2a Disciplina - Lingua Portuguesa I

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 96

Língua

Portuguesa I
Glaucia Lopes e Regiane Pinheiro Dionísio Porrua
Sumário
Aula 1 e 2 Processo de Comunicação ............................................................ 107
Aula 3 e 4 Noções Sobre Texto ....................................................................... 114
Aula 5 e 6 Denotação e Conotação .......................................................................... 117
Aula 7 e 8 Figuras de Linguagem .............................................................................. 121
Aula 9 e 10 Interpretação de textos  .......................................................................... 126
Aula 11 e 12 Estrutura Sintática .................................................................................... 130
Aula 13 e 14 Emprego dos pronomes .......................................................................... 135
Aula 15 Colocação pronominal ............................................................................ 140
Aula 16, 17 e 18 Verbos .......................................................................................... 144
Língua Portuguesa I

Aula 19 e 20 Regência Verbal e Nominal .......................................................... 150


Aula 21 e 22 Crase ......................................................................................................... 154
Aula 23 e 24 Concordância Verbal e Nominal ............................................................. 157
Aula 25 e 26 Pontuação ................................................................................................ 165
Aula 27 e 28 Orientações Ortográficas ........................................................................ 170
Aula 29 e 30 Os Erros e as Confusões mais Comuns.................................................... 177
Atividades Autoinstrutivas ...................................................................... 182
Referências ............................................................................................... 197

104 Instituto Federal - Paraná


Apresentação

Caros alunos,

Sendo a Língua Portuguesa o principal elemento constitutivo da cultura do povo


brasileiro, é de suma importância que se saiba da sua representatividade no sistema de
significação de uma sociedade. Alguns a podem enxergar como de estrutura complexa, de
difícil compreensão, repetitiva ou mesmo desregrada, porém não se nega a necessidade
da eficiência na comunicação social quando se quer atingir o domínio sobre a carreira
profissional.

Língua Portuguesa I
A variação lingüística que se percebe no espaço territorial não é notada no âmbito
gramatical, são as mesmas regras, independente do espaço em que se encontre no
território nacional. As variantes de fala não subordinam a forma gramatical, daí todos
terem o dever (e, permitam-me dizer, o prazer) de aprender a língua mãe.

A norma culta rege o bem escrever e falar a Língua Portuguesa, e a falta de interesse
por ela transforma a comunicação, muitas vezes, num bate-papo de grupos isolados ou em
ações isoladas. Não que isso não seja saudável, porém somente isso não é suficiente, uma
vez que a língua como forma de acesso à cultura faz com que cada indivíduo possa crescer
sozinho, é verdade, mas o crescimento em sociedade é real, necessário e inquestionável.

A capacitação de alunos como conhecedores da estrutura da língua materna,


leitores e produtores de textos é o alvo deste material. Porque, apesar da importância que
se tem atribuído a essa matéria, ela nem sempre é de domínio de quem dela se utiliza,
nem mesmo daquele que se forma como bacharel em um dos diversos cursos ofertados
nas universidades.

Este material lhe foi elaborado, também, para que a leitura e escrita de documentos
possam parecer mais próximas e fáceis em seu local de trabalho, e para que você, um
profissional da área de Secretariado, possa ser ainda mais qualificado. Oferecido para
promover a formação de pessoas que visem à leitura, compreensão gramatical e escrita
por excelência e para isso conheçam a Língua Portuguesa e suas regras, por meio de uma
metodologia de trabalho prática e criativa, o material deve atender às suas necessidades.
O segredo maior é ter sempre muita disciplina ao estudar.

Um grande abraço!

Glaucia Lopes e Regiane Pinheiro Dionísio Porrua

Curso Técnico em Secretariado 105


Nota sobre os autores
Glaucia Lopes

Licenciada em Letras – Português e pós-graduada em Leitura de Múltiplas Linguagens


pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), tendo cursado os créditos de
Mestrado em Literatura Brasileira na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Professora
de Língua Portuguesa, Redação Técnica em Ensino Médio, Pós-Médio e Superior. Autora de
material didático para cursos técnicos presenciais e de ensino a distância e preparatórios
para vestibular.
Língua Portuguesa I

Regiane Pinheiro Dionísio Porrua

Licenciada em Letras – Português/Espanhol pela Faculdade de Administração,


Ciências, Educação e Letras (FACEL) e pós-graduada em Ensino e Cultura de Língua
Estrangeira pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Professora de Língua Portuguesa
e Língua Espanhola para o Ensino Médio, Médio – Profissionalizante, Professora Web/
Tutora no Ensino a Distância e Técnica Pedagógica da Secretaria de Estado da Educação
do Paraná.

106 Instituto Federal - Paraná


PROCESSO DE COMUNICAÇÃO Aula 1
e2
Comunicar, segundo o dicionário Houaiss, é transmitir, passar conhecimento,
informação, ordem, opinião ou mensagem a alguém.

Podemos inferir que comunicar é o primeiro passo para toda e qualquer atividade,
é a ação de transmitir uma mensagem e eventualmente receber outra mensagem como
resposta.

A palavra comunicação vem do latim COMUNICATIVO, derivado de COMUNICARE,


cujo significado seria “tornar comum”, como “partilhar”, “repartir”. Comunicar implica

Língua Portuguesa I
participação, interação, troca de mensagens e de informações.

Comunicação é a transferência de informações e a compreensão de uma pessoa


para outra. É uma ponte de significância entre pessoas. O emissor desenvolve uma idéia,
codifica-a e transmite-a. O receptor recebe a mensagem, decodifica-a e utiliza-a. Quando
o receptor responde ao emissor, estabelece-se comunicação em dois sentidos.

Fonte: http://www.weno.com.br/blog/archives/
dialogo2.gif

Componentes Básicos da Comunicação

Todo o processo de comunicação envolve quatro componentes básicos:

• um emissor;

• uma mensagem;

• um meio;

• um receptor.

Curso Técnico em Serviços


Secretariado
Públicos 107
Aula 1 O emissor é a pessoa que emite a mensagem.

e2 A mensagem é o conteúdo intelectual, social, afetivo, emocional, do que é


transmitido. A mensagem pode ser aceita, rejeitada, ou interpretada de modo errado,
ou, ainda, distorcida. A aceitação de uma mensagem depende muito da maneira como o
emissor e o receptor estejam em sintonia.

