Relações Públicas e Comunicação Institucional PDF
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Resumo
Apresenta aspectos conceituais sobre Comunicação Organizacional e Relações Públicas e os
fundamentos que diferenciam e delimitam essas duas áreas de conhecimento. São feitas
considerações sobre percepções da autora sobre os estudos dessas mesmas áreas na América
Latina. Destaca-se um estudo bibliométrico de 136 textos apresentados no GT de Comunicación
Organizacional y Relaciones Publicas, nos congressos bianuais da ALAIC no período de 1998 a
2008.
1
O estudo bibliométrico deste artigo contou com o apoio do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico, por meio do projeto “O campo da comunicação em suas referências: experimento
metodológico para a produção de indicadores bibliométricos” (Processo n. 484999/2006-0), e com a
participação efetiva de Ana Paula Muniz Costa de Andrade e Perolah Caratta Macêdo Portella Silveira, do Curso
de Relações Públicas da ECA-USP.
2
Professora-titular e pesquisadora da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Tem
mestrado e doutorado em Ciências da Comunicação e livre-docência em Teoria da Comunicação Institucional: Políticas
e Processos, pela ECA-USP. Autora de: Planejamento de relações públicas na comunicação integrada; Universidade e
comunicação na edificação da sociedade; e Relações públicas e modernidade: novos paradigmas na comunicação
organizacional. Organizadora de, entre muitas outras coletâneas de Comunicação Social: Obtendo resultados com
relações públicas (2. ed., 2006): Relações públicas comunitárias: a comunicação em uma perspectiva dialógica e
transformadora (2007); e Gestão estratégica em comunicação organizacional e relações públicas (2008). Ex-presidente
da Intercom (1987-1989; 1991-1993). Ex-presidente da Alaic - Asociación Latinoamericana de Investigadores de la
Comunicación (1998-2002; 2002-2005). Presidente da Abrapcorp - Associação Brasileira de Pesquisadores de
Comunicação Organizacional e Relações Públicas. Diretora de Relações Internacionais da Federação Brasileira das
Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação. Membro do Conselho Consultivo da Aberje - Associação
Brasileira de Comunicação Empresarial. E-mail: mkkunsch@usp.br
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Abstract
The objective of this paper is to introduce concepts of Organizational Communications and
Public Relations as well as the fundamentals differentiating and limiting both areas. The
author also introduces her own considerations on previous studies on those same issues in
Latin America. The results of the research on 136 texts presented by the working group on
Organizational Communications and Public Relations during ALAIC bi-annual conferences
covering the period between 1998 and 2008 deserve special attention.
Resumen
El artículo presenta aspectos conceptuales sobre la Comunicación Organizacional y las
Relaciones Públicas y los fundamentos que distinguen y fijan los límites de estas dos áreas
del conocimiento. En él se presentan consideraciones sobre la percepción de la autora en
relación a los estudios de estas mismas áreas en América Latina. Se destaca un estudio
bibliométrico de 136 textos presentados en el GT de Comunicación Organizacional y
Relaciones Públicas, en los congresos bianuales de ALAIC, en el periodo comprendido entre
1998 y 2008.
