Apostila2011 2 PDF
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Cálculo Vetorial
e
y
Geometria Analítica
x
2016.2
ÍNDICE
2. VETORES
3. RETAS E PLANOS
4. CÔNICAS E QUÁDRICAS
e j, a coluna em que ele se situa. Usaremos também a notação A = ( a ij )m×n ou Am×n para indicar
a mesma matriz. Os elementos de uma matriz podem ser números reais ou complexos,
polinômios, funções, outras matrizes, etc.
⎡1 0 2⎤
Exemplo: A matriz A = ⎢ ⎥ é uma matriz de ordem 2 x 3, isto é, 2 linhas e 3
⎣6 − 5 5 ⎦
colunas. Seus elementos são a11 = 1, a12 = 0, a13 = 2, a21 = 6, a22 = -5, a23 =5.
Duas matrizes A = ( a ij ) m×n e B = (bij ) r × s são iguais se elas têm a mesma ordem e seus
⎡9 1⎤ ⎡ 3 2 sen π 2 ⎤
Exemplo: ⎢0 5⎥ ⎢sen 0
= ⎥
⎣ ⎦ ⎣ 5 ⎦
Matriz quadrada é uma matriz cujo número de linhas é igual ao de colunas. Usaremos a
notação An = (aii ) n , 1 ≤ i, j ≤ n para indicar a matriz quadrada com n linhas e n colunas.
1
Chamaremos de diagonal principal de uma matriz quadrada An = ( aii )n , aos elementos
formada pelos elementos 1 e − 8 e da matriz B pelos elementos b11 , b22 ,..., bnn .
⎡1 0 ⎤
Exemplos: I 2 = ⎢ ⎥ - matriz identidade de ordem 2.
⎣0 1⎦
⎡1 0 0 ⎤
I 3 = ⎢⎢0 1 0 ⎥⎥ - matriz identidade de ordem 3
⎢⎣0 0 1⎥⎦
Matriz nula é aquela que todos os elementos são nulos, cuja notação é 0mxn .
⎡0 0 0 0 0 ⎤
⎡0 0 0 ⎤ ⎡0 0 ⎤
Exemplos: A = ⎢ ⎥; B=⎢ ⎥; C = ⎢⎢0 0 0 0 0 ⎥⎥ ; D = [0 ]
⎣0 0 0 ⎦ ⎣0 0 ⎦ ⎢⎣0 0 0 0 0 ⎥⎦
Matriz linha é a matriz formada por uma única linha e será denotada por A1n.
Exemplos: A1×1 = [2 − 3 5] ; B1x1 = [− 4 ]
Matriz diagonal é uma matriz quadrada em que os únicos elementos não nulos estão na
diagonal, isto é, A = ( a ij ) n , com aij = 0 para i ≠ j.
⎡2 0 0 ⎤
⎡−1 0⎤
Exemplos: A1 = ⎢ ; B2 = ⎢⎢0 0 0 ⎥⎥
⎣0 4 ⎥⎦
⎣⎢0 0 5 ⎥⎦
Matriz simétrica é uma matriz quadrada em que os elementos situados simetricamente
em relação à diagonal são iguais, isto é, A = ( a ij ) n tal que aij = aji , 1 ≤ i, j ≤ n.
⎡ 1 2 − 1⎤ ⎡2 5 1⎤
Exemplos: A = ⎢⎢ 2 0 9 ⎥⎥ ; B = ⎢5 − 1 0 ⎥⎥
⎢
⎢⎣ − 1 9 4 ⎥⎦ ⎢⎣1 0 3⎥⎦
2
Matriz anti-simétrica é uma matriz quadrada em que os elementos situados
simetricamente em relação à diagonal são opostos, isto é, A = ( a ij ) n , com aij = − aji , 1 ≤ i, j ≤ n.
Matriz triangular superior é uma matriz quadrada onde todos os elementos abaixo da
diagonal são nulos: isto é, A = ( a ij ) n , com aij = 0 para i > j.
⎡11 − 3 2 ⎤
⎡1 2 ⎤
Exemplos: A = ⎢⎢ 0 4 0 ⎥⎥ ; B=⎢ ⎥
⎢⎣ 0 0 1⎥⎦
⎣0 3⎦
Matriz triangular inferior é uma matriz quadrada onde todos os elementos acima da
diagonal são nulos, isto é, A = ( a ij ) n , com aij = 0 para i < j.
⎡3 0 0⎤
⎡4 0⎤
Exemplos: A = ⎢ ; B = ⎢2 −1 0⎥
⎣5 6 ⎥⎦ ⎢ ⎥
⎣0 5 8⎦
⎡ 1 0⎤
⎡1 2 −3⎤
Exemplos: A = ⎢ 2 5⎥ At = ⎢
⎢ ⎥ ⎣0 5 3 ⎥⎦ 2 x 3
⎣ −3 3⎦ 3 x 2
1.3.1 - Adição
Sejam A = (a ij )m×n e B = (bij )m×n duas matrizes de mesma ordem m x n. A soma entre as
matrizes A e B é uma matriz de mesma ordem C, onde c ij = a ij + bij , para 1 ≤ i ≤ m, 1 ≤ j ≤ n. De
outra forma,
⎡ a11 a12 ..........a1n ⎤ ⎡ b11 b12 ..........b1n ⎤ ⎡ a11 + b11 a12 + b12 ......... a1n + b1n ⎤
⎢a a 2 n ⎥⎥ ⎢b ⎥ ⎢a + b a 2 n + b2 n ⎥⎥
⎢ 21 a 22 b22 b2 n ⎥ 21 a 22 + b22
+ ⎢ 21 = ⎢ 21
⎢ M M ............ M ⎥ ⎢ M M ........... M ⎥ ⎢ M M .............................. M ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣a m1 a m 2 .........a mn ⎦ ⎣bm1 bm 2 .........bmn ⎦ ⎣a m1 + bm1 a m 2 + bm 2 .......a mn + bmn ⎦
⎡1 3 −1⎤ ⎡1 1 4⎤ ⎡2 4 3⎤
Exemplo: ⎢0 ⎥ + ⎢ ⎥ = ⎢
⎣ 1 2⎦ ⎣2 9 −7 ⎦ ⎣2 10 −5 ⎥⎦
3
1.3.2 - Propriedades da adição de matrizes
⎡1 ⎤ ⎡ −3 ⎤
Exemplo: Se A = ⎢ ⎥ então −3 A = ⎢
⎣4 ⎦ ⎣−12 ⎥⎦
1.3.4 - Propriedades da multiplicação por escalar
k =1
Observações:
1) Só podemos efetuar o produto de duas matrizes Am×n e B n× p , nessa ordem, se o
número de linhas da segunda matriz for igual o número de colunas da primeira. Neste caso, a
matriz produto AB terá ordem m × p.
2) Cada elemento c ij da matriz produto é a soma dos produtos dos elementos da i-ésima
linha da primeira matriz pelos elementos correspondentes da j-ésima coluna da segunda matriz.
Abreviadamente, diz-se que o produto de matrizes é feito “linha por coluna”.
⎡1 ⎤
⎡ 2 1 0⎤
Exemplos: 1. Se A = ⎢ e B = ⎢1⎥ , então
⎣− 1 3 − 1⎥⎦ 2 x 3 ⎢0 ⎥
⎣ ⎦ 3 x1
4
⎡1 ⎤
⎡ 2 1 0⎤ ⎢ ⎥ ⎡ ( 2 )( 1 ) + ( 1 )( 1 ) + ( 0 )( 0 )⎤ ⎡3 ⎤
AB = ⎢ • 1 = ⎢ = ⎢ ⎥
⎣− 1 3 − 1⎥⎦ ⎢ ⎥ ⎣( − 1 )( 1 ) + ( 3 )( 1 ) + ( −1 )( 0 ) ⎥
⎦ 2 x 1 ⎣2⎦
⎣0 ⎦
Observe que o produto BA não poderá ser efetuado, pois o número de linhas da segunda
matriz é diferente do número de colunas da primeira.
⎡−1 2⎤ ⎡5 1⎤
2. Se A = ⎢ 0 1 e B = ⎢−1
⎥ 4 ⎥ , note que os produtos AB e BA não poderão ser
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣3 4⎦ ⎣0 3⎦
Observações:
1) Amxn ⋅ 0 nxp = 0 mxp ; 0 mxn ⋅ Anxp = 0 mxp , onde 0 é uma matriz nula.
⎡ 2 −1⎤ ⎡− 2 0 ⎤ ⎡ 2 −1⎤
⎡−1 1⎤ ⎢ 1 7 ⎥ , mas ⎡−1 1⎤ •
2.1. O produto ⎢−1 4 ⎥ . ⎢ = ⎢−1 4 ⎥
⎢ ⎥ ⎣ 0 2 ⎥⎦ 2 x 2 ⎢ ⎥ ⎢ 0 2⎥
⎣ ⎦ 2 x2 ⎢ ⎥
⎣ 3 0 ⎦ 3 x2 ⎣ −3 3⎦ 3 x 2 ⎣ 3 0 ⎦ 3 x2
não está definido.
⎡−1⎤
2.2. Se A = ⎢ 0 ⎥ e B = [2 1 3]1 x 3 , temos que AB e BA estão definidos, mas AB é
⎢ ⎥
⎣ 4 ⎦ 3 x1
⎡− 2 −1 −3⎤
diferente BA, pois AB = ⎢ 0 0 0⎥ e BA = [10 ] .
⎢ ⎥
⎣ 8 4 12 ⎦ 3 x 3
⎡1 −2⎤ −1 −1
, B = ⎡⎢
1⎤
então AB = BA = ⎡⎢
3⎤
2.3. Se A = ⎢ ⎥ .
⎣0 1 ⎦ 2 x2 ⎣0 −1⎥⎦ 2 x 2 ⎣0 −1⎥⎦
⎡2 0 ⎤
3) É possível ter AB = 0 sem que se tenha A = 0 ou B = 0. Por exemplo, se A = ⎢ ⎥
⎣1 0 ⎦
⎡0 0 ⎤ ⎡0 0 ⎤
e B=⎢ ⎥ , então AB = ⎢ ⎥.
⎣ 1 1⎦ ⎣0 0 ⎦
5
1.3.7 - Exercícios
⎡1 0 ⎤ ⎡−1 0 3⎤
−1
1 0 ⎥ e D = ⎡⎢
0⎤
1) Dadas as matrizes A = ⎢3 2⎥ , B = ⎡2 −1 0 ⎤ , C = ⎢ 5 , calcule,
⎢⎣5 −4 ⎥⎦ ⎢
⎣1 3 4 ⎥
⎦ ⎢ 0 −1 4 ⎥ ⎣0 1⎥⎦
⎣ ⎦
as operações indicadas: AB + C, BC, CB, CBt D − BA, AB + BA, quando possível.
⎡0 0 0 ⎤ ⎡1 0 0 ⎤ ⎡0 0 0 ⎤
2) Dadas as matrizes A = ⎢0 0 0 ⎥ , B = ⎢0 0 0 ⎥ , C = ⎢0 2 0 ⎥
⎢⎣0 0 3⎥⎦ ⎢⎣0 0 0 ⎥⎦ ⎢⎣0 0 0 ⎥⎦
⎡ −3 0 0⎤
d) Determine α, β, γ ∈ R, tais que αA + βB + γC = ⎢ 0 −1 0⎥.
⎢0 − 2⎥⎦
⎣ 0
⎡x 2 + x 6⎤
3) Determine x, y ∈ R para que A = B, sendo A = ⎢ 2 e B= ⎡ 2 6⎤ .
⎣y +4 1⎥⎦ ⎢⎣13 1⎥⎦
⎡ 2 3⎤
4) Se A = ⎢ ⎥ , determine uma matriz B tal que AB = I.
⎣1 4 ⎦
5) Determine todas as matrizes que comutam com as matrizes
⎡1 0 1⎤ ⎡1 1 0⎤
a) A = ⎢0 1 0⎥ b) B = ⎢0 1 1⎥
⎢⎣0 0 1⎥⎦ ⎢⎣0 0 1⎥⎦
onde aij ∈ R, bi ∈ R, 1 ≤ i ≤ m, 1 ≤ j ≤ n .
6
onde
⎡ a 11 a12 L a 1n ⎤
⎢a a 22 L a2n ⎥
A = ⎢ 21
M ⎥
- é a matriz dos coeficientes,
M M
⎢ ⎥
⎣ a m1 am2 L a mn ⎦ mxn
⎡ x1 ⎤
⎢x ⎥
X =⎢ 2⎥ - é a matriz das incógnitas
M
⎢x ⎥
⎣ n ⎦ nx1
e
⎡ b1 ⎤
⎢b ⎥
B=⎢ 2⎥ - é a matriz dos termos independentes
M
⎢b ⎥
⎣ m ⎦ mx1
Podemos também associar ao sistema (1) a matriz ampliada
⎡ a11 a12 L a 1n b1 ⎤
⎢ a 21 a 22 L a 2n b2 ⎥
⎢ M M M M ⎥
⎢ ⎥
⎣ a m1 am2 L a mn bm ⎦
obtida acrescentando-se à matriz dos coeficientes uma coluna formada pelos termos
independentes. Dessa maneira a matriz ampliada representa o sistema de forma abreviada.
Dois sistemas de equações lineares são equivalentes se admitem as mesmas soluções.
Assim, os sistemas
( 2 ) ⎧⎨ x + 2 y = 5 e ( 3 ) ⎧⎨3 x − y = 1
⎩2 x − 3 y = −4 ⎩ x −2y = −3
são equivalentes, pois ambos admitem a única solução x = 1 e y = 2. Observe que essa solução é
também solução do sistema (4)
⎧ x + 0y = 1
(4) ⎨
⎩0 x + y = 2
7
Vejamos então, como proceder para obter o sistema equivalente conveniente, através do
processo eliminação de variáveis em cada equação. Para tornar mais claro o processo, ao lado de
cada sistema vamos escrever sua matriz ampliada.
⎧ x + 2y = 5 ⎡1 2 5⎤
(2) ⎨ 2 x − 3 y = −4 ⎢⎣2 −3 −4 ⎥⎦
⎩
1ª) Eliminemos x da 2a equação. Substituímos a 2a equação por outra, obtida somando-se a 2a
equação com a 1a multiplicada por -2:
⎧ x + 2y = 5 ⎡1 2 5 ⎤
(2´) ⎨0 x − 7 y = −14 ⎢⎣0 −7 −14 ⎥⎦
⎩
2ª) Vamos tornar unitário o coeficiente de y na 2a equação. Para isso, substituímos a 2a equação
1
por outra, obtida multiplicando-se a 2a equação por − :
7
⎧ x + 2y = 5 ⎡1 2 5 ⎤
(2’’) ⎨0 x + y = 2 ⎢⎣0 1 2 ⎥⎦
⎩
3ª) Eliminemos y da 1a equação. Substituímos a 1a equação por outra, obtida somando-se a 1a
equação com a 2a equação multiplicada por − 2 :
⎧ x + 0y = 1 ⎡1 0 1 ⎤
(2’’’) ⎨0 x + y = 2 ⎢⎣0 1 2 ⎥⎦
⎩
O sistema (2´´´) é equivalente ao sistema (2), e assim obtivemos a solução procurada de
(2) : x = 1, y = 2. De modo análogo se resolve o sistema (3):
⎧3 x − y = 1 ⎡3 −1 1 ⎤
(3) ⎨ x − 2y = − 3 ⎢⎣1 − 2 −3⎥⎦
⎩
A 1ª etapa é obter um coeficiente unitário para a variável x na 1a equação, o que pode ser
obtido multiplicando a 1a equação por 1/3. Com isso, obtemos os outros coeficientes
fracionários, o que dificultará os cálculos posteriores. Para evitar dificuldades e proceder da
mesma maneira anterior, vamos aplicar, inicialmente, a 1ª etapa.
⎧ x − 2 y = −3 ⎡1 − 2 − 3⎤
⎨0 x + 5 y = 10 ⎢⎣0 5 10 ⎥⎦
⎩
3ª) Vamos tornar unitário o coeficiente de y na 2a equação. Substituímos a 2a equação por ela
mesma multiplicada por 1/5:
⎧ x − 2 y = −3 ⎡1 − 2 −3⎤
⎨0 x + y = 2 ⎢⎣0 1 2 ⎥⎦
⎩
8
4ª) Vamos eliminar y da 1a equação: substituímos a 1a equação pela soma da 1a equação com a
2a multiplicada por 2:
⎧ x + 0y = 1 ⎡1 0 1 ⎤
⎨0 x + y = 1 ⎢⎣0 1 2 ⎥⎦
⎩
Assim obtivemos a solução: x = 1, y = 2.
Nos dois exemplos apresentados partimos de um sistema de equações lineares e fomos
obtendo sistemas sucessivos, obtidos do anterior por operações que preservam as igualdades
indicadas, até chegarmos ao sistema equivalente que expressa a solução. As etapas
intermediárias são todas reversíveis, pois podemos obter o sistema (2) a partir do sistema (4)
efetuando as operações inversas das mencionadas, na ordem inversa. Analogamente para o
sistema (3). As operações que fornecem sistemas equivalentes são chamadas operações
elementares.
⎡−2 0 ⎤ ⎡ 1 5⎤
Exemplo: ⎢ 1 5 ⎥ L1 ↔ L2 ⎢− 2 0 ⎥
⎢ 3 −4 ⎥ ⎢ 3 −4 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
2. Multiplicar a i-ésima linha por um escalar qualquer k, não nulo: Li → k .Li .
⎡− 2 0 ⎤ ⎡−2 0 ⎤
Exemplo: ⎢ 1 5⎥ L3 → −2 L3 ⎢ 1 5⎥
⎢ 3 −4 ⎥ ⎢−6 8 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
3. Substituição da i-ésima linha pela i-ésima linha mais k vezes a j-ésima linha:
Li → Li + k ..L j
⎡−2 0 ⎤ ⎡− 2 0 ⎤
Exemplo: ⎢ 1 5 ⎥ L3 → L3 − 3 L 2 ⎢1 5 ⎥
⎢ 3 −4 ⎥ ⎢ 0 −19 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Na resolução dos sistemas (2) e (3) da seção 1.5, observamos que as matrizes ampliadas
dos vários sistemas obtidos sucessivamente apenas sofreram operações elementares sobre suas
linhas com objetivo de serem transformadas numa matriz na forma escada. Lembremos que
quando não fazemos referência a alguma linha, a mesma deve permanecer inalterada.
Lembramos que uma linha é nula se todos os seus elementos forem nulos. Uma linha não
nula é aquela que possui pelo menos um elemento não nulo. A condição 4) significa que os
primeiros elementos não nulos unitários de cada linha devem ocorrer em colunas seqüenciadas.
Exemplos:
Consideremos as matrizes abaixo e verifiquemos quais são linha reduzida à forma escada:
⎡1 2 0 0 2 ⎤ ⎡0 1 0 0 ⎤
A = ⎢0 0 1 0 −1⎥ ; B = ⎢0 0 1 0 ⎥ ; C = ⎡0 0 0 1 4 ⎤ ;
⎢0 0 0 1 3 ⎥ ⎢⎣0 0 0 1⎥⎦ ⎢⎣0 0 1 8 2 ⎥⎦
⎣ ⎦
⎡1 0 5 ⎤
D = ⎡0 0 0 1 4 ⎤ ; E = ⎢0 0 0 ⎥
⎢⎣0 0 1 8 1⎥⎦ ⎢⎣0 1 0 ⎥⎦
As matrizes A e B são linha reduzida à forma escada, pois todas as condições estão
satisfeitas. A matriz C não é linha reduzida à forma escada, pois não satisfaz à 1a condição. A
matriz D não é linha reduzida à forma escada, pois não satisfaz a 2a e 4a condições. A matriz E
também não é linha reduzida à forma escada, pois não satisfaz a 3a condição.
Dadas duas matrizes m x n, A e B, dizemos que B é linha-equivalente a A se B foi obtida de A
após um número finito de operações elementares sobre as linhas de A. Neste caso, indicamos
A → B, ou A ∼ B
Teorema 1 : Dois sistemas de equações lineares que possuem matrizes ampliadas
equivalentes são equivalentes.
Teorema 2 : Toda matriz Amxn é linha-equivalente a uma única matriz linha reduzida à
forma escada.
Dada uma matriz Amxn , chamamos de posto (ou característica) de A, indicado por p, ao
número de linhas não nulas de sua matriz equivalente linha reduzida à forma escada.
Exemplo:
⎡1 1 2 0⎤
Para obter o posto da matriz A = ⎢2 −1 −1 3⎥ precisamos, em primeiro lugar, obter a
⎢ 1 −3 − 2 4 ⎥
⎣ ⎦
sua matriz equivalente B linha reduzida à forma escada. Isso é conseguido aplicando-se
operações elementares convenientes às linhas da matriz A :
10
⎡1 1 2 0 ⎤ L2 → L2 − 2 L1 ⎡1 1 2 0⎤ ⎡1 1 2 0⎤
A = ⎢2 −1 −1 3 ⎥ → ⎢0 −3 −5 3⎥ L → L ⎢0 −4 −4 4 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ 2 3
⎢ ⎥
⎣1 −3 −2 4 ⎦ L3 → L3 − L1 ⎣0 − 4 − 4 4 ⎦ ⎣0 −3 −5 3⎦
⎡1 1 2 0 ⎤ L1 → L1 − L2 ⎡1 0 1 1 ⎤
1
L2 → − L2 ⎢0 1 1 −1⎥ → ⎢0 1 1 −1⎥
4 ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣0 −3 −5 3 ⎦ L3 → L3 + 3 L2 ⎣0 0 −2 0 ⎦
⎡1 0 1 1⎤ L1 → L1 − L3 ⎡1 0 0 1 ⎤
1
L3 → − L3 0 1 1 −1⎥
⎢ → ⎢0 1 0 −1⎥ = B
3 ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎣0 0 1 0 ⎦ L2 → L2 − L3 ⎣0 0 1 0 ⎦
Portanto, o posto de A é igual a 3, que é o número de linhas não nulas da matriz B.
Exemplo:
Resolva os sistemas abaixo:
⎧⎪ x − 2 y − 3 z = 0
1) ⎨ x + 4 y − z = −1
⎪⎩2 x − y + z = 0
11
⎡ 1 −2 −3 0 ⎤ L2 → L2 − L1 ⎡1 − 2 −3 0 ⎤ ⎡1 −1 −3 0 ⎤
1 ⎢0 1
⎢ 1 4 −1 −1⎥ → ⎢0 6 2 −1⎥ L2 → L2 1
− 61 ⎥
⎢2 −1 1 0 ⎥ L3 → L3 − 2 L1 ⎢0 3 7 0 ⎥ 6 ⎢ 3
⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣0 3 7 0⎦
11
L1 → L1 + 2 L2 ⎡1 0 − 73 0⎤ ⎡1 0 − 11 − 31 ⎤ L1 → L1 + 3 L3 ⎡1 0 0 − 365 ⎤
⎢0 1 0 − 7 ⎥
3
→ ⎢0 1 1 3⎥⎥ L3 → L3 ⎢⎢0 1
1 1
− 61 ⎥⎥ →
⎢ 3 3 ⎢ 36 ⎥
L 3 → L3 − 3 L 2 ⎢⎣0 0 6 4 ⎥⎦
6
⎢⎣0 0 1
1 ⎢⎣0 0 1 121 ⎥⎦
12 ⎥ ⎦ L 2 → L 2 + L3
1
3
Como esta última matriz é linha reduzida à forma escada, paramos o processo e
escrevemos o sistema a ela associado:
⎧x =− 5
⎪⎪ 36
⎨ y =− 7
36
⎪ z= 1
⎩⎪ 12
o qual nos fornece a solução do sistema dado.
2) ⎧
x + y + z + 3t = 1
⎨
⎩ x + y − z + 2t = 0
Tomemos a matriz ampliada do sistema:
1
⎡1 1 1 3 1⎤ L2 → L2 − L1 ⎡1 1 1 3 1 ⎤ L 2 → − L 2 ⎡ 1 1 1 3 1 ⎤
⎢1 1 −1 2 0 ⎥ ⎢0 0 − 2 −1 −1⎥ 2 ⎢0 0 1 1 1 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ 2 2⎦
L1 → L1 − L2 ⎡1 1 0 5
2
1⎤
2
⎢0 0 1 1 1⎥
⎣ 2 2⎦
A última matriz é linha reduzida à forma escada, ou seja, a matriz ampliada do sistema
dado já foi escalonada, e o sistema associado será:
⎧ 5 1
⎪x + y + 2 t = 2
⎨ 1 1
⎪ z + t =
⎩ 2 2
Aqui o sistema obtido não fornece uma solução numérica única, mas sim uma família de
soluções, dependendo das escolhas arbitrárias de algumas variáveis. Essa família de soluções
1 5 1 1
recebe o nome de solução geral do sistema: x = − t − y; z = − t , y, t ∈ℜ.
2 2 2 2
⎧⎪ x + y + z = 1
3) ⎨ x − y − z = 2
⎪⎩2 x + y + z = 3
⎡ 1 1 1 1⎤ L2 → L2 − L1 ⎡1 1 1 1⎤ ⎡1 1 1 1 ⎤ L1 → L1 − L2
⎢ 1 −1 −1 2⎥ → ⎢0 − 2 − 2 1⎥ L3 → − L2 ⎢0 1 1 −1⎥ →
⎢2 1 1 3⎥ L3 → L3 − 2 L1 ⎢0 −1 −1 1⎥ ⎢0 − 2 − 2 1 ⎥ L3 → L3 + 2 L2
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
12
⎡1 0 0 2 ⎤ ⎡1 0 0 2 ⎤ L1 → L1 − 2 L3 ⎡1 0 0 0 ⎤
⎢0 1 1 −1⎥ L3 → − L3 ⎢0 1 1 −1⎥ → ⎢0 1 1 0 ⎥
⎢0 0 0 −1⎥ ⎢0 0 0 1 ⎥ L2 → L2 + L3 ⎢⎣0 0 0 1⎥⎦
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Em vista da última igualdade desse sistema ser absurda, o sistema é impossível, isto é,
não existe uma solução que satisfaça simultaneamente às três equações do sistema.
Vamos agora analisar três sistemas bem simples, de duas equações e duas incógnitas,
bastantes esclarecedores.
4) ⎧
x + 2y = 7
⎨
⎩ x − 3 y = −3
Observemos inicialmente que cada equação desse sistema é a equação de uma reta, cujos
gráficos esboçamos na fig. 01, abaixo. A resolução gráfica do sistema nos mostra duas retas
concorrentes, isto é, retas com um único ponto em comum, P = (3, 2), que é a solução do
sistema. Assim o sistema é possível e tem como única solução o ponto P = (3, 2).
Resolvendo o sistema por escalonamento de matrizes, obtemos:
1
⎡1 2 7 ⎤ L2 → L2 − L1 ⎡1 2 7 ⎤ L2 → − L2 ⎡1 2 7 ⎤ L1 → L1 − 2 L2 ⎡1 0 3 ⎤
⎢⎣1 −3 −3⎥⎦ → ⎢⎣0 −5 −10 ⎥⎦ 5 ⎢⎣0 1 2⎥⎦ → ⎢⎣0 1 2⎥⎦
→
Portanto o sistema terá como solução x = 3, y = 2 ou o ponto P = (3, 2).
⎧ x + 2y = 7
5) ⎨2 x + 4 y = 14
⎩
Iniciando com a resolução gráfica, obtemos duas retas coincidentes, isto é, tem todos os
pontos em comum (fig. 02). Assim, o sistema é possível e tem infinitas soluções (cada ponto da
reta) e portanto a solução é indeterminada. Resolvendo, agora, por escalonamento, temos:
⎡ 1 2 7 ⎤ L2 → L2 − 2 L1 ⎡1 2 7 ⎤
⎢⎣2 4 14 ⎥⎦ → ⎢⎣0 0 0 ⎥⎦
-3 0 3 7 x 0 7 x
fig.01 fig.02 x + 2y = 7
13
6) ⎧
x + 2y = 7
⎨
⎩2 x + 4 y = −6
Aqui a resolução gráfica nos fornece duas y
A segunda equação expressa um absurdo, o que nos informa ser o sistema impossível.
Assim, não existe solução satisfazendo simultaneamente as duas equações.
Em cada um destes três últimos sistemas acima resolvidos vamos analisar a forma escada
de suas matrizes dos coeficientes e ampliadas:
6 ) ⎡⎢
1 2 M 7 ⎤
4 ) ⎡1 0 M 3 ⎤ 5 ) ⎡1 2 M 7 ⎤
⎢⎣0 1 M 2⎥⎦ ⎢⎣0 0 M 0 ⎥⎦ ⎣ 0 M − 20 ⎥⎦
0
Os três sistemas envolvem duas incógnitas. No Exemplo 4), tanto a matriz dos
coeficientes como a matriz ampliada tem duas linhas não nulas, em número igual ao de
incógnitas, e obtivemos uma solução bem determinada: P = (3, 2). No Exemplo 5), tanto a
matriz dos coeficientes como a ampliada tem uma linha não nula, em número inferior ao de
incógnitas, e obtivemos solução indeterminada. No Exemplo 6), as matrizes dos coeficientes e a
ampliada não apresentam aspectos compatíveis: na matriz dos coeficientes existe apenas uma
linha não nula, enquanto na matriz ampliada tem duas linhas não nulas e observe que o sistema
não tem solução. O sistema foi impossível. Adotando a seguinte notação, pc = posto da matriz
dos coeficientes, pa = posto da matriz ampliada e n = número de incógnitas do sistema, os três
exemplos 4), 5) e 6) fornecem seguintes resultados: No exemplo 4), temos pc = 2, pa = 2, n = 2
e n − pc = 0. Neste caso, observou-se que o sistema tem solução, e essa solução é única. No
exemplo 5), temos: pc = 1, pa = 1, n = 2 e n − pc = 1. Neste caso, podemos observar que o
sistema tem solução, mas é uma solução indeterminada. Para cada valor atribuído a uma das
variáveis, obtém-se um valor para a outra, havendo, portanto, infinitas soluções. Já no exemplo
6), temos: pc = 1, pa = 2 e n = 2. Neste caso, o sistema não tem solução.
