Nayaraborges
Nayaraborges
Nayaraborges
São Carlos
2009
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS
DEPARTAMENTO DE HIDRAÚLICA E SANEAMENTO
São Carlos
2009
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,
PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
própria casa.
este trabalho.
AGRADECIMENTOS
Ao professor José Roberto Campos pela valiosa orientação e transmissão dos seus
conhecimentos, amizade e carinho que me concedeu durante o meu curso.
Aos meus irmãos Natália e Pedro, pelo carinho, cumplicidade e apoio, mesmo que a
distancia.
A minha prima Marcela, que foi como minha irmã nesses dois anos, sem me esquecer do
Gustavo e da Roberta. Sua amizade, companheirismo fizeram me sentir em casa.
Aos professores Valdir Schalch, Sílvia Cláudia Semensato Povinelli, Marco Antônio
Reali, Maria Del Pilar Durante Inguza e ao doutor Ronan Contrera pelas sugestões,
correções e apoio.
Ao professor Clovis Wesley Oliveira de Souza da Universidade Federal de São Carlos, pela
atenção e disponibilidade de contribuir na determinação de ovos de helmintos.
Ao Alcino que não mediu esforços para me ajudar nos mais diversos momentos de
dificuldade. Tenho muito a agradecê-lo, seu empenho, carisma foram essenciais para
construção deste trabalho. Agradeço também ao Aguinaldo e ao Edson, por toda ajuda.
Aos funcionários do SHS, Wagner, Sá, Pavi, Cecília, Márcia, Valderez, André, Flávia e
Fernanda, pela ajuda prestada durante todo o mestrado, em especial a Rose e a Jaque que
além de me ajudarem muito, construí duas amigas, o que contribuiu substancialmente para
minha assiduidade no Departamento de Hidraúlica e Saneamento EESC-USP.
A todos meus familiares pelo exemplo de vida, desprendimento e por todo carinho, em
especial agradeço aos meus avós Myrthes Maura Pacheco Batista, Cid Martins Batista, in
memorian, José Borges Neto e Elce Moreira Borges, in memorian.
Aos meus amigos de mestrado, destacando Valter Rocha, Milena Collodel, Alice Araújo,
Camila Toledo e Micheli Gonçalves, por toda convivência e amizade, pelas conversas e pela
ajuda. Sentirei falta de tudo (até das implicâncias do Valter) e de todos.
Aos meus companheiros do PROSAB, Vitor Tosetto, Fábio Yamada e Camila Prado,
apesar de todas as dificuldades impostas pela realização deste trabalho, sempre alguém
presente para ajudar ao outro. Obrigada pela ajuda e incentivo.
Em especial, ao convívio com a minha amiga Priscila (Pil), não 1 ou 2, mais sim 20 anos. Pil
obrigada por cada momento da minha vida, pelas brigas, pelo ombro amigo e pela enorme
amizade que fortalece cada vez mais.
Ao Rogério (Nem) por toda ajuda e incentivo, sempre com muita disposição e dedicação.
Àquelas pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho
Apenas quando somos instruídos pela
Bertolt Brecht
RESUMO
Fossas e tanques sépticos são sistemas de pequeno porte utilizados para tratamento parcial do
esgoto sanitário produzido nas áreas urbana e rural, quando não beneficiados por sistema de
esgotamento sanitário. Tal utilização se justifica principalmente por ser tecnologia que não
exige muita dedicação operacional e ser de simples implantação. Apesar da vasta utilização
dessas unidades no Brasil, há pouca informação sobre a caracterização, as condições de
coleta, transporte, tratamento e destino final do resíduo (lodo) produzido nesses sistemas.
Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo a caracterização do lodo produzido
nessas unidades; e, também, a concepção, o desenvolvimento e a avaliação de uma unidade
piloto para pré-tratamento de lodo de fossas e tanques sépticos. Essa unidade, constituída por
grade, desarenador e flotador, foi instalada no Campus da Universidade de São Paulo, junto
da Estação de Tratamento de Esgoto do Campus – área 1, e visa à remoção de sólidos
grosseiros, areia e materiais flutuantes, antes de seu lançamento na Estação de Tratamento de
Esgoto do Campus. Foi feita a caracterização do lodo de tanques sépticos coletado in situ e do
lodo proveniente dos caminhões limpa-fossas, descarregado em tanque pulmão de 15.000
litros. A caracterização do lodo proveniente dos caminhões limpa-fossas foi realizada em duas
campanhas (coletas), sendo uma feita na primeira visita ao local pré-definido, e outra
realizada aproximadamente seis meses após a primeira coleta. Com intuito de aprimorar o
método de análise das amostras do lodo in situ, com finalidade de melhor fragmentar o
material particulado, foi testado o uso de ultrassom. Também, foi realizada a caracterização
do lodo de fossas e tanques sépticos na Central de Recebimento de Resíduos na cidade de
Campinas-SP- SANASA - Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento SA. Para
tanto foram coletadas amostras compostas de lodo descarregado por 24 caminhões. Foi feito
teste complementar, com a finalidade de estudar a degradação do lodo flotado por processos
anaeróbio e aeróbio. Mediante essas caracterizações pode-se constatar a grande
heterogeneidade da composição do lodo e a elevada carga orgânica, que devem ser
ponderados com relação a impactos no meio ambiente e em Estações de Tratamento de
Esgoto. Contudo, nota-se a importância do pré-tratamento desse lodo antes de ser lançado em
ETEs. A unidade piloto foi operada com diferentes taxas de aplicação superficial (80; 110;
140 e 200 m3.m-2.dia-1), sendo a que resultou maior eficiência foi a taxa de aplicação
superficial de 110 m3.m-2.dia-1, quando foram obtidas remoções de 91,7% de sólidos
suspensos; 89,3% de DQO e 81,9% de óleos e graxas. Pelos resultados obtidos foi
demonstrada a eficiência do sistema de flotação na remoção de óleos e graxas e dos sólidos
suspensos. A digestão aeróbia do lodo flotado mostrou-se eficiente quando foi aplicado
inóculo com período de aeração superior a 20 dias, sendo que foram obtidas eficiências de
88,3% e 90% para remoção de DQO e de óleos e graxas, respectivamente.
Septic tanks are small structures used for partial treatment of wasterwater from urban and
rural areas. Its utilization is justified mainly by the simplicity of construction and for being a
technology that requires low operational dedication. Although it is a technology vastly used in
Brazil, there is not much information about the characteristics of the waste dumped in there,
and the conditions of collection, transport, and final destination of the sludge generated in the
system. The objective of this research was to characterize the sludge originated from septic
tanks and to design, construct and evaluate a treatment unit model to be used for prior
treatment of the sludge generated in those septic tanks. This unit, composed by a sieve, a
degritter, and a flotation device, was assembled in the São Paulo University Campus, near the
area 1 from the campus Wasterwater Treatment Plant (WWTP). It had the purpose to remove
hard solid particles, sand and the floating material before their entry in the Wasterwater
Treatment Plant. Was made to caracterize the sludge septic tank collected in situ and the
sludge originated from the Septic Pumper Truck, unloaded into a tank of 15.000 L.
Furthermore, the characterization of the sludge originated from the Septic Pumper Truck was
performed twice, once in the material collected in the first visit to the defined location and the
other in the material collected about six months after the first collection. The use of
ultrasound was tested to ameliorate the fragmentation of the particulate material and to
improve the method of analysis of the sludge in situ. Additionally, it was characterized the
sludge from septic tanks in the Waste Reception Center from the city of Campinas, São Paulo
State – SANASA – Society of Water Supply and Sanitation in composite samples collected
from 24 trucks during the unloading. Septic Pumper Trucks in the Waste Reception Center. A
complementing test was performed in order to text the degradation of the floated sludge by
anaerobic and aerobic processes. The caracterizations revealed a great heterogeneity in the
composition of the sludge and a high organic content, which should be taken in consideration
regarding the impacts in the environment and in the WWTP. This underlines the importance
of the treatment of the sludge prior to discharging into the WWTP. The pilot plant was
managed to work at different rates of surface sludge application (80; 110; 140 and 200 m3 m-2
day-1). The 110 m3 m-2 day-1 rate displayed the highest efficiency with the removal of 91.7%
of suspended solids, 89.3% of the Chemical Oxygen Demand, and 81.9% of oils and waxes.
The results showed the efficiency of the flotation system in the removal of suspended solids,
oils and greases. The aerobic digestion of the floated material was efficient when it received
inoculation with aeration period greater than 20 days, which allowed CDO the removal of
88.3% and 90% of oils and greases.
Keyword: Sludge from septic tanks; characterization of the sludge; prior treatment of the
sludge; flotation; ultrasound; aerobic digestion; anaerobic digestion.
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.4 – Esquema de tanque séptico de câmara única. Fonte: Adaptado de Andrade Neto
et al. (1999) 16
Figura 3.5 – Esquema de tanque séptico com câmaras em série. Fonte: Adaptado de Andrade
Neto et al. (1999) 16
Figura 4.1 – Localização das fossas selecionadas no município de São Carlos/SP. Fonte:
Imagem de satélite disponibilizada pelo Google maps 55
Figura 4.4 – Instalações feitas no tanque de recebimento: tomadas para coletas (a),
piezômetro (b) e peneira (c) 59
Figura 4.5 – Microscopia óptica da amostra de lodo após ultrassom. Cinco minutos (a), dez
minutos (b), quinze minutos (c) 60
Figura 4.11 – Corte esquemático da instalação piloto para remoção de areia e flotação 67
Figura 4.13 – Régua graduada para medir lâmina líquida no vertedor triangular 69
Figura 4.14 – Ilustração dos locais de coleta das amostras: entrada do reator (a), saída do
reator (b) e material flotado (c) 72
Figura 5.1 – Microscopia óptica do lodo de tanque séptico. (a) lodo sem ultrassom e (b) lodo
com ultrassom 77
Figura 5.2 – Ovos de helmintos, tanque séptico 3 (a) e tanque séptico 4 (b) 80
Figura 5.3 – DQO do lodo coletado in situ (a) DQO do lodo dos caminhões limpa-fossas (b) 81
Figura 5.4 – pH do lodo coletado in situ (a) pH do lodo dos caminhões limpa-fossas (b) 82
Figura 5.5 – Alcalinidade do lodo coletado in situ (a) Alcalinidade do lodo dos caminhões
limpa-fossas (b) 82
Figura 5.6 – Óleos e graxas do lodo coletado in situ (a) Óleos e graxas do lodo dos
caminhões limpa-fossas (b) 83
Figura 5.7 – Sólidos presentes no lodo in situ (a1,a2,a3) e descartados por caminhões limpa-
fossas (b1,b2,b3) 84
Figura 5.8 – Nitrogênio presentes no lodo in situ (a1,a2) e descartados por caminhões limpa-
fossas (b1,b2) 85
Figura 5.9 – Fosfato total do lodo coletado in situ (a) Fosfato total do lodo descartado por
caminhões limpa-fossas (b) 86
Figura 5.10 – Cloretos do lodo coletado in situ (a) e cloretos do lodo descartado por
caminhões limpa-fossas (b) 86
Figura 5.11 – Análise estatística dos metais presentes no lodo in situ (a1, a2, a3, a4) e
descarregados por caminhões limpa-fossas (b1, b2, b3, b4) 88
Figura 5.12 – Análise estatística dos metais presentes no lodo in situ (a1, a2, a3, a4) e
descarregados por caminhões limpa-fossas (b1, b2, b3, b4) 89
Figura 5.13 – DQO do lodo - primeira campanha (a) DQO do lodo – segunda campanha(b) 92
Figura 5.14 – Óleos e graxas do lodo - primeira campanha (a) Óleos e graxas do lodo –
segunda campanha (b) 92
Figura 5.15 – Sólidos totais do lodo - primeira campanha (a) Sólidos totais do lodo –
segunda campanha(b) 93
Figura 5.16 – pH (a) Alcalinidade (b) do lodo proveniente dos caminhões limpa-fossas na
cidade de Campinas-SP 98
Figura 5.17 – DQO (a) DBO (b) do lodo proveniente dos caminhões limpa-fossas na cidade
de Campinas-SP 99
Figura 5.18 – Nitrogênio Kjeldahl total (a) Nitrogênio amoniacal (b) do lodo proveniente
dos caminhões limpa-fossas na cidade de Campinas-SP 99
Figura 5.19 – Óleos e graxas (a) Cloretos (b) do lodo proveniente dos caminhões limpa-
fossas na cidade de Campinas-SP 100
Figura 5.20 – Fosfato total (a) Sólidos sedimentáveis (b) do lodo proveniente dos caminhões
limpa-fossas na cidade de Campinas-SP 100
Figura 5.21 – Sólidos totais (a), sólidos totais voláteis (b), sólidos suspensos (c) sólidos
suspensos voláteis (d) do lodo proveniente dos caminhões limpa-fossas na
cidade de Campinas-SP 101
Figura 5.26 – Eficiência de remoção em relação as taxas de aplicação superficial DQO (a),
Óleos (b) e graxas, Sólidos totais (c) e Sólidos suspensos (d) 112
Figura 5.27 – Curva granulométrica do material retido na peneira que antecedia o flotador
nos ensaios: ensaio com taxa de aplicação superficial 80 m3.m-2.dia-1 (a),
ensaio com taxa de aplicação superficial 110 m3.m-2.dia-1 (b), ensaio para taxa
de aplicação superficial 140 m3.m-2.dia-1 (c) e ensaio para taxa de aplicação
superficial 200 m3.m-2.dia-1 (d). 114
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 – Níveis de atendimento urbano com esgoto dos prestadores de serviços
participantes do SNIS em 2006, segundo a região geográfica. Fonte:
SNIS, 2006. 8
Tabela 3.3 – Contribuições unitárias de esgoto e de lodo fresco por tipos de prédios e
de ocupantes (L. pessoa-1. dia-1) 21
Tabela 3.13 – Classificação das grades para esgoto sanitário conforme espaçamento
entre elas. 39
Tabela 5.4 – Médias dos sólidos totais presentes no lodo coletado in situ e
descartados por caminhões 81
Tabela 5.11 – Resultados do ensaio para taxa de aplicação superficial de 110 m3.m-
2
.dia-1 109
Tabela 5.12 – Resultados do ensaio para taxa de aplicação superficial de 140 m3.m-
2
.dia-1 110
Tabela 5.13 – Resultados do ensaio para taxa de aplicação superficial de 200 m3.m-
2
.dia-1 110
Tabela 5.16 – Quantidade de sólidos retidos nas peneiras, em teste de laboratório 113
ND Não detectável
pH Potencial hidrogeniônico
2. OBJETIVOS .........................................................................................5
6. CONCLUSÕES................................................................................ 117
1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
população de brasileiros têm acesso ao abastecimento de água, enquanto que 70,6% têm o
serviço de esgotamento sanitário (rede coletora de esgoto ou fossa ou tanque séptico) e 86,6%
Como aproximadamente 30% da população ainda não têm acesso aos serviços de
realidade brasileira que atenda tanto a grandes cidades como a pequenos assentamentos.
