Fitos 28-16-PB
Fitos 28-16-PB
Fitos 28-16-PB
Corpo Editorial:
Angelo Cunha, UFRJ (in memoriam) Luis Vitor Sacramento, UNESP – Araraquara
Anny Magali Maciel Trentini, GETEC, Herbarium Mahabir Gupta, Universidad do Panamá
Benjamin Gilbert, FIOCRUZ Manuel Odorico de Moraes Filho, UFCE
Carmen Penido, FIOCRUZ Maria Aparecida Medeiros Maciel, UFRN
Cecília Veronica Nunez, INPA Maria Cristina Marcucci Ribeiro, UNIBAN
Claudia do Ó Pessoa, UFCE Maria Fâni Dolabela, UFPR
Cristina Dislich Ropke, Centroflora Mary Ann Foglio, CPQBA-UNICAMP
Edeltrudes de Oliveira Lima, UFPB Paulo Kageyama, USP
Elfriede Marianne Bacchi, USP Rivaldo Niero, UNIVALI
Emídio Vasconcelos Leitão da Cunha, UFPB Ronan Batista, UFBA
Emiliano Barreto, UFAL Rosendo Augusto Yunes, UFSC
Fernão Castro Braga, UFMG, Sônia Soares Costa, UFRJ
João Antonio Pegas Henriques, UFRGS Suzana Guimarães Leitão, UFRJ
João Carlos Palazzo de Mello, UEM Thereza Christina Barja Fidalgo, UERJ
João Ernesto de Carvalho, CPQBA – UNICAMP Valdir Cechinel Filho, UNIVALI
João Marcos Hausmann Tavares, UFRJ Valdir Florencio da Veiga Junior, UFAM
José Maria Barbosa Filho, UFPB Wagner Luiz Barbosa, UFPA
Lucio Ferreira Alves, FIOCRUZ Wagner Vilégas, UNESP – Araraquara
Luis Carlos Marques, UNIBAN
REVISTA FITOS
Ministério da Saúde
Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ
Instituto de Tecnologia em Fármacos – Farmanguinhos
Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde - NGBS
Correspondência / Mail
Toda correspondência deve ser enviada para:
All mail should be sent to:
Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde – NGBS
Complexo Tecnológico de Medicamentos – CTM Farmanguinhos, FIOCRUZ
Av. Comandante Guaranys, 447 Jacarepaguá - Rio de Janeiro
RJ - CEP 22775-903
revistafitos@far.fiocruz.br
tel.: (21) 3348-5370, 3348-5598
Assinaturas/Subscriptions
Pedidos e informações sobre assinaturas podem ser obtidos por telefone ou e-mail.
Subscriptions orders or enquiries may be obtainded by phone or e-mail.
Tel: (21) 3348-5370, 3348-5598
E-mail : revistafitos@far.fiocruz.br
Classificação CAPES-Qualis
Qualis B5 (Medicina e Ciências Biológicas II, Biodiversidade, Saúde Coletiva)
Qualis B4 (Engenharia e Biodiversidade)
Qualis C (Ciências Biológicas I e II, Farmácia, Biotecnologia, Química)
Escritório Editorial
Assistente Editorial – Yolanda Castro Arruda
Gerente Editorial – Preciosa de Jesus Meireles de Oliveira
Gerente de Comunicação – Denise Monteiro da Silva
Administrador SEER e Designer – Eugênio Fernandes Telles
Revisora – Tatiana Vasconcelos Chaves Pontes
Auxiliar Administrativo – Luana Antonio Oliveira
Associada à ABEC
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca de
Medicamentos e Fitomedicamentos/ Farmanguinhos / FIOCRUZ – RJ
Revista Fitos: pesquisa, desenvolvimento e inovação em fitoterápicos. / Fundação Oswaldo Cruz; Instituto de
Tecnologia em Fármacos; Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde. – v.1, n.1, (Jun. 2005), - . Rio de Janeiro:
NGBS, 2005 – v.: il.
Revista Fitos
e-ISSN 2446-4775
Volume 9, número 4
Outubro-Dezembro, 2015
APRESENTAÇÃO
Alaíde Braga, Rosane Abreu 258-259
EDITORIAL
Regina Nacif, Maria Helena Monteiro e Orlando Nascimento 260
FARMACOLOGIA
Farmacovigilância de plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil: uma breve revisão
Pharmacovigilance in medical plants and phytotherapics in Brazil: a brief review
Leonardo Leal, Carla Tellis 261-264
FARMACOLOGIA
Fitoterapia na odontologia: levantamento dos principais produtos de origem vegetal para saúde bucal
Phitotherapy in desntistry: plant products for oral heath
Maria Helena Monteiro, Sandra Fraga 265-268
Entre os 8 trabalhos publicados, 6 são da área da Inovação, que aceita estudos sobre Gestão, Política e CT&I
em Saúde e 2 são de Farmacologia.
No primeiro grupo, 3 comunicações abordam questões políticas. Andréa Gomes e Regina Nacif, em “Diagnóstico
para Implantação do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, nos Municípios do Estado do Rio
de Janeiro” apresentam um estudo preliminar para embasar um diagnóstico, com vistas à implantação do
Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos nos municípios do Estado do Rio de Janeiro. O estudo
revelou que 27 secretarias municipais de saúde têm interesse na implantação de serviço de fitoterapia. Estes
municípios foram, então, considerados aptos para dar continuidade ao andamento do processo de diagnóstico,
em que serão apuradas informações sobre as condições adequadas para o serviço de Fitoterapia na Atenção
Básica das secretarias Municipais de Saúde.
Já Fabíola Martins, Glauco Villas Bôas e Leandro Rocha, na comunicação intitulada “Estudo da PNPIC r da
PNPMF e seus reflexos no Estado do Rio de Janeiro”, através da análise de documentos que definem a Política
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) e a Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares (PNPIC), concluíram que a implementação da PNPMF, em âmbito nacional, avançou mais que
a PNPIC, no que diz respeito à elaboração das normas e à regulamentação. Ambas, no entanto, avançaram na
ampliação da oferta de serviços e de produtos da fitoterapia na rede pública e impactaram a aprovação de
políticas públicas do setor.
A comunicação com o título “Parcerias para o desenvolvimento produtivo (PDPS) como estratégia de acesso
aos medicamentos” de Bianca Macedo e Ana Claudia Dias revela que as parcerias constituídas por laboratórios
públicos nacionais e laboratórios privados, a partir da Lista de Medicamentos Estratégicos disponibilizada pelo
Ministério da Saúde, contribuem para o fortalecimento do complexo produtivo nacional bem como para o
desenvolvimento econômico, científico e tecnológico do país. As PDPs, portanto, podem ser consideradas
instrumentos de políticas públicas e poderão ser utilizadas para apoiar a implementação da Política Nacional de
Plantas Medicinais e Fitoterápicos.
As demais comunicações da área de Inovação exploram aspectos de CT&I em Saúde. Orlando Nascimento e José
Maldonado, na comunicação “Desempenho comercial dos insumos farmacêuticos vegetais no Brasil”, ao analisar
o desempenho comercial destes insumos a partir de dados secundários de exportação/importação disponíveis no
Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior via Internet (ALICEweb, 2013), no período de janeiro de
2002 a dezembro de 2013, demonstraram que o Brasil apresenta uma grande dependência e indicaram a
necessidade do desenvolvimento de políticas públicas para o estímulo da produção de insumos farmacêuticos
vegetais de alto valor agregado e estratégias para o fortalecimento de aglomerações produtivas no Brasil.
