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INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, trataremos de uma importante doutrina “o Batismo com o Espírito Santo e os dons espirituais”.
Esclareceremos, a princípio, o que não é o batismo com o Espírito Santo; veremos como a Biblia classifica essa importante
dádiva espiritual; e, por fim abordaremos qual o sinal físico inicial que evidencia o recebimento do poder do alto.
1.1 O batismo pelo Espírito. Embora a Bíblia chame de “batismo” tanto a inserção do crente no corpo de Cristo (1 Co
12.13), quanto o revestimento de poder (At 1.5), existem diferenças claras entre embas as experiências, evidenciando que
são ministrações distintas uma da outra. “No batismo pelo Espírito Santo, o batizador é o Espírito de Deus (1 Co 12.13); o
batizando é o novo convertido; e o elemento em que o recém-convertido é imerso, a Igreja, como corpo místico de Cristo
(1 Co 12.27; Ef 1.22, 23). Portanto, o Espírito Santo realiza esse batismo espiritual no momento da nossa conversão,
inserindo o crente na Igreja (Mt 16.18)” (GILBERTO, 2008, p. 187).
1.2 Não é o selo. O selo, a que se refere o NT, não é o batismo com o Espírito Santo, mas a habitação do Espírito no crente,
como prova de que o mesmo é propriedade particular de Deus (Ef 1.13,14; 4.30). Embora algumas vezes o batismo com o
Espírito Santo seja chamado apenas de “Espírito Santo” (At 8.15,17-19; 10.44,47; 11.15; 19.2), não podemos confundir a
habitação do Espírito que se dá na regeneração; com o revestimento do Espírito que se dá após a regeneração com a
evidência física inicial do falar em línguas. O Espírito Santo veio para habitar (Jo 14.17), encher (At 13.52; Ef 5.18); e,
batizar os crentes (At 2.38). Como podemos ver, estas três atuações são distintas uma da outra. Portanto, todo crente
salvo tem o Espírito Santo (Rm 5.5; 8.9; 1 Co 6.19; 2 Tm 1.14).
1.3 Não é uma língua aprendida. Alguns estudiosos defendem que as línguas prometidas por Jesus como sinais para os
que creem seriam línguas humanas naturais ou idiomas, tais como o grego, latim que os apóstolos aprenderiam. Tal opinião
é descabida, pois que, todos os sinais descritos em Marcos 16.17 são sobrenaturais. Até porque a palavra “sinal” usada no
referido texto refere-se a atos milagrosos, e todos nós sabemos que não há nada milagroso em estudar um idioma e falá-lo,
mas, sim, falar algum idioma sem nunca ter aprendido, como aconteceu no Dia de Pentecostes, evidenciando a
sobrenaturalidade desta manifestação (At 2.7,12).
1.4 Não é a regeneração. A regeneração diz respeito há uma mudança no interior do pecador (Ez 36.26; Jo 3.5,6; Tt 3.5;
1 Jo 5.18); já o batismo com o Espírito Santo há um revestimento para capacitação (Lc 24.49). A Bíblia deixa claro que
os discípulos já eram regenerados quando foram batizados com o Espírito Santo (Jo 13.10; 15.3; 17.12). Portanto, a
regeneração não é o batismo com o Espírito Santo; este deve seguir-se à regeneração (At 2.38,39; 19.1-6).
2.1 Uma promessa divina. No AT os profetas anunciaram que Deus daria esta bênção ao Seu povo (Pv 1.23; Is 44.3; Jl
2.28). No NT, João Batista disse que batizava com água, mas o Messias batizaria com o Espírito Santo (Mt 3.11; Mc 1.8;
Lc 3.16). Jesus, antes de ascender aos céus, anunciou de que esta promessa do Pai viria sobre os seus seguidores (Lc
24.49; At 1.4). No dia de Pentecostes, o Espírito Santo desceu sobre os discípulos, eles começaram a falar em línguas, as
pessoas se espantaram, e ao mesmo tempo acusaram os servos do Senhor de embriagez (At 2.7,12,13). Pedro os respondeu
mostrando que aquela manifestação era o cumprimento de uma promessa bíblica (At 2.16-21; Jl 2.28,29). Paulo fez
semelhante declaração (1 Co 14.21). Joel anunciou que tal promessa se estende a todo povo: “toda carne”, independente
do sexo: “filhos e filhas”; faixa etária: “jovens e velhos”; e, status social: “servos e servos” (Jl 2.28).