possível, de baixo custo de tratamento de esgoto para melhoria da saúde e qualidade de vida.
caracterizados pelo seu esgotamento por tubulações até uma estação de tratamento e/ou
disposição sanitária segura; ou individuais que são representados pela fossa ou tanque séptico
(BATALHA, 1989).
esgoto e até hoje são os mais extensivamente empregados. Conforme a PNAD de 2006,
disponibilizada pelo IBGE, 21,1% dos domicílios particulares permanentes utilizam a fossa
Embora muitos considerem que a fossa e tanque séptico sejam similares, existem
diferenças entre eles. O tanque séptico deve ser usado quando o sistema for impermeável, que
2 Introdução e Justificativa
não permitindo infiltrações por suas paredes, e apresentarem dispositivo que permitem a
separação do lodo e matérias flutuantes. A fossa séptica quando for um simples buraco
escavado no solo. Ainda as fossas podem ser agrupadas em secas ou sépticas. Nas primeiras
não se tem a utilização de transporte hídrico, exigindo solução independente para disposição
das águas servidas. Já as fossas sépticas possuem instalações hidráulicas que permitem o
transporte hídrico dos despejos (HELLER e CHERNICHARO, 1996 e LEITE et al., 2006).
nível primário de esgoto “in situ”, nos quais são feitas a separação e a transformação parcial
da matéria orgânica e a produção de três tipos de efluentes: líquido, sólido (lodo) e gás. O
efluente líquido é caracterizado pelo esgoto “isento” dos materiais sedimentáveis e flutuantes,
do lodo são geralmente problemáticos. O lodo retido no interior das fossas e dos tanques
sépticos deve ser retirado periodicamente, visando manter a eficiência do sistema, de maneira
quase generalizada, sendo que a limpeza dessas unidades processa-se de forma desordenada.
As principais formas de disposição do lodo gerado nas fossas e nos tanques sépticos
são: i) lançamento em estações de tratamento de esgoto (ETE); ii) lançamento direto em rios;
iii) aplicação na agricultura sem controle; iv) sistemas de lagoas, entre outros. Sem o
galeria de águas pluviais e dispor de forma inadequada em terrenos nos limites das cidades
Há pouca informação sobre tratamento e destino final desse lodo, menos se sabe,
areia, sólidos grosseiros, óleos e graxas. Tais materiais, quando lançados em ETEs podem
causar uma série de agravantes, tais como: aumento dos custos de operação e de manutenção
sépticos da cidade de São Carlos-SP, e, também do lodo removido por caminhões, de fossas e
não é encontrada na literatura técnica. Nesta pesquisa, essa proposição foi abordada
desta pesquisa demonstraram que trata-se de uma alternativa bastante atraente. O pré-
desaguamento desse lodo também pode beneficiar soluções baseados em cenário em que se
O presente projeto faz parte de uma Rede nacional de Pesquisas com o objetivo de
avanços em conhecimento e a inclusão de aspectos originais para que haja efetiva evolução na
amplitude dos conhecimentos sobre a problemática associada ao lodo gerado nos tanques e
seguintes subprojetos:
Aterros Sanitários.
Compostagem.
reator UASB.
Objetivos 5
2. OBJETIVOS
2.1. Geral
2.2 Específicos
(SANASA);
sépticos;
3. LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
3.1. Generalidades
enfoque nas unidades de gradeamento e desarenação, e também sobre flotação, que serão
desintegração do lodo.
saneamento adequado ainda atinge cerca de 26,8% (PNAD, 2006) dos moradores em
domicílios urbanos. Não obstante, a proporção da população urbana que não conta com o
serviço de saneamento básico é desigual entre as regiões brasileiras. A Figura 3.1 apresenta o
Levantamento Bibliográfico 7
100
80 66,8
59,5
55,2 53,1
60 49,5
44,3
(%)
0
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-oeste Brasil
Grandes Regiões
2001 2006
Figura 3.1 – Percentual de moradores em domicílios urbanos brasileiros sem saneamento básico
adequado, segundo as grandes regiões. Fonte: PNAD 2001 e 2006
domicílios urbanos sem saneamento básico, em todas as Regiões brasileiras. Mas, ainda há
desigualdade na proporção urbana que não conta com esse serviço entre as Regiões. A
proporção da população urbana que não conta com esses serviços é cerca de seis vezes maior
no Norte e mais de quatro vezes superior no Nordeste, quando se compara com o Sudeste.
população de brasileiros têm acesso ao abastecimento de água, enquanto 70,6% têm o serviço
sanitário é o que tem menos cobertura nos municípios brasileiros. Nas áreas urbanas, 29,4%
Levantamento Bibliográfico 8
da população brasileira e 34,5 milhões de pessoas não têm acesso ao serviço de esgotamento
sanitário. Conforme a Figura 3.2, o Sudeste é a região que tem a maior proporção de
municípios com esgotamento sanitário (87,6%), seguido do Sul (77,5%), Norte (52,1%),
100
87,6
77,5
80
70,6
60 52,1
48,5
(%)
44,5
40
20
0
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Grandes regiões
Figura 3.2 – Proporção de municípios com acesso ao serviço de esgotamento sanitário, segundo as
Grandes Regiões do Brasil. Fonte: PNAD, 2006
Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2006, são apresentados na Tabela 3.1. Nota-se que o
impacto poluidor é potencializado pelo fato de que apenas parte do esgoto coletado recebe algum tipo
de tratamento.
Tabela 3.1 – Níveis de atendimento urbano com esgoto dos prestadores de serviços participantes do
SNIS em 2006, segundo a região geográfica. Fonte: SNIS, 2006.
Indice de atendimento urbano (%)
Abrangência
Coleta de esgoto Tratamento do esgoto coletado
Norte 6,1 8,4
Nordeste 26,4 31,9
Sudeste 69,6 33,7
Sul 35,2 28,2
Centro-oeste 45,9 42,8
Brasil 48,3 32,2
Levantamento Bibliográfico 9
Mouras. A partir de então, muitas outras câmaras foram desenvolvidas como: o tanque
séptico, em 1895 na Inglaterra, o tanque Talbot, em 1884, nos Estados Unidos, e o taque
Imhoff de câmaras sobrepostas, em 1905, na Alemanha (Mc CARTY1, 1982 apud FORESTI
et al., 1999).
orgânica solúvel presente no esgoto pode ser tratada por processo anaeróbio. No início dos
especialmente para o tratamento de águas residuárias industriais. A partir dos anos 80 iniciou-
se a aplicação dos reatores anaeróbios, do tipo UASB, no tratamento de esgoto sanitário como
uma alternativa interessante para compor o fluxograma de novas ETEs (FORESTI et al,.
1999).
1
Mc.CARTY, P.L. One Hundred Years of Anaerobic Treatment. In: Anaerobic Digestion 1981. Hugghes et al.
Eds. Elsevier biomedical Press B. V, p.3-22, 1982.
Levantamento Bibliográfico 10
combustível;
importante opção nas análises de alternativas para ser incorporada em projetos de estações de
3.4.1. Generalidades
simples buraco escavado no solo, enquanto que o tanque séptico que é uma unidade
impermeável, que não permite infiltração do esgoto por suas paredes e apresentam
séptico é construído de forma a receber todo o esgoto doméstico (fezes, urina e efluentes
águas pluviais, e qualquer despejo capaz de causar interferência negativa em qualquer fase do
Levantamento Bibliográfico 11
normalmente, são de baixo custo enquanto os tanques sépticos, para adequar-se a NBR
adequar a construção de tanques sépticos pode ser maior que o valor per capita gasto com a
construção de uma ETE, e esta possui a vantagem de produzir efluente com melhor qualidade.
Dados fornecidos por algumas empresas indicam que o valor, em média, para a construção de
tanque séptico, conforme parâmetros estabelecidos pela ABNT, para atender cinco usuários é
cerca de R$ 1.800,00 reais (360 reais per capita). A título de comparação, tomando-se como
data de referência junho de 2009, a ETE Monjolinho, estação recentemente construída em São
As fossas e tanques sépticos são utilizados por aproximadamente 65% dos habitantes
na África e Ásia. Na América Latina, praticamente 50% das casas estão ligadas a este tipo de
2
MONTANGERO, A., STRAUSS, M., INGALLINELLA, A.M., KOOTTATEP, T., LARMIE, S.A.
Cuando los tanques septicos estan llenos – El desafio del manejo y tratamento de lodos fecales. In:
Congreso Argentino de Saneamento y Medio Ambiente, 11º. AIDIS, Argentina; 2000.
Levantamento Bibliográfico 12
Tanto as fossas como as latrinas são buracos escavados no solo, permitindo que o
líquido se infiltre no terreno. A diferença entre eles é que as latrinas não possuem instalações
As fossas podem ser agrupadas em secas ou sépticas. Sendo que as primeiras consiste,
basicamente, de um buraco e seus elementos acessórios, onde são depositadas as excretas até
um nível correspondente a cerca de 0,5 a 1,0 metro abaixo da superfície do terreno. Quando o
nível é atingido, o espaço livre é preenchido com terra, a fossa é desativada, podendo as
estruturas superiores serem deslocadas para outro buraco, compondo nova fossa. A fossa é
denominada negra quando o buraco é escavado sob ou a menos de 1,5 metros do lençol
Tanto nas latrinas quantos nas fossas secas, que recebem uma pequena quantidade de
decomposição a material inócuo, água e gases. A água remanescente e os gases são dissipados
no terreno ou ar, permanecendo nas fossas e latrinas o resíduo sólido (COTTON3 et al., 1995
parcialmente os poluentes.
3
COTTON, A.; FRANCEYS, R. W. A.; PICKFORD, J. A.; SAYWELL, D. L. On- Plot Sanitation in Low
Income Urban Communities. A review of literature. WEDC – Water Engineering and Development Center,
Loughborough University of Technology, UK, 1995.
Levantamento Bibliográfico 13
estabelecido, a fim de obter a sedimentação dos sólidos e a remoção dos óleos e graxas
No Brasil, a aplicação pioneira de tanque séptico parece ter sido um grande tanque
construído em Campinas, São Paulo, para tratamento de esgoto sanitário urbano, em 1892.
Porém, a difusão dos tanques sépticos se deu apenas a partir de 1930, e este tem sido muito
locais que geram vazões relativamente pequenas (ANDRADE NETO et al., 1999).
pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Atualmente, duas normas estão
Operação”.
• Como uma alternativa de tratamento em locais que possuam rede coletora local;
afluentes;
1999). A decantação consiste na separação das fases líquida, sólida e gasosa por diferença de
digestão anaeróbia, que aceleram a ascensão de partículas sólidas. A Figura 3.3 destaca os
A digestão anaeróbia acontece com maior intensidade no lodo, onde ocorre a maior
pouca importância. Esta ação possui como agentes, as bactérias facultativas ou anaeróbias,
alguns sólidos. Nesta fase ocorre o desprendimento de gases, que contêm principalmente
metano (ação das arqueas) e gás carbônico, podendo haver, ainda, a geração de pequenas
Para Andrade Neto et al., (1999) parte dos sólidos sedimentados e o lodo ativo
dissolvida.
O tanque séptico com câmara em série (Figura 3.5) possui dois ou mais
paredes com aberturas para passagem de esgoto. Na primeira câmara ocorre a sedimentação
dos sólidos, consequentemente, há acúmulo de lodo na mesma, apesar das bolhas ascendentes
sólidos suspensos é mais eficiente, permitindo que este tipo de tanque séptico propicie
líquida e gasosa. Esse dispositivo permite a passagem do lodo da câmara superior até a
inferior e desvia os gases produzidos nesta segunda região, possibilitando uma melhor
sedimentação.
resíduos.
(JORDÃO E PESSOA, 2005). A eficiência depende de vários fatores, dentre eles podem-se
destacar:
• Carga hidráulica;
• Geometria;
• Temperatura;
• Condições de operação.
