Gestão de Eventos PDF
Gestão de Eventos PDF
Gestão de Eventos PDF
AIM ORION(
GESTÃO DE EVENTOS
FLORIANÓPOLIS
2007
AILIN ORIONI
GESTÃO DE EVENTOS
FLORIANÓPOLIS
2007
AlLIN ORIONI
GESTÃO DE EVENTOS
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado e aprovado, em sua forma final pela
Aproveito este espaço não apenas para agradecer a todos os envolvidos neste trabalho
mas, principalmente, a todos aqueles que de alguma maneira fizeram parte da minha jornada na
Primeiramente agradeço a minha família, por estar sempre presente, pelas demonstrações
de carinho e por sempre apoiarem e acreditarem nas minhas decisões. Mami, Papi. 'lincho:
Aos meus amigos Figuras, sem os quais não teria ótimas lembranças e saudades do meu
tempo de faculdade; Ana, Bruno, Cintia, F8, Laris, Thd, Pati, Nico, Cizinho e Vanzin, agradeço
por cada momento junto a vocês e por ajudarem a conquistar os meus objetivos. Choros, stress,
musicas, conversas, viagens e muitas, muitas risadas, guardarei sempre no meu coração.
Ao professor orientador Prof. Dr. Luis Moretto pela excelente orientação ao longo da
monografia e pela dedicação, disposição e comprometimento com o meu trabalho. Também devo
agradecer à professora Liane C. Hermes Zanella pelo conhecimento passado sobre diagnósticos e
contribuíram para o meu desenvolvimento profissional. Sem essas duas pessoas,. Ao Instituto do
Festival de Dança que abriu as portas desde o primeiro contato para a realização deste estudo.
Por fim, não posso deixar de agradecer ao meu "fi lhão - Duque, que literalmente esteve ao
meu lado durante todas as horas empenhadas no trabalho. e conseguiu me divertir nas horas mais
(Jorge Orioni).
RESUMO
nste trabalho tem como objetivo analisar o ambiente interno do Instituto do Festival de Dança e
descrever a sistemática para a realização do evento cultural: "Festival de Dança de Joinville", no
segundo semestre de 2007. A justificativa para a realização do estudo se deu principalmente pelo
interesse da própria autora em conciliar a paixão pela arte com a sua profissão de administradora.
No que se refere A metodologia, o estudo se caracteriza como exploratório e descritivo, no que
tange aos fins, e como estudo de caso, documental e bibliográfica no que tange aos meios de
consulta a dados escritos, análise documental, por entrevistas pessoas semi-estruturadas e através
de contato eletrônico. A seqüência de estudos para a realização do trabalho se deu pelo resgate
bibliográfico sobre turismo e suas tipologias, corn maior abrangência no turismo cultural e na
organização de eventos, além do embasamento teórico sobre o diagnóstico organizacional. Num
segundo momento foi realizada a análise interna do Instituto do Festival de Dança, abordando
aspectos tais corm): estrutura organizacional, coordenação, planejamento e decisão. Num terceiro
e ultimo momento foi descrita a sistemática de realização do evento cultural pelo Instituto. Desta
11.)rma. o Instituto do Festival de Dança apresenta uma combinação de estruturas organizacionais;
estrutura simples e de rede orgánica, sua coordenação é predominantemente por ajustamento
mutuo e sua tomada de decisão tanto no planejamento estratégico, tático e operacional ocorre de
maneira participativa. Hoje, o Festival de Dança de Joinville é um evento de grande porte,
renomeado nacional e internacionalmente, fruto da sua ótima organização que se da ao longo do
ano e envolve a dedicação de urna equipe com mais de 500 colaboradores diretos e indiretos.
This work has as objective of analyze the inside environment of the "Instituto do Festival de
Dança" and its systematic to develop the cultural event "Festival de Dança de Joinville", in the
second semester of 2007. The justification for the accomplishment of the study if gave mainly
for the interest of the proper author in conciliating the passion for the art with its profession of
administrator. As for the methodology the study is characterized as explorer and descriptive,
about the ends, and as case study, documentary and bibliographical in what it refers to the ways
of investigation. Related to the data collection, primary and secondary, were collected from
Wri tt en data. documentary analysis, for half-structuralized personal interviews and through
electronic contact. The sequence of studies for accomplishment of the work was a bibliographical
rescue about the tourism and its typologies, with a larger rescue in the cultural tourism and the
organization of events, beyond the theoretical basement on the organizational diagnosis. At a
second moment the internal analysis of the Institute of the Festival of Dance was carried through,
approaching aspects such as; organizational structure, coordination, planning and decision. At
one third and last moment the systematic of accomplishment of the cultural event for the Institute
was described. In such a way, the Institute of the Festival of Dance presents a combination of
organizational structures; simple structure and of organic net, its coordination is predominantly
for mutual adjustment and its taking of decision in such a way in the strategical planning,
operational tactician and occurs in participative way. Today, the Festival of Dance of Joinville is
a big W ell-known national and internationally event, fruit of its excellent organization that takes a
place throughout the year and involves the devotion of a team with more than 500 collaborating.
LISTA DE QUADROS 9
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO II
2 OBJETIVOS 13
2.1 Objetivo Geral 13
2.2 Objetivos Específicos 13
2.3 Justificativa 13
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 15
3.1 Turismo 15
3.1.1 Tipos de turismo 16
3.1.1.1 Turismo cultural 16
3.1.1.2 lUrisma de eventos 17
3.1.2 FVCIltOS especiais 19
3.1.2.1 Tipos de eventos especiais 20
3. 1.2.2 Tipologia dos eventos 22
3.2 As entidades representantes do setor de organização de eventos 25
3.3 A organização de um evento 27
3.3.1 Concepção e planejamento 29
3.3.2 A instituição organizadora . 33
3.3.3 Fstrat6gias globais 35
3.14 A coordenaçao e a equipe do evento 39
3.3.5 Tipo e número de participantes e espectadores 41
3.3.6 Local, data e horário 42
3.3.7 Patrocinadores ou promotor 43
3.3.80 projeto 45
3.4 Diagnostic o organizacional e o ambiente interno 45
3.4.1 rstrutura organizacional 49
3.4.2 . 1 . ipos de estrutura 50
3.4.2.1 Organizacilo de linha 53
3. 4. 2.2 Organi=aceio Ancional 54
OrganizacCio de linha e assessoria 54
3.4.2.4 Estrwura simples 55
3.4.3 Divisão do trabalho 56
3.4.4 Coordenação 60
3.4.5 Formalização 65
3.4.6 Níveis hierárquicos 66
3.4.7 Amplitude de controle 67
3.4.8 Cadeia de comando 70
3.4.9 Centralização e descentralização 71
3.5 Planejamento e decisão 73
3.5.1 Planejamento 74
3.5.2 Decisão 82
4 METODOLOGIA 87
5 AN ALISE DOS DADOS 91
5.1 Festival de Dança de Joinville 91
5.1.1 Histórico 91
5.1.2 Caracterização do evento 96
5.2 Instituto do Festival de Dança 98
5.2.1 Caracterização geral 98
5.2.2 Anli Ilse interna 104
5.3 A organizac'ao pre-evento 113
5.4 Pontos fracos e fortes 114
CONCLUSÃO 119
REFERÊNCIAS 124
LISTA DE QUADROS
I INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
2.3 Justificativa
Por fim. o presente estudo vem ao encontro do interesse pessoal da pesquisadora pelo
desenvolvimento do assunto, vista a sua ligação com o tema sobre eventos culturais,
principalmente ligado à dança.
Dessa forma, o presente estudo será composto primeiramente por uma síntese
coneeitual de organizações de turismo eventos, diagnóstico organizacional enfatizando o
ambiente interno. A seguir. sera apresentada a metodologia utilizada, definindo e justificando
a utilização das técnicas para o levantamento e análise de informações; e, posteriormente, a
descrição e análise do caso, caracterizando a organização e analisando o ambiente interno e a
sistemática de organização de eventos, apontando pontos fortes e fracos.
15
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 Turismo
do domicilio habitual. também com o intuito de relaxar as tensões provenientes das atividades
rotineiras de trabalho.
Por fim. simplicando o conceito do turismo, Wahab (1977) apenas coloca que o
turismo é um importante fator social de ligação entre povos de regiões, línguas e gostos
di ferentes.
E é neste contexto que chega-se ao conceito mais desenvolvido, atualmente adotado
pela Organização Mundial do Turismo OMT — (1995):
A seguir, serão vistos alguns dos diversos tipos de turismos encontrados nos dias hoje,
que Permitirão obter maior conhecimento deste mundo de negócios promissor.
Urna vez que as necessidades dos indivíduos foram se modificando, e a busca por
novas fontes de lazer foram se intesificando, o turismo também aumentou a sua gama de
opqbes, oferecendo hoje diversos tipos de turismos, para satisfazer as diversas motivações
que levam as pessoas a se deslocarem do seu local de origem à procura deste lazer.
Desta maneira, Kuazaqui (2000) classifica os tipos de turismo em: agribussiness, de
negócios. de saúde. ecológico e ambiental, social, recreativo e de entretenimento, global,
urbano. de fins de semana e passeios rápidos esportivos e cultural. Por fim, o turismo de
eventos também é considerado urna das formas na qual o turismo se subdivide. No decorrer
do trabalho será detalhado o turismo cultural e o turismo de evento, base para embassamento
do tema proposto no trabalho em questão.
?. 1 1 1 THI - Rmo
ser humano. Dentre essas atividades turísticas, as principais que compõem o ramo, incluem-se
as festas folkóricas. apreciação de comidas e visitas a feiras ou artesanatos locais.
Corn o intuito de especificar e aprofundar o assunto, Funiber (2002) caracteriza o
turismo cultural corno atividade turística, a qual envolve a realização de viagens, visitas e
estadias a lugares geográficos, visando o conhecimento do passado histórico, artístico,
cultural e antropológico que fazem parte do patrimônio cultural da humanidade, através de
diversos monumentos históricos.
Vale ressaltar ainda que, o turismo cultural deve trazer benefícios tanto ao público
consumidor, como à comunidade anfitriã, além de propiciar importantes meios para conservar
e manter o patrimônio e suas tradições para as gerações futuras. Desta forma também
percebe-se a ligação dos princípios do turismo sustentável aplicados as atividades turísticas
culturais. (MACHADO, 2005)
Este ponto é extremamente importante uma vez que, não existindo uma real
preocupação para uma gestão eficaz e consciente dos recursos utilizados nas atividades
turísticas, e das suas partes envolvidas, há grandes chances de pôr o patrimônio cultural e
natural em risco, tanto na sua integridade ou das características próprias (FUNIBER, 2002).
Por fim, Machado (2005) destaca outra ameaça potencial que é a mercantilização sem
limites da cultura, a qual pode descaracterizar traços e elementos de referência dos povos
envolvidos. Assim sendo. o autor defende que urn evento de natureza cultural precisa refletir
fatos e valores das comunidades envolvidas.
concentrar-se na baixa estação. Desta maneira, observa-se que em sua maioria, os eventos
independem de fatores climáticos, sempre limitados para iniciativas do turismo tradicional.
Confirmando esta informação, Ribeiro (2005) expõe que um dos destaques da realização de
eventos em relação ao turismo convencional, é a sua capacidade de atração constante,
independente da época. enquanto que no tradicional é mais acentuado nos períodos de férias e
feriados prolongados, incorporando aspectos de modismos e tendências.
Vale ressaltar portanto que um dos pontos cruciais para o sucesso evento proposto é a
infra-estrutura do local destino, visto que é a partir desta base que pessoas relacionadas direta
ou indiretamente ao evento irão auferir lucros e beneficiarse com o mesmo.
Para Lemos (2000, p.30) apud Moraes (2001,p.8):
"0 evento não pode, apesar do nome, ser um fenômeno isolado dentro de um
processo turístico é necessário uma politica de eventos inserida dentro do
planejamento turístico das cidades. Órgãos governamentais e empresas de eventos
precisam trabalhar juntos e integrados em um planejamento estratégico para que a
sociedade participe e se beneficie dos resultados sociais, econômicos não sendo
mera imagem ou vitrine artificial montada ou desmontada para a experimentação
do fenômeno em si. Desta forma a política de eventos deve mobilizar os valores
sociais autênticos da localidade a fim de que sejam sustentáveis e pennanentes, não
só o evento cm si, mas o processo turístico de agregação de valor".
viajante a negócios e/ou eventos consome quase três vezes mais do que a de lazer e, se bem
atendido, ha grandes chances de se tornar cliente do evento.
Já as peculiaridades que podem se destacar quanto ao volume são: número médio de
participantes varia em função da tipologia — cada tipo de eventos tem suas diferenças e
características quanto ao formato, operação, entre outros; volume gerado — o autor expõe que
o turismo de eventos é um dos melhores segmentos para se trabalhar, considerando o gasto
médio do turista de negócios, e; o fenômeno de eventos correlatos — todo segmento
econômico possui eventos similares ou cotTelados e é pelo conhecimento dos mesmos que
pode-se aproveitar e usufruir das infinitas oportunidades de maximização de resultados.
Por fim, vale destacar que os eventos possuem uma série de impactos, tanto positivos
quanto negativos, seja em suas comunidades locais e nos parceiros. Neste contexto Allen et al
(2003) acreditam que é dever do gerente de eventos identificar e prever tais impactos, para
então administrá-los de forma a atingir o melhor resultado para todas as partes envolvidas,
atim de quen no final, o impacto de evento como um todo seja positivo. Os autores colocam
ainda que, para que isto aconteça, faz-se necessário identificar os impactos positivos para
encorajá-los e maximizá-los ,e desta forma, contrabalancear com os impactos negativos. Estes
impactos negativos, por sua vez, freqüentemente podem ser tratados através da
conscientiza0o e interveçâo, com o auxilio de um bom planejamento.
1. Evento especial é todo evento excepcional ou infreqüente que aconteça fora dos
programas ou atividades normais do grupo patrocinador ou organizador.
2. Para o consumidor ou visitante, o evento especial é uma oportunidade para uma
atividade social, cultural ou de lazer fora do âmbito normal de escolhas ou além da
vivência cotidiana.
Após realizada uma classificação abrangente dos eventos especiais, faz-se necessária uma
melhor explanação sobre assunto, para melhor detalhamento destes tipos de eventos.
Os eventos especiais são dispostos de acordo com o seu porte e escala. As categorias
comuns são megaeventos, eventos de marca e eventos de grande porte, embora as definições
não sejam exatas e as diferenças sejam imprecisas. Os eventos também são classificados
conforme seu propósito ou o setor específico ao qual pertencem, como por exemplo, eventos
públicos, esportivos. turísticos ou corporativos (ALLEN ET AL, 2003).
Segundo Allen et al (2003) os megaeventos são aqueles cuja magnitude influencia
economias inteiras além de repecurtir na mídia global. 0 volume de visitantes deveria
exceder de um milhão e seu orçamento de, pelo menos, US$500 milhões. Complementando,
hall (1992) acredita que megaeventos, a exemplo das Feiras Mundias e Exposições, a Copa
do Mundo ou as Olimpíadas, são eventos especificamente voltados para o mercado de
turismo internacional e podem ser descritos como "mega" em função de sua grandiosidade
cm termos de público, mercado-alvo, nível de envolvimento financeiro e social da
comunidade anfitriã.
Por outro lado, os eventos de marca são os eventos que se tornaram tão identificados
corn o espirito ou mentalidade de um povoado, cidade ou regido, que se tornam sinônimo do
21
nome do local, além de obterem amplo reconhecimento e percepção (ALLEN ET AL, 2003).
Assim sendo. Ritchi (184, p.2) apud Allen et al (2003) define estes eventos como "eventos
grandes de caráter extraordinário ou periódico de duração limitada, desenvolvidos
primordialmente para ampliar a conscientização, o apelo e a lucratividade de um destino
turístico a curto e/ou longo prazos". 0 mesmo autor coloca que, para alcançar o sucesso,
esses eventos contam com a singularidade, o status ou o senso de oportunidade em gerar
interesse e atrair atenção.
"Tais eventos, identificados com a própria alma desses lugares e seus cidadãos, atraem
grandes somas em dólares, provocam uma forte sensação de orgulho local e reconhecimento
internacional" (ALLEN ET AL, 2003. p. 7).
Com o tempo, o evento e o destino se tomam inseparáveis. Cada vez mais as
comunidades e destinos necessitam de um ou mais eventos de marca para proporcional altos
níveis de exposição na midia e evocação positiva que ajudam a criar -vantagens competitivas.
Já segundo CasteIli (2001), os eventos classificados em fling -do do seu porte, ou
tamanho, seriam apresentados em termos de números de participantes da seguinte maneira:
eventos pequenos. até 200 participantes; eventos médios, de 200 a 500 participantes e eventos
grandes. acima de 500 participantes. Além desta classificação de acordo com o tamanho, o
autor agrupa os eventos em:
- eventos de caráter familiar: casamentos, batizados, aniversários, bodas;
- eventos de caráter profissionais: seminários, reuniões, ciclos de estudos, congressos;
- eventos de caráter social: concertos, bailes, desfiles;
- eventos de caráter politico: convenções;
- eventos de caráter religioso: assembléias;
- entre outros.
Castelli (2001) conclui a sua classificação de eventos, dividindo estes por setor ou área.
como por exemplo, alimentos/bebidas, brinquedos, educação. meio ambiente, transportes,
saúde, etc.
Ainda sobre a classificação dos eventos, o Senac (2000) apud Moraes (2001)
apresentam outra maneira de agrupamento dos eventos, de acordo com algums critérios
como: data. per fi l dos participantes e objetivo. Vale lembrar que o autor também agrupa os
eventos por dimensão, isto é porte do evento, utilizando a mesma classificação anteriormente
citada por Allen et al (2003).
A data de realização de um evento pode ser fixa, móvel ou esporádica. Os eventos
com data fixa, isto é, com data de realização invariável, tais como as comemorações cívicas
22
ou religiosas, as quais são relaizadas todos os anos, no mesmo dia ou com periodicidade
determinada.
Já os eventos corn data móvel caracterizam-se corn data variável, porém acontecem
regularmente. Variam conforme o calendário ou interesse da organização promotora. Por fim,
os eventos com data esporádica acontecem em função de fatos extraordinários, porém
previsto e programados.
Em se tratando do perfil dos participantes, estes podem ser geral, quando o evento é
organizado para uni público não definido, ou dirigido para um público especifico que possui
afinidades com o tema proposto. Desta forma, o evento especifico é realizado para um
público claramente definido em função do ser interesse, envolvimento ou da identificação
corn a area de atividade em questão.
Por ultimo, ou agrupamento de acordo com o objetivos, ocorrem por objetivos
científicos ou culturais , que tem como objetivo a apresentação ou discussão de um ou mais
temas. ou comercial, que tern como principal objetivo a comercialização de um ou mais
produtos.
• Por categoria
- Institucional: evento o qual visa criar e firmar o conceito e/ ou a imagem da empresa,
entidade, governo ou a personalidade;
- Promocional: evento que visa a promoção de um produto ou serviço de uma
empresa. governo, personalidade ou entidade, com fins mercadológicos explícitos.
- Cultural: eventos que tem por meta ressaltar os aspectos da cultura, para
conhecimento geral ou promocional;
- Educativa: quando o objetivo principal é a educação;
- Cívica: quando aborda temas ligados à Pátria;
- Empresarial: ligado as realizações das organizações;
- Turística: visa a exploração dos recursos atrativos de um destino, durante uma
viagem.
• Por tipo
- Fórum: tipo de reunido, com características menos técnicas, cujo objetivo central é
estimular a efetiva participação de um público expressivo, como o intuito de formar
opinião;
- Brainstorming: este evento consiste numa reunião que visa estimular a comunicação
de idéias por pane de um grupo, organizado para este fim. Primeiramente todas as
idéias são aproveitadas, sem nenhum tipo de censura, logo, sea() analisadas e filtradas
conforme suas potencialidades de aplicação;
• ABEOC
• ABRACCEF
• UBRAFE
• COCAL
• 1CCA
Reina mento
2. Estudo de viabilidade:
* relação custo-beneficio do evento
* recursos requeridos pelo evento
5. 0 evento
* re finamentos
* resolução de problemas
6. Finalização
- 7 1% al iiie5o e feedback
produzir o evento. Estas metas são geralmente apresentadas através de um relatório por
escrito como parte do contrato ou descrição de função do gerente de eventos. Caso esse
relatório ainda não tenha sido feito, é útil dedicar algum tempo para aclarar as metas e colocá-
las por escrito corno um ponto de referência par aa organização do evento, e como uma
diretriz para a avaliação de seu possível sucesso (ALLEN et al, 2000).
Uma vez definida a organização que irá conceber o evento, deve-se então partir para
os objetivos gerais e específicos do evento em questão, onde serão desevolvidas e
aprimoradas as atividades e atitudes que irão compor o plano de ação, isto 6, as estratégias.
Dentre elas, as que merecem destaque são: o ternário, os objetivos gerais e específicos, a
c , colha do local, a data e horário, a estratégia de comunicação, levantamento de recursos do
promotor ou patrocinadores, captação de recursos, planejamentos dos recursos materiais e
equipamentos, planejamento dos recursos humanos, entre outros.
Vale lembrar que estes aspectos devem ser tratados de maneira especifica e detalhada,
focada para cada situação, ambiente e público alvo que se quer atingir, visando caracterizar a
personalidade que o evento irá apresentar. Neste contexto, Allen et al (2003, p.23) colocam
que:
"Um elemento crucial na criaçâo de um evento é a compreensão do ambiente do
evento. 0 contexto no qual o evento ocorrerá sera a principal determinante para o
seu sucesso. A fim de compreender esse ambiente, o gerente de evento
primeiramente precisa identificar os principais participantes - os parceiros, as
pessoas e as organizações provavelmente afetadas por ele. O gerente de eventos
precisa, então, analisar os objetivos desses principais participantes - o que cada um
deles espera ganhar como evento, e que forcas atuando sobre eles possivelmente
afetarão suas respostas ao evento. Uma vez compreendido esse ambiente, o gerente
de eventos estará, então, em melhores condições de combinar os elementos
criativos do evento e de lhes conferir um formato e um tratamento no sentido de
obter melhores resultados para o evento."
irão surgir. mas o processo deve ser encarado com exploratório, sem se preoucpar em chegar
de imediato a conclusões determinadas (ALLEN ET AL, 2003).
Uma vez iniciada a reunião com os diversos parceiros, as idéias começarão a fluir, o
importante nesta etapa inicial ignorar restrições quanto à parte pratica — custos, escala,
viabilidade, já que a tarefa principal neste momento é criar e imaginar, e nenhuma idéia
deverá ser descartada como por demais incoerente para se levar a serio.
De acordo com Allen et al (2003) o objetivo é descobrir a idéia certa, aquela que
repercuta de forma tal que todos consigam perceber e apreciar, sendo inspirada pelo desafio e
pelo potencial que oferece. É neste ponto também que a influência do diretor para conduzir a
reunião e impulsionar a geração de idéias torna-se fundamental, para logo sintetizar todo o
conteúdo e escolher a idéia que estaja aliada aos objetivos do evento e seja factível
considerando os recursos disponíveis Em geral, esse processo poderá requeerer algumas
reuniões e semanas ou meses de paciência, e muito trabalho, mas os resultados valerão a pena
se for alcançada unia visão compartilhada e apoiadas por todos os parceiros do evento capaz
de inspirar confiança e compromisso (ALLEN ET AL, 2003).
Junto com a definição do tema e o conceito do evento, normalmente é escolhido o
slogan e a programação visual. Nakane (2000, p.35) explica que "diferente do ternários, o
slogan de um evento é o resumo. em duas ou três palavras de impacto, que irá compor toda a
campanha de divulgação, é o nome do evento". Por outro lado, a programação visual consiste
na escolha de uma logomarca ou logotipo que sera utilizada também na campanha de
divulgação e na identificação visual do evento no dia de sua realização.
Junto à definição destes últimos aspectos, baseados no tema escolhido e no público-
alvo que se quer atingir, deve-se escolher a estratégia de comunicação, definindo os veículos
e ferramentas de comunicação que serão utilizados. Vale lembrar que esta fase deve ser
conciliada à orientação financeira, já que normalmente o investimento é bastante elevado.
Nakane (2000) apresenta alguns dos meios mais tradicionais de comunicação:
- Mala direta: ferramenta de marketing utilizada para atingir o público por meio de
correspondência, via correios ou empresa partivular;
- Cartazes: folhas de papel de medida variável (48X32 ou 54X36) que contêm
algumas informações básicas sobre evento e são fixados em pontos estratégicos onde o
público-alvo tende a frequentar (universidades, pontos comerciais, academias, clubes, etc);
- Press Release: instrumento de comunicação dirigido exclusivarnente para a
imprensa escrita e eletrônica, no intuito de despertar o interesse dos jornalistas em realizar
matérias que noticiem o aconteeiemento;
38
Segundo o mesmo autor, é nesta fase que a habilidade de delegação de tarefas torna-se
crucial. já que se o coordenador for capaz de repassar tarefas a alguém mais ágil e eficaz em
determinada situação, ele poderá focar os seus esforços em tarefas que demandem mais
responsabilidade e supervisão.
Entende-se então que a função do coordenador é fundamental para o sucesso de um
evento, já que é nele que recaem todas as responsabilidades de ordem geral e, principalmente,
de ordem estratégias. É por isso que a pessoa nesta função não deve medir esforços e usufruir
ao máximo das suas competências junto com a sua equipe. Por fim, Nakane (2000) coloca
que importante a definição de um cronograma afim de aglutinar em fases distintas as
atividades e os prazos para sua realização. Precisa-se realizar urna revisão periódica e o
acompanhamento de cada item para evitar surpresas desagradáveis e revisar a cronologia
estipulada, caso seja necessário. 0 autor afirma também que toda estrutura administrativa
deve ser visualizada em um organograma, servindo como instrumento de controle na tomada
de decisões e na definição de responsabilidade pelas coordenadorias e as suas equipes.
Neste contexto, as cordenadorias auxiliariam num melhor rendimento no processo
como um todo e poderiam ser divididas, segundo Nakane (2000) pelas áreas de
administração, logística, financeira, comercialização e comunicação.
41
Uni aspecto fundamental num evento são os seus participantes, ou seja, é o interesse
deles pelo tema do evento que realmente alavanca o próprio evento, e é por isso então que a
seleção dos mesmos deve receber uma atenção muito especial.
42
0 lugar onde acontece um evento proporciona o entorno físico que pode facilitar ou
inibir as atividade programadas pela organização. Neste contexto, Nakane (2000) acredita que
urna parcela considerável do sucesso de um evento especial deve-se também à escolha do
local. Portanto faz-se necessário investigar as condições e facilidade de acesso, incluindo
gama de transportes adequados ao público (transporte coletivo — ônibus, táxi, metrô, trens
urbanos, vans - e transporte individual — estacionamento), assim como verificar se as
instalações internas são compatíveis com o evento em termos de capacidade, conforto,
recursos tecnológicos e visibilidade.
43
Portanto. Richero (1999) explica que os lugares mais comuns para realização de
eventos são lugares especiais como centro de conferencias e eventos, já equipados para
brindar maior conforto e facilidades tanto para os participantes, bem como para aqueles que
organizam o evento. Acrescentando os aspectos que devem ser considerados para esta
escolha, o autor coloca ainda o lugar geográfico, os serviços e os costos.
