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JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO 1

Ottopaulo Böhm2

RESUMO

Os jogos, brinquedo e brincadeiras surgiram há vários anos, tendo primeiramente um aspecto


de preparação para a vida tanto para meninos quanto para meninas e posteriormente, como
uma marca da infância. Desde os primeiros anos de vida, somos estimulados e apresentados
aos jogos, brinquedos e brincadeiras, estimulando assim a interação com o mundo ao seu
redor. Os jogos, brinquedos e brincadeiras são ferramentas presentes e usadas de forma ativa
pelos profissionais da educação para estimular, repassar conceitos e conhecimentos e
proporcionar a aprendizagem sobre regras e convívio em grupo. Este artigo foi
desenvolvimento através da revisão bibliográfica de livros, artigos, monografias, entre outros.
O objetivo geral é: revisar os referenciais teóricos a cerca do tema brinquedo, brincadeiras e
jogos na educação. E os objetivos específicos são: verificar os referencias teóricos existentes
em relação ao jogo, brinquedo e brincadeiras na educação; Conceituar jogo, brinquedo e
brincadeiras, e por fim, elencar a importância de ambos a cerca da educação.
Palavras-chave: Jogos. Brinquedo. Brincadeiras. Educação.

INTRODUÇÃO

As crianças e os adultos estão sempre em busca do novo, de aprender coisas novas e


de descobrir algo ainda desconhecido por si mesmo. O ser humano, segundo Dallabona (s/a.
p. 1) “[...] nasceu para aprender, para descobrir e apropriar-se dos conhecimentos, desde os
mais simples até os mais complexos, e é isso que lhe garante a sobrevivência e a integração na
sociedade como ser participativo, crítico e criativo”.
Esse interesse pelo novo, pela descoberta identifica-se nas crianças das escolas
estaduais, municipais e particulares, os professores os quais sentem a necessidade de buscar
atualização constante para conseguir interagir e transmitir o conhecimento necessário para
seus alunos.

1
Artigo produzido na Pós-Graduação Lato Sensu em Educação e a Interface com a Rede de Proteção Social da
Universidade Comunitária da Região de Chapecó – Unochapecó, como requisito para a obtenção do título de
especialista. Sob a orientação da professora Simoni Aparecida Fortes de Jesus., mestre em Filosofia pela
Universidade Federal de Santa Maria - UFSM.
2
Formado em Educação Física pela Universidade do Oeste de Santa Catarina – UNOESC. Pós graduando do
curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Educação e a Interface com a Rede de Proteção Social da Universidade
Comunitária da Região de Chapecó – Unochapecó. Turma 2014 a 2015.
2

Atualmente existem várias pesquisas que demonstram que os professores de forma


geral das escolas públicas e privadas encontram muitas dificuldades para transmitir os
conteúdos básicos para seus alunos, e isto incluem os profissionais de educação física, sendo
que os mesmos são cobrados em relação as atividades e técnicas usadas para repassar os
conhecimentos para seus alunos.
Segundo Canário (2006, p. 59-60) “Nas últimas décadas e em todo o mundo, face os
problemas enfrentados pelos contextos escolares, a mudança e a inovação educativa ganharam
um papel central nas preocupações daqueles que ensinam ou gerem tais sistemas [...]”.
O jogo, o brinquedo e as brincadeiras são utilizados principalmente pela educação
infantil e nos últimos anos a concepção de jogo, brinquedo e brincadeira sofreram várias
mudanças, no passado as brincadeiras eram mais voltadas para socialização e para estreitar os
laços coletivos. Nesta época os pais participavam mais ativamente da vida de seus filhos, seja
em suas brincadeiras, festas ou no próprio lazer delas, mas esta participação ao longo do
tempo foi sofrendo grandes perdas, pois o trabalho ou a vida profissional dos adultos ganhou
uma propensão maior no dia a dia do ser humano o que modificou a sua participação e
envolvimento nos jogos e nas brincadeiras dos seus filhos.
Os meios de comunicação como, por exemplo: a televisão, os celulares e a internet
ganharam uma propensão muito grande dentro do ambiente familiar, fazendo com que desde
pequenos fossemos interagindo e usando essa tecnologia como a principal fonte de lazer. Com
a inclusão da tecnologia, os jogos, os brinquedos e as brincadeiras comuns do tempo dos
nossos pais ou ainda de nossos avós, como por exemplo: a amarelinha, o pega-pega, entre
outros, foram deixados de lado, trocados por vídeo game, brinquedos eletrônicos, jogos em
computadores, celulares, entre tantos outros que fazem parte atualmente das brincadeiras e do
dia a dia das crianças. Como afirma Chaves (2014, p. 5) “observa-se que cada vez mais o
contato das crianças com jogos, brincadeiras e brinquedos tradicionais vem perdendo espaço
para equipamentos de alta tecnologia, tais como: videogames, computadores, tablets,
televisores e brinquedos eletrônicos”.
Um fator que contribuiu para isto acontecer é certamente a ausência dos pais, onde os
mesmos estão focados no trabalho, no crescimento pessoal e profissional para que assim
possam oferecer melhores condições de vida para a sua família. Comportamento visto pela
sociedade em geral como sendo algo normal e necessário, pois atualmente as condições de
vida são mais caras e as necessidades de uma criança hoje não são as mesmas do que há a 10
ou 20 anos atrás.
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Contudo, a escola também deve participar e procurar interagir com as famílias de seus
alunos mostrando que a presença, o incentivo e a participação dos pais são de grande
importância para o desenvolvimento intelectual de seus filhos, além da educação dos mesmos
como um todo. E é claro que a escola também tem a sua função, o seu objetivo e os
profissionais que nela atuam devem segundo Dill (s/a, p. 8) “[...] fazer da escola um local
onde se possa desenvolver e estimular o gosto pelo ato intelectual de aprender”. Desta forma,
a escola se coloca no processo como sendo um agente de grande relevância na educação e nos
conceitos criados e desenvolvidos pelas crianças no decorrer do seu processo de formação.
Desde muito cedo as crianças são apresentadas a jogos, brinquedos e brincadeiras e
esta interação é de suma importância, propicia um maior desenvolvimento delas. Desta forma,
este artigo propõe a verificação dos referenciais teóricos a cerca do tema jogo, brinquedo e
brincadeiras na educação, além de pesquisar a relevância destes temas na educação. O tema
deste trabalho é Jogo, Brinquedo e brincadeiras e a problemática teórica do brincar no
contexto educacional.
Esta pesquisa demonstrará a importância do ato de brincar, fundamentada na revisão
bibliográfica dos referencias teóricos acerca do tema, de forma crítica e reflexiva sobre as
teorias que apontam a importância do jogo, brinquedo e brincadeira na educação.
A escolha do tema brincar e sua concepções “jogo, brinquedo e brincadeiras da
educação”, dá-se principalmente a partir da minha experiência profissional em Educação
Física, a temática, jogo, brinquedo e brincadeiras é a forma mais utilizada pelos profissionais
da educação física, tanto em escolas públicas, como em escolas privadas.
O objetivo geral deste estudo é: revisar os referenciais teóricos a cerca do tema
brincar: brinquedo, brincadeiras e jogos na educação. Especificando os referencias teóricos
existentes em relação ao jogo, brinquedo e brincadeiras na educação; Conceituar as formas de
brincar: jogo, brinquedo e brincadeiras, e por fim, elencar a importância destes na educação.
No decorrer desta pesquisa serão abordados assuntos como: jogo, brinquedo e
brincadeiras na educação, história do brinquedo, conceito de brinquedo, conceito de jogo,
conceito de brincadeiras, e a importância do jogo, brinquedo e brincadeiras.

