Sebenta - Fisica - Compressed
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SEBENTA
EXAME DE ACESSO 2017
ENGENHARIAS E GEOCIÊNCIAS
FÍSICA
FICHA TÉCNICA
Morada
Av. Luanda Sul, Rua Lateral Via S10
Talatona - Luanda - Angola
Telefone:+244 226 690 417
Email: sebentas@isptec.co.ao
© 2015
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE
TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS - ISPTEC
Sebenta – Engenharias e Tecnologias
PREFÁCIO
Esta sebenta foi elaborada por uma equipa de Professores do Instituto Superior Politécnico de
Tecnologias e Ciências (ISPTEC) de diversas áreas de conhecimento, com o propósito de auxiliar
os candidatos no estudo dos conteúdos específicos avaliados nos Exames de Acesso, realizados
por esta instituição. Os conteúdos aqui descritos são as principais referências para candidatos que
pretendem ingressar no ensino superior pois, abarcam os conhecimentos mínimos necessários
para frequentar os Cursos de Engenharia desta instituição que é caracterizada pelos processos de
ensino e aprendizagem com qualidade e rigor alicerçados na investigação, inovação e extensão
universitária.
Cada disciplina referida aborda, de forma resumida, os conteúdos programáticos do Ensino Médio
de Angola, na área de Ciências Exatas.
Para consolidar esses conteúdos, são apresentados exercícios resolvidos que permitem a
orientação e suporte dos candidatos na resolução de outros exercícios propostos.
Nesta perspectiva, o ISPTEC lança esta sebenta como material com valor acrescentado para
suportar os estudos realizados pelos candidatos na compreensão dos temas abordados no
percurso do ensino médio.
CAPÍTULO 1 - MECÂNICA
Aparelhos de Medir: são calibrados em unidades (ou fracções das unidades) do atributo a
medir.
Resultado da Medição: Grandeza da Física = Valor (número) x Unidade
Unidades:
A Indústria e o Comércio precisam de certos estandartes comuns (unidades) como por exemplo
a navegação, o transporte e a comunicação.
Os sistemas de saúde e a segurança dependem de medições precisas. A precisão de uma
medição pode-se definir como:
Convenção do Metro:
No ano 1875 dezassete países chegaram a um acordo em Paris para definir novas unidades
para medir as grandezas de distância (comprimento) e massa.
⇒ Foram preparadas um “Metro Padrão” e uma peça da massa de um Quilograma de uma liga de
Pt – Ir (tem uma expansão térmica pequena).
⇒ Início de “Systeme Internacional d´Unites” e de Laboratórios nacionais de calibração.
Unidade Atributo
Metro (m) Comprimento L
Definição do “Metro”:
1 METRO
• Definição do “Segundo”:
1 Segundo = 1s é 9 192 631 770 vezes a duração do período da radiação emitida e absorvida
pela transição entre dois níveis da estrutura hiperfina do estado atómico fundamental do isótopo
133
Cs.
• Definição do “Quilograma”:
1 Quilograma = 1 kg é a massa do protótipo do quilograma.
As definições das outras unidades são tratadas junto com os respectivos conteúdos da física
onde são aplicadas.
1.1.2 Cinemática
Velocidade:
Para descrever a variação da posição do corpo com o tempo, o término “velocidade” é útil.
r (t 2 ) r (t1 )
Velocidade média v : v (t1 , t 2 )
t 2 t1
r (t ) r (t1 )
Velocidade instantânea : v (t ) lim 2
t 2 t1 t 2 t1
O símbolo “lim” indica a aproximação de t 2 para t1 = t. Este tipo de expressão chama-se derivação
dr(t)/dt. Será tratada no fim do primeiro semestre na disciplina Calculo 1.