Outro fator, que aliado a escolha do local, tem grande apelo junto ao público alvo é a
definição da data. do horário e da duração do evento. Este fator dependera, primeiramente das
condições institucionais, isto é, se a coordenação dispõe de outras atividades paralelas no
mesma data que influenciarão, normalmente, negativamente na eficiência do evento
pretendido. Em relação a este fator, Magnavita (2000) considera essencial observar fatores
como: proximidade de feriados prolongados e festa populares; realização de eventos do setor
em outros locais; realização de evento de grande porte, assim evitando dispersão de público.
A duração, por sua vez, depende dos temas selecionados, sua especificidade, complexidade
e. na maioria das vezes, dos recursos financeiros disponíveis (RICHER°, 1999). Assim
sendo, vale lembrar que quanto maior a duração do evento, maior a oportunidade de
estabelecer relações mais estreitas e profundas entre os participantes, maior o intereambio de
idéias e o aprofundamento no tema em questão. Entretanto, deve-se considerar também que
uma duração muito prologada poderá acarretar também problemas interpessoais e financeiros.
Após serem vistas estas questões, poderá se fazer um levantamento aproximado dos
gastos, custos e investimentos necessários para a realização do evento, e assim, iniciar a
captação dos recursos que irão viabilizá-lo.
Todo projeto. neste caso os eventos, mesmo que beneficientes implicam em custos e
recursos para viabilização das suas atividades. Assim sendo, muitas vezes os recursos são
provenientes de um promotor, ou ainda de apoios e patrocínios. Para melhor entender a
di ferenciação entre estes profissionais, Nakane (2000) descreve as suas principais
características. Desta forma, o autor defende que apoio é uma forma de participação pela
qual uma pessoa física ou jurídica, em troca de serviços, tem um espaço publicitários
previamente combinado na campanha de divulgação do evento. Por outro lado, o patrocínio é
um in% estimento que uma empresa faz, utilizando parte da sua verba de marketing, para
cohrir custos do evento em troca de retorno de imagem.
44
Assim, faz-se importante a identi fi cação, por parte dos gerentes, do que exatamente os
patrocinadores esperam de urn evento, e o que o evento pode fazer por eles ja que, muitas
vezes, suas necessidades podem não concidir com as da organização an fi triã ou com as do
gerente do evento. Allen et al (2003) explicam que o número de freqüentadores no evento
pode não ser tão importante para eles quanto a cobertura da mídia por ele gerada, talvez seja
importante ao seu principal executivo atuar oficialmente ou ganhar acesso junto As
autoridades públicas ern uma atmosfera descontraida. Eles também podem estar em busca de
mecanismos para impulsionar as vendas ou simplesmente desejam fortalecer os
relacionamentos corn clientes através de atividades sociais. Portanto, o gerente de eventos
deve aproveitar a oportunidade para ir além do acordo de patrocínio formal, tratando os
patrocinadores corno sócios do evento, já que algumas das melhores idéias para eventos
podem surgir dessas parcerias.
Nexte contexto, vale ressaltar a ligação existente entre os patrocinadores e a mídia .
Allen et al (2003) destacam que a expansão da midia e a proliferação de sistemas de
tecnologia tais como a televisão a cabo e a Internet, ocasionaram uma busca inédita pelos
,
produtos de midia, e dessa maneira, acobertura global das organizações de mídia transformou
a vila global numa realiadade de midia.A revolução na midia, por sua vez, ocasionou uma
re N olução nos eventos.
Portanto , os autores defendem ainda que o eventos têm muito a ganhar com essa
evolução, principalmente os patrocinadores da mídia e o pagamento dos direitos de
transmissão, uma vez que seu valor para estes patrocinadores comerciais é grandemente
aumentado pela cobertura e perfil da mídia. No entando, vale ressaltar que o interesse da
midia por eventos provavelmente continuará a crescer na medida em que consiga
proporcionar credibilidade comunitária e atrair patrocinadores comerciais. Assim sendo, o
papel dos meios de comunicação pode variar do patrocínio à participação efetiva no papel de
sócios — ou produtores — do evento.
Uma vez que o patrocínio de um evento implica na colaboração de duas ou mais
instituições para efetivar o mesmo, faz-se necessária a obtenção de interesses comuns entre
estas instituições para o tema tratado que, muitas vezes, pode ser o próprio governo. Richero
(1999) coloca que o patrocínio deve ser fixado previamente e os compromissos de cada parte
devem estar claramnente estabelecidos, com minuciosos detalhes das responsabilidades de
cada urn. 0 autor recomenda portanto, a nomeação de um representante de cada instituição, o
qual irá trabalhar coordinadamente com as demais partes integrantes do evento e realizar um
planejamento efetivo do mesmo.
45
3.3.8 0 projeto
faz-se necessário que a organização procure estar em constante mudança para se adaptar a este
meio imposto.
Dessa maneira, ter um horn conhecimento a respeito da organização e de suas
atividades. processos e características. além de manter - se informada sobre o ambiente no qual
está inserida, torna-se imprescindível para um processo de mudança mais seguro e eficaz.
Para se fazer a análise de tais aspectos, o diagnóstico organizacional é um instrumento
bastante eficaz. Conforme Coopers e Lybrand (1996, p. 119):
Assim. Coopers e Lybrand (1996, p. 119) dizem que; "qualquer visão da organização
sera necessariamente parcial e que é preciso usar uma metodologia estruturada e somar
diferentes visões para retratar convenientemente o objeto de análise".
O diagnóstico organizacional é um processo de análise externa e interna que deverá ser
integrado, continuo e sistêmico. Sendo assim, deve-se analisar o ambiente no qual a
organização esta inserida e suas variáveis, identificando ameaças e oportunidades, alem de ter
pleno conhecimento de seus pontos fortes e fracos para enfrentar a situação ambiental.
Coopers e Lybrand (1996, p. 121) propõem que o diagnóstico seja baseado em tees
elementos:
a) Estratégia, que mostra a relação da organização com meio ambiente, incluindo
concorrentes, fornecedores, clientes e comunidade.
b)Estilo Gerencial, que envolve os aspectos culturais mais voltados para a relação
líder-liderado, configuração de poder e processo decisório.
c) Estrutura, que descreve a organização em termos de divisão de tarefas, relações
interfuncionais e processos de trabalho.
Dessa forma fica claro que a divisão do ambiente em externo e interno é feita somente
para tins didáticos, pois os dois se autocompletam. Os relacionamentos que a organização
estabelece com o meio no qual está inserida pode refletir no modo em que ela organiza seus
processos e recursos, ou seja, como ela é estruturada internamente.
Para facilitar o estudo, a estrutura das organizações pode ser dividida nas seguintes
variáveis: divisão do trabalho e especialização, coordenação, níveis hierárquicos,
formalização, amplitude de controle, cadeia de comando, centralização e descentralização,
além dos diferentes tipos de estrutura.
O ambiente interno pode também ser considerado como a interação dos fatores internos
A organização como recursos materiais e pessoais, processos, estruturas formal e informal
entre outros que em conjunto provocam reflexos no ambiente externo.
relação
são as deficiências que provocam uma situação desfavorável para a organização em
ao seu ambiente.
Visto a importância do estudo do ambiente interno de uma organização, para se obter
o conhecimento das habilidades e competências que terão possibilidade de alavancar a
organização, frente ao ambiente externo, o presente estudo visa aprofundar o conhecimento
teórico nesta linha para, posteriormente, aplicar os métodos de análise do ambiente interno
em urna organização.
Dessa forma, para melhor análise do ambiente interno segue-se os conceitos e a
importância de cada variável que compõe a estrutura organizacional: divisão do trabalho e
especialização, coordenação, formalização, níveis hierárquicos, amplitude de controle, cadeia
de comando, centralização e descentralização, supervisão direta, além dos tipos de estrutura
que podem ser caracterizados como linear, funcional, de linha e assessoria ou de estrutura
simples.
Cabe ressaltar que todas as variáveis mencionadas devem ser vistas em conjunto, visto
que estão totalmente interligadas umas as outras, formando todo o contexto de estrutura
organizacional.
Toda organização possui uma estrutura, onde suas atividades são divididas,
organizadas e coordenadas. Essa divisão de tarefas dinamiza o funcionamento da organização
de modo que cada indivíduo seja especialista em uma única função ao invés de realizar várias
tarefas sendo nenhuma delas bem executadas.
A estrutura de urna organização na visão de Jucius e Schlender (1978), consiste na
anatomia na qual a empresa opera a fim de dar uma disposição sistemática ao trabalho a ser
tscito, englobando desde as tarefas mais simples h divisão mais importante. Os autores
afirmani ainda que a estrutura organizacional é o arcabouço de responsabilidades, autoridades
e comunicações de indivíduos em cada unidade organizacional.
De acordo com Daft (1999), os três principais componentes que definem a estrutura
organizacional são:
a) a estrutura organizacional mostra as subordinações, o número de níveis
hierárquicos e a abrangência de controle dos supervisores e gerentes.
50
MODELO 0 CARACTERÍSTICAS
0 0 0 • Pressupõe estabilidade ambiental
Burocracia rigida
• Poder de decisão é
00000000 individualização e centralização
• Operações e tarefas são bem
identificadas
... ..... • Pressupõe ambiente estável com
lliirocracia cooduzida
eventuais imprevistos
poi. comitê 0 0 0 -. • Poder decisório é exercido por
.-77...., — ......... corn it
000000000 • Existe variedade na condução
das divisões ou áreas
0 • Pressupões necessidade de
Burocracia com
perspectiva interdepartamental
grupos, comitês e task- ç'.' 0 0 O .: • Nível de comunicação é superior
........
forces (b o o (''..,,
--...../
o o o ..... '..- •
aos anteriores
Lealdade aos grupos 6
condicionada aos interesses dos
departamentos
Organização Matricial • Pressupõe balanceamento de
0 0 0
poder entre
0 0 0 0 funções/departamentos e
processos
0 0 0 0 • Busca maximizar a utilização de
recursos e orientação de esforços
0 0 0 0
• Exige maturidade dos lideres e
liderados para contornar os
conflitos de interesses
Organização baseada :
.. • Pressupõe a busca de
em projetos ....-........
.. .., ‘- 0 i 0 ) flexibilidade, agilidade,
.. "---' ''' n'. - :::::: ... :.:. ............................ -•
, ...... .................... criatividade e capacidade de
............. inovação
OQ :. o o ',.. 01) 0) • Todas as tarefas mais
importantes são administradas
ou realizadas por grupos
• Coordenação é informal e
fundamentalmente ditada por
visões e significados
compartilhados.
Organização tipo rede . ......... ......
• Pressupõe existência de um
' 0 ---'
orgfinica on empresa • ' 0 0. grupo estratégico central
virtual 0 •• ' 0 • Utiliza terceirização em larga
0 • escala
0 0 • Não possui identidade clara c
...... ....• , .. 0
duradoura.
0' . ..- 0 ..\ .
o -1... ...................... ....frb o.
o 1
Quadro 1: Formas de organizae5:6 ............ .......... .
Por outro lado . Jucius e Schlender (1978) apresentam algum dos tipos de organização
formal encontrados:organização de linha, funcional e de linha e assessoria.
aganizacila de linha
Para os autores a forma natural de organização para uma pequena firma em seus
estãeios primitivos tenderia a ser do tipo de linha. Aqui são criadas as funções básicas da
omanização , essas funções se tornam o eixo da organização inteira. A autoridade desce numa
linha direta do superior ao subordinado, até o nível operativo, com cada executivo tendo
jurisdição e responsabilidade pelo desempenho de todas as atividades necessárias a esta
função principal. Nesse tipo de organização há pouca especialização; a prestação de contas é
(mica. ou seja, o subordinado presta contas somente ao patrão. 0 controle é centralizado já
que não há assessoria auxiliar para dar assistência ao executivo de linha ern tomar decisões ou
exercer controle.
Ainda segundo os autores dessa divisão, a grande vantagem desse tipo de organização
é a simplicidade de entende-las. As linhas de autoridade são diretas, não existe a questão de
quem um individuo tem de prestar contas, as decisões são tomadas com um mínimo de
delongas. Esse tipo de autoridade proporciona flexibilidade, pois o executivo pode tomar
decisões sem aviso prévio. Essa flexibilidade é realçada porque lid menor especialização do
pessoal.
Na opinião dos autores é que algumas desvantagens desse tipo de organização
apresentam sobrepujam as vantagens assim que a organização cresce além do ponto de firma
muito pequena. Caso as responsabilidades se sobrecarregarem em um só o executivo de linha,
logo que a firma começa a crescer suas funções com diversos sub-administradores, cada um
com autoridade de linha.
Esse tipo de organização pode ter eficácia caso a empresa seja realmente pequena
onde as tarefas não se encontram altamente especializadas, que os problemas não sejam
complexos e de preferencia que o empreendimento seja de curta duração e a proficiência
deve, em certo grau. ser sacrificada em beneficio da pressa na execução.
54
Organização funcional
Foi Frederick Taylor que determinou que a organização funcional devia aplicar o
principio da especialização de função para cada tarefa. Quanto mais especializada uma tarefa
mais eliciente seria a organização, permitindo que cada indivíduo tivesse autoridade para
tomar decisões e exercer comando em sua função particular. Cada indivíduo também poderia
ter que prestar contas a vários superiores, cada qual exercendo sua autoridade especializada
na tarefa.
O autor determina que a grande vantagem desse tipo de estrutura é que os indivíduos
tornam-se peritos numa determinada função. As desvantagens estão no fato de que pode
haver confusão quanto a quem um subordinado deve prestar contas, um enfraquecimento de
autoridade dos executivos de linha. A principal Area de uso dessa estrutura é seu alto valor
teórico, sendo que sua aplicação prática em forma pura de fato não ocorre.
Sua area de uso pode ser praticamente generalizada para quase todos os tipos de
organizações, excluindo as organizações muito pequenas, pois torna-se inviável
economicamente. Vem sendo não somente utilizada nas áreas de negócios mas também nas
áreas governamentais, militares e outras espécies de empreendimento.
A estrutura simples para Mintzberg (2003) é tipicamente uma organização que tem
pequena ou nenhuma estrutura, poucos assessores de apoio, divisão do trabalho não rigorosa,
diferenciação minima entre as unidades e pequena hierarquia gerencial. Pouco de seu
comportamento é formalizado e faz uso mínimo de planejamento e treinamento.
