Frota SKSW ............................................................................................................................. 84
4.1.2.4. Frota 1190E .............................................................................................................................. 85
4.1.2.5. Frota T4BH .............................................................................................................................. 86
4.2. CUSTO POR VOLUME DE ROCHA FRAGMENTADA .......................................................... 86
4.2.1. Variveis que influenciam no volume de rocha fragmentada ..................................................... 86
4.2.1.1. Comprimento da bancada ......................................................................................................... 87
4.2.1.2. Altura da Bancada .................................................................................................................... 90
4.2.2. Custo por m de rocha fragmentada ............................................................................................ 93
4.2.2.1. Custo por m em funo da litologia ........................................................................................ 93
4.2.2.2. Custo por m em funo dos dimetros de perfurao ............................................................. 95
Figura 68 Custo por m e por furo em funo dos dimetros de perfurao para cada litologia
analisada. ............................................................................................................................................... 97
4.3. ANLISE DE SENSIBILIDADE ................................................................................................. 98
4.3.1. Anlise de sensibilidade do custo de perfurao ........................................................................ 98
4.3.2. Anlise de sensibilidade do custo de desmonte ........................................................................ 101
Captulo 5 ............................................................................................................................................ 105
5. CONCLUSES E RECOMENDAES...................................................................................... 105
5.1. CONCLUSES ........................................................................................................................... 105
5.2. RECOMENDAES.................................................................................................................. 107
15
Captulo 1
1. INTRODUO
totalidade exauridos e apenas corpos minerais mais profundos esto disponveis para a
extrao. Com o aumento da profundidade est, tambm, o aumento da relao
estril/minrio, uma vez que onde antes se podia realizar uma lavra seletiva, hoje se necessita
remover grandes quantidades de estril para produzir pequenas quantidades de minrio.
No contexto de globalizao e competitividade empresarial, hoje se necessita de
equipamentos de grande porte capazes de produzir de forma rpida e eficiente, onde o custo
de produo seja o menor possvel (Gokhale, 2011). Quando implantado um projeto de
minerao, a anlise e compreenso dos custos associados ao processo de produo consistem
em uma ferramenta essencial para auxiliar na tomada de decises e por consequncia fornecer
um produto com preo baixo e competitivo.
1.2. METAS
1.3. OBJETIVOS
1.4. METODOLOGIA
Captulo 2
2. ANLISE DE CUSTOS
A relao existente entre custo e produto deve ser aprofundada, observando, tambm,
uma relao entre custo e volume produzido. Por este ponto de vista possvel distinguir o
custo em duas classes: aquele que est diretamente ligado ao volume de produo e outro que
independe desta, sendo assim, existem custos que so apropriados diretamente em funo da
quantidade produzida e outros que no oferecem condio de serem medidos de maneira
especfica.
Ao tratar-se de volume de produo uma classificao amplamente aplicada de
custos fixos e custos variveis. Esta separao leva em considerao a relao entre valor total
de um custo sob o volume de uma atividade em uma unidade de tempo. Sendo assim,
definida uma unidade temporal, por exemplo, um ms, e quando o custo variar neste perodo
em funo do que produzido ele , portanto, considerado varivel. Se neste perodo, mesmo
variando a produo, o custo se mantm, ele ser considerado fixo (Martins, 2006). Esta
diviso de custos notoriamente a mais importante, uma vez que ela leva em considerao a
unidade de tempo em que foi produzido o produto e no apenas o produto em si.
22
Os custos que so classificados como variveis so aqueles que mantm uma relao
direta com o volume de produo, portanto, eles crescem medida que o volume aumenta e
na maioria das vezes este aumento proporcional. Pode-se identificar como sendo variveis,
ou seja, dependentes da produo, os custos envolvidos na operao dos equipamentos e nos
materiais de consumo diretos, como peas de reposio, mo de obra direta, etc.
Ao analisar esta classificao com maior cuidado, percebe-se que existem custos que
so variveis, mas devido dificuldade de medida necessitam ser rateados, como por
exemplo, a energia eltrica/combustvel consumido pelo equipamento, lubrificantes e graxas,
outros insumos. Por isso se faz necessria uma classificao destes custos em variveis e
indiretos, ou seja, eles variam com a produo, mas necessitam de um critrio de rateio para a
sua alocao (Oliveira et al., 2000).
que foi consumido na sua produo (Mesquita, 2009). Apesar de ser um mtodo controverso
para fins fiscais, uma vez que deixa de alocar os custos fixos ao produto (para evitar o uso do
rateio), este mtodo proporciona no caso analisado um valor mais tangvel e menos errtico,
j que se est analisando as variaes nos custos recorrentes das escolhas feitas para a
atividade.
observar o impacto nos custos gerados no ciclo de lavra em funo de alteraes no padro de
desmonte e por consequncia no grau de fragmentao do minrio (Figura 2).
a serem atingidos. Quando se deseja otimizar o processo, preciso considerar todos estes
aspectos e atende-los de forma satisfatria em conjunto, observando as consequncias
causadas pela atividade e no focando apenas em um determinado aspecto. A busca por um
plano de fogo que consiga satisfazer a todos estes fatores consiste em uma tarefa que necessita
de constante monitoramento e calibrao, no havendo um modelo especfico que possa ser
igualmente realizado (Hustrulid, 1999).
Para Sharma et al. (1990), os fatores que influenciam no resultado do desmonte e que
esto vinculados s selees feitas durante o planejamento do plano de fogo so: a escolha do
explosivo e a geometria da bancada. Uma vez que um parmetro escolhido ele tem
repercusso nas variveis seguintes, pois existe uma conexo entre elas. O fator que no est
associado s variveis que podem ser modificadas, o macio rochoso. A rocha um material
heterogneo e as suas propriedades podem variar amplamente dependendo das caractersticas
do macio a qual pertence. Segundo Olofsson (1990), as resistncias de trao, compresso e
cisalhamento, variam conforme os tipos de rocha presentes no macio e, portanto, variam
dentro do mesmo desmonte. Como a resistncia trao da rocha precisa ser excedida para
que haja a fragmentao, as propriedades geolgicas afetam diretamente a capacidade de
fragmentao do macio.
de comum acordo entre os autores que no existe uma frmula especfica para se
projetar um plano de fogo e que dentre as diferentes metodologias existe apenas uma certeza:
preciso avaliar cada varivel e verificar cada escolha (Konya, 1995). A metodologia
escolhida para o desenvolvimento deste trabalho ser abordada com maiores detalhes no
captulo trs deste trabalho. A escolha foi feita com base nas informaes que eram
conhecidas e pela aplicabilidade do mtodo ao modelo sugerido.
2.2.2. Perfurao
(1)
(2)
Onde na equao: CT o custo total de perfurao por metro (R$/m); B o custo por
bit (R$); CR o custo operacional do equipamento (R$/h); t o tempo de rotao (h); T
tempo de ciclo (h); F a taxa de perfurao por bit (m/bit).