1 JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO

O jogo, o brinquedo e as brincadeiras fazem parte do universo infantil, através deles é


possível à criança se desenvolver, conhecer e interagir com o mundo ao seu redor. Desde os
primeiros anos de vida somos apresentados a esse mundo de imaginação e interação, o que faz
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com que criamos e recriamos atitudes e comportamentos vivenciados em nosso dia a dia. “As
brincadeiras e jogos infantis exercem um papel muito além da simples diversão, possibilitam
aprendizagem de diversas habilidades e são meios que contribuem e enriquecem o
desenvolvimento intelectual da criança (PIAGET 1976 apud DAMASCENO et al, s/d).”
O brincar faz parte da infância de qualquer criança, é frequentemente lembrada pelos
adultos, compreendido como um período de grande aprendizado, interação, descontração,
imaginação e descoberta, o que com certeza influência nas atitudes e comportamentos ao
longo da vida. “Brincar não significa perda de tempo como também não é uma forma de
preenchimento de tempo, mas uma maneira de se colocar a criança de frente com o objeto,
muito embora nem sempre a brincadeira envolva um objeto.” (Bueno, 2010, p. 21).
A infância, o jogo, o brinquedo e as brincadeiras estão inteiramente ligados, sendo que
desde muito cedo somos orientados a brincar com jogos e objetos, seja para aprendermos ou
simplesmente para nos distrairmos, mas estas palavras fazem parte e sentido do universo
infantil.
De acordo com Vygotsky (1989, p. 130):
[...] a brincadeira cria para as crianças uma zona de desenvolvimento proximal que
não é a outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento,
determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível
de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de um problema, sob
a orientação de um adulto ou um companheiro mais capaz.

O brincar torna-se muito importante para o desenvolvimento e para a interação da


criança com o mundo ao seu redor, desde os primeiros meses de vida somos estimulados a
sorrir, falar, ouvir, gritar, imaginar coisas ou objetos ao nosso redor, ou seja, interagir com as
pessoas e com o meio. Desde os primeiros dias, os pais, tios, tias, avós, entre outros,
interagem com a criança, estimulando assim a interação e a descoberta com o mundo exterior.
É através das brincadeiras que as crianças realizam suas primeiras escolhas e
aprofundam temas e assuntos vivenciados pelos adultos, os quais no decorrer do tempo as
mesmas necessitam compreender. De acordo com a autora Bueno (2010, p. 21) “[...] o
brinquedo possibilita o desenvolvimento total da criança, já que ela se envolve afetivamente
no seu convívio social. A brincadeira faz parte do mundo da criança.” Ou seja, a brincadeira é
peça fundamental para o desenvolvimento intelectual da criança.
Todos nós nos recordamos de jogos, brinquedos e brincadeiras que fizeram parte da
nossa infância, eram nestes momentos que experimentávamos, organizávamos, interagíamos e
criávamos regras, tanto individuais quanto coletivas, memórias que fazem parte das narrativas
lembradas e repassadas para nossos filhos, sobrinhos e afilhados.
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O jogo, o brinquedo e as brincadeiras ao longo do tempo estão sendo interpretados de