14
a) uma única solução e neste caso, o sistema é dito compatível ou possível e
determinado.
b) infinitas soluções e neste caso o sistema é dito compatível e indeterminado.
c) nenhuma solução e neste caso o sistema é dito incompatível ou impossível.
No parágrafo 1.8, os exemplos 1) e 4) são compatíveis e determinados, 2) e 5) são
compatíveis e indeterminados e 3) e 6) são incompatíveis.
⎧⎪ x + y + z = 1 ⎡1 1 1 1⎤ ⎡1 0 0 0 ⎤
3) ⎨ x − y − z = 2 → ⎢ 1 −1 −1 2 ⎥ → ⎢0 1 1 0 ⎥
⎪⎩2 x + y + z = 3 ⎢2 1 1 3 ⎥ ⎢⎣0 0 0 1⎥⎦
⎣ ⎦
Aqui temos pa ≠ pc e, portanto, o sistema é incompatível.
15
1.9.1 - Exercícios Resolvidos
⎧⎪mx + 2 y = 6
1) Discutir e resolver o sistema ⎨3 x − y = −2
⎪⎩ x + y = 0
⎡m 2 6 ⎤ ⎡ 1 1 0 ⎤ L2 → L2 − 3 L1 ⎡1 1 0⎤ 1
⎢ 3 −1 − 2⎥ L1 ↔ L3 ⎢ 3 −1 − 2⎥ → ⎢0 −4
L → − L2
−2⎥ 2 4
⎢1 1 0 ⎥ → ⎢m 2 6 ⎥ L3 → L3 − mL1 ⎢0 2 − m 6 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ →
⎡1 1 0⎤ L1 → L1 − L2 ⎡1 0 − 1 ⎤
⎢ 1⎥ ⎢0 1
2
1 ⎥
⎢0 1 ⎥ →
⎢ 2 ⎥
⎢0 2 − m 62 ⎥ L3 → L3 − ( 2 − m )L2 ⎢⎣0 0 10 + m
2 ⎥ ⎦
⎣ ⎦
Se m = -10, temos pa = pc = n = 2. Assim o sistema é compatível e determinado, com
m + 10
solução x = − 1 e y = 1 . Se m ≠ −10, temos que ≠ 0 . Logo a matriz ampliada do
2 2 2
sistema tem posto 3, enquanto que a matriz dos coeficientes tem posto 2. Portanto o sistema é
incompatível.
⎧ x + 4y = 2
⎪ x − 5y = 1
2) Discutir e resolver o sistema: ⎨
2x − y = 3
⎪4 x + 16 y =
⎩ 8
Solução: Usando o método de escalonamento, temos:
⎡1 4 2 ⎤ ⎡1 0 149 ⎤
⎡ 1 4 2⎤ L2 → L2 − L1 ⎡1 4 2 ⎤ ⎢ ⎥ L1 → L1 − 4 L2 ⎢
1 91 ⎥⎥
⎢ 1 −5 1⎥ L3 → L3 − 2 L1 1
⎢0 −9 −1⎥ L3 → − L2 ⎢0 1 1
⎥ → ⎢0
⎢2 −1 3 ⎥ → ⎢0 −9 −1⎥ 9 ⎢ 9 ⎥
⎢ ⎥ L → L − 4L ⎢ ⎥ → 0 −9 −1⎥ L3 → L3 + 9 L2 ⎢0 0 −1⎥
⎢
⎣ 4 16 8 ⎦ 4 4 1 ⎣0 0 0 ⎦ ⎢⎣0 0 0 ⎥⎦ ⎣⎢0 0 0 ⎥⎦
x = 14 e y = 1 ..
9 9
⎧⎪ x − 2 y − z = 1
3) Discutir e resolver o sistema ⎨2 x + y − 3 z = 0
⎪⎩ x − 7 y = 3
16
⎡1 − 2 −1 1 ⎤ L1 → L1 + 2 L2 ⎡1 0 − 75 1 ⎤
5
⎢0 1 − 1 − 2 ⎥ → ⎢0 1 − 51 − 52 ⎥⎥
⎢ 5 5
⎥ L → L + 5L ⎢
⎣0 −5 1 2⎦ 3 3 2 ⎢⎣0 0 0 0 ⎥⎦
⎧⎪ x − y + z =− 5
4) Determine os valores de k para que o sistema ⎨ x − y + k z = 2 não tenha solução.
2
⎪⎩ x − y − z = 3
⎧⎪ x + y − z = 1 ⎧⎪ x + y = 1
c) ⎨2 x + 3 y + nz = 3 d) ⎨2 x + y = 2
⎪⎩ x + ny + 3 z = 2 ⎪⎩ 3y = m
17
e) ⎧⎨ x − y = 2 ⎧ x + ny − 8 z = 1
⎩2 x + my = n
f) ⎨
⎩2 x + 6 y + mz = 0
6) Quando se faz uso do computador é comum adotar o Método de Gauss para resolução de
sistemas de equações lineares, pois este método exige um número menor de operações. O
Método de Gauss consiste em reduzir a matriz ampliada do sistema a uma matriz que só
difere da matriz escada, dada no § 1.7, pela segunda condição. Após reduzir a matriz ampliada a
uma matriz dessa forma por meio de operações elementares e observando as condições 1), 3) e
4), obtém-se as soluções do sistema por substituição.
1.10 - DETERMINANTES
Dada uma matriz quadrada An = (aij)n , indiquemos por Aij a matriz quadrada de ordem
n − 1 obtida da matriz A suprimindo-se a i-ésima linha e a j-ésima coluna.
Exemplos:
⎡ 1 0 2⎤
1) Se A = ⎢−1 3 5 ⎥ , então A32 = ⎡⎢
1 2⎤
⎥ , A13 = ⎡− 1 3 ⎤ , ..., etc.
⎢ 4 8 6⎥ ⎣ − 1 5 ⎦ ⎢⎣ 4 8 ⎥⎦
⎣ ⎦
0 −1⎤
2) Se B = ⎡⎢ , então B11 = [4 ] , B12 = [− 3] , B22 = [0 ]
⎣−3 4 ⎥⎦
A toda matriz quadrada A = (aij)n está associada um número real chamado determinante
de A , que será denotado por det A ou | A | ou
18
a11 a12 L a 1n
a 21 a 22 L a 2n
M M L M
a n1 a n2 L a nn
det A = ∑ (− 1)2 + j a2 j det A2 j = (− 1)2 + 1 a21 det A21 + (− 1)2 + 2 a22 det A22
2
j =1
det A = − a21 a12 + a22 a11 = − a21 a12 + a22 a11 ⇒ det A = a11a22 − a12 a21
Fixando j = 1 :
det A = A = a 11 a 22 − a 21 a 12 = a 11 a 22 − a 12 a 21
= a11 (a22 a33 − a23a32 ) − a12 (a21a33 − a23a31 ) + a13 (a21a32 − a22 a31 )
19
b) faz-se a soma dos produtos dos elementos situados na diagonal principal e em suas paralelas,
menos a soma dos produtos dos elementos situados na outra diagonal e em suas paralelas:
a11 a12 a13 a11 a12
det A = a21 a22 a23 a21 a22 =
a31 a32 a33 a31 a32
= a11a22 a33 + a12 a23a31 + a13a21a32 − a13a22 a31 − a11a23a32 − a12 a21a33
Exemplos:
0 −1⎤
1) Dada B = ⎡⎢ , calcule o seu determinante. Fixemos i = 1. Então o determinante
⎣ 3 4 ⎥⎦
−
de B será:
⎡1 0 −2⎤
2) Calcule o determinante da matriz A = ⎢1 −3 5 ⎥ .
⎢2 0 0 ⎥⎦
⎣
Fixemos j = 2. Então
1 −2
A = ∑ (−1) ai 2 Ai 2 = − 0 A12 + (−3 ) A22 − 0 A32 = − 3 = −3(4 ) = −12
3
i+2
i =1 2 0
Observação:
1a) Se uma matriz quadrada A, de ordem n, tem uma linha (coluna) nula seu determinante
é nulo. Basta fixar a linha (coluna) nula para o cálculo do determinante de A.
2a) Permutando-se duas linhas (colunas) da matriz A seu determinante muda de sinal.
20
3a) Se uma matriz A tem duas linhas (colunas) iguais seu determinante é nulo. Decorre da
propriedade anterior, permutando-se as linhas (colunas) iguais.
4a) Multiplicando-se uma linha (coluna) de uma matriz A por uma constante k seu
determinante fica multiplicado por k. Basta fixar essa linha (coluna).
5a) det (AB) = (det A)(det B).
a11 a12 L a1n a11 a12 L a1n a11 a12 L a1n
M M M M M M M M M M M M
6a) ai1 + bi1 ai 2 + bi1 L ain + bin = ai1 ai 2 L ain + bi1 bi1 L bin
M M M M M M M M M M M M
an1 an 2 L ann an1 an 2 L ann an 1 an 2 L ann
Matricialmente, temos AX = 0
Um sistema homogêneo é sempre compatível, admitindo pelo menos a solução trivial,
x1 = 0, x2 = 0, ... , xn = 0. Isto se deve ao fato dos termos independentes serem todos nulos e
portanto a matriz ampliada terá sempre o mesmo posto da matriz dos coeficientes. Se esse posto
for igual ao número de variáveis o sistema será determinado, só possuindo a solução trivial. Se o
posto for diferente do número de variáveis, o sistema será indeterminado possuindo infinitas
soluções, inclusive a solução trivial.
No caso de um sistema linear homogêneo de n equações a n incógnitas cabem as
seguintes observações:
1) Seja A uma matriz quadrada n × n, seja B sua matriz equivalente na forma escada.
Temos det B = k . det A, onde k ≠ 0.
De fato, ao fazermos o escalonamento de A usamos apenas as operações elementares
(permutar linhas, multiplicar linha por constante não nula, substituir uma linha por uma sua
combinação linear com outra linha), de modo que os respectivos determinantes, em cada
processo, ou não se alteram ou ficam multiplicados por uma constante não nula (veja as
propriedades 2a), 4ª), 5a) e 6a) dos determinantes). Como conseqüência, segue a afirmação: “O
escalonamento não altera a nulidade do determinante de uma matriz quadrada”, isto é,
det A = 0 ⇔ det B = 0.
21
2) Sejam A a matriz dos coeficientes de um sistema homogêneo n × n, e B sua matriz
equivalente na forma escada. Da 1a propriedade de determinantes segue:
a) det B ≠ 0 se, e somente se, o posto de B é igual ao número de incógnitas.
b) det B = 0 se, e somente se, o posto de B é menor que o número de incógnitas.
Da observação 1) segue que o det A ≠ 0 se, e somente se, o posto de A é igual ao número
de incógnitas e portanto teremos um sistema compatível e determinado.
Assim, como um sistema AX = 0 é sempre compatível, temos:
a) Se det A ≠ 0, o sistema só admite a solução trivial x1 = x2 = ... = xn = 0.
b) Se det A = 0, o sistema admite infinitas soluções, que devem ser obtidas pelo processo
usual de escalonamento.
⎧⎪ x + y − z = 0
1) Discutir e resolver o sistema ⎨ x + 2y + z = 0
⎪⎩− x − y + 2 z = 0
Solução: Trata-se de um sistema linear homogêneo cujo determinante é igual a zero. Portanto, o
sistema admite infinitas soluções, obtidas através de escalonamento:
⎡ 2 1 −3 0 ⎤ ⎡ 1 1 −1 0 ⎤ L2 → L2 − 2 L1 ⎡1 1 −1 0 ⎤
⎢ 1 1 −1 0 ⎥ L1 ↔ L2 ⎢ 2 1 −3 0 ⎥ → ⎢0 −1 −1 0 ⎥ L2 → − L2
⎢−1 1 3 0 ⎥ → ⎢−1 1 3 0 ⎥ L3 → L3 + L1 ⎢0 2 2 0 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
⎡1 1 −1 0 ⎤ L1 → L1 − L2 ⎡1 0 − 2 0 ⎤
⎢0 1 1 0 ⎥ → ⎢0 1 0 0 ⎥
⎢0 2 2 0 ⎥ L3 → L3 − 2 L2 ⎢0 0 0 0 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
22
Temos então que p c = 2 , p a = 2 , n = 3 e n − p = 1 . Logo, o sistema é compatível e
indeterminado, com grau de liberdade igual a 1. Assim, o sistema associado é:
⎧x − 2 z = 0 ⇒ x = 2 z , y = − z , ∀z ∈ ℜ .
⎨y + z = 0
⎩
⎧ x− y− z =0
⎪2 x + y + 2 z = 0
⎪
3) Discuta e resolva o sistema ⎨
⎪3 x + 2 y + 3 z = 0
⎪⎩ x + y + z = 0
L1 → L1 + L2
⎡1 0 0 0⎤ ⎡1 0 0 0⎤
L3 → L3 − 5 L2 ⎢0 L2 → L2 − L3
⎢ 1 1 0 ⎥⎥ ⎢0
⎢ 1 0 0 ⎥⎥
→ →
⎢0 0 1 0⎥ ⎢0 0 1 0⎥
L4 → L4 − 3 L 2 ⎢ ⎥ L4 → L4 − L3 ⎢ ⎥
⎣0 0 1 0⎦ ⎣0 0 0 0⎦
⎧3 x + y + 3 z + t = 0
⎪
4) Discuta e resolva o sistema ⎨ x + y + 2 z − t = 0
⎪ x − y − z − 5t = 0
⎩
Solução: Trata-se de um sistema homogêneo não quadrado (3 x 4); é portanto
compatível, mas sua(s) solução(ões) deve(m) ser obtida(s) por escalonamento:
⎡3 1 3 1 0⎤ ⎡1 1 2 −1 0 ⎤ L2 → L2 − 3 L1 ⎡ 1 1 2 −1 0⎤
⎢1 1 2 −1 0 ⎥ L1 ↔ L2 ⎢3 1 3 1 0 ⎥ → ⎢0 − 2 −3 4 0 ⎥⎥
⎢ ⎥ → ⎢ ⎥ ⎢
⎢⎣1 −1 −1 −5 0 ⎥⎦ ⎢⎣1 −1 −1 −5 0 ⎥⎦ L3 → L3 − L1 ⎢⎣ 0 − 2 −3 −4 0 ⎥⎦
1 ⎡1 1 2 −1 0 ⎤ L1 → L1 − L2 ⎡1 0 21 1 0 ⎤ 1
L2 → L2 ⎢
0 1 3
− 2 0 ⎥ → ⎢0 1 3 − 2 0 ⎥ L3 → − L3
→
2 ⎢ 2
⎥ L → L + 2L ⎢ 2 ⎥
→
8
⎣0 − 2 − 3 − 4 0 ⎦ 3 3 2
⎣⎢0 0 0 − 8 0 ⎥⎦
⎡1 0 12 1 0 ⎤ L → L1 − L3 ⎡1 0 12 0 0 ⎤
⎢0 1 3 − 2 0 ⎥ 1 → ⎢0 1 3 0 0 ⎥
⎢ 2 ⎥ ⎢ 2 ⎥
⎢⎣0 0 0 1 0 ⎥⎦ L 2 → L 2 + 2 L3 ⎢⎣0 0 0 1 0 ⎥⎦
23
Temos então que p c = p a = 3, n = 4 e n − p = 1 e portanto o sistema é compatível e
indeterminado, tendo infinitas soluções. Logo o sistema associado é:
⎧ 1
⎪x + 2 z = 0
⎪⎪ 3 1 3
⎨y + z = 0 ⇒ x=−
2
z, y = − z, z ∈ℜ, t = 0.
2
⎪ 2
t = 0
⎪
⎪⎩
⎧⎪2 x + 5 y − 2 z = 0
c)⎨ x + y + z = 0 d ) ⎧⎨4 x + 3 y − z + t = 0
⎪⎩ x − 7 y − 7 z = 0 ⎩ x − y + 2z − t = 0
⎧⎪ x − y + z = 0
2) Verifique se o ponto A = (1,2,3) é solução do sistema ⎨ x − 3 y + 7 z = 0 . O sistema tem
⎪⎩2 x − 3 y + 5 z = 0
24
⎧⎪ x + y + z = 1
7) Para que valores de m o sistema ⎨ x + my + z = 2 é determinado?
⎪⎩2 x + my + ( m − 1 )z = 3
25
VETORES
Neste capítulo estudaremos conceitos e regras do Cálculo Vetorial, visando sua utilização
na Geometria Analítica.
2.1 - INTRODUÇÃO
Exemplos
B
A •P
segmento orientado AB segmento orientado nulo
A - origem; B - extremidade P - origem e extremidade
A
E B
F D
G C L
•I H J
Os segmentos orientados AB, CD, EF, GH têm a mesma direção. Os segmentos AB, CD,
GH e JL têm o mesmo comprimento. Os segmentos AB e GH têm a mesma direção, o mesmo
26
comprimento e o mesmo sentido. Note que o segmento nulo I está sobre a mesma reta suporte do
segmento GH. No entanto, eles têm a mesma direção, pois o segmento nulo não tem direção e
nem sentido definidos. Os segmentos JL e AB têm o mesmo comprimento, mas não podemos
comparar seus sentidos, pois eles não têm a mesma direção.
Dois segmentos orientados não nulos MN e PQ são equipolentes se têm a mesma direção,
o mesmo comprimento e o mesmo sentido. Neste caso, denotaremos por MN ~ PQ.
Todos os segmentos nulos são equipolentes. Na figura anterior temos AB ~ GH e
AB ~ DC. Assim, segmentos equipolentes estão contidos na mesma reta suporte ou em retas
paralelas.
C
D M
A N
B MN não é eqüipolente a AB
AB ~ CD E F G H
AC ~ BD EF ~ GH
Vemos, então, que dois segmentos equipolentes não nulos e não colineares determinam
um paralelogramo, isto é, um quadrilátero que tem os lados dois a dois paralelos e de iguais
comprimentos, como ABCD.
1) Reflexiva: AB ~ AB
3) Transitiva: Se AB ~ CD e CD ~ PQ , então AB ~ PQ
4) Se AB ~ CD , então BA ~ DC
C• C D
A A
B B
Dados A, B e C ......... existe um único D tal que AB ~ CD.
27
Toda relação que satisfaz as três primeiras propriedades (reflexiva, simétrica, transitiva)
chama-se relação de equivalência. Assim, a equipolência é uma relação de equivalência no
conjunto dos segmentos orientados.
A propriedade 6) assegura que dado um segmento orientado AB podemos obter um outro
segmento orientado, equipolente a AB, com origem em qualquer ponto do espaço.
2.2 - VETORES
28
→ →
2) A soma de u e v será
B
→ → → → → → →
P A u = PA ; v = AB; u + v = PB
→ →
3) A soma de u e v será
→
u
→ → → → → → → → → →
P u+ v B v A u = PA ; v = AB ; u + v = PB
→ →
Observação: Se u e v não tiveram a mesma direção, a soma entre eles pode ser
→ →
obtida através da regra do paralelogramo. O vetor u + v será representado pela diagonal maior
→ →
do paralelogramo determinado por u e v , com a mesma origem.
Exemplo:
→ →
1) A soma de u e v será:
→ →
u+v
→ →
u v
→ →
3) Elemento neutro: Dado um vetor a qualquer, existe um vetor 0 , chamado de vetor nulo, tal
→ → → → →
que 0 + a = a + 0 = a .
→ → → → →
4) Simétrico: Dado qualquer vetor a , existe o vetor − a tal que a +( − a )= 0 .
→ →
b b
→ → → → →
a c a + b a
→ → → → → →
a + (b + c ) a b + a
→ → → →
(a + b) + c b
fig. 03
fig. 04
29
2.2.3 - Multiplicação por escalar
→ → →
Dado um vetor a e um escalar λ real, multiplicando-se λ por a obtém-se o vetor λ a , que
→ →
terá a mesma direção do vetor a e seu comprimento é um múltiplo λ do comprimento de a . O
→ → →
vetor λ a terá o mesmo sentido de a se λ > 0 e sentido contrário de a se λ < 0. Se λ = 0, então λ
→ →
a = 0.
Exemplos:
→ →
1) Dado o vetor a e λ = 3 então λ a será:
→
λ. a
→
2) Se λ = -2 , λ. a
C P A
→ → → →
PA = a PC = − 2a
P A
C
→ → → → → →
PA = v , PB = x. v , se x > 0 e PC = y . v , se y < 0.
30
→ →
→ a + b
b
→ → →
a a − b
2.2.5 - Exercícios resolvidos
1) Dado um triângulo qualquer ABC, seja M o ponto médio de AC e N o ponto médio de BC.
→
1 →
Demonstre que MN é paralelo a AB, e MN = AB .
2
Solução: Sejam M e N os pontos médios de AC e BC respectivamente. Então:
→ → 1 → → → 1 → C
AM = MC = AC , BN = NC = BC.
2 2
Da figura ao lado, vemos que:
→ → → 1 → 1 → M N
MN = MC + CN = AC − BC =
2 2
1 → 1 → 1⎛ → →
⎞ 1 →
= AC + CB = ⎜ AC + CB ⎟ = AB A B
2 2 2⎝ ⎠ 2
→ →
Assim MN é um múltiplo de AB e, portanto, esses dois vetores tem a mesma direção.
→ →
Como M não pertence ao lado AB do triângulo ABC, conclui-se que MN é paralelo a AB .
2) Provar que os pontos médios dos lados de um quadrilátero qualquer são vértices de um
paralelogramo. (Sugestão: Use o exemplo 1)).
31
→ → → C
3) Na figura ao lado DB = 2 AD . Exprimir CD em
→ →
função de AC e BC .
A D B
→ → → D
4) Na figura ao lado AB , AC e AD estão no mesmo A
plano. Construir, graficamente, com origem em A, o B
→ → → → → →
vetor v tal que AB + AC + AD + v = 0
C
→ → → → → → C D
5) Na figura ao lado, MA + MD = 0 e NB + NC = 0 .
→ → → M N
Escrever o vetor AB + DC em função de NM .
A B
6) Dado o tetraedro OABC da figura ao lado, em que C
→ → → → → → M
0 A = a , 0 B = b e 0C = c e M é o ponto médio do B
→ → → →
lado BC, escrever o vetor AM em função de a , b , c .
O A
Vamos agora analisar como se comportam alguns vetores em conjunto, quanto ao seu
direcionamento.
→ → → →
Note que um vetor u ≠ 0 é L.I. . Assim, dois vetores u e v são L.D., se um deles for
→ → → →
combinação linear do outro, isto é, se existir um x ∈ tal que v = x u ( ou u = x v ) .
32
Exemplos:
→ → → →
b) u v v = x u , x < 0.
→ → → →
2) Os vetores u e v são L. I. : u u
→ →
v v
→ →
Observação : Se um dos vetores considerados u ou v for nulo, então eles serão L.D.
→ → → → → →
De fato, se u = 0 , basta tomar x = 0 e teremos u = x v ou 0 = 0 v .
→ → → → →
Dados dois vetores u e v um vetor w é dito combinação linear de u e v se existirem
→ → → → →
escalares x, y ∈ tais que w = x u + y v . Se u e v forem vetores L.I. (isto é, não colineares)
→ → → →
todos os vetores que são combinações lineares de u e v estão no mesmo plano de u e v .
→ → →
Reciprocamente, todo vetor w do plano que contém u e v pode ser escrito como combinação
→ →
linear de u e v . Dizemos então que dois vetores L.I geram um plano.
→ → → →
yv w = x u+ y v
→ → →
v u xu
→ → → → → →
Dados a , b e c vetores coplanares, com a e b L.I., para se obter c graficamente
→ →
como combinação linear de a e b tomamos um ponto P qualquer e nele localizamos os vetores
→ → → → →
a , b e c . Pela extremidade de c traçamos a reta paralela ao vetor a até cortar a reta que
→ → →
contém o vetor b e pela extremidade de c traçamos a reta paralela ao vetor b até cortar a reta
→ → → →
que contém o vetor a . Dessa forma obtemos o vetor y b é colinear com b e x a é colinear com
→ → → →
a . Pela regra do paralelogramo, c se escreve como combinação linear de a e b , isto é,
→ → →
c = x a + y b , x, y ∈ .
→ → → → →
a b c yb c
→
xa
33
→ → → → → →
Sendo c = x a + y b , os vetores x a e y b são ditos componentes de c nas direções
→ → →
a e b , respectivamente. Os escalares x, y ∈ são ditos coordenadas de c em relação aos
→ →
vetores a e b , respectivamente.
→ → → → →
Se a e b são vetores L.I., qualquer outro vetor c do plano gerado por a e b se
→ →
escreve de maneira única como combinação linear de a e b , isto é, tem um único par de
→ →
coordenadas em relação a e b .
Três vetores do espaço tridimensional são ditos linearmente dependentes (L.D) se eles
forem coplanares. Caso contrário eles serão ditos linearmente independentes (L.I.). Assim, três
vetores serão L.D. se um deles puder ser escrito como combinação linear dos outros. Eles serão
L. I. quando for impossível escrever uma tal combinação.
Exemplos
→ → → → → → → →
a) P u A v C PA = u ; AC = v ; PC = w .
→
b) a
→
c
→
b
→ → → → →
2) Os vetores a, b e c ao lado, são linearmente c b
independentes (LI).
→
a
→ → → → → →
Observação : Dados três vetores u , v e w , se um deles for nulo então u , v e w ,
→ → → → →
serão L.D.. De fato, se u = 0 , então sempre poderemos escrever u = x v + y w bastando
→ → →
para isto, tomarmos x = y = 0, ou seja, 0 = 0 v + 0 w .
→ → → →
Dados três vetores u , v e w , dizemos que um vetor a é dito combinação linear de
→ → → → → → → → → →
u , v e w , se existirem escalares x, y, z ∈ ℜ tais que a = x u + y v + z w . Se u , v e w , forem
→
L.I, então eles geram o espaço tridimensional, isto é, qualquer vetor a pode ser escrito como
→ → → →
combinação linear de u , v e w , e reciprocamente, podemos obter qualquer outro vetor b
34
→ → → → → → →
partindo-se de u , v e w , mediante escolha conveniente de escalares: m u + n v + l w = b . Se
→ → → → → → → →
a = x u + y v + z w , os vetores x u , y v e z w chamam-se componentes de a em relação aos
→ → → → → → →
vetores u , v e w . Os escalares x, y e z são as coordenadas de a em relação a u , v e w ,
respectivamente.
→ → →
Dados três vetores linearmente independentes a , b e c , as coordenadas de um vetor
→ → → →
qualquer v , em relação a a , b e c , são obtidas graficamente da seguinte maneira:
→ → → →
Escolhemos um ponto P qualquer como origem dos vetores a , b , c e v . Pela extremidade de
→ → → → →
v traçamos uma reta paralela a um dos vetores a , b ou c , por exemplo c , até encontrar o
→ → →
plano determinado pelos outros dois vetores (no caso, a e b ) no ponto Q, obtendo o vetor PQ
→ → →
(ver figura abaixo). Os vetores a , b e PQ são coplanares. Então podemos obter graficamente
→ → → → → → → → →
PQ como combinação linear de a e b , PQ = x a + y b . Os vetores v , c e PQ são
→ → →
coplanares, e, portanto, podemos obter v como combinação linear de PQ e c , ou seja,
→ → → → → → →
v = PQ + z c . Logo, v = x a + y b + z c .
→ →
zc v
→ →
c b
→
yb Q
→
P xa
→
a
2.3.3 - Teorema
→ → →
Os vetores a , b e c do espaço tridimensional são linearmente independentes se, e
→ → → →
somente se, a equação x a + y b + z c = 0 , com x, y, z ∈ , só possui a solução nula x = 0, y = 0,
z = 0.
→ → →
Demonstração: (⇒) Suponhamos que os vetores a , b e c sejam L.I. (isto é, não
→ → → →
nulos e não coplanares) e formemos a combinação linear x a + y b + z c = 0 , com x, y, z ∈ .
35
seriam coplanares, logo L.D., contra a hipótese. Logo nenhum dos coeficientes pode ser não nulo
e a única solução é x = 0, y = 0, e z = 0.
→ → → →
(⇐) Suponhamos que a equação x a + y b + z c = 0 (*) só possua a solução nula x = 0,
→ → →
y = 0, z = 0 e mostremos que a , b e c são não nulos, não colineares e não coplanares.
→ → →
i) De fato, os vetores a , b e c são não nulos, pois se um deles fosse nulo, por exemplo,
→ → → → → →
c = 0 , teríamos 0 a + 0 b + z 0 = 0 , ∀z ∈ , e, portanto, a equação (*) teria uma solução
36
→ →→
Definição: Uma base do espaço tridimensional é um conjunto de três vetores { a , b , c }
linearmente independentes.
→
Observação: Qualquer vetor v pode ser escrito, de maneira única, como combinação
→ →→
linear dos vetores de uma base { a , b , c }. Deixamos esta verificação a cargo do leitor.
⎧ m + 2n =0
⎪
⎨ m − 3n + p = 0
⎪
⎩ − n +2 p = 0
cujo determinante da matriz principal do sistema é igual a –12 ≠ 0. Assim o sistema acima só
admite a solução trivial m = n = p = 0. Logo a equação (*) só admite a solução m = n = p = 0 e
→ → → → → → →
portanto os vetores a + b , 2 a − 3 b − c , b + 2 c são L.I., e assim formam uma base.
2.3.5 - Exercícios propostos
→ → → → → →
1) Considere a equação x1 a + y 1 b + z 1 c = x 2 a + y 2 b + z 2 c
→ → →
i) mostre que se a , b e c são L.I. então x1 = x2, y1 = y2, z1 = z2.
→ → →
ii) mostre que se a , b e c são L.D., então não podemos concluir que x1 = x2 , y1 = y2, z1 = z2.
37
→ → →
2) Sejam a , b e c vetores que representam as arestas de um paralelepípedo. Expresse cada uma
→ → →
das quatro diagonais internas como combinação linear de a , b e c .
→ →
3) Suponha que AB e AC sejam L.I.. Como devem ser os escalares x, y ∈ de modo que o
→ → → →
vetor AD = x AB + y AC seja paralelo ao vetor AB, mas de sentido contrário?
4) Verifique se as afirmações abaixo são verdadeiras ou falsas: justificando suas respostas. Tente
representar graficamente cada situação.