A debilidade destas estimativas est em reproduzir todos os custos associados
perfurao em uma nica varivel correspondente ao equipamento, mas por outro ngulo,
quando necessrio conhecer o bit de perfurao mais econmico em relao produo, ela se
mostra adequada.
Para Paterson (1999), o custo de perfurao a soma da relao entre o custo do bit e
sua vida til, e o custo de operacionalizao do equipamento e a taxa de perfurao. Ele
afirma que esta relao serve como ferramenta para identificar a influncia dos mesmos no
custo total. A equao 3 mostra o mtodo sugerido.
(3)
no existe uma metodologia especfica para esta estimativa, sugerida a equao 4, sendo a
parcela referente aos custos indiretos rateadas conforme a empresa.
(4)
(5)
Custo de posse
Os custos de posse so referentes aos custos de compra e de posse do equipamento
at o fim de sua vida til. Ele envolve o custo de compra; seguros e impostos pagos
anualmente; e o valor residual de venda. O custo de compra envolve mais do que apenas o
custo de aquisio, tambm, preciso considerar os custos de transporte e entrega, bem como
instalao in situ, e ir depender do tipo de equipamento. Este custo deve ser fornecido em
moeda corrente. O custo que envolve impostos a serem pagos e seguro depende da localidade
da instalao, e quando ocorrem so geralmente calculados como uma porcentagem do preo
do equipamento. O valor residual o valor de venda do equipamento no fim da sua vida til.
Este valor depende do tipo de equipamento e o tipo de operao executada, bem como o seu
estado de conservao.
Segundo Jimeno et al. (1995) os custos de posse podem ser estimados pelas equaes
6 e 7, que representam os custos com impostos e seguro e os custos de depreciao do
equipamento. A deteriorizao causada pelo uso e pelo envelhecimento do equipamento,
conjuntamente a desvalorizao do mesmo, so a base para o clculo da depreciao.
30
(6)
(7)
Os custos diretos so os custos operacionais, que por sua vez so custos variveis
uma vez que dependem do volume de produo. Para Gokhale (2011), os custos operacionais
so divididos em quatro categorias: custos de manuteno e reparos; custos com materiais de
consumo; custos de mo de obra direta; e custos com acessrios e bits.
(8)
(9)
Materiais de consumo
Os custos com materiais de consumo envolvem todo o tipo de material que
consumido durante a operao, entre eles est: a energia; lubrificantes; leo; gua; pneus;
esteiras; entre outros.
O custo com combustvel ou energia depende do tipo e porte do equipamento. Para o
clculo do consumo de combustvel ou energia se deve utilizar as especificaes do
fabricante. A equao 10 e equao 11 sugeridas por Jimeno et al. (1995) calculam o custo em
funo da potncia do motor e o preo do combustvel ou energia, respectivamente.
(10)
(11)
O custo com lubrificante, graxa e filtros pode ser estimado em funo do consumo de
energia, sendo considerados 10 a 20% do mesmo dependendo do equipamento (Jimeno et al.,
1995). Para a estimativa de consumo de lubrificantes em perfuratrizes rotativas, Gokhale
1
Wagner Mining Equipment Co. Technical Manual, Equipment Features and Applications Data. 1987.
32
(12)
Acessrios e bits
O processo de perfurao envolve um grande consumo de acessrios, uma vez que
eles sofrem impactos constantes, necessitando de trocas frequentes. Por sua vez a dureza da
rocha tem grande influncia no consumo de bits, barras, hastes, luvas, martelo, etc. Como o
consumo destas peas depende da mesma, seu custo pode variar entre 15 a 40% das despesas
totais com perfurao (Rajpot, 2009). Os custos so estimados em funo da vida til dos
acessrios, cujo valor muito difcil de serem previstos, tendo em vista s inmeras variveis
que influenciam o mesmo, como as caractersticas do macio, as propriedades da rocha, tipo
de equipamento, dimetro de perfurao, entre outros fatores (Gokhale, 2011).
Em geral, os custos de acessrios so estimados em funo do seu custo de compra
dividido pela vida til, fornecendo o custo por metros. Quando se sabe a quantidade de metros
que se deseja perfurar, basta multiplicar o custo por metro pela quantidade de metros
perfurados que se obtm o custo com o acessrio. O custo com hastes no pode ser aplicado
da mesma forma por variarem conforme o comprimento do furo e o tamanho da barra. O
nmero de barras inseridas em srie em um furo utilizado para achar este custo (Jimeno,
2005) como mostrado na equao 13.
(13)
Mo de obra
33
O custo associado mo de obra inclui todos os custos anuais (perodo fixo) com o
operador da perfuratriz mais assistente (quando houver) contando custos com benefcios,
dividido pelo nmero de horas produzidas no perodo. Este custo o custo horrio de mo de
obra direta.
O custo total de perfurao pode ser resumido pela equao 14 que representa a soma
de todas as parcelas envolvidas nos custos de posse e de operao divididas pela
produtividade da perfuratriz (Jimeno et. al, 1995).
(14)
(15)
Uma vez que conhecido o custo de perfurao por furo, se pode relacionar o
mesmo com as variveis que compe o processo, uma vez que este influenciado diretamente
pela taxa de perfurao e o dimetro do mesmo. Por meio dessa estimativa se pode
compreender qual a relao do dimetro do furo e do tipo de explosivo com o custo por furo a
qual fornece um modelo inicial de controle de consumo.
2.2.3. Desmonte
Materiais Consumidos
Os materiais que so consumidos durante o processo envolvem os explosivos e
acessrios. Para obter a quantidade de material necessrio preciso saber as especificaes
selecionadas no plano de fogo, que variam conforme os fatores j discutidos anteriormente e
35
que iro influenciar diretamente neste custo. A partir do dimensionamento dos furos e da
malha de perfurao, possvel obter a quantidade de explosivos por furo, chamado de peso
de carga (kg/furo) (Olofsson, 1990). Com as variveis referentes ao comprimento do furo, do
tampo e do peso de carga se consegue estimar a quantidade de explosivo no furo, bem como
o custo associado a este carregamento, como apresentado na equao 16.
(16)
(17)
Mo de obra:
Os custos de mo de obra incluem os funcionrios envolvidos na operao, desde o
motorista responsvel pelo transporte da carga de explosivos, ao blaster e, quando possuir,
assistentes, bem como todos os benefcios e bonificaes referentes. Apesar de no haver uma
metodologia especfica para a estimativa dos custos de mo de obra, necessrio saber qual o
custo por hora trabalhada. Esta estimativa pode ser feita em funo dos valores referentes
anuais, assim como explicado na seo anterior para a perfurao. Outra hiptese seria
realizar o somatrio dos custos listados acima e dividir pelo volume de rocha fragmentada no
perodo, assim se obteria o custo por m de rocha desmontada. Scott (1996) sugere que o custo
de mo de obra, tambm, pode ser estimado por furo, para tanto necessrio conhecer o
tempo de carregamento entre os furos, mas estes no inclui o custo de mo de obra do
transporte do explosivo.
Transporte:
O custo de transporte fornecido por dois custos principais: o custo com combustvel
e o custo do caminho. Para estimar esse custo necessrio conhecer a capacidade de
carregamento do mesmo (kg/viagem) e o custo associado distncia mdia percorrida entre o
paiol e a bancada (R$/viagem). Com estes valores se podem assumir um custo mdio de
transporte por kg de explosivo transportado.
36
A soma das variveis apresentadas resulta nos custos de desmonte, como mostrado
na equao 18 (Rajpot, 2009). Ao se observar essa relao de custos, percebe-se que os custos
de desmonte so todos ligados diretamente produo e, portanto, podem ser classificados
como custos diretos e variveis.
(18)
(19)
(20)
37
Continuao Tabela 1
Nome da Varivel Unidade Clula e/ou Frmula
Custo Depreciao R$/h C14
Custo Manuteno R$/h C15
Custo de Perfurao R$/m C16=SOMA(C11:C15)/C10
Especificaes Desmonte
Custo Transporte R$/kg C18
Custo Mo de Obra direta R$/m C19
Custo Explosivo R$/kg C20
Custo Acessrios R$/furo C21
Custo de Desmonte R$/furo C22=((C5*C6)*C18)+
((C19/C7)*(C5*C6))+
((C5*C6)*C20)+C21
Custo Total
Custo por Furo R$/furo C24=(C16*C4)+(C22)
Custo por Volume R$/m C25=C24/C8
Concluso Tabela 1
Captulo 3
3. ESTIMATIVA DE CUSTO DE PERFURAO E DESMONTE
A anlise que ser apresentada foi realizada um uma mina de ferro a cu aberto,
localizada no quadriltero ferrfero no estado de Minas Gerais, Brasil. O mtodo de lavra
empregado o de cava a cu aberto por bancadas mltiplas, onde se utiliza o explosivo para
fragmentao do minrio. A geologia local dominada pelos processos de metamorfismo e
deformao, o que confere ao depsito um grau elevado de complexidade devido ao grande
nmero de dobras e descontinuidades presentes. As litologias principais distinguidas so:
hematita (dura, super dura e frivel); itabirito (duro, super duro e frivel); xisto (duro e
frivel). O minrio de ferro extrado da hematita e do itabirito, sendo o xisto uma rocha
estril.
Os dados aqui apresentados so referentes ao perodo de janeiro a outubro de 2012,
onde foi feito o levantamento dos custos de perfurao e a anlise dos boletins de fogo. Os
valores aqui apresentados foram alterados por uma constante e servem apenas para fins
didticos.
3.2. PERFURATRIZES
40
Para que se possa executar uma anlise de custeio de cada frota de equipamento,
primeiro preciso entender e quantificar o trabalho executado por cada uma delas. Para tanto
foi analisado o percentual do tempo de produo de cada frota sobre o total do perodo, como
pode ser obervado na Figura 3. O tempo de produo uma medida em horas que quantifica
41
42%
23%
20%
13%
3%
Como esta anlise de horas trabalhadas produzindo muito frgil e no pode ser
utilizada para mensurar de fato o tempo de produo, uma vez que o tempo produzindo
engloba no apenas o tempo que a perfuratriz est trabalhando, mas tambm, o tempo que ela
leva para se deslocar entre furos, foi analisado os dados referentes aos metros perfurados para
cada frota e comparados com o tempo produzindo, como mostra a Figura 4. Pode-se observar
que a relao entre tempo e metros perfurados muito prxima no perodo analisado, o que
fornece uma confiana maior sobre os dados que sero trabalhados.
42%
36%
25%
23% 23%
20%
13% 14%
3% 2%
72%
28%
MINRIO ESTRIL
Figura 5 Percentual sobre o perodo de metros perfurados de minrio e estril.
Uma vez que esta separao foi feita, deve-se observar se algum dos equipamentos
destinado ao decapeamento, ou seja, apenas para perfurao de estril, para tanto foi analisada
a perfurao de minrio e estril por frota sobre o perodo, como mostra a Figura 6. Pode-se
observar que no existe um equipamento especfico para perfurar minrio ou estril e que a
anlise de custo deve considerar que todos perfuram todos os tipos de rocha.
25%
17%
16%
13%
11%
9%
6%
1% 1% 1%
38%
23%
13%
10%
4% 6%
3%
1% 1%
Figura 7 Percentual sobre o perodo de metros perfurados para cada litologia analisada.
Para realizar a estimativa da taxa de perfurao pode-se optar por frmulas tericas
que invariavelmente fornecem valores aproximados, ou usando dados reais. Como esta anlise
44
possui os valores das duas variveis necessrias para a estimativa, que so aos metros
perfurados e ao tempo necessrio para perfur-los, optou-se por utiliz-los.
Como esta taxa de fundamental impacto nas estimativas de custo preciso primeiro
provar que existe de fato uma correlao entre as duas variveis utilizadas para no acarretar
em erros elevados. Para tal, foram isoladas cada litologia perfurada para cada frota e somados
os tempos de perfurao e os metros perfurados para cada categoria. Na Figura 8 esto
discretizados estes pontos, onde possvel observar que existe uma linearidade entre os
metros perfurados e o tempo de perfurao.
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
0 20000 40000 60000 80000 100000
Perfurao (m)
Figura 9 Relao entre horas de perfurao e metros perfurados para cada frota
O que se pode observar que o tempo aumenta linearmente em relao aos metros
perfurados, e que apesar de existirem pontos isolados, o grau de correlao encontrado para as
frotas considerado alto e, portanto satisfatrio, o que indica que o comportamento das frotas
segue um padro.
Ao se realizar a anlise de cada litologia em cada frota, percebeu-se que existiam
muitos dados que representavam uma metragem de perfurao insignificante, como por
exemplo, 2 metros. O que ocorre que como se est trabalhando com mdias, muitas vezes a
repetio destes dados pode influenciar na taxa de perfurao de forma a distorcer seu valor.
Portanto optou-se por realizar uma filtragem destes valores, que foi feita da seguinte forma:
46
para cada frota foram separadas as litologias; foi calculado o desvio padro dos metros
perfurados de cada litologia; foram desconsiderados os dados referentes aos metros
perfurados menores do que o desvio padro.
Aps a filtragem de dados que poderia ocasionar uma distoro na estimativa da taxa
de perfurao, foi calculada pontualmente a taxa de perfurao e a Tabela 4 mostra os valores
mdios encontrados para cada litologia em cada frota. importante ressaltar que alguns
equipamentos no perfuraram no perodo analisado algumas litologias, nestes casos optou-se
por considerar a taxa de perfurao sendo igual mdia calculada para a litologia em questo.
Estes valores podem ser observados na Figura 10.