Segundo Jordão e Pessoa (2005) a eficiência dos tanques sépticos está intimamente
vinculada aos recursos humanos e materiais dos seus usuários, podendo ter sua eficiência
• Localização adequada dos tanques sépticos e dos sistemas de disposição dos seus
públicos responsáveis.
séptico produz efluente de baixa qualidade. A partir disso, pode-se verificar a necessidade de
Oliveira (1983), com base em um sistema de tanque séptico com duas câmaras em
série, alimentado com vazão de 4,57 m3.dia-1 e com tempo de detenção hidráulica variando
entre 0,72 e 1,47 dia, obteve remoção de cerca de 70% da DBO na primeira câmara , sendo
que, considerando-se também a segunda câmara, essa eficiência alcançou 75%. Em relação
aos sólidos suspensos, a remoção na primeira câmara foi de 77% e chegou a 90% de remoção
de tanque séptico de câmara dupla: 62% para DBO; 57% para DQO; 56% para sólidos
interessado. Sendo que suas dimensões devem atender satisfatoriamente a vazão afluente e
armazenamento do lodo e, além disso, que permita manutenção fácil, econômica e segura. O
de água, quando este for conhecido; na falta deste dado, deve-se adotar a
Tabela 3.3 – Contribuições unitárias de esgoto e de lodo fresco por tipos de prédios e de ocupantes
(L. pessoa-1. dia-1)
Prédio Unidade Contribuição de esgoto Lodo fresco
Ocupantes permanentes
residância padrão alto pessoa 160 1,00
residância padrão médio pessoa 130 1,00
residância padrão baixo pessoa 100 1,00
hotel (sem lavanderia e cozinha) pessoa 100 1,00
alojamento provisório pessoa 80 1,00
Ocupantes temporários
fábricas em geral operário 70 0,30
escritórios pessoa 50 0,20
edifícios públicos/comerciais pessoa 50 0,20
escolas e locais de longa permanência pessoa 50 0,20
bares pessoa 6 0,10
restaurantes e similares refeição 25 0,10
cinemas, teatros, locais de curta permanência "lugar" 2 0,02
sanitários públicos bacia sanitária 480 4,00
Fonte: ABNT, 1993
tanque séptico, variando de acordo com a contribuição diária de despejos (Tabela 3.4).
Os tanques sépticos são projetados com tempos mínimos de detenção hidráulica que
variam de 12 a 24 horas.
d) Contribuição de lodo fresco (Lf) que representa a contribuição de lodo fresco por
e) Taxa de acumulação total de lodo (K) que representa a taxa de acumulação de lodo
média da temperatura ambiente do mês mais frio, onde o tanque opera. Na Tabela 3.5
A NBR - 7229 apresenta para o cálculo do volume útil do tanque séptico a seguinte
fórmula:
V = 1000 + N (C × T + K × L f ) (3.1)
Em que:
A NBR 7229 apresenta, ainda, alguns detalhes construtivos e relações entre dimensões
prismáticos retangulares deve estar compreendida entre 2:1 e 4:1; a largura interna e o
Levantamento Bibliográfico 23
diâmetro interno mínimos devem ser 0,8m e 1,10 respectivamente. Em relação à profundidade
• Para tanques sépticos com volume útil até 6,0 m³: 1,20 m a 2,20m;
• Para tanques sépticos com volume útil de 6,0 m³ até 10,0 m³: 1,50 m a 2,50 m;
• Para tanques sépticos com volume útil acima de 10,0 m³: 1,80 m a 2,80 m.
essa for feita por pressão hidrostática, o fundo do reator deve ter inclinação de 45º, sobretudo
nos de grande porte. Quando a descarga do lodo for prevista por sucção (caminhões limpa-
fossa, bombas ou sifonamento), o fundo do reator pode ser plano, mesmo nos de grande porte,
vedada ao ar por 12 anos, desenvolvida por Jean Louis Mouras em 1872 na França, na qual o
material em suspensão presente nos esgotos era liquefeito. A tendência do uso do reator
constatação de que fração considerável do material orgânico pode ser removida nessa
produtos mais simples como metano e gás carbônico, envolvendo várias reações seqüenciais.
3.7).
de menor peso molecular, através da ação de exo-enzimas que são excretadas pelas bactérias
longa e glicerina.
(hidrólise) são absorvidos nas células das bactérias fermentativas e, após a acidogênese,
excretadas como substâncias simples tais como ácidos graxos voláteis de cadeia curta,
alcoóis, ácido lático e compostos minerais como CO2, H2, NH3, H2S, entre outros.
CH 3 COO − + H + → CH 4 + CO 2 (3.2)
• Metanogênese hidrogenotrófica:
4 H 2 + CO 2 → CH 4 + 2 H 2 O (3.3)
Levantamento Bibliográfico 25
Polímeros Orgânicos
Proteínas, Carboidratos,
Lipídios
Monômeros
Aminoácidos, Açucares, Ácidos graxos de cadeia longa
Acetogênese
H2 + CO2 Acetato
Bactérias Homocetogênicas
Metanogênese
Arqueas Metonogênicas Arqueas Metonogênicas
Acetoclásticas
Hidrogenotróficas CH4 + CO2
Para que a metanogênese ocorra à taxa máxima, cada uma das etapas anteriores deve
ser mantida em equilíbrio dinâmico. A manutenção desse equilíbrio está relacionada com a
natureza das “rotas” e com a intensidade com que o destino final de hidrogênio é afetado.
Como as bactérias que produzem metano a partir de hidrogênio crescem mais rapidamente
que aquelas que usam ácido acético, o hidrogênio deve ser continuamente removido do meio
para assegurar que a produção de ácido acético não seja interrompida ou diminua
drasticamente.
Os tanques sépticos geram três efluentes: líquido, sólido e gasoso. O efluente líquido é
apresenta odor desagradável, cor escura e grande quantidade de bactérias. O efluente sólido
Levantamento Bibliográfico 26
PESSÔA, 2005).
fresco (Lf) em até 1,0 L.hab-1.dia-1 para esgoto tipicamente doméstico. Devem-se aplicar
sobre este valor os coeficientes de redução R1 e R2, da ordem de 0,5 e 0,25, respectivamente,
lodo produzido dependem da vazão do esgoto tratado, das características do esgoto, do tipo de
tratamento.
A retirada do lodo produzido nos tanques sépticos deve ser prática bem estabelecida e
programada para não prejudicar a eficiência do sistema, e a NBR 7229 recomenda intervalos
tanques sépticos quando o lodo atingir camada igual ou superior a 50 cm, ou 1/3 da
Por outro lado, Batalha (1989) cita que o tanque séptico deve ser limpo pelo menos
uma vez por ano, devendo permanecer no tanque um volume de aproximadamente 25 litros de
lodo em digestão se não for providenciada a retirada do lodo digerido, após tempo adequado,
o tanque séptico passará a funcionar como uma simples caixa de passagem, produzindo
A remoção dos lodos sépticos pode ser dificultada pela complexidade de acesso dos
Andrade Neto et al., (1999) recomenda que não se deve raspar ou lavar o reator
quando se procede ao esgotamento, porque esse lodo ativo será importante para o
digerido, aproximadamente 10% de seu volume devem ser deixados no interior do tanque
líquido ou sólido removido de um tanque séptico, banheiro químico ou sistema similar que
receba somente esgoto doméstico. O resíduo de caixas de gorduras não pode ser chamado de
resíduo séptico, pois sua composição e seu percentual de gordura é muito mais elevado do que
o dos tanques sépticos. A norma técnica NBR 8160 (ABNT, 1999) exige o uso de caixas de
gordura antes do tanque séptico e a NBR 7229 (ABNT, 1992) trata das normas de seu
dimensionamento.
4
KLINGEL, F., MONTANGERO, A., KONÉ, D., STRAUSS, M.. Faecal Management in Developing
Countries – a planning manual. EAWAG: Suíça, 2002. 55p.
Levantamento Bibliográfico 28
efluente tratado no sistema. Cerca de 75% dos sólidos são constituídos de matéria orgânica
desenvolvido por Leite, Inguza e Andreoli (2006), encontram-se apresentados na Tabela 3.7,
apresentadas a seguir e os resultados das mesmas encontram sintetizados nas Tabela 3.8, 3.9 e
3.10.
Levantamento Bibliográfico 29
para processamento de lodos de fossa séptica doméstica visando sua disposição final
caracterização. Para tanto, foi realizado na Região Metropolitana de Curitiba-PR, onde foram
descarte de 462 caminhões/mês, o que representa o volume de 3.309 m3.mês-1 (110 m3.dia-1),
o que equivale a 0,128% da vazão média que chega a essa ETE . Os resultados desse trabalho
apresentados na Tabela 3.8) e biológica (Tabela 3.9) dos resíduos do sistema tipo tanque
com gelo, que reunidas formavam uma amostra composta. Para cada amostra individual
A amostra composta foi mantida sob refrigeração a 4°C até ser submetida à análise.
Para a realização das análises de cloretos, alcalinidade, fósforo total, nitrogênio (orgânico,
amoniacal) as amostras foram diluídas e filtradas em papel de filtro, efetuando-se os testes nas
porções filtradas. Já para a análise de DBO e DQO, as amostras foram apenas diluídas.
Water and Wastewater (1995) e no Rodier, J.5, sendo eles: pH, sólidos totais (fixos e voláteis),
5
RODIER, J. Analises de las Aguas. Aguas naturales, aguas residuales y aguas del mar. Barcelona, Ediciones
Omega S.A, 1981
Levantamento Bibliográfico 30
graxas, DBO, DQO, coliformes fecais e helmintos. Para determinação do número de ovos de
helmintos foi utilizado o método desenvolvido por Barleger (1979) e modificado por Ayres e
Mara (1996).
de esgotos domésticos, integrados com lodos de tanques sépticos. Para tanto, foram analisados
parâmetros: pH, alcalinidade, DQO total e filtrada, DBO5 total e filtrada, suspensos, totais,
voláteis totais, nitrogênio e fósforo. Todas as análises foram realizadas de acordo com os
métodos preconizados pelo Standard Methods for Examination of Water and Wastewater, 17.a
diversos tanques sépticos (obtido de empresas licenciadas para a limpeza de tanques sépticos da
alcalinidade total, pH, nitrogênio amoniacal, fósforo total, óleos e graxas e série de sólidos. As
nacionais.
Levantamento Bibliográfico 31
lodo, pois esta depende de alguns fatores como freqüência de limpeza, misturas nos
Diante dos dados das Tabelas 3.9 e 3.10, nota-se que o lodo de tanque séptico
apresenta elevados índices de contaminação por Coliformes Fecais e Ovos de Helmintos, que
plantas e animais, dependendo das concentrações, estes podem causar riscos a saúde humana
e ao meio ambiente. Os elementos Cd, Pb, Ni e Hg não apresentam função vital bem definida
problemas digestivos, úlceras, desempenho sexual, hipertensão arterial, entre outros. Portanto,
A Tabela 3.11 compara valores de alguns metais pesados de lodos de esgoto de tratamento e
na Tabela 3.12 de acordo com a United State Environmental Protection Agency -USEPA,
séptico
desses efluentes, o uso de filtro anaeróbio de leito fixo com fluxo ascendente, filtro aeróbio
submerso, valas de filtração e filtros de areia, lodo ativado por batelada (LAB) e lagoas com
plantas aquáticas.
critérios, dentre os quais variam desde a aceitação cultural até testes experimentais empíricos.
Diversos fatores são considerados na seleção dos métodos e do local, como, por exemplo:
esgotos; distância das águas superficiais e poços (nos casos de vala de infiltração ou filtro
disposições em leitos de secagem e lagoas. Neste último caso, o lodo deve ser aplicado no
centro e parte inferior da lagoa, para que ocorra sua digestão e também para que o efluente
produtos: gases, efluente líquido e lodo seco. O efluente líquido pode ser tratado ou retornado
às ETEs. O lodo seco pode ser disposto em aterro sanitário, usina de compostagem ou área
Resolução CONAMA 357/05, dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes
implantar instalações com capacidade adequada para receber e armazenar o lodo, de modo
que possa ser lançado na ETE, de forma compatível com a capacidade da ETE. Essas
instalações devem estar localizadas em distâncias (dos pontos de geração de lodo) que tornem
Por outro lado, Leite, Ingunza e Andreoli (2006) sugerem que o lodo pode ser
despejado diretamente na entrada da ETE, passando pelo fluxograma junto com o esgoto
sanitário. O aumento da carga orgânica recebida pelo sistema pode sobrecarregá-lo, aliado à
lodo proveniente de tanques sépticos. O reator UASB foi operado com tempo de detenção
hidráulica médio (TDH) de 8 h, vazão afluente média de 2,35 m³.h-1 e velocidade ascensional
de 0,6 m.h-1. Foram realizados três ensaios com diferentes volumes de lodo (1; 3 e 5 m³)
descarregados na forma de pulso com vazão média de 5,24 m³.h-1. Os lodos sépticos
Levantamento Bibliográfico 36
reservatório (15 m³) na ETE para posterior lançamento no reator UASB. Nos ensaios foram
realizados monitoramentos temporais no reator UASB, logo após a descarga de lodo, para
com o lodo séptico. Os resultados foram um indicativo de que a disposição de lodo sépticos
em reatores UASB, quando bem programada, é uma solução viável e de grande importância
tanques sépticos
3.6.1. Generalidades
tratamento de lodo de tanques sépticos. Como é uma proposta inédita, a concepção da unidade
piloto utilizada na pesquisa foi baseada em conceitos aplicados a esgoto sanitário, adaptando-
Contudo, deve-se ressaltar que o lodo de fossas e tanques sépticos nunca deverão ser
lançados em ETEs, sem passar por tratamento preliminar, no mínimo, um gradeamento, com
aberturas iguais ou inferiores a 1,5 cm. A seguir serão apresentados alguns conceitos sobre o
Environment Federation (1998), esses equipamentos e unidades devem atender três requisitos
básicos, que são: remover os sólidos grosseiros, proteger equipamentos e tubulações contra
demais unidades de tratamento que os sucedem, pois seu mau funcionamento pode afetar todo
preliminar pode custar muito caro, pois o custo associado à operação e manutenção de
no mínimo cinco vezes maior do que seria, caso este tipo de material não estivesse presente.
esgoto bruto, pois contém teor mais elevado de sólidos suspensos e grosseiros e maiores
quantidades de fibras, trapos e, às vezes de detritos abrasivos, que podem causar danos em
6
WILSON, G. E. Is There Grit in Your Sludge? Civil Engineering Magazine, v.55, n.4, p.61-
63, Apr.
