Equacoes Diferenciais Na Fisica - Carla Simoes
Equacoes Diferenciais Na Fisica - Carla Simoes
Equacoes Diferenciais Na Fisica - Carla Simoes
Departamento de Matemtica
Universidade de vora
2014
Maro de 2014
Equaes Diferenciais na Fsica
Dissertao de Mestrado
Carla Alexandra Estima Simes
Departamento de Matemtica
Universidade de vora
2014
Um agradecimento especial:
Aos meus pais por tudo o que sou!
Ao meu namorado pelo apoio e pacincia.
Ao Professor Lus Bandeira pela
orientao, disponibilidade e motivao
para nalizar o trabalho.
Equaes Diferenciais na Fsica
Resumo
A modelao matemtica fornece modelos que permitem descrever, inter-
pretar e prever a evoluo de situaes reais nas mais diversas reas do
conhecimento.
As equaes diferenciais so uma das ferramentas matemticas usadas na
modelagem de fenmenos fsicos. O estudo da segunda lei de Newton e a
lei de Hooke permite deduzir que certos sistemas envolvendo massas e molas
apresentem um comportamento de oscilador harmnico.
O estudo de mltiplos osciladores acoplados e a ligao ao problema da corda
vibrante leva-nos ao estudo das equaes diferenciais parciais, das sries de
Fourier e do mtodo da separao das variveis.
6
Abstract
The mathematical modeling oer us models that allow us to describe, inter-
pret and predict the evolution of real situations in various elds of knowledge.
The dierential equations are one of the mathematic tools when modeling
physic phenomena. The study of Newton's second law and Hooke's law allow
us to deduct that certain systems which involve masses and springs show an
oscillator and harmonious behaviour.
The study of multiple coupled oscillators and the connection to the vibrating
string lead us to the study of the partial dierential equations, the series of
Fourier and to the method of the separation of variables.
Contedo
Introduo 11
Nota histrica 13
1 Equaes Diferenciais 17
1.1 Classicao das equaes diferenciais . . . . . . . . . . . . . 18
1.2 Problema de valor inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
1.3 Soluo de uma equao diferencial . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.4 Equaes diferenciais de primeira ordem . . . . . . . . . . . . 23
1.4.1 Anlise qualitativa de equaes autnomas . . . . . . 25
1.4.2 Aproximao de solues . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1.4.3 Equaes Diferenciais Separveis . . . . . . . . . . . . 33
3 Movimento Harmnico 63
3.1 Oscilador harmnico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
3.1.1 Oscilador harmnico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
3.1.2 Pndulo simples . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
3.1.3 Oscilador harmnico com amortecimento . . . . . . . 71
3.2 Osciladores acoplados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
7
8 CONTEDO
4 Sries de Fourier 89
4.1 Generalidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
4.1.1 Continuidade, diferenciabilidade e integrabilidade de
funes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
4.1.2 Funes trigonomtricas . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
4.1.3 Convergncia de sries . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
4.2 Coecientes de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
4.3 Srie de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
4.4 Estimativa dos coecientes de Fourier . . . . . . . . . . . . . 110
4.5 Sries de Fourier para funes pares e mpares . . . . . . . . . 113
4.6 Forma complexa da srie de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . 116
4.7 Convergncia das sries de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . 118
4.7.1 Convergncia pontual das sries de Fourier . . . . . . . 118
4.7.2 Convergncia uniforme das sries de Fourier . . . . . . 125
4.8 Integrao de sries de Fourier . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
5 Equaes Diferenciais Parciais de Segunda Ordem 133
5.1 Equao do Calor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
5.1.1 Denies e generalidades . . . . . . . . . . . . . . . . 134
5.1.2 Deduo da equao do calor . . . . . . . . . . . . . . 135
5.1.3 Soluo da equao do calor . . . . . . . . . . . . . . . 137
5.1.4 Discretizao da equao do calor . . . . . . . . . . . . 144
5.2 Equao da onda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
5.2.1 Denies e generalidades . . . . . . . . . . . . . . . . 146
5.2.2 Equao geral das ondas . . . . . . . . . . . . . . . . . 147
5.2.3 Equao da corda vibrante . . . . . . . . . . . . . . . 150
5.2.4 Corda com extremidades xas . . . . . . . . . . . . . . 152
5.2.5 Discretizao da equao da onda . . . . . . . . . . . . 157
6 Osciladores Harmnicos na Sala de Aula 159
6.1 Plano de aula: Oscilador harmnico . . . . . . . . . . . . . . 159
6.1.1 Atividade Laboratorial - Pndulo gravtico . . . . . . . 160
6.1.2 Atividade Prtica - Pndulo . . . . . . . . . . . . . . . 161
6.2 Plano de aula: Sistema massa-mola . . . . . . . . . . . . . . . 165
6.2.1 Atividade Laboratorial - Lei de Hooke . . . . . . . . . 166
6.2.2 Atividade Prtica - Sistema massa-mola . . . . . . . . 167
Consideraes Finais 173
Bibliograa 175
Lista de Figuras
9
10 LISTA DE FIGURAS
11
12 CAPTULO 0. INTRODUO
13
14 CAPTULO 0. NOTA HISTRICA
Equaes Diferenciais
As equaes diferenciais aparecem em importantes aplicaes nas reas da
Biologia, da Ecologia, da Sociologia, da Economia, da Termodinmica, da
Fsica, entre outras.
Muitos problemas reais, tais como, crescimento populacional, movimento de
um pndulo, propagao de doenas, movimento de corpos celestes, circui-
tos eltricos, corpos em movimento harmnico simples, so modelados por
equaes diferenciais.
No decorrer deste trabalho iremos estudar alguns problemas de modelizao
de situaes fsicas, como o movimento de um pndulo ou o movimento de
uma mola.
Nas equaes diferenciais que aparecem ligadas a problemas de movimento,
a varivel independente usualmente representada por t e a funo que
desejamos encontrar, a varivel dependente, representada por x.
Vejamos exemplos de alguns modelos fsicos que recorrem s equaes dife-
renciais:
- De acordo com a segunda lei de Newton, a fora proporcional
acelerao a de um corpo de massa m
F = ma. (1.1)
Esta equao conhecida, tambm, como a equao do movimento de
Newton e pode ser representada na forma de equao diferencial como
mx00 = f (t, x, x0 ), (1.2)
em que temos um objeto de massa m em movimento ao longo do eixo
x na posio x(t) no momento t, com fora f (t, x(t), x0 (t)) que atua no
objeto no tempo t.
17
18 CAPTULO 1. EQUAES DIFERENCIAIS
Denio 7 Uma soluo de uma EDO uma funo , denida num in-
tervalo I , que tem pelo menos n derivadas e verica
Uma soluo particular pode ser obtida a partir das condies iniciais do
problema.
(1.15)
x(0) = x0 .
f
Se f (t, x) e (t, x) so funes contnuas em R, ento existe um intervalo I
x
centrado no ponto t0 e uma nica funo x = x(t) denida em I que satisfaz
o PVI 1.18.
num intervalo I .
Demonstrao:
Seja x(t) soluo do PVI 1.18 num intervalo I .
Ento x diferencivel em I e x0 (t) = f (t, x(t)).
Integrando de t0 a t ambos os membros da equao x0 (t) = f (t, x(t)) obtemos
Z t Z t Z t
0
x (s)ds = f (s, x(s))ds x(t) x(t0 ) = f (s, x(s))ds
t0 t0 t0
Z t
x(t) = x(t0 ) + f (s, x(s))ds
t0
e Z t0
x(t0 ) = x0 + f (s, x(s))ds = x0 .
t0
Mtodo de Euler
O mtodo de Euler usa a informao do instante tn para calcular uma apro-
ximao da soluo no instante seguinte tn+1 . O PVI transmite a informao
do valor inicial e do valor da derivada de x em cada ponto.
Sabemos que o grco da soluo passa pelo ponto (t0 , x0 ) com inclinao
igual a f (t0 , x0 ). O mtodo tambm conhecido pelo mtodo da tangente
pois podemos aproximar a soluo que procuramos pela funo cujo grco
a reta tangente ao grco da soluo no ponto (t0 , x0 ), isto ,
x = x0 + f (t0 , x0 )(t t0 ). (1.28)
(tn , 0), (tn+1 , 0), (tn , f (tn , xn )), (tn+1 , f (tn+1 , xn+1 )), (1.37)
Mtodo de Runge-Kutta
O mtodo de Runge-Kutta de ordem n caraterizado por no exigir o clculo
de derivadas parciais de f (t, x) e apenas necessitar do clculo de f (t, x)
no nmero de pontos que depende a ordem dos mtodos. A expresso do
mtodo coincide com a expresso do mtodo de Taylor em torno de (t, xi )
de mesma ordem, quando agrupados os termos em relao s potncias de
h. A desvantagem do mtodo o no conhecimento da estimativa do erro,
o que poder no facilitar a escolha do passo h.
O mtodo de Euler 1.36 um mtodo de Runge-Kutta de primeira ordem e
o mtodo de Euler melhorado 1.41 um mtodo de Runge-Kutta de segunda
ordem.
dos mtodos mais usados, sendo o mtodo de Runge-Kutta de quarta
ordem o mais eciente para obter solues aproximadas de PVI.
No nosso caso iremos ver somente a aplicao do mtodo de segunda ordem.
6
pequeno,
h2 f (ti , xi ) f (ti , xi )
xi+1 xi + f (ti , xi )h + + f (ti , xi ) . (1.43)
2 t x
em que
k1 = hf (tn , xn );
(1.45)
k2 = hf (tn + b1 h, xn + b2 k1 ),
coincida com a expresso 1.43 do desenvolvimento do polinmio de Taylor.
