Impugnação Contra Penhora
Impugnação Contra Penhora
Impugnação Contra Penhora
Impugnação contra penhora "on line" em fase executiva. Necessidade, em face das
circunstâncias do caso concreto e pobreza do réu-executado, de concessão liminar sob o risco
de grave dano ou de difícil reparação.
PROC. XXXX/XXXX
XXXXXX XXXXXX XXXXX, já qualificado nos autos, por seu advogado,
vem perante Vossa Excelência IMPUGNAR a decisão que determinou a
penhora “on line” de fls. XXX/XXX nos termos do art. 475-J, § 1º,
combinado com o art. 475-L, III, primeira parte, do Código de Processo
Civil.
OS FATOS
O DIREITO
O PEDIDO
Admitindo, destarte, que o mérito da lide não seja julgado de plano por
V. Excelência, requer-se, subsidiariamente - conforme foi mencionado sobre a
suspensão dos autos - que a autora-exeqüente preste CAUÇÃO “SUFICIENTE
E IDÔNEA” em face da constrição ao patrimônio do réu-executado, medida
assecuratória em face de eventuais danos que podem ser causados,
arbitrando-se judicialmente a cautela segundo o livre convencimento motivado
ou persuasão racional (art. 131 do CPC).
Termos em que,
Pede deferimento.
XXXXXXXX XXXXXXX
OAB/SP XXX.XXX
Rol de documentos:
Processo nº xx
Executada: xxx
Exequente: xx
A xxxx, por seu representante infra-assinado, vem, nos autos em epígrafe, oferecer
IMPUGNAÇÃO aos embargos aviados à execução em apenso, pelas razões que a seguir
aduz.
Também o art. 5º e seu parágrafo único, da mesma lei, fazem referência ao casal e à
entidade familiar, verbis:
“Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que trata esta lei, considera-se residência
um único imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar para moradia permanente.
Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou entidade familiar, ser possuidor de vários
imóveis utilizados como residência, a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor,
salvo se outro tiver sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis e na forma do
art. 70 do Código Civil.”
Assim, é imperioso, quando se invoca a proteção legal referida, demonstrar-se, não só que
o imóvel é o único que possui o devedor, mas, também, que é destinado à residência
familiar.
E a prova, que na espécie seria de natureza documental, deveria ter sido produzida com a
petição inicial (art. 396, CPC).
Ainda que se pretendesse a demonstração de qualquer fato, por meio de prova diversa da
documental, deveria isto ter sido requerido na inicial, de forma especificada, o que não foi.
Ademais, não há prova nos autos que o bem penhorado é a única propriedade do
Embargante!
A embargante não juntou aos autos as certidões dos cartórios imobiliários da Comarca,
provando que apenas possui aquele imóvel, além de não ter requerido prova testemunhal
com pessoas que freqüentam a residência. As correspondências carreadas aos autos,
concessa venia, são antigas e nada provam. Não existe nos autos, pois, substrato
probatório a embasar os pleitos da embargante.
Como se vê, foi alegado, mas não foi provado. A jurisprudência, contudo, faz tal exigência:
É preciso, rogata venia, que o Judiciário atente para o seguinte fato: a alegação de bem de
família foi desvirtuada pelos devedores! Atualmente, toda e qualquer execução em que se
penhore um imóvel encontra a alegação de bem de família. Com certeza, ainda que o
interesse que se pretenda proteger com a Lei 8.009/90 seja legítimo, não é o interesse da
dita Lei revogar a obrigação dos devedores em honrar suas obrigações com todo seu
patrimônio (artigo 391 do Código Civil).
Ante estas considerações, tendo em vista que não se demonstrou concorrerem todos os
requisitos da Lei 8009/90, requer-se sejam julgados improcedentes os pedidos iniciais,
mantendo-se a penhora e condenando-se os Embargantes no pagamento das verbas de
sucumbência.
Ora, agora que um dos cônjuges torna-se devedor da EXEQÜENTE e quer tentar proteger
a meação do outro desvinculando-se de suas obrigações?! Puro absurdo!!!
Ora, sem dúvida, a atividade empresarial do executado serviu de fonte de renda para o
casal (sob o regime de comunhão), por corolário lógico, as dívidas de um estender-se-ão a
ambos.
Afinal, é Princípio Geral do Direito: quem aufere o bônus, deve arcar com o ônus.
Reitera o STJ:
(Destacamos).
(Destacamos).
Outrossim, por cautela, deve ser aduzido que, em verdade, a jurisprudência do Superior
Tribunal de Justiça, firmou entendimento de que a meação do cônjuge será resguardada
mediante a reserva de metade do valor alcançado por ocasião da arrematação do bem em
leilão. Nesse sentido:
Processo
RESP 132901 / SP ; RECURSO ESPECIAL
1997/0035450-4
Relator(a)
Ministro CASTRO MEIRA (1125)
Órgão Julgador
T2 - SEGUNDA TURMA
Data do Julgamento
05/02/2004
Data da Publicação/Fonte
DJ 15.03.2004 p. 218
Ementa
RIO. EMBARGOS DE TERCEIRO. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. BEM
INDIVISÍVEL. MEAÇÃO. ALIENAÇÃO.