258
No trabalho “Identificação e análise da base científica em medicamentos da biodiversidade Amazônica” de Fabiana
Frickmann e Glauco Villas Bôas, fizeram um levantamento das competências institucionais e organizacionais
relacionadas com a inovação em medicamentos da biodiversidade amazônica e identificaram 93 grupos
estratégicos para o desenvolvimento da área de pesquisa e produção de plantas medicinais e fitoterápicos na
Amazônia legal, ressaltando a multidisciplinaridade dos líderes, o que evidencia a complexidade do tema.
Em uma abordagem histórica, Preciosa Oliveira e Benjamin Gilbert, na comunicação breve intitulada
“Reconhecimento das plantas medicinais de uso tradicional no Brasil: a relevância e o pioneirismo da Casa
Granado” revelaram que a Casa Granado, durante aproximadamente 50 anos (fim do séc. XIX e início do séc.
XX), utilizaram 381 plantas medicinais. Destas, 67 plantas fazem parte da 1ª Farmacopeia Brasileira, com
comprovação da eficácia e segurança em literatura técnico-científica. Dentre essas plantas, 5 delas constam de
registro simplificado na ANVISA. Os autores concluíram que outras plantas desta listagem podem ser registradas
nas listas da ANVISA com registro simplificado, com base no uso tradicional, aproveitando estudos técnico-
científicos mais recentes para complementar as informações relativas a segurança e eficácia.
Na área de Farmacologia, os trabalhos apresentados trazem importantes contribuições. Leonardo Leal e Carla
Junqueira, em “Farmacovigilância de Plantas Medicinais no Brasil: uma breve revisão”, enfatizam a importância
da farmacovigilância de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos no Brasil, visando a diminuição de
ameaça que os efeitos adversos e interações medicamentosas têm sobre a população. Contribuem, assim, para
a tomada de decisão racional e correta por profissionais de saúde que trabalham nesta área. Farmacovigilância
de plantas e medicamentos fitoterápicos no Brasil ainda está em sua infância, possivelmente motivado pela
formação deficiente dos profissionais de saúde, a crença na inocuidade de plantas medicinais e automedicação.
O último trabalho “Fitoterapia na Odontologia: levantamento dos principais produtos de origem vegetal para a
saúde bucal” de Maria Helena Monteiro e Sandra Magalhães, realizaram uma revisão e sistematização da
literatura científica sobre produtos de origem vegetal indicados para a Odontologia, visando contribuir para
promover o seu uso pelos cirurgiões-dentistas.
A concentração de trabalhos na área da Inovação anuncia o diferencial do escopo da Revista Fitos em relação
a outras publicações que tratam de plantas medicinais. A cadeia produtiva de medicamentos da biodiversidade
caracteriza-se por ser extremamente complexa, envolvendo diversos setores produtivos. Assim, a Revista Fitos,
pelo compromisso com a inovação neta área, abre seu escopo e divulga a produção científica multidisciplinar.
259
EDITORIAL
A Revista Fitos abre oportunidade, neste número, aos alunos e professores do curso de Gestão da Inovação
em Fitomedicamentos de divulgarem os importantes estudos desenvolvidos como Trabalhos de Conclusão
de Curso (TCC).
Estes trabalhos foram adequados ao formato de Comunicação Breve e apresentam fundamentos teóricos e
conceituais relacionados às temáticas: Inovação, Saúde, Biodiversidade e Gestão na perspectiva do uso
sustentável da biodiversidade para o desenvolvimento de medicamentos de origem vegetal.
Esta publicação compartilha idéias e reflexões acerca de temas relevantes referentes às diversas fases da
cadeia produtiva dos medicamentos da Biodiversidade e identifica potencialidades do corpo discente e docente
do curso na produção técnico-científica. Esta publicação revela, ainda, o propósito do curso de mudar
paradigmas na construção de conhecimento e nas práticas de intervenção que agreguem valores e mudanças
aos projetos relacionados à sustentabilidade e manejo da biodiversidade brasileira.
Espera-se que este número da Revista Fitos possa revelar à Comunidade Cientifica o potencial deste curso que
abrange e qualifica os alunos nas mais diferentes áreas do conhecimento relacionadas à Saúde, Biodiversidade,
Gestão e Inovação e que se interessam pela promoção de políticas e programas visando o uso sustentável da
biodiversidade e o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional.
Boa leitura!
260
FARMACOLOGIA
DOI 10.5935/2446-4775.20150020
1
Monografia apresentada junto ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu de Especialização em Gestão da Inovação em Fitomedicamentos,
do Instituto de Tecnologia de Fármacos, Farmanguinhos/FIOCRUZ.
2
Aluno do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu de Especialização em Gestão da Inovação em Fitomedicamentos, do Instituto de Tecnologia
de Fármacos, Farmanguinhos/FIOCRUZ.
3
Departamento de Produtos Naturais, Farmanguinhos/FIOCRUZ.
Correspondência: carlatellis@far.fiocruz.br
Resumo
Atualmente, o consumo de medicamentos à base de plantas vem aumentando em todo o mundo. Este uso
descontrolado pode representar um risco grave para a saúde da população porque as plantas medicinais e
fitoterápicos representam misturas complexas de substâncias que podem muitas vezes interagir com outras e
ter um efeito adverso. Este trabalho pretende enfatizar a importância da farmacovigilância de plantas medicinais
e medicamentos fitoterápicos no Brasil, a fim de diminuir a ameaça que os efeitos adversos e interações
medicamentosas têm sobre a população e contribuir para a tomada de decisão racional e correta por
profissionais de saúde que trabalham nesta área. Farmacovigilância de plantas medicinais e medicamentos
fitoterápicos no Brasil ainda estão em sua infância. Este fato pode ser explicado pela deficiência na formação
dos profissionais de saúde, a crença em plantas naturais inócuos medicinais e fitoterápicos e automedicação.
Abstract
Nowadays consumption of herbal medicines has been increasing worldwide.This uncontrolled use can present a
serious risk to the health of the population because medicinal plants and herbal medicines represent complex
mixtures of substances that can often interact with others and have an adverse effect. This work intends to
emphasize the importance of the pharmacovigilance of medicinal plants and herbal medicines in Brazil, in order
to decrease the threat that the adverse effects and drug interactions have on the population and to contribute to
the rational and correct decision making by health professionals working in this area. Pharmacovigilance of
medicinal plants and herbal medicines in Brazil is still in its infancy. This fact can be explained by deficiency in
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 261
the training of health professionals, the belief in innocuous natural medicinal plants and herbal medicines and
self-medication.
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 263
Puppo e Silva (2008) avaliaram o uso concomitante Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.
de medicamentos fitoterápicos e medicamentos Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 jun.2006.
convencionais na Farmácia Escola da Universidade
Municipal de São Caetano do Sul. Eles constataram GALLO, M.; SARKAR, M.; AU, W.; PIETRZAK, K.;
que dos 56 pacientes idosos que faziam o uso de COMAS, B.; SMITH, M.; JAEGER, T.V.; EINARSON,
ácido acetilsalicílico, 18 utilizavam A.; KOREN, G. 2000. Pregnancy outcome following
concomitantemente o fitoterápico Ginkgo biloba. Tal gestational exposure to Echinacea: a prospective
associação aumenta os riscos da ocorrência de controlled study. Archieves of Internal Medicine,
hemorragias. Esta situação ilustra a necessidade de v.160, p.3141-3143.
uma maior atuação dos profissionais de saúde a fim
de evitar possíveis interações medicamentosas, LORENZI, H.; MATOS, F.J.A. 2002. Plantas
especialmente para a terceira idade, quando é medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Instituto
comum a ocorrência de polifarmácia. Plantarum, Nova Odessa-SP, 544p.
