Mensagem, Santillana
Mensagem, Santillana
Mensagem, Santillana
O Quinto Império
Primeiro
O dos Castelos
A Europa jaz, posta nos cotovelos:
De Oriente a Ocidente jaz, fitando,
E toldam-lhe românticos cabelos
Olhos gregos, lembrando.
Compreensão • Interpretação
1. Neste poema, a Europa é retratada como uma figura feminina.
1.1 Identifique os países do continente europeu aqui referidos
e as partes do corpo a eles associadas.
1..2 Interprete o facto de a figura feminina (Europa) estar
deitada.
2. Explique como, na primeira estrofe, se representa a importância
da civilização da Grécia Antiga para a Europa.
3. Indique onde pousam os cotovelos esquerdo e direito e interprete
o que representam esses lugares.
3.1 Explicite o que pode simbolizar o facto de a mão direita
«sustentar» o rosto.
4. Interprete o sentido da terceira estrofe do poema.
4.1 Comente a expressividade do adjetivo «fatal» (de fado) no
verso 10.
4.2 Identifique o recurso estilístico presente no verso 11 e
comente a sua expressividade. Ficha 20
5. Interprete a repetição do verbo «fitar», mostrando que há algo de
profético neste olhar.
6. Identifique o(s) temas(s) tratado(s) no poema.
Gramática
1. Identifique os referentes dos seguintes elementos: Ficha 14
a) «-lhe» (v. 3)
b) «Aquele» (v. 7)
c) «Este» (v. 8)
d) «se» (v. 9)
2. Identifique a função sintática dos seguintes
constituintes: Ficha 6
a) «recuado» (v. 5)
b) «a mão» (v. 9)
c) «em que se apoia o rosto» (v. 9)
d) «o rosto» (v. 9)
Escrita
1. Redija uma exposição bem estruturada, de duzentas (200) a
trezentas (300) palavras, sobre um momento ou um acontecimento
importante da História de Portugal. Realize uma investigação prévia
sobre o tema, prepare notas de leitura e planifique o texto. Ao redigir a
composição, identifique as fontes utilizadas (em rodapé ou numa
bibliografia) e cite-as corretamente. Manuscrito ou redigido em
computador, nunca se esqueça da necessária revisão final ao seu texto.
I. OS CAMPOS
Segundo
O das Quinas
Os Deuses vendem quando dão.
Compra-se a glória com desgraça.
Ai dos felizes, porque são
Só o que passa!
Compreensão • Interpretação
1. Explique o significado do primeiro verso, «Os Deuses vendem
quando dão.», relacionando-o com o segundo, «Compra-se a glória
com desgraça.».
2. Identifique o recurso estilístico presente nos versos «Baste a
quem baste o que lhe basta / O bastante de lhe bastar!» (vv. 5 e 6) e
explicite o seu valor expressivo. Ficha 20
3. Relacione o verso «Ter é tardar.» (v. 8) com a globalidade do
poema.
4. Aponte a razão por que, na terceira estrofe, é feita referência a
Cristo.
5. Tendo em conta as conclusões a que chegou na secção «Antes
de ler», estabeleça a relação entre o título e o conteúdo do poema.
Gramática
1. Indique o valor aspetual das formas verbais destacadas. Ficha
15
a) «Ter é tardar.» (v. 8)
b) «Assim o opôs à Natureza / E Filho o ungiu.» (vv. 11 e 12)
II. OS CASTELOS
Primeiro
Ulisses
O mito é o nada que é tudo.
O mesmo sol que abre os céus
É um mito brilhante e mudo —
O corpo morto de Deus,
Vivo e desnudo.
Compreensão • Interpretação
1. Identifique o recurso estilístico presente no verso 1 e explicite o
seu valor expressivo. Ficha 20
2. Tendo em conta as conclusões a que chegou na secção «Antes de
ler», procure explicitar a relação que é estabelecida no poema entre o
«sol que abre os céus» (v. 2) e «o corpo morto de Deus / Vivo e
desnudo» (vv. 4 e 5).