→ →
a) Dois vetores AB e CD são iguais se, e somente se, A = C e B = D.
→ →
b) Os vetores u e v podem ser paralelos, mas não colineares.
→ → → → → → →
c) Se u = 0 , então os vetores u , v , w são coplanares, quaisquer que sejam os vetores v e w .
→ → → → → → →
d) Se v = 0 , então os vetores u , v , w são colineares, quaisquer que sejam os vetores u e w .
Tomemos no espaço um ponto O, que chamaremos de origem, e por este ponto trace três
retas mutuamente perpendiculares. Se atribuirmos a cada uma dessas retas uma orientação ou
sentido de percurso, teremos três eixos coordenados, cujas partes positivas correspondem ao
sentido indicado pelas retas, e que se chamarão, eixo dos x, eixo dos y e eixo dos z,
respectivamente, os quais denotaremos por 0x, 0y e 0z. Um ponto P qualquer do espaço
tridimensional será indicado por suas coordenadas sobre os eixos 0x, 0y e 0z. Observe que a cada
→ →
ponto P do espaço podemos associar um vetor OP e a cada vetor v está associado um ponto do
espaço, a saber, seu ponto final. (ver figura 01)
Um vetor é unitário quando seu comprimento igual a 1, na unidade de medida de
→ → →
comprimento adotada. Sejam i , j e k vetores unitários no sentido positivo dos eixos 0x, 0y e
→ → →
0z, respectivamente. Observe que i , j e k são L.I e portanto formam uma base para o espaço
→ →
tridimensional, chamada de base canônica. Logo, qualquer vetor v = OP pode ser escrito
→ → → → →
como combinação linear destes vetores, isto é, v = OP = x i + y j + z k . Podemos também
→ →
identificar o vetor v por v = ( x , y , z ) ou P = ( x , y , z ) . Desse modo, podemos definimos
, , , , , ou , , ,
38
y →
zk
P P
→ →
→ v
v k → →
j y j
O y → O y
i
→
xi
x x
Fig. 01
Exemplos:
1) Vamos marcar pontos A = (3, 1, 2) e B = (2, -4, -2).
z z
A -4
y
1 y
-2
2
3 x
x B
Essas definições decorrem das propriedades geométricas das operações envolvidas. Por
outro lado, analiticamente, as propriedades são facilmente demonstradas usando propriedades
conhecidas dos números reais.
Exemplos:
→ → → → → → → → → → 1→ → →
1) Sejam a = 3 i + j + 2 k e b = 2 i − 4 j − 3 k vetores. Calcule a + b , b e 2 a −3 b .
2
Solução: Temos que
39
→ → → → → → → → → →
a + b =( 3 + 2 ) i + ( 1− 4 ) j + ( 2 − 3 ) k = 5 i − 3 j − k ou a + b = ( 5 ,− 3, − 1 )
1 → ⎛ 1 ⎞→ ⎛ 1 ⎞→ ⎛ 1 ⎞→ → → 3→ 1→ ⎛ 3⎞
e b = ⎜ .2 ⎟ i + ⎜ (− 4 )⎟ j + ⎜ (− 3)⎟ k = i − 2 j − k ou b = ⎜1, − 2, − ⎟.
2 ⎝2 ⎠ ⎝2 ⎠ ⎝2 ⎠ 2 2 ⎝ 2⎠
→ → → → → →
Da mesma forma 2 a − 3 b = 14 j + 13 k ou 2 a − 3 b = ( 0 ,14 ,13 ) .
2) Sendo A = (a1 , a2 , a3) e B = (b1 , b2 , b3)., encontre as coordenadas do ponto médio de AB.
⎛ a + b1 a 2 + b2 a 3 + b3 ⎞
Logo, M = ⎜ 1 , , ⎟.
⎝ 2 2 2 ⎠
Exemplo:
→
1) As coordenadas do vetor PQ determinado pelos pontos P = (1,6,−1) e Q = (2,−5,−1)
→ → →
são (1, −11, 0). Então PQ = i − 11 j .
40
2.4.3 - Dependência e Independência Linear em
→ → → → → → → → → → → →
Sejam a = a1 i + a 2 j + a 3 k , b = b1 i + b2 j + b3 k e c = c1 i + c 2 j + c3 k vetores.
Do Teorema 2.3.3 tem-se que esses vetores serão L.I. se, e somente se, a equação
→ → → →
x a + y b + z c = 0 tiver apenas a solução nula, isto é, x = y = z = 0. Então:
→ → → → → → → → → →
x(a1 i + a2 j + a3 k ) + y (b1 i + b2 j + b3 k ) + z (c1 i + c2 j + c3 k ) = 0 ⇒
→ → → →
(a1 x + b1 y + c1 z ) i + (a 2 x + b2 y + c 2 z ) j + (a 3 x + b3 y + c 3 z ) k = 0
→ → →
Como i , j e k são vetores L.I. em , obtemos o sistema linear homogêneo
⎧a 1 x + b1 y + c1 z = 0
⎪
⎨a 2 x + b 2 y + c 2 z = 0 (2)
⎪
⎩ a 3 x + b3 y + c 3 z = 0
No capítulo 1 vimos que um sistema homogêneo sempre tem solução e esta poderá ser
obtida, por exemplo, por escalonamento. Se ele for compatível e determinado terá uma única
solução, a solução trivial x = y = z = 0. Neste caso, a equação só terá a solução trivial e os
→ → →
vetores a , b e c serão L.I. Se o sistema (2) for compatível e indeterminado, terá infinitas
→ → →
soluções e a equação terá outras soluções além da trivial e, portanto, os vetores a , b e c serão
L.D. Lembramos que um sistema homogêneo só admite a solução trivial (nula) se, e somente se,
o determinante da matriz dos coeficientes do sistema é não nulo. Logo, podemos concluir que os
→ → →
vetores a , b e c serão L.I. se, e somente se,
a1 b1 c1
a 2 b2 c 2 ≠ 0 (∗)
a 3 b3 c 3
→ → →
Observando os vetores dados a , b e c , vemos que (∗) é o determinante da matriz cujas
colunas são formadas pelas coordenadas dos vetores dados. Esta é a maneira analítica de
verificar se três vetores do são L.I. ou L.D., e, portanto, se formam ou não uma base de .
→ →→ → →→
base positiva { a , b , c } base negativa { a , b , c }
→ → →
Em 2.4.3, para verificarmos se os vetores a , b , c eram L.I. (isto é, formavam base do
) obtivemos o sistema (2), cuja matriz dos coeficientes é:
⎡ a1 b1 c1 ⎤
⎢ ⎥
A = ⎢ a 2 b2 c 2 ⎥
⎢ ⎥
⎣ a 3 b3 c 3 ⎦
→ → →
Observe que as colunas da matriz A são as coordenadas dos vetores a , b , c nessa ordem,
e estes vetores serão L.I. se, e somente se, o determinante de A for diferente de zero, isto
é, det A ≠ 0.
→ → →
Consideremos a base canônica { i , j , k }. Temos que
→ → → →
i = 1 i +0 j +0 k
→ → → →
j = 0 i +1 j +0 k
→ → → →
k = 0 i +0 j +1 k
Assim, a matriz dos coeficientes do sistema correspondentes a (2) é a identidade I3 cujo
→ →→
determinante igual a 1 e, portanto positivo. Podemos então dizer que uma base { a , b , c } é
positiva se o determinante da matriz dos coeficientes do sistema (2) for positivo, isto é, se
→ →→
det A > 0. Caso contrário será negativa, isto é, se det A < 0, { a , b , c } será uma base negativa.
Observe que estaremos sempre trabalhando com bases orientadas, isto é, tomando os
vetores na ordem dada. Caso tomássemos esses mesmos vetores em outra ordem, e formássemos
a matriz dos coeficientes do sistema obtido, obteríamos suas colunas em ordens diferentes o que
poderia acarretar a troca de sinal do determinante e, portanto, a base poderia mudar ou não de
42
sinal. Todas as bases de ficam separadas em duas classes: as positivas e as negativas. Duas
bases de uma mesma classe têm a mesma orientação, e duas bases de classes diferentes têm
orientação oposta.
que resolvido por um método conveniente, nos dá os valores de x, y e z, que são as coordenadas
→ → →→
de v na base { a , b , c }.
⎧ x+ y+2z = 0
⎪
⎨3 x + y + 3 z = 0
⎪ x− y− z= 0
⎩
43
Resolvendo o sistema pelo método do escalonamento (deixamos a cargo do leitor),
vemos que este sistema é compatível e indeterminado, tendo portanto, infinitas soluções. Logo a
→ → → →
equação x a + y b + z c = 0 admite infinitas soluções, portanto uma solução não nula, e os
→ → →
vetores a , b e c são L.D. De outra maneira, vemos que o determinante da matriz dos
coeficientes do sistema é nulo, ou seja,
1 1 2
3 1 3 =0
1 −1 −1
6 x + 3 = 0 ⇒ x=− 1
2
2 x + 1 = 0 ⇒ x= − 1
2
− 4 x − 2 =0 ⇒ x = − 1
2
→ → → →
Logo os vetores u e v são L.D., ou seja, u = x v , com x = − 1 .
2
→ →
b) Analogamente, se u = x v , temos:
→ → → → → → → → → →
2 i − 3 j − k = x( i + j + 2 k ) ⇒ ( x − 2) i + ( x + 3) j + (2 x + 1) k = 0 ⇒
x −2= 0 ⇒ x=2
x + 3 = 0 ⇒ x =− 3
2x + 1 = 0 ⇒ x =−1
2
Como nas três equações obtemos resultados diferentes para x, concluímos que não existe
→ → → →
x∈ tal que u = x v , isto é, u e v são L.I. .
44
→ → → → → → → → → → → → → → →
3) Sejam a = 2 i + j + k , b = − i − 2 j + 4 k e c = i −3 j − k vetores. O conjunto { a , b , c }
→ → →
é base para o ? É positiva ou negativa? Se { a , b , c } for uma base, determinar as
→ → → →
coordenadas de v = 3 i + 2 j + 12 k nessa base.
→ → → → → →
Solução: O conjunto { a , b , c } será uma base de se os vetores a , b e c forem L.I..
Como no exercício 1), obtemos o sistema homogêneo
⎧2 x − y + z = 0
⎪
⎨ x − 2 y − 3z = 0
⎪
⎩ x +4 y − z = 0
Como det A = 36 ≠ 0, o sistema só admite a solução trivial x = y = z = 0. Logo os
→ → → → → →
vetores dados são L.I., e portanto { a , b , c } é base para o . Como det A > 0, { a , b , c } é uma
→
base positiva. Vamos, agora, determinar as coordenadas de v nessa base. Para isto, precisamos
→ → → →
encontrar escalares x, y e z reais tais que v = x a + y b + z c . Então, temos:
→ → → → → → → → → → → →
3 i + 2 j + 12 k = x( 2 i + j + k ) + y( − i −2 j + 4 k ) + z( i − 3 j − k ) ⇒
→ → → →
( 2 x − y + z − 3 ) i + ( x − 2 y − 3 z − 2 ) j + ( x + 4 y − z − 12 ) k = 0
→→ →
Como i , j , k são L.I., o teorema 2.3.3. nos diz que os coeficientes na equação acima são
nulos, o que nos dá o sistema
⎧2 x − y + z = 3
⎪
⎨ x − 2 y − 3z = 2
⎪
⎩ x + 4 y − z = 12
Solução: Três pontos serão vértices de um triângulo se eles forem não colineares.
→ → → →
Fixando um dos pontos dados, por exemplo A, obteremos os vetores AB = − i + 2 j − 2 k e
→ → → → →
AC = − i + j − k . Os pontos A, B e C serão não colineares se, e somente se, os vetores AB e
→ → →
AC forem não colineares (L.I.), isto é, não existir x ∈ tal que AB = x. AC . Então, temos
→ → → → →
− i + 2 j − 2 k = x ( − i + j − k ) donde concluímos das equações encontradas que x = 1, x = 2
45
→ → → →
e x = 2. Logo, não existe x ∈ tal que AB = x. AC , isto é, AB e AC são L.I., e portanto os
pontos A, B e C são vértices de um triângulo.
→ → → → → → → → → → →
b) Temos que AB = − i − 2 j − k , AC = − j − 3 k , AD = − 2 i −5 j − 5 k cujo determinante é
→ → →
nulo. Logo os vetores AB , AC e AD são L.D., isto é, são coplanares. Vamos analisar as
possíveis disposições de A, B, C e D.
D C → → → → → → → →
Neste caso, temos: AB = − i − 2 j − k e DC = − 4 i − 4 j − 8 k .
→ →
Então AB ≠ DC e, portanto, ABCD não é um paralelogramo.
A B
C D → → → → → → → →
Temos AB = − i − 2 j − k e CD = 4 i + 4 j + 8 k . Então
→ →
A B AB ≠ DC e, portanto, ABDC não é um paralelogramo.
D B → → → → → → → → →
Temos AC = j − 3 k e DB = − 2 i − 3 j − 4 k . Então AC ≠ DB e,
portanto, ACBD não é um paralelogramo.
A C
46
B D → → → → → → → → →
Temos AC = j − 3 k e BD = 2 i + 3 j + 4 k . Então AC ≠ BD e
portanto, ACDB não é um paralelogramo.
A C
→ → → → → → → →
c) Temos que AB = − j − k , AC = − j e AD = − 2 j − k . Como no item anterior, concluímos que
→ → →
os vetores AB, AC e AD são L.D. Então os pontos A, B, C e D são coplanares. Vamos
analisar as disposições dos pontos A, B, C e D:
C D → → → → → → → →
Neste caso, temos: AB = − j − k , CD = − j − k , AC = − j
→ → → → → →
e BD = − j . Então AB = CD , AC = BD , portanto ABDC é um
A B
→ →
paralelogramo. Observe que AB e CD são L.I.
1→ → → → → 1 → → →
calcule: a ; 3 b −5 a + c ; − d + a; b − a .
4 2
→ → → → → →
02) Dado u = 2 i − j + k , determine um vetor v colinear com u , de sentido contrário, e cujo
→
comprimento seja o triplo do comprimento de u . Esboce.
03) Marque num sistema de coordenadas os pontos A = (2,3,4), B = (−2,1,1), C = (−2,−1,−2).
→ → → → → → → → → → → → → →
04) Esboce os vetores a = i + j , b = − 3 i + j + 2 k , c =2 i − j − 4 k , d = j − 2 k .
→ → →
05) Calcule AB , AC , BC , com A = (2, 3, 4), B = (-2, 1, 1), C = (−2,−1, −2).
→ → → →
06) Considere o ponto A = (1, 2, 3) e o vetor v = 3 i + 4 j + 5 k . Determine o ponto B tal que
→ →
AB = v .
47
11) Verifique se os vetores abaixo são L. I. ou L. D.:
→ → → → → → → → → → → → → → → → →
a) u = i + 2 k , v = 2 i + j , w = 3 i + j + 5 k c) u = i + j , v = 3 i + 12 j + k
→ → → → → → → → → → →
b) u = − 14 i + 91 j + 56 k , v = 2 i − 13 j − 8 k d) u =( 2 ,− 1,2 ), v = ( 1,1,1 ), w =( 2 ,0 ,2 ).
→ → → → → → → →
b) u = m i + 2 j + k , v = 8 i + m j + 2 k sejam paralelos.
13) Verifique se os pontos A = (1, −1, 2), B = (0, 1, 1) e C = (2, −1, 3) são alinhados.
14) Determine dois números reais y e z tais que os pontos A = (1, 2, 1), B = (1, 0, 0),
C = (1, y, z) sejam colineares.
15) Verifique se os pontos abaixo são coplanares:
a) A = (1, 1, 1), B = (−2, −1, −3), C = (0, 2, −2), D = (−1, 0, −2).
b) A = (1, 0, 2), B = (−1, 0, 3), C = (2, 4, 1), D = (−1, −2, 2).
→ → → → → → → → → → → →
16) Verifique se os vetores a = − 3 i + 2 j − k , b = i − 3 j + 5 k e c = 2 i + j − 4 k podem
representar os lados de um triângulo.
17) Os pontos A = (1, 1, 0), B = (3, 1, 0), C = (1, 3, 0) podem ser vértices de um triângulo?
→ → → → → → → → → → → →
18) Os vetores a = 4 i + j − 3 k , b = 2 i + j + 3 k e c = − 3 i + 9 j − k são L.I ou L.D.? Eles
→ → →
3
formam uma base para o ? É base negativa ou positiva? Se { a , b , c } for base, determine as
→ → → →
coordenadas do vetor v = i + j + k em relação a esta base.
→ → → → → →
19) Sejam u = ( 0 ,1, 1 ) , v = ( 2 ,1,0 ) e w =( 1,0 ,1 ). Verifique se { u , v , w } é base positiva ou
→ → → →
negativa. Obtenha as coordenadas de a =( 3 ,2 ,2 ) na base { u , v , w }
→ → → → → → → → → → →
20) Seja { a , b , c } uma base. Verifique se { a − 2 b + c , 2 a + b − 3 c , b + 5 c } é base.
→ → → → → → → → → →
21) Escreva o vetor u = i + j + k como combinação linear dos vetores a = 2 i + 3 j , b = j + k
→ → →
e c = j+2 k .
→ → → → → → → → → → →
22) Sejam u = 2 a + b − c , v = − a + b + 2 c vetores, onde a , b e c são vetores L. I.. Mostre
→ → → → → →
que o vetor w = 9 a + 15 b + 6 c é combinação linear de u e v , e determine os coeficientes
dessa combinação linear. Justifique detalhadamente sua resposta.
48
2.5 - PRODUTOS ENTRE VETORES – INTRODUÇÃO
Estudaremos três tipos de produtos entre vetores: o produto interno, o produto vetorial e
o produto misto. Inicialmente veremos alguns conceitos necessários para as definições desses
produtos.
→ → → →
Se u é um vetor tal que u = 1 , dizemos que u é um vetor unitário. Se u um vetor
→ → →
unitário na direção de a então existe α ∈ tal que a = α u . Neste caso, definimos a norma de
→ →
a como sendo o valor absoluto de α, ou seja, a = α .
→ → → →
1) a ≥ 0 e a = 0 ⇔ a = 0.
→ → → → →
Demonstração: Se u = 1 , então a = α u e a = α ≥ 0 . Agora, se a =0 ⇒
→ → → → → → → → →
α = 0 e como a = α u ⇒ a = 0 . Se a = 0 , teremos a = 0 u e a = 0 = 0 .
→ →
2) x a = x a , para todo x ∈ .
→ → → → → → →
Demonstração: Se a = α u , então x a = x( α u ) = ( xα ) u e x a = xα = x a .
→ →
O ângulo orientado entre os vetores não nulos a e b é o menor ângulo entre dois
→ → → → →
representantes de a e b com a mesma origem, e será denotado por ( a , b ) . O ângulo entre a e
→ → →
b será positivo se a rotação necessária para a se tornar colinear com b for no sentido anti-
Exemplos:
49
→ →
b b
→ →
a a
⎛→ →⎞ ⎛→ →⎞
⎜ a , b ⎟ > 0 - sentido anti-horário ⎜ a , b ⎟ < 0 - sentido horário
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
→ →
Se a = 0 ou b = 0 , o ângulo entre estes vetores não está definido. Daqui para frente nos
referiremos simplificada mente a ângulo entre vetores, em vez de ângulo orientado entre vetores.
⎛ → →⎞ ⎛→ →⎞
Observação: Da Fig. 6, podemos observar que, se x > 0, ⎜ x a , b ⎟ = ⎜ a , b ⎟ . Na Fig. 7,
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
⎛ → →
⎞ ⎛ → →
⎞
observa-se que, se x < 0, ⎜ x a , b ⎟ = ⎜ a , b ⎟− 1800 . De uma maneira semelhante, tem-se
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
⎛ → →⎞ ⎛ → →⎞ ⎛→ →⎞ ⎛→ →⎞
⎜ a , x b ⎟ = ⎜ a , b ⎟ , se x > 0 e que ⎜ a , x b ⎟ = ⎜ a , b ⎟ − 1800 , se x < 0.
⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠
→ →
b b
→
xa
→ → →
a xa a
Fig.6 Fig.7
→
Podemos também obter a norma de um vetor a , a partir de um produto interno:
→ → → → ⎛→ →⎞ → → →
a .a = a a cos ⎜ a , a ⎟ ⇒ a = a .a
⎝ ⎠
→ → → →
pois ( a , a ) = 0 0 e cos ( a , a ) = 1 .
50
2.6.1 - Interpretação geométrica. Projeção
→ → →
A projeção de um vetor não nulo v sobre um vetor unitário u , denotada por, proj → v , é
u
o vetor
→ →⎡ → ⎛ → → ⎞⎤ →
→
proj → v = 0 A = ⎢ v cos ⎜ u , v ⎟⎥ u = v
u ⎣ ⎝ ⎠⎦
⎡ → → ⎛ → → ⎞⎤ → ⎛ → → ⎞ →
= ⎢ u v cos ⎜ u , v ⎟⎥ u = ⎜ u . v ⎟ u
⎣ ⎝ ⎠⎦ ⎝ ⎠ →
O u A
→ →
O valor algébrico da projeção de um vetor v sobre um vetor unitário u é a norma de
sua projeção:
→ → ⎛→ →⎞ → →
proj → v = v cos ⎜ u , v ⎟ = u . v
u ⎝ ⎠
→
Assim, geometricamente, o módulo do produto interno de um vetor unitário u por um
→ → →
vetor não nulo v representa o comprimento do vetor projeção de v sobre u .
⎛→ →⎞ ⎛ →⎞ → → ⎛ →⎞
2) x ⎜ a . b ⎟ = ⎜ x a ⎟ . b = a .⎜ x b ⎟ , com x≠ 0
⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠
Demonstração: De fato, se x > 0 , temos:
⎛→ →⎞ → → ⎛→ →⎞ → → ⎛ → →⎞ ⎛ →⎞ →
x⎜ a . b ⎟ = x a b cos⎜ a , b ⎟ = x a b cos⎜ x a , b ⎟ = ⎜ x a ⎟ . b
⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠
Se x < 0
⎛→ →⎞ → → ⎛→ →⎞ → → ⎛ ⎛→ →⎞⎞
x⎜ a . b ⎟ = x a b cos⎜ a , b ⎟ = − x a b ⎜⎜ − cos⎜ a , b ⎟ ⎟⎟ =
⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎝ ⎠⎠
→ → ⎛ ⎛ → →⎞⎞ → → ⎛ ⎛ → →⎞⎞ → →
= x a b ⎜⎜ cos⎜ x a , b ⎟ ⎟⎟= x a b ⎜⎜ cos⎜ x a , b ⎟ ⎟⎟ = ( x a ).b .
⎝ ⎝ ⎠⎠ ⎝ ⎝ ⎠⎠
→ → → → → → →
3) a .( b + c ) = a . b + a . c
51
→ →
Demonstração: Se a = 0 a propriedade é trivial. Consideremos dois casos:
→ → →
10 caso: Suponhamos que a é um vetor unitário, isto é, a = 1 . Observe que os vetores OA' e
→ → → →
OB' são colineares, logo OB' = OA' + A' B' . Mas
→
→ → → ⎛→ → →⎞ → → → ⎛→ → →⎞ → ⎛→ →⎞
OB' = b + c cos⎜ a , b + c ⎟ = a b + c cos⎜ a , b + c ⎟ = a .⎜ b + c ⎟ B c
⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ →
b
→ → ⎛ → →⎞ → → ⎛ → →⎞ →→
OA' = b cos ⎜ a , b ⎟ = a b cos ⎜ a , b ⎟ = a . b .
⎝ ⎠ ⎝ ⎠ →
O a A’ B’
→ → ⎛ → →⎞ → → ⎛ → →⎞ →→
A' B ' = c cos ⎜ a , c ⎟ = a c cos⎜ a , c ⎟ = a . c .
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
→ ⎛→ →⎞ → → → →
Logo a .⎜ b + c ⎟ = a . b + a . c .
⎝ ⎠
→ → →
20 caso: Consideremos o caso em que o vetor a ≠ 0 e é tal que a ≠ 1 . Com isto, temos que
→
→ → a
→ a → a
o vetor u = será unitário (e colinear com a ) pois →
= →
=1. Então,
→
a a a
→
⎡ → ⎤
→
⎛ →
⎞ → a ⎛
→
⎞ → ⎢
→ a ⎛
→ → →
⎞⎥
a.⎜ b + c ⎟ = a → .⎜ b + c ⎟ = a ⎢ → .⎜ b + c ⎟⎥ =
⎝ ⎠ a ⎝ ⎠ ⎢ a ⎝ ⎠⎥
⎢⎣ ⎥⎦
⎡ → →
⎤ → →
⎢ a → a →⎥ → a → → a → → → → →
→
= a ⎢ → . b + → . c ⎥ = a → . b + a → . c = a.b + a.c .
⎢ a a ⎥ a a
⎢⎣ ⎥⎦
52
→ → → → →
Se a = 0 , então a .b =0 , para todo vetor b . Assim, consideraremos que o vetor nulo é
3
perpendicular a todos os vetores do .
→ → → → → → →
a a− b
Temos: AB = b , AC = a e BC = a − b . Pelo exercício 1),
→ → 2 → →→ → 2 →
a−b = a − 2 a .b + b . A b B
→ → → → 2 → 2 → 2
Como ABC é um triângulo retângulo, então a . b = 0 e a − b = a + b , ou seja,
→ 2 → 2 → 2
BC = AC + AB .
→ →
2) Se a e b são vetores quaisquer, demonstre a desigualdade de Schwarz:
→ → → →
a.b ≤ a b
→ → → → → → → →
Solução: Se a = 0 (ou b = 0 ), então a . b = 0 e a = 0 (ou b = 0 ). Logo
→ → → →
a.b ≤ a b
→ → → → → → → → ⎛→ →⎞ → → ⎛→ →⎞
Se a ≠ 0 (ou b ≠ 0 ), então a . b = a b cos⎜ a , b ⎟ ≤ a b pois 0 ≤ cos⎜ a , b ⎟ ≤ 1.
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
53
→ → → →
4) Os vetores a e b formam um ângulo de 450. Calcule o ângulo entre os vetores u e v ,
→ → → → → → →
sabendo que u = a , v = a + b , a = 6 , b = 1.
→ →
⎛→ →⎞ u .v
Solução: Sabemos que cos ⎜ u , v ⎟ = . Agora,
→ →
⎝ ⎠
u v
→ → → ⎛→ →⎞ →
2 →→ → → →→ → → ⎛→ →⎞ ⎛ 2⎞
u . v = a . ⎜ a + b ⎟ = a + a . b = 36 + a . b ⇒ a .b = a b cos⎜ a ,b ⎟ =6 .1.⎜⎜ ⎟=3 2
⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ 2 ⎠
→ → → → → → →
Logo, u . v = 36 + 3 2 , u = a = 6 e v = a + b = 37 + 6 2 então
⎛→ →⎞ 36 + 3 2 12 + 2 ⎛→ →⎞ ⎛ 12 + 2 ⎞
cos ⎜ u , v ⎟ = = ⇒ ⎜ u , v ⎟ = arc cos ⎜ ⎟
⎝ ⎠ 6 37 + 6 2 2 37 + 6 2 ⎝ ⎠ ⎜ ⎟
⎝ 2 37 + 6 2 ⎠
1⎡ → → → → 2⎤
→ → 2
b) a . b = ⎢ a + b − a − b ⎥
4 ⎣⎢ ⎦⎥
→ → 2 → → 2 ⎛ → 2 → 2 ⎞
c) a + b + a−b = 2⎜ a + b ⎟
⎜ ⎟
⎝ ⎠
→ → → →
d) a +b ≤ a + b (desigualdade triangular).
→ → →
3) Dados a , b e c tais que o ângulo entre dois quaisquer deles, nessa ordem é 600 determine
→ → → → → →
a + b + c , sabendo-se que a = 4 , b = 2 , c = 6.
→ → → → → →
4) Sabendo-se que a = 11, b = 23 , a − b = 30 , determine a + b .
→ → → → → → → →
5) Os vetores a e b são perpendiculares e a = 5 , b = 12. Calcule a + b e a − b .
→ → → →
6) Que condições devem satisfazer os vetores a e b para que o vetor a + b tenha a direção da
→ →
bissetriz do ângulo formado por a e b ?
54
→ → ⎛→ →⎞ ⎛→ →⎞
7) Os vetores a e b são perpendiculares entre si, e ⎜ c , a ⎟ = 60 0 , ⎜ c , b ⎟ = 60 0 . Sabendo-se
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
→ → → ⎛ → →⎞ ⎛→ →⎞
que a = 3 , b = 5 , c = 8 , calcule ⎜ 3 a − 2 b ⎟ . ⎜ b + 3 c ⎟ .
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
→ →→
3
Uma base { a , b , c } de é dita base ortogonal se os seus vetores são dois a dois
→ → → → → →
ortogonais, isto é, se a . b = 0 , a . c = 0 e b . c = 0.
→ →→
3
Uma base { a , b , c } de é dita base ortonormal se for uma base ortogonal e se todos
→ → →
os seus vetores forem unitários, isto é, a =1, b =1 e c = 1 .
→ →→
3
Exemplo: A base canônica do , { i , j , k } é ortonormal.
→ → → → → → → → →
Teorema: Se a , b e c são vetores não nulos tais que a . b = 0 , a . c = 0 e b . c = 0
→ →→
então { a , b , c } é base ortogonal.
→ →→ → → →
Demonstração: O conjunto { a , b , c } será base se os vetores a , b e c forem L.I., isto
→ → → →
é, se a equação x a + y b + z c = 0 só tiver a solução trivial. Façamos, nessa equação, o produto
→
interno por a :
⎛ → →⎞ ⎛ → →⎞ ⎛ → →⎞ → →
x⎜ a . a ⎟ + y⎜ a . b ⎟ + z⎜ a . c ⎟ = a . 0
⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠
→ → →
Por hipótese, os vetores a , b e c são não nulos e dois a dois ortogonais. Logo
→ 2 →
x. a = 0 , donde x = 0. Fazendo, agora, o produto interno por b , obtemos:
⎛ → →⎞ ⎛ → →⎞ ⎛ → →⎞ → →
x⎜ b . a ⎟ + y⎜ b . b ⎟ + z⎜ b . c ⎟ = b . 0
⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠
2
→
Com um raciocínio semelhante ao anterior, temos y . b = 0 donde y = 0. Da mesma
→ → → →
forma, fazendo o produto interno por c obtemos z = 0, e, portanto, os vetores a , b e c são
L.I.