1
Monografia apresentada junto ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu de Especialização em Gestão da Inovação em Fitomedicamentos,
do Instituto de Tecnologia de Fármacos, Farmanguinhos/FIOCRUZ.
2
Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde (NGBS), Farmanguinhos/FIOCRUZ.
3
Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde (NGBS), Farmanguinhos/FIOCRUZ-CFMA.
Correspondência: mhduraes@yahoo.com.br
Resumo
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), do Ministério da Saúde, insere o uso
das plantas medicinais e da Fitoterapia no Sistema Único de Saúde (SUS), tendo sido o reconhecimento do
exercício da Fitoterapia pelo cirurgião-dentista regulamentado em 2008 pelo Conselho Federal de Odontologia.
No entanto para a Odontologia esta opção terapêutica ainda é pouco utilizada. Assim sendo, o objetivo do
trabalho foi revisar e sistematizar os dados da literatura científica sobre os produtos de origem vegetal indicados
para a Odontologia, contribuindo para promover o seu uso pelos cirurgiões-dentistas.
Abstract
The National Policy of Integrative and Complementary Practices of the Ministry of Health, considered the use of
medicinal plants and herbal medicine in the Unified Health System (SUS), which was the recognition of the
practice of herbal medicine by the regulated dentist in 2008 the Conselho Federal de Odontologia However for
Dentistry this treatment option is not widely used. Therefore, the purpose of review and systematize the work of
the scientific literature data on plant products indicated for dentistry, helping to promote its use by dentists.
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 265
Metodologia
Introdução
O presente trabalho foi realizado através da
As plantas sempre estiveram ligadas ao cotidiano revisão da literatura especializada por abordagem
do homem, servindo de alimento e remédio aos indutiva, com procedimento comparativo-
seus males e estima-se que aproximadamente estatístico por meio de técnica de documentação
40% dos medicamentos atualmente disponíveis indireta (documental e bibliográfica).
foram desenvolvidos direta ou indiretamente a
partir de fontes naturais sendo 25% obtidos de Os dados foram obtidos nas publicações
plantas (Calixto, 2003). Nas últimas décadas, o científicas de referência (monografias de
interesse pelas terapias naturais tem aumentado farmacopeias oficiais) e nas bases de dados
significativamente achando-se em expansão o uso indexadas, BIREME (Biblioteca Virtual em Saúde)
de plantas medicinais e de fitoterápicos. e Medline.
A fitoterapia tem a vantagem de apresentar baixo Os nomes científicos e as famílias botânicas foram
custo no processo de promoção da saúde, atualizados a partir das bases de dados dos
condizente com o momento atual da humanização endereços eletrônicos da Lista de Espécies da
da relação profissional/paciente, tanto nas Flora do Brasil (JBRJ, online), Tropicos® do
políticas públicas quanto nas ações sociais. Missouri Botanic Garden (TROPICOS®, online) e
do The International Plant Names (INPI, online).
A Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares (PNPIC), do Ministério da Saúde,
insere o uso da Fitoterapia no Sistema Único de Resultados e Discussão
Saúde (SUS) (Brasil, 2006a e 2006b), mas para
No total foram relacionadas 24 espécies vegetais
Odontologia, esta prática terapêutica ainda é
em 35 preparações, contendo espécie única ou em
pouco utilizada.
associação, à base de plantas distribuídas por
classes terapêuticas (anestésico tópico,
O cirurgião-dentista está apto a prescrever e se
ansiolítico, antifúngico, anti-inflamatório,
utilizar das Práticas Integrativas e
antisséptico bucal, antiviral, hemostático,
Complementares à saúde bucal em benefício dos
hidratante/protetor epidérmico e outros) e cinco
seus pacientes. No entanto, a inclusão da
especialidades farmacêuticas.
Fitoterapia nos procedimentos odontológicos na
rotina da prática clínica, constitui-se ainda de um
As espécies citadas nessas preparações foram,
desafio a ser superado.
alecrim (Rosmarinus officinalis L.), alecrim-
pimenta (Lippia origanoides Kunth), arnica
Assim, o objetivo geral do presente trabalho foi
(Arnica montana L.), barbatimão
revisar e sistematizar os dados da literatura
(Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville),
científica sobre os produtos de origem vegetal
calêndula (Calendula officinalis L.), camomila
indicados para a Odontologia, contribuindo para
(Matricaria chamomilla L.), cacau (Theobroma
promover o seu uso pelos cirurgiões-dentistas.
cacau L.), capim-limão (Cymbopogon citratus
(DC.) Stapf), cavalinha (Equisetum arvense L.),
copaíba (Copaifera spp.), crataégus (Crataegus
Fitoterapia na odontologia: levantamento dos principais produtos de origem vegetal para saúde bucal
266 Maria Helena Durães Alves Monteiro, Sandra Aparecida P. M. Fraga
curvisepala Lindm.), cravo- da-Índia (Syzygium No entanto, a área oferece possibilidades nas
aromaticum (L.) Merr. & L.M. Perry), equinácea áreas do conhecimento, pesquisa,
(Echinacea purpurea (L.) Moench), guaco desenvolvimento e inovação, cujo resultado será
(Mikania glomerata Spreng.), malva (Malva benéfico para a população como um todo, seja na
sylvestris L.), maracujá (Passiflora incarnata L.), utilização direta do recurso terapêutico, ou ainda,
melissa (Melissa officinalis L.), passiflora através do aperfeiçoamento tecnológico para a
(Passiflora edulis Sims), romã (Punica granatum sociedade.
L.), rosa rubra (Rosa gallica L.), salgueiro branco
(Salix alba L.), salvia (Salvia officinalis L.),
tanchagem (Plantago major L.), unha-de-gato Referências
(Uncaria tomentosa (Willd.) DC.), citadas nas BIREME, online. Disponível em:
farmacopeias oficiais, sendo passíveis de serem http://pesquisa.bvsalud.org/portal/advanced/
prescritas e utilizadas na prática clínica.
BRASIL. 2006a. Ministério da Saúde. Política
Considerando-se a Classificação CID-10 Nacional de Práticas Integrativas e
Odontológica (OMS, 1996) destacaram-se com Complementares no SUS - PNPIC-SUS. Secretaria
maior número de opções terapêuticas as de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
indicações para dermatite vesicular pelo vírus do Básica. Brasília : Ministério da Saúde, 92 p. (Série
herpes simples, para gengivite e doenças B. Textos Básicos de Saúde).
periodontais, inflamação da mucosa bucal e os
antissépticos bucais. BRASIL. 2006b. Ministério da Saúde. Portaria n.º
971, de 03 de maio de 2006. Aprova a Política
O uso pediátrico, em gestantes e lactantes deve Nacional de Práticas Integrativas e
ser cuidadosamente orientado, bem como em Complementares (PNPIC) no Sistema Único de
indivíduos que apresentem comorbidades e/ou Saúde. Diário Oficial [da] República Federativa do
fazem uso concomitante de medicamentos Brasil, Brasília, DF.
sintéticos.
CALIXTO, J.B. 2003. Biodiversidade como fonte de
A análise dos dados obtidos indicou que são medicamentos. Ciência e Cultura [online], v.55,
escassos os estudos sobre interações n.3, p. 37-39.
medicamentosas, toxicologia e ensaios clínicos
com metodologia específica para a Odontologia. IPNI, online. The International Plant Names.
Disponível em: http://ipni.org, acesso em dez/15.
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 267
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). TROPICOS®, online. Tropicos® do Missouri
1996. CID-OE: Classificação Internacional de Botanic Garden. Disponível em:
Doenças em Odontologia e em Estomatologia. Ed. http://www.tropicos.org/, acesso em dez/15.
Santos : São Paulo. 230 p.
Fitoterapia na odontologia: levantamento dos principais produtos de origem vegetal para saúde bucal
268 Maria Helena Durães Alves Monteiro, Sandra Aparecida P. M. Fraga
INOVAÇÃO
DOI 10.5935/2446-4775.20150022
1
Monografia apresentada junto ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu de Especialização em Gestão da Inovação em Fitomedicamentos,
do Instituto de Tecnologia de Fármacos, Farmanguinhos/FIOCRUZ.
2
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Departamento de Patologia e Laboratórios.
3
Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca/FIOCRUZ. Departamento de Administração e Planejamento.
Correspondência: orlando_ntj@hotmail.com
Resumo
Os medicamentos fitoterápicos são produtos naturais obtidos de plantas medicinais a partir de um conhecimento
a respeito das atividades terapêuticas destes. As vendas nesse setor crescem através do surgimento de novos
produtos e medicamentos inovadores. Entretanto, a dificuldade do Brasil em promover inovação a partir dos
fitoterápicos se mostra conflitante em um país de grande potencial em biodiversidade e excelentes condições
ambientais. Neste cenário, os insumos farmacêuticos vegetais oferecem um excelente ponto de partida para
produção e desenvolvimento de fitoterápicos. Desta maneira, o objetivo do presente estudo foi avaliar o
desempenho comercial dos insumos farmacêuticos vegetais no Brasil. Para proceder à investigação, foram
utilizados dados secundários de exportação/importação disponíveis no Sistema de Análise das Informações de
Comércio Exterior via Internet (ALICEweb, 2013). Os valores analisados de exportação e importação de insumos
farmacêuticos vegetais no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2013 demonstram que o Brasil apresenta
uma grande dependência. É observada a partir desta reflexão a necessidade do desenvolvimento de políticas
públicas para o estímulo da produção de insumos farmacêuticos vegetais de alto valor agregado e estratégias
para o fortalecimento de aglomerações produtivas no Brasil.
Abstract
Herbal medicines are natural products derived from medicinal plants from knowledge of the therapeutic activities
of these. The sales in this sector grow through the emergence of new products and innovative medicines.
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 269
However, the difficulty of Brazil to promote innovation from herbal medicines shown conflicting in a country of
great potential in biodiversity and excellent environmental conditions. In this scenario, the plant pharmaceutical
ingredients offer an excellent starting point for production and development of herbal medicines. Thus, the aim
of this study was to evaluate the trade performance of pharmaceutical ingredients plant in Brazil. To conduct
research, secondary data available in the Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior via Internet
(ALICEweb, 2013) were used. The analyzed values of exports and imports of pharmaceutical ingredients plant
from January 2002 to December 2013 show that Brazil has a large dependency. It is observed from this reflection
the need to develop public policies to stimulate the production of plant pharmaceutical ingredients with high added
value and strategies for strengthening productive agglomerations in Brazil.
medicinal, tanto nativa quanto introduzida (Lorenzi e foi realizada através do Sistema de Análise das
Matos, 2002). Justifica-se o impacto das plantas na Informações de Comércio Exterior via Internet
indústria farmacêutica, ao considerar a origem da (ALICEweb, 2013) que se trata de um sistema online
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 271
mostra frágil e vulnerável frente a um padrão Umas das principais razões foram a ausência dos
satisfatório de desenvolvimento tecnológico e cumprimentos das exigências determinadas pela
científico. O desempenho comercial dos insumos ANVISA, bem como a ausência de uma comprovação
farmacêuticos vegetais também reforça os achados de qualidade segundo requisitos da legislação
de Rodrigues e Nogueira (2008) ao analisar toda sanitária brasileira.
cadeia produtiva das plantas medicinais, onde foi
observado entre 1996-2006 aumento do déficit Os déficits da balança comercial brasileira, no
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 273
SONAGLIO, C.M.; ZAMBERLAN, C. O.; LIMA, J. E.; YUNES, R.A.; CALIXTO, J.B. 2001. Plantas
CAMPOS, A.C. 2010. Evidências de Medicinais: Sob a ótica da Química Medicinal
desindustrialização no Brasil: uma análise com dados Moderna. Chapecó: Argos, p. 98-102.
em painel. Economia Aplicada. [online], v.14, n.4, p.
347-372. ZUANAZZI, J.A.S.; MAYORGA, P. 2010.
Fitoprodutos E Desenvolvimento Econômico.
Química Nova, v.33, n.6, p.1421-1428.
1
Monografia apresentada junto ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu de Especialização em Gestão da Inovação em Fitomedicamentos,
do Instituto de Tecnologia de Fármacos, Farmanguinhos/FIOCRUZ.
2
Secretaria de Estado de Saúde do Governo do Rio de Janeiro.
3
Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde (NGBS), Farmanguinhos/FIOCRUZ.
Correspondência: andrea_saude@yahoo.com.br
Resumo
Este trabalho tem como foco o levantamento de dados para realização do diagnóstico para implantação do
Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos no Estado do Rio de Janeiro. O objetivo do estudo foi
identificar o interesse das Secretarias Municipais de Saúde na implantação do serviço de fitoterapia. A
metodologia utilizada foi pesquisa-ação, como recurso de aprimoramento da prática, através da aplicação de
diagnóstico que foi determinante para definição das medidas a serem tomadas em seguida. Através deste
método, obteve-se um retorno de 55 formulários respondidos (60% dos 92 municípios) que resultou em doze
municípios interessados pelas plantas medicinais e fitoterápicos. Com os desdobramentos decorrentes deste
processo houve um acréscimo de interessados e identificação de outros municípios com o serviço de fitoterapia
implantado, totalizando 27 municípios (cobrem 50,3% da população do Estado) que foram considerados aptos
para dar continuidade ao andamento do processo em que serão apuradas informações acerca das condições
adequadas para o Serviço de Fitoterapia na Atenção Básica das Secretarias Municipais de Saúde.
Abstract
This work focuses on data collection to perform the diagnosis for the implementation of the Programa Nacional de
Plantas Medicinais e Fitoterápicos in Rio de Janeiro state. The aim of the study was to identify the interest of the
Secretarias Municipais de Saúde in the implementation of herbal medicine service. The methodology used was
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 275
action research, such as enhancement feature of the practice, by applying diagnosis that was crucial to defining the
steps to be taken next. Through this method, we obtained a return of 55 completed forms (60% of the 92
municipalities) which resulted in twelve municipalities interested in the medicinal plants and herbal medicines. With
the unfolding of this process there was an increase of stakeholders and identification of other municipalities with the
implanted herbal medicine, which resulted in 27 municipalities (covering 50.3% of the state population) who were
considered able to continue the progress of the process in which information about the right conditions for Herbal
Medicine Services in Primary Care of the Secretarias Municipais de Saúde will be cleared.