forma diferente, passaram a ser compreendidos como “objetos” de grande aprendizado e
importância para as crianças, deixando de serem apenas um passatempo e foram ganhando
espaço nas escolas e nos processos pedagógicos, além de chamarem a atenção de estudiosos e
de empresários.
Os empresários passaram a investir na fabricação de brinquedos diferentes,
sofisticados e que atendam as necessidades e interesses das crianças, além de propiciarem e
cultivarem um comércio cada vez maior. Já os estudiosos aprofundaram os estudos em
relação à importância e a relação do jogo, do brinquedo e das brincadeiras para as crianças de
forma geral.
Atualmente existe uma grande variedade de jogos, brinquedos, brincadeiras e materias
pedagógicos que podem ser usados pelos profissionais que atuam na educação infantil e na
educação como um todo. Alguns deles são mais usados pelos profissionais de educação física,
principalmente no que refere-se a jogos e brincadeiras que exigem maior locomoção,
equilíbrio, agilidade e raciocínio.
Existem brincadeiras ligadas à música, utilizadas por crianças de todas as idades e para
as mais diversas funções, além de apresentações artísticas e encenações.
Os brinquedos devem ser usados de acordo com a faixa etária da criança. Os bebês
podem interagir e serem estimulados através da música, da contagem de histórias, entre
outros, já as crianças a partir dos primeiros anos de vida, com o uso de jogos coletivos e/ou
individuais que os coloque em contato com os colegas ou pessoas de forma geral e com as
regras existentes do jogo ou da brincadeira, adquirindo assim conhecimento e compreensão
sobre as mesmas.
O brincar em alguns momentos pode ser confundido com um passatempo e concluído
como uma falta de seriedade pelos profissionais que deles usam para interagir e passar
conhecimento para seus alunos. Mas é necessário que os profissionais da educação, segundo
Bueno (2010, p. 21) “[...] tenham em mente que é através das ações, do fazer, pensar e
brincar, que o ser humano vai construir seu conhecimento e desenvolver suas estruturas
psíquicas para se relacionar com o mundo concreto.” Ou seja, é através do jogo, do brinquedo
e das brincadeiras que a criança consegue criar, imaginar, fazer de conta, experimentar, medir,
aprender, entre outros. Desta forma, os jogos, os brinquedos e as brincadeiras são
extremamente importantes para o desenvolvimento da criança e a sua compreensão sobre o
mundo que a cerca.
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É através do jogo, do brinquedo e das brincadeiras que a criança se desenvolve, pois é


estimulada a ter curiosidade, autoconfiança e autonomia, além de instigar a linguagem, a
concentração e atenção. As crianças, durante os jogos e/ou brincadeiras são expostas a pensar,
refletir, analisar, experimentar, criar, dominar a angústia e ansiedade, além de conhecer o
próprio corpo.
Muitos professores e profissionais da área da educação relatam que as crianças
aprendem mais e de forma mais rápida quando envolve jogos ou brincadeiras no processo
educativo, sendo este um fator bastante relevante para a atuação e planejamento das
atividades educacionais e que devem ser aderido pela educação de forma geral. Mas é
necessário que o professor esteja atento para as competições nos jogos ou nas brincadeiras
observando o comportamento dos alunos para evitar o individualismo, neste momento é
necessária uma intervenção por parte do educador, demonstrando que todos têm condições de
vencer e que os jogos e as brincadeiras são coletivos e democráticos.
É fundamental que os pais, familiares, educadores e a sociedade de forma geral
tenham o conhecimento de que as crianças aprendem baseadas em suas referencias, ou seja, as
pessoas que fazem parte do convívio da criança devem agir de acordo com os ensinamentos
repassados e cobrados para com ela.

1.1 História do jogo

A história do jogo é bastante antiga não encontramos uma data exata para o seu início,
segundo Nallin (2005, p. 03) “o jogo advém do século XVI, e os primeiros estudos foram
realizados em Roma e na Grécia, destinados ao aprendizado das letras. Esse interesse
decresceu com o advento do cristianismo, que visava uma educação disciplinadora, com
memorização e obediência.” A partir deste momento histórico, os jogos foram vistos como
sendo delituosos, ou seja, que levam à prostituição e à embriaguez. (NALLIN, 2005)
Mas, a partir do Renascimento que o jogo ganha uma nova visão, deixa de ser algo
vinculado à reprovação para ver visto como algo que envolve diversão, entrando assim no
cotidiano dos jovens.
A palavra jogo vem do latim “incus” que significa diversão ou brincadeira. As
definições mais encontradas para conceituar jogo são: divertimento, distração ou passatempo,
desta forma, ele pode ser tanto individual, como coletivo e não está inteiramente ligado
somente para as crianças, sendo que conseguimos visualizar adultos jogando futebol, vôlei,
basquete, entre outros.
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De acordo com Nallin (2005, p. 03):


A introdução à brincadeira em seu contexto infantil, inicia-se, timidamente, com a
criação de jardins de infância, fruto da proposta de Froebel (1782-1852 – primeiro
filósofo a ver o uso de jogos para educar crianças pré-escolares) que considera que a
criança desperta suas faculdades próprias mediante estímulos. Esta proposta
influenciou a educação infantil de todos os países.

Foi após o surgimento da Companhia de Jesus, uma organização religiosa que


utilizava o processo educacional como sua principal arma, que os jogos educativos passaram a
serem vistos como um recurso para o ensino, possibilitando sua expansão no mundo como um
todo. (NALLIN, 2005).
A proposta de Froebel referente à criação de jardins de infância e ao uso de jogos foi
ganhando espaço em vários países, principalmente na Ásia e nos Estados Unidos.
(KISHIMOTO apud NALLIN, 2005)
Segundo Bloch e Choe (1990) apud Nallin (2005, p. 04) nos Estados Unidos “os
programas froebelianos buscavam enfatizar o brincar supervisionado, encorajando a
uniformidade e o controle nos estabelecimentos destinados a imigrantes pobres, e o brincar
livre pôde prevalecer nas escolas particulares de elite”. Desta forma, com o aumento da
sociedade norte-americana, causados pela industrialização, urbanização e imigração, o brincar
supervisionado nas creches fez parte do século XIX durante a Guerra Civil.
De acordo com Nallin (2005, p. 04) “predominaram crenças a cerca da diferença de
necessidades de crianças pobres e de elite, de que as crianças aprendem melhor por meio do
brincar, mas rejeita-se a noção do brincar não supervisionado como educação”.
Portanto, foi a partir deste movimento ou momento histórico que os jogos foram
entendidos como algo importante e fundamental para o processo de ensino-aprendizagem das
crianças, fortalecendo a imagem do jogo educativo como algo importante para a aquisição dos
conteúdos escolares.
A partir deste momento, foram surgindo estudos sobre a importância do jogo no
processo de ensino-aprendizagem das crianças e aos poucos os mesmos foram sendo inseridos
na formação de professores e discutidos com pais, estudiosos, entre outros.

