UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

ENGENHARIA MECNICA

EM37 ELEMENTOS DE MQUINAS II

AULA 10
ELEMENTOS DE TRANSMISSO:

ENGRENAGENS

Prof.: Luiz Henrique Sartori Lotte

 ENGRENAGENS

Engrenagens so elementos mecnicos compostos

de rodas dentadas que se ligam a eixos, aos quais
imprimem rotao e torque, transmitindo
assim potncia.

So um dos melhores meios de se transmitir

movimento rotativo de um eixo para outro.
 TIPOS DE ENGRENAGENS

Engrenagens cilndricas de dentes retos:

Possuem dentes paralelos ao eixo de rotao e so utilizadas para
transmitir movimento de um eixo a outro eixo, paralelo ao primeiro.

O dimensionamento, fabricao, montagem e manuteno desse tipo

mais simples em relao aos outros tipos de engrenagens.

O rendimento alto, podendo chegar a 98-99%.

Em altas velocidades apresenta problemas de rudos.

Admite grandes relaes de transmisso.

 TIPOS DE ENGRENAGENS

Engrenagens helicoidais:
Possuem dentes inclinados com relao ao eixo de rotao.

Mesmas aplicaes que as engrenagens de dentes retos.

Apropriada para cargas e velocidades elevadas.

Trabalha de modo mais suave que as de dentes retos, por isso no so to

barulhentas.

O rendimento tambm bastante alto.

Grandes relaes de transmisso.

 TIPOS DE ENGRENAGENS

Engrenagens cnicas:
Possuem dentes formados em superfcies cnicas e so utilizadas,
principalmente, para transmitir movimento entre eixos que se
interceptam.

Exige preciso na montagem.

Os dentes podem ser oblquos ou retos.

A relao de transmisso limitada.

 TIPOS DE ENGRENAGENS

Cremalheira:
Usada para transformar um movimento de rotao
num de translao e pode ser de dentes retos ou
helicoidais.

Fcil fabricao.
 TIPOS DE ENGRENAGENS

Coroa-parafuso-sem-fim:
utilizado na transmisso de potncia ou para o controle do movimento
e, principalmente, como redutor de velocidade, na transmisso de certa
potncia.

O rendimento baixo e a capacidade de amortecer vibraes maior

que todos os outros tipos.

O parafuso de ao e a coroa deve ser de um material com dureza

menor do que a do parafuso.
 NOMENCLATURA

Nomenclatura para dentes de engrenagens cilndricas de

dentes retos
 NOMENCLATURA
Crculo primitivo, ou de passo, o crculo terico sobre o qual todos os clculos
so geralmente baseados;

Dimetro primitivo d o dimetro da circunferncia primitiva;

Passo circular (passo frontal) p a distncia, medida do crculo primitivo, do

ponto de um dente ao correspondente ponto do dente adjacente. Assim, o passo
circular igual soma da espessura de dente com a largura de espaamento

O mdulo m a razo entre o passo diametral e o nmero de dentes. A

unidade costumeira de comprimento utilizada o milmetro. O mdulo o ndice
de tamanho de dente no SI.

O passo diametral P a razo entre o nmero de dentes da engrenagem e o

dimetro primitivo. o recproco do mdulo.

O adendo a a distncia radial entre o topo do dente e o crculo primitivo. O

dedendo b a distncia radial do fundo do dente ao crculo primitivo.

A altura de dente ht a soma do adendo e dedendo.

 NOMENCLATURA
Crculo de folga um crculo que tangente ao crculo de adendo da
engrenagem par.

A folga c a quantidade pela qual o dedendo em dada engrenagem excedo o

adendo da sua engrenagem par.

O recuo a quantia pela qual a largura do espao entre dentes excede a

espessura do dente a este engrazado, medida sobre os crculos primitivos.
 ENGRENAGENS - FUNDAMENTOS

Para a construo de uma engrenagem cilndrica de

dentes retos, necessrio considerar uma srie de dados, a
saber:
Mdulo (m)
Nmero de dentes (N)
Adendo ou altura da cabea (a)
Dedendo ou a altura de p do dente (b)
Altura completa ou altura do dente (ht)
Dimetro primitivo (d)
Dimetro externo (de)
Dimetro interno (di)
Distncia entre eixos (c)
Passo circular (p)
Raio da circunferncia de base (rb)
ngulo de contato ()
 ENGRENAGENS - FUNDAMENTOS
Mdulo (m): o mdulo pode ser entendido como uma
medida indireta do tamanho do dente.