Aceleração:
Para descrever a variação da velocidade com o tempo precisa-se o término “aceleração”:
v (t 2 ) v (t1 )
Aceleração média: a
t 2 t1
v (t 2 ) v (t1 )
Aceleração instantânea: a (t ) lim
t 2 t1 t 2 t1
Movimentos especiais:
Exemplo:
Um carro anda com uma velocidade de 100 km/h. A distância percorrida durante duas horas é:
⇒ s = 100 km / h x 2 h = 200 km.
km
100
v
v a t a h 100 1000m 20m 5,55 m
t 5s 3600s 5s 3,6s 2 s2
A distância percorrida durante a fase de aceleração é:
Sumário:
m m
Unidades: Distância [s] = m, Velocidade [v] = , Aceleração [a] = 2
s s
Caso geral: Movimento curvilineo
⇒ A cinemática descreve o movimento de corpos com as funções vectoriais r(t) (trajectória), v(t)
(velocidade) e a(t) (aceleração).
Mas o que causa o movimento, velocidade e aceleração?
Por isso precisamos da Dinâmica. A Dinâmica descreve as causas do movimento.
1.1.3 Dinâmica
A Dinâmica descreve as causas da velocidade e da aceleração. Precisamos das seguintes
Grandezas Físicas:
• Força F
• Massa (inerte) m
Paralelograma de Forças
As leis de Newton:
O físico Inglês Isaac Newton formulou no ano 1686 três leis que representam o fundamento da
Dinâmica:
F=0 v = const.
⇒ A bola move-se até ao infinito quando o ângulo da inclinação é zero e o atrito é ignorado.
Consequência:
Não existem diferenças entre sistemas, que se movem com uma velocidade v=0 e sistemas, que
se movem com v = constante ≠ 0
Exemplo:
Um livro é depositado sobre uma mesa com almofada de ar dentro de um comboio. O comboio
anda com a velocidade v ≠ 0.
Modelo de Quilograma
O quilograma é a unidade de massa e é igual à
massa do protótipo internacional do
quilograma (3º CGPM - 1901 - pág. 70 das
actas)
ACELERAÇÃO de 1 m/s2
A unidade SI de força é o Newton
(N). Um Newton é a força que
aplicada a uma massa de um
quilograma, lhe daria uma
acelaração de 1 metro por segundo
quadrado.
1N = 1 Kg . m/s2
Exemplo 1
Exemplo 2
⇒Altura h caída:
⇒ h é independente da massa m.
pequena.
Quando a força F que actua sobre um corpo tem origem num outro, actua sobre o ultimo uma
força igual e contrária – F.
Exemplos
a) Corpo em cima de uma mesa
O peso do corpo provoca uma deformação elástica (tipo mola) da mesa. Esta deformação provoca
uma força FN com direcção contrária à deformação, que compensa o peso F´ N.
Exemplos quantitativos:
1) A massa (peso) máxima de um Volkswagen Golf é 1680kg. Calcula a força necessária para
acelerar o carro para 50km /h em 5s.
Solução:
Solução:
4) Um corpo com m = 10 kg escorrega numa rampa (plano inclinado) com uma inclinação
α = 30º para baixo.
Solução: O peso F 1 pode ser descomposto por uma força paralela ao plano inclinado F 2 e
uma força perpendicular F3.
Geometria ⇒
Atrito
Quando um corpo se desliza a força de atrito sobre o corpo tem o sentido contrário a velocidade
O atrito é proposcional a força perpendicular ao plano de contacto com o corpo.
Se o corpo se desliza:
Exemplo
m
H 0,5m 1680kg FH 0,5 m g 0,5 1680kg 9,81 8240,4 N 8,24kN
s2
Usualmente FG FH .
Exemplo
Definição do ”Trabalho”:
Uma força é aplicada num corpo com a massa m e o corpo é deslocado de A para B
(distância ∆r):
Definição: Trabalho W : F r com a Unidade: N . m = J = Joule.
Exemplos
a) Uma pessoa usa um aspirador no qual exerce uma força constante de 50 N para limpar a sala.
A direcção da força aplicada faz um ângulo de 30º com a superfície da sala, como se ilustra na
figura.
Calcula o trabalho realizado pela força de 50 N, sabendo que o aspirador se desloca 3,0 m em
linha recta.