1.1.1 Conceito de Jogo


Vários autores abordam sobre o tema jogo, alguns trazem a definição sobre jogo, mas
para Huizinga apud BUENO (2010, p. 24) “o jogo para a criança não é igual ao jogo dos
adultos, pois é preciso pensar que para a criança trata-se de um momento em que, em geral
ocorre aprendizagem e, em geral, para o adulto, é recreação.”
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Segundo o dicionário Aurélio, jogo é definido como: 1) atividade física ou mental


organizada por um sistema de regras que definem a perda ou o ganho, ex: jogo de damas; jogo
de futebol. 2. Brinquedo, passatempo, divertimento: jogo de armar; jogos de salão. 3.
Passatempo ou loteria sujeito a regras e no qual, às vezes se arrisca dinheiro: jogo de cartas:
jogo de bicho [...].
O jogo para as crianças tem uma importância muito grande, pois é através dele que a
mesma pode aprender sobre diversos aspectos que se tornam importantes para o
desenvolvimento do ser humano.
De acordo com Kishimoto (1998) apud BUENO (2010) o jogo, o brinquedo e as
brincadeiras acabam sendo termos que se misturam e por alguns momentos se confundem. “O
jogo é uma atividade que contribui para o desenvolvimento da criatividade da criança tanto na
criação como também na execução. Os jogos são importantes, pois envolvem regras como
ocupação do espaço e a percepção do lugar.” (BUENO, 2010, p. 25) É uma atividade mais
estruturada, com regras explícitas e determinadas previamente e podem ser utilizadas tanto
por crianças como por adultos. São exemplos de jogos: o jogo de cartas, botão, dominó,
tabuleiro, futebol, voleibol, basquete, mímica, entre outros.
Segundo Kishimoto (1993, p. 15)
Os jogos têm diversas origens e culturas que são transmitidas pelos diferentes jogos
e formas de jogar. Este tem função de construir e desenvolver uma convivência entre
as crianças estabelecendo regras, critérios e sentidos, possibilitando assim, um
convívio mais social e democracia, porque “enquanto manifestação espontânea da
cultura popular, os jogos tradicionais têm a função de perpetuar a cultura infantil e
desenvolver formas de convivência social.

Para Nallin o significado traz consigo vários simbolismos, “reforça a motivação e


possibilita a criação de novas ações e o sistema de regras, que definem a perda ou o ganho.”
(NALLIN, 2005, p. 13)
Mas, segundo Nallin (2005, p. 13) “nem todos os jogos e brincadeiras são sinônimos
de divertimento, pois a perda muitas vezes pode ocasionar sentimentos de frustração,
insegurança, rebeldia e angústia”. Sendo assim, devem ser bastante trabalhados pelas escolas
e entendidos pelas crianças.
Atualmente existem vários tipos de jogos, são eles: jogos de mesa, de caneta e papel,
de cartas, de dados, de tabuleiro, musicais e jogos interativos. Os jogos de mesa são jogos que
estão confinados a uma área pequena, geralmente em mesas e que exigem pouco esforço
físico, pois basicamente os movimentos são para pegar e mover peças, como por exemplo: o
jogo de damas, o tamgram, entre outros.
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Os jogos de caneta e papel são aqueles que não exigem nenhum equipamento
específico a não ser os materiais de escrita, podemos citar alguns exemplos como: caça-
palavras, sudoku, entre outros. Já os jogos de cartas têm como equipamento principal as
cartas, como: pôquer, truco, canastra, buraco, uno, entre outros, alguns exemplos desta
modalidade.
Os jogos de dados utilizam os dados como ferramenta central, geralmente estão
ligados aos jogos de tabuleiro. Os jogos de tabuleiro usam como ferramenta central um
tabuleiro, onde os jogadores tem controle usando um objetivo físico e envolvem na grande
maioria dados e/ou cartas. Estes jogos são em sua grande maioria e não em sua totalidade
fabricados industrialmente.
Os jogos musicais são atividades que envolvem um som ou ruído, sendo que o
coordenar ou educador deverá coordenar e estipular as regras do jogo. E por fim, atualmente
existem os jogos interativos, ou seja, aqueles jogos que utilizam de recursos tecnológicos para
serem jogados, como é o caso de jogos de paciência, copas, futebol, entre outros.

1.2 História do brinquedo

O brinquedo tem uma história muito antiga sendo impossível delimitar data e ano para
a sua fundação, mas sabe-se que desde antigamente os homens já utilizavam objetos que
serviam para a brincadeira. O pião, o balanço e a bola são brinquedos muito antigos e fáceis
de serem produzidos, a bola pode ser feita de papel ou até mesmo de meias. (LIRA, 2009)
Para Caetano (2004, p. 18) “a história do brinquedo é vasta e multiforme, estando
sempre associada à criança, contrapondo com o adulto onde prevalece a lógica do trabalho.
Podemos considerar o brinquedo como um importante transmissor de crenças, valores e
atitudes [...]”.
Antigamente, o brinquedo era entendido como uma preparação para a vida, ou seja, os
pais ensinavam e preparavam seus filhos homens para as dificuldades da vida, eles aprendiam
a caçar, montar, atirar, pescar, entre outros. Já as meninas ficavam aos cuidados das mães,
onde aprendiam a cuidar da casa e dos irmãos menores. Sendo estas, atividades e afazeres que
ainda verificamos nos dias atuais.
Nesta época, os esportes eram mais voltados à disputa, as brincadeiras eram de
corridas, caçadas, entre outros.
Com o passar dos anos e sofrendo a influência de outros países, os brinquedos foram
sendo transformados e melhorados, surgiram assim os jogos de mesa e de montar, como por
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exemplo: o lego, brinquedo este que encanta e cativa todas as crianças, estimulando a
criatividade com o seu uso. Mas é claro que ainda alguns brinquedos antigos ainda são
encontrados e vistos entre as crianças, como por exemplo: as pipas. (LIRA, 2009)
Foi a partir do século XIX e XX que surgiram as primeiras pesquisas em torno do
brinquedo e a sua importância para o desenvolvimento e aprendizagem da criança. Sendo que,
aos poucos foram surgindo autores discutindo e elencando a sua importância perante o
crescimento e o estímulo para com as crianças.
Os brinquedos podem ser divididos em três grandes grupos: os brinquedos artesanais,
os brinquedos industrializados e por fim, os brinquedos pedagógicos.