→ → → →→ → → →→ → →→
Corolário: Se a , b e c são vetores unitários a . b = 0 , a . c = 0 e b .c = 0 então { a , b , c }
é base ortonormal.
55
2.6.7 - Coordenadas de um vetor numa base ortonormal
→ →→ →
Sejam { a , b , c } uma base ortonormal e v um vetor qualquer. Então, podemos escrever
→
v como combinação linear dos vetores dessa base, isto é, existem escalares x, y e z
→ → → →
tais que v = x a + y b + z c .
→ → → → → →
Calculando o produto interno de v por a , b e c obtemos, respectivamente, x = a . v ,
→ → → → → →→
y = b . v e z = c . v . Assim, se { a , b , c } é uma base ortonormal então
→ → → → → → → → → →
v =( a . v ) a + ( b . v ) b + ( c . v ) c
→ →→
Observação: Se { a , b , c } for uma base qualquer, um raciocínio análogo nos levará ao
sistema
⎧ →→ →→ →→ → →
⎪ ( a . a ) x + ( a . b ) y + ( a . c ) z = a .v
⎪ →→
⎪ →→ →→ → →
⎨( b . a ) x + ( b . b ) y + ( b . c ) z = b . v
⎪ →→ →→ →→ → →
⎪( c . a ) x + ( c . b ) y + ( c . c ) z = c . v
⎩⎪
→ → → →
cuja solução nos fornecerá as coordenadas de v na base { a , b , c }.
Podemos expressar o produto interno de dois vetores em função de suas coordenadas.
→ → → → → → → →
Dados os vetores a = a1 i + a 2 j + a 3 k e b = b1 i + b2 j + b3 k de acordo com as
propriedades do produto interno temos:
→→ ⎛ → → →⎞ ⎛ → → →⎞ ⎛→ →⎞ ⎛→ →⎞ ⎛→ →⎞
a . b = ⎜ a1 i + a 2 j + a 3 k ⎟ .⎜ b1 i + b2 j + b3 k ⎟ = a1 b1 ⎜ i . i ⎟ + a1 b2 ⎜ i . j ⎟ + a1 b3 ⎜ i . k ⎟ +
⎝ ⎠⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠
⎛→ →⎞ ⎛→ →⎞ ⎛→ →⎞ ⎛→ →⎞ ⎛→ →⎞ ⎛→ →⎞
+ a 2 b1 ⎜ j . i ⎟ + a 2 b2 ⎜ j . j ⎟ + a 2 b3 ⎜ j . k ⎟ + a 3 b1 ⎜ k . i ⎟ + a 3 b2 ⎜ k . j ⎟ + a 3 b3 ⎜ k . k ⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠
→ →→
Como { i , j , k } é base ortonormal, vem :
→ →
a . b = a1 b1 + a 2 b2 + a 3 b3
→ → → 2 2 2
a = a .a = a1 + a 2 + a 3
56
2.6.8 - Exercícios resolvidos
→ → → →
1) Ache um vetor unitário na direção e sentido de a = 2 i − 3 j + k .
→ →
Solução: Temos que a = 4 + 9 + 1 = 14 ≠ 1, logo a não é unitário. Neste caso, o
→
→ 1 → a → 1 ⎛ → → →⎞ →
vetor pedido será u = a= ⇒ u= ⎜ 2 i − 3 j + k ⎟ . É claro que u = 1, pois
→ →
14 ⎝ ⎠
a a
→
→ || a ||
|| u || = →
= 1.
|| a ||
→ → → → ⎛→ →⎞
2) Dados a = ( 2 , 1,− 2 ), b = ( 3 , 3 , 0 ), c = ( −1,− 2 ,− 2 ) d = ( 2 , 3 , 1 ) calcule os ângulos ⎜ a ,b ⎟ ,
⎝ ⎠
⎛ → → ⎞ ⎛ → → ⎞
⎜ a ,c ⎟ e ⎜ b ,d ⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
⎛→ →⎞ 6+3 9 1 2 π
Solução: Temos que cos⎜ a , b ⎟ = = = = . Então rd ou
⎝ ⎠ 9 18 9 2 2 2 4
⎛→ →⎞ ⎛ → → ⎞ − 2 −2 + 4 ⎛→ →⎞ π → →
⎜ a , b ⎟ = 45 0 . Agora, cos⎜ a , c ⎟ = = 0 . Então ⎜ a , c ⎟ = 90 0 ou rd, isto é, a e c
⎝ ⎠ ⎝ ⎠ 9 9 ⎝ ⎠ 2
são vetores ortogonais, e
⎛→ →⎞ 6+9 15 ⎛→ →⎞ 15
cos⎜ b ,d ⎟ = = ⇒ ⎜ b , d ⎟ = arccos .
⎝ ⎠ 18 14 6 7 ⎝ ⎠ 6 7
→ 1→ 2→ 2→ → 2→ 2→ 1→ → 2 → 1→ 2 →
3) Dados os vetores a = i − j + k , b = i + j + k e c = − i + j + k , verifique
3 3 3 3 3 3 3 3 3
→ →→ → → → →
se a , b , c formam uma base ortonormal. Calcule as coordenadas do vetor v = 3 i − j + k em
→ → →
relação aos vetores a , b e c .
57
2.6.9 - Exercícios propostos
→ → → → → →
01) Determine um vetor unitário paralelo ao vetor 2 a − b , sendo a = i −2 j + 4 k e
→ → → →
b = 2 i − j +3 k .
→ → → → → → → →
2) Determine o valor de x para que os vetores a = x i + 3 j + 4 k e b = 3 i + j + 2 k sejam
perpendiculares.
→ → → → → ⎛ → →⎞ π → → →
3) Sejam u e v vetores tais que u . v = 6 , v = 3 2 e ⎜ u , v ⎟ = rd . Calcule u e u + v .
⎝ ⎠ 4
4) Ache o valor de x tal que (x, 3, 1) . (2, 1, 0) = 3.
→ → → → → →
5) Ache um vetor unitário na direção da bissetriz do ângulo entre i −2 j +3 k e 3 i + j − k .
6) Os pontos A = (1, 1, 0), B = (3, 1, 0), C = (1, 3, 0) são vértices de um triângulo? Este
triângulo é retângulo? É isósceles ? Calcule seus ângulos.
→ → → →
7) Sejam u e v vetores L. D. Determine a projeção de v sobre u.
→ → → → → →
8) Determine a projeção de 3 i − j + k na direção de i + 5 j + 4 k .
→ → →
9) Seja v ≠ 0 um vetor qualquer e α, β e γ os ângulos que v formam com os vetores da base
→ → → →
canônica i , j e k , respectivamente. Os ângulos α, β e γ são ditos ângulos diretores de v e
→
cos α , cos β e cos γ são os cossenos diretores de v . Determine a expressão de cada cosseno
→
diretor de v e prove que cos 2 α + cos 2 β + cos 2 γ = 1.
→
10) Um vetor v forma com os eixos 0x e 0y os ângulos α = 120 o e β = 45 o respectivamente.
→
Qual é o ângulo entre v e 0z ?
→
11) Um vetor v tem dois de seus ângulos diretores dados por α = 60 o e γ = 120 o . Calcule
→ →
as coordenadas de v , sabendo que v = 2.
→ → → →
12) Calcule os cossenos diretores de v = 4 i + 3 j + 12 k .
→ → →
13) Dado a = ( 16 , − 15 , 12 ) , determine o vetor b paralelo a a , de sentido oposto cuja
norma é 75.
→ 1 ⎛→ → →⎞ → 1 ⎛→ →⎞ → 1 ⎛→ → →⎞
14) Sejam a = ⎜ i − 2 j + k ⎟, b = ⎜ i −k⎟ e c= ⎜ i + 2 j + k ⎟ vetores. Verifique se {
6⎝ ⎠ `2 ⎝ ⎠ 6⎝ ⎠
→ →→
a , b ,c } é base ortonormal? Determine, caso seja possível, as coordenadas de
→ → → → → → →
v = 3 i + 2 j + 2 k em relação aos vetores a , b e c .
58
→ → → → → → → → → → →→
15) Dados os vetores u = j + k , v = 2 i + j e w = i + k , verifique se { u , v ,w }é base
→ → → → → → →
ortonormal. É possível escrever a = 3 i + 2 j + 2 k como combinação linear de u , v e w ?
→ → → → →
u u u u×v
O O O
→ → →
v r v v
59
2.7.1 - Propriedades do produto vetorial
→ → → → →
1) u × u = 0 , pois sen ( u , u ) = 0.
→ → → →
2) v × u = − ( u × v ), pela condição 3) da definição.
→ → → → → →
3) x ( u × v ) = ( x u ) × v = u × ( x v ), x ∈ . (definição).
→ → → → → → →
4) u × ( v + w) = u × v + u × w .
→ →
Assim, a ×b representa geometricamente a área do paralelogramo determinado pelos
→ →
vetores a e b .
→ →→ →
Observação: Considerando-se a base canônica { i , j , k } tem- k
→ → → → → → → → → → → → → → →
se: i × j = k , j×k = i , k × i = j , j × i =−k , k × j =− i e →
→ j
→ → →
i × k =− j i
Assim com o produto interno nos fornece uma condição de perpendicularismo entre
vetores, o produto vetorial esclarece o paralelismo.
→ → → → →
Teorema: Dois vetores não nulos u e v são L.D. se, e somente se, u × v = 0 .
Demonstração: (⇒) Sejam e vetores não nulos e linearmente dependentes, isto é,
→ →
paralelos (ou colineares). Então existe x ∈ tal que u = x v , e
→ → ⎛ →⎞ → ⎛→ →⎞ →
u × v = ⎜ x v ⎟ × v = x⎜ v × v ⎟ = 0
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
→ → → → →
(⇐) Sejam u e v vetores não nulos tais que u × v = 0 . Então temos:
60
→ → → → ⎛→ →⎞ →
u×v = u v sen ⎜ u , v ⎟ = 0 = 0
⎝ ⎠
⎛→ →⎞ → →
Logo, sen⎜ u , v ⎟ =0 , e, portanto, os vetores u e v são colineares.
⎝ ⎠
ou
→ →
u2 u3 → u1 u3 → u1 u2 →
u×v = i− j+ k (1)
v2 v3 v1 v3 v1 v2
61
→ → → →
Ora, a × b = 1 + 9 + 1 = 11 ≠ 1. Vamos então obter um vetor unitário na direção de a ×b :
→ →
→ a×b 1
u= = ( 1,3 ,1 )
→ →
11
a×b
→ → → → → →
Como u é unitário, paralelo a a ×b e como v terá norma 3 e mesma direção de a ×b ,
→ → → 3
então podemos escolher v = 3 u e portanto v = ( 1,3,1 ).
11
2) Verifique se os pontos A = (1, 2, 1), B = (3, 0, 4) e C = (5, 1, 3) são vértices de um
triângulo, e em caso afirmativo, calcule sua área.
→ →
Solução: Os pontos A, B, C serão vértices de um triângulo se AB e AC forem não
→ →
colineares, isto é, L. I.. Sabe-se que os vetores AB e AC são L. D. se, e somente se,
→ → → → → → → → → → →
AB × AC = 0 . Ora, AB = 2 i −2 j + 3 k , AC = 4 i − j + 2 k , então
→ → →
→ → i j k → → → →
AB × AC = ` 2 − 2 3 =− i + 8 j + 6 k ≠ 0
4 −1 2
→ →
Logo AB e AC não são L.D., isto é, são L. I., e ABC é um triângulo. Os vetores
→ → → →
AB e AC determinam o paralelogramo ABCD cuja área é AB x AC (veja interpretação
1 101
área (ΔABC) = 1+ 64 + 36 = .
2 2
→ →
Observação: Dados dois vetores não nulos u e v , temos :
→ → → → →
a) u e v colineares ⇔ u × v = 0
→ →
b) u e v ortogonais ⇔ . 0.
⎛→ →⎞ ⎛→ →⎞
⎜ b × c ⎟+ ⎜ c × b ⎟ .
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
62
→ → → → → → → →
2) Dados os vetores u= 2i + j −2 k e v = − i − j − k , determine um vetor unitário
→ →
perpendicular u e v .
→ → → → →⎛ → →⎞ → ⎛ → →⎞ →
3) Ache um vetor v = x i + y j − z k tal que v .⎜⎜ 2 i + 3 j ⎟⎟ = 6 e v × ⎜⎜ 2 i + 3 j ⎟⎟ = 4 k .
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
4) Calcule a área do paralelogramo que tem três vértices consecutivos nos pontos A = (1, 0, 1),
B = (2, 1, 3) e C = (3, 2, −5).
5) Os pontos A = (−1, −3, 4), B = (−2, 1, −4), C = (3, −11, 5) são vértices de um triângulo? Esse
triângulo é isósceles? É retângulo? É equilátero? Calcule sua área, e explique cada resposta.
→ → → → → → → → → →
6) Dados u = 2 i + j + 3 k , v = 4 i + j −3 k determine uma base ortonormal positiva { a , b , c
→ → → → → → → →
}, com a paralelo a u e b paralelo a v . Obtenha o vetor w = i + j + k como combinação
→ → →
linear dos vetores da base { a , b , c }.
→ →
7) Use o produto vetorial para determinar as condições que devem satisfazer os vetores a e b
→ → → →
para que a + b e a − b sejam paralelos.
→ → → →
8) Determine os cossenos diretores de u × v sendo u = (2, − 1, 3) e v = (4, 5,1).
→ → → →
9) Sabendo que a = 3 , b = 5 , determine os valores de m ∈ tal que os vetores a + m b e
→ →
a − m b sejam: a) perpendiculares; b) paralelos.
→ → → → → →
10) Determine um vetor c sabendo que c é perpendicular aos vetores a = i − 2 j + 3 k ,
→ → → → → ⎛→ → →⎞
b =2 i −3 j + k e c .⎜ i + 2 j −7 k ⎟ = 100.
⎝ ⎠
63
2.8.1 - Interpretação geométrica. Volume
→ → → → →
Considere três vetores a , b , c não coplanares. Então a ×b
eles determinam um paralelepípedo, conforme figura ao
lado.
C’ C
O volume do paralelepípedo é o produto da área da
→
→ →
base pela altura. Ora, a área da base é a × b e a altura é c
→
→ → b
DC = OC' , então temos:
O D
→ → ⎛→ → →⎞ →
OC' = c cos⎜ a × b , c ⎟ a
⎝ ⎠
Assim, o volume do paralelepípedo será
→ → → ⎛→ → →⎞ → →→ ⎡→ → →⎤
V = a×b c cos⎜ a × b , c ⎟ = a × b .c = ⎢ a ,b , c ⎥
⎝ ⎠ ⎣ ⎦
isto é, o volume do paralelepípedo de arestas determinado por esses três vetores é o valor
absoluto do produto misto desses vetores.
⎡→ → → ⎤ ⎡→ → → ⎤
⎢ a , b , c ⎥ = − ⎢b ,a , c ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Essas propriedades são decorrentes das propriedades dos produtos interno e vetorial.
64
a1 a2 a3
b1 b2 b3 = a1b2 c3 + a 2 b3c1 + a3b1c2 − a3b2 c1 − a1b3c2 − a 2 b1c3
c1 c2 c3
Assim como o produto vetorial determina a dependência linear de dois vetores, o produto
misto o faz para três vetores.
→ → →
Teorema: Três vetores a , b e c são linearmente dependentes se, e somente se, o
produto misto entre eles for igual a zero.
→ → →
Demonstração: (⇒) De fato, se a , b e c forem L. D., um deles será combinação linear
→ → → ⎡→ → →⎤
dos outros, por exemplo, a = x b + y c . Então ⎢ a , b , c ⎥ dado por (3), será nulo (lembre-se das
⎣ ⎦
propriedades do determinante).
(⇐) Por outro lado, lembrando que geometricamente o produto misto representa o
→ → → ⎡→ → →⎤
volume de um paralelepípedo gerado pelos vetores a , b e c se ⎢ a , b , c ⎥ = 0 , então o
⎣ ⎦
→ → →
paralelepípedo tem volume nulo, e a , b e c serão coplanares ou L.D.
Esse teorema nos fornece uma maneira simples de verificar a independência linear de três
vetores (compare com 2.7.3 ).
→ → → → → → → → →
1) Verificar se os vetores a = j + k , b = 2 i + j e c = i + k formam base.
→ →→ → → →
Solução: O conjunto { a , b , c } será base se, e somente se, a , b , c forem L.I. Como
0 1 1
⎡→ → →⎤
⎢ a ,b , c ⎥ = 2 1 0 = −3 ≠ 0
⎣ ⎦ 1 0 1
→ → →
os vetores dados são L.I. . Logo { a , b , c } é base.
→ → →
2) Determine x tal que a = (3, 5, 1), b = (2, 0, 4) e c = (1, x, 3) sejam coplanares.
65
→ → → ⎡→ → →⎤
Solução: Os vetores a , b e c serão coplanares (ou L. D.) se ⎢ a , b , c ⎥ = 0 . Calculando,
⎣ ⎦
3 5 1
⎡→ → → ⎤
⎢ a , b , c ⎥ = 2 0 4 = − ( 10 x + 10 )
⎣ ⎦ 1 x 3
Logo,
⎡→ → →⎤
⎢ a , b , c ⎥ = 0 se x = −1
⎣ ⎦
→ → → → → → → → → → ⎡→ → → ⎤ ⎡→ → → ⎤ ⎡→ → → ⎤
1) Dados u = 3 i − 2 j + k , v = i + j , w = −2 j − k calcule ⎢ u ,v ,w⎥ , ⎢ v ,w, u ⎥ , ⎢ u ,w,w⎥ .
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
→ → → → → → → → →
2) Os vetores i + j +3 k , 2 i − j + 5 k e 4 i − 3 j + k são coplanares? Explique sua resposta.
3) Calcule o volume do paralelepípedo que tem um dos vértices no ponto A = (2, 1, 6) e os três
vértices adjacentes nos pontos B = (4, 1, 3), C = (1, 3, 2) e D = (1, 2, 1).
4) Verifique, em cada caso, se os pontos são coplanares:
a) A = (0, 2, -2), B = (-1, 0, -2), C = (-2, -1, -3), D = (1, 1, 1)
b) A = (-1, 0, 3), B = (-1, -2, 2), C = (1, 0 , 2 ) , D = (2, 4, 1)
→ → →
5) Determine x de modo que a = ( 1, x , 0 ), b = ( − x ,− 1, 1 ), c =( 1, 1, 1 ) não sejam coplanares.
6) Considere o triângulo cujos vértices são os pontos A = (3, 2, 1), B = (3, 2, 2), C = (3, 3, 2).
Determine:
a) Os ângulos do ΔABC.
b) O vetor projeção do menor lado sobre o maior lado.
c) A altura do triângulo, relativa ao maior lado.
d) A área do triângulo ABC
→ → → →
e) O volume do paralelepípedo gerado pelos vetores AB , AC e AB × AC .
→ → → → → →
7) Calcule o ângulo entre os vetores 2 i − j + k e − i + 2 j + 4 k . Esses vetores são L.I. ou L.D?
→ → → → → → → → →→
8) Dados u = 2 i − j + 2 k , v = i + 3 j , determine uma base ortonormal negativa { a , b , c }, com
→ → → → →
a paralelo a u e b coplanar com u e v .
→ → → → → → → → → → → → → → →
9) Dados a = 2 x i + 2 x j + x k , b = x i − 2 x j + 2 x k , c = 2 x i − x j − 2 x k , mostre que { a , b , c }
→ →→
é base ortogonal negativa se x < 0. Para que valor(es) de x, { a , b ,c } será(ão) uma base
→ →
ortonormal ? Ache as coordenadas de v na base ortonormal obtida, sendo v o vetor que
→ → →
na base canônica { i , j , k } tem coordenadas (1, −2, −3).
66
→ → →
10) Os vetores a, b e c formam um terno ordenado positivo, e são perpendiculares entre si.
→ → →
⎡→ → → ⎤
Sabendo que a = 4, b = 2, c = 3, calcule ⎢ a , b , c ⎥ .
⎣ ⎦
11) Os pontos A = (4, 6, 2), B = (1, 2, 1), C = (3, 3, 3), D = (7, 4, 3) podem ser vértices
de um paralelepípedo ? Em caso afirmativo, calcule o volume do sólido considerado, as
coordenadas do ponto E, sendo AE uma diagonal interna.
→ → → → → → → →
12) Determine uma base ortonormal positiva a partir dos vetores u = 2 i − j + k e v = i − j − k .
→ → →
13) Dados os vetores a = ( x , 2 x , x ), b = ( − x , 0 , x ), c = ( x , − x , x ) , Para que valores de x, {
→ →→ → →→
a , b , c } é base negativa? Para que valores de x, { a , b , c } é base ortogonal? Para que valores de
→ →→
x, { a , b , c } é base ortonormal?
→ → →
14) Dados os vetores a , b e c tais que o ângulo entre dois quaisquer deles, na ordem dada
π → → → → → →
acima, é rd e sabendo que a = 4, b = 2, c = 6 determine a + b + c .
3
67
RETAS E PLANOS
Neste capítulo faremos o estudo da reta e do plano, suas relações métricas e diferentes
posicionamentos, utilizando os conceitos e resultados do Cálculo Vetorial introduzidos no
capítulo anterior.
3.1 - O PLANO
68
Se P1 = ( x1 , y1 , z1 ), P2 = ( x2 , y2 , z2 ), P3 = ( x3 , y3 , z3 ) e P = ( x , y , z ), então
podemos reescrever a equação (1) da seguinte maneira:
→ → → → → → → → →
x i + y j + z k = x1 i + y 1 j + z 1 k + p [( x 2 − x1 ) i + ( y 2 − y 1 ) j + ( z 2 − z 1 ) k ]
→ → →
+ q [ i + ( y 3 − y1 ) j + ( z 3 − z 1 ) k ]
ou
→ → → → →
x i + y j + z k = [x1 + p( x 2 − x1 ) + q( x 3 − x1 )] i + [ y 1 + p( y 2 − y 1 ) + q( y 3 − y 1 )] j +
→
+ [ z 1 + p ( z 2 − z 1 ) + q ( z 3 − z 1 )] k
→ → →
3
Como { i , j , k } é base do , vem
⎧ x = x1 + p ( x 2 − x1 ) + q ( x 3 − x1 )
⎪
⎨ y = y1 + p( y 2 − y1 ) + q( y 3 − y1 ) (2)
⎪ z = z + p( z − z ) + q( z − z )
⎩ 1 2 1 3 1
Estas são as equações paramétricas do plano π . Os escalares p e q das equações (1) e (2)
chamam-se parâmetros do ponto P. As equações (1) e (2) mostram que a cada ponto P do plano
π corresponde um par de parâmetros p, q ∈ , e a cada par de números reais p, q corresponde
um único ponto P ∈ π .
Usando o produto misto podemos também chegar a outro tipo de equação para o plano π
determinado pelos pontos P1, P2 e P3. Um ponto P ∈ π se, e somente se, os vetores
→ → →
P1 P , P1 P2 , P1 P3 são L. D., isto é, se, e somente se,
⎡ → → → ⎤
P
⎢⎣ 1 P , P P
1 2 , P1 P3 ⎥ = 0 (3)
⎦
Em coordenadas:
x − x1 y − y1 z − z1
x 2 − x1 y 2 − y1 z 2 − z1 = 0 (4)
x 3 − x1 y 3 − y 1 z 3 − z 1
69
Observações: 1) As equações paramétricas e vetorial do plano π determinado pelos
pontos P1 , P2 e P3 teriam um aspecto diferente se considerássemos os vetores
→ → →
P2 P1 , P2 P3 e P2 P . A equação vetorial ficaria
→ → → →
OP = OP2 + p ' P2 P1 + q ' P2 P3 (I)
x = x 2 + p' ( x1 − x 2 ) + q'( x 3 − x 2 )
y = y 2 + p' ( y 1 − y 2 ) + q'( y 3 − y 2 ) ( II )
z = z 2 + p' ( z 1 − z 2 ) + q'( z 3 − z 2 )
As equações (1) e (I) ou (2) e (II), representam o mesmo plano determinado pelos pontos
P1 , P2 e P3 , apesar do aspecto diferente. A equação cartesiana do plano π determinado por três
pontos é sempre a mesma, qualquer que seja a ordem adotada para se considerar os pontos
→ → →
P1 , P2 e P3 . Analogamente se considerássemos P3 P1 , P3 P2 e P3 P .
Exemplo:
1) Obtenha as equações paramétricas e cartesiana do plano π que contém pontos
P1 = (−1, 1, −2), P2 = (1, 2, 1) e P3 = (1, 4, 3). Verifique se os pontos A = ( −1, 3, 0 ) B = (1, 1, −2)
pertencem a esse plano. Obtenha um ponto C do plano, distinto dos pontos dados.
→ → → → → → → →
Solução: Fixando P1, obtemos os vetores P1 P2 = 2 i + j +3 k e P1 P3 = 2 i +3 j + 5 k do
plano. Assim, as equações paramétricas do plano ficam:
x = −1 + 2p +2q; y = 1 + p + 3q e z = −2 + 3p + 5q, p, q ∈ .
Vejamos se o ponto A = (−1,3,0) ∈π , isto é, se existem escalares p e q tais que
⎧−1 = −1 + 2 p + 2q ⎧ 2 p + 2q = 0
⎪ ⎪
⎨ 3 = 1 + p + 3q ⇒ ⎨ p + 3q = 2
⎪⎩ 0 = −2 + 3 p + 5q ⎪⎩ 3 p + 5q = 2
70
Resolvendo o sistema obtemos p = −1 e q = 1. Logo existem parâmetros p e q que
correspondem ao ponto A, isto é, A ∈ π. Vejamos se o ponto B = (1, 1, − 2) ∈π :
⎧ 1 = −1 + 2 p + 2q ⎧ 2 p + 2q = 2
⎪ ⎪
⎨ 1 = 1 + p + 3q ⇒ ⎨ p + 3q = 0
⎪⎩−2 = −2 + 3 p + 5q ⎪⎩ 3 p + 5q = 0
⎡ → → → ⎤
P
⎢ 1 P , P P
1 2 , P1 P3 ⎥ = 0 .
⎣ ⎦
→ → → → → → → → → → → →
Como P1 P =( x + 1 ) i + ( y − 1 ) j + ( z + 2 ) k , P1 P2 = 2 i + j + 3 k e P1 P3 = 2 i + 3 j + 5 k ,
vem que:
x +1 y −1 z+2
2 1 3 = 0 ⇒ x + y − z − 2 = 0.
2 3 5
71
→ → →
isto é, se os vetores P0 P , u e v são coplanares. Portanto, a equação vetorial do plano π será:
→ → → →
OP = OP 0 + p u + q v (1’)
→ → → → → → → →
Se P0 = ( x0 , y 0 , z 0 ), u = u1 i + u 2 j + u 3 k e v = v1 i + v 2 j + v3 k obtemos as equações
→ →
paramétricas do plano que contém vetores u e v e passa pelo ponto P0 .
⎧ x = x0 + pu1 + q v1
⎪
⎨ y = y0 + pu2 + q v2 (2’)
⎪ z = z + pu + q v
⎩ 0 3 3
⎡ → → →
⎤
⎢⎣ P0 P, u , v⎥ = 0 (3’)
⎦
→ →
Considerando as coordenadas de P0 , u , v , então temos que:
x − x0 y − y0 z − z0
u1 u2 u3 = 0 (4’)
v1 v2 v3
Exemplo:
1) Obtenha as equações cartesiana e paramétricas do plano que passa por A = (1, 2, 3) e é
→ → → → → → → →
paralelo aos vetores u = i + 3 j − k e v = 2 i − 2 j + k .
Solução: Vamos determinar a equação cartesiana do plano α. Para isto, temos que um
→ → →
ponto P = (x, y, z) ∈ α se, e somente se, AP , u e v forem L.D., isto é, se, e somente se,
x −1 y − 2 z − 3
⎡ → → →⎤
⎢⎣ AP , u , v ⎥⎦ = 0 ⇒ 1 3 −1 = 0 ⇒ x − 3 y − 8 z + 29 = 0
2 −2 1
Vamos determinar agora às equações paramétricas de plano que passa pelo ponto
→ → → → → → → →
A = (1, 2, 3) e paralelo a u = i + 3 j − k e v = 2 i − 2 j + k Então, teremos:
⎧ x = 1 + p + 2q
⎪
⎨ y = 2 + 3 p − 2q
⎪z = 3 − p + q
⎩
72
3.1.3 - Plano que contém um ponto e é perpendicular a um vetor
→ → →
Um vetor n ≠ 0 é perpendicular ou normal a um n
→
plano π se, e somente se, n for perpendicular a todos os
vetores paralelos a π . Sejam P0 =( x0 , y0 ,z0 ) um ponto do
P0
→ → → →
plano π e n = a i + b j + c k o vetor normal de π . Um P π
→
ponto P = (x, y, z) pertence ao plano π se, e somente se, P0 P
→
for perpendicular a n , isto é ,
→ →
n ⋅ P0 P = 0 (6)
→ → → →
e esta é a equação normal do plano. Se P = (x0 , y0 , z0), P = (x, y, z) e n = a i + b j + c k , então
a equação normal do plano π será:
⎛ → → →⎞ ⎛ → → →⎞
⎜ a i + b j + c k ⎟ .⎜ ( x − x0 ) i + ( y − y 0 ) j + ( z − z 0 ) k ⎟ = 0 ⇒ ax + by + cz + d = 0
⎝ ⎠⎝ ⎠
onde d = − ( ax0 + by0 + cz0 ). Observe que na equação cartesiana (5) os coeficientes de x, y e z
Exemplo:
1) Determine a equação normal do plano π que passa pelo ponto A = (1, 2, 3) e é paralelo
ao plano π1: 3x - y + 2z + 5 = 0 .