Levantamento Bibliográfico 38
Será feita também, uma rápida abordagem sobre flotação, por ser operação envolvida na
3.6.2.1. Gradeamento
com tamanho maior que as aberturas das grades, são retidos e removidos. A remoção dos
sólidos grosseiros tem como finalidade condicionar o lodo para posterior tratamento ou
do material que se pretende remover. Portanto, o material retido na grade deve ser removido
O espaçamento e a espessura das barras paralelas devem ser adequados ao tipo de lodo a ser
tratado. De acordo com o espaçamento, as grades para ETEs costumam ser classificada em
3.13 apresenta a classificação das grades de acordo com o espaçamento ente elas. Vale
Tabela 3.13 – Classificação das grades para esgoto sanitário conforme espaçamento entre elas.
Tipo de grade Polegadas Milímetros
Grades grosseiras Acima de 11/2 40 a 100
Grades médias 3/4 a 11/2 20 a 40
Grades finas 3/8 a 3/4 10 a 20
Grades ultrafinas 1/4 a 3/4 3 a 10
Fonte: Jordão e Pessoa (2005).
utilizam-se peneiras com malhas de pequenos espaçamentos para remover os resíduos mais
finos, influentes no aspecto estético do destino final. Estas dispõem de aberturas, geralmente,
do material retido.
peneiramento. Estas não requerem energia e não possuem peças moveis, apresentando baixo
custo de operação e manutenção, entretanto, requerem maior área. As peneiras móveis são
constituídos de cilindros giratórios, formados pelas barras de aço inoxidável, através dos quais
3.6.2.2. Desarenadores
remover partículas densas (ρs: 2400 kg.m-3 a 2600 kg.m-3) maiores que 0,15 mm ou, pelo
FEDERATION, 1998).
que tem origem devido ao manuseio normal do uso doméstico, das ligações clandestinas de
águas pluviais e das infiltrações nos tanques sépticos. Estes podem causar efeitos adversos ao
funcionamento das partes componentes das instalações da ETE, bem como impactos nos
• Facilitar o manuseio e transporte das fases liquida e sólida, ao longo das unidades
componentes da ETE.
fluxo do esgoto a velocidades que permitem separar o material mais denso que se deseja
remover, o qual deve ser armazenado em compartimento apropriado para posterior remoção.
acima deste acarretam arraste de partículas menores do que se deseja remover, enquanto que
Levantamento Bibliográfico 41
remoção desta pode ser manual ou mecanizada. A remoção manual exige a paralisação da
unidade de retenção, de modo que, com a drenagem do liquido retido na câmara, a areia possa
paralisação da unidade, pois conta com dispositivos transportadores de areia, que removem
No caso de lodo de fossas e de tanques sépticos, essa operação é mais complicada, haja
3.6.3. Flotadores
em meio líquido através da utilização de bolhas de gás, normalmente o ar. Tais bolhas,
aderindo à superfície das partículas, aumentam seu empuxo, provocando assim a ascensão das
mesmas em direção a superfície da fase líquida, onde são devidamente coletadas após
partículas na flotação são a colisão da bolha com a partícula causada pela turbulência ou carga
estrutura dos flocos, pode ocorrer em três situações: (i) na formação do floco, (ii) durante a
quebra do floco e sua reconsti tuição no interior da câmara de floculação e (iii) na ocorrência
Levantamento Bibliográfico 42
de bolhas por nucleação, sobre a superfície dos sólidos no interior da estrutura dos flocos.
dissolvido;
pequenas bolhas, geralmente com diâmetro menor que 100 µm, e com pouca
agitação do líquido.
• Flotação por microbolhas: a autora desta pesquisa incluiu essa modalidade, visto
compressores de ar e câmara de saturação são: (i) alta eficiência , fornecendo uma grande
massa de ar por unidade de volume por recirculação; (ii) eliminação da necessidade do uso de
câmaras de saturação; (iii) suprimento do ar pode ser mediante compressores de baixa pressão
Levantamento Bibliográfico 43
desvantagens são: (i) podem resultar bolhas com dimensões maiores causado pelo possível
operação; (iii) pode reduzir a efetividade da bomba com o tempo, devido ao possível desgaste
A tecnologia de flotação teve sua gama de aplicações bastante ampliada nas últimas
fibras na indústria de papel, remoção de óleos e gorduras e outros. Tem como principais
mesmos, haja visa que a presença desses no esgoto pode causar uma série de agravantes,
dentre os quais: obstruções dos coletores; aderência nas peças especiais da rede coletora;
O tanque de flotação é uma unidade com dispositivo que insufla ar ao esgoto, com ou
sem prévia coagulação e floculação, que resulta em uma flutuação de matéria oleosa e
a 150 mg.L-1 (QASIM, 1999). Nos caminhões limpa-fossas, tais substâncias são encontradas
em concentrações maiores (150 a 3.000 mg.L-1). Isso se deve ao fato de que a fossa séptica é
gordura) na canalização que conduz os despejos das cozinhas para a fossa, mas, muitas vezes,
quando é feita a limpeza dessa unidade, também se faz a limpeza da caixa de gordura. Na
gordurosas encontradas em esgoto de cidades dos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, e
em lodo de tanque séptico de cidades dos Estados de São Paulo, Santa Catarina e Paraná.
sólidos, através da remoção parcial da quantidade de água. Portanto, esse tratamento visa a
Os principais tipos de adensadores são por gravidade ou por flotação, sendo que o
último apresenta maior eficiência, uma vez que os adensadores por gravidade não se mostram
eficientes com lodos secundários dos processos biológicos e com lodo misto (JORDÃO e
Levantamento Bibliográfico 45
grande porte, utilizam flotação por ar dissolvido para adensamento do lodo ativado
sedimentado, proveniente dos decantadores secundários, sendo usual obter-se um lodo flotado
base tanto na experiência com a operação de outras unidades aplicadas em situações parecidas
vazão de lodo aplicado por unidade de área útil do adensador para obter um
em m3. m-2.d-1;
Levantamento Bibliográfico 46
• Taxa de aplicação de sólido (TCS): define o fluxo de sólidos aplicado por unidade
circulares;
gerados em ETEs com lodos ativados geralmente variam de 50 a 200 m3. m-2 . d-1. Para TCS,
de SST. m-2.d-1 com a aplicação do mesmo. A relação A/S está diretamente relacionada à
razão entre a massa de ar e a massa de partículas em suspensão (relação A/S). Essa varia em
equação 3.4 (Metcalf e Eddy, 2003) relaciona a relação A/S, a solubilidade do ar, a pressão de
A 1,3Sa × ( f × P − 1) × R
= (3.4)
S Ss × Q
Em que:
Ressalta-se que essa equação não se aplica a flotação por ar disperso, como também
não se aplica apropriadamente para sistemas com microbolhas, como é o caso do presente
diferente da relação ar-sólidos (A/S)TEÓRICO, calculada pela lei de Henry. Pois o “A” no
envolvendo as frações de ar dissolvido e não dissolvido. Enquanto no “A’ pela Lei de Henry é
a concentração mássica teórica de ar capaz de ser dissolvido na água para uma determinada
Lee C.H et al. (2007) realizaram estudo em uma unidade FAD com capacidade de 150
desempenho de uma bomba (DAF 40 Shin Shin Pump Inc. Korea) na geração de microbolhas
de ar. O sistema foi realizado em água com diferentes valores de turbidez e operado visando à
30% para uma pressão de 5,1 atm; (ii) a fração de ar dissolvido na bomba, devido ao menor
tempo de contato entre a água e ar, é menor que a câmara de saturação; (iii) a fração de bolhas
Levantamento Bibliográfico 48
menores que 70 µm em todas as medidas foi superior a 97%; (iv) a bomba apresenta controles
3.7.1. Generalidades
com o assunto desintegração do lodo, tendo em vista que as análises efetuadas no presente
elevada, principalmente quando se trata de processos aeróbios, sendo um dos grandes desafios
utilizar tecnologias que busquem a menor produção de lodo possível. Tecnologias como a
destruição mecânica, para hidrolisar matérias sólidas, estão sendo utilizadas como tratamento
hidrolisar a matéria sólida, entretanto tecnologias como a utilização de ultrassom também vem
sendo estudada.
A desintegração do lodo é um processo de lise celular induzida que tem como objetivo
Vários são os métodos de desintegração do lodo, dentre eles pode-se citar (MÜLLER7,
ANDREOLI, 2003):
homogeneização;
sólidos fixos do lodo, resultando em sólidos solúveis, que são moléculas com
menos complexidade.
• Térmicos: Pirólise
7
MÜLLER, J.A. Pretreatment process for the recycling and reuse of sewage sludge. In: SPECIALIZED
CONFERENCE ON DISPOSAL AND UTILIZATION OF SEWAGE SLUDGE (1999 : Atenas). Anais. Atenas
: IAWQ. p 282-289, 1999.
8
DOHÁNYOS, M.; ZÁBRANSKÁ, J.. Anaerobic digestion. In: SPINOSA, L.; VESILIND P.A. Sludge into
biosolids. UK: IWA Publishing, p. 223-241, 2001.
9
TANAKA, S.; KAMIYAMA, K. Thermo chemical pretreatment in the anaerobic digestion of waste activated
sludge. In: SPECIALIZED CONFERENCE ON SLUDGE MANAGEMENT: REGULATION, TREATMENT,
UTILIZATION AND DISPOSAL (10/2001 Acapulco - México). Anais... IWA. p. 117-123, 2001.
Levantamento Bibliográfico 50
• Acústicos: Cavitação
microrganismos presentes no lodo. Segundo Muller (1999) apud Andreoli et al. (2003), a
mecânica;
lodo desaguado e reduzir o total a ser condicionado, devido à redução da água livre
dissolvido;
equipamento que ligada à energia elétrica é responsável por converter esta energia (110 ou
químicas e físicas que podem acarretar modificações nas características das substâncias
acordo com a onda acústica até que entre em colapso, fenômeno conhecido por cavitação
(NEIS, 2000).
não destrutivos. No último caso as aplicações do ultrassom em freqüência bastante alta (acima
de 3 MHz), não são possíveis de gerar uma potência capaz de causar cavitação (geralmente
usados para diagnósticos médicos). Nos ensaios destrutivos a faixa de freqüência é ampla,
aeróbio, em escala de laboratório, tratando esgoto sintético e com retorno total do lodo gerado
para o tanque de aeração após desintegração com ultrassom. O reator foi operado com idade
Levantamento Bibliográfico 52
do lodo de 8 dias e tempo de ciclo de 12 horas. Para a lise celular induzida foi utilizado um
Houve um aumento nos teores de sólidos e de DQO no afluente do reator devido ao retorno
do lodo. Entretanto este aumento não prejudicou o sistema durante todo o decorrer do estudo,
mostrando que a desintegração do lodo e seu retorno ao tanque de aeração mostrou ser uma
Microtrhrix Parvicella), ao tratar lodo de duas plantas diferentes, conseguiram uma redução
alimentado com lodo proveniente de reator de lodos ativados lisado com ultra-som.
10
SCHMITZ, U.; BERGER, C.R.; ORTH, H. Prtotein Analysis as a Simple Method fot the Quantitative
Assessment of Sewade Sludge Disintegration. Water Research, v.34, n.14, p. 3682-3685.
Material e Métodos 53
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Generalidades
Inicialmente foram levantadas as áreas urbanas da cidade de São Carlos-SP onde não
há sistema público de coleta de esgoto sanitário, ou seja, delimitação das áreas da cidade onde
no estudo e efetuadas coletas do lodo gerado nas mesmas para a sua caracterização. A coleta
do lodo séptico foi realizada em duas maneiras; coleta do lodo in situ, que foi coletado
em duas campanhas, sendo uma feita na primeira visita da equipe ao local pré-definido, e
lodo de fossas e tanques sépticos. A unidade consiste de uma grade, desarenador e flotador,
desarenador, e foi estudada a degradação do lodo flotado por processos anaeróbios e aeróbios.
Vale ressaltar que como essa é uma proposta inédita, não há nenhuma linha de
Em São Carlos-SP, quase 100% da área urbana é coberta com rede de esgotamento
sistema de fossas e tanques sépticos. Dentre os loteamentos estão: Represa do 29, Varjão, 21
de dezembro, Horto de São Carlos, Embaré, Fazenda Ohara Schmidt e Represa do Broa.
cidade dispõe de três caminhões, que atendem áreas carentes e serviços próprios. Nesta
identificação e seleção das fossas e tanques sépticos do município de São Carlos – SP.
Material e Métodos 55
seguintes condições: duas unidades em área de médio nível social e econômico, quatro
unidades em área de menor nível social e econômico e duas unidades são de esgoto sanitário
gerado em Indústria.
29, como objeto da presente pesquisa. Na Figura 4.2 são apresentadas as imagens de alguns
Figura 4.1 – Localização dos tanques sépticos selecionados no município de São Carlos/SP.
Fonte: Imagem de satélite disponibilizada pelo Google Maps
Material e Métodos 56
que o tanque séptico foi “esvaziado” pela última vez, por ser esse dado depende de
limpas-fossas.
Material e Métodos 57
limpeza do tipo limpa-fossas. Com isso, pretendia-se avaliar as características distintas dessas
coletas, evidenciando que a forma de remover o lodo dos tanques pode ter influência direta na
de sólidos fixos, por exemplo. Ocorre, entretanto, que em nenhuma referência bibliográfica
havia comprovação desse fato ou menção dos aspectos qualitativos do lodo nessa condição.