Para obter as informações a cerca do nível de A partir destes dados, foi possível elaborar a meta a
implantação dos serviços de Fitoterapia na atenção ser adotada para o Plano Estadual de Saúde (PES)
básica dos municípios fluminenses, foi elaborado um para o quadriênio 2012-2015: ampliar para 45% o
formulário simples e objetivo, enviado aos municípios número de municípios com ações relacionadas às
por ofício após inclusão deste assunto na pauta da 4ª Práticas Integrativas e Complementares (PIC), com
reunião ordinária da Comissão Intergestores base nos dados obtidos após o PES anterior (2008-
Bipartite, ocorrida no dia 05 de maio de 2011. 2011), com 30 municípios com PICs. Esta meta é
dividida em ações que serão executadas conforme
Para o levantamento dos dados preliminares para Programação Anual de Saúde (PAS). Para a PAS
construção do diagnóstico das Práticas Integrativas e 2012 foram escolhidas as regiões Centro-Sul e Médio
Complementares (PICs), foi elaborado um formulário Paraíba, onde constam seis municípios com interesse
com questões básicas para se identificar as ações em PMF: Barra Mansa, Miguel Pereira, Paraíba do Sul,
das PICs nestes municípios. As respostas foram Resende, Três Rios e Volta Redonda. Para a PAS
obtidas no período de maio a junho de 2011. 2013 foram escolhidas as regiões Metropolitana II e
Serrana que possuem sete municípios interessados
A seguir os dados levantados foram organizados e
em PMF: Bom Jardim, Cachoeiras de Macacu, Carmo,
agrupados para posterior análise.
Nova Friburgo, Petrópolis, São José do Vale do Rio
Preto e Silva Jardim.
Resultados e Discussão
Os dados dos municípios com Serviço de Fitoterapia,
Como resultados a pesquisa apresentou os com interesse em implantar o PNPMF (atualizados
seguintes dados: dos 92 municípios, 55 responderam com os resultados obtidos pela aplicação do
ao formulário e o encaminharam para a Área Técnica Formulário), acrescidos daqueles obtidos com a
de Práticas Integrativas/Superintendência de SAFIE ou por demanda espontânea, totalizam 27
Atenção Básica (ATPIC/SAB), conferindo 60% de municípios. Estes municípios somam uma população
respostas. Destes municípios, 20 possuem alguma de 15.616.398 habitantes (50,3% da população do
PIC. Dos 12 municípios do Estado do Rio de Janeiro Estado do Rio de Janeiro, segundo censo 2010).
com ações em Plantas Medicinais e Fitoterápicos,
apenas dois não responderam ao formulário, os
municípios de Petrópolis e Porciúncula. Conclusões
Conclui-se que através do levantamento do interesse
Os interessados em implantar alguma ação em PIC
pela implantação do PNPMF, através do formulário,
– acupuntura, homeopatia e/ou plantas
foram identificados 12 municípios e após trabalho
medicinais/fitoterápicos – totalizaram 22 municípios,
conjunto com demais setores da SES (SAFIE) e pela
entre eles estão Bom Jardim e Duque de Caxias que
demanda espontânea dos municípios, este número
já possuem serviço com PIC e gostariam de ampliar
se ampliou para 27 os municípios de interesse para
suas ações. O interesse pelas plantas medicinais e
o PROPLAM, sendo quatro deles com serviço de
pelos fitoterápicos foi destaque em 12 municípios,
fitoterapia implantado e os demais com interesse em
entre eles estão dois municípios que já possuíam o
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 277
implantá-lo. Este número encerra 50,3% da Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.
população do Estado, o que revela a importância de Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF,
se elaborar um diagnóstico para conhecer as 23 jun. Seção1, p 2.
dimensões das ações que necessitam ser
planejadas. BRASIL. 2008. Ministério da Saúde. Portaria
Interministerial nº 2.960, de 9 de dezembro de 2008.
Aprova o Programa Nacional de Plantas Medicinais e
Referências Fitoterápicos e cria o Comitê Nacional de Plantas
Medicinais e Fitoterápicos. Diário Oficial da União,
BRASIL. 2006a. Ministério da Saúde. Portaria Nº
Poder Executivo, Brasília, DF, 10dez. Seção 1, p. 56.
971, de 03 de maio de 2006. Aprova a Política
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
(PNPIC) no Sistema Único de Saúde. Diário Oficial
ESTATÍSTICA – IBGE. Censo Demográfico 2010:
da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 04 mai.
Cidades. Disponível em:
Seção 1, p. 20.
<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1
>. Acessado em: 04 out 2012.
BRASIL. 2006b. Presidência da República. Decreto
Nº 5.813, de 22 de junho de 2006. Aprova a Política
2Fabiola Angelita Cezarina Martins, 3Glauco De Kruse Villas Bôas, 4Leandro Machado Rocha
1
Monografia apresentada junto ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu de Especialização em Gestão da Inovação em Fitomedicamentos,
do Instituto de Tecnologia de Fármacos, Farmanguinhos/FIOCRUZ.
2
Secretaria Municipal de Saúde de Volta Redonda (SMS-VR).
3
Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde (NGBS), Farmanguinhos/FIOCRUZ.
4
Universidade Federal Fluminense, Centro de Ciências Médicas, Laboratório de Tecnologia de Produtos Naturais
Correspondência: fabiola.acbm@gmail.com
Resumo
Em 2006, duas importantes políticas foram publicadas para a área de plantas medicinais e fitoterápicos: a
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC) e a Política Nacional de Plantas
Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF). O objetivo desse trabalho é apresentar, de forma sucinta e sistematizada,
aspectos dessas duas políticas públicas, através de uma abordagem exploratória descritiva. Utilizou-se como
fonte um levantamento dos documentos que definem as PNPIC e PNPMF.
Abstract
In 2006, two important policies were published in the area of medicinal plants and herbal medicines: the Política
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC) and the Política Nacional de Plantas
Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF). The aim of this study is to present briefly systematization of the aspects of
these two public policies through a descriptive exploratory approach. It was used as a survey of source
documents defining the PNPIC and PNPMF.
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 279
Atualmente, os principais instrumentos norteadores
Introdução para o desenvolvimento das ações/programas com
plantas medicinais e fitoterapia são: Política Nacional
A magnitude da biodiversidade brasileira, conjunto de
de Práticas Integrativas e Complementares no SUS
todos os seres vivos com sua variabilidade genética
(PNPIC), com diretrizes e linhas de ação para
integral, não é conhecida com precisão, tal a sua
“Plantas Medicinais e Fitoterapia no SUS”, e Política
complexidade, estimando-se mais de dois milhões de
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos
espécies distintas de plantas, animais e micro-
(PNPMF), com abrangência da cadeia produtiva de
organismos. Isso coloca o Brasil como detentor da
plantas medicinais e fitoterápicos. Essas políticas
maior biodiversidade biológica do mundo (Wilson,
foram formuladas em consonância com as
1997). Apesar disso e de toda a diversidade de
recomendações da OMS; os princípios e diretrizes do
espécies existentes, o potencial de uso de plantas
SUS; o potencial e oportunidades que o Brasil
como fonte de novos medicamentos é ainda pouco
oferece para o desenvolvimento do setor; a demanda
explorada. Em relação ao uso médico, estima-se que
da população brasileira e necessidade de
apenas 5 mil espécies foram estudadas (Rates, 2001).
normatização das experiências existentes no SUS.