1.2.1 Brinquedos artesanais


Os brinquedos artesanais são aqueles feitos à mão, por exemplo: as bruxinhas de pano,
o papagaio (pina), o bilboquê, os animaizinhos feitos de lã, enfeites para o berço, o arco,
amarelinha, os carrinhos de carretel, entre outros.
Geralmente estes brinquedos são feitos pelas avós, babás, pais ou ainda são
encontrados para comprar em lojas de artesanatos feito por outras pessoas. Os mesmos são
fabricados por matéria-prima doméstica, em que um retalho, um copo de iogurte, entre outros,
podem viram uma roupinha de boneca, uma flor, um vaso, um carrinho, entre tantos outros
brinquedos. Os brinquedos artesanais são capazes de estimular a criatividade das crianças e a
dar sentido aos objetos do dia a dia que são descartados, como caixinhas de creme dental,
copo descartável, rolo do papel higiênico, retalho de roupa, copo do iogurte, entre outros.

1.2.2 Brinquedos industrializados


Os brinquedos industrializados são aqueles encontrados em lojas de brinquedos feitos
em série para comprar, geralmente os mesmos são feitos de plástico e metal. Atualmente a
indústria se desenvolveu muito na elaboração, criação e fabricação destes brinquedos, sendo
que os mesmos são mais elaborados do que aqueles feitos em casa, mas com certeza encanta
muito mais as crianças e os adultos do que os brinquedos artesanais. O seu conserto é mais
complicado, pois muitas vezes depende da fábrica onde foi fabricado, principal motivo para o
seu descarte.

1.2.3 Brinquedos pedagógicos


Os brinquedos pedagógicos são aqueles feitos de madeira, plástico ou tecido e que
contribuem para o desenvolvimento da criança de forma lúdica e recreativa.
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Na educação infantil são usados os brinquedos reversíveis, que segundo Kishimoto (1994, p.
34), ou seja:
[...] placas de madeira podem formar um castelo, uma bicicleta, um carro, sendo que
em instantes, tudo pode ser desmanchado e reconstituído, levando a criança a
compreender que o mais importante não é uma bonita produção artística e, sim, o
envolvimento durante o trabalho, porque o conhecimento está na ação e não nos
objetos.

Desta forma, segundo o autor, o que se deve tornar importante é que a criança
compreenda que o seu envolvimento e a sua interação com os colegas no momento da criação
e da brincadeira é o que realmente interessa, e não a qualidade artística do que ela fez, pois
segundo ele o que mais vale é a experiência, ou seja, a criança realizar a atividade e se divertir
com a sua produção.
Esses brinquedos pedagógicos contribuem muito para o aprendizado da criança, não
importa a disciplina ou o enfoque que é dado, mas com certeza eles são fundamentais para a
compreensão, o conhecimento e o aprendizado das mesmas. E certamente facilita a atuação
dos professores, pois através deles podem facilitar o repasse de conhecimento, conceitos e
aprendizagem necessários para seus alunos.

1.3 Conceito de Brinquedo

O brinquedo esta vinculado a fatores sociais, sendo ele um objeto ou atividade lúdica
voltada mais especificamente para o lazer, o mesmo pode ser basicamente uma representação
social quando optamos por um determinado gênero, ou seja, feminino ou masculino.
De acordo com o dicionário Aurélio brinquedo é: “1. Objeto que serve para as crianças
brincarem: brinquedo mecânico; loja de brinquedos. 2. Jogo de crianças; brincadeira:
brinquedo de amarelinha; brinquedo de pegas. 3. Divertimento, passatempo, brincadeira:
[...]”.
Para Bueno (2010, p. 25)

Qualquer tipo de brinquedo traz consigo uma relação de aprendizagem, bem como
educativa. Quando uma criança confecciona seu próprio brinquedo, aprende com o
seu trabalho transformar matérias-primas oriundas da natureza em objetos novos,
que vão se constituir em um novo objeto, ou seja, novo brinquedo.

Segundo Oliveira (1984) apud Bueno (2010, p. 25) “o brinquedo educativo se auto
define como agente de transmissão metódica de conhecimentos e habilidades que, antes de
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seu surgimento, não eram veiculadas às crianças pelos brinquedos.” O que simboliza uma
atividade voltada para o lazer infantil ou o entretenimento da criança.
O brinquedo chama a atenção de qualquer criança independentemente da sua idade,
seja por ele ser pequeno ou grande, colorido ou não, mas por todo o simbolismo que o mesmo
tem durante a infância de qualquer sujeito.
O brinquedo “[...] é sempre suporte de brincadeira, e a brincadeira nada mais é do que
ação que a criança desenvolve ao realizar as regras do jogo, ou seja, mergulhar na ação
lúdica.” (BUENO, 2010, p. 26)
Para Kishimoto (1994, p. 7) o “brinquedo será entendido sempre como objeto, suporte
de brincadeira, brincadeira com a discrição de uma conduta estruturada, com regras e jogos
infantis para designar tanto o objeto e as regras do jogo da criança (brinquedo e
brincadeiras)”.
Segundo Carneiro (2012, p. 19) “O brinquedo será entendido como objeto, suporte de
brincadeira, seja ela qual for. O brinquedo tem sempre como referencial à criança e sua
história está ligada com a história da criança.” Os piões, as bonecas, os carrinhos, entre
outros, são exemplos de brinquedos, podendo ser estruturados ou não estruturados.
Brinquedos estruturados são aqueles brinquedos oriundos de fabricação industrial, como por
exemplo: carrinhos, bonecas, entre outros, já os brinquedos não estruturados são objetos
simples, como por exemplo: paus, pedras, entre outros, que usando a criatividade podem ser
utilizados ganhando um novo significado e transformando-se em um brinquedo.
Kishimoto 1999 apud Bueno (2010, p. 26)
[...] ressalta que o brinquedo é outro termo indispensável para compreender este
campo. Diferindo do jogo, o brinquedo supõe uma relação íntima com a criança e
uma indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regra que
organiza sua utilização.

