Apostila de Metafisica 2 PDF
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FILOSOFIA GERAL
PROBLEMAS METAFÍSICOS II
Filosofia
► Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
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Prezado(a) aluno(a),
APOSTILA INTERNET
ATIVIDADE ASSUNTO ATIVIDADE ASSUNTO
A RUPTURA GNOSIOLÓGICA
DE DAVID HUME:
1 UM REDIRECIONAMENTO 1 Videoaula 1
DA NOÇÃO DE METAFÍSICA
UMA PROJEÇÃO
2 FILOSÓFICA DA NOÇÃO 2 Videoaula 2
DE METAFÍSICA
SÍNTESE PARA
3 AUTOAVALIAÇÃO 3 Autoavaliação
A METAFÍSICA INSERIDA
4 NA AÇÃO HUMANA 4 Videoaula 4
UMA PROJEÇÃO
5 FILOSÓFICA DA NOÇÃO 5 Videoaula 5
DE METAFÍSICA
SÍNTESE PARA
6 AUTOAVALIAÇÃO 6 Autoavaliação
DUAS ABORDAGENS
CRÍTICAS SOBRE
7 A APLICAÇÃO 7 Videoaula 7
DOS PRECEITOS
METAFÍSICOS
SÍNTESE PARA
9 AUTOAVALIAÇÃO 9 Autoavaliação
SOBRE A NATUREZA
DA AÇÃO HUMANA:
10 UMA ABORDAGEM 10 Videoaula 10
METAFÍSICA
A COMPOSIÇÃO DA
11 AÇÃO HUMANA E SUA 11 Videoaula 11
INTENCIONALIDADE
SÍNTESE PARA
12 AUTOAVALIAÇÃO 12 Autoavaliação
A RELAÇÃO METAFÍSICA
13 ENTRE O HOMEM 13 Videoaula 13
E A NATUREZA EM B. PASCAL
UMA ABORDAGEM
FILOSÓFICA ANTE
14 UMA PROBLEMATIZAÇÃO 14 Videoaula 14
ECOLÓGICA
SÍNTESE PARA
15 AUTOAVALIAÇÃO 15 Autoavaliação
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
A RUPTURA GNOSIOLÓGICA DE DAVID HUME: ATIVIDADE 1
UM REDIRECIONAMENTO DA NOÇÃO DE METAFÍSICA
OBJETIVOS
TEXTO
FGPM II – 7
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 1
seres fantásticos, mitológicos, são criados no entendimento humano por meio da composi-
ção de ideais, haveria uma espécie de fantasia do pensar, gerado pela metafísica, eis então
o decreto de toda uma ‘corrente de pensamento filosófico’ para o fim da metafísica.
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Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 1
FGPM II – 9
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 1
de compreender”, algo que não se limita à sua relação material no viver, e que ultrapassa
os simples entendimentos entre as ‘coisas’ e sua percepção.
O conhecimento metafísico exige o que Hans George Gadamer definira por
círculo hermenêutico. Neste âmbito, esta maneira diferenciada de acesso ao saber, em
dada realidade, demonstra o acesso à noção do pensar metafísico. Diríamos ainda que
esta noção deverá oferecer algo que não se reporte diretamente a ideias decorrentes da
inteligência, mas relaciona-se ao modo como o fenômeno da inteligência se manifesta. Por
exemplo, é possível, com o trato convencional das ideias avaliar o alcance último de um ato
humano em dada circunstância, porém o mesmo não ocorre ao se dispor a avaliação do
alcance último de um ser humano, considerando-se neste apenas a aquisição de todas as
ideias referentes a uma dada época.
Podemos afirmar que há, no uso da metafísica, uma condição natural da ex-
pressão humana. O que se busca pela metafísica encontra-se efetivamente num dado es-
tado de consciência e não nas fantasias do conhecimento fundamentável, a deriva simples-
mente de comprovações ou valorações. Refere-se unicamente a este estado e seu objeto,
a princípio, é a noção de nexo, de sentido, que se atribua, como forma de fundo, à dinâmica
do pensar em todas as suas possibilidades, eis os atributos do vernáculo ‘compreender’ que
decorre da metafísica.
O ato metafísico, ao pensar, não constitui uma simples decorrência das ope-
rações mentais (como as associações), e dos efeitos da memória (como os referenciais de
identidade). Para compreender algo, seja o que for, deve-se ainda pensar em uma fron-
teira claramente demarcada num mesmo ser entre uma contínua expressão de um indiví-
duo, ‘de forma animalesca e não histórica’ e uma expressão de um indivíduo ‘de formação
humana e histórica’. Contudo, o ato de compreender metafisicamente não se realiza com
a pertinência de um agravante entre estas duas esferas, o senso comum. Este alerta se faz
principalmente ao fático filósofo, seja em suas mais variadas tangências sobre as noções
metafísicas, seja em suas falsas conceituações sobre a mesma, pelo simples fato deste se
considerar um crítico do pensamento metafísico.
A questão, para o exercício de um pensar metafísico, assume uma ordem
prática, ou seja, a disposição de seu acesso implica trabalho contínuo de interpretações e
ajustes de concepções a um dado sistema de pensamento.
REFERÊNCIAS
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Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
UMA PROJEÇÃO FILOSÓFICA DA ATIVIDADE 2
NOÇÃO DE METAFÍSICA
OBJETIVO
TEXTO
Deve-se se asseverar que o uso da metafísica foi radicalmente modificado
pela história universal das ideias bem antes da modernidade. De tal forma que se os gre-
gos antigos, por determinado tempo, usaram do que se define por pensamento mitológico
‘fantasioso’, algo totalmente diferente disto apresenta-se à metafísica inserida numa filosofia
clássica, o que obviamente não veiculava tais fantasias como afirmara Hume.
