Cartilha Da Ictiofauna
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Cartilha Da Ictiofauna
http://www.mma.gov.br/projeto-pacto-xingu
CARTILHA SOBRE OS
RECURSOS PESQUEIROS DO MÉDIO RIO XINGU,
MUNICIPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PARÁ)
Realização: Apoio:
Ministério do
Meio Ambiente
CARTILHA SOBRE OS RECURSOS PESQUEIROS DO MÉDIO RIO XINGU, MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PARÁ)
FICHA TÉCNICA
TEXTO FOTOS
Luciano Fogaça de Assis Montag Leandro Melo Sousa
Victoria Judith Isaac Nahum Cleonice Maria Cardoso Lobato
Lilian Lund Amado Híngara Leão Sousa
Leandro Machado de Carvalho
Bárbara Heck Schallenberger REVISÃO
Cleonice Maria Cardoso Lobato Jeanne Gomes
Danielle Regina Gomes Ribeiro Marco Aurélio de Carvalho Silva
Esther Miriam Cardoso Mesquita Marta Moraes
Híngara Leão Sousa Nazaré Soares
Keila Renata Moreira Mourão
Morgana Carvalho de Almeida EDIÇÃO
Thiago Augusto Pedroso Barbosa Marta Moraes
Valéria de Albuquerque Oliveira
PROJETO GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO
MAPAS E IMPRESSÃO
Danusa Di Paula Nascimento da Rocha Gráfica Qualidade - Eduardo Silva
Naraiana Loureiro Benone
Paulo José de Oliveira Alves
DESENHOS
Ícaro Mourão Valente
Marcio Novelino
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CARTILHA SOBRE OS RECURSOS PESQUEIROS DO MÉDIO RIO XINGU, MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PARÁ)
APRESENTAÇÃO
O projeto Pacto Municipal para a Redução do Desmatamento em São Félix do Xingu é uma inicia-
tiva do governo brasileiro, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pela Comis-
são Europeia (CE), executado em parceria com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura (FAO).
Além do âmbito da cooperação internacional, o projeto conta com o apoio das secretarias municipal
e estadual de Meio Ambiente, dentre outras instituições, como a Universidade Federal do Pará (UFPA),
organizações da sociedade civil e representações dos setores produtivo e privado.
O município de São Félix do Xingu, localizado no sudeste do estado do Pará, possui uma população
estimada em 2012 de cerca de 100.000 habitantes, e uma área de 84.607,39 km². É constituído pela
sede e quatro distritos (em 2012): Taboca, Nereu, Lindoeste e Ladeira Vermelha. A base da economia
do município é a pecuária de corte, possuindo o maior rebanho do Brasil, com mais de 1,7 milhões de
cabeças. Porém, a pesca, a atividade agrícola e os garimpos são também consideradas atividades eco-
nômicas importantes.
O município de São Félix do Xingu registra a existência de grandes conflitos, envolvendo questões
como: expansão fundiária, instalação de empreendimentos hidrelétricos e empreendimentos agrope-
cuários, extração ilegal de madeira, garimpos ilegais, além dos conflitos entre moradores da região, das
Unidades de Conservação, das Terras Indígenas e de outros usuários dos recursos naturais da região,
em particular os pescadores.
A partir de uma oficina promovida, em março de 2013, pelo Ministério do Meio Ambiente em parce-
ria com o Ministério da Pesca e Aquicultura e os usuários do Rio Xingu, ficou evidente a necessidade de
um estudo para pautar o ordenamento da pesca e buscar soluções para os conflitos existentes.
Surgiu, assim, o projeto “Diagnóstico dos Recursos Pesqueiros do Médio Rio Xingu, município de
São Félix do Xingu e Subsídios para o Manejo Sustentável”, apoiado pelo MMA e pela FAO, através de
uma parceria com pesquisadores da UFPA. O projeto tem como objetivo estabelecer uma base de
dados para subsidiar a formulação de medidas de gestão de longo prazo para a atividade pesqueira
sustentável na região.
A presente cartilha tem como finalidade resumir os resultados desse levantamento e os conheci-
mentos obtidos no projeto para ampla divulgação de todos os interessados.
