Suelen Regina Patriarcha Graciolli PDF
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Ministério da Educação
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Centro de Ciências Exatas e Tecnologia
Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências
Mestrado em Ensino de Ciências
CAMPO GRANDE - MS
2009
I
Serviço Público Federal
Ministério da Educação
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Centro de Ciências Exatas e Tecnologia
Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências
Mestrado em Ensino de Ciências
II
Banca:
_____________________________________
Prof.ª Dr.ª Ângela Maria Zanon
_____________________________________
Prof.ª Dr.ª Icléia Vargas Albuquerque de Vargas
_____________________________________
Prof. Dr. Flávio Henrique Caetano
_____________________________________
Prof.ª Dr.ª Maria Celina Recena
III
Meu mundo, nosso mundo
V
Resumo
O ensino de ciências é fundamental para a plena realização do ser humano e a sua integração
social. A Educação Ambiental, além de já ter se tornado uma exigência educacional, favorece
essa integração social por meio da compreensão do meio ambiente, promovendo atitudes que
promovam a alteração dos comportamentos das pessoas para com seu ambiente e as próprias
relações interpessoais. Quando se fala na modificação do comportamento os jogos têm papel
fundamental. Na teoria piagetiana, os jogos em grupos devem ser usados em sala de aula a
fim de promover a habilidade de coordenar pontos de vistas, fazer conexões. Desta forma,
este trabalho teve por objetivo o desenvolvimento de um jogo didático intitulado “Guardião
do Meio Ambiente” baseado na teoria piagetiana comprometido com o ensino de ciências e
com a transformação socioambiental, e a verificação da viabilidade do uso desse jogo com
alunos do ensino fundamental e médio na busca de práticas pedagógicas que possam auxiliar
professores e alunos no processo de ensino e aprendizagem. Os temas abordados no jogo
foram escolhidos baseando-se no Referencial Curricular da Rede Municipal de Ensino para o
ensino fundamental de 6º ao 9º ano de Campo Grande-MS. O jogo foi trabalhado com 50
alunos de 6º ano de ensino fundamental e 31 alunos de ensino médio de duas escolas públicas
em Campo Grande/MS. Os alunos participantes desta pesquisa responderam a um
questionário composto de questões objetivas e descritivas após jogarem o jogo “Guardião do
Meio Ambiente”. Os questionários aplicados nos alunos de ensino fundamental e médio
foram trabalhados qualitativamente por meio da análise de conteúdo proposta por Laurence
Bardin, e indicaram que o jogo desenvolvido obteve resultados satisfatórios enquanto
instrumento motivador do aprendizado, facilitador no processo de aprendizagem sobre os
temas abordados por ele e que favorece o estímulo ao raciocínio lógico. Desta forma,
acredita-se que o jogo “Guardião do Meio Ambiente” atingiu aos objetivos propostos. O
mesmo se mostrou viável em sala de aula, quanto a temas abordados pela Educação
Ambiental, motivando e estimulando os alunos a aprendizagem de forma prazerosa.
VI
Abstract
The teaching of science is essential for the full self-realization of the human being and its
social integration. Environmental Education, besides it has already become an educational
requirement, that promotes social integration through understanding of the environment by
promoting actions that change the attitudes of people towards their environment and their own
relationships. The games have an essential role in education when it comes to changing the
behavior of people. In Piagetian theory, the games in groups should be used in the classroom
to promote the ability to coordinate viewpoints and to make connections. Thus, this study had
an objective to develop an educational game called "Guardião do Meio Ambiente" based on
Piagetian theory committed to science education and socio-environmental transformation, and
verification of the feasibility of using this game with pupils elementary and high school in
search of educational practices that can help teachers and students in the teaching and
learning. The topics covered in the game were chosen based on the Curriculum of the
Municipal School for 6th to 9th years in the municipality of Campo Grande, MS. The game
was worked with 50 students from 6th year of elementary school and 31 secondary school
students from two public schools in Campo Grande/MS. Students participating in this
research responded to a questionnaire consisting of both objective and descriptive questions
after playing the game. The results of questionnaires to students in elementary and secondary
education were explored qualitatively through content analysis proposed by Laurence Bardin.
The results indicated that the game developed were satisfactory as a means of motivating
learning facilitator in the process of learning about the topics discussed and favoring the
encouragement of logical reasoning. Thus it is believed that the game “Guardião do Meio
Ambiente” hit the targets. And it is showed viable to apply in the classroom about
Environment Education topics, motivating and engaging students in a pleasant way learning.
VII
Sumário
1. Introdução .................................................................................................................... 1
1.1. Educação Ambiental .......................................................................................... 1
1.1.1. Breve Histórico sobre a Educação Ambiental ............................................ 1
1.1.2. Ensino de Ciências e Educação Ambiental ............................................... 10
1.2. A Ludicidade, os Jogos e o Processo Educativo ............................................. 18
1.3. Piaget e a Construção do Conhecimento ......................................................... 22
1.4. Contextualizando Piaget, jogos, ensino de ciências e Educação
Ambiental............................................................................................................... 31
2. Objetivos .................................................................................................................... 34
3. Metodologia ................................................................................................................ 34
3.1. Desenvolvimento do Jogo ............................................................................... 34
3.2. Verificação da Coerência do Jogo ................................................................... 37
3.3. Verificação da viabilidade do uso do jogo “Guardião do Meio Ambiente: Seja
um Fiscal Ambiental e Desvende Crimes contra a Natureza” em alunos de
ensino fundamental e médio na busca de práticas pedagógicas que possam
auxiliar professores e alunos no processo de ensino e aprendizagem
.......................................................................................................................... 38
3.3.1. Ensino Fundamental .................................................................................... 38
3.3.2. Ensino Médio .............................................................................................. 39
3.3.3. Questionários destinados aos alunos de ensino fundamental e
médio...................................................................................................................... 40
3.4. Análise e interpretação dos dados ................................................................... 41
3.4.1. Organização da análise .............................................................................. 42
3.4.1.1. Pré-análise ................................................................................ 42
3.4.1.2. Exploração do material ............................................................ 44
VIII
4. Análise e Interpretação dos Resultados .................................................................. 51
7. Conclusão ................................................................................................................... 78
9. ANEXOS
Anexo 1 – Carta de Aprovação da pesquisa “Jogos Didáticos: uma proposta
pedagógica para o Ensino de Ciências e Educação Ambiental” pelo Comitê
de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul – UFMS.................................................................... 85
Anexo 2 – Certificado de Registro ou Averbação na Fundação Biblioteca Nacional,
Rio de Janeiro - RJ.................................................................................... 86
Anexo 3 – Registro da Marca “Guardião do Meio Ambiente” para brinquedos ou
jogos no Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI.................. 87
Anexo 4 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, Ofício e Autorização
assinados pelas escolas em concordância com a pesquisa........................ 89
10. APÊNDICES
Apêndice 1 – Figuras do jogo “Guardião do Meio Ambiente”................................... 98
Apêndice 2 – Regras do jogo “Guardião do Meio Ambiente”.................................. 106
Apêndice 3 – Questionário respondido pelos alunos de ensino fundamental e
médio....................................................................................................... 109
IX
Lista de Quadros
Quadro 1. Quadro das Categorias de Análise identificadas nos questionários dos alunos 6º ano
de ensino fundamental..............................................................................................................
