Nem Preto Nem Branco, Muito Pelo Contrário: Cor E Raça Na Sociabilidade Brasileira Lilia Moritz Schwarcz
Nem Preto Nem Branco, Muito Pelo Contrário: Cor E Raça Na Sociabilidade Brasileira Lilia Moritz Schwarcz
Nem Preto Nem Branco, Muito Pelo Contrário: Cor E Raça Na Sociabilidade Brasileira Lilia Moritz Schwarcz
NEM PRETO
NEM BRANCO,
MUITO PELO
CONTRÁRIO
COR E RAÇA
NA SOCIABILIDADE
BRASILEIRA
Lilia Moritz Schwarcz
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Copyright © 2012 by Lilia Moritz Schwarcz
FOTO DE CAPA
Arquivo do Estado de São Paulo/
Fundo Última Hora
PREPARAÇÃO
Alexandre Boide
ÍNDICE REMISSIVO
Luciano Marchiori
REVISÃO
Ana Luiza Couto
Jane Pessoa
[2012]
Todos os direitos desta edição reservados à
editora claro enigma
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SUMÁRIO
NOTAS 121
BIBLIOGRAFIA 132
SOBRE A AUTORA 137
ÍNDICE REMISSIVO 139
CRÉDITOS DAS IMAGENS 147
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NEM PRETO
NEM BRANCO,
MUITO PELO*
CONTRÁRIO
COR E RAÇA
NA SOCIABILIDADE
BRASILEIRA
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HISTÓRIAS DE MISCIGENAÇÃO E OUTROS CONTOS
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o horror e a traição, conforme previra sua madrinha. Em
meio ao desespero, e tentando salvar-se do desamparo, con-
cordou, por fim, em se casar com “o animal mais asqueroso
que existe sobre a Terra” — “o odioso Urubucaru”. Após a
cerimônia de casamento, já na noite de núpcias, a pobre
princesa preta não conseguia conter o choro: não por causa
da feição deformada de seu marido, e sim porque nunca
mais seria branca. “Eu agora perdi todas as esperanças de
me tornar branca”, lamentava-se nossa heroína diante de seu
não menos desafortunado esposo. Nesse momento, algo sur-
preendente aconteceu: “Rosa Negra viu seus braços envolve-
rem o mais belo e nobre jovem homem que já se pôde imagi-
nar, e Urubucaru, agora o Príncipe Diamante, tinha os meigos
olhos fixos sobre a mais alva princesa que jamais se vira”.
Final da história: belo e branco, o casal conheceu para sem-
pre “a real felicidade”.2
Dizem que “quem conta um conto aumenta um ponto”.
Se o dito é verdadeiro, a insistência na ideia de branquea-
mento, o suposto de que quanto mais branco melhor, fala
não apenas de um acaso ou de uma ingênua coincidência em
uma narrativa infantil, mas de uma série de valores disper-
sos na nossa sociedade e presentes nos espaços pretensa-
mente mais impróprios. A cor branca, poucas vezes explicita-
da, é sempre uma alusão, quase uma bênção; um símbolo
dos mais operantes e significativos, até os dias de hoje.
Afinal, desde que o Brazil é Brasil, ou melhor, quando era
ainda uma América portuguesa, o tema da cor nos distin-
guiu. Os primeiros viajantes destacavam sempre a existência
de uma natureza paradisíaca, mas lamentavam a “estranhe-
za de nossas gentes”. Muito se comentou sobre essas novas
gentes desse igualmente novo mundo, mas do lado dos rela-
tos ibéricos o mais famoso é talvez o do viajante português
Gândavo, que deu forma canônica ao debate que, desde Ca-
minha e Vespúcio, mencionava a ambivalência entre a exis-
tência do éden ou da barbárie nessas terras perdidas. O Brasil
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seria o paraíso ou o inferno? Seus habitantes, ingênuos ou
viciados? Ou seja, a presença do motivo edênico e paradisía-
co da terra começou com os primeiros europeus que dela se
acercaram. Está presente já em Caminha, e logo depois em
1503, na carta de Américo Vespúcio, que ficou conhecida
como Mundus novo — na qual declarou que o paraíso terreal
não estaria longe dessas terras —, e também em Gândavo,
em sua História da Província de Santa Cruz de 1576, que des-
creveria o país a partir de sua fertilidade e de seu clima
ameno e receptivo.3 Mas Gândavo também seria autor de
uma máxima que definiria de forma direta não tanto a natu-
reza do Brasil, mas seus naturais: povos sem F, sem L e sem
R: sem fé, sem lei, sem rei. Pero Magalhães de Gândavo,
provavelmente um copista da Torre do Tombo, um criado e
moço da Câmara de d. Sebastião e, por fim, um provedor da
fazenda em 1576, discorreu sobre essa “multidão de bárba-