Pode-se dizer que muitas vezes esse tipo de organização com estrutura simples
formada quase pela falta de estrutura não se utilizando ferramentas que a torne formal.
Outra característica encontrada nesse tipo de estrutura é a flexibilidade, pois o poder 6
centralizado e a comunicação flui informalmente, permitindo uma tomada de decisão rápida.
A formulação de estratégia na maioria dos casos 6 tomada pelo executivo principal, no qual
utiliza a intuição para tal propiciando um ambiente de incertezas onde a busca por
oportunidades é bem agressiva.
Embora a estrutura simples seja de fato simplificada ela pode ser dita dinâmica
também. Mintzberg (2003) define dinâmica como uma estrutura orgânica, porque uma
situação futura não pode ser prevista e a organização não pode efetuar a coordenação por
padronização.
Pode-se dizer que toda organização na sua concepção constitui-se de uma estrutura
simples. pois suas políticas de atuação ainda não estão definidas. Cabe nesse momento
confiar na presença da liderança para nortear os primeiros passa da nova organização.
Mintzberg (2003) acrescenta que a maioria das organizações passa pela estrutura simples em
seus anos de formação. Entretanto, muitas pequenas organizações permanecem com a
estrutura simples além desse período.
Nesse tipo de organização torna-se evidente que a padronização é menor, pois as
atividades desenvolvidas são bem diferenciadas, ou seja, pouco repetitivas. Mintzberg (2003)
coloca que algumas organizações são tão pequenas que podem confiar no ajustamento mútuo
para a coordenação, quase sem qualquer supervisão direta de lideres.
56
Outra complicação das estruturas simples esta no fato na relação arriscada que se
configura, uma vez que depende da saúde e dos caprichos de um individuo. Um acidente com
o executivo principal pode desestruturar toda a coordenação da organização.
Entretanto a estrutura simples tem alguns pontos favoráveis como a identificação dos
colaboradores com a organização, a flexibilidade e a rápida tomada de decisão. Algumas
organizações preferem permanecer pequenas e informais, porém na sociedade de hoje isso
pode significar um atraso no processo democrático, porém elas continuam a existir e fazem
parte do desenvolvimento de muitas organizações com perspectiva de crescimento e
ascensão.
trabalho exige a especialização , onde os indivíduos executam as atividades em que tem mais
afinidades e que são mais qualificados e competentes.
Para Gibson (1981) a determinação sabre o grau de divisão do trabalho é uma decisão
importante no desenvolvimento da estrutura. A divisão do trabalho ern pequeno número de
atividades gera muitas vantagens da especialização, dentre as quais pode-se destacar duas:
0 mesmo autor ainda comenta que a definição da tarefa envolve dois conceitos: a
amplitude, que é a determinação do que deve ser feito, e a profundidade, que é como deve ser
feito o trabalho. A amplitude diz respeito ao número de atividades que o empregado realiza.
Já a profundidade relaciona-se aos fatores individuais, quantificando os poderes que o
indivíduo tem para alterar ou in fl uenciar a tarefa.
Assim, urna tarefa altamente especializada é aquela que tem poucas atividades a serem
realizadas por meios ordenados, sendo bastante rotineira e controlada geralmente por normas
especificas. Pesquisadores e chefes de cirurgia por exemplo, têm geralmente, maior amplitude
de trabalho e grande profundidade, já que não são supervisionados estreitamente por
administradores e o último ter influência na política e método do hospital de forma formal.
Com a mesma visão, Mintzberg (2003) também trata da especialização do trabalho em
duas dimensões: em extensão, denominando de especialização horizontal do trabalho; e, em
profundidade, chamando de especialização vertical do trabalho. A especialização do trabalho
é a própria dimensão horizontal, onde o principal fator que vincula a especialização
produtividade é a repetição da tarefa. Essa dimensão, segundo o autor, limita a perspectiva do
trabalhador, dificultando relacionar seus trabalhos com os dos outros. Dessa forma, os
trabalhos devem, com freqüência, ser verticalmente especializados, ou seja, possibilitar ao
trabalhador o controle de cada aspecto do seu trabalho.
Ainda assim, a especialização do trabalho cria vários problemas como de
comunicação e coordenação, além de causar impactos para o trabalhador em relação ao seu
sentimento sobre o trabalho e em sua motivação para bem executá-lo.
Stoner e Freeman (1995) também afirmam que a especialização de tarefas tem
algumas desvantagens, se estas são dividas em porções pequenas e separadas e cada
58
funcionário é responsável por apenas uma porção, pode ocorrer alienação, a pessoa passa a
sentir ausência de controle sobre o próprio trabalho.
Uma forma de amenizar essas desvantagens da especialização é fazer corn que o
trabalhador engaje-se em ampla variedade de tarefas associadas 6. fabricação de produtos e
prestação de serviços, podendo realizar mais tarefas em seqüência ou executá-las uma a urna,
porem trocando com seus colegas para que seu trabalho torne mais variado. A esse processo
da Sc o nome de ampliação do trabalho. (MINTZBERG, 2003).
A ampliação do trabalho tem grandes vantagens quando as tarefas são mais limitadas,
mais monótonas e mais especializadas, como no caso de uma secretária que deve digitar a
mesma carta todos os dias, diferentemente de um clinico geral, por exemplo. A ampliação do
trabalho também compensa quando o fator humano é colocado em evidência, ou seja, quando
os ganhos da motivação dos trabalhadores superam as perdas de especialização técnica
menos otimizada.
Dessa forma. Mintzberg (2003) acredita que o trabalhador deve ser levado em
consideração do que é estar motivado, relacionando a motivação com a Teoria da Hierarquia
das Necessidades, de Maslow. As necessidades humanas estão hierarquizadas em cinco
grupos — psicológicas. segurança ou proteção, amor e participação, estima e status e auto-
realização , e diz que urn desses grupos torna-se operativo apenas quando o grupo mais abaixo
dele estiver totalmente satisfeito. Esta teoria pode ajudar a explicar o porquê da mesma rotina
do trabalho motivar uma pessoa e alienar outra, segundo o autor.
Já a especialização do trabalho por parte da organização, Mintzberg (2003) classifica
os trabalhos em alta ou baixa especialização, tanto horizontal quanto vertical, conforme
Quadro 2. Veri fi ca-se que os trabalhos mais repetitivos são mais limitados, como no caso de
operadores que trabalham em linhas de montagem, caracterizando uma alta especialização
horizontal. Entretanto, no mesmo setor operacional, existem trabalhadores corn maior
controle de suas tarefas em razão da sua maior complexidade, caracterizando também como
alta especialização vertical.
Os trabalhos complexos, como realizar cirurgias cardíacas por exemplo, são
considerados como profissionais e são horizontalmente especializados mas não verticalmente,
pois requerem anos de treinamento excluindo o rígido controle gerencial. As assessorias de
apoio também tem uma função especializada a desempenhar, porém com um grau de
especialização vertical que varia conforme a complexidade de suas tarefas. Em geral,
assessores de apoio dos escalões mais inferiores estão sujeitos a controle rígido e trabalhos
59
ESPECIALIZAÇÃO HORIZONTAL
Alta Baixa
Trabalhos não especializados Certos trabalhos
ESPECIALIZAÇÃO Alta (núcleo operacional e gerenciais de nível
VERTICAL unidades de apoio) mais baixo
Trabalhos profissionais Todos os outros
Baixa (núcleo operacional e trabalhos gerenciais
unidades de apoio)
3.4.4 Coordenação
C km a
Estratégica
recno- Assessor'
estrutura de Apoio
Linha
ntermediária\;N
Núcleo Operacional
compreensão. Dessa forma, percebe-se que somente através de uma comunicação clara,
e fi ciente , que a organização pode ser bem coordenada, tornando-se possível maximizar a
utilização dos recursos existentes promovendo a integração das diferentes atividades da
organização de forma a evitar a duplicação de esforços. E isto vale para todos os tipos de
organizações independentemente de sua atividade fim.
3.4.5 Formalização
problemas tanto lisiológicos, como psicológicos a esses indivíduos. Mintzberg (2003) define
coma conseqüências desses problemas a cristalização do comportamento, com a rejeição
automática de todas as idéias inovadoras, clientes maltratados, aumentos do absenteismo,
greves, turnover elevado e, às vezes, subversão das operações da organização.
Para Hall (1984) o alto grau de formalização também trás desvantagens, pois este,
acrescido de outras características das organizações, cria um "circulo vicioso" onde os
trabalhadores seguem regras por elas próprias, por serem o critério de avaliação. 0 mesmo
autor ainda diz que as regras acabam se tornando mais importantes do que os objetivos para
cuja consecução elas devem contribuir.
Muitos empregados sentem-se seguros com uma maior regulamentação, pois assim há
menos responsabilidades e risco de erros, porém outros podem se sentir "presos" e
desmotivados por não terem liberdade para tomar iniciativas e implantar novas idéias. De
acordo com Hall (1984, p. 75) "para quem valoriza a liberdade individual, isso é uma
tragédia".
Dessa maneira, conclui-se que a formalização é necessária para toda organização, pois
um minima de regras e regulamentos é imprescindível, porém o que deve ser considerado é o
grau de formalização. Um alto grau de formalização pode trazer grandes problemas para a
organização, tanto internamente - como os seus funcionários, quanta externamente — como
seus clientes.
PRESIDENT E
(C 0 NSE1,110}.1
0-.-11- .• I I • e
I •
DIRE FORIA DIRETORIA DIRETORIA DI R[TOR I.\
PRODUÇÃO 1/4 El NACE IR A NI A R KrrINIO R II
,
A B C D E F (. ■ II
•
controle não é padronizada para todas organizações, geralmente o número de pessoas que
trabalham para cada pessoa é muito variado.
Uma decisão muito importante para se ter um bom controle dentro da organização é
definir a amplitude ideal de controle, ou seja, a quantidade ideal de pessoas que um gerente
pode gerir de forma eficaz.
Jucius e Schlender (1978) diferenciam amplitude de controle sobre os empregados
operacionais daquela exercida sobre os empregados assessores subordinados, devido
natureza do trabalho envolvido. Nos cargos operacionais, os funcionários são treinados para
exercerem suas funções de uma determinada maneira, uma vez que eles adquiram prática, o
seu trabalho requer um controle mais ou menos rotineiro. Os contatos necessários para o
desempenho de suas atividades são simples e breves diretamente com seus supervisores, já
que geralmente os seus trabalhos são feitos de acordo com normas da organização.
id as atividades administrativas dos gerentes acima do primeiro nível de supervisão
são mais complexas, a amplitude para ser eficaz deve-se limitar a um número menor de
subordinados. As funções administrativas são menos padronizadas que as funções
operacionais. sendo que o ingrediente principal do cargo é a tomada de decisão. Um superior
precisa doar mais do seu tempo a cada um de seus subordinados executivos do que no caso de
um supervisor de primeira linha em relação a cada um de seus operários subordinados.
J uc i us e Schlender (1978) ressaltam que podem ocorrer problemas se a organização
possuir uma amplitude estreita de controle, pois o executivo acaba delegando parte de sua
autoridade aos seus subordinados e despende uma parte de seu tempo na supervisão e
coordenação das tarefas destes, esta delegação feita em uma amplitude estreita acarreta a
formação de camadas (condição que se dá quando muitos níveis organizacionais são
acrescentados), dificuldade de comunicação precisa (devido ao aumento no número de níveis
alongando o canal de comunicação), despesas em supervisão e efeito desfavorável sobre o
moral.
unia grande amplitude de controle permite diminuir os níveis na organização,
minimizando dessa forma os problemas que resultam dos níveis em grande número"
(JUClUS; SCHLENDER, 1978 p. 234). Para definir a estrutura de amplitude de controle
ideal deve se ter uma visão sistêmica da organização, para então estruturar a amplitude de
-
controle ideal. Maximiano (2000) diz que há duas alternativas de amplitude de controle:
a) estrutura achatada, com grande número de subordinados por chefe, e um pequeno
número de chefes; a amplitude de controle é grande e o número de níveis
hierárquicos é pequeno (Figura 4).
69
1
88888o88888 o b ,8 888 ,888,3881,88
Figura 4: Estrutura achatada
Fonte: Maximiano (2000, p. 277)
CEO
CEO
CEO
Agrupamento 1
Multi focalizado I )i isão de produto 1 Oeste EUA Canada
não é somente uma questão de quem toma decisões, exemplificando que se as pessoas em
níveis inferiores da organização es-tiverem tomando muitas decisões, mas estas forem
baseadas em políticas organizacionais, permanecerá um alto grau de centralização. Outro
elemento a ser considerado é a avaliação das atividades. Se a avaliação é efetuada por pessoas
do alto escalão da organização, existe centralização, independentemente do nível em que as
decisões são tomadas. Assim, uma situação na qual existe uma avaliação centralizada,
provavelmente seria também uma em que as políticas são centralizadas.
A descentralização, por sua vez, refere-se ao grau de concentração ou distribuição de
autoridade. Pode ser entendida como a dispersão da autoridade na organização, permitindo
que algumas decisões sejam tomadas por quem está mais próximo da execução. Simeray
(1978, p. 46) conceitua a descentralização como "colocar os centros de decisão próximos aos
órgãos de execução, multiplicando-os tanto quanto for necessário para dar A empresa uma
eficiência maxima". Portanto, a descentralização está voltada a distribuição do poder e
conseqüentemente da tomada de decisão para níveis mais baixos da hierarquia
organizacional.
Tenório (2002) simplifica os conceitos de centralização e descentralização com os
pressupostos de que na centralização, só alguns indivíduos sabem decidir e tomar as melhores
decisões; deve-se manter a unidade da organização, evitando que departamentos assumam
características particulares que não permitam mais ao público vinculá-los na organização; e
deve-se exercer um controle rígido sobre cada unidade e subordinado, com relação tanto aos
objetivos e aos resultados alcançados, quanto á forma de realizar trabalho. Já na
descentralização, todos os indivíduos podem decidir, desde que orientados e capacitados para
tal; mais importante que a unidade de organização é o atendimento As demandas do público; e
o controle deve se dar com base nas estratégias e nos resultados alcançados.