52
Quadro 2. Quadro das Categorias de Análise identificadas nos questionários dos alunos 3º ano
de ensino médio....................................................................................................................... 54
X
Lista de Figuras
XI
Lista de Abreviaturas
XII
1. Introdução
1
denuncia a busca incessante do crescimento da sociedade a fim de se tornar cada vez
maior, mais rica e poderosa, a qualquer custo. O relatório estabelecia
Para Reigota (2006) essa publicação foi por muitos anos uma referência
internacional às políticas e projetos, no entanto, foi alvo de muitas críticas para alguns
latino-americanos, que acreditavam ser o relatório uma indicação de que para se
conservar o padrão de consumo dos países industrializados era necessário controlar o
crescimento da população nos países pobres.
Reigota (2006) ainda afirma que em 1972, como consequência dos debates e
conclusões do Clube de Roma, acontece a Conferência de Estocolmo ou Primeira
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente que reuniu representantes de
113 países. Considerada um marco histórico e político internacional, nessa conferência
é gerada a Declaração sobre o Ambiente Humano a qual, por meio de 23 princípios
propunha
3
a Educação Ambiental deve ser contínua, multidisciplinar, integrada às
diferenças regionais e voltadas para os interesses nacionais (DIAS, 2004,
p.38).
5
seminário os participantes concluem que seria necessário a intensificação de
intercâmbio de informações e experiências entre os países. Ainda no mesmo ano a
Agência Americana de Proteção Ambiental (EPA) estima que 70 mil produtos químicos
estejam sendo manufaturados, com aproximadamente mil novos produtos acrescentados
a cada ano, só nos Estados Unidos (DIAS, 2004).
6
apontando para uma integração entre a conservação da natureza e crescimento
econômico.
Em 1989 foi criado o Fundo Nacional do Meio Ambiente por meio da Lei
7.787/89 que se tornaria principal fonte de financiamento de projetos ambientais no
Brasil.
7
currículos, entre outros temas/conteúdos referentes à Educação Ambiental (DIAS,
2004).
9
1.1.2. Ensino de Ciências e Educação Ambiental
1 Ramo de conhecimento sistematizado como campo de estudo ou observação e classificação dos fatos
atinentes a um determinado grupo de fenômenos e formulação das leis gerais que os regem.
2 Todas as vezes em que me referir a ciências, significa, disciplina escolar.
10
Para Krasilchik (2000), na medida em que a ciência e a tecnologia foram
reconhecidas como essenciais no desenvolvimento econômico, cultural e social, o
ensino de ciências em todos os níveis foi também crescendo de importância. Fenômenos
como a industrialização, o desenvolvimento tecnológico e científico, a urbanização,
entre muitos outros, provocaram choques no currículo escolar ao longo dos anos
(KRASILCHIK, 1988).
A falta de matéria-prima e produtos industrializados durante a 2ª Guerra
Mundial e no período pós-guerra auxiliou a busca pela superação da dependência e o
desejo do país se tornar auto-suficiente, e para isso ter uma ciência autônoma era
fundamental. Havia a necessidade de preparação de alunos mais aptos em nome da
demanda de investigadores para impulsionar o progresso da ciência e tecnologia
nacionais das quais dependia o país, que se encontrava em processo de industrialização
(KRASILCHIK, 2000).
Paralelamente ao país em transformações políticas em um breve período de
eleições livres, houve uma mudança na concepção do papel da escola que passava a ser
responsável pela formação de todos os cidadãos (KRASILCHIK, 2000). A partir da
promulgação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB nº 4.024/61), as aulas de ciências
naturais passam a ser obrigatórias em todas as séries ginasiais, o chamado, hoje, ensino
fundamental séries finais (6º aos 9º anos). Antes dessa lei as aulas dessa disciplina eram
apenas ministradas nas últimas séries do ginásio, correspondentes hoje aos oitavos e
nonos anos ou ainda as sétimas e oitavas séries. No curso colegial – hoje ensino médio –
houve também considerável aumento da carga horária de Física, Química e Biologia.
Isso ampliou bastante a participação das ciências naturais no currículo escolar.
Atualmente, devido a Lei de Diretrizes e Bases de 1996 (LDB nº 9394), a educação
básica, nos níveis fundamental e médio, conta com uma carga horária mínima anual de
oitocentas horas, distribuídas por, no mínimo, duzentos dias letivos.
A prefeitura de Campo Grande-MS distribui essas oitocentas horas anuais
no ensino fundamental séries finais (6º ao 9º ano), em vinte horas semanais, sendo
quatro aulas de língua portuguesa, quatro de matemática e, ciências físicas e biológicas,
história, geografia, inglês, arte e educação física, contam com duas horas cada. Na rede
estadual de Mato Grosso do Sul, estas mesmas oitocentas horas são distribuídas em 26
horas/aulas no ensino fundamental (6º ao 9º ano) distribuídas em cinco aulas de língua
portuguesa, cinco de matemática, três de ciências, geografia e história, duas de educação
11
física e língua estrangeira e ainda uma hora/aula de educação religiosa, já o 3º ano do
ensino médio conta com 25 horas/aulas sendo três de língua portuguesa, matemática e
física, duas de literatura, língua estrangeira, química, biologia, história e geografia, e
uma de artes, educação física, sociologia e filosofia.
Para Krasilchik (2000) as ciências passavam a ter a função de desenvolver o
espírito crítico com o exercício do método científico. O cidadão seria preparado para
pensar lógica e criticamente e assim ser capaz de tomar decisões com base em
informações e dados.
No período da ditadura militar (1964 a 1986), o papel da escola modificou-
se, deixando de enfatizar a cidadania e buscando a formação do trabalhador,
considerado nessa época peça importante para o desenvolvimento econômico do país
(KRASILCHIK, 2000). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 5.692 de 1971,
mostra claramente as modificações educacionais. As disciplinas científicas no ensino
médio foram bastante afetadas e passaram a ter caráter profissionalizante,
descaracterizando sua função no currículo. A disciplina de ciências passa a ser
obrigatória em todas as séries do ensino fundamental.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996, a lei nº 9394, estabelece
que a educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. As
disciplinas científicas assim como já estavam determinadas na LDB de 1971,
continuaram em caráter obrigatório.
Sabe-se que os conceitos e procedimentos da ciência podem contribuir para
a ampliação das explicações sobre os fenômenos da natureza, como por exemplo, o
ciclo da água, a fotossíntese, etc., para a compreensão e valorização dos modos de
intervir na natureza e de utilizar seus recursos, para a compreensão dos recursos
tecnológicos que realizam essas mediações e, também, para a reflexão sobre questões
éticas implícitas nas relações entre ciências, sociedade e tecnologia (BRASIL, 1997b).
Os conhecimentos científicos fazem-se presentes no cotidiano, tanto por
intermédio dos objetos e processos tecnológicos que fazem parte das diferentes esferas
da vida contemporânea, quanto pelas formas de explicação científica, usada para
divulgação fragmentada de seus resultados e modelos explicativos assim como para
validar ou questionar decisões políticas, econômicas e muitas vezes “estilos de vida”
(DELIZOICOV et al. 2007).
12
É meta da disciplina de ciências no ensino fundamental pelos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN)
13
ciência e seus conhecimentos sejam incorporados enquanto cultura (DELIZOICOV et
al. 2007).
O ensino de ciências na escola deve proporcionar conhecimentos individuais
e socialmente necessários para que cada cidadão possa administrar a sua vida cotidiana
e se integrar de maneira crítica e autônoma à sociedade a que pertence. É preciso,
urgentemente, provocar uma mudança nas escolas e na maneira como tem sido tratado o
ensino de ciências nos espaços destinados a aprendizagem. Mais do que isso, é preciso
revitalizar as escolas, envolvendo seus profissionais e alunos, tornando-as centros de
irradiação e disseminação do conhecimento científico e tecnológico, ancorados nos
valores da cidadania, solidariedade, participação, inclusão e bem-estar social
(UNESCO, 2005).
15
reorientação nos modos socialmente construídos de conhecer e se relacionar com a
natureza (CARVALHO, 1998).
Conforme Grün (2007) a Educação Ambiental surge hoje como uma
necessidade quase inquestionável. Travassos (2006) acredita que ela deve ser
desenvolvida como uma “prática”, para a qual, todas as pessoas que atuam na educação,
formal ou não, precisam estar preparadas. Não basta que seja acrescentada como mais
uma disciplina dentro da estrutura curricular. Se for tratada como uma disciplina, é
bastante provável que fique restrita à biologia ou à geografia. A prática da Educação
Ambiental precisa estar interligada com todas as disciplinas regulares. Para Reigota
(2006) ela pode estar presente em todas as disciplinas, quando analisa temas que
permitem enfocar as relações entre a humanidade e o meio natural, as relações sociais,
sem deixar de lado as suas especificidades.
Para que seja eficaz, um programa de Educação para o Meio Ambiente deve
desenvolver, de maneira simultânea, os conhecimentos, as atividades e as habilidades
necessárias, para que a comunidade possa compreender o seu ambiente e desenvolver
atitudes que alterem os comportamentos das pessoas para com seu ambiente e as
próprias relações interpessoais (Travassos, 2006). Acredita-se que a escola é o local
onde há condições propícias para o desenvolvimento dessa vertente educacional. Para
Reigota (2006) a escola é um local privilegiado para atividades de Educação Ambiental
desde que dê oportunidade à criatividade.
Travassos (2006) ainda diz que é essencial que a Educação Ambiental seja
uma proposta que altere sensivelmente a educação, tal como ela é concebida nos dias
atuais, deixando de ser direcionada apenas para a transmissão de teorias e de
conhecimentos sobre ecologia. Ela precisa ter como objetivo não só os ensinamentos
sobre a utilização racional dos recursos que a natureza oferece, mas também o
desenvolvimento da participação da sociedade nas discussões e nas decisões sobre as
questões ambientais. Deve-se pensar numa educação para o meio ambiente e estimular a
ética no relacionamento econômico, político e social. Deve ter como objetivo
sensibilizar a sociedade, buscando modificação do comportamento das pessoas, no
sentido de que encarem a natureza e o seu meio social como ambientes nos quais o
homem vive e convive.
16
Diante desse contexto, acredita-se que está na Educação Ambiental uma das
soluções para amenizar esta problemática de ordem ambiental, social e até mesmo
econômica que assolam o Planeta Terra (OLIVEIRA, 2006).
Assim, a Educação Ambiental está baseada na aquisição de uma postura ética
e consciente da humanidade, buscando uma forma de vida mais harmônica, promovendo
então um equilíbrio entre sociedade e natureza. É objetivo da escola proporcionar aos
educandos e, conseqüentemente, a sociedade, meios para que compreendam a
importância do seu papel e de suas responsabilidades no meio em que vivem, para que
possam ter uma melhor qualidade de vida (DIAS, 2004).
Para Delizoicov et al. (2007) trazer o mundo externo para dentro da escola,
possibilita o acesso a novas formas de compreendê-lo e se isso faz parte do ensino de
ciências, faz parte também da Educação Ambiental. Se o ponto de partida e de chegada
é o mundo em que a vida se dá, o conhecimento científico aparece como uma das
formas – nem a única nem a mais importante, mas indispensável na atualidade – de
atuar e explicar criticamente.
17
1.2. A Ludicidade, os Jogos e o Processo Educativo
O brincar é sério, uma vez que supõe atenção e concentração. O jogar é uma
das atividades mais importantes do brincar (MACEDO et al. 2005).
Experiência realizada no LaPp (Laboratório de Psicopedagogia do Instituto
de Psicologia da USP) tem mostrado que as atitudes a as competências desenvolvidas ao
jogar vão tornando-se “propriedades” das crianças, caracterizando um conjunto de ações
adequadas à atividade proposta (MACEDO et al., 2005).
Segundo pesquisa realizada por Poletto (2005) a escola em geral não é
citada como um local de referência para o brincar, demonstrando que apesar das
18
crianças freqüentarem-na, há uma distância do ambiente escolar com a realidade
cotidiana. Sabe-se que os jogos competitivos, os jogos de estratégias e os jogos que
estimulam a motricidade podem e deveriam ser estimulados pela escola, favorecendo a
capacidade de raciocínio e outras habilidades corporais e sociais necessárias em
diversas circunstâncias da vida.
Para Cortez (1996) as atividades lúdicas no âmbito escolar podem garantir
um ambiente livre, alegre e prazeroso para os alunos; proporcionar oportunidades
desafiadoras e ricas opções de jogos; favorecer e estimular o ensino aprendizagem das
diferentes áreas do saber; valorizar a iniciativa; despertar a consciência crítica, criativa e
autônoma e levar o aluno a cooperação e solidariedade.
Santana e Wartha (2006) elaboraram e testaram sete jogos didáticos
envolvendo mais de 200 estudantes e concluíram que essas atividades foram muito
importante para os alunos, pois os mesmos constataram que a aprendizagem foi mais
significativa do que em uma aula tradicional em que apenas o professor explica os
assuntos enquanto os alunos estão presentes apenas como agentes passivos no processo
de aprendizagem. Além disso, os autores comprovaram que o desenvolvimento desses
jogos proporcionou aos alunos diversas interações, promoveram construções e
aperfeiçoamento de conceitos, habilidades além da valorização do conhecimento não
apenas na teoria, mas também na prática.
Oliveira et al. (2003) relataram em sua pesquisa que o lúdico em ambientes
hospitalares tem também objetivos pedagógicos e promove o aprendizado de novos
conteúdos e a construção de significados importantes na concepção do ser e de suas
emoções que fazem parte das experiências dentro e fora do hospital.
Gomes e Boruchovitch (2005) tiveram como um dos objetivos em sua
pesquisa analisar a relação entre o desempenho de alunos quando submetidos a um jogo
em relação a compreensão da leitura e as estratégias de aprendizagem. Seus resultados
mostraram que atividades com jogos se constituem em oportunidades de utilização da
leitura e da escrita de forma contextualizada. A análise estatística evidenciou que há
uma correlação positiva entre o desempenho no jogo e a compreensão na leitura, ou
seja, quanto maior a compreensão em leitura, melhor o desempenho no jogo.
Para Fonseca et al. (2002) o jogo educativo criado pelos autores contribuiu
para ampliar o conhecimento de mães sobre a relevância do aleitamento materno, o
autocuidado com a mama e os cuidados básicos com recém-nascido.
19
Na pesquisa realizada por Tarouco et al. (2005) os alunos eram co-
construtores do jogo por que isso faz com que pensem e sejam criativos. Participar da
elaboração das regras do jogo tem importância fundamental no processo de integração
socioambiental.
Murcia et al. (2005) revelam que são as características do jogo que fazem
com que ele seja um veículo de aprendizagem e comunicação ideal para o
desenvolvimento da personalidade e da inteligência emocional da criança. Divertir-se
enquanto aprende e envolver-se com a aprendizagem fazem com que as crianças
cresçam, mudem e participem ativamente do processo educativo.
Os jogos têm papel fundamental na educação quando se fala na modificação
do comportamento das pessoas. O jogo segundo Murcia et al. (2005), transcorre no
mundo da fantasia, uma realidade mais ou menos mágica e, por conseguinte,
relacionada com a vida cotidiana. Brincar, divertir-se e aprender são modos verbais
inerentes ao ser humano, indispensáveis na vida de qualquer grupo sociocultural. A
simplicidade da ação de jogar é absolutamente universal, plural, heterogênea, flexível e
tão ambivalente quanto necessária. A capacidade lúdica desenvolve-se articulando as
estruturas psicológicas globais (cognitivas, afetivas e emocionais) mediante as
experiências sociais da criança.
O trabalho e o diálogo com o professor, a exemplo do que acontece com a
aplicação de jogos e dinâmicas, ajudam a desenvolver o sentido crítico do aluno
fazendo com que ele não só aprenda brincando como também formule seus próprios
conceitos (DELORS et al., 2006).
Sendo assim o jogo quando bem planejado é um recurso pedagógico
eficiente no processo de construção do conhecimento. Para Rieder et al. (2005) é
importante pensar no jogo como um meio educacional, deixando de lado a ideia do jogo
pelo jogo, e observando-o como um instrumento de trabalho. Os jogos educativos ou
pedagógicos são atividades lúdicas com o objetivo de promover o raciocínio, a
criatividade e o aprendizado.
Os jogos, dessa maneira, ganham espaço no processo de aprendizagem à
medida que estimulam o interesse do aluno, promovem a interdisciplinaridade,
desenvolvem níveis diferentes de experiência pessoal e social, desenvolvem e
enriquecem sua personalidade, possibilitam construir novas descobertas e ainda são
instrumentos pedagógicos que levam o educador à condição de condutor estimulador e
20
avaliador da aprendizagem. O jogo constitui-se em um importante recurso para o
professor ao desenvolver a habilidade de resolução de problemas, favorecer a
apropriação de conceitos e atender às necessidades da adolescência (CAMPOS et al.,
2003).
Portanto, as dinâmicas e, principalmente os jogos, são recursos para facilitar
e organizar a construção dos conhecimentos, que possibilitam a reflexão, a construção e
a reconstrução das vivências do aluno (Carvalho, 2005). Neste sentido acredita-se que
jogos didáticos possam facilitar o processo ensino aprendizagem para os alunos e
apresentar-se como um recurso altamente viável em sala de aula para os professores na
busca de uma melhor aprendizagem.
21
1.3. Piaget e a Construção do Conhecimento
22
ao mesmo tempo como um instrumento de diagnóstico e de descoberta (PALANGANA,
2001).
24
se insuficientes para atuar com a nova situação, promovendo contradições ou
discrepâncias em seu conhecimento atual, ocorre o desequilíbrio. Por conseguinte essas
estruturas começam a se adaptar às novas circunstâncias, passando a um estado superior
e mais complexo de equilíbrio, ou seja, “equilibração majorante” e ao longo desse
processo as perturbações cognitivas acabam sendo superadas. É assim, por meio de
constantes desequilíbrios e novas equilibrações superiores que, para Piaget, ocorre a
construção e progressão do conhecimento.
Piaget diz
25
Numa estrutura de realidade que não comporta sujeitos nem objetos, é óbvio
que o único vínculo possível entre o que virá mais tarde a ser um sujeito e
objeto é constituído pelas ações, mas por ações de um tipo particular, cuja
significação epistemológica parece instrutiva. Com efeito, tanto no terreno do
espaço quanto no das diversas escalas perceptivas em construção, o bebê
relaciona tudo ao seu próprio corpo como se fosse o centro do mundo, mas
um centro que se ignora (PIAGET, 2007, p. 9).
Para Piaget
Portanto, pode-se dizer que ao longo dos primeiros dois anos de vida, a
criança diferencia o que é dela e o que é do mundo, adquire noção de causalidade,
espaço e tempo e interage com o meio demonstrando uma inteligência
fundamentalmente prática e isso a ajudará a organizar e a construir as grandes
26
categorias de ação que vão servir de base para todas as futuras construções cognitivas
que a criança empreenderá (PALANGANA, 2001).
Piaget diz
Aproximadamente até sete anos, as crianças não sabem discutir entre elas e
se limitam a apresentar suas afirmações contrárias. Quando se procura dar
explicações, umas às outras, conseguem com dificuldade se colocar do ponto
de vista daquela que ignora do que se trata, falando como que para si mesma
(PIAGET, 2006, p.26).
27
A afetividade, neste período, também apresenta mudanças, aparecendo
sentimentos interindividuais, como simpatia e antipatia, respeito etc. e uma afetividade
inferior, que se organiza de forma mais estável em relação ao estádio anterior (PIAGET,
2006).
Para Piaget
28
somente no da ação material. A linguagem “egocêntrica” desaparece quase
totalmente e os propósitos espontâneos da criança testemunham, pela própria
estrutura gramatical, a necessidade de conexão entre as ideias e de
justificação lógica (PIAGET, 2006, p.41).
Piaget completa
Segundo Piaget
Piaget diz
30
1.4. Contextualizando Piaget, jogos, ensino de ciências e a educação
ambiental
31
Ainda durante o período da licenciatura em Ciências Biológicas, inicio um
contato maior com os princípios da Educação Ambiental, também estimulada pelo Prof.
Paulo Robson de Souza, e já como professora não abandonei minhas convicções.
Concordo com Reigota (2006) quando diz que a Educação Ambiental é parte
fundamental da educação em geral, é nela que se busca a incorporação da democracia, a
solução de problemas ambientais e conseqüentemente uma melhor qualidade de vida.
Guimarães (2003) acredita que a Educação Ambiental vem apresentar uma nova visão
sobre os problemas ambientais que deverá ser incorporada pela educação, e assim,
como consequência, transformações de conhecimento devem ocorrer, bem como
atitudes e também valores sob uma nova realidade.
Foi nas aulas de ciências que encontrei espaço para inserção de valores
abordados pela Educação Ambiental. Isso não significa a crença de que a área das
ciências naturais seja o nicho para a Educação Ambiental, mas que como campo de
conhecimento compartilha temas que permitem um diálogo profícuo com a Educação
Ambiental, dentre outras áreas.
Foi na tentativa de inserção da Educação Ambiental nas aulas de ciências
que, baseada na teoria de Jean Piaget, pôde-se desenvolver um jogo didático intitulado
“Guardião do Meio Ambiente: Seja um Fiscal Ambiental e Desvende Crimes contra a
Natureza”, um jogo com regras que deve ser jogado em grupo. Para Oliveira (2005), os
jogos com regras possibilitam diferentes enfoques, propondo os mais variados desafios.
A mesma autora diz ainda que sejam esses jogos individuais ou coletivos, todos criam
condições favoráveis para aprender a pensar de forma refletida e criativa na solução de
problemas.
Os jogos em grupo, de acordo com Piaget, devem ser usados na sala de aula
não pelo mero fato de se ensinar as crianças a jogá-los, mas para promover sua
habilidade de coordenar pontos de vistas, fazer conexões. O jogo está regulado, do
ponto de vista dos mecanismos que conduzem à adaptação, pela assimilação, ou seja,
através da brincadeira a criança adapta a realidade e os fatos às suas possibilidades e
esquemas de conhecimento. Segundo Kamii e Devries (1991), a criança repete e
reproduz diversas ações considerando as imagens, os símbolos e as ações familiares e
conhecidas. Os autores ainda dizem
32
conhecimento é adquirido pela criação de relações e não por exposição a
fatos e conceitos isolados (KAMII e DEVRIES, 1991, p.28).
33
2. Objetivos
3. Metodologia
34
existem 324 possíveis combinações de crimes ambientais que podem ser encontradas no
jogo.
35
21 Cartas – 6 de suspeitos (Apêndice 1 - Figura 4), 9 de locais
(Apêndice 1 - Figura 5) e 6 de crimes ambientais (Apêndice 1 - Figura
6) e frente das cartas (Apêndice 1 - Figura 7);
Um dado.
O jogo possui uma caixa com ilustrações de seu conteúdo, nome do autor,
orientação e autor das fotos (Apêndice 1 - Figura 11).
36
Os temas abordados no jogo foram escolhidos baseando-se no Referencial
Curricular da Rede Municipal de Ensino para o ensino fundamental de 6º ao 9º ano de
Campo Grande-MS.
Para a escolha das fotos utilizadas no jogo, foi feito um estudo dentre as
opções existentes, juntamente com o professor Me. Paulo Robson de Souza, autor das
fotos, a fim de encontrar quais se enquadravam melhor para atingir o objetivo proposto.
Os personagens escolhidos como possíveis culpados pelos crimes ambientais ocorridos
fazem parte do cotidiano dos alunos.
37
3.3. Verificação da viabilidade do uso do jogo “Guardião do Meio
Ambiente: Seja um Fiscal Ambiental e Desvende Crimes contra a Natureza” com
alunos de ensino fundamental e médio na busca de práticas pedagógicas que
possam auxiliar professores e alunos no processo de ensino e aprendizagem
Foram necessárias quatro horas aulas para a conclusão desta etapa neste
nível de ensino. Essas quatro horas aulas foram subdivididas em dois dias de aulas,
sendo duas horas aulas numa semana e mais duas horas aulas na semana seguinte.
38
Quando as crianças apresentavam dúvidas em relação as regras durante o
jogo tanto a pesquisadora quanto a professora da turma estavam presentes para auxiliá-
las.
Foram necessárias duas horas aulas para a conclusão desta etapa neste nível
de ensino, sendo que essas aconteceram no mesmo dia.
39
Após a maioria dos alunos terem jogado o jogo “Guardião do Meio
Ambiente” pelo menos duas vezes cada grupo, também foi aplicado um questionário
para se verificar a funcionalidade e eficiência com a relação a aprendizagem do mesmo.
41
No passado, segundo Franco (2008), o uso da análise de conteúdo esteve
limitado principalmente a análise de dados “naturais” ou “disponíveis”, ou seja, dados
que existem sem qualquer participação ativa do investigador, como nos jornais, livros,
documentos oficiais e documentos pessoais. No entanto, cada vez mais este tipo de
análise de dados passou a ser utilizada para produzir inferências em relação aos dados
verbais e/ou simbólicos, mas obtidos a partir de perguntas e observações de interesse do
pesquisador.
Para Bardin (2007) desde que se começa a lidar com comunicações que se
pretende compreender para além dos seus significados imediatos, parece útil recorrer a
análise de conteúdo.
3.4.1.1 Pré-análise
42
a) A leitura “Flutuante”: é o momento de contato com o material a ser
analisado, ou seja, conhecer os textos e as mensagens deixando-se
invadir por impressões e orientações (FRANCO, 2008). Para Bardin
(2007), aos poucos a leitura vai se tornando mais precisa. Durante a
leitura flutuante pode-se perceber as unidades e os conceitos-chaves a
serem analisados. As leituras e releituras mostraram-se ricos em seus
conteúdos, mesmo que identificados erros gramaticais, os quais não
comprometeram o desenvolvimento da análise e a compreensão textual.
43
permanece em suspenso enquanto não for submetida à prova por dados
seguros (BARDIN, 2007).
Para Franco (2008), as categorias podem ser criadas a priori ou não. Neste
caso foram utilizadas as categorias que emergiram do conteúdo das respostas dos
alunos. Franco (2008) complementa que as categorias não definidas a priori surgem da
“fala”, do discurso, do conteúdo das respostas e implicam constante ida e volta do
material de análise à teoria.
45
8- O jogo “Guardião do Meio Ambiente” permite uma aprendizagem
prazerosa.
46
20- O cartão colorido, que faz parte do jogo “Guardião do Meio
Ambiente”, não auxiliou os alunos em possíveis soluções para os
crimes encontrados.
47
32- O aluno associou aos crimes ambientais ocorridos no jogo aspectos
negativos, o que o fez não gostar das atitudes de um ou outro
personagem ou crime ambiental.
48
8- O tempo de aula destinado ao jogo “Guardião do Meio Ambiente” não
foi suficiente para jogá-lo por completo.
49
20- O jogo “Guardião do Meio Ambiente” por completo agradou aos
alunos.
21- O jogo “Guardião do Meio Ambiente” por completo não agradou aos
alunos.
50
4. Análise e Interpretação dos Resultados
51
52
Quadro 2. Quadro das Categorias de Análise identificadas nos questionários dos alunos 3º ano de ensino médio.
Alunos C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C C
Pesq. 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
01 X X X X X X X X X X X X X X
02 X X X X X X X X X X X X X
03 X X X X X X X X X X X X X X
04 X X X X X X X X X X X X
05 X X X X X X X X X X X X X X
06 X X X X X X X X X X X X X X X
07 X X X X X X X X X X X X X X
08 X X X X X X X X X X X X
09 X X X X X X X X X X X X X X
10 X X X X X X X X X X X X X
11 X X X X X X X X X X X X X X
12 X X X X X X X X X X X X X X
13 X X X X X X X X X X X
14 X X X X X X X X X X X X X X
15 X X X X X X X X X X X X X X
16 X X X X X X X X X X X
17 X X X X X X X X X X X X X
18 X X X X X X X X X X X X X
19 X X X X X X X X X X X X
20 X X X X X X X X X X X X X
21 X X X X X X X X X X X X
22 X X X X X X X X X X X X X
23 X X X X X X X X X X X X X X X
24 X X X X X X X X X X X X X
25 X X X X X X X X X X X X X X X
26 X X X X X X X X X X X X X
27 X X X X X X X X X X X
28 X X X X X X X X X X X
29 X X X X X X X X X X X X X
30 X X X X X X X X X X X X
31 X X X X X X X X X X X
Freq. 30 03 04 19 31 15 16 15 26 30 01 25 06 20 11 31 31 30 01 21 02 05 03 19 08
53
5. Resultados e Discussão
São elas:
5.1 Categorias
55
O uso de jogos em sala de aula como uma experiência positiva,
promovendo a atração dos alunos para a atividade.
EF: Ótima. Porque foi uma experiência diferente e ajuda a cuidar do meio
ambiente.
EM: Boa. Porque é um meio mais prático de reavaliar meus conceitos sobre
proteção ambiental.
Segundo Kishimoto et al. (2006) dizem que o jogo é entendido como recurso que
ensina, desenvolve e educa de forma prazerosa. E seu uso com fins didáticos remete-se para a
relevância desse instrumento para situações de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento.
56
Para Reigota (2006) a Educação Ambiental que visa a participação do cidadão na
solução dos problemas, deve empregar metodologias que permitam ao aluno questionar dados
e ideias sobre o tema, propor soluções e apresentá-las. Dessa forma, o aluno participa das
atividades, desenvolve progressivamente o seu conhecimento e comportamento em relação ao
tema, de acordo com sua idade e capacidade. O jogo “Guardião do Meio Ambiente”, diante
dos resultados analisados, se constituiu em um instrumento viável em sala de aula quanto a
abordagem de temas de Educação Ambiental com metodologias que favorecem a participação
dos alunos.
EF: Ótima, porque nós aprendemos que a floresta também tem vida.
57
Para este aluno, reconhecer que “a floresta também tem vida” e dizer que
aprendeu isso, significa que antes do jogo “Guardião do Meio Ambiente”, provavelmente essa
informação já havia sido, um dia durante sua vida escolar, relatada, no entanto não fez sentido
algum e que no momento que ele consegue visualizar numa “quase simulação” do ambiente
natural, com a combinação de crimes ambientais, suspeitos de crimes e locais onde eles
podem ter acontecido, essa informação foi melhor assimilada. Este aluno consegue visualizar
o conteúdo curricular inserido ali.
Este aluno, também de forma clara em seu discurso, diz em “reavaliar seus
conceitos sobre proteção ambiental”. Durante sua vida escolar, possivelmente hoje não só na
escola, mas na própria mídia, este aluno já teve contato com questões ambientais e mesmo
assim, acredita que, a partir da atividade com o jogo “Guardião do Meio Ambiente” pode
reavaliar seus conceitos. Este aluno, claramente consegue não só visualizar conteúdos
curriculares, como também a inserção deles na vida cotidiana, além de estimular o
pensamento crítico.
Para Guimarães (2003) a Educação Ambiental apresenta uma nova dimensão a ser
incorporada ao processo educacional, trazendo uma discussão sobre as questões ambientais, e
as consequentes transformações de conhecimento, valores e atitudes diante de uma nova
realidade a ser construída.
A análise dos questionários dos alunos nos mostrou que 44 alunos de 50 do ensino
fundamental e os 31 de ensino médio conseguem visualizar os crimes apresentados no jogo
“Guardião do Meio Ambiente” como parte da realidade. Este dado nos mostra que o jogo em
questão foi capaz de abordar temas da atualidade numa atividade didática e lúdica. Para
Kishimoto et al. (2006) a importância do jogo está nas possibilidades de aproximar a criança
58
do conhecimento científico, levando-a a “vivenciar” situações de solução de problemas que a
aproximem daquelas que o homem enfrenta ou já enfrentou no cotidiano.
Vale ressaltar que a questão que originou esta categoria apresentava-se na forma
objetiva e por isso descartou-se a inclusão de transcritos para sua justificativa.
Para Piaget (2006) no estádio operatório concreto, a criança de sete anos começa a
se libertar de seu egocentrismo social e intelectual. Quanto à inteligência, a criança começa a
construção lógica, que constitui o sistema de relações que permite a coordenação dos pontos
de vista entre si. Nesta fase a criança tem a capacidade de cooperar, pois não confunde seu
ponto de vista com outros, e por isso o jogo “Guardião do Meio Ambiente” teve boa
aceitação. Sem a colaboração de todos os jogadores, nenhum deles consegue continuar o jogo.
60
dedutivo”. O adolescente torna-se capaz de as operações lógicas começarem a ser transpostas
do plano da manipulação concreta para o das ideias.
Nos dois transcritos percebem-se o entusiasmo dos alunos pelo jogo, sem perder a
perspectiva de que o jogo está contextualizado com estratégia de ensino. Tanto para um aluno
61
quanto para o outro, o jogo “Guardião do Meio Ambiente” revelou-se num instrumento lúdico
e motivador do aprendizado.
Numa perspectiva piagetiana, os jogos caracterizam-se por criarem situações onde
é mais prazeroso e mais fácil assimilar, aprender, havendo o predomínio da assimilação sobre
a acomodação. Sendo assim, a tensão de vencer o desafio, de controlar a impulsividade,
ameniza-se face à alegria, à motivação e ao envolvimento inerente à situação.
Kamii e Devries (1991) dizem que os jogos em grupos são um dos meios mais
naturais de preservar e estimular a capacidade que a criança tem de desenvolver-se.
62
Com a análise dos dados obtive-se 42 alunos de ensino fundamental e 25 de
ensino médio dizendo que o jogo “Guardião do Meio Ambiente” favoreceu o raciocínio
lógico. Seguem alguns transcritos
EF: Para descobrir quem fez o crime, onde ele fez e qual é o crime.
Para Oliveira (2005) trabalhando com jogos, o problema passa a ser visto não
mais como algo que inspira receio, aversão, levando ao afastamento ou à busca de auxílio
63
externo para resolvê-lo, mas configura-se como algo atraente e estimulante, despertando a
atenção e o raciocínio, conduzindo à autonomia.
Para Piaget (1932), a partir dos dez anos, em média, para a criança, a consciência
da regra se transforma completamente, ou seja, a regra do jogo, que antes era vista como uma
lei exterior e imposta pelo adulto, passa a ser resultado de uma livre decisão e digna de
respeito, na medida em que é mutuamente consentida. Esse comportamento favorece a
autonomia intelectual do aluno e no caso do jogo “Guardião do Meio Ambiente” alguns
alunos tanto do ensino fundamental quanto do ensino médio apresentaram interesse em
estabelecer suas próprias regras, o que não foi impedido pelos professores e tão pouco pela
pesquisadora.
64
auxilia no processo de estímulo a criticidade quanto ao seu próprio comportamento frente aos
problemas ambientais.
Reigota (2006) acredita que a Educação Ambiental deve ser entendida como
educação política, no sentido de que ela reivindica e prepara os cidadãos para exigir justiça
social, cidadania nacional e planetária, autogestão e ética nas relações sociais e com a
natureza.
65
estabelecidos pela sociedade, assim como seus próprios valores. Segundo Reigota (2006), a
ética ocupa um papel de importância fundamental na Educação Ambiental.
Neste caso também a questão que originou esta categoria apresentava-se na forma
objetiva e por isso descartou-se a inclusão de transcritos para sua justificativa.
Esta categoria foi dividida em três para o ensino fundamental, sendo uma para as
fotos do tabuleiro, uma para a clareza das figuras das cartas e outra para a clareza das fichas
de anotações. Isto se deu, pois, no questionário respondido pelos alunos, havia três questões
diferentes abordando a clareza das imagens e não se encontrou unanimidade nas respostas. Já
no ensino médio, os alunos foram unânimes, ou seja, para as três perguntas, todos os alunos
responderam positivamente. Analisando os dados verificou-se que, mesmo não havendo
unanimidade no ensino fundamental, para a clareza das fotos do tabuleiro, obteve-se 47
respostas positivas, para a clareza das figuras das cartas, obteve-se também 47 respostas
positivas e para a clareza das fichas de anotações, obteve-se 49 respostas positivas. Vale
ressaltar que, a análise para o ensino fundamental se deu separadamente, pois, algumas vezes,
o aluno acreditava na clareza das fichas, mas não na das fotos do tabuleiro e assim
sucessivamente. No entanto, num conjunto de dados, obteve-se como significativo a
frequência de respostas positivas em relação às três perguntas. Desta forma, juntou-se as três
perguntas numa única categoria a ser discutida aqui.
66
Neste caso ressalta-se também que a questão que originou esta categoria
apresentava-se na forma objetiva e por isso descartou-se a inclusão de transcritos para sua
justificativa.
Oliveira (2005) acredita que os jogos de regras podem ser vistos como situações
privilegiadas para a resolução de problemas e, mais do que isso, para a aprendizagem em
geral.
67
Quando o cérebro se volta para resolver um determinado problema, desenvolve um
processo de busca e seleção de estratégias cada vez mais funcionais e efetivas. Com
a experiência, aprende a utilizá-la cada vez melhor, não apenas no contexto
específico, mas também em similares (Oliveira, 2005, p.7). (...) Entre as melhores
situações de aprendizagem estão as que nos ensinam a pensar de forma criativa e
crítica num ambiente lúdico (OLIVEIRA, 2005, p.8).
Para Piaget (2006) a partir dos sete anos a criança consegue trabalhar com regras,
isto é, mesmo que não saibam as regras decoradas, admitem algumas durante uma partida de
jogo e se controlam uns aos outros, a fim de manter a igualdade frente a uma lei única. Piaget
acredita que a regra pressupõe a interação de dois indivíduos e sua função é regular e integrar
o grupo social. Aos 11 ou 12 anos, as crianças já conseguem codificar as regras, isto é,
conseguem cooperam entre si numa tentativa de unificar as regras. Kamii e Devries (1991),
dizem que ela até tem prazer em imaginar todas as situações possíveis e elaborar regras
complicadas que se aplicam a todas as situações que podem surgir.
Ressalta-se aqui também que a questão que originou esta categoria apresentava-se
na forma objetiva e por isso descartou-se a inclusão de transcritos para sua justificativa.
68
Para Piaget (2006) O interesse da criança é um espantoso regulador, isto é, basta
que ela se interesse por um trabalho para achar as forças necessárias para empreendê-lo,
enquanto que o desinteresse cessa o emprego desta energia.
Para Kamii e Devries (1991), existem alguns critérios que definem se o jogo é útil
no processo educacional. São eles: propor coisas interessantes e desafiadoras para as crianças
resolverem; permitir que a criança se auto-avalie em relação ao seu desempenho; permitir que
todos os jogadores possam participar ativamente, do começo ao fim do jogo.
Portanto, além do jogo “Guardião do Meio Ambiente” ter agrado aos alunos, ele
ainda contempla os critérios citados por Kamii e Devries (1991), quanto a sua utilidade no
processo educacional e também favorece a construção do conhecimento, já que estimula a
capacidade do aluno em tirar suas próprias conclusões, a encontrar soluções para os
problemas e a confiança em si mesmo.
69
O jogo “Guardião do Meio Ambiente” se mostrou eficaz quanto a
aprendizagem dos temas abordados por ele.
EF: Eu aprendi a não prejudicar o meio ambiente porque eles são como a
gente.
EM: Aprendi alguns crimes, que não sabia que eram considerados crimes.
Segundo Piaget
70
Podemos ainda dizer que em alguns alunos, o jogo permitiu uma adaptação ou
equilibração de conceitos. Cita-se como exemplo as seguintes respostas:
EF: Eu aprendi a não prejudicar o meio ambiente porque eles são como a
gente.
71
5.2 “Diário de Campo”
72
aproximadamente, 40 minutos para o fim da atividade. Os 26 alunos presentes responderam
ao questionário.
73
Neste dia, a professora, em um momento de conversa com a pesquisadora, relata
que alguns alunos do 6º ano X haviam pedido que o jogo “Guardião do Meio Ambiente” fosse
utilizado em aulas mais vezes. Neste mesmo momento a professora relata que sente falta de
atividades diferentes. Diz que tenta utilizar materiais diferenciados em sala de aula porque se
não fica “chato”. Relata ainda, que o computador oferece muito recurso, mas não o suficiente.
Atividades fora da sala de aula, como por exemplo, o City tour demora muito tempo. Segundo
ela, atividades em sala de aula são melhores. Ela diz ainda que atividades como essa, se
referindo ao jogo “Guardião do Meio Ambiente”, são muito produtivas, anima e estimula o
aluno.
O professor da turma apresentou a pesquisadora aos alunos, disse que ela havia
trazido um jogo referente ao conteúdo que eles já haviam aprendido em sala de aula, para
trabalhar com eles. O professor explica ainda, que a atividade faz parte do trabalho de
mestrado da pesquisadora. Toda a apresentação do professor não ultrapassou 8 minutos. Em
seguida, a pesquisadora se apresenta aos alunos e mostra cada peça que compõe o jogo
“Guardião do Meio Ambiente” e depois explica suas regras, gastando em torno de 10
minutos. Estavam presentes neste momento 27 alunos. Conforme o fim da primeira aula, ou
seja, 50 minutos depois da entrada dos alunos, mais quatro alunos chegam para participarem
da atividade. As regras são explicadas novamente para estes quatro alunos que formaram um
grupo, em particular. Percebeu-se interesse dos alunos pelo jogo. O ambiente estava bastante
descontraído e os alunos bastante confortáveis com o jogo. O professor se mostrava receptivo
com a atividade lúdica. Um grupo resolveu mudar uma regra da atividade, começando o jogo
pelo aluno que tirasse o número maior no dado e não pelo aluno com o peão de cor amarela.
A mudança não foi impedida nem pelo professor, nem pela pesquisadora. Estavam presentes
74
no fim da atividade 31 alunos e todos responderam ao questionário. O professor desta turma
fez parte do grupo de professores que avaliaram o material previamente e que sugeriu essa
atividade no ensino médio, além do fundamental.
75
6. Considerações Finais
É importante dizer ainda que o jogo “Guardião do Meio Ambiente” agradou aos
professores que colaboraram com a pesquisa, constituindo-se de fato, em um instrumento
lúdico e didático que pode ser utilizado de diferentes formas em sala de aula, proporcionando
estimo e motivação no processo de ensino e aprendizado dos professores e alunos,
respectivamente.
76
Portanto, acredita-se que o jogo “Guardião do Meio Ambiente” favoreceu também
a Educação Ambiental, pois segundo a definição oficial de Educação Ambiental do Ministério
do Meio Ambiente,
Desta forma, vale lembrar que, o trabalho do professor não pode ser substituído
pelos jogos em sala de aula e que o jogo “Guardião do Meio Ambiente” é um instrumento que
pode auxiliar o professor no processo de ensino e aprendizagem, ou seja, é um instrumento,
dentre outros, que auxilia o professor neste processo de aprendizagem do aluno.
77
7. Conclusão
Por fim, a partir dos resultados desta pesquisa, concluímos que o jogo “Guardião
do Meio Ambiente” é um jogo didático e lúdico, mostrando-se como um recurso viável em
sala de aula e apresenta importantes benefícios ao processo ensino e aprendizagem, mostrando
que não há diferenças entre Ensino Fundamental e Médio.
78
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79
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82
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VI, Edições Unesco, 2005. Disponível em:
http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001399/139948por.pdf
Acesso em: 26 janeiro de 2009.
83
ANEXOS
84
Anexo 1 – Carta de Aprovação da pesquisa “Jogos Didáticos: uma proposta
pedagógica para o Ensino de Ciências e Educação Ambiental” pelo
Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS.
85
Anexo 2 – Certificado de Registro ou Averbação na Fundação Biblioteca Nacional -
Rio de Janeiro - RJ.
86
Anexo 3 – Registro da Marca “Guardião do Meio Ambiente” para brinquedos ou
jogos no Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI.
87
88
Anexo 4 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, Ofício e Autorização
assinados pelas escolas em concordância com a pesquisa.
89
90
91
92
93
94
95
96
APÊNDICES
97
Apêndice 1 - Figuras do jogo “Guardião do Meio Ambiente”.
Vila Rio
Escola Rural
N asc ente
Mata Ciliar
Agricultor
Gestor público
Turista
Produtor de papel e celulose
Caçador/Pescador ilegal
Crimes Ambientais
Contaminação de animais por
pesticidas
Tráfico de animais silvestres
Queimadas
Contaminação por resíduos
sólidos
Degradação do solo
Desmatamento
Locais
Monocultura de soja
Nascente do Rio
Foz de Rio
Rio
Área de Proteção Permanente
(APP)
Área úmida
Vila
Mata Ciliar
Escola Rural
99
Figura 4: Cartas Suspeitos. (Obs. Um membro da banca, durante a qualificação, aconselhou
que as Cartas Suspeitos fossem mudadas, abordando com maior clareza as diferentes etnias
que fazem parte do povo brasileiro, no entanto, as mudanças não puderam ser executadas,
pois o material já havia sido impresso em gráfica. Todavia, em uma nova versão impressa as
observações serão acatadas.).
100
Figura 5: Cartas Locais.
101
Figura 6: Cartas Crimes Ambientais.
102
Figura 7: Frente das Cartas.
Figura 8: Peões.
103
Neste cartão você encontra
algumas sugestões de como os
problemas ambientais podem ser
solucionados.
Então vamos lá, encontre a(s) que
melhor soluciona(m) o crime que você
encontrou !!!
105
Apêndice 2 - Regras do jogo “Guardião do Meio Ambiente”.
V
ocê agora vai se tornar um fiscal ambiental e desvendar qual o local e
qual crime ambiental aconteceu e quem o cometeu. Você vai percorrer
vários locais para desvendar esse mistério. Mas preste muita atenção,
além de ser fiscal ambiental, você também é um dos personagens do
jogo o que o faz também suspeito. Para desvendar esse mistério, você
deverá entrar com seu peão nos possíveis locais do crime e ir dando palpites sobre
o culpado e o crime cometido. Por exemplo: Seria o turista desmatando a Mata
Ciliar? Se seu adversário mostrar uma carta com um desses elementos, você seguiu
uma pista falsa... Por isso, faça registros na ficha de anotações para juntar provas
contra o culpado. Atenção, os outros personagens que também são fiscais
ambientais estão de olho em você!!! Depois de ter certeza da solução do crime, faça
sua acusação! E aí, abra o envelope confidencial e veja as 3 cartas. Elas vão provar
se sua acusação é falsa ou verdadeira. Se você estiver certo, ganhou o jogo! Mas se
for falsa, você é eliminado... Depois de descoberto todo o mistério envolvido no jogo,
você sugerirá possíveis soluções para o crime cometido e encontrado. Existem
cartões coloridos que te auxiliará na busca de soluções. Mas lembre-se, você pode
e deve propor outras soluções além das que estão escritas no cartão para resolver o
problema! Então vamos lá, comece já esta aventura!
106
3 – Separe as 21 cartas em 3 grupos: o de locais, o de suspeitos e o de crimes
ambientais. Embaralhe separadamente cada grupo e sem que ninguém veja, nem
você, coloque a carta de cima de cada grupo dentro do envelope confidencial. Essas
3 cartas contêm a solução do crime (quem cometeu o crime em que local e qual o
crime cometido). Em seguida, coloque o envelope confidencial no centro do
tabuleiro.
Comece o Jogo
O jogador de amarela que representa o Turista começa o jogo seguido pelo
jogador da sua esquerda. Na sua vez, jogue o dado e ande com seu peão o mesmo
número de espaços sorteados, em direção ao local que escolher.
Lembre-se: Você tem que sair com o peão no espaço bem na frente do quadro
com o nome do suspeito. Na mesma jogada, você pode andar para a frente, para
trás e para os lados, menos voltar para o espaço de onde você saiu. Quando chegar
ao local escolhido entra pelo acesso e aí, na mesma jogada, tem que dar um palpite.
Palpite
Quando chegar ao local escolhido, você vai poder palpitar. Por exemplo: Você
está na Nascente.
Palpite: “Acho que foi o agricultor, fazendo tráfico de animais silvestres, na
Nascente.”
Acusação
Quando tiver certeza de ter resolvido o crime ambiental, você pode fazer a
acusação, na sua vez. Mas, atenção: cada jogador só pode fazer uma acusação!
Para fazer a acusação, você pode estar em qualquer local dos 9 do tabuleiro. Não
precisa ser o mesmo da acusação. Assim, você pode estar na Mata Ciliar e dizer
que o crime ocorreu na Vila. Você tem que falar que vai fazer uma acusação e
depois dizer o nome do suspeito o local que ocorreu o crime e o crime ambiental.
Exemplo: “Vou fazer uma acusação: Acho que foi o Produtor de papel e celulose,
na escola rural, degradando o solo.” Depois você pega o envelope confidencial, tira
as cartas com cuidado e, sem deixar ninguém ver, verifica se a acusação está
correta. Se não estiver, coloque as cartas de volta no envelope confidencial e
continue no jogo apenas para mostrar as cartas que tiver nos palpites dos outros
jogadores. Agora você está fora do jogo: não pode mais movimentar seu peão, dar
palpites ou fazer outra acusação!
Solução
Quem encontrar o crime ambiental cometido o suspeito e o local onde foi
cometido, conforme as cartas do envelope confidencial, ganhou o jogo e deverá
buscar uma ou mais soluções para o crime encontrado. Nos cartões informativos
coloridos, você encontra algumas sugestões, mas você pode e deve propor outra...
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Apêndice 3 – Questionário respondido pelos alunos de ensino fundamental e médio.
Por que?
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Por quê?
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( ) Sim, sabia de todos os crimes apresentados no jogo.
( ) Sim, sabia da maioria dos crimes apresentados no jogo.
( ) Sim, sabia da minoria dos crimes apresentados no jogo.
( ) Não sabia que eram considerados crimes ambientais.
10) Em relação às fichas onde você fazia o controle do jogo, ela estava bem
visível?
( ) Sim ( ) Não
110
14) Você aprendeu algo enquanto jogava o jogo “Guardião do Meio
Ambiente”?
( ) Sim ( ) Não
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