GERHARDT 2009 Métodos - de - Pesquisa 2007
GERHARDT 2009 Métodos - de - Pesquisa 2007
GERHARDT 2009 Métodos - de - Pesquisa 2007
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Secretaria da
Métodos de Pesquisa
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UNIVERSIDADE
FEDERAL D0 RIO
GRANDE DO SUL
Reitor
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Vice-Reitor e Pró-Reitor
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SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
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Métodos de Pesquisa
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Seclelãliã de
Educação a Distância
M939 Métodos de pesquisa/ [organizado por] Tatiana Engel Gerhardte Denise Tolfo Silveira ;
coordenado pela Universidade Aberta do Brasil – UAB/UFRGS e pelo Curso de
Graduação Tecnológica– Planejamento e Gestão para o Desenvolvimento Rural
da SEAD/UFRGS. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.
120 p. : il.;17,5x25cm
(Série Educação a Distância)
Inclui figuras, quadros e anexos.
Inclui referências.
1.Metodologia da pesquisa científica. 2. Métodos de pesquisa. 3. Pesquisa científica
– Elaboração. 4. Projeto de pesquisa – Estruturação. 5. Tecnologia da informação e co-
municação – Pesquisa. 6. Ética – Plágio. I. Gerhardt, Tatiana Engel. II. Silveira, Denise
Tolfo. III. Universidade Aberta do Brasil. IV. Universidade Federal do Rio Grande do
Sul. Secretaria de Educação a Distância. Graduação Tecnológica – Planejamento e
Gestão para o Desenvolvimento Rural.
CDU 001.891
CIP-Brasil. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação.
(Jaqueline Trombin – Bibliotecária responsável CRB10/979)
ISBN 978-85-386-0071-8
SUMÁRIO
Introdução................................................................................................................... 9
Unidade 1 –Aspectos teóricos e conceituais......................................................... 11
Tatiana Engel Gerhardt e Aline Corrêa de Souza
1.1 Conceitos-base ....................................................................................................... 11
1.1.1 Oqueépesquisa? .......................................................................................... 12
1.1.2 O que é metodologia?................................................................................... 12
1.1.3 O que é conhecimento?................................................................................. 13
1.1.4 O que é senso comum?.................................................................................. 13
1.1.5 O que é conhecimento científico?.................................................................. 14
1.1.6Oqueéciência? ............................................................................................ 14
1.2 Construção do conhecimento.................................................................................. 17
1.2.1 Conhecimento empírico................................................................................ 18
1.2.2 Conhecimento filosófico................................................................................ 19
1.2.3 Conhecimento teológico................................................................................ 20
1.2.4 Conhecimento científico ............................................................................... 22
1.2.4.1 Método científico ................................................................................ 25
1.3 Referências ............................................................................................................. 29
Unidade 2 – A pesquisa científica ........................................................................... 31
Denise Tolfo Silveira e Fernanda Peixoto Córdova
2.1 Tipos de pesquisa.................................................................................................... 31
2.1.1 Quanto à abordagem ..................................................................................... 31
2.1.1.1 Pesquisa qualitativa .............................................................................. 31
2.1.1.2 Pesquisa quantitativa ............................................................................ 33
2.1.2 Quanto à natureza ......................................................................................... 34
2.1.2.1 Pesquisa básica..................................................................................... 34
2.1.2.2 Pesquisa aplicada.................................................................................. 35
2.1.3 Quanto aos objetivos ..................................................................................... 35
2.1.3.1 Pesquisa exploratória ........................................................................... 35
2.1.3.2 Pesquisa descritiva................................................................................ 35
2.1.3.3 Pesquisa explicativa .............................................................................. 35
2.1.4 Quanto aos procedimentos ............................................................................ 36
2.1.4.1 Pesquisa experimental.......................................................................... 36
2.1.4.2 Pesquisa bibliográfica ........................................................................... 37
2.1.4.3 Pesquisa documental............................................................................ 37
2.1.4.4 Pesquisa de campo ............................................................................... 37
2.1.4.5 Pesquisa ex-post-facto ...........................................................................38
2.1.4.6 Pesquisa de levantamento..................................................................... 38
2.1.4.7 Pesquisa com survey .............................................................................39
2.1.4.8 Estudo de caso..................................................................................... 39
2.1.4.9 Pesquisa participante............................................................................ 40
2.1.4.10 Pesquisa-ação..................................................................................... 40
2.1.4.11 Pesquisa etnográfica ........................................................................... 41
2.1.4.12 Pesquisa etnometodológica................................................................. 41
2.2 Referências ............................................................................................................. 42
Unidade 3 –A construção da pesquisa................................................................... 43
Tatiana Engel Gerhardt
3.1 Algumas condutas que dificultam começar,
ou começar mal, uma pesquisa................................................................................. 43
3.2 Processo de elaboração da pesquisa científica.......................................................... 46
3.2.1 Os três grandes eixos da pesquisa................................................................... 46
3.2.2 As sete etapas da pesquisa .............................................................................. 46
3.2.2.1 Primeira etapa: a questão inicial ........................................................... 48
3.2.2.2 Segunda etapa: a exploração do tema.................................................... 49
3.2.2.3 Terceira etapa: a problemática .............................................................. 51
3.2.2.4 Quarta etapa: a construção do modelo de análise .................................. 53
3.2.2.5 Quinta etapa: a coleta de dados ............................................................ 56
3.2.2.6 Sexta etapa: a análise das informações .................................................. 58
3.2.2.7 Sétima etapa: as conclusões .................................................................. 61
3.3 Referência .............................................................................................................. 64
Unidade 4 – Estrutura do projeto de pesquisa ...................................................... 65
Tatiana Engel Gerhardt, Ieda Cristina Alves Ramos, Deise Lisboa Riquinho
e Daniel Labernarde dos Santos
4.1 Estrutura do projeto de pesquisa ............................................................................. 65
4.1.1 Título do projeto ........................................................................................... 65
4.1.2 Introdução .................................................................................................... 66
4.1.3 Revisão bibliográfica ...................................................................................... 66
4.1.4 Procedimentos metodológicos ....................................................................... 67
4.1.4.1 Escolher o tipo de pesquisa .................................................................. 67
4.1.4.2 Estabelecer população e amostra .......................................................... 68
4.1.4.3 Determinar as técnicas de coleta de dados ............................................ 68
4.1.4.4 Técnicas de análise de dados ................................................................ 80
4.1.5 Aspectos éticos.............................................................................................. 86
4.1.6 Bibliografia.................................................................................................... 87
4.1.7 Cronograma .................................................................................................. 87
4.1.8 Orçamento.................................................................................................... 87 7
......
4.2 Referências ............................................................................................................. 87
Unidade 5 – Tecnologias de informação e comunicação ..................................... 89
Denise Tolfo Silveira, Fernanda Peixoto Córdova e André Luis Machado Bueno
5.1 Usos das Tecnologias de Informação e Comunicação ............................................... 89
5.1.1 Ferramentas de apoio à pesquisa .................................................................... 90
5.1.1.1 Ferramentas de busca bibliográfica em bases de dados .......................... 90
5.1.1.2 Sistemas de Informação ....................................................................... 91
5.2 Ética, plágio ............................................................................................................ 92
5.2.1 Legislação: sites ............................................................................................92
5.3 Referências ............................................................................................................. 93
Bibliografia de base .................................................................................................. 93
Bibliografia complementar...................................................................................... 93
Glossário .................................................................................................................... 95
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
1.1 CONCEITOS-BASE
Só se inicia uma pesquisa se existir uma pergunta, uma dúvida para a qual se quer
buscar a resposta. Pesquisar, portanto, é buscar ou procurar resposta para alguma coisa.
As razões que levam à realização de uma pesquisa científica podem ser agrupa
das em razões intelectuais (desejo de conhecer pela própria satisfação de conhecer)
e razões práticas (desejo de conhecer com vistas a fazer algo de maneira mais eficaz).
Para se fazer uma pesquisa científica, não basta o desejo do pesquisador em
realizá-la; é fundamental ter o conhecimento do assunto a ser pesquisado, além de
recursos humanos, materiais e financeiros. É irreal a visão romântica de que o pes-
quisador é aquele que inventa e promove descobertas por ser genial. Claro que se há
de considerar as qualidades pessoais do pesquisador, pois ele não se atreveria a iniciar
uma pesquisa se seus dados teóricos estivessem escritos numa língua que ele desco
nhece. Mas, por outro lado, ninguém duvida que a probabilidade de ser bem- sucedi
da uma pesquisa quando existem amplos recursos materiais e financeiros (para pagar
um tradutor, por exemplo) é muito maior do que outra com recursos deficientes.
Assim, quando formos elaborar um projeto de pesquisa, devemos levar em
consideração, inicialmente, nossos próprios limites. Nisso, não se inclui o fato de
não sabermos ler numa determinada língua, pois, se o trabalho for importante e
estiver escrito em russo, devemos encaminhá-lo para tradução à pessoa habilitada.
O planejamento, passo a passo, de todos os processos que serão utilizados, faz
parte da primeira fase da pesquisa científica, que envolve ainda a escolha do tema, a
formulação do problema, a especificação dos objetivos, a construção das hipóteses e a
operacionalização dos métodos (veremos esses passos em detalhe nas Unidades 3 e 4).
Método Dedutivo
René Descartes (1596-1650) apresenta o Método Dedutivo a partir da ma-
temática e de suas regras de evidência, análise, síntese e enumeração. Esse método
parte do geral e, a seguir, desce para o particular.
O protótipo do raciocínio dedutivo é o silogismo, que, a partir de duas propo
sições chamadas premissas, retira uma terceira chamada conclusão.
Exemplo:
Todo mamífero tem um coração.
Ora, todos os cães são mamíferos.
Logo, todos os cães têm um coração.
No exemplo apresentado, as duas premissas são verdadeiras, portanto a con-
clusão é verdadeira.
Parte-se de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis, possibi
litando chegar a conclusões de maneira puramente formal, em virtude de sua lógica.
Este método tem larga aplicação na Matemática e na Física, cujos princípios podem
ser enunciados por leis. Já nas Ciências Sociais seu uso é mais restrito, em virtude da
dificuldade de se obterem argumentos gerais cuja veracidade não possa ser colocada
em dúvida (Gil, 1999).
Método Indutivo
Para Francis Bacon (1561-1626), o conhecimento científico é o único cami
nho seguro para a verdade dos fatos. Como Galileu, critica Aristóteles (filósofo gre
go) por considerar que o silogismo e o processo de abstração não propiciam um
conhecimento completo do universo. O conhecimento é fundamentado exclusiva
mente na experiência, sem levar em consideração princípios preestabelecidos. O
conhecimento científico, para Bacon, tem por finalidade servir o homem e dar-lhe
poder sobre a natureza.
Bacon, um dos fundadores do Método Indutivo, considera:
as circunstâncias e a frequência com que ocorre determinado fenômeno;
os casos em que o fenômeno não se verifica;
os casos em que o fenômeno apresenta intensidade diferente.
Antônioé mortal.
Exemplo:
Benedito
Carlos éémortal.
mortal. 27
......
Zózimo é mortal.
Ora, Antônio, Benedito, Carlos, ... e Zózimo são homens.
Logo, (todos) os homens são mortais.
A partir da observação, é possível formular uma hipótese explicativa da
causa do fenômeno. Portanto, por meio da indução chega-se a conclusões que são
apenas prováveis.
Método Hipotético-Dedutivo
Este método foi definido por Karl Popper, a partir de suas críticas ao método
indutivo. Para ele, o método indutivo não se justifica, pois o salto indutivo de “al
guns” para “todos” exigiria que a observação de fatos isolados fosse infinita.
O método hipotético-dedutivo pode ser explicado a partir do seguinte esquema:
1 Veja no Glossário alguns termos utilizados na produção do conhecimento científico, como, por
exemplo, epistemologia.
28
...... ANOTE
Fontes para leitura sobre Métodos de pesquisa em desenvolvimento rural:
<http://www.iea.sp.gov.br/out/publicacoes/asp-2-01.htm>
<http://gipaf.cnptia.embrapa.br/bibliografia/selecao-por-temas/metodologia/>
<http://www.agriculturaurbana.org.br/RAU/AU5/AU5.html>
<http://www.iica.org.br/Docs/Publicacoes/PublicacoesIICA/SergioBuarque.pdf>
<http://www.iica.org.br/Docs/Publicacoes/PublicacoesIICA/INPA.zip>
<http://www6.ufrgs.br/pgdr/textos/10ousodometodo.pdf>
LEMBRE-SE
Ao longo dos módulos, o aluno pode ir organizando suas ideias sobre possíveis temas de inte
resse de pesquisa para um trabalho final do curso, relatório de pesquisa ou produção de um
artigo. A Internet é um recurso incrível para explorar as ideias. Torna-se pesquisador quem
começa a investigar e registrar essas ideias. Torna-se cientista quem sistematiza sua investi
gação e comunica seus resultados no formato padronizado da Ciência.
IMPORTANTE
Após a leitura desta Unidade, reflita sobre a questão levantada por Minayo (2007, p. 35):
O que a Ciência possui de diferente em relação às outras modalidades de saber?
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
Quadro 1
Comparação dos aspectos da pesquisa qualitativa
com os da pesquisa quantitativa
Aspecto Pesquisa Quantitativa Pesquisa Qualitativa
Enfoque na interpretação do menor maior
objeto
Analisa
de procedimentos
os dados numéricos
estatísticos
através Analisa as informações narradas de uma forma
organizada, mas intuitiva
Elaborado a partir de: POLIT et al., 2004.
Assim, como visto até aqui, tanto a pesquisa quantitativa quanto a pesquisa
qualitativa apresentam diferenças com pontos fracos e fortes. Contudo, os elementos
fortes de um complementam as fraquezas do outro, fundamentais ao maior desen
volvimento da Ciência.
INFORMAÇÃO
Ver capítulo 7: O planejamento de pesquisas qualitativas, em ALVES-MAZZOTTI &
GEWANDSZNAJDER (1998, p. 147-78).
ANOTE
A visão de que o conhecimento produzido na área das ciências naturais tem mais validade do
que o conhecimento produzido na área das ciências sociais e humanas ainda persiste, embora
muito se tenha avançado. A ideia de Galileu, segundo a qual conhecer significa quantificar, por
muito tempo esteve presente na produção do conhecimento; por isso, a pesquisa quantitativa,
mesmo nas Ciências Sociais, era utilizada como único meio até as discussões se iniciarem, na
década de 1980, no Brasil, em torno da abordagem qualitativa de pesquisa para a análise e
apreensão dos fenômenos humanos (PIETROBON, 2006, p. 78).
SUGESTÃO
Assista ao filme Oponto de mutação ou leia o livro com o mesmo título, de Fritjof Capra, físico
austríaco, que retrata a história do pensamento científico para apoiar a ideia de que é preciso
quebrar as bases da ciência moderna, pautada no sistema matemático cartesiano, que vê o
mundo como uma máquina perfeita a serviço do homem, para entender o quanto, ao longo
de séculos, ela convergiu do modo como a natureza, incluindo nós humanos, se organiza e
mantém a vida.
Objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da Ciência, sem apli
cação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais.
2.1.2.2 PESQUISA APLICADA 35
......
Para Gil (2007, p. 44), os exemplos mais característicos desse tipo de pesquisa
são sobre investigações sobre ideologias ou aquelas que se propõem à análise das
diversas posições acerca de um problema.
Como exemplo desse tipo de pesquisa, pode-se citar um estudo sobre a eva-
são escolar, quando se tenta analisar suas causas. Num estudo experimental, seria
o inverso, tomando-se primeiramente um grupo de alunos a quem seria dado um
determinado tratamento, e observando-se depois o índice de evasão.
Fonseca (2002) aponta que este tipo de pesquisa é utilizado em estudos explo
ratórios e descritivos, o levantamento pode ser de dois tipos: levantamento de uma
amostra ou levantamento de uma população (também designado censo).
Esclarece o autor (2002, p. 33):
O Censo populacional constituía única fonte de informação sobre a
situação de vida da população nos municípios e localidades. Os cen-
sos produzem informações imprescindíveis para a definição de po-
líticas públicas estaduais e municipais e para a tomada de decisões
de investimentos, sejam eles provenientes da iniciativa privada ou de
qualquer nível de governo. Foram recenseados todos os moradores
em domicílios particulares (permanentes e improvisados) e coletivos,
na data de referência. Através de pesquisas mensais do comércio, da
indústria e da agricultura, é possível recolher informações sobre o seu
desempenho. A coleta de dados realiza-se em ambos os casos através
de questionários ou entrevistas.
Para Alves-Mazzotti (2006, p. 640), os exemplos mais comuns para esse tipo
de estudo são os que focalizam apenas uma unidade: um indivíduo (como os casos
clínicos descritos por Freud), um pequeno grupo (como o estudo de Paul Willis so-
bre um grupo de rapazes da classe trabalhadora inglesa), uma instituição (como uma
escola, um hospital), um programa (como o Bolsa Família), ou um evento (a eleição
do diretor de uma escola).
Ainda segundo a autora, podemos ter também estudos de casos múltiplos, nos
quais vários estudos são conduzidos simultaneamente: vários indivíduos (como, por
exemplo, professores alfabetizadores bem-sucedidos), várias instituições (como, por
exemplo, diferentes escolas que estão desenvolvendo um mesmo projeto).
40
...... 2.1.4.9 PESQUISA PARTICIPANTE
2.1.4.10 PESQUISA-AÇÃO
Para Gil (2007, p. 55), a pesquisa-ação tem sido alvo de controvérsia devido ao
envolvimento ativo do pesquisador e à ação por parte das pessoas ou grupos envol
vidos no problema. Apesar das críticas, essa modalidade de pesquisa tem sido usada
por pesquisadores identificados pelas ideologias reformistas e participativas.
2.1.4.11 PESQUISA ETNOGRÁFICA 41
......
2.2 REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
3.1 ALGUMAS CONDUTAS QUE DIFICULTAM COMEÇAR, OU COMEÇAR MAL, UMA PESQUISA
Optamos, para iniciar esta Unidade, por nos apoiar no excelente manual de
introdução à pesquisa científica de Quivy & Campenhoudt (1995)3, os quais muito
didaticamente nos apresentam diferentes condutas que facilitam e dificultam a ela
boração de uma pesquisa.
Segundo esses autores (1995, p. 10),
3 As passagens citadas da obra de QUIVY & CAMPENHOUDT (1995) foram traduzidas por Tatiana
Engel Gerhardt.