O meio é o processo utilizado para a transmissão (ou emissão) da mensagem (carta,


telefone, pessoalmente).

O receptor é a pessoa (ou grupo) que recebe a mensagem.

Para que o processo de comunicação se efetive, é indispensável a presença desses


Língua Portuguesa I

quatro componentes, sem qualquer um deles a comunicação não existirá. Por outro lado,
qualquer irregularidade ou imperfeição em um desses quatro elementos comprometerá
seriamente a qualidade e o objetivo da comunicação.

As distorções em uma comunicação são chamadas de “ruídos”. Sempre que ocorrer


um “ruído”, pode-se ter a certeza de ter havido falha num dos quatro elementos básicos
da comunicação descritos.

Recomendações para evitar a ocorrência de “ruídos”:

a) Planeje cuidadosamente sua comunicação;

b) Antes de fazer uma comunicação, decida qual é o meio mais adequado para o
caso;

c) Se você vai usar a voz, procure falar claro e pausadamente;

d) Evite comunicar-se sob estados de tensão emocional;

e) Quando possível, use a linguagem do receptor;

f) Aborde um assunto de cada vez;

g) Sempre que possível, use exemplos práticos de preferência do mundo do receptor;

h) Não interrompa seu interlocutor;

i) Ao concluir sua comunicação, verifique se você foi compreendido.

Barreiras na Comunicação

É toda forma de interferência na mensagem, entre o emissor e o receptor, podem


ser:

108 Instituto Federal - Paraná


Resistência Domínio do assunto Dificuldade de Aula 1
expressão
e2
Barulho Dicção Radicalismo
Veículo Mensagem/Código Determinação
Distração Timidez Interpretação
Deficiência física Impaciência Gírias
Distância Indelicadeza Ansiedade
Egocentrismo Subestimar

Língua Portuguesa I
Efeito de Retorno

A comunicação constitui um processo tanto de dar como de receber. Logo que um


emissor lança a sua mensagem, ela provocará uma reação por parte do receptor. Então,
o emissor recebe o efeito de sua mensagem. A esse fato chamamos AÇÃO ou EFEITO DE
RETORNO.

Essa ação de retorno é também designada de “feedback”, ou seja, realimentação,


ação de alimentar o processo novamente.

Diferentes Linguagens

O ser humano é especial também porque utiliza um recurso especial para se


comunicar: a linguagem. Devemos, então, analisar algumas características desse recurso.

1. Linguagem Verbal

A mensagem é constituída pela palavra.

Fonte: http://4.bp.blogspot.
com/__gnOLQgvjaM/
TEmlrOIo8iI/
AAAAAAAAAHw/
y8pTmJxHb5c/s1600/silencio.
jpg

Curso Técnico em Secretariado 109


Aula 1 1.1 Comunicações Orais

e2 A fala é o mais complexo, apurado e caracteristicamente humano meio de


comunicação. É usada para transmitir informações a outrem, para responder a perguntas,
relatar fatos, dar opiniões, influir no comportamento alheio por meio de instruções,
ordens, persuasão, propaganda.

1.2 Comunicações Escritas

Toda forma de transmissão de informações a outrem, para responder a perguntas,


relatar fatos, dar opiniões, influir no comportamento alheio por meio de instruções,
ordens, persuasão, propaganda, de forma escrita, utilizando-se assim um código, símbolos
gráficos de representação, que devem ser do conhecimento do receptor.
Língua Portuguesa I

2. Linguagem Não-verbal

No comportamento social humano, usa-se o canal verbal primariamente para


transmitir informações, ao passo que se usa o canal não verbal para negociar atitudes
interpessoais.

Fonte: http://www.bemparana.com.
br/politicaemdebate/wp-content/
uploads/2008/05/00-silencio.jpg

Algumas formas para, comumente, estabelecermos comunicação não-verbal com


as demais pessoas:

2.1 Mímicas: São gestos das mãos, do corpo, da face, caretas.

2.2 Olhar: (movimento dos olhos): Os movimentos dos olhos desempenham


importante papel para manter o fluxo da interação:

Enquanto A está falando, ergue os olhos para obter “feedback” sobre como B está
reagindo à sua fala, e termina uma longa fala com um olhar que diz a B que é sua vez de
falar.

2.3 Posturas: A postura corporal pode comunicar importantes sinais sociais.


Existem posturas claramente dominadoras ou submissas, amistosas ou hostis. Mediante
a posição geral do corpo, pode uma pessoa revelar seu estado emotivo, de tensão, por
exemplo, ou de “relax”. As pessoas apresentam também estilos gerais do comportamento

110 Instituto Federal - Paraná


expressivo, como se evidencia pelo modo como andam, ficam em pé, sentam-se, e assim Aula 1
por diante. A postura ou atitude física do corpo constitui uma mensagem da qual somos
e2
pouco conscientes.

2.4 Conscientes e Inconscientes: Enquanto falamos, nossos gestos podem dizer


exatamente o contrário do que estamos expressando.

2.5 Nutos: São atos de mover a cabeça para frente e para trás, quando se aprova.

2.6 Gestos: São os movimentos das mãos, pés ou outras partes do corpo. Alguns
são insinuações sociais involuntárias que podem ser ou não interpretadas corretamente
pelas outras pessoas. Emoções específicas produzem gestos particulares:

Língua Portuguesa I
Agressão (cerrar os punhos);

Ansiedade (tocar o rosto, roer as unhas);

Autocensura (coçar);

Cansaço (limpar a testa).

Podem também completar o significado da fala, quando a pessoa move as mãos, o


corpo e a cabeça continuamente e esses movimentos acham-se intimamente coordenados
com a fala, fazendo parte da comunicação total.

2.7 Expressão Facial: A expressão facial pode limitar-se a mudança nos olhos, na
fronte, na boca e assim por diante. As emoções, em categorias amplas (agradáveis ou
desagradáveis) podem ser identificadas através da expressão facial. Funciona como meio
de propiciar realimentação, relativamente ao que alguém está dizendo.

Vamos
pratica r Leia esta tira:

Fonte: http://depositodocalvin.blogspot.com/search/label/Careta.