Resumo
1. Introdução
2. Os campos acadêmicos de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas
3. Os estudos latino-americanos de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas
4. Estudo bibliométrico dos textos do GT de Comunicação Organizacional y Relações Públicas
4.1. Procedimentos metodológicos
4.2. Análise e interpretação dos dados obtidos
5. Considerações finais
6. Referências bibliográficas
Summary
1. Introduction
2. The academic fields of Organizational Communication and Public Relations
3. The Latin American Studies on Organizational Communication and Public Relations
4. Bibliometric study of the texts of GT Organizational Communication and Public Relations
4.1. Methodological procedures
4.2. Analysis and interpretation of data obtained
5. Final thoughts
6. References
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1. INTRODUÇÃO
O propósito deste artigo é apresentar uma visão panorâmica dos estudos de Comunicação
Organizacional e Relações Públicas na América Latina, tendo por base, sobretudo, um estudo
bibliométrico dos papers apresentados nos congressos bianuais da ALAIC-Asociación
Latinoamericana de Investigadores de la Comunicación de 1998 a 2008. Nos últimos anos, frente
às demandas sociais e das organizações, esses campos têm sido mais valorizados pelas
universidades de diversos países do continente que abrem espaços para investigações científicas e
implantam novos cursos em nível de pós-graduação (lato sensu e stricto sensu). A ALAIC, como
entidade científica, por meio de suas publicações e, principalmente, no âmbito do GT de
Comunicación Organizacional y Relaciones Publicas, tem permitido aglutinar os estudiosos destas
áreas para debater temas clássicos e emergentes que vêm sendo pesquisados. Desta forma a
entidade tem contribuído para o desenvolvimento desse campo, por meio da criação, em 1996, do
mencionado GT, que integra a relação dos 22 GTs da entidade, uma de suas principais frentes de
atuação. As reuniões desses grupos ocorrem nos congressos bianuais, em que os pesquisadores
apresentam comunicações científicas resultantes de pesquisas desenvolvidas nas suas respectivas
universidades.
Nosso estudo está dividido em três partes. Na primeira apresentamos alguns aspectos conceituais
na tentativa de esclarecer os fundamentos que diferenciam e delimitam essas duas áreas de
conhecimento. Na segunda fazemos considerações sobre percepções que temos dos estudos
dessas mesmas áreas na América Latina. E, na terceira e última parte, destacamos um estudo
bibliométrico dos textos apresentados no GT de Comunicación Organizacional y Relaciones
Publicas, nos congressos bianuais da ALAIC no período de 1998 a 2008.
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Esses campos do saber têm como característica geral a sistematização reflexiva das práticas
profissionais e da práxis da comunicação nas e das organizações. Por serem áreas altamente
aplicadas, é fundamental que os estudos levem em conta a natureza das organizações no
contexto da dinâmica da história e das conjunturas sociais, políticas e econômicas para
prefigurar os fenômenos e objetos de investigação cientifica.
Uma questão central que precisa ser mais fundamentada está relacionada com os conceitos
que, ao mesmo tempo, diferenciam os campos da Comunicação Organizacional e das
Relações Públicas e, por outro, expressam suas interfaces e interconexões. Neste curto
espaço não daria para apresentar muitos detalhes. Apenas com o intuito de contribuir com o
debate, destacaremos algumas percepções que temos a respeito.3
3
Nos congressos anuais da Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e de Relações
Públicas (Abrapcorp) instituímos um fórum para debater as bases conceituais desses dois campos. Há um grupo de
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Essa concepção procura contemplar uma visão abrangente da comunicação nas e das
organizações, levando em conta todos aqueles aspectos relacionados com a complexidade
do fenômeno comunicacional inerente à natureza das organizações, bem como os
relacionamentos interpessoais presentes na dimensão humana da comunicação, além da
dimensão estratégica e instrumental. Trata-se de um estudo a que estamos nos dedicando
desde os anos 1980 e que continua em curso, pois buscamos sempre fundamentar e
aperfeiçoar os pontos mais relevantes para construção de uma teoria numa perspectiva do
pensamento comunicacional brasileiro dessa área do conhecimento. Na verdade, o que
defendemos é a adoção, por parte das organizações, de uma filosofia da comunicação
integrada e a não-fragmentação dessa comunicação.
Em síntese, Relações Públicas como área aplicada trabalha com o planejamento e a gestão
da comunicação nas e das organizações. Como disciplina acadêmica e atividade profissional,
pesquisadores brasileiros desenvolvendo um estudo sobre essa temática, que resultará numa futura publicação de um
livro.
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Com base nos conceitos apresentados, podemos deduzir que há diferenças de propósitos e
dimensões entre essas áreas, apesar das proximidades, interconexões e interfaces no
conjunto dos objetos de estudo. A Comunicação Organizacional deve ser entendida,
sobretudo, como um fenômeno que ocorre nas organizações com toda uma complexidade
de processos. Relações Públicas lidam com a gestão desses processos.