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CARTILHA SOBRE OS RECURSOS PESQUEIROS DO MÉDIO RIO XINGU, MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PARÁ)
25%
Redes e
linhas
Linhas 43%
PESCADORES E EMBARCAÇÕES Redes
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CARTILHA SOBRE OS RECURSOS PESQUEIROS DO MÉDIO RIO XINGU, MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PARÁ)
Os pescadores de São Félix do Xingu são, na • O tempo total que se gastou com as pesca-
maioria, do sexo masculino (70%), com idade rias (em dias);
média de 43 anos e possuem cerca de três filhos.
• A soma do número de pescadores que se
dedicaram a pesca por dia.
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CARTILHA SOBRE OS RECURSOS PESQUEIROS DO MÉDIO RIO XINGU, MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PARÁ)
Em 2013, o esforço de pesca teve dois picos de Entre os meses de novembro a março ocorreu
maior intensidade (Figura 2): uma diminuição do esforço e produção total na
região, em função do defeso, regulamentação
• Um no período de cheia do rio, entre abril e maio; federal que proíbe a pesca comercial de algumas
• Um período de seca, entre setembro e outubro. espécies neste período.
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CARTILHA SOBRE OS RECURSOS PESQUEIROS DO MÉDIO RIO XINGU, MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PARÁ)
Em 2013, a média anual da CPUE em São Félix à vazão do rio, ou seja, quanto maior a vazão e
do Xingu foi de 19,7 quilos de pescado por pes- consequentemente mais alto o nível do rio, me-
cador para cada dia de pesca. Os maiores valo- nor o envolvimento nas pescarias de ornamen-
res observados foram no mês de agosto, com tais (Figura 5).
quase 30 kg de pescado por pescador e por dia,
e o menor valor no mês de janeiro, com 11,5 kg/
pescador x dia (Figura 4).
A PRODUÇÃO DE PESCADO
Figura 4 - Representação da evolução de produtividade de
pesca-CPUE de consumo e da vazão do rio Xingu em São A produção total de peixes ornamentais é regis-
Félix do Xingu, em 2013. trada em número de exemplares capturados (nú-
mero de peixes). No ano de 2013, o município de
Podemos dizer que esse indicador demonstra que, São Félix do Xingu registrou o desembarque de
nos meses de seca do rio, os peixes são mais facil- 1.951 indivíduos (Figura 6).
mente capturados, sendo o mês de agosto o que
apresentou maior captura dos peixes.
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CARTILHA SOBRE OS RECURSOS PESQUEIROS DO MÉDIO RIO XINGU, MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PARÁ)
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CARTILHA SOBRE OS RECURSOS PESQUEIROS DO MÉDIO RIO XINGU, MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PARÁ)
Na pesca ornamental, as arraias são os peixes de a cidade de São Félix do Xingu até a terra indí-
que possuem os maiores valores de comerciali- gena Apyterewa. Foram mapeados 104 pesquei-
zação (Tabela 3). ros, que correspondem a 52,8% do total. Esse
setor do rio está localizado até 125 km a jusante
Tabela 3 - Preços das principais espécies de pei-
da cidade (Figura 8).
xes ornamentais pescadas na região de São Fé-
lix do Xingu, no ano de 2013.
OS PESQUEIROS E OS LOCAIS DE
INTERESSE PARA A PESCA EM SÃO
FÉLIX DO XINGU
Os pesqueiros são conhecidos como os locais
de melhor captura do pescado, ou seja, os lo-
cais de maior produção e, consequentemente,
Figura 8 - Representação dos pontos de pesca nos rios Xin-
os mais rentáveis para a economia. gu e Fresco, município de São Félix do Xingu.
O levantamento dos pesqueiros mais frequenta- Na porção de rio que se estende desde a cidade
dos pelos pescadores da região de São Félix do de São Félix do Xingu até cerca de 140 km a mon-
Xingu revelou uma grande diversidade de locais tante da mesma, foram mapeados 56 pesqueiros
de pesca. que correspondem a 28,4% do total.
No total foram localizados 197 pontos de pesca, O rio Fresco é o principal afluente do rio Xingu na
em três áreas distintas: Rio Xingu (a jusante da região. Nesta porção do rio foram mapeados um
cidade), Rio Xingu (a montante da cidade) e Rio total de 37 (18,8%) dos pesqueiros.
Fresco.
Alguns pesqueiros ficam nas proximidades de
A jusante é a porção de rio que se estende des- Unidades de Conservação e/ou de terras indíge-
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CARTILHA SOBRE OS RECURSOS PESQUEIROS DO MÉDIO RIO XINGU, MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PARÁ)
nas, o que indica territórios que potencialmente consumo foram: fidalgo (Ageneiosus inermis);
podem ter conflitos de pesca, pois nessas áreas pacus (várias espécies de Serrasalmidae); pes-
existe uma restrição de pesca para pescadores cada (Plagioscion spp.); tucunaré (Cichla spp.)
não-moradores desses locais (Figura 8). e curimatã (Prochilodus nigricans).
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CARTILHA SOBRE OS RECURSOS PESQUEIROS DO MÉDIO RIO XINGU, MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PARÁ)
PESCADORES x FAZENDEIROS
Esse é o mais grave e importante conflito esta-
belecido. Ao longo dos rios Xingu e Fresco há
muitas fazendas destinadas à criação de gado
de corte, cujos donos não permitem o acesso ao
rio, para os pescadores. Mesmo que isto seja ile-
gal, alguns pescadores respeitam essa norma, já
que o uso da força é comum nestes casos. Isso
gera um grande conflito pelo uso do território de
pesca entre pescadores e fazendeiros (ou seus
empregados).
PESCADORES x INDÍGENAS
O conflito ocorre em função de muitos pesca-
dores da região almejarem pescar em áreas do
rio, que ficam dentro dos limites ou próximos
de terras indígenas, onde a legislação não per-
mite. Contudo, o que de fato pode ser visto é a
Algumas fazendas possuem placas, informando
existência de uma relação de tolerância e até de
sobre a proibição de pescar e caçar na área do
parceria econômica entre ambos os grupos.
entorno da fazenda.
PESCADORES x GARIMPEIROS
Esse conflito tem a ver com o grande impacto
gerado na água nas proximidades dos garimpos,
o que afeta a pesca no rio.
PESCADORES COMERCIAIS x
PESCADORES ESPORTISTAS
Determinados conflitos de interesses pelo
uso dos recursos pesqueiros e do território
foram registrados por esses dois grupos de
pescadores, principalmente no que diz respeito
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CARTILHA SOBRE OS RECURSOS PESQUEIROS DO MÉDIO RIO XINGU, MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PARÁ)
à alocação das capturas em locais proibidos. te restritivas e impedem a pesca comercial arte-
sanal em vastas áreas dos corpos hídricos. Isso
Contudo, nesse caso, os dois segmentos de- também resulta em conflitos, pois os locais de
senvolvem também uma parceria econômica. pesca seriam bastante restritos se a legislação
Os pescadores esportistas, às vezes, contratam fosse cumprida à risca. No entanto, inúmeros
informalmente os pescadores profissionais da locais de pesca foram constatados ao longo dos
região para servir como guias, para auxiliar na rio Xingu e Fresco (Figura 10). Negociações com
captura de iscas ou peixes, no aluguel das suas as autoridades devem ser conduzidas com ur-
embarcações e costumam pagar pelo dia traba- gência para vencer essas dificuldades e garantir
lhado. aos pescadores profissionais uma atividade le-
gal e digna. A preservação dessa atividade, cul-
PESCADORES COMERCIAS x
turalmente arraigada na região, é uma garantia
PESCADORES CLANDESTINOS
de conservação. A proibição da pesca levaria um
Diferentes dos pescadores esportistas, foram grande contingente de pessoas a buscar outras
identificados os pescadores denominados local- atividades que poderiam ser mais degradantes,
mente de “turistas clandestinos”. Esses chegam como as que geram desmatamento ou poluição
à cidade em grandes grupos, oriundos dos esta- por garimpos.
dos de Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Distrito
Federal e do município de São Geraldo do Ara-
guaia (PA). Apesar de não possuírem o Registro
Geral da Atividade Pesqueira (RGP), realizam a
pesca de forma proibida com o uso de malhadei-
ras, além da pesca esportiva para o lazer.
LEGISLAÇÃO
A legislação pesqueira da região possui normas
estabelecidas tanto pelo governo federal, como
Figura 10 - Áreas permitidas (azul) e proibidas (vermelho)
pelo municipal. As regras municipais são bastan- para a pesca de São Félix do Xingu.
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CARTILHA SOBRE OS RECURSOS PESQUEIROS DO MÉDIO RIO XINGU, MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PARÁ)
Legislação Federal
LEIS, PORTARIAS
DATA DA
E INSTRUÇÕES NORMA- ÓRGÃO ASSUNTO REGULAMENTA/DISPÕE/STABELECE
PUBLICAÇÃO
TIVAS
Dispõe sobre a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da
29 de junho de Nova Lei da Pesca e Aquicultura e da Pesca, regula as atividades pesqueiras, revoga a Lei
LEI Nº 11.959 MPA
2009 Aquicultura nº 7.679, de 23 de novembro de 1988, e dispositivos do Decreto-Lei
nº 221, de 28 de fevereiro de 1967, e dá outras providências.
Art. 1º As Colônias de Pescadores, as Federações Estaduais e a
Confederação Nacional dos Pescadores ficam reconhecidas como
13 de junho de PR/Casa
LEI Nº 11.699 Colônias de Pesca órgãos de classe dos trabalhadores do setor artesanal da pesca, com
2008 Civil
forma e natureza jurídica próprias, obedecendo ao princípio da livre
organização previsto no Art. 8º da Constituição Federal.
28 de fevereiro Explotação e Estabelece diversas normas para o transporte e exportação de peixes
LEI Nº 3 MPA / MMA
de 2012 transporte vivos.
Regulamenta o Art. 27, § 6º, inciso I, da Lei nº 10.683, de 2003,
dispondo sobre a atuação conjunta dos Ministérios da Pesca e
Competência Aquicultura e do Meio Ambiente nos aspectos relacionados ao uso
conjunta dos sustentável dos recursos pesqueiros.
13 de outubro
DECRETO Nº 6.981 MPA/MMA Ministérios da Pesca Art. 1º Este Decreto regulamenta a competência conjunta dos
de 2009
e Aquicultura e do Ministérios da Pesca e Aquicultura e do Meio Ambiente para, sob a
Meio Ambiente coordenação primeiro, com base nos melhores dados científicos e
existentes, fixar as normas, critérios, padrões e medidas de ordena-
mento do uso sustentável dos recursos pesqueiros.
Espécies ameaça-
Art. 1º Reconhecer como espécies ameaçadas de extinção e
das de extinção,
INSTRUÇÃO NORMATIVA De 21 de maio espécies sobreexplotadas ou ameaçadas de sobreexplotação, os
MMA sobreexplotadas
Nº 5, de 2004 invertebrados aquáticos e peixes, constantes dos Anexos a esta
ou ameaçadas de
Instrução Normativa.
sobreexplotação
Captura, transporte
Art. 1º Estabelecer normas, critérios e padrões para a explotação
INSTRUÇÃO NORMATIVA 3 de janeiro de e comercialização
MPA/MMA de peixes nativos ou exóticos de águas continentais com finalidade
INTERMINISTERIAL Nº 001 2012 de peixes orna-
ornamental ou de aquariofilia.
mentais
INSTRUÇÃO NORMATIVA Altera redação dos Arts. 3º, 6º e 8º da Instrução Normativa Intermi-
De 28 de feve- Alterações a INI Nº
INTERMINISTERIAL MPA/ MPA/MMA nisterial nº 01, de 3 de janeiro de 2012, publicada no Diário Oficial da
reiro de 2012 001/2012
MMA N° 3, União de 4 de janeiro de 2012, seção 1, páginas 26 a 42.
Art. 1º Estabelecer normas, critérios e procedimentos para a inscrição
Registro Geral da
INSTRUÇÃO NORMATIVA 29 de junho de de pessoas físicas no Registro Geral da Atividade Pesqueira - RGP
MPA Atividade Pesqueira
Nº 6 2012 nas categorias de Pescador Profissional Artesanal e de Pescador
- RGP
Profissional Industrial.
Art. 1º Fica proibido, anualmente, no período de 1º de outubro a 31
INSTRUÇÃO NORMATIVA 30 de setembro de março, a pesca, o transporte, a armazenagem, o beneficiamento e
MMA Defeso tambaqui
N°35 de 2005 a comercialização do tambaqui (Colossoma macropomum) na bacia
hidrográfica do rio Amazonas.
Art.1º Estabelecer normas, critérios e padrões para a exploração com
INSTRUÇÃO NORMATIVA De 22 de outu- Captura de arraias
IBAMA finalidade ornamental e de aquariofilia de exemplares vivos de raias
Nº 204, bro de 2008 ornamentais
nativas de água continental, Família Potamotrygonidae.
Art.1º Estabelecer critérios e procedimentos para a concessão de
Concessão de licen-
ISTRUÇÃO NORMATIVA 19 de novembro Licença para a venda de exemplares vivos de raias nativas de água
MPA ça para venda de
Nº 19 de 2013 continental, Família Potamotrygonidae, para fins de ornamentação e
arraias ornamentais.
de aquariofilia.
Art. 1º Estabelecer normas de pesca para o período de proteção à re-
5 de novembro produção natural dos peixes, na bacia hidrográfica do rio Amazonas,
PORTARIA Nº 48 IBAMA Defeso
de 2007 nos rios da Ilha do Marajó, e na bacia hidrográfica dos rios Araguari,
Flexal, Cassiporé, Calçoene, Cunani e Uaça no Estado do Amapá.
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CARTILHA SOBRE OS RECURSOS PESQUEIROS DO MÉDIO RIO XINGU, MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PARÁ)
Legislação Estadual
LEIS, PORTARIAS
DATA DA
E INSTRUÇÕES ÓRGÃO ASSUNTO REGULAMENTA/DISPÕE/STABELECE
PUBLICAÇÃO
NORMATIVAS
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a Política Pesqueira e Aquícola em todo o território
do Estado do Pará, com o objetivo de promover o ordenamento, o fomento e a
fiscalização da pesca e da aquicultura; a exploração sustentável e a recuperação
dos ecossistemas aquáticos; e o desenvolvimento econômico, social, cultural e pro-
fissional dos que exercem a atividade pesqueira e aquícola, bem como das comu-
Política de Pesca e
25 de janeiro de nidades envolvidas. Parágrafo único. Constituem áreas de exercício da atividade
Lei Nº 6.713 ALE/PA Aquicultura do
2005 pesqueira e aquícola, quando couber e observada a legislação federal aplicável,
Estado do Pará
as águas continentais e interiores, a plataforma continental, o mar territorial, a zona
economicamente exclusiva sob jurisdição nacional e o alto mar, de acordo com atos
e tratados internacionais firmados pelo Brasil, salvo as demarcadas para reservas
biológicas ou do patrimônio histórico e aquelas definidas como áreas de exclusão
para a segurança nacional e o tráfego aquaviário.
Art. 1º Fica instituído o segundo domingo do mês de julho, como o “Dia Estadual
14 de setembro
Lei Nº 6.901 ALE/PA Dia do Pescador do Pescador”, uma homenagem a todos esses trabalhadores rurais, de todas as
de 2006
regiões do Estado do Pará.
09 de dezembro Política de Pesca Art. 1º - Para os efeitos desta Lei, considerasse pesca esportiva, a praticada com
Lei Nº 6.167 ALE/PA
de 1998 Esportiva fins recreativos, cujo o produto não será objeto de comercialização.
Art. 1º As normas estabelecidas neste Decreto integram a Política Estadual de Pes-
Regulamenta a
24 de janeiro de ca e Aqüicultura e serão, obrigatoriamente, observadas na definição e execução
Decreto Nº 2.020 ALE/PA Política de Pesca e
2006 de quaisquer programas e projetos, de iniciativa pública ou privada, realizados no
Aquicultura
território do Estado do Pará.
Regulamenta a Lei
Estadual nº 6.167, Art. 1º - Constituiu atividade de pesca esportiva a praticada através da modalidade
06de julho de
Decreto Nº 3.551 de 7 de dezembro “pesque e solte”, com fins exclusivamente recreativos, vedada a comercialização
1999
de 1998, e dá outras de seu produto.
providências.