Dados Resolução
Definição da “Energia”:
Quando levantamos por exemplo um corpo da massa m de uma altura h, o corpo tem uma
capacidade de executar o trabalho W = m .
g .
h, a energia potencial (energia da posição).
Quando deixamos cair o corpo da altura h, a energia potencial é transformada pela energia de
movimento (energia cinética).
Geral:
O trabalho ou a energia respectiva E calcula-se, lembrando as fórmulas para a força F e a
distância s como:
O resultado chama-se Energia Cinética (= a capacidade, que tem o corpo por causa do
movimento, de executar trabalho).
⇒ Energia cinética:
Voltamos para o exemplo da queda dos graves e calculamos a energia cinética no momento
do impacto do corpo:
A soma da energia potencial e da energia cinética é constante. A energia potencial pode ser
transformada para energia cinética e contrário.
Aplicação:
1 2
A energia potencial de uma mola é: E pot kx , com k = constante da mola, x = alongamento
2
ou diminuição do comprimento da mola
Exemplo:
Exemplo 1:
Um carro tem 75 cv. Tem uma massa de 1t. Que energia é necessário para utilizar o carro com a
potência máxima durante uma hora?
Solução:
1cv = 735 W
Exemplo 2
O carro do exemplo 1 anda com uma velocidade de 150 km/h durante uma hora. Que energia é
necessária quando o atrito é µ = 0,02?
Solução:
Força (atrito) e distância são paralelos.
Sistema L Sistema s
Partículas de massas diferentes modificam as suas velocidades nos choques até adquirirem, em
média, a mesma energia cinética (Sistema L = sistema do laboratório, Sistema S = sistema do
centro de massas).
Termómetro:
Exemplo 1
Material a/K-1
Al 24.10-6
Gelo 51.10-6
Vidro de janela 9.10-6
Vidro Pyrex 3,2.10-6
Diamante 1,2.10-6
Grafite 7,9.10-6
Cobre 17.10-6
Aço 11.10-6
⇒ A dilatação térmica de um sólido ou de um líquido pode ser utilizada para medir a temperatura:
Para a calibração de termómetros utiliza-se os pontos de fusão e de evaporação conhecidos de
várias substâncias.
Este método também pode ser aplicado para substâncias líquidas como mercúrio ou álcool (→
termómetro de mercúrio).
Exercício
Uma ponte de aço é construída. Tem um comprimento l 0 de 1000m na temperatura de 10ºC.
Que comprimento terá na temperatura 40ºC.
Solução:
Unidades: [p] = 1 Pa = 1 N/m2 (Pascal), Unidade antiga: 1 atm = 1,013. 105 N/m2 (atmosfera)
A equação de estado dos gases ideais descreve a correlação entre o volume V, a pressão p e
temperatura T de um gás. É útil para prever tendências quando um parâmetro (volume, pressão
ou temperatura) é variado.
Estas equações só podem ser aplicadas exactamente para os gases nobres. Mas também
representam uma boa aproximação para outros gases.
Exercicios 1
Calcula o volume de um mole de uma substância na T = 0ºC, p = 1 atm,
Utiliza 1 atm = 1,013.105 N/m2.
Solução:
Exercício 2
Uma quantidade de gás tem um volume V = 2 L na temperatura de 30ºC na p = 1 atm. O gás é
comprimido para V = 1,5 L na temperatura de 60ºC. Calcula a pressão.
Solução:
Al 900 24,3
Cu 386 24,5
Agua 4185
Exercício 1
Qual é a energia necessária para aquecer 3 kg de cobre de 20ºC?
Solução:
Exercício 2
Um corpo de Al tem uma massa de 2 kg. A temperatura inicial é 10ºC. São fornecidos 36 kJ calor.
Qual é a temperatura final?
Solução:
⇒ Tf = 30°C
O Calorímetro
Para determinar a capacidade calorífica de um material, um corpo deste material é aquecido para
uma temperatura T e depositado em um banho de água.
O corpo aquece a água de Tc1 para T2.