Tabela 4 Taxa de perfurao (m/h) para cada frota em cada litologia analisada
Litologias ROCL8 ROCD7 T4BH SKSW 1190E
Hematita superdura 11,27 11,27 15,88 10,46 11,03
Itabirito superduro 19,94 16,36 14,07 9,74 11,65
Xisto duro 18,64 15,32 15,36 13,13 10,46
Hematita dura 19,03 16,69 19,75 13,75 12,26
Itabirito duro 20,21 17,51 19,75 13,74 17,51
Hematita canga 20,97 18,18 23,98 18,50 20,86
Hematita frivel 23,44 26,32 26,71 22,91 34,71
Xisto frivel 27,62 27,71 27,85 26,05 30,70
Itabirito frivel 36,45 27,71 31,87 25,49 20,85
27,7 27,7
25,1
20,9
17,2 17,5
15,3
13,9
11,3
HEM ITB XISTO HEM ITB DURO HEM HEM XISTO ITB
SUPER SUPER DURO DURA CANGA FRIAV FRIAV FRIAV
DURA DURO
Pela Figura 11, pode-se observar que a tendncia da taxa de perfurao para todas as
frotas aumentar conforme a rocha se torna mais branda. Como dito anteriormente, algumas
47
30
25
20
15
10
5
0
HEM ITB XISTO HEM ITB HEM HEM XISTO ITB
SUPER SUPER DURO DURA DURO CANGA FRIAV FRIAV FRIAV
DURA DURO
Pode-se observar que cada equipamento possui sua caracterstica quanto ao tipo de
perfurao e, portanto, cada um deles vai possuir uma eficincia de perfurao diferente em
relao a cada tipo de rocha, que ir acarretar em taxas de perfurao distintas entre eles, j
que cada um possui uma tendncia.
Para a estimativa dos custos de perfurao foram analisados os dados fornecidos pela
empresa no perodo de janeiro a outubro de 2012. Os dados fornecidos so relativos frota de
perfuratrizes e esto divididos em custos de manuteno e custos operacionais por ms,
portanto eles no esto distinguidos por equipamento. Esta uma maneira muito comum de
anlise de custeio, onde so agrupados os mesmos tipos de equipamento, no caso, pela frota,
na tentativa de simplificar a estimativa.
A anlise inicial foi feita para compreender qual era a relao de custo entre
manuteno e operao no perodo analisado. Para tanto foi utilizado os relatrios oficiais da
empresa que classificam os custos em manuteno e operacionais. A Figura 12 mostra o
48
MANUTENO OPERAO
75%
67% 64%
60% 62%
56% 56% 58%
54%
44% 44% 46%
40% 42%
38% 36%
33%
25%
MANUTENO OPERAO
66% 63%
61%
54% 52% 48%
46%
39% 37%
34%
Para tentar responder o questionamento foi analisada a relao dos custos com o
tempo produzindo de cada frota no perodo. A Figura 15 resume os custos do perodo e
reproduz ao mesmo tempo as frotas que so mais econmicas, ou seja, produzem mais e
gastam menos. No caso a frota SKSW se sobressai dentre as outras, pois os custos associados
a sua frota em relao manuteno e operao o menor, ou seja, foi gasto praticamente a
mesma quantia e ao mesmo tempo ela trabalhou o dobro do que a segunda frota que mais
trabalhou.
50
44%
21% 19%
17% 16% 16%15% 14%
11% 10%
8% 6%
1% 1% 3%
44%
30%
28%
24%
21% 19%
17%
14%
2% 3%
R$/h
71,4
57,1
38,4 38,4 42,9
engloba todos os episdios que geram manuteno. O que ficou claro anteriormente que as
manutenes no programadas so os que despendem mais tempo e que, portanto, este custo
relacionado a estas paradas o mais elevado e que devido aos inmeros acontecimentos
distintos que podem ocasionar estes gastos, este um custo muito complexo de se estimar,
uma vez que no possui um padro de ocorrncia.
Os dados fornecidos nos relatrios oficiais sobre a manuteno englobavam alguns
custos, cujos quais no foi possvel determinar a procedncia, como custos com contratos,
diversos e outros. Estes custos juntos somavam mais de 50% do total e, portanto so
relevantes para a estimativa, mas como no se pode afirmar com quais variveis esto
vinculados, optou-se por trabalhar com os custos de manuteno fornecidos pela prpria
oficina. Estes custos esto detalhados quanto ao tipo de gasto com cada frota, mas no possui
o custo com mo de obra, este que foi trazido dos relatrios oficiais.
Com os dados distinguidos (peas, mo de obra) por ms e por frota, optou-se por
buscar uma correlao deste valor com outras variveis, como a produo (em metros
perfurados), as horas trabalhadas e as horas em manuteno. Observou-se que em alguns
meses determinada frota no operou, ou seja, ela ficou em manuteno, e teve um custo
associado a este perodo. Isso significa que o custo de manuteno est associado s horas de
manuteno, como pode ser observado na Figura 18.
R$ MAN HM
29% 28%
25% 27% 25%
22%
20%
15%
4% 5%
A partir desta relao foi possvel calcular o custo de manuteno por hora de
manuteno para cada frota em cada ms do perodo analisado. A Figura 19 mostra a mdia
dos valores encontrados para cada frota de perfuratriz.
53
R$MAN/HM
406,50
284,28 307,52
249,25 262,03
(21)
(22)
Com a produo ajustada se faz a ponderao (equao 23) das horas de manuteno,
que esto distinguidas por frota e por ms, tornando a relao mais precisa, uma vez que tanto
as horas de manuteno, quanto a taxa de perfurao esto classificadas desta forma.
54
(23)
(24)
60,00
55,00
Horas de manuteno/m
50,00
45,00
40,00
35,00
30,00 y = 96,95e-0,044x
R = 0,8614
25,00
20,00
10,00 15,00 20,00 25,00 30,00
Taxa de perfurao (m/h)
(25)
55
3000,00
y = 0,006x + 204,31
2500,00
R = 0,7121
R$ mo de obra
2000,00
1500,00
1000,00
500,00
0,00
- 100,00 200,00 300,00 400,00
Milhares
Horas trabalhadas
Como cada equipamento possui uma necessidade distinta de operador, optou-se por
manter a distino do custo por frota, como mostra a Figura 22. Mesmo os custos sendo
distintos, a mdia de R$ 109,00 por hora trabalhada.
R$/h
118,68 117,13
106,50
99,74 101,67
R$/h
110,93
88,22 86,24
63,11
48,46
R$ MR METROS
20%
15%
10%
5%
0%
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT
Figura 24 Percentual do custo de materiais de reposio e dos metros perfurados no perodo analisado.
Entendendo que quanto mais resistente for a litologia, maior ser o consumo destes
materiais, o mesmo raciocnio aplicado ao custo de manuteno foi aplicado aqui, com o
diferencial que no ir se ponderar as horas de manuteno, mas o custo com os materiais de
reposio, como apresentado na equao 26.
(26)
(27)
O resultado desta estimativa pode ser observado na Figura 25, onde os pontos
representam a mdia dos custos por metro e a taxa de perfurao calculada para cada litologia
analisada, ou seja, a partir da taxa de perfurao se pode estimar qual o custo com materiais
de reposio, se a rocha for branda a taxa maior e o custo menor e o inverso tambm so
verdadeiros.
4,00
3,50
3,00
2,50
R$/m
2,00
1,50 y = 6,1261e-0,05x
1,00 R = 0,8626
0,50
0,00
10,00 15,00 20,00 25,00 30,00
Taxa de perfurao (m/h)
30,00
20,00
10,00
0,00
HEM ITB XISTO HEM ITB HEM HEM XISTO ITB
SUPER SUPER DURO DURA DURO CANGA FRIAV FRIAV FRIAV
DURA DURO
Figura 26 Custo de perfurao por metro e por frota para as diferentes litologias.
Mais importante do que saber quais os custos finais obtidos conhecer a relao
entre as parcelas do mesmo. Para tanto foi calculada a mdia das porcentagens do custo de
perfurao para cada frota, representada pela Figura 27. O que fica evidente que os custos
de manuteno por metro so muito maiores em relao aos outros, fato este que era esperado
devido os valores encontrados previamente na seo 3.2.3.
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
ROCD7 ROCL8 SKSW 1190E T4BH
Figura 27 Percentual mdio das parcelas do custo total de perfurao por frota.
3.4. DESMONTE
de nitrato de amnio, casca de arroz e leo lubrificante descartado, oriundo dos equipamentos.
Uma grande porcentagem dos desmontes feita com emulso, como pode ser observado na
Figura 28, devido ao fato de muitos furos conterem gua, cuja situao no indicada a
utilizao do ANFO. Ela fornecida por uma contratada, terceirizando o carregamento e
detonao das bancadas que utilizam este explosivo.
ANFO EMULSO
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT
Figura 28 Percentual de utilizao de ANFO e emulso por ms do perodo analisado.
Os dados que foram analisados so referentes aos boletins de fogo fornecidos pela
empresa. Estes tem a finalidade de controlar e monitorar a qualidade dos desmontes
realizados e deve representar da forma mais fiel possvel, a realidade executada em campo, j
que muitas vezes o responsvel no tem condies de acompanhar todos os desmontes,
portanto fundamental a exatido dos dados para com a realidade executada.
A Figura 29 apresenta o total de toneladas fragmentadas por ms no perodo
analisado. Ao comparar com a Figura 30, observa-se que a diminuio das toneladas no
primeiro ms do ano ocorreu devido precipitao elevada, que cria dificuldades para a
operao da mina.
61
8,00
Milhes Ton
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
-
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT
3.4.1.1. Explosivos
fabricando grandes volumes nos quais o custo final fica diluindo. A Figura 31 apresenta os
valores do explosivo ANFO durante o perodo analisado e o custo mdio de R$ 0,81 por kg
que foi utilizado nos clculos de custo de desmonte por furo.
0,8
0,6
0,4
0,2
0
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT
O custo da emulso foi retirado dos valores repassados pela contratada que foi de R$
1,96 por kg de emulso. O resultado da relao entre ambos pode ser visualizado na Figura
32, onde fica evidente a diferena entre os custos, sendo o valor da emulso maior que o
dobro do custo do ANFO.
ANFO Emulso
1,96
0,81
Figura 32 Custo dos explosivos utilizados nos clculos de desmonte por furo em R$/kg.
3.4.1.2. Acessrios
qual o custo destes por furo, foi necessrio estimar o consumo deles. Para esta estimativa
foram escolhidos os valores apresentados na ltima coluna da Tabela 7. Todos os valores so
estimados, uma vez que a sua utilizao vai depender do operador em campo.
3.4.1.3. Mo de Obra
A anlise da mo de obra teve de ser feita de duas formas distintas, tendo em vista
que quando se utiliza ANFO se est utilizando a mo de obra da empresa, mas quando se
utiliza emulso, a mo de obra oriunda da contratada. Para esta estimativa foram utilizados
os dados apresentados na Tabela 8 que esto divididos em mo de obra da empresa e da
contratada.
3.4.1.4. Transporte
para estimativa do custo, uma vez que o primeiro vinculado ao consumo de perfurao e o
segundo ao consumo de explosivo. A seguir ser apresentada a metodologia de estimativa e
modelamento do plano de fogo empregada neste trabalho.
(28)
ANFO Emulso
60,0
50,0
40,0
Lb (kg/m)
30,0
20,0
10,0
0,0
101,6 146,05 203,2 229 241,3
Dimetro (mm)
3.5.2. Afastamento
(29)
Pode-se observar que para uma dada litologia, quanto maior o dimetro do furo
maior ser o afastamento como apresentado na Figura 34.
2
Ash, R. L. The mechanics of rock breakage. 1963. Apud Hustrulid.
67
ANFO Emulso
8,0
7,0
Afastamento (m) 6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
101,6 146,05 203,2 229 241,3
Dimetro (mm)
Figura 34 Afastamento da bancada para diferentes dimetros para ANFO e emulso, litologia hematita.
3.5.3. Espaamento
(30)
3.5.4. Subfurao
(31)
(32)
ANFO Emulso
18,5
18,0
17,5
Metros
17,0
16,5
16,0
15,5
101,6 146,05 203,2 229 241,3
Dimetro (mm)
Figura 35 Relao entre a profundidade dos furos e os diferentes dimetros para ANFO e emulso, litologia
hematita.
3.5.6. Tampo
O tampo o material que e colocado por cima da carga de explosivos dentro do furo
para conter a energia da exploso e direcion-la para o macio. Ele funo direta do
afastamento e pode ser estimado utilizando o mesmo valor do afastamento (Hustrulid, 1999),
como apresentado na equao 33.
69
(33)
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
101,6 146,05 203,2 229 241,3
Dimetro (mm)
Figura 36 Relao entre tampo e profundidade dos furos em metros para diferentes dimetros com ANFO e
emulso, litologia hematita.
(34)
(35)
(36)
70
60
50
N de furos
40
30
20
10
0
101,6 146,05 203,2 229 241,3
Dimetro (mm)
Figura 37 Nmero de furos necessrios para comprimentos de bancada de 50 e 150m, variando o dimetro dos
furos, litologia hematita.
O que se pode observar que para emulso encontram-se razes de carga menores
em comparao ao ANFO, como mostra a Figura 38, fato que ocorre unicamente pela maior
quantidade de explosivos nos furos que utilizam emulso. A variao da razo de carga para
o mesmo explosivo ocorre devido geometria da bancada considerada, mesmo assim a
variao muito pequena.
71
Figura 38 Relao da razo de carga para ANFO e emulso para diferentes dimetros de furo.
Captulo 4
4. ANLISE DOS RESULTADOS
Para analisar as situaes distintas simuladas, foi calculado o custo de desmonte por
furo, este obtido atravs da soma entre os custos de perfurao e de desmonte por furo,
apresentados no captulo dois. Ele fornece uma estimativa dos gastos e mostra qual a relao
existente entre os equipamentos e as situaes simuladas.
Na Figura 39 se pode observar a relao em percentual das parcelas do custo de
perfurao em relao ao seu total. Tem-se a mesma relao observada anteriormente no
custo de perfurao por metro, onde a parcela que agrega maior valor a manuteno.
