Trabalho
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1. Introdução .................................................................................................................................................2
2. Titulação de neutralização ........................................................................................................................3
1. Titulação ácido forte-base forte ...............................................................................................................3
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1. Introdução
A titulação, realizada em laboratório, pode ser feita de muitas maneiras, sendo que a mais
conhecida é a titulação ácido-base, empregada em análises industriais e subdividida em: acidimetria
(determinação da concentração de um ácido) e alcalimetria (determinação da concentração de uma
base).
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2. Titulação de neutralização
A titulometria de neutralização envolve a titulação de espécies químicas ácidas com uma solução
padrão alcalina e titulação de espécies químicas básicas com uma solução padrão ácidas.
Um indicador ácido base é um ácido ou base orgânicos fracos cuja forma não dissociada difere da
cor da sua base ou ácidos conjugados.
O intervalo de pH onde um dado indicador exibe a variação da cor pode ser influenciado pela
temperatura, força iónica e pela presença de solventes orgânicos.
Neste processo precisa se saber como o pH da solução vária em função do volume dum titulante,
para se ter informações da viabilidade ou não da titulação. Esta variação permite a escolha do
indicador mais adequado para a titulação, sendo aquele que apresenta uma viragem menos gradativa
e que conduza a menor erro de titulação.
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3. Acidimetria e Alcalimetria
Acidimetria é um método volumétrico utilizado para medir a concentração de um ácido em uma
determinada substância de concentração desconhecida, que é expressa em valores mais específicos,
uma vez que os indicadores sinalizam se a sua natureza ácida ou alcalino-básica.
A acidimetria é medida por um método denominado titulação, sendo assim, trata-se de um método
quantitativo de análise. Neste método, o valor desejado é determinado através da adição gradual de
uma solução com concentração conhecida, sobre a solução analisada até que a reação prevista esteja
completa. Durante o processo, a quantidade gasta da primeira solução vai sendo medida e, por meio
de cálculos proporcionais, o valor pretendido é alcançado.
4. Exercício
Um estudante verifica que 55 mL de hidróxido de potássio (KOH) a 0,75 molar são necessários para
neutralizar uma amostra de 50 mL de ácido clorídrico (HCl). Determine a molaridade do HCl.
Resolução:
VA=50ml
VB=55ml
MB=0.75mol/l
n n
M= ⟹ 0.75mol. l − 1 = ⟹ n = 0.75mol × 0.055l
V 0.055l
n = 0.04125mols
0.04125mols de KOH − − − − − − − − − − − − − − − −x
0.04125mols × 1mol 4
x=
1mol
x = 0.04125mols de HCl
3° Determinar a molaridade usando o número de moles de HCl encontrados a cima.
x − − − − − − − − − − − − − 1000ml
0.04125mols/l × 1000ml
x=
50ml
x = 0.825mol. l−1 de HCl
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Alguns valores de pH de diversas substâncias comuns, que podem ser obtidas através da aplicação de
uma titulação ácido-base.
Existem diferenças importantes entre as titulações ácido forte ou base forte e o ácido fraco/base forte,
existindo contudo uma característica que se mantém em ambas. Para volumes iguais de soluções
ácidas com a mesma molaridade, o volume de base necessário para atingir o ponto de equivalência é
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independente da força do ácido a ser titulado é o que por vezes se chama “acidez total ou titulação”
(Petrucci et al, 2011).
Da análise a uma curva de titulação ácido forte ou base forte, constata-se que o pH é muito baixo no
início da titulação e que vai aumentando lentamente com a adição de base, antes de se atingir o ponto
de equivalência. No momento em que o ponto de equivalência é atingido, a quantidade de base
adicionada é igual à quantidade de ácido que existia inicialmente na solução. O pH aumenta
abruptamente, numa estimativa de 6 unidades por cada 0,1 mL (cerca de duas gotas) de base. Após o
ponto de equivalência, verifica-se um aumento muito lento do valor de pH. Observa-se que o ponto
de equivalência se dá a pH=7. Neste tipo de titulações, deve selecionar-se um indicador ácido/base
cuja cor se altere na gama de valores de pH entre 4 e 10. O azul de timol (zona de viragem, pH: 1,2 –
2,8) e o amarelo de alizarina-R (zona de viragem, pH: 10,1 – 12,0) são desadequados para este tipo
de titulações, pois o primeiro muda de cor muito cedo e o segundo muito tarde, de acordo com a
curva de titulação apresentada na Figura abaixo. Todos os outros, cuja zona de viragem se situa neste
intervalo são adequados. (Barros et al, 2010; Petrucci et al, 2011).
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8. Base forte - ácido forte
Numa titulação de uma base forte com um ácido forte, obtém-se uma curva de titulação idêntica à
que se encontra representada na Figura acima ao representar-se o valor de pOH em função do
volume de ácido gasto. Pode ser efectuada a mesma análise, com considerações similares às
observadas numa titulação ácido forte/base forte, contudo relativamente ao pOH. Caso a curva de
titulação base forte/ácido forte represente o pH em função do volume de ácido, obtém-se uma curva
similar à Figura abaixo, com variação de pH contrária à que se encontra representada na Figura
acima (em sentido decrescente) (Petrucci et al, 2011).
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atingindo-se o ponto de equivalência, a solução resultante tem um carácter básico, já que o anião
CH3COO- que se formou é uma base e o catião Na+ é uma espécie neutra.
CH3COOH (aq) + NaOH (aq) → CH3COO- (aq) + Na+ (aq) + H2O (l)
Portanto, o ponto de equivalência situa-se acima de 7, pois a base conjugada do ácido fraco sofre
uma reacção de hidrólise, produzindo OH-. De acordo com a Figura 7, na titulação de CH3COOH
com NaOH o ponto de equivalência é atingido a um pH=9. Neste caso, a fenolftaleína (zona de
viragem, pH: 8,2 – 10,0) é um indicador adequado, contrariamente ao vermelho de metilo (zona de
viragem, pH: 4,2 – 6,3). O processo de selecção de indicadores apropriados para este tipo de
titulação é mais limitado do que para uma titulação ácido forte/base forte, já que não podem ser
utilizados os indicadores cuja mudança de cor ocorra para pH inferior a 6,5 (Barros et al, 2010;
Petrucci et al, 2011).
Considerando ainda a Figura acima, podem retirar-se algumas observações acerca do comportamento
a ser esperado durante uma titulação de ácido fraco com base forte:
Constata-se que o pH inicial da solução ácida é maior (menos ácida), comparando com o que
se verifica na titulação de ácido forte com base forte, pois o ácido é parcialmente ionizado.
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altera-se lenta e gradualmente, tendo a solução um carácter tampão. Neste ponto, a
concentração de HA (ácido fraco) e A- (base conjugada) são iguais e portanto o pH iguala o
valor de pKa. Após o ponto de equivalência, o pH é controlado pela concentração de OH- em
excesso, que já não reagiu.
A Figura abaixo mostra a uma curva típica de titulação de ácido fraco com base forte, que pode ser
dividida em quatro pontos (Petrucci et al, 2011):
NH4Cl (sal)
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Quando a quantidade de HCl adicionada é igual à de NH3 existente no titulado, atingindo-se o
ponto de equivalência, a solução resultante tem um carácter ácido, já que o catião NH 4+ que se
formou é um ácido e o anião Cl- é uma espécie neutra (Barros et al, 2010).
O ponto de equivalência situa-se abaixo de 7 (neste caso, é aproximadamente 5), pois o ácido
conjugado da base fraca sofre uma reacção de hidrólise, produzindo H3O+. O indicador ácido-base
mais adequado para este tipo de titulação deve possuir uma zona de viragem deslocada para a faixa
de pH ácida (entre 3 e 6,5), como é o caso do alaranjado de metilo (zona de viragem, pH: 3,2 – 4,2)
ou do vermelho de metilo (zona de viragem, pH: 4,2 – 6,3) (Vogel, 1992).