2.2 Um revestimento de poder. Em uma das vezes que Jesus fez alusão ao batismo com o Espírito Santo o chamou de
revestimento de poder (Lc 24.49). Tal capacitação viria sobre os seus discípulos a fim de que executassem a tarefa de
evangelização dos povos (At 1.8). Portanto, esse “revestimento” tem como finalidade conceder poder para o serviço,
resultando em uma expressão externa de caráter sobrenatural” (PEARLMAN, 2006, p. 311).
2.3 Um dom do Espírito. O apóstolo Pedro diz que o batismo com o Espírito Santo é um dom (At 2.38; 10.45). A palavra
“dom” no grego “charisma”, é usada para indicar os dons do Espírito conferidos para a obra (1 Co 12.4,9,28,30,31).
“Dons são capacitações especiais e sobrenaturais concedidas pelo Espírito de Deus ao crente para serviço especial na
execução dos propósitos divinos por meio da Igreja” (SOARES, 2017, p. 121).
2.4 Uma experiência válida para a era da igreja. Embora haja quem advogue que os dons espirituais ficaram restritos ao
período apostólico o texto bíblico atesta claramente que tanto o batismo com o Espírito Santo como os demais dons são
válidos para toda a era da igreja. O apóstolo Pedro afirmou: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e
a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar” (At 2.38). Asseverar que os dons só eram
necessários enquanto o Cânon não estava fechado é um grave erro, por pelo menos dois motivos: (a) os dons não visam
substituir a autoridade e supremacia das Escrituras, visto que seu uso deve estar subordinado ao crivo da Palavra (1 Co
14.37); (b) o texto usado pelos cessacionistas para justificar a “descontinuidade” das manifestações do Espírito (1 Co
13.10), na verdade, não tem este sentido, senão que Paulo está dizendo que os dons só terão utilidade até o retorno de
Cristo, afinal de contas, quando formos ao céu teremos deixado o conhecimento imperfeito, pelo conhecimento perfeito.
O testemunho bíblico e histórico, confirma que os dons espirituais são vigentes para todo o período da Igreja.
2.5 Uma porta que dá acesso aos demais dons espirituais. É bom destacar que o batismo com o Espírito Santo é a porta
por meio da qual o crente tem acesso aos demais dons listados por Paulo em 1 Coríntios 12.1-8. Isto podemos afirmar
pelos seguintes motivos: (a) a “dispensação do Espírito” teve o seu início em Atos 2, quando o Espírito desceu sobre a
igreja para ficar com ela como havia sido prometido (Jo 15.26; 16.13); (b) a primeira manifestação do Espírito na Sua
vinda sobre a igreja foi com o batismo com o Espírito Santo (At 2.1-4); (c) o livro de Atos nos mostra que os servos de
Deus só foram usados nos outros dons a partir do momento em que foram batizados (At 3.6-8; 5.1-16; 6.8; 8.5-7; 9.40,41;
14.10; 19.11,12). Os dons espirituais são nove e podem ser classificados da seguinte forma:
CONCLUSÃO
Cremos à luz das Escrituras que o batismo com o Espírito Santo e os demais dons espirituais, foram concedidos
pelo Espírito Santo, a Igreja, por ocasião do Dia de Pentecostes e estão disponíveis durante toda a sua trajetória aqui na
terra. O termo “pentecostal” evoca as manifestações dos carismas “dons” do Espírito enviado à igreja.
REFERÊNCIAS
BRUNELLI, Walter. Teologia para Pentecostais. GILBERTO, Antonio, et al. Teologia Sistemática
CENTRAL GOSPEL. Pentecostal. CPAD.
CARSON, D.A. A manifestação do Espírito. VIDA PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da
NOVA. Bíblia. VIDA.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
Dicionário da Língua Portuguesa. POSITIVO. CPAD.