73
70%
60%
% CUSTO/ FURO
50%
40%
30%
20%
10%
0%
ROCD7 ROCL8 SKSW 1190E T4BH
Figura 39 Percentual do custo de perfurao por furo para cada frota.
Figura 40 Percentual do custo de desmonte por furo para cada frota no caso ANFO e emulso.
ocorre uma inverso do percentual do custo, j que com o aumento do dimetro existe uma
elevao considervel na quantidade de explosivos utilizados por furo enquanto os custos de
perfurao oscilam menos.
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
101,6 146,05 203,2 229 241,3
Dimetro (mm)
Figura 41 - Percentual do custo de perfurao e desmonte sobre o custo total do furo, litologia itabirito duro,
situao ANFO.
Figura 42 Percentual dos custos de perfurao e desmonte sobre o total do custo por furo para ANFO e
emulso e suas relaes com os dimetros de perfurao para a litologia Hematita Frivel.
Figura 43 - Percentual dos custos de perfurao e desmonte sobre o total do custo por furo para ANFO e
emulso e suas relaes com os dimetros de perfurao para a litologia Hematita Dura.
Se observada com ateno, a figura da direita apresenta custo por furo mais elevados
do que a litologia anterior e que as diferenas de custos entre explosivos permanecem e que
aumentam conforme o dimetro.
A litologia hematita superdura possui em elevado grau de resistncia e por isso est
associada s perfuratrizes com a taxa de perfurao mdia mais baixa, o que caracteriza a
dificuldade de fragmentar a rocha. Na Figura 44 da esquerda pode-se obsevar que a mesma
situao encontrada na hematita dura se apresenta aqui, onde as porcentagens de custo se
igualam em pequenos dimetros para emulso e maiores para o ANFO.
Figura 44 - Percentual dos custos de perfurao e desmonte sobre o total do custo por furo para ANFO e
emulso e suas relaes com os dimetros de perfurao para a litologia Hematita Superdura.
O que se pode analisar na sequncia das litologias apresentadas que medida que a
rocha fica mais resistente a separao entre o ponto de igualdade diminui, o que pode vir a
77
indicar uma proporcionalidade entre a aplicao dos explosivos para um dado dimetro de
furo.
Ao analisar a figura da direita, observa-se que o custo final aumentou em relao s
litologias anteriores apresentadas e que foi proporcional para ambos os explosivos, sendo
mais evidente nos dimetros maiores.
Figura 45 - Percentual dos custos de perfurao e desmonte sobre o total do custo por furo para ANFO e emulso
e suas relaes com os dimetros de perfurao para a litologia Itabirito Frivel.
Na Figura 43 direita, observa-se que a o custo total por furo maior do que os
observados na hematita frivel, principalmente para o dimetro 229 mm, o que indica que
provavelmente o equipamento correspondente possui uma taxa de perfurao menor, o que
influenciou no resultado final.
Assim como a hematita dura, o itabirito duro possui caractersticas mais resistentes e
taxas de perfuraes menores relativas s perfuratrizes. A Figura 46 a esquerda mostra uma
relao entre os percentuais de custo muito parecidos com a litologia hematita dura, sendo
78
diferente apenas no ponto onde o percentual do custo se iguala para o ANFO, sendo o da
emulso praticamente o mesmo.
Figura 46 - Percentual dos custos de perfurao e desmonte sobre o total do custo por furo para ANFO e emulso
e suas relaes com os dimetros de perfurao para a litologia Itabirito Duro.
A figura a direita mostra um aumento nos custos totais por furo em funo do
dimetro em relao litologia anterior, dado principalmente pela maior resistncia da rocha
e as taxas de perfurao menores.
Figura 47 - Percentual dos custos de perfurao e desmonte sobre o total do custo por furo para ANFO e emulso
e suas relaes com os dimetros de perfurao para a litologia Itabirito Superduro.
79
Figura 48 - Percentual dos custos de perfurao e desmonte sobre o total do custo por furo para ANFO e emulso
e suas relaes com os dimetros de perfurao para a litologia Xisto Frivel.
A litologia xisto duro apresenta uma taxa de perfurao mdia baixa, sendo somente
maior ao itabirito superduro e hematita superdura, o que caracteriza uma rocha resistente
perfurao. Explicado por este fato, a Figura 49 apresenta um comportamento similar ao das
litologias citadas, com a diferenciao de que existe uma estacionariedade entre os dimetros
146,05 e 229 mm. Como explicado anteriormente, este fato pode ocorrer devido s taxas de
80
Figura 49 - Percentual dos custos de perfurao e desmonte sobre o total do custo por furo para ANFO e emulso
e suas relaes com os dimetros de perfurao para a litologia Xisto Duro.
Pode-se observar que esta litologia apresenta um dos maiores custos total por furo
associados a ela, juntamente com a litologia itabirito e hematita superdura.
A litologia hematita canga possui caractersticas brandas e por isso uma taxa de
perfurao mdia quando comparada as outras litologias. Seu comportamento em relao aos
percentuais dos custos apresenta a distncia mais prxima entre o ponto de igualdade para os
explosivos analisados, como apresentado na Figura 50.
Figura 50- Percentual dos custos de perfurao e desmonte sobre o total do custo por furo para ANFO e emulso
e suas relaes com os dimetros de perfurao para a litologia Hematita Canga.
81
A figura da direita apresenta os custos por furo em relao aos dimetros, cujo
comportamento apresenta uma pequena elevao no dimetro 229 mm, caracterizado
provavelmente por uma taxa de perfurao menor no equipamento correspondente.
O que se pode observar foi que a tendncia dos custos praticamente a mesma para
todos os tipos de rocha, onde o custo aumenta em funo do dimetro de perfurao e quanto
maior o dimetro, menor o percentual do custo de perfurao e maior o percentual do custo de
desmonte.
Na anlise de custo por litologia foi encontrada uma relao de custos muito
similares para rochas que possuem uma taxa de perfurao prxima. Tendo em vista esta
relao direta entre o valor da taxa de perfurao e os custos, optou-se por buscar uma
correlao entre eles. Como cada frota de perfuratriz possui sua caracterstica em relao
perfurao, foram interpretados os dados por frota, procurando assim manter a relao entre
as duas variveis.
A Figura 51 apresenta a relao entre as taxas de perfurao e o custo por furo
utilizando ANFO para cada frota analisada. Os pontos correspondem as litologias
apresentadas anteriormente. O que se pode observar que as frotas de menor porte so as que
possuem um custo relativo menor associado e que a variao do custo aumenta conforme o
porte da frota, ou seja, as que custam mais tambm variam mais.
Observa-se que as frotas T4BH e 1190E so muito similares em relao ao custo por
furo, principalmente para taxas de perfurao elevadas, com a diferena que a frota 1190E
possui uma variao maior.