A curva típica de uma titulação de uma base fraca com um ácido forte será idêntica à que se
encontra exemplificada na Figura acima, no entanto em formato descendente na qual se poderão
verificar os quatro pontos referidos:
Em volumetria ácido-base, as titulações de ácido fraco com base fraca (e vice-versa) não podem ser
realizadas de forma eficiente, pois a reação não pode ser considerada completa, uma vez que se dá
entre duas espécies fracas. Nesta situação, o ponto de equivalência não é identificado com precisão,
uma vez que a variação de pH com o volume de titulante é muito pequena (Barros et al, 2010;
Petrucci et al, 2011; Vogel, 1992).
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11. Indicadores Ácido-base
Os indicadores corados são substâncias que fornecem indicações ao observador sobre as espécies
químicas que existem ou predominam num sistema. Durante uma reação química, os reagentes dão
origem, total ou parcialmente, aos produtos de reação, havendo alteração de concentrações das
espécies presentes. Nas situações de equilíbrio químico, há coexistência de reagentes e produtos, uns
e outros em maior ou menor quantidade, consoante a extensão do equilíbrio, isto é, a sua maior ou
menor deslocação no sentido direto ou inverso da reação. Estes factos são válidos para qualquer tipo
de reação que ocorra, seja ácido-base, precipitação, complexometria ou oxidação-redução (Skoog et
al, 2006; Vogel, 1992).
Os indicadores são selecionados em conformidade com o tipo de reação em estudo e, geralmente, são
espécies que intervêm em reações do mesmo tipo que a reação principal, mas menos extensas.
Portanto, o indicador e a espécie a analisar competem por uma mesma espécie química. Os
indicadores ácido-base, ou de neutralização, mudam de cor consoante a concentração do ião
hidrogénio existente na solução. Um indicador ácido-base é um(a) ácido (base) orgânico(a) fraco(a)
cuja forma não dissociada apresenta cor diferente da(o) respetiva(o) base (ácido) conjugada(o). A
mudança de uma cor predominantemente “ácida” para uma cor predominantemente “básica” não
ocorre subitamente, verificando-se durante um pequeno intervalo de pH (cerca de duas unidades de
pH), correspondendo à zona de viragem do indicador. A posição da zona de viragem de cor, na
escala de pH, varia muito em função dos diferentes indicadores (Figura escala de pH). Para a maioria
das titulações ácido-base é possível selecionar um indicador que exiba uma alteração de cor
percetível num pH próximo ao correspondente ao ponto de equivalência (Petrucci et al, 2011; Skoog
et al, 2006; Vogel, 1992).
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Figura – Escala de pH e mudança de cor para os indicadores ácido-base mais comuns (adaptado de
Petrucci et al, 2011).
Quando se adiciona uma determinada quantidade de indicador numa solução, o indicador não afeta o
valor de pH da mesma. No entanto, o equilíbrio de ionização do indicador é influenciado pela
concentração de H3O+ em solução. A constante de ionização é dada pela.
Ka
HInd + H2O ↔ Ind- + H3O+
Cor da forma Cor da forma
ácida básica
[Ind− ] [H3 O+ ]
Ka =
[HInd]
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[HInd]
[H3O+] =Ka
[Ind− ]
Algumas substâncias podem apresentar mais que duas formas com cores diferentes, funcionando
como indicadores ácido-base em zonas de pH diferentes, como por exemplo, o azul de timol. Este
indicador possui três formas coradas: uma forma ácida vermelha, outra forma intermédia amarela e a
forma básica azul (Skoog et al, 2006; Vogel, 1992).