Notamos, pelos estudos já realizados, que as interfaces entre os dois campos, tanto no nível
acadêmico como na prática, estão muito presentes, sobretudo no contexto da realidade
brasileira. Para compreender e aplicar os fundamentos teóricos das Relações Públicas, é
necessário também conhecer o espectro abrangente da Comunicação Organizacional e das áreas
afins. Todo esse processo mediador só é possível acontecer com e por meio da comunicação. E,
nesse contexto, a Comunicação Organizacional, como campo acadêmico de estudos, dará
subsídios teóricos para fundamentar a prática da atividade na administração dos relacionamentos
entre organizações e públicos, além, é claro, do suporte de outras ciências.
Pelo que temos acompanhado nos últimos anos, diversos pesquisadores de países da
América Latina têm demonstrado muito interesse pelos estudos dessas duas áreas,
principalmente a de Comunicação Organizacional. Sobressaem o Brasil, o México e a
Colômbia pelas pesquisas já desenvolvidas e pela literatura disponível no mercado editorial.
Se for feito um estudo pormenorizado da situação dos campos das Relações Públicas e da
Comunicação Organizacional nos países deste continente, certamente se poderá confirmar
que o Brasil é destaque e possui um grande diferencial, tanto no âmbito acadêmico quanto
no mercado profissional.
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Na verdade, faltam mais investigações coletivas e estudos comparativos dessas áreas por
países, para uma melhor configuração de sua história e de seu desenvolvimento na região.
Existe um trabalho pioneiro desenvolvido por Nelly A. Pajuelo (1983), na dissertação de
mestrado Perfil das relações públicas na América Latina, defendida na ECA-USP, sob
orientação do Prof. Dr. Cândido Teobaldo de Souza Andrade. Outros estudos relevantes
nessa direção foram as teses de doutorado de Maria Aparecida Ferrari, A influência dos
valores organizacionais na determinação da prática e do papel dos profissionais de relações
públicas: estudo comparativo entre organizações do Brasil e do Chile (2000) e de Venãncio
E.Caballero Córdoba, As relações públicas na América Central (2006), ambas defendidas na
ECA-USP, e a de Luiz Alberto de Farias, Comunicação organizacional e relações públicas: um
estudo dialógico entre Brasil e México (2006), defendida no Programa de Pós-Graduação em
Integração da América Latina (Prolam), da USP, sob a minha orientação. Espera-se que, com
o tempo, tenhamos mais trabalhos resultantes de pesquisas acadêmicas, para que de fato
possamos mapear e analisar com mais profundidade as Relações Públicas e a Comunicação
Organizacional na América Latina.
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Tendo como parâmetro o que já foi exposto no item anterior sobre as diferenças e
convergências dessas duas áreas, consideramos equivocada a visão daqueles que acham
que, pelo fato de o campo da Comunicação Organizacional ter se expandido, este veio a
tomar o lugar das Relações Públicas. Ou, ainda, que uma é sinônimo da outra. Daí a
necessidade de se trabalharem melhor os aspectos históricos e as teorias fundantes de
ambos os campos.
Embora o propósito deste artigo seja trazer reflexões mais centradas no campo acadêmico,
ressalte-se que, do ponto de vista profissional, a área de Relações Públicas está bastante
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estruturada na América Latina e conta com várias entidades de classe representativas. Existe
mesmo uma confederação que congrega várias associações nacionais – a Confederação
Interamericana de Relações Públicas (Confiarp), que tem presenciado nas últimas décadas
uma tentativa de organização, por parte dos profissionais, no que diz respeito ao
desenvolvimento e à valorização da área em seus respectivos países.
Os esforços quanto a legitimar sua área de atuação resultaram, em 1960, em um marco para
a profissão, quando, na cidade do México, foi realizada a I Conferência Interamericana de
Relações Públicas, na qual se decidiu pela criação da Federação Interamericana de
Associações de Relações Públicas (Fiarp), a atual Confiarp4.
