Segunda Guerra Mundial (Holocausto)
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Segunda Guerra Mundial (Holocausto)
Mas, estes não eram senão grupos e, como o povo exilado de uma
nação reprimida, os judeus buscavam um santuário onde quer que
pudessem encontrá-lo. Eles normalmente eram bem recebidos, até que
Constantino fez do cristianismo religião do Império Romano. Quando
o império se dividiu, os judeus perderam todos os privilégios que lhes
haviam sido concedidos na Europa Ocidental. A principio, não havia
intenção de separá-los, mas apenas cuidar para que os postos
importantes fossem ocupados por professantes da fé recém-adotada.
Contudo, nos séculos seguintes, a perseguição de parte dos cristãos se
tornaria tão generalizada, tão diversa nas suas formas, que não existe
um só aspecto da tirania nazista para o qual não se encontrem
exemplos anteriores.
A Igreja Católica viu neles, uma vez mais, uma ameaça à fé do seu
rebanho, afirmando que o judaísmo era a antítese do cristianismo.
Ademais, como a História demonstrava que os judeus eram
inconversíveis, eles tinham de ser expulsos. Mesmo os judeus
batizados eram tidos como "espiões dentro da Igreja" e, como medida
de proteção do cristianismo, tinham de ser tratados como os seus
concidadãos não-batizados. As organizações comerciais viam-nos
como competidores. Os judeus da classe média assimilada de Viena e
Berlim votavam-lhes franca aversão, considerando-os parentes pobres
que de repente se haviam abatido sobre o seu lar, e contrariaram-se
quando descobriram que, além disso, os não judeus se recusavam a
aceitar os protestos dos judeus assimilados de que os judeus que
chegavam haviam chegado sem "serem convidados". "Isto", diziam os
não judeus entre si, "é o que acontece quando se deixa um judeu
entrar. Antes de você perceber, ele trouxe a tribo toda".
Segunda Guerra Mundial 10
Os anos de tormento
violência. A única pessoa que não tinha esse álibi era Goering, mas ele
tratou de estar num trem a caminho de Berlim, enquanto que o único
homem que poderia, sozinho, pôr em ação o "pessoal da represália",
Reinhard Heydrich, estava em Nuremberg. Mas existe um telegrama
que ele enviou naquele dia, instruindo os chefes de policia para que
cumprissem o que lhes cabia nos distúrbios que provavelmente
ocorreriam. Incumbia-lhes cuidar, entre outras coisas, para que
nenhuma propriedade ariana fosse danificada, impedir o saque de lojas
e residências, embora permitindo sua destruição, e assegurar-se que
nenhuma sinagoga fosse incendiada, se situada em lugar onde o
sinistro pudesse pôr em perigo propriedades adjacentes. Outra
mensagem veiculada por um dos seus assistentes mandava que a
polícia do estado prendesse entre 20 a 30 mil judeus, especialmente os
ricos, e tomasse os arquivos das sinagogas.
Os massacres
Ele disse que elas foram projetadas por Paul Blodel, um arquiteto
de Dusseldorf, bêbado contumaz, que se distinguiria como
comandante de um Kommando de Grupo de Ação. Contudo, outro
Segunda Guerra Mundial 42
Uma vez que o horror do que estava sendo feito parecia focalizar-
se mais em detalhes do que em princípios, conclui-se que a questão
não era absolutamente de moral. A aversão era livremente expressada,
por exemplo, pelos soldados comuns, entre os quais se encontravam,
devemos lembrar-nos, muitos que haviam sido em criança doutrinados
em anti-semitismo na "Juventude Hitlerista". Em conseqüência, o
Feldmarechal Walter von Reichenau, comandante do 6° Exército,
sentiu-se compelido a apresentar uma justificativa para o que se estava
fazendo. "O soldado nos Territórios Orientais", declarou ele na
"Ordem do Dia" de 10 de outubro de 1941, "não é apenas um
combatente, segundo as regras da arte da guerra, mas também o
portador de uma ideologia nacional implacável... Portanto, o soldado
tem de se compenetrar da necessidade da aplicação de uma vingança
severa mas justa, contra a judiaria subumana". Contudo, num relatório
oficial, escrito em dezembro de 1941, um oficial de Estado-Maior do
Grupo de Exércitos Centro declarou que o corpo de oficiais, "quase
unanimemente, é contra o fuzilamento de judeus, prisioneiros e
comissários". Na sua opinião o mesmo autor disse, isto era uma nódoa
no exército alemão.