O brinquedo torna-se fundamental, através dele a criança se comunica com o seu


mundo, pelo brincar ela expõe seus sentimentos, pensamentos e descobre um mundo diferente
ao seu redor.
Kishimoto (2003) comenta que o uso do brinquedo/ jogo educativo com fins
pedagógicos remete para a relevância desse instrumento para situações de ensino-
aprendizagem e de desenvolvimento infantil. Se considerarmos que a criança aprende de
modo intuitivo adquire noções espontâneas, em processos interativos envolvendo o ser
humano inteiro com suas cognições, afetividade, corpo e interações sociais, o brinquedo
desempenha um papel de grande relevância para desenvolvê-la.
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1.4 Conceito de Brincadeiras

Para Nallin (2005, p. 13) a brincadeira “[...] é a atividade mais típica da vida humana,
por proporcionar alegria, liberdade e contentamento. É a ação que a criança desempenha ao
concretizar as regras do jogo e ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é o lúdico em
ação.”
De acordo com o dicionário Aurélio, brincadeira é definida como sendo: “1. Ato ou
efeito de brincar; brinco. 2. Divertimento, sobretudo entre crianças; brinquedo, jogo. 3.
Passatempo, entretimento, entretenimento, divertimento: [....]”
Vygotsky 1998 apud Campos (2009, p. 18) define a brincadeira como:
[...] uma ‘situação imaginária’, na qual a criança cria relações com o pensamento e a
realidade, podendo ser considerada como um recurso de construção do seu
conhecimento, pois ao agir sobre os objetos, a criança vai estruturando seu tempo e
espaço, desenvolvendo noções de causalidade, passando pela representação e,
finalmente, à lógica.

Desta forma, é através da brincadeira que a criança poderá desenvolver sua própria
liberdade em pensar, refletir e representar pela sua imaginação e expressão.
Para Oliveira (2002, p. 160) “por meio da brincadeira, a criança pequena exercita
capacidades nascentes, como as de representar o mundo e de distinguir entre pessoas,
possibilitadas especialmente pelos jogos de faz-de-conta e os de alternância respectivamente.”
Ainda, segundo Oliveira (2002, p. 160)
Ao brincar, a criança passa a compreender as características dos objetos, seu
funcionamento, os elementos da natureza e os acontecimentos sociais. Ao mesmo
tempo, ao tomar o papel do outro na brincadeira, começa a perceber as diferenças
perspectivas de uma situação, o que lhe facilita a elaboração do diálogo interior
característicos de seu pensamento verbal.

Sendo assim, a brincadeira tem uma função específica na vida das crianças, torna-se
imprescindível para a interação e construção dos conhecimentos da realidade das crianças, ou
na realidade compreendida por elas.
Para Bueno (2010, p. 27) “As brincadeiras se constituem como lazer e ensinamento
para a própria criança, porque é justamente por meio delas que as crianças podem discernir
situações, resolvê-las e aprender ao mesmo tempo”. Ou seja, é através da brincadeira que a
criança irá reproduzir a forma que compreende o mundo em que vive, a forma que convive
em grupo, sua autonomia, entre outros.
Algumas brincadeiras são mais populares como, por exemplo: brincar de casinha,
ladrão e polícia, brincar de carrinho, entre outras, elas podem ser tanto coletivas quanto
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individuais. Durante a brincadeira a criança poderá modificar regras com maior facilidade do
que em jogos, por exemplo, inventar novas regras ou modifica-las, incluir novos membros, ou
seja, terá mais autonomia durante a brincadeira.

