Samora Machel
Samora Machel
Samora Machel
SAPO Notícias
Em 1956, foi colocado como enfermeiro na ilha da Inhaca, em frente da cidade de Maputo,
onde casou com Sorita Tchaicomo, de quem teve quatro filhos, Joscelina, Edelson, Olívia e
Ntewane. Os espirito nacionalista sempre esteve presente na forma de estar de Samora
Machel, tendo por essa via mantido Eduardo Mondlane de visita a Moçambique, em 1961,
que nessa altura trabalhava no Departamento de Curadoria da ONU.
O jovem enfermeiro Samora Machel foi integrado num grupo de recrutas para receber treino
militar na Argélia. No seu regresso à Tanzania, ele tornou-se imediatamente num
comandante.
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Biografia: Samora Moisés Machel, Primeiro Presi... https://noticias.sapo.mz/actualidade/artigos/biogra...
Em 1967, Samora Machel criou o Destacamento Feminino (DF) para envolver as mulheres
moçambicanas na luta de libertação e, em 1969 casou-se oficialmente com Josina
Muthemba, uma guerrilheira (com ensino secundário) do DF, de quem teve um filho, Samora
Machel Jr. Em 1968, foi reaberta a “Frente de Tete”, que foi a forma como Samora respondeu
a dissidências que se verificaram dentro do movimento, reforçando a moral dos guerrilheiros.
Nos anos seguintes, até 1974, Samora conseguiu organizar a guerrilha de forma, não só a
neutralizar a ofensiva militar portuguesa, comandada pelo General Kaúlza de Arriaga, mas
também organizar as Zonas Libertadas, que abrangiam cerca de 30% do território. Para além
disso, Samora dirigiu uma ofensiva diplomática, em que granjeou apoios, não só dos
tradicionais aliados socialistas, mas inclusivamente do Papa, que era um tradicional aliado
de Portugal.
Durante uma sessão do Comité Central, realizada na praia do Tofo (Inhambane) e dirigida por
Samora, foi aprovada a Constituição da República Popular de Moçambique e decidido que
Samora Machel seria o Presidente da República.
No plano interno, Samora sempre assumiu uma política autocrática e populista, tentando
utilizar nos meios urbanos os métodos usados na guerrilha e promover o desenvolvimento
do país em bases socialistas, reprimindo qualquer dissidência interna. Menos de um mês
depois da independência, Samora anunciou a nacionalização da saúde, educação e justiça;
passado um ano, a nacionalização das casas de rendimento, criando a APIE (Administração
do Parque Imobiliário do Estado), que alugava as casas com rendas que estavam de acordo
com o rendimento do agregado familiar; lançou grandes programas de socialização do
campo, com o apoio dos países socialistas, envolvendo-se pessoalmente numa campanha
de colheita do arroz. Conseguiu ainda o apoio popular, principalmente dos jovens, para
operações de grande vulto, tais como o recenseamento da população, em 1980, e a troca da
moeda colonial pela nova moeda, o Metical, no mesmo ano.
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Na frente externa, Samora sempre seguiu uma política de angariar amizades e apoio para
Moçambique, não só entre os “amigos” tradicionais, os países do “bloco soviético” e unindo
os países vizinhos numa frente de integração regional, a SADCC, mas até entre os seus
“inimigos”, tendo sido inclusivamente sido recebido (embora com frieza) por Ronald Reagan
e assinado um acordo de boa-vizinhança com Pieter Botha, o presidente da África do Sul dos
últimos anos do apartheid (o Acordo de Nkomati). Apesar disso, Samora não conseguiu
suster a guerra que, iniciada logo a seguir à independência pelos vizinhos regimes racistas (a
África do Sul e a Rodésia de Ian Smith, se tornou numa verdadeira guerra civil que durou 16
anos, provocou cerca de um milhão de mortos e cinco mlhões de deslocados e destruiu
grande parte das infraestruturas do país.
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