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 281
Conclui-se que a implementação da PNPMF, em BRASIL, 2006b. Ministério da Saúde. Decreto nº
âmbito nacional avançou mais que a PNPIC, no que 5.813, de 22 de junho de 2006. Aprova Política
diz respeito à elaboração das normas e à Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.
regulamentação, por garantir à população o acesso Diário Oficial da União, Brasília, DF.
seguro, eficaz e de qualidade, além de promover o
uso racional das plantas medicinais e fitoterápicos BRASIL, 2012. Ministério da Saúde. Práticas
medicinal in natura, droga seca, fitoterápico fitoterapia na atenção básica. Brasília: Ministério da
1
Monografia apresentada junto ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu de Especialização em Gestão da Inovação em Fitomedicamentos,
do Instituto de Tecnologia de Fármacos, Farmanguinhos/FIOCRUZ.
2
Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde, Farmanguinhos/FIOCRUZ.
Correspondência: fabianafrickmann@far.fiocruz.br
Resumo
A Amazônia é rica em diversidade e abundância de espécies vegetais que a colocam em condições
ambientais prioritárias de conservação no âmbito mundial. O objetivo deste estudo foi levantar as
competências institucionais e organizacionais relacionadas com a inovação em medicamentos oriundos
da biodiversidade amazônica. Para tanto foram realizadas pesquisas documental e bibliográfica, em
instituições como: o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a
Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior (CAPES), as Fundações de Ampar o à Pesquisa
(FAPs), entre outras agências de fomento à pesquisa amazônica. Os resultados desse estudo
demonstram a existência de 93 grupos estratégicos para o desenvolvimento da área de pesquisa e
produção de plantas medicinais e fitoterápicos na Amazônia legal. A análise desses grupos ressalta a
multidisciplinaridade dos líderes, evidenciando a complexidade deste tema.
Abstract
Amazônia is rich in diversity and abundance of plant species priority for environmental conservation
worldwide. The aim of this study was to identify the institutional and organizational skills related to
innovative pharmaceuticals derived from the Amazonian biodi versity. Therefore, we conducted research
of the document and literature in institutions such as the Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq), the Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior (CAPES), the
Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs), among other agencies the promotion of Amazonian research.
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 283
The results of this study demonstrate the existence of 93 strategic research groups to develop the area
of research and production of medicinal plants and herbal medicines in the legal Amazon. The analysis
of these groups emphasizes the multidisciplinary approach of the leaders, highlighting the complexity of
this issue.
Os resultados revelaram que a Amazônia do Séc. recursos humanos e financeiros pela ausência
XXI congrega uma série de fatores que podem dessa massa crítica (Jornal da Ciência, 2009).
agronomia, química, genética, farmácia, ecologia, FEMACT), além dos Ministérios da Saúde (MS),
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 285
do Meio Ambiente (MMA) e do Desenvolvimento milhões de reais nas Micro e Pequenas Empresas
Agrário (MDA). regionais para o desenvolvimento de produtos
nas áreas dos Arranjos Produtivos Locais (APLs)
Os modelos de financiamento se encontram identificados no Amazonas até 2006: artesanato;
correlacionados às áreas disciplinares de formação castanha-do-Brasil; construção naval;
superior da CAPES. Como esse tema é fitoterápicos e fitocosméticos; fécula e farinha de
multidisciplinar as questões de pesquisa são de mandioca; madeira, móveis e artefatos; pólo
alta complexidade porque envolvem diversas cerâmico-oleiro; polpa, extratos e concentrados
áreas, como: ciências biológicas, agronomia, de frutas regionais; produção de pescado;
farmácia, medicina, economia, entre outras. O produtos e serviços ambientais; e turismo
entendimento de diversas áreas do ecológico e rural (Amazonas Ciência - FAPEAM,
conhecimento se faz necessário para que ocorra 2007; FAPEAM, 2008). Outro importante edital
inovação a partir da biodiversidade. para cadeias produtivas foi lançado pela
Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos
Quanto às incubadoras, foram levantados doze
Estratégicos do Ministério da Saúde para o
(n=12) centros de incubação de micro e pequenas
fomento da cadeia de plantas medicinais e
empresas que desenvolvem produtos
fitoterápicos em todo o território brasileiro.
amazônicos.
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 287
Sociedade Brasileira Para o Progresso da OLIVEIRA, J.A.; RAMOS, F.B.A. 2008. Os
Ciência. v.23, p.641. Rio de Janeiro. desafios para a Governança de C T & I no Estado
do Amazonas. Amazonas/BR. T & C Amazônia,
Ano VI, N. 15.
1
Monografia apresentada junto ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu de Especialização em Gestão da Inovação em Fitomedicamentos,
do Instituto de Tecnologia de Fármacos – Farmanguinhos / FIOCRUZ.
2
Instituto Vital Brazil.
3
Especialista Visitante do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da FIOCRUZ.
Correspondência: biancamacedo504@gmail.com
Resumo
Este trabalho apresentou uma abordagem teórica sobre as Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs)
aplicado à área da saúde que visam à produção de medicamentos estratégicos para o Sistema Único de Saúde
(SUS), cujas diretrizes estão previstas na Portaria do Ministério da Saúde GM/MS nº 837, de 18 de abril de 2012.
Essas parcerias são constituídas por laboratórios públicos nacionais e laboratórios privados, que a partir da Lista
de Medicamentos Estratégicos disponibilizada pelo Ministério da Saúde, promovem o fortalecimento do
complexo produtivo nacional bem como o desenvolvimento econômico, científico e tecnológico do país. Assim,
sendo as PDPs consideradas instrumentos de políticas públicas, essas poderão ser utilizadas para apoiar a
implementação da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, uma vez que a cooperação, a
interação entre os atores envolvidos nas parcerias, poderá proporcionar o uso racional e sustentável da
biodiversidade brasileira.
Abstract
This paper presents a theoretical approach about the Partnerships for the Productive Development applied to
healthcare aimed at the production of strategic medicines for the Sistema Único de Saúde (SUS), whose
guidelines are laid down by Ministério da Saúde ordinance GM / MS No. 837 of 18 April 2012. These partnerships
are made up of national public laboratories and private laboratories, which from the List of Strategic Drug available
by the Ministério da Saúde, promote the strengthening of national production complex as well as economic
development, science and technology in the country. Thus, the Partnerships for the Productive Development
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 289
being considered public policy instruments, these can be used to support the implementation of the Política
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, since cooperation, interaction between the actors involved in the
partnerships, can provide the rational and sustainable use Brazilian biodiversity.
igualitário e universal às ações e serviços de saúde, o SUS com a ampliação da riqueza do País; (d)
industrial e priorizaram alguns setores, que no de preços na medida em que a tecnologia é transferida
farmacêutico, mediante o fortalecimento do Complexo estratégica para o SUS (Brasil, 2012). Com isso, o
capacitação tecnológica dos produtores nacionais sociais, econômicos e políticos gerados por essas
públicos e privados, e o estímulo à inovação com parcerias como forma de aplicar este modelo das
Parcerias para o desenvolvimento produtivo (PDPs) como estratégia de acesso aos medicamentos
290 Bianca Bastos Macedo, Ana Claudia Dias de Oliveira
integrantes dessas alianças permitem que o setor
Resultados e Discussão produtivo farmacêutico no país cresça e se
aperfeiçoe com tecnologias inovadoras e
Observa-se na FIGURA 1 uma linha do tempo a
competitivas, capazes de gerar processos e produtos
respeito da evolução das políticas públicas no setor
inovadores para a sociedade.
farmacêutico.
