Aula 07
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SUMÁRIO PÁGINA
1. Campos semânticos 1
2. Sentido e emprego de vocábulos 3
3. Parônimos, homôminos 8
4. Figuras de linguagem 20
5. Lista de questões da FGV 28
6. Gabarito 79
Olá, pessoal!
Vamos a mais uma aula!!!!!
Nossa metodologia nesta aula será um pouquinho diferente. A cada parte
da teoria, resolveremos uma ou mais questões para ilustrarmos a cobrança em
prova, porém tal questão é genérica, é de uma banca qualquer, mas terá um
efeito didático importante no ponto específico da aula.
Depois de vermos toda a teoria, teremos o treinamento e
aprofundamento apenas com as questões da FGV.
É por isso que somente as questões da FGV estarão numeradas e
constarão na segunda parte da aula como revisão, ok?!
Vamos ao primeiro tópico:
Campos semânticos
Antonímia
Requer os mesmos cuidados da sinonímia. Na realidade, tudo é uma
questão de bom vocabulário. Antonímia é o emprego de palavras de sentido
contrário, oposto.
Ex.: É um menino corajoso. É um menino medroso.
UNESP 2016 Assistente Administrativo (banca VUNESP)
Fragmento do texto: O impacto negativo da disponibilidade de crédito é
imediato. O indivíduo não só perde a capacidade de pagamento mas também
enfrenta grande dificuldade para obter novos recursos, pois não possui
carteira de trabalho assinada.
Tem-se aí outro aspecto perverso da recessão, que se soma às muitas
evidências de reversão de padrões positivos da última década – o aumento da
informalidade, o retorno de jovens ao mercado de trabalho e a alta do
desemprego.
Homonímia e paronímia
Vamos, agora, trabalhar alguns vocábulos de particularidades
interessantes: os homônimos, parônimos e expressões afins.
Homônimas são palavras de som ou grafia iguais e sentidos diferentes.
Há dois tipos de homônimos: os homônimos homógrafos e homônimos
homófonos.
Os homógrafos são palavras que têm a mesma grafia, podendo ter ou
não a mesma pronúncia e sentido diferente: sede (/é/ lugar principal), sede
(/ê/ desejo veemente) e sede (/ê/ necessidade de ingerir líquido).
Já os homófonos são palavras que têm a mesma pronúncia, mas grafia
e sentido diferentes: incipiente/insipiente, cessão/seção/sessão.
Já os parônimos são palavras muito parecidas na pronúncia e na grafia,
mas não são idênticas. Exemplos: delatar/dilatar, iminente/eminente.
Vamos, agora, elencar alguns vocábulos que têm caído nas provas:
2. Mau e mal
1) Mau
Mau é antônimo de bom. Pode aparecer como:
a. adjetivo – varia em gênero e número:
Não era mau rapaz, apenas um pouco preguiçoso.
Não eram maus rapazes, apenas um pouco preguiçosos.
Obs.: (feminino) Não era má atriz nas novelas, mas boa cantora no palco.
b. palavra substantivada:
Os bons vencerão os maus.
2) Mal
Mal é antônimo de bem. Pode aparecer como:
a. advérbio – não varia:
O candidato foi mal recebido.
Fizeram mal em dizer tais coisas.
b. substantivo – varia em número:
O mal nem sempre vence o bem.
Há males que vêm para o bem.
c. conjunção (corresponde a quando)– não varia:
Mal cheguei, ele saiu.
d. mal é também um prefixo:
mal-educado, malcriado, mal-humorado
3. Más é adjetivo:
Ela é uma má aluna.
4. Há – a – à
1) Emprega-se o há:
a. Com referência ao verbo fazer, indicando tempo decorrido:
Não o vejo há quinze dias.
Não se encontram há tempos.
Saiu daqui há duas horas.
b. Quando se trata de forma do verbo haver:
Há um artigo interessante nesta revista.
2) Emprega-se o a (preposição):
a. Com referência a tempo futuro:
A dois minutos da peça, o ator ainda retocava a maquilagem.
b. Com referência a distância:
Morava a cinco quadras daqui.
3) Emprega-se o a (artigo) quando se antepõe a substantivo feminino:
A apólice tornou-se grande trunfo na mão do advogado.
4) Emprega-se o à quando houver crase da preposição a com o artigo a ou
com o demonstrativo a:
Rendeu à colega uma homenagem semelhante à que recebera.
5. Senão – se não
1. A palavra senão é usada equivalendo a :
a. do contrário (conjunção)
Saia daqui, senão vai se molhar.
b. a não ser, salvo, exceto (preposição):
Figuras de linguagem.
4) Perífrase: O prefixo “peri-” significa “em torno de”. Por isso, perímetro é a
medida em torno da área. Dessa forma, fica mais fácil perceber que a perífrase
não usa a objetividade, nem a concisão; ela “dá voltas” até chegar ao ponto. É
o emprego de várias palavras no lugar de poucas ou de uma só:
Se lá no assento etéreo onde subiste... (assento etéreo = céu)
Morei na Veneza brasileira. (Veneza brasileira = Recife)
Não provoque o rei dos animais. (rei dos animais = leão)
5) Sinestesia: Consiste numa fusão de sentidos. Para ficar mais fácil guardar
e não ter que decorar, veja a estrutura desta palavra: o prefixo “sin-” significa
reunião, mistura e “estes(ia)” significa sensibilidade, sensação. Assim,
sinestesia é a mistura de sensações, de sentidos. Para você nunca se
esquecer, basta associar à estrutura da palavra “anestesia” (an=sem;
estesia=sentido). Se anestesia significa sem sentido, sem dor; sinestesia é a
mistura de sentidos...