Institui o Programa
de Gestão Ambiental Art. 1º - Fica instituído o Programa Estadual de Gestão Ambiental da Pesca Es-
06 de julho de
Decreto Nº 3.553 ALE/PA da Pesca Esportiva portiva – PEGAPE, vinculado à Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Meio
1999
– PEGAPE, e dá Ambiente e sob a suspensão da Secretaria Especial do Estado de produção.
outras providências.
Legislação Municipal
LEIS, PORTARIAS
DATA DA
E INSTRUÇÕES ÓRGÃO ASSUNTO REGULAMENTA/DISPÕE/STABELECE
PUBLICAÇÃO
NORMATIVAS
Estabelece as seguintes Zonas de Proteção Ambiental:
• Do porto da Mineração São Francisco até a Aldeia Krokaimora;
• Igarapé Triunfo, desde a cachoeira Xateturu até a cachoeira do Urubu.
• São Francisco, do Porto Estrela até a fronteira com Altamira.
• Rio Fresco, em toda a sua extensão.
Prefeitura
- Nestas áreas fica proibida a pesca com fins comerciais no leito do rio
10 de outubro Municipal de Zonas de Proteção
LEI Nº 57 Xingu e seus afluentes.
de 1997 São Félix do Ambiental
É permitida a pesca artesanal quando praticada com linha de mão, para
Xingu
subsistência;
É permitida a pesca esportiva quando praticada com linha de mão e
qualquer forma de mergulho, sem fins comerciais.
É proibido pescar em qualquer igarapé do município de São Félix do
Xingu para fins comerciais.
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CARTILHA SOBRE OS RECURSOS PESQUEIROS DO MÉDIO RIO XINGU, MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PARÁ)
LEIS, PORTARIAS
DATA DA
E INSTRUÇÕES ÓRGÃO ASSUNTO REGULAMENTA/DISPÕE/STABELECE
PUBLICAÇÃO
NORMATIVAS
Dispõe sobre a criação do Conselho Municipal e Fundo Municipal de Turismo e Meio
Ambiente
O Conselho Municipal de Turismo e Meio Ambiente – CMTMA
• Tem caráter permanente e deliberativo
• É composto por representantes governamentais e não governamentais (que de-
vem ser eleitos em Assembleia Geral.
• Deve aprovar as políticas do Turismo e Meio Ambiente,
Conselho e • Deve definir prioridades de aplicação e execução dos programas e projetos muni-
Prefeitura Mu-
13 de agosto Fundo Municipal cipais relativos ao Turismo e Meio Ambiente,
LEI Nº 118 nicipal de São
de 1999 de Turismo e • Deve ter um regimento interno.
Félix do Xingu O Fundo Municipal de Turismo e do Meio Ambiente – FMTMA
Meio Ambiente
• Tem a finalidade de incrementar as ações ambientais e turísticas.
• Possuem recursos provindos de ONGs, empresas, pessoa física, doações, au-
xílios, aplicação financeira, convênios, vendas e publicações ligadas ao FMTMA.
CAPITULO III – DA POLÍTICA AMBIENTAL
A política ambiental do município de São Félix do Xingu
• Será dada por meio de implementação do turismo, defesa do meio ambiente e
capacitação da mão-de-obra do setor.
Dispõe sobre a regulamentação da Atividade da Pesca Amadora
• A pesca amadora é aquela exercida com a finalidade de turismo, lazer e desporto;
• Fica estabelecida a quantidade máxima de 25 kg de peixe mais uma matriz por
turista.
Prefeitura Mu- • A Licença de Pesca Amadora é documento comprobatório de autorização e é emi-
LEI Nº 127 1999 nicipal de São Pesca Amadora tido pelo órgão público municipal competente.
Félix do Xingu É proibida a comercialização ou industrialização da produção capturada.
É permitido a captura apenas com linha de mão, puçá, caniço simples ou com molinete
ou carretilha, anzóis simples e garatéias naturais e artificiais.
Na pesca subaquática é permitido o uso da arma de mergulho.
É proibido a captura de espécies em extinção ou ameaçadas de e tinção.