44 No início de uma pesquisa, como não sabemos muito bem como proceder ou
......
p. 10)
por onde
chamam
começar,
deofuga normalmenteSegundo
que antecipada. fazemosos
é oautores, ela&pode
que Quivy Campenhoudt
tomar diferentes
(1995,
formas, entre as quais são citadas a “gulodice livresca ou estatística”, o “impasse das
hipóteses” e a “ênfase obscura”.
A “gulodice livresca ou estatística”
Quivy & Campenhoudt (1995, p. 10) chamam de “gulodice livresca ou esta
tística” o fato de
(...) encher a cabeça com uma grande quantidade de livros, de artigos
ou de dados numéricos, esperando encontrar em um parágrafo ou um
gráfico a luz que permitirá enfim precisar corretamente e de maneira
satisfatória o objetivo e o tema de trabalho que desejamos pesquisar.
Esta atitude conduz de forma constante à desmotivação, pois a abun
dância de informações mal absorvidas conduz a embaralhar ainda mais
as ideias. É preciso, portanto, voltar para trás, reaprender a refletir
mais do engolir as informações, a ler em profundidade poucos textos
escolhidos cuidadosamente e a interpretar judiciosamente alguns da
dos estatísticos particularmente significativos. A fuga por antecipação
não é somente inútil, mas, sobretudo, prejudicial. Muitos estudantes
abandonam seus projetos de pesquisa de final de curso, de mestrado
ou doutorado por terem assim começado. É preferível escolher o ca-
minho mais simples e mais curto para chegar ao melhor resultado. Isso
implica que não devemos nos engajar em um trabalho importante sem
antes termos refletido sobre o que queremos saber e de que forma
devemos proceder. Descongestionar o cérebro de números e palavras
é o primeiro passo para começar a pensar de forma ordenada e criativa
(QUIVY & CAMPENHOUDT, 1995, p.10).
Esta terceira forma de mal começar uma pesquisa nos indica a necessidade de
termos uma linguagem clara e objetiva, mas que ao mesmo tempo seja científica,
acadêmica. Esse é um exercício difícil e que demanda investimento por parte do
pesquisador, mas de suma importância para que todos os conceitos e termos utiliza
dos ganhem sentido na formulação do projeto e não sejam colocados meramente ao
acaso. Num texto científico, cada palavra, cada conceito tem peso, pois representa
um ponto de vista, uma visão de mundo por parte do pesquisador.
No campo da pesquisa científica, o que importa acima de tudo é que um bom
trabalho é aquele que busca a verdade. Não a verdade absoluta, estabelecida uma vez
por todas pelos dogmas, mas uma verdade que se permite questionar e que se apro-
funda incessantemente pelo desejo do pesquisador de compreender de forma mais
justa a realidade na qual vivemos e que construímos.
46
...... Frente a esses elementos, vejamos então como proceder para a construção de
uma pesquisa de forma a assegurar-lhe um bom começo. Para tal, utilizaremos os
esquemas didáticos propostos por Quivy & Campenhoudt (1995), ao abordarem o
processo de elaboração da pesquisa científica, desde os princípios/eixos que a nor-
teiam até o desenvolvimento das etapas para colocá-la em prática.
LEMBRE-SE
A insistência na questão inicial deve-se ao fato de que muitas vezes o pesquisador não lhe dá
o devido valor, pois ou ela lhe parece evidente (implicitamente!) ou ele pensa que, avançando,
ele a verá mais claramente. Isso é um engano. Fazendo o papel de fio condutor da pesquisa, a
questão inicial deve ajudar a progredir nas leituras e na coleta de dados exploratória. Quanto
mais esse “guia” for preciso, mais rapidamente o pesquisador avançará. Ou seja, é traba
lhando e (re)trabalhando sua questão inicial que o pesquisador conseguirá fazer a ruptura
com as ideias preconcebidas e com a ilusão da transparência. Enfim, existe ainda uma última
razão decisiva para efetuar cuidadosamente este exercício: as hipóteses de trabalho, que
constituem os eixos centrais de uma pesquisa, se apresentam como propostas de respostas à
questão inicial (QUIVY & CAMPENHOUDT, 1995, p. 38).
Como ler
Fazer resumos: colocar em evidência as ideias principais e suas articulações de
forma a tornar clara a unidade de pensamento do autor. A qualidade de um resumo
está diretamente ligada à qualidade da leitura realizada.
A figura 2, abaixo, ilustra esse processo: a partir da questão inicial (etapa 1),
iniciamos a exploração do tema, através de leituras e da coleta de dados exploratória
(etapa 2). Essa segunda etapa nunca se desvinculará da primeira, uma vez que deve
mos a todo o momento voltar à questão inicial questionando-nos sobre sua pertinên
cia. Da mesma forma, a exploração do tema conduzirá à elaboração da problemática,
que nos reportará às leituras e à coleta de dados efetuados, a fim de verificarmos a
pertinência e adequação do problema elaborado. Ao longo dessas três primeiras eta
pas, as flechas de retroação na figura 2 indicam esse vai-e-vem, as interações entre a
questão inicial e o problema formulado e correspondem ao eixo da ruptura (como
vimos anteriormente), ou seja, o da necessidade de romper, ao longo dessas etapas,
com as ideias preconcebidas e com as falsas evidências.
52
......
Duas formas são sugeridas para a construção das hipóteses (quadro 3 e figura 3).
......
54 Quadro 3
Métodos hipotético-indutivo e hipotético-dedutivo
(...) uma proposta que antecipa uma relação entre dois termos que,
de acordo com o caso, podem ser de conceitos ou de fenômenos. Ela
é, portanto, uma proposta provisória, uma presunção, que requer ser
verificada. A hipótese será confrontada, numa etapa posterior da pes-
quisa, aos dados coletados. Para ser objeto dessa verificação empírica,
uma hipótese deve ser falsa. Isso significa primeiramente que ela deve
poder ser testada indefinidamente e deve, portanto, ter um caráter de
generalidade, e, em seguida, ela deve aceitar enunciados contrários que
são teoricamente suscetíveis de serem verificados. Somente o respeito a
essas exigências metodológicas permite colocar em prática o espírito da
pesquisa, que se caracteriza, sobretudo, pelo questionamento constante
dos resultados provisórios da produção do conhecimento.
(...) a etapa que faz o tratamento das informações obtidas pela coleta
de dados para apresentá-la de forma a poder comparar os resulta
dos esperados pelas hipóteses. No cenário de uma análise de dados
quantitativos, essa etapa compreende três operações. Entretanto, os
princípios deste método podem ser transpostos, em grande parte, a
outros tipos de métodos.
A primeira operação consiste em descrever os dados. Isso reme- 59
......
te, por um lado, a apresentá-los (agregados ou não) sob a forma re-
querida pelas variáveis implicadas nas hipóteses e, por outro lado, de
apresentá-los de forma que as características dessas variáveis sejam
evidenciadas pela descrição.
A segunda operação consiste em mensurar as relações entre as variá
veis, da maneira como essas relações foram previstas pelas hipóteses.
A terceira operação consiste em comparar as relações observadas
com as relações teoricamente esperadas pela hipótese e mensurar o
distanciamento entre elas. Se o distanciamento é nulo ou muito pe-
queno, pode-se concluir que a hipótese está confirmada; caso con-
trário, será preciso examinar de onde provém esse distanciamento e
tirar as conclusões apropriadas. Os principais métodos de análise das
informações são a análise estatística dos dados (método quantitativo)
e a análise de conteúdo (método qualitativo).
Nesse caso, será necessário completar a coleta de dados. Essa interação entre a
análise, as hipóteses e a coleta de dados é representada na figura 4, abaixo, pelas duas
flechas de retroação, ou seja, a análise das informações vai invariavelmente remeter
nos a verificar (ou ao menos a refletir sobre) a construção do modelo de análise (sua
pertinência e coerência) e, igualmente, a coleta de dados (pertinência e rigor).
60
......
3 – Perspectivas práticas:
Todo pesquisador deseja que seu trabalho sirva para alguma coisa. O problema
é que as conclusões de uma pesquisa conduzem raramente a uma aplicação prática clara
e indiscutível. Trata-se de consequências práticas que certos elementos de análise
implicam claramente? Se sim, por quais elementos de análise e em que a implicação
é indiscutível? Trata-se mais de pistas de ação que as análises sugerem, sem induzi-las
de forma automática e incontestável?
62
...... Vários pesquisadores esperam de seus trabalhos resultados práticos e que cons-
tituam guias de intervenção para as decisões e ações. Isso é possível em estudos de
caráter mais técnico, como, por exemplo, os estudos de mercado. Mas, por via de
regra, as relações entre pesquisa e ação não são assim tão diretas.
Segue, na figura 5, um recapitulativo das etapas da pesquisa, tal qual proposto
por Quivy & Campenhoudt.
63......
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
ANOTE
DOXSEY & DE RIZ (2002-2003, p. 26) alertam: “Você já sabe que escreve um objetivo
começando com um verbo. Porém, que verbo usar? Richardson dá a seguinte orientação:
‘Usualmente, em uma pesquisa exploratória, o objetivo geral começa pelos verbos conhecer,
identificar, examinar, levantar e descobrir; em uma pesquisa descritiva, inicia com os verbos
caracterizar, descrever e traçar; e, em uma pesquisa explicativa, começa pelos verbos anali
sar, avaliar, verificar, explicar, etc.’.”