Engrenagens que se acoplam devem ter o mesmo mdulo

a fim de que os espaos entre os dentes sejam compatveis.

Se elas no tiverem o mesmo mdulo, o primeiro dente

entra em contato, mas o segundo j no mais se acoplar ao
dente correspondente.

d
m [mm]
N
d: dimetro primitivo [mm]
N: nmero de dentes
ENGRENAGENS - FUNDAMENTOS

Nmero de dentes (N):

d
N
m
d: dimetro primitivo [mm]
m: mdulo [mm]

Dimetro primitivo (d):

d N.m [mm]

N: nmero de dentes
m: mdulo [mm]
 ENGRENAGENS - FUNDAMENTOS
Adendo ou altura da cabea (a): a distncia radial entre
o topo do dente e a circunferncia primitiva; igual a um
mdulo.
a: adendo [mm]
m: mdulo [mm]

a m
 ENGRENAGENS - FUNDAMENTOS
Dedendo ou altura de p do dente (b):
 ENGRENAGENS - FUNDAMENTOS
Altura completa ou altura do dente (ht):
 ENGRENAGENS - FUNDAMENTOS
Dimetro externo (de): igual ao dimetro primitivo (d) mais
duas vezes o adendo ou altura da cabea do dente (a) que, por
sua vez, igual a um mdulo.

d: dimetro primitivo [mm]

a: adendo [mm]
m: mdulo [mm]
N: nmero de dentes
 ENGRENAGENS - FUNDAMENTOS
Dimetro interno (di): igual ao dimetro primitivo (d)
menos duas vezes o dedendo (b):

d: dimetro primitivo [mm]

b: dedendo [mm]
m: mdulo [mm]
N: nmero de dentes
 ENGRENAGENS - FUNDAMENTOS
Passo circular (p): a distncia, medida no crculo primitivo, de
um ponto de um dente ao correspondente ponto do dente adjacente.
igual a soma da espessura de dente e da largura do espaamento
(vo entre dentes).

Ele calculado a partir do

permetro da circunferncia (2r),
mas considerando o dimetro
primitivo (d.) dividido pelo nmero
de dentes da engrenagem (N),
porque o nmero de dentes
corresponde ao nmero de passos.

d: dimetro primitivo [mm]

m: mdulo [mm]
N: nmero de dentes
 ENGRENAGENS - FUNDAMENTOS
Distncia entre os centros (c): Essa medida se baseia no ponto
de contato entre as engrenagens. A distncia entre os centros (c)
igual metade do dimetro primitivo da primeira engrenagem (d1)
mais a metade do dimetro primitivo da segunda engrenagem (d2).

d1 d 2
c
2 2

d1 d 2
c ou: c r1 r2
2

d1: dimetro primitivo da engrenagem 1 [mm]

d2: dimetro primitivo da engrenagem 2 [mm]
r1: raio da engrenagem 1 [mm]
r2: raio da engrenagem 2 [mm]
 AO CONJUGADA

Quando os perfis dos dentes de uma engrenagem so

projetados de modo a produzir uma razo constante de
velocidades angulares durante o engrenamento, diz-se que
tm ao conjugada.

Um perfil de uso universal que satisfaz essa exigncia o

perfil evolvental.

Esse perfil caracterizado pela curva evolvente que pode

ser obtida pelo desenrolar de um fio em torno de um cilindro,
como em um carretel, sendo tangente este crculo. Esse
crculo chamado de crculo base.
 AO CONJUGADA

Perfil de Involuta
Quando uma superfcie
empurra a outra, o ponto de
contato ocorre onde ambas so
tangentes entre si (ponto c), e as
foras em qualquer instante so
direcionadas ao longo da normal
comum ab.

Linha ab representa a direo

da ao das foras , denominada
linha de ao.

Essa linha interceptar a linha

de centros O-O em um ponto P.
 AO CONJUGADA
A razo de velocidade angular
entre os dois braos
Perfil de Involuta
inversamente proporcional aos
seus raios ao ponto O.

Crculos traados a partir de P,

com centro em O, so
denominados crculos primitivos.

P: ponto primitivo;

Para transmitir movimento a

uma
razo de velocidade angular
constante, o ponto primitivo
deve
permanecer fixo, isto , todas as
linhas de ao, para cada ponto
instantneo de contato, devem
passar pelo mesmo ponto P.
 FUNDAMENTOS

Para duas engrenagens engrenadas, seus crculos primitivos rolam uns sobre
os outros, sem escorregamento

Relao entre as velocidades angulares:

 FUNDAMENTOS

Construa os crculos
Desenho das Engrenagens
primitivos com raios r1 e r2
(tangentes no ponto P);

Construa a linha ab
(tangente comum), passando
pelo ponto primitivo;

Construa a linha cd
passando por P e com um
ngulo com a tangente
comum ab (linha de ao,
linha de presso ou linha de
gerao);

Representa a direo na
qual a fora de transmisso
atua entre as engrenagens;

O ngulo denominado
ngulo de presso.
 FUNDAMENTOS

Desenho das Engrenagens

A seguir, desenhe um
crculo tangente linha de
presso. Esse so os crculos
de base. O valor do ngulo de
presso determina seus
tamanhos.
 FUNDAMENTOS

Desenho dos dentes das Engrenagens

 FUNDAMENTOS

ngulo de presso (14.5 ; 20 e 25)

No mais to utilizado
 FUNDAMENTOS

ngulo de presso (14.5 ; 20 e 25)

 RAZO DE CONTATO
Contato entre dentes comea e termina na interseco de dois crculos de
adendo (topo) com a linha de presso;

Contato inicial comea em a e o contato final em b;

Arco de ao: soma dos arcos de aproximao e recesso;

 RAZO DE CONTATO

Situao em que o arco de ao seja exatamente igual ao passo circular, isto

:

Isto significa que um dente e seu espao iro ocupar o arco completo AB.
Em outras palavras, quando um dente est justamente comeando o
contato em a , o dente anterior est, ao mesmo tempo, terminando o seu
contato em b.
 RAZO DE CONTATO

Considere uma situao em que o arco de ao seja maior que o passo

circular, isto :

Isto significa que quando um par de dentes est acabando de entrar em

contato em a , um outro par, ainda em contato, no ter ainda alcanado b.

Por um curto perodo de tempo haver dois dentes em contato, um na

vizinhana de A e outro na de B.
 RAZO DE CONTATO

Define-se razo de contato mc como:

Nmero que indica o nmero mdio de pares de dentes em contato.

Em geral, usa-se, no mnimo, mc=1,2 para evitar rudo e impacto.

 INTERFERNCIA

Interferncia: o contato
entre pores de perfis de dente
que no so conjugados .

O contato comea quando o

topo do dente movido contata o
flanco do dente motor. Nesse
caso o flanco do dente motor faz
contato primeiro com o dente
movido no ponto A, este ocorre
antes que a poro de involuta
do perfil do dente motor se
inicie.

Uma vez que o contato no

termina at o ponto adequado, o
efeito o de topo do dente
motor cavar, ou interferir com o
flanco do dente movido.
 INTERFERNCIA

Menor nmero de dentes em um pinho e uma coroa cilndricos de dentes

retos, com razo de engrenamento de 1:1, que pode existir sem interferncia
Np;
INTERFERNCIA
 INTERFERNCIA

Se a engrenagem tem um nmero de dentes maior do que o pinho, isto ,

se:
 BACKSLASH (FOLGA)

Folga entre os dentes de uma engrenagem.

Esta folga surge quando os centros da engrenagem esto afastados de uma

distncia superior a padro ou quando os dentes tm uma espessura menor do
que a padronizada

Backslash por reduo da espessura do dente:

 BACKSLASH (FOLGA)

Backslash por afastamento dos centros:

Backslash no totalmente
indesejado. muitas vezes
importante, pois necessrio
deixar um espao para a
lubrificao e para a
dilatao. Sem esse espao
h uma grande possibilidade
do engrenamento emperrar.
 CONFORMAO DE DENTES DE ENGRENAGENS

H um nmero grande de maneiras de formar os dentes de engrenagens,

como:

Fundio em areia;
Moldagem em casca;
Fundio em investimento;
Metalurgia do p;
Extruso, etc.

Usinagem:
Fresagem;
Gerao;
Fresagem-caracol.
CONFORMAO DE DENTES DE ENGRENAGENS
 ENGRENAGEM HELICOIDAL

O ngulo de hlice o mesmo em cada engrenagem, porm uma

engrenagem deve ter uma hlice de mo direita enquanto a outra deve ter
uma mo esquerda.
 ENGRENAGEM HELICOIDAL
As linhas ab e cd so as linhas de centro de dois dentes helicoidais adjacentes
tomados sobre o mesmo plano primitivo.

O ngulo o ngulo de hlice.

A distncia ac o passo circular transversal Pt no plano de rotao

(geralmente chamado de passo circular)

A distncia ae o passo circular normal pn e est relacionada com o passo

circular transversal por meio de:
 SISTEMA DE DENTES

O Sistema de dentes um padro que especifica as relaes envolvendo

adendo, dedendo, profundidade de trabalho, espessura de dente e ngulo de
presso.