Diante da crítica contra a metafísica, observa-se com clareza que o principal
problema decorrente da afirmação empirista apresentou-se pela ausência de uma correta
demonstração de seu objeto num devido rigor. Afinal de contas, considerando-se o efeito
histórico do termo metafísica e de toda a sua extensão própria, seria inevitável que antes
de se lançar tal crítica, no mínimo, dever-se-ia estabelecer, a contento, qual afinal seria
sua gênese (da metafísica), seu campo de aplicação e principalmente sua linguagem. Em
outras palavras, em toda história da filosofia, o conceito de metafísica assim como o con-
ceito de lógica deve ter um princípio de significância em si. Seria o mesmo que dizer que a
significância das cores teria qualquer validade se expressas por cegos de nascença e que
por absurdo que pareça restasse àqueles que enxergam se dispôr a elaborar uma crítica
“própria” sobre a referida noção de cor. Não seria aceitável tal crítica pelo simples fato de
que a etimologia da palavra cor não está diretamente relacionada aos que enxergam ou aos
que são cegos, e sim ao fenômeno da visão. Indiferente aos cegos ou aos que enxergam
(que se atribui a utilização da visão) as questões referentes à visão em si se reportam a
um fenômeno próprio, e desta forma é que deve ser tratado ante mesmo as influências, ou
melhor, interpretações passíveis de consideração.
Ocorre com a metafísica o mesmo com as demais áreas do saber humano,
esta sempre estará sob o crivo do sujeito pensante, que deverá optar em aceitá-la em deter-
minados aspectos ou negá-las em outros.
Nos afigura uma guerra intelectual, cujo fim é a definição de tendências
validadas, ou mais objetivamente, da necessidade de se optar por um estilo acadêmico, que
não admita paradoxos ou a convivência de contradições.
Em filosofia tal situação é mais aguda, e dir-se-ia, que não se admite o que
não seja decorrente de veracidade. Contudo, este anseio geralmente suprime o trabalho
árduo de demonstração do objeto de pensamento a ser julgado, ante um desenvolvimento
FGPM II – 11
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ATIVIDADE 2
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Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 2
sidade, que se compõe por uma condição do sujeito pensante em reação ao exercício da
interpretação, principalmente ao que se refere ao saber, numa dimensão estritamente hu-
mana. Esta necessidade do homem se apresenta mais especificamente pela busca do “ato
de compreender”, algo que não se limita à sua relação material no viver, e que ultrapassa os
simples entendimentos entre as ‘coisas’ e sua percepção.
O conhecimento metafísico exige o que Hans George Gadamer definira por
círculo hermenêutico. Neste âmbito, esta maneira diferenciada de acesso ao saber, em
dada realidade, demonstra o acesso à noção do pensar metafísico. Diríamos ainda que
esta noção deverá oferecer algo que não se reporte diretamente às ideias decorrentes da
inteligência, mas relaciona-se à maneira como o fenômeno da inteligência se manifesta. Por
exemplo, é possível, com o trato convencional das ideias avaliar o alcance último de uma
ato humano em dada circunstância, porém o mesmo não ocorre ao se dispor a avaliação do
alcance último de um ser humano, considerando-se neste apenas a aquisição de todas as
ideias referentes a uma dada época.
Podemos afirmar que há, no uso da metafísica, uma condição natural da ex-
pressão humana. O que se busca pela metafísica encontra-se efetivamente num dado es-
tado de consciência e não nas fantasias do conhecimento fundamentável, a deriva simples-
mente de comprovações ou valorações. Refere-se unicamente a este estado e seu objeto,
a princípio, é a noção de nexo, de sentido, que se atribua, como forma de fundo, à dinâmica
do pensar em todas as suas possibilidades, eis os atributos do vernáculo ‘compreender’ que
decorre da metafísica.
O ato metafísico, ao pensar, não constitui uma simples decorrência das ope-
rações mentais (como as associações), e dos efeitos da memória (como os referenciais de
identidade). Para compreender algo, seja o que for, deve-se ainda pensar em uma fronteira
claramente demarcada num mesmo ser entre uma contínua expressão de um indivíduo, ‘de
forma animalesca e não histórica’ e uma expressão de um indivíduo ‘de formação humana e
histórica’. Contudo, o ato de compreender metafisicamente não se realiza com a pertinência
de um agravante entre estas duas esferas, o senso comum. Este alerta se faz principalmen-
te ao fático filósofo, seja em suas mais variadas tangências sobre as noções metafísicas,
seja em suas falsas conceituações sobre a mesma, pelo simples fato deste se considerar
um crítico do pensamento metafísico.
A questão, para o exercício de um pensar metafísico, assume uma ordem
prática, ou seja, a disposição de seu acesso implica um trabalho contínuo de interpretações
e ajustes de concepções a um dado sistema de pensamento.
REFERÊNCIAS
FGPM II – 13
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 2
ANOTAÇÕES
FGPM II – 14
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
SÍNTESE PARA AUTOAVALIAÇÃO ATIVIDADE 3
OBJETIVO
TEXTO
ANOTAÇÕES
FGPM II – 15
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 3
ANOTAÇÕES
FGPM II – 16
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
A METAFÍSICA INSERIDA NA AÇÃO HUMANA ATIVIDADE 4
OBJETIVO
TEXTO
Costuma-se dizer que cada um tem a sua filosofia e até que todos os ho-
mens têm opiniões metafísicas. Nada poderia ser mais irreal. É verdade que todos os
homens têm opiniões, e que algumas delas — tais como as opiniões sobre religião, moral
e o sentido da vida — confinam com a filosofia e a metafísica, mas raros são os homens
que possuem qualquer concepção de filosofia e ainda menos os que têm qualquer noção
de metafísica. De maneira mais ostensiva a crítica à metafísica apresenta-se em Teylor,
ao afirmar que não são muitas as pessoas que assim pensam, exceto quando os seus
interesses práticos estão envolvidos. Não têm necessidade de assim pensar e, daí, não
sentem qualquer propensão para o fazer. Excetuando algumas raras almas meditativas, os
homens percorrem a vida aceitando como axiomas, simplesmente, aquelas questões da
existência, propósito e sentido que aos metafísicos parecem sumamente intrigantes. O que
sobretudo exige a atenção de todas as criaturas, e de todos os homens, é a necessidade de
sobreviver e, uma vez isso razoavelmente assegurado, a necessidade de existir com toda a
segurança possível. Todo o pensamento começa aí, e a sua maior parte cessa aí. Sentimo-
nos mais à vontade para pensar como fazer isto ou aquilo. Por isso a engenharia, a política
e a indústria são muito naturais aos homens. Mas a metafísica não se interessa, de modo
algum, pelos “comos” da vida, mas antes apenas pelos “porquês”, pelas questões que é
perfeitamente fácil jamais formular durante uma vida inteira.
Num esforço em se valorar a metafísica William James a definiu algu-
res como “apenas um esforço extraordinariamente obstinado para pensar com clareza”.