Dessa maneira, o modo com que os dados apresentados na sequência estão dispostos
O lodo coletado in situ foi obtido pela equipe de pesquisa utilizando o equipamento
conhecido com draga de Ekman (Figura 4.3); e lodo proveniente dos caminhões limpa-fossas,
foi descarregado em tanque pulmão de 15.000 litros (tanque de poliéster reforçado com fibra
de vidro). Este tanque possui seis registros, em diferentes alturas, para realização da
descarga do lodo, foram feitas algumas instalações no tanque de recebimento para cumprir
Para se obter uma amostra composta foram instalados seis registros em diferentes
alturas como mostra a Figura 4.4.a. Essa adaptação permitiu a realização da amostragem de
relativamente grandes foi instalada um dispositivo, placa com furos de 5 cm, para remover
sólidos com tamanho superior a 5 cm, no qual era descarregado o lodo antes de cair no tanque
Figura 4.4 – Instalações feitas no tanque de recebimento: tomadas para coletas (a), piezômetro (b) e
peneira (c)
diferentes alturas do tanque pulmão de forma a ter um lodo mais homogeneizado, obtendo-se
No momento da coleta do lodo in situ foram levantados alguns dados tais como:
aspectos visuais e olfativos (cor e odor característicos do lodo), tipo de unidade e, ainda,
informações do usuário tais como: data da última limpeza da fossa e número de indivíduos
vidro com boca larga e volume útil de dois litros. A coleta do lodo, no tanque pulmão, foi
armazenando a amostra em recipiente de vidro de boca larga e volume útil de dois litros.
Material e Métodos 60
Com o intuito de se tentar aprimorar as análises das amostras do lodo in situ (mais
concentrado que o lodo transportado em caminhões), foi testado o uso de ultrassom, com
• Após passar pelo sistema de ultrassom a amostra foi diluída em água deionizada.
ultrassom, foram testados os tempos de cinco, dez e quinze minutos. Em seguida, as amostras
(critério visual). Com base nesse procedimento fixou-se o tempo de dez minutos, em que a
Quanto à amostra coletada no tanque pulmão (15 m3), foi preparada amostra composta
Figura 4.5 – Microscopia óptica da amostra de lodo após ultrassom. Cinco minutos (a), dez minutos
(b), quinze minutos (c)
Material e Métodos 61
Ultrassom Homogeneização
Ensaios e determinações
Figura 4.6 – Fluxograma do tratamento preliminar das amostras de lodo, precedendo as análises de
laboratório
apresentados na Tabela 4.1, baseados no Standard Methods for the Examination of Water and
exceção da análise para ovos de helmintos que foi realizada na Universidade Federal de São
Souza.
granulométrica com as seguintes unidades que têm as aberturas: 2,0 cm; 1,0 cm; 0,5 cm; 0,2
de Geotecnia da EESC-USP.
tratamento preliminar, reatores UASB, tanque de aeração seguido por flotação por ar
quilômetros da ETE. Essa Central recebe até 100 caminhões de lodo por dia. e 280 m3 de
percolado de aterros sanitários. A mesma é composta por três unidades receptoras de resíduos.
Essa Central tem horário de funcionamento das 7:00 horas até 19:00 horas, todos os
dias da semana, domingo incluso, para recepção de lodo de tanques sépticos; e, para recepção
três tanques com capacidade total de 90 m3, cuja descarga é controlada com vazões da ordem
de 4 L.s-1 e de 2 L.s-1, nos períodos das 7:00 às 24:00 horas e das 24:00 às 7:00 horas,
respectivamente.
Na Figura 4.7 está apresentada a vista geral e a vista lateral da Central de Recebimento
de Resíduos.
(a) (b)
Figura 4.7 – Central de Recebimento de Resíduo da SANASA, Campinas-SP. Vista geral (a) Vista
lateral (b)
Nesta pesquisa foi realizada uma campanha de coleta de lodo in loco, coletando-se,
(a) (b)
UASB e os restantes, 19, foram lodo de tanques sépticos. Dessas últimas, 12 foram de
Campinas-SP
dispersão (desvio padrão, variância, quartiz). Devido a grande dispersão dos resultados
valor da média aritmética acrescido de três vezes o valor do desvio padrão de cada grupo
mediana, devido a alta variabilidade dos dados obtidos, como medida de tendência central
representada nos gráficos elaborados. Este tratamento preliminar não foi aplicado aos
parâmetros biológicos.
A unidade de pré-tratamento, objeto de estudo, apresentada nas Figuras 4.9, 4.10, foi
de areia. Ela é composta por uma grade, desarenador e flotador e foi instalada no Campus da
alimentação dessa unidade ocorria mediante descargas de lodos dos caminhões limpa-fossa,
tratamento por uma bomba do tipo centrífuga, auto-escorvante, com potência de 10 CV que
Tanque de recebimento
Unidade de pré-tratamento
apresentados na Tabela 4.2. A Figura 4.11 representa o corte esquemático do sistema de pré-
tratamento.
Figura 4.11 – Corte esquemático da instalação piloto para remoção de areia e flotação
Material e Métodos 68
Tratamento de Esgoto do Campus, marca Raeser Coburg, tipo ECP 630- 250, com as
seguintes características: potência de 3 CV, rotação de 2420 rpm, pressão máxima de 10 bar e
vazão máxima de 630 L. mim-1 (Figura 4.12). Para controlar a vazão de ar foi instalado
registro de agulha. Ressalta-se que esse compressor tinha capacidade bastante excedente em
A medição da vazão do lodo que alimentava o sistema foi realizada por meio de
vertedor triangular de parede delgada. Uma régua graduada (Figura 4.13) permitia a leitura de
Thomson):
5
Q = 1,4 × h 2 (4.1)
Em que:
Q: vazão (m3.s-1);
Mangueira
Registro de agulha
Figura 4.12 – Compressor utilizado na montagem Figura 4.13 – Régua graduada para medir lâmina
experimental líquida no vertedor triangular
Essa unidade de flotação foi concebida sem câmara de saturação, pois essa unidade e
características do lodo.
material sedimentado (areia + detritos), por sua vez era removido mediante descargas de
acúmulo.
Material e Métodos 70
com a adição de polímeros ou coagulantes. Neste caso, para redução de custos, não foram
duração de cada ensaio foi estabelecida como sendo cinco vezes o tempo de detenção
Como não há na literatura técnica aplicações do uso de flotação para lodo de tanques
sépticos, optou-se por utilizar como primeira e grosseira aproximação, a fórmula usual
(equação 3.4) para projeto de flotação por ar dissolvido para esgoto sanitário (Metcalf e Eddy,
18,7 mL.L-1; pressão absoluta: 5 atm e fração de ar dissolvido 0,5. Na Tabela 4.4 estão
A∗ 1,3Sa × ( f × P − 1) × R
= (4.1)
S Ss × Q
Em que:
A rigor, A fórmula 4.1 não se aplica a projetos para flotação, com essa concepção
(sem câmara de saturação); ela aplica-se a casos de flotação por ar dissolvido convencional,
que não é o caso. Na configuração proposta nesta pesquisa, a flotação ocorre não só por ar
projetos de unidades em escala plena com base nessa fórmula. Essa fórmula foi utilizada
apenas para se ter um ponto de partida para adoção de parâmetros operacionais preliminares,
Material e Métodos 72
o que foi seguido por alguns testes de campo antes de se adotar as taxas de aplicação
Para essa estimativa adotou-se concentração de sólidos suspensos com valor de 3000
mg. L-1; no entanto, a faixa de variação desse parâmetro é extremamente variável no lodo de
Na Figura 4.14 são apresentas as fotos dos locais em que foram coletadas amostras
para realização das análises. Foram efetuadas três coletas durante as horas de operação
relativa a cada ensaio. As amostras individuais, obtidas durante a operação, eram coletadas
com gelo, até o final da operação. A seguir, as mesmas eram encaminhadas a laboratório,
(a) (b)
(b)
(c)
Figura 4.14 – Ilustração dos locais de coleta das amostras: entrada do reator (a), saída do reator (b) e
material flotado (c)
Material e Métodos 73
Coliformes totais, Coliformes fecais, nitrogênio kjedahl total, fosfato total e ovos de
outros detritos).
primeiro ensaio, pois o número de ovos de helmintos detectado no lodo, de maneira geral
O material retido na peneira era coletado em recipiente de vidro com boca larga e
volume útil de cinco litros, e encaminhado ao laboratório, onde era “secado” em estufa, a
60ºC, para posterior análise granulométrica com peneiras de aberturas de 2,0 cm; 1,0 cm; 0,5
areia sedimentada (ensaio de sólidos totais). Foram realizadas duas coletas em recipientes de
unidade de pré-tratamento objeto da presente pesquisa, foram realizados, também, dois testes
amostras extraídas nas três diferentes taxas de aplicação superficial aplicadas na unidade de
primeiras taxas, optou-se pela “simples” aeração do lodo flotado, mediante uso de um aerador
de aquário, imerso em cerca de 700 mL de amostra contida num frasco de 1000 mL. A
instalação foi mantida à temperatura ambiente, por 11 dias, com aeração ininterrupta. Em
Ocorre, entretanto, que os resultados obtidos não foram satisfatórios. Desse modo,
optou-se pela inoculação do ambiente onde seria avaliada a degradação, mediante introdução
Flores de Rio Claro – SP, simulando as possíveis condições favoráveis ao processo. O volume
de lodo flotado avaliado foi de 700 mL também, nas mesmas condições das duas primeiras
Para o teste em ambiente anaeróbio, por sua vez, amostras com cerca de 200 mL de
lodo flotado foram inseridas em frascos de Duran de 500 mL, que posteriormente foram
recipientes foram mantidos a temperatura ambiente, com extração da amostra digerida após
superficial avaliadas teve sua produção de biogás quantificada (80 m3.m-2.dia-1, 110 m3.m-
2
.dia-1 e 140 m3.m-2.dia-1).
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
origem doméstica residencial, sendo quatro situados em áreas de menor nível social,
econômico e dois situados em áreas de médio nível social, econômico; e, dois de esgoto
limpa-fossas. No segundo tanque séptico apenas lodo in situ. Já, nos demais, ambos os tipos
Tabela 5.1. Nota-se, na maioria dos casos, grande tempo decorrente desde que a unidade foi
“esvaziada” pela última vez, mas vale ressaltar que esse dado depende de informação do
lodo coletado in situ com e sem a submissão ao ultrassom. De acordo com os valores
valores maiores, na maioria dos casos, em relação aos resultados obtidos sem ultrassom.
Atribui-se esse fato à desestruturação parcial dos aglomerados causado pelo ultrassom.
Resultados e Discussão 77
A Figura 5.1 comprova que os grãos de lodo após passar pelo sistema de ultrassom
encontram-se mais desintegrados, do que aqueles que não passaram pelo ultrassom.
(a) (b)
Figura 5.1 – Microscopia óptica do lodo de tanque séptico. (a) lodo sem ultrassom e (b) lodo com
ultrassom
Comparando os resultados das Tabelas 5.2 e 5.3, observa-se que o lodo coletado in
situ é mais concentrado que o lodo descarregado pelos caminhões, já que os operadores dos
caminhões no ato do esgotamento do tanque séptico não conseguem coletar apenas o lodo, e
Analisando os dados da Tabelas 5.2, observa-se que resultados das variáveis avaliadas
suspensos em média de 5.453 mg.L-1 e 12.862 mg.L-1, respectivamente. Por outro lado, para
as amostras coletadas in situ verifica-se que o lodo nessas condições é muito mais
mg.L-1.
Ainda com base nos dados das Tabelas 5.2 e 5.3 constata-se a presença de ovos de
helmintos em quase todos os tanques analisados. A Figura 5.2 destaca a presença de ovos de
(a) (b)
Figura 5.2 – Ovos de helmintos, tanque séptico 3 (a) e tanque séptico 4 (b)
Na Tabela 5.4 apresentam-se as médias dos teores de sólidos totais, fixos e voláteis.
Verifica-se que, pouco mais que 50% do teor de sólidos para o lodo coletado in situ e cerca de
64% para o lodo que chega do caminhão, são orgânicos, demonstrando que esses resíduos
Resultados e Discussão 81
seriam facilmente degradáveis. A Resolução CONAMA 375/2006 comenta que para fins
agrícolas, o lodo de esgoto ou produto derivado será considerado estável se a relação entre
sólidos voláteis e sólidos totais for inferior a 0,7. Portanto, para ambas as coletas o lodo de
Tabela 5.4 – Médias dos sólidos totais presentes no lodo coletado in situ e descartados por caminhões
Média
Parâmetros
Lodo coletado in situ * Lodo descartados por caminhões
Sólidos Totais (mg.L-1) 116.972 7.573
-1
Sólidos Totais Fixos (mg.L ) 56.048 2.728
-1
Sólidos Totais Voláteis (mg.L ) 59.975 4.845
*Amostras previamente submetidas à exposição ao ultrassom
Nas Figuras 5.3 a 5.11 encontram-se apresentados os resultados obtidos das análises
A Figuras 5.3 apresenta os resultados das análises de DQO. Nota-se que, para o lodo
coletado in situ, a mediana da DQO era de 118.525 mg.L-1, já para o lodo que chega em
325.000 25.000
285.000 25% 22.000 25%
245.000 50% 19.000 50%
205.000 90% 16.000 90%
165.000 10% 13.000 10%
125.000 Mín 10.000 Mín
85.000 Máx 7.000 Máx
45.000 75% 4.000 75%
5.000 1.000
(a) (b)
Figura 5.3 – DQO do lodo coletado in situ (a) DQO do lodo dos caminhões limpa-fossas (b)
Resultados e Discussão 82
pH pH
8,40 8,40
8,10 25% 8,10 25%
7,80 50% 7,80 50%
7,50 90% 7,50 90%
7,20 10% 7,20 10%
6,90 Mín 6,90 Mín
6,60 Máx 6,60 Máx
6,30 75% 6,30 75%
6,00 6,00
(a) (b)
Figura 5.4 – pH do lodo coletado in situ (a) pH do lodo dos caminhões limpa-fossas (b)
Os valores para alcalinidade encontram-se nos gráficos da Figura 5.5. Verifica-se que
90% dos dados apresentam valores inferiores 3.500 mg CaCO3.L-1 para o lodo coletado in
1000 100
(a) (b)
Figura 5.5 – Alcalinidade do lodo coletado in situ (a) Alcalinidade do lodo dos caminhões limpa-
fossas (b)
A Figura 5.6 apresenta os gráficos com os resultados das análises de óleos e graxas.