Exemplo
600g de sucata de chumbo são aquecidas para 100ºC. São depositadas num contentor de
Alumínio com massa de 200g. O contentor contém 500g de água. A temperatura inicial do
calorímetro é de 17,3ºC. A capacidade calorífica específica do Alumínio é 0,900 KJ/(kg.K).
A temperatura final do calorímetro é 20ºC.
Calcule a capacidade calorífica específica de Pb.
Solução:
Energia recebida do contentor: QC = mC.cc .∆TC = 0,2 kg . 0,900 kJ/(kg . K) . 2,7K = 0,486 kJ
Energia fornecida pela sucata: QPb = mPb . cPb . ∆TPb = 0,6 kg . cPb . 80K = 48 kg . K . cPb
Exemplo 1
O corpo e o plano inclinado ficam mais quentes. A energia potencial é transformada para energia
cinética que pode completamente ser transformada para calor.
Mas o processo inverso (“O corpo sobe o plano inclinado. Este corpo com o plano inclinado ficam
mais frios.”) não acontece.
Exemplo 2
Dois corpos têm temperaturas diferentes. Juntando os corpos transfere-se energia do corpo mais
quente para o corpo mais frio até as temperaturas dos dois corpos se igualarem.
O processo inverso não acontece.
c) O pistão é fixado e a energia térmica Q3 é tirada ate a pressão ter o valor P1.
d) O peso é tirado e o gás é comprimido com pressão constante até ocupar o volume V 1. A
energia térmica Q4 é tirada. O gás esta outra vez no estado inicial.
Conservação da energia
⇒ Trabalho mecânico:
Motores de Explosão
Maquinas a vapores produzem o calor externamente. Motores de explosão produzem o calor
dentro do volume de trabalho.
A figura seguinte mostra o funcionamento de um motor de quatro tempos:
W Q QK Q
Eficiência: : W 1 K
QW QW QW
Exemplos
ε (Maquina a vapor) = 0,4
ε (Motor) = 0,5
Resumo:
Exercício 1
Uma máquina tira a energia de 200J de um depósito quente, executa um trabalho W e fornece
160J de calor para o depósito frio. Calcula a eficiência ε.
Solução: ε = 0,20
Exercício 2
A eficiência de uma máquina é 0,35.
a) Quanto trabalho é executado, quando 150J de calor são tirados de um depósito quente?
b) Quanto calor é fornecido a cada ciclo para o depósito frio?
CAPÍTULO 3 - ELECTRICIDADE
Cargas q2 e q2 do mesmo signo provocam forças repulsivas, cargas com signo diferente
provocam forças atractivas:
Aplicação: Osciloscópio
Electrões saem do filamento K e são acelerados e focados via forças de Coulomb das cargas
eléctricas dos dispositivos W, L e A. As cargas eléctricas nas placas Y e X (Condensadores)
provocam um desvio do raio electrónico no ecrã S. Assim pode-se visualizar a dependência
temporal de sinais eléctricos.
Para produzir imagens visíveis, aplica-se nas placas X um sinal da forma “dente de serra”:
A carga móvel em metais consiste de electrões com carga q = e, que se movem com a
velocidade Vd dentro do fio.
Def.: Um campo eléctrico é uma zona onde corpos dotados de carga eléctrica sofrem a
acção de forças.
Campos eléctricos são visualizados via “linhas de campo eléctrico”. As linhas do campo eléctrico
descrevem o valor (densidade das linhas) e a direcção do campo eléctrico:
A energia potencial de uma carga eléctrica pode-se definir em analogia com a energia potencial de
um corpo da massa m: A força gravítica é substituída pela força de Coulomb. A energia potencial
da carga q no ponto a é Epa, no ponto b é Epb.
Definimos o potencial eléctrico ϕ usando as equações seguintes:
Epa = q .ϕa ∧ Epb = q .ϕb
Assim podemos definir uma grandeza muito utilizada nas aplicações, a tensão eléctrica U entre os
dois pontos a e b:
E pot.a
Lembrando as definições do campo eléctrico (E = F / q) e do potencial ( a )
q
⇒ U = (F .∆l) / q = (F/q) .∆l
⇒ U = E .∆l.
