Caderno de Planejamento Escolar
Caderno de Planejamento Escolar
Caderno de Planejamento Escolar
Binho Marques
Governo do Acre
Secretaria de Estado de Educao
Rua Rio Grande do Sul, 1907 Aeroporto Velho
CEP: 69.903-420 Rio Branco AC
Tel: (068) 3213-2355 Fax: (068) 3213-2355
email: ensinofundamental.educacao@ac.gov.br
Institut
oA baporu de Educaoe Cultura
Elaborao
Instituto Abaporu de Educao e Cultura
www.abaporueducacional.com.br
Rosana Dutoit
Rosaura Soligo
Walter Takemoto
PRODUO GRFICA
GFK Comunicao
Caros professores, coordenadores e gestores
Ao oferecer este material para subsidiar o planejamento das equipes escolares, a Secre-
taria de Educao do Estado do Acre tem como inteno criar um contexto que oportunize
o dilogo entre professores, coordenadores e gestores sobre a gesto da sala de aula, na
perspectiva de favorecer a melhoria da qualidade do ensino.
A proposta que a leitura e o estudo dos contedos aqui apresentados permitam a
discusso sobre a necessidade da articulao do trabalho dos professores, coordenadores
e gestores a favor da aprendizagem dos alunos.
Sabemos que o trabalho em equipe tem potencialmente a condio de favorecer a cons-
truo de um projeto educativo que possibilite o desenvolvimento e a aprendizagem em
uma certa direo e com uma certa continuidade.
A Semana de Planejamento uma das situaes privilegiadas de trabalho em equipe e,
como tal, deve ter a funo de estimular e incentivar a iniciativa e a contribuio de todos
da equipe escolar, no sentido de buscar uma atuao cada vez mais coerente e coordenada
possvel. o momento do planejamento conjunto, ou seja, de definir, a partir dos resultados
da aprendizagem obtidos no ano anterior, quais as expectativas do trabalho para o ano,
quais atividades sero desenvolvidas na escola, como elas sero organizadas no tempo e
no espao escolar e qual a diviso de tarefas entre os educadores para que as expectativas
previstas sejam alcanadas. Assim, pode ser explicitada a responsabilidade de todos com a
aprendizagem dos alunos.
O produto do planejamento coletivo realizado na Semana deve ser necessariamente
registrado, pois tem como finalidades: informar a comunidade escolar sobre as aes que
sero desenvolvidas em funo dos objetivos que foram estabelecidos; orientar o trabalho
coletivo ao longo do ano; favorecer o papel articulador do gestor; subsidiar as informa-
es que sero dadas aos familiares sobre o que os educadores da escola decidiram fazer
para melhorar a qualidade do ensino; e apoiar a discusso nos momentos de formao da
equipe escolar.
Afirmamos mais uma vez o compromisso da Secretaria de Educao com a qualidade
do ensino e com a qualidade da aprendizagem de todos os alunos do estado do Acre, por
acreditarmos que esta uma tarefa cuja responsabilidade compartilhada com as escolas.
Janeiro de 2009
ndice
A relao professor-aluno.....................................................................................................10
Interveno Pedaggica........................................................................................................21
Agrupamentos produtivos...................................................................................................24
Bibliografia..............................................................................................................................76
Dialogando com as equipes escolares:
firmando compromissos necessrios
para a qualidade da aprendizagem dos alunos 1
O desafio de organizar a prtica pedaggica para que haja maior qualidade na apren-
dizagem dos alunos grande. Vamos iniciar nosso dilogo questionando: o que garante a
aprendizagem dos alunos?
A observao da realidade e algumas pesquisas sobre o ensino e a aprendizagem vm
indicando que h um conjunto de variveis que interferem nos resultados (positivos ou
negativos) do trabalho pedaggico e, dentre elas, esto algumas s quais daremos nfase
neste documento:
1 Este texto foi organizado por Rosana Dutoit, Rosaura Soligo e Walter Takemoto do Instituto Abaporu de Educao e Cultura, a
partir dos seguintes documentos: Caderno 1 Orientaes para o ensino de Lngua Portuguesa e Matemtica no Ciclo Inicial, SEE/
SME, 2008; Caderno 2 Para organizar o trabalho pedaggico no Ciclo Inicial, SEE/SME, 2008; Caderno do Professor, SME So
Lus MA, 2003; Soligo R (org.). Dez questes a considerar, 2001; Bassedas E, Huguet T, Sol I. Aprender e Ensinar na Educao
Infantil. Artmed: Porto Alegre, 1999; Zabala A. A Prtica Educativa: como ensinar. Artmed: Porto Alegre, 1999.
6
condies mais subjetivas tm enorme influncia nesse processo: o conhecimento prvio
do aluno, a crena na prpria capacidade, a disponibilidade e curiosidade para aprender, a
valorizao dos saberes que possui e o sentimento de pertinncia ao grupo de colegas so
alguns dos fatores que explicam por que, a partir de um mesmo ensino, h sempre lugar
para a construo de diferentes aprendizagens.2
Acreditar na prpria capacidade decisivo no s para a aprendizagem escolar, mas
tambm para o desenvolvimento pessoal como um todo. Especialmente quando a propos-
ta pedaggica tem como eixo metodolgico a resoluo de problemas, considerar-se capaz
de assumir os riscos de experimentar situaes desafiadoras (possveis, porm difceis)
pr-requisito para a aventura do conhecimento.
O sentimento de incapacidade, em geral, traz consigo outros tantos sentimentos que
comprometem as possibilidades de aprender: falta de respeito por si mesmo, baixa auto-
estima e nenhuma autoconfiana. Isso faz com que as pessoas fujam dos desafios e que,
quando so obrigadas a enfrent-los, tenham certeza de que no vo conseguir fazer o
que preciso.
Sabemos o quanto difcil fazer com que os alunos adultos e os multirrepetentes arris-
quem-se para aprender, porque eles geralmente se acham incapazes afinal, no con-
seguiram aprender o que deveriam no tempo certo. Todo professor que j trabalhou com
alunos assim sabe que o primeiro passo, nesse caso, criar condies para elevar a sua
autoestima e para que reconheam e valorizem os saberes que possuem, localizando exa-
tamente o que lhes falta, pois geralmente acreditam que nada sabem. Quando isso ocorre,
preciso criar um contexto que contribua decisivamente para a superao desses senti-
mentos e atitudes, que muitas vezes inviabilizam completamente a aprendizagem um
contexto de afeto real, de colaborao, de solidariedade, de expresso e reconhecimento
dos talentos pessoais, de respeito aos saberes de cada um, de aceitao do direito de errar
sem ser punido... Os sucessos na aprendizagem escolar, o reconhecimento dos colegas e
as novas amizades podem ter um enorme efeito positivo nesse caso.
2 Texto adaptado a partir do original, contido nos Referenciais para a Formao de Professores, SEF-MEC, 1998, p. 25.
7
O contrato didtico que rege
as situaes de ensino e aprendizagem
Que poder tero as ideias predominantes quanto aos papis e
atribuies de cada um na sala de aula e a forma de todos se
relacionarem com o conhecimento?
A expresso contrato didtico tem sido utilizada para nomear as ideias, expectativas e
regras que regulam as relaes professor-aluno-conhecimento. Mesmo que jamais se fale
explicitamente a respeito, o contrato didtico sempre existe e se expressa nos direitos e
deveres frente s situaes de ensino e de aprendizagem, modela os papis e as relaes
dos diferentes atores envolvidos nesse processo, representa o conjunto de condutas espe-
cficas que os alunos esperam dos professores, que estes esperam dos alunos e que regu-
lamde modo significativoo funcionamento da aula e das atividades desenvolvidas.
Como toda instituio, a escola organiza-se segundo regras de convvio e de funcionamento
que foram/vo se constituindo ao longo do tempo, determinadas por sua funo social e pela
cultura institucional predominante e que, evidentemente, conformam as ideias, expectativas e
regras que se traduzem no contrato didtico (e em tudo o mais que se vive na escola).
Essas regras e expectativas, que determinam os papis a serem desempenhados na es-
cola, estabelecem direitos e deveres em relao tambm s situaes de ensino e aprendi-
zagem dos contedos escolares3 que tm lugar na sala de aula criam contratos implcitos
que, normalmente, se tornam observveis apenas quando so transgredidos.
O imaginrio social est povoado de representaes (crenas e expectativas, na verda-
de) mais ou menos cristalizadas sobre esses diferentes papis e sobre os elementos que
compem a instituio escolar e suas prticas. Quando a proposta pedaggica subverte
o funcionamento convencional da escola ou da sala de aula, a conscincia do professor
sobre essas questes revela-se muito importante para a reflexo sobre sua prtica e para a
compreenso de acontecimentos, s vezes, aparentemente incompreensveis.
Um exemplo: a responsabilidade pela correo dos textos escolares historicamente sem-
pre foi do professor. Se tivermos como objetivo didtico que os prprios alunos tomem para
si a responsabilidade de analisar criticamente seus textos e, consequentemente, de corrigi-
los, tanto o nosso prprio papel (de professor) quanto o dos alunos est sendo subvertido:
eles assumindo parte da responsabilidade que era exclusiva nossa e ns assumindo uma nova
responsabilidade, diferente da de realizar sozinhos a correo agora teremos que ensinar
os alunos a desenvolverem atitude crtica e procedimentos de anlise das inadequaes de
seus prprios textos e teremos que fazer um tipo de correo diferente da que fazamos at
ento. Esse novo objetivo coloca novas necessidades prtica pedaggica e exige mudanas
em um contrato didtico antigo, em relao correo de textos produzidos na escola. Se
compreendermos as implicaes disso, fica mais fcil entender, por exemplo, as eventuais
resistncias dos alunos em realizar o rduo trabalho de reviso do que produzem.
3 Contedo escolar significa tudo que se ensina e se aprende, formal ou informalmente, na escola: fatos, conceitos, procedi-
mentos, normas, valores, atitudes...
8
Outros aspectos permeados por representaes muito cristalizadas pela tradio pedag-
gica em relao aos papis e responsabilidades das partes envolvidas so a avaliao e
a disciplina: muitos dos mal-entendidos e das dificuldades vivenciados nas escolas que pro-
curam inovar suas prticas localizam-se justamente a. A inexistncia de um contrato claro
e compartilhado por todos a respeito das concepes de base, das formas de transposio
dessas concepes para a prtica e dos papis que devem desempenhar os atores do proces-
so educativo, favorece a projeo de diferentes representaes dos envolvidos nas relaes
que tm lugar na escola e, dessa forma, os mal-entendidos e conflitos frequentes acabam
sendo inevitveis. Essas so situaes avaliao e uso da liberdade/autoridade no espao
pblico da escola em que o contrato no pode ser ambguo e pouco explcito para no
provocar interpretaes distorcidas que, ainda assim, certamente acontecero.
Vejamos outras situaes em que as representaes pessoais interferem consideravel-
mente nas relaes educativas. Em uma escola orientada pela concepo construtivista
de ensino e aprendizagem, o aluno deve realizar as atividades propostas da forma como
consegue, pode errar, deve justificar o procedimento utilizado ao invs de apenas dar res-
postas esperadas, pode interagir com seus pares, no deve ter medo do professor, pode
circular pelo espao, deve expressar suas opinies, pode contestar... Normas incomuns na
educao tradicional. Isso, no entanto, no significa que no deva esforar-se para dar o
melhor de si, que o erro tem o mesmo valor que o acerto, que no tenha que se compro-
meter com os melhores resultados, que possa conversar a todo momento com quem tiver
vontade e circular pelo espao a seu bel-prazer, que possa tratar o professor de igual para
igual, impor sua vontade a qualquer preo e ser mal-educado...
Uma escola em que essas atitudes so a tnica no cotidiano indica que o contrato no
foi definido adequadamente, que as normas, as regras, as responsabilidades, as obrigaes
recprocas e os papis no esto claros para ningum, principalmente para os educado-
res. Isso significa que, por falta de acordos negociados a priori, os acontecimentos e as
situaes escolares esto sendo interpretados de acordo com perspectivas e expectativas
pessoais; significa que, por falta de um contrato explcito, h lugar para a projeo de
representaes pessoais a respeito das normas, das regras, das responsabilidades, das
obrigaes recprocas e dos papis que cabem a cada um.