Curso Técnico em Secretariado 111


Aula 1 Identifique, na tira, elementos que confirmem o uso da linguagem verbal e da
não-verbal.
e2
3. Língua

É um instrumento de comunicação, gráfico ou sonoro, que pertence a um grupo


social. Daí, podemos dizer que as modificações que a língua sofre são concretizadas por um
grupo e não por um indivíduo. Podemos dizer que a sociedade, um grupo de indivíduos,
adota uma convenção de sinais (letras) sonoros ou escritos para que a comunicação
aconteça.

4. Fala
Língua Portuguesa I

É a maneira de cada componente da sociedade em particular empregar a língua de


forma particular, pessoal. Segundo o dicionário Houaiss, fala é a faculdade que tem de
expressar suas idéias, emoções e experiências. É um ato individual, por oposição à língua
(que é social em sua essência e independente do indivíduo), para o lingüista Ferdinand
Saussure (1857-1913).

O espaço geográfico, os fatores sociais, profissionais e situacionais são determinantes


para o uso da língua. Note que existem variantes de um lugar para o outro, de uma classe
social para outra, de um profissional para outro e, ainda, utilizamos de forma diferente
a língua de acordo com o local em que estamos. Isso, há algum tempo, era considerado
erro; hoje, trabalhamos com a idéia de variantes lingüísticas.

5. Língua Culta e Língua Coloquial

As estruturas gramaticais não são rigorosas quando conversamos com um amigo,


um familiar, enfim, enquanto falamos. A essa descontração lingüística chamamos língua
coloquial. Ela é livre de preconceitos, varia bastante e não obedece às normas ditadas pela
gramática. Observe os texto abaixo como exemplo de utilização da linguagem coloquial na
forma escrita.

“(...) eu vinha pela rua, no sentido da BR 116, lá pelas 8 horas da manhã, do dia 12
de setembro de 2007, quando um caminhão de placa AKZ XXXX raspou a lateral inteira
do pálio AMX XXXX, onde tive que jogar totalmente a direção do veículo pálio para o
acostamento tendo que subir no meio-fio. O caminhão estava do lado esquerdo e o meu
pálio do lado direito.”

Já a língua culta respeita o uso das normas gramaticais e notamos que dominar
essas regras tem, também, relação com o nível de cultura e escolarização do falante.
Verifiquemos a transcrição do trecho anterior.

“ (...) dirigia-me ao trabalho pela BR 116, sentido Porto Alegre, aproximadamente às


8 horas do dia 12 de setembro de 2007, quando fui surpreendido pelo caminhão (marca e
modelo), placa AKZ XXX, que, trafegando no mesmo sentido, porém na pista da esquerda,
abruptamente passou para a pista da direita sem sinalizar, atingindo a lateral do veículo

112 Instituto Federal - Paraná


Pálio, placa AMX XXXX, em que eu trafegava. Fui obrigado a invadir o espaço reservado aos Aula 1
pedestres, sem causar danos a transeuntes, somente tendo para mim danos materiais.”
e2
A linguagem pode ser profissional, técnica-científica, burocrática, publicitária ou,
ainda, vulgar.

Anotações

Língua Portuguesa I

Curso Técnico em Secretariado 113


Aula 3 NOÇOES SOBRE TEXTO
e4
Frase

Frase é qualquer enunciado lingüístico de sentido completo, com o qual nós


transmitimos nossas idéias, sentimentos, comandos etc. Ela pode ou não conter um verbo
em sua estrutura.

Exemplos: Nossa! Quantas pessoas! (frase sem verbo)

Todos felizes. (sem verbo)


Língua Portuguesa I

Permaneçam em silêncio. (com verbo)

Oração

É como chamamos a frase com verbo. É, portanto, identificada pela presença do


verbo.

Exemplos: O planeta ainda tem solução.

Você acredita em quê?

Período

É uma frase formada por uma ou mais orações. Inicia-se com letra maiúscula e
termina com um ponto – que pode ser: final, de exclamação, de interrogação – ou
reticências. Dependendo do número de orações que o compõem, pode ser simples ou
composto.

a) Período Simples: constitui-se de apenas uma oração, portanto possui um só


verbo:

Exemplos: Ele corre muito.

Os sabores doces são percebidos pelas papilas gustativas.

b) Período Composto: é constituído de mais de uma oração, portanto, de mais de


um verbo. Terá tantas orações quantos forem os verbos assinalados.

Exemplos: “Vim, vi, venci” (Júlio César) – Período composto por três orações.

Os sistemas de tratamento de esgoto não são projetados para cuidar do óleo de


cozinha que lá está.

114 Instituto Federal - Paraná


Parágrafo Aula 3
O parágrafo é um conjunto de idéias afins, agrupadas em períodos, que podem ser e4
simples ou compostos. Eles desenvolvem uma idéia ou argumento central e compõem um
texto. Para que essas idéias estejam bem unidas, porém, os períodos deve vir ligados por
elementos coesivos, que as encaixam como se fossem as peças de um quebra-cabeças.

Exemplo: O seqüestro de carbono “é a absorção de grandes quantidades de gás


carbônico (CO2) presentes na atmosfera. A forma mais comum de seqüestro de carbono
é naturalmente realizada pelas florestas. Na fase de crescimento, as árvores demandam
uma quantidade muito grande de carbono para se desenvolver e acabam tirando esse
elemento do ar. Esse processo natural ajuda a diminuir consideravelmente a quantidade
de CO2 na atmosfera: cada hectare de floresta em desenvolvimento é capaz de absorver

Língua Portuguesa I
nada menos do que 150 a 200 toneladas de carbono.” (Revista SUPERINTERESSANTE,
ED. 247/DEZ.2007 p. 38)

Elementos Coesivos

São os vários elementos que remetem a ideias já expostas, substituem palavras


já escritas, orientam a seqüência do pensamento, aproximando, afastando conceitos ou
estabelecendo relações de causa e conseqüência, entre outras. Os principais elementos
coesivos são as conjunções, os pronomes e os advérbios.

Procure observá-los no parágrafo a seguir.