O estudo apresentado demonstra valorização das Sistema Único de Saúde (SUS) e o estabelecimento
cujo principal objetivo é o melhoramento do acesso submissão, instrução, decisão, transferência e absorção
FIGURA 1. Evoluções das Políticas Públicas no Setor Farmacêutico Brasileiro. Fonte: Autor.
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 291
para a promoção, proteção e recuperação da saúde,
Conclusões a organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências. Brasília.
Observa-se que o cenário se encontra propício para
DOU de 20/09/1990.
o estabelecimento deste modelo de parcerias no
desenvolvimento da cadeia produtiva dos
BRASIL. 1998. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS
medicamentos fitoterápicos. O primeiro passo já foi
n.º 3.916, de 30 de outubro de 1998. Aprova a Política
dado com a inclusão dos fitoterápicos na Lista de
Nacional de Medicamentos. Brasília. DOU de
Produtos Estratégicos do SUS, ademais os
10/11/1998.
produtores públicos estão se equipando através de
contratação de recursos humanos qualificados, a BRASIL. 2012. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS
aquisição de novos equipamentos, reformas de nº 837, de 18 de abril de 2012. Define as diretrizes e
laboratórios. E os parceiros privados estão os critérios para o estabelecimento das Parcerias
investindo cada vez mais em suas plantas para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). Brasília.
industriais e em pesquisa e desenvolvimento. Nesse DOU de 27/04/2012.
sentido, a PDP poderá ser usada como uma forma
de estimular a promoção do uso sustentável da BRASIL. 2014. Ministério da Saúde. Consulta Pública
biodiversidade e fomentar a produção dos GM/MS nº 08, de 13 de agosto de 2014. Redefine as
medicamentos fitoterápicos com segurança, diretrizes e os critérios para a definição da lista de
eficácia e qualidade no SUS, de modo a torná-los produtos estratégicos para o Sistema Único de
mais acessíveis à população como pretende a Saúde (SUS) e o estabelecimento das Parcerias para
Política Nacional de Plantas Medicinais e o Desenvolvimento Produtivo (PDP) e disciplina os
Fitoterápicos. respectivos processos de submissão, instrução,
decisão, transferência e absorção de tecnologia,
aquisição de produtos estratégicos para o SUS no
Referências âmbito das PDP, monitoramento e avaliação.
Brasília. DOU de 14/08/2014.
BRASIL. 1990. Congresso Nacional. Lei nº 8080, de
19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições
Parcerias para o desenvolvimento produtivo (PDPs) como estratégia de acesso aos medicamentos
292 Bianca Bastos Macedo e Ana Claudia Dias de Oliveira
INOVAÇÃO
DOI 10.5935/2446-4775.20150027
1
Monografia apresentada junto ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu de Especialização em Gestão da Inovação em Fitomedicamentos,
do Instituto de Tecnologia de Fármacos, Farmanguinhos/FIOCRUZ.
2
Núcleo de Gestão em Biodiversidade e Saúde (NGBS), Farmanguinhos/Fiocruz.
Correspondência: preciosaoliveira@far.fiocruz.br
Resumo
Entre os fabricantes de medicamentos fitoterápicos surgidos no século XIX no Rio de Janeiro, destaca-se a Casa
Granado, especializada em monodrogas apresentadas nas mais diversas formas farmacêuticas: extratos fluidos,
extratos simples, cremes, tinturas, óvulos, cápsulas etc. O longo período de mais de 50 anos em que esses
fitoterápicos foram utilizados indica a relevância da sua eficácia e segurança. Portanto, o objetivo deste estudo
é o levantamento do uso de plantas medicinais da Casa Granado. Foi realizado um levantamento de 381 plantas
medicinais, nativas e exóticas, utilizadas pela Casa Granado, durante aproximadamente 50 anos, desde o fim
do século XIX, até o início do século XX. Foi encontrado um total de 67 plantas da 1ª Farmacopeia Brasileira,
que constam da lista das plantas da Casa Granado com comprovação em literatura técnico-científica da eficácia
e segurança. Do total dessa lista, apenas 5 plantas constam de registro simplificado na ANVISA. Este trabalho
mostra que várias destas plantas podem ser registradas nas listas da ANVISA com registro simples, baseado
no uso tradicional delas, aproveitando os estudos técnicos científicos mais recentes que complementam as
informações relativas à sua segurança e eficácia.
Abstract
Among the herbal drug manufacturers, which arose in the nineteenth century in Rio de Janeiro, is Casa Granado,
specializing in monodrugs produced in various dosage forms: fluid extracts, simple extracts, creams, tinctures,
capsules etc. The long period of nearly a century in which these herbal medicines were used is evidence of their
effectiveness and safety. For this reason a reexamination was made of the 381 medicinal plants commercialized
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 293
by Casa Granado. These medicinal plants, native and exotic, used from the late nineteenth century until the late
twentieth century were reevaluated. A total of 67 plants of the 1st Brazilian Pharmacopoeia on the list of plants
of Casa Granado with evidence in scientific and technical literature of the efficacy and safety were found. Of
these 67 plants, only five are presently contemplated for simplified registration by the regulatory agency ANVISA.
The study indicates that many of these plants are apt for simplified registration by ANVISA based on their
traditional use, taking advantage of the latest scientific and technical studies that complement the information on
safety and effectiveness.
Professora Maria das Graças Brandão da UFMG GRAEL, C.F., SANTOS, A.C.P., MONTE-MÓR,
(Brandão et al, 2008) examinando livros do século XIX. R.LM. 2008. Brazilian medicinal plants described by
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 295
19th century European naturalists and in the Official BRASIL. 2006. Casa Civil da República, Decreto Nº
Pharmacopoeia. Journal of Ethnopharmacology, 5.813, de 22 de junho de 2006. Brasília DF.
v.120, p.141-148.
BRASIL. 2011. Ministério da Saúde. Agência
BRANDÃO, M.G.L.; COSENZA, G.P.; GRAEL, C.F.F.; Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia do
NETTO JUNIOR, N.L, MONTE-MÓR, R.L.M. 2009. Brasil, 5ª edição, Brasília DF.