Comecemos por desenvolver k2 = hf (tn + b1 h, xn + b2 k1 ) com recurso ao
polinmio de Taylor,
k2 = hf (tn + b1 h, xn + b2 k1 )
f (tn , xn ) f (tn , xn )
= hf (tn , xn ) + b1 h2 + b2 h2 f (tn , xn ) .
t x
Substituindo na expresso 1.44, vem que
2 f (tn , xn ) f (tn , xn )
xn+1 = xn + a1 f (tn , xn ) + a2 hf (tn , xn ) + b1 h + b2 hf (tn , xn )
t x
2 f (tn , xn ) f (tn , xn )
= xn + (a1 + a2 )hf (tn , xn ) + h ha2 b1 + a2 b2 f (tn , xn ) .
t x
1
onde g(x) = .
h(x) R
Denamos G(x) = g(x)dx, donde
dG
g(x)dx = f (t)dt dx = f (t)dt
dx
dG dx
= f (t).
dx dt
Da aplicao da regra da cadeia, vem
d
G(x(t)) = f (t). (1.50)
dt
Esta equao facilmente resolvida integrando ambos os membros,
Z Z Z
d
G(x(t))dt = f (t)dt G(x(t)) = f (t)dt + c. (1.51)
dt
1
onde g(x) = .
h(x)
1.4. EQUAES DIFERENCIAIS DE PRIMEIRA ORDEM 35
Obtemos uma curva que passa pelo ponto (t0 , x0 ) e que dene implicitamente
a soluo da equao 1.48 sujeita condio inicial x(t0 ) = x0 .
Consideremos a EDO de primeira ordem
x0 (t) = f (t). (1.54)
Aplicando o mtodo de resoluo de separao de variveis, temos
Z Z Z
dx
dt = f (t)dt x(t) = f (t)dt + C. (1.55)
dt
Ou seja, a soluo geral da equao dada, com C constante, por
Z
x(t) = f (t)dt + C. (1.56)
36 CAPTULO 1. EQUAES DIFERENCIAIS
Captulo 2
37
38 CAPTULO 2. EDO LINEARES HOMOGNEAS ...
x01 (t)
a11 . . . a1n x1 (t)
.. .. .. .. (2.9)
. = . . .
x0n (t) an1 . . . ann xn (t)
ou na forma
X 0 (t) = AX(t), (2.10)
com
a11 . . . a1n x1 (t)
.. .. .. (2.11)
A= . . e X(t) = . .
com ai , i = 0, . . . , n 1 constantes.
A equao 2.12 pode ser escrita na forma de um sistema de n equaes
diferenciais de primeira ordem, para tal, usamos as seguintes mudanas de
varivel:
x1 = y
0
x2 = y
.
.. (2.13)
xn1 = y (n2)
xn = y (n1)
40 CAPTULO 2. EDO LINEARES HOMOGNEAS ...
xn (t)
cujos elementos so n funes diferenciveis denidas em IR com valores
reais ou complexos, que satisfazem o sistema 2.10 no intervalo I .
Teorema 2 (Princpio da sobreposio para sistemas lineares homogneos)
Sejam X1 (t), . . . , Xn (t) um conjunto de vetores soluo do sistema de ordem
n homogneo 2.10 num intervalo I .
Ento a combinao linear
X(t) = c1 X1 (t) + . . . + cn Xn (t) (2.17)
tambm soluo do sistema em I .
Demonstrao:
Por hiptese, para cada i = 1, . . . , n, temos AXi (t) = Xi0 (t).
Portanto,
X 0 (t) = c1 X10 (t) + . . . + cn Xn0 (t)
= c1 AX1 (t) + . . . + cn AXn (t)
= A (c1 X1 (t) + . . . + cn Xn (t))
donde X 0 (t) = AX(t).
O seguinte resultado apresenta um teste independncia linear das solues.
2.1. SISTEMAS DE EQUAES DIFERENCIAIS... 41
Demonstrao:
Suponhamos que X1 (t), . . . , Xn (t) so solues linearmente dependentes.
Ento existem constantes c1 , . . . , cn no todos nulos, tais que
No caso de t = t0 ,
0
c1 X1 (t0 ) + . . . + cn Xn (t0 ) = ... .
Demonstrao:
Sejam X1 (t), . . . , Xn (t) as n colunas de X(t),
X 0 (t) = X10 (t) . . . Xn0 (t)
e
AX(t) = AX1 (t) . . . AXn (t)
donde as n equaes vetoriais
X10 (t) = AX1 (t),
..
.
Xn0 (t) = AXn (t).
(2.19)
X(t0 ) = X0
Substituindo t = t0 obtemos
X(t0 ) = X0 = c1 X1 (t0 ) + . . . + cn Xn (t0 )
X 0 (t) = et V
= et V
= et AV
= Aet V
= AX(t).
44 CAPTULO 2. EDO LINEARES HOMOGNEAS ...
det(A I) = 0. (2.24)
Demonstrao:
Para calcular um vetor prprio V temos que encontrar solues diferentes de
zero, tais que AV = V , donde
AV = V AV V = 0 (A I)V = 0.
linearmente independentes.
O seguinte resultado garante que quando a matriz A tiver n valores prprios
distintos, os seus vetores prprios associados so linearmente independentes.
2.1. SISTEMAS DE EQUAES DIFERENCIAIS... 45
Demonstrao:
Suponhamos que Y (t) soluo de Y 0 (t) = DY (t) e A = P DP 1 .
Consideremos X(t) = P Y (t) e AP = P D, ento
X 0 (t) = P Y 0 (t)
= P DY (t)
= AP Y (t)
= AX(t).
yn (t) cn en t
Da mudana de varivel 2.33 vem que
P Y (t) = X(t) (2.38)
e obtemos a soluo geral do sistema 2.10
c1 e1 t
.. (2.39)
X(t) = V1 . . . Vn .
cn e n t
= c1 e 1 t
V1 + . . . + cn en t Vn . (2.40)
(2.54)
y0 = qx py
com
x0
X(t0 ) = X0 = (2.58)
y0
e tem uma nica soluo que da forma
X(t) = c1 X1 (t) + c2 X2 (t). (2.59)
52 CAPTULO 2. EDO LINEARES HOMOGNEAS ...
Sabemos que A = P DP 1 e
X 0 (t) = P DP 1 X(t). (2.61)
Donde, multiplicando esquerda por P 1 , camos com
P 1 X 0 (t) = P 1 P DP 1 X(t) P 1 X 0 (t) = DP 1 X(t). (2.62)
Fazendo a mudana de varivel tal que
Y (t) = P 1 X(t), (2.63)
temos
Y 0 (t) = P 1 X 0 (t) (2.64)
e substituindo em 2.62 chegamos a
y10 (t)
1 0 y1 (t)
Y 0 (t) = DY (t) = . (2.65)
y20 (t) 0 2 y2 (t)
Y (t) = (2.67)
y2 (t) = c2 e2 t c2 e2 t
e
c1 e1 t
(2.77)
y(t) = c1 e1 t v2 + c2 e2 t w2 .
Donde,
Y 0 (t) = AY (t) e Z 0 (t) = AZ(t).
Temos assim solues reais pois,
Y (t) = Re(X(t))
Z(t) = Im(X(t)).
As funes complexas das solues pode ser escritas como,
X(t) = e(+i)t (a + ib) = (a + ib)et+it
= (a + ib)et [cos(t) + i sin(t)]
= et {[a cos(t) b sin(t)] + i [a sin(t) + b cos(t)]} .
e
+ i 0
D= (2.79)
0 i
tais que A = P DP 1 .
Procedendo de modo anlogo ao caso anterior, depois de efetuadas as devidas
substituies e mudana de varivel, obtemos
y10 (t)
0 + i 0 y1 (t)
Y (t) = DY (t) =
y20 (t) 0 i y2 (t)
0
y1 (t) = ( + i)y1 (t)
y20 (t) = ( i)y2 (t).
y1 (t) = c1 e(+i)t
(2.80)
y2 (t) = c2 e(i)t .
Donde,
c1 e(+i)t
v1 + iw1 v1 iw1
X(t) = P Y (t) . (2.81)
v2 + iw2 v2 iw2 c2 e(i)t
com
v1 + iw1
X1 (t) = e (+i)t
(2.84)
v2 + iw2
e
v1 iw1
X2 (t) = e (i)t
, (2.85)
v2 iw2
isto ,
2.2. EDO LINEARES HOMOGNEAS DE SEGUNDA ORDEM... 57
t v1 + iw1
X1 (t) = e [cos(t) + i sin(t)]
v2 + iw2
[v1 cos(t) w1 sin(t)] + i [v1 sin(t) + w1 cos(t)]
= et
[v2 cos(t) w2 sin(t)] + i [v2 sin(t) + w2 cos(t)]
e
t v1 iw1
X2 (t) = e [cos(t) i sin(t)]
v2 iw2
[v1 cos(t) w1 sin(t)] i [v1 sin(t) + w1 cos(t)]
= et .