“Maria jamais tivera receio de voltar para casa a altas horas. Para ela, esse
papo de violência era conversa para mantê-la em casa, perto dos pais, que
eram caretas no seu conceito. Naquela noite, porém, iria enfrentar umas das
experiências mais marcantes de sua vida...”

Observe que os termos destacados fazem o papel de aglutinadores dos períodos,


compondo um parágrafo breve e coeso. A coesão deve existir no texto quanto um todo
também, girando sempre em torno do tema abordado, evitando a contradição e tornando
o texto fluente e agradável de ler.

Ainda sobre o texto podemos relacionar outros conceitos:

INTERTEXTUALIDADE: é a relação que se estabelece entre o texto que está


sendo lido e outros textos que se já leu. É, também, a experiência compartilhada
entre o autor do texto e o leitor.
INFORMATIVIDADE: são as informações veiculadas pelo texto. Às vezes, o texto
denota maior ou menor esforço do leitor devido ao grau de informatividade
veiculado.

Curso Técnico em Secretariado 115


Aula 3 CONECTIVIDADE: é a relação de dependência semântica que se estabelece no
e4 texto, a partir dos mecanismos de coerência e coesão.
SITUACIONALIDADE: é a contextualização da situação textual, ou seja, é a
inserção do texto numa globalidade vocabular, de tempos verbais, conteúdos.
INTENCIONALIDADE: é a determinação da intenção do texto, da sua linguagem,
do que se quer transmitir.
ACEITABILIDADE: a aceitação do texto dependerá, também, da experiência de
vida do leitor, da sua intertextualidade, informatividade, situacionalidade.

Observe este exemplo de intertextualidade:


Língua Portuguesa I

Fonte: http://www.filologia.org.br/
viiicnlf/anais/caderno09-02(2).gif

Há quanto tempo você não escreve um texto? É


esta uma boa oportunidade para começar... Sugiro
Vamos que você escreva uma história inventada. Imagine

pratica r
um personagem, um local, um enredo. Você se
deve estar perguntando: “Mas eu estou no curso
de Secretariado, para que isso será útil?” É só o
começo... só para desenferrujar. Boa sorte!

Anotações

116 Instituto Federal - Paraná


DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO Aula 5
e6

Muitas vezes as palavras assumem, em textos, significados que não propriamente


os seus. Para que entendamos essa exploração de significados, faz-se necessária a
compreensão de todos aqueles conceitos que vimos anteriormente, inclusive, precisamos
entender o que vem a ser denotação e conotação.

A denotação é a expressão do significado literal da palavra, ou seja, o significado


puro, primeiro e que não dá margens a outras interpretações.

Um termo pode apresentar vários significados, que não os dicionarizados, variando

Língua Portuguesa I
até de acordo com o contexto, o que caracteriza a conotação. A conotação registra, além
da palavra escrita, outros valores, que podem ser os sentimentais. Veja:

“Pelas plantas dos pés subia um estremecimento de medo, o sussurro de que aterra
poderia aprofundar-se. E de dentro erguiam-se certas borboletas batendo asas por todo
o corpo.” Clarice Lispector

Aqui, Clarice Lispector dá-nos a imagem de “borboletas batendo asas por todo
o corpo”, expressão esta que não deve ser levada ao pé-da-letra, ou seja, possui outro
significado que não o dicionarizado. Neste excerto, a autora transmite a idéia de ansiedade,
volúpia, desejo.

“Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às


vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa
toda. Essa vontade de ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais
urgentes que se tem na vida.” Clarice Lispector

Neste excerto, Clarice Lispector define saudade de forma subjetiva. Se utilizarmos


a denotação teremos, inclusive, momentos de absorção de outra pessoa, o que não nos é
possível. É preciso, então, “traduzir” as idéias que a autora nos quer transmitir.

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/_Su6SmxDneJc/Sf5XYSlKkJI/
AAAAAAAAAQ4/5PNLGSon2vg/s320/palavras+4.jpg

Curso Técnico em Secretariado 117


Aula 5 Vamos conversar um pouco a respeito destes poemas abaixo. Como caracterizar-
lhes a linguagem? Por que o autor utilizou determinada linguagem?
e6
VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA

Manuel Bandeira

Vou-me embora pra Pasárgada Pra me contar as histórias

Lá sou amigo do rei Que no tempo de eu menino

Lá tenho a mulher que eu quero Rosa vinha me contar

Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada


Língua Portuguesa I

Vou-me embora pra Pasárgada Em Pasárgada tem tudo

Vou-me embora pra Pasárgada É outra civilização

Aqui eu não sou feliz Tem um processo seguro

Lá a existência é uma aventura De impedir a concepção

De tal modo inconseqüente Tem telefone automático

Que Joana a Louca de Espanha Tem alcalóide à vontade

Rainha e falsa demente Tem prostitutas bonitas

Vem a ser contraparente Para a gente namorar

Da nora que nunca tive E quando eu estiver mais triste

E como farei ginástica Mas triste de não ter jeito

Andarei de bicicleta Quando de noite me der

Montarei em burro brabo Vontade de me matar

Subirei no pau-de-sebo - Lá sou amigo do rei -

Tomarei banhos de mar! Terei a mulher que eu quero

E quando estiver cansado Na cama que escolherei

Deito na beira do rio Vou-me embora pra Pasárgada

Mando chamar a mãe-d’água

118 Instituto Federal - Paraná


VOU-ME EMBORA DE PASÁRGADA Aula 5
Millôr Fernandes e6
Vou-me embora de Pasárgada Vou-me embora de Pasárgada.

Sou inimigo do rei Pasárgada já não tem nada

Não tenho nada que eu quero Nem mesmo recordação

Não tenho e nunca terei Nem a fome e doença

Vou-me embora de Pasárgada Impedem a concepção

Língua Portuguesa I
Aqui eu não sou feliz Telefone não telefona

A existência é tão dura A droga é falsifica

As elites tão senis E prostitutas aidéticas

Que Joana, a louca da Espanha Se fingem de namoradas

Ainda é mais coerente E se hoje acordei alegre

Do que os donos do país. Não pensem que eu vou ficar

A gente só faz ginástica Nosso presente já era

Nos velhos trens da central Nosso passado já foi

Se quer comer todo dia Dou boiada pra ir embora

A polícia baixa o pau Pra ficar só dou um boi

E como já estou cansado Sou inimigo do rei

Sem esperança num país Não tenho nada na vida

Em que tudo nos revolta Não tenho e nunca terei

Já comprei ida sem volta Vou-me embora de Pasárgada

Pra outro qualquer lugar

Aqui não quero ficar,

Curso Técnico em Secretariado 119


Aula 5
e6 No texto a seguir encontram-se algumas expressões
Vamos em sentido conotativo. Vamos discutir sobre elas

pratica r para saber o sentido real, ou seja, saber o que


significam.

Já dois anos se passaram longe da pátria. Dois anos! Diria dois séculos. E durante esse
tempo tenho contato os dias e as horas pelas bagas do pranto que tenho chorado.
Tenha embora Lisboa os seus mil e um atrativos, ó eu quero a minha terra; quero
respirar o ar natal (...). Nada há que valha a terra natal. Tirai o índio do seu ninho e
apresentai-o d´improviso em Paris: será por um momento fascinado diante dessas ruas,
desses templos, desses marmores; mas depois falam-lhe ao coração as lembranças da
pátria, e trocará de bom grado ruas, praças, templos, mármores, pelos campos de sua
Língua Portuguesa I

terra, pela sua choupana na encosta do monte, pelos murmúrios das florestas, pelo
correr dos seus rios. Arrancai a planta dos climas tropiais e plantai-a na Europa: ela
tentará reverdecer, mas cedo pende e murcha, porque lhe falta o ar natal, o ar que
lhe dá vida e vigor. Como o índio, prefiro a Portugal e ao mundo inteiro, o meu Brasil,
rico, majestoso, poético, sublime. Como a planta dos trópicos, os climas da Europa
enfezam-me a existência, que sinto fugir no meio dos tormentos da saudade.

(ABREU, Casimiro de, Obras de Casimiro de Abreu.

Rio de Janeiro: MEC, 1955.)

Anotações

120 Instituto Federal - Paraná


FIGURAS DE LINGUAGEM Aula 7
e8

Língua Portuguesa I
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_RdpT3l1NYPo/SZ7zVc6L3pI/
AAAAAAAAAU0/gKb9HPS0DP4/s400/palavras.jpg

Há diferentes formas de escrevermos, quanto a isso não existem dúvidas. No entanto


como construir essa escrita diferenciada? Mesmo estando no escritório, em uma grande
empresa, muitas vezes, temos que nos diferenciar ao nos reportarmos ao destinatário de
nossas mensagens. Daí vem a forma de expressão da linguagem que conhece somente
aquele que se interessou pelas palavras. As figuras de linguagem são expressões por meio
das quais aquele que escreve seduz o leitor. A partir das figuras de linguagem, o leitor
consegue explorar a forma de construção do texto e relacionar os aspectos semânticos
que nele constam. A interpretação das informações contidas numa obra poética ou não
é muito mais fácil quando se compreende como se deu a construção das palavras. Quer
saber por quê? Acompanhe as explicações.

As figuras de linguagem são divididas em:

1. FIGURAS DE SINTAXE OU CONSTRUÇÃO

Exemplos:

a) elipse: consiste na omissão de um termo que fica subentendido no contexto,


identificado facilmente.

“Veio triste, de calça rasgada, camiseta suja.”

b) zeugma: consiste na elipse de um termo que já apareceu antes.

Ele degustou doces; eu, salgados. (omissão de degustar)

c) pleonasmo: consiste numa redundância cuja finalidade é reforçar a mensagem.

“As soluções, é preciso encontrá-las.”

Curso Técnico em Secretariado 121


Aula 7 d) hipérbato ou inversão: consiste na inversão dos termos da oração.

e8 “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / de um povo heróico o brado


retumbante.”

e) onomatopéia: consiste nos recursos de sons e vozes de seres.

Batia em seu peito schlept! schlept! como se quisesse um castigo por amar aquela
coisa.
Língua Portuguesa I

Fonte: http://26.media.tumblr.com/tumblr_
kqga04Qn9J1qzdzcdo1_500.jpg

f) silepse: consiste na concordância não com o que vem expresso, mas com o que
se subentende, com o que está implícito.

A silepse pode ser de:

1) gênero:

Vossa Senhoria me parece cansado.

2) número:

A criançada corria por tudo, gritavam muito.

3) pessoa:

Os brasileiros somos um povo trabalhador.

2. FIGURAS DE TROPOS OU PALAVRAS

a) metáfora: consiste em empregar um termo com significado diferente do habitual,


com base numa relação de similaridade entre o sentido próprio e o sentido figurado.

“Sinto-me uma ilha, quando estou longe de você.”

b) metonímia: como a metáfora, consiste numa transposição de significado, ou


seja, uma palavra que usualmente significa uma coisa passa a ser usada com outro

122 Instituto Federal - Paraná


significado. Todavia, a transposição de significados não é mais feita com base em Aula 7
traços de semelhança, como na metáfora. A metonímia explora sempre alguma
e8
relação lógica entre os termos.

“Minha professora leu Clarice Lispector para nós.”

Língua Portuguesa I
Fonte: http://www.jornaljovem.
com.br/img_artigos/9_clarice_
livro_fc.jpg

c) sinestesia: trata-se de mesclar, numa expressão, sensações percebidas por


diferentes órgãos do sentido.

Um vento frio me cortava os pensamentos como se me penetrasse a alma.

3. FIGURAS DE PENSAMENTOS

a) antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se


opõem pelo sentido.

“Quem o conhece superficialmente pode amá-lo; basta sabê-lo para não mais lhe
ignorar a arrogância.”

b) paradoxo: consiste na aproximação de termos contrários, aparentemente


inconciliáveis.

Morri para viver a minha liberdade.

c) ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-


se, com isso, efeito crítico ou humorístico.

Era uma excelente amiga, só a traição é que rondava os pensamentos.

d) eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em


síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável.

Ele se pode ter entendido que era para fazer de outra forma. (para não dizer que
o outro errou)

Curso Técnico em Secretariado 123


Aula 7 e) hipérbole: trata-se de exagerar uma idéia com finalidade enfática.

e8 Chorei até secar. (em vez de chorou muito)

f) prosopopéia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados


predicativos que são próprios de seres animados.