Observamos um grande reducionismo teórico, que chega a beira da pobreza de argüição
sobre a temática, mas que, de certa maneira transmite algo um tanto diferenciado das
concepções nominalistas sobre metafísica, que é a noção de “clareza” e “prolixidade” e sua
aplicação.
Por outro lado, se os argumentos apresentados fossem considerados em
sua aplicação prática, seus resultados seriam muito diferentes. Poder-se-ia afirmar nestes
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Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 4
mesmos termos: “Ao homem basta se alimentar bem, ante as futilidades do que é estudar
para superar-se em suas qualidades...”
Nestes termos acatar a ideia de que se deve bastar a vida e as condições do
viver e nada mais, como princípio desencadeador do pensar representaria, se fosse possí-
vel, manter a humanidade sempre na condição deplorável da barbárie. O que significa que
usar como referência a vida e a segurança, nos termos apresentados, só teriam significân-
cia numa época onde toda a humanidade vivesse nestas condições.
Mas obviamente as gerações humanas até então vem se sobrepondo e, num
mundo onde os moldes de agregação não seguem os padrões da barbárie, tal afirmação
torna-se progressivamente obsoleta de um passado recente até o atual presente e depre-
cia-se totalmente em relação ao futuro.
Pensar metafisicamente é pensar, sem arbitrariedade nem dogmatismo, nos
mais básicos problemas da existência. Os problemas são básicos no sentido em que são
fundamentais e muitas coisas dependem deles. A religião, por exemplo, não é metafísica;
e, entretanto, se a teoria metafísica do materialismo fosse verdadeira, e assim fosse um
fato que os homens não têm alma, então grande parte da religião diluir-se-ia diante desse
fato. Também a filosofia moral não é metafísica e, contudo, se as teorias metafísicas do
determinismo ou do fatalismo fossem verdadeiras, então muitos dos nossos pressupostos
tradicionais seriam refutados por essas verdades. Similarmente, a lógica não é metafísica
e, contudo, se se apurasse que, em virtude da natureza do tempo, algumas asserções não
são verdadeiras nem falsas, isso acarretaria sérias implicações para a lógica tradicional.
Isto sugere, contrariamente ao que em geral se supõe, que a metafísica é um alicerce da
filosofia e não o seu coroamento.
Com efeito seria correto afirmar que o fruto do pensamento metafísico não é
o conhecimento, mas a compreensão. As interrogações metafísicas têm respostas e, entre
as várias respostas concorrentes, nem todas poderão ser verdadeiras, por certo. Se um ho-
mem defende uma teoria materialista e outro a nega, então um desses homens está errado;
e o mesmo acontece a todas as outras teorias metafísicas. Contudo, só muito raramente é
possível provar e conhecer qual das teorias é a verdadeira. A compreensão, porém, é, por
vezes, a parte mais profunda dela, e resulta de se ver dificuldades persistentes em opiniões
que freqüentemente parecem, com outras bases, ser muito obviamente verdadeiras ou
falsas. É por essa razão que um homem pode ser um sábio metafísico sem que, não obs-
tante, sustente suas opiniões e juízos em conceitos metafísicos. Tal homem pode ver tudo
o que um dogmático metafísico vê, e pode entender todas as razões para afirmar o que
outro homem afirma com tamanha confiança. Mas, ao invés do outro, também vê algumas
razões para duvidar. Advirta-se o leitor, neste particular, de que quando ouvir um filósofo
proclamar qualquer opinião metafísica com grande confiança, ou o ouvir afirmar que deter-
minada coisa, em metafísica, é óbvia, ou que algum problema metafísico gravita apenas em
torno de confusões de conceitos ou de significados de palavras, então poderá estar inteira-
mente certo de que esse homem está infinitamente distante do entendimento filosófico.
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Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 4
Um problema metafísico é inseparável dos seus dados, pois são estes que,
em primeiro lugar, dão origem ao problema. Ora o datum, ou dado, significa literalmente
algo que nos é oferecido, posto à nossa disposição. Assim, tomamos como dado de um
problema certas convicções elementares do senso comum que todos ou a maioria dos
homens estão aptos a sustentar com alguma persuasão íntima, antes da reflexão filosófi-
ca, e teriam relutância em abandonar. Não são teorias filosóficas, pois estas são o produto
da reflexão filosófica e, usualmente, resultam da tentativa de conciliar certos dados entre
si. São, pelo contrário, pontos de partida para teorias, as coisas por onde se começa, visto
que, para que se consiga alguma coisa, devemos começar por alguma coisa, e não se
pode gastar o tempo todo apenas começando. Observou Aristóteles: “Procurar a prova
de assuntos que já possuem evidência mais clara do que qualquer prova pode fornecer é
confundir o melhor com o pior, o plausível com o implausível e o básico com o derivativo,”
(Física, Livro VIII, Cap. 3 ). Exemplos de dados metafísicos são as crenças que todos os
homens possuem, independentemente da filosofia, de que existem, de que têm um corpo,
de que lhes cabe algumas vezes uma opção entre cursos alternativos de ação, de que
por vezes deliberam sobre tais cursos, de que envelhecem e morrerão algum dia etc. Um
problema metafísico surge quando se verifica que tais dados não parecem concordar entre
si, que têm, aparentemente, implicações inconsistentes entre si. A tarefa, então, é encontrar
uma teoria adequada à eliminação desses conflitos.
Convém observar que os dados, como considerados, não são coisas neces-
sariamente verdadeiras nem evidentes em si. De fato, se o conflito entre certas convicções
do senso comum não for tão-só aparente, mas real, então algumas dessas convicções
estão fadadas a ser falsas, embora possam, não obstante, ser tidas na conta de dados até
que sua falsidade se descubra. É isso o que torna emocionante, por vezes, a metafísica; no-
meadamente, o fato de sermos coagidos, algumas vezes, a abandonar certas opiniões que
sempre havíamos considerado óbvias. Contudo, a metafísica tem de começar por alguma
coisa e, como não pode começar, obviamente, pelas coisas que já estão provadas, deve
começar pelas coisas em que as pessoas acreditam; e a confiança com que uma pessoa
sustenta as suas teorias metafísicas não pode ser maior do que a confiança que deposita
nos dados em que aquelas repousam.