[v2 cos(t) w2 sin(t)] i [v2 sin(t) + w2 cos(t)]
Logo,
x(t)
X(t) = = c1 X1 (t) + c2 X2 (t)
y(t)
v1 cos(t) w1 sin(t)
= (c1 + c2 )et +
v2 cos(t) w2 sin(t)
v1 cos(t) + w1 sin(t)
+ i(c1 c2 )et
v2 cos(t) + w1 sin(t)
X(t) = V1 c1 et + V2 c2 et . (2.93)
A trajetria est sobre uma reta que passa pela origem. No caso do valor
prprio < 0 as solues convergem para a origem. Se > 0 as solues
afastam-se da origem quando t cresce. No primeiro caso, a origem de-
signada por nodo prprio estvel (gura 2.2). Quando > 0 diz-se que a
origem um nodo prprio instvel.
tais que
A = P JP 1 . (2.95)
Donde,
u(t) = tek ,
(2.102)
y2 (t) = c2 et .
y(t) = c1 et + c2 tet v2 + c2 et w2
x(t) = (c1 + c2 t) et v1 + c2 et w1
y(t) = (c1 + c2 t) et v2 + c2 et w2 .
Movimento Harmnico
O movimento efetuado por uma partcula de massa m sujeita a uma fora
que proporcional ao deslocamento da partcula, mas com sinal oposto,
chamado de movimento harmnico simples.
Um corpo efetua um movimento harmnico simples quando oscila periodi-
camente em torno da posio de equilbrio sob a ao de uma fora restau-
radora. Os sistemas massa-mola com um corpo de massa m e constante
da mola k, formam um oscilador harmnico linear simples, com frequncia
angular r
k
w= . (3.1)
m
Uma propriedade importante do movimento oscilatrio a sua frequncia
f , isto , o nmero de oscilaes completas em cada segundo, cuja unidade
de medida o hertz - Hz (1hz = oscilao por segundo). O perodo T do
movimento o inverso da frequncia.
O movimento de uma partcula dada, como iremos ver adiante, como uma
funo do tempo por
x(t) = A cos(wt ) (3.2)
onde A, e w so constantes.
O valor de A depende de como o movimento foi iniciado e chamamos ampli-
tude do movimento, esta amplitude a magnitude do deslocamento mximo
da partcula em qualquer direo. Num movimento harmnico simples, a
frequncia e o perodo so independentes da amplitude.
A quantidade que varia com o tempo (wt ) a fase do movimento e
a constante a fase inicial ou ngulo de fase. O seu valor depende do
deslocamento e da velocidade da partcula em t = 0.
63
64 CAPTULO 3. MOVIMENTO HARMNICO
e matricialmente,
x0
0 1 x
= . (3.11)
v0 2
w 0 v
O passo seguinte passa por determinar os valores prprios da matriz de
coecientes
0 1
C= 2 , (3.12)
w 0
66 CAPTULO 3. MOVIMENTO HARMNICO
1
det(C I) = 0 2
=0
w
2 + w 2 = 0
1 = iw 2 = iw.
e [0, 2], ngulo de fase que carateriza as condies iniciais, tal que
c1 x0
cos = A = A
(3.18)
sin = c2 = v0 .
A wA
Substituindo no sistema 3.14, obtemos
e peso
mg = mg cos mg sin . (3.29)
Substituindo em 3.27 obtemos,
mg + T = ml00 mg cos mg sin mg cos = ml00
mg sin = ml00
g sin = l00
g
sin = 00 .
l
O movimento do pndulo denido pela equao
g
00 = sin , (3.30)
l
com fora restauradora proporcional a sin .
O desenvolvimento da funo seno dado por
3 5
sin = + ... (3.31)
3! 5!
e para deslocamentos de sucientemente pequenos temos sin , o que
nos leva equao do pndulo linearizada
g
00 = . (3.32)
l
r
g
Fazendo w = temos uma equao diferencial de segunda ordem equiva-
l
lente que vimos em 3.9, para o oscilador harmnico,
00 + w2 = 0 (3.33)
3.1. OSCILADOR HARMNICO 71
r
l
com perodo de oscilao T = 2 e A amplitude angular, isto , ngulo
g
mximo de oscilao.
O perodo do pndulo em pequenas oscilaes independente da amplitude
da oscilao, dependendo apenas do comprimento do pndulo l e da acele-
rao da gravidade, caraterstica do movimento harmnico simples. Temos
que quanto maior for o comprimento l do pndulo, maior o perodo T da
oscilao.
x00 + x0 + w2 x = 0. (3.37)
72 CAPTULO 3. MOVIMENTO HARMNICO
Amortecimento forte
No caso de 2 > 4w2 temos solues do polinmio caracterstico reais e a
soluo geral do sistema 3.38 dada
2 4w2 + 2 4w2
t t
x(t) = c v e + c w e
2 2
1 1 2 1
(3.41)
2 4w2 + 2 4w2
t t
v(t) = c1 v2 e + c2 w2 e .
2 2
3.1. OSCILADOR HARMNICO 73
Amortecimento crtico
No caso de 2 = 4w2 , temos uma nica soluo real.
A soluo = 2 da equao caraterstica 3.39 tem como vetor prprio
associado V = (1, ). A equao 2.109 permite determinar um vetor prprio
W = (w1 , w2 ), conhecido o vetor V .
Assim temos,
w1 + w2 = 1
1 w1 1
=
w2 w2
w2 w1 ( + )w2 =
w2 = 1 + w1 .
2 t 2 t
v(t) = e 2 t (C + Dt)
v(t) = (c1 + c2 t) e + (1 + )c2 e
(3.43)
com constantes A = c1 + c2 , B = c2 , C = (c1 + c2 ) + c2 e D = c2
determinadas pelas condies iniciais.
Neste caso o movimento atinge o equilbrio mais rapidamente e o movimento
do oscilador designado por amortecimento crtico. O sistema volta posi-
o de equilbrio sem oscilar e a massa pode passar pela posio de equilbrio
no mximo uma vez.
As representaes grcas da gura 3.6 so exemplos do comportamento da
soluo x(t) para diferentes condies iniciais.
3.1. OSCILADOR HARMNICO 75
Amortecimento fraco
p p
i 2 + 4w2 + i 2 + 4w2
1 = 1 = . (3.44)
2 2
Por 2.92 sabemos que a soluo geral do sistema 3.38 dada por
" p ! p !#
t 2 + 4w2 2 + 4w2
x(t) = e 2 c1 cos t + c2 sin t
2 2
" p ! p !#
2 + 4w2 2 + 4w2
t
v(t) = e 2 c3 cos
t + c4 sin t
2 2
p p (3.45)
2
+ 4w 2 + 4w2
2
com c1 , c2 , c3 = c1 + c2 e c4 = c2 c1
2 2 2 2
constantes determinadas com as condies iniciais.
Na representao grca da gura 3.7 a) observamos o comportamento da
soluo x(t) quando temos posio inicial xk e velocidade inicial negativa e
nula e o caso em que a posio inicial a de equilbrio com velocidade inicial
negativa.
O retrato de fase da gura 3.7 b) representa a situao em temos um ponto
de equilbrio estvel, com trajetria da soluo em espiral.
com v
u !2
2v + x0
(3.48)
u
A = tx20 + p 0
2 + 4w2
O sistema oscila com uma amplitude A que vai diminuindo, devido ao fraco
amortecimento, ao longo do tempo.
A gura 3.8 resume o comportamento dos trs casos de amortecimento com
posio inicial x0 = 0 e velocidade inicial v0 > 0.
O nico movimento oscilatrio o caso do movimento com amortecimento
fraco. Nos outros dois casos temos uma diminuio sem oscilaes em direo
posio de equilbrio.
78 CAPTULO 3. MOVIMENTO HARMNICO
00 2k k
mx001 = kx1 + k(x2 x1 ) x1 = m x1 + m x2
(3.50)
mx002 = k(x2 x1 ) kx2 x002 = k x1 2 k x2 .
m m
k
De 3.1 podemos escrever w2 = e temos o seguinte sistema
m
00
x1 = 2w2 x1 + w2 x2
(3.51)
x002 = w2 x1 2w2 x2
com
Xn (t) = cn Vn en t (3.56)
Donde,
x1 (t) 1 1
1
1
v1 (t)
= c1 ewt
iw
+c ewt
iw 3wt
i 3w +c4 e 3wt i 3w .
1 2 1 +c3 e
x2 (t) 1 1
v2 (t) iw iw i 3w i 3w
(3.57)
S nos interessa as equaes referentes ao deslocamento x1 (t) e x2 (t),
x1 (t) = c1 eiwt + c2 eiwt + c3 e 3iwt + c4 e 3iwt
(3.58)
x (t) = c eiwt + c eiwt c e 3iwt c e 3iwt .
2 1 2 3 4
Acos(wt ). (3.63)
Portanto, as solues das equaes 3.62 so
q1 (t) = A1 cos(wt 1 )
(3.64)
q2 (t) = A2 cos( 3wt 2 ).
Logo
q1 (0) = A1 cos(1 ) = A;
q2 (0) = A2 cos(2 ) = A;
(3.70)
q100 (0) = w2 A1 sin(1 ) = 0;
(3.76)
mx003 = k(x3 x2 ) + k(x4 x3 )
x003 = w2 x2 2w2 x3 + w2 x4
mx004 = k(x4 x3 ) kx4
00
x4 = w2 x3 2w2 x4 .
k
e fazendo w2 = temos
m
x00i = w2 xi1 2w2 xi + w2 xi+1 , i = 1, . . . , n. (3.79)
Para n massas acopladas oscilando existem n modos normais de oscilao
para o sistema, de modo que a soluo geral para o movimento do sistema
ser a soma de todas as solues dos n modos normais.