Dessa forma, tanto a descentralização quanta a centralização possuem suas vantagens
e desvantagens. Uma e outra forma de usar a autoridade podem ser adequadas a diferentes
situações. Para Maximiano (2000), as vantagens que podem ser encontradas pela
descentralização são:
b) permite avaliar os gerentes com base em sua capacidade de tomar decisões e
resolver problemas, aumentando a satisfação dos gerentes com o sistema de
controle de resultados;
c) produz um clima de competitividade positiva dentro da organização, já que são
avaliadas conforme os resultados;
d) produz criatividade na busca de soluções para os problemas da organização.
73
3.5.1 Planejamento
PLANEJAMENTO
0 citte.
De clue: mariei
(,),.uxindo
de's?
Figura 7: Planejamento
Fonte: Lacombe e Heilborn (2003, p.162)
alkterite ambiente
liaandar
Mrainistrack Adrintistragio
caw reaf,,erite enie Plainei)%ar COMO VII P1111111162X
passivoi reativa adaptador
ativo, thnrmco
e maim.
proatrim
Plane*.
arrhiente ambient&
Figura 8: A administraçao pode tanto reagir como planejar para se adaptar ao ambiente
Fonte: Megginson, Mosley e Pietry Jr. (1998, p.131)
"0 planejamento operacional pode ser visualizado como uni sistema: começa com
os objetivos estabelecidos pelo planejamento tático, desenvolve planos e
procedimentos detalhados e proporciona informação de retroação no sentido de
propiciar meios e condições para otimizar e maximizar os resultados"
(CHIAVENATO, 1987, p.254).
Tipos de
Níveis Pianos Conteúdo Tempo Amplitude
Macroorientado. Aborda a
Institucional Planejamento Genérico e Direcionado para empresa
Estratégico Sintético longo prazo como uma totalidade.
Aborda cada unidade da empresa
Intermediário Planejamento Menos genérico e Direcionado para ou
cada conjunto de recursos
Tático mais detalhado médio prazo separadamente.
Microorientado. Aborda cada
Operacional Planejamento Detalhado e Direcionado para tarefa ou
Operacional Analítico curto prazo operação isoladamente.
Quadro 3: 0 planejamento nos três niveis cia empresa
Fonte: Chiavenato (1987, p.205)
roros 00etroos
internes e principals
extenves
Pioaqszo
MenmaçTie
Processa- Sistemas
manta de to- de
mrozmao,:io controte
Deci-Ott
—1"1 de
controle
3.5.2 Decisão
O processo de decisão é uma realidade constante para todas as pessoas tanto em sua
vida pessoal quanto na profissional. Nas organizações não poderia ser diferente, a decisão
esta em todos os processos desde os mais simples, como decisão de compra de materiais de
expediente até grandes decisões com impacto estratégico. Todos tipos de organizações devem
83
dar atenção especial para o processo de decisão, mesmo essa sendo uma estrutura simples ou
de estrutura complexa.
Maximiano (2000) trata as decisões como escolhas que as pessoas fazem para
enfrentar problemas e aproveitar oportunidades, sendo os problemas uma situação que
provoca frustração, irritação, interesse ou desafio; e uma oportunidade pode ser vista da
mesma forma, é uma situação que cria interesse e sensação de desafio por causa da
expectativa de recompensa.
Sendo assim, prosseguindo cam a idéia do autor, o processo decisório é a seqüência de
etapas que vai desde a identificação da situação até a escolha e colocação em pratica da ação
da solução. Uma decisão que se coloca em pratica cria uma nova situação, que pode gerar
outras decisões ou processos de resolver problemas.
Na verdade as decisões serão sempre avaliadas em função do seu custo e seu beneficio
segundo Lacombe, Heilborn (2003). Nada acontece numa organização até que as pessoas
tomem decisões, os autores afirmam que até decidir não tomar nenhuma atitude perante urn
problema que surge é uma decisão de escolher entre alternativas, ou seja, é também
considerada como uma decisão.
0 processo de decisão deve ser considerado muito mais do que uma simples escolha
de alternativas, as escolhas, para Jucius, Schlender (1978), devem ser feitas entre muitos
objetivos que freqüentemente são concorrentes entre si, portanto, as escolhas relativamente
aos meios de atingir os fins desejados devem ser precedidas por decisões com relação aos
fins.
Os autores, acima citados, ainda destacam que não se pode tomar uma decisão e por
isso sentir alivio da obrigação de tomar decisão. Assim a tomada de decisão é como camada
sobre camada de decisões tornadas numa determinada época e sobre indefinidos períodos de
tempo, no passado e no presente. Com isso os autores querem dizer que uma decisão tomada
hoje pode influenciar as futuras tomadas de decisão, nesse fato que se consolida a importância
de tornar o processo de decisão algo a ser planejado e encarado com a devida significâ'ncia.
A tomada de decisão pode ser direcionada por diversos aspectos, como intuição,
adivinhação, experiência, lógica, estatística, modelos matemáticos entre outros. Para Gibson,
1vancevich, Donnelly (1981) a análise sistemática da tomada de decisão tornou-se, a partir
dos anos cinqüenta, conhecida como "teoria da decisão". A teoria da decisão está firmemente
enraizada nos campos da estatística e das ciências do comportamento e tem como objetivo
fazer com que a tomada da decisão seja menos uma arte e mais uma ciência.
84
As decisões nas organizações devem ser encaradas como meios e não como fins. Elas
não são isoladas entre si e não tem significância se analisadas separadamente. São como
respostas a problemas que surgem, devem ser planejadas e programadas, para que então atinja
os objetivos, com os quais elas devem estar em sintonia.
Megginson, Mosley, Pietri (1998) determinam conceitos importantes relativos
tomada decisão, em primeiro lugar seria a influência dos valores subjetivos dos tomadores de
decisão; segundo, o exame do efeito em longo prazo das decisões; e em terceiro a forma pela
qual as pessoas com personalidades diferentes podem usar trabalho em grupo para tomar
decisões e chegar a resultados eficazes, que não poderiam ser conseguidos separadamente.
Torna-se evidente que o processo decisório depende das pessoas que estão envolvidas
no tal, por isso que dependendo de como os membros abordam e constituem o processo de
decisão dentro das organizações, reflete muitas vezes a estrutura e cultura interna da
organização.
Nas organizações encontram-se alguns tipos de decisões que envolvem o grau de
freqüência em que elas ocorrem e relativamente o grau de importância atribuído para cada
situação.
Lacombe, Heilborn (2003) destacam dois tipos de decisões principais: decisões
programadas e decisões não-programadas, para designar as decisões que ocorrem com certa
freqüência e as que são novas, não têm precedentes e, pela sua importância, requerem
tratamento especial.
''Na realidade, elas, não devem ser consideradas dois tipos totalmente distintos c
sim como dois pólos entre as quais existe um continuum, algumas decisões
aproximam-se mais de um pólo. Algumas decisões não programadas envolvem
tantas incertezas que se torna difícil estruturar etapas para um processo decisório"
(LACOMBE; HEILBORN, 2003, p. 441).
Uma vez entendidos quais os principais tipos de decisão, outra questão pode parecer
relevante para o estudo que é as etapas da decisão. Verifica-se que Maximiano (2000)
decompõe esse processo em quatro fases principais: identificação do problema ou da
oportunidade, diagnóstico, geração de alternativas e escolha de uma alternativa:
exemplificado através do quadro 5:
essa decisão deve se avaliar muito bem as alternativas viáveis e as possiveis, isto é realizar
um diagnóstico tanto do ambiente interno quanto externo. Uma vez definida as alternativas
escolhe-se a melhor através de uma análise de custo/beneficio, sendo que o comportamento
de escolher consiste em avaliar e julgar idéias. A próxima etapa é a tomada de decisão, e o
processo se completa quando a decisão é implementada.
Vale ressaltar que tanto o processo de planejamento como o de tomada de decisão são
atividades rotineiras de todo e qualquer indivíduo, porém, o grau de importância dado a estes
aspectos dentro das organizações, irá definir e caracterizar o quão preparada esta organização
se encontra frente as situações enfrentadas diariamente. Portanto, indiferentemente do ramo
de atuação das organizações, elas devem procurar usufruir ao máximo do seu planejamento,
seja operacional ou estratégico, para que as suas tomadas de decisão possam ser mais rápidas,
confiáveis e certeiras.
Por fim, vale lembrar que, pelo fato do presente estudo visar a aplicação dos conceitos
de ambiente interno, além do planejamento e coordenação das atividades, em uma
organização de eventos, faz-se necessário o detalhamento do embassamento teórico dentro do
contexto do turismo, para melhor compreender o ambiente externo da organização, além das
peculiaridades que comportam a realização de um evento, tema proposto pelo autor do
presente trabalho.
87
4 METODOLOGIA
o
Metodologia é a etapa que se esclarece como, onde e quando estará sendo realizado
estudo proposto pelo autor do trabalho, neste caso de diagnóstico do ambiente interno,
incluindo os instrumentos de coleta de dados que serão usados, sendo estes, inseridos nos
anexos.
"A metodologia inclui as concepções teóricas de abordagem, o conjunto de técnicas
-
que possibilitam a apreensão da realidade e também o potencial criativo do pesquisador
(MINAYO; SANCHES, 1993, p. 22).
Richardson (1985) ao definir que método em pesquisa corresponde à escolha de certos
procedimentos sistemáticos para descrição e explicação de fenômenos, enfatiza que tais
métodos podem ser classificados em dois grandes grupos: o método quantitativo e o método
qualitativo.
Abordagem qualitativa para Godoy (1995), permite que um fenômeno possa ser
melhor compreendido no contexto em que acontece e do qual faz parte. Sendo analisada de
forma agregada, a abordagem qualitativa permite ao pesquisador a capacidade de "captar" o
fenômeno a ser estudado a partir da perspectiva das pessoas nele envolvidas ,
ao mesmo tempo em que pondera os pontos de vista relevantes.
Segundo Minayo e Sanches (1993) é importante ressaltar que tais métodos são
instrumentos utilizados pelos mais diversos pesquisadores para tentarem, se aproximar da
realidade observada. No entanto, nenhum dos dois pode ser considerado perfeito, no sentido
de ser suficiente para a compreensão completa dessa realidade. Dessa maneira, uni bom
método sera sempre aquele capaz de permitir uma construção correta dos dados, de modo que
consiga auxiliar a refletir sobre a dinâmica da teoria.
Complementando a teoria dos autores, Roesch (2005) acrescenta que a principio,
qualquer tipo de projeto pode ser abordado da perspectiva quantitativa e qualitativa, embora
se possa generalizar dizendo que a tendência seria utilizar um enforque mais quantitativo na
Avaliação de Resultados e uma enfoque mais qualitativo na Avaliação Formativa, enquanto
na Pesquisa-diagnóstico e na Pesquisa Aplicada uma combinação de ambos é largamente
utilizada.
Segundo a mesma autora, na pesquisa-diagnóstico o propósito básico é de levantar e
definir problemas e explorar o ambiente, normalmente reportando uma situação , em um
88
Desta forma, uma vez que a utilização do estudo de caso visa conhecer profundamente
um, ou poucos elementos da população sobre um grande números de aspectos e suas inter-
relações, foi estudada a sistemática de organização do evento "Festival de Dança de
Joinville", o Instituto do Festival de Dança.
Conforme Coopers e Lybrand (1996), as ferramentas de coleta de dados que
proporcionam a realização do diagnóstico são:
a) observação: através dela pode-se conhecer a identidade e cultura da organização,
sendo realizada por meio de visitas As instalações da empresa;
b) entrevistas: através delas torna-se possível colher informações que levem a um
retrato esclarecedor da situação atual da empresa;
c) questionários: conjunto de perguntas abertas e/ou fechadas com o intuito de gerar
maior riqueza de informações;
d) analise de documentos: é utilizado para a obtenção de dados quantitativos (indices
financeiros, produtividade, etc.) e qualitativos (missão, metas, etc.) da empresa;
c) ficha de descrição: descrição da empresa baseada na análise dos documentos.
A autora Roesch (2005) especifica melhor as técnicas de coleta de dados, explicando
que para pesquisas fundamentalmente qualitativas, a melhor opção são as entrevistas de
profundidade, junto A observação participante e a análise de documentos.
Segundo EasterbySmith et al (1991 apud ROESCH, 2005) entrevistas de profundidade
semi ou não estruturadas são apropriadas quando:
a) é necessário entender os constructos que os entrevistados usam como base para suas
opiniões e crenças sobre uma questão ou situação especifica;
b) a lógica passo a passo da situação não está clara;
c) o assunto em questão é altamente confidencial e o entrevistado poderia relutar em
dizer a verdade sobre a questão se não fosse de forma confidencial, de pessoa a
pessoa.
Visto que tais considerações são adequadas para o presente estudo, foram realizadas
entrevistas com duas coordenadoras do Instituto; a coordenadora executiva e a coordenadora
administrativo-financeira. Na entrevista foram utilizadas de perguntas abertas, com o auxilio
de uma lista de tópicos de assuntos pertinentes, que permitiram ao entrevistador entender e
captar a perspectiva dos participantes da pesquisa.
Juntamente As entrevistas, foram realizados contatos por meios eletrônicos, afim de
captar informações que possam complementar o estudo, tais como documentos da empresa,
90
e na sua
A análise deste estudo consistem na apresentação do histórico do evento
caracterização, além da caracterização geral da organização, a análise interna com base na
teoria apresentada, apontando em seguida seus pontos fortes e fracas.
5.1.1 Histórico
efetiva. Neste ano foram realizados também espectáculos extras, à tarde, cuja renda foi
destinada aos habitantes que tiveram suas casas atingidas pelas enchentes, o que
consequentemente repercutiu em nível de mídia, causando interesse por parte dos meios de
pouco valorizado por
comunicação e assim, contribuindo para divulgar o Festival, até então
este canal.
A primeira edição do festival teve apresentações nas modalidades Balé Classico, Jazz
e Dança Folclórica, que aconteceram no centenário palco da Sociedade Harmonia Lyra,
caracterizado por prescindir de uma boa localização central na cidade, porém, corn alguns
pontos fracos em relação ao desconforto do público que assistia o espectáculo.
Desdo o segundo ano de execução do Festival, houve preocupação pela sua
organização eficiente, com a tentativa de evitar alguns erros cometidos no ano anterior. Foi
nesse intuito que o evento foi ampliado, tanto em número de dias, passando para sete dias.
como em número debailarinos e modalidades de dança. Também foi modificado o lugar das
competições por causa do espaço requerido, transferido então para o Ginásio de Esportes Ivan
Rodrigues.
Foi no segundo ano que o festival trouxe uma inovação, que viria a se tomar
constante, a vinda de um grupo convidado, não participante, que ficaria responsável por urn
espetáculo especial para o público, como solenidade de abertura. Outro destaque foi a
relização de cursos de dança paralelos ao evento, oferecidos para os bailarinos e público em
geral.
No ano de 1985, o Festival de Dança de Joinville alcança reconhecimento nacional. e
foi onde o evento começa adquirir maturidade e consistência. Um fato interessante deste ano.
foi a pouca receptivadade da comunidade joinvillense, diferentemente dos anos anteriores.
causado pelas exigências realizadas pelos bailarinos em edições anteriores e por 1985 ser o
ano em que a AIDS assumiu o estatos de epidemia.
Os eventos paralelos como cursos, palestras, seminários, continuaram a se
desenvolver junto ao evento principal, demonstrando o grande crescimento do festival que
passou a ser consagrado não apenas como um evento de grande porte, mas tembém como
evento cotidiano da cidade, a qual passou a ser conheida como "Capital Nacional da Dança".
O orçamento, neste ano, ficou estimado ern aproximadamente Cr$500 milhões (algo
em torno de oitenta mil dólares) que, apesar de ser uma considerável quantia, o investimento
obteve grandes retornos; o público foi estumado em cerca de quarente e cindo mil pessoas, o
que gerou uma rende de aproximadamente Cr$ 100 milhões, valor equivalente a 1/4 do
93
e Conexões Tigre
orçamento que teve a contribiuição de alguns patrocinadores como Tubos
Embraco ,m Consul e Tupy.
Em 1986, junto ao crescimento acentuado do evento, cresceram também o número de
reclamações e problemas enfrentados pela comissão organizadora, a destacar:
• desrespeito ao horário, causando atrasos homéricos;
• precariedade do Ginásio de Esportes Ivan Rodrigues;
• falta de receptividade do povo joinvillense;
• escolas burlando o regulamento do Festival;
• qualidade comprometedora das apresnetações
• número elevado de participantes;
• falta de informação interna;
Estes transtornos foram considerados na edição posterior onde, primeiramente a
comissão teve o seu preparo durante seis meses com cerca de 450 pessoas. Houve neste
edição algumas modificações:
• limitação no número de participantes, 113 grupos;
• foi realizada um triagem anterior na qual grupos com média inferior a seis nos
Festivais anteriores perderam a vaga;
• os grupos que não haviam participados foram avaliados e selecionados a partir de
currículo, fotos e histórico;
• o orçamento dicou em tomo de CZ$ 7 milhões (cerca de cinquenta mil dólares) dos
quais CZ$ 1,5 advindos da iniciativa privada;
• foi lançado o selo do Festival de Dança de Joinville;
• houve descentralização nos dias de competição, estas divididas eentre os Ginásiois
Ivan Rodrigues e Abel Schultz;
• a hospedagem dos bailarinos foi dividida entre casas particulares , escolas
municipais e estaduais, clubes e sociedades;
• definição de um local para que os fotógrafos se possieionassem bem como um Mine
fotográfico mais sensível;
• nova divisão com relação as categorias competitivas em Júnior I. Junior II, Amador
I e Amador II;
• a programação parelela comportou exposições, semindriosm, cursos. e "concurso de
vitrine" para impulsionar o comercio varejista;
• o Jornal A Noticia passou a dedicar uma página exclusiva ao Festival.
94
e o evento já era
Já ern 1988 o Jornal lança um suplemento especial (ANFestival),
quarto no mundo. O orçamento
considerado o maior do país e da América Latina, sendo o
girou em torno dos CZ$ 40 milhões (oitenta mil dólares), onde 1/3 aproximadamente foi
utilizado na sua divulgação. Neste ano, foi utilizada a Lei Sarney, que possibilitava que
valor
empresas patrocinassem eventos culturais e deduzissem do Imposto de Renda o
utilizado para este fim. Uma reclamação destoante neste ano foi a exploração comercial,
onde vários bailarinos reclamaram dos pregos cobrados nas boates, restaurantes e
lanchonetes.
Em 1989 o Festival ganhou o status de megaevento e a cidade começou se adaptar As
necessidades impostas pelo mesmo, como por exemplo, cirando um esquema especial de
transporte coletivo. Neste ano foi criado também o Prémio Matriz de Fotografia pela empresa
Matriz de comunicação e Relações Público, responsável há vários anos pela midia e
divulgação do Festival de Dança de Joinville.
A "Era Collor" influenciou também de maneira negativa o Festival, onde o orçamento
estimado de Cr$10 milhões (em tomo de cinquenta mil dólares) só foi viabilizado graças ao
patrocínio. 0 evento enfrenteou um graude dificuldade financeira encontrado pela
organização e pelos grupos paricipantes, ao constatar que houve uma redução no tamanho do
evento. No ano de 1991, as dificuldades financeiras continuaram e o orçamento previsto de
Cr$165 milhões (quinentos mil dólares), foi reduzido em torno de 40%, equivalente a
trezentos mil dolares. Foram no total doze dias de Festival, nos quais as apresentações foram
centralizadas no Ginásio de Esportes Ivan Rodrigues, o qual sofreu urna refornma e teve
ampliada a sua capacidade em dois mil lugares. Neste ano, a pré-seleção dos grupos
concorrentes foi mais rigorosa, contendo uma seleção inicial a partir de fitas de video.
Foi em 1993 que o evento teve repercussão internacional, quando Jan Wilkens
realizou uma reportagem publicada na revista norte-americana Dance Teacher Now. Nesta
reportagem também foram citadas as festas tradicionais da cidade: Fenachopp, a Festa das
F lores e o Fenatiro.
Já no ano de 1995, a crise financeira vinha diminuindo, o orçamento neste Festival
ficou em torno de quatrocnentos mil dóleres, e foram envolvidas na organizaação do festival
cerca de seiscentas pessoas, divididas em quarto coordenadorias, onde assessorias e vinte e
duas comissões. A iniciativa privada também passava a investir mais, com patrocínios.
ampliação do parque hoteleiro e mesmo com uma preparação maior do comércio para atender
aos participantes e as centenas de turistas atraidos para a cidade no período do evento. Em
1996. o evento recebeu cerca de seis mil bailarinos, e o Ginásio contou com uma ampla
95
do público.
reforma melhorando as condições de acesso e segurança dos participantes e
e
preço dos ingressos foi de R$50, 00 a cadeira e R$15,00 a arquibancada para a estréia
encerramento, e R$25,00 e R$ 15,00 respectivamente para os demais dias. Algumas
modicações, visando uma melhora na qualidade do evento, foram feitas, tais como; redução
do tempo das apresentações, redução da indade minima dos participantes para 10 anos de
idade, aumento de 5 para 7 jurados.
Para a realização do 15° Festival de Dança de Joinville o Ginásio Ivan Rodrigues foi
novamente adaptado para esta finalidade. CP orçamento previsto doi de US$ 1 milhão, cerca
de R$ 1,1 milhão, e o custo dos ingressos nos dias normais de competição ficaram em R$50
cadeira, R$10,00 arquibancada e R$ 5,00 para estudantes.
Em 1998 o Festival de Dança de Joinville ganha um palco à altura das suas produções.
Trata-se do Centreventos Cau Hansen, arena multiuso, que passa a abrigar toda a area
administrativa do evento, bem como um grande palco dimensionado e preparado
tecnicamente para qualquer tipo de montagem artística. Com camarotes, arquibancada e
platéia, o novo espaço abriga certa de 4 mil espectadores por apresentação.Naquele ano
também foi criada a Feira da Sapatilha, hoje considerada a maior feira do setor no pais, com a
participação dos principais fabricantes nacionais de artigos de balé. A participação de alguns
expositores remonta aos primeiros anos do Festival, quando instalavam quiosques nas Areas
de circulação da Casa da Cultura e do Ginásio Ivan Rodrigues.
0 ano de 1999 marca o inicio de uma nova fase com a criação do Instituto Festival de
Dança de Joinville, entidade sem fins lucrativos que tem por objetivo o gerenciamento
completo do evento. Por sua formatação jurídica, o Instituto capta recursos da iniciativa
privada através de leis de incentivos, via Lei de Mecenato Federal e Estadual, sem dispor,
desde então, de verbas públicas do município, o que aumenta o interesse de patrocinadores.
Somam-se a estes valores aqueles obtidos com inscrições dos grupos nos cursos e oficinas e a
venda de estandes e ingressos, o que torna o evento auto-sustentável, do ponto de vista
financeiro.
Com o intuito de valorizar o jovens adeptos a. dança desde pequenos, é criado o
Festival Meia Ponta, atualmente denominado apenas Meia Ponta. 0 evento é destinado a
crianças com idade em torno de 10 a 12 anos, que durante três dias se apresentam no Teatro
Juarez Machado, espaço para 500 espectadores, localizado dentro do Centreventos Cau
Hansen.
96
festival tom o intuito de ressaltar aspectos da cultua para conhecimento geral. por isso,
considerando a Area de interesse, caracteriza-se tambem como evento artístico e cultural.
Para conseguir atingir esta meta de valorização e maior conhecimento cultural pelo
o qual é
público em geral, o festival não se apresenta apenas como festival, propriamente dito,
e
caracterizado como urna festa de variedades demostrando ao público uma gama de estilos
e não
apresentações variadas. 0 evento como urn todo consiste em mostras competitivas
competitivas de danças de diversos gêneros, palestras, seminários, apresentação de trabalhos
acadêmicos, mostras em palcos abertos, cursos e oficinas, e outras atividades que serão vistas
mais adiante.
De acordo com a sua rotatividade, referenciando neste ponto a rotatividade referente a
comissão organizadora dos eventos, ele pode-se dizer como baixa. Hoje, o evento é realizado
pelo Instituto do Festival de Dança, cujo Attic() objetivo é a própria organização do festival,
que posteriormente será analisado segundo a sua situação organizacional. 0 evento possui
uma periodicidade regular, sendo que o período de intervalo de ocorrência do evento é
sempre anual, acontecendo na segunda quincena de julho, coincidindo então com as férias
escolares e com a baixa temporada do turismo de lazer. A data de realização do evento ainda
não pode-se dizer como fixa, ao exemplo de uma comemoração fisica, ela é móvel, porém
sofrendo alterações insignificantes.
No entanto, vale lembrar que, com a evolução apresentada pelo festival, em termos de
volume e reconhecimento, durante todos estes anos de função, Joinville sentiu necessidade de
adaptar o seu sistema turistico de acordo com as demanda para temporada alta.
Especificando ainda mais a caracterização do festival, pode-se dizer que também
segue as peculiaridade de urn evento especial, já que consiste em apresentações
deliberadamente planejadas e criadas para atingir metas e objetivos especificamente de cunho
cultural e social.
Com o passar dos anos, o evento, além de contribuir para a ascensão do turismo na
cidade de Joinville na temporada de inverno, veio criando raizes na própria comunidade.
Hoje, o Festival de Dança de Joinville tornou-se sinônimo do nome do local, já que além de
atrair grande somas de dinheiro, provoca uma forte sensação de orgulho local e até
reconhecimento internacional. Desta maneira, o festival é identificado também como evento
de marca.
De acordo com o seu porte, estima-se que o festival retina mais de 500 participantes,
contabilizando desde as escolas de dança, até os profissionais e interessados em participar do
98
Como visto anteriormente, foi em 1999 que o Instituto foi criado com um único
objetivo, a gestão e organização do Festival de Dança de Joinville. Desde então, a
organização possui um caráter mais profissional no posto de vista técnico e administrativo do
evento cultural. A seguir, será apresentada uma caracterização geral da organização, bem
como a sua análise interna considerando os seus diversos componentes.
O Instituto do Festival de Dança é uma organização sem fins lucrativos, que dirige as
suas atividades durante todo o ano para a realização dos onze dias do Festival de Daiwa de
Joinville. A sua equipe é composta por um Diretor Executivo, um Diretor de Produção. um
Coordenadora Executiva, um Coordenadora Administrativa, uma Coordenadora de Area, um
99
é ampliada no período de
Assistente Executiva e um Assistente Financeiro. Esta estrutura
março a agosto, de acordo com o cronograma de atividades do Festiv al.
e o Artístico além de
Sua estrutura envolve então dois conselhos - o Deliberativo
uma Coordenação Executiva. Sediado no Centreventos Cau Hansen, o Instituto mantem uma
evento se aproxima, vão sendo agregados
estrutura física enxuta. ik medida que o
profissionais em regime de trabalho temporário, para atender todas as demandas.
e visão
Desde a criação do Insituto, a equipe de trabalho desenvolveu a sua missão
objetivo fim da organização
que, como afirmou a coordenadora executiva Iraci Seefeldt, "o
não pode ser desvirtuado do objetivo fim do evento, eles estão fundidos, o instituto é o
Festival de Dança de Joinville". Portando, a missão e a visão a seguir, faz-se válida tanto para
a organização, bem como para o evento em si.
e
• Missão: Valorizar a apreciação, a criação, a educaçãoe a prática da dança
estimular as novas linguagens.
difusão
• Visão: Promover a dança como expressao artística e contribuir para a
cultural e o desenvolvimento regional.