O intelecto do homem não é tão forte quanto a sua vontade, e os homens,
geralmente, acreditam no que querem acreditar, particularmente quando essas crenças
parecem dar valor a si mesmos e às suas atividades. A sabedoria não é, pois, o que os ho-
mens buscam em primeiro lugar. Procuram, outrossim, uma justificação para aquilo de que
por acaso gostam. Não surpreende, portanto, que os principiantes em filosofia, e mesmo
os que já não são principiantes, tenham uma acentuada inclinação para se apegarem a
uma teoria que os atraia, em face de dados conflitantes, e neguem por vezes a veracidade
dos dados, apenas por aquela razão. Tal atitude dificilmente se pode considerar propícia à
sabedoria. Assim, não é incomum encontrarmos pessoas que, dizem, querem ardentemen-
te acreditar na teoria do determinismo e que, partindo desse desejo, negam, simplesmente,
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Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 4
a verdade de quaisquer dados que com ela colidam. Os dados, por outras palavras, são
meramente ajustados à teoria, em vez da teoria aos dados. Mas deve-se insistir ainda que
é pelos dados, e não pela teoria, que se terá de começar; pois se não partirmos de pressu-
postos razoavelmente plausíveis, onde irmos obter a teoria, senão no que os nossos cora-
ções desejam? Mais cedo ou mais tarde poderemos ter de abandonar alguns dos dados
do nosso senso comum, mas, ao fazê-lo, será em consideração a certas outras crenças do
senso comum que temos ainda maior relutância em abandonar e não em deferência pelas
teorias filosóficas que nos atraem.
1 MURCHO, D. Pensar outra vez, filosofia, valor, verdade. Edições Quasi, V.N.Famalicão, 2006.
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ATIVIDADE 4
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ATIVIDADE 4
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Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 4
humana sobre o planeta, eis um argumento no mínimo insustentável. Pois nestes termos tal
“ignorância” seria uma condição de “animalização” num desordenado coletivismo humano,
seria a negação do progresso. Definida nos grandes núcleos demográficos e nas regiões
habitáveis, através das chamadas “massas culturais”, que como qualquer “cultura” é, em
si, inacessível (como objeto de mudança) para seus contemporâneos. Mas a fatalidade de
toda uma humanidade negligenciar as ações necessárias para que se corrija no planeta um
agravante cientificamente apresentado, no mínimo, depois de duas guerras mundiais, não
é justificável.
Portanto, o problema ecológico só poderá ser solucionado se abordado
como um problema metafísico.
REFERÊNCIAS
HABERMAS, J. O discurso filosófico da modernidade. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2002.
. Verdade e justificação: ensaios filosóficos. São Paulo: Ed.Loyola, 2004.
HUME, D. Tratado da natureza humana. São Paulo: Ed. Unesp, 2001.
. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Hedra, 2009.
JAPIASSU, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.
NICOLA, U. Antologia ilustrada de filosofia. São Paulo: Globo, 2005.
REALLE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia. São Paulo: Paulos, 1991. v. 2 e 3.
ANOTAÇÕES
FGPM II – 23
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ATIVIDADE 4
ANOTAÇÕES
FGPM II – 24
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
UMA PROJEÇÃO FILOSÓFICA DA ATIVIDADE 5
NOÇÃO DE METAFÍSICA
OBJETIVO
TEXTO
1 MURCHO, D. Pensar outra vez, filosofia, valor, verdade. Edições Quasi, V.N.Famalicão, 2006.
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Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 5
humana sobre o planeta, eis um argumento no mínimo insustentável. Pois nestes termos tal
“ignorância” seria uma condição de “animalização” em um desordenado coletivismo huma-
no; seria a negação do progresso. Definida nos grandes núcleos demográficos e nas regi-
ões habitáveis, através das chamadas “massas culturais”, que como qualquer “cultura” é,
em si, inacessível (como objeto de mudança) para seus contemporâneos. Mas a fatalidade
de toda uma humanidade negligenciar as ações necessárias para que se corrija no planeta
um agravante cientificamente apresentado, no mínimo, depois de duas guerras mundiais
não é justificável.
Portanto, o problema ecológico só poderá ser solucionado se abordado
como um problema metafísico.
REFERÊNCIAS
JAPIASSU, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.
MURCHO, D.; ALMEIDA, A. Textos problemas de filosofia. Lisboa: Plátano, 2006.
NICOLA, U. Antologia ilustrada de filosofia. São Paulo: Globo, 2005.
REALLE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia. São Paulo: Paulos, 1991. v. 2 e 3.
ANOTAÇÕES
FGPM II – 28
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
SÍNTESE PARA AUTOAVALIAÇÃO ATIVIDADE 6
OBJETIVO
TEXTO
Natureza e cultura
O homem não está alheio à natureza. Como ser vivo, também recebe dela
uma ordem a respeitar em nossa existência. Isso significa que não podemos fazer tudo o
que queremos. A natureza é um conjunto que nos envolve e do qual fazemos parte. A na-
tureza está também em nós, como um vínculo que nos une ao mundo e que orienta nossa
forma de viver nele. Para o estoicismo1, o mundo era como um imenso ser vivo, do qual os
indivíduos seriam os órgãos; submeter-se à ordem da natureza não significa renunciar à
razão, mas, pelo contrário, saber viver conforme a natureza.
Dependemos da natureza
1 O estoicismo é uma corrente filosófica que surgiu na Grécia no final do século IV a.C. seu principal representante, o
romano Sêneca(século I d.C.), escrevia: “Devemos ter a natureza como guia. É a ela que a razão contempla e consulta.
Viver feliz e viver segundo a natureza são a mesma coisa”.
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ATIVIDADE 6
nos dependem da natureza. Sabemos também que a natureza é frágil e que depende de
nós.
REFERÊNCIA
ANOTAÇÕES
FGPM II – 30
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
DUAS ABORDAGENS CRÍTICAS SOBRE A ATIVIDADE 7
APLICAÇÃO DOS PRECEITOS METAFÍSICOS
OBJETIVOS
TEXTO
1 Texto adaptado do título Filosofia da educação a partir do diálogo contemporâneo entre analíticos e continentais,
de Cátia Piccolo Viero, Amarildo Luiz Trevisan e Elaine Conte.
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Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 7
para então atuarem, em dada realidade, como sujeito ativos necessários a uma transforma-
ção eminente.
As contribuições pragmático-linguísticas de Rorty e de Habermas podem
clarear as preocupações desenvolvidas no interior da filosofia contemporânea, despertando
novas significações para o estudo filosófico na educação.
A aproximação dos autores às referências teóricas do pragmatismo e da
hermenêutica determina a utilidade e a semântica da teoria para a atividade humana, viabi-
lizando práticas comunicativas que permitem a produção de entendimentos que vão além
dos meios tradicionais.
Através de consensos democráticos, Habermas tenciona desenvolver os
aspectos comunicativos da racionalidade, produzindo um conhecimento universal voltado
aos interesses sociais.
Rorty pretende criar uma sociedade tolerante que acate as reivindicações
dos grupos particulares (gays, prostitutas etc.), admitindo a existência complexa de diferen-
ças.
São alternativas para o conhecimento tradicional que oferecem como ar-
gumento estudos focalizados na aplicação prática e contribuem para a ressignificação do
saber filosófico, alicerçando a produção de um método de análise crítico da realidade de
formação.
O neopragmatismo de Rorty e a ação comunicativa de Habermas auxiliam a
recuperar a reflexão, a crítica e a problemática dos fundamentos da educação, justificando
a necessidade das transformações culturais tomarem parte mais ativa no debate pedagógi-
co atual. Em outros termos significaria “traduzir uma preocupação que oportuniza a possi-
bilidade de se constituir uma pedagogia atenta às necessidades de mudanças na cultura
contemporânea”.
FGPM II – 32
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 7
FGPM II – 33
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 7
REFERÊNCIAS
FGPM II – 34
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
JÜGEN HABERMAS VERSUS RICHARD RORTY ATIVIDADE 8
OBJETIVO
TEXTO
FGPM II – 35
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 8
REFERÊNCIAS
FGPM II – 36
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 8
ANOTAÇÕES
FGPM II – 37
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 8
ANOTAÇÕES
FGPM II – 38
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
SÍNTESE PARA AUTOAVALIAÇÃO ATIVIDADE 9
OBJETIVO
TEXTO
Existem escolhas que nos envolvem individualmente e outras que nos tor-
nam responsáveis pelo futuro das gerações. No modo de produção capitalista, que se
concretiza por meio da exploração tanto da força de trabalho quanto de recursos naturais
não renováveis, a questão ética e política, expressa no princípio de responsabilidade,
implica o problema da conservação dos meios de existência do planeta e da espécie huma-
na. E essa questão envolve cada indivíduo, no lugar em que se encontra no contexto das
relações sociais: a indiferença também é uma escolha, e qualquer que seja nossa atitude
estamos comprometidos. Por isso, em tempos de fim das grandes utopias, quando parece
não haver alternativa ao capitalismo, torna-se urgente questionar esse sistema que põe em
risco o futuro das gerações. Esse é um dos sentidos da relação entre ética e política.
Perguntar pela liberdade no âmbito moral significa perguntar sobre o que
somos, o que fazemos de nossa vida no contexto em que estamos inseridos, se temos
possibilidade de agir conscientes das determinações que interagem com nossa vontade –
enfim, se somos donos de nosso destino. E esse destino não é individual, mas social, visto
que nas condições atuais da sociedade é de nossas ações e iniciativas que dependem a
preservação e a renovação da vida.
REFERÊNCIA
FGPM II – 39
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 9
ANOTAÇÕES
FGPM II – 40
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
SOBRE A NATUREZA DA AÇÃO HUMANA: ATIVIDADE 10
UMA ABORDAGEM METAFÍSICA
OBJETIVOS
TEXTO
1 Texto adaptado de: SMITH, P.; JONES, O. R. The philosophy of mind: an introduction. Cambridge: Cambridge Uni-
versity Press, 1986. p. 119-134.
FGPM II – 41
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 10
de interna, não haveria nenhuma razão ao qual o movimento das plantas causado interna-
mente ou mesmo os movimentos de um relógio, não contassem como verdadeiras ações.
Ainda assim, parece fácil emendar a nossa definição de ação de modo a evi-
tar tais abstrusidades: as ações intencionais são, num certo sentido, coisas em que a nossa
mente está envolvida – portanto seguramente aquilo que necessitamos de dizer é que, num
sentido último, as ações têm de ter causas mentais internas. Um espasmo muscular reflexo,
como o movimento de uma planta ou de um relógio, tem (num sentido amplo) uma causa
interna: mas uma ação genuína tem antecedentes mentais – a tua mente tem um papel a
desempenhar na execução da ação.
Note-se que, enquanto podemos dizer que todas as ações têm causas men-
tais, não podemos reverter esta afirmação e dizer que todos os movimentos com causas
mentais são ações. Como tal, a ansiedade pode fazer a tua mão tremer ou o embaraço
pode provocar-te contrações musculares, mas estas tremuras e contrações não são ações,
apesar dos seus antecedentes mentais. Portanto a presença de causas mentais é apenas
uma condição necessária da ação genuína, mas não é uma condição suficiente. […].
Quais são os antecedentes mentais da ação? Que tipo de acontecimentos ou
estados mentais são as causas iniciadoras de uma ação intencional?
O nosso primeiro pensamento pode ser que a ação resulta sempre do dese-
jo. Por outras palavras, as ações são coisas que fazes ou porque queres fazê-las ou porque
acreditas que elas são o meio para chegares a outras coisas que desejas.
Quando ativamente ergue-se o braço, isso ocorre porque simplesmente exis-
te um ‘querer’ que ele se erga, ou porque o subir do braço seja necessário para outra coisa
qualquer desejada. Por contraste, as não-ações, como espasmos ou contrações muscula-
res, acontecem independentemente dos desejos.
Mas existe uma aparente dificuldade com este primeiro pensamento plausível
que pode ser explicitado pelo seguinte argumento:
(D) Os nossos desejos – ou pelo menos os mais básicos – não são estados
sobre os quais tenhamos muito controle; não depende usualmente de nós sentirmos sede
e querermos beber, ou desejarmos estar mais quentes, ou termos desejos sexuais. As
nossas crenças, de igual modo, não estão sobre o nosso controle voluntário; muitas são
adquiridas perceptivamente e a percepção envolve um processo causal que não depende
de nós. Portanto, se caracterizarmos as ações como fazeres causados por desejos (em
conjunto com as crenças apropriadas), isto sugere que há estados que não dependem de
nós automaticamente, que produzem ações sem a nossa intervenção; e isto implicaria que
as nossas ações também não dependem de nós. Esta conclusão põe em causa todo o
conceito de ação tal como é definida comumente […].
Seguindo Anscombe, a nossa sugestão fundamental é que uma ação é
intencional apenas se é feita com razões à luz das quais o comportamento de um agente
pode ser compreensível.
Especificar as razões que fazem um comportamento ser compreensível é
FGPM II – 42
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 10
especificar o desejo ou pró-atitude relevantes e uma crença de que o efeito da ação con-
duza ao desejo esperado. Necessitamos, contudo, de destacar um aspecto que até agora
foi deixado implícito. De modo a explicar a ação de alguém, não é suficiente especificar um
desejo e uma crença que o agente tenha que torna a ação compreensível; se queremos
ter uma explicação correta, a ação tem que ter sido feita por causa desse desejo e dessa
crença.
O pensamento essencial em D era que se tentarmos definir ações como fa-
zeres que explicamos recorrendo a desejos, dado que os desejos não “dependem de nós”
o mesmo se aplicará supostamente às nossas ações intencionais. Bom, aceitemos que as
nossas necessidades mais básicas não estão sob o nosso controle – não podemos fazer
nada quando temos sede, por exemplo. Mas muitos dos desejos ou pró-atitudes envolvidos
na explicação da ação humana ou talvez mesmo a maior parte depende de algum modo de
nós (pelo menos no sentido vulgar dessa expressão).
Juntando os fios da nossa discussão, podemos concluir dizendo que um fa-
zer é uma ação quando apenas se envolve algo feito intencionalmente, isto é, algo realizado
por causa de uma pró-atitude apropriada e de uma crença respectiva. Parece, portanto, que
chegamos finalmente […] à formulação correta do núcleo de uma teoria causal da ação – as
causas mentais desses episódios comportamentais que contam como ações intencionais
são simplesmente crenças e desejos. De modo a responder à questão de Wittgenstein: a
diferença entre o teu braço se erguer e tu ergueres o teu braço é uma questão de causalida-
de através de crenças e desejos.
Podemos afirmar que, embora o sujeito pensante tenha alcançado, pela
sistematização metafísica, uma espécie de aporte para a construção de convicções ‘vali-
dáveis’ na história das ideias, tal situação ainda é insuficiente em si para uma abordagem
filosófica sobre uma dada projeção de futuro, por exemplo, em relação à vida e a seu agra-
vante ecológico em uma abrangência de ordem planetária.
O conflito gerado entre a conceituação das ideias e a consideração, nestas,
de um sentido metafísico, mesmo através do que se poderia definir ‘sistemas metafísicos’
nos impõe, agora, uma busca detalhada sobre suas próprias possibilidades ou limites.
REFERÊNCIAS
HABERMAS, J. O discurso filosófico da modernidade. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2002.
. Verdade e justificação: ensaios filosóficos. São Paulo: Ed. Loyola, 2004.
JAPIASSU, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.
NICOLA, U. Antologia ilustrada de filosofia. São Paulo: Globo, 2005.
REALLE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia. São Paulo: Paulos, 1991. v. 2 e 3.
FGPM II – 43
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 10
ANOTAÇÕES
FGPM II – 44
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
A COMPOSIÇÃO DA AÇÃO HUMANA ATIVIDADE 11
E SUA INTENCIONALIDADE
OBJETIVO
TEXTO
FGPM II – 45
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 11
REFERÊNCIAS
HABERMAS, J. O discurso filosófico da modernidade. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2002.
. Verdade e justificação: ensaios filosóficos. São Paulo: Ed. Loyola, 2004.
JAPIASSU, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.
NICOLA, U. Antologia ilustrada de filosofia. São Paulo: Globo, 2005.
REALLE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia. São Paulo: Paulos, 1991. v. 2 e 3.
ANOTAÇÕES
FGPM II – 46
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
SÍNTESE PARA AUTOAVALIAÇÃO ATIVIDADE 12
OBJETIVO
TEXTO
Pensar implica um movimento de ideias que gera algo que não pode se redu-
zir a meras representações.
O pensar implica também referência única que o homem tem para qualificar
ou julgar o efeito final deste procedimento. O ato humano.
No entanto, não basta se apropriar da afirmação anterior de forma axiomáti-
ca ou evidente. Esta condição ainda se apresenta insuficiente para que o homem diante de
seu ato, seja qual for este, possa ter o devido grau de consciência do que realiza ou do que
pretende realizar.
Assim, cabe à metafísica oferecer ao sujeito pensante a solução desta espé-
cie de indeterminação, que impede que este possa gerir todas as possibilidades do seu agir.
A metafísica, neste contexto, produz a noção de “intencionalidade” e esta fer-
ramenta, aplicada em razão de uma diretriz do pensamento, satisfaz então a necessidade
do homem de (através de seus atos) pensar enquanto parte de uma humanidade.
Não há como evitar a necessidade do homem de conceber a noção de hu-
manidade e também de identificar-se a esta. Desta forma, compreende-se porque o ho-
mem ao ser coercitivamente isolado da convivência com outros seres humanos (de forma
radical) vem inevitavelmente a se desumanizar.
ANOTAÇÕES
FGPM II – 47
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 12
ANOTAÇÕES
FGPM II – 48
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
A RELAÇÃO METAFÍSICA ENTRE O HOMEM ATIVIDADE 13
E A NATUREZA EM B. PASCAL
OBJETIVO
TEXTO
1 Extraído do volume Pensadores franceses, da Coleção Clássicos Jackson, volume XII. Tradução de J. Brito Broca
e Wilson Lousada. Trecho da parte dois do livro póstumo Pensamentos.
2 Esta é uma esfera cujo centro se encontra em toda parte e cuja circunferência não se acha em alguma. E o fato de
nossa imaginação perder-se neste pensamento constitui, em suma, a maior manifestação da onipotência de Deus.
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Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 13
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Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 13
bém na multidão e na delicadeza de seus princípios, pois quem não percebe que aqueles
que se consideram últimos não se sustentam sozinhos, mas se apóiam em outros, os quais,
tendo por sua vez outros por apoio, nunca são os últimos? Nós, porém, consideramos
últimos aqueles princípios que a razão nos aponta como últimos, tal qual fazemos com as
coisas materiais, em que, para nós, um ponto invisível é aquele que, por se achar mais lon-
ge de nossos sentidos, não pode ser percebido, embora continue divisível indefinidamente
por sua própria natureza.
Desses dois infinitos da ciência, o infinitamente grande é o mais sensível; por
isso nós o conhecemos imediatamente por inteiro. “Vou falar de tudo”, dizia Demócrito.
Porém, o infinitamente pequeno é muito pouco visível. A ele pretenderam
chegar os filósofos, entretanto; e nisso é que tropeçaram todos. Isso é que deu azo a títulos
tão frequentes quanto estes: Do princípio das coisas, do princípio da filosofia e quejandos,
tão pretensiosos e de efeito bem maior, embora não o pareça, do que esse outro que entra
pelos olhos: De omni scibili.
Acreditamos muito naturalmente sermos mais capazes de alcançar o centro
das coisas do que de abraçar a circunferência; a extensão visível do mundo ultrapassa-nos
manifestamente; porém, como ultrapassamos as coisas pequenas, acreditamo-nos mais
capazes de possuí-las; entretanto, não nos falta menos capacidade para chegar ao nada
do que chegar ao todo; para um, como para outro, falta-nos uma capacidade infinita, e
creio que quem tivesse compreendido os princípios últimos das coisas chegaria também a
conhecer o infinito. Uma coisa depende da outra, e uma conduz à outra3.
Conheçamos, pois, nossas forças; somos algo e não tudo; o que temos que
ser priva-nos do conhecimento dos primeiros princípios que nascem do nada; e o pouco
que somos nos impede a visão do infinito.
Nossa inteligência, entre as coisas inteligíveis, ocupa o mesmo lugar que o
nosso corpo na magnitude da natureza.
Limitados em tudo, esse termo médio entre dois extremos encontra-se em
todas as nossas forças. Nossos sentidos não percebem os extremos: um ruído demasiado
forte nos ensurdece, demasiada luz nos deslumbra, demasiada distância ou demasiada
proximidade impede-nos de ver, demasiada longitude ou demasiada concisão do discurso
o obscurece, demasiada verdade nos assombrosa (sei de alguém que não pode com-
preender que quem de zero tira quatro fica zero); os primeiros princípios têm demasiada
evidência para nós outros, demasiado prazer incomoda, demasiada consonância aborrece
na música, e demasiado benefício irrita, pois queremos ter com que pagar a dívida: Be-
neficia eo usque laeta sunt dum videntur exsolvi posse; ubi multum ante venere, pro gratia
odium redditur. (Os benefícios são agradáveis enquanto pensamos poder devolvê-los; além
o reconhecimento se transforma em ódio. – Tácito, citado por Montaigne, XXX, 8). Não
sentimos nem os extremos calor nem o frio extremo; as qualidades excessivas são nossas
inimigas, não as sentimos, sofremo-las. Demasiada juventude ou demasiada velhice tolhem
3 Esses extremos se tocam e se unem, à força de se afastarem, encontrando-se em Deus, somente em Deus.
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Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 13
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Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 13
das coisas, em si mesmas ou em Deus, deve assombrar a nossa ínfima duração. A imo-
bilidade fixa e constante da natureza, em comparação com a transformação contínua que
se verifica em nós, deve causar o mesmo efeito). E o que completa a nossa incapacidade
de conhecer as coisas é o fato de serem simples em si enquanto nós somos complexos de
natureza antagônica e de gêneros diversos, alma e corpo. Pois é impossível que a parte
raciocinante de nós mesmos não seja unicamente espiritual; e se pretenderem que somos
tão somente corporais, mais afastarão ainda de nós o conhecimento das coisas, porquan-
to nada mais será inconcebível do que a matéria conhecer-se a si própria; não podemos
conceber de que maneira se conheceria. Assim, se somos simplesmente materiais nada
podemos conhecer; e se somos compostos de espírito e matérias não podemos conhecer
perfeitamente as coisas simples, espirituais ou corporais.
Donde a confusão generalizada entre os filósofos que misturam as ideias das
coisas, falando espiritualmente das coisas corporais e corporalmente das coisas espirituais.
Dizem, ousadamente, que as coisas tendem a cair, que tendem para o
centro, que fogem à sua destruição, que temem o vácuo, que tem inclinações, simpatias,
antipatias, qualidades todas que somente ao espírito pertencem. E, referindo-se ao espírito,
consideram-no como se estivesse em determinada espaço, e lhe atribuem a capacidade de
movimentar-se, coisas que pertencem apenas aos corpos. Em vez de recebermos a ideia
pura das coisas, tingimo-la com nossas qualidades e impregnamos de nosso ser composto
todas as coisas simples que contemplamos.
Que não há de supor, ao nos ver juntar as coisas do espírito e do corpo, que
tal mescla nos é muito compreensível? No entanto, é essa a coisa que menos se compre-
ende. O homem é, em si mesmo, o objeto mais prodigioso da natureza; pois não se pode
conceber nem o que é corpo, nem, menos ainda, o que é espírito, e, ainda menos, de que
modo um corpo pode se unir a um espírito. Essa a sua dificuldade máxima, e, não obstante,
a sua própria essência: Modus quo corporibus adhaerent spiritus comprehendi ab homi-
nibus non potest, et hoc tamem home est. (A maneira por que se acha o espírito unido ao
corpo não pode ser compreendida pelo homem, e, não obstante, é o homem. Santo Agosti-
nho, citado por Montaigne).
Mas, para concluir a prova de nossa fraqueza, terminarei com estas duas
considerações.
Quando penso na pequena duração da minha vida, absorvida na eternidade
anterior, no pequeno espaço que ocupa, fundido na imensidade dos espaços que ignora
e que me ignoram, aterro-me e me assombro de ver-me aqui e não alhures, pois não há
razão alguma para que esteja aqui e não alhures, agora e não em outro qualquer momento.
Quem me colocou nessas condições? Por ordem e obra e necessidade de quem me foram
designados esse lugar e esse momento?Memoria hospitis unius diei praetereuntis. (A lem-
brança de hóspede de um dia que passa. Sabedoria, V, 15.
Ante a cegueira e a miséria do homem, diante do universo mudo, do homem
sem luz, abandonado a si mesmo e como que perdido nesse rincão do universo, sem cons-
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Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 13
ciência de quem o colocou aí, nem do que veio fazer, nem do que lhe acontecerá depois
da morte, ante o homem incapaz de qualquer conhecimento, invade-me o terror e sinto-
me como alguém que levassem, durante o sono, para uma ilha deserta, e espantosa, e aí
despertasse ignorante de seu paradeiro e impossibilitado de se evadir. E maravilho-me de
que não se desespere alguém ante tão miserável estado. Vejo outras pessoas ao meu lado,
aparentemente iguais; pergunto-lhes se se acham mais instruídas que eu, e me respon-
dem pela negativa; no entanto, esses miseráveis extraviados se apegam aos prazeres que
encontram em torno de si4.
O silêncio eterno desses espaços infinitos me apavora.
Quantos reinos nos ignoram!
Por que são limitados meu conhecimento, minha estatura, a duração de
minha vida a cem anos e não a mil? Que motivos levaram a natureza a me fazer assim, a
escolher esse número em lugar de outro qualquer, desde que na infinidade dos números
não há razões para tal preferência, nem nada que seja preferível a nada?
4 Quanto a mim, não consigo afeiçoar-me a tais objetos e, considerando que no que vejo há mais aparência do que outra
coisa, procuro descobrir se Deus não deixou algum sinal próprio.
5 Texto adaptado do título de Adalberto Dias de Carvalho.
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ATIVIDADE 13
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Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 13
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Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 13
por via delas, a educação ambiental, acabam por fazer um apelo constante à solidariedade,
mesmo antes de esta se tornar uma finalidade ética. Trata-se, então, como se disse, so-
bretudo de uma estratégia de sobrevivência. Resta saber se esta opera como uma ruptura
real com o antropocentrismo que percorre a ciência moderna (e que é apontado como um
pressuposto negativo a eliminar), sem que se caia nas ilusões do naturalismo tradicional.
Na verdade, o tema da natureza surge no mundo contemporâneo com um
vigor que não pode de forma alguma ser escamoteado, assim como não pode também ser
a originalidade relativa dos seus fundamentos.
sujeitos de um sistema, seus produtos e seus autores, no curso de
um interminável circuito de recorrência. Mas se a consciência ecológica foi inicialmente, so-
bretudo, apanágio do saber científico e, assim, consciência científica, tornou-se progressi-
vamente consciência política e, nos nossos dias, revela-se cada vez mais como consciência
filosófica, que só poderá se efetuar por uma apropriada abordagem metafísica.
REFERÊNCIAS
HABERMAS, J. O discurso filosófico da modernidade. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2002.
. O futuro da natureza humana. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2004.
. A ética da discussão e a questão da verdade. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2007.
JAPIASSU, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.
NICOLA, U. Antologia ilustrada de filosofia. São Paulo: Globo, 2005.
PASCAL, B. Pensamentos (Pensées). In: MILLIET, S. (Trad. e org.); DES GRANGES, C. M.
(introdução e notas). . Rio de Janeiro: Tecnoprint Gráfica S.A., 1966.
REALLE,G.; ANTISERI, D. História da filosofia. São Paulo: Paulos, 1991. v. 2 e 3.
ANOTAÇÕES
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Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 13
ANOTAÇÕES
FGPM II – 58
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
UMA ABORDAGEM FILOSÓFICA ANTE UMA ATIVIDADE 14
PROBLEMATIZAÇÃO ECOLÓGICA
OBJETIVO
TEXTO
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Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 14
ra também a um sistema racional unificado mas em que, em vez da ideia, a entidade aglu-
tinadora é a própria natureza. Em relação a esta não há qualquer exterioridade, apesar das
insistentes ilusões da imaginação sobre a atribuição de um finalismo para além da ordem
e do necessitarismo naturais. Como afirma na ética, “nada é contingente na natureza, mas
tudo é dado nela pela necessidade da natureza divina em existir e em produzir todo o efeito
de uma certa maneira”.
A exterioridade radical da natureza, em termos de projeto cognitivo e de
ação, vem a ser admitida pelo positivismo em nome da objetividade do conhecimento e, a
partir daí, da eficácia da ação. Isto é, a afirmação de uma alteridade ontológica, que suporta
a relação da representação com o objeto material, valida os juízos científicos porquanto as
representações em que estes assentam garantem, na sua adequação, a correta ligação do
homem ao meio: um meio que é, sobretudo, o lugar da sua intervenção técnica. O determi-
nismo natural, esboçado na ciência moderna já desde o mecanicismo, vai agora legitimar,
sob a égide da ciência positivista, a regularidade da ação adaptativa do homem que o evo-
lucionismo, entretanto, aprofundará favorecendo, inclusive, a ideologia do progresso.
Ora, a dimensão utópica da perspectiva ambiental privilegia como seu ele-
mento central a noção de responsabilidade do homem perante uma natureza que passa a
revelar uma fragilidade essencial.
Esta sua característica distingue-a definitivamente, aliás, da conotacão que
assumia na concepção cosmológica onde a natureza era, de uma só vez, fundamento,
meio, origem e sede do absoluto.
As intervenções no ambiente exigem agora uma percepção científica e filo-
sófica da sua organização acrescida de preocupações éticas. O papel da educação é, por
isso, decisivo. A consciência ecológica, essa, é assim uma consciência construída, elabora-
da segundo determinados valores e objetivos. É, pois, como o indica Lévinas, uma consci-
ência ética. Nunca é, com certeza, uma consciência espontânea ou até, se quiser, natural.
REFERÊNCIAS
HABERMAS, J. O discurso filosófico da modernidade. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2002.
. O futuro da natureza humana. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2004.
. A ética da discussão e a questão da verdade. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 2007.
JAPIASSU, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de filosofia. Rio de Janeiro: Ed. Zahar,1996.
KANT, E. Crítica da razão prática. São Paulo: Brasil Editora, 1959.
NICOLA, U. Antologia ilustrada de filosofia. São Paulo: Globo, 2005.
REALLE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia. São Paulo: Paulos, 1991. v. 2 e 3.
FGPM II – 60
Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
SÍNTESE PARA AUTOAVALIAÇÃO ATIVIDADE 15
OBJETIVO
TEXTO
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ATIVIDADE 15
ANOTAÇÕES
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Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
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ANOTAÇÕES
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Filosofia Geral - Problemas Metafísicos II
ATIVIDADE 1
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