Resumo:
Cabo:
Com estas ferramentas (Definições e leis) podemos agora descrever circuitos eléctricos de
corrente contínua.
A tensão U provoca uma corrente l, que passa pela resistência R. As ligações são assumidas
com resistência nula. Dentro da bateria a carga eléctrica Q corre de um potencial baixo para um
potencial alto.
A função da resistência pode ser imaginada com a analogia mecânica indicada em baixo:
W = U.Q = U.I.t
a) A energia potencial é transformada para energia cinética que é transformada para energia
calorífica por intermédio dos choques com os pregos.
b) A criança que deposita as esferas outra vez para cima muda a energia química para energia
potencial (função da bateria).
c) Tudo começa outra vez de início → (a), até a criança parar (A bateria esta vazia).
Exercicio1
Calcula a resistência de um fio de cobre com um comprimento de 1 m e uma área A de 1 mm 2.
Exercício 2
Uma resistência com R = 100 Ω é ligada numa fonte de tensão com U = 220V (ver penúltimo
circuito antes desta página). Calcula a intensidade de corrente l.
Ferro 9 0,0045
Exercício 1:
Calcular o aumento da resistência de um filamento de cobre com A=1mm 2 e l=1m, quando a
temperatura sobe de 20ºC para 40ºC
Solução:
Exercício 2:
Calcular a velocidade média dos eletrões dentro de um filamento de cobre com um raio de
0,815mm. A corrente é 1 A
Solução: Assumpção: temos 1 electrão de condução por átomo de cobre.
NA
Número de átomos de cobre por volume n a
M
Explicação:
Os electrões fornecidos pela bateria empurram os electrões de condução de cobre que se
movem para direita.
• Os iões carregam o metal positivo até a força repulsiva ser suficientemente grande.
• Os iões são atraídos pelas moléculas de água e saem do metal indo para a solução.
O metal é carregado negativamente com relação à solução até o equilíbrio ser atingido.
A Tabela em baixo mostra as energias de ligação dos electrões de cada elemento em equilíbrio. As
diferenças dos potenciais são definidas relativamente de um eléctrodo de platina num ácido com
1g H+ / Litro.
Acumulador de chumbo
⇒ Os eléctrodos voltam para o estado inicial (Pb com uma camada de PbSO 4).
Resistência Interna:
Baterias e Acumuladores tem uma resistência interna Ri:
Lei de Ohm: I . R = U = UQ – I . Ri
Considerar como positivas as correntes que convergem para o nó. Considerar negativas as de
sentido oposto.
Conservação da Energia ⇒ U1 + U2 + U3 + … = 0
Fontes de tensão entram com valores negativos na soma.
Lei de Ohm:
Assim podemos substituir duas resistências em series por uma resistência com valor da soma das
duas.
Lei de Ohm:
1 1 1
Regras dos nós de Kirchhoff U 1 U 2 U I I1 I 2
Rtot R1 R2
U Rtot U1 / R1 U 2 / R2
3.1.5 O Condensador
Condensadores são componentes eléctricos que servem para armazenar carga e energia
eléctricas. A capacidade C descreve a quantidade da carga Q, que o condensador pode
armazenar, quando uma tensão U é aplicada. A geometria mais fácil de um condensador é
mostrada na imagem em baixo:
As cargas eléctricas nas placas do condensador criam um campo eléctrico E, que é homogéneo
entre as placas.
Exercício
As placas de um condensador têm as dimensões de 10cm x 10cm. d = 1mm.
a) Calcula a capacidade.
b) Que quantidade de carga passa de uma placa para outra quando uma tensão de 12V é
aplicada?
O Dieléctrico
Depositamos um isolante entre as placas de um condensador. O campo eléctrico polariza o
E0
⇒ Podemos escrever E como: E
r
E0 .d U0
Lembrando de que U E.d U E.d
r r
Q Q Q
C r
U U0 r U0
A
C r .C0 C 0 . r .
U0
Aplicação:
Quando uma pessoa toca uma tecla, a distância entre as placas metálicas é variada. A variação
da capacidade provoca um sinal eléctrico que é detectado.