82
2000,00
1600,00
R$ total/ furo
1200,00
800,00
400,00
0,00
10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00
Taxa de Perfurao (m/h)
Figura 51 Anlise da relao existente entre o custo por furo com ANFO e a taxa de perfurao para cada frota.
3000,00
2500,00
R$ total/ furo
2000,00
1500,00
1000,00
500,00
0,00
10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00
Taxa de Perfurao (m/h)
Figura 52 Anlise da relao existente entre o custo por furo com emulso e a taxa de perfurao para cada
frota.
R = 0,9938
800,00
600,00
400,00 y = 5165,1x-0,719
R = 0,9942
200,00
0,00
10,00 15,00 20,00 25,00 30,00
Taxa de Perfurao (m/h)
Figura 53 Relao entre a taxa de perfurao e o custo por furo para a frota ROCD7.
A melhor reta ajustada aos pontos que correspondem ao custo por furo e a taxa de
perfurao foi o modelo de potncia, uma vez que o custo nunca ser zero, mas ir tender ao
infinito quanto maior for taxa de perfurao. Como pode ser observado, o coeficiente de
ajuste dos pontos a curva um valor considerado timo, justificando a escolha do modelo.
84
1200,00
1000,00
800,00
600,00
400,00 y = 4352,1x-0,584
R = 0,9868
200,00
0,00
10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00
Taxa de Perfurao (m/h)
Figura 54 Relao entre a taxa de perfurao e o custo por furo para a frota ROCL8.
2500,00 y = 4676,8x-0,27
R$ total/ furo R = 0,9956
2000,00
1500,00
1000,00
y = 4488,5x-0,469
500,00 R = 0,9904
0,00
10,00 15,00 20,00 25,00 30,00
Taxa de Perfurao (m/h)
Figura 55 Relao entre a taxa de perfurao e o custo por furo para a frota SKSW.
2000,00
1500,00
1000,00
y = 4906,1x-0,446
500,00 R = 0,9933
0,00
10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00
Taxa de Perfurao (m/h)
Figura 56 Relao entre a taxa de perfurao e o custo por furo para a frota 1190E.
86
A frota T4BH possui o maior dimetro de furo, o que, segundo a anlise realizada at
o presente, deveria conferir a esta frota a caracterstica de possuir os maiores custos
associados s taxas de perfurao. Mas ao analisar a Figura 57, se observa que o custo
associado a menor taxa de perfurao menor em comparao a frota 1190E apresentada
anteriormente. A diferena que a frota T4BH a que menos variou em funo da taxa de
perfurao.
2000,00
1500,00
1000,00
y = 4019,9x-0,389
R = 0,9776
500,00
0,00
10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00
Taxa de Perfurao (m/h)
Figura 57 Relao entre a taxa de perfurao e o custo por furo para a frota T4BH.
35
30 1,40
N de furos
1,20
25
1,00
20
0,80
15
0,60
10 0,40
5 0,20
0 0,00
10 20 50 100 120 150 200
Comprimento da bancada (m)
Figura 58 Relao entre o nmero de furos e a razo de carga em funo de diferentes comprimentos de
bancada para os dois tipos de explosivos, observado para a litologia itabirito duro e para a frota T4BH.
encontradas para ANFO e emulso, estas que so justificadas pela concentrao de carga
(kg/m) que para o ANFO menor.
1,20
15.000,00
1,00
0,80
10.000,00
0,60
5.000,00 0,40
0,20
- 0,00
10 20 50 100 120 150 200
Comprimento da bancada (m)
Figura 59 Relao entre o nmero de furos e a razo de carga em funo de diferentes comprimentos de
bancada para os dois tipos de explosivos, observado para a litologia itabirito duro e para a frota T4BH.
Figura 60 - Custo por m em funo do comprimento da bancada para as diferentes frotas e litologias.
90
1,40
Figura 61 Relao entre a profundidade dos furos e a razo de carga em funo de diferentes alturas de
bancada para os dois tipos de explosivo, observado para a litologia itabirito duro e para a frota T4BH.
25.000,00 1,00
20.000,00 0,80
15.000,00 0,60
10.000,00 0,40
5.000,00 0,20
- 0,00
9 12 15 20 40 60 100
Altura da bancada (m)
Figura 62 Relao entre o volume de rocha desmontada e a razo de carga em funo de diferentes alturas de
bancada para os dois tipos de explosivo, observado para a litologia itabirito duro e para a frota T4BH.
A relao do custo por m para as diferentes alturas de bancada em funo das frotas
foi distinguida em funo das litologias, a fim de buscar uma correlao entre estas variveis.
Na Figura 63, observa-se que o maior custo por m em todas as litologias analisadas o da
frota ROCD7, cujo dimetro associado o menor, e que o menor custo da frota T4BH, cujo
dimetro associado o maior. Em todas as litologias possvel observar esta tendncia de
diminuio do custo em funo do dimetro.
Quando se observa o custo em relao altura da bancada, se pode constatar que
existe uma variao muito pequena do mesmo e que ela irrisria quando comparada a
grandeza da varivel, sendo que em algumas litologias ela mais perceptvel do que em
outras. Como o comportamento analisado entre a profundidade do furo e o volume a ser
fragmentado similar, o que influencia no custo o dimetro do furo, representado pelas
frotas. Mesmo a altura da bancada sendo um dos fatores preponderantes na variao do
volume de rocha a ser fragmentada, ela no decisiva quando abordamos o custo por m.
92
Figura 63 Custo por m simulado para as diferentes alturas de bancada em funo das frotas para cada litologia.
93
10,00
9,00
8,00
7,00
6,00
R$ /m
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
XIST HEM XIST ITB HEM ITB HEM HEM
FRIAV CANGA DURO FRIAV FRIAV DURO DURA SUPER
DURA
Figura 64 Custo por m quando utilizado ANFO para as diferentes frotas em relao s litologias.
94
8,00
7,00
6,00
5,00
R$ /m
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
XIST HEM XIST ITB HEM ITB HEM HEM ITB
FRIAV CANGA DURO FRIAV FRIAV DURO DURA SUPER SUPER
DURA DURO
Figura 65 Custo por m quando utilizado ANFO para as diferentes frotas em relao s litologias.
Figura 66 Custo por m em funo da litologia para cada frota, com ANFO e emulso.
O custo por m est diretamente ligado ao dimetro do furo, uma vez que ele varia
conforme a quantidade de materiais consumidos pelo mesmo, ento quanto maior o furo,
maior o custo associado a este. Esta relao foi discutida na seo 4.1, onde se concluiu que
96
quanto menor era o furo, menos material era consumido pelo mesmo e, por conseguinte
menor o custo.
A Figura 67 apresenta as diferentes relaes entre os dimetros dos furos e os custos
por furo e por m associado aos mesmos para cada litologia. O que se pode observar que
quanto maior o dimetro menor o custo por m e que o inverso tambm verdadeiro.