3. Identifique o referente do pronome «Este» (v. 6).
4. Explicite o significado da segunda estrofe, relacionando-a com o
primeiro verso: «O mito é o nada que é tudo.»
5. Estabeleça a relação entre os versos «Assim a lenda se escorre / A
entrar na realidade / E a fecundá-la decorre.» (vv. 11 a 13) e a segunda
estrofe.
6. Tendo em conta a globalidade do poema, explicite a relação
realidade/morte e mito/vida que é estabelecida no texto.
II. OS CASTELOS
Sexto
D. Dinis
Na noite escreve um seu Cantar de Amigo
O plantador de naus a haver,
E ouve um silêncio múrmuro1 consigo:
É o rumor dos pinhais que, como um trigo
De Império, ondulam sem se poder ver.
Compreensão • Interpretação
1. Relacione as informações que obteve sobre o rei D. Dinis e o
pinhal de Leiria na secção «Antes de ler» com os versos 1 e 2.
2. Identifique o recurso estilístico presente no verso «E ouve um
silêncio múrmuro consigo » (v. 3) e explicite o seu valor
expressivo. Ficha 20
3. Explique o significado da comparação entre «pinhais» e «trigo
[de] Império» (vv. 4-5).
4. Explicite o sentido dos versos 6 e 7: «Arroio, esse cantar, jovem e
puro, / Busca o oceano por achar;»
5. Indique o motivo por que a «fala dos pinhais» é associada a um
«marulho obscuro» (v. 8).
6. Tendo em conta a globalidade do texto — bem como as
conclusões a que chegou sobre a simbologia da noite na secção «Antes
de ler» —, procure interpretar o facto de o poema se desenrolar neste
período do dia.
Gramática
1. Para responder a cada um dos itens, selecione a única opção que
permite obter uma afirmação correta. Ficha 6
1.1 O constituinte «Na noite» (v. 1) desempenha a função
sintática de
(A) modificador da frase.
(B) modificador do grupo verbal.
(C) complemento oblíquo.
(D) modificador restritivo do nome.
1.2 O constituinte «O plantador de naus a haver» (v. 2) desempenha
a função sintática de
(A) complemento direto.
(B) complemento indireto.
(C) complemento oblíquo.
(D) sujeito simples.
1.3 O constituinte «jovem e puro» (v. 6) desempenha a função
sintática de
(A) complemento do nome.
(B) complemento do adjetivo.
(C) modificador apositivo do nome.
(D) modificador restritivo do nome.
1.4 O constituinte «o oceano por achar» (v. 7) desempenha
a função sintática de
(A) sujeito simples.
(B) complemento direto.
(C) complemento oblíquo.
(D) modificador do grupo verbal.
1.5 O constituinte «o som presente desse mar futuro» (v. 9)
desempenha a função sintática de
(A) complemento direto.
(B) predicativo do sujeito.
(C) sujeito simples.
(D) complemento indireto.
Escrita
1. Considere a afirmação: «A galeria dos heróis, que Deus sagrou
“em honra e em desgraça” para a nostalgia e demanda do Infinito (“O
mar sem fim é português”), está em Mensagem em função do futuro
que nebulosamente prenunciam. […] O passado, na lógica misteriosa
das nações, inclui o porvir.» (Jacinto do Prado Coelho, Diversidade e
unidade em Fernando Pessoa, Lisboa, Verbo, 1990).
Quinta
Lima de Freitas, D. Sebastião, o Encoberto, pormenor (painel de
azulejos, 1996).
Compreensão • Interpretação
1. Identifique o sujeito lírico do poema.
1.1 Explicite a situação e/ou o momento em que o eu poético
profere o discurso.
1.2 Qual é a pertinência de o poema ser enunciado na primeira
pessoa?
2. Interprete a noção de «loucura» formulada por este poema.
2.1 Comente a repetição de palavras na expressão «Louco, sim,
louco, […]» (v. 1).
2.2 Caracterize esse eu poético que fala no texto.
II.
Horizonte
Ó mar anterior a nós, teus medos
Tinham coral e praias e arvoredos.
