Decreto-Lei N 268-94 PDF

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DIPLOMA/ACTO : Decreto-Lei n.

268/94 (Rectificações)

EMISSOR : Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações

DATA : Terça-feira, 25 de Outubro de 1994

NÚMERO : 247/94 SÉRIE I-A

PÁGINAS DO DR : 6433 a 6434

TEXTO :

Decreto-Lei n.º 268/94 de 25 de Outubro


A necessidade de desenvolver alguns aspectos do regime da propriedade
horizontal, aliada à opção de preservar a integração da disciplina daquele
instituto no Código Civil, explica a aprovação do presente diploma.
Na verdade, as regras aqui consagradas estatuem ou sobre matérias
estranhas à natureza de um diploma como o Código Civil ou com carácter
regulamentar, e têm o objectivo de procurar soluções que tornem mais eficaz
o regime da propriedade horizontal, facilitando simultaneamente o decorrer
das relações entre os condóminos e terceiros.
Assim:
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, o Governo
decreta o seguinte:
Artigo 1.º
Deliberações da assembleia de condóminos
1 - São obrigatoriamente lavradas actas das assembleias de condóminos,
redigidas e assinadas por quem nelas tenha servido de presidente e subscritas
por todos os condóminos que nelas hajam participado.
2 - As deliberações devidamente consignadas em acta são vinculativas tanto
para os condóminos como para os terceiros titulares de direitos relativos às
fracções.
3 - Incumbe ao administrador, ainda que provisório, guardar as actas e
facultar a respectiva consulta, quer aos condóminos, quer aos terceiros a que
se refere o número anterior.
Artigo 2.º
Documentos e notificações relativos ao condomínio
1 - Deverão ficar depositadas, à guarda do administrador, as cópias
autenticadas dos documentos utilizados para instruir o processo de
constituição da propriedade horizontal, designadamente do projecto aprovado
pela entidade pública competente.
2 - O administrador tem o dever de guardar e dar a conhecer aos condóminos
todas as notificações dirigidas ao condomínio, designadamente as
provenientes das autoridades administrativas.
Artigo 3.º
Informação
Na entrada do prédio ou conjunto de prédios ou em local de passagem comum
aos condóminos deverá ser afixada a identificação do administrador em
exercício ou de quem, a título provisório, desempenhe as funções deste.
Artigo 4.º
Fundo comum de reserva
1 - É obrigatória a constituição, em cada condomínio, de um fundo comum de
reserva para custear as despesas de conservação do edifício ou conjunto de
edifícios.
2 - Cada condómino contribui para esse fundo com uma quantia
correspondente a, pelo menos, 10% da sua quota-parte nas restantes
despesas do condomínio.
3 - O fundo comum de reserva deve ser depositado em instituição bancária,
competindo à assembleia de condóminos a respectiva administração.
Artigo 5.º
Actualização do seguro
1 - É obrigatória a actualização anual do seguro contra o risco de incêndio.
2 - Compete à assembleia de condóminos deliberar o montante de cada
actualização.
3 - Se a assembleia não aprovar o montante da actualização, deve o
administrador actualizar o seguro de acordo com o índice publicado
trimestralmente pelo Instituto de Seguros de Portugal.
Artigo 6.º
Dívidas por encargos de condomínio
1 - A acta da reunião da assembleia de condóminos que tiver deliberado o
montante das contribuições devidas ao condomínio ou quaisquer despesas
necessárias à conservação e fruição das partes comuns e ao pagamento de
serviços de interesse comum, que não devam ser suportadas pelo condomínio,
constitui título executivo contra o proprietário que deixar de pagar, no prazo
estabelecido, a sua quota-parte.
2 - O administrador deve instaurar acção judicial destinada a cobrar as
quantias referidas no número anterior.
Artigo 7.º
Falta ou impedimento do administrador
O regulamento deve prever e regular o exercício das funções de administração
na falta ou impedimento do administrador ou de quem a título provisório
desempenhe as funções deste.
Artigo 8.º
Publicitação das regras de segurança
O administrador deve assegurar a publicitação das regras respeitantes à
segurança do edifício ou conjunto de edifícios, designadamente à dos
equipamentos de uso comum.
Artigo 9.º
Dever de informação a terceiros
O administrador, ou quem a título provisório desempenhe as funções deste,
deve facultar cópia do regulamento aos terceiros titulares de direitos relativos
às fracções.
Artigo 10.º
Obrigação de constituição da propriedade horizontal e de obtenção da licença
de utilização
Celebrado contrato-promessa de compra e venda de fracção autónoma a
constituir, e salvo estipulação expressa em contrário, fica o promitente-
vendedor obrigado a exercer as diligências necessárias à constituição da
propriedade horizontal e à obtenção da correspondente licença de utilização.
Artigo 11.º
Obras
Para efeitos da aplicação do disposto nos artigos 9.º, 10.º, 12.º e 165.º do
Regulamento Geral das Edificações Urbanas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
38382, de 7 de Agosto de 1961, é suficiente a notificação do administrador do
condomínio.
Artigo 12.º
Direito transitório
Nos prédios já sujeitos ao regime de propriedade horizontal à data da entrada
em vigor do presente diploma deve, no prazo de 90 dias, ser dado
cumprimento ao disposto no artigo 3.º
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 28 de Julho de 1994. - Aníbal
António Cavaco Silva - Luís Francisco Valente de Oliveira - Álvaro José
Brilhante Laborinho Lúcio - Luís Filipe Alves Monteiro - Joaquim Martins
Ferreira do Amaral - Fernando Manuel Barbosa Faria de Oliveira.
Promulgado em 7 de Outubro de 1994.
Publique-se.
O Presidente da República, MÁRIO SOARES.
Referendado em 10 de Outubro de 1994.
O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva.

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