Quando se analisa as situaes simuladas entre os explosivos, percebe-se que as
diferenas que so maiores quando observamos o custo por furo se tornam pequenas quando
comparadas ao custo por m. Este fato pode ser explicado pela concentrao de carga no furo
que mais elevada para a emulso, mas que justamente justificada por este fato, a bancada
necessita de um menor nmero de furos, o que acarreta em um volume maior desmontado por
furo, portanto o custo acaba sendo diludo no volume.
97
Figura 67 Custo por m e por furo em funo dos dimetros de perfurao para cada litologia analisada.
98
Para observar as oscilaes do custo por m, foi fixado a litologia em itabirito duro, o
comprimento da bancada em 50m e a altura em 15m. Para determinar estas variaes, foram
simulados cenrios onde o custo variava 50% a mais e a menos. A Figura 68 referente
variao encontrada quando modificado o custo de perfurao por furo. Como pode ser
observado, o custo final varia entorno de 40 a 20% quando aumentamos e diminumos o custo
de perfurao no caso para ANFO e para emulso esta variao menor, cerca de 30 a 10%.
Figura 68 Percentual da variao do custo por m em funo do percentual do custo total de perfurao por
metro.
pequeno em relao ao custo total, ou seja, caso ocorra um aumento ou decrscimo neste
custo a sua influncia no custo final est entre as porcentagens observadas.
Figura 69 Percentual da variao do custo por m em funo do percentual do custo de combustvel por furo.
Figura 70 Percentual da variao do custo por m em funo do percentual do custo de mo de obra por furo.
Figura 71 Percentual da variao do custo por m em funo do percentual do custo de materiais de reposio
por furo.
Figura 72 Percentual da variao do custo por m em funo do percentual do custo de depreciao por furo.
A Figura 73 mostra a ltima anlise que foi realizada entre os custos de perfurao
por furo, onde foi observada a variao em funo do custo de manuteno por furo. Se pode
observar que o percentual varia entre 20 e 10% para ANFO e entre 13 e 5% para emulso.
Figura 73 Percentual da variao do custo por m em funo do percentual do custo de manuteno por furo.
101
Nos casos simulados foi observado que as menores oscilaes, ou seja, sensibilidade
no custo por m foram encontradas quando se varia os custos de mo de obra e materiais de
reposio por furo. Esta menor influncia destas variveis pode ser observada previamente
quando foi feito a anlise do custo por furo na seo 4.1 onde elas apresentaram um
percentual menor sobre o custo total. A maior sensibilidade foi observada quando se variou o
custo de manuteno por furo, j que este representa a maior parcela dentre os custos de
perfurao.
A frota de perfuratrizes que apresentou a maior oscilao devido s simulaes foi a
frota ROCD7, que por sua vez a que possui o maior custo associado e a que apresentou a
menor oscilao foi a frota T4BH, esta que possui o menor custo por m associado. Portanto,
se pode concluir que quanto menor for o custo por m, menor ser a sensibilidade devido s
variaes dos custos da operao de perfurao, uma vez que ela diretamente funo da
grandeza da mesma.
Figura 74 Percentual da variao do custo por m em funo do percentual do custo de desmonte por furo.
Figura 75 Percentual da variao do custo por m em funo do percentual do custo de transporte por furo.
Figura 77 Percentual da variao do custo por m em funo do percentual do custo de explosivos por metro.
Captulo 5
5. CONCLUSES E RECOMENDAES
5.1. CONCLUSES
carga maior por furo quando comparada ao ANFO o que por consequncia, leva a um menor
nmero de furos necessrios para desmontar uma bancada de mesmo comprimento,
agregando aos seus furos um volume maior do que para o ANFO, sendo o custo diludo neste
volume.
A ferramenta utilizada proporcionou a estimativa do custo por furo, que por sua vez
forneceu um nmero de informaes bastante elevado quanto relao existente entre o custo
de perfurao e de desmonte para diferentes dimetros de furo para ambos explosivos. Foi
possvel analisar que existe um ponto onde estes custos se igualam e que ele ocorre em
diferentes momentos em funo da taxa de perfurao. Devido a esta conexo direta entre o
custo por furo e a taxa, foi possvel determinar as equaes da reta que passam pelos pontos
referentes a estas duas variveis, que foram distinguidos por tipo de frota. A obteno destas
equaes sugere que seja possvel a sua utilizao na estimativa de outras litologias, apenas
possuindo a informao referente taxa de perfurao respectiva a ela.
Alm de fornecer o custo por furo, o algoritmo estimou o custo em funo da
geometria da bancada. Para tal, foram elaboradas situaes que dependiam apenas das
variveis: o comprimento da bancada; altura de bancada; dimetro do furo; e litologia. A
simulao destas variveis modifica o plano de fogo, que, por conseguinte afeta o volume de
rocha a ser fragmentado por furo e o custo final.
Com o uso da ferramenta foi possvel concluir que a geometria da bancada
influenciava mais quando em pequenas distncias e que quanto maior o comprimento e a
altura, menor era o custo por m. Observou-se tambm que quanto maior o comprimento da
bancada, mais estacionrio o custo ficava, o que foi justificado pela razo de carga possuir
este mesmo comportamento. Quanto altura, a variao encontrada nas simulaes foi muito
pequena em relao grandeza do valor. No final, concluiu-se que o fator predominante era o
dimetro do furo e que ele, juntamente com a taxa de perfurao, era os responsveis diretos
sobre o custo de perfurao.
Ao observar o conjunto de informaes obtidas nos diferentes cenrios, a concluso
foi que quanto maior o dimetro do furo e maior a taxa de perfurao, menor o custo por m e
que o inverso tambm verdadeiro.
A utilizao do algoritmo permitiu realizar uma anlise de sensibilidade a fim de
compreender qual seria o impacto sofrido no custo final do produto quando ocorrer
oscilao de algum custo associado ao processo. Para esta anlise foram simuladas diferentes
situaes de variao nos custo de perfurao e de desmonte por furo, que oscilaram em 50%
para mais e para menos. O que foi observado na anlise de perfurao foi que o custo que
107
mais influenciou no custo por m foi o com a manuteno e que nas situaes que utilizaram
ANFO eram sempre mais elevados os impactos do que com nos casos com a emulso. Este
fato pode ser explicado pelo volume desmontado pelo furo de emulso que maior do que
aquele desmontado para ANFO, que acarreta em um custo por m menor para este explosivo
em funo deste volume.
O trabalho executado pode ser de grande valia no auxlio na tomada de decises
quanto ao equipamento mais economicamente vivel para executar determinado plano de fogo
em uma rocha especfica, bem como quais as situaes de custo que podem ocorrer em funo
da escolha do tipo explosivo. Alm destas informaes, a ferramenta quando corretamente
calibrada, pode fornecer estimativas de custos em funo do volume de rocha a ser
fragmentado e pode auxiliar na elaborao do custo oramentrio em funo da produo a
ser atingida.
5.2. RECOMENDAES
similar? Seria possvel medir esta variao? O aprofundamento das questes acima, bem
como uma anlise mais detalhada sobre as variveis, acrescentaria informaes a aumentaria a
confiabilidades dos dados.
109
REFERNCIAS
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