Algumas associações nacionais de Relações Públicas que integram a Confiarp, por países,
são: Conselho Profissional de Relações Públicas da Província de Buenos Aires; Associação
Boliviana de Relações Públicas; Associação de Relações Públicas de Santa Cruz de la Sierra –
Bolívia; Associação Brasileira de Relações Públicas; Associação Equatoriana de Relações
Públicas; Profissionais de Relações Públicas do Ocidente - México; Colégio de Relações
Públicas do Panamá; Federação de Relações Públicas do Peru; Associação Uruguaia de
Relações Públicas.
Mais países da América Latina também já organizaram associações, o que demonstra que o
campo de Relações Públicas está se expandindo e se fixando como estratégico na área de
Comunicação. Citem-se: o Instituto de Relações Públicas; a Associação de Relações Públicas da
Costa Rica; a Associação Cubana de Publicitários e Propagandistas e seu Círculo de Relações
Públicas; a Associação de Relações Públicas da Nicarágua; a Associação de Relações Públicas de
Porto Rico; o Círculo Dominicano de Profissionais de Relações Públicas; e o Colégio de Relações
4
No site www.confiarp.org encontram-se informações institucionais que dão conta de sua história e de suas
principais realizações, bem como das associações filiadas. Foi lançado um primeiro documento histórico da
entidade, Consolidando las relaciones publicas en América latina, cuja versão eletrônica está disponível em seu
site.
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Esta terceira, e última parte, constitui um estudo bibliométrico dos papers apresentados nos
congressos bianuais da ALAIC nos anos 1998, 2000, 2004, 2006 e 2008.5 Nos últimos congressos,
na Bolívia (2002), na Argentina (2004) e no Brasil (2006), o GT de Comunicación Organizacional y
Relaciones Públicas foi um dos que se destacou, com um número expressivo de trabalhos inscritos
e apresentados6. Tudo isto demonstra que essas áreas vêm merecendo maior atenção e que de
fato estão sendo objeto de estudos pela comunidade acadêmica das Ciências da Comunicação na
região. Trata-se de um campo fértil a ser explorado pelos pesquisadores de Comunicação. Daí o
nosso propósito de apresentar o presente estudo, embora reconhecendo suas limitações, tanto
pelo pequeno recorte amostral, como pelo tipo de documento analisado.
Spinak ressalta a importância da produção de indicadores locais. Segundo ele, “os processos
de investigação de uma sociedade, objeto de medição da cientometria, não são
inteiramente “objetivos e neutros” como uma lei física natural, já que formam parte das
estruturas sociais, e estão imersos nestas, e variam de uma sociedade para outra”
(Spinak,1996: 140).
5
Este estudo bibliométrico contou com a participação efetiva de Ana Paula Muniz Costa de Andrade e de
Perolah Caratta Macêdo Portella Silveira.
6
No site da entidade, www.alaic.net, por meio do link dos GTs ALAIC, podem ser consultados esses papers.
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1) Idioma
2) Nacionalidade dos autores
3) Temática
Os artigos foram categorizados em temas gerais e específicos das duas áreas de estudo:
Administração e comunicação
Assessoria de imprensa e comunicação
Comunicação institucional
Comunicação integrada
Comunicação interna
Comunicação organizacional
Comunicação pública
7
Alguns dos artigos apresentados não tiveram seu texto completo publicado nos anais. Por isso não constam
na análise bibliométrica, apesar de figurarem em todos os outros campos de análise para dados estatísticos.
Adicionalmente, alguns dos artigos não apresentavam bibliografia, e, igualmente, não figuram na análise
bibliométrica.
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Cultura organizacional
Discurso organizacional
Estratégia de comunicação
Etimologia da comunicação
Imagem institucional e empresarial
Públicos
Relações públicas
Responsabilidade social
Retórica da comunicação organizacional
Teoria de comunicação organizacional
Teoria de relações públicas
4) Tipo de pesquisa
d. Capítulo de livro;
f. Livro;
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1) Em relação ao idioma
8
Devido ao número limitado de trabalhos apresentados no GT de Comunicación Organizacional y Relaciones
Públicas, nos anos 1998 e 2000, as produções desses dois congressos foram agrupadas para fins de análise.
Foram apresentados seis trabalhos em 1998 e oito em 2000, totalizando 14 artigos para análise. Nos demais,
foram feitos nos anos de cada congresso. Dados sobre esses congressos bianuais se encontram no site da
ALAIC: www.alaic.net.
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3) Temática
Os temas gerais e específicos das duas áreas de estudo que foram mais citados foram:
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Nos congressos de 1998 e 2000, oito artigos trataram da temática geral de Comunicação
Organizacional e quatro, de Relações Públicas. Nenhum tema específico teve destaque sobre
outro, porém figuraram na pesquisa ainda: Comunicação interna, Comunicação pública,
Cultura organizacional, Imagem institucional e empresarial, Públicos, Responsabilidade social
e Retórica da comunicação organizacional.
Em 2008, 55% dos trabalhos versaram sobre Comunicação Organizacional e 10%, sobre
Relações Públicas. Os temas de Comunicação interna e Cultura organizacional tiveram
destaque, com 30% e 15% das menções, respectivamente.
4) Tipo de pesquisa
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Em 1998 e 2000, 71% dos artigos apresentaram pesquisas de caráter empírico. Dos 14
artigos analisados, apenas nove estavam disponíveis na íntegra. Dos nove, um não
apresentou bibliografia.
Em 2002, novamente a maioria dos trabalhos (56%) era de pesquisas empíricas. Dos 41
artigos, 36 estavam disponíveis na íntegra para análise bibliométrica. Dos 36 disponíveis, três
não apresentaram bibliografia.
Em 2004, observa-se uma inversão no tipo de pesquisa realizada, com 59% de pesquisas
teóricas.
Em 2006, 69% das pesquisas tiveram caráter empírico e apenas um artigo não apresentou
bibliografia.
Em 2008, metade dos trabalhos apresentou pesquisas empíricas e metade, teóricas. Todos
os trabalhos estavam disponíveis e apresentaram bibliografia.
Inicialmente foi relacionado o número de citações dos papers de cada congresso do período
analisado: 1998/2000 (209); 2002 (648); 2004 (630); 2006 (459); e 2008 (329), perfazendo
um total de 2.275 citações. Do conjunto dessa amostra foi verificado o número de citações
por autor e autores com uma e duas citações. Os quadros a seguir relacionam os dez autores
mais citados nos textos do GT em cada congresso.
Congressos de 1998/2000
Autor Citações
Margarida Maria Krohling Kunsch 4
Gaudêncio Torquato 4
Aluizio Lins Leal 3
Pinho, José B. 3
Mauro Wolf 3
J. Balbis 2
Sandra Ball-Rokeach 2
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Pierre Bourdieu 2
Pedrinho A. Guareschi 2
C. Wright Mills 2
Luís Momesso 2
Paulo Nassar 2
Linda Putnam 2
Everett M.Rogers 2
Pamela Schockley-Zalabake 2
Victor Torres Tejada 2
Carlos Mendiburu Galdós 2
Autores com 1 citação 168
Total 209
Nos congressos ALAIC de 1998 a 2000 foram apresentados 14 artigos, os quais totalizam 209
citações. Dessas, citações observamos uma grande dispersão de autores utilizados: 12
receberam 2 citações cada; apenas 3 autores tiveram 3 citações cada e 2 somaram 4
citações no total de referências.