Solução: Chamaremos de π 1 o plano pedido e π 2 → → →
n1 = n 2 n2
o plano dado. Como π 1 é paralelo a π 2 eles têm os
mesmos vetores normais. Assim o vetor normal de π 1 será
A
→ → → →
n 2 = 3 i − j + 2 k . Seja P = (x, y, z) um ponto qualquer de π1 P π2
→ → → →
π 1. Como AP = ( x − 1) i + ( y − 2) j + ( z − 3) k , a equação
normal de π 1 será
→ →
n 2 ⋅ AP = 0 ⇒ 3( x − 1 ) − ( y − 2 ) + 2( z − 3 ) = 0 ⇒ 3 x − y + 2 z − 7 = 0.
Observações:
→ →
1. Dois planos π 1 e π 2 são perpendiculares ou n1 n2
ortogonais se seus vetores normais forem ortogonais, isto é,
→ → →
π1
n1 . n2 = 0 .
π2
73
2. Para que dois planos π1 e π2 sejam paralelos é →
n1
necessário, mas não suficiente, que tenham vetores normais
→
→ → → → → n2
paralelos, isto é, n1 = t n 2 , t ∈ ℜ ou n1 × n 2 = 0
74
3) Seja π um plano de equações paramétricas são x = 4 − p + 2q, y = 2 + p e z = 3p − q
Escreva a equação cartesiana do plano π
Solução: As equações paramétricas de um plano contém várias informações úteis
x = x0 + p a1 + qb1 , y = y0 + pa2 + qb2 e z = z0 + p a3 + qb3 . Por exemplo, um ponto P0 do plano é
→ →
dado pelos valores livres dos parâmetros p e q: P0 = ( x0 , y 0 , z 0 ) . Dois vetores a e b , paralelos
→ → → →
ao plano, são dados pelos coeficientes dos parâmetros p e q. Então, temos a = a1 i + a 2 j + a 3 k
→ → → →
e b = b1 i + b2 j + b3 k . Para obtermos a equação cartesiana de um plano, precisamos conhecer
um de seus pontos e dois vetores desse plano. Neste caso, temos P0 = ( 4 , 2 , 0 ) e os vetores
→ → → → → → →
a = − i + j + 3 k , b = 2 i − k . Se P = (x, y, z) é um ponto qualquer do plano então
x− 4 y−2 z
⎡ → → →⎤
⎢ P0 P , a , b ⎥ = 0 ⇒ −1 1 3 = 0 ⇒ x − 5 y + 2z + 6 = 0 .
⎣ ⎦ 2 0 −1
4) Determine a equação do plano que passa pelo ponto A = (1, 2, 0) e é perpendicular aos
planos 3x − y − 2z − 3 = 0 e 2x + y − 3z + 1 = 0 .
Solução: Chamemos de π1 o plano de equação 3 x − y − 2 z − 3 = 0 e de
π2 : 2 x + y − 3 z + 1 = 0 . Observe que eles admitem, respectivamente, como vetores normais
→ → → → → → → → → →
n1 = 3 i − j − 2 k e n 2 = 2 i + j − 3 k . Observe que n1 não é múltiplo de n 2 . Logo os planos
→
π1 e π 2 não são paralelos. Sejam π plano desejado e n o seu vetor normal. Como o plano π
→ → →
deve ser perpendicular aos planos dados π1 e π2 então n é paralelo ao vetor n1 × n 2 . Como
A ∈ π e se P=( x , y ,z ) é um ponto qualquer do plano π, então sua equação fica :
→ → →
3 −1 −2
( n1 × n 2 ) ⋅ AP = 0 ⇒ 2 1 −3 = 0 ⇒ x + y + z − 3 = 0 .
x−1 y−2 z
75
→
6) Determine o ângulo entre o vetor u = ( 1, −1, −3 ) e um vetor normal ao plano π cujas
equações paramétricas são x = 2− 3p + 2q, y = 1 − 3p + q e z = 3 + p − 2q .
Solução: Analisando as equações paramétricas do plano, concluímos que os vetores
→ →
v = ( −3 , −3 , 1 ), w = ( 2 , 1, − 2 ) são paralelos ao plano dado e, portanto, seu vetor normal será
→ → →
→ → → i j k
n = v × w = −3 −3 1 = (5, − 4, 3)
2 1 −2
→ → →
O ângulo entre u e v × w é dado por
→ ⎛→ →⎞
| u .⎜ v × w ⎟|
⎛→ → →⎞ ⎝ 5+4−9⎠ ⎛→ → →⎞
|cos ⎜ u , v × w ⎟| = → → → = = 0 ⇒ ⎜ u , v × w ⎟ = 90 0
⎝ ⎠ || u || || v × w|| 11 50 ⎝ ⎠
→ → →
Logo os vetores u e n são perpendiculares entre si e o vetor u é paralelo ao plano dado .
1) Escreva as equações paramétricas e cartesiana do plano determinado pelos pontos A = (3, 1, 2),
B = (4, −1, −1) e C = (2, 0, 2).
76
2) Ache a equação do plano que contém o ponto A=(2, 1,−1) e é ortogonal ao vetor
→ → → →
v = i − 2 j + 3 k . Os pontos B = (−1, 1, 0) e C = (0, 1, −1) pertencem a esse plano ? Justifique.
77
16) Dados os planos 2x + my + 3z − 5 = 0 e nx − 6y − 6z = 0, determine os valores de m e n para
que sejam paralelos.
17) Calcule os valores de m para que os planos mx − 2y + z = 0 e mx + y + z − 1 = 0 sejam
perpendiculares.
18) Escreva a equação do plano que passa pelos pontos A = (1,−1,−2) e B = (3, 1, 1) e é
perpendicular ao plano x − y + 3z − 5 = 0.
19) Escreva a equação do plano que passa pelo ponto A = (1, 2, 3) e é perpendicular aos planos
2x − y + 3z = 0 e x + 2y + z − 1 = 0.
20) Obtenha a equação do plano que passa pelo ponto A = (2, 2, -1) e é paralelo aos eixos
coordenados 0y e 0z .
21) Quais pares, das equações abaixo, determinam planos paralelos ?
a) 4x − 6y + 10z − 14 = 0 e 6x − 9y + 15z − 14 = 0 c) 4x + 2y − 4z = 0 e 2x − 6z − 4 = 0
b) x = 1 − p + 2q , y = 3p − q , z = 2 + 2p − 2q d) x − 3z + 2 = 0 e 2x − 6z − 4 = 0
x=4+p , y=1 +p−q , z=1−q.
22) Quais pares, das equações abaixo, determinam planos perpendiculares ?
a) 3x + 9y − 2z − 5 = 0 e x − y − 3z − 4 = 0 c) 3x − 5y + z = 0 e x + 5z + 8 = 0
b) x − 3y − z − 9 = 0 e 2x + y − z + 1 = 0
23) Para que valores de m e n os pares de equações abaixo determinam planos paralelos ?
a) 2x + my + 2z = 0 e 3x − y + n z − 2 = 0 b) mx + 3y − 2z − 1 = 0 e 2x − 5y − n z = 0
24) Determine os valores de m e n para que os pares de equações abaixo representem planos
ortogonais :
a) 3x − 5y + mz − 3 = 0 e x + 3y + 2z − 5 = 0 b) 2x + my + 3z = 1 e n x + y − 3z = 6
c) −2x + 7y − 3z = 0 e x + my + nz − 1 = 0
25) Indique um vetor paralelo ao plano 3x + 2y − z = 4.
26) Escreva a equação do plano que passa pelo eixo 0z e pelo ponto A = (4, 3, 1) . Esboce o
plano.
78
3.2 - A RETA
Basicamente, uma reta é determinada por um ponto e uma direção. Alguns casos
particulares dessa situação serão estudados separadamente.
⎧ x = x0 + at
⎪
⎨ y = y0 + bt ∈ (8)
⎪ z = z + ct
⎩ 0
Estas são as equações paramétricas da reta r que passa pelo ponto P0 =( x0 , y0 , z0 ) e tem a
→ → → →
direção do vetor v = a i + b j + c k . O escalar t que aparece nas equações (7) e (8) chama-se
→
parâmetro do ponto P. O vetor v que dá a direção da reta chama-se vetor diretor da reta r. A
cada ponto P da reta r corresponde um valor do parâmetro t e a cada valor real do parâmetro t em
(7) ou (8) corresponde um ponto P da reta r .
→ → → →
Se v = a i + b j + c k é o vetor diretor de uma reta r e é tal que a ≠ 0 , b ≠ 0 e c ≠ 0 , então
de (8) vem:
x − x0 y − y0 z − z0
t= ; t= ; t=
a b c
Portanto,
x − x0 y − y0 z − z0
= = (9)
a b c
79
Estas são as equações simétricas da reta r que passa pelo ponto P0 = ( x0 , y0 , z 0 ) na
→ → → →
direção do vetor v = a i + b j + c k .
Exemplos:
1) Escreva as equações vetorial, paramétricas e simétricas da reta que passa pelo ponto
→ → → →
P0 = ( 1, 2 , 3 ) e é paralela ao vetor v = 4 i − 2 j − 5 k . Verifique se os pontos A = (5, 0, -3) e
B = (-1, 3, 2) pertencem a essa reta. Obtenha outro ponto C da reta distinto dos anteriores.
Solução: Se P = (x, y, z) ∈ r, então as equações vetorial, paramétricas e simétricas da reta
r são, respectivamente :
→ → → → → → →
OP = OP0 + t v , P0 = (1, 2, 3); v = 4 i − 2 j − 5 k ,
⎧ x = 1 + 4t
⎪ x−1 y−2 z −3
⎨ y = 2 − 2t e = = .
⎪ z = 3 − 5t 4 −2 −5
⎩
Vejamos se o ponto A = (5, 0,−2) pertence à reta r. Substituindo suas coordenadas nas
equações paramétricas de r , obtemos :
5=1+4t ⇒ t=1
0= 2−2t ⇒ t=1
−2 = 3 − 5 t ⇒ t=1
Como ao ponto A corresponde o parâmetro t = 1 concluímos que A pertence a r. Vejamos
se o ponto B = (−1, 3, 2) pertence à reta r . Substituindo suas coordenadas nas equações
paramétricas de r, temos :
− 1 = 1 + 4t ⇒ t = − 1
2
3 = 2 − 2t ⇒ t = − 1
2
2 = 3 − 5t ⇒ t = 1
5
Como não existe um valor do parâmetro t correspondendo ao ponto B, concluímos
que B ∉ r. Observe que o ponto P0 = ( 1, 2 , 3 ) corresponde ao parâmetro t = 0. Para obter outro
ponto C em r, distinto dos pontos A e P0 , basta atribuir a t um valor distinto dos já usados.
Assim, para qualquer valor real de t, t ≠ 1 e t ≠ 0, teremos um ponto na reta. Tomemos, por
exemplo, t = −1. Então, das equações paramétricas da reta r, obtemos x = −3, y = 4 e z = 8 e
assim teremos o ponto C = (−3, 4, 8) ∈ r .
80
3.2.1.1- Reta situada em um plano coordenado
Se a reta r estiver contida em um dos planos coordenados, por exemplo, x0y, cuja
equação é z = 0, qualquer ponto P0∈ r será do tipo P0 = ( x0 , y 0 , 0 ) e todo vetor de r se escreverá
→ → → →
como v = a i + b j + 0 k . Assim, as equações paramétricas de r ficarão:
⎧ x = x0 + a t
⎪
⎨ y = y0 + b t , ∈ .
⎪z = 0
⎩
Observe que neste caso não podemos obter as equações simétricas de r, mas sim uma
forma quase-simétrica, para a ≠ 0 e b ≠ 0,
x − x0 y − y 0
= ; z = 0.
a b
Da expressão anterior tiramos:
b
y − y0 = ( x − x0 ) ; z = 0
a
que é, no plano z = 0, a equação da reta que passa pelo ponto P0 = ( x0 , y 0 , 0 ) e tem como
Dois pontos P1 = (x1 , y1, z1), P2 = (x2 , y2, z2), com P1 ≠ P2 , determinam uma única reta,
→ →
a reta r que passa por um desses pontos e tem a direção do vetor v = P1 P2 . Dessa forma,
recaímos na mesma situação de 3.2.1. Então um ponto P = (x, y, z) pertencerá à reta r
determinada pelos pontos P1 e P2 se, e somente se,
→ →
P1P = t P1P2 , ∈
ou seja,
→ → →
OP = OP1 + t P1P2 , ∈ (7’)
81
→ → → → →
Se v = P1 P2 = ( x 2 − x1 ) i + ( y 2 − y 1 ) j + ( z 2 − z 1 ) k , então
⎧ x = x1 + ( x2 − x1 ) t
⎪
⎨ y = y1 + ( y2 − y1 )t , ∈ (8’)
⎪ z = z + ( z − z )t
⎩ 1 2 1
Sejam π 1 e π 2 dois planos não paralelos e não coincidentes, cujas equações são,
respectivamente, a1 x + b1 y + c1 z + d 1 = 0 e a 2 x + b2 y + c 2 z + d 2 = 0 . Note que estes planos se
cortam segundo uma reta r, indicada por
⎧ a x + b1 y + c1 z + d 1 = 0
r: ⎨ 1
⎩a 2 x + b 2 y + c 2 z + d 2 = 0
e cujas equações podem ser obtidas de duas maneiras.
Um ponto P0 pertencerá a reta r se satisfizer o sistema (I) acima. Por exemplo, fazendo
x = 0, obtemos o sistema (II), que resolvido nos dará o ponto P = (0, y, z) . A reta r = π1 ∩ π 2
→ → →
será a reta que passa pelo ponto P0 , na direção do vetor v = n1 × n 2 .
2a) As equações dos planos π 1 e π 2 formam um sistema de equações lineares, que
resolvido nos dará a reta
⎧a x + b1 y + c1 z = − d 1
r: ⎨ 1
⎩a 2 x + b 2 y + c 2 z = − d 2
82
Exemplo:
⎡ 1 2 −1 −1⎤ ⎡1 2 −1 −1 ⎤ ⎡1 2 −1 −1 ⎤ ⎡1 0 − 3 / 5 7 / 5 ⎤
⎢2 −1 −1 4 ⎥ → ⎢0 5 →⎢
−1 −6 ⎥⎦ ⎢⎣0 1 − 1 5
→
−6 ⎥⎥ ⎢⎣0 1 −1 / 5 −6 / 5 ⎥⎦
⎣ ⎦ ⎣ 5⎦
3 7 1 6
Portanto, x − z = ; y − z = − , ∈ . Tomando z como parâmetro, isto é, fazendo
5 5 5 5
z = t, obtemos as equações paramétricas de r,
7 3 −6 1
x= + t; y= + t; z = t , ∈ . (*)
5 5 5 5
→ 3→ 1→ →
A reta r é paralela ao vetor v = i + j + k e passa pelo ponto P1 = (7/5, -6/5, 0).
5 5
2a maneira: Tomemos os vetores normais aos planos π 1 e π 2 , respectivamente,
→ → → → → → → →
n 1 = i + 2 j − k e n 2 = 2 i − j − k . Então
→ → →
i j k
→ → → → → →
v = n1 × n 2 = 1 2 −1 = − 3 i − j − 5 k
2 −1 −1
é um vetor diretor de r. Vamos determinar o ponto P0. Fazendo, por exemplo, y = 0, no sistema
acima e usando escalonamento, obtemos:
⎧ x − z =−1 ⎡ 1 −1 −1⎤ ⎡1 −1 −1⎤ ⎡1 0 5 ⎤ ⎧ x = 5
⎨ ⇒ ⎢2 −1 4 ⎥ → ⎢0 1 6 ⎥ → ⎢0 1 6 ⎥ → ⎨ z = 6 .
⎩` 2 x − z = 4 ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎩
Logo, P0 =( 5 ,0 ,6 ) e as equações paramétricas de r são: x = 5 – 3t, y = –t, z = 6 – 5t ,
∈ .(**)
Note que chegamos às equações paramétricas distintas das já obtidas na resolução
anterior. As equações (**) expressam uma reta que passa pelo ponto P0 =( 5 ,0 ,6 ) , e tem a
→ → → →
direção do vetor u = − 3 i − j − 5 k , enquanto as equações (*) expressam uma reta que passa
83
→ 3→ 1→ →
pelo ponto P1 = ( 7 / 5 , − 6 / 5 , 0 ) , com vetor diretor v= i + j + k . Logo as retas
5 5
equacionadas em (*) e (**) tem a mesma direção. Além disso, se em (*) fizermos t = 6
obteremos o ponto (5, 0, 6), usado em (**) e, se em (**) fizermos t = 6/5 obteremos o ponto
(7/5, -6/5, 0), usado em (*). Logo (*) e (**) são duas expressões diferentes da mesma reta.
Observações:
→ →
1) Sejam r1 e r2 duas retas, com vetores diretores v1 e v 2 , respectivamente. Então:
3 → → 5→ →
Logo, P0 =( −1, , 2 ) , v = i + j − 4 k e as equações paramétricas da reta dada são:
2 2
3 5
x = −1 + t , y = + t , z = 2 − 4t , ∈ .
2 2
2) Escreva as equações da reta que contém o ponto A = (−2, 1, 0) e é perpendicular ao
plano 2x + 3y − z = 4 .
Solução: Se a reta r é perpendicular ao plano π, então r →
n r
→ → → →
tem a direção do vetor normal de π, que é n = 2 i + 3 j − k .
Então, as equações paramétricas da reta r que passa pelo ponto
→
A e tem vetor diretor n são: x = − 2 + 2t , y = 1 + 3t , z =− t ,
84
x + 2 y −1
∈ e as equações simétricas são = =−z .
2 3
3) Escreva as equações paramétricas da reta que passa pelo ponto P0 = (1, −1, 1) e é paralela à reta
Solução: Para escrever as equações de uma reta precisamos de um ponto P0 = (1, −1, 1) e do
vetor diretor dessa reta. Se a reta r é paralela à reta r1, interseção dos planos π 1 e π 2 , então r
→ → → → → → → →
tem a mesma direção de r1. Sendo n1 = 3 i − j + k e n 2 = i + 2 j − k vetores normais π 1 e π 2 ,
respectivamente, a reta r terá como um vetor diretor
→ → →
i j k
→ → → → → →
v = n1 × n 2 = 3 −1 1 = − i + 4 j + 7 k
1 2 −1
4) Escreva a equação da reta que passa pelo ponto A = (1, −3, 2) e é paralela à reta
x−3
= − ( y + 2 ); z = 9 . O ponto M = (−1, −1, 9) pertence a essa reta?
4
Solução: Chamemos de r a reta pedida e de r1 a reta dada. Como r é paralela a r1, então r
→ → →
terá como vetor diretor v = 4 i − j . Logo as equações paramétricas e simétricas de r,
x −1
respectivamente, são: x = 1 + 4 t, y = −3 − t e z = 2, ∈ e = −( y + 3 ); z = 2 . Vejamos
4
se M está em r: −1 = 1 + 4 t, −1 = −3 − t, 9 = 2. absurdo! Logo o ponto M ∉ r.
1) Escreva as equações paramétricas e simétricas da reta que passa pelo ponto A = (1, 2, 2) cujo
→ → → →
vetor diretor é v = 3 i − j + k .
85
2) Escreva as equações da reta que passa pelos pontos P1 = ( 1, 2 , 3 ) e P2 = ( 5 , 0 , 6 ) Verifique se
os pontos P3 = ( 9 , −2 , 9 ) e P4 = ( 9 , 2 , −3 ) pertencem a essa reta.
3) Escreva as equações paramétricas e simétricas da reta cuja equação vetorial é
→ → → → → → →
OP = i + 2 j +3 k + t ( i − j + k ), ∈ .
5y + 4
4) Obtenha as equações paramétricas da reta x − 1= =− 6 z +9 .
2
5) Obtenha a reta x = 2 - s, y = 4, z = 3s na sua forma simétrica.
6) Determine as equações da reta que passa pelo ponto A = (1, −1, 2) e pelo ponto médio do
segmento BC , onde B = (−1, 0, 1) e C = (5, 2, 1).
7) Obtenha, em cada caso, um vetor unitário paralelo à reta dada.
z
a) x = 1 − 2t , y = −5 + t, z = 2 + 4t b) x − 1 = − ; y = 3.
7
8) A reta r passa pelo ponto P0 = ( 1, 2 , 5 ) e é paralela à reta que contém os pontos A = (3, 0, 1)
e B = (−1 , 2, 1) . Escreva suas equações.
9) Determine as equações da reta que passa pela origem e é ortogonal às retas r1 : x = t + 2 ,
y = 5t + 3, z = 6 t + 5 e r2 : x = 1+ 3s , y = s , z = − 7 + 2 s.
10) Obtenha as equações da reta dada pelos planos x + y + z = 0 e 2x + 3y − z − 4 = 0.
11) Escreva a equação da reta passa pelo ponto C = (−1, 1, 0) e é paralela aos planos 3x + 3y + z
+1=0 e x+ y−z=0.
12) Escreva a equação do plano que contém o ponto A = (2, 3, 0) e é perpendicular à reta
x −1 z
y = 2; = .
2 4
13) O plano π contém o ponto Q = (2, 1, 2) e é perpendicular à reta que passa pela origem e por
Q . Escreva sua equação.
→ → → → → → →
14) Decomponha o vetor v = i + 2 j + k na soma dos vetores u e w tal que u seja paralelo à
x−2 y −1 →
reta = = z + 1 e w seja perpendicular a essa reta.
2 −3
15) Escreva as equações do plano que contém a reta x = 1+ 8λ , y = 5− 6 λ , z = − 1−2λ e a reta
interseção dos planos x + y + z = 2 e 2x + 3y − z = 4 .
→ →→ → → →
16) Obtenha uma base ortonormal positiva { a , b , c } tal que a seja paralelo a u e b ortogonal
→ → →
a v , onde u o vetor normal do plano 2x + y − 3z + 2 = 0 e v um vetor paralelo à reta
1− y
x−4 = ; z= 4.
2
17) Determine as equações da reta r que passa pelo ponto A = (1, 2, −1) e é perpendicular ao vetor
→ → →
v = j + k e paralela ao plano x + y − 5 = 0.
18) Dê as equações da reta que contém o ponto M = (2, −1, 3) e é perpendicular ao plano
3x + y − 2z = 9.
86
3.3 - POSIÇÕES RELATIVAS, INTERSEÇÕES, ÂNGULOS
a) as retas r1 e r2 têm a mesma direção e pelo menos um ponto em comum. Neste caso, elas
são coincidentes. (Prove isto.)
b) as retas r1 e r2 têm a mesma direção e nenhum ponto em comum. Neste caso r1 e r2 são
ditas paralelas e determinam um plano.
c) as retas r1 e r2 têm direções diferentes e um ponto em comum. Neste caso r1 e r2 são ditas
concorrentes e também determinam um plano.
d) as retas r1 e r2 têm direções diferentes e nenhum ponto em comum. Neste caso r1 e r2 são
ditas reversas, e não existe plano que as contenha simultaneamente. As figuras abaixo
ilustram cada caso.
r1
r1 = r2 r2
coincidentes paralelas
r1 r1
r2 r2
concorrentes reversas
Em qualquer uma das situações descritas a posição relativa das retas r1 e r2 depende de
→ →
seus respectivos vetores diretores. Sejam v1 e v 2 os vetores diretores das retas r1 e r2 ,
respectivamente.
→ → → → →
i) Se v1 × v 2 = 0 , então v1 e v2 serão L. D. e as retas r1 e r2 serão coincidentes ou
paralelas. Tomemos um ponto arbitrário P1 ∈ r1. Se P1 ∈ r2, então as retas r1 e r2 serão
87
→ → → → →
ii) Se v1 × v 2 ≠ 0 , então v1 e v2 serão L. I. e as retas r1 e r2 serão concorrentes ou
reversas. Tomemos pontos arbitrários P1 ∈ r1 e P2 ∈ r2 .
⎡ → → →⎤
a) Se ⎢ P1 P2 , v1 , v 2 ⎥ = 0 então r1 e r2 serão coplanares, logo concorrentes. Neste caso, as
⎣ ⎦
retas r1 e r2 terão um ponto em comum, cuja obtenção descreveremos na seção 3.3.2.
⎡ → → →⎤
b) Se ⎢ P1 P2 , v1 , v 2 ⎥ ≠ 0 então r1 e r2 serão não coplanares, logo reversas.
⎣ ⎦
⎧ x = x1 + a 1 t ⎧x = x2 + a2 s
⎪ ⎪
r1 : ⎨ y = y 1 + b1 t r2 : ⎨ y = y 2 + b2 s
⎪z = z + c t ⎪z = z + c s
⎩ 1 1 ⎩ 2 2
seus pontos comuns, caso existam, serão obtidos resolvendo o seguinte sistema de equações
⎧ x1 + a 1 t = x 2 + a 2 s ⎧a 1 t − a 2 s = x 2 − x 1
⎪ ⎪
:
⎨ y 1 + b1 t = y 2 + b2 s ⇒ ⎨b1 t − b2 s = y 2 − y 1
⎪z + c t = z + c s ⎪c t − c s = z − z
⎩ 1 1 2 2 ⎩ 1 2 2 1
Exemplos:
1) Determinar a posição relativa dos pares de retas abaixo, sua interseção (caso exista) e
seu ângulo. Se as retas forem coplanares escrever a equação do plano que as contém. Se as retas
forem reversas, escrever a equação do plano que contém uma delas e é paralelo à outra .
88
x −1 y + 2 z −5
1) r1 : = = ; r2 : x = 7 + 3t , y = 2 + 2t , z = 1 − 2t
2 −3 4
→ → 6 −6 −8 8 8
cos ( v1 , v 2 ) = = ⇒ ( r1 , r2 ) = arc cos .
29 17 29 17 29 17
Note que as retas concorrentes r1 e r2 determinam o plano que passa pelo ponto P0 e é
→ →
paralelo aos vetores v1 e v2 . Se P = (x, y, z) é um ponto qualquer desse plano, então
x −1 y + 2 z −5
⎡ → → →⎤
⎢⎣ P0 P , v1 , v 2 ⎥⎦ = 0 ⇒ 2 −3 4 = 0 ⇒ 2 x − 16 y − 13 z + 31 = 0 .
3 2 −2
x−2 y+1 z −3 x −1 y −2 z +3
2) r1 : = = ; r2 : = =
6 4 −4 9 6 −6
→ → → → → → → →
Solução: Os vetores diretores das retas r1 e r2 são, v1 = 6 i + 4 j − 4 k , v 2 = 9 i + 6 j − 6 k ,
→ → → → →
respectivamente. Temos que v1 × v 2 = 0 . Então v1 é paralelo a v 2 e nesse caso as retas r1 e r2
serão paralelas ou coincidentes. Tomemos um ponto P1 = ( 2 ,− 1, 3 ) ∈ r1 e vejamos se P1 ∈ r2 :
89
2 −1 −1− 2 3+ 3 1 −1
= = ⇒ = = − 1 , absurdo!
9 6 −6 9 2
Logo, P1 ∉ r2 e portanto as retas r1 e r2 são paralelas, não havendo interseção entre elas.
3) r1 : x = −2 + 2t , y = −3t , z = 1 + 4t ; r2 : x = 3 + s , y = 1+ 4 s , z = 2 s
Vamos obter o plano π que contém r1 e é paralelo a r2. Observe que o plano contém os
vetores diretores de r1 e r2 . Portanto, se P1 = ( −2 , 0 , 1 )∈ r1 e P = ( x, y, z ) ∈ π, então
⎡ → → →⎤
⎢P1P , v1 , v2 ⎥ = 0 ⇒ 2x - z+ 5 = 0.
⎣ ⎦
que é a equação cartesiana do plano π que contém a reta r1 e é paralelo à reta r2.
4) r1 : x = 2 + 6 t , y = −1 + 4t , z = 3 − 4t ; r2 : x = 8 + 9 s , y = 3 + 6 s , z = −1− 6 s
90
→
paralelo a v 2 e, portanto r1 e r2 serão paralelas ou coincidentes. Seja P2 = ( 8 , 3, −1 ) ∈ r2 e
vejamos P2 ∈ r1 : .
8 = 2 + 6t
3 = −1 + 4t ⇒ t = 1 ⇒ P2 ∈ r1
−1 = 3 − 4t
Logo P2 ∈ r1 e como as retas têm a mesma direção, elas serão coincidentes.
91
1) Sistema compatível e indeterminado, com grau de liberdade 1. Neste caso os planos serão
concorrentes e sua interseção será uma reta.
2) Sistema compatível e indeterminado, com grau de liberdade 2. Neste caso os planos serão
coincidentes.
3) Sistema incompatível. Neste caso os planos serão paralelos.
→ →
n1 n2
n 2 . Aqui também observamos que n é um vetor
→
normal a um plano então −n também é um vetor
π1
normal a esse plano. Logo,
→ →
n1 ⋅ n 2
→ →
( π 1 , π 2 ) = arc cos cos ( n1 , n 2 ) = arc cos
→ →
n1 n2
Exemplos:
1) Determinar a posição relativa dos planos dados, sua interseção, caso exista, e seu ângulo.
1.1) π1 : 2x + 3y + 3z - 5 = 0 e π2 : − 4x − 6y − 6z + 2 = 0
→ → → → → → → →
Solução: Sejam n1 = 2 i + 3 j + 3 k e n 2 = −4 i − 6 j − 6 k os vetores normais dos planos
→ → → → →
dados, respectivamente. Temos que n1 × n 2 = 0 . Assim n1 é paralelo a n 2 e, portanto os planos
Logo o sistema é incompatível, isto é, não possui solução e, portanto os planos π 1 e π 2 são
paralelos.
1.2) π1 : 3x − y + 3z − 9 = 0 e π2 : 2x − 2
3
y + 2z = 6
92
→ → → → → → 2→ →
Solução: Os vetores normais dos planos dados são, n1 = 3 i − j +3 k e n2 = 2 i − j + 2k ,
3
→ → → → →
respectivamente. Então n1 × n 2 = 0 e, portanto, n1 é paralelo a n 2 . Tomemos, por exemplo,
teríamos
⎡3 −1 3 9 ⎤ ⎡1 −1 / 3 1 3 ⎤ ⎡1 −1 / 3 1 3⎤
⎢2 − 2 / 3 2 6 ⎥ → ⎢2 − 2 / 3 2 6 ⎥ → ⎢0 0 0 ⎥⎦
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ 0
1.3) π1 : 6x + 3y - 2z = 0 e π2 : x + 2y + 6z = 12
→ → → → → → → →
Solução: Se n1 = 6 i + 3 j − 2 k e n 2 = i + 2 j + 6 k são os vetores normais dos planos
→ → → → → →
dados, e como n1 × n 2 = 22 i − 38 j + 9 k ≠ 0 , então os planos π 1 e π 2 são concorrentes.