1. Os bens indivisíveis, de propriedade comum decorrente do regime de comunhão no
casamento, na execução podem ser levados à hasta pública por inteiro, reservando-se à
esposa a metade do preço alcançado Corte Especial, REsp 200.251/SP, Rel. Min. Sálvio
de Figueiredo Teixeira, DJU de 29/04/2002.
2. Como apenas a metade do produto da alienação judicial reverterá em benefício do
exeqüente, sendo que a outra parte ficará com o cônjuge meeiro do executado, restará,
pois, resguardada a meação.
3. Recurso Especial parcialmente provido.
Acórdão
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima
indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior
Tribunal de Justiça: por unanimidade, deu parcial provimento ao
recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro-Relator.
Os Srs. Ministros Francisco Peçanha Martins, Eliana Calmon,
Franciulli Netto e João Otávio de Noronha votaram com o Sr. Ministro
Relator.
Neste sentido, vale a pena transcrever a precisa lição de Araken de Assis (in MANUAL DO
PROCESSO DE EXECUÇÃO, 6ª edição revista, atualizada e ampliada, 2000, Editora
Revista dos Tribunais, SP, págs. 606/606):
De outro, há que se salientar que a Embargante não indicou os bens à penhora, nos autos
da execução fiscal, pretendendo fossem constritados aqueles suficientes à garantia do
débito cobrado. A não indicação de bens tem por razão a inaptidão da própria exeqüente,
quase sempre presente, para avalia-los, bem assim, assegurar-se a realização de penhora
que venha a garantir, efetivamente, o Juízo da execução, apontando-se um leque maior de
bens, visto a possibilidade, sempre presente, não serem todos eles encontrados pelo
Oficial de Justiça ou não serem todos eles passíveis de penhora, por qualquer razão de
ordem material e até jurídica.
DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto, requer:
1) Sejam julgados totalmente improcedentes os pedidos dos presentes Embargos à
Execução, condenando-se a Embargante no pagamento das verbas de sucumbência e por
ter litigado com má-fé.
Nestes Termos,
Pede deferimento.
Belo Horizonte, 16 de agosto de 2007.
xxxxx
OAB/MG xx
Processo nº 00000
Embargado: Município de Coquinhos
Embargante: Fulana de Tal
Município de Coquinhos, Pessoa Jurídica de Direito Público, com sede na Rua Coronel
Pedro Osório n° 000, por meio de seu procurador abaixo firmatário, vem respeitosamente
perante V. Exa. para impugnar os embargos apresentados por Fulana de Tal, já qualificada
no feito em epígrafe, pelos seguintes fatos e fundamentos jurídicos:
Preliminarmente
1-A tese do Embargante ao aduzir que o imóvel o qual alega sofrer penhora é bem de
família não é matéria cabível de discussão em sede de embargos. Neste sentido, a
jurisprudência:
Anote-se, ainda, que o Executado não apresentou nenhuma prova de que o imóvel é
usado como residência da entidade familiar, pressuposto para reconhecimento do bem de
família (Lei 8009/90, art. 1º), como tem pronunciado a jurisprudência:
Da Impenhorabilidade
Sinale-se que o débito ora em execução é o Imposto Predial e Territorial Urbano referente
ao imóvel penhorado em folha 14 do feito.
A Embargante ainda inconforma-se pelo fato do valor ora em execução ser 50 (cinqüenta)
vezes menor que o valor do imóvel penhorado.
Ocorre que a Embargante na oportunidade que poderia indicar bens à penhora quedou-se
silente tampouco ofereceu bens.
A prescrição em direito tributário é regida pelo art. 173 do CTN, no qual estatui que o
direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se em 5 anos.
Por outro lado, a ação de constituir o crédito prescreve em 5 anos, contados da data de
sua constituição definitiva. Mas a prescrição se interrompe “por qualquer ato inequívoco
ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor” (CTN, art.
174, IV).
A Embargante foi regularmente notificada do débito fiscal, tanto pela notificação individual,
como pela publicação do edital, conforme cópias que ora anexamos.
Isto posto, requer a improcedência dos embargos, condenando a Autora nas custas,
despesas processuais e honorários advocatícios.
Fulano de Tal
Procurador do Município
OAB n° 000
Vistos etc.
Relata o autor que a penhora efetuada é incorreta, uma vez que recaiu sobre
bem de família, sendo imóvel residencial, cuja impenhorabilidade é protegida
por lei.
É o relatório.
DO CASO EM CONCRETO
Ocorre que as quitinentes, até os dias atuais, não foram transferidas, visto
não serem legalizadas.
Interposição de impugnação no prazo legal (fl. 188), tendo por base o inciso III
do artigo 475 – L do CPC[2], justificada com o argumento de ser impenhorável
o imóvel constrito, por ser bem de família, protegido que está pela Lei
8.009/90 e com fulcro também no inciso.
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Inicialmente, insta tecer breves considerações sobre a impenhorabilidade do
bem de família e os elementos necessários a considerar um determinado bem
como tal.
O dispositivo não exige que o casal tenha apenas um imóvel, exige é que
nele resida. A exigência é de que, para que seja considerado como bem de
família, o imóvel deve servir como local de residência do proprietário e de
seus familiares.
Para que o imóvel locado pode ser considerado bem de família há de ficar
comprovado que o valor do aluguel é essencial para o pagamento de outro
imóvel. Não é o que aqui ocorre, posto não haver nenhuma alegação nesse
sentido.
Publique-se. Intimem-se.
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