Conhecemos Campos Magnéticos dos materiais magnéticos (ou mais correcto materiais ferro
magnéticos) e Campos Magnéticos provocados por correntes eléctricas. Já no ano 1820 o físico
francês Ampere mencionou a hipótese, de que o magnetismo de materiais também é provocado
por correntes eléctricas: de correntes atómicas internas. Esta hipótese foi confirmada e assim
pode-se dizer de que Campos Magnéticos são gerados por carga eléctrica em movimento.
Campos Magnéticos gerados por um condutor eléctrico, uma bobina e um magnete permanente.
Definição: Um campo magnético é uma zona onde uma força é aplicada sobre um
magnete. Magnetes têm sempre um pólo norte e um pólo sul.
Os dois pólos não podem ser separados.
Como o campo eléctrico, o campo magnético é uma grandeza vectorial. Também as forças entre
pólos magnéticos mostram atributos muito similares às forças de Coulomb entre cargas
eléctricas:
• A aproximação de dois pólos norte e dois pólos sul provoca forças repulsivas.
• A aproximação de um pólo norte e um pólo sul resulta em forças atractivas
(ver também a imagem em baixo).
Quando se passa uma corrente eléctrica I num condutor filamentar como indicado na imagem da
página anterior, um campo magnético concêntrico é gerado. O valor do campo H depende da
intensidade de corrente I e da distância radial r do condutor:
V .s
Com 0 1,26.10 6 permeabilidade do vácuo
A.m
Parecido como um campo eléctrico, um campo magnético B provoca uma força F que actua
sobre cargas eléctricas q. Mas ao contrário do caso do campo eléctrico, esta força só actua em
O fio condutor é afastado para o lado logo que por ele passe uma corrente. Invertendo o sentido
da corrente também se inverte o sentido de afastamento.
Definição de Ampere
Para definição da unidade SI de Ampere utiliza-se a seguinte experiência:
As correntes I1 e I2 passam por dois condutores paralelos como indicado na figura em baixo.
Assumimos:
I 1 I 2 I e 1 2
0 .
B B2 B F1 F2 F
2 .R
0 .I 2
⇒ Resulta em uma força atractiva F entre os dois condutores.
2 .R
1 A (Ampere):
Intensidade de uma corrente constante que, mantida em dois condutores paralelos, rectilíneos, de
comprimento infinito, de secção circular desprezável e colocados à distância de 1 metro um do
outro, no vácuo, produziria entre estes condutores uma força igual a 2x10 -7 N por metro de
comprimento.
A partir da sobreposição dos campos magnéticos de cada espira podemos construir o campo
magnético H dentro de uma bobina comprida:
n.l
H
L Com n = número das espiras, L = comprimento da bobina.
A força entre duas cargas electricas e a força entre dois polos magnéticos podem ser tratadas
similarmente. Por exemplo as duas forças são proporcional r-2
⇒ Cada fragmento de um magnete é por sua vez um magnete com pólo norte e pólo sul.
Os electrões da valência formam correntes circulares que são alinhadas do campo magnético
externo.
⇒ Pela sobreposição forma-se uma corrente circular forte, que provoca o campo magnético,
que dentro do material se chama “Magnetização” M.
No movimento circular dos electrões dentro dos átomos adiciona-se uma rotação em volta
de eixo próprio de electrão: O Spin I.
Os materiais ferro magnéticos mais utilizados são ferro (Fe), níquel (Ni) e cobalto (Co). Foi
confirmado empírica e teoreticamente que os magnetes elementares destes materiais são os
spins dos electrões da condução (electrões quase livres dentro do sólido, que são responsáveis
pela condução eléctrica).
Já sem campo magnético externo existem zonas com os magnetes elementares ordenadas
(domínios magnéticos).
Sem campo magnético H externo os domínios são orientados num circuito fechado:
H=0⇒M=0
As imagens em baixo mostram o desenvolvimento da estrutura dos domínios quando o campo
magnético externo H é aumentado:
Exemplo
O campo magnético H é produzido por uma bobina. O núcleo de ferro é magnetizado (os
magnetes elementares são alinhados como indicado na imagem em cima).
Quando o campo magnético externo H aumenta, cada vez mais momentos magnéticos são
alinhados na direcção de H. A magnetização entra na saturação, quando todos os magnetes
elementares são alinhados. Esta curva chama-se “Curva de Histerese” porque o processo da
magnetização não é reversível: A magnetização não é zero quando o campo magnético externo é
desligado e quando H é reduzido a curva de M é diferente da curva quando H sobe.
Experiência:
Tira a ficha eléctrica de um aquecedor eléctrico da tomada quando o aparelho está em
funcionamento.
⇒ Uma faísca aparece.
A razão da faísca aparecer é uma variação do campo magnético, que provoca (induz) uma
tensão eléctrica. Um parâmetro útil para deduzir a lei de indução é o Fluxo Magnético m :
Uma bobina percorrida por uma corrente induz do mesmo modo que a barra magnética ao ser
introduzida na espira.
... tal como uma variação da área limitada pela mesma espira.
⇒ Tensão induzida: U = Variação do fluxo magnético por tempo ∆t
t
Lei de Indução
Aplicação:
O fluxo magnético pode ser variado devido ao movimento de um condutor dentro de um campo
magnético. A barra móvel é um condutor eléctrico (ver imagem em baixo).
Exercícios
Solução: U = 1,44V
Aplicação: O Gerador
Um gerador é uma máquina que transforma trabalho mecânico para energia eléctrica.
2
Com 2 f , f = frequência, T = período do tempo (tempo que a bobina móvel faz para
T
completar uma volta)
A tensão alterna varia a polaridade periodicamente. A tensão alterna da nossa rede eléctrica é
produzida via indução.
Q
⇒ Potência = P = Energia / tempo U . U .I
t
1 U I
⇒ Potência média: P U 0 .I 0 U ef .I ef U ef 0 I ef 0
2 2 2
Um motor eléctrico é um gerador inverso. Consiste em uma parte móvel (o rotor) e uma parte
fixa (o estator).
O estator e o rotor são ligados em paralelo ou em série por intermédio das escovas de fios de
cobre.
O motor trabalha primeiro sem peso. Corrente I1 e tensão U1 são determinadas. Depois o peso é
levantado. A corrente I2 e a tensão U2 são medidas, como o tempo t necessário para levantar o
peso.
Resultado: U1 = U2 = U = 215V
I1 = 67,5 mA
I2 = 85 mA
t = 2,66 s
⇒ A variação da corrente ∆I = 17,5 mA,
⇒ Energia eléctrica gasta para levantar o peso:
O Transformador
Transformador
Um transformador é utilizado para variar a amplitude de uma corrente alterna sem modificar a
sua frequência.
Lei da Indução: U 1 N1. U 2 N2 .
t t
(o fluxo magnético é a mesma nas duas bobinas)
⇒ U1 N
1
U2 N2
Exercício 1
Uma campainha funciona com 6V e uma corrente de 0,4 A. Para utilizar a tensão de rede (230V)
um transformador com um circuito primário de 2000 espiras é implementado. a) Calcula o
número das espiras de circuito secundário. b) Determina a corrente no circuito primário.
Solução:
U 2eff 6V
a) N 2 N1 2000. 52
U 1eff 230V
U 2eff 6V .0.4 A
b) Potência P1 P2 U 1eff .I eff U 2eff .I 2eff I eff 0,01A
U 1eff 230V
Exercício 2
Uma ligação de alta tensão tem uma resistência de 0,02 Ω / km. Calcula a perda da potência
quando 200kW são transferidos para uma cidade de 10km distancia para U = 230V e U = 4,4kV.
P 200000W
I eff 870 A
U eff 230V
Perda: PR I eff
2
.R 151kW
200kW
b) I eff 45 A
4,4kV
Perda: PR 414W
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2. Das Neue Physikalische Grundpraktikum (O novo Laboratório da Física); H.J. Eichler, H.-D.
Kronfeldt, J. Sahm; Springer-Verlag, 2001