Congresso de 2002
Gaudêncio Torquato 10
Stuart Hall 7
Pierre Bourdieu 6
Manuel Castells 6
Erving Goffman 6
Octavio Ianni 6
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Paul Berger 5
Vincent de Gaulejac 5
Gabriel Kaplún 5
Philip Lesly 5
Total 648
Congresso de 2004
Autor Citações
Edgard Morin 9
Joan Costa 8
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James Grunig 8
Justo Villafañe 6
Annie Bartoli 5
Linda Putnam 5
Gareth Morgan 4
Norberto Chaves 4
Pascale Weil 4
Eric M. Eisenberg 4
Jorge Etkin 4
Total 630
Congresso de 2006
Nome Citações
Edgar Morin 10
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James E. Grunig 9
Rudimar Baldissera 5
Manuel Castells 5
Alex Primo 5
Gaudêncio Torquato 5
David Dozier 4
Fábio França 4
Total 459.
No congresso de 2006, o número total de citações cai um terço em média, chegando a 459.
A queda também se reflete proporcionalmente na quantidade de autores com apenas 2
citações, que dessa vez somam 40. A média de pouco mais de 50% (269) se mantém com
relação ao número de autores com apenas 1 citação. Outra repetição ocorre no ranking de
autores mais citados: com Margarida M. Krohling Kunsch em primeiro, seguida novamente
por Edgar Morin e James Grunig, revelando que esses autores se acham efetivamente
presentes no embasamento teórico dos estudos de Comunicação Organizacional e de
Relações Públicas, de maneira cada vez mais consistente. Ainda assim, é possível notar que a
dispersão em relação ao núcleo de autores mais citados é bem grande, não se podendo se
afirmar como um núcleo sólido mais do que 5 autores recorrentes.
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Congresso de 2008
Autor Citações
Joaquin Hidalgo 6
Marlene Marchiori 6
James R. Taylor 6
Adriana M. Casali 3
Domènec Melé 3
Ivone de L Oliveira 3
Charles S. Peirce 3
Txema Ramirez 3
Total 329
No ano 2008, cai drasticamente o número de citações total dos trabalhos: 329. Igualmente,
os autores com apenas duas citações somam 26 e, de outro lado, 2/3 (227) das citações
fazem referência a autores citados apenas uma vez. Nesse ano é ainda menor a
concentração de citações de um único autor, sendo que os 3 mais citados concentram 5
citações cada. São eles: Joaquin Hidalgo, Marlene Marchiori e James R. Taylor. A única
autora repetida nesse ranking é Margarida M. Rohling Kunsch.
Observa-se que as fontes utilizadas permeiam autores tanto das áreas específicas quanto
das Ciências Sociais e Humanidades em geral.
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Em 1998 e 2000, o material mais citado foi o livro (63%), seguido de capítulo de livro (13%) e
artigo em periódico científico (7%). Autocitações representaram 4%.
Em 2002, o material mais citado também foi o livro (75%). Do total, 3% foram autocitações.
Dos materiais consultados, 66% estavam em português e 21%, em espanhol. Notam-se,
ainda, 10% dos materiais de referência em inglês e 3%, em francês.
Em 2004, o material mais citado continuou sendo o livro (63%), seguido de artigo em
periódico científico (13%) e de capítulo de livro (10%). Do total, 3% foram autocitações.
Em 2006, 57% das citações foram originadas de livros, seguidas por 17% de artigos em
periódico científico. Do total, 3% foram autocitações.
Em 2008, 47% das citações eram de livros; 15%, de artigos em periódicos científicos; e 12%
de capítulo de livros. Do total, 4% eram autocitações.
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No conjunto total, chama muito a atenção que o livro ainda constitui a principal fonte de
consulta dos pesquisadores da área de Humanidades e, no caso específico, das áreas em
questão.
As citações anteriores a 1990 foram agrupadas por décadas, a partir de 1950. Foram
também agrupados os primeiros anos da década de 1990 (1990 a 1997). A partir do ano
1997, os dados foram coletados ano a ano.
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Em 1998 e 2000, 77% das citações apresentam referências da década de1990, sendo 16%
delas em 1995. Em 2002, 75% das citações representam materiais da década de 1990, sendo
11% no ano de 1997. Em 2004, 27% dos materiais citados eram datados entre 2000 e 2004;
não tinham data 5%. Em 2006, 42% das citações são da década de 2000, sendo dessa década
também 63% dos materiais citados em 2008.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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