Também chegaríamos a esta mesma conclusão pela análise do sistema:
⎧6 x + 3 y − 2 z = 0
⎨
⎩ x + 2 y + 6 z = 12
⎡6 3 − 2 0 ⎤ ⎡ 1 2 6 12⎤ ⎡1 2 6 12 ⎤
⎢ 1 2 6 12⎥ → ⎢6 3 − 2 0 ⎥ → ⎢0 −9 −38 −72⎥ →
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
⎡1 2 6 12⎤ ⎡1 0 − 22 / 9 −4 ⎤
→⎢ ⎥ →⎢
⎣0 1 38 / 9 8 ⎦ ⎣0 1 38 / 9 8 ⎥⎦
⎧ 22 38 ∈ .
⎨x − z = − 4; y + z = 8,
⎩ 9 9
22 38
que representa a reta interseção de π 1 e π 2 : x = −4 + t; y = 8 − t; z = t, ∈ .
9 9
→ →
O ângulo entre os planos π 1 e π 2 será cos ( n1 , n 2 ) = 0 ⇒ ( π 1 , π 2 ) = 90 0 .
93
3.3.7 - Uma reta e um plano
→ →
Dada uma reta r com vetor diretor v e um plano π com vetor normal n , uma das
seguintes situações ocorre:
a) r está contida em π ( r ⊂ π) e portanto todos os pontos de r pertencem a π;
b) r é paralela a π ( r // π) e nenhum ponto de r pertence a π;
c) r e π são concorrentes e apenas um dos pontos de r pertence a π.
As figuras, a seguir, ilustram essas situações :
→
v r
→ → →
n n n
→
v
π π P0 π
r ⊂ π r // π r ∩ π = { P0 }
fig. (a) fig. (b) fig. (c)
→ →
Seja v o vetor diretor da reta r e n o vetor normal do plano π. Então:
→ →
i) Se v . n = 0 , tomemos um ponto P ∈ r . Se P ∈ π então r ⊂ π. Se P ∉ π então r // π.
→ →
ii). Se v . n ≠ 0 , então r ∩ π = {P0}.
interseção do plano π com a reta r , isto é, queremos os pontos comuns entre a reta r e o plano π.
Desta forma, substituindo as equações paramétricas da reta na equação do plano, obtemos:
a ( x o + a' t ) + b ( y o + b' t ) + c ( z o + c' t ) + d = 0
ou
( aa' + bb' + cc' ) t + ( ax0 + by0 + cz0 + d ) = 0 (*)
Estudemos as soluções dessa equação.
1. Se a equação (*) acima for satisfeita para um único valor de t, obteremos, com este valor, um
único ponto de interseção de r e π. (fig. (c)).
2. Se a equação (*) for satisfeita para todo valor de t, então todos os pontos de r estão no plano
π, isto é, r ⊂ π. (fig. (a)).
94
3. Se a equação (*) não tiver solução, então nenhum ponto de r que está em π, isto é, r ∩ π = ∅,
e r // π. (fig. (b)).
Exemplos:
1) Determine, em cada caso, a posição relativa, sua interseção (caso exista) e o ângulo entre a
reta r e o plano π.
1.1) r: x = − 2 + 3t , y = 1− 4t , z = − 5 + 4t e π: 4 x − 3 y − 6 z = 5 .
Solução: Para determinar a da interseção entre a reta r e o plano π, substituímos as equações
da reta r na equação do plano π, obtendo:
-8 + 12t - 3 + 12t + 30 - 24t = 5 ⇒ 0 t = 14
Note que esta equação não tem solução. Assim r e π não tem pontos em comum, isto é r // π.
Logo, o ângulo entre r e π é 00 . Observe que, neste caso, o vetor diretor de r é perpendicular ao
→ → → → → → → →
vetor normal de π. De fato, como v = 3 i − 4 j + 4k e n= 4i − 3 j− 6k então
→ →
v . n = 12 + 12 − 24 = 0 .
1.2) r : x = 0 , y = − t , z = − 1+ t e π: 2 x − y − z = 1 .
Solução: Vamos resolver este problema através da análise da posição relativa entre o vetor
→ → → → → → → → →
diretor v da reta r e o vetor normal n do plano π. Tem-se v = − j + k , n = 2 i − j − k e
→ →
v ⋅ n = 1 − 1 = 0 . Portanto r é paralela a π ou está contida em π. Tomemos um ponto qualquer
95
equação da interseção entre r e π tem infinitas soluções. De fato, substituindo as equações de r
na equação do plano π obtemos uma identidade, válida para todo t ∈ .
y+1 z
1.3) r: x − 1 = = ; π: 2 x + 3 y + z − 3 = 0 .
−2 6
⎛→ →⎞ 2− 6 + 6 2 2
cos ⎜ n , v ⎟ = = ⇒ ( r ,π ) = 90 0 − arc cos .
⎝ ⎠ 41 14 41 14 41 14
Dados três planos π 1 , π 2 , π 3 , a interseção entre eles poderá ser um ponto, uma reta, um
plano ou ser vazia, conforme ilustraremos abaixo.
π3 π
P0
π2 π1
π1 π2
π3 π1 = π2
r π3
π1 ∩ π2 ∩ π3 = r - fig (b1) π1 ∩ π2 ∩ π3 = r - fig (b2)
π1
π1
π2
π2
π3
π3
π1 ∩ π2 ∩ π3 = ∅ - fig (d1) π1 ∩ π2 ∩ π3 = ∅ - fig (d2)
96
π2 π3
π1
π1 ∩ π2 ∩ π3 = ∅ - fig (d3)
Para determinar qual dessas situações ocorre, devemos resolver o sistema
⎧a 1 x + b1 y + c1 z = − d 1 − plano π 1
⎪
⎨a 2 x + b 2 y + c 2 z = − d 2 − plano π 2
⎪a x + b y + c z = − d − plano π 3
⎩ 3 3 3 3
d) sistema incompatível, não existe interseção, isto é π 1 ∩π 2 ∩π 3 = ∅ - figs. (d1) , (d2) e (d3).
Nos casos (a) e (b) os planos são concorrentes. No caso (c) eles são coincidentes.
Exemplos:
1) Determine a posição relativa dos planos abaixo:
a) 2x + y − 2z − 10 = 0 , 3x + 2y + 2z − 1 = 0, 5x + 4y + 3z − 4 = 0 .
Solução : Resolvendo o sistema
⎧2 x + y − 2 z = 10
⎪
⎨3 x + 2 y + 2 z = 1
⎪5 x + 4 y + 3 z = 4
⎩
obtemos, por escalonamento,
⎡2 1 − 2 10 ⎤ ⎡1 0 0 1 ⎤
⎢3 2 2 1 ⎥ → L → ⎢0 1 0 2 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢⎣5 4 3 4 ⎥⎦ ⎢⎣0 0 1 −3⎥⎦
b) x + 2y − 3z − 6 = 0, 2x - y + 4z - 2 = 0, 4x + 3y− 2z − 14 = 0.
Solução : Resolvendo o sistema
97
⎧ x + 2 y − 3z = 6
⎪
⎨2 x − y + 4 z = 2
⎪4 x + 3 y − 2 z = 14
⎩
obtemos, por escalonamento :
⎡ 1 2 −3 6 ⎤ ⎡1 0 1 2 ⎤
⎢2 −1 4 2 ⎥ → L→ ⎢0 1 − 2 2 ⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢⎣4 3 − 2 14 ⎥⎦ ⎢⎣0 0 0 0 ⎥⎦
c) x + y − z − 1 = 0 , 2x + 3y − 3z − 3 = 0, x − 3y + 3z − 2 = 0 .
Solução: Temos o seguinte sistema:
⎧ x+ y − z =1
⎪
⎨2 x + 3 y − 3 z = 3
⎪ x− 3 y +3z = 2
⎩
Escalonando o sistema, obtemos :
⎡1 1 −1 1⎤ ⎡1 0 0 0 ⎤
⎢2 3 −3 3 ⎥ → L→ ⎢0 1 −1 1⎥
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢⎣1 −3 3 2 ⎥⎦ ⎢⎣0 0 0 5⎥⎦
Trata-se de um sistema incompatível. Assim os três planos não tem ponto em comum,
isto é, π 1 ∩ π 2 ∩ π 3 = ∅. Se quiséssemos obter a configuração dos planos, deveríamos estudar
a posição de seus vetores normais . Ora, nenhum par dos planos dados é formado por planos
paralelos, pois
→ → → → → → → → → → → → → → →
n1 × n 2 = j + k ≠ 0 , n1 × n 3 = − 4 j − 4 k ≠ 0 e n 2 × n 3 = − 9 j − 9 k ≠ 0
1) Determine se as retas abaixo são paralelas, coincidentes, concorrentes ou reversas. Calcule seu
ponto de interseção (se existir), e o ângulo entre elas:
a) r1 : x = 1, y = t , z = 1; r2 : x = s , y = 0 , z = 1
98
z −2 y−1
r1 : x −3 = ; y = 4; r1 : x + 1 = , z = 5;
7 d) 2
b)
x −6 z − 4 r2 : x = 1+ 4 n , y = 5 + 2n , z = 2 + 3n
r2 : = ; y= 8
2 14
c) : 1 3 , 2 5 , 1 7 r1 : x = 1 , y = 3 − s , z = 5 + 2 s
e)
: 7 6 , 12 10 , 6 14 r2 : x = 5t − 4 , y = 2t + 3, z = 3t − 2.
2) Determine as posições relativas das retas r e os planos π abaixo. Obtenha seu ponto comum
(se existir) e seu ângulo :
a) r: x = − 8 +15t , y = 5 − 9t , z = 0 e π: 3 x + 5 y −1 = 0
y−2 z−2
b) r : x − 3 = = e π : x = 5 − 2 p , y = 1− p + 4 q , z = 2 + p − 2q
2 4
c) r : x = 2 − s , y = 1+ 2 s , z = 1+ s e π : x = 1− p − 4 q , y = − 2 + 2 p − 8 q , z = 1 + p − q
→
d) r : OP = ( 1, 2 , 3 ) + t( 2 , −1, 1 ) e π : x − 2 y − 4 z + 5 = 0.
a) 2x + y − z − 1 = 0 e 3x - 5y + z = 4 c) 2x - 2y + 6z = 6 e x = − 3p − q, y = − q , z = p
b) x + 2y + 3z = 1 e 2x + 4y = 2 − 6z d) 3x + 6y = 27 − 3z e 2x + 4y + 2z = 14.
99
x − 2 y +1 z − 5
9) Determine os valores de m e c para que a reta = = e o plano 3x − 2y + cz + 1 = 0
m 4 −3
sejam perpendiculares e obtenha sua interseção.
10) Dada a reta r1 : x = 2 + 3t, y = t, z = − t, escreva as equações uma de uma reta r2 de modo
que:
a) r1 e r2 sejam reversas. b) r1 e r2 sejam concorrentes.
3.4 - DISTÂNCIAS
Vamos agora estudar a distância entre pontos, retas e planos.
Exemplo:
1) A distância entre os pontos A = (1, 2, 3) e B = (−2, 1, 1) é:
d ( A, B ) = ( −3 ) 2 + ( −1 ) 2 + ( −2 ) 2 = 14
Dado um ponto P0 e uma reta r, a distância de P0 a r, indicada por d(P0, r), é igual a
distância de P0 a P1 , onde P1 ∈ r é o pé da perpendicular baixada de P0 a r.
→ P0
Portanto, d ( P0 , r ) = P0 P1
P1 r
Observe que P0 ∈ r se e somente se d ( P0 , r ) = 0 . Suponhamos que P0 ∉ r. Sejam P
→ → →
um ponto qualquer da reta r e v seu vetor diretor. Como P0 ∉ r, os vetores v e PP0 são L.I. .
Logo geram um paralelogramo. Ora, por um lado, a área do paralelogramo PQQ0 P0 é igual a
→ → → →
v . P1 P0 . Por outro lado, a área deste mesmo paralelogramo é igual a v × PP0 .
→ → → →
Logo v . P1 P0 = v × PP0 .
Assim, P0 Q0
→ →
v × PP0
→
P1 P0 =
→
v →
P P1 v Q
100
ou seja,
, r) =
→
onde P é um ponto qualquer da reta r e v é um vetor diretor de r .
Observação : 1) Esta fórmula vale para o caso de P0 pertencer a r, pois nesta situação
→
→
os vetores v e PP0 serão paralelos e assim seu produto vetorial é o vetor nulo e portanto a
distância de P0 a r é zero.
Exemplos:
1) Determine as distâncias dos pontos A = (1, −1, 4) e B = (6, −3, −1) à reta r cujas equações
x−2 y z−1
simétricas são = = .
4 −3 −2
→ → → →
Solução: Temos que o vetor diretor da reta r é v = 4 i − 3 j − 2 k . Seja P = (2, 0, 1) um
ponto de r. Então,
4 3 2 11 10 7
1 1 3
√
Logo, √270, √29 e , r) = . Como
√
4 3 2 0
4 3 2
Observe que P0 ∈ π se, e somente se, d(P0 ,π) = 0. Suponhamos que P0 ∉ π. Seja P um
→ → →
ponto qualquer do plano π e n o seu vetor normal. Como P0 P1 é paralelo a n ,
. . . .
⇒ , .
101
Se P0 =( x0 , y0 , z0 ) e ax + by + cz + d = 0 é a equação do plano π, o vetor normal de π
→ → → →
será n = a i + b j + c k , e se P = ( x, y, z ) ∈ π, então:
. | |
,
√
| |
√
Como ax + by + cz = − d , então
| |
,
√
Exemplo:
π
π
Fig. 1 Fig. 2
Sejam r1 e r2 duas retas quaisquer. A distância entre r1 e r2, que indicaremos por
d(r1, r2), é o menor comprimento do segmento PQ, com P ∈ r1, Q ∈ r2.
Aqui há três casos a considerar:
a) Se r1 e r2 são concorrentes ou se r1 ≡ r2, então d(r1 , r2) = 0.(fig. 1)
b) Se r1 // r2, então d(r1, r2) = d(P1, r2), onde P1 é um ponto qualquer de r1. Da mesma
forma, d(r1, r2) = d(r1, P2) = d(P2, r1), onde P2 ∈ r2. (fig. 2)
102
c) Se r1 e r2 são reversas, a distância entre r1 e r2 é igual ao comprimento da
perpendicular (fig. 3). Vamos determinar essa distância. Para isto, sejam
v1 e v 2 vetores diretores de r1 e r2, respectivamente, e tomemos pontos arbitrários
P1 r1 e P2 r2 . Os vetores P1 P2 , v1 e v2 geram um paralelepípedo cujo plano
que contém a base desse paralelepípedo é paralelo à reta r2 e contém a reta r1. Então
d(r1, r2) = d(r2, plano que contém a base) = P2 P altura do paralelepípedo.
O volume do paralelepípedo pode ser obtido de duas maneiras: como produto da área da
base pela altura, e como o produto misto, em valor absoluto, dos vetores determinados pelas
arestas, ou seja:
=‖ × ‖. e = . ×
Das equações anteriores, podemos concluir que:
. × . ×
= ( , )=
‖ × ‖ ‖ × ‖
P2
r1 r1 r2 P1 r1 v2
r2 r2
r2 v1 r1
r2
P2
P1 P
Exemplo:
Logo
. × | |
( , )=
‖ ‖
= =
× √ √
103
3.4.6 - Distância entre dois planos
π1
P1
π1
π2 π2
Fig a Fig b
x−3 y +4 z −1 x−1 y −1 z +3
1) Ache a distância entre as retas r1 : = = e r2 : = = .
6 4 −4 9 6 −6
Solução: Em primeiro lugar precisamos determinar a posição relativa dessas retas, cujas
equações paramétricas são: r1 : x = 3 + 6 t , y = − 4 + 4t , z = 1 −4t e r2 : x =1 + 9 s , y =1 + 6 s ,
z = − 3 −6 s. Assim obtemos o seguinte sistema:
⎧ 3 + 6t = 1 + 9s ⎧ 6 s − 9t = −2
⎪ ⎪
⎨− 4 − 4 t = 1 + 6 s ⇒ ⎨ 4t − 6 s = 5
⎪ 1 − 4t = −3 − 6 s ⎪ − 4 t + 6 s = −4
⎩ ⎩
Resolvendo por escalonamento o sistema acima, obtemos:
⎡ 6 −9 − 2 ⎤ ⎡6 −9 −2 ⎤
⎢ 4 −6 5 ⎥⎥ L3 → L3 + L 2 ⎢4 −6 5 ⎥⎥
⎢ ⎢
⎢⎣−4 6 −4 ⎥⎦ ⎢⎣0 0 1⎥⎦
→ → → → → → → → 621
onde v 2 = 9 i + 6 j − 6 k , P2 = (1, 1, -3) ∈ r2, P1 P2 = − 2 i + 5 j − 4 k . Logo d(r1, r2) = .
17
104
x+2 y z −1
2) Escreva as equações da reta r que intercepta ortogonalmente às retas r1 : = =
2 −3 4
y −1 z −7
e r2 : x − 3 = = .
4 2
Solução: Vamos determinar a posição relativa das retas r1 e r2. Sejam P1 = (−2, 0, 1) ∈ r1,
→ → → → → → → →
P2 = (3, 1, 7) ∈ r2, v1 = 2 i − 3 j + 4 k e v 2 = i + 4 j + 2 k os vetores diretores das retas r1 e
→ → → → ⎡ → → →⎤
r2, respectivamente. Temos que P1 P2 = 5 i + j + 6 k e que ⎢ P1 P2 , v1 , v 2 ⎥ = − 44 ≠ 0 e,
⎣ ⎦
portanto as retas r1 e r2 são reversas. Observe que a direção da reta procurada é a direção do
→ → → →
vetor v1 × v 2 que é ortogonal às duas retas dadas, isto é, v1 × v 2 é o vetor diretor da reta
procurada. Vamos agora, determinar um ponto dessa reta. Sejam α o plano que passa por P2 e
→ → →
contém os vetores v2 e v1 × v 2 , e A o ponto de interseção da reta r1 com o plano α. A reta
→ →
procurada passará pelo ponto A e terá a direção de v1 × v 2 . Assim, temos:
r1
→ → → A
i j k
→ → → → → → →
v1 × v 2 = 2 −3 4 = −22 i + 11 k ; v1 × v 2 v2
1 4 2
r2 r
→
v2
→ → →
Logo, a equação do plano α, contendo P2 e os vetores v 2 e v1 × v 2 é
⎡ → → → →⎤
⎢ P2 P , v 2 , v1 × v 2 ⎥ = 0
⎣ ⎦
onde P = (x, y, z) é um ponto qualquer do plano α. Então
x−3 y −1 z −7
1 4 2 = 0 ⇒ α : 4 x − 5 y + 8 z − 63 = 0 .
− 22 0 11
(16 55 , − 189 55 , 307 55) e a equação da reta r, que passa por A e tem a direção de v →
1
→
× v 2 é:
105
3.4.8 – Exercícios Propostos
106
C
CÔNICA
AS E QU
UÁDRICA
AS
E
Estudaremos as curvas e superfíciies que pod
dem ser exppressas por equações do
d segundo
grau. São as curvas ditas côniccas e as supeerfícies quá
ádricas.
4 - CÔNICAS
4.1
U
Usaremos g
genericamen
nte o termo cônicas paara identificcar as seguinntes curvas planas: a
circunferência, elippse, hipérbbole e parrábola. Elaas são chaamadas dee seções cônicas
c ou
mente côniccas, porquee podem ser obtidas a partir da interseção
simplesm i dde um plan
no com um
cone, coomo é descriito a seguir..
U cone cirrcular C é a superfíciee obtida peela rotação de
Um d uma retaa r, chamad
da geratriz,
em tornoo de uma reeta fixa s, chamada
c eixxo de rotaçãão, que se cortam
c em um ponto V chamado
vértice do
d cone.
r
d) O plaano π corta as duas follhas do conne, e é parallelo ao eixoo de rotaçãoo. Neste casso a curva
intersseção é umaa hipérbole. (Fig. 4)
107
(Fig. 1) (Fig. 2)
(Fig. 3) (Fig. 4)
A seguir, faremos um estudo mais detalhado de cada um dessas curvas, utilizando suas
propriedades características para obter suas equações. Por simplicidade vamos considerá-las no
plano coordenado x0y, isto é, z = 0. Obteríamos resultados análogos nos planos coordenados
y = 0 ou x = 0.
4.1.1- Circunferência
108
Exemplos:
1) A equação de uma circunferência de centro C = (−2, 1) e raio 3 é ( x + 2 ) 2 + ( y − 1 ) 2 = 9 .
2 8
2) O centro e o raio da circunferência de equação x 2 + y 2 − x + 2 y − = 0 são obtidos por
3 9
completamento de quadrados:
2 2 1 1 1 1
x2 − x = x 2 − x + − = ( x − )2 − ; y 2 + 2 y = y 2 + 2 y + 1 − 1 = ( y +1 )2 − 1
3 3 9 9 3 9
4.1.2- Elipse
Chama-se elipse ao conjunto de pontos P = (x, y) do plano cartesiano tais que a soma das
distâncias de P a dois pontos fixos F1 e F2, do mesmo plano, é constante. Os pontos fixos F1 e F2
são chamados de focos da elipse. A distância entre os focos F1 e F2 chama-se distância focal e
será indicada por 2c. Chama-se centro da elipse ao ponto médio C entre os focos F1 e F2.
Os elementos PF1 e PF2 que ligam um ponto qualquer P da elipse aos focos F1 e F2
chamam-se raios focais. A soma dos raios focais será indicada por 2a. Segue-se da desigualdade
triangular que 2c ≤ 2a ou c ≤ a . Se c = a, a elipse se reduz ao segmento F1F2 (Prove!). Se
F1 = F2 , isto é, c = 0, a elipse se reduz a uma circunferência de centro C = F1 = F2 e raio a.
Uma elipse tem dois eixos: o eixo maior ou eixo focal que é o segmento interno à elipse
e contém os focos, e o eixo menor ou eixo transverso que é o eixo interno à elipse passando pelo
seu centro e perpendicular ao eixo focal e assim o centro da elipse é o ponto médio de seus eixos.
Elementos da Elipse y
C - centro B1
F1, F2 - focos P
A1A2 - eixo focal ou eixo maior
B1B2 - eixo transverso ou eixo menor x
A2 F2 C F1 A1
PF1, PF2 - raios focais
A1, A2, B1, B2 - vértices
B2
d(F1, F2) - distância focal (2c)
fig. 3
A equação geral da elipse de focos F1 e F2 cuja soma dos raios focais é igual a 2a é:
→ →
PF1 + PF2 = 2 a. (2)
109
Dadas as coordenadas do ponto P, a equação acima se reduz a uma expressão relativamente
simples desde que sejam dados os focos em posições particulares, como veremos a seguir.
( x + c ) 2 + y 2 + ( x − c ) 2 + y 2 = 2a
x2 y2
b x +a y = a b
2 2 2 2 2 2
⇒ + 2 =1 (3)
a2 b
Observe que se o ponto P = (x, y) pertence à elipse, também pertencerão a ela os pontos
(− x, − y), (x, − y) e (− x, y). Concluímos que a elipse é uma curva simétrica em relação ao centro
e aos eixos focal e transverso. Como tomamos o eixo focal sobre 0x e C ≡ 0, o eixo transverso
estará sobre 0y e os vértices da elipse, pontos de interseção da elipse com seus eixos focal e
transverso, serão: A1 = (a, 0) e A2 = (− a, 0), obtidos de (3) fazendo y = 0, e fazendo x = 0 em
x2 y2
+ = 1, a>b (4)
b2 a2 A2
Neste caso os vértices são: B1 = (b, 0), B2 = (− b, 0), A1 = (0, a) e A2 = (0, − a), o eixo
→ → c
menor B1 B 2 = 2b , o eixo maior A1 A2 = 2 a e excentricidade e = .
a
110
2) Equação da elipse com centro em C = (p , q) e focos sobre uma reta paralela ao
eixo coordenado 0x , passando por C .
Faremos de início uma translação de eixos. y y
Pelo ponto C = (p, q), centro da elipse, consideremos
outro sistema de eixos, Ox paralelo a Ox e 0 y y+q y P
paralelo a 0y. Seja P um ponto de coordenadas (x, y) q O x x
no sistema XOY e ( x , y ) no sistema XOY . Vejamos
relações entre as coordenadas do ponto P:
O p x +p x
⇒ e ⇒
Essas relações permitem a passagem de um sistema para outro sistema, isto é, nos
permitem fazer uma translação de eixos. Voltemos ao problema para determinar a equação de
uma elipse de centro do ponto C = (p, q) e focos sobre a reta y = q. Observe que nesse novo
sistema XOY teremos a mesma situação descrita em 1), com focos 1 = (c, 0), 2 = (− c, 0) e,
portanto a equação da elipse será:
x2 y2
+ = 1.
a2 b2
Utilizando a translação de eixos, teremos
( x − p )2 ( y − q )2
+ =1 (5)
a2 b2
que é a equação da elipse de centro C = (p , q) e focos F1 = (p + c, q) e F2 = (p − c, q). Se os
focos estiverem sobre a reta x = p e centro C = (p , q), a equação da elipse será:
1 6
Observações:
Exemplos:
1) A elipse cujos focos são os pontos F1 = (3 , 0), F2 = (− 3, 0) e cuja soma dos raios
focais é 10 pode ser assim descrita.
Solução: Conforme vimos acima, a posição do centro e dos focos da elipse é
fundamental para se escrever sua equação. Como o centro é o ponto médio entre os focos,
temos aqui C = (0, 0). Além disso, os focos F1 e F2 estão sobre o eixo 0x e portanto a equação
desta elipse será do tipo dada em (3):
111
x2 y2
+ = 1 , com a > b.
a2 b2
Como 2a = 10, tem-se a = 5 e das coordenadas dos focos tiramos c = 3. Além disso
b 2 = a 2 − c 2 , donde b = 4. Logo, temos uma elipse de equação
x2 y2
+ =1
25 16
2) Escrever a equação, descrever e esboçar a elipse de focos F1 = (2, 3), F2 = (2, − 5) e eixo
maior de comprimento 10.
Solução: O centro da elipse é o ponto médio dos focos: C = ( 2 ,−1 ) . Façamos uma
translação de eixos, passando a usar um novo sistema de eixos, x0 y , com 0 x // 0 x , 0 y // 0 y e
→
0 ≡ C = ( 2 ,−1 ) , isto é, x = x + 2 ⇒ x = x − 2 e y = y − 1 ⇒ y = y + 1 . Ora, 2c = || F1 F2 || = 8 ,
logo c = 4. Assim, no sistema x0 y temos F1 = (0, 4), F2 = (0, − 4) e portanto o eixo focal está
sobre 0 y . Como 2a = 10, vem a = 5, logo b = a 2 − c 2 = 3 . Então, no sistema auxiliar x0 y ,
temos a equação da elipse, do tipo dada (4).
2 2
x y
+ =1
9 25
Podemos obter os vértices da elipse, fazendo: y = 0 ⇒ x = ± 3, donde B 1 = ( 3 ,0 ),
B 2 = ( −3 ,0 ) e x = 0 ⇒ y = ± 5 , donde A 1 = ( 0 , 5 ) , A 2 = ( 0 ,− 5 ) . Além disso, temos que a
c 4 →
excentricidade da elipse é e = = , seu eixo menor sobre 0 x e || B1 B 2 || = 6 e, seu eixo maior
a 5
→
sobre 0 y , com || A1 A2 || = 10 . Observe que este estudo da elipse foi feito em relação ao sistema
auxiliar x0 y cuja origem 0 coincide com o centro da elipse. No entanto, o uso deste sistema
tem como finalidade facilitar a obtenção de todos os elementos da elipse, cuja descrição deve ser
feita no sistema de eixos dado inicialmente, isto é, x0y. Voltando a esse sistema através das fórmulas
de mudança de coordenadas, obtemos a equação da elipse
( x − 2 )2 ( y + 1 )2
+ =1
9 25
que tem como excentricidade e = 4
5 e cujos vértices são A2 = ( 0 + 2 ,− 5 − 1 ) =( 2 ,− 6 ) ,
A1 =( 0 + 2, 5 − 1 ) = ( 2 , 4 ) , B2 = ( −3 + 2 , 0 − 1 ) = ( −1, − 1 ) , B1 =( 3 + 2, 0 − 1 ) = ( 5,− 1 ) . O eixo
focal, que se situava sobre 0 y , de equação x = 0 , passa a estar sobre a reta x – 2 = 0 ou x = 2,
enquanto o eixo transverso que se situava em y = 0 e passa a estar sobre a reta y = − 1. Fica a
cargo o leitor o esboço do gráfico da elipse.
112
4.1.3 - Hipérbole
A hipérbole é uma curva com dois ramos e conforme o ramo em que esteja o ponto P
diferença dos raios focais será 2a ou −2a. Portanto, a equação geral da hipérbole de focos F1 e F2
é:
→ →
PF1 − PF2 = 2a (7)
( x + c )2 + y 2 − ( x − c )2 + y 2 = ± 2a
Racionalizando, obtemos:
( c 2 − a 2 )x 2 − a 2 y 2 = a 2 ( c 2 − a 2 )
Ora,
→ → →
PF1 − PF2 ≤ F1 F2 ⇒ 2a < 2c ⇒ a < c
113
x2 y2
b 2 x 2 − a 2 y 2 = a 2b 2 ⇒ − =1 (8)
a2 b2
Observe que se o ponto (x, y) pertence à hipérbole, os pontos (−x, −y), (−x, y) e (x, −y)
também pertencerão. Assim, a hipérbole é simétrica em relação à origem e aos eixos
coordenados. Aqui o eixo focal estará sobre 0x e o eixo imaginário sobre 0y. Os vértices são
obtidos da (8) fazendo y = 0, obtemos x = ± a. Logo A1 = ( a, 0 ) e A2 = ( −a, 0 ) são os vértices.