Nota-se elevada concentração de óleos e graxas. Isto se explica pelo fato de os tanques
Resultados e Discussão 83
(caixa de gordura) na canalização que conduz os despejos das cozinhas para a fossa séptica,
mas, muitas vezes, quando é feita a limpeza dessa fossa, também faz-se a limpeza da caixa de
32.000 2.300
29.000 2.100
26.000 25% 1.900 25%
Figura 5.6 – Óleos e graxas do lodo coletado in situ (a) Óleos e graxas do lodo dos caminhões limpa-
fossas (b)
contendo óleos e graxas, os valores máximos permitidos de óleos minerais: até 20 mg.L-1 e
óleos vegetais e gorduras animais: até 50 mg.L-1. Verifica-se, portanto, que os valores para
130.000 16.000
124.000 14.500
25% 25%
118.000 13.000
112.000 50% 11.500 50%
106.000 90% 10.000 90%
100.000 10%
8.500 10%
94.000 7.000 Mín
88.000 Mín
5.500
Máx
82.000 Máx 4.000
76.000 75% 2.500 75%
70.000 1.000
(a2) (b2)
800 350
25% 25%
700 300
50% 50%
600 250
90% 90%
500 200
10% 10%
400 150
Mín Mín
300 100
Máx Máx
200 50
75% 75%
0
100
(a3) (b3)
Figura 5.7 – Sólidos presentes no lodo in situ (a1,a2,a3) e no descartado por caminhões limpa-fossas
(b1,b2,b3)
Observa-se que os valores, tanto dos sólidos totais quanto dos sólidos suspensos e
sedimentáveis são maiores para o lodo coletado in situ. Neste caso, 50% dos resultados
apresentam valores superiores a 124.090 mg.L-1, para sólidos totais; 104.454 mg.L-1 para
sólidos suspensos e 340 mL.L-1 para sólidos sedimentáveis. No caso do lodo que chega em
Resultados e Discussão 85
caminhões, esses valores são de 2.561 mg.L-1 para sólidos totais, 2.250 mg.L1 para sólidos
5.8) para o lodo coletado in situ são maiores que os valores para o lodo que chega em
caminhões. Importante observar na referida Figura que grande parte do nitrogênio é orgânico,
pois a mediana para o nitrogênio Kjeldahl total é 3.485 mg. L-1, para o lodo coletado in situ,
e, 350 mg. L-1, para o lodo que chega em caminhões, e a mediana do nitrogênio amoniacal é
344 mg. L-1, para o lodo coletado in situ, e 131 mg. L-1, para o lodo que chega em caminhões.
6.900 2.200
25% 25%
6.100 1.900
50% 50%
5.300 1.600
4.500 90% 90%
1.300
3.700 10% 10%
1.000
2.900 Mín Mín
2.100 700
Máx Máx
1.300 400
75% 75%
500 100
(a1) (b1)
800
25% 260 25%
700
50% 230 50%
600 90% 90%
200
500 10% 10%
170
400 Mín Mín
140
Máx Máx
300 110
75% 75%
200 80
(a2) (b2)
Figura 5.8 – Nitrogênio presentes no lodo in situ (a1,a2) e no descartado por caminhões limpa-fossas
(b1,b2)
Na Figura 5.9 estão apresentados os resultados do fósforo total para o lodo coletado in
situ e para lodo descartados por caminhões limpa-fossas. A mediana para o fosfato total é de
Resultados e Discussão 86
152 mg..L-1 e 41 mg .L-1, respectivamente, para o lodo coletado in situ e para o lodo
Figura 5.9 – Fosfato total do lodo coletado in situ (a) Fosfato total do lodo descartado por caminhões
limpa-fossas (b)
A mediana do cloreto para o lodo coletado in situ é 1.459 mg.L-1 e para o lodo
7.400 550
6.700 25% 500 25%
6.000 50% 450 50%
5.300 400
4.600 90% 350 90%
3.900 10% 300 10%
3.200 Mín
250 Mín
2.500 200
1.800 Máx 150 Máx
1.100 75% 100 75%
400 50
(a) (b)
Figura 5.10 – Cloretos do lodo coletado in situ (a) e cloretos do lodo descartado por caminhões limpa-
fossas (b)
Por fim, nas Figuras 5.11 e 5.12 estão apresentados, respectivamente, os resultados da
análise estatística para os metais Zinco, Cádmio, Ferro e Cobre; e para os metais Chumbo,
Resultados e Discussão 87
Níquel, Manganês e Cromo, para o lodo coletado in situ e para o lodo que chega em
caminhões.
Nas Figuras 5.11 e 5.12 estão apresentados os resultados das determinações das
concentrações de metais pesados, em função da concentração de sólidos totais (mg metal por
375/2006), observa-se:
• Para o zinco: 100% e um pouco mais de 75% dos valores obtidos para o lodo coletado
• No caso do Chumbo: 100% dos valores são inferiores a 300 mg Pb.L-1, para o lodo
• Com relação ao Níquel, todos os valores obtidos, para ambas as formas de coletas,
• Para o Cobre, todos os valores foram inferiores a 1.500 mg Cu.kg-1 para o lodo
coletado in situ, e, pouco menos de 90% dos valores para lodo que chega em
caminhões.
Figura 5.11 – Análise estatística dos metais presentes no lodo in situ (a1, a2, a3, a4) e descarregados
por caminhões limpa-fossas (b1, b2, b3, b4)
Resultados e Discussão 89
De acordo com esses dados, nota-se para o lodo coletado in situ que todos os valores
obtidos para as análises de metais foram inferiores ao limite maximo estabelecido pela
CONAMA 375/2006. Para o lodo coletado pelo caminhão, alguns metais como zinco,
chumbo e cobre tiveram valores acima do limite máximo estabelecido. A presença de metais
solo. Por outro lado, grandes concentrações de metais pode traduzir-se em prejuízos, devido
Todavia, se a referência for estabelecida em relação aos sólidos totais (mg/kg), pode-
se observar que a proporção de metal pesado nas amostras de lodo in situ é relativamente
menor que nas descarregadas por caminhões, evidenciando, novamente, a maior concentração
de seis meses após a primeira campanha. Nota-se, que a maioria dos valores obtidos na
primeira campanha foram superiores aos da segunda, devido, provavelmente, ao maior tempo
de acúmulo de lodo, que chegou até sete anos. Por sua vez, nas Figuras 5.13, 5.14 e 5.15 estão
19.000 8.500
17.000 25% 7.700 25%
15.000 50%
6.900
50%
13.000 6.100
90% 5.300 90%
11.000
10% 4.500 10%
9.000
Mín
3.700 Mín
7.000 2.900
5.000 Máx
2.100
Máx
Figura 5.13 – DQO do lodo - primeira campanha (a) DQO do lodo – segunda campanha(b)
Verifica-se na Figura 5.13 que para o lodo da primeira campanha, a mediana da DQO
foi de 3.896 mg.L-1, já para o lodo da segunda campanha, a mediana foi de 2.502 mg.L-1.
campanhas.
1.350 340
1.200 310
25% 25%
1.050 280
50% 50%
900 250
90% 90%
750
10% 220
600 10%
Figura 5.14 – Óleos e graxas do lodo - primeira campanha (a) Óleos e graxas do lodo – segunda
campanha (b)
graxas foi de 24,3% entre as duas campanhas (249 mg.L-1 na primeira campanha e 189 mg.L-1
na segunda campanha).
Resultados e Discussão 93
Figura 5.15 – Sólidos totais do lodo - primeira campanha (a) Sólidos totais do lodo – segunda
campanha(b)
Verifica-se na Figura 5.15 que os valores da mediana de sólidos totais são 2.500 mg.L-
1
e 2.022 mg.L-1, respectivamente na primeira e segunda campanha (queda de 19,1% entre as
duas campanhas).
realizar o esgotamento dos tanques sépticos dentro do período estabelecido nos seus projetos,
Campinas/SP)
Data 28/4/2008 17/6/2008 14/7/2008 23/7/2008 12/8/2008 13/8/2008 25/8/2008 26/8/2008 9/8/2008 22/9/2008 23/9/2008 13/10/2008 28/10/2008 12/11/2008 14/11/2008
pH 7,0 7,0 7,0 7,0 7,0 6,9 7,5 7,3 7,0 7,0 6,8 7,1 7,0 7,0
-1
DBO (mgO2.L ) 1.320 1.912 798 4.650 548 6.742 1.604 848 408 78 418 76 1.838 653
DQO (mgO2.L-1) 3.283 3.791 1.574 9.600 1.140 14.020 3.285 2.244 1.770 856 162 860 364 2.840 1.220
Sólidos totais (mg.L-1) 6.800 4.106 2.194 19.468 – 22.850 1.954 – 3.256 924 724 1.060 812 5.012 1.422
-1
Sólidos totais fixos (mg.L ) 2.612 958 990 1.590 – 1.698 950 – 1.360 498 298 512 598 1.658 582
Sólidos totais voláteis (mg.L-1) 4.188 3.148 1.204 17.876 – 21.152 1.004 – 1.896 426 426 548 214 3.356 860
-1
Sólidos dissolvidos (mg.L ) 560 2.926 809 616 – 2.884 1.054 – 1.433 624 524 580 568 1.407 446
Sólidos suspensos (mg.L-1) 6.240 1.180 1.385 18.850 – 19.986 900 – 823 300 200 480 244 3.605 976
Sólidos suspensos fixos (mg.L-1) 2.390 280 540 510 – 994 220 – 704 116 84 112 196 1.040 224
-1
Sólidos suspensos voláteis (mg.L ) 3.850 900 845 18.340 – 18.992 680 – 119 184 116 368 48 2.565 752
Por sua vez, na Tabela 5.7 são apresentados os resultados da caracterização efetuada
• Amostra 1: Creche
sépticos de cerca de até 100 caminhões, e, também, cerca de 280 m3.dia-1 de percolado de
aterros sanitários.
campo pelo operador da coleta, em que sempre que o pH apresentava-se menor que 6,5, o
aspecto visual do lodo indicava a presença nítida de óleos e graxas. As análises posteriores
Tabela 5.7 – Caracterização do lodo conforme descarregado pelos caminhões limpa-fossas em Campinas/SP
AMOSTRAS
Parâmetros
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Temperatura (°C) 27,0 26,5 25,5 26,5 26,0 26,0 28,5 27,5 28,0 28,5 27,0 26,0 27,0 27,0 27,0 24,5 25,0 24,0 23,0
pH 7,5 7,0 7,0 6,0 7,0 6,0 7,0 6,0 7,0 7,0 7,0 6,5 7,5 7,0 7,0 6,5 7,0 7,5 6,5
Alcalinidade Total (mg CaCO3.L-1) 520 307 420 502 721 2.082 614 320 301 878 652 654 359 397 481 219 508 441 293
Cloretos (mg Cl- .L-1) 179 155 198 300 163 183 140 98 90 188 290 138 60 65 80 48 100 90 55
DBO (mg O2.L-1) 267 867 750 10.728 386 7.413 582 3.898 347 816 926 7.153 184 172 457 234 385 563 906
DQO (mg O2.L-1) 578 2.810 1.752 19.520 698 22.445 982 8.040 598 1.228 1.792 21.440 486 466 13.360 688 786 908 2.184
Fosfato Total (mg PO43-.L-1) 29 34 29 39 28 148 34 63 17 45 42 73 21 25 44 23 62 47 47
Nitrogênio Total Kjeldhal (mg N.L-1) 158 144 131 382 171 763 163 297 84 253 218 396 78 90 135 76 142 132 130
Óleos e Graxas (mg.L-1) 13 285 51 14.531 127 1.285 137 823 115 121 153 2.803 7 55 35 105 15 123 157
Sólidos Sedimentáveis (mL.L-1) 5 19 9 168 4 250 4 136 4 20 24 200 4 4 10 5 4 6 24
Sólidos Totais (mg.L-1) 1.228 2.747 1.408 27.932 967 23.016 1.070 5.351 927 1.905 1.973 14.926 695 862 1.519 1.381 1.062 1.346 2.027
Sólidos Totais Fixos (mg.L-1) 804 1.507 754 1.361 385 13.153 444 636 451 1.115 971 3.280 244 465 918 571 555 711 999
Sólidos Totais Voláteis (mg.L-1) 424 1.240 654 26.571 582 9.863 626 4.715 476 790 1.002 11.646 451 397 601 810 507 635 1.028
Sólidos Suspensos Totais (mg.L-1) 732 2.435 785 12.047 425 19.280 488 4.365 505 1.495 1.333 13.778 270 448 1.100 1.165 723 815 1.673
Sólidos Suspensos Fixos (mg.L-1) 553 1.345 305 1.015 118 10.653 130 243 225 738 503 3.160 98 203 603 540 378 383 808
Sólidos Suspensos Voláteis (mg.L-1) 179 1.090 480 11.032 307 8.627 358 4.122 280 757 830 10.618 172 245 497 625 345 432 865
Sólidos Dissolvidos Totais (mg.L-1) 496 312 623 15.885 542 3.736 582 986 422 410 640 1.148 425 414 419 216 339 531 354
Sólidos Dissolvidos Fixos (mg.L-1) 251 162 449 346 267 2.500 314 393 226 377 468 120 146 262 315 31 177 328 191
Sólidos Dissolvidos Voláteis (mg.L-1) 245 150 174 15.539 275 1.236 268 593 196 33 172 1.028 279 152 104 185 162 203 163
Zinco (mg Zn.L-1) 0,197 1,187 0,575 1,356 0,399 4,62 0,27 2,531 0,334 0,398 0,723 7,06 0,336 0,364 2,023 0,424 0,293 0,402 1,56
Chumbo (mg Pb.L-1) 0,4 0,51 0,34 0,58 0,23 0,75 0,24 0,39 0,23 0,27 0,28 0,78 0,27 0,43 0,44 0,41 0,38 0,4 0,63
Cádmio (mg Cd.L-1) 0,062 0,073 0,058 0,06 0,043 0,095 0,041 0,045 0,033 0,043 0,042 0,06 0,033 0,035 0,043 0,041 0,043 0,042 0,043
Níquel (mg Ni.L-1) 0,148 0,186 0,151 0,321 0,165 0,484 0,109 0,193 0,1 0,123 0,11 0,395 0,144 0,136 0,183 0,144 0,15 0,142 0,176
Ferro Total (mg Fe.L-1) 9,86 43,16 18,99 48,27 9,6 270,8 5,6 29,3 11,6 28,75 11,28 137,9 4,774 15,07 43,8 18,94 13,54 15,24 36,96
Manganês Total (mg Mn.L-1) 0,18 0,318 0,156 0,624 0,113 5,31 0,137 0,349 0,18 0,408 0,505 1,632 0,08 0,115 0,207 0,155 0,183 0,172 0,272
Cobre (mg Cu.L-1) 0,057 0,265 0,188 6,08 0,051 1,632 0,057 0,788 0,054 0,159 0,088 4,76 0,298 0,138 0,19 0,124 0,08 0,07 0,58
Cromo Total (mg Cr.L-1) 0,134 0,286 0,148 0,355 0,221 0,412 0,159 0,23 0,144 0,13 0,159 0,412 0,124 0,123 0,176 0,125 0,139 0,114 0,174
Prata (mg Ag.L-1) 0,004 0,009 0,007 0,047 0,002 0,008 0,015 0,018 0,006 0,02 0,027 0,188 0,005 0,011 0,012 0,007 0,006 0,004 0,008
Resultados e Discussão 98
Nas Figuras de 5.12 a 5.16 são apresentados os gráficos box plot, sintetizando os
resultados obtidos das análises realizadas com lodo proveniente dos caminhões limpa-fossas,
Campinas-SP são de origem não conhecidas. Portanto não se conhece a origem do lodo (fossa
ou tanque séptico).
