Homicídio
Homicídio
Homicídio
Parte Especial
1.1 – HOMICÍDIO
(Artigo 121, CP)
1.1 – Homicídio (art. 121, CP)
● Homicídio é a injusta morte de uma pessoa
praticada por outrem.
● Nelson Hungria conceitua homicídio como
sendo o tipo central de crimes contra a vida e
é o ponto culminante na orografia (ápice da
montanha) dos crimes.
● É o crime por excelência.
●
Topologia do crime de homicídio:
●
●
Atenção para o art. 59, do Estatuto do Índio (lei
6001/73): No caso de crime contra a pessoa em que
o ofendido seja índio não integrado, a pena será
agravada de 1/3 causa de aumento de
pena/majorante de pena.
Homicídio doloso simples
(Art. 121, caput, CP)
● Sujeito ativo:
● O homicídio é crime comum, portanto, pode ser
praticado por qualquer pessoa. Não exige
qualidade ou condição especial do agente.
● #Homicídio praticado por irmão xifópago (irmãos
que nascem grudados)? Ex: João e Paulo são
irmãos xifópagos. Imagine que a separação
cirúrgica seja inviável. João mata alguém. Pode
prender João? Mesmo que Paulo seja inocente?
● Sobre o tema tem duas correntes:
● 1ª corrente: Conflitando o interesse de punir do
Estado com o interesse de liberdade individual de
Paulo (status libertatis), este é que tem que
prevalecer, absolvendo-se João (Manzinni).
● 2ª corrente: Joao deve ser condenado. Entretanto,
em respeito ao principio da pessoalidade da pena,
João só será preso se Paulo, até a prescrição do
homicídio, praticar algum crime sujeito à prisão
(Flávio Monteiro de Barros).
● Sujeito passivo:
● No homicídio qualquer pessoa pode ser vítima, é um
crime comum.
● Início do parto
● O início do parto é que o vai separar a ida intrauterina da extrauterina.
● O início do parto:
● 1ª corrente: Considera-se início do parto o completo e
total desprendimento do feto das entranhas maternas.
● 2ª corrente: Inicia-se o parto desde as dores típicas
do parto. A mulher gravida ao final da gestação vai
tendo dores, mas aqui refere-se às dores típicas da
movimentação do feto que quer nascer.
● 3ª corrente: Considera-se início do parto com a
dilatação do colo do útero.
● O problema é que nem todas as gestações são
idênticas (ex: no parto cesariano não existe dor). Por
isso que aqui não existe uma corrente que prevalece.
Depende do caso concreto. Em prova de concurso
colocar todas as correntes.
●
OBS: Aborto culposo é atípico.
● OBS: O homicídio é crime de execução livre. Ou seja,
o crime de homicídio pode ser praticado por ação,
omissão, por meios direitos ou indiretos.
● Voluntariedade:
● Homicídio simples punido a título de dolo. O
dolo pode ser direto ou eventual. Aqui não
interessa a finalidade que anima o agente (não
existe finalidade específica animando o
agente).
● Aliás, dependendo da finalidade especifica que
anima o agente, pode ser uma qualificadora ou
um privilégio.
●
Embriaguez ao volante com resultado morte:
● O STF firmou jurisprudência no sentido de que homicídio
resultante de embriaguez ao volante caracteriza a culpa
consciente (se preordenada, obviamente, gera dolo).
● Rogério Sanches discorda dessa corrente: pode ser dolo ou
culpa, a depender do caso concreto. Ex: eu bebo, sei que estou
dirigindo em alta velocidade e mato alguém – dolo. Se eu bebo,
saio dirigindo, mas tomo todo cuidado – culpa consciente.
Assim, segundo o professor deve-se observar as circunstâncias
do caso concreto.
●
“Racha” com resultado morte:
● O STF firmou jurisprudência de que o homicídio cometido na
direção de veículo automotor em virtude de “pega” é doloso
(dolo eventual). Aqui o Rogério faz a mesma crítica para a
embriaguez com resultado morte.
●
# O agente que, sabendo ser portador do vírus HIV, oculta a
doença da parceira e com ela mantém conjunção carnal. Qual
é o crime que o agente pratica?
● Aqui analisa-se a intenção do agente:
● - Se a intenção do agente era a transmissão da doença fatal, o
agente vai responder por tentativa de homicídio. E se a vítima
morrer até o julgamento, adita-se para homicídio consumado.
● - Se o agente não quis, nem assumiu o risco da transmissão,
acreditando poder evitar (usando preservativo inclusive), temos o
dolo de perigo, configurando o art. 131, CP.
● HIV não é doença de contágio venéreo. Ela pode ser contraída por
relação sexual, por transfusão de sangue.
● Consumação:
● O crime de homicídio consuma-se com a
morte da vítima. Trata-se de delito material.
● A morte da vítima se da com a cessação da
atividade encefálica (lei 9434/97).
● Tentativa:
● Esse delito admite a tentativa. Trata-se de
delito plurissubsistente.
Homicídio doloso privilegiado
(art. 121, §1º)
●
b) Reação imediata:
é uma reação sem intervalo temporal. É muito difícil
identificar o intervalo que deve permear a agressão e reação.
Segundo a jurisprudência, enquanto perdurar o domínio da
violenta emoção qualquer reação será considerada imediata.
Ou seja, depende da análise do caso concreto.
● c) Injusta provocação da vítima: essa
expressão “provocação” não traduz
necessariamente agressão, mas qualquer
conduta desafiadora, ainda que atípica. Ex:
Pai que mata estuprador da filha. Ex²: marido
que surpreende a esposa traindo (conduta
desafiadora atípica).
● Atenção: não se admite legítima defesa da
honra – isso é tese machista.
● Genocídio versus homicídio
Homicídio qualificado
(Art. 121, §2º)
● § 2° Se o homicídio é cometido:
● Perdão judicial:
Causa extintiva da punibilidade;
Concedido pelo juiz.
Ato unilateral.
Cabível somente nos casos expressamente previstos
em lei.
● Perdão do ofendido:
Causa extintiva de punibilidade
Concedido pelo ofendido.
Ato bilateral, precisa ser aceito para extinguir
a punibilidade.
Cabível nos crimes de ação penal privada.
● O perdão judicial é um típico caso de bagatela
imprópria (sempre que o Estado perde o
interesse de punir – ainda que não seja pelo
perdão, seja pelo valor, etc).
● Bagatela própria:
O fato é, desde o início, um irrelevante penal;
Estamos diante de atipicidade. Ex: subtração
de caneta bic.
● Bagatela imprópria: