Uropatia Obstrutiva
Uropatia Obstrutiva
Uropatia Obstrutiva
ETIOLOGIA:
Muitas condições podem causar uropatia obstrutiva, que pode ser aguda ou crônica, parcial ou
total e unilateral ou bilateral
Na infância, decorre principalmente de anormalidades congênitas do trato urinário. A
incidência diminui até os 60 anos de idade, quando se eleva novamente, em particular nos
homens, em razão do aumento de incidência de hiperplasia prostática benigna (HPB) e câncer
de próstata. No adulto jovem cálculos
EPIDEMIOLOGIA:
No geral, a uropatia obstrutiva é responsável por cerca de 4% das doenças renais em estágio
terminal.
A hidronefrose é encontrada no exame pós-morte em 2 a 4% dos pacientes.
Mais comum em homens, devido a HPB
A obstrução pode ocorrer em qualquer nível, dos túbulos renais (cilindros, cristais) ao
meato uretral externo. Proximal à obstrução, os efeitos podem incluir aumento da pressão
intraluminal, estase urinária, infecção do trato urinário (ITU) ou a formação de cálculos
(que também pode exacerbar ou provocar obstrução).
INVESTIGAÇÃO:
sintomas relacionadas ao trato urinário inferior (SUTI)
MANIFESTAÇÃO:
Os sinais e sintomas variam de acordo com local, grau e rapidez do estabelecimento da
uropatia obstrutiva.
A dor é comum em razão de distensão da bexiga, do sistema coletor (i. e., ureter, pelve
renal e cálices renais) ou da cápsula renal
Manifestação obstrutiva:
Qualidade do jato urinário
Hesitância
Jato interrompido
Esforço miccional
Sensação de esvaziamento vesical incompleto
Gotejamento terminal
Retenção urinária completa
Manifestação irritativa:
Polaciúria (aumento do número de micções)
Noctúria (micções noturnas)
Micção imperiosa (necessidade premente de urinar), inclusive causando incontinência
urinária e dor suprapúbica.
Consiste de sete questões e uma pergunta que avalia a qualidade de vida. As respostas são
quantificadas de 0 a 5 e o escore total de 0 a 35 e reflete a intensidade dos sintomas
Uma única pergunta relativa à qualidade de vida varia de 0 a 6., sendo 0 sem queixas e 6
queixas acentuadas). De acordo com os pontos decorrentes da soma dos sintomas irritativos e
obstrutivos, os casos são catalogados em leves (0 a 7), moderados (8 a 18) e severos (19 a 35),
sendo 35 os casos de retenção urinária.
DIAGNOSTICO:
Ultrassonografia
Volume de urina >50 ml após micção
Cistouretroscopia
Cistouretroscopia miccional
Prostata:
PESO:
Recém-nascido: 1g
12 anos: 4g
25 anos (idade de maturidade masculina): 20g
70 anos: 50- 70g.
Portanto, verifica-se que a próstata aumenta com a idade do homem
A estrutura prostática é representada por Estroma e Glândulas. O estroma, por sua vez,
apresenta 40% de músculo liso e 40% de tecido conjuntivo. O tecido glandular tem 10% de
células epiteliais e 10% de glândulas.
A relação dos componentes teciduais sofre alteração com a idade, na criança a relação
estroma/glandular é de 2:1 e no adulto passa a 5:1
A obstrução urinária pode ser causada pelo aumento do volume da próstata denominado fator
obstrutivo ou pelo aumento do tônus da musculatura lisa localizada na uretra (dito fator
funcional)
DIAGNOSTICO:
A Organização Mundial de Saúde estabeleceu a avaliação inicial mínima que quantifica os
sintomas urinários por meio de um questionário, exame de urina tipo 1, determinação do
antígeno prostático específico (PSA) e toque retal
TRATAMENTO:
OBJETIVO: tratamento clínico é o rápido controle dos sintomas irritativos e melhora da
qualidade de vida
Tratamento medicamentoso:
Derivados hormonais
Alfa-bloqueadores
Composto hormonal:
CLASSE:
Inibidores da 5-alfa redutase
DROGA:
Finasterida
potente inibidor da 5-alfa redutase tipo 2, enzima intracelular que converte testosterona em
dihidrotestosterona (DHT). Sua ação promove redução de 80 a 90% da DHT prostática
REAÇÃO ADVERSA:
Disfunção eréctil (principal)
Redução do volume ejaculado (2º importante)
Entretanto, são temporários, ocorrendo durante o uso do medicamento.
DUTASTERIDA Esta nova droga inibe os subtipos 1 e 2 da 5-alfa redutase. Além das mesmas
indicações da finasterida tem a vantagem do início ser mais rápido, com melhora do escore de
sintomas já a partir de 3 meses.
Estudo (MTOPS - Medical Treatment of Prostate Symptoms, 2002) sobre o uso combinado de
inibidores da 5-alfa-redutase e alfabloqueadores avaliou pacientes durante 5 anos. Os
resultados mostraram uma redução do risco de progressão clínica em comparação com o
placebo de:
34% para a finasterida
39% para a doxazosina
67% para a combinaçãos, mais especificamente finasterida e terazosina
A associação é particularmente indicada para pacientes de alto risco (próstata grande, PSA
elevado, IPSS severo, resíduo pós-miccional elevado e baixo fluxo urinário).
Tratamento cirúrgico:
Prostatectomia, de acordo com a via de acesso, pode ser: aberta ou endoscópica
A prostatectomia aberta pode ser por via transvesical ou retropúbica (sem abrir a bexiga)
Ambas são técnicas padronizadas e indicadas em especial para pacientes com próstatas de
grande volume, ao redor de 100g ou mais. Os resultados são considerados muito bons, com
recuperação rápida e com muito baixa morbidade e mortalidade.
A via endoscópica, denominada ressecção endoscópica da próstata (RTUP), é considerada a
melhor técnica e a mais empregada
O procedimento é realizado sob visão direta com aparelhos especiais denominados
ressectores. A cirurgia é realizada em meio líquido (solução de manitol a 3%), que é
introduzido na bexiga. A próstata é seccionada com o eletrocautério (bisturi elétrico), sob visão
direta e pouco a pouco a ressecção é completada. A recuperação é rápida, o paciente
permanece hospitalizado e sondado ao redor de três dias. Atualmente, existem outras fontes
além da eletricidade, como o laser e outros ainda de uso limitado e ainda clínico-
experimentais.
INDICAÇÂO DO TRATAMENTO:
1. Manifestação mínima tratamento conservador (observação e acompanhamento)
2. Manifestação moderada tratamento medicamentoso
3. Manifestação intensa tratamento cirurgico
BIBLIOGRAFIA:
Nelson Rodrigues Netto Jr. Urologia Prática, 4ª Edição. São Paulo, Editora Atheneu,
1999.