Os padres foram originalmente pensados para levar intercambialidade de

engrenagens de quaisquer nmeros de dentes, porm com o mesmo ngulo de
presso e passo.

Sistema de dentes padronizados e usados comumente para engrenagens cilndricas de dentes retos
 TREM DE ENGRENAGENS

Trens de engrenagens so utilizados para obter altas relaes de transmisso

com engrenagens de tamanho moderado.
 TREM DE ENGRENAGENS

Trem Simples
 TREM DE ENGRENAGENS

Trem Composto
 TREM DE ENGRENAGENS

Redutores
 CLCULO DO NMERO DE DENTES

Caractersticas de z:

N de dentes mnimo:
Para evitar interferncia;
Diminuir tenses.

O rendimento aumenta com z;

conveniente usar relaes de transmisso no inteiras;

Evitando contato entre os mesmos dentes.

conveniente determinar-se primeiro z e depois os dimetros

 CLCULO DO NMERO DE DENTES

EXEMPLO:
CLCULO DO NMERO DE DENTES
CLCULO DO NMERO DE DENTES
 TIPOS DE FALHAS DOS DENTES

Defeitos mais frequentes em engrenagens

 TIPOS DE FALHAS DOS DENTES

Desgaste por interferncia:

provocado por um contato inadequado entre engrenagens, em que a

carga total est concentrada sobre o flanco impulsor e a ponta do dente da
engrenagem impulsionada.
 TIPOS DE FALHAS DOS DENTES

Desgaste abrasivo:

provocado pela presena de impurezas ou corpos estranhos que se

interpem entre as faces de contato. As impurezas ou corpos estranhos
podem estar localizados no leo usado nas engrenagens.
 TIPOS DE FALHAS DOS DENTES

Quebra por sobrecarga:

Resulta de sobrecarga esttica, choques ou problemas de tratamentos

trmicos. Geralmente, do lado da compresso do dente surge uma
lombada cuja altura diminui de acordo com o tempo que o dente leva para
se quebrar. interessante salientar que a trinca em um dente
sobrecarregado no mostra sinais de progresso.
 TIPOS DE FALHAS DOS DENTES

Trincas superficiais

Ocorrem nas engrenagens cementadas e caracterizam-se por

cisalhamento do material. So causadas pelo emperramento momentneo
e deslizamento consequente. Emperramento e deslizamento so
provocados por vibraes, excesso de carga ou lubrificao deficiente. As
trincas superficiais, se no sofrerem progresso, no causam maiores
problemas.
 SINTOMAS DE DEFEITOS

Sintomas mais comuns de defeitos em engrenagens.

Baseado em alguns sintomas simples de serem

observados, o operador da mquina ou equipamento
poder fazer ou solicitar uma manuteno
preventiva, evitando, assim, a manuteno corretiva.
 SINTOMAS DE DEFEITOS

Matraqueamento

causado pela folga excessiva entre os dentes

(distncia entre centros) ou, s vezes, pelo
desalinhamento entre duas engrenagens.

Limalha no leo

Caso seja identificado limalha no leo de

lubrificao, significa a ocorrncia de algum dano que
pode ser provocado por uma engrenagem nova no
meio das velhas ou, ento, emprego de material
inadequado na construo das engrenagens ou
desgaste prematuro.
 SINTOMAS DE DEFEITOS

Superaquecimento

Pode ser causado por sobrecarga, excesso de

velocidade, defeito de refrigerao ou de
lubrificao.
Se a circulao do leo estiver excessiva, pode,
ainda, ocorrer o fenmeno da freagem hidrulica
com perda de potncia do sistema. Os
desalinhamentos e folga insuficiente entre os dentes
tambm geram superaquecimento.
 SINTOMAS DE DEFEITOS

Vibrao

Pode ser causada por empenamento dos eixos ou

por falta de balanceamento dinmico nas
engrenagens de alta rotao ou, ainda, por desgaste
desigual nas engrenagens.
 CUIDADOS NA MONTAGEM E DESMONTAGEM

Verificar interferncia na desmontagem.

No usar martelo para retirar as engrenagens do eixo

para evitar danos aos dentes.

Na montagem deve ser observada a posio original

de cada elemento.

Fazer uma pr-lubrificao nas engrenagens durante a

montagem.

Coletar amostras de leo nas primeiras 100 horas de

trabalho para verificar presena de limalha.