Verificamos que de (8) observa-se que a hipérbole não corta o eixo transverso, pois se x = 0,
vem y 2 = − b 2 , o que é um absurdo. Da equação (8) também obtemos:
y2 x2 x2
= − 1 <
b2 a2 a2
b b b b
Se x > 0, tem-se − x < y < x e se x < 0, tem-se x < y < − x , isto é, para x > 0 a
a a a a
b b
hipérbole situa-se acima da reta y = − x e abaixo da reta y = x . Para x < 0 a hipérbole situa-
a a
b b b
se acima da reta y = x e abaixo da reta y = − x . As retas y = ± x são chamadas de
a a a
assíntotas da hipérbole. Isto significa que, quando x se torna arbitrariamente grande os ramos da
hipérbole tendem a se confundir com as retas acima.
Geometricamente as assíntotas da hipérbole podem b
y y= x
ser obtidas marcando sobre o eixo focal os focos F1 = (c, 0) a
e F2 = (-c, 0) e os vértices A1 = (a, 0) e A2 = (-a, 0), a < c,
O A2 x
levantando por um dos vértices, por exemplo A2, uma
b
y=− x
perpendicular ao eixo focal e interceptando-a por um arco a
de circunferência de centro C e raio c. As assíntotas são as
retas que passam por C e pelos pontos acima obtidos. A excentricidade da hipérbole é o valor
c
e= > 1 .Se os focos estivessem sobre o eixo coordenado Oy e o centro ainda coincidisse com a
a
origem do sistema, os focos teriam coordenadas F1 = (0, c), F2 = (0, −c) e a equação geral da
hipérbole nos levaria à expressão
y2 x2
− =1 (9)
a2 b2
onde 2a é a diferença dos raios focais.
Observe que nesta hipérbole o eixo focal está sobre o eixo Oy. Portanto, a hipérbole só corta
o eixo 0y, nos vértices obtidos fazendo x = 0, donde y = ± a e, portanto B1 = (0, a) e B2 = (0, − a).
114
Se fizéssemos y = 0 chegaríamos ao absurdo x2 =− b2. y
F2
a
Aqui as assíntotas seriam y = ± x como se pode constatar
b x
F1
graficamente na figura ao lado.
Exemplo:
1) Encontre a equação da hipérbole cujos focos são F1 = ( 0 , 4 ) e F2 = ( 0 , − 4 ) e a
diferença dos raios focais é 6.
Solução: Examinando as coordenadas de F1 e F2 verificamos que os focos estão sobre
o eixo 0y. Assim o centro será C = (0, 0) e c = 4. Como 2a = 6, então a = 3 e c2 = a2 + b2 ⇒
b = 7 . Logo, a equação da hipérbole é do tipo (9):
y2 x2
− =1
9 7
A hipérbole tem como vértices os pontos A1 = ( 0 , 3 ), A2 = ( 0 , − 3 ) , obtidos fazendo-se
3 c 4
x = 0 na equação acima, como assíntotas as retas y = ± x , e excentricidade e = = > 1 .
7 a 3
4.1. 4 - Parábola
115
O vértice da parábola, denotado por V, é o ponto de interseção entre a parábola e seu eixo
focal. Como V pertence à parábola ele está a igual distância do foco F e da diretriz r. A equação
geral de uma parábola de foco F e diretriz r é:
→
PF = d ( P , r ) (11)
Consideremos o foco F da parábola sobre o eixo 0x, F = (c, 0), com c > 0. O eixo focal
será o eixo coordenado 0x e a diretriz será uma reta paralela ao eixo 0y passando pelo ponto
(−c,0), pois o foco e a diretriz são simétricos em relação ao vértice, de equação x =− c, (veja
Fig. 1). Se P = (x, y) é um ponto qualquer da parábola e M = (−c, y), então da equação geral vem
→ →
PM = PF ⇒ ( x + c )2 = ( x − c )2 + y 2
Racionalizando, obtemos y 2 = 4cx . Se o foco fosse F = (−c, 0), conforme Fig. 2, a diretriz r
F(-c,0) V (c, 0) x
(-c, 0) O F=(c, 0) x
Fig. 1 Fig. 2
Observe que, se o ponto P = (x, y) pertence à parábola, o ponto (x , -y) também a ela
pertencerá, o que significa que a parábola é simétrica em relação a seu eixo focal.
Se o foco estivesse sobre o eixo coordenado 0y e o vértice ainda coincidisse com a origem
do sistema, teríamos F = (0, c) ou F = (0,−c) e a diretriz interceptaria perpendicularmente o eixo
focal 0y no ponto (0, −c) ou (0, c) respectivamente. Teríamos então as parábolas:
y y
r
F
V
x
V x
F
r
x 2 = 4cy x 2 = − 4cy (13)
116
2) Equação da parábola com vértice V = (p , q) e foco sobre uma reta paralela ao
eixo 0x
em (5).
Além disso, sendo tangente a 0y, terá gráfico do tipo descrito acima. A distância focal será
c = d(F, C) = 2. Um dos vértices será (0, 0) e assim a equação da elipse nos fornece
9
2
= 1 ⇒ a = 3; b = a 2 − c 2 = 9 − 4 = 5
a
e obteremos finalmente
( x + 3 )2 y 2
+ = 1.
9 5
117
2) Escreva a equação da hipérbole de centro em C = ( −2 , 1 ) , eixo focal paralelo a 0x, e que
passa pelos pontos (0, 2) e (−5, 6).
Solução: De acordo com a posição do eixo focal e do centro, a equação da hipérbole será
do tipo
( x + 2 )2 ( y − 1 )2
− = 1.
a2 b2
Como os pontos (0, 2) e (−5, 6) pertencem à hipérbole, teremos:
⎧4 1
⎪⎪ a 2 − b 2 = 1 ⎧⎪4 α 2 − β 2 = 1
⎨ ⇒ ⎨ 2
⎪ 9 − 25 = 1 ⎪⎩9 α − 25β 2 = 1
⎪⎩ a 2 b 2
118
b) 4 x 2 − 9 y 2 − 16 x − 18 y = 29
Por completamento de quadrado temos:
4 x 2 − 16 x = 4( x 2 − 4 x + 4 − 4 ) = 4( x − 2 ) 2 − 16
− 9 y 2 − 18 y = − 9( y 2 + 2 y + 1− 1 ) = − 9( y + 1 ) 2 + 9
Logo,
4 x 2 − 9 y 2 − 16 x − 18 y = 4( x − 2 ) 2 − 16 − 9( y + 1 ) 2 + 9 = 29 ⇒
( x − 2 )2 ( y + 1 )2
− =1
9 4
Fazendo a mudança de variáveis , x = x − 2 e y = y + 1 , obtemos
2 2
x y
− =1
9 4
Assim, tomando-se um novo sistema de eixos com origem em 0 = ( 2 , − 1 ) e eixos 0 x
paralelo a 0 x e 0 y paralelo 0 y , vemos que a equação acima representa uma hipérbole de
centro C ≡ O , focos sobre 0 x (pois não corta o eixo 0 y ). Portanto temos: a 2 = 9 ⇒ a = 3,
b 2 = 4 ⇒ b = 2 e c = a 2 + b 2 = 13 . Então F1 = ( 13 , 0 ) e F2 = ( − 13 ,0 ) . Para obter os
vértices, fazemos, na equação y = 0 ⇒ x = ± 3 , donde A1 = ( 3 , 0 ) , A2 = ( −3 , 0 ) . Assim teremos
2 c 13
como assíntotas as retas y = ± x e como excentricidade e = = > 1 . Voltando, agora, ao
3 a 3
sistema x0y e usando as equações de mudança de variáveis x = x − 2 e y = y + 1 ⇒ x = x + 2 e
y = y − 1 , temos a equação da hipérbole
( x − 2 )2 ( y − 1 )2
− =1
9 4
Além disso, seus vértices são os pontos A1 =( 5 ,− 1 ) , A2 =( −1,− 1 ) e suas assíntotas são as
2
retas ( y + 1 ) = ± ( x − 2 ) ⇒ 3 y + 2 x + 7 = 0 e 3 y + 2 x − 1 = 0. Esboce o gráfico.
3
4) Escreva a equação da hipérbole de focos F1 = ( 2 , 2 ) , F2 = ( − 2 , − 2 ) e tal que se semi-
eixo focal vale 2.
Solução: Note que os focos não se situam em y
nenhum dos eixos coordenados, nem sobre alguma reta
2 F2
paralela a um dos eixos coordenados. Isto significa que a − 2
2 x
equação da curva pedida deve ser obtida diretamente de sua −2
F1
definição. Se P = (x, y) é um ponto da hipérbole, então
119
→ →
PF1 − PF2 = 2a
Como a = 2 , temos:
( x + 2 )2 + ( y + 2 )2 − ( x − 2 )2 + ( y − 2 )2 = 2 2 .
Esta é uma equação irracional, que deve ser resolvida por quadraturas:
2 2
⎡ (x + 2 )2 + ( y + 2 )2 ⎤ = ⎡2 2 + (x − 2 )2 + ( y − 2 )2 ⎤ ⇒
⎢⎣ ⎥⎦ ⎢⎣ ⎥⎦
4 2 ( x − 2 )2 + ( y − 2 )2 = 4 2 x + 4 2 y − 8 ⇒
[ ]
2
⎡ 2 ( x − 2 )2 + ( y − 2 )2 ⎤ = 2 x + 2y − 2
2
⎢⎣ ⎥⎦
1
4 xy = 4 ⇒ xy = 1 ⇒ y =
x
5) Calcule a área do quadrilátero que tem dois vértices nos focos da cônica x 2 + 5 y 2 = 20 e os
outros dois vértices coincidem com os extremos de seu eixo menor.
Solução: A cônica dada, cuja equação pode ser escrita y
na forma V2
x2 y2 x
+ =1
20 4 F1 F2
é uma elipse, de focos sobre o eixo 0x, F1 = ( 4 , 0 ), V1
F2 = ( −4 , 0 ) , a = 20 , b = 2 , c = a 2 − b 2 e vértices em
→ → →
V1 = ( 0 , 2 ) e V2 = ( 0 , − 2 ) . Analisando o quadrilátero F1V1 F2V2 e notamos que F1V1 = 4 i + 2 j e
→ → → → → → → →
V 2 F2 = 4 i + 2 j . Logo F1V1 = V 2 F2 . Da mesma forma, temos F1V 2 = 4 i − 2 j e
→ → → → →
V1 F2 = 4 i − 2 j o que implica F1V2 = V1 F2 . Portanto, o quadrilátero é um paralelogramo cuja
área é 16.
( x − 4 ) 2 + y 2 = 13 ⇒ x 2 − 8 x + 16 + y 2 = 169
120
Esta equação admite duas raízes, x = −17 e x = 9, das quais apenas a segunda satisfaz ao
problema, pois y2 = 16 x > 0 . Então x = 9 e de y2 = 144 vem y = ± 12 , o que fornece os pontos
da parábola A = (9, −12) e B = (9 , 12), com raios focais 13.
2) Escreva as equações das elipses abaixo, esboçando seus gráficos. Obtenha todos os seus
elementos (focos, vértices, excentricidade, centro, eixos).
a) Focos F1 = ( 3, 0 ) , F2 = ( −3, 0 ) e soma dos raios focais 12.
b) Dois vértices em A1 (3, − 4) e A2(3, 4) e distância focal 4.
c) Vértices (−5, 0) , (5, 0), (0, − 4) , (0, 4)
d) Focos sobre o eixo 0y , distância focal 8 e excentricidade 2 3 ,
e) Centro (2 , −1) e passa pelos pontos (− 3, −1) e (2, 3)
f) Focos (−2, −2) e (2, 2) e soma dos raios focais 12.
3) Escreva as equações das hipérboles abaixo, esboçando seus gráficos. Obtenha todos os seus
121
5) Calcule a interseção da elipse de vértices (± 5, 0), (0, ± 1) com a circunferência de centro na
origem e raio 2.
6) Determine os comprimentos dos raios focais do ponto (6, 5) sobre a curva 5 x 2 − 4 y 2 = 80 .
7) Uma circunferência centrada no ponto (4, −1) passa pelo foco da parábola x 2 + 16 y = 0 .
Mostre que esta circunferência é tangente à diretriz da parábola.
8) Identifique e esboce as curvas abaixo. Determine todos os seus elementos, conforme o caso
(focos, vértices, centro, eixos, diretriz, excentricidade, assíntotas) :
x2 y2 ( x + 3 )2 ( y − 2 )2 ( x − 2 )2 ( y − 2 )2
a) + =1 b) + =1 c) − =1
5 2 36 16 16 25
d) y 2 = − 12 x e) y 2 − 4 x + 2 y + 9 = 0 f) x 2 − 4 x − 5 y − 11 = 0
g) x 2 + y 2 − 2 x = 0 h) x 2 − 2 y = 0 i) x 2 + y 2 − 2 x + 6 y + 1 = 0
j) x 2 + y 2 + 4 y = 0 l) 2 x 2 − 3 y 2 = 6 m) 5 y 2 − x 2 + 20 = 0
n) x 2 − y 2 − 6 x − 2 y = 28 o) 4 x 2 + 4 y 2 = 10
122
4.2 - AS QUÁDRICAS
Exemplos:
1) A equação x 2 + y 2 = 1 representa um cilindro z
Exemplos:
1) A equação 3x − y = 0 representa um cilindro z
plano, cuja diretriz é a reta C: y = 3x, z = 0, e cuja geratriz
é uma reta paralela ao eixo 0z. Esta é uma superfície
cilíndrica, mas não é uma quádrica, pois na sua equação y
não aparece termo do segundo grau. Esta é outra maneira y = 3x
de caracterizar um plano sob certas condições. x
2) A equação z = sen y representa uma superfície cilíndrica senoidal, cuja diretriz é a curva
trigonométrica z = sen y, x = 0 e cuja geratriz é a reta r paralela ao eixo 0x.
z
y
-π 0 π
x
Esta é uma superfície cilíndrica, mas não é uma quádrica.
Chama-se superfície de revolução à superfície gerada pela rotação (ou revolução) de uma
curva plana C, chamada de geratriz, em torno de uma reta fixa r, dito eixo de rotação, situada no
mesmo plano da curva C.
r
C
Q
π P
124
→ →
PC = QC
Exemplos:
1) A parábola y 2 = 4cz , x = 0 , c > 0 , está contida no plano y0z. Tomando, por exemplo,
0z como eixo de rotação, cada um dos pontos Q da parábola descreverá uma circunferência em
um plano paralelo ao plano x0y, dada por x 2 + y 2 = R 2 onde R = y = f(z) de C. Como y2 = 4cz,
temos x 2 + y 2 = 4cz . Esta equação representa uma superfície de revolução chamada parabolóide
x x
Fig. 1 Fig. 2
2) A curva z = my, x = 0, é uma reta no plano y0z, que intercepta o eixo 0z na origem.
Tomando 0z como eixo de rotação, cada ponto Q da reta dada descreverá uma circunferência
em um plano paralelo ao plano x0y, de equação x 2 + y 2 = R 2 . Aqui temos R = y = f(z). Ora, de C
z z2
temos y = , donde a equação x 2 + y 2 = 2 , que representa um cone circular. (Fig. 3)
m m
125
Poderíamos também ter escolhido 0y como eixo de rotação. Neste caso, um ponto Q da reta C
descreveria uma circunferência de equação x 2 + z 2 = R 2 e R = z = f(y). Como em C, z = my,
Fig. 3 Fig. 4
.
Daremos um roteiro para identificar superfícies, a partir de uma equação dada. Nos
restringiremos apenas aos casos de superfícies centradas na origem. Dada uma equação
quadrática, identificaremos a superfície, que a mesma representa, seguindo as etapas abaixo..
1) Verificamos se a equação apresenta no máximo uma das três variáveis com expoente 1. Em
caso afirmativo prosseguimos a pesquisa.
2) Determinamos as interseções da superfície com os três planos coordenados, obtendo curvas
conhecidas.
3) A obtenção de duas curvas do mesmo tipo determina o nome genérico da quádrica.
4) O conhecimento da terceira curva-interseção qualifica a superfície.
5) Se ocorrer interseção vazia com algum plano coordenado e a equação só apresentar termos
do 20 grau então a superfície terá duas folhas. Se a interseção com algum plano coordenado for
vazia e a equação apresentar termo do 10 grau então é preciso fazer uma translação de eixos.
6) Determine as interseções da superfície com planos paralelos aos planos coordenados
classificando as curvas obtidas.
7) Atenção especial deve ser dada as interseções da superfície com planos paralelos aos planos
coordenados cujas interseções com a superfície resultou vazia ou pontual.
8) As interseções da superfície com os três eixos coordenados fornecem seus vértices (neste
caso os eixos coordenados são os eixos da superfície).
9) Caso não se verifique a situação descrita no 10 item ou caso se verifique a segunda
alternativa do item 5, após um conveniente ajuste ou completamento de quadrados fazemos uma
translação de eixos, passando a operar, conforme necessário, com um novo sistema Oxyz dado
126
inicial pelas fórmulas x = x + p , y = y + q , z = z + s (processo análogo ao já desenvolvido com
as cônicas)
4.2.3 - Esfera
y 2 + z 2 = r 2 , com o plano y0z (x = 0). Também são circunferências as interseções com planos
z = k, x 2 + z 2 = r 2 − k 2 no plano y = k ; y 2 + z 2 = r 2 − k 2 , no z
( x − x0 ) 2 + ( y − y 0 ) 2 + ( z − z 0 ) 2 = r 2 (*)
Exemplos:
1) A equação 2 x 2 + 2 y 2 + 2 z 2 − 4 x + 8 y + 2 = 0 representa uma esfera. Completando
os quadrados obtemos (x - 1)2 + (y + 2)2 + z2 = 4, cujo centro é C = (1, -2, 0) e raio r = 2.
2) A esfera de raio 1 e centro no ponto (0, 1, 2) é dada pela equação
x 2 + ( y − 1 )2 + ( z − 2 )2 = 1 , ou seja, x 2 + y 2 + z 2 − 2 y − 4 z + 4 = 0
127
4.2.4 - Elipsóide
y
A interseção com o plano paralelo ao plano x0y, z = k, com A1
k < r , é a elipse:
x C2
x2 y2 k2
+ = 1, com d = 1 − .
a2 d b2 d c2
Exemplo:
1) A equação 4 x 2 + 9 y 2 + 9 z 2 − 36 = 0 representa um elipsóide. De fato, podemos
reescrevê-la
x2 y2 z2
+ + =1
9 4 4
128
que é a forma canônica da equação do elipsóide (de centro na origem). Fazendo interseções com
os planos coordenados obteremos:
x2 y2
1) com o plano x0y, isto é, z = 0, teremos a elipse: + =1 ;
9 4
x2 z 2
2) com o plano x0z, isto é, y = 0, teremos a elipse: + =1 ;
9 4
2) com o plano y0z, isto é, x = 0, teremos a circunferência: y + z = 4 .
2 2
4.2.5 - Parabolóides
São superfícies representadas por uma das equações
x2 y2 x2 z2 z2 y2
± ± = cz , ± ± = cy , ± ± = cx ,
a2 b2 a2 b2 a2 b2
com a > 0 , b > 0 , c ≠ 0 . Observamos que o expoente de duas das variáveis é 2, enquanto a
terceira variável aparece apenas com expoente 1. Se os termos quadráticos têm o mesmo sinal,
trata-se de um parabolóide elíptico ou parabolóide circular ou de revolução quando a = b. Se os
termos quadráticos têm sinais contrários temos um parabolóide hiperbólico. Estudaremos alguns
destes casos.
x2 y2
3) z = 0 temos o ponto (0, 0, 0), pois + = 0 , somente se, x = 0 e y = 0.
a2 b2
As interseções com planos paralelos aos planos coordenados são:
x2 y2
1) z = k > 0 , + = 1 - temos uma elipse no plano xy.
a 2 ck b 2 ck
129
⎛ k2 ⎞
2) y = k , x 2 = a 2 c ⎜⎜ z − 2 ⎟⎟ - temos uma parábola no plano xz.
⎝ cb ⎠
⎛ k2 ⎞
3) x = k , y 2 = b 2 c ⎜⎜ z − ⎟ - temos novamente uma parábola, agora no plano yz.
⎝ ca 2 ⎟⎠
Observe que no caso z = k < 0, o termo da direita da igualdade é positivo enquanto o
termo da esquerda é negativo e portanto a interseção será vazia. Essas interseções explicam o
nome da superfície, parabolóide elíptico.
z z z
y z
z0
y0 y
y V y
x0
x
x
fig. 1 fig. 2 x fig. 3
fosse uma circunferência, teríamos um parabolóide circular ou de revolução, e neste caso temos
a = b. Observe que nos dois acima estudados o vértice do parabolóide é a origem do sistema. Se
o vértice se situasse no ponto V = ( x0 , y0 , z 0 ) , mudando para um novo sistema de eixos, Oxyz ,
Exemplo:
x2 z2 z
1) A equação + = 4 y representa um parabolóide
9 4
elíptico. De fato, as interseções com os planos coordenados y
são as curvas z 2 = 16 y , que é uma parábola no plano y0z, x
tendo 0y como eixo de simetria e x 2 = 36 y , que também é uma parábola no plano x0y, tendo 0y
com eixo de simetria. Desse modo, temos um parabolóide com vértice na origem. As interseções
130
x2 z2
com planos y = k > 0 , são as elipses + = 1 . Trata-se, portanto, de um parabolóide
36 k 16 k
elíptico, tendo 0y como eixo de simetria.
x2 y2
Vamos considerar a superfície de equação − + = cz , com a > 0 , b > 0 , c ≠ 0 , onde
a2 b2
fizemos esta distribuição de sinais por facilidade de desenho. Aqui as simetrias são apenas em
relação aos planos x0z, y0z e ao eixo 0z. Vamos analisar o caso em que c > 0, começando pelas
interseções com os planos coordenados:
-
y O
y
x
-
x
fig. 4 fig.5
Vejamos a interseção com planos paralelos ao plano x0y. Se z = k , temos a hipérbole,
x2 y2
− + = 1 (fig. 4). No caso em que c < 0, obteríamos a mesma figura, porém virada
a 2 ck b 2 ck
para baixo. Observe que nos dois casos acima estudados (c > 0 e c < 0) as duas parábolas
interseções com os planos x0z e y0z tem seus vértices na origem.
Caso esse vértice comum esteja no ponto V =( x0 , y0 ,z0 ) , mediante a translação
x = x − x0 , y = y − y 0 , z = z − z 0 , com 0 ≡V , 0 x // 0 x , 0 y // 0 y e 0 z // 0 z , obtemos a
131
x2 z2 y2 z2
As equações − = by e − = ax também representam parabolóides
a2 c2 b2 c2
hiperbólicos.
Exemplo:
x2 y2 z
1) A equação − = z representa um parabolóide
4 9
hiperbólico ou sela. De fato, as interseções com os planos
coordenados são: y
1) x = 0 , y 2 = − 9 z - temos uma parábola no plano y0z, com a
concavidade voltada para a parte negativa de 0z, seu eixo focal. x
4.2.6 - Hiperbolóides
x2 y2 z2 x2 y2 z2 x2 y2 z2
+ − = ± 1, − + = ± 1, − + + =±1
a2 b2 c2 a2 b2 c2 a2 b2 c2
com a ,b, c > 0. Aqui as três variáveis se apresentam com expoente 2. As equações com apenas
um sinal negativo representam os hiperbolóides de uma folha. As equações com dois sinais
negativos representam os hiperbolóides de duas folhas.
2 2
x y z2
Consideremos a superfície de equação + − = 1 , com a , b, c > 0 .
a2 b2 c2
Observamos que é uma superfície simétrica em relação à origem, aos planos e eixos
coordenados. Vejamos suas interseções com os planos coordenados:
x2 z2
1) x0 z : y = 0 , − = 1 - temos uma hipérbole com eixo focal 0x
a2 c2
132
y2 z2
2) y 0 z: x = 0, − = 1 - temos uma hipérbole com eixo focal 0y.
b2 c 2
x2 y2
3) x 0 y: z = 0, 2 + 2 = 1 - temos uma elipse.
a b
Vejamos as interseções com planos paralelos aos planos coordenados :
c
4) y = k = ± b , z = ± x - temos duas retas
a
x 2
z2 z
5) y = k ≠ ± b, − =1 - hipérbole
⎛ k2 ⎞ ⎛ k2 ⎞
a 2 ⎜⎜1− 2 ⎟⎟ c 2 ⎜⎜1− 2 ⎟⎟
⎝ b ⎠ ⎝ b ⎠
6) Analogamente para os planos x = k, isto é, teremos também duas
y
retas e uma hipérbole na interseção dos planos x = k = ± a e x = k
≠ ± a, respectivamente, com o hiperbolóide. x
x2 y2
7) z =k , + =1 - elipse
⎛ k 2 ⎞ 2⎛ k 2 ⎞
a ⎜⎜1+ 2 ⎟⎟ b ⎜⎜1+ 2 ⎟⎟
2
⎝ c ⎠ ⎝ c ⎠
Temos assim um hiperbolóide elíptico de uma folha. Se na equação dada tivermos a = b,
a superfície intercepta o plano x0y e planos a eles paralelos segundo circunferências. Assim,
teremos um hiperbolóide circular (ou de revolução) de uma folha. A variável que se apresenta
com sinal diferente das outras indica o eixo de simetria da superfície. Nos casos descritos, as
hipérboles têm centro na origem. Se, por acaso, elas fossem centradas no ponto C =( x0 , y0 ,z0 ) ,
fazendo a translação x = x − x0 , y = y − y 0 , z = z − z 0 e usando o sistema 0 xyz, com 0 ≡ C ,
0 x // 0 x , 0 y // 0 y , 0 z // 0 z , obteríamos um hiperbolóide de uma folha de equação
2 2 2
x y z ( x − x0 ) 2 ( y − y 0 ) 2 ( z − z 0 ) 2
2
+ 2 − 2 = 1 ou + − =1
a b c a2 b2 c2
Exemplo:
x2 y2 z2
1) A equação − + + =1 representa uma superfície com as seguintes
9 4 4
características:
z2 x2 z
1) y = 0 , − = 1 - hipérbole no plano x0z, com eixo
4 9
focal 0z.
y2 x2 y
2) z = 0 , − = 1 - hipérbole no plano x0y, com eixo
4 9
focal 0y.
3) x = 0 , y 2 + z 2 = 4 - circunferência no plano y0z de
centro na origem e raio 2. x
Temos então um hiperbolóide de uma folha, circular ou revolução
133
4.2.6.2 - Hiperbolóide de duas folhas
2 2
x y z2
Vamos considerar a superfície de equação 2 − 2 + 2 = − 1 , com a , b, c > 0 ,
a b c
onde a distribuição de sinais atende as conveniências do desenho. É simétrica em relação à
origem, aos planos e eixos coordenados. Vejamos as interseções com os planos coordenados e
as interseções com planos paralelos ao plano x0y :
x2 z2
1) x0 z : y = 0 , 2 + 2 = − 1 - vazia
a c
y2 z2
2) y0 z : x = 0 , − = 1 - hipérbole com eixo focal 0y.
b2 c2
y2 x2
3) x0 y: z = 0 , 2 − 2 = 1 - hipérbole com eixo focal 0y.
b a
4) y = ± b - temos os vértices V1 = (0, b, 0) e V2 = (0,-b, 0)
x2 z2
5) y = k , k > c , + = 1 - elipses
2⎛k ⎞ 2⎛ ⎞
2
k2
a ⎜⎜ 2 − 1 ⎟⎟ c ⎜⎜ 2 − 1 ⎟⎟
⎝b ⎠ ⎝b ⎠
6) y = k , k < c - vazia
Assim, a superfície tem duas folhas (fig. 6), uma folha na região y ≤ − b e a outra na
região y ≥ b . Portanto, temos um hiperbolóide elíptico de duas folhas. Se a = b, as interseções
com os planos y = k , k > b , são circunferências e teremos então um hiperbolóide circular (ou
de revolução) de duas folhas. A variável que se apresenta com sinal diferente das demais indica o
eixo de simetria da superfície. Observe que as interseções com os planos coordenados x0y e
y0z são hipérboles com centro na origem. Se elas fossem centradas no ponto C =( x0 , y0 ,z0 ) ,
y
V2 V1
O
-c c y0 y
x0 x
fig. 6 x fig. 7
134
Exemplo:
x2 y2 z2
1) Vamos classificar e esboçar a superfície de equação −= 1. −
4 9 16
Solução: De acordo com o que vimos no início deste parágrafo, nesta equação
as três variáveis são quadráticas e existem dois sinais negativos. Devemos ter um hiperbolóide de
duas folhas. Vejamos as interseções com os planos coordenados e com planos paralelos aos
planos coordenados:
x2 z2
1) y = 0 , − = 1 - hipérbole no plano x0z , com eixo focal 0x .
4 16
x2 y2
2) z = 0 , − = 1 - hipérbole no plano x0y , com eixo focal 0x .
4 9
y2 z2
3) x = 0 , + = − 1 - vazia
9 16
y2 z2 k 2 k2
4) x = k , com − 2 < k < 2 , + = − 1 . A interseção é vazia, pois − 1 < 0.
9 16 4 4
4) x = ± 2 ⇒ y = 0 e z = 0 - vértices V1 = ( -2, 0, 0) e V2 = (2, 0, 0). z
y2 z2 k 2
5) x = k , k < − 2 ou k > 2 , + = − 1 - elipses
9 16 4 o y
Temos então um hiperbolóide elíptico de duas folhas.(fig. 8)
x
fig. 8
4.2.7 - Cone elíptico
2 2
x y z2
É a superfície de equação 2 + 2 − 2 = 0 , com a, b, c > 0. É simétrica em relação à
a b c
origem, aos planos e eixos coordenados. Vamos estudar as interseções com os planos
coordenados e com planos paralelos aos planos coordenados:
c z = − ca x
1) x0 z : y = 0 , z = ± x - duas retas
a
z= c x
a
c
2) y0 z ; x = 0 , z = ± y - duas retas
b
3) x0y: z = 0, x = 0, y = 0 – um ponto V = (0, 0, 0).
x2 y2
4) z = k ≠ 0 , 2 2 + 2 2 = 1 - elipses (circunferências se c
a k b k z= b y
2
c c2 z=− c y
b
a = b).
fig. 9
135
Temos um cone elíptico ou de revolução com vértices na origem (fig. 9). A variável que
aparece com sinal diferente das demais indica o eixo simetria. Se a = b as interseções com os
planos z = k ≠ 0 são circunferências e teremos um cone circular (ou de revolução). Se o vértice
Exemplo:
y2 z2
1) A equação − x 2 + + = 0 representa um cone tendo como eixo de simetria, o
4 9
eixo 0x. De fato, analisando as interseções com os planos coordenados, obtemos:
y2 z2 z
1) x = 0 , + = 0 - um ponto: V = (0, 0, 0)
4 9
2) y = 0, z = ± 3x - duas retas no plano x0z. o y
3) z = 0, y = ± 2x - duas retas no plano x0y.
y2 z2 x
4) x = k , + = 1 - elipses .
4k 2 9k 2
1) x 2 + y 2 + z 2 − 2 z = 0
Solução: Todas as variáveis apresentam-se com a maior potência igual a 2, e esses termos
têm coeficientes iguais. Além disso, uma das variáveis também apresenta um termo do 10 grau, e
por completamento de quadrado, obtemos:
x2 + y 2 + ( z − 1 )2 = 1
Trata-se de uma esfera de centro C = (0, 0, 1) e raio 1(esboço do gráfico a cargo do
leitor), cujas interseções com os planos coordenados são:
a) x0 y : z = 0 , x 2 + y 2 = 0 − V = ( 0 ,0 ,0 ) - um ponto
b) x0 z : y = 0 , x 2 +( z − 1 ) 2 =1 - uma circunferência
c) y0z : x = 0 , y 2 + ( z −1 ) 2 = 1 - circunferência
136
2) x 2 + y 2 = − ( 4 − z )
2 2
Solução: Fazendo z = 4 − z , x = x e y = y vem que x + y = − z , no sistema
3) x 2 − y 2 + z 2 = −1
Solução: As três variáveis se apresentam com expoente 2 e há dois sinais negativos e dois
positivos. Portanto temos um hiperbolóide de duas folhas. Vejamos suas interseções com os
planos coordenados :
a) x0 y : z = 0 , y 2 − x 2 = 1 - hipérbole com focos
sobre o eixo 0y.
b) x0 z : y = 0 , x 2 + y 2 = − 1 - vazia
137
4) x 2 − y 2 + z 2 = 1
Solução: As três variáveis apresentam expoente 2 e há apenas um sinal negativo.
Portanto temos um hiperbolóide de uma folha. Vejamos as interseções com
os planos coordenados :
1) x0 y : z = 0 , x 2 − y 2 = 1 - hipérbole com vértices em 0x z
6) x 2 − z 2 = y
Solução: Observe que duas variáveis apresentam-se com z
potência 2 e uma tem potência 1. Trata-se de um parabolóide.
Determinemos suas interseções com os planos coordenados e
planos paralelos aos planos coordenados:
o y
1) x0 y : z = 0 , y = x 2 - parábola com foco em 0y e
concavidade voltada para a parte positiva do eixo 0y.
2) y0 z : x = 0 , y = − z 2 - parábola com foco em 0z e
concavidade voltada para a parte negativa do eixo 0z. x
3) x0 z : y = 0 , x 2 − z 2 = 0 - duas retas z = ± x. fig. 12
138
x2 z2
4) y = k 2 , − = 1 - hipérbole
k2 k2
z2 x2
5) y = − k 2 , 2 − 2 = 1 - hipérbole
k k
Temos um parabolóide hiperbólico. (fig. 12)
7) Determine as possibilidades de interseção do hiperbolóide de uma folha x 2 + y 2 − z 2 = − 1
com o plano x + mz = 1 , dependendo dos valores de m .
Solução: Da equação do plano temos x = 1 - mz. Substituindo na equação do
hiperbolóide, vem que y 2 + ( m 2 −1 )z 2 − 2mz + 2 = 0 . Logo,
7.3) Se
2 − m2
m 2 −1
(
= 0 , isto é, m = ± 2 , temos y 2 + z m 2 )2
= 0 . Isto só é possível se y = 0
( 3, 0 , 2 ).
2−m2
7.4) Se > 0 teremos uma elipse, o que ocorrerá apenas se 2 − m 2 > 0 e m 2 − 1 > 0
m −1
2
ou seja, − 2 < m < 2 e m < − 1 ou m > 1 . Portanto, se − 2 < m < − 1 ou 1 < m < 2 , teremos
7.5.1) 2 − m 2 > 0 ⇒ − 2 < m < 2 e m 2 −1 < 0 ⇒ − 1 < m < 1 . Logo m < 1 e teremos
m> 2.
Esta situação, porém é impossível, pois teríamos que a expressão (*) seria positiva de
um lado e negativa do outro, o que é um absurdo. Logo, se m > 2 a interseção é vazia .
Em resumo temos:
139
1) Se m= 1 ou m = − 1 teremos as parábolas y 2 = 2( z −1 ) e y 2 = − 2( z + 1 ) .
b) 9 x 2 − 9 y 2 = 36 d) x 2 + 8 y = 0 f) y = 3
140
b) 9 x 2 − 4 y 2 = 36 + 4 z 2 g) x 2 + y 2 − 4 x − 6 y − 18 z + 13 = 0 m) x 2 − 9 y 2 = 9 z 2
c) y 2 − 4 x = 0 h) x 2 − 9 y 2 = 0 n) 9 x 2 + 4 z 2 + 36 y 2 = 0
d) x 2 + z 2 = 4 y 2 i) x 2 = 2 − 2 z − 8 y 2 o) x 2 − 9 y 2 = 9 z 2
e) x 2 − y 2 + z = 0 j) x 2 − 9 y 2 = 9 z p) x 2 − 4 = 0
3) Escreva a equação da esfera cuja diâmetro é o segmento que une os pontos (1, 2, 3) e (2, -1, 0).
4) A reta y = 3x , z = 0 , gira em torno do eixo 0x determinando uma superfície. Escreva a
equação dessa superfície e identifique.
5) Mostre que a equação y 2 − z 2 = 0 representa dois planos que se interceptam. Esboce.
Obtenha a interseção desses planos.
6) Obtenha as equações paramétricas da reta que contém o diâmetro da esfera
x 2 + y 2 + z 2 + 2 x − 6 y + z = 11 que é perpendicular ao plano 5 x − y + 2 z = 17 .
141
Respostas dos Exercícios
Capítulo 1
Seção 1.3.7
⎡1 −1 3 ⎤
⎡− 7 − 1 6⎤
1) AB + C = ⎢⎢13 ⎥
⎥; BC = ⎢
− 5 19 ⎥⎦
4 8
⎢⎣ 6 − 19 − 12⎥⎦ ⎣ 14
3) x = 1 ou x = −2 e y = 3 ou y = −3
⎡ 4 −3 ⎤ ⎡a b c⎤ ⎡a b c ⎤
⎡ a a⎤
4) A = ⎢ 15 2 5 ⎥ 5) a) ⎢⎢0 e f ⎥⎥ 5) b) ⎢⎢0 a b ⎥⎥ 6) A = ⎢
⎢− ⎥ ⎣− a − a ⎥⎦
⎣ 5 5 ⎦ ⎢⎣0 0 a ⎥⎦ ⎢⎣0 0 a ⎥⎦
Seção 1.9.2
1) a = 4, b = 0 e c = 2
8 1 7 5
2) a) x = , y = , z = 0 b) x1 = x 3 + ; x 2 = −3 x 3 − 2 , x 3 ∈ ℜ
3 3 2 2
c) x 1 = 2; x 2 = 1 d) não tem solução
3) a) x = y = z = 0 b) x = 2z, y = 3z, z ∈ ℜ
4) k ∈ ℜ
5) a) Compatível e determinado se m ≠ 1. Compatível e indeterminado se m = 1.
b) Compatível e determinado se n = −6. Incompatível se n ≠ −6
c) Compatível e determinado se n ≠ 2 e n ≠ −3. Compatível e indeterminado se n = 2.
Incompatível se n = − 3.
d) Compatível e determinado se m = 0. Incompatível se m ≠ 0
e) Compatível e determinado se m ≠ −2 e n ∈ ℜ.. Compatível e Indeterminado se m = −2,
n = 4. Incompatível se m = −2 e n ≠ 4
f) Compatível e indeterminado se n = 3 e m ≠ −16 ou n ≠ 3 e m = −16. Incompatível se n = 3
e m = −16
Seção 1.11.2
1) a) Compatível e determinado: x = 0, y = 0, z = 0. b) Compatível e Indeterminado: x = 2z, y = 3z, z ∈ ℜ
b) Compatível e determinado: x = 0, y = 0, z = 0. d) Compatível e Indeterminado
2) A = (1, 2, 3) não é solução. Solução do sistema: x = 2z, y = 3z, z ∈ ℜ
3) Qualquer que seja o valor de k, o sistema será compatível e indeterminado. Se k = 2, as soluções do
sistema serão: x = −2y − z, y, z ∈ ℜ. Se k ≠ 2, as soluções do sistema serão: x = − z, z ∈ ℜ.
142
4) a = 7. Solução geral: x = −z, y = z, z ∈ ℜ.
5 13 11 5
5) Solução: y = − z , x = − z, z ∈ ℜ 6) a = , z = − x, y = 5 x, x ∈ ℜ
6 6 5 6
7) m ≠ 1, m ≠ 3.
8) m ≠ ± 1, possível e determinado m = 1, possível e indeterminado m = −1, impossível
9) k ≤ 1 - possível e indeterminado k ≥ 1 - impossível
Capítulo 2
Seção 2. 4. 7
1→ 1→ 1→ 5→ → → → → → →
1) a = i + j + k − 5 a + 3 b + c = −11 i + 2 j − 22 k
4 2 4 4
→ 1→ → 3 → 15 → → → → →
− d + a=5 i + j − k b − c = −3 i − 5 k
2 2 2
→ → → →
2) v = −6 i + 3 j − 3 k
→ → → → → → → → → → →
5) AB = −4 i − 2 j − 3 k ; AC = −4 i − 4 j − 6 k ; BC = −2 j − 3 k
6) B = (4, 6, 8) 7) (3, 2, 3)
→ 5→ →5 →
8) w = i +2 j − k 9) D = (0, 6, 11)
2 2
Seção 2.6.5
3) 10 4) 20 5) a) 13 b) 13
→ → → →
6) Normas iguais 7) ( 3 a − 2 b ) ⋅ ( b + 3 c ) = −62
143
Seção 2.6.9
→ 1 ⎛ → →⎞ 11
1) v = ⎜− 3 j + 5 k ⎟ 2) x = −
34 ⎜⎝ ⎟
⎠
3
→ → →
3) u = 2 , u + v = 34 4) x = 0
→
→ u1 → ⎛ 1 3 ⎞→ ⎛ 1 2 ⎞→ ⎛ 3 1 ⎞→
5) u = →
, onde u 1 = ⎜⎜ + ⎟ i +⎜
⎟ ⎜ − ⎟ j +⎜
⎟ ⎜ − ⎟k
⎟
u1 ⎝ 14 11 ⎠ ⎝ 11 14 ⎠ ⎝ 14 11 ⎠
⎛ → → ⎞ ⎛ → → ⎞
6) A, B e C são vértices de um triângulo retângulo e isósceles. ⎜⎜ AB , AC ⎟⎟ = 90 0 , ⎜⎜ AB , BC ⎟⎟ = 45 0 e
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
⎛ → → ⎞
⎜ CB , CA ⎟ = 45 0
⎜ ⎟
⎝ ⎠
→ → → 1 ⎛→ → →⎞
7) proj → v = α u , α ∈ ℜ 8) proj → v = ⎜ i +5 j +4k ⎟
⎜ ⎟
u u 21 ⎝ ⎠
x y z
9) cos α = →
, cos β = →
, cos γ = →
v v v
10) γ = 450 → → → → → → → →
11) v = i + 2 j − k ou v = i − 2 j − k
⎛→ →⎞ ⎛→ →⎞ 3 ⎛→ →⎞ → → → →
4 12
12) cos⎜⎜ v , i ⎟⎟ = , cos⎜⎜ v , i ⎟=
⎟ 13 , cos⎜⎜ v , i ⎟⎟ = 13) b = −48 i + 45 j − 36 k
⎝ ⎠ 13 ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ 13
→ 3 6→ 2→ → ⎧→ → → ⎫ → 1→ 4 → 5 →
14). v = i + j +5 3 k 15) ⎨ a , b , c ⎬ não é base ortonormal. v = i + j + k
2 2 ⎩ ⎭ 3 3 3
Seção 2.7.6
→ → → → → → → → → ⎛→ →⎞ ⎛→ →⎞ →
1) a × b = i − 10 j − 4 k c × a = −3 i − 3 k ⎜ b × c ⎟+⎜ c × b ⎟ = 0
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
→ → 24 → 10 →
1 ⎛ → → →⎞
2) v = ⎜− 3 i + 4 j − 4 k ⎟ 3) v = i + j 4) A = 10 12
42 ⎜⎝ ⎟
⎠ 13 13
144
Seção 2.8.6
⎡→ → →⎤ ⎡→ → →⎤ ⎡→ → →⎤
1) ⎢ u , v , w ⎥ = −7 , ⎢ v , w , u ⎥ = −7 , ⎢ u , w , w ⎥ = 0
⎣ ⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
2) Os vetores dados não são coplanares, pois o produto misto é diferente de zero.
3) V = 15 u.v. 4) a) São coplanares 4) b) Não são coplanares
5) x ≠ 1 ou x ≠ −2
⎛→ →⎞ ⎛→ →⎞ ⎛→ →⎞
6) a) ⎜ AB , BC ⎟ = 900 , ⎜ AB, AC ⎟ = 450
⎜ ⎟
e ⎜ CB ,CA ⎟ = 450
⎜ ⎟
→ 1 ⎛ → →⎞
⎜
⎝
⎟
⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ b) proj AB = ⎜ j +k⎟
2 ⎜⎝ ⎟
→
AC ⎠
2 1
c) h = d) Área( ΔABC ) = u .a. e) V = 1 u.v.
2 2
→ → → →
c1 = −6 i + 2 j + 7 k
⎧→ → → ⎫ 1 → 5 → 1 → 10 → ⎡→ → → ⎤
9) ⎨ a , b , c ⎬ será base ortonormal se x = ± . v =− a− b+ c . 10) ⎢ a , b , c ⎥ = 24 u .v.
⎩ ⎭ 3 3 3 3 ⎣ ⎦
13) A base será negativa se x < 0 e será ortogonal se x ≠ 0. A base será ortonormal se x ≠ 0 e
tomarmos os seus respectivos vetores unitários.
→ → →
14) a + b + c = 10
Capítulo 3
Seção 3.1.5
⎧x = 3 + t − s
1) Equações paramétricas: ⎪⎨ y = 1 − 2t − s
⎪ z = 2 − 3t s, t ∈ ℜ
⎩
Equação cartesiana: π : x – y + z – 4 = 0.
145
2) Equação cartesiana; π : x – 2y + 3z + 3 = 0. O ponto B ∈ π e o ponto C ∉ π.
⎧x = 1 + 2 p + q
3) Eqs. Paramétricas: ⎪⎨ y = 2 + p − q Fazendo p = 1 e q = 0 obteremos o ponto (3, 3, 1)
⎪ z = 2 − p − 2q , p, q ∈ ℜ
⎩
do plano.
4) Equação Cartesiana π : − 9x + y – 7z + 40 = 0.
5) m = 3 e o plano não passa pela origem.
Equação cartesiana do plano que passa pela origem: π : 2x – y – 3z = 0.
→ 1 → → →
6) Vetor normal unitário: v = (3 i − j + k )
11
⎧x = 1 − p
Equações paramétricas: ⎪⎨ y = −1 − 2 p + q
⎪z = p + q, p, q ∈ ℜ
⎩
→ 15 → → →
7) v = ( −3 i − 2 j + 7 k )
62
Equação cartesiana: π : − 3x – 2y + 7z + 8 = 0.
8) Equação cartesiana: π : − 2x + y + z + 6 = 0.
→ 1 → → 4→
9) v = (4 i +2 j + k)
7 3
Equação cartesiana:π : 6x + 3y + 2z – 6 = 0.
11) π : x – y = 0.
⎧ 1 → → → 1 → → 1 → → → ⎫
12) Base ortonormal negativa: ⎨ ( 2 i − 5 j + 4 k ), ( −2 i + k ), ( − i − 2 j − 2 k )⎬
⎩5 3 5 3 ⎭
⎧ x = p + 2q
13) Equações paramétricas: ⎪⎨ y = − p − 5q
⎪z = p, p, q ∈ ℜ
⎩
Equação cartesiana: π : 5x + 2y – 3z = 0. O ponto B não pertence ao plano.
⎧x = 7 − 2 p + q
14) Equações paramétricas: ⎪⎨ y = 2 + 4 p
⎪z = 3 − p, p, q ∈ ℜ
⎩
146
⎧x = 1 + 2 p + q
19) ⎪⎨ y = 2 − p + 4 q
⎪z = 3 + 3 p − q, p, q ∈ ℜ
⎩
20) x = 2.
23) a) L = 3 e m = − 2 3
b) L = − 10 3 e m = − 6 5
24) a) m = 6 b) 2L + m = 9 c) m = 1 2
→ → →
25) Qualquer vetor obtido a partir de pontos do plano é paralelo ao próprio plano: v = − i − 3 k
⎧x = 4 p
26) ⎪⎨ y = 3 p ou 3x – 4y = 0.
⎪z = p + q, p, q ∈ ℜ
⎩
Seção 3.2.5
⎧ x = 1 + 3t
x −1
1) r : ⎪⎨ y = 2 − t ou = 2− y = z−2
⎪z = 2 + t , t ∈ ℜ 3
⎩
⎧ x = 1 + 4t
x −1 2 − y z −3
2) r : ⎪⎨ y = 2 − 2t ou = = ; P3 ∈ r, P4 ∉ r.
⎪ z = 3 + 3t , t ∈ ℜ 3 2 3
⎩
⎧x = 1 + t
3) r : ⎪⎨ y = 2 − t ou x–1=2– y= z–3
⎪z = 3 + t , t ∈ ℜ
⎩
2t − 4 9−t
4) r : x = 1 + t , y = , z=
5 6
⎧x = 2 − s
⎪ z
5) r : ⎨y = 4 ou 2 − x = ; y = 4
⎪ z = 3s , s ∈ ℜ 3
⎩
⎧x = 1 + t
⎪ y +1 z −2
6) r : ⎨ y = −2 + 2t ou x − 1 = =
⎪ z = 2 − 2t , t ∈ ℜ 2 −2
⎩
→ 1 → → → → 1 → →
7) a) v = ( −2 i + j + 4 k ) b) v = ( i −7k )
21 5 2
⎧ x = 1 − 4t
⎪ x−1 y −2
8) r : ⎨ y = 2 + 2t ou = ; z=5
⎪ z = 2 − 2t , t ∈ ℜ −4 2
⎩
147
⎧ x = 4t
9) r : ⎪⎨ y = 16 t
x y z
ou = =
⎪ z = −14t , t ∈ ℜ 4 16 − 14
⎩
⎧ x = −4 t
y −1
10) r : ⎪⎨ y = 1 + 3t
x
ou = = z +1
⎪ z = −1 + t , t ∈ ℜ −4 3
⎩
⎧ x = −1 − 4 t
11) r : ⎪⎨ y = 1 + 4t
⎪z = 0, t ∈ℜ
⎩
12) π : 2x + 4 z – 4 = 0.
13) π: 2x + y + 2z – 9 = 0.
→ → → ⎛ 10 → 19 → 17 → ⎞ ⎛ 3→ 9 → 3 → ⎞
14) v = u + w = ⎜⎜ i + j + k ⎟⎟ + ⎜⎜ − i + j − k ⎟⎟
⎝ 7 14 14 ⎠ ⎝ 7 14 14 ⎠
15) π: 8x – 5y – 17z + 16 = 0
⎧ ⎫
⎪ → → ⎪→
→ → → → → → → →
16) ⎪⎨
a b c ⎪
, , ⎬ é uma base ortonormal positiva, onde a = 2 i + j −3k , v = 6 i −3 j +3k ,
→ → →
⎪ a b c ⎪
⎪ ⎪
⎩ ⎭
→ → → →
v = −6 i − 24 j − 12 k
⎧x = 1 − t
17) r : ⎪⎨ y = 2 + t
x −1 z +1
ou = y−2=
⎪ z = −1 − t , t ∈ ℜ −1 −1
⎩
⎧ x = 2 + 3t
x−2 z−3
18) r : ⎪⎨ y = −1 + t ou = y +1=
⎪ z = 3 − 2t , t ∈ ℜ 3 −2
⎩
Seção 3.3.11
1) a) concorrentes, ponto de interseção P = (1, 0, 1), (r1 , r2) = 900
⎛ 48 ⎞
b) concorrentes, ponto de interseção P = (1, 2, 2), ( r1 , r2 ) = arccos ⎜⎜ ⎟
⎟
⎝ 3154 ⎠
⎛ 8 ⎞
c) paralelas, (r1 , r2) = 00 d) reversas, ( r1 ,r2 ) = arccos⎜⎜ ⎟⎟
⎝ 145 ⎠
⎛ 4⎞
e) concorrentes, ponto de interseção P = (1, 5, 1), ( r1 , r2 ) = arccos ⎜⎜ ⎟
⎟
⎝ 190 ⎠
⎛7 2 2 ⎞
2) a) coincidentes, (r1 , r2) = 00 b) concorrentes, P = ⎜ , ,− ⎟ , (r , π) = 900
⎝3 3 3⎠
c) paralelos, (r , π) = 00 d) paralelos, (r , π) = 00
9 4 5 5
3) a) concorrentes, interseção: r : x = + t , y = − + t , z = t , t ∈ ℜ , (π1 , π2) = 900
13 13 13 13
b) coincidentes, interseção: o próprio plano, (π1 , π2) = 00
c) paralelos, (π1 , π2) = 00 d) paralelos, (π1 , π2) = 00
148
4) P = (-2, 1, 1) b) x = 2t, y = 2t, z = t c) não se interceptam d) não se interceptam
5) interseção com o plano coordenado z = 0: P = (7, 9, 0)
interseção com o plano coordenado y = 0: P = ⎛⎜
17 9⎞
, 0, ⎟
⎝ 5 5⎠
⎧ x = 2 + 3 p + 5q ⎧ x = 2 + 3 p + 3q
7) a) ⎪⎨ y = 1 + 2 p + q b) ⎪⎨ y = 1 + 2 p + 2q
⎪ z = p + 3q , p, q ∈ ℜ ⎪z = 1 + q, p, q ∈ ℜ
⎩ ⎩
Seção 3.4.9
1) a) 0 b) 0 c) 0 d) 2 e) 0
2) a) 0 b) 0 c)
3
d)
10
101 21
3) a) 0 b) 0 c)
3
d)
2
11 6
4 3
4) d ( A, π ) = 5) d ( D , π ) = 70
46 5
⎧ 392
⎪ x = 117 + 4t
⎪
6) r : ⎪⎨ y =
1141
+ 16 t
⎪ 117
⎪ 1533
⎪ z = 117 − 14t , t ∈ℜ
⎩
149
7) a) P = (−1, −2, 1) d) P = (−3, 0, 1)
c) P = ⎛⎜ , − , ⎞⎟
b) P = ( 5, 0, 3) 5 4 5
⎝3 3 3⎠
13 4 4 4
8) d = 9) x = 1 − t, y = t, z = 1− t, t ∈ℜ
14 35 35 35
10) x = 3 − 5t , y = −3 − 2t , z = 1 + 3 t , t ∈ ℜ 11) 3x + 2z – 1 = 0
12) x = 1, y = −2 + 3t , z = 1 + t , t ∈ ℜ
Capítulo 4
Seção 4.1.6
2 2
⎛ 13 ⎞ ⎛ 1⎞ 65
2
1) a) (x + 2 ) + (y – 1) = 25 2
b) ⎜ x − ⎟ + ⎜ y + ⎟ =
⎝ 2⎠ ⎝ 2⎠ 4
2 2
c) (x + 1 )2 + (y + 2)2 = 2, C(-1, -2), R = 2 d) (x – 1) + y = 4, C(1, -2), R = 2
2) a)
x2 y2
+
36 27
(
= 1; A = (± 6 ,0 ), B = 0 , ± 27 , C = ( 0 , 0 ), e = 1 ;
2
)
b)
( x − 3 )2 +
y2
( )
= 1; B = ± 27 , 0 , F = (3 , ± 2 ), C = ( 3, 0 ), e = 1
12 16 2
x2 y2
c) + = 1; F = (± 3 ,0 ), C = ( 0 , 0 ), e = 3
25 16 5
x 2 ( y − y0 )
2
d) + =1
20 36
(x − 2 )2 + ( y + 1)2 = 1; A1 = (7 , − 1), A2 = (− 3, − 1), B1 = (2 , 3 ), B 2 = (2 , − 5 ), C = ( 2 , − 1 ),
e) 25 16
F1 = (5 , − 1), F2 = (− 2 , − 1), e = 3
5
2 2
f) 8x + 8y – 2xy – 212 = 0.
x2 y2
= 1; V = (± 3 ,0 ), C = ( 0 , 0 ), e = 5 , y = ± x
4
3) a) −
9 16 3 3
b)
( y + 1)2 − (x − 2)2 ⎛ 3⎞ ⎛ 7⎞
= 1; V1 = ⎜ 2, ⎟, V2 = ⎜ 2, − ⎟ C = ( 2, − 1 ), e = 12 , y = ±
5
x
25 119 ⎝ 2⎠ ⎝ 2⎠ 5 119
4 4
c)
( y − 3 )2 − ( x − 2 )2 = 1; F1 = (2 , − 3 ), F2 = (2 , 9 ), C = ( 2 , 3 ), y = ±
1
x
16 20 5
( )
2 2
y x 4
d) − = 1; F = 0 , ± 5 , C = ( 0 , 0 ), e = 5 , y = ± x
16 4 2 3
e) xy – 4y – 2 = 0
4) a) y2 = 12x, V = (0, 0)
b) x2 = − 8y , V = (0, 0)
c) y2 = − 12(x – 1), V = (1, 0)
d) (x + 4)2 = − 4 (y – 2), V = (−4, 2)
e) y2 = −8(x – 2). diretriz x = 4
f) (y + 1)2 = −4(x – 4), F = (3, −1), diretriz x = 5
150
5 7
5) x = ± , y=±
8 8
75 21
8) x = ± , y=±
24 24
15
9) a) Elipse - C(0, 0), A = (± 5 , 0), B = (0, ± 2 ), F = ( ± 3 , 0), e =
5
5
b) Elipse - C = (-3, 2),A = (-3 ± 6, 2), B = (-3, 2 ± 4), F = ( −3 ± 20 , 2 ) , e =
3
41 5
c) Hipérbole - C = (2, 2),V = (2 ± 4, 2), F = ( 2 ± 41 , 2 ) , e = , y – 2 = ± (x – 2)
4 4
d) Parábola - V = (0, 0), F = (-3, 0), x = 3
e) Parábola - V = (2, -1), F = (3, -1), x = 1
7 17
f) Parábola - V = (2, -3), F = (2, − ), y = −
4 4
g) Circunferência - C = (1, 0), R = 1
1 1
h) Parábola - V = (0, 0), F = (0, ), y = −
2 2
i) Circunferência - C = (1, −3), R = 3
j) Circunferência - C = (−2, 0), R = 2
13 6
l) Hipérbole - C = (0, 0),V = ( ± 3 ,0), F = ( ± 13 , 0 ) , e = ,y=± x
3 3
30 5
m) Hipérbole - C = (0, 0),V = ( ± ,y=±
20 ,0), F = ( ±2 6 , 0 ) , e = x
5 5
C = (3, −1),V = (3 ± 6,−1), F = ( 3 ± 6 2 , − 1 ) , e = 2 , y +1= ±(x −
n) Hipérbole -
3)
5
o) Circunferência - C = (0, 0), R =
2
10) 5 2
( x + m )2 ( y − 0 )2
3. Se q < 0 ( q = − q ), teremos uma família de hipérboles:
1+ m2
−
(1 + m )
2
= 1, m ∈ ℜ
q
4. Um caso particular de 2) é: q = 1, m ∈ ℜ, teremos a circunferência de centro em (−m, 0) e
raio 1 + m 2 :
( x + m )2 + y 2 = 1 + m 2
5. Um caso particular de 3) é: q = −1 , m ∈ ℜ, teremos a hipérbole eqüilátera x 2 − y 2 = 1 + m 2
x 2 ( y + 2 )2
12) A = 12. 13) + =1 14) ( y − 1)2 = 4 x
8 4
151
x2 y2
15) − =1 16) ( y − 3)2 = − ( x − 10 ) 17) x = 1; y = 4 + 2 5 − 4 5t
9 36
Seção 4.2.9
1) a) Cilindro Circular b) Cilindro Hiperbólico
c) Cilindro Elíptico d) Cilindro Parabólico
⎧π : z = y − 2, y ≥ 2 f) Plano paralelo ao plano xOz
e) A união de dois semi-planos: ⎨ 1
⎩π 2 : z = −( y − 2 ), y ≤ 2
2 2 2 2
3) ⎛⎜ x − ⎞⎟ + ⎛⎜ y − ⎞⎟ + ⎛⎜ z − ⎞⎟ = ⎛⎜ ⎞⎟
3 1 3 19
⎝ 2⎠ ⎝ 2⎠ ⎝ 2⎠ ⎝ 2 ⎠
1
6) x = −1 + 5t, y = 3 − t, z = − + 2t.
2
5
7) x + 2 y − 2 z ± =0
3
8)
13) x2 + y2 + z2 − 3z = 0
14) (x − 3)2 + ( y − 2 )2 + (z + 2 )2 =
196
14
152