Que esta reunião não teve outra finalidade senão a de ser um ardil
para incriminar outros, demonstra-o o fato de que as questões
discutidas sob o título "maneiras possíveis de matar" já estavam sendo
energicamente executadas: fome, excesso de trabalho, envenenamento
por gás e fuzilamentos em massa.
Holocausto 53
Gräbe, espantado por não o terem mandado sair dali; foi para o
outro lado do monte. Havia um poço enorme, contendo talvez uns mil
corpos, quase todos apresentando sangramento na cabeça. Muitos
ainda se moviam; alguns tentavam mostrar, com as mãos erguidas, que
se encontravam ainda vivos, talvez para que os eliminassem de vez.
Contudo, havia boas razões para o atraso. Uma delas era a escassez
de transporte, causada pelos preparativos para a ofensiva de verão da
Wehrmacht na Rússia, pois Hitler prometera que a campanha no leste
terminaria definitivamente naquele ano. Na verdade, os preparativos
para a ofensiva tinham impedido Heydrich de mandar judeus para os
guetos russos a partir de março. Mas, a despeito do problema,
Himmler conseguiu algumas unidades das Ferrovias Estatais. Por
volta de julho, ainda no início da ofensiva, saia diariamente um trem
levando judeus de Varsóvia para o campo de extermínio em Treblinka,
desde o dia da sua inauguração. Este campo, que entrou em
funcionamento no dia 23 de julho, foi o penúltimo dos principais
campos da morte a ser construído. O último, Sobibor, só foi
inaugurado em fins de outubro, devido a um motim, dirigido por um
polonês, no qual cerca de 150 judeus tentaram uma fuga em massa. A
maioria morreu na área minada que cercava o campo, e somente uns
30 sobreviveram à guerra. Quase um ano depois, idêntica revolta
registrou-se em Treblinka, também dirigida por um polonês, desta vez
um capitão do exército. Os judeus chegaram a penetrar no arsenal e
apossar-se de armas, mas a revolta fracassou, sendo massacrados os
amotinados. Contudo, dois meses depois disso, em novembro de 1943,
o campo foi destruído por explosões. Esvaziadas as valas comuns, a
área foi plantada de pinheiros. Apesar dessas dificuldades, Sobibor e
Treblinka, juntos, conseguiram eliminar mais de um milhão de judeus
da Rússia, Tchecoslováquia, Áustria, Holanda e França.
Auschwitz
de 120 dos homens das SS que executavam a ação foram afetados pelo
mal.
Saindo do caos
Então, em julho, houve outra proposta, desta vez feita por outro
sionista de Budapeste, o Dr. Reszoe Kastner. Era a troca de 100.000
vidas judaicas por cinco milhões de francos suíços. Himmler
examinou os termos da proposta e contrapropôs: 30.000 judeus,
fisicamente perfeitos, por seis milhões de dólares. Os judeus não
seriam entregues, mas "guardados" no campo de trabalho austríaco,
Strasshof. Só foram conseguidos 1.800.000 dólares e, por este preço,
9.000 judeus foram "guardados".
O dinheiro para este fim (ao todo 20.000.000 de francos suíços) foi
coletado nos Estados Unidos, em campanhas de caridade, e a
transação poderia ter sido completada com sucesso, mas Cordell Hull,
Secretário de Estado dos Estados Unidos, só consentia na
transferência de cinco milhões para a Suíça. Edward Stettinius Jr., que
substituiu Hull pouco depois; cancelou inclusive a transferência dos
cinco milhões, e somente a 6 de fevereiro é que Himmler os recebeu,
através do Presidente da Suíça, Jean-Marie Musi. Um total de 2.684
judeus foi então transferido para a Suíça. Durante o inverno
providenciou-se um encontro entre Himmler e Musi. Ainda em troca
de dinheiro, em lugar de equipamento e suprimentos médicos; que
Himmler exigira originariamente, 1.200 judeus seriam enviados, por
trem, para a Suíça todas as quinzenas. Os termos do negócio previam
inclusive a criação de um plano de propaganda, a ser feito na Europa,
em que a Alemanha deveria deixar de ser considerada como assassina
dos judeus.
como Eichmann, que faria o máximo para sabotar os planos dos seus
colegas.
que muitos morreram após a libertação. O tifo, que por ali grassava
violento, vitimou muitos internos, principalmente judeus da Hungria e
Polônia, que eram maioria ali.