INFORMAÇÃO
Elaborando resumos e fichamentos
DOXSEY & DE RIZ (2002-2003, p. 35-6) nos dão algumas orientações: “A pesquisa ou levanta
mento bibliográfico é um importante estágio na elaboração do quadro inicial. Se o pesquisador
utiliza teorias e conceitos para estudar fenômenos, a leitura é um hábito que deve ser cultivado.
Pela leitura, o pesquisador fica conhecendo o que outros pesquisadores e autores disseram a
respeito do fenômeno que pretende estudar. Para que você possa otimizar seu tempo, é bom
que, ao ler um livro, um documento ou qualquer outro material, você vá levantando as infor
mações que poderão ser úteis. Além de comentar resumidamente as ideias apresentadas, você
pode, por exemplo, destacar o que o próprio autor diz sobre a obra ao apresentá-la. Pode,
também, escrever destacar trechos para serem usados em citações. É preciso não esquecer de
anotar as referências da obra, que devem constar do item referências bibliográficas, caso a obra
venha a fazer parte do quadro teórico da pesquisa ou a ser citada no texto.”
Na Unidade 4 serão abordados os tipos de material que o pesquisador pode con- 67
......
sultar, bem como a maneira correta de apresentar as referências das fontes consultadas.
ANOTE
O objetivo determina o caráter da pesquisa
Segundo DOXSEY & DE RIZ (2002-2003, p. 25), o objetivo geral da pesquisa esclarece o que
se pretende alcançar com a investigação. Explicita, também, o caráter da pesquisa: se ela é
exploratória, descritiva ou explicativa.
Vamos rever as características de cada uma delas.
Pesquisas exploratórias: buscam uma abordagem do fenômeno pelo levantamento de
informações que poderão levar o pesquisador a conhecer mais a seu respeito.
Pesquisas descritivas: são realizadas com o intuito de descrever as características do
fenômeno.
Pesquisas explicativas: num estudo dessa natureza, o pesquisador procura explicar cau
sas e consequências da ocorrência do fenômeno. O caráter da pesquisa influencia todo o
desenvolvimento da pesquisa, a começar pela maneira como o pesquisador determina os
objetivos de sua investigação.
INFORMAÇÃO
O pesquisador iniciante mais explora do que explica
Vale lembrar, conforme DOXSEY & DE RIZ (2002-2003, p. 26-7), que “pesquisadores inician
tes, como é o caso dos estudantes de graduação e de pós-graduação lato sensu, geralmente
realizam pesquisas de caráter exploratório. É preciso esclarecer que a exploração do fenô
meno tem como objetivos desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias. Esse tipo de
pesquisa é realizado especialmente quando há poucas informações disponíveis sobre o tema
ao qual se relaciona o objeto de estudo. Justamente devido ao escasso conhecimento do as
sunto, o planejamento é flexível, de forma que os vários aspectos relativos ao fato possam
ser considerados. A escassez de informações torna difícil a formulação de hipóteses, como
requerem as pesquisas descritivas e explicativas. Na verdade, é sobre as pesquisas científicas
que descrevem e explicam os fenômenos que você mais ouve falar. Bons trabalhos científi-
cos muitas vezes são trabalhos simples. Pesquisadores iniciantes não precisam confeccionar
projetos complicados ou ficar imobilizados pela mistificação desnecessária da pesquisa. É
importante ter foco no problema a ser estudado, traçar um plano executável com os recursos
e o tempo disponível e usar procedimentos adequados para a proposta”.
68 4.1.4.2 ESTABELECER POPULAÇÃO E AMOSTRA:
......
INFORMAÇÃO
A unidade de análise e os sujeitos da pesquisa
Confira a orientação dada por DOXSEY & DE RIZ (2002-2003, p. 44-5):
“É importante levar em conta um detalhe muitas vezes omitido sobre metodologia de pesquisa
é a lembrança sobre a delimitação do foco do estudo. Foco é uma questão de escolha e especi
ficação de limites. É essencial determinar qual será a principal fonte das informações a serem
coletadas. A unidade de análise pode ser uma pessoa, um grupo, uma empresa, uma sala
de aula, um município. Pode ser configurada em outro âmbito, num âmbito mais macro: um
setor econômico, uma divisão de uma instituição ou uma escola. Independentemente do âm
bito da análise, precisamos saber quais os sujeitos da pesquisa. A escolha de quem vai ser
estudado mantém uma relação estreita com dois aspectos principais: 1) até que ponto que
remos generalizar ou concluir algo para um pequeno grupo ou para uma população maior;
e 2) quantos casos, indivíduos, unidades de observação precisam ser estudados para que os
resultados sejam considerados ‘científicos’. As técnicas de amostragem permitem reduzir o
número de sujeitos numa pesquisa, sem risco de invalidar resultados ou de impossibilitar a
generalização para a população como um todo. ‘Nos trabalhos quantitativos, a generalização
está determinada pela amostragem aleatória e pela estatística inferencial, mas essas técnicas
não são relevantes para a pesquisa qualitativa’ (RICHARDSON, 1999, p. 101). Mas se seu
estudo não utiliza técnicas de amostragem, uma abordagem quantitativa, quantos sujeitos ou
unidades de observação são necessários? Infelizmente não existem ‘regras’ para responder
à pergunta. Para a pesquisa qualitativa, o pesquisador seleciona os sujeitos de acordo com o
problema da pesquisa. Quem sabe mais sobre o problema? Quem pode validar tal informação
com outro ponto de vista ou uma visão mais crítica dessa situação problemática? O iniciante
em pesquisa científica muitas vezes pensa que a pesquisa qualitativa é o caminho mais indica
do para se exercitar na pesquisa porque exige um número menor de entrevistas, questionários
ou observações, etc. A pesquisa quantitativa é percebida como mais complicada e demorada
com um maior número de observações necessárias. Vários fatores influenciam as decisões
tomadas pelo pesquisador no planejamento de um projeto. O tamanho e a complexidade da
população são os principais determinantes no tamanho e no tipo de amostra contemplado. As
pesquisas qualitativas permitem maior liberdade na composição dos casos e/ou unidades a
serem escolhidas. Ao mesmo tempo em que observamos questões pragmáticas no desenho
do estudo, o pesquisador deve evitar que preferências, valores pessoais ou fatores de conve
niência afetem suas decisões sobre a população a ser estudada. O bom senso não é suficiente
para determinar o tamanho da amostra em pesquisas quantitativas. É necessário utilizar as
fórmulas, evitando regras simplistas pelas quais o pesquisador aplica uma porcentagem X ao
número total população (universo) para calcular a amostra. Via de regra, evitam-se estudos
quantitativos (exploratórios ou descritivos) com menos de 30 casos. Dependendo do estudo,
muitas vezes apenas um grupo será insuficiente para a pesquisa quantitativa ou qualitativa.
Por outro lado, um bom estudo de caso pode envolver uma família, uma pequena escola ou
instituição. No final das contas, você, pesquisador(a), é quem determina a abrangência e es
pecificação de seu estudo. É de suma importância, portanto, um planejamento e justificativa
adequados para as estratégias adotadas em sua proposta.”
VANTAGENS DESVANTAGENS
Economiza tempo e viagens e obtém grande É pequena a percentagem dos questionários
número de dados. que voltam.
Atinge maior número de pessoas simultanea Deixa grande número de perguntas sem res
mente. postas.
Abrange uma área geográfica mais ampla. Não pode ser aplicado a pessoas analfabetas.
Economiza pessoal, tanto em treinamento Não é possível ajudar o informante em ques
quanto em trabalho de campo. tões mal compreendidas.
Obtém respostas mais rápidas e mais precisas. Leva a uma uniformidade aparente devido à
Propicia maior liberdade nas respostas, em dificuldade de compreensão por parte dos infor
razão do anonimato. mantes.
Dá mais segurança, pelo fato de suas respos Uma questão pode influenciar outra quando
tas não serem identificadas. é feita a leitura de todas as perguntas antes do
Expõe a menos riscos de distorções, pela não início das respostas.
influência do pesquisador. A devolução tardia prejudica o calendário ou
Dá mais tempo para responder, e em hora sua utilização.
mais favorável. O desconhecimento das circunstâncias em
Permite mais uniformidade na avaliação, em que foram preenchidos torna difícil o controle e
virtude da natureza impessoal do instrumento. a verificação.
Obtém respostas que materialmente seriam Nem sempre é o escolhido quem responde ao
inacessíveis. questionário, invalidando, portanto, as respostas.
Exige um universo mais homogêneo.
Pré-teste do questionário
Depois de redigido, o questionário precisa ser testado antes de sua utilização defini
tiva, por meio da aplicação de alguns exemplares em uma pequena população escolhida.
(5) - Formulário - É o nome geralmente usado para designar uma coleção de ques 71
......
tões que são formuladas e anotadas por um entrevistador, numa situação face a
face com o entrevistado. As perguntas devem ser ordenadas, das mais simples
às mais complexas; vale lembrar que as perguntas devem referir-se a uma ideia
cada vez e possibilitar uma única interpretação, sempre respeitado o nível de
conhecimento do informante. Tanto o questionário quanto o formulário, por se
constituírem de perguntas padronizadas, são instrumentos de pesquisa mais ade
quados à quantificação, porque são mais fáceis de serem codificados e tabulados,
propiciando comparações com outros dados relacionados ao tema pesquisado. O
questionário e o formulário são instrumentos que se diferenciam apenas no que
se refere à forma de aplicação. O questionário é preenchido pelo próprio entre
vistado, e o formulário é preenchido indiretamente, isto é, pelo entrevistador.