2. IMPORTÂNCIA DO JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO

Toda criança desde seu nascimento passa por um intenso processo de


desenvolvimento, seja ele físico ou mental. Durante este desenvolvimento a criança
demonstra suas emoções, habilidades, dúvidas, dificuldades, facilidades, pensamentos, entre
outros, e é principalmente através do brincar que a mesma expressa esses sentimentos, ou
seja, ela se comunica com o mundo ao seu redor. “Brincar não significa apenas recrear, é
muito mais, pois é uma das formas mais complexas que a criança tem de comunicar-se
consigo mesma e com o mundo.” (NALLIN, 2005, p. 10).
O ato de brincar, segundo Campos (2009, p. 20-21) “é um processo complexo e
significativo na construção do universo infantil, pois é por meio destas atividades que a
criança recria e inventa novas realidades, construindo e reconstruindo-se em uma incansável
estruturação e reestruturação da sua dimensão cognitiva”.
Para Teles (1997, p. 49) “a criança brinca para descarregar sua energia, para se
preparar para a vida, para dar expansão às suas tendências reprimidas, para afirmar - se, para
realizar suas aspirações, para aprender a lidar com a realidade”.
É pelo ato de brincar que a criança começa a aceitar a existência de outras pessoas
(colegas ou adversários), organiza suas relações emocionais (perdas e ganhos) e sociais
(adaptação ao ambiente), entre outros. (CAMPOS, 2009).
Os adultos são os responsáveis pela iniciação ao lúdico da criança, pois eles estimulam
os bebês através de cantorias e embalos ao som de cantigas infantis, fazendo cócegas no corpo
dos recém-nascidos, acionando jogos com cores, luzes, formatos diferenciados, sons, entre
outros, e com seus próprios brinquedos infantis. (NALLIN, 2005).
A criança começa brincando dentro do ambiente familiar com seus familiares
estimulados pelos mesmos e com o passar do tempo também com seus amigos e colegas
dentro do ambiente escolar, estimulados principalmente por seus professores.
Ao ser inserida no ambiente escolar, a criança poderá passar por muitas dificuldades
e/ou facilidades para se adaptar a este novo ambiente, dependendo certamente de suas
características pessoais e estímulos recebidos por familiares. A escola pode ser ou não um
ambiente desconhecido para a criança, pois caso a mesma já tenha irmãos que frequentem este
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lugar está adaptação poderá ser mais fácil, pois a mesma já visualizou e/ou frequentou este
recinto.
A escola é um ambiente de suma importância para o desenvolvimento e aprendizagem
da criança, sendo que segundo Mattos (1999, p. 50) “a escola assume um caráter fundamental
na construção do conhecimento por ser a entidade especializada em desequilibrar a criança e
criar condições para o real aprendizado”.
A brincadeira faz parte do universo infantil, sendo assim faz parte do ambiente escolar
também e ela é de suma importância para o desenvolvimento da criança, desde seus primeiros
dias de vida até a fase adulta. “O brincar já nasce com a criança, é algo espontâneo, e é por
meio desse ato que ela desenvolve suas habilidades e acumula conhecimentos. Por isso, se faz
necessária no contexto escolar.” (SANTOS, 2008, p. 16).
Toda criança tem uma forma e/ou tempo diferente para aprender, de acordo com
Santos (2008, p. 16) “cada criança aprende do seu jeito e aprende algo diferente”. Ou seja,
cada criança é única na sua forma de aprender, agir, pensar, refletir, demonstrar, entre outros.
Cada ser humano é único em todos os aspectos sejam eles psicológicos e/ou comportamentais.
Para Santos (2008, p. 16):
Cada criança tem um nível maturacional diferente, tem uma bagagem de
experiências diferente, tem uma forma de interagir com o meio que lhe é própria,
possui maneiras distintas de desequilibra-se consequentemente o estímulo que
possibilita a construção do conhecimento é absolutamente individual.

Desta forma, conseguimos perceber que cada criança tem sua forma única de aprender
e de se sentir estimulada por um determinado objeto, assunto, jogo, brinquedo, brincadeira,
entre outros. Sendo assim, cabe a nós adultos aprendermos a identificar quais aspectos ou
objetos às crianças sentem-se estimuladas a interagirem com nós.
Um ótimo estímulo para a socialização da criança no ambiente escolar são os jogos e
brincadeiras para os meninos e meninas, “os jogos e as brincadeiras são como um convite
para a interação, eles são capazes de seduzir e introduzir bons hábitos às crianças, podendo e
devendo, assim, serem utilizados como ótimos recursos pedagógicos”. (CAMPOS, 2009, p.
21).
Segundo a pesquisa de Kishimoto, 2001, os brinquedos e materiais pedagógicos
educativos, materiais gráficos, de comunicação nas salas e os de educação física para espaço
externo são os considerados mais significativos para o uso dentro do ambiente escolar.
(DAMASCENO et al, s/d).
Atualmente as industriais investem muito na criação e fabricação de jogos e
brinquedos que favorecem as habilidades motríciais e sensoriais, além de estimular o
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raciocínio, com jogos de construção e encaixe. Algumas empresas investem na confecção de


brinquedos de espuma como fantoches e outras em brinquedos de madeiras, como carrinhos,
serpentes, entre outros, sendo estes considerados como objetos mais antigos, utilizados
principalmente pelos nossos pais e avós.
Alguns jogos, brinquedos e brincadeiras variam de uma região para outra, pois em um
país com várias culturas, crenças e tradições como o Brasil é muito difícil termos um conceito
único sobre qualquer assunto e sobre este não seria diferente. Existem alguns jogos,
brinquedos e brincadeiras conhecidos e praticados no Sul do país e totalmente desconhecidos
e/ou adaptados na região Norte, e vice e versa, sendo este um fator totalmente natural em
virtude às várias culturas existentes.
Com toda esta variedade de cultura, crença e tradição presente em nosso país, as
escolas estão inseridas e nelas os profissionais da educação. De acordo com Mattos (1999, p.
51) “o professor tem que ser um especialista em interagir com o aluno sua preocupação deve
ser o como fazer para possibilitar uma aprendizagem mais eficiente e menos trabalhosa para a
criança”. Ou seja, o professor é a pessoa mais recomendada para estimular as crianças a
aprenderem, a se desenvolverem intelectualmente e a interagirem com seus amigos, colegas,
familiares, entre outros.
O professor possui várias habilidades, muitas delas adquiridas durante a formação
universitária, mas a grande maioria é contraída principalmente no dia a dia com cada criança,
sendo esta convivência um aprendizado único e encantador.
Para Mattos (1999, p. 51) “[...] o professor é orientador, guia, facilitador da
aprendizagem e não o dono da verdade, possuidor do saber com uma aula totalmente centrada
na sua capacidade de abordar o tema falando sobre ele”. O professor ao longo dos anos foi se
adaptando a realidade ao qual foi sendo modificada, principalmente em virtude do grande
avanço tecnológico e a educação como um todo também não foi diferente, a mesma teve que
ser modificada e adaptada a esta nova criança e ao mundo que a cerca, sendo que este
processo é contínuo e ao mesmo tempo bastante lento.
As escolas sendo elas públicas ou particulares buscam atualmente se adaptarem a uma
nova forma de transmitir o conhecimento, onde a tecnologia se faz mais presente e necessária
do que em anos anteriores, o que causam em alguns momentos várias dificuldades, sejam elas
financeiras ou de pessoal.
Os jogos, brinquedos e brincadeiras são muito utilizados na da Educação Física, da
mesma forma que podem estar presentes em praticamente todas as disciplinas da matriz
curricular, dependendo apenas da criatividade, adaptação e uso de cada professor. “A todo
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momento, o professor deverá tomar consciência da timidez, liderança, criatividade,