Dispõe sobre a captação, transporte e comercialização de produtos derivados da Pes-
ca Amadora e Profissional no município de São Félix do Xingu
Proibido: a pesca com aparelhos, apetrechos, técnicas e métodos que comprometem
o equilíbrio das espécies, como as armadilhas tipo: tapagem, cercado, curral, rede
malhadeira, tarrafa, espinhel, pinda- bóia, jiqui e quaisquer outros métodos conside-
rados predatórios.
• Fica estipulado a quantia máxima de 1000 quilogramas por semana para toda e
qualquer produto derivado da pesca.
Prefeitura Mu- Captação, • As Associações ou Colônia de pescadores profissionais e os estabelecimentos
DECRETO Nº 803 2005 nicipal de São transporte e comerciais deverão solicitar a SEMATUR a autorização para comercialização do
Félix do Xingu comercialização pescado.
• Os pescadores amadores só poderão transportar para fora do município a quan-
tidade de 10 quilogramas e mais um exemplar, desde que respeitem os tamanhos
mínimos. É proibido: a pesca profissional nos igarapés: Bom Jardim, Baú, Floresta,
São Francisco, Mucura, Xadazinho, Riozinho, Maguari, Araraquara, Tabão, Triunfo,
Primavera, São Sebastião, Rio Pardo e todos os demais afluentes que formam as
bacias do rio Xingu, Rio Fresco e Rio Iriri.
Fica totalmente proibido: a atividade pesqueira nas áreas indígenas e a comercializa-
ção dos produtos dessa atividade.
Institui o novo código Municipal de Meio Ambiente. Revoga a Lei Complementar Nº
11/2003
Na atividade pesqueira é proibido a utilização de quaisquer tipos de malha ou espinhel
Prefeitura Mu- Código municipal durante o período de piracema.
LEI COMPLEMEN- 25 de maio de
nicipal de São de Meio Am- Na pesca esportiva é permitido a modalidade de pesque e solte, com captura e trans-
TAR Nº 016 2007 porte de até dez quilos de peixe inteiro e uma espécie para o consumo próprio.
Félix do Xingu biente
Nas reservas e sítios pesqueiros fica proibido o uso dos seguintes apetrechos consi-
derados predatórios: anzóis com farpa, zagaias, arpões, rede de malha, explosivos e
substâncias químicas, aparelhos elétricos e substancias tóxicas naturais.
Prefeitura Mu- Dispõe a proibição de comercialização e/ou vendas de ilhas, praias fluviais temporá-
1º de junho de Comercialização
LEI Nº 382 nicipal de São rias e terrenos marginais dos rios Xingu e Fresco, nos limites do perímetro urbano de
2009 e/ou vendas São Félix do Xingu.
Félix do Xingu
Prefeitura Mu-
2 de junho de Dispõe a proibição de retirada de areia dos leitos dos Rios Fresco e Xingu, no âmbito
LEI Nº 383 nicipal de São Retirada de areia
2009 do perímetro urbano de São Félix do Xingu.
Félix do Xingu
17
CARTILHA SOBRE OS RECURSOS PESQUEIROS DO MÉDIO RIO XINGU, MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PARÁ)
OS PEIXES DOS RIOS XINGU igapó), onde tem grande quantidade de alimento;
E FRESCO
3) migrações ontogenéticas (ou de crescimen-
Nos rios da Amazônia podemos encontrar o to): onde, pelo menos, uma das fases de vida do
maior número de espécies de peixes de água peixe (jovem ou adulto) ocorre em um hábitat di-
doce do mundo, onde os pesquisadores acredi- ferente do ocupado no restante da vida.
tam que tenham entre 3.500 e 5.000 espécies
As espécies de peixes migradores podem ser
de peixes. Essa grande diversidade se dá pela
divididas em dois grandes grupos: as de planície
existência de diferentes ambientes tais como,
(terras baixas), como o jaraqui e curimatã, que
igarapés, rios, lagos, igapós, várzea, praias, pe-
migram centenas de quilômetros, e as de longa
drais, corredeiras e baías.
distância, que incluem os grandes bagres, como
dourada e piramutaba, que migram milhares
de quilômetros.
18
CARTILHA SOBRE OS RECURSOS PESQUEIROS DO MÉDIO RIO XINGU, MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PARÁ)
desenvolver antes do período de cheia e ama- pinhos de nadadeira) ou com base nas medidas
durecem quando as condições do ambiente são de comprimento dos peixes.
boas para a sobrevivência dos filhotes.
Informações sobre o crescimento de uma popu-
A cheia dos rios amazônicos proporciona o au- lação podem ser usadas para facilitar o enten-
mento de alimento e de áreas usadas para deso- dimento sobre variações no crescimento e na
va e berçário pelos peixes. Assim, a reprodução sobrevivência dos peixes em um determinado
de muitos peixes acaba sendo influenciada pela ambiente, ajudando a compreender fatores que
cheia do rio. afetam o sucesso no recrutamento. As ativi-
dades de desova ou mudanças nas condições
ambientais durante as estações de seca e cheia
TAMANHO MÍNIMO DE CAPTURA atuam como fatores restritivos ao crescimento.
19
CARTILHA SOBRE OS RECURSOS PESQUEIROS DO MÉDIO RIO XINGU, MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PARÁ)
Tabela 4 – Oito espécies que tiveram seu com- dantes e mais frequentes para os estudos de
primento total medidos em desembarques na biologia reprodutiva.
região de São Félix do Xingu.
Comprimento total
Peixe de consumo Médio Mínimo Máximo
(cm) (cm) (cm)
Tucunaré (Cichla melanie) 36 26 63
Pescada branca
44 29 64
(Plagioscion squamosissimus)
Fidalgo
52 41 67 Figura 11 – Métodos de captura dos peixes nos rios Xingu e
(Ageneiosus inermis)
Fresco no município de São Félix do Xingu.
Surubim
65 58 60
(Pseudoplatystomas punticfer)
Essas 12 espécies também são as mais captu-
Pacu branco
(Myloplus rubripinnis)
29 17 40 radas na pesca de subsistência ou comercial na
região. As mesmas tiveram seu sexo identifica-
Ariduia
34 26 44 do (macho ou fêmea) pela observação das gô-
(Semaprochilodus brama)
Curimatã (Prochilodus nigricans) 29 23 39 nadas (órgão reprodutivo) (Figura 12), o qual foi
avaliado quanto ao estágio reprodutivo (período
Piau (Leporinus fasciatus) 31 21 38
de desova).
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A atividade reprodutiva das espécies diminuiu a partir do mês de março, indicando que o período re-
produtivo acontece com maior intensidade no período anterior ao mês de fevereiro (Figura 13), nos
períodos de enchente e cheia.
PRINCIPAIS ESPÉCIES
DOS RIOS XINGU
E FRESCO
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TUCUNARÉ
Nome científico: Cichla melaniae Kullander & Importância na região: Pesca amadora/esporti-
Ferreira, 2006. va, comercial e de subsistência.
Dieta: Peixes.
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Dieta: Crustáceo.
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PACU-BRANCO PACU
Dieta: Onívoro com preferência de frutos e se- Importância na região: Pesca comercial, de
mentes. subsistência e amadora/esportiva.
Período de desova: Enchente.
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SURUBIM PINTADO
Dieta: Peixe.
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JARAQUI ARIDUIA
Adulto
Juvenil
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Dieta: Detritos.
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Dieta: Vegetais.
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BICUDA PIRAPUCU
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CONTAMINANTES AQUÁTICOS
A contaminação da água se dá pela introdução de micro-organismos, substâncias químicas e ou resídu-
os através de (ver Figura 25):
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Tempo de exposição: idade dos organis- Os solos das regiões mais afetadas pela contami-
mos, quanto mais velho mais tempo foi nação de Cr são Canópus e Chico Rogério, com
exposto. teores máximos que chegam até 340 mg/kg. A
contaminação por Cr também foi observada na
terra do fundo dos rios da região de Canópus (rio
Xingu) e Rio Fresco, indicando um acúmulo por
deposição dos metais liberados pela atividade
de garimpo. A figura abaixo (Figura 28) mostra a
Figura 26 – Representação esquemática do processo de variação do acúmulo de metais pesados no solo
bioacumulação. das regiões estudadas, onde são observados os
maiores níveis para os metais pesados Cr, Ni e
Pb em Canópus.
Diferentes níveis tróficos: do que se
alimenta e o quanto se alimenta. Metais no solo
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Realização: Apoio:
Ministério do
Meio Ambiente