ros gentios”. Não se sabe ao certo quem teria sido Gândavo,
assim como não se tem absoluta certeza de sua estada no
Brasil, mas o fato é que o próprio Pero Magalhães, na dedi-
catória a d. Luis Pereira, confessa ter escrito sua história
como “testemunha vista”. Além do mais, por ocasião da de-
dicatória do Tratado da Província do Brasil a d. Catarina, rai-
nha de Portugal, declara o autor tê-lo feito para dar “novas
particulares destas partes a V. A. onde alguns anos me achei
e coligi esta breve informação na maior parte das coisas que
aqui escrevi e experimentei”.4 Portanto, muita fábula cerca
esse relato, cuja veracidade e a própria ideia de viagem pare-
cem estar em questão. Existem duas versões de seu livro,
cujo título definitivo viria a ser História da Província de San-
ta Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil, possivelmente
publicado entre 1570-2. O Tratado deve ter sido escrito antes
da História, mas de toda maneira a versão mais acabada
aparece em 1576, publicada em Lisboa.
No Tratado, Gândavo fala rapidamente do descobrimen-
to, dá o nome dos donatários, menciona plantas, frutos, ani-
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mais, bichos venenosos, aves e peixes, comenta os naturais
da terra, e termina seu relato elevando os louvores e as
grandezas da terra. O livro logo se tornou, porém, uma rari-
dade, quem sabe por conta do receio que tinham os portu-
gueses de que as riquezas da terra fossem descobertas e di-
fundidas. Afinal, Gândavo começa seu relato com um “prólo-
go ao leitor”, no qual afirma que sua intenção é “denunciar
em breves palavras a fertilidade e abundância da terra do
Brasil, para que essa fama venha à notícia de muitas pessoas
que nestes reinos vivem com pobreza e não dividam escolhê-
-la para seu remédio: porque a mesma terra é tão natural e
favorável aos estranhos que a todos agasalha e convida
como remédio”.5 Essa era uma boa propaganda para portu-
gueses desempregados e à procura de aventuras, mas era
também, e infelizmente, um sinaleiro poderoso que alertava
os inimigos, sobretudo franceses e ingleses, de olho nas ter-
ras divididas entre as coroas de Portugal e Espanha.
Gândavo em geral elogia a natureza local, as “qualidades
da terra”, menciona o clima e a terra fértil e viçosa, a clarida-
de do sol, as águas sadias para beber e finalmente “esta terra
tão deleitosa e temperada que nunca nela se sente frio nem
quentura sobeja”. Sobre os “mantimentos da terra”, destaca o
uso da mandioca, com o que fazem bolos e pão fresco, legu-
mes, leite de vaca, arroz, fava, feijões. E conclui: “legumes
não faltam […] há muita abundância de marisco e de peixe
por toda esta Costa; com estes mantimentos se sustentam os
moradores do Brasil sem fazerem gastos nem diminuírem
nada em suas fazendas”.6 Algo semelhante diz da caça e das
frutas da terra: sempre abundantes no caso das frutas, as
mais saborosas e variadas. Como se vê, todo o tom do livro é
de clara propaganda da colônia do reino. Essa seria mesmo a
terra da abundância e de uma eterna primavera.
No entanto, quando começa a falar dos índios locais,
Gândavo parece bem mais cuidadoso em seus elogios. Co-
meça dizendo: “Não se pode numerar nem compreender a
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multidão de bárbaro gentio que semeou a natureza por toda
essa terra do Brasil; porque ninguém pode pelo sertão den-
tro caminhar seguro, nem passar por terra onde não ache
povoações de índios armados contra todas as nações huma-
nas e, assim, como são muitos, permitiu Deus que fossem
contrários uns aos outros, e que houvessem entre eles gran-
des ódios e discórdias, porque se assim não fosse os portu-
gueses não poderiam viver na terra nem seria possível con-
quistar tamanho poder de gente”. E continua mais à frente:
“a língua deste gentio toda pela costa é uma: carece de três
letras — scilicet, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa
digna de espanto, porque assim não tem Fé, nem Lei, nem
Rei; e desta maneira vivem sem Justiça e desordenadamen-
te”.7 Povos sem F, L, R — sem fé, nem lei, nem rei —, eis a
representação desses “naturais”, caracterizados a partir da
noção da “falta”.