Despertou-me um som colorido. (audição e visão)
Era uma beleza fria. (visão e tato)
6) Catacrese: É um tipo especial de metáfora. É a extensão de sentido que
sofrem determinadas palavras na falta ou desconhecimento do termo
apropriado. Essa extensão ocorre com base na analogia. Por isso, ela é uma
variação da metáfora. Veja um exemplo:
Leito do rio: essa expressão possui como núcleo o substantivo “leito”.
Originariamente ele remete a uma armação em que as pessoas se deitam,
como uma cama. Por extensão, usamos esta palavra para significar o lugar em
que se deita (a criança se deita no leito materno, viajamos em ônibus “leito”, o
fulano está no leito de morte). Assim, também entendemos que o rio está
deitado sobre o leito por onde escoa suas águas. Não há expressão tão
exemplificativa quanto “leito do rio” para imaginarmos o rio deitar-se sobre o
terreno, concorda? Por essa facilidade no entendimento, a catacrese tem um
largo uso na linguagem coloquial e naturalmente passa a ser tão usada pelos
falantes e pelos escritores, que passa a ser admitida na norma culta.
Por processos semelhantes, temos outros exemplos. Para facilitar a
observação da catacrese nesses exemplos, inseri algumas perguntas:
“dente de alho” (alho tem dente?), “barriga da perna” (perna tem barriga?),
“céu da boca” (o céu cabe na boca?), “folhas de livro” (livro é uma árvore?),
Observe que o termo O jovem pode ser retirado do texto. Ele não se
encaixa sintaticamente no período. Caso disséssemos Com o jovem, teríamos
um pleonasmo: com o jovem = com ele.
14) Silepse: Concordância anormal feita com a ideia que se faz do termo e
não com o próprio termo. Pode ser:
a) de gênero
Ex.: Vossa Senhoria é bondoso.
A concordância normal seria bondosa, já que Vossa Senhoria é do
gênero feminino. Fez-se a concordância com a ideia que se possui, ou seja,
trata-se de um homem.
b) de número
Ex.: O grupo chegou apressado e conversavam em voz alta.
O segundo verbo do período deveria concordar com grupo.
Mas a ideia de plural contida no coletivo leva o falante a flexionar o verbo
no plural: conversavam. Tal concordância anormal não deve ser feita com o
primeiro verbo.
c) de pessoa.
Ex.: Os brasileiros somos otimistas.
Em princípio, deveríamos dizer são, pois o sujeito é de terceira pessoa
do plural. Mas, por estar incluído entre os brasileiros, é possível colocar o
verbo na primeira pessoa: somos.
15) Onomatopeia: Palavra que imita sons da natureza.
Ex.: O ribombar dos canhões nos assustava.
Não aguentava mais aquele tique-taque insistente.
“Não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano.” (Machado
de Assis)
Questão 18: “...foi um marco na luta das mulheres brasileiras pela garantia
de
seus direitos, principalmente, o enfrentamento à violência de gênero”.
O termo sublinhado tem a função textual de
(A) enfatizar a afirmação anterior.
(B) retificar uma informação dada.
(C) ressaltar o alcance político do projeto.
(D) destacar um fato particular.
(E) explicitar quais os direitos aludidos anteriormente.
Comentário: O advérbio “principalmente” tem o valor de restringir, de
afunilar determinada situação ou determinado grupo perante outros, dando-
lhe destaque, sobreposição.
Assim, entendemos que houve um marco na luta das mulheres
brasileiras pela garantia de seus direitos, destacando dentre eles o
enfrentamento à violência de gênero.
Assim, cabe a alternativa (D) como a correta.
Cabe observar que a expressão “fato particular”, nesta alternativa, não
tem relação com fato envolvendo uma única pessoa, como supostamente
alguns poderiam interpretar. Na realidade, particular aí não tem vínculo
pessoal, mas especificador, restringindo, afunilando a um tema: a violência
contra a mulher.
A alternativa (A) está errada, pois não se quis enfatizar o elemento
anterior (direitos), mas o posterior: o enfrentamento à violência de gênero.
A alternativa (B) está errada, pois não houve retificação (correção) de
informação anterior.
A alternativa (C) está errada, pois não houve um alcance apenas
político, mas também jurídico.
A alternativa (E) está errada, pois não se quis explicar o elemento
anterior (direitos).
Abraço.
Terror
Questão 18: “...foi um marco na luta das mulheres brasileiras pela garantia
de seus direitos, principalmente, o enfrentamento à violência de gênero”.
O termo sublinhado tem a função textual de
(A) enfatizar a afirmação anterior.
(B) retificar uma informação dada.
(C) ressaltar o alcance político do projeto.
(D) destacar um fato particular.
(E) explicitar quais os direitos aludidos anteriormente.
1. B 2. C 3. D 4. E 5. C 6. E 7. B 8. E 9. D 10. B
11. A 12. D 13. C 14. B 15. C 16. A 17. C 18. D 19. D 20. C
21. C 22. A 23. A 24. C 25. A 26. D 27. B 28. B 29. E 30. C
31. E 32. D 33. D 34. A 35. A 36. C 37. C 38. A 39. E 40. B
41. D 42. D 43. E 44. E 45. D 46. E 47. C 48. E 49. A