As montanhas eram testemunhas do silêncio do céu e da tagarelice das estrelas.

g) gradação ou clímax: é a apresentação de idéias em progressão ascendente ou


descendente.

“Chega de tentar dissimular e disfarçar e esconder o que não dá mais pra ocultar:
Língua Portuguesa I

explode coração.” (L. Gonzaga Jr.)

Vamos
pratica r Leia esta tira:

Fonte: http://tirinhasdogarfield.blogspot.com/2006_07_01_archive.html

A palavra “crash” usada no segundo quadrinho, indica o uso da figura de construção


denominada:

a) Pleonasmo.

b) Zeugma.

c) Onomatopeia.

d) Assíndeto.

e) Repetição.

124 Instituto Federal - Paraná


02) Leia o slogan deste anúncio: Aula 7
e8

Língua Portuguesa I
Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_GEGLuPm0YDU/
SfH9FWzKl5I/AAAAAAAADE8/N5qjA_JrVvI/s1600-h/
pleonasmo.jpg

Em sua opinião, qual o efeito de sentido que o autor dessa publicidade quis passar
para o leitor com a utilização da figura de linguagem “pleonasmo”? Por quê?

Anotações

Curso Técnico em Secretariado 125


Aula 9 INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
e 10
Interpretar textos é, antes de tudo, compreender o que se leu. Para que haja essa
compreensão é necessária uma leitura muita atenta e algumas técnicas que veremos no
decorrer dos textos. Uma dica importante é fazer o resumo do texto por parágrafos. Mãos
à obra!

Auto-ajuda quem?

São 200 mil visitantes estimados só no fim de semana, 320 expositores, 10 mil
títulos diferentes, 3.000 lançamentos. Entre as obras mais procuradas estão as de auto-
Língua Portuguesa I

ajuda, denominação que parece mais destinada aos autores do gênero que a seus leitores.
No “salão de idéias”, Roberto Shinyashiki fala a uma platéia de cerca de 400 pessoas sobre
o relançamento de seu best-seller “Será que Amar ainda Pode Dar Certo?”, que em 18
anos vendeu 1,5 milhão de cópias.

Na primeira fileira, a maioria é de mulheres. Elas sorriem à toa, assentindo com a


cabeça para o palavrório sem rumo, pontos ou vírgulas, de Shinyashiki.

“(...) tenho visto muitas pessoas (ele balança afirmativamente a cabeça, com os
olhos muito abertos) e aí de novo falo com as mulheres (aponta indefinidamente para
a platéia) que jogam suas carências em cima de um parceiro (arqueia as sobrancelhas)
carência de pai; aí elas encontram um pobre coitado no qual jogam todas essas carências
(imita com os braços uma caçamba de caminhão virando); ele vai morrer sem oxigênio
(risos); os homens estão interessados SIM (ele grita) em amar (pausa longa); se os homens
me procuram e dizem, “Roberto, qual o segredo de um amor legal (lábios comprimidos,
indicando situação delicada)?”, eu respondo (de chofre): é o tudo ou o nada.”

(Folha de S. Paulo on-line – mar.2006.)

Fonte: http://manifesto.aos.excluidos.zip.net/images/PALAVRA.JPG

126 Instituto Federal - Paraná


Aula 9
e 10
Vamos
pratica r
01) O texto deixa transparecer uma avaliação dos livros de auto-ajuda que pode ser
assim resumida:

a) São obras sem profundidade, que têm mais serventia a quem escreve (pelo lucro que
trazem) do que a quem lê.

b) O sucesso da obra é diretamente proporcional à boa formação de seus leitores.

Língua Portuguesa I
c) São obras que atraem as mulheres, pois defendem um ponto de vista feminino sobre o
relacionamento.

d) São obras que dão respostas objetivas a questionamentos tanto masculinos quanto
femininos.

e) São obras que promovem a emancipação dos leitores.

02) Considere as seguintes afirmativas:

1. A citação do último parágrafo, bem como a descrição dos trejeitos de Shinyashiki,


tem por meta ressaltar a autenticidade do interesse do escritor pelos problemas de seus
leitores.

2. O texto sugere que as mulheres constituem um público mais enredável, mais suscetível
às tramas usadas pelos livros de auto-ajuda.

3. A resposta de Shinyashiki à pergunta feita no final do texto confirma a afirmação feita


no segundo parágrafo de que o autor proferia um discurso que carecia de nexo.

4. O objetivo do texto é ressaltar um paradoxo: apesar de os livros de auto-ajuda


venderem muito, o público interessado em ouvir os seus autores é proporcionalmente
muito pequeno.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas 1 e 4 são verdadeiras.

b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.

c) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.

d) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.

e) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.

Curso Técnico em Secretariado 127


Aula 9 Estigma

e 10 Os gregos, que tinham bastante conhecimento de recursos visuais, criaram o termo


estigma para se referirem a sinais corporais com os quais se procurava evidenciar alguma
coisa de extraordinário ou mau sobre o status moral de quem os apresentava. Os sinais
eram feitos com cortes ou fogo no corpo e avisavam que o portador era um escravo, um
criminoso ou traidor – uma pessoa marcada, ritualmente poluída, que devia ser evitada,
especialmente em lugares públicos. Mais tarde, na Era Cristã, dois níveis de metáfora
foram acrescentados ao termo: o primeiro deles referia-se a sinais corporais de graça
divina que tomavam a forma de flores em erupção sobre a pele; o segundo, uma alusão
médica a essa alusão religiosa, referia-se a sinais corporais de distúrbio físico. Atualmente,
o termo é amplamente usado de maneira um tanto semelhante ao sentido literal original,
Língua Portuguesa I

porém é mais aplicado à própria desgraça do que à sua evidência corporal. Além disso,
houve alterações nos tipos de desgraças que causam preocupação. (...)