Seja xp a equao do movimento harmnico com amplitude Ap e frequncia
da oscilao w da p-sima massa,
isto ,
w2 + 2w02 Ap1 + Ap+1
2 = . (3.82)
w0 AP
Suponhamos que a amplitude da p-sima massa dada, para certas condies
C e , por
Ap = C sin(p) (3.83)
e denindo as amplitudes para os corpos nas posies p 1 e p + 1 da mesma
forma, temos
Ap1 + Ap+1 = C [sin((p 1)) + sin((p + 1))] (3.84)
= 2C sin(p) cos (3.85)
donde,
Ap1 + Ap+1
= 2 cos (3.86)
AP
constante e independente de p.
3.2. OSCILADORES ACOPLADOS 87
Sries de Fourier
Neste captulo vamos estudar as sries de Fourier para aplicao nas equaes
diferenciais parciais.
+
a0 X
+ [an cos(nx) + bn sin(nx)] (4.1)
2
n=1
Considerando a varivel x real temos que cos (nx) e sin (nx) so limitadas
e se a srie trigonomtrica (4.1) convergir representar uma determinada
funo f tal que:
a0 X
f (x) = + [an cos(nx) + bn sin(nx)] . (4.2)
2
n=1
Vamos ver mais adiante quais as funes que se podem representar desta
forma.
Comecemos por apresentar algumas denies e resultados aos quais iremos
recorrer neste captulo.
89
90 CAPTULO 4. SRIES DE FOURIER
4.1 Generalidades
4.1.1 Continuidade, diferenciabilidade e integrabilidade de
funes
Os teoremas e denies seguintes sero teis no entendimento de alguns
resultados importantes da teoria da sries de Fourier.
Teorema 12 Seja f funo varivel real denida num intervalo I , integr-
vel. Ento |f (x)| integrvel e
Z Z
(4.3)
f (x)dx |f (x)| dx.
I I
f (a+
j ) = lim f (x) e f (a
j ) = lim f (x).
xa+
j xa
j
1
cos x cos y = [cos(x + y) + cos(x y)] ; (4.10)
2
1
sin x sin y = [cos(x y) cos(x + y)] ; (4.11)
2
1
sin x cos y =[sin(x + y) + sin(x y)] . (4.12)
2
As funes trigonomtricas cos x e sin x so funes peridicas de perodo
2 e no respeita sua paridade, a funo cos x uma funo par e sin x
uma funo mpar.
Propriedade 2 Uma funo f , real de varivel real, peridica de perodo
T IR se
f (x + T ) = f (x), para qualquer x IR. (4.13)
Em geral, qualquer mltiplo de T tambm um perodo. Ao menor perodo
positivo chamamos perodo fundamental.
Para simplicar a escrita escreveremos s perodo em vez de perodo funda-
mental.
-nos til relembrar que
que a soma de um nmero nito de funes peridicas de um dado
perodo uma funo peridica desse perodo.
se f uma funo peridica de perodo T , ento
Z T Z T +a
f (x)dx = f (x)dx, a IR. (4.14)
0 a
Z L
nx
cos dx = 0, (4.16)
L L
94 CAPTULO 4. SRIES DE FOURIER
dado que
Z L Z L
nx nx
cos dx = 2 cos dx
L L 0 L
2L L n
Z
nx
= cos dx
n 0 L L
2L nL
= sin sin 0
n L
2L
= sin(n)
n
= 0.
Z L
mx nx L, se n = m 1
sin sin dx =
L L L
0, se n 6= m 1.
Demonstrao:
Suponhamos m, n 1, sabendo que o produto de uma funo par por uma
funo mpar uma funo mpar, vem que
Z L
mx nx
cos sin dx = 0.
L L L
4.1. GENERALIDADES 95
e para m = n, obtemos
Z L Z L
nx nx nx nx
sin sin dx = 2 sin
sin dx
L L L 0 L L
Z L
(2n)x
= cos cos 0 dx
0 L
Z L Z L
(2n)x
= cos dx 1dx
0 L 0
= 0 + L, por 4.16
= L.
Demonstrao:
As propriedades 1., 3., 4. facilmente se vericam sabendo que a funo
co-seno contnua, peridica e par.
kx kx kx
Como cos uma funo par, cos = cos , donde
L L L
n n
! !
1 1 X kx 1 1 X kx
Dn (x) = + cos = + cos = Dn (x).
L 2 L L 2 L
k=1 k=1
kx
A soma de funes contnuas uma funo contnua e cos uma funo
L
n
kx
contnua, tambm ser uma funo contnua, portanto Dn (x)
X
cos
L
k=1
uma funo contnua.
A funo co-seno uma funo peridica de perodo 2L e temos
k(x + 2L) kx kx
cos = cos + 2k = cos ,
L L L
4.1. GENERALIDADES 97
donde
Dn (x + 2L) = Dn (x).
Fazendo x = 0, temos
n
!
1 1 X 1 1
Dn (0) = + cos 0 = +n ,
L 2 L 2
k=1
podemos escrever
1 ei(n+1)
1 + ek + e2k + . . . + enk = .
1 ei
n
" # !
X
ik 1 ei(n+1)
Re 1 + e = Re
1 ei
k=1
i
" i 1
#
e 2 (e 2 ei(n+ 2 ) )
= Re i i i
e 2 (e 2 e2)
i 1
!
e 2 ei(n+ 2 ) i i
= Re i i
, e 2 e 2 6= 0.
e 2 e 2
temos que,
n i
" # 1
!
X e 2 ei(n+ 2 )
Re 1 + eik = Re i i
k=1 e 2 e2
sin 2 + sin n + 2
= , 6= 0, 2L, 4L, . . . .
2 sin 2
x
Fazendo = , 6= 0, 2L, 4L, . . . e substituindo na expresso 4.18,
L
resulta que,
x x
x
L
sin + sin n+ L
1
1 + 2 L 2
Dn (x) = x
L 2 2 sin 2L
( )
x
+ sin x 1
1 1 sin 2L L n + 2
= + x
L 2 2 sin 2L
1 sin x 1
L n + 2
= x .
2L sin 2L
4.1. GENERALIDADES 99
Lema 3 Seja f uma funo real de varivel real denida em [a, b], peridica
e perodo 2L, integrvel e absolutamente integrvel em [a, b].
Ento
Z b
lim f (x) sin(tx)dx = 0; (4.20)
t+ a
e
Z b
lim f (x) cos(tx)dx = 0. (4.21)
t+ a
Demonstrao:
Iremos demonstrar o primeiro limite, sendo a demonstrao do segundo li-
mite anloga.
Seja f uma funo contnua num intervalo [a, b]. O intervalo [a, b] pode
ser subdivido num nmero nito de subintervalos tais que a funo f seja
contnua em cada um destes subintervalos.
Dividindo o intervalo [a, b] em n subintervalos:
podemos escrever
Z b n1
X Z xi+1
f (x) sin(tx)dx = f (x) sin(tx)dx
a i=0 xi
n1
X Z xi+1 n1
X Z xi+1
= f (xi ) sin(tx)dx + [f (x) f (xi )] sin(tx)dx.
i=0 xi i=0 xi
Z b n1
XZ xi+1 n1
X Z xi+1
f (x) sin(tx)dx M
sin(tx)dx + [f (x) f (xi )]dx.
a i=0 xi i=0 xi
Temos
xi+1
cos(tx) xi+1
Z
1 2
sin(tx)dx = = | cos(txi+1 ) + cos(txi )| .
xi t
xi t t
100 CAPTULO 4. SRIES DE FOURIER
Donde,
Z b
2nM
f (x) sin(tx)dx +
a t
e fazendo t +, vem que
Z b
f (x) sin(tx)dx .
a
Portanto Z b
f (x) sin(tx)dx = 0.
a
+
Denio 31 Uma srie numrica aj converge se a sucesso das somas
X
j=1
n
parciais aj convergir.
X
j=1
+
Denio 32 Uma srie numrica aj diz-se absolutamente convergente
X
j=1
+
se a srie |aj | for convergente.
X
j=1
+
Denio 33 Uma srie de funes fn com fn funes reais de varivel
X
n=1
real denida em I IR, converge pontualmente se, para cada x0 I xo, a
+
srie fn (x0 ) convergir. Ou seja, dados > 0 e x0 I , existe N inteiro
X
n=1
(dependente de e x0 ) tal que
Xm
fn (x0 ) < ,
k < m tais que k N. (4.22)
n=k
+
Uma srie de funes fn converge uniformemente se, dado > 0, existir
X
n=1
um inteiro N , dependente apenas de , tal que
Xm
fn < , com m > k N.
(4.23)
n=k
n=1
existe N tal que n N implica |fn (x) f (x)| , para todo x I .
Demonstrao: Ver [11]
Teorema 17 (Teste de comparao) Seja 0 an bn , n IN.
+ +
Se bn uma srie convergente ento an uma srie convergente.
X X
n=1 n=1
102 CAPTULO 4. SRIES DE FOURIER
n=1
es com fn funes reais de varivel real denida em I IR.
Suponhamos que existem constantes Mn 0 tais que:
|fn (x)| Mn , para todo x I
+
e que a srie numrica Mn convergente.
X
n=1
+
Ento a srie de funes fn converge uniforme e absolutamente para f .
X
n=1
Demonstrao:
+
Por hiptese Mn convergente e |fn (x)| Mn , para qualquer x I .
X
n=1
+ +
Pelo teorema 17 temos que |fn | converge. Portanto fn converge ab-
X X
n=1 n=1
solutamente.
+
Como a srie Mn converge, para todo o > 0, temos
X
n=1
X+ k
X +
X
fn (x) fn (x) = fn (x)
n=1 n=1 n=k+1
+
|fn (x)| , critrio de Cauchy
X
n=k+1
+
X
Mn < .
n=k+1
+ +
Considerando a soma da srie f (x) = fn , temos que a srie fn con-
X X
n=1 n=1
verge uniforme e absolutamente para f em I .
4.1. GENERALIDADES 103
n=1
+
Ento a soma da srie f (x) = fn (x) tambm uma funo contnua.
X
n=1
Demonstrao:
+
A srie fn converge uniformemente para f , ento dado > 0, existe
X
n=1
k IN tal que, para todo n > k e todo x I ,
|fn (x) f (x)| < .
3
Por hiptese, as funes fn so contnuas no intervalo aberto I . Ento para
qualquer x0 I , xo, e para todo o > 0, existe um n > 0 tal que:
|x x0 | < n |fn (x) fn (x0 )| < .
3
Para n > k e |x x0 | < n temos que
|f (x) f (x0 )| = |f (x) fn (x) + fn (x) fn (x0 ) + fn (x0 ) f (x0 )|,
o que implica
|f (x) f (x0 )| |f (x) fn (x)| + |fn (x) fn (x0 )| + |fn (x0 ) f (x0 )|
< + + = .
3 3 3
Portanto, para todo o > 0, existe > 0 tal que:
|x x0 | < |f (x) f (x0 )| < ,
+
ou seja, a soma da srie f (x) = fn (x) tambm uma funo contnua
X
n=1
em x0 . Como x0 I era arbitrrio, temos que f contnua em I .
Teorema 19 Suponhamos as funes fn integrveis uniformemente conver-
gentes para f num intervalo [a, b]. Ento f integrvel e
Z b Z b Z b
lim fn = lim fn = f. (4.24)
n+ a a n+ a
104 CAPTULO 4. SRIES DE FOURIER
Demonstrao:
Como fn converge uniformemente no intervalo [a, b], dado > 0, existe
N > 0 tal que se n > N , ento para todo x [a, b],
|f (x) fn (x)| < .
ba
Como fn integrvel em [a, b], temos
Z b Z b Z b
f (x)dx fn (x)dx = [f (x)dx fn (x)]dx
a a a
Z b
|f (x)dx fn (x)| dx
a
Z b
< dx
a b a
(b a)
= = .
ba
Logo Z b Z b
lim fn = f.
n+ a a
n=1
Ento
+ + Z
Z !
(4.25)
X X
fn (x) dx = fn (x)dx.
I n=1 n=1 I
Demonstrao:
Por hiptese, as funes fn so integrveis num intervalo I , ento para qual-
quer m IN, e para todo o x I
m
Z Z Z Z !
X
f1 (x)dx + f2 (x)dx + . . . + fm (x)dx = fn (x) dx.
I I I I n=1
+
Como a srie f (x) = fn (x) converge uniformemente, temos que
X
n=1
+ + Z
Z !
X X
fn (x) dx = fn (x)dx.
I n=1 n=1 I
n=1
Ento
+ +
!
d
(4.26)
X X
fn (x) = fn0 (x).
dx
n=1 n=1
Demonstrao:
Seja x I , pela proposio 4
Z +
xX + Z
X x +
X +
X
fn0 (x)dx = fn0 (x)dx = fn (x)|xx0 = [fn (x) fn (x0 )] ,
x0 n=1 n=1 x0 n=1 n=1
ou seja,
Z
xX Z
xX
fn0 (x)dx = f (x) f (x0 ) f (x) = fn0 (x)dx + f (x0 ).
x0 n=1 x0 n=1
+
Pela proposio 3, fn0 (x) contnua e temos que
X
n=1
+ +
!
d X X
fn (x) = lim [f10 (x) + . . . + fn0 (x)] = fn0 (x).
dx n+
n=1 n=1
(4.29)
X X X
(aj bj )2 2
aj + 2
bj .
j=1 j=1 j=1
+
1 X nx nx
f (x) = a0 + an cos + bn sin . (4.31)
2 L L
n=1
Suponhamos que a relao 4.31 verdadeira e que a srie converge unifor-
memente.
Pela proposio 3, a funo f contnua e pela proposio 4 podemos integrar
a funo f , donde
Z L Z L Z LX+
1 nx nx
f (x)dx = a0 dx + an cos + bn sin dx
L L 2 L n=1 L L
Z L + Z L Z L
1 X nx nx
= a0 dx + an cos dx + bn sin dx
2 L L L L L
n=1
Z L
1
= a0 dx, por 4.15 e 4.16
2 L
1
= a0 (L + L)
2
= a0 L.
Determinamos assim o coeciente a0 :
Z L
1
a0 = f (x)dx. (4.32)
L L
Vamos, agora, tentar obter os coecientes an e bn .
Consideremos a funo dada pela igualdade 4.31 qual multiplicamos
mx
ambos os membros por cos , com m 1, xo e de seguida integramos
L
entre L e L:
Z L h mx i
f (x) cos dx =
L L
+
( )
Z L
a0 mx X h nx mx nx mx i
= cos + an cos cos + bn sin cos dx
L 2 L L L L L
n=1
Z L
a0 mx
= cos dx+
2 L L
+
X Z L nx mx Z L nx mx
+ an cos cos dx + bn sin cos dx.
L L L L L L
n=1
108 CAPTULO 4. SRIES DE FOURIER
a0 L
Z mx
cos dx + 0, m 6= n 1
2 L L
L
Z h mx i
f (x) cos dx =
L L
a0 L
Z mx
m=n1
cos dx + an L,
2 L L
0, m 6= n 1
=
an L, m = n 1.
Logo,
Z L
1 h nx i
an = f (x) cos dx. (4.33)
L L L
mx
De modo anlogo, multiplicando por sin , com m 1 e integrando, e
L
por 4.17 e 4.15, temos que:
Z L
h mx i
f (x) sin dx =
L L
+ h
( )
Z L
a0 mx X nx mx nx mx i
= sin + an cos sin + bn sin sin dx
L 2 L L L L L
n=1
Z L
a0 mx
= sin dx+
2 L L
+
X Z L nx mx Z L nx mx
+ an cos sin dx + bn sin sin dx
L L L L L L
n=1
0, m 6= n 1
=
bn L, m = n 1.
Logo,
Z L
1 h nx i
bn = f (x) sin dx. (4.34)
L L L
4.3. SRIE DE FOURIER 109
1 Lh
Z nx i
bn = f (x) sin dx, n IN; (4.36)
L L L
1 L
Z
a0 = f (x)dx, (4.37)
L L
so denominados de coecientes de Fourier.
Os coecientes de Fourier vericam algumas propriedades, uma delas a
identidade de Parseval.
Proposio 9 (Identidade de Parseval) Seja f uma funo real de va-
rivel real, peridica de perodo 2L e tal que f e |f |2 so integrveis.
Ento os coecientes da srie de Fourier de f satisfazem a chamada identi-
dade de Parseval
+ L
(a0 )2 X 2
Z
1
an + b2n = |f (x)|2 dx. (4.38)
+
2 L L
n=1
Demonstrao:
Denamos a funo h tal que h(x) = f (x) g(x), donde, por hiptese, os
coecientes das sries de Fourier de h so nulos. Aplicando a identidade de
Parseval 4.38, vem que
+ L
02 X 2
Z
1
+ (0 + 02 ) = |h(x)|2 dx
2 L L
n=1
1 L
Z
|h(x)|2 dx = 0
L L
h(x) = 0
f (x) g(x) = 0
f (x) = g(x).
Z L
1 nx
|bn | = f (x) sin dx
L L L
Z L
1 nx
f (x) sin dx
L L L
1 L
Z nx
|f (x)|dx = M, porque sin 1.
L L L
Z L
nx
Lan = f (x) cosdx
L L
nx L
Z L
L L nx
= f (x) sin f 0 (x) sin dx
n L L n L L
Z L
L nx
= 0 f 0 (x) sin dx,
n L L
isto ,
Z L
1 nx
an = f 0 (x) sin dx. (4.40)
n L L
Ou seja,
L Z L
Z
1 nx 1
|an | =
0
f (x) sin dx |f 0 (x)|dx. (4.41)
n L L n L
( )
nx L
Z L
1L L nx
an = f (x) cos f 00 (x) cos dx
nn L L n L L
Z L
L nx
= 0 2
f 00 (x) cos dx.
(n) L L
Temos, assim
Z L
L nx
an = f 00 (x) cos dx. (4.46)
(n)2 L L
4.5. SRIES DE FOURIER PARA FUNES PARES E MPARES 113
De modo anlogo,
( )
nx L
Z L
L 1 L nx
bn = f (x) sin f 00 (x) sin dx
nn L L n L L
Z L
L nx
= 0 2
f 00 (x) sin dx.
(n) L L
Resultando, Z L
L nx
bn = f 00 (x) sin dx. (4.47)
(n)2 L L
Donde, podemos estimar, cada um dos coecientes como
Z L
L P
|an | |f 00 (x)|dx = (4.48)
(n)2 L n2
e Z L
L P
|bn | |f 00 (x)|dx = , (4.49)
(n)2 L n2
Z L
L
com P = 2 |f 00 (x)|dx, para todo o n IN.
L
1 L
Z
nx
bn = f (x) sin dx
L L L
1
= 0 = 0, produto de funo par por funo mpar uma funo mpar.
L
114 CAPTULO 4. SRIES DE FOURIER
1 L
Z
nx
an = f (x) cos dx
L L L
= 0, produto de funo par por funo mpar uma funo mpar
e
Z L
1 nx
bn = f (x) sin dx
L L L
ZL
2 nx
= f (x) sin dx, produto de funes pares uma funo par.
L 0 L
Demonstrao:
Suponhamos a funo g , extenso par de f ,
f (x), 0x<L
g(x) =
f (x), L < x < 0.
com Z L
1 nx
an = g(x) cos dx.
L L L
nx
Temos que g(x) cos par, donde, por 4.50
L
2 L 2 L
Z Z
nx nx
an = g(x) cos dx = f (x) cos dx.
L 0 L L 0 L
E uma vez que g(x) = f (x) para x ]0, L[, ento de 4.54 resulta
+
1 X nx
f (x) = a0 + an cos .
2 L
n=1
com Z L
1 nx
bn = h(x) sin dx.
L L L
116 CAPTULO 4. SRIES DE FOURIER
nx
Sabemos que o produto de funes mpares par, ento h(x) cos par,
L
e de 4.51
Z L Z L
2 nx 2 nx
bn = h(x) sin dx = f (x) sin dx.
L 0 L L 0 L
Como h(x) = f (x) para x ]0, L[, ento de 4.55 vem que
+
X nx
f (x) = bn sin .
L
n=1
ei + ei
cos() = ; (4.57)
2
ei ei
sin() = . (4.58)
2i
Teorema 22 Seja f uma funo real de varivel real peridica de perodo
2L, integrvel e absolutamente integrvel, ento a srie de Fourier de f ,
+
1 X nx nx
a0 + an cos + bn sin (4.59)
2 L L
n=1
com Z L
1
(4.61)
inx
cn = f (x)e L dx, n = 0, 1, 2, . . .
2L L
4.6. FORMA COMPLEXA DA SRIE DE FOURIER 117
Demonstrao:
Tendo em conta as frmulas 4.56, 4.58 e 4.57 podemos escrever:
nx nx an i nx nx
b nx nx
n
an cos + bn sin = e L + ei L + ei L ei L
L L 2 2i
an bn nx an bn nx
= + ei L + ei L
2 2i 2 2i
nx nx
= cn ei L + cn ei L
com
an bn an bn 1
cn = + = i = (an ibn ) (4.62)
2 2i 2 2 2
e
an bn an bn 1
cn = = + i = (an + ibn ). (4.63)
2 2i 2 2 2
1
cn = (an ibn )
2
1 1 L 1 L
Z Z
nx nx
= f (x) cos i f (x) sin dx
2 L L L L L L
Z L
1 h nx nx i
= f (x) cos i sin dx
2L L L L
Z L
1 nx
= f (x)ei L dx.
2L L
1
cn = (an + ibn )
2
1 1 L 1 L
Z Z
nx nx
= f (x) cos +i f (x) sin dx
2 L L L L L L
Z L
1 h nx nx i
= f (x) cos + i sin dx
2L L L L
Z L
1 nx
= f (x)ei L dx.
2L L
118 CAPTULO 4. SRIES DE FOURIER
Resumindo, Z L
1 inx
f (x)e L dx,
n>0
2L L
Z L
1
inx
cn = f (x)e L dx, n<0
2L L
Z L
1 1
f (x)dx = a0 , n = 0.
2L L 2
Ento a srie de Fourier pode ser escrita na sua forma complexa como
+
(4.64)
X nx
cn ei L .
n=
Denamos
f (x+ ) + f (x )
ek (x) = SFk (x) . (4.68)
2
Comecemos por substituir os coecientes de Fourier, j determinados, em
SFk .
Z L
1
SFk = f (x)dx +
2L L
k
nx L nx L
Z Z
X 1 nt 1 nt
+ cos f (t) cos dt + sin f (t) sin dt
L L L L L L L L
n=1
k
" #
1 L
Z
1 X nx nt nx nt
= f (t) + cos cos + sin sin dt
L L 2 L L L L
n=1
k
" #
1 L n(x t)
Z
1 X
= f (t) + cos dt.
L L 2 L
n=1
y 1
y .
2L sin
2
2L
Ento, pela hiptese 4.66, dado > 0, tomando > 0 sucientemente pe-
queno, temos
Z
Z
g(x, y) g(x, y)
yDk (x) dy |yDk (x)| dy
0 y 0 y
1 g(x, y)
Z
dy
2 0 y
.
2
Vamos ver agora como se comporta o segundo integral,
Z L
1 y g(x, y)
sin k + y dy.
2 L 2L sin 2L
122 CAPTULO 4. SRIES DE FOURIER
Portanto
Z Z L
g(x, y) 1 1 y g(x, y)
|ek (x) 0| = yDk (y) dy + sin k + y dy
0 y 2 2 L L sin 2L
Z
g(x, y) 1 L
Z
1 y g(x, y)
ydk (y) dt + sin k + y dy
0 t 2 2 L L sin 2L
< + = .
2 2
Conclumos assim que |ek (x)| + = , isto ,
2 2
f (x+ ) + f (x )
ek (x) = SFk (x) 0, quando k +.
2
Demonstrao:
Por hiptese, a expresso 4.4 implica que a funo f contnua no ponto x,
ou seja, f (x ) = f (x+ ) = f (x), e existem , k e tal que a expresso 4.71
pode tomar a forma
para y [x , x + ] donde
Z
2ky
Z
g(x, y)
dy
y dy
y
0 0
Z
2k |y|1 dy
0
y
= 2k
0
= 2k < .
Portanto verica a condio do teste de Dini.
Corolrio 2 Se a funo f tiver derivada no ponto x, ento a srie de
Fourier SFf converge pontualmente para f .
Demonstrao:
Se f tem derivada em x, ento f em particular Hlder contnua com = 1,
donde pode ser usado diretamente o resultado do corolrio anterior.
Corolrio 3 Suponhamos que a funo f seccionalmente contnua e que
as razes incrementais
f (x + y) f (x+ ) f (x y) f (x )
e (4.73)
y y
so limitadas para y > 0 sucientemente pequeno. Em particular isto
verdade se existirem as derivadas laterais de de f em x,
f (x + y) f (x+ ) f (x y) f (x )
f+0 (x) = lim e f0 (x) = lim+ (4.74)
y0+ y y0 y
ento
f (x+ ) + f (x )
SFf (x) = . (4.75)
2
Demonstrao:
Se f seccionalmente contnua em [L, L], ento em particular os limites
laterais existem para todo o x [L, L]. E se f 0 tambm seccionalmente
contnua em [L, L], ento as derivadas laterais em x existem
f (x + y) f (x+ )
f+0 (x) = lim ,
y0+ y
124 CAPTULO 4. SRIES DE FOURIER
f (x y) f (x )
f0 (x) = lim
y0+ y
e
f (x y) f (x ) + f (x + y) f (x+ ) f (x y) f (x )
Z Z
dt dt +
0
y
0
y
Z
f (x + y) f (x+ )
+ dt
0
y
1
converge, em cada ponto x, para [f (x+ ) + f (x )], isto ,
2
1 1 nx nx
(4.77)
X
f (x+ ) + f (x ) = a0 + an cos + bn sin .
2 2 L L
n=1
Uma funo f para ser representvel por uma srie de Fourier deve ser peri-
dica e seccionalmente diferencivel, sendo esta ltima condio uma condio
suciente mas no necessria para que se possa expandir a funo f em srie
de Fourier. Isto , toda a funo peridica e seccionalmente diferencivel
representvel em srie de Fourier, mas existem funes representadas por
srie de Fourier que no so seccionalmente diferenciveis.
A representao em srie de Fourier de uma funo convergente para o
ponto mdio dos limites laterais de f para todo o x. Assim, nos pontos onde
a funo contnua a srie converge para a prpria imagem de f (x) e onde
descontnua a srie converge para a mdia
1
f (x+ ) + f (x ) . (4.78)
2
4.7. CONVERGNCIA DAS SRIES DE FOURIER 125
n=1
Neste caso temos f = SFf .
Demonstrao:
1 X nx nx
|SFf (x)| = a0 + an cos + bn sin
2 L L
n=1
X nx nx
an cos + bn sin
L L
n=1
X
(|an | + |bn |) .
n=1
n=1
gente.
Os dois resultados seguintes do nos condies sucientes sobre a funo f
e que garantem a convergncia uniforme da srie correspondente.
Teorema 26 Seja f uma funo peridica de perodo 2L, contnua e com
f 0 e |f 0 | integrvel, ento a srie de Fourier de f converge uniformemente
para f .
126 CAPTULO 4. SRIES DE FOURIER
Demonstrao:
Suponhamos f uma funo peridica de perodo 2L, contnua e com f 0 e |f 0 |
integrvel.
J vimos em 4.40 e 4.42 que
L L
a0n = bn e b0n =
an ,
n n
onde a0n e b0n so os coecientes de Fourier de f 0 .
Podemos substituir os coecientes da srie reduzida 4.79 de ordem n pelos
anteriores e temos que, pela desigualdade de Cauchy-Schwarz e
(|aj | + |bj |)2 2 a2j + b2j ,
vem que
n n
X 0 0 LX1
aj + bj = (|aj | + |bj |)
j
j=1 j=1
1 1
n 2 n 2
L X 1 X 2
(|aj | + |bj |)
j2
j=1 j=1
1 1
n 2 n 2
L X 1 X
2 2
2 aj + bj
j2
j=1 j=1
1 1
n 2 n 2
2L X 1 X
2 2
= aj + bj .
j2
j=1 j=1
Ento,
1. a srie pode ser integrada termo a termo e o valor da srie
Z b Z b + Z b Z b
a0 X nx nx
f (x)dx = dx + an cos dx + bn sin dx ;
a a 2 a L a L
n=1
(4.83)
2. a funo Z x
a0
F (x) = f (t) dt (4.84)
0 2
peridica de perodo 2L, contnua e com derivada F 0 seccionalmente
contnua e representada pela srie de Fourier
Z x +
a0 L X bn X L nx L nx
f (t)dt x = + bn cos + an sin
0 2 n n L n L
n=1 n=1
(4.85)
e
Z L +
1 L X bn
F (x)dx = . (4.86)
2L L n
n=1
Demonstrao:
Consideremos a funo f real de varivel real igual sua srie de Fourier,
supondo que a mesma converge uniformemente.