alcalinidade. De acordo com essa Figura, nota-se pequena variação do pH (mesmo valor para
Figura 5.16 – pH (a) Alcalinidade (b) do lodo proveniente dos caminhões limpa-fossas na cidade de
Campinas-SP
Na Figura 5.17 encontram-se os resultados das análises de DQO e DBO. Nota-se que,
a mediana da DQO e DBO foram respectivamente, 1.663 mg.L-1e 702 mg.L-1. A relação entre
a mediana da DQO e a mediana da DBO é 2,37, o que indica que há elevado proporção de
12.900
50% 4.900 50%
90% 4.100 90%
10.400 10% 3.300 10%
7.900 Mín 2.500 Mín
5.400 Máx 1.700 Máx
2.900 75% 900 75%
400 100
(a) (b)
Figura 5.17 – DQO (a) DBO (b) do lodo proveniente dos caminhões limpa-fossas na cidade de
Campinas-SP
Kjeldahl total e nitrogênio amoniacal. Observa-se que a mediana do nitrogênio Kjeldahl total
Figura 5.18 – Nitrogênio Kjeldahl total (a) Nitrogênio amoniacal (b) do lodo proveniente dos
caminhões limpa-fossas na cidade de Campinas-SP
Na Figura 5.19 estão apresentados os gráficos com os resultados das análises de óleos
e graxas e cloretos. Verifica-se que 90% dos valores de óleos e graxas são inferiores a 390
Figura 5.19 – Óleos e graxas (a) Cloretos (b) do lodo proveniente dos caminhões limpa-fossas na
cidade de Campinas-SP
sedimentáveis.
Figura 5.20 – Fosfato total (a) Sólidos sedimentáveis (b) do lodo proveniente dos caminhões limpa-
fossas na cidade de Campinas-SP
determinações de sólidos totais, sólidos totais voláteis, sólidos suspensos e sólidos suspensos
voláteis. Os sólidos totais e suspensos apresentaram valores elevados com valor mediano de
tanques sépticos.
Resultados e Discussão 101
Figura 5.21 – Sólidos totais (a), sólidos totais voláteis (b), sólidos suspensos (c) sólidos suspensos
voláteis (d) do lodo proveniente dos caminhões limpa-fossas na cidade de Campinas-SP
Por fim, na Figuras 5.22 estão apresentados os resultados da análise estatística dos
metais (Zinco, Cádmio, Ferro, Cobre; Chumbo, Níquel, Manganês e Cromo) do lodo
Figura 5.22 – Metais do lodo proveniente dos caminhões limpa-fossas na cidade de Campinas-SP:
Zinco (a), Chumbo (b), Cádmio (c), Níquel (d), Ferro (e), Manganês (f), Cobre(g), Cromo (h) Prata (i)
observa-se que:
-1
• Para o zinco, 100% dos valores obtidos encontraram-se abaixo de 2.800 mg Zn.kg
(limite CONAMA);
• No caso do Chumbo e o Cádmio, 75% dos valores foram inferiores aos limites
mg Ni.L-1);
CONAMA) , bem como para o Cromo todos os valores foram inferiores, 1000mg
UASB
presente pesquisa recebe resíduos não somente de lodo de tanques sépticos, mas também
média 280 m3 de percolado de dois aterros sanitários e pequena parcela das descargas advém
de lodo gerado em uma ETE de pequeno porte, também operada pela SANASA.
Assim, apesar de não fazer parte do escopo desse trabalho, torna-se interessante
Tabela 5.8 – Caracterização de percolado de aterro sanitário e de lodo descartado de UASB conforme
descarregado pelos caminhões limpa-fossas na Central de Recebimento de Resíduos em Campinas-SP
AMOSTRAS
Parâmetros Percolado de aterro sanitário Lodo de UASB
1 2 3 4 5
Temperatura (°C) 28,0 27,5 31,0 27,5 25,0
pH 8,5 8,5 8,5 7,5 7,5
Alcalinidade Total (mg CaCO3.L-1) 2.383 7.566 6.395 980 1.001
- -1
Cloretos (mg Cl .L ) 1.375 2.475 2.250 2.025 88
-1
DBO (mg O2.L ) 1.302 1.048 1.192 7.526 7.321
DQO (mg O2.L-1) 4.160 1.888 1.930 21.440 16.640
Fosfato Total (mg PO43-.L-1) 54 23 26 161 158
Nitrogênio Total Kjeldhal (mg N.L-1) 472 1.141 1.220 608 781
Óleos e Graxas (mg.L-1) 67 33 55 989 2.313
Sólidos Sedimentáveis (mL.L-1.H-1) 10 0 0,1 950 600
-1
Sólidos Totais (mg.L ) 5.232 7.179 7.279 14.268 16.518
-1
Sólidos Totais Fixos (mg.L ) 3.412 6.097 6.084 6.082 6.295
-1
Sólidos Totais Voláteis (mg.L ) 1.820 1.082 1.195 8.186 10.223
-1
Sólidos Suspensos Totais (mg.L ) 2.347 98 108 13.490 15.293
-1
Sólidos Suspensos Fixos (mg.L ) 1.153 21 32 5.435 6.028
-1
Sólidos Suspensos Voláteis (mg.L ) 1.194 77 76 8.055 9.265
Sólidos Dissolvidos Totais (mg.L-1) 2.885 7.081 7.171 778 1.225
Sólidos Dissolvidos Fixos (mg.L-1) 2.259 6.076 6.052 647 267
Sólidos Dissolvidos Voláteis (mg.L-1) 626 1.005 1.119 131 958
Zinco (mg Zn.L-1) 1,191 0,166 0,297 25,56 25,32
Chumbo (mg Pb.L-1) 0,54 0,49 0,52 1,54 1,55
-1
Cádmio (mg Cd.L ) 0,065 0,078 0,084 0,249 0,231
-1
Níquel (mg Ni.L ) 0,337 0,348 0,334 9,29 0,807
-1
Ferro Total (mg Fe.L ) 300,7 7,45 6,44 288,5 282,8
-1
Manganês Total (mg Mn.L ) 4,87 0,432 0,383 2,37 2,43
-1
Cobre (mg Cu.L ) 0,34 0,078 0,336 10,35 9,71
-1
Cromo Total (mg Cr.L ) 0,707 0,101 0,078 2,021 1,855
Prata (mg Ag.L-1) 0,017 0,013 0,011 0,291 0,299
Tanto o lodo advindo de reator UASB, como o percolado de aterros têm características
bastante distintas daquelas do lodo de tanques sépticos. No caso de lodo de tanques sépticos
caracterização do lodo de tanques sépticos foi realizada com base em coletas aleatórias,
sépticos das cidades de São Carlos-SP e de Campinas-SP estão apresentados na Tabela 5.9.
elaborados gráficos (Figuras 5.23 a 5.25) destacando os valores das medianas obtidas. São
apresentadas para discussão as variações dos seguintes parâmetros: DQO, óleos e graxas e
série de sólidos.
Resultados e Discussão 106
Tabela 5.9 – Estatística descritiva dos resultados físico-químicos da caracterização do lodo de tanques sépticos de São Carlos-SP e da caracterização aleatória
de tanques sépticos de Campinas-SP
Parâmetros São Carlos-SP Campinas-SP
Nº Mínimo Máximo Média Mediana DP Nº Mínimo Máximo Média Mediana DP
pH 7,0 6,6 7,6 7,0 7,1 0,3 33,0 6,0 7,5 6,9 7,0 0,4
-1
Alcalinidade (mg CaCO3.L ) 7,0 183,6 1.221,0 662,2 599,2 359,1 18,0 219,0 878,0 477,1 461,0 219,0
DQO (mg.de O2.L-1) 7,0 1.987,5 22.372,0 9.536,4 4.715,0 8.449,8 34,0 162,0 22.445,0 4.346,2 1.663,0 6.320,1
-3 -1
Fosfato total (mg PO4 .L ) 7,0 6,7 214,6 73,2 49,0 80,3 18,0 17,0 73,0 39,0 36,5 15,5
-1
Nitrogênio Kjeldalh total (mg N.L ) 7,0 131,8 1.993,7 591,3 350,5 659,4 20,0 76,0 396,0 167,0 138,5 96,2
- -1
Cloretos (mgCl .L ) 7,0 53,0 520,0 249,1 187,5 192,8 19,0 48,0 300,0 137,9 138,0 73,6
-1
Óleos e graxas (mg.L ) 7,0 239,0 2.257,0 1.088,4 1.118,0 841,5 22,0 7,0 1.285,0 233,5 132,0 298,5
-1
Sólidos Totais (mg.L ) 7,0 1.700,0 21.420,0 7.573,3 2.561,0 7.458,2 30,0 695,0 27.932,0 5.216,3 1.712,0 7.802,9
-1
Sólidos Totais Fixos (mg.L ) 7,0 1.700,0 21.420,0 7.573,3 2.561,0 7.458,2 28,0 244,0 2.612,0 941,9 779,0 532,4
-1
Sólidos Totais Voláteis (mg.L ) 7,0 1.179,0 10.209,0 4.845,0 1.934,0 4.229,1 28,0 214,0 17.876,0 2.406,3 722,0 4.103,3
-1
Sólidos Suspensos (mg.L ) 7,0 1.128,7 15.178,3 5.453,0 2.250,0 5.572,5 30,0 200,0 19.986,0 3.815,0 1.000,0 6.177,3
-1
Sólidos Suspensos Fixos (mg.L ) 7,0 281,2 8.041,7 1.858,9 557,5 2.807,4 29,0 98,0 3.160,0 657,8 383,0 700,7
Sólidos Suspensos Voláteis (mg.L-1) 7,0 847,5 8.960,0 3.594,2 1.710,0 3.358,1 28,0 48,0 11.032,0 1.749,0 488,5 3.115,2
-1
Sólidos sedimentáveis (ml.L ) 7,0 4,0 325,0 98,4 12,0 141,0 30,0 1,0 250,0 48,7 13,0 75,7
Zinco (mg Zn.kg-1) 7,0 297,3 1.302,9 727,5 620,9 447,8 18,0 48,5 769,6 353,0 363,4 159,4
-1
Chumbo (mg Pb.kg ) 7,0 24,6 85,5 41,4 30,3 25,0 19,0 20,8 498,8 229,7 241,5 128,9
Cádmio (mg Cd.kg-1) 7,0 0,0 4,3 2,4 2,3 1,6 19,0 2,1 50,5 28,3 29,7 15,2
-1
Níquel (mg Ni.kg ) 7,0 2,2 34,0 18,0 16,9 11,3 19,0 11,5 207,2 95,5 104,3 52,8
Ferro (mg Fe.kg-1) 7,0 6.052,8 59.755,0 26.694,5 21.842,3 20.398,4 19,0 1.728,1 28.834,8 11.743,5 11.765,7 6.093,0
-1
Manganês (mg Mn.kg ) 7,0 83,5 115,3 189,2 213,5 378,0 19,0 22,3 256,0 139,0 128,0 55,4
Cobre (mg Cu.kg-1) 7,0 103,1 1.004,7 317,7 109,5 390,1 19,0 44,6 428,8 133,7 89,8 107,2
-1
Cromo (mg Cr.kg ) 7,0 7,4 42,2 17,8 14,9 14,3 19,0 12,7 228,5 101,6 104,1 55,8
Resultados e Discussão 107
5.000
4.500
4.000
3.500
DQO (mg.L )
-1
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
0
São Carlos-SP Campinas-SP
Figura 5.23 – Concentrações medianas de DQO da caracterização do lodo de tanques sépticos de São
Carlos-SP e da caracterização aleatória de fossas e tanques sépticos de Campinas-SP
1.200
1.050
Óleos e graxas (mg.L )
-1
900
750
600
450
300
150
0
São Carlos-SP Campinas-SP
2.700
2.400
2.100
1.800
(mg.L )
-1
1.500
1.200
900
600
300
0
Sólidos T otais Sólidos T otais Sólidos Suspensos Sólidos Suspensos
Voláteis T otais Voláteis
Analisando as Figuras 5.23; 5.24 e 5.25, bem como a Tabela 5.9, fica evidente que os
procedência conhecida (São Carlos-SP), são superiores aos encontrados na coleta aleatória
Uma das hipóteses para justificar essas diferenças recaí sobre o fato de que em
Campinas-SP há maior controle, por parte da SANASA, das empresas que efetuam o serviço
de esgotamento, garantindo que os esgotamentos das unidades sejam mais freqüentes. Além
gordura) a montante dos tanques sépticos, o que contribui para menor teor de óleos e graxas
Nas Tabelas 5.10 a 5.13 estão apresentados os resultados dos ensaios realizados com o
Tabela 5.11 – Resultados do ensaio para taxa de aplicação superficial de 110 m3.m-2.dia-1
Parâmetros Entrada Saída Flotado Eficiência de remoção (%)
N- total (mg.L-1) 506 261 833 48,5
-1
Sólidos totais (mg.L ) 7.535 1.372 17.201 81,8
Sólidos totais fixos (mg.L-1) 3.138 625 6.763 80,1
Sólidos totais voláteis (mg.L-1) 4.397 747 10.438 83,0
Sólidos suspensos (mg.L-1) 6.650 550 16.605 91,7
-1
Sólidos suspensos fixos (mg.L ) 2.193 248 6.655 88,7
-1
Sólidos suspensos voláteis (mg.L ) 4.458 303 9.950 93,2
-1
Óleos e graxas (mg.L ) 581 105 2.101 81,9
-1
DQO (mg.L ) 7.250 778 19.233 89,3
Fosfato (mg.L-1) 74 51 153 31,3
Zn (mg.L-1) 8,932 3,265 27,73 63,4
Pb (mg.L-1) 0,4 0,15 0,85 62,5
Cd (mg.L-1) 0,034 0,024 0,044 29,4
Ni (mg.L-1) 0,211 0,073 0,388 65,4
Fe (mg.L-1) 225 25,1 599 88,8
Mn (mg.L-1) 1,77 0,231 10 86,9
Cu (mg.L-1) 1,389 0,159 9,88 88,6
Cr (mg.L-1) 0,148 0,03 0,365 79,7
Coliformes Totais (NMP/100 ml) 1,64 x 10 4,2 x 10 1,6 x 106
5 4
1 log
4 3 5
Coliformes Fecais (NMP/100 ml) 1,4 x 10 1,0 x 10 7,0 x 10 1 log
Resultados e Discussão 110
Tabela 5.12 – Resultados do ensaio para taxa de aplicação superficial de 140 m3.m-2.dia-1
Parâmetros Entrada Saída Flotado Eficiência de remoção (%)
-1
N- total (mg.L ) 439 287 1.707 34,6
-1
Sólidos totais (mg.L ) 6.346 2.899 41.939 54,3
-1
Sólidos totais fixos (mg.L ) 2.701 1.240 15.088 54,1
-1
Sólidos totais voláteis (mg.L ) 3.645 1.659 26.851 54,5
-1
Sólidos suspensos (mg.L ) 5.612 2.318 38.588 58,7
-1
Sólidos suspensos fixos (mg.L ) 2.270 915 13.625 59,7
-1
Sólidos suspensos voláteis (mg.L ) 3.342 1.403 24.963 58,0
-1
Óleos e graxas (mg.L ) 737 201 5.173 72,7
-1
DQO (mg.L ) 7.000 4.076 56.230 41,8
-1
Fosfato (mg.L ) 108 87 440 19,5
-1
Zn (mg.L ) 7,433 2,977 34,860 59,9
Pb (mg.L-1) 0,620 0,400 3,950 35,5
Cd (mg.L-1) 0,043 0,026 0,102 39,5
-1
Ni (mg.L ) 0,158 0,085 0,773 46,2
Fe (mg.L-1) 112,500 55,260 890,800 50,9
Mn (mg.L-1) 1,317 0,621 9,070 52,8
Cu (mg.L-1) 1,416 0,609 11,440 57,0
Cr (mg.L-1) 0,245 0,057 1,315 76,7
Ovos de helmintos (Nº de ovos.L-1) ND ND ND –
ND: não detectado
Tabela 5.13 – Resultados do ensaio para taxa de aplicação superficial de 200 m3.m-2.dia-1
Parâmetros Entrada Saída Flotado Eficiência de remoção (%)
-1
N- total (mg.L ) 70 55 86 21,3
-1
Sólidos totais (mg.L ) 1.426 1.098 2.207 23,0
-1
Sólidos totais fixos (mg.L ) 952 742 1105 22,1
-1
Sólidos totais voláteis (mg.L ) 474 356 1102 24,9
-1
Sólidos suspensos (mg.L ) 912 752 1638 17,5
-1
Sólidos suspensos fixos (mg.L ) 645 502 790 22,1
-1
Sólidos suspensos voláteis (mg.L ) 267 250 847 6,5
-1
Óleos e graxas (mg.L ) 199 137 411 31,2
-1
DQO (mg.L ) 709 597 2278 15,7
-1
Fosfato (mg.L ) 15 12 24 15,1
Zn (mg.L-1) 0,977 0,588 1,59 39,8
Pb (mg.L-1) 0,4 0,31 0,41 22,5
-1
Cd (mg.L ) 0,046 0,037 0,02 19,6
Ni (mg.L-1) 0,076 0,06 0,097 21,1
Fe (mg.L-1) 24,26 19,85 44,76 18,2
-1
Mn (mg.L ) 0,279 0,219 0,523 21,5
Cu (mg.L-1) 0,294 0,268 0,847 8,8
-1
Cr (mg.L ) 0,06 0,041 0,082 31,7
7 6 8
Coliformes Totais (NMP/100 ml) 1,18 x 10 3,7 x 10 1,7 x 10 1 log
6 6 7
Coliformes Fecais (NMP/100 ml) 1,8 x 10 1,1 x 10 1,2 x 10 1 log
Resultados e Discussão 111
Baseando-se nas Tabelas 5.10 a 5.13, verifica-se que o lodo flotado apresentou as
seguintes porcentagens de sólidos totais: 6,2%; 1,7%; 4,2% e 0,2% para as taxas de aplicação:
80; 110; 140 e 200 m3.m-2.dia-1, respectivamente. Vale ressaltar que não foi possível fazer
todos os ensaios com um mesmo lodo. Cada ensaio foi realizado com lodo proveniente de
diferentes unidades.
Verifica-se que os resultados obtidos nos ensaios com taxas de 110 e 200 m3.m-2.dia-1
são inferiores aos dados de adensamento por flotação de lodos ativados (Tabela 3.16). Para o
presente estudo, a melhor condição de adensamento do lodo foi obtido nos ensaios efetuados
com taxa de aplicação menor que 110 m3.m-2.dia-1. Muito embora, deve-se considerar que a
variável A/S também exerce influência marcante no grande espessamento por flotação,
Tabela 5.14 – Resultados dos sólidos totais do material sedimentado durante os ensaios
Taxa de aplicação Sólidos totais Sólidos totais fixos Sólidos totais voláteis
superficial (m3.m-2.dia-1) (mg.L-1) (mg.L-1) (mg.L-1)
80 69.590 29.765 39.825
110 2.636 1.187 1.449
140 34.132 13.845 20.287
200 9797 5407 4390
necessidade de se aprimorar o sistema (aplicação de mais ar no fundo) para se obter areia com
Nota-se, pelas Tabelas 5.9; 5.10; 5.11 e 5.12 que a taxa de aplicação superficial de 110
m3.m-2.dia-1 foi a que resultou mais eficiente, em relação aos outros ensaios.
Pela análise dos resultados, nota-se que não houve remoção adequada de fósforo. Vale
ressaltar que não foram utilizados coagulantes nem polímeros nestes ensaios. Remoções de
Resultados e Discussão 112
fósforo podem ser obtidas através da precipitação química, utilizando-se coagulantes, tais
realizados.
-1 -1
DQO (mg.L ) Óleos e graxas (mg.L )
100 100
80 80
60 60
(%)
(%)
40 40
20 20
0 0
80 110 140 200 80 110 140 200
Taxa de aplicação superficial (m3.m-2.dia-1) (a) Taxa de aplicação superficial (m3.m-2.dia-1)
(b)
-1 -1
Sólidos Totais (mg.L ) Sólidos Supensos (mg.L )
100 100
80 80
60 60
(%)
(%)
40 40
20 20
0 0
80 110 140 200 80 110 140 200
Taxa de aplicação superficial (m3.m-2.dia-1) (c) Taxa de aplicação superficial (m3.m-2.dia-1) (d)
Figura 5.26 – Eficiência de remoção em relação as taxas de aplicação superficial DQO (a), Óleos (b) e
graxas, Sólidos totais (c) e Sólidos suspensos (d)
de sólidos suspensos foram maiores nos ensaios com taxa de aplicação superficial 110 e 140
m3.m-2.dia-1, por isso a taxa de aplicação de sólidos relativamente elevada e fora da faixa
Tabela 5.15 – Taxa de aplicação de sólidos dos ensaios e da faixa de variação encontrada na literatura
Taxa de aplicação de sólidos
Taxa de aplicação superficial Taxa de aplicação de sólidos recomendada na literatura
(m3.m-2.dia-1) (kg.m2.dia-1) (kg.m2.dia-1)
80 89,8
110 731,5 1 2
52,8 a 585,6
140 785,7
200 182,5
1 2
Fonte: EPA (1975); METCALF e EDDY(1991)
bolhas de ar suficiente para flotar substancialmente todos os sólidos suspensos presentes. Nos
ensaios realizados, para as taxas de aplicação de 80; 110; 140 e 200 m3.m-2.dia-1, as relações
1975, DICK, 1972). A relação de ar-sólido para as taxas de 80 e 200 m3.m-2.dia-1 foram
sólidos retidos por m3 de lodo em cada abertura das peneiras (testes em laboratório) para as
diferentes taxas de aplicação superficial utilizadas no flotador (as quais foram utilizadas para
90 90
80 80
70 70
60 60
PP (%)
PP (%)
50 50
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
(a) (b)
0,100 1,000 10,000 100,000 0,100 1,000 10,000 100,000
TAMANHO DAS PARTÍCULAS (m m ) TAMANHO DAS PARTÍCULAS (mm)
90 90
80 80
70 70
60 60
PP (%)
PP (%)
50 50
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
0,100 1,000 10,000 100,000 0,100 1,000 10,000 100,000
TAMANHO DAS PARTÍCULAS (mm)
(c) TAMANHO DAS PARTÍCULAS (mm)
(d)
Figura 5.27 – Curva granulométrica do material retido na peneira que antecedia o flotador nos ensaios:
ensaio com taxa de aplicação superficial 80 m3.m-2.dia-1 (a), ensaio com taxa de aplicação superficial
110 m3.m-2.dia-1 (b), ensaio para taxa de aplicação superficial 140 m3.m-2.dia-1 (c) e ensaio para taxa de
aplicação superficial 200 m3.m-2.dia-1 (d)
ensaios. As porcentagens foram 47,8%, 29,3%, 10,5% e 26,1% para as taxas de aplicação
superficial de 80, 110, 140 e 200 m3.m-2.dia-1, respectivamente. Portanto, conclui-se que a
tratamento
Em relação aos testes complementares com o lodo flotado, mediante digestão aeróbia,
Tabela 5.17 – Resultados do processo aeróbio de digestão do lodo flotado (taxa de aplicação
superficial de 80 m3.m-2.dia-1)
Parâmetros 1º dia 8 º dia 11 º dia Eficiência (%)
DQO (mg.L-1) 71.650 52.550 43620 39,1
Óleos e graxas (mg.L-1) 7.243 2.109 1855 74,4
Tabela 5.18 – Resultados do processo aeróbio de digestão do lodo flotado (taxa de aplicação
superficial de 110 m3.m-2.dia-1)
Parâmetros 1º dia 10º dia Eficiência (%)
DQO (mg.L-1) 19.233 16.950 11,9
-1
Óleos e graxas (mg.L ) 2.101 1.37 31,6
Tabela 5.19 – Resultados do processo aeróbio de digestão do lodo flotado (taxa de aplicação
superficial de 140 m3.m-2.dia-1)
Parâmetros 1º dia 19º dia Eficiência (%)
-1
DQO (mg.L ) 56.230 6.604 88.3
-1
Óleos e graxas (mg.L ) 5.173 497 90,0
obtidos nos ensaios com taxas de aplicação superficial de 80 e 110 m3.m-2.dia-1. Esses ensaios
foram realizados sem inoculação. Contudo, face à eficiência relativamente baixa, constatada,
optou-se por se utilizar o lodo flotado para a taxa de aplicação superficial de 140 m3.m-2.dia-1.
Decidiu-se neste caso efetuar a inoculação com lodo de um sistema de lodos ativados (ETE
Jardim das Flores, Rio Claro/SP). Neste caso, os resultados de eficiência foram bastante
6. CONCLUSÕES
mediana acima de 375 mg.L-1 e 158mg.L-1, sólidos totais da ordem de 7.500 mg.L-
1
e 5.200 mg.L-1, e expressiva demanda química de oxigênio, com mediana de
duas formas de amostragens, com coletas in situ e nas descargas dos caminhões
extraído dos tanques sépticos, visto que a retirada durante o esgotamento abrange,
matéria orgânica nas amostras, em termos de DQO, foi em torno de 7.600 mg.L-1,
mg.L-1.
limpeza. Esse fato pôde ser evidenciado nas comparações dos resultados das
118.525 mg.L-1.
atendeu aos objetivos previstos inicialmente, de forma a poder ser usada como
condições operacionais.
Conclusões 119
variável não foi controlada durante os ensaios. A remoção de matéria orgânica foi
em torno de 89%, a de sólidos totais foi de 82% e óleos e graxas de 82%. Além
sólidos em suspensão.
tendo vista que não foi observada produção expressiva de biogás nos frascos de
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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