O olho humano não apresenta muito sensibilidade relativamente à diferença de cores só conseguindo
detetar a mudança de cor de uma solução composta por uma mistura das formas ácida (HInd) e
básica (Ind-), quando a razão [HInd] /[Ind-] é inferior a 0,1 ou superior a 10. Em razões maiores ou
menores, a cor mostra-se essencialmente constante ao nosso olho e é independente desta razão. Um
indicador ácido-base exibe a sua cor ácida quando [HInd] /[ Ind-] ≥ 10, a sua cor básica quando nd /
nd- ≤ 0,1 e a cor é então intermediária para razões entre esses dois valores. Por substituição dos
valores extremos na equação da constante de equilíbrio, é possível avaliar a gama de concentrações
de iões H3O+ necessária para alterar a cor do indicador. A cor ácida será observada quando [H3O+] =
10Ka e a cor básica verificar-se-á quando [H3O+] = 0,1Ka. Para se obter a gama de valores de pH
correspondente, aplica-se ao logaritmo negativo das duas expressões, abaixo descritas. (Skoog et al,
2006; Vogel, 1992).
Há que proceder à escolha do indicador apropriado para obter pontos de equivalência, valores pH,
curvas de titulação, de acordo com a explicação apresentada anteriormente. Para ser útil como
indicador, o valor médio de pH da zona de viragem do indicador selecionado deve coincidir o mais
possível com o pH do ponto de equivalência, minimizando o erro da titulação (diferença entre o
volume de titulante adicionado até viragem do indicador, ponto final, e o valor teórico, ponto de
equivalência). Um outro erro de titulação pode ser originado pela limitação da nossa visão em
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distinguir reprodutivamente a cor intermediária do indicador. A grandeza desse erro depende da
variação de pH por mL de reagente no ponto de equivalência, da concentração de indicador e da
sensibilidade da visão do observador para as duas cores do indicador. Em média, a incerteza visual
corresponde a um erro de 0,5 a 1 unidade de pH. Essa incerteza pode ser reduzida para 0,1 unidade
de pH pela comparação da cor da solução a analisar com a de um padrão de referência que contenha
quantidades semelhantes de indicador, a um pH apropriado (Vogel, 1992; Skoog et al, 2006).
Estas incertezas são aproximações que variam de indicador para indicador, como também de
observador para observador. Adicionalmente, o comportamento dos indicadores pode ser
influenciado por variáveis externas, como a temperatura, a força iónica ou a eventual presença de
solventes orgânicos e partículas coloidais. O efeito destas variáveis pode causar o deslocamento de
uma ou duas unidades de pH na faixa de transição de cor (Vogel, 1992; Skoog et al, 2006).
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12. Conclusão
O estudo das titulações ácido-base obriga necessariamente ao conhecimento das respetivas teorias e
de como funciona um indicador ácido-base. O ensino das titulações ácido-base é muito importante,
pois permite a compreensão e a consolidação destes conceitos a partir da experimentação, essencial
no ensino da Física e da Química. Trata-se de uma ferramenta auxiliar e útil quando se pretende
compreender equilíbrios químicos, principalmente o equilíbrio ácido-base. A volumetria ácido-base
pode ser aplicada para a determinação de concentrações de ácidos e base, para monitorizar o
progresso de reações que produzam ou consumam iões H+ e na determinação da acidez ou da
basicidade de uma solução, tornando este método muito útil na indústria química e alimentar. Esta é
uma técnica simples, de fácil execução e económica, o que possibilita a sua realização em qualquer
laboratório pedagógico.
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13. Referências Bibliografias
SKOOG, D.A., West, D.M., Holler, F.J., Crouch, S.R. (2006). Fundamentos de Química Analítica. Tradução da 8ª
Edição norte-americana, Editora Thomson, São Paulo.
VOGEL, A.I. (1992). Análise Química Quantitativa. LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 5ª Ed.,
Rio de Janeiro.
VOGEL, Arthur I. Química Analítica Quantitativa, Vol 1, 2a edição, Kapelusz, Argentina, 1960.
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