Quadro 5
Vantagens e desvantagens do uso do formulário
VANTAGENS DESVANTAGENS
Utilizado para quase todos os segmentos da Menos liberdade nas respostas, em virtude da
população: alfabetizados, analfabetos, popula presença do entrevistador.
ções heterogêneas. Risco de distorções, devido à influência do
Presença do pesquisador, que pode explicitar aplicador.
os objetivos da pesquisa, orientar o preenchi Menor prazo para responder às perguntas;
mento do formulário e elucidar significados de não havendo tempo para pensar, as respostas
perguntas que não estejam muito claras. podem ser invalidadas.
Flexibilidade para adaptar-se às necessidades Mais demorado, por ser aplicado a uma pes
de cada situação, podendo o entrevistador refor soa de cada vez.
mular itens ou ajustar o formulário à compreen Insegurança nas respostas, por não haver
são de cada informante anonimato.
Obtenção de dados mais complexos e úteis. Pessoas detentoras de informações necessárias
Facilidade na aquisição de um número represen podem estar em localidades muito distantes, tor
tativo de informantes, em determinado grupo. nando a resposta difícil, demorada e dispendiosa.
Uniformidade dos símbolos utilizados, pois é
preenchido pelo próprio pesquisador.
Pré-teste do formulário
Como para o questionário, recomenda-se o pré-teste para o formulário, vi
sando evitar possíveis falhas ou imprecisões na redação, complexidade das questões,
questões desnecessárias, constrangimentos para o informante, exaustão, etc.
IMPORTANTE
Antes de fazer a escolha entre o uso de um questionário e o uso de um formulário, reflita sobre
as vantagens e desvantagens de ambas as técnicas. O mesmo vale para a escolha de qualquer
técnica de coleta de dados. Nenhuma técnica é capaz de responder por si só à complexidade
de um determinado tema de pesquisa; portanto, é essencial que, ao escolher uma técnica
em detrimento de outra, você tenha clareza quanto às suas possibilidades e limitações para
responder às questões da pesquisa.
72 (6) - Entrevista - Esta constitui uma técnica alternativa para se coletarem dados não
......
documentados sobre determinado tema. É uma técnica de interação social, uma
forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca obter dados, e a outra
se apresenta como fonte de informação. A entrevista pode ter caráter explorató
rio ou ser uma coleta de informações. A de caráter exploratório é relativamente
estruturada; já a de coleta de informações é altamente estruturada.
Tipos de entrevista
Entrevista estruturada
Na entrevista estruturada, segue-se um roteiro previamente estabelecido, as
perguntas são predeterminadas. O objetivo é obter diferentes respostas à mesma
pergunta, possibilitando que sejam comparadas. O entrevistador não tem liberdade.
Entrevista semiestruturada
O pesquisador organiza um conjunto de questões (roteiro) sobre o tema que
está sendo estudado, mas permite, e às vezes até incentiva, que o entrevistado fale li
vremente sobre assuntos que vão surgindo como desdobramentos do tema principal.
Entrevista não-estruturada
Também é denominada não-diretiva: o entrevistado é solicitado a falar livre
mente a respeito do tema pesquisado. Ela busca a visão geral do tema. É recomenda
da nos estudos exploratórios.
Entrevista orientada
O entrevistador focaliza sua atenção sobre uma experiência dada e seus efeitos;
isso quer dizer que ele sabe por antecipação os tópicos ou informações que deseja
obter com a entrevista.
Entrevista em grupo
Pequenos grupos de entrevistados respondem simultaneamente às questões, de
maneira informal. As respostas são organizadas posteriormente pelo entrevistador,
numa avaliação global.
Entrevista informal
É geralmente utilizada em estudos exploratórios, a fim de possibilitar ao pes-
quisador um conhecimento mais aprofundado da temática que está sendo investi
gada. Pode fornecer pistas para o encaminhamento da pesquisa, a seleção de outros
informantes, ou mesmo a revisão das hipóteses inicialmente levantadas.
Instrumentos acessórios 73
......
Filmadora, gravador, bloco para anotações e outros.
Roteiro
É uma lista dos tópicos que o entrevistador deve seguir durante a entrevista.
Isso permite uma flexibilidade quanto à ordem ao propor as questões, originando
variedade de respostas ou até mesmo outras questões. Na elaboração do roteiro,
deve-se levar em consideração:
a distribuição do tempo para cada área ou assunto;
a formulação de perguntas cujas respostas possam ser descritivas e analíticas,
para evitar respostas dicotômicas (sim/não);
a atenção para manter o controle dos objetivos a serem atingidos, para evitar
que o entrevistado extrapole o tema proposto.
Quadro 6
Vantagens e desvantagens do uso de entrevistas
VANTAGENS DESVANTAGENS
Não exige que o entrevistado saiba ler e es Acarreta custos com o treinamento de pessoal
crever. e a aplicação das entrevistas.
Apresenta muita flexibilidade, pois o entrevis Requer mais tempo.
tador pode facilmente adaptar-se às caracterís Implica ausência de anonimato.
ticas das pessoas e às circunstâncias em que se Propicia influência exercida pelo aspecto pes
desenvolve a entrevista. soal do entrevistador.
Possibilita captar a expressão corporal do en Permite influência das opiniões pessoais do en
trevistado, bem como a tonalidade da voz e a trevistador sobre as respostas do entrevistado.
ênfase nas respostas. Acarreta dificuldade na tabulação e na análise
Possibilita ao respondente o esclarecimento dos dados, no caso das entrevistas abertas.
das questões.
Permite a obtenção de dados com elevado ní
vel de profundidade.
Oferece maior garantia de respostas do que o
questionário.
Possibilita que os dados sejam analisados
quantitativa e qualitativamente.
Contato inicial
Para que a entrevista seja adequadamente realizada, é necessário, antes de mais
nada, que o entrevistador seja bem recebido. Algumas vezes, o grupo de pessoas a
ser entrevistado é preparado antecipadamente, mediante comunicação escrita ou
contato prévio.
IMPORTANTE
A entrevista difere do questionário e do formulário pela posição do pesquisador (entrevistador):
no caso do questionário, este é respondido pelo entrevistado sem a presença do entrevistador.
74 (7) - Observação - É uma técnica que faz uso dos sentidos para a apreensão de
......
determinados aspectos da realidade. Ela consiste em ver, ouvir e examinar os
fatos, os fenômenos que se pretende investigar. A técnica da observação desem
penha importante papel no contexto da descoberta e obriga o investigador a ter
um contato mais próximo com o objeto de estudo.
INFORMAÇÃO
Consulte o ANEXO A para obter orientações em relação à técnica da observação para a coleta
de dados.
Tipos de observação
Simples ou assistemática
O pesquisador permanece abstraído da situação estudada, apenas observa de ma-
neira espontânea como os fatos ocorrem e controla os dados obtidos. Nessa categoria,
não se utilizam meios técnicos especiais para coletar os dados, nem é preciso fazer
perguntas diretas aos informantes. É comumente utilizada em casos de estudos explo
ratórios, nos quais os objetivos não estão claramente especificados; pode ser que o pes-
quisador sinta a necessidade de redefinir seus objetivos ao longo do processo. É muito
apropriada para o estudo de condutas mais manifestadas das pessoas na vida social.
Sistemática/não-participante
Também conhecida como observação passiva. O pesquisador não se integra ao
grupo observado, permanecendo de fora. Presencia o fato, mas não participa dele,
não se deixa envolver pelas situações, faz mais o papel de espectador. O procedimen
to tem caráter sistemático.
Esse tipo de observação é usado em pesquisas que requerem uma descrição
mais detalhada e precisa dos fenômenos ou em testes de hipóteses. Na técnica de
coleta de dados, presume-se que o pesquisador saiba exatamente que informações
são relevantes para atingir os objetivos propostos. Nesse sentido, antes de executar a
observação sistemática, há necessidade de se elaborar um plano para sua execução.
Quadro 7 75
Vantagens e desvantagens da observação sistemática/não-participante ......
VANTAGENS DESVANTAGENS
Possibilita a obtenção de elementos para a de É canalizada pelos gostos e afeições do pes
finição do problema da pesquisa. quisador. Muitas vezes a atenção deste é des
Favorece a construção de hipóteses acerca do viada para o lado pitoresco, exótico ou raro do
problema pesquisado. fenômeno.
Facilita a obtenção de dados sem produzir O registro das observações depende, frequen
querelas ou suspeitas nos membros das comu temente, da memória do investigador.
nidades, grupos ou instituições que estão sendo Dá ampla margem à interpretação subjetiva
estudadas. ou parcial do fenômeno estudado.
Participante
O investigador participa até certo ponto como membro da comunidade ou
população pesquisada. A ideia de sua incursão na população é ganhar a confiança do
grupo, ser influenciado pelas características dos elementos do grupo e, ao mesmo
tempo, conscientizá-los da importância da investigação. Este tipo de observação foi
introduzido nas ciências sociais pelos antropólogos no estudo das chamadas socieda
des primitivas. A técnica de observação participante ocorre pelo contato direto do
pesquisador com o fenômeno observado. Obtém informações sobre a realidade dos
atores sociais em seus próprios contextos.
Importância da técnica
A observação participante permite captar uma variedade de situações ou fenô
menos que não são obtidos por meio de perguntas. Os fenômenos são observados
diretamente na própria realidade. A observação participante apreende o que há de
mais imponderável e evasivo na vida real.
