HUMANISMO
HUMANISMO
HUMANISMO
O CRESCIMENTO DA BURGUESIA
O crescimento de uma nova classe social, a burguesia, que vai desempenhar um papel cada vez
mais importante na construção de uma nova visão de mundo, mais centrada na valorização do ser
humano como sujeito de sua própria história. O desenvolvimento comercial possibilita o crescimento de
muitas cidades, a vida urbana se intensifica e a burguesia fortalecendo-se, começa a conquistar mais
força política. Agora os burgueses também se tornam patronos dos artistas.
O novo modo de encarar a vida ficou conhecido como HUMANISMO, porque a sua preocupação
central era o ser humano, o estudo da natureza humana e de suas potencialidades. Essa preocupação
central desloca-se de Deus para o homem, sempre sobre o olhar atento da Igreja.
Em 1418, Fernão Lopes, foi nomeado guarda-mor da Torre do tombo, importante cargo de
confiança. Fernão Lopes ficou responsável pelo registro da história de Portugal relatando a vida dos reis.
No entanto, um dos aspectos mais importantes de sua obra é o registro da participação popular. Fernão
Lopes é o nome mais importante da prosa da época.
O CANCIONEIRO GERAL
Esses espetáculos saíram do interior das igrejas e passaram a ser feitos em frente a elas ou nas
praças em tablados especialmente montados.
Com o tempo os espetáculos passaram a tratar de temas não religiosos ou profanos. Assim, fora
da igreja, surgiu a farsa, peças satíricas que divertiam muito o público, pois havia muita brincadeira em
cena, num tipo de teatro mais visual do que verbal.
AUTO: peça breve, geralmente de conteúdo religioso e escrita em verso, surgida na idade média. Muitas
vezes, o auto apresenta conteúdo simbólico, com os atores representando conceitos como bondade,
avareza, hipocrisia, pecado, virtude, etc.
ALEGORIA: Sem noção clara do que seja alegoria é impossível apreciar o Auto da Barca do Inferno.
Variante do discurso irônico, a alegoria define-se como enunciado de duplo sentido. Afirma uma coisa
nas palavras e sugere outra no significado.
Inês Pereira: moça casadoura, busca um casamento para se livrar dos afazeres
domésticos e ter mais liberdade. Casa-se com Brás da Mata e, depois de viúva, com Pero Marques.
Lianor Vaz: alcoviteira, tenta unir Pero Marques e Inês, mas a moça prefere se
casar com Brás da Mata.
A jovem Inês Pereira, desejosa de escapar dos trabalhos domésticos que é obrigada a fazer na
casa de sua mãe, resolve conseguir um marido. Uma primeira tentativa é feita por intermédio da
alcoviteira Lianor Vaz, que lhe indica para marido Pero Marques, aldeão simples, mas rico. Inês recusa o
pretendente, considerando-o excessivamente simplório. Contata então Vidal e Latão, dois irmãos judeus
que lhe conseguem o marido dos seus sonhos: Brás da Mata, escudeiro galanteador.
Ignorando os conselhos da mãe, que lhe pede para ter cautela na escolha do companheiro, Inês
se casa com Brás da Mata acreditando que teria a liberdade que desejava. No entanto, logo após o
casamento, Brás da Mata se mostra alheio a festas e celebrações, impedindo a esposa de cantar e
dançar. Quando é chamado a guerrear, determina que a esposa fique trancada em casa sob os cuidados
de um pajem.
Alvejado durante uma fuga, o escudeiro morre em combate. Inês celebra a liberdade que lhe é
conferida pela viuvez. Lianor Vaz reaparece e volta a lhe sugerir o casamento com Pero Marques. Inês, já
prevenida pela experiência malsucedida de desposar um homem galanteador, dessa vez aceita a
sugestão.
O segundo marido se mostra bastante diferente do primeiro, concedendo a Inês toda a
liberdade que ela deseja. Assim, a moça consegue sair e passear o quanto quer. Em um desses passeios,
encontra-se com um ermitão, que revela ser um antigo apaixonado por ela. Inês se compromete a visitá-
lo em sua morada.
Inês consegue que Pero Marques a conduza até o local sob a justificativa do Ermitão ser um
homem santo. O marido chega a carregá-la nos braços enquanto atravessam um rio. Durante a travessia,
cantam uma música carregada de ironia, na qual Inês chama o marido de “servo” (o que estabelece uma
identidade sonora com “cervo”, isto é, chifrudo) e de “cuco” (gíria da época para “enganado”). Seguindo
o refrão da canção, Pero Marques se limita a repetir: “Pois assim se fazem as cousas”.
PEÇAS DE GIL VICENTE: A farsa de Inês Pereira, O velho da horta, Auto da barca do inferno, Auto da
alma.