inteligência dos alunos. Assim sendo, os jogos deverão trabalhar estar características para
atingir o objetivo da Educação Física Escolar.” (SILVA, 2005, p. 19)
O professor deve, segundo Ribeiro (2011, p. 36) “possuir característica básica de
observação, ter olhos e ouvidos bem atentos e sensibilidade para perceber as necessidades de
seus alunos”. Desta forma, o professor deve procurar estar se atualizando constantemente e
inovando a sua forma de ensinar, algo totalmente essencial para os dias de hoje.
Para o mesmo autor (2011, p. 35) “o papel do educador é de propor regras, sem impô-
las para que a criança tenha possibilidade de elaborá-las, proporcionando a ela o direito de
tomar decisões para ser trabalhar o desenvolvimento social e político”. O professor deverá
orientar, propor, estimular, trocar ideias, entre outros, mas jamais impor as regras do “jogo”
ou as que ele considera como certas e adequadas a uma determinada realidade escolar.
É através do respeito, da troca de ideias, sugestões, empatia, entre outros, que se cria
uma relação professor-aluno prazerosa e de grande aprendizagem para ambas as partes,
estimulando que cada sujeito acrescente e aprenda dentro no âmbito escolar.
A socialização na escola é algo fundamental tanto para a escola como para os alunos,
de acordo com Silva (2005, p. 25). “a socialização na escola poderá ser melhor exercitada nas
aulas de recreação, pois as atividades são desenvolvidas em ambiente de cooperação, respeito
mútuo, levando a criança a ter autoconfiança e autocontrole.” Em Santos (2008, p.17) através
do jogo, “ a criança organiza as informações, compreende situações, por isso se torna uma
necessidade”, ainda o jogo também “[...] dispõe ao professor a possibilidade de conhecer as
limitações, sentimentos, emoções, conhecimentos e necessidades de cada aluno. Assim, o
educador poderá trabalhar cada um desses aspectos”.
Mas a utilização dos jogos, brinquedos e brincadeiras também pode despertar um lado
negativo, um ponto pode ser considerado quando o professor não possui o entendimento de
que “[...] com o lúdico, a criança aprende tão bem ou até melhor do que qualquer atividade
tradicional limitada a livros e cadernos. O fato de estar numa brincadeira não representa um
momento de lazer, e sim uma forma alternativa de aprender”. (SANTOS, 2008, p. 18).
Desta forma, podemos concluir que os jogos, brinquedos e brincadeiras “[...] não
devem ser utilizados ao acaso, mas sim como meios para se alcançar determinados objetivos
didáticos”. (SANTOS, 2008, p.18). Ou seja, para fazer uso dos jogos, brinquedos e
brincadeiras é necessário que o educador tenha um planejamento e objetivos claros para que
assim os resultados sejam positivos e prazerosos para todos.
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Atualmente os jogos, brinquedos e brincadeiras são fundamentais no processo ensino-


aprendizagem tanto que fazem parte diariamente no âmbito escolar. Ao utilizar o lúdico
dentro da sala de aula, o professor provavelmente chamará a atenção de seus alunos, o que
despertará o interesse, a participação e cooperação dos mesmos para com os educadores.

Metodologia

A metodologia deste estudo constituiu-se de uma revisão bibliográfica, onde foram


primeiramente pesquisados e analisados e posteriormente selecionados livros, artigos e
monografias que abordassem o tema Jogo, brinquedo e brincadeira.
De acordo com Amaral (2007, p. 01) “a pesquisa bibliográfica é uma etapa
fundamental em todo trabalho científico que influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na
medida em que der o embasamento teórico em que se baseará o trabalho.”
Tal pesquisa foi iniciada durante a realização dos encontros presenciais da
especialização Lato Sensu, ou seja, durante o ano de 2014, mas principalmente entre os meses
de dezembro de 2014 a maio de 2015. Os livros selecionados foram consultados
presencialmente na Biblioteca da Universidade Comunitária da Região de Chapecó –
Unochapecó, já os artigos e monografias foram encontrados através de pesquisas realizadas
em banco de dados na internet.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O jogo, brinquedo e brincadeiras na educação são “instrumentos” que podem ser


utilizados por todos os profissionais da área da educação, independentemente da sua área de
conhecimento e atuação.
Vários são os jogos, brinquedos e brincadeiras que podem ser usadas durante as aulas
e em diversas disciplinas, o que necessita de forma geral é um cuidado e atenção por parte do
professor no momento de escolher e de explicar as regras para seus alunos, mas nada que
comprometa a sua utilização em sala de aula.
Através deste estudo podemos confirmar a importância do jogo, brinquedo e das
brincadeiras no processo de ensino-aprendizagem, pois vários estudos demonstraram que a
atitude de brincar é fundamental para a criança, através dela é possível demonstrar
sentimentos, emoções, adquirir conhecimentos, entre outros.
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Atualmente com o desenvolvimento das indústrias e da tecnologia como um todo,


várias fábricas passaram a criar e produzir brinquedos que auxiliam na transmissão do
conhecimento, o que torna-se fundamental tanto para os professores como para os alunos, pois
os mesmos são estimulados ao conhecimento e a transmissão dele.
Por fim, considero que este trabalho foi fundamental, pois através dele conseguimos
realizar algumas leituras e criar/desenvolver um tema para a elaboração do artigo científico,
sendo este um requisito obrigatório para o término desta especialização e para a reflexão e
conhecimento pessoal a cerca do tema.

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