Seus costumes também causavam estranhamento: “an-
dam nus sem cobertura alguma, assim machos e fêmeas;
não cobrem parte nenhuma de seu corpo, e trazem desco-
berto quanto a natureza lhes deu”.8 Se por um lado a nature-
za era edenizada, os “naturais” não passavam no crivo do
viajante. Gândavo também lamenta o fato de serem sempre
“muito belicosos”. Explica como tratam os prisioneiros, men-
ciona as cordas que os amarram e como o atam pela cinta.
Descreve ainda como os matam e os comem — “isto mais
por vingança e por ódio que por se fartarem”. Diz ainda que,
se a moça que dormiu com o cativo estiver prenhe, “aquela
criança que pare depois de criada, matam-na e comem-na”.9
De fato, Gândavo parecia não mostrar qualquer identificação
com os selvagens brasileiros, afirmando: “finalmente que
soa estes índios muito desumanos e cruéis, não se movem a
nenhuma piedade: vivem como brutos animais sem ordem
nem concerto de homens, soam muito desonestos e dados à
sensualidade e entregam-se aos vícios como se neles não
houvera razão de humanos […] Todos comem carne humana
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e tem-na como a melhor iguaria de quantas pode haver […]
Estes índios vivem muito descansados, não têm cuidado de
coisa alguma senão de comer e beber e matar gente; e por
isso são muito gordos em extremo: e assim também com
qualquer desgosto emagracem muito: e como se agastam de
qualquer coisa comem terra e desta maneira morrem muitos
deles bestialmente”.10
Como se vê, ao descrever os indígenas brasileiros como
“atrevidos, sem crença na alma, vingativos, desonestos e da-
dos à sensualidade”, Gândavo estabelecia uma distinção fun-
damental entre a terra e seus homens: a edenização de um
lado, o inferno de outro. O modelo era evidentemente etno-
cêntrico, e o que não correspondia ao que se conhecia era
logo traduzido como ausência ou carência, e não como um
costume diverso ou variado.
Diferente seria o relato de Montaigne, que em seu texto
“Os canibais”, ao discutir a maneira como os Tupinambás
faziam a guerra, não só elogiou os “brasileiros”, os quais,
segundo ele, pelo menos sabiam por que lutavam, como, na
esteira de viajantes como Jean de Lerys, passou a ver na
América o alvorecer de uma nova humanidade. Informado
do contexto das Guerras de Religião na Europa, o filósofo
francês realiza um exercício de relatividade, encontrando
mais lógica na maneira como os Tupinambás realizavam a
guerra do que nos hábitos ocidentais: “Mas, voltando ao
assunto, não vejo nada de bárbaro ou selvagem no que di-
zem daqueles povos; e, na verdade, cada qual considera
bárbaro o que não pratica em sua terra”. Muitas são as in-
terpretações possíveis desse famoso ensaio. No nosso caso,
importa sublinhar a construção de uma representação mais
laudatória dessas gentes, tendo por base (e sombra) as
guerras de religião que assolavam a Europa no século xvi:
“Por certo em relação a nós são realmente selvagens, pois
entre suas maneiras e as nossas há tão grande diferença
que ou o são ou o somos nós”.11
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Montaigne teria concebido seu texto apoiado nos diálo-
gos que estabeleceu com alguns índios que se haviam radica-
do no continente europeu após a festa em Rouen.12 O fato é
que a noção de diferença movimentava a imaginação de
lado a lado e, enquanto os europeus indagavam pela alma
dos indígenas e os traziam à Europa para deleite da “civiliza-
ção”, os nativos do Brasil afundavam os brancos em lagos a
fim de entender se possuíam corpo ou não.13
Essa imagem, e a estranheza diante do “homem brasilei-
ro”, continuaria forte enquanto representação, e seria in
clusive potencializada quando, em pleno século xviii, J.-J.
Rousseau defende a ideia do “bom selvagem”. Tal qual uma
idealização por contraposição, o nativo americano (e em es-
pecial sul-americano) surgia no Discurso sobre a origem e o
fundamento da desigualdade entre homens (1775) como um
modelo melhor para pensar a civilização ocidental do que
sua própria natureza. O “bom selvagem” representava, aliás,
um exemplo de humanidade ainda não conspurcada, pura
em sua essência e positividade.
O importante é que no século xviii a questão da diferença
entre os homens é retomada tendo como referência o “homem
americano”. Mais uma vez, porém, as posições não foram uní-
vocas. De um lado, afirmava-se um tipo de postura que advo-
gava o voluntarismo iluminista e a ideia de “perfectibilidade
humana” — a capacidade que qualquer ser humano tem de
chegar à virtude ou mesmo de negá-la —, sem dúvida um dos
maiores legados dos ideais da Revolução Francesa. Ao mesmo
tempo, Humboldt com suas viagens não só restituía o “senti-
mento de natureza” e sua visão positiva da flora americana
como opunha-se às teses mais detratoras, que negavam aos
indígenas “a capacidade de civilização”.
De outro lado, nesse mesmo contexto, tomam força cor-
rentes mais pessimistas, que anunciam uma visão negativa
acerca desses povos e de seu território. Em 1749 chegam a
público os três primeiros volumes da Histoire naturelle do
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conde de Buffon, que lançava a tese sobre a “debilidade” ou
“imaturidade” do continente americano. Partindo da observa-
ção do pequeno porte dos animais existentes na América e do
aspecto imberbe dos nativos, Buffon pretendia ter encontrado
um continente infantil, retardado em seu desenvolvimento
natural: “Vejamos então por que existem répteis tão grandes,
insetos tão gordos, quadrúpedes tão pequenos e homens tão
frios nesse novo mundo. O motivo é a qualidade da terra, a
condição do céu, o grau de calor e umidade, a situação e ele-
vação das montanhas, a qualidade das águas correntes ou pa-
radas, a extensão das florestas, e sobretudo o estado bruto em
que a natureza se encontra”.14 Na visão do naturalista, por-
tanto, a natureza não se mostrara pródiga, ou ainda vital e
repleta de energia criadora, naquele local. E é assim que a
designação “Novo Mundo” passava a se referir mais à forma-
ção telúrica da América do que ao momento da colonização.
Buffon não representa, porém, um exemplo isolado. No
ano de 1768 o abade Corneille de Pauw editava em Berlim
Recherches philosophiques sur les américans, ou Memoires in-
teressants pour servir à l’histoire de l’espèce humaine, em que
retomava as noções de Buffon, mas radicalizando-as. O autor
introduzia um viés original ao utilizar a noção de “degenera-
ção” para designar o novo continente e suas gentes. Assola-
dos por uma incrível preguiça e pela falta de sensibilidade,
por uma vontade instintiva e uma evidente fraqueza mental,
esses homens seriam “bestas decaídas”, muito afastadas de
qualquer possibilidade de perfectibilidade ou civilização.
Ganhavam forma, dessa maneira, duas imagens mais ne-
gativas: a de um mundo gasto e degradado, de um lado, e a de
um mundo inacabado e imaturo, de outro. Nesta última pers-
pectiva se associará Hegel, com a sua interpretação sobre as
duas Américas: a anglo-saxônica e a ibérica, ou latina. Tam-
bém nesse período, incentivados pelo rei Maximiliano José i
da Baviera, o zoólogo J. Baptiste von Spix e o botânico Carl
Friedrich P. von Martius realizariam uma grande viagem pelo
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Brasil, que se iniciaria em 1817 e terminaria em 1820, após
terem sido percorridos mais de 10 mil quilômetros. O resulta-
do é uma obra de três volumes intitulada Viagem ao Brasil
(1834) e vários subprodutos, como O estado do direito entre os
autóctones do Brasil (1832). Sobretudo neste último texto,
Martius desfila as máximas de De Pauw ao afirmar que: “per-
manecendo em grau inferior da humanidade, moralmente,
ainda na infância, a civilização não altera o primitivo, ne-
nhum exemplo o excita e nada o impulsiona para um nobre
desenvolvimento progressivo”.15 Dessa forma, apesar do elo-
gio à natureza tropical, contido nos relatos desses “viajantes
filósofos”, a humanidade daquele local parecia representar
algo por demais diverso para que a percepção europeia en-
contrasse local certeiro, ou mesmo humanizado, em sua defi-
nição, mostrando-se mais disposta a apontar o exótico do que
dar lugar à alteridade. A América não era apenas imperfeita,
mas também decaída, e assim estava dado o arranque para
que a tese da inferioridade do continente, e de seus homens,
viesse a se afirmar a partir do século xix.
O fato é que, seja nas versões mais positivas, seja nas evi-
dentemente negativas, esse então Novo Mundo sempre foi “um
outro”, marcado por suas gentes com costumes tão estranhos.
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