Quando isso ocorre, preciso uma razovel capacidade de anlise e de distanciamento por
parte dos educadores para que se possa identificar quais so de fato os problemas, pois no se
pode encontrar solues para problemas que no foram identificados adequadamente. Quan-
do se toma o efeito pela causa, por exemplo, sabemos que no h resoluo possvel...
Para um professor sair da condio de apresentador de aulas e conquistar, por um lado,
um nvel de profissionalismo condizente com as demandas que esto hoje colocadas, e,
por outro, o status de educador, ter que desenvolver sua capacidade de anlise crtica.
Isso implica exerccio de outras duas capacidades: a de refletir sobre a prpria prtica e a
de colocar-se no lugar do outro especialmente do aluno , buscando, tanto quanto
possvel, analisar as coisas a partir tambm dessa perspectiva.
Por que isto est acontecendo? Por que os alunos agem dessa maneira? Qual o efeito das
minhas propostas e das minhas atitudes na conduta dos alunos? Qual a melhor soluo para
esta questo? Ser que o que estou propondo , de fato, relevante? Estou tendo distanciamen-
to para avaliar essa situao? Professores movidos por esse tipo de inquietao, pela busca de
9
respostas a perguntas desse tipo, pelo compromisso com a qualidade de suas prticas, caso
tenham um espao de discusso coletiva, certamente encontram boas solues para as difi-
culdades que enfrentam no dia a dia. por essa razo que tem sido consensual a defesa de
espaos coletivos de discusso sobre trabalho pedaggico e a nfase na reflexo sobre a ao
(especialmente por meio da escrita) como exerccio fundamental na profisso de professor.
A transformao das prticas de ensino e aprendizagem depende, em grande medida,
da modificao do contrato que rege as relaes envolvidas nessas prticas. E isso algo
que depende da tomada de conscincia sobre sua natureza e seus efeitos e da discusso
coletiva dos educadores (entre si, com os pais e com os alunos) sobre as necessrias revi-
ses no contrato didtico convencional, para que atenda s novas necessidades colocadas
por outros propsitos educativos. preciso desvendar o contrato que rege as relaes que
tm lugar na escola e estabelecer quais so as modificaes desejveis e factveis, analisan-
do suas provveis consequncias. E compartilhar, com todos, as novas bases nas quais se
assentam os direitos e deveres dos atores do processo educativo.
A relao professor-aluno
A crena do professor na capacidade do aluno pode interferir no seu
processo de aprendizagem?
10
Planejamento da prtica pedaggica
Em que medida o planejamento pode ajudar a ordenar e organizar
um ensino de qualidade?
Quem planeja, o que e quando planejar?
At que ponto o planejamento responsvel pela coerncia entre o
que se pretende e o que de fato acontece na sala de aula?
ter maior clareza de quais so as metas do trabalho pedaggico, ou seja, o que se pre-
tende que os alunos saibam ao final de um perodo, que pode ser uma semana, um dia,
um ms, um ano;
pensar com antecedncia as aes que se julga necessrias para o alcance dos resulta-
dos desejados e sequnci-las considerando os diferentes nveis de desafio que colocam
aos alunos;
avaliar o trabalho realizado, no apenas em relao aos resultados, mas tambm em
relao s aes desenvolvidas ao longo do processo, o que pode contribuir para re-
direcion-las (se o propsito for ajustar as propostas considerando as necessidades e
possibilidades de aprendizagem dos alunos);
verificar a coerncia entre o que se pretende alcanar com os alunos e o que realmente
acontece na sala de aula isto , entre o que se deseja obter em termos de resultado e
o que efetivamente se faz para tanto.
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afetam pouco o que se havia previsto e, em outras, exigem modificaes substanciais. Del
Carmen (1993) resume, de uma maneira breve, os benefcios trazidos pelo planejamento:
5 Todo o texto da pgina 11 at aqui baseado em BASSEDAS, Eullia, HUGUET, Teresa, SOLE, Isabel. Aprender e Ensinar na
Educao Infantil, Artmed, Porto Alegre, 1999.
12
O desafio avaliar para planejar e planejar para intervir: portanto, embora nem sempre
se compreendam as coisas desta maneira, a avaliao sempre o ponto de partida para o
planejamento contnuo de uma prtica pedaggica que se pretende ajustada s necessida-
des e possibilidades de aprendizagem dos alunos. E no h prtica pedaggica de qualidade
quando no se considera o que podem os alunos e quando no se responde ao que eles
precisam do ponto de vista da aprendizagem so eles, afinal, os sujeitos a quem se destina
a educao escolar. Isso significa que uma interveno adequada (ou seja, uma ao ajusta-
da a possibilidades e necessidades) s pode acontecer como resultado de um planejamento
inteiramente apoiado na avaliao do que sabem ou no os alunos.
Esse processo pressupe nveis diferenciados de planejamento, que aqui esto abordados
em quatro tipos: anual, peridico, quinzenal ou semanal (da rotina) e dirio.
Planejamento anual
aquele em que so decididos os objetivos e contedos da srie ou ciclo em cada rea
de conhecimento/ componente curricular, assim como as formas de avaliao e acompanha-
mento pedaggico dos alunos durante o ano. um trabalho que requer a discusso coletiva
dos professores de forma a garantir o trabalho articulado na escola.
Planejamento peridico
Acontece durante o processo de trabalho, em perodos mais curtos do que o ano letivo (se-
mestres, trimestres, bimestres). nessa instncia que habitualmente so detalhados os projetos
e as sequncias de atividades que daro sustentao ao trabalho pedaggico, compatibilizando
as propostas previstas no planejamento anual e as que se mostram fundamentais a partir da
avaliao das necessidades especficas de aprendizagem do grupo de alunos.
Planejamento da rotina
Tambm chamado de organizao do tempo pedaggico, esse tipo de planejamento,
que pode ser quinzenal ou semanal, destinado a detalhar ainda mais as propostas, consi-
derando: a organizao do espao, a formao dos agrupamentos de alunos, a distribuio
das atividades a serem realizadas durante o perodo, o material necessrio para desenvolv-
las, a melhor forma de dar as orientaes para realizao das tarefas etc.
A rotina pode ser parcialmente organizada em conjunto com os demais professores do
mesmo ano/srie, mas h uma parte que cabe ao professor que vai efetivamente trabalhar
com sua(s) turma(s).
Planejamento dirio
Esse o momento de detalhar o que ainda for necessrio para a aula do dia. Ainda que
seja de responsabilidade de cada professor, fundamental que a escola garanta momentos
de discusso dos alcances e limites do que proposto e obtido em cada turma especfica:
a oportunidade de avaliar coletivamente o andamento do trabalho de cada um favorece a
troca de informaes e de experincias, constituindo-se, assim, em um importante espao
de construo do conhecimento pedaggico de todos.
Abaixo, um apanhado geral dos quatro tipos e do modo como os objetivos, os contedos
e o respectivo tratamento didtico aparecem em cada caso.
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Planejamento da
Planejamento Planejamento Planejamento
rotina (Semanal
anual peridico dirio
ou quinzenal)
cidades que se pre- necessrio) das capa- indicados os objeti- atividades, das inter-
tende que os alunos cidades que se pre- vos, pois o que mais venes, dos agrupa-
desenvolvam ao lon- tende que os alunos importa, nesse caso, mentos e de outros
go do ano (os por- desenvolvam, para definir quais as aspectos que se
qus dos contedos a perodos menores propostas de ativida- mostrem necessrios,
serem propostos e do do que um ano se- de mais apropriadas caso isso no tenha
respectivo tratamento mestres, trimestres, para abordar os con- ainda sido feito no
didtico). bimestres... tedos previstos. momento da organi-
contedos.
Tratamento didtico
Sobre os contedos
Tal como hoje defendem vrios estudiosos, so quatro as principais categorias dos con-
tedos escolares. Cada qual demanda tratamento didtico diferenciado, uma vez que di-
ferentes tipos de objetos de conhecimento demandam diferentes formas de conhecer/
aprender, tal como mostra a caracterizao abaixo.6
6 Esta caracterizao foi elaborada com base na tipologia dos contedos contidas em A prtica educativa: como ensinar
(Antoni Zabala, Artmed, 1998).
14
Um primeiro tipo de contedo rene fatos, acontecimentos, situaes, dados e
fenmenos concretos e singulares que so informaes de pouca ou nenhuma com-
plexidade. Por exemplo: nomes de lugares, pessoas e objetos em geral, endereos, n-
meros de telefones, instrues simples... Esse tipo de contedo aprendido basicamente
mediante atividades de repetio e/ou cpia mais ou menos literal, a fim de serem me-
morizados no requerem construo conceitual e so compatveis com uma abordagem
transmissiva, baseada no uso da linguagem verbal. De qualquer forma, para ensinar esse
tipo de contedo, conveniente, sempre que possvel, associ-lo a um ou mais conceitos,
para que a aprendizagem no seja exclusivamente mecnica e que se apoie em relaes
estabelecidas com outros contedos mais significativos.
Outro tipo de contedo rene conceitos e princpios. Os conceitos se referem ao con-
junto de fatos, objetos ou smbolos que tm caractersticas comuns e os princpios se re-
ferem s mudanas que se produzem em um fato, objeto ou situao em relao a outros
fatos, objetos ou situaes, em geral relaes de causa-efeito ou correlaes. Por exemplo:
energia, fotossntese, territrio, cultura, sistema alfabtico de escrita, sistema de numera-
o decimal, diviso... Esse tipo de contedo implica necessariamente compreenso e
aprendido por um processo de elaborao e construo pessoal, por aproximaes suces-
sivas, por erros e acertos nas interpretaes, que vo se depurando conforme avana o
entendimento. So boas atividades, nesse caso, as que favoream que aquilo que objeto
de conhecimento dos alunos se relacione com seus conhecimentos prvios, que mobilizem
e potencializem essas relaes, que apresentem desafios ajustados s necessidades e pos-
sibilidades de aprendizagem, que confiram significado e funcionalidade ao que est sendo
estudado, que requeiram o uso dos conceitos para descobrir, interpretar e verificar outras
situaes, construir outras ideias, adquirir outros saberes...
Esses dois tipos de contedo so os que a escola, ao longo da histria, tem se ocu-
pado em ensinar, embora cometendo o equvoco geralmente de srias consequncias
para a (no) aprendizagem dos alunos de ensinar conceitos e princpios complexos
com estratgias de repetio-fixao-memorizao, ou seja, como se fossem informa-
es simples, de fcil assimilao. J os tipos de contedo descritos a seguir, tambm por
um equvoco de efeitos semelhantes, em geral no tm sido tomados pela escola como
contedos em si, mas como derivaes do conhecimento de fatos e conceitos, o que,
na prtica, no se verifica...
Procedimentos, mtodos, tcnicas, destrezas ou habilidades e estratgias con-
figuram outro tipo de contedo. Em geral, envolvem um conjunto de aes ordenadas,
no so necessariamente observveis e, conforme a natureza e complexidade, dependem
do conhecimento de conceitos que permitem proceder desta ou daquela forma. Alguns
exemplos: ginstica, dana, leitura, escrita, reflexo, estudo, pesquisa, clculo mental,
comparao... Contedos dessa natureza s se aprendem pela prtica (pois fazendo que
se aprende a fazer) e a qualidade do desempenho requer exercitao frequente, aplicao
em contextos diferenciados e reflexo sobre a prpria atividade, o que possibilita a toma-
da de conscincia da ao desenvolvida: para poder proceder melhor importante poder
refletir sobre a maneira como procedemos. As atividades devem, ento, funcionar como
contextos favorveis para o uso desses recursos e, portanto, as atividades permanentes so
privilegiadas, porque se caracterizam pela constncia e pela regularidade.
15
E, por fim, o outro tipo de contedo rene valores, atitudes e normas. Valores so
princpios ou ideias ticas que permitem s pessoas emitir juzo sobre condutas e seus res-
pectivos sentidos. Atitudes so tendncias ou predisposies relativamente estveis para
atuar de certo modo, de acordo com determinados valores. E normas so padres ou
regras de comportamento a serem seguidos em determinadas situaes e que orientam a
conduta de todos os membros de um grupo social, constituindo a forma pactuada de pr
em prtica certos valores compartilhados por uma coletividade, que indicam o que pode/
deve ou no ser feito. Alguns exemplos: solidariedade, cooperao, respeito, responsabili-
dade, liberdade, cuidado com o meio ambiente, gosto pela leitura... Os processos vincula-
dos compreenso de contedos associados a valores em geral exigem reflexo, tomada
de posio e elaboraes complexas de carter pessoal. Ao mesmo tempo, a apropriao
e interiorizao do que est sendo compreendido requerem envolvimento afetivo, o que,
por sua vez, tem relao com necessidades individuais, com o ambiente, com o contexto.