Nestas condies podemos aplicar a proposio 4 para concluir que
Z b Z b + Z b Z b
a0 X nx nx
f (x)dx = dx + an cos dx + bn sin dx .
a a 2 a L a L
n=1
(4.87)
O nosso objetivo nesta seco mostrar que a igualdade continua a vericar-
se mesmo que a srie de Fourier no convirja uniformemente para a funo
f.
4.8. INTEGRAO DE SRIES DE FOURIER 129
e Z L
1 h nx i
Bn = F (x) sin dx, n 1. (4.91)
L L L
Integrando agora por partes cada um dos coecientes An e Bn , mostramos a
relao existente entre os coecientes de Fourier da funo F e os da funo
f.
" #
nx L
Z L
1L L nx 0
An = F (x) sin sin F (x)dx
L
n L L n L L
Z L
1 L nx
= 0 sin f (x)dx , porque F 0 (x) = f (x)
L n L L
Z L
1 L nx
= sin f (x)dx,
L n L L
ou seja,
L
An = bn , n 1. (4.92)
n
Fazendo o clculo anlogo para o coeciente Bn , temos que,
" #
nx L
Z L
1 L L nx 0
Bn = F (x) cos cos F (x)dx
L n L L n L L
Z L
1 L nx
= 0+ cos f (x)dx , porque F 0 (x) = f (x)
L n L L
Z L
L nx
= cos f (x)dx.
nL L L
Mostramos que,
L
Bn = an , n 1. (4.93)
n
Para calcular o coeciente A0 , faremos x = 0 na srie de Fourier 4.89,
+
1 X 1 X
A0 + (An cos 0 + Bn sin 0) = A0 + (An 1 + Bn 0)
2 2
n=1 n=1
+
1 X
= A0 + An
2
n=1
+
1 X L
= A0 + bn .
2 n
n=1
4.8. INTEGRAO DE SRIES DE FOURIER 131
Fazendo x = a, resulta
Z a Z a + Z a Z a
a0 nt nt
(4.96)
X
f (t)dt = dt + an cos dt + bn sin dt
0 0 2 0 L 0 L
n=1
e se x = b vem que
Z b Z b + Z b Z b
a0 nt nt
dt . (4.97)
X
f (t)dt = dt + an cos dt + bn sin
0 0 2 0 L 0 L
n=1
+ Z b Z b
X nt nt
+ an cos dt + bn sin dt
0 L 0 L
n=1
+ Z a
"Z #
a Z a
a0 X nt nt
dt + an cos dt + bn sin dt
0 2 0 L 0 L
n=1
Z b Z b + Z b Z b
a0 X nt nt
f (t)dt = dt + an cos dt + bn sin dt .
a a 2 a L a L
n=1
Captulo 5
133
134 CAPTULO 5. EDP DE SEGUNDA ORDEM
u(x, t) u(x + x, t)
q(x, t) q(x + x, t) = kA + kA
x x
kA u(x + x, t) u(x, t)
= x
x x x
2 u(x, t)
= kA x,
x2
isto ,
2 u(x, t)
Q(x, t) = kA xt. (5.10)
x2
Consideremos o calor especco c e a massa especca da barra. Temos
que a massa contida em x dada por Ax e, substituindo em 5.6, temos
que na vizinhana do ponto x,
u(x, t)
Q(x, t) = Acxu = Acx t. (5.11)
t
A taxa segundo a qual o calor entra em qualquer parte da barra igual
taxa segundo a qual o calor absorvido nessa mesma parte da barra. Donde,
igualando as expresses 5.10 e 5.11, vem que
u(x, t) 2 u(x, t)
=K . (5.12)
t x2
A soluo da equao ser uma funo u(x, t) que satisfaz a equao.
Um funo contnua u : R
b IR uma soluo do PVIF denido em 5.16
se se verica
u(x, t) 2 u(x, t)
=K , t > 0, 0 < x < L;
t x2
u(x, t) 2 u(x, t)
= X(x)T 0 (t) e = X 00 (x)T (t). (5.19)
t x2
De 5.12, vem que
X(x)T 0 (t) KX 00 (x)T (t)
X(x)T 0 (t) = KX 00 (x)T (t) =
KX(x)T (t) KX(x)T (t)
1 T 0 (t) X 00 (x)
= .
K T (t) X(x)
n2 2
Donde, para c2 6= 0 temos = 2 e conclumos que o problema de valores
L
de fronteira 5.22 tem solues
nx
Xn (x) = Cn sin , n = 1, 2, . . . . (5.28)
L
Resumindo, a equao
X 00 (x) + X(x) = 0 (5.29)
n2 2
tem como soluo, para c2 6= 0, n = 2 para n natural. Aos valores de
L
chamamos valores prprios.
As funes que satisfazem a equao diferencial e as condies de fronteira
dadas designam-se de funes caratersticas e so do tipo
nx
Xn (x) = Cn sin , n = 1, 2, . . . (5.30)
L
onde Cn uma constante arbitrria.
5.1. EQUAO DO CALOR 141
Como a funo T (t) deve satisfazer a equao diferencial com a mesma cons-
tante de separao que a funo X(x), temos para n natural,
n2 2 K
Tn (t) = Dn e L2
t
. (5.31)
As funes que satisfazem a equao diferencial
T 0 (t) + KT (t) = 0
so do tipo
n2 2 K
Tn (t) = Dn e L2
t
, n = 1, 2, 3 (5.32)
onde Dn uma constante arbitrria.
Procedendo s devidas substituies em 5.18, obtemos, para qualquer n na-
tural, o conjunto de solues fundamentais
nx n2 22 K t
un (x, t) = cn sin e L . (5.33)
L
A equao diferencial e as condies de fronteira so lineares e homogneas,
ento, pelo princpio da sobreposio, qualquer combinao linear nita das
solues fundamentais tambm soluo da equao 5.16, com as respetivas
condies de fronteira,
N
nx n2 22 K t
(5.34)
X
un (x, t) = cn sin e L .
L
n=1
Mas uma soluo deste tipo pode no satisfazer a condio inicial para uma
funo f (x) mais geral.
Vamos supor que podemos escrever a soluo como combinaes lineares
innitas das solues fundamentais,
+
nx n2 22 K t
(5.35)
X
un (x, t) = cn sin e L .
L
n=1
142 CAPTULO 5. EDP DE SEGUNDA ORDEM
n=1 n=1
vergir, pelo teorema 18, a srie 5.41 converge uniforme e absolutamente em
[0, L].
Integrando por partes o coeciente cn denido em 5.39, vem que
!
nx L
Z L
2 L L 0 nx
cn = f (x) cos f (x) cos dx
L n L 0 0 n L
Z L
L 2 0 nx
= f (L) cos(n) f (0) f (x) cos dx .
n L 0 L
+
1
convergente e como tambm convergente, conclumos que 5.42
X
n2
n=1
convergente.
Portanto
u v v 2v 2v 2v 2v
= + e = + 2 +
x x2 2 2
e
u v v 2v 2
2 v
2
2 v
2
2 v
=c c e = c 2c + c .
t t2 2 2
Substituindo na equao das ondas 5.51 resulta
2v
= 0,
isto ,
v
= 0.
v
Sendo independente de , faamos
v
(, ) = g().
E integrando esta ltima equao, obtemos
Z Z
v
v(, ) = (, )d = g()d = F () + G(),
Assim,
u(x, 0) = F (x) + G(x) = f (x)
(5.60)
u(x, 0)
= cF 0 (x) cG0 (x) = g(x).
t
Derivando a primeira equao e multiplicando por c, obtemos
cF 0 (x) + cG0 (x) = cf 0 (x). (5.61)
Temos o sistema denido por
0
G 0 (x) = f (x) g(x)
cF 0 (x) cG0 (x) = g(x)
2 2c
(5.62)
0
cF 0 (x) + cG0 (x) = cf 0 (x) F 0 (x) = f (x) + g(x)
2 2c
e integrando, obtemos
Z x
f (0) f (x) 1
G(x) = G(0) + g(s)ds
2 2 2c 0
(5.63)
Z x
f (0) f (x) 1
F (x) = F (0) + + g(s)ds
2 2 2c 0
De 5.58 e das condies iniciais 5.59, vem que
F (0) + G(0) = u(0, 0) = f (0), (5.64)
e
u(x, t) = F (x + ct) + G(x ct)
f (x + ct) + f (x ct)
= F (0) + G(0) f (0) + +
2
1 x+ct 1 xct
Z Z
+ g(s)ds g(s)ds
2c 0 2c 0
f (x + ct) + f (x ct) 1 x+ct 1 xct
Z Z
= + g(s)ds g(s)ds
2 2c 0 2c 0
f (x + ct) + f (x ct) 1 x+ct
Z
= + g(s)ds.