Tendo estas bases, o instituto caminha para aprimorar a gestão do evento e preocupa-
se principalmente em aprimorar e profissionalizar toda expressão cultural envolvida no
evento. Para isto, uma das ações em andamento é o processo de mudança estatutária para
qualificar o instituto como uma Organização Social, já que atualmente a direção central é
tercerizada via contrato para a EDM logos e comunicações, em parceria com a Calvin
Entretenimentos. Conforme Iraci, este modelo, criado pelo Governo Federal, possibilita o
vinculo das organizações com o poder público, e a terceirizacla, no caso, tem a possibilidade
de criar um vinculo maior com o estado. Trata-se de uma forma de propriedadde pública não-
estatal, constituída pelas associações civis sem fins lucrativos, que não são propriedade de
nenhum grupo ou indivíduo, e estão dirigidas diretamente para o atendimento do interesse
públ ico.
Pode-se dizer que as Organizações Sociais gozam de uma autonomia administrativa
maior do que a oferecida dentro do aparelho do Estado, em compensação, os dirigentes
assumem responsabilidades maiores ern termos de gestão da instituição para melhoria da
eficiência c qualidade dos seus serviços. Ern suma, com este estatuto inovador, a organização
terá possibildade de estar fora da Administração Pública, como pessoas jurídicas de direito
100
e administrar bens e
privado, porém a entidade estará habilitada a receber recursos financeiros
equipamentos do Estado.
Esta é uma das grandes mudanças no qual o Conselho Deliberativo vem trabalhando,
porém, várias outras mudanças, mais focadas nas características do próprio evento, já foram
enfrentadas desde a criação do Instituto, as quais contribuiram muito para qualificar a
personalidade do evento hoje e a caracterizar a organização, portanto, alguma destas
mudanças serão relatadas a seguir.
Uma das primeiras modificações foi em relação as formatação das noites de mostra
competitivas. O que vinha ocorrendo era uma insconstância no número de espectadores de
acordo aos gêneros de dança apresentados em cada noite, como por exemplo, nos dias de
"Ballet Clássico" o Centreventos possuia grande ociosidade na platéia, mas já nas noites de
"Dança de Rua", a casa excedia a sua capacidade. Veri ficado este problema, que incorria
também ern perda de recusos financeiros, foram estudadas as melhores formas de combinação
de gêneros de dança em cada noite, para que o public() comparecesse de forma constante nas
apresentações. Hoje, a coordenadora executiva, Iraci e a coordenadora administrativa . Giselle,
concordam em dizer que chegaram a uma combinação "ideal" de gêneros, onde pode-se se
observar o centreventos lotado em todas as noites.
Em relação à particapação dos espectadores, também verificou-se uma preferencia por
apreciar apenas os grupos convidados, que se apresentavam no inicio de cada noite (em todas
as noites). Portanto, decidiu-se que as "noites especiais", com convidados renomeados, se
resumiriam nas duas primeiras noites, para nos demais dias, a atração princial ser as próprias
escolas de dança. Esta decisão não contribui apenas em termos de participação do público,
como valorizou os próprios estudantes e profissionais de dança.
Outra mudança surgiu ao perceber a grande quantidade de participantes, o que fazia o
evento ter larga duranção e finalizando após a meia noite. Por este motivo, houve grandes
reclamações por parte de pais com filhos menores que 13 (treze) anos, que participavam do
evento. Assim, foi instituído que menores de 13 (treze) anos não poderiam participar do
Festival de Dança de Joinville, o que ocasionou uma diminuição no número de participantes,
um enxugamento nas horas de espetáculo e outras várias reclamações pelos próprios
participantes de idade inferior. Consequentemente, foi criado o Festival de Meia Ponta, hoje
não mais competitivo, o qual atende este público especifico, estudantes de dança menores de
13 (treze) anos.
A seguir, algumas das decisões tomadas para melhorar a imagem do evento:
101
• Os palcos abertos ganharam melhor estrutura e hoje existe uma pré seleção dos
participantes;
• todos os participantes do festival (cursistas, participantes das noites competitivas,
professores, etc) possuem os mesmo direitos e beneficios;
as notas dadas pelos jurados buscaram rnais transparência, sendo todas elas notas
abertas;
• realizada uma reunião com os grupos após sua apresentação junto aos jurados
com a participação de um conselheiro artístico;
• houve o aprimoramento dos professores dos cursos, com o intuito de educá-los:
mundo
• criação da mostra de dança contemporânea, carro chefe para ingressar no
profissional da dança;
• entre outros.
é formado
Neste instante, vale lembrar que o Instituto, durante a maior parte do ano,
por uma estrutura bastante enxuta mas que, chegada a hora do evento, ela cresce
consideravelmente. Assim sendo, a organização optou por tercerizar grande parte das suas
atividades, principalmente as atividades não relacionadas à gestão e concepção do evento. A
contratação destes tercerizados é negociada diretamente com a direção executiva. Assim, as
atividades terceirizadas são:
• trabalhos de comunicação (midia, visual);
• serviços de segurança e limpeza;
• sonorização e iluminação (equipamentos e mão de obra);
• transporte ;
• produtora.
Vale lembrar que existem ainda outros prestadores de serviço, como é o exemplo dos
locadores de moveis, que servem de apóio e contribuem corn qualquer imprevisto.
Para caracterizar melhor a organização, questionou-se se ela desenvolvia algum
projeto de compromisso social. Neste contexto, foram apresentadas diversas ações de
compromisso social como é o caso do projeto "Dança Comunidade", já no seu quinto ano de
execução, que consiste num espaço criado para a formação em dança dos moradores da
periferia. 0 instituto também estabeleceu a montagem de palcos abertos em hospitais e nos
bairros mais afastados da cidade. No ano de 2006, foram realizadas apresentações de grupos
com pessoas portadoras de deficiências no Teatro Juarez Machado e na Praça Nereu Ramos,
para depois reunir um grupo de debate sobre o tema em questão. Neste ano, serão feitos
grupos de debates e apresentações de entidades com projetos sociais voltados a dança, para
incentivar as próprias entidades de Joinville e região a realizarem os seus próprios projetos
sociais. Também são realizadas parcerias com instituições sociais, como lar de idosos ou
orfanatos para participarem de um dia de visitas e atividades dentro do festival.
Com relação as condições fisicas do ambiente de trabalho no Instituto, pode-se dizer
que hoje são condições ideais, porém, durante a maior parte do ano há bastantes espaas
ociosos. As coordenadoras, Iraci e Giselle, comentam porém, que a condição fisica do
Centreventos, local onde é realizada a mostra competitiva do evento, poderia ser melhor em
termos de manutenção. Declararam ainda que o Instituto teve , por muitas vezes, que investir
dos seus próprios recursos para pagar pequenas reformas do centreventos.
Por fim, pode-se dizer que o Instituto caracteriza-se por ser uma entidade que busca
com a realização do Festival de Dança de Joinville não a sua grandiosidade física, mas
104
supervisão das areas de divulgação, produção e artística. Ely Diniz da Silva Filho
(Diretor Executivo), Victor Aronis (Diretor de Produção), Iraci Seefeldt
105
basicamente as funções
recepção camarotes e secretaria. Presumesse então que estão são
desempenhadas durante o evento.
A direção executiva, composta por três diretores, acompanha todos os processos por
e
meio de reuniões semanais, e diariamente pela utilização de email eletrônico. skype
messenger. Detectou-se que o presidente e o vice-presidente participam de algumas reuniões.
global, concepção global, decisões estas
e tomam apenas decisões macro, como o orçamento
tomadas de maneira participativa com os coordenadores. Iraci, coordenadora executiva,
defendeu a idéia de que todas as decisões chaves são compartilhadas pelos diretores, já que as
reuniões buscam a unanimade na tomada de qualquer tipo de decisão.
Portanto, pode-se dizer que o Instituto do Festival de Dança possui características de
mais de um tipo de estrutura, isto 6, uma combinação destes tipos que se adaptam melhor a
realidade da organização. Num primeiro momenta, na fase de concepção do evento, onde há
é de
existência apenas de um conselho artístico e deliberativo , e uma direção executiva que
fato que está envolvido diariamente com a organização, a estrutura apresenta maiores
características de uma estrutura simples. Pode-se concluir isto uma vez que existem poucos
assessores de apoio, a divisão de trabalho não é extremamentoe rigorosoa e há pouca
hierarquia gerencial. Outras características que se adequam ao tipo de estrutura simples ski .,
comportamento pouco formalizado, uso mínimo de treinamento, a comunicação flui
informalmente, as atividades são pouco repetitivas e os colaboradores se identificam muito
corn a organização.
Num segundo momento, a estrutura da organização é ampliada , apresentando uma
estrutura mais aguda, com o recrutamento de chefes de equipe , juntamente corn as suas
equipes, além de ocorrer a terceirização de várias Areas durante a implementação do evento.
Desta maneira, a estrutura começa apresentar mais características de uma organização do
tipo rede orgânica ou empresa virtual, onde se pressupõe a existência de um grupo
estratégico, neste caso os conselhos e a coordenadoria, há utilização em grande escala de
terceirização, e a organização não possui uma entidade clara, decorrente neste caso do
trabalho ser temporário.
Percebe-se então que na fase pré-evento, as tarefas estão dividas, porem os
responsáveis fazem atividades mais gerenciais, o que implica pouco repetição das tarefas e
urna amplitude maior de especialização. Não existe um plano formal, nem buracracia rígida
que descreva exatamente as funções de cada indivíduo dentro da organização, os
colaboradores possuem uma responsabilidade determinada porém, há colaboração mútua
entre os cargos. ia na fase do evento, a estrutura cresce e os departamentos são dividas de
107
acordo corn as funções de cada equipe, assim existe mais especialização vertical, porém não
tira a flexibilidade de auxilio caso outra equipe precise de ajuda.
Dessa maneira, pode se dizer que os indivíduos realizam diversas tarefas, não com
tanta profundidade, mas sim nas Areas que eles possuem maior afinidade e competência, e
grau de formalização de tarefas é muito baixo. Isto acontece pois são os próprios
coordenadores que escolhem os chefes de equipe e estes, por sua vez, sua equipe operacional
de trabalho. Neste contexto, a coordenadora executiva afirma "6 o chefe de equipe que faz a
seleção da sua equipe. Sa foi cogitado a tercerizaçao de uma empresa de recursos humanos
especializada, porém, por experiência, preferiu-se fazer a própria seleção visando a obtenção
de colaboradores mais adequeados com o perfil desejado para os objetivos da empresa". Hoje
utilizado o serviço de uma profissional de RH apenas para fins burocráticos de elaboração
de urna piano de cargos e salários, coleta dos currículos, folhas de pagamentos e afins.
A coordenadora também explica que o perfil requerido são indivíduos capazes de
delegar tarefas e ter autonomia para tomar deciões rápidas. Esta declaração mostra que a
organização valoriza bastante o indivíduo e dá maior autonomia possível, dentro da
responsabilidade de cada individuo, para desempenhar a tarefa com maior eficiência de
acordo com as circunstâncias enfrentadas. Isto determina uma baixa formalização e urna
descentralização de poder, já que há pressupostos de que os colaboradores tenham capacidade
de julgamento e autocontrole. Esta característica é um ponto forte da organização, já que
contribui a tomada de decisões rápidas, tão necessárias na realização de eventos onde o tempo
o maior inimigo.
A coordenação varia também conforme a estrutura organizacional cresce dependendo
da época do ano. Na fase do pré-evento, há características de ajustamento mútuo, entre os
quatro colaboradores que frequentam o instituto. Estes colaboradores trabalham lado a lado,
ern pequenos grupos e a sua comunicação é informal. Como visto anteriormente, a direção e a
presidência fazem o acompanhamento semanal, o que caracteriza uma supervisão direta. A
medida que a organização cresce, a supervisão direta torna-se mais necessária, já que os
chefes de equipes e coordenadores passam a ser responsáveis pelo trabalho de outras pessoas,
tendo que instruí-los e monitorando o seu andamento. Alguns trabalhos de assistencia e apoio,
são padronizados já que os trabalhos são mais repetitivos, como de secretaria, recepcionista,
etc. Ainda assim, percebe-se a grande existência de um contato direto, e um canal aberto para
todos os níveis hierárquicos.
Os recursos financeiros da organização são utilizados com foco na sustentabilidade do
negócio, visto que trata-se de uma organização sem fins lucrativos. Estima-se que hoje 2/3
108
Janeiro
• Atendimento as solicitações de informações sobre a seleção dos trabalhos para o
Festival;
• Respostas aos e-mails recebidos e atualização do site;
109
Fevereiro
o
• Atendimento às solicitações de informações sobre a seleção dos trabalhos para
festival;
• Recebimento de inscrições de grupos para a seleção;
• Respostas aos e-mails recebidos e atualização do site;
• Assinatura dos contratos com patrocinadores;
• Definição dos locais que serão utilizados como alojamento do Festival;
• Realização de reunião com o Conselho Artístico para discussão da programação de
palestras, mesas redondas, exposições e demais atividades que promovam a discussão
de temas relativos à dança durante o Festival;
• Inicio da comercialização dos estandes da Feira da Sapatilha;
• Divulgação das informações via Assessoria de Imprensa.