Nesse sentido, so situaes adequadas de ensino e de aprendizagem aquelas que de fato
contribuem para estimular esses processos e funcionam como situaes exemplares, pois
apenas o discurso do dever ser totalmente ineficaz nesse caso: a coerncia na postura,
na abordagem e nas eventuais cobranas de conduta essencial.
Mas o fato de poder identificar as caractersticas predominantes nos contedos, bem
como as principais estratgias de aprendizagem e, em consequncia, as abordagens me-
todolgicas mais adequadas, no significa que as apropriaes do sujeito que aprende se
do de maneira isolada em cada caso, muito pelo contrrio, a aprendizagem dos diferentes
contedos concomitante.
16
Sequncias de
atividades Atividades Situaes
Projetos
(ou Atividades permanentes independentes
sequenciadas)
So situaes didticas So situaes didticas So situaes didticas Situaes ocasionais:
que se articulam em articuladas que pos- cujo objetivo constituir So situaes em que
funo de uma finalidade suem uma sequncia de atitudes, desenvolver algum contedo sig-
e de um produto final realizao cujo critrio hbitos etc. nificativo trabalhado
compartilhados. Contex- principal so os nveis de sem que tenha relao
tualizam as atividades e, dificuldade. direta com o que foi
embora no necessaria- planejado.
mente, podem ser inter-
disciplinares. Situaes de
Sobre a rotina
Pode parecer que essa preocupao com a adequada estruturao da rotina s se jus-
tifica no caso das turmas de alunos menores e que, para as sries finais do Ensino Funda-
mental e Ensino Mdio, no faria sentido.
Porm, selecionar previamente, sequenciar e distribuir no tempo as atividades e conte-
dos a serem trabalhados fundamental em qualquer srie.
Do ponto de vista dos alunos maiores, fundamental:
informar o que se pretende com as atividades, levando-os a sentir que sua atuao res-
ponde a algum tipo de objetivo/necessidade;
prepar-los antes de introduzir toda e qualquer mudana ou novidade na rotina, seja qual
for o aspecto (organizao do espao, utilizao dos materiais, propostas e intervenes
do professor etc.);
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apresentar as atividades de maneira a incentiv-los a dar o melhor de si mesmos e a acre-
ditar que sua contribuio relevante para todos;
criar um ambiente favorvel aprendizagem, bem como ao desenvolvimento de auto-
conceito positivo e da confiana em sua prpria capacidade de enfrentar desafios (por
exemplo, por meio de situaes em que eles sejam incentivados a se colocar, a fazer
perguntas, a comentar o que aprenderam etc.).
5 A 6 B 5 A 7 D 5 B
Projeto: Conhea o
corpo humano
Produo de textos
informativos sobre o
corpo humano sala
de informtica (base-
ados na pesquisa feita
na ltima aula, cada
grupo poder iniciar a
produo dos textos
que faro parte do
seu trabalho)
5 C 6 A 5 A 7 D 5 B
7 D 6 A 6 C 6 A 6 C
5 B 5 C 6 C 6 B 7 E
Atividade perma-
nente: pesquisa /
biblioteca
Roda de leituras de
textos informativos
sobre aparelho respi-
ratrio/corpo humano
(cada grupo compar-
tilhar com a classe o
que pesquisou sobre
o corpo humano)
7 E 5 C 6 B 7 E
Preparo da II Mostra
de trabalhos cient-
ficos
Discusso em grupos
da forma como cada
grupo apresentar a
sua parte
Elaborao de um
plano de ao de
cada grupo
18
O fato de ter apenas trs aulas semanais com cada turma no impede que esse pro-
fessor pense em uma rotina que potencialize o uso do tempo e a aprendizagem de seus
alunos. O fato de ter optado por trabalhar com projetos requer muita organizao para
otimizar e tirar o maior proveito possvel do tempo disponvel: a existncia de aulas dobra-
das contribui muito nesse sentido.
A seguir, h mais um exemplo de rotina7 da rea de Lngua Portuguesa em uma turma
de 5a a 8a srie, que permite enxergar o trabalho e os objetivos de ensino que orientam
as escolhas do professor.
Esses exemplos explicitam como se pode distribuir os diferentes contedos/atividades
que precisam ser garantidos em um dado perodo. As reas/disciplinas que contam com
um nmero menor de aulas semanais podem elaborar uma rotina quinzenal ou mensal.
8 | 9| 10
2 FEIRA8 3 FEIRA 4 FEIRA 5 FEIRA 6 FEIRA
7 Uma proposta de rotina semanal como esta pode se repetir por duas semanas ou mais, variando-se os contedos de gra-
mtica, se necessrio. Neste caso especfico, trata-se de uma rotina do primeiro trimestre da 6 srie que est sendo repetida (na
semana anterior j havia sido desenvolvida exatamente com a mesma sequncia de atividades). Este exemplo foi elaborado por
Rosngela Veliago, da equipe do Instituto Abaporu de Educao e Cultura.
8 Na segunda e na sexta-feira, a aula uma dobradinha com 1 hora e 40 minutos (duas aulas de 50 minutos).
9 Este o tempo mdio gasto com cada atividade de leitura do professor para os alunos.
10 O foco da reviso foi e sempre escolhido em funo da anlise das produes dos alunos (dos aspectos que merecem
maior ateno no momento).
19
A rotina uma forma de concretizar as intenes educativas. Por isso, ao ser plane-
jada, preciso considerar tanto as necessidades de aprendizagem dos alunos, quanto a
melhor forma de atend-las, a partir dos objetivos propostos.
A organizao do trabalho pedaggico em rotinas permite potencializar o tempo di-
dtico, ou seja, aproveitar ao mximo o perodo em que o aluno permanece na escola,
oferecendo situaes significativas que possam de fato favorecer a aprendizagem.
importante que o professor reflita sobre como tem ocupado as horas que trabalha com
os alunos. Sem entrar no mrito da qualidade pedaggica das atividades propostas, podemos
afirmar que muitas vezes o tempo do aluno em sala de aula e na escola subutilizado.
H um dito popular que afirma que tempo dinheiro. Quando o tempo est des-
tinado para a aprendizagem que papel da escola oferecer, podemos dizer sem medo
de exagerar que tempo crescimento: intelectual e pessoal. Por isso, no h como
negligenci-lo, ele deve estar totalmente voltado para o aprender.
Por isso, importante ressaltar que organizar a rotina implica tomar decises acerca
do uso inteligente do tempo de aprendizagem, o que diferente da distribuio simples
e despretensiosa das atividades em um determinado perodo.
Vale a pena pensar sobre a organizao do tempo com relao aos alunos a partir de
algumas questes, tais como: Como so organizadas as horas que os alunos permane-
cem na escola? O que possvel aprender durante esse tempo?
E tambm do ponto de vista do trabalho do professor: Como dar conta de todos os
contedos previstos para aquele ciclo ou srie? Como organizar o trabalho de sala de
aula de forma a atender s demandas dos alunos?
A organizao do tempo necessria para a aprendizagem no s do aluno, mas tam-
bm do professor no que se refere gesto de sala de aula. Essa uma aprendizagem
constante, pois, a cada turma assumida, novos desafios so colocados. O que se apren-
deu sobre gesto de sala de aula com um grupo nem sempre transfervel para outro.
Da mesma forma que no se desenvolve um mesmo planejamento ano aps ano,
no possvel organizar rotinas de trabalho que sejam idnticas para os grupos com os
quais o professor trabalha. Nesse sentido, podemos afirmar que as rotinas, ainda que
tenham estruturas parecidas, precisam ter um toque que evidencie as caractersticas
de um grupo particular e a histria percorrida por ele. Uma histria de interaes, apren-
dizagem, dificuldades, conquistas... Enfim, de singularidades que so impressas pelas
individualidades que o compem.
A elaborao da rotina , sobretudo, uma ao que necessita ser inventada periodica-
mente. Uma inveno que depende da clareza do professor sobre os objetivos de ensino,
da seleo e tratamento didtico adequados dos contedos e principalmente do seu
olhar atento sobre o processo de aprendizagem dos seus alunos.
Uma rotina que organiza o tempo de aprender dos alunos e do professor, ao contrrio
do que o termo insinua, significa movimento. Movimento criado pela reflexo sobre a
prtica pedaggica e sobre a gesto de sala de aula, que por sua vez impulsiona a toma-
da de decises sobre o que, como e quando ensinar. Competentemente.
20
Interveno Pedaggica
Quando e como intervir?
Quando uma interveno pode favorecer a aprendizagem?
21
Por outro lado, preciso saber dosar o nvel de desafio. Se acreditamos que desa-
fiador aquilo que difcil e possvel ao mesmo tempo, temos que saber o quanto o
aluno aguenta ser questionado e, para tanto, imprescindvel identificar e/ou inferir
os conhecimentos prvios que possui sobre o contedo trabalhado.
E, por fim, importante no perder de vista que a problematizao um proce-
dimento que rompe com o contrato didtico clssico de uma proposta tradicional
em que a regra do jogo o professor perguntar para avaliar o que os alunos sabem
e no para ajud-los a pensar. Se isso no estiver claro para eles, possvel que no
compreendam as razes das perguntas que lhes so feitas e que lidem mal com esse
tipo de situao.
A interveno direta do professor durante as atividades, evidentemente, condio
para que os alunos avancem em seus conhecimentos. Entretanto, tambm a atividade
proposta deve ser, em si, portadora de desafios deve colocar um problema real a
ser resolvido para que, na tentativa de solucion-lo, os alunos possam pr em jogo
tudo o que j sabem sobre o contedo da tarefa. Sendo assim, no basta que a ativi-
dade seja interessante: precisa favorecer a construo e o uso de seus conhecimen-
tos. Quanto mais a atividade estiver adequada s suas necessidades de aprendizagem
e quanto mais os agrupamentos forem criteriosamente planejados, maiores sero as
possibilidades de os alunos evolurem em seu processo de aprendizagem, mesmo se
no puderem contar a todo instante com a interveno direta do professor.
A interveno do professor no processo de ensino e aprendizagem importante
para que os alunos avancem em seus conhecimentos um procedimento didti-
co privilegiado que pode elevar uma atividade simples condio de situao de
aprendizagem de fato. Ou seja, os alunos esto em atividade quando participam de
qualquer situao de classe em que estejam em movimento, agindo, ativos fsica ou
mentalmente. Situao de aprendizagem, por outro lado, uma proposta de ativi-
dade planejada intencionalmente pelo professor para que os alunos aprendam algo.
Nesse sentido, a interveno pedaggica faz toda a diferena, pois nem sempre uma
atividade , em princpio, uma situao que faz aprender, que provoca necessaria-
mente avanos no conhecimento dos alunos, mas isso pode acontecer se o professor
aproveitar as oportunidades para potencializ-la, para extrair da atividade o melhor
que ela pode oferecer para a aprendizagem dos alunos. Quando adotamos um mo-
delo de ensino pautado na resoluo de problemas, o papel do professor durante
as atividades muito importante. Para ajudar os alunos a pensarem, para proble-
matizar, para informar quando necessrio, para sugerir possibilidades que eles no
percebem de imediato, enfim, para ajud-los a resolver as questes colocadas pela
tarefa proposta.
A interveno do professor deve ser vista como uma ajuda especializada, por as-
sim dizer. Uma ajuda que coloque desafios, que mobilize os conhecimentos que os
alunos j trazem sobre determinado contedo, que possibilite a reorganizao desses
conhecimentos e os faam avanar em seu processo de aprendizagem. Os desafios
devem ser sempre alcanveis a ideia do difcil e possvel pressupe que os alunos
aceitem o jogo proposto pela atividade, acreditando que, com o seu prprio esforo
e com a ajuda recebida, podero enfrent-lo.
22
Uma interveno desse tipo s pode ser planejada e desenvolvida a partir do conhe-
cimento sobre:
Sobre este ltimo item, importante ressaltar que hoje sabemos que a to cobia-
da classe homognea no existe. A diversidade de alunos, de saberes, de ritmos, de
experincias anteriores, um imperativo no cotidiano escolar. Dada essa diversidade,
no podemos imaginar que exista (ou seja possvel) um nico jeito de intervir, isto ,
um mesmo tipo de conduta sempre igual para todos os alunos, sem distino. pre-
ciso ajustar as formas de oferecer ajuda pedaggica, tendo em conta a realidade que
temos diante de ns. Se h diversidade de saberes, necessrio que haja diversidade
de estratgias de interveno: desafiar, problematizar, dirigir, propor, comparar, res-
ponder, concluir junto...
s vezes, a melhor alternativa fazer uma pergunta uma pergunta que ajude o
aluno a pensar, a configurar o seu espao de reflexo. Em outro momento, a apresen-
tao imediata de informao o mais adequado quando a informao possibilita
ao aluno estabelecer relaes necessrias para elaborar melhor suas ideias. Outras
vezes, propor uma comparao o que faz avanar. Em outras, ajudar a organizar
as ideias e a generalizar. Ouvir o que o aluno tem a dizer sobre o que pensou para
chegar a um determinado resultado a conduta mais apropriada em muitos casos.
E h ainda aquele tipo de proposta que favorece que ele perceba seus avanos na
aprendizagem, que enxergue a sua prpria competncia. Enfim, no existe um jeito
nico de intervir para ajudar a aprender, no existe um modelo melhor a priori: a
identificao da melhor alternativa para o momento e a combinao dessas alternati-
vas o que caracteriza uma prtica pedaggica de qualidade.
Quando se constata (e se acredita de fato) que os indivduos crianas, jovens e
adultos constroem seus conhecimentos, a consequncia muitas vezes uma con-
cluso equivocada de que ento no preciso intervir junto aos alunos ou que a in-
terveno poderia ser prejudicial para eles, porque se adiantaria ao seu processo de
aprendizagem. Na verdade, a certeza de que os indivduos constroem conhecimentos
a partir de suas experincias pessoais e de que esses conhecimentos podem ser dife-
rentes de indivduo para indivduo implica, no contexto da educao escolar, planejar
intervenes ajustadas s suas necessidades e possibilidades de aprendizagem. esse
um dos nossos maiores desafios profissionais: saber quando e de que forma a nossa
interveno vai se constituir de fato em ajuda pedaggica. s vezes, no mesmo
preciso intervir, pois a atividade proposta garante por si mesma o que necessrio
para os alunos trabalharem. Em outras, o papel do professor essencial, apresen-
tando dicas, recuperando informaes j conhecidas, organizando as ideias. E, em
outras, preciso observar os alunos trabalhando, para perceber se as ajudas sero ou
no necessrias. No h uma regra, portanto.
23
Agrupamentos produtivos
Quais as vantagens do trabalho em grupo na sala de aula?
Quais os critrios para formar bons agrupamentos?
Como deve ser a interveno do professor nos grupos?
Devemos organizar os alunos sempre em grupos?
Os alunos no sabem trabalhar juntos reuni-los, em geral, provoca
muita conversa, muito barulho. Como lidar com isso?
24
nveis de conhecimento ou diferentes idades gera tumulto ou indisciplina, prejuzo para os
mais avanados, certamente o trabalho em grupo no tem lugar nesse cenrio. Agora,
se estamos convencidos que a diversidade de saberes, de ideias, de pontos de vista, fun-
damental para o processo de construo de conhecimento, que o professor o informante
privilegiado, mas no o nico que conta, ento, veremos na interao dos alunos um
dispositivo valioso para a consolidao de uma concepo mais democrtica de educao
e para um modelo de ensino de maior qualidade.
Quando o propsito alcanar os melhores resultados do ponto de vista da aprendi-
zagem, agrupar os alunos exige uma ao intencional e criteriosamente planejada pelo
professor, a partir da clareza dos objetivos da proposta de atividade e do que sabe sobre
o conhecimento dos alunos em relao ao que pretende ensinar e sobre suas caractersti-
cas pessoais. No considerar esses aspectos pode ocasionar agrupamentos improdutivos,
porque a possibilidade de um grupo funcionar como um dispositivo a favor da interao
de todos depende do cruzamento desses dois fatores principais: o que se quer obter como
resultado da ao dos alunos e as suas reais possibilidades de trabalharem de fato em co-
laborao e produzirem bem juntos.
Quando o propsito alcanar os melhores resultados do ponto de vista da aprendi-
zagem, as atividades propostas devem ser, tambm elas, portadoras de desafios, de um
bom problema a ser resolvido, que exija que os alunos acionem os conhecimentos e recur-
sos de que dispem na tentativa de solucion-lo.
Uma atividade se converte em situao de aprendizagem quando funciona como um
desafio difcil e possvel para os alunos essa condio tem a ver no s com a tarefa pro-
posta, mas tambm com os recursos disponveis para chegar a um resultado satisfatrio,
especialmente as informaes e as ajudas com que se pode contar em grupos montados
para favorecer a interao.
Se os alunos se sentem desafiados porque a tarefa e o grupo em que trabalham esto
ajustados s suas necessidades e possibilidades de aprendizagem, a tendncia solicitarem
menos o professor, pois eles conseguem trabalham com maior autonomia na maior parte
do tempo. Vem da a afirmao de que o trabalho com grupos bem montados representa
uma vantagem pedaggica da maior importncia: certo que no nada fcil acertar o
ponto, que esse um aprendizado demorado para professores que no tm ainda essa
prtica, mas o investimento vale a pena. Para os alunos. Para o professor. Para a aprendi-
zagem de todos.
O fato de o professor no ser considerado o nico informante legtimo na sala de aula
no significa que perdeu sua funo, muito pelo contrrio. O que ocorre que essa funo
se transforma. Quando a perspectiva ajustar as propostas de ensino s necessidades e
possibilidades de aprendizagem dos alunos, o fundamental no mais transmitir informa-
es o tempo todo, mas planejar situaes de ensino e aprendizagem para todos. E isso
demanda uma srie de conhecimentos e decises do professor em relao a:
como avaliar o conhecimento prvio dos alunos e seu percurso de aprendizagem;
como articular objetivos de ensino e objetivos de realizao dos alunos;
como selecionar as formas mais adequadas de organizar os contedos (atividades perma-
nentes, atividades de sistematizao, sequncias de atividades, projetos...)
25
como mobilizar a disponibilidade para a aprendizagem e favorecer a construo da auto-
nomia intelectual;
como atender as diversidades na sala de aula;
como agrupar os alunos de forma produtiva para que trabalhem cooperativamente e apren-
dam uns com os outros;
como realizar a gesto da sala de aula em situaes de trabalho em grupo;
como avaliar os resultados obtidos e redirecionar as propostas, quando no forem satisfatrios.
11 Antoni Zabala. In A prtica educativa como ensinar, Porto Alegre, Artmed, 1998.
26
Avaliao da aprendizagem dos alunos
Que teorias, que princpios, que orientaes norteiam a avaliao que te-
mos realizado na escola?
Que modelos, que parmetros, que critrios podem/devem ser usados?
Que vantagens e que limites evidenciaram as prticas de avaliao
j realizadas?
Que resultados foram produzidos pelas prticas de avaliao j existentes?
27
os alunos individualmente, de propostas de atividade que revelem o seu nvel de assimilao dos
contedos. Em situaes assim, o professor pode avaliar no s o que os alunos j so capazes de
fazer sozinhos, mas tambm o que conseguem fazer com ajuda de outras pessoas.
Na verdade, esse tipo de avaliao o que tem mais sentido e importncia para o trabalho
pedaggico, pois possibilita ao professor modificar suas propostas e intervenes.
Por fim, no processo de ensino e aprendizagem, no se pode prescindir da avaliao final,
cuja funo externar informaes sobre o que os alunos aprenderam em relao aos contedos
que foram trabalhados. Nesse caso, a avaliao ocorre por meio de atividades preparadas especi-
ficamente para conhecer os resultados obtidos em relao aprendizagem: basicamente uma
avaliao para emitir um juzo de valor a respeito do aluno e de seus progressos em determinado
momento12. Este tipo de avaliao possui uma funo reguladora, pois permite replanejar a pro-
posta de ensino e estabelecer o nvel de alcance dos objetivos previamente estabelecidos.
O processo de avaliao deve apoiar-se em trs tipos de procedimento do professor:
Observao sistemtica acompanhamento do percurso de aprendizagem do aluno, utilizan-
do instrumentos de registro.
Anlise das produes observao criteriosa do conjunto de produes do aluno, para que
se possa ter um quadro real das aprendizagens conquistadas.
Anlise do desempenho em atividades especficas de avaliao verificao de como o aluno se
sai nas situaes planejadas especialmente para avaliar os seus conhecimentos prvios sobre o que se
pretende ensinar e para avaliar o quanto aprendeu sobre o que j foi trabalhado. Nesse caso, im-
portante, em primeiro lugar, garantir que essas atividades sejam semelhantes s situaes de apren-
dizagem propostas em sala de aula (isto , que no se diferenciem, em sua estrutura, das atividades
que j foram realizadas); em segundo lugar, importante deixar claro o que se pretende avaliar (e por
que razo), para que o aluno procure dar o melhor de si nesses momentos. E, se o objetivo verifi-
car os conhecimentos j construdos pelo aluno, devem ser atividades propostas para que ele realize
sozinho e sem ajuda (a menos que se pretenda analisar justamente como ele procede em parceria
com os demais colegas ou com a ajuda da professora). A chamada prova (uma atividade especfica
para avaliar) , portanto, um dos instrumentos possveis de avaliao, mas no o nico e nem o mais
adequado, a depender do tipo de contedo. A prova, se bem planejada, um recurso que pode ser
oportuno para avaliar o conhecimento do aluno sobre fatos e conceitos, mas nem sempre servir
para avaliar atitudes e procedimentos, que so contedos de grande importncia durante toda a
escolaridade. A observao sistemtica essencial para avaliar atitudes e procedimentos e a anlise
das produes do aluno necessria para verificar a evoluo do seu conhecimento, sem o que no
h como o professor atribuir conceitos (ou notas, quando for o caso) de forma justa.
Por fim, importante destacar que, para avaliar adequadamente a aprendizagem, preciso ter
como referncia trs parmetros, tomados simultaneamente como critrio geral: o aluno em re-
lao a ele mesmo, em relao ao que se espera dele e em relao aos demais colegas
que tiveram as mesmas oportunidades escolares.
Avaliar o aluno em relao a ele mesmo significa considerar o que ele sabia antes do
professor ensinar e comparar esse nvel de conhecimento prvio com o que ele demonstra ter
adquirido no processo.
29
Abaixo, esto sistematizadas algumas informaes sobre o que considerar e como no mo-
mento de organizar uma prova13 cuja finalidade seja avaliar o desempenho dos alunos em uma
situao especfica de verificao conhecimento adquirido.
1 2 3 4 5
13 O quadro desta pgina foi elaborado com base nas informaes tratadas por Carmem Carvalho em uma palestra realizada no
Colgio Santa Marcelina SP, em 1993.
30
Por fim, uma considerao sobre o lugar do erro no processo de ensino e de apren-
dizagem: fundamental detectar o tipo de erro apresentado pelo aluno principalmente
para ajud-lo a perceber onde errou, para inform-lo sobre a hiptese que temos sobre a
razo disso, e para tomar o erro como recurso de avaliao em favor de uma interveno
pedaggica ajustada. O erro permite compreender o que ainda falta aprender e, portanto,
o que precisa ser ensinado, retomado, abordado de outra forma.
14 A principal referncia bibliogrfica utilizada para a elaborao do texto que se segue : COLL, Cesar, et al. Los contenidos en
la Reforma: ensenanza y aprendizaje de conceptos, procedimientos y actitudes. Madrid: Santillana, 1992.
31
nativas de respostas, como o caso de questes de mltipla escolha). Evidentemente, o
ltimo tipo mais fcil do que o primeiro. Como cada qual dessas formas produz diferen-
tes resultados na avaliao, a adequao do uso de uma ou de outra depende de quando
e para que se quer que os alunos memorizem a informao.
Os fatos e dados devem ser memorizados s se for necessrio recuper-los frequente-
mente no contexto de outras atividades cotidianas ou de aprendizagem.
Vantagens Desvantagens
fcil formular perguntas para esse tipo de avaliao. Nem sempre informa adequadamente o nvel de
No difcil medir a correo das respostas se compreenso.
houver critrios claros de comparao.
