Trabalho Do Joel
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do século XIX, pois antes desse período o interesse pela conquista das terras africanas
não fazia parte das preocupações das elites locais. A presença portuguesa em África fez
das possessões africanas centro privilegiado de recrutamento de mão-de-obra para as
plantações do Brasil.
Foi então que em Dezembro de 1826 surge o primeiro projecto global apresentado por
Braklami, à Corte portuguesa. Este projecto tinha como acções a aplicar, entre muitas, a
preferência pelo trabalho livre em África, a isenção de direitos no comércio entre
Portugal e as colónias, o fomento da educação, e a exploração colonial como fonte de
acumulação de capital.
Infelizmente, esse projecto não teve aplicação prática, porque não foi acompanhado de
uma legislação consistente.
Novamente surge outro projecto apresentado por Sá da Bandeira, em 1836, que previa a
abolição do tráfico de escravo, pois (segundo ele) não haveria mão-de-obra para aplicar
projectos económicos nas colónias se isso continuasse. Também previa a reforma
legislativa colonial, a propagação da educação, e a administração da justiça.
Depois da morte do rei Kalakata, sucedeu-lhe Kalandula, sendo neste momento Mutu-
ya-kevela um notável chefe militar e administrador da casa real, desde os reis
precedentes. Para a festa de entronização do rei Kalandula, as bebidas foram fornecidas
por um comerciante português, que mais tarde acusou Mutu-ya-kevela de não as ter
pago. E isso levantou uma disputa entre os líderes africanos do Bailundo e o capitão-
mor português que se encontrava na fortaleza.
E este, em Abril de 1902, solicitou a comparência dos líderes do Bailundo, mas Mutu-
ya-kevela respondeu dizendo que não reconhecia qualquer autoridade do capitão-mor
sobre ele.
Dois anos mais tarde, a corte do reino do Bailundo reuniu-se, com a participação de
representantes dos reinos vizinhos. O capitão-mor fez demonstrações de força para
persuadir os líderes a comparecer, mas não resultou. A 15 de Maio, provavelmente com
o objectivo de resolver o problema com uma solução dialogada, o rei Kalandula com
alguns da sua corte foi até a fortaleza. O capitão-mor aproveitou a oportunidade para o
sequestrar e aprisionar com a sua corte.
Este acontecimento foi o principal motivo para desencadear a guerra dos oficiais
Africanos contra o capitão-mor, com o objectivo de libertar o rei e as pessoas que
tinham sido sequestradas com ele. Nesta revolta juntaram-se os restantes reinos
umbundos para acabar com a supremacia colonial e restituir o poder politico aos reis
africanos. Mutu-ya-kevela foi morto durante a guerra do bailundo em 1902, no cipindo,
surpreendido quando ficou rodeado por um numero reduzido dos seus acompanhantes
quando procurava deslocar-se do Bailundo ate ao Bié com o objectivo de estimular a
aliança entre o reino do Bailundo e o do Bié e outros reinos das redondezas na defesa
comum contra a invasão colonial. O reino do Bié, demonstrava uma certa relutância em
lançar-se abertamente na guerra, em consequência dos revezes sofridos na guerra do Bié
em 1890.