Quadro 8
Vantagens e desvantagens da observação participante
VANTAGENS DESVANTAGENS
Facilita o rápido acesso a dados sobre situa Pode causar restrição devido aos papéis que o
ções habituais em que os membros da comuni pesquisador assume no grupo e na comunidade.
dade se encontram envolvidos. Pode limitar uma observação a um retrato da
Permite acesso a dados que a comunidade ou população estudada.
grupo considera de domínio privado; Em população com estratificação social, o pes
Capta palavras de esclarecimento que acom quisador pode ter difícil acesso a estratos diferen
panham o comportamento dos observados. tes daquele com o qual está identificado.
Pode provocar desconfiança da população ou
grupo estudado, limitando a qualidade da obser
vação.
ANOTE
Um exemplo interessante e raro de diário de campo se encontra referido na obra de Carlos
Rodrigues Brandão intitulada Oafeto da terra. Para os interessados nessa técnica de pesquisa
e de compreensão das relações entre os homens e os seres da natureza no mundo rural, vale
a pena ler:
Parte descritiva: é a parte das anotações onde deve haver preocupação em captar as
características das pessoas, ações e conversas observadas de acordo com o local
de estudo (BOGDAN & BIKLEN, 1994):
Descrição dos sujeitos
Reconstrução dos diálogos
Descrição do espaço físico
Relatos de acontecimentos particulares
Descrição da atividade
Comportamento, postura do observador
Parte reflexiva: é a parte das anotações que apreende mais o ponto de vista do
observador, suas ideias e preocupações. Essa fase de registro mais subjetivo,
segundo Bogdan & Biklen (1994), comporta reflexões sobre os seguintes itens:
a análise
o método
os conflitos e dilemas éticos
o ponto de vista do observador
pontos de clarificação
Como desenvolver o diário de campo na fase de coleta de dados, se-
gundo Beaud &Weber (1998).
Em um caderno: na página da direita, anotam-se datas, nomes de pessoas, de luga
res; na página da esquerda, anotam-se questões, hipóteses, leituras, tudo o que
faz parte da vida intelectual do pesquisador. Essas análises são úteis e podem
servir como os primeiros embriões de seu plano de redação definitivo.
Requisitos: precisão, senso de detalhes e honestidade escrupulosa.
78 ANOTE
......
Exemplificando um modelo de diário de campo
Título
Data
Horário
Local da observação
Descritivo: aparência, fala, gestos, desenho do espaço, pessoas envolvidas, comportamento
do pesquisador...
C. O. (comentários):
Reflexivo: especulações, pensamentos, reflexões, metodologia, pressupostos...
C. O. (comentários):
Quadro 9
Vantagens e desvantagens do uso do diário de campo
VANTAGENS DESVANTAGENS
Não é uma técnica isolada de coleta de dados Pode perder o foco e deixar passar aspectos
em pesquisa qualitativa. importantes da pesquisa.
Não requer conhecimento aprofundado para
ser usado.
Busca a checagem das informações e explora
tópicos de difícil abordagem.
ANOTE
Sugestões para o diário de campo, segundo BOGDAN & BIKLEN (1994):
A análise tem como objetivo organizar os dados de forma que fique possível o
fornecimento de respostas para o problema proposto. Em relação às formas que os
processos de análise de dados quantitativos podem assumir, tomando como referên
cia Gil (2006), observam-se em boa parte das pesquisas os seguintes passos:
estabelecimento de categorias;
codificação e tabulação;
análise estatística dos dados.
Estabelecimento de categorias
Para que as informações possam ser adequadamente analisadas, faz-se necessário
organizá-las, o que é feito mediante seu agrupamento em certo número de categorias.
Em muitas situações, o estabelecimento de categorias é uma tarefa bastante
simples, como no caso das investigações que tiveram os dados obtidos a partir de
instrumentos padronizados. Por exemplo, numa pesquisa em que os entrevistados
tinham 12, 17, 24, 32, 45, 62 e 74 anos de idade, o agrupamento dos indivíduos
pode ser feito nas seguintes categorias por faixa etária: “menores de 18 anos”, “entre
18 e 60 anos” e “maiores de 60 anos”.
É necessário que as categorias sejam suficientes para incluir todas as respostas
e sejam organizadas de forma tal que não seja possível colocar uma determinada res-
posta em mais de uma categoria.
Codificação e tabulação
Codificação é o processo pelo qual os dados brutos são transformados em sím
bolos que possam ser tabulados. Isso pode ocorrer antes ou após a coleta.
Aprecodificação ocorre frequentemente em levantamentos em que os questio
nários são constituídos por perguntas fechadas, cujas alternativas estão associadas a
códigos impressos no próprio questionário, como aparece no exemplo abaixo:
Sexo: (1) Masculino (2) Feminino
Religião: (1) Católico (2) Evangélico (3) Espírita (4) Umbandista
A tabulação é o processo que consiste em agrupar e contar os casos que es-
tão nas várias categorias de análise; ou seja, a tabulação simples consiste na simples
contagem das frequências das categorias de cada conjunto. O processamento por
computador é muito útil quando se trabalha com um grande volume de dados, como
no caso dos levantamentos, não apenas porque o tempo destinado à tabulação fica
reduzido, mas também pelo fato de o computador armazenar os dados de maneira
acessível, organizá-los e analisá-los estatisticamente.
Quadro 10
Tipos de mensuração x possíveis testes apropriados
Intervalar do que
Equivalência
Maior Todos os anteriores e mais:
Média
Razão conhecida de dois inter- Desvio-padrão
valos quaisquer Média aritmética
Desvio padrão, variância
Desvio médio
Intervalo, amplitude total, am
plitude média
Correlação de produto-mo
mento
teste-t, teste-F, teste-Z
adjetivos, substantivos, verbos e advérbios; (2) realiza-se a construção das frases; (3)
constrói-se uma rede semântica que evidencia uma dinâmica intermediária entre o
social e a gramática; (4) por fim, elabora-se a análise, considerando a produção social
do texto como constitutiva de seu próprio sentido.
86 Quadro 11
...... Comparação entre a análise de conteúdo e a análise do discurso
INFORMAÇÃO
Como realizar a descrição dos dados? A descrição dos dados obtidos na pesquisa é feita geral
mente de acordo com os objetivos do estudo (GIL, 1999).
<http://dtr2001.saude.gov.br/editora/produtos/livros/pdf/03_0559_MP.pdf>
<http://www.ufrgs.br/bioetica/Res19696.htm>
4.1.6 Bibliografia:
A bibliografia citada e/ou consultada deve ter suas referências no final do
projeto, de acordo com as normas oficiais (<http://www.abnt.org.br/default.
asp?resolucao=1280X1024>).
4.1.7 Cronograma:
Este consiste na distribuição das etapas de realização da pesquisa no tempo,
normalmente expresso em meses necessários após a redação do projeto; ele assume
com frequência a forma de um quadro ou tabela, onde constam as atividades que se-
rão desempenhadas e os meses em que as atividades serão levadas a cabo, podendo-se
marcar com um X cada um dos meses pertinentes a cada atividade.
INFORMAÇÃO
Veja o capítulo 15 de GIL (2007, p. 155-60), para obter maiores detalhes sobre a elaboração
de um cronograma do projeto de pesquisa.
4.1.8 Orçamento:
Consiste na estimativa dos gastos com a pesquisa, considerando os custos referentes
a cada etapa, segundo itens de despesa (custos de pessoal, custos de material, e outros).
INFORMAÇÃO
Veja o capítulo 15 de GIL (2007, p. 155-60), para obter maiores detalhes sobre a elaboração
de um orçamento do projeto de pesquisa
INFORMAÇÃO
Consulte os documentos na página da ABNT
(<http://www.abnt.org.br/default.asp?resolucao=1280X1024>)
para obter maiores detalhes sobre a estrutura de trabalhos científicos segundo as normas da
ABNT 2007.
Consulte também os textos dos Anexos B e C sobre alguns problemas na redação de textos
acadêmicos: Dicas de redação e Redação e estilo.
4.2 REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
INFORMAÇÃO
RECURSOS SABi/Web: <http://www.biblioteca.ufrgs.br/TreSabiWeb22.pdf>. Atenção: salve
este arquivo em pdf em sua área de trabalho e, após, abra o arquivo para visualizar o tutorial
de como utilizar o SABi/UFRGS.
A pesquisa de periódicos 91
......
A pesquisa de artigos de periódicos se dá por meio de índices especializados
que mantêm, para uma determinada área de conhecimento, um levantamento de
artigos de um grande número de periódicos. Nos índices, os arquivos são indexados
por palavras-chave, autor, título e assunto, e incluem as referências dos que autores
foram citados, e por quem, os resumos e/ou textos completos dos artigos.
Atualmente, a maioria dos índices especializados é comercializada; mas eles
podem ser consultados nas bibliotecas que os subscrevem, disponíveis online ou nas
versões eletrônicas em CD-ROM ou em disquetes. Devido a restrições de direitos
autorais, alguns incluem o texto completo dos artigos de parte dos periódicos inde
xados. Nesses casos, os artigos podem ser impressos.
O Portal de Periódicos da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pes
soal de Nível Superior) disponibiliza para professores, pesquisadores, alunos e fun
cionários de 163 instituições de ensino superior e de pesquisa em todo o país acesso
imediato à produção científica nacional e internacional.