VIarço
• Atendimento às solicitações de informações sobre a seleção dos trabalhos para o
Festival;
• Recebimento das inscrições de grupos para a seleção;
• Respostas aos recebidos e atualização do site;
• Inicio da contratação da equipe;
• Inicio do recebimento das inscrições em Cursos e Oficinas;
• Levantamento das necessidades técnicas e orçamentos dos materiais necessários
para as salas de aula;
• Convite aos profissionais indicados pelo Conselho Artístico para integrar a banca de
jurados e a programação de palestras, mesas redondas, exposições e outros eventos
que serão promovidos durante o Festival;
• Aprovação final do plano de midia e do projeto de comunicação visual;
110
Abril
• Locação de equipamentos para a instalação da primeira etapa da secretaria geral;
• Respostas aos e-mails recebidos e atualização do site;
• Atendimento As solicitações de informações sobre a seleção dos trabalhos do
Festival;
dos
• Encerramento das inscrições para a seleção do Festival e cadastramento
inscritos;
e
• Contratação das equipes de Cursos, Palco Aberto, Grupos Concorrentes
Administrativo;
• Comercialização dos estandes da Feira da Sapatilha;
Maio
• Respostas aos e-mails recebidos e atualização do site;
• Realização da seleção (feita pelos integrantes do Conselho Artístico) dos trabalhos
que irão participar da edição do Festival de Dança de Joinville, Meia Ponta, Mostra
de Dança Contemporânea, Palcos Abertos e divulgação dos resultados via Internet;
• Realização de reunido com o Conselho Artístico para discussão da formatação das
grades das noites competitivas do Festival de Dança, Meia Ponta, Mostra de Dança
Contemporânea e Palcos Abertos;
• Contratação das equipes de Produção, Recepção e Transporte, Alojamentos:
• Levantamento de fornecedores e solicitação dos orçamentos gerais de produção;
Confirmação das reservas de passagens e hospedagens para professores, jurados,
pianistas, grupos e bailarinos convidados e equipe de produção;
• Inscrições dos interessados — grupos e cursistas — nos alojamentos do Festival;
• Divulgação dos resultados da seleção e outras noticias do evento, via Assessoria de
Imprensa.
Junho
• Respostas aos e-mails recebidos e atualização do site;
I ll
Julho
• Realização do Festival de Dança de Joinville (incluindo toda a programação paralela
do evento, com a divulgação diária conforme plano de midia e planejamento de
Assessoria de Imprensa).
Agosto
• Respostas aos e-mails recebidos e atualização do site;
• Desmontagem da estrutura do evento;
• Balanço dos materiais de estoque;
• Elaboração do relatório final do evento e apresentação à diretoria;
• Divulgação dos resultados de informações gerais e balanço do evento, via
Assessoria de Imprensa.
Setembro
• Revisão do regulamento para o próximo festival;
• Reunião com o Conselho Artistic° para posse dos novos integrantes (a cada ano
muda 2), divulgação do balanço geral do evento, aprovação do novo regulamento,
discussão das atrações e da programação geral para a próxima edição;
112
Outubro/Novembro/Dezembro
• Respostas aos e-mails recebidos;
• Planejamento geral do festival para a próxima edição;
• Previsão orçamentária;
• Levantamento das necessidades de produção;
• Levantamento das necessidades técnicas dos professores, para a realização dos
cursos, oficinas e workshop;
• Atualização e divulgação do site;
• Elaboração e entrega da Proposta de Patrocínio;
• Divulgação do regulamento no site;
• Outros
Neste contexto, pode-se dizer que há, em todo momento, uma preocupação com as
atividades que irão ser desenvolvidas, e uma reflexão de qual o caminho que deve ser tomado.
Percebe-se tambem a existência de um planejamento tanto ativo, urna vez que são detectadas
oportunidades ou criadas novos produtos para o evento, como reativo, quando são feitas
modificações de acordo com a experiência de eventos passados, com o intuito de adaptar,
melhorar ou aprimorar processos ou serviços.
Corn relação as decisões, estas ocorrem de forma programada e não programada.
Pode-se afirmar que as decisões programadas, estratégicas e gerenciais são mais utilizadas na
fase de concepção do evento, mediante a reunido dos conselhos e coordenadorias que
discutem o rumo da organização e, de forma participativa e coletiva, chegam a um consenso.
Neste momento também busca-se a tomada de decisão otimizada, em relação a mudanças
necessárias para futuros festivais. Já na fase de implementação do evento, onde os
imprevistos acontecem em tempo real, as decisões não programadas e operacionais ocorrem
com mais frequencia. Vale lembrar também , que nesta fase há ocorrência de decisões
individuais, já que muitos dos colaboradores trabalham individualmente e possuem a
autonomia de julgamento diante das situações enfrentadas.
5.2.3 Pontos fortes e fracos
pontos fortes:
a) born relacionamento entre os membros , sendo que estes se identificam corn a
organização;
b) alto envolvimento dos membros com a causa;
e) falta de padronização e formalização dos processos;
d) existência de uma equipe especializada no desenvolvimento de eventos culturais;
e) registros contábeis bem estruturados e transparentes;
t) grande parte das decisaes são tomadas com a participação de todos os coordenadores;
g) grande delegação de tarefas;
h) equipe operacional com bastante autonomia para realizar as suas atividades:
i) tomada de decisão participativa;
I) pouca burocracia no processo de tomada de decisão.
Como pontos fracos podemos identificar:
a) falta de maior envolvimento com o Estado, uma vez que a gestão terceirizada fica
sobrecarregada deve assumir papéis dos quais não deveria se encarregar;
b) falta de profissionais de outras áreas que não sejam do turismo, como por exemplo,
administradores;
c) reconhecimento de caráter social da organização perante a comunidade;
d) ausência de treinamento de pessoas;
e) falta de planejamento das atividades a curto e longo prazo;
f) ausência de um setor voltado à Area de Recursos Humanos;
g) falta de conhecimento a respeito de Sistemas de Informação;
h) falta de cópias de segurança dos registros;
i) espaço físico ocioso, e limitado no fase de implementação do evento;
j) falta de planejamento estratégico formal;
1) caráter reativo do planejamento operacional;
m) falta de padronização de tomada de decisão;
n) falta de procedimentos e regulamentos no planejamento corno um todo;
114
quarta-feira e terminando num sábado, sendo sempre na segunda quincena de julho, durante
as ferias escolares.
Na fase da concepção, são vistos todos os produtos e serviços oferecidos pelo festival.
e são sugeridas modificações em regulamentos ou processos, além de sugestões de criações
novas, como neste ano, onde pretende-se atender o público acadêmico.
Para melhor entender quais os produtos e serviços oferecidos no Festival, segue a
relação de cada um deles com as suas respectivas características e objetivos:
• Programação: Noite de Abertura e Noite de Gala, se apresentam companhias
pro fi ssionais com belíssimos espetáculos.
• Mostra Competitiva: Nessa mostra que os grupos e escolas de dança se encontram
e apresentam seus trabalhos, competindo em vários gêneros. Os participantes da
mostra competitiva são selecionados pelo Conselho Artístico do festival e durante as
apresentações são avaliados por um júri renomados no Brasil e exterior. Os
vencedores de cada gênero voltam a se apresentar no palco na Noite dos Campeões.
• Meia Ponta: Foi criado para dar oportunidade As novas gerações de bailarinos, essa
mostra é destinado aos pequenos bailarinos, que durante 3 tardes se apresentam
também em diversos gêneros. Com estrutura própria, o evento apresenta a beleza e a
graça da dança infantil e possibilita o desenvolvimento artístico dos participantes.
• Palcos Abertos: Praças, fabricas, empresas e shopping centers são invadidos por
bailarinos que se apresentam nos Palcos Abertos, montados em vários locais da cidade
levando cultura e entretenimento para toda a população da cidade. Eles também
passam por uma seleção do Conselho Artístico do festival.
• Mostra de Daiwa Contemporânea: Evento não competitivo, a mostra abre espaço
para grupos e bailarinos profissionais apresentarem suas propostas cênicas.
• Programação Didática: Tem objetivo de contribuir para a formação técnica dos
participantes do festival. É realizado cursos e oficinas, Projeto Daiwa Comunidade,
que atende os jovens carentes da periferia da cidade, E Por Falar em Dança, que é um
dia inteiro destinado a palestras, debates, exposições, mostra de videos e apresentação
de trabalhos acadêmicos, entre outras ações.
• Feira da Sapatilha: É realizado no Expocentro Edmundo Doubrawa, com mais de
90 estandes que oferecem artigos específicos de dança, uma praça de alimentação e
um palco aberto, é o local de ponto de encontro dos participantes do festival e turistas.
116
Uma vez definido as diretrizes gerais, deve-se pensar nos recursos necessários e
iniciar a elaboração de projetos para captação de recursos. De outubro a novembro é realizado
entae• o projeto de captação de recursos apresentado para a Secretaria de Cultura do Estado e
é que buscam-se
para o Ministerio da Cultura. Após a publicação no diario oficial,
efetivamente os patrocinadores. Paralalemente à elaboração dos projetos, o Instituto já faz a
preferencia aos patrocinadores do Ultimo evento,
relação de possíveis patrocinadores, dando
começa o seu contato promocional no mês de janeiro.
Os projetos de captação de recursos via leis de incentivos utilizados pelo Instituto são:
Lei Federal de Incentivo a Cultura (Lei Rouanet) e a lei Estadual do FUNCULTURAL,.
Concebida em 1991 para incentivar investimentos culturais, a Lei Federal de
Incentivo à Cultura (Lei n° 8.313/91) poder ser usada por empresas e pessoas fisicas que
desejam financiar projetos culturais. Ela institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura
o
(Pronae), que é formado por três mecanismos: o Fundo Nacional de Cultura (FNC),
Incentivo Fiscal (Mecenato) e o Fundo de Investimento Cultural e Artístico (Ficart).
O mecanismo utilizado pelo Instituto do Festival de Dança é a do Mecenato, a qual
viabiliza beneficias fiscais para investidores que apoiarem projetos culturais sob a forma de
doação ou patrocínio. Desta maneira, empresas e pessoas físicas aproveitam a isenção em até
100% do valor no Imposto de Renda e investem em projetos culturais.
Vale lembrar que estas leis possuem mecanismo rigoroso de acompanhamento e
prestação de contas. Portando as empresas e pessoas físicas que apoiarem os projetos
culturais deverão depositas os recursos financeiros em uma conta vinculada ao Ministério da
Cultura ou outros órgãos. No pós-evento a prestação de contas deve ser elaborada de forma
clara e objetiva, em formulários próprios, constando a documentação necessária, e entregues
pessoalmente no protocolo da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura (SEFIC), ou nas
Representações Regionais do MinC.
JA o Fundo Estadual de Incentivo à Cultura (FUNCULTURAL). encontra-se no
âmbito do Sistema Estadual. Também tem como objetivo de estimular o financiamento de
projetos culturais, por parte de contribuintes do Imposto sobre Operações Relativas
Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação - ICMS, na forma e nos limites estabelecidos nesta Lei.
Da mesma forma que a Lei Rouanet, a aplicação em projetos culturais sera
comprovada pela transferência de recursos financeiros por parte do contribuinte diretamente
aos respectivos Fundos.
117
CONCLUSÃO
O Festival de Dança de Joinville tern apresentado, ao longo dos anos, alta capacidade
de crescimento e aprimoramento em termos de evento cultural desde a sua criação. Este
crescimento provocou a necessidade de fundação de uma organização capaz de reunir os seus
foi assim que surgiu
esforços apenas numa causa, a gestão e o desenvolvimento do Festival, e
o Instituto do Festival de Dança.
O presente trabalho teve como intuito absorver maior conhecimento sobre a real
paralelamente, realizar
sistemática de organização de um evento, isto é, da fase pré-evento, e
uma analise interna da entidade organizadora do mesmo.
Para se chegar a este objetivo maior, foram coletados dados que contribuíssem no
alcance dos objetivos específicos; caracterização do evento, análise interna do Instituto do
Festival de Dança seguido dos seus pontos fortes e fracos , e a descrição do planejamento e
organização do pré-evento.
Desta maneira, identificou-se o Festival de Dança de Joinville corno urn evento de
grande porte, o mesmo tem por fim a reunião de estudantes, profissionais ou qualquer outra
pessoa que se identifique corn a arte da dança , o que o torna um evento de categoria
institucional artístico e cultural.
considerado um evento de rotatividade baixa, ou praticamente nula, já que é sempre
a mesma comissão organizadora responsável pela sua execução. Sua periodicidade é
constante e regular, acontecendo anualmente durante o período de recesso escolar em julho.
Corn relação à data, ela sofre alterações insignificantes com os anos, porém ainda não pode-se
denominar como sendo fixa, como em comemorações cívicas.
Nota-se que também que o Festival segue as peculiaridades de urn evento especial.
visto que o mesmo consiste em apresentações deliberadamente planejadas e criadas para
atingir metas e objetivos especificamente de cunho cultural e social.
Com relação ao perfil do seu público, o evento é bastante diversificado. Mesmo os
estudantes e participantes da mostra competitiva se apresentarem em maior volume, já nota-se
uma freqüência acentuada de turistas culturais no evento, bern como público de terceira idade
e adolescentes, que usufruem do Festival também como um espaço de relacionamento.
Pode-se dizer então que hoje o Festival tornou-se referência nacional em termos de
eventos culturais não apenas por reunir um público de aproximadamente 500 participantes, e
mais de 10.000 visitantes, mas também por desenvolver uma integração com a comunidade e
com o comércio joinvillense e, principalmente, por ser um centro difusor de cultura.
120
REFERÊNCIAS
DAFT. Richard L. Teoria e projetos das organizações. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
GIL, A. A. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 1994.
KWASNICKA, Eunice Lacava. Introdução à administração. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1995.
MAGNEVITA, Maria das Graças. Caderno de Eventos. Lauro de Freitas: Unibahia, 2000.
MATTAR, Fauze Najíb. Pesquisa de Marketing. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999.
125
MONTANA; CHARNOV
PINA et al. Manual para diagnóstico de administração de empresas. São Paulo: Atlas,
1980.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. Sao Paulo: Atlas, 1985..
RICHERO, Alicia. Eventos: guia practica para su planeación y ejecución. México: Trillas,
1999.
SIMERAY, J.P. A estrutura da empresa: princípios e definições tipos de estruturas e
organogramas. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1978.
STONER, James A.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5 ed. Rio de Janeiro: LTC,
1999.