O aluno pode ter compreendido o conceito, mas
no saber elaborar uma definio adequada, o que
engana o professor (falsos erros).
Ao utilizar esse tipo de avaliao, fundamental valorizar mais o uso que o aluno faz de
suas prprias palavras do que a mera reproduo literal (o que pode levar a uma avaliao
de fatos e/ou dados e no de conceitos).
b) O reconhecimento da definio
Trata-se de oferecer vrias possibilidades de significado de um conceito para que o
aluno reconhea o correto (mltipla escolha).
32
Vantagens Desvantagens
O reconhecimento mais fcil do que a evocao. Dificuldade para elaborar questionrios com opes
de respostas significativas para o professor e para o
possvel que produza nveis melhores de resul-
aluno (que no sejam tolices).
tado do que o modo anterior.
Se a resposta correta uma reproduo fiel e literal
fcil de corrigir.
de uma definio j oferecida anteriormente, pode-
Se for bem planejado, proporciona informao se estar potencializando a memorizao e a aprendi-
significativa sobre os erros mais comuns. zagem apenas de fatos, de informaes simples.
c) A exposio temtica
Trata-se da produo de um texto expositivo, frequentemente escrito, sobre determi-
nada rea conceitual (pode ser genrica, como, por exemplo, A energia e suas transfor-
maes, ou especfica, que envolve a relao entre dois ou mais conceitos, como, por
exemplo, Diferenas entre Antigo e Novo Regime e seus modos de produo).
Vantagens Desvantagens
Exige relacionar conceitos entre si, de modo signi- Todas as vantagens descritas podem tornar-se
ficativo (quando so tambm atividades habituais). riscos quando no se tem o devido cuidado com
Esse tipo de questo favorece a comparao, o es- esse tipo de avaliao. Pode novamente ser uma
tabelecimento de semelhanas e diferenas, a busca avaliao do nvel de memorizao no caso do
de analogias e contrapontos. aluno se valer de respostas corretas j conhecidas
com o agravante de que agora no so s da-
Favorece o uso efetivo de procedimentos de ex-
dos e fatos a serem reproduzidos, mas pargrafos
presso oral e escrita essenciais na aprendizagem
inteiros. Assim, preciso que o aluno utilize suas
acadmica.
prprias palavras, exemplos, analogias...
As ideias erradas ou relaes equivocadas entre
H uma carga procedimental bastante forte, o
conceitos so um indicador importante no s das
que pode dificultar o desempenho dos alunos mais
dificuldades de aprendizagem conceitual, mas do
novos que podem ter aprendido o conceito em
prprio esforo do aluno para compreender.
questo, mas no possuem habilidades procedi-
mentais requeridas (por exemplo, quando o aluno
sabe o que est em jogo, mas no sabe colocar
por escrito por meio de um texto expositivo).
33
Vantagens Desvantagens
Os erros cometidos so muito informativos e A garantia de que os alunos no esto apenas
proporcionam indcios para melhorar o ensino repetindo exemplos apresentados anteriormente
dos conceitos em questo, apesar de que, no depende de que as situaes ou casos a serem
caso de listas fechadas de exemplos, o valor classificados nunca tenham sido apresentados
discriminativo e informativo da avaliao at ento.
depende bastante da qualidade das listas.
Ou seja, esse tipo de proposta ser adequada se
Avalia a aprendizagem atravs da ativao de avaliar a capacidade de generalizar um conceito
conhecimentos e, assim, evita o risco da simples adquirido para situaes novas.
memorizao.
Vantagens Desvantagens
Permitem conhecer o uso que os alunos fazem Nem sempre fcil encontrar situaes
de seus conhecimentos. problemticas viveis e interessantes para os
alunos, o que requer um grande esforo de
Evitam a confuso entre compreenso e
imaginao (a esquematizao e seleo de
memorizao.
situaes conceitualmente ricas e adequadas
Em tese, o tipo de avaliao mais completo para o nvel de conhecimento dos alunos o
para a aprendizagem de conceitos, j que elemento crucial nessa forma de avaliar).
permite integrar os dois anteriores (exposio,
As respostas dos alunos no so fceis de avaliar.
explicando o fenmeno, e categorizao do
mesmo). S possvel utilizar esse tipo de atividade de
avaliao se as atividades de aprendizagem
Ajuda a consolidar procedimentos dirigidos
forem baseadas, em grande medida, na
inferncia e soluo de problemas.
resoluo de situaes-problema.
A avaliao mais completa aquela que recorre a diversos critrios e recursos que se
complementam. Tambm importante que o aluno reconhea, nas atividades de ava-
liao, um exerccio a mais de aprendizagem e que, portanto, existe continuidade entre
uma coisa e outra.
O ideal avaliar o conhecimento conceitual no curso das prprias atividades de aprendiza-
gem, que, sempre que possvel, devem se assemelhar aos tipos de propostas acima descritos.
34
Cuidados necessrios para no tomar a aprendizagem de fatos por aprendizagem de
conceitos
a) Evitar perguntas e tarefas que permitam respostas reproduzidas, ou seja, evitar que a
resposta correta esteja includa nos materiais e atividades de aprendizagem;
b) Colocar na avaliao situaes e tarefas novas, ao menos em algum aspecto, requeren-
do do aluno a generalizao de seus conhecimentos o que exige que as atividades de
aprendizagem tambm funcionem dessa maneira;
c) Avaliar os conhecimentos prvios dos alunos para ativar suas ideias e trabalhar a partir delas;
d) Valorizar ideias pessoais dos alunos, promovendo o uso espontneo de sua terminolo-
gia, incentivando-os a parafrasear ou descrever por si mesmos diversos fenmenos;
e) Valorizar as interpretaes e conceitualizaes dos alunos que se distanciam da noo cien-
tfica usualmente aceita. Isso deve ocorrer no s antes, mas aps o ensino. O aluno que
mostra uma interpretao distorcida de um fenmeno j ensinado, ainda que requeira uma
interveno adicional, est demonstrando um esforo por assimilar esse fenmeno a seus
conhecimentos, o que, sabemos, um indcio de compreenso, ainda que incipiente;
f) Utilizar propostas indiretas (classificao, soluo de problemas etc.) que tornem intil
a repetio literal e acostumem os alunos a aventurar-se a usar seu conhecimento para
resolver enigmas, problemas e dvidas, em lugar de buscar a soluo fora deles mes-
mos. Entretanto, possvel que a melhor ferramenta para ajudar os alunos seja compre-
ender as dificuldades que tm para aprender significativamente.
Ter aprendido bem os procedimentos significa poder evoc-los ou aplic-los com faci-
lidade. Quando se chega a nveis elevados de aprendizagem, esse duplo exerccio se faz
muito rapidamente, de maneira muito precisa e at de forma automtica, ou com muito
pouco esforo consciente.
Se o que se pretende apenas comprovar a existncia do conhecimento sobre o pro-
cedimento, pode-se fazer perguntas concretas sobre como se realiza uma determinada
atividade que o requeira. Concretamente, o que se solicita que o aluno diga como
se faz (uma observao, uma descrio, uma medida, uma manipulao, uma composi-
35
o escrita...). Mas, considerando que aprender o procedimento supe no s assimilar
o enunciado da regra que o expressa, mas saber aplic-lo, o mais adequado , portanto,
verificar uma realizao do aluno. Assim, o que se solicita dele que demonstre que possui
conhecimento suficiente e capacidade de uso e aplicao dessa informao.
No entanto, s vezes o aluno domina e sabe aplicar o procedimento, mas no consegue
identific-lo como o mais adequado para uma determinada situao colocada, precisando
que algum lhe indique o professor precisa ter isso claro para no considerar uma difi-
culdade especfica como ausncia de conhecimento.
36
Assim, a linguagem e as aes manifestas so os instrumentos mais eficazes para avaliar
as atitudes, mas no incomum que um determinado comportamento no corresponda
exatamente atitude que se poderia inferir a partir dele. Nem todas as atitudes se refletem
claramente em comportamentos, como o caso, por exemplo, do autoconceito. Quando
assim, necessrio recorrer a situaes que potencializem a fala sobre as atitudes e sus-
citem declaraes de inteno.
Dimenso afetiva: diz respeito a sentimentos, sensaes, emoes ou paixes e, para ser
alcanada, demanda uma observao cuidadosa do coletivo de alunos.
Dimenso relacionada conduta: diz respeito forma de atuar, de agir, e expressa os signi-
ficados relevantes para os sujeitos que esto por trs das condutas observveis por isso
preciso tentar compreend-los de algum modo para entender a razo de suas condutas.
Apesar de existir uma tendncia coerncia entre esses trs componentes, que so inter-
dependentes, s vezes, o aluno pensa, sente e atua de maneira distinta. Em determinadas
situaes pode, por exemplo, agir sem pensar, sentir mas no agir ou no agir justamente
porque pensou.
Por fim, uma considerao ainda: em qualquer caso, o desafio avaliar para planejar e
planejar para intervir. A avaliao sempre o ponto de partida de uma prtica pedaggica
que se pretende ajustada s necessidades e possibilidades de aprendizagem dos alunos.
37
38
Discutindo alguns exemplos de questes
e o que as respostas dos alunos revelam
sobre o que sabem do assunto estudado
39
Lngua Portuguesa 6 Ano do Ensino Fundamental
Diferenciar o texto A seguir. A seguir. Possivelmente sabe a Possivelmente sabe a de- Possivelmente sabe a defi- Sabe a definio com-
literrio de no definio, incompleta, finio completa de texto nio incompleta de texto pleta de texto no
literrio, a partir de texto literrio, mas literrio, mas no identifi- no literrio, mas no iden- literrio e identifica que
da leitura de texto no identifica que ela ca que ela no justifica a tifica que ela no justifica a ela justifica a afirmativa
jornalstico. no justifica a afirma- afirmativa e no se aplica afirmativa apresentada de apresentada de forma
o apresentada. ao texto apresentado. forma mais clara e objetiva. mais clara e objetiva.
Por TIO MAIA projeto so as mangueiras situadas na Estra- Maria da Conceio Freitas, moradora de um
da da Floresta, na altura da Cermica Dalas, lote prximo s mangueiras e que costumava
Parceria entre o gabinete do senador que esto ameaadas e algumas at j come- utilizar o local como passatempo. Quando
Tio Viana (PT-AC) e a Prefeitura Municipal, aram a apodrecer os galhos de suas copas. eu morava no bairro Ruy Lino e vinha aqui
atravs da Secretaria de Meio Ambiente, vai Este ano elas j deram poucas mangas e visitar minha filha, era debaixo dessas man-
estabelecer um plano de ao para salvar algumas esto com seus galhos apodrecidos. gueiras que a gente passava uma boa parte
mangueiras centenrias e outras rvores de Hoje, faz at medo ficarmos debaixo delas. do tempo, conversando e admirando a pai-
Rio Branco. As primeiras rvores a receberem A qualquer momento um galho pode cair na sagem. Mas agora est ficando perigoso,
ateno de tcnicos que vo participar do cabea da gente, diz a funcionria pblica disse Maria.
40
Aps a leitura do texto acima, podemos afirmar que um texto no literrio. Por qu? Marque a opo que justifique a
afirmativa um texto no literrio de forma mais clara e objetiva.
41
LNGUA PORTUGUESA 9 Ano do Ensino Fundamental
Interpretar diferentes A seguir. A seguir. Possivelmente sabe di- Possivelmente no Sabe diferenciar, Possivelmente sabe
textos e contextos, ferenciar, parcialmen- sabe diferenciar viso de forma objetiva e diferenciar, parcial-
relacionando-os e te, viso otimista de pessimista de otimis- clara, viso crtica de mente, viso otimista
percebendo intertex- pessimista, em relao ta, em relao aos otimista e percebe de pessimista e no
tualidades existentes aos textos e aos di- textos e aos diversos a ironia presente no percebe a ironia pre-
entre os diversos versos contextos, mas contextos, e no per- texto 2. sente no texto 2.
contextos. no percebe a ironia cebe a ironia presen-
presente no texto 2. te no texto 2.
Sujeitos na mudana
O Brasil pode acabar com a misria. Basta que haja uma deciso poltica para um trabalho conjunto articulado e planejado entre
governo e sociedade. Mas qualquer projeto de combate misria s vai dar certo se os prprios excludos se tornarem autores de
sua ao libertadora. Eles devem ser sujeitos, e no objetos, das aes. No adianta fazer algo por eles. fundamental que eles
tomem parte ativa no processo. Eles comeam a ganhar autoestima, a sair de uma condio de passividade para acreditar e lutar
pela mudana da prpria vida e da vida de sua comunidade. Essa a maior revoluo de que o Brasil precisa. E os excludos so
capazes disso e de muito mais. Necessitam apenas de capacitao, orientao e acompanhamento. S assim podero recuperar o
valor humano latente.
Zilda Arns Neumann
Fundadora e Coordenadora Nacional da Pastoral da Criana da Conferncia Nacional dos Bispos
Fonte: http://www.dimenstein.com.br
42
TEXTO 2
MAFALDA
Fonte: www.fotolog.com/mafaldatiras
O texto 1 apresenta a opinio de Zilda Neumann acerca da atuao da sociedade brasileira no processo de sair de uma condio de
passividade para acreditar e lutar pela mudana da prpria vida e da vida de sua comunidade.
O texto 2 apresenta a opinio da Mafalda, com humor, caracterstica das tirinhas, acerca do papel da sociedade, quando se pensa em
um mundo melhor.
A partir desta anlise, escolha a opo que melhor resuma as mensagens contidas nos textos.
43
Lngua Portuguesa 1 Ano do Ensino Mdio
44
Leia o texto abaixo para responder a questo:
45
Lngua Portuguesa 3 Ano do Ensino Mdio
O que demonstra
Alternati- O que demonstra saber O que demonstra saber O que demonstra saber
saber o aluno
Capacidade Questo vas de res- o aluno que respondeu o aluno que respondeu a o aluno que respondeu
que respondeu a
postas a alternativa A alternativa B a alternativa C
alternativa D
Interpretar e com- A seguir. A seguir. Possivelmente interpreta, Possivelmente interpreta, de Possivelmente interpre- Interpreta e com-
preender modos de modo parcial, a abor- modo parcial, a abordagem ta, de modo parcial, a preende o texto
de pensar envolvi- dagem do texto, no iden- do texto, no identificando abordagem do texto, no lido e a aborda-
dos no processo de tificando o aspecto nfase o aspecto predomnio da identificando o aspecto gem feita pelo
produo da arte na liberdade de expresso concepo ldica da arte importncia da pesquisa autor.
literria de diferen- criadora na abordagem literria na abordagem feita pura da palavra na abor-
tes pocas. feita pelo autor. pelo autor. dagem feita pelo autor.
O texto acima um fragmento de uma importante entrevista concedida por Joo Guimares Rosa ao crtico Gunter W.
Lorenz, acerca de seu estilo literrio. Marque a opo em que a afirmativa apresenta um aspecto que no percebido na
abordagem feita pelo autor acerca de seu estilo:
46
Matemtica 6 Ano do Ensino Fundamental
Resolver situaes proble- A seguir. A seguir. Escreve nmeros na- Possivelmente no Possivelmente enten- Possivelmente no
ma que permitam utilizar turais de qualquer entende que o alga- de que o algarismo entende que o alga-
as regras do sistema de ordem, inclusive os rismo que se encon- que se encontra rismo que se encon-
numerao decimal, ler, escritos abreviada- tra antes da vrgula antes da vrgula diz tra antes da vrgula
escrever, comparar, ordenar mente com vrgulas. diz respeito ao termo respeito ao termo diz respeito ao termo
e usar arredondamento de escrito em palavras escrito em palavras escrito em palavras
nmeros naturais de qual- bilhes e busca bilhes. No entanto, bilhes, nem iden-
quer ordem de grandeza, construir um nmero no identifica que o tifica um nmero da
inclusive os escritos abre- dessa classe, mas nmero escrito da ordem de grandeza
viadamente com vrgulas, constri um nmero ordem de grandeza dos bilhes.
reconhecendo relaes e da ordem de grande- dos milhes.
regularidades. za dos milhes.
Em 2008, segundo estimativa do Fundo de Populao das Naes Unidas (Unfpa), cerca de 3,3 bilhes de pessoas ou metade da
populao mundial atual vivia em reas urbanas.
47
Matemtica 9 Ano do Ensino Fundamental
O que O que
O que demonstra
O que demonstra saber demonstra demonstra saber
Alternativas saber o aluno
Capacidade Questo o aluno que respondeu a saber o aluno o aluno que
de respostas que respondeu a
alternativa B que respondeu respondeu a
alternativa A
a alternativa C alternativa D
Ampliar e cons- A seguir. A seguir. Possivelmente no Possivelmente calcula a rea de Possivelmente Identifica a planifi-
truir noes de conhece o conceito ou um quadrado (uma das faces do no tem clareza cao de um cubo
medida, pelo no fez uma leitura cubo) e multiplica por 3, tendo do conceito de e calcula a rea
estudo de dife- atenta do enunciado, visualizado trs faces do cubo rea total e con- de um quadrado
rentes grandezas, tendo calculado a rea como na representao: funde com o de quando conhecida
utilizando dgitos de um quadrado (uma volume, mesmo a medida de seu
significativos para das faces do cubo). havendo a unida- lado.
representar as de cm2.
medidas, efetuar
clculos e apro-
ximar resultados
de acordo com o
grau de preciso
desejvel.
48
Matemtica 1 Ano do Ensino Mdio
Resolver situa- A seguir. A seguir. Possivelmente no co- Identifica quando Possivelmente no Possivelmente no
es-problema nhece o conceito de uma sequncia uma conhece o conceito conhece o conceito de
que explorem progresso aritmtica, progresso aritmtica de progresso aritm- progresso aritmtica
sequncias nu- ou de razo, no identi- e analisa o significa- tica ou de razo ou ou de razo e conside-
mricas como ficando que no houve do da razo. no identifica uma ra que a soluo deve
as progresses alterao nos demais sequncia que no ser obtida por meio de
aritmtica e ge- elementos da sequncia est apresentada pela uma operao entre
omtrica para e, portanto, da razo enumerao de seus os nmeros apresen-
favorecer o de- da P.A. elementos. tados no enunciado e
senvolvimento a obtm efetuando a
do pensamento adio entre 10 e 4.
algbrico.
Considere uma progresso aritmtica de 10 termos e razo 4. Retirando o primeiro termo dessa P.A., a sequncia obtida:
a) ser uma P.A. de razo 8.
b) ser uma P.A. de razo 4.
c) ser uma P.G. de razo 4.
d) ser uma P.A. de razo 14.
49
Matemtica 3 Ano do Ensino Mdio
Reconhecer os A seguir. A seguir. Possivelmente no dife- Possivelmente no Interpreta um cubo Possivelmente interpre-
slidos geom- rencia cubo de quadra- tenha considerado como um slido ta um cubo como um
tricos e realizar do; divide 36 por 4 (n somente as quatro formado por 6 qua- slido formado por 6
clculos de reas de arestas de uma face) e arestas do cubo (de drados e identifica a quadrados e identifica
e volumes utili- determina a rea de um modo geral, na po- rea do cubo como a 12 arestas; encontra a
zando frmulas. quadrado de lado 9 cm. sio convencional soma das reas dos 6 medida de uma aresta
do cubo, as arestas quadrados. (dividindo 36 por 12),
que esto na posio mas no interpreta a
vertical), obtendo a rea do cubo como a
medida de 9 cm para soma das reas dos 6
cada aresta e em se- quadrados.
guida, sabendo que o
cubo formado por
6 quadrados, tenha
calculado as reas
deles, chegando ao
valor apresentado
nessa alternativa.
Calcule a rea total de um cubo, sabendo que a soma dos comprimentos de todas as arestas igual a 36 cm.
a) 81 cm2
b) 486 cm2
c) 54 cm2
d) 9 cm2
50
HISTRIA 6 Ano do Ensino Fundamental
Compreender A seguir. A seguir. Possivelmente, embora Possivelmente, parte Possivelmente revela uma Demonstra uma maior
e refletir sobre pense estar valorizando de uma viso pre- preocupao com aspectos sensibilidade s diferen-
as diferentes a cultura do nativo bra- conceituosa, mais estruturais das sociedades as culturais, alm de se
formas de uso, sileiro, pode na verdade especificamente eu- do passado, o que indica ater mais especificamente
posse e explora- estar propenso a uma vi- rocntrica, das so- que superou uma viso ao que pede a questo,
o dos espaos so idealizada do indge- ciedades indgenas. tradicional, na qual se ou seja, a perspectiva de
fsicos, pelos na, associando-o a valo- Em nossa cultura enfatiza o papel dos indiv- cada cultura em relao
diversos grupos res cristos. uma viso ainda subsistem pre- duos, desconsiderando-se ao trabalho, produo e
humanos a par- anloga representada conceitos, como de os determinantes sociais consumo. Busca evitar erros
tir de suas ativi- pelo personagem Papa- que o ndio pobre e econmicos. Contudo, conceituais e situaes de
dades nas rela- Capim, de Maurcio e inferior, quando o pelo fato da alternativa preconceito, adotando um
es de trabalho de Souza, como se os conceito de pobreza apontar apenas a limitao posicionamento que, de
e de produo. indgenas fossem seres no se aplica s co- do olhar do indgena e no um ponto de vista ideol-
puros, inocentes e em munidades amern- do colonizador, podemos gico, pode ser considerado
completa harmonia com dias e o conceito de identificar aqui uma variante politicamente correto, pois
a natureza, o que, em inferioridade remete do preconceito verificado na no toma partido nem
ltima anlise, remete sobrevalorizao alternativa B (o indgena dos indgenas e nem dos
ideia do bom selva- de aspectos de nos- puro e inocente, como na colonizadores, mas busca
gem, de Jean-Jacques sa herana cultural alternativa A, mas inferior, entender cada qual a partir
Rousseau. europeia. como na alternativa B. de seus prprios termos.
51
O texto a seguir parte dos escritos de um francs em viagem pelo Brasil no sculo XVI, retratando o dilogo que
ele certa vez teve com um indgena tupinamb. Leia-o e, a seguir, assinale a alternativa que representa de forma
mais adequada a diferena entre nativos e colonizadores no modo como viam o trabalho, a produo e o consumo.
52
a) O ndio, na verdade, est dando uma lio de moral no francs, visto que os colonizadores produziam mais do que precisavam e
acabavam valorizando mais os aspectos materiais do que o prprio sentido da vida humana;
b) O dilogo revela com clareza a indolncia do indgena brasileiro, pouco afeito ao trabalho, preferindo descansar ao invs de
garantir o sustento prprio e de sua famlia, razo pela qual predomina uma condio de pobreza na maioria das comunidades
indgenas at os dias de hoje; diferente, portanto, do colonizador, que podia atingir nveis scio-econmicos bastante elevados.
c) Em virtude de sua extrema simplicidade, o indgena brasileiro no era capaz de compreender o complexo sistema de produo
e circulao de mercadorias que estava se constituindo na poca e que resultaria, sculos depois, na economia globalizada que
caracteriza o mundo atual;
d) O dilogo apresenta duas concepes opostas em relao propriedade na poca colonial: os indgenas em geral
tinham a propriedade coletiva da terra e da produo enquanto para os colonizadores a distribuio de riquezas era
desigual; por isso o comrcio e o acmulo de riquezas, que eram to importantes para os europeus, constituam ati-
vidades sem sentido para os nativos da Amrica.
53
Histria 9 Ano do Ensino Fundamental
Posicionar-se A seguir. A seguir. Possivelmente aponta Possivelmente incorre Possivelmente indica outra Compreende a rela-
criticamente para uma das caracte- no erro mais comum tendncia bastante comum no o causa/efeito (o
frente a atitu- rsticas mais marcan- no entendimento das estudo da Histria: o dualismo. anti-semitismo como
des de desres- tes da compreenso sociedades do passado: importante salientar que o causa do genocdio)
peito e violao tradicional de Hist- o anacronismo. Este aluno no pode e nem deve e uma comparao
dos direitos ria: o voluntarismo. consiste em atribuir a ficar neutro diante dos fatos ponderada entre
humanos. Nessa perspectiva, o uma poca o carter histricos: tanto as aes e diferentes pocas da
processo histrico de uma poca diversa. atitudes moralmente conden- Histria, estabele-
concebido como re- A comparao entre o veis como aquelas moralmente cendo relaes tem-
sultado das grandes Holocausto e as per- louvveis devem ser objeto de porais, mas evitando
aes dos grandes seguies religiosas repdio e admirao, respec- o anacronismo. O
personagens do pas- na Idade Mdia sem tivamente. Nesse sentido, as aluno revela tambm
sado: Jlio Csar, Na- dvida pertinente, mas atrocidades cometidas contra sensibilidade para
poleo, Dom Pedro I, a analogia, a identifi- os judeus na Segunda Guerra questes morais, o
Hitler, Getlio Vargas cao de similaridades Mundial podem e devem ser que essencial para
etc., desconsiderando deve constituir apenas objetos de juzos de valor. O a Histria, sem, con-
as camadas populares o primeiro passo para grande problema quando o tudo, cair na armadi-
como agentes histri- uma compreenso aluno estabelece uma dicoto- lha dos esteretipos.
cos e no levando em adequada de um con- mia entre vtimas inocentes e
conta fatores estrutu- texto histrico. Num algozes cruis, esquecendo, por
rais econmicos, de- momento seguinte exemplo, que entre as vtimas
mogrficos etc. da necessrio tambm o havia focos de resistncia, as-
sociedade estudada. reconhecimento das sim como entre os alemes ha-
diferenas que tornam via aqueles contrrios poltica
cada contexto nico na eugenista do partido nazista.
Histria.
54
Durante a Segunda Guerra Mundial o regime nazista empreendeu o Holocausto, isto , uma campanha de persegui-
o e extermnio dos judeus que habitavam na Alemanha e nos territrios sob seu domnio. Tendo isso em mente,
assinale a alternativa que melhor representa o Holocausto:
a) A hostilidade para com os judeus na Alemanha foi resultado da poltica racista implementada na Alemanha pelo ditador Adolf
Hitler, cuja insensatez determinou o genocdio judeu na Segunda Guerra Mundial.
b) O massacre de judeus na Europa sob o regime nazista no constitui uma novidade histrica, pois estes j haviam enfrentado
situao idntica com as perseguies que ocorreram na Idade Mdia.
c) A conjuntura da Segunda Guerra Mundial colocou frente a frente dois grupos sociais, o povo judeu, inocente e indefeso, vtima
das atrocidades cometidas pelo povo alemo, carrascos frios e insensveis.
d) O Holocausto constituiu uma manifestao extrema de anti-semitismo, isto , de antagonismo ao povo judeu; o anti-
semitismo pode ser encontrado em diversas pocas da Histria e, embora seja uma atitude sempre condenvel, o fato
que, sob o regime nazista na Alemanha, o anti-semitismo atingiu propores sem precedentes na Histria humana.
55
Histria 1 Ano do Ensino Mdio
Identificar aspec- A seguir. A seguir. Possivelmente demonstra um Possivelmente revela Possivelmente de- Revela uma com-
tos da insero entendimento adequado da uma compreenso monstra propenso a preenso adequada
feminina no tabela e a capacidade de per- acurada dos dados da aceitar uma tese mui- de alguns dados da
mercado de ceber contrastes entre o saber tabela, mas suas con- to em voga da histo- tabela, se atm ao
trabalho no Bra- sistematizado e as opinies cluses encontram-se riografia, qual seja a que lhe foi solicitado
sil na segunda do senso comum. Contudo, comprometidas por de que o patriarca- na questo uma
metade do scu- h aqui provavelmente a um posicionamento lismo constituiria o anlise diacrnica e
lo XIX. ausncia de um comprome- ideolgico que tende modelo da organiza- no se exime de ex-
timento ideolgico mais ex- a ver as relaes hu- o familiar no Brasil pressar um juzo de
plcito, pois o aluno se limita manas, e em especial de modo geral. Con- valor, denunciando
aos resultados objetivos, sem aquelas que envolvem tudo, a interpretao e implicitamente
relacion-los s questes mo- situaes de domi- da tabela equivoca- condenando como
rais que tornam o assunto um nao e/ou desigual- da, pois se tomados injusta a permann-
foco de discusso. Alm disso, dade social, como em termos relativos, cia da condio.de
o aluno no responde o que o resultado de um os dados apontados inferioridade da mu-
foi pedido, pois se limita a ca- abstrato conceito de na resposta no do lher no mercado de
racterizar uma poca anlise natureza e no como aval concluso pre- trabalho
sincrnica , sem identificar algo historicamente tendida.
as mudanas e permanncias construdo.
anlise diacrnica.
56
Observe a tabela a seguir e interprete os dados nela apresentados. A seguir assinale a alternativa que representa os
principais aspectos da atuao da mulher brasileira no mercado de trabalho na segunda metade do sculo XIX.
Profisses Homens % Mulheres % Total %
Sem profisso 1.984.053 20,44 2.188.061 22,55 4.172.114 42,99
Lavradores 2.131.830 21,97 905.636 9,33 3.037.466 31,30
Servio Domstico 196.784 2,03 848.831 8,75 1.045.615 10,77
Costureiras - - 506.450 5,22 506.450 5,22
Criados/Jornaleiros 274.217 2,83 135.455 1,40 409.672 4,22
Criadores 147.443 1,52 58.689 0,60 206.132 2,12
Operrios em Tecidos 6.313 0,07 133.029 1,37 139.342 1,44
Comec./Guarda-livro/Caixeiros 93.577 0,96 8.556 0,09 102.133 1,05
Artistas 36.906 0,38 4.297 0,04 41.203 0,42
Capitalistas/Proprietrios 23.140 0,24 8.723 0,09 31.863 0,33
Operrios em Couros/Peles 5.612 0,06 15 0,00 5.627 0,06
Prof./ Homens de Letras 1.307 0,01 2.218 0,02 3.525 0,04
Operrios em Chapus 1.711 0,02 219 0,00 1.930 0,02
Parteiros 50 0,00 1.147 0,01 1.197 0,01
Operrios em Tinturarias 422 0,00 127 0,00 549 0,01
Religiosos (regulares) 107 0,00 286 0,00 393 0,00
Total 4.903.472 50,52 4.801.739 49,84 9.705.211 100,00
a) As mulheres, no passado, tinham uma participao ativa no mercado formal de trabalho, o que se pode concluir a partir dos percentuais
totais da tabela, que demonstram que as mulheres ocupam quase a metade das atividades (49,48%); mesmo considerando-se que o grupo de
mulheres sem profisso maior que o dos homens, ainda assim a diferena, de menos de dois pontos percentuais, ainda muito pequena.
b) O grfico refora a idia de que existem profisses tipicamente masculinas e outras tipicamente femininas: servio domstico, costureiras,
operrios em tecidos e parteiros, por exemplo, eram na maioria mulheres, enquanto comerciantes/guarda-livros/caixeiros, artistas e capi-
talistas/proprietrios eram em geral homens; como ainda existem nos dias de hoje muitas atividades tipicamente masculinas ou femininas,
refora-se assim a tese de que a insero da mulher no mercado de trabalho segue uma lgica ditada pela prpria natureza feminina.
c) A significativa diferena de 204.008 mulheres a mais sem profisso constitui um sinal claro de que a mulher no sculo XIX ocupava-se prio-
ritariamente do cuidado do lar e dos filhos, reproduzindo o modelo patriarcal de famlia, predominante no Brasil desde a poca colonial.
d) Ao contrrio do que muitas vezes se pensa, as mulheres no passado no eram somente donas de casa, mas tinham uma
participao significativa no mercado de trabalho. O grfico revela, contudo, que havia algumas profisses tipicamente fe-
mininas, situao que ainda persiste nos dias de hoje e que s tende a mudar a partir de um processo de luta por igualdade
nas condies de trabalho.
57
Histria 3 Ano do Ensino Mdio
Compreender A seguir. A seguir. Possivelmente demons- Possivelmente no identifica Revela ateno ao Possivelmente identifica
as ideias que tra capacidade de es- que a alternativa apresenta que foi solicitada na o que est descrito como
fundamentam tabelecer relaes, mas uma informao incorreta, questo, alm de uma informao correta,
a Declarao de comete um erro que pois a Declarao Universal dos uma compreenso mas perde de vista o que
Independncia o de confundir causa e Direitos do Homem e do Cida- adequada de aspec- foi solicitado na questo,
dos Estados consequncia, pois so do, escrita no contexto revo- tos mais abstratos da pois o enunciado no res-
Unidos no qua- os direitos naturais do lucionrio francs, posterior Revoluo Americana, ponde a questo proposta.
dro das revolu- ser humano que ser- Revoluo Americana. Pode como a filosofia do A escolha dessa alternativa
es burguesas vem de justificativa ter estabelecido analogias, mas direito que funda- indica mais um automatis-
da Idade Mo- independncia, e no confunde a ordem cronolgica mentava o iderio mo do que uma real com-
derna. o contrrio. dos acontecimentos. revolucionrio. preenso do contedo.
Leia o texto a seguir e assinale a alternativa que melhor explica a concepo de direitos humanos presente no iderio revolucio-
nrio norte-americano:
Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens foram criados iguais, foram dotados pelo
Criador de certos direitos inalienveis, que entre estes esto a vida, a liberdade e a busca da felicidade.
Que a fim de assegurar esses direitos, governos so institudos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento
dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alter-la ou
aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princpios e organizando-lhe os poderes pela forma que lhe parea mais conve-
niente para realizar-lhe a segurana e a felicidade. Na realidade, a prudncia recomenda que no se mudem os governos institudos h
muito tempo por motivos leves e passageiros; e, assim sendo, toda experincia tem mostrado que os homens esto mais dispostos a
sofrer, enquanto os males so suportveis, do que a se desagravar, abolindo as formas a que se acostumaram. Mas quando uma longa
srie de abusos e usurpaes, perseguindo invariavelmente o mesmo objeto, indica o desgnio de reduzi-los ao despotismo absoluto,
assistem-lhes o direito, bem como o dever, de abolir tais governos e instituir novos-Guardas para sua futura segurana.
59
Geografia 6 Ano do Ensino Fundamental
Utilizar a cartografia A seguir. A seguir. Possivelmente sabe que Possivelmente sabe que Sabe que a imagem Possivelmente sabe
para obter informa- a imagem representa a a imagem representa a foi feita por um que a imagem uma
es e representar viso do observador em viso do observador em observador que fonte de representao
a espacialidade dos relao ao objeto, mas relao ao objeto, mas visualiza o objeto do espao, mas no
fenmenos geogr- no sabe qual sua posi- no sabe que essa re- do alto e na posio sabe a perspectiva em
ficos. o e perspectiva. presentao do alto. vertical. que ela foi tomada.
Observe o croqui (Figura 1). Nele podemos identificar os objetos e sua disposio. O croqui uma forma de representao gr-
fica que facilita a visualizao, no papel, de um determinado lugar e da posio dos objetos.
Figura 1 Habitao Indgena
No croqui em anexo (Figura 1), qual a posio do
observador que produziu o desenho do objeto?
a) Viso horizontal da habitao indgena.
b) Viso lateral da habitao indgena.
c) Viso vertical da habitao indgena.
d) Viso de perfil da habitao indgena.
60
Geografia 9 Ano do Ensino Fundamental
Repensar criti- A seguir. A seguir. Possivelmente sabe que, Sabe que, para produzir em Possivelmente sabe que Possivelmente sabe
camente a es- para produzir, os agri- qualquer modelo de produo necessrio apoiar os que necessrio
trutura fundi- cultores necessitam de (agronegcio, extrativismo, assentamentos para apoiar os assentamen-
ria brasileira, recursos e o solo um agricultura familiar etc.), o que possam produzir tos para que possam
identificando recurso fundamental, agricultor depende de polticas para si e para o mer- produzir para si e para
suas diferentes porm no sabe que a pblicas mais amplas, que cado, porm no sabe o mercado, porm
formas de ex- produo, mesmo em envolvem aes econmicas, que existem outros no sabe que existem
plorao pelo terras frteis, depende de educativas, de sade publica, modelos de produo outros modelos de
capital. um sistema de produo infra-estrutura etc. Sabe que rural alm da agricul- produo rural alm
que envolve outros fato- distribuir terras no significa tura comercial e do da agricultura comer-
res mais complexos. intervir na estrutura agrria. agronegcio. cial e do agronegcio.
A simples distribuio de terras no resolveu o problema dos agricultores sem terra. Verifique no mapa (Figura 1) e
na tabela (Tabela 1) em anexo que, aps a democratizao do Brasil, aumentou bastante o nmero de assentamen-
tos no campo brasileiro. Entretanto, para cultivar a terra e aumentar a produo de alimentos do pas, os pequenos
proprietrios precisam de muito mais do que alguns hectares.
A partir dessa considerao, escolha a alternativa que aponta um caminho para a soluo deste problema.
a) A reforma agrria s ser economicamente eficiente se as terras dos latifndios forem produtivas.
b) A reforma agrria s ser economicamente eficiente e socialmente justa se acompanhada de uma poltica agr-
cola (ou seja, medidas para viabilizar a produo).
c) A reforma agrria s ser economicamente eficiente se os assentados incorporarem as tecnologias produtivas da agricultura
comercial.
d) A reforma agrria nunca ser economicamente eficiente, pois no possvel assentar todos que precisam de terras para plantar.
61
Figura 2 Mapa dos Assentamentos Rurais 1979-1999
(disponvel no site www.incra.com.br)
Fonte: Rev. Cincia Hoje, no. 41, ago 1998. So Paulo: SBPC, 1988. p. 28;
Incra. Informaes disponveis em www.incra.gov.br. Acesso em dez. 2005
62
Geografia 1 Ano do Ensino Mdio
Analisar a A seguir. A seguir. Possivelmente sabe que a Possivelmente sabe que a Possivelmente sabe Sabe que a globalizao que
influncia globalizao que vivemos globalizao que vivemos que a globalizao que vivemos econmica e envol-
do processo econmica e envolve in- econmica e envolve in- vivemos econmica ve integrao entre empresas
de globali- tegrao entre empresas, tegrao entre empresas, e envolve integrao transnacionais, que isso se d
zao nas que isso se d tambm que isso se d tambm entre empresas trans- tambm por meio do conhe-
ordenaes por meio do conhecimen- por meio do conhecimen- nacionais, que isso se cimento tcnico cientifico
territoriais to tcnico cientifico infor- to tcnico cientifico infor- d tambm por meio informacional e principalmen-
de diferentes macional, mas no sabe macional, mas no sabe do conhecimento tc- te de pacotes tecnolgicos,
regies ame- que isto envolve maior que isto envolve empre- nico cientifico informa- que os pases desenvolvem
ricanas. inter-relao poltica entre sas que se mundializaram cional, mas no sabe polticas econmicas e finan-
os pases e que as empre- e que, para participar, que isto envolve maior ceiras para apoiar os fluxos
sas transnacionais que dependem de um com- inter-relao poltica de capitais, matria prima e a
participam dos fluxos. plexo transnacional entre os pases. cooperao na produo.
Nas ltimas dcadas do sculo XX, o mundo viveu um processo que ficou conhecido como globalizao da economia. Pro-
dutos fabricados em todas as partes do mundo puderam ser comercializados em todos os continentes, devido aplicao
de modernas tecnologias tanto no processo produtivo como tambm nas telecomunicaes e nos transportes.
Indique a alternativa que apresenta as caractersticas principais da expanso da economia global e que so comuns aos
pases capitalistas:
a) Incremento do comrcio interno, expanso das empresas transnacionais, aumento dos fluxos financeiros, menor inter-relao entre os
pases, desenvolvimento de computadores.
b) Incremento do comrcio internacional, expanso das empresas nacionais, aumento dos fluxos comerciais, maior inter-relao entre os
pases, desenvolvimento de tecnologias.
c) Incremento do comrcio internacional, expanso das empresas transnacionais, aumentos dos fluxos financeiros, menor inter-relao
entre os pases, desenvolvimento de computadores.
d) Incremento do comrcio internacional, expanso das empresas transnacionais, aumentos dos fluxos financeiros, maior
inter-relao entre os pases, desenvolvimento de tecnologias.
63
Geografia 3 Ano do Ensino Mdio
O que O que
O que demonstra
demonstra O que demonstra saber demonstra
Alternativas saber o aluno
Capacidade Questo saber o aluno o aluno que respondeu a saber o aluno
de respostas que respondeu a
que respondeu alternativa C que respondeu a
alternativa A
a alternativa B alternativa D
Compreender A seguir. A seguir. Sabe que existe um pro- Possivelmente sabe Possivelmente sabe que dis- Possivelmente sabe
os conceitos blema de uso e disponi- que a questo da ponibilidade e uso esto rela- que o Brasil possui
de regio, lu- bilidade de gua; que a escassez de gua cionados, mas no sabe que a grande reserva h-
gar, territrio, interao sociedade e na- envolve polticas Amrica do Sul, apesar de sua drica subterrnea
por meio do tureza responsvel pelo publicas, mas no grande populao, apresenta a (Aqufero Guarani),
entendimento problema que se agrava entende que a inte- maior disponibilidade de gua mas no sabe que o
das interaes nas regies concentradas, rao histrica com do mundo, devido s grandes maior abastecimen-
mantidas entre pois estas regies, mesmo o recurso se deu bacias hidrogrficas (Amaznia, to provm de redes
sociedade e que tenham disponibilida- pelo sistema pro- Platina, So Francisco etc.); que fluviais de super-
natureza. de de gua, sofrem pro- dutivo que gerou os climas tropicais favorecem fcie. No sabe
blemas com a demanda; degradao do re- as grandes pluviosidades; e relacionar clima e
que o uso da gua (com curso e demandas que nosso problema est nas disponibilidade.
desperdcio e poluio) concentradas em densidades demogrficas con-
um dos fatores que in- algumas regies. centradas em algumas regies e
fluem na disponibilidade. no mau uso da gua (poluio e
desperdcio).
64
Sobre o tema, correto afirmar:
a) A escassez de gua em diversos pases condicionada por fenmenos naturais e intensificada pelo mau uso da
terra e pela concentrao de atividades e contingentes populacionais.
b) A escassez de gua no mundo resulta de aes polticas inadequadas e, medida que tais aes forem corrigidas, no have-
r falta desse importante recurso natural em nenhuma regio da Terra.
c) Devido ao seu baixo potencial hdrico, o continente onde ocorre a maior escassez de gua potvel a Amrica do Sul.
d) Na atualidade, devido s mudanas climticas mundiais, a gua subterrnea a principal fonte de gua potvel no Brasil.
65
Cincias Naturais 6 Ano do Ensino Fundamental
66
Cincias Naturais 9 Ano do Ensino Fundamental
Compreender que a ma- A seguir. A seguir. Possivelmente no Sabe que a taxa res- Possivelmente rela- Possivelmente faz a leitura
tria constituda por consegue ler o grfi- piratria varia e que ciona produo de correta do grfico, mas
elementos que possibi- co adequadamente, essa variao tem re- energia com CO2, no relaciona os dois
litam a transformao e pois v uma constn- lao com a produo mas no l adequa- fatores em questo (pro-
a produo de trabalho cia que no existe. de energia nas clulas. damente as informa- duo de gs carbnico e
humano. es do grfico. consumo de energia).
Considere o grfico abaixo, que registra a liberao de gs carbnico de um determinado animal durante um
dia, para responder a questo:
A partir destes dados podemos deduzir:
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Cincias Naturais 1 Ano do Ensino Mdio
Relacionar, entre os orga- A seguir. A seguir. Entende que um Possivelmente sabe Possivelmente de- Possivelmente sabe
nismos manipulados gene- organismo geneti- que genes novos monstra no ter o que uma mutao
ticamente, aqueles que so camente modificado podem aparecer oca- conhecimento de que pode provocar mu-
considerados benficos para foi criado por uso de sionalmente, porm, seres vivos diferentes danas na espcie,
a populao humana sem tcnicas que permi- no identifica que tm conjuntos g- mas no identifica
colocar em riscos o meio tiram a manipulao neste caso no foi o nicos tambm dife- que no este o
ambiente e demais popula- gentica. que ocorreu. rentes. fato que explica o
es e os que representam que ocorreu.
riscos potenciais para a na-
tureza, analisando os argu-
mentos de diferentes atores.
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Cincias Naturais 3 Ano do Ensino Mdio
Reconhecer o A seguir. A seguir. Sabe ler o grfico, re- Possivelmente sabe Possivelmente sabe que Possivelmente sabe que
ser humano laciona as informaes que tais substncias tais substncias acumu- os seres humanos podem
como agente deste com aquelas do tm efeito nos ecos- lam-se nos seres huma- acumular o agrotxico
e paciente de enunciado, assim como sistemas terrestres, nos que consumirem os se fizerem parte desta
transformaes o acmulo crescente dos porm o grfico no produtos desta lavoura, cadeia alimentar, mas no
intencionais por agrotxicos ao longo dos apresenta informa- mas no consegue fazer leu corretamente o grfi-
ele produzidas nveis da cadeia alimentar es que permitam inferncias a partir do co, ou no entendeu que
no seu ambiente e deduz corretamente o comparar os dois. grfico, ou no relaciona o acmulo vai aumentan-
lugar da espcie humana suas informaes com do medida que avana-
nesta cadeia. aquelas do enunciado. mos nos nveis trficos.
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Ingls 6 Ano do Ensino Fundamental
O que
O que demonstra
O que demonstra saber demonstra
O que demonstra saber saber o aluno
Alternativas o aluno que respondeu a saber o aluno
Capacidade Questo o aluno que respondeu a que respondeu a
de respostas alternativa que respondeu
alternativa A alternativa
B a alternativa
C
D
Reconhecer A seguir. A seguir. Possivelmente confunde Conhece o pronome in- Possivelmente no sabe Possivelmente
pedidos de How are you? com How terrogativo how old e as atribuir sentido pala- confunde How
informao de old are you?. palavras phone number e vra address. are you? com
carter pessoal address, muito comuns em How old are
(idade, nmero dilogos de estrutura sim- you e no sabe
de telefone e ples e muito presentes no atribuir sentido
endereo). cotidiano. palavra address.
Quando John chegou escolinha de futebol lhe foram feitas trs perguntas. Leia com ateno as perguntas e assinale a
alternativa que expressa, na ordem correta, o que cada uma delas quer saber:
1. How old are you?
2. Can you tell me your phone number?
3. What is your address?
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Ingls 9 Ano do Ensino Fundamental
Compreender o A seguir. A seguir. Possivelmente no Compreende o senti- Possivelmente enten- Possivelmente asso-
sentido de um compreende o sen- do metafrico que a de que tiger pode cia palavra tiger
texto publicit- tido do slogan e a palavra tiger assume significar combustvel, um sentido da pala-
rio, consideran- situao de produo no texto. mas no associa os vra tigre, expresso no
do elementos discursiva descrita. atributos do tigre adjetivo faminto, que
do contexto de socialmente compar- no condiz com o
produo. tilhados (animal forte, contexto.
gil, robusto, veloz
etc.), cujo conheci-
mento leva escolha
da alternativa b.
Este o slogan de uma campanha publicitria da distribuidora de combustveis Esso. A campanha foi criada em 1959 na
Europa e ainda era difundida na dcada de 1970 em muitos pases (inclusive no Brasil), quando o mundo passou por uma
crise de petrleo. Desde 1900, a distribuidora de combustveis Esso tem tido o tigre como smbolo da empresa. Tendo essas
informaes sobre a veiculao do slogan e sabendo qual a funo social do texto publicitrio, assinale a alternativa que
mais retrata o sentido da palavra tiger:
a) O animal tigre.
b) Um combustvel de alta qualidade.
c) Um combustvel de baixo preo.
d) Um animal faminto.
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Ingls 1 Ano do Ensino Mdio
Compreender A seguir. A seguir. Possivelmente no Possivelmente faz uma leitura super- Entende o cunho ir- Possivelmente no
um texto po- percebe que o texto ficial do texto, reconhecendo algu- nico do texto e elabo- percebe a ironia que
tico, depreen- faz meno educa- mas palavras (die e free, por exem- ra uma crtica sobre o marca a estrofe, so-
dendo seu sen- o dada na escola plo) e inferindo que o texto retrata seu contedo. bretudo os versos 5,
tido conotativo. (in school). uma educao voltada para princ- 6 e 7.
pios como verdade e liberdade.
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INGLS 3 Ano do Ensino Mdio
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Esta uma verso contempornea do conto que voc conhece denominado Chapeuzinho Vermelho.
Assinale a alternativa correta em relao ao contedo da verso reproduzida aqui:
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Bibliografia
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