2 2c xct
A frmula
x+ct
f (x + ct) + f (x ct)
Z
1
u(x, t) = + g(s)ds (5.65)
2 2c xct
conhecida como a frmula de d'Alembert para a soluo geral da equao
das ondas.
150 CAPTULO 5. EDP DE SEGUNDA ORDEM
u(b, t) u(a, t)
u(b, t) u(a, t)
2 u(x, t) 2 u(x, t)
T = L x x =
x x t2 ba T t2
2 u(x, t) 2 u(x, t)
= .
x2 T t2
152 CAPTULO 5. EDP DE SEGUNDA ORDEM
T
Faamos c2 = , em que T a componente horizontal da tenso da mola e
massa por unidade de comprimento da corda.
Esta relao leva-nos a concluir que o valor de c aumenta com a tenso na
corda e diminui com a sua massa por unidade de comprimento .
Fazendo as devidas substituies, vem que
2 u(x, t) 2
2 u(x, t)
= c . (5.72)
t2 x2
T 00 (t) X 00 (x)
X(x)T 00 (t) = c2 X 00 (x)T (t) c2 = = ,
T (t) X(x)
e
u(L, t) = 0 X(L)T (t) = 0 X(L) = 0. (5.78)
Se tivssemos T (t) = 0, para todo o t, implicaria que u(x, t) = 0, para todo
o x e t, o que no nos interessa.
Temos portanto o nosso problema de valores prprios denido por
Mas uma soluo deste tipo pode no satisfazer a condio inicial para uma
funo f (x) qualquer.
Suponhamos que a soma innita das solues
+ +
nct nx nct nx
(5.85)
X X
un (x, t) = an sin sin + bn cos sin
L L L L
n=1 n=1
iii) J vimos no estudo das sries de Fourier, que pelo teorema 26, para
provar que a expresso 5.85 contnua basta vericar a convergncia
da srie (|an | + |bn |). Adaptando o clculo feito em 4.49, obtemos
X
n=1
Z L
2L nx
an = f 00 (x) sin dx
(n)2 0 L
e integrando por partes mais uma vez, chegamos a
L
2L2
Z
nx
an = f 000 (x) cos dx. (5.91)
(n)3 0 L
e podemos escrever,
+ + + +
1 1
e
X X X X
|an | k1 |bn | k2
n3 n3
n=1 n=1 n=1 n=1
+
e so ambas sries convergentes logo (|an | + |bn |) tambm con-
X
n=1
vergente.
5.2. EQUAO DA ONDA 157
Pela proposio 10 a equao 5.85 deve ser da forma 5.56 uma vez que 5.85
soluo da equao da onda. Usando as identidades trigonomtricas 4.11
e 4.12,
+
X nct nx nct nx
u(x, t) = an sin sin + bn cos sin
L L L L
n=1
+
1X n(ct x) n(ct + x)
= an cos an cos +
2 L L
n=1
n(ct + x) n(x ct)
+ bn sin + bn sin
L L
+
1X n(x ct) n(x + ct)
= an cos an cos +
2 L L
n=1
n(ct + x) n(x ct)
+ bn sin + bn sin
L L
+
1X n(x + ct) n(x + ct)
= an cos + bn sin +
2 L L
n=1
n(x ct) n(x ct)
+ bn sin + an cos
L L
= F (x + ct) + G(x ct),
onde
+
1X n(x + ct) n(x + ct)
F (x + ct) = an cos + bn sin
2 L L
n=1
e
+
1X n(x ct) n(x ct)
G(x ct) = an cos + bn sin .
2 L L
n=1
u(0, t) = u(L, t) = 0, t0
u(i, 0) = f (ix), i = 1, 2, . . . , N
(i, 0) = g(ix), i = 1, 2, . . . , N
Osciladores Harmnicos na
Sala de Aula
Com base na proposta do novo programa de matemtica do secundrio apre-
sentamos uma proposta de planicao do contedo referente aplicao das
funes trigonomtricas no estudo dos osciladores harmnicos.
Pr-requisitos:
159
160 CAPTULO 6. ... NA SALA DE AULA
Sumrio:
Guio da atividade
Objetivo: Estudar o movimento peridico de oscilao de um pndulo sim-
ples.
Materiais: Suporte de xao, o, cronmetro, esferas de diferentes massas,
ta mtrica, balana de preciso, transferidor, calculadora grca.
Procedimento:
1. Construir um pndulo simples usando o suporte de xao, uma esfera
e o o.
2. Medir o comprimento L do o (massa desprezvel e inextensvel).
3. Medir a massa da esfera.
4. Largar o corpo de um certo ngulo (mximo de 10 ) e medir o tempo de
10 oscilaes completas. Deve anotar o ngulo e o tempo das oscilaes
numa tabela.
5. Mudar o comprimento do o, a amplitude do ngulo e trocar a esfera
e repetir o processo.
6.1. PLANO DE AULA: OSCILADOR HARMNICO 161
Proposta de Resoluo:
Tendo em conta as condies denidas as equaes de movimento so da
forma:
x1 (t) = cos (9.8t) , x2 (t) = cos (9.8t) , x3 (t) = cos (9.8t)
30 60 45
O perodo do movimento do pndulo o mesmo nas trs opes, ou seja,
para pequenas oscilaes a variao da amplitude no inuencia o perodo
de oscilao, quando o comprimento do o mantido constante (ver grco
6.2).
Proposta de Resoluo:
Tendo em conta as condies denidas as equaes de movimento so da
forma:
9.8 5.8 12.3
x1 (t) = cos t , x2 (t) = cos t , x2 (t) = cos t
36 0.6 36 0.6 36 0.6
Neste caso observa-se uma alterao no perodo de oscilao (grco 6.3).
das frmulas
n+1 = n + hvn
vn+1 = vn h g sin n
l
dados valores iniciais (0) = 0 e v(0) = v0 .
Aplique o mtodo de Euler com h = 0.001 para encontrar uma aproximao
para a soluo do PVI 6.4 de um pndulo no linear com l = 1 e 0 = e
12
0 = .
3
Proposta de Resoluo:
A equao diferencial a considerar
00 (t) = 9.8 sin (t).
Representando gracamente
n+1 = n + 0.001vn
Pr-requisitos:
ateno que existe uma deformao mxima das molas alm da qual
no h oscilador harmnico. Resolver problemas envolvendo derivadas
de funes trigonomtricas e osciladores harmnicos.
Nmero de aulas previstas: 3 aulas (135 minutos)
Sumrio:
- Atividade laboratorial.
- Resoluo de atividade prtica envolvendo osciladores harmni-
cos.
Guio da atividade
Objetivo: Estudar o movimento peridico de oscilao de um sistema
massa-mola.
Materiais: Suporte de xao, mola, cronmetro, 10 blocos de diferentes
massas, ta mtrica, balana de preciso, calculadora grca.
Procedimento:
1. Construir um sistema massa-mola usando suporte de xao, bloco e
mola. (ver gura 6.5)
Proposta de Resoluo:
Calculando a primeira derivada de 6.2 vem
x0 (t) = v(t) = wA sin(wt + ).
Proposta de Resoluo:
A frmula recursiva para aplicao do mtodo de Euler dada por:
xn+1 = xn + hvn
vn+1 = vn hw2 xn
vn+1 = vn hxn .
com velocidade
x0 (t) = v(t) = A sin(t + ).
Elevando ambas as expresses ao quadrado e somando obtemos
x2 (t) + v 2 (t) = A2 cos2 (t + ) + A2 sin2 (t + )
= A2 cos2 (t + ) + sin2 (t + ) = A2 ,
Representando gracamente
xn+1 = xn + hvn
obtemos o retrato de fase representado na gura 6.8 a), com grco a con-
vergir para a origem devido ao amortecimento.
No caso de w = 1 e = 4, temos
xn+1 = xn + hvn
Figura 6.8: Retrato de fase de oscilador com amortecimento a) w = 5 e b)
w = 1.
173
174 CAPTULO 6. ... NA SALA DE AULA
Bibliograa
[1] T. Apostol, Calculus, Volume 1, One-Variable Calculus, with an Intro-
duction to Linear Algebra, 2nd edition, Wiley and Sons, Inc (1961)
[2] W. E. Boyce, R. Diprima, Equaes Diferenciais Elementares e Proble-
mas de Contorno, 8. edio, LTC Editora (2006)
[3] M. Braun, Dierential Equations and Their Applications, Springer Ver-
lag, 3rd edition (1983)
[4] E. Butkov, Fsica Matemtica, Guanabara Dois (1968)
[5] H. Caldeira e outros, Ontem e Hoje 12, Parte 1, Porto Editora (2013)
[6] J. Deus et al, Introduo Fsica, McGrawHill (1992)
[7] D. Figueiredo, Anlise de Fourier e Equaes Diferenciais Parciais,
IMPA (1977)
[8] D. Halliday, R. Resnick, J. Walker, Gravitao, Ondas e Termodin-
mica, 4. edio, LTC editora
[9] M.W. Hirsch, S. Smale and R. L. Devaney, Dierential Equations, Dy-
namical Systems e an introduction to chaos, Acad. Press, 2nd edition
(1974)
[10] W. G. Kelley, A. C. Peterson, The Theory of dierential equations.
Classical and qualitative. Second Edition. Springer (2010)
[11] E. L. Lima, Curso de anlise real vol.1, Projeto Euclides, (1995)
[12] N. Maciel et al, Eu e a Fsica 12, Parte 1, Porto Editora (2013)
[13] G. Smirnov, I. Rodrigues, Matemtica. Origens e aplicaes, Escolar
Editora (2006)
175
176 BIBLIOGRAFIA