Dimensionamento Do Rolamento
Dimensionamento Do Rolamento
Dimensionamento Do Rolamento
do Rolamento
Prof. Esp. Diego Rosa
E-mail: profdiegorosa@hotmail.com
Considerações
iniciais
1. Introdução
Para dimensionar um rolamento, é importante definir inicialmente o
tipo de solicitação ao qual estará submetido, carga estática ou dinâmica.
Na carga estática, o rolamento encontra-se parado ou oscila lentamente
(n < 1Orpm).
Na carga dinâmica, o rolamento se movimenta com (n ≥ 10 rpm).
2. Carga estática
Quando o rolamento estiver atuando parado ou com oscilações, é
dimensionado por meio da capacidade de carga estática(Co).
2.1 Capacidade de carga
estática (Co)
É a carga que provoca no elemento rolante e na pista, uma deformação
plástica da ordem de 1/10000 do diâmetro do elemento rolante. Isto
corresponde, em condições normais de oscilação, a uma pressão de
superfície Hertz de 4000 MPa.
Em que:
2.2 Carga estática equivalente
(Po)
É uma suposta carga resultante, determinada em função das cargas
axial e radial, que atuam simultaneamente no rolamento.
Quando o rolamento for solicitado por uma carga radial ou axial
isoladamente, esta será a carga equivalente.
Na atuação simultânea das cargas axial e radial, a carga equivalente é
determinada pela fórmula:
Em que:
2.3 Fator de esforços estáticos
(Fs)
É um coeficiente de segurança que preserva a ocorrência de
deformações plásticas excessivas nos pontos de contato, entre os
corpos rolantes e a pista. São indicados os seguintes valores:
3. Carga dinâmica
Quando o rolamento atuar com movimento (n ≥ 10 rpm), é
dimensionado por meio da capacidade de carga dinâmica (C).
3.1 Capacidade de carga
dinâmica (C)
É a carga sob a qual 90% de um lote de rolamentos alcança um milhão
de rotações, sem apresentar sinais de fadiga.
A capacidade de carga dinâmica dos diversos tipos de rolamento é
encontrada nas tabelas que compõem os catálogos.
A capacidade de carga dinâmica que deve ter o rolamento para suportar
com segurança as cargas aplicadas é determinada por:
Em que:
3.2 Carga dinâmica equivalente
(P)
Determina-se a carga dinâmica equivalente quando houver a atuação
simultânea de cargas radial e axial no rolamento.
A carga dinâmica equivalente constitui-se de uma suposta carga
resultante, sendo definida por meio de:
Em que:
4. Rolamentos expostos a altas
temperaturas
Nos rolamentos expostos a altas temperaturas, torna-se necessário
considerar um fator de temperatura (ft). Nesse caso, para determinar a
capacidade de carga dinâmica, utiliza-se:
Em que:
4. Rolamentos expostos a altas
temperaturas
Fator de Temperatura
Vida Útil do
Rolamento
A vida útil do rolam ento compreende o período no
qual ele desempenha corretamente a sua função. A
vida útil termina quando ocorre o desgaste causado
pela fadiga do material.
1. Duração até a Fadiga
A vida nominal de um rolamento Lh é determinada por meio da norma
DIN-622, As recomendações da ISO permitem considerar no cálculo a
melhoria na qualidade dos aços e a influência da lubrificação na fadiga
do material.
Tem-se então, que:
Em que:
1.1 Fator a1 (probabilidade de falha)
O fator a1 que prevê a probabilidade de falhas no material devido à
fadiga é regido por leis estatísticas, sendo obtido na tabela seguinte:
1.2 Fator a2 (matéria-prima)
O fator a2 considera as características da matéria-prima e o respectivo
tratamento térmico.
Para os aços de alta qualidade (FAG), recomenda-se a2 = 1.
O fator a2 se altera para altas temperaturas.
1.3 Fator a3 (condições de serviço)
As condições de serviço influem na vida do rolamento.
A duração prolonga-se quando o ambiente de trabalho é limpo, a
lubrificação é adequada e a carga atuante não é excessiva. O término da
vida útil do rolamento ocorre quando há formação de "pittings" (erosão
produzida por cavitação), originada na superfície das pistas.
1.4 Fator a23
Por meio da interdependência dos fatores de adequação para matéria-
prima (a2) e as condições de serviço (a3), é conveniente que seja
indicado um único valor para o conjunto a23.
Tem-se que:
O fator a23 é determinado por meio da utilização dos diagramas
seguintes:
1.4 Fator a23
1.4 Fator a23
Fator de temperatura ft
1.4 Fator a23
No diagrama, determina-se a viscosidade relativa do óleo υ1 por meio
do diâmetro médio do rolamento que se localiza no eixo das abscissas.
As linhas inclinadas representam a velocidade de trabalho (rotação em
rpm).
Conhecido o diâmetro médio do rolamento, traça-se uma vertical até o
ponto que representa a velocidade de trabalho.
Definido o ponto, faz-se a sua projeção no eixo das ordenadas e
encontra-se, dessa forma, a viscosidade relativa υ1 .
Exemplo I
Supondo que o diâmetro médio do
rolamento seja (D + d)/ 2 = 60 mm
e a rotação n = 360 rpm. Tem-se
então que se que localizar (D + d)/2
= 60 mm no eixo das abscissas.
Traça-se uma vertical até encontrar
a reta inclinada que representa 360
rpm (reta localizada no diagrama
posteriormente por meio de
estimativa). Pelo ponto encontrado,
traça-se uma paralela ao eixo das
abscissas até encontrar o eixo das
ordenadas υ1 . O ponto de encontro
entre a paralela e o eixo das
ordenadas define a viscosidade
relativa υ1 .
1.4 Fator a23
Diagrama 2
O diagrama υ - T é utilizado para determinar a viscosidade de serviço do
óleo lubrificante.
São conhecidas:
1. A temperatura de serviço;
2. A viscosidade cinemática do óleo a 40°C.
1.4 Fator a23
Procede-se da seguinte forma:
O eixo das ordenadas
representa a temperatura de
serviço. As linhas inclinadas
representam a viscosidade
cinemática do óleo a 400e.
Localiza-se no eixo das
ordenadas a temperatura de
serviço.
Traça-se uma reta horizontal até
encontrar a viscosidade do óleo
a 40°C. Projeta-se o ponto
encontrado no eixo das
abscissas, para encontrar a
viscosidade de serviço do óleo
na temperatura de trabalho.
Exemplo II
Supondo que a temperatura de serviço
de um determinado mecanismo seja
70°C e a viscosidade do óleo
lubrificante a 40°C 180 cSt, determinar
a viscosidade de serviço.
Procedimento:
Localiza-se 70°C no eixo das ordenadas.
Traça-se uma paralela ao eixo das
abscissas até o encontro com a reta
inclinada que represente 180 cSt. Essa
reta encontra-se aproximadamente no
ponto médio entre as retas que
representam 150 a 220 cSt.
O ponto determinado por meio da
concorrência entre as retas da
temperatura e da viscosidade é
projetado para o eixo das abscissas,
resultando na viscosidade de serviço.
1.4 Fator a23
Exemplo III
1.4 Fator a23
Localiza-se a relação 1 no
eixo das abscissas. Por meio
de uma vertical, partimos
para a zona II. Nesse campo,
indica-se a utilização do
limite superior, supondo
que as condições sejam
ideais para trabalho
(limpeza, lubrificante com
aditivos ...). Projetando o
limite superior para o eixo
das ordenadas, encontra-se:
1.4 Fator a23
Análise dos valores obtidos do fator a23 para o exemplo em questão:
Obtida a relação υ/υ1 = 1, traça-se o segmento de reta vertical até a
faixa II.
No ponto superior da faixa, encontra-se a23 = 1,5 que corresponde a
uma expectativa otimista da duração do rolamento.
No ponto médio do segmento de reta na faixa II tem-se uma expectativa
média de duração do rolamento que resulta num fator a23 = 1.
No ponto inferior do segmento na faixa II tem-se uma expectativa
pessimista de vida do rolamento, o que ocorre nas lubrificações com
graxa. Para este exemplo tem-se a23 = 0,75.
1.4.1 Especificação dos Campos
do Diagrama 3
Campo 1
Zona de transição para durabilidade permanente - vale para condições
ideais de serviço.
Campo 2
É o mais importante do diagrama. Define o que é obtido na prática com
a utilização de lubrificantes adequados e com aditivos.
Campo 3
Indica que poderá ser obtido um prolongamento de vida útil ao
melhorar o grau de limpeza, lubrificação e vedação.
1.4.2 Recomendações
No campo 2, podem ser utilizados valores a23 no limite superior, desde
que apresentem baixo componente de atrito por deslizamento, boa
limpeza nos condutos de lubrificação e lubrificante com aditivos
adequados.
Quando υ/υ1 < 1 e quando houver risco de contaminação do
lubrificante, recomenda-se a utilização do limite inferior da faixa.
Ao utilizar graxa, recomenda-se a utilização do limite inferior da faixa.
A zona II limita-se à relação υ/υ1 < 4; acima de 4 entra-se na zona I, em
que se torna imprescindível rigorosa limpeza na aplicação.
Para temperaturas de serviço acima de 150°C, a vida útil diminui.
Nesses casos, corrige-se o valor a23 pelo fator de redução ft.
1.4.2 Recomendações
Limitação no cálculo da duração
O cálculo da vida útil somente corresponderá, na prática, à duração de
serviço do rolamento se forem observadas as condições seguintes:
1. A lubrificação admitida no cálculo deve permanecer constante durante
todo o período de funcionamento;
2. Que a rotação e os esforços utilizados nos cálculos correspondam às
condições efetivas de serviço;
3. Que a temperatura de serviço tenha sido admitida corretamente;
4. Que a contaminação no lubrificante seja reduzida no período de
funcionamento;
5. Que a vida útil, limitada pela interrupção de lubrificação ou desgaste, não
seja inferior ao tempo de duração até a fadiga.
Expressões das
cargas
1. Rolamentos FAG fixos de
esferas
1.1 Carga equivalente - medidas de montagem
Carga Estática Equivalente
Rolamentos fixos de esferas de uma e de duas carreiras:
1. Rolamentos FAG fixos de
esferas
Medidas de Montagem
Os anéis do rolamento somente podem assentar no eixo, no furo da
caixa e nas superfícies laterais. Não devem, portanto, encostar nos raios
de arredondamento. Consequentemente, o maior raio rg da peça
contígua deve ser menor do que a menor dimensão de canto rsmín do
rolamento fixo de esferas.
A altura do encosto lateral deve ser tal que, mesmo com máxima
medida rs da dimensão de canto do rolamento, ainda haja uma
superfície de encosto suficiente.
1. Rolamentos FAG fixos de
esferas
Medidas de Montagem
Na tabela abaixo, estão indicados os valores máximos de rg e mínimos
da altura de encosto h.
1. Rolamentos FAG fixos de
esferas
Carga Dinâmica Equivalente
Rolamentos fixos de esferas de uma e de duas carreiras:
Rolamentos com dupla carreira de esferas:
Fatores radiais e axiais dos rolamentos fixos de esferas
2. Rolamentos FAG de contato angular de
esferas e rolamentos para fusos
2.1 Carga equivalente
Rolamentos para fusos, séries B719C, B70C e B72C com ângulo de
contato α = 15°.
Rolamento individual:
2. Rolamentos FAG de contato angular de
esferas e rolamentos para fusos
2. Rolamentos FAG de contato angular de
esferas e rolamentos para fusos
2. Rolamentos FAG de contato angular de
esferas e rolamentos para fusos
2. Rolamentos FAG de contato angular de
esferas e rolamentos para fusos
Rolamentos para fusos, séries B719E, B70E e B72E com ângulo de
contato α = 25°.
Rolamento individual: