Avaliação Diagnóstica
Avaliação Diagnóstica
Avaliação Diagnóstica
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA:
ALFABETIZAÇÃO NO CICLO INICIAL
Caderno
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS Aécio Neves da Cunha
SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO Vanessa Guimarães Pinto
SECRETÁRIO-ADJUNTO DA EDUCAÇÃO João Antônio Filocre Saraiva
SECRETÁRIA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO Maria Eliana Novaes
SUBSECRETÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO Gilberto José Rezende dos Santos
DO SISTEMA DE EDUCAÇÃO
EQUIPE TÉCNICA
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA:
ALFABETIZAÇÃO NO CICLO INICIAL
Caderno
CDD - 372.4
FICHA TÉCNICA
Elaboração
Antônio Augusto Gomes Batista
Ceris S. Ribas da Silva
Maria das Graças de Castro Bregunci
Maria Lúcia Castanheira
Sara Mourão Monteiro
Revisão
Heliana Maria Brina Brandão
Projeto Gráfico
Marco Severo
Editoração Eletrônica
Augusto Cabral
Marco Severo
Ceale*
O Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita integra a Rede Nacional de Centros de Formação
Continuada e Desenvolvimento da Educação, do Ministério da Educação. Parte de suas ações
é desenvolvida com recursos do MEC.
SUMÁRIO
1 - APRESENTAÇÃO 7
Como usar o instrumento de avaliação diagnóstica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Objetivo da proposta e a legislação sobre o Ciclo Inicial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
A matriz de referência: pressupostos, objetivos, estrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Campo de abrangência: focos de atenção e capacidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
A estrutura da matriz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
4 - CONCLUSÃO 49
1 - APRESENTAÇÃO
MINAS GERAIS. Secretaria bb O objetivo central desta proposta é propiciar subsídios para a avaliação diagnóstica
de Estado da Educação. da aprendizagem dos alunos do Ciclo Inicial de Alfabetização, por meio da definição
Resolução nº 469, de
22/12/2003. [Dispõe sobre das capacidades esperadas para esse Ciclo e por meio da apresentação de um
organização e funciona- instrumento de avaliação.
mento dos anos iniciais
do ensino fundamental Esse objetivo está articulado às diretrizes que atualmente regulamentam o Ciclo
com nove anos de Inicial. Segundo a Resolução da SEE-MG nº 469/2003, esse Ciclo, com duração de três
duração nas escolas
estaduais de Minas Gerais]
anos, compreende três fases:
Fase introdutória: destinada a alunos que ingressem no ensino fundamental
aos seis anos (completos até abril) e a alunos que completem sete anos
no segundo semestre.
Fase I: destinada aos alunos provenientes da Fase Introdutória, após o
cumprimento dos objetivos da mesma ou a alunos de sete anos (completos
no segundo semestre) que evidenciem domínio dos objetivos da Fase
Introdutória (...)
Fase II: destinada aos alunos que atingiram os objetivos da Fase I (...) finali-
zando os objetivos previstos para o Ciclo Inicial de Alfabetização . (Artigo 4º)
O Caderno 4 da Coleção bb A mesma resolução, nos artigos 18 e 19, preconiza uma avaliação contínua e
“Orientações para o Ciclo diagnóstica do processo de aprendizagem, para que a progressão continuada
Inicial de Alfabetização”
analisa as bases dentro de cada Ciclo seja apoiada e garantida por estratégias de atendimento
conceituais da avaliação pedagógico diferenciado. Enfatiza, ainda, que, ao final de cada ano, no Ciclo, haja
processual e continuada, uma “avaliação global do desenvolvimento dos alunos em relação aos objetivos da
além de sugerir instru-
mentos para diagnóstico Fase em que se encontram, de forma a orientar o planejamento didático do ano
e acompanhamento da seguinte, garantindo a continuidade do processo de aprendizagem” (art. 19, § único).
progressão do aprendizado
dos alunos. Sua leitura Isso significa que, embora o Ciclo Inicial pressuponha um tempo global de três anos
oferece articulações para o desenvolvimento do conjunto de capacidades envolvidas no domínio inicial da
importantes para a língua escrita, não se pode perder de vista nem os objetivos correspondentes a cada
compreensão desta
proposta de avaliação. Fase ou patamar do Ciclo, nem a necessidade de reagrupamentos dinâmicos,
temporários e rotativos, para atendimento de alunos com dificuldades ou necessidades
específicas de aprendizagem (Orientação SEE-MG, 01/2004 vide Resolução SEE nº
469/2003).
A exposição dessas diretrizes evidencia a relevância atribuída à avaliação diagnós-
tica ao longo do Ciclo. É por essa razão que se apresenta esta proposta de instru-
mento de avaliação, para que ela seja assumida como um ponto de partida para o
diagnóstico das aprendizagens dos alunos, bem como para o planejamento de
ações e intervenções necessárias ao longo do Ciclo.
A ESTRUTURA DA MATRIZ
A matriz proposta é apresentada em quadros. Em uma leitura vertical, apreendem-se
as capacidades a serem dominadas, apresentadas em graus de dificuldade. Quando
a perspectiva de leitura é horizontal, a matriz aponta, em três colunas:
o que está sendo avaliado: as capacidades a serem desenvolvidas ao longo do
Ciclo Inicial da Alfabetização;
a discriminação dessas capacidades: os descritores pertinentes às capacidades
enumeradas;
como avaliar as capacidades: exemplos de procedimentos e alternativas para opera-
cionalizar a matriz num instrumento de avaliação.
7 Ler e compreender palavras Verificar se a criança é capaz de ler palavras compostas Exemplos
compostas por sílabas canônicas e por diferentes estruturas silábicas, considerando-se as de atividade
não canônicas. disposições de consoante (C) e vogal (V): 12, 15, 16
CV - padrão silábico canônico: (ex: sí-la-ba)
V - (ex: a-ba-ca-te)
CVC - (ex: tex-to, ve-ri-fi-car)
CCV - (ex: pa-la-vra).
8 Ler e compreender frases. Verificar se a criança é capaz de compreender frases com Exemplo
estrutura sintática simples (ex: "O menino comprou muitas de atividade
balas ontem" é mais simples que "Ontem, muitas balas 17
foram compradas pelo menino" .
9 Compreender globalmente o texto lido, Verificar se a criança é capaz de identificar o assunto de Exemplo
identificando o assunto principal. que trata um texto e de dizer como ele é abordado. de atividade
18
10 Identificar diferenças entre gêneros Verificar se a criança utiliza diferentes estratégias de Exemplos
textuais e localizar informações em leitura adequadas ao gênero textual e ao suporte em de atividade
textos de diferentes gêneros. que o texto é veiculado, bem como se utiliza 19, 20, 21
conhecimentos sobre diferentes gêneros de textos
para localizar informações.
12 Formular hipóteses sobre o conteúdo Verificar se a criança formula hipóteses sobre o assunto de Exemplo
do texto. um texto com apoio de elementos textuais e contextuais, de atividade
como: manchete, títulos, formatação do texto e imagens. 23
13 Ler com maior ou menor fluência. Verificar se a criança lê escandindo e com hesitações ou Exemplo
se é capaz de realizar leitura oral de palavras, sentenças e de atividade
textos com fluência, expressando compreensão do que lê. 24
15 Escrever palavras com grafia Verificar se, num ditado, a criança é capaz de escrever, Exemplo
desconhecida. mesmo com erros ortográficos (troca de letras, por de atividade
exemplo) palavras cuja grafia é desconhecida. Nesse caso 12
verifica-se se o aluno desenvolveu a capacidade da
codificação.
16 Escrever sentenças. Verificar se a criança escreve, mesmo com alguns erros, Exemplos
sentenças, com maior ou menor extensão (quanto maior de atividade
a extensão, maior a dificuldade, pela sobrecarga de 8, 14
atenção e pelo esforço motor).
17 Recontar narrativas lidas pelo professor. Verificar se a criança é capaz de reproduzir, oralmente ou Exemplo
por escrito, um texto lido em voz alta, mantendo não de atividade
apenas os elementos do enredo, mas também estruturas 25
da linguagem escrita; quanto maior for a fidelidade à
leitura oral, maior é a indicação de que a criança está
ampliando seu domínio de estruturas da linguagem escrita.
18 Redigir textos curtos adequados: Verificar se a criança é capaz de produzir, com maior ou Exemplos
ao gênero; menor adequação, textos levando em conta sua situação de atividade
ao objetivo do texto; de produção e a situação em que será lido. 26, 27
ao destinatário;
às convenções gráficas apropriadas
ao gênero;
às convenções ortográficas.
Fase Introdutória
Na conclusão da Fase Introdutória ou no início da Fase 1, o ideal é que aluno
domine, mesmo que com erros, o princípio alfabético da escrita (capacidade 5,
É importante lembrar: bb
algumas das capacidades
na matriz de referência), isto é, que a criança saiba que nosso sistema de escrita
devem ser trabalhadas ao representa “sons” ou fonemas.
longo de todo o Ciclo
Inicial, com maior ou Isto significa que o aluno deve ser capaz de escrever e ler palavras com certa
menor ênfase; é o caso, autonomia, ainda que com muitos erros e hesitações. O importante é que mani-
por exemplo, das
capacidades ligadas à
feste conhecer que as “letras” ou grafemas representam “sons” ou fonemas. Isto
inserção do aluno na também significa que as capacidade de 1 a 4 devem estar dominadas e, em
cultura escrita, a sua grande parte, consolidadas.
familiarização com
diferentes gêneros textuais Ainda na conclusão da Fase Introdutória (ou no início da Fase 1), espera-se que
e espaços de circulação de os alunos sejam capazes de compreender e produzir sentenças ou textos, com
textos (como a banca de
revistas, a livraria, apoio do professor, quando este serve de “escriba” e de leitor (a criança dita
a biblioteca, mesmo que textos e ouve textos lidos pelo professor).
de sala de aula).
Fase 1
Ao final da Fase 1 ou iniciando a Fase 2, o ideal é que o aluno demonstre dominar
as capacidades trabalhadas na Fase Introdutória e que, além disso:
leia e escreva, com autonomia, palavras e sentenças com fluência;
leia e escreva, com autonomia, textos curtos, mesmo que com algumas
hesitações e erros, e mesmo que com fluência e rapidez um pouco limitadas;
compreenda e produza textos, com maior grau de autonomia, porém
contando ainda com a ajuda do professor.
Sintetizando
Ao analisar o desempenho de seus alunos no desenvolvimento das atividades
propostas neste instrumento, pode-se utilizar, como referência, o quadro abaixo:
FASE CAPACIDADES
2 X
3 X
4 X
5 X
6 X
Fichas desse tipo oferecem relatórios individuais que poderão ser explorados junto
aos próprios alunos, a seus pais e à equipe pedagógica da escola, para decisões
referentes à vida escolar do aluno, a sua trajetória no Ciclo e a sua situação ao
final de cada Fase. Propiciam direções para a reorientação do planejamento do
professor, que poderá avançar em campos com capacidades consolidadas ou trabalhar
as lacunas de capacidades ainda não desenvolvidas, propondo formas de intervenção
mais específicas, conforme se enfatizou no Caderno 4 desta coleção(p. 18-24).
Dinílson 3 3 2 2 1 1 ... 2 2 2
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
1 1 2 22
2 2 2 21
3 2 3 20
4 3 4 18
5 4 5 16
Da mesma forma que na ficha anterior, esse tipo de registro está parcialmente apre-
sentado. Na matriz de referência poderão ser identificadas todas as capacidades
sugeridas na primeira coluna. Com um registro descritivo dessa natureza, o profes-
sor poderá determinar de modo mais claro as capacidades efetivamente desen-
volvidas na Fase do Ciclo avaliada, tendo o conjunto da classe como referência. Por
exemplo, poderá perceber que determinados alunos estão sem domínio de capaci-
dades da Fase Introdutória, que deverão, portanto, ser retomadas. Também poderá
constatar que outros alunos apresentam problemas em relação ao reconhecimento
de unidades fonológicas, capacidade que deverá ser trabalhada sistematicamente.
O professor terá, desse modo, um ponto de partida para o monitoramento da
trajetória dos alunos no Ciclo, do ponto de vista de suas aprendizagens efetivas.
A partir da organização dos domínios de capacidades, o professor se orientará
quanto às demandas para o ensino: Introduzir, Trabalhar ou Consolidar,
35
TOTAL DE ALUNOS POR NÍVEL AVALIADO
30
25
20
15
10
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
Aquisição do sistema Leitura Escrita e produção de textos
CAPACIDADE AVALIADA
Nível 1 Nível 2 Nível 3
Avaliando no dia-a-dia
É preciso lembrar que as atividades cotidianas de escrita e de leitura, em sala de
aula, são também momentos que permitem observar e avaliar o desenvolvimento
das habilidades que constituem a capacidade 2.
Além dessas observações diárias, pode-se, ainda, apresentar à criança palavras,
frases ou pequenos textos, impressos e manuscritos, para que ela indique
semelhanças e diferenças entre tipos de letras.
A C Ç H L
P Q U K
T
B D E R
J F M V G
I
O W S N Z X Y
4 Ditado de letras
Escreva nos quadrinhos abaixo as letras que sua professora ditar. Se você não souber
alguma letra, deixe o quadrinho vazio.
boneca PA PAGAIO
CABANA abacaxi
BANANA
PIPOCA
cavalo
Avaliando no dia-a-dia
Vale lembrar que a exploração da organização da escrita pode ocorrer em out-
ras situações cotidianas de sala de aula, como, por exemplo, quando a criança sinal-
iza com o dedo a direção da escrita em situações de leitura simulada (ela
“finge” que lê um livro) ou quando copia corretamente frases e textos, obser-
vando as convenções. Para isso, poderão ser realizadas as seguintes atividades:
apresentar, por exemplo, narrativas, poemas, páginas de revistas em quadrinhos
e pedir que a criança reconheça, acompanhando ou sinalizando com o dedo, a
direção e o alinhamento da escrita;
solicitar que a criança copie frases ou que aponte palavras e pontuação pre-
sentes no texto.
MEIO DIA
MACACA SOFIA
PANELA NO FOGO
BARRIGA VAZIA
8 Entregar uma folha de papel em branco, ditar uma frase para ser escrita. bb Se você achar mais
(Ex.: Meu nome é bonito.). adequado, pode ditar
apenas uma palavra, já
decorada ou não.
Avaliando no dia-a-dia
Além das atividades sugeridas, o professor deverá propor outras atividades em sala
de aula, para que se possa verificar se a criança reconhece tais unidades, como
rimas e aliterações (repetições de um fonema numa frase ou palavra).
Exemplos de atividades consistem em apresentar à criança palavras ou pequenos
textos, como poemas, quadrinhas, cantigas, trava-línguas, parlendas. Na exploração
desses textos, deve-se pedir que ela identifique as semelhanças e as diferenças
de sons de algumas das palavras do texto.
9 Realizar oralmente a atividade lúdica “Lá vai uma barquinha carregadadinha de ...”,
pedindo para cada criança da turma ou do grupo completar a frase com palavras ter-
minadas em -ão, -eza, -ol, -inha, etc.)
10 Realizar oralmente atividades lúdicas como “Macaco mandou ... falar só palavras
começadas com ...” (Em momentos mais avançados do processo de alfabetização,
o comando poderá ser para escrever as palavras, de modo a explorar as relações
entre grafemas e fonemas.)
Avaliando no dia-a-dia
O ditado de palavras ou de frase é um procedimento que leva a criança a produzir
a escrita a partir de suas hipóteses a respeito do funcionamento do sistema de
escrita ou do conhecimento que tem das suas convenções. Portanto, esse procedi-
mento é bastante usado na prática dos professores. Para se ter elementos adequados
11 Apresentar para as crianças uma folha com as palavras abaixo e pedir que elas façam
um X onde estiver escrita a palavra BOI. (exemplo de instrução falada pelo professor:
“faça um X onde está escrita a palavra boi.”)
PERNILONGO
BOI
FORMIGA
12 Ditado de palavras
Na organização desse bb Escreva nas linhas abaixo as palavras que seu(sua) professor(a) vai ditar.
ditado, foram
selecionadas palavras 1 7
compostas por sílabas 2 8
canônicas
3 9
(consoante-vogal),
não-canônicas (consoante- 4 10
consoante-vogal, por
5 11
exemplo, e ainda palavras
provavelmente 6 12
desconhecidas pelas
crianças. Esse é o caso de
“muquirana” e “deblaterar”.
Professor, utilize a lista de palavras, apresentadas a seguir, para fazer o ditado:
Sabemos que essas duas
palavras não fazem parte
1 - CANETA 7 - PREGO
do universo das crianças. 2 - APONTADOR 8 - CASA
Mas é justamente por isso 3 - QUEIJO 9 - CORAÇÃO
que foram escolhidas,
pois, assim, permitem
4 - GALINHA 10 - OMBRO
verificar se a criança é 5 - CHURRASCO 12 - MUQUIRANA
capaz de escrever 6 - FOLHA 13 - DEBLATERAR
palavras novas.
13 Escreva nas linhas abaixo palavras que você sabe escrever sozinho:
Professor, escolha um dos textos apresentados a seguir para o ditar aos seus alunos.
Texto 1
O menor cão do mundo
Texto 2
Dona Barata
A Barata diz que tem
sete saias de filó.
É mentira da barata
que ela tem
é uma só.
A Barata diz que tem
um anel de formatura.
É mentira da barata
que ela tem é casca dura.
(Cantiga de domíno popular)
Avalia-se aqui a bb
capacidade de ler, com
compreensão, palavras
mais simples,
compostas de sílabas
consoante + vogal (CV).
Mas note que as palavras
BONITA e BONECA podem Marque os nomes dos brinquedos.
trazer dificuldades
adicionais para o aluno.
Na leitura, ele pode sepa-
rar a sílaba como
BOTINA
BO ou como BON.
Leve em conta também BOLA
que, de acordo com o BONITA
dialeto dominado pelo BONECA
aluno, ele pode manifestar
dificuldades em função de
a letra O, em "botina " e
"bonita' e "boneca" poder
representar o fonema /u/.
CAMINHÃO
DINOSSAURO
BOLA
PASSARINHO
ABELHA
BICICLETA
Pretende-se que, após a leitura de um texto, com ou sem ajuda do professor, a criança:
responda a questões relacionadas ao seu tema central;
“resuma” o texto lido ou, ainda,
reconte o texto para alguém.
Isso pode ser feito oralmente, por meio de uma conversa individual ou coletiva com
as crianças (especialmente quando ainda não têm o domínio do código para
responder por escrito às questões propostas) ou por meio de uma atividade escrita.
Identificar informações no corpo do texto é uma capacidade que se relaciona
fundamentalmente a uma leitura compreensiva do texto lido. Dessa forma, ao
elaborar questões para avaliar se as crianças desenvolveram ou estão desenvolvendo
essa capacidade, é preciso considerar que as informações que permitem uma
compreensão global do texto estão, em geral, relacionadas à estrutura ou forma
composicional dos diferentes tipos de texto (por exemplo, no caso dos textos
narrativos é preciso que o leitor saiba quem fez o que, quando, como, onde e por quê).
Não se pode, portanto, saber se as crianças estão desenvolvendo essa capacidade
por meio de perguntas que tendem a fazer com que elas localizem quaisquer infor-
mações, dissociadas do sentido global do texto (por exemplo, quando perguntamos
a elas se o personagem da história é um gato ou cachorro na história do Gato de
Botas, ou ainda quando propomos que as crianças leiam uma receita de bolo e
perguntamos a elas se a receita é de bolo ou de uma comida salgada para ser servida
em um almoço. Nesse caso, as perguntas precisam fazer com que as crianças iden-
tifiquem os ingredientes e os cuidados necessários ao se fazer o bolo, as dicas que
são dadas para um melhor resultado, etc.).
Ao conversar sobre um bb
texto lido com seus Golfinho leva turistas à praia em Caraguá
alunos, é importante
explorar o vocabulário que Um golfinho nariz-de-garrafa é uma das atrações
ele apresenta. Explore o do verão em Caraguatatuba. O golfinho, que recebeu o
conhecimento prévio de apelido de "Tião", mede 2,60 m e tem 200 kg, tem levado
seus alunos, indagando
dezenas de turistas às praias Martin de Sá e Prainha diaria-
sobre palavras, siglas,
abreviaturas ou mente. Ele é macho, cinza e tem cerca de 15 anos. O
expressões possivelmente assédio dos turistas fez o Ibama criar um plantão nas duas
desconhecidas por eles. praias para evitar que os banhistas perturbem o animal.
Converse sobre os signifi-
(Folha de São Paulo, Caderno Folhinha, 13/11/94)
cados dessas palavras,
sobre o sentido em que
estão sendo utilizadas no
texto; procure saber se os Sobre o que nos fala essa notícia?
alunos já ouviram ou
leram essas palavras em
outros textos. Na notícia Preencha o quadro abaixo com as informações sobre o golfinho.
sobre o golfinho, por
exemplo, poderá ser
enriquecedor conversar
APELIDO
sobre os golfinhos, sobre PESO
o apelido da cidade
Caraguatatuba, sobre sua COMPRIMENTO
localização e por que o
autor preferiu utilizár o COR
apelido no título da
notícia ou, ainda, sobre o IDADE
significado da palavra
“assédio” ou da sigla
“Ibama”.
Telefones E mergenciais
Espera-se que o aluno realize uma inferência, relacionando informações que estão
explícitas no texto com seus conhecimentos prévios sobre o assunto tratado. Esta
é outra capacidade que se articula com a capacidade 10, fundamental para a pro-
dução de uma leitura compreensiva do texto. Para se avaliar essa capacidade, é pre-
ciso propor ao aluno que, após a leitura de um texto, estabeleça alguns tipos de
relações, por exemplo, entre o título e o conteúdo do texto; ou que tire conclusões
sobre o que está implícito no texto, a partir do que pensa sobre o assunto. Para os
alunos que ainda não sabem ler, a professora poderá fazer a leitura oral e solicitar
que a criança tente identificar e explicar os não-ditos do texto.
Mudando de cor
O camaleão assume a cor do lugar em que se
encontra. Ele também muda de cor em várias situações. Ele
pode mudar de cor quando está com medo, quando está
zangado e quando está apaixonado.
(Adaptado de CIBOUL, Adèle. As cores. São Paulo: Moderna, 2003; Coleção
Criança Curiosa)
23 Pelo título, que informações você acha que essa notícia vai nos dar? bb É importante, para avaliar a
capacidade, verificar se os
alunos possuem conheci-
mentos prévios sobre o
assunto e o gênero de
texto. É com base nesses
conhecimentos que a
criança poderá formular
hipóteses
O leão e o ratinho
Um leão, cansado de tanto caçar, dormia espichado debaixo da
sombra de uma boa árvore. Vieram uns ratinhos brincar em cima dele e
ele acordou. Todos conseguiram fugir, menos um, que o leão prendeu
debaixo da pata. Tanto o ratinho pediu e implorou que o leão desistiu de
esmagá-lo e deixou que fosse embora. Algum tempo depois, o leão ficou
preso na rede de uns caçadores. Não conseguindo se soltar, fazia a flo-
resta inteira tremer com seus urros de raiva. Nisso apareceu o ratinho e,
com seus dentes afiados, roeu as cordas e soltou o leão.
Moral: amigos pequenos podem ser grandes amigos.
O professor deverá investigar quais são as habilidades dos alunos quanto ao uso
adequado da escrita como forma de comunicação e interlocução.
Para isso, além das atividades sugeridas, deverá criar outras alternativas em que os
alunos possam escrever sobre um tema proposto, sempre a partir de condições
bem definidas (para que, para quem e o que deverá escrever). Poderá ser proposta a
produção de pequenos textos, levando-se em conta domínios de experiência mais
familiares à criança (da vida doméstica e da vida cotidiana, por exemplo).
Caso as crianças ainda não tenham condições de fazer o texto com autonomia,
solicitar que o elaborem oralmente, para que a professora faça o registro no quadro.
Nesse caso, é importante verificar se a criança “escreve” demonstrando domínio de
estruturas adequadas à língua escrita, ao tipo e ao gênero propostos. Podem ser
produzidos: narrativas, bilhetes, cartas, convites, avisos, por exemplo.
A avaliação dos textos deverá se orientar principalmente por três critérios básicos:
se o texto promove efetivamente um processo de interação e de interlocução,
permitindo comunicação das idéias do autor;