Desvendadas a noite e a cerração,
As tormentas passadas e o mistério,
Abria em flor o Longe, e o Sul sidério1
Splendia2 sobre as naus da iniciação.
Compreensão • Interpretação
1. Explicite o contraste passado/presente que é estabelecido no
poema. Fundamente a resposta com citações textuais pertinentes.
2. Explique o significado simbólico do facto de o «Sul sidério» (v. 5)
resplandecer sobre «as naus da iniciação» (v. 6).
3. Indique o motivo por que as caravelas portuguesas são
designadas como «naus da iniciação» (v. 6).
4. Demonstre que na segunda estrofe há um movimento
progressivo de revelação da costa que se avistava no horizonte.
5. Explicite o significado do verso «Os beijos merecidos da
Verdade» (v. 18).
6. Identifique o recurso estilístico presente em «O sonho é ver as
formas invisíveis / Da distância imprecisa» (vv. 13 e 14) e explicite o
seu valor expressivo. Ficha 20
7. Relacione o poema com o seu título.
IV.
O Mostrengo
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,
E disse, «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tetos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo,
«El-Rei D. João Segundo!»
X.
Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Segundo
O Quinto Império
Triste de quem vive em casa,
Contente com o seu lar,
Sem que um sonho, no erguer de asa,
Faça até mais rubra a brasa
Da lareira a abandonar!
Compreensão • Interpretação
1. Nas duas primeiras estrofes do poema caracteriza-se uma atitude
conformista perante a vida.
1.1 Explicite a forma como o conformismo é apresentado
nessas estrofes.
1.2 Explique as consequências desse conformismo, segundo os
versos 8 a 10.
2. Interprete o verso «Ser descontente é ser homem» (v. 13).
3. Identifique o recurso estilístico presente nos versos 14 e 15 e
comente a sua expressividade. Ficha 20
4. Explique a referência aos «quatro tempos» (vv. 16 e 17),
relacionando-a com o conceito do Quinto Império.
5. Interprete os dois versos finais do poema.
Gramática
1. Selecione, de entre as hipóteses apresentadas, aquela que
completa corretamente cada uma das afirmações.
1.1 No verso «Triste de quem vive em casa» (v. 1), o verbo tem
um valor aspetual Ficha 15
(A) imperfetivo.
(B) iterativo.
(C) habitual.
(D) genérico.
1.2 O constituinte «com o seu lar» (v. 2) desempenha a função
sintática de Ficha 6
(A) modificador do grupo verbal.
(B) complemento do adjetivo.
(C) complemento oblíquo.
(D) modificador restritivo do nome.
1.3 O sujeito da frase «Vive porque a vida dura.» (v. 7) é
(A) simples.
(B) nulo indeterminado.
(C) nulo expletivo.
(D) nulo subentendido.
III. Os Tempos
Quinto
Nevoeiro
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
É a Hora!
Valete, Fratres.1
Compreensão • Interpretação
1. O poema dá conta da indefinição e da decadência de Portugal em
diferentes domínios.
1.1 Transcreva expressões ou versos que aludam a essa
indefinição e a uma crise nos domínios político, dos valores e da
identidade nacional.
1.2 Comente a expressividade das enumerações que iniciam as
estrofes 1 e 2.
1.3 Transcreva duas antíteses presentes no poema e comente a
sua expressividade.
2. Caracterize o estado de espírito do sujeito poético face à situação
da Pátria.
2.1 Explique porque se pode afirmar que esta composição
poética sobre a Pátria é um poema lírico.
3. Identifique o tom que domina o poema.
3.1 O tom altera-se na estrofe final. Identifique o tom do verso
final, «É a Hora!», e comente esta alteração.
4. Encontramos no poema um elevado número de vocábulos com
conotação negativa.
4.1 Transcreva algumas dessas palavras e comente a sua
expressividade.
5. Interprete o verso 10: «(Que ânsia distante perto chora?)»
6. Explique o sentido do verso final do poema: «É a Hora!»
7. Interprete o valor simbólico do nevoeiro, tendo em conta a
conotação negativa e positiva
que assume no poema.
Gramática
1. Selecione, de entre as hipóteses apresentadas, aquela que
completa corretamente cada uma das afirmações.
1.1 O travessão no fim do verso 4 serve para Ficha 25
(A) introduzir o discurso direto.
(B) reformular o que antes foi dito.
(C) contrapor uma ideia à que antes fora referida.
(D) introduzir o desenvolvimento da ideia anteriormente
referida.
1.2 A oração «que coisa quer» (v. 7) é uma Ficha 7
(A) subordinada substantiva completiva.
(B) subordinada substantiva relativa.
(C) subordinada adjetiva relativa explicativa.
(D) subordinada adjetiva relativa restritiva.
1.3 A locução conjuncional coordenativa «nem… nem» (v.
9) é
Ficha 5
(A) copulativa.
(B) adversativa.
(C) disjuntiva.
(D) explicativa.
Escrita
1. Elabore um texto de opinião bem estruturado, com um mínimo
de duzentas (200) e um máximo de trezentas (300) palavras, dando
conta da situação de Portugal (política, social e/ou económica).
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois
argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo
significativo.
Quer o texto seja manuscrito quer seja redigido em computador,
preceda-o sempre de uma planificação e, no fim, sujeite-o a uma
cuidada revisão.
Sistematização de
conhecimentos
O IMAGINÁRIO ÉPICO
1. A natureza épico-lírica da obra
A natureza épico-lírica de Mensagem assenta no facto de os
quarenta e quatro poemas que a compõem revelarem marcas de
ambos os domínios literários. O leitor reconhece um carácter
híbrido que resulta do cruzamento do género da epopeia e
do modo lírico, como se pode ver, por exemplo, em «O
Infante» (Segunda parte: Mar Português: I):
No essencial, a dimensão épica destas composições emerge
quando elas tratam, frequentemente em esboço narrativo,
uma figura histórica importanteou um episódio grandioso do
passado. Como sucede nas epopeias, essas personalidades ou
esses acontecimentos são enaltecidos; a eles se atribui um
estatuto glorioso. Mais ainda, e de acordo com os códigos do
género épico, os poemas de Mensagem celebram os feitos,
as qualidades e os momentos maiores do passado pátrio.
Tal é o que sucede quando o Homem do Leme vence o
Mostrengo ou quando se fala nos sacrifícios dos portugueses para
conquistar o mar («Mar português»).
A par da sua faceta épica, emerge
em Mensagem uma dimensão lírica, que se manifesta numa
vertente mais introspetiva dos poemas. Como é característico
deste modo literário, encontramos um sujeito poético que, no
seu discurso, dá conta do seu mundo interior, dos seus
sentimentos, das suas reflexões sobre Portugal e o seu
destino. Não raro, este eu poético parece assumir a voz de
todo um povo.
Fernão de Magalhães1
No vale clareia uma fogueira.
Uma dança sacode a terra inteira.
E sombras disformes e descompostas
Em clarões negros do vale vão
Subitamente pelas encostas,
Indo perder-se na escuridão.
ATO TERCEIRO
Cena I
MANUEL DE SOUSA, sentado num tamborete ao pé da mesa, o
rosto inclinado
sobre o peito, os braços caídos e em completa prostração de espírito
e de
corpo; num tamborete, do outro lado, JORGE, meio encostado para a
mesa,
com as mãos postas e os olhos pregados no irmão.
GRUPO II
Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.
identifica a opção
escolhida.
Leia com atenção o artigo de opinião.
Coragem Portugueses
GRUPO III
«A coragem que vence o medo tem mais elementos de
grandeza que aquela que não o tem. Uma começa
interiormente; outra é puramente exterior. A última faz frente
ao perigo; a primeira faz frente, antes de tudo, ao próprio temor
dentro da sua alma.»
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada
por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /opôs-
se-lhe/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos
algarismos que o constituam (ex.: /2016/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados (entre duzentas e
trezentas palavras), há que atender ao seguinte:
— um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até
5 pontos) do texto produzido;
— um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.