Esse serviço oferecido pela CAPES possibilita acesso aos textos completos de
artigos de mais de 11.419 revistas internacionais, nacionais e estrangeiras, e a mais
de 90 bases de dados com resumos de documentos em todas as áreas do conheci
mento. Inclui também uma seleção de importantes fontes de informação acadêmica
com acesso gratuito na Internet.
O uso do Portal é livre e gratuito para os usuários das instituições participantes.
O acesso é realizado a partir de qualquer terminal ligado à Internet localizado nas
instituições ou por elas autorizado.
INFORMAÇÃO
Veja como o Portal pode ser acessado por membros da UFRGS fora da universidade: (<http://
www.biblioteca.ufrgs.br/capes.htm>).
A revista Ciência e Saúde Coletiva, v. 12, n. 1, Rio de Janeiro, jan./mar. 2007, inclui vários
artigos sobre agrotóxicos e questões agrárias.
Ética é uma palavra de origem grega, com duas etimologias possíveis. A primeira
é a palavra éthos, com e curto, que pode ser traduzida por “costume”; a segunda, que
também se escreve éthos, porém com e longo, significa “propriedade do caráter”. A
primeira é a que serviu de base para a tradução latina moralis, enquanto a segunda é a
que, de alguma forma, orienta a utilização atual que damos à palavra ética. Ética é a in
vestigação geral sobre aquilo que é bom (MOORE, 1975, p. 4). De acordo com o Novo
Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, ética é o “estudo dos juízos de apreciação referen
tes à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem o do mal”.
Já plágio pode ser definido como o ato de assinar ou apresentar uma obra
intelectual de qualquer natureza (texto, música, obra pictórica, fotografia, obra au-
diovisual) contendo partes de uma obra que pertença a outro autor, sem colocar os
créditos para esse autor original.
Segundo Lécio Augusto Ramos, professor de Metodologia da Pesquisa do curso
de Comunicação Social da Universidade Estácio de Sá (disponível em: <http://www.
andes.org.br/imprensa/ultimas/contatoview.asp?key=3974>), há três tipos muito
comuns de plágio:
plágio integral– a transcrição, sem citação da fonte de um texto completo;
plágio parcial – a cópia de algumas frases ou parágrafos de diversas fontes,
para dificultar a identificação;
plágio conceitual – a apropriação de um ou vários conceitos, ou de uma
teoria, que o autor de um texto apresenta como se fossem seus.
De acordo com a legislação, há outros conceitos relacionados com plágio:
heteroplágio – o fato de um autor apropriar-se de obra de outra pessoa.
autoplágio – o fato de um autor copiar trechos seus e distribuí-los em dife
rentes artigos como se fossem originais.
Veja, a respeito de plágio, os artigos 5º, 8º e 9º da Resolução 07/2004 – Código
disciplinar discente da UFRGS (<http://www.ufrgs.br/cepe/Res07-04.htm>).
5.3 REFERÊNCIAS
Bibliografia de base
DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1994.
______. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
LAKATOS, E. M. de A.; MARCONI, M. de A. Fundamentos da metodologia científica.
São Paulo: Atlas, 2003.
ALVES-MAZZOTTI, A. J.; GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais e
sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo: Pioneira, 1998.
Bibliografia complementar
BRANDÃO, C. R. (Org.). Pesquisa participante. 8. ed. São Paulo: Brasiliense, 1990.
CHALMERS, A. O que é ciência, afinal? Trad. de Raul Fiker. São Paulo: Brasiliense, 1982.
CHIZZOTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1991.
DEMO, P. Metodologia científica em ciências sociais. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1989.
FLICK, U. Uma introdução à pesquisa qualitativa. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
FODDY, W. Como perguntar: teoria e prática da construção de perguntas em entrevis
tas e questionários. Oeiras: Celta, 1996.
FOUREZ, G. A construção das ciências: introdução à filosofia e à ética das ciências. São
Paulo: Ed. da UNESP, 1995.
GRANGER, G. G. A ciência e as ciências. São Paulo: Ed. da UNESP, 1994.
KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica: teoria e prática da pesquisa. Pe
trópolis: Vozes, 1997.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1991.
LAVILLE, C.; DIONE, J. A construção do saber: manual de metodologia em ciências
humanas. Porto Alegre: Artmed, 1999.
MACEDO, N. D. Iniciação à pesquisa bibliográfica: um guia do estudante para a funda
mentação de pesquisa. São Paulo: Loyola, 1994.
MINAYO, M. C. S. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis:
Vozes, 2001.
94 SALOMON, D. V. Comofazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
......
SANTOS, B. S. Um discurso sobre as ciências. Porto: Afrontamento, 1987.
SEABRA, G. F. Pesquisa científica: o método em questão. Brasília: Ed. da UnB, 2001.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2000.
THIOLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 1992.
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em
educação. São Paulo: Atlas, 1987.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Trad. de Daniel Grassi. Porto
Alegre: Bookman, 2001.
95......
GLOSSÁRIO
Agradecimento:
Manifestação de gratidão do autor da pesquisa às pessoas ou entidades que
colaboraram em seu trabalho. Deve ser curto e objetivo.
Amostra:
Parcela significativa da população ou do universo pesquisado, geralmente aceita
como representativa.
Análise:
Estudo pormenorizado de cada parte do todo, para conhecer melhor sua natu
reza, suas funções, relações, causas, etc. Constitui a tarefa central da pesquisa.
Anexo:
Documento, não elaborado pelo autor do relatório de pesquisa, que constitui
um suporte para fundamentação, comprovação, elucidação ou ilustração do texto. É
um elemento opcional.
Apêndice:
Documento, texto, artigo ou outro material qualquer, elaborado pelo próprio
autor, e que se destina apenas a complementar as ideias desenvolvidas no decorrer do
trabalho. É um elemento opcional.
Bibliografia:
Lista de obras citadas, consultadas ou sugeridas pelo autor do trabalho de pesquisa.
Capa:
Serve para proteger o trabalho. Nela devem constar o nome do autor, o título
do trabalho e a instituição onde a pesquisa foi realizada.
Capítulo:
Cada uma das partes do relatório de pesquisa. O primeiro capítulo conterá a
Introdução, e o último, a Conclusão do autor. Entre eles, as partes que relatam o
desenvolvimento e os resultados da pesquisa.
Ciência:
Conjunto organizado de conhecimentos relativos a um determinado objeto,
acumulados por meio de métodos próprios de coleta e análise de dados.
Citação:
Transcrição ou a menção de obras ou partes de obras ou outros documentos.
Coleta de dados:
Fase da pesquisa em que se reúnem dados ou informações por meio de técnicas
e instrumentos específicos.
96 Conclusão:
......
Parte final do trabalho, onde o autor avalia e resume os resultados obtidos,
propondo soluções e aplicações práticas.
Conhecimento científico:
Conhecimento racional, sistemático, exato e verificável da realidade. Sua con-
sistência está nos procedimentos de verificação adotados segundo os princípios da
metodologia científica.
Conhecimento empírico:
Conhecimento baseado na experiência e na observação, metódicas ou não.
Conhecimento filosófico:
Conhecimento especulativo sobre fenômenos, fruto do raciocínio e da refle
xão humana. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os
limites formais da ciência.
Conhecimento teológico:
Conhecimento baseado na revelação, ou seja, na palavra de Deus comunicada
aos homens. Por sua natureza, não pode ser confirmado ou negado, pois depende da
fé ou crença religiosa de cada indivíduo.
Corpo do texto:
Desenvolvimento do tema pesquisado, dividido em partes, capítulos ou itens,
entre a Introdução e a Conclusão.
Cronograma:
Planejamento das diferentes atividades da pesquisa, de acordo com a metodo
logia adotada, distribuídas dentro de períodos predeterminados de tempo. É geral
mente esquematizado graficamente.
Dedicatória:
Parte pré-textual opcional, em que o autor homenageia afetivamente alguma
pessoa, ou um grupo de pessoas, ou outras instâncias.
Dedução:
Processo de raciocínio através do qual é possível, partindo de uma ou mais pre-
missas aceitas como verdadeiras, a obtenção de uma conclusão necessária e evidente.
Despesas de pessoal:
Descrição das despesas decorrentes do pagamento de pessoal, seja por contra
tação temporária, seja por contratação pela CLT.
Dialética:
Arte do diálogo ou da discussão, baseada na força da argumentação.
Dissertação:
Relatório de pesquisa científica sobre um tema único e bem delimitado, com
aprofundamento superior ao de uma monografia, para a obtenção do grau de Mestre,
por exigência do Parecer n. 977/65 do então Conselho Federal de Educação.
Entrevista:
Instrumento de pesquisa utilizado com o objetivo de coletar dados, oralmente
ou por escrito, numa interação entre o pesquisador e os informantes.
Epistemologia: 97
......
Conjunto de conhecimentos que tem por objetivo determinar a natureza, as carac
terísticas gerais e o alcance do conhecimento humano, refletindo especialmente a respeito
das relações entre sujeito e objeto. É também chamada de Teoria do Conhecimento.
Experimento:
Situação provocada com o objetivo de observar, sob controle, a relação que
existe entre determinados fenômenos.
Fichamento:
Processo de anotações de coletas de dados registradas em fichas para posterior
consulta.
Folha de Rosto:
Folha seguinte à capa, que deve conter as mesmas informações contidas na capa
e as informações essenciais sobre a origem do trabalho.
Glossário:
Conjunto de termos e expressões correntes em trabalhos de pesquisa ou pouco
conhecidas pelo virtual leitor, acompanhadas de definição.