Traditional uses of American plant species from the 1st
edition of Brazilian Official Pharmacopoeia. Revista BRASIL. 2014 a. Ministério da Saúde. Agência
A revista Fitos publica artigos com elevado mérito 1.4 Debate: artigo teórico que se faz acompanhar de
científico relativos a Plantas Medicinais, que cartas críticas assinadas por autores de diferentes
contribuam para os campos temáticos: pesquisa, instituições, convidados pela equipe editorial,
desenvolvimento e inovação de medicamentos da seguidas de resposta do autor do artigo principal;
diversidade vegetal e para estudos e
aprofundamentos de temas e disciplinas afins. 1.5 Fórum: seção destinada à publicação de 2 a 3
artigos coordenados entre si, de diferentes autores, e
A Revista publica trabalhos nas seguintes áreas do versando sobre tema de interesse atual. Os
conhecimento: interessados em submeter trabalhos para essa seção
devem consultar o Conselho Editorial da Revista Fitos;
• Agroecologia
• Botânica 1.6 Perspectivas: análises de temas conjunturais, de
• Etnofarmacologia interesse imediato e sobre a importância das plantas
• Farmacologia medicinais; da gestão da inovação e
• Inovação (gestão e CTI em saúde) desenvolvimento de medicamentos da
• Química biodiversidade brasileira e de temas e disciplinas
afins, em geral a convite da equipe editorial;
Os autores devem ler atentamente as instruções
abaixo antes de submeterem seus artigos à Revista 1.7 Questões Metodológicas: artigo completo, cujo
Fitos. Na submissão, os autores devem indicar em foco é a discussão, comparação e avaliação de
que área do conhecimento se enquadra seu artigo e aspectos metodológicos importantes para o campo,
enviar título resumido, com no máximo 100 seja na área de desenho de estudos, análise de
caracteres, incluindo os espaços. dados ou métodos qualitativos;
1. A REVISTA FITOS aceita trabalhos para as 1.8 Resenhas: resenha crítica de livro relacionado
seguintes seções: aos campos temáticos da REVISTA FITOS,
publicado nos últimos dois anos;
1.1 Revisão: revisão crítica da literatura sobre temas
pertinentes ao estudo de plantas medicinais; da 1.9 Cartas: crítica a artigo publicado em fascículo
gestão da inovação e desenvolvimento de anterior da REVISTA FITOS;
medicamentos da biodiversidade brasileira e de
temas e disciplinas afins; 2. Diretrizes para autores
1.2 Artigos: resultado de pesquisa de natureza 2.1 A REVISTA FITOS publica somente artigos
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 297
simultânea de um artigo científico a mais de um 2.9.2 Fornecedores de materiais ou equipamentos,
periódico constitui grave falta de ética do autor. gratuitos ou com descontos, também devem ser
descritos como fontes de financiamento, incluindo a
2.2 Uma vez aceito, os direitos autorais de todos os origem (cidade, estado e país).
artigos, incluindo a sua reprodução por qualquer
meio, seja eletrônico ou impresso, pertencerá à 2.9.3 No caso de estudos realizados sem recursos
Revista Fitos. O autor deverá preencher uma financeiros institucionais e/ou privados, os autores
declaração de cessão de direitos autorais enviada devem declarar que a pesquisa não recebeu
pela Revista Fitos. financiamento para a sua realização.
2.8 Notas de rodapé não serão aceitas. 2.11.3 Autores: o primeiro nome de cada autor deve
vir abaixo do título, à esquerda. O nome e o último
2.9 Fontes de financiamento sobrenome devem ser por extenso. Os demais
sobrenomes devem conter apenas a primeira letra
2.9.1 Os autores devem declarar todas as fontes de
inicial (ex. José Carlos F. P. Oliveira.). No caso de
financiamento ou suporte, institucional ou privado,
vários autores, seus nomes deverão ser separados
para a realização do estudo.
por ponto e vírgula.
Deve-se assinalar o nome do autor principal com um mínimo possível de discussão ou interpretação
asterisco sobrescrito, para o qual toda pessoal e, sempre que possível, ser acompanhados
resultados e conclusões. Permitirá avaliar o interesse dos dados obtidos e resultados alcançados,
pelo artigo, prescindindo de sua leitura na íntegra. evitando-se inferências não baseadas nos mesmos.
Dever-se-á dar destaque ao Resumo como tópico do Obs.: Eventualmente, Resultados e Discussão
trabalho, (máximo de 200 palavras). poderão ser apresentados num único item.
2.11.6 Abstract: versão do resumo para a Língua 2.12.5 Agradecimentos: Possíveis menções em
Inglesa. Evitar traduções literais. Quando não houver agradecimentos incluem instituições que de alguma
domínio deste idioma, consultar pessoas forma possibilitaram a realização da pesquisa e/ou
qualificadas. Providenciar também versão do título pessoas que colaboraram com o estudo, mas que
2.12.1 Introdução: deverá estabelecer com clareza o alba’. Quando houver dois autores, deverá obedecida
objetivo do trabalho e sua relação com outros a ordem alfabética dos autores e seguido o seguinte
trabalhos na mesma área. Extensas revisões da padrão: ‘Castro e Silva (1998) analisaram a
literatura deverão ser substituídas por referências às toxicologia do extrato de Psidium guajava’. Para três
publicações mais recentes, onde estas revisões autores, a regra será semelhante à anterior,
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 299
parênteses. Por exemplo, Silva e colaboradores SIMÕES, C.M.O.; SCHENKEL, E.P.; GOSMAN, G.;
(1999) confirmaram o efeito broncodilatador de PALAZZO DE MELO, J.; MENTZ, L.A.; PETROVICK,
Mikania glomerata. P.R. (org.) 2003. Farmacognosia: da Planta ao
Medicamento. Editora da UFRGS/Editora da UFSC.
No final da citação. Autor em caixa baixa seguido do Porto Alegre/Florianópolis.
ano. Ex. (Silva, 1999). Quando houver dois autores,
estes deverão ser separados pela partícula ‘e’ e ser YUNES, R.A.; CALIXTO, J.B (ed.) 2001. Plantas
obedecida a ordem alfabética. Ex. (Castro e Silva, Medicinais sob a Ótica da Química Medicinal
1998). No caso de três autores, a regra será Moderna. Editora Argos. Chapecó.
(Albuquerque, Lima e Sousa, 2000). Quando houver
mais de três autores, deverá ser mencionado apenas 2.13.3.4 Capítulo de livro:
2.13.3 As Referências no final do artigo deverão ser Biossíntese de Produtos Naturais: Atualidades e
primeiro autor, em caixa baixa e em ordem crescente Fármacos. In: YUNES, R.A.; CECHINEL FILHO, V.
de data de publicação, com o ano de publicação (org.), Química de Produtos Naturais: Novos
sempre após o nome do último autor. Devem-se levar Fármacos e a Moderna Farmacognosia, p. 83-102.
Autor, ano, título do livro em itálico, editora, cidade. Autor, ano, título da tese ou dissertação em itálico,
nome da Faculdade ou Instituto, nome da
COSTA, A.F. 1996. Farmacognosia. Fundação Universidade, cidade.
Calouste Gulbenkian. Lisboa.
LIMA, N. 1991. Influência da ação dos raios solares
2.13.3.2 Livro com dois ou mais autores: na germinação do nabo selvagem. Tese (Doutorado).
Faculdade de Ciências Agrárias, Universidade
Autores, ano, título do livro em itálico, editora, cidade. Estadual de Campinas.
2.13.3.10 Leis, Resoluções e demais documentos 3.2 Todos os manuscritos serão submetidos à
apreciação de consultores ad hoc, cujos nomes
BRASIL, 2003. Decreto nº 4.946 de 31 de dezembro permanecerão em sigilo absoluto, e que dispõem de
de 2003. Altera, revoga e acrescenta dispositivos ao plena autoridade para decidir sobre a pertinência de
Revista Fitos, Rio de Janeiro, Vol, 9(4), 253-303, Out-Dez 2015 301
sua aceitação, podendo, inclusive, reapresentá-los 3.3 Os artigos aceitos para a publicação deverão ser
aos autores com sugestões para que sejam feitas as devolvidos ao Editor Coordenador com as
alterações necessárias e/ou para que os mesmos recomendações feitas pelos referees no prazo
sejam adequados às normas editoriais da Revista. máximo de dois meses, caso contrário a aceitação do
Os trabalhos que não forem selecionados para mesmo será cancelada.
publicação serão devolvidos aos autores.
303