Gráfico:
Representação plana de dados físicos, econômicos, sociais ou outros, por meio
de grandezas geométricas ou de figuras.
Hermenêutica:
Teoria ou ciência voltada à interpretação dos signos e de seu valor simbólico.
Hipótese:
Suposição que se faz na tentativa de explicar o problema formulado em relação
ao tema da pesquisa. A hipótese é provisória, podendo ser posteriormente confir
mada ou negada.
Indicadores:
Quantificação da realidade com vistas a oferecer um panorama em relação, por
exemplo, à qualidade de vida da população de um país, à sua esperança de vida ao
nascer, ao acesso à água potável, à educação.
Índice (ou Índice remissivo):
Relação alfabética detalhada dos assuntos, nomes de pessoas, nomes geográfi
cos, acontecimentos citados no decorrer do trabalho, acompanhados da indicação
das páginas em que ocorrem no texto. Alguns autores usam o termo Índice com o
mesmo sentido de Sumário.
Indução:
Raciocínio que parte de dados particulares (fatos, experiências) e, por meio de
uma sequência de operações cognitivas, chega a leis ou conceitos mais gerais, indo
da experiência à teoria.
Instrumento de pesquisa:
Meio utilizado pelo pesquisador para a coleta de dados, como o são, por exem
plo, questionários, entrevistas, gravações.
98
......
Introdução:
Primeira parte de um relatório de pesquisa, onde o pesquisador apresenta, em
linhas gerais, o que o leitor encontrará no corpo do texto. Apesar do nome Introdu
ção, é a última parte a ser redigida pelo autor.
Justificativa:
Parte fundamental do projeto de pesquisa, onde se expõem as razões de ordem
teórica (desenvolvimento da ciência) e de ordem prática (aplicação da ciência) pelas
quais a pesquisa proposta é importante.
Material permanente:
Conjunto de materiais usados na pesquisa que têm duração contínua, ou que se
desgastam mais dificilmente, tais como automóveis, materiais audiovisuais (projeto
res, retroprojetores, máquinas fotográficas, filmadoras), mesas, cadeiras, armários,
geladeiras, computadores, etc.
Material de consumo:
Conjunto de materiais que têm duração limitada, ou que se consomem e se
desgastam, tais como giz, filmes fotográficos, fitas de vídeo, gasolina, material de
limpeza (sabão, detergentes, vassouras, etc.).
Método:
Conjunto sistemático de regras e procedimentos que, se respeitados em uma
pesquisa científica, conduzem a resultados consistentes.
Metodologia:
Corpo de regras e diligências estabelecidas para realizar uma pesquisa científi
ca. Pode significar o mesmo que Método.
Monografia:
Tratamento por escrito de um tema específico bem delimitado. Pode ser con-
siderado em dois níveis: de iniciação à ciência, em sentido amplo; ou de pesquisa
científica, em sentido estrito.
Objetivo:
Finalidade, meta pela qual se realiza a pesquisa. Procura explicitar o que se pre-
tende alcançar com a execução da pesquisa. Normalmente se distinguem objetivos
gerais e objetivos específicos.
Paráfrase:
Reprodução do conteúdo de um texto ou de uma passagem de um texto por
meio de palavras diferentes das empregadas pelo autor.
Pesquisa:
Ação metódica ou investigação através da qual se busca uma resposta a um
problema de natureza científica.
Pesquisa disciplinar:
Aquela que usa o conhecimento de uma determinada disciplina para investigar
e analisar um objeto de estudo.
Pesquisa interdisciplinar: 99
......
Aquela que torna possível o diálogo e a colaboração entre disciplinas diferentes
no estudo de um problema comum, com base nos saberes e na articulação das ciências.
Pesquisa multidisciplinar:
Aquela que abrange muitas disciplinas, devendo, no entanto, a elaboração do
problema de pesquisa caber a cada uma delas.
Pesquisa transdisciplinar:
Forma específica de auto-organização do conhecimento, que tenta estabelecer
conexões com outros subsistemas externos ao domínio científico, em complexas
interações com os sistemas de ordenamento político, da economia e da cultura.
Polissêmico:
Adjetivo que se refere a palavras com mais de um significado.
Premissa:
Cada uma das proposições que compõem um silogismo e nas quais se baseia a
conclusão. Por extensão, é o ponto ou a ideia de que se parte para armar um raciocínio.
Problema:
Questão inicial, marco referencial inicial que lança o pesquisador a seu trabalho
de pesquisa.
Problematização:
Formulação do problema, que consiste em dizer, de maneira clara, explícita,
compreensível e operacional, qual é a dificuldade que se pretende resolver, limitando
sua abrangência e apresentando suas características.
Recursos financeiros:
Descrição minuciosa de todo o dinheiro necessário para cobrir as despesas pre-
vistas para a realização da pesquisa, seja para Material Permanente, seja para Material
de Consumo, seja para Pessoal.
Resenha:
Análise crítica ou informativa sintética de um livro ou parte de um livro, de um
artigo ou de outro tipo de documento. É também chamada de Recensão.
Revisão de Literatura:
Fase da pesquisa em que se recolhem informações documentais sobre os co-
nhecimentos já acumulados acerca do tema da pesquisa. Literatura significa, nesta
expressão, o conjunto de obras científicas, filosóficas, etc. sobre determinado assun
to, matéria ou questão. É o mesmo que Revisão Bibliográfica.
Técnica:
Forma segura e ágil para se cumprir algum tipo de atividade, com a utilização
de instrumental apropriado.
Teoria:
Conjunto de princípios e definições que servem para dar organização lógica a
aspectos selecionados da realidade empírica. As proposições de uma teoria são con-
sideradas leis se já foram suficientemente comprovadas e hipóteses se constituem
ainda problema de investigação (Goldenberg, 1998, p. 106-7).
100 Tese:
......
Trabalho científico acadêmico, mais avançado que a Dissertação, distinguindo
se desta por constituir uma contribuição original para a solução de problemas e para
o avanço científico na área em que o tema é tratado.
Tópico:
Subdivisão do assunto ou do tema.
Universo:
Totalidade de indivíduos (pessoas, animais, coisas, entidades, etc.) que pos
suem as mesmas características, definidas para um determinado problema a ser pes
quisado. Em pesquisa, é sinônimo de População.
Variáveis:
Características pelas quais os indivíduos de um universo ou de uma população se
distinguem entre si, tais como sexo, idade, peso, estatura, formação, classe social e outras.
A observação participante
É a inserção prolongada do pesquisador em um meio de vida, de trabalho.
Defrontamos-nos em carne e osso com a realidade que queremos estudar. Devemos
observar mais de perto os que a vivem e interagir com eles. Nessa expressão temos
observação e participação. Temos então dois tipos de situações que se combinam: o
pesquisador é testemunha (estamos na observação) e o pesquisador é co-ator (esta
mos na interação, na participação).
A observação permite descrever o que vemos, mas também faz emergir ques
tões (que serão exploradas nas entrevistas) sobre o que procuramos compreender das
representações, do simbólico, das relações sociais, das interações lógicas, etc. Essas
questões não podem ser coletadas como, por exemplo, um conjunto (ou uma amostra)
de pedras que reunimos e colocamos numa caixa e enviamos para um laboratório para
análise. A compreensão dessas questões (subjetivas) se constrói, não está dada.
Se o conceito de observação comporta muitas coisas em sua definição, o de
participação é muito mais evasivo. Seu objetivo é mergulhar na vida de uma comu
nidade, de um serviço, de um grupo social, etc. Porque estar no ambiente é uma
condição necessária para acessar a fontes de informações importantes e diversas, em
campos aparentemente distantesdoproblema estudado, mas que permitem com
preender o fenômeno em toda a sua extensão.
Impregnar-se: Não tiramos um peixe fora da água para ver como ele nada.
Partimos com uma problemática que permite fazer um guia de observação, não
de observação inocente, mas de observações estruturadas em função do que pesqui
samos. Mas cabe ao pesquisador de campo:
observar aquilo para o que não está preparado;
estar em condições de produzir dados que o obrigarão a modificar suas pró
prias hipóteses.
A pesquisa de campo deve se dar por objetivo desmentir o provérbio bambara:
3. TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO
Marcelo Antônio Conterato
Eduardo Ernesto Fílíppí
5. MÉTODOS DE PESQUISA
Tatiana Engel Gerhardt
Denise Tolfo Silveira (Orgs)
Impressão:
Gráfica da UFRGS
Rua Ramiro Barcelos, 2500 - Porto Alegre, RS
Fone/Fax (51) 3308-5083
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dor), Carla M. Luzzatto, Fernanda Kautzmann, Luciane Delani, Maria da Glória Almeida dos Santos e Rosangela
de Mello; suporte editorial: Samir Duarte da Silva e Tales Gubes Vaz (bolsistas) • Administração: Najára Machado
(coordenadora), Angela Bittencourt, Laerte Balbinot Dias, Jaqueline Trombin e Valéria da Silva Gomes; suporte
administrativo: Getúlio Ferreira de Almeida, Janer Bittencourt • Apoio: Idalina Louzada e Laércio Fontoura.
v) cunso oranzânundorrcnoioaia _
PIANUAMÍNTÚ f GÍSTÀÚ
PARA 0 DESENVOLVIMENTO RURAL
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Funda Nacional
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da Ed uca ção
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ISBN 978-85-386-0071-8
9 788538 600718