Podem-se mencionar três tipos de estigma nitidamente diferentes. Em primeiro


lugar, há as abominações do corpo – as várias deformidades físicas. Em segundo, as
culpas de caráter individual, percebidas como vontade fraca, paixões tirânicas ou não
naturais, crenças falsas e rígidas, desonestidade, sendo essas inferidas a partir de relatos
conhecidos de, por exemplo, distúrbio mental, prisão, vício, alcoolismo, homossexualismo,
desemprego, tentativas de suicídio e comportamento político radical. Finalmente, há os
estigmas tribais de raça, nação e religião, que podem ser transmitidos através de linhagem
e contaminar por igual todos os membros de uma família. Em todos esses exemplos de
estigma, entretanto, inclusive aqueles que os gregos tinham em mente, encontram-se
as mesmas características sociológicas: um indivíduo que poderia ter sido facilmente
recebido na relação social quotidiana possui um traço que pode-se impor à atenção e
afastar aqueles que ele encontra, destruindo a possibilidade de atenção para outros
atributos seus. Ele possui um estigma, uma característica diferente da que havíamos
previsto. Nós e os que não se afastam negativamente das expectativas particulares em
questão serão por mim chamados de normais.

As atitudes que nós, normais, temos com uma pessoa com um estigma, e os atos
que empreendemos em relação a ela são bem conhecidos na medida em que são as
respostas que a ação social benevolente tenta suavizar e melhorar. Por definição, é claro,
acreditamos que alguém com um estigma não seja completamente humano. Com base
nisso, fazemos vários tipos de discriminações, através das quais, efetivamente, e muitas
vezes sem pensar, reduzimos suas chances de vida.

(GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada.


Rio de Janeiro: LTC, 1988. p. 11-15.)

01) (UFPR) Segundo o texto acima, é correto afirmar:

a) Embora diferentes, os três tipos de estigma levam à rejeição do indivíduo pelo grupo
social.

128 Instituto Federal - Paraná


b) Os estigmas físicos e os ligados à personalidade atingem todos os membros de uma Aula 9
família.
e 10
c) As pessoas “normais” devem evitar a convivência com as estigmatizadas, para evitar a
contaminação.

d) Os portadores de características estigmatizantes não têm qualidades que possibilitem


sua integração social.

e) As três formas de estigma são transmitidas hereditariamente de uma geração a outra.

02) Entre os diversos conceitos de “estigma” apresentados no texto, assinale a alternativa

Língua Portuguesa I
que sintetiza o uso mais amplo que o termo adquiriu na atualidade.

a) Sinais produzidos no corpo das pessoas para restringir sua circulação em espaços
públicos.

b) Marcas corporais ocasionadas intencionalmente para indicar características morais do


portador.

c) Características pessoais usadas socialmente como critérios para a discriminação


de alguns indivíduos.

d) Marcas observadas na pele de alguns indivíduos, atribuídas ao dom divino.

e) Indícios físicos que levam ao julgamento de que certos indivíduos seriam seres
imperfeitos.

03) A partir do texto, é INCORRETO afirmar:

a) Um único estigma basta para obscurecer as qualidades de um indivíduo.

b) O conceito de estigma e o conceito de “pessoas normais” são construídos por oposição


um ao outro.

c) Políticas de ação afirmativa buscam aumentar a integração social de pessoas a que


se atribuem diversos tipos de estigma.

d) Características inerentes ao indivíduo dão origem a estigmas diversos e facilitam a


aceitação dele pelos demais.

e) Obras sociais de atendimento a grupos estigmatizados não eliminam o estigma, mas


procuram reduzir seus efeitos.

Anotações

Curso Técnico em Secretariado 129


Aula 11 ESTRUTURA SINTÁTICA
e 12

Neste encontro, passamos para uma segunda etapa do nosso estudo. Entramos na
estrutura gramatical da Língua Portuguesa. É necessário compreender, embora para muitos
pareça não muito agradável, que a gramática é quem estrutura nossos pensamentos.
Para iniciar uma expressão que tenha sentido, para expressar uma idéia, utilizamos a
gramática, formamos períodos que contam com sujeito, verbo, objeto direto... Nada que
seja assombroso, mas é imprescindível.

O objetivo aqui é estudar o período e as orações que o compõem. A estrutura de


cada oração é a seguinte.
Língua Portuguesa I

TERMOS DA ORAÇÃO

Termos Essenciais

1. SUJEITO

• simples A aluna estremeceu.

• composto Professores e alunos compreenderam-se.

• indeterminado Fecharam a porta. Precisa-se de bons candidatos.

• inexistente Choveu dois dias. Faz verões quentes aqui.

• oculto Oculta STE o erro.(TU)

2. PREDICADO

• verbal (VTD/TI/VTDI/VI) Esconderam as chaves.

• nominal (VL + PREDICATIVO DO SUJEITO) Ela está chateada.

• verbo-nominal (VTD/VTI/VTDI/VI + PREDICATIVO) O freguês saiu satisfeito da loja.

Vamos
pratica r
Leia este texto:

OS JARDINS
- Sempre olhei para os jardins com doçura e gra-
tidão. Eles são as minhas aldeias. Tão sossegados! Só
nos jardins há amores-perfeitos. Aquele jardim era meu
amigo. Tinha uma árvore, um jardineiro risonho, mas
130 Instituto Federal - Paraná
triste, com qualquer coisa de gato e de mulher. E tinha Aula 11
canteiros de rosas. Era um jardim sereno. Sábado. Quem
e 12
pode vai para fora. Os outros ficam aqui mesmo. Ima-
gine o campo, logo mais. A noite caindo sem desastres.
O cheiro de terra. Uma voz de água no silêncio. Ah!
dormir com o sentimento de pôr, nos olhos e nas mãos,
amanhã, bem cedo a luz que desce de um céu imenso
perdido, luz cheia de sombrasde asas. lembro-me dela.
Ela pousa, primeiro, nas árvores, como se dissesse -
Bom-dia! Chega, depois até a gente tão simples, tão
igual, como se convidasse: - Não quer andar? Esse
desejo de viver no campo, que enche de ar refrigerante

Língua Portuguesa I
os meus sentimentos, não veio da cidade, com certeza.
Veio, talvez, do tempo. Hoje “ir para fora” te um sen-
tido mais libertador. Que bom ver outra vida! Que bom
ouvir a outra face do disco”... É preciso gostar da vida. A
vida arranja tudo pelo melhor, às vezes na realidade.

- às vezes na imaginação, realidade de uso interno.


Álvaro Moreyra

A classificação do sujeito das orações abaixo, conforme o texto acima, está INCORRETA
em:

a) “...há amores-perfeitos.” (l. 3) – oração sem sujeito;

b) “Aquele jardim era meu amigo.” (l. 3-4) – sujeito simples;

c) “Era um jardim sereno.” (l. 6) – oração sem sujeito;

d) “Os outros ficam aqui mesmo.” (l. 7) – sujeito simples;

e) “Imagine o campo, logo mais.” (l. 7-8) – sujeito simples.

Leia este texto:

PALAVRAS
“Veio me dizer que eu desestruturo a linguagem. Eu
desestruturo a linguagem? Vejamos: eu estou bem sentado
num lugar. Vem uma palavra e tira o lugar de debaixo de
mim. Tira o lugar em que eu estava sentado. Eu não fazia
nada para que a palavra me desalojasse daquele lugar. E
eu nem atrapalhava a passagem de ninguém. Ao retirar de
debaixo de mim o lugar, eu desaprumei. Ali só havia um
grilo com a sua flauta de couro. O grilo feridava o silêncio.

Curso Técnico em Secretariado 131


Aula 11 Os moradores do lugar se queixavam do grilo. Veio uma
palavra e retirou o grilo da flauta. Agora eu pergunto: quem
e 12
desestruturou a linguagem? Fui eu ou foram as palavras?
E o lugar que retiraram de debaixo de mim? Não era para
terem retirado a mim do lugar? Foram as palavras pois que
desestruturaram a linguagem. E não eu.”

(BARROS. Manoel de. Ensaios fotográficos. Rio de Janeiro:

Record, 2000.)

As gramáticas em geral registram duas ocorrências que deixam o sujeito indeterminado:


frases como “Falaram mal de você”, em que o verbo aparece na terceira pessoa do
Língua Portuguesa I

plural e não há sujeito reconhecível, e frases como “Precisa-se de servente”, em que o


pronome “se”, na terceira pessoa do singular, indetermina o sujeito. O texto de Manoel
de Barros, no entanto, cria uma outra ocorrência de sujeito indeterminado, que aparece
no seguinte trecho:

a) “Veio me dizer que eu desestruturo a linguagem.”

b) “Vejamos: eu estou bem sentado num lugar”

c)“Ali só havia um grilo com sua flauta de couro”

d) “E o lugar que retiraram de debaixo de mim?”

Agora, as complementações de exemplos serão feitas com você. Fique de olho nas
explicações de seu professor.

Termos integrantes

Objeto direto – O QUÊ? – QUEM?

Dar exemplo de oração com VTD – OD.

___________________________________________________

Objeto indireto – DE QUÊ? – PARA QUÊ? – DE QUEM? A QUEM? (PREPOSIÇÃO)

Dar exemplo de oração com VTI – OI.

___________________________________________________

Complemento nominal

Dar exemplo de oração com VTD – OD- CN ou VL- PREDICATIVO e CN.

___________________________________________________

132 Instituto Federal - Paraná


Termos acessórios Aula 11
Adjunto adnominal e 12
Dar exemplo de ADJ. ADN.

____________________________________________________

Adjunto adverbial

Dar exemplo de oração com ADJ ADV.

____________________________________________________

Língua Portuguesa I
Aposto (explicação)

Dar exemplo de oração com APOSTO.

____________________________________________________

Vocativo (chamamento)

Dar exemplo de oração com VOCATIVO.

____________________________________________________

Agente da passiva (aquele que faz a ação na voz passiva) A pedra foi atirada pelo
menino.

Podemos analisar sintaticamente algumas orações da tira abaixo.

Ponha esta tira no seu nariz.

Sujeito oculto: você (imperativo)

Predicado verbal: ponha esta tira no seu nariz.

Verbo Transitivo Direto: ponha (o quê?)

Objeto direto: esta tira

Adjunto adnominal: esta

Curso Técnico em Secretariado 133


Aula 11 Adjunto Adverbial de lugar: no seu nariz.

e 12
...isso torne a sua conversa mais interessante.

Sujeito simples: isso

Predicado verbo-nominal: torne a sua conversa mais interessante.

Verbo Transitivo Direto: torne (o quê?)

Objeto direto: a sua conversa


Língua Portuguesa I

Predicativo do objeto: mais interessante.

Já não estou mais tão otimista!

Sujeito oculto: eu

Predicado nominal: já não estou mais tão otimista.

Verbo de Ligação: estou

Predicativo do sujeito: mais tão otimista

Adjunto Adverbial de Tempo: já.

Adjunto Adverbial de Negação: não.

Anotações

134 Instituto Federal - Paraná


EMPREGO DOS PRONOMES Aula 13
e 14
Pronomes são palavras que substituem ou acompanham os nomes (substantivos e
adjetivos). Os pronomes desempenham papéis sintáticos dentro das frases, ou seja, são
sujeitos, objetos diretos, objetos indiretos, complementos nominais, agente da passiva,
predicativo, adjunto adnominal, ou, ainda, aposto.

Pronomes pessoais
Retos Oblíquos
Átonos Tônicos

Língua Portuguesa I
1ª pessoa Eu Me Mim, comigo
Singular 2ª pessoa Tu Te Ti, contigo
3ª pessoa Ele, ela O, a, se, lhe Ele, ela, si, consigo
1ª pessoa Nós Nos Nós, conosco
Plural 2ª pessoa Vós Vos Vós, convosco
3ª pessoa Eles, elas Lhes, ses Eles, elas, si, consigo

Não se pode esquecer de que os pronomes pessoais do caso oblíquo átono estão
sempre ligados aos verbos e há diferenciação quanto ao uso dos pronomes em terceira
pessoa.

Veja:

O(s) / a(s) = ele(s) / ela(s) a usado para referir-se a objetos ou pessoas –


desempenham o papel de objeto direto dos verbos transitivos diretos.
Lhe a (s) = a ele(s) / a ela(s) a usados somente para objetos.
O “lhe” é usado somente para pessoas.Esses pronomes desempenham o papel
de objeto indireto dos verbos transitivos indiretos.

Observe que os pronomes sofrem pequenas alterações ao se unirem com os verbos.

Comprei a casa Comprei-a


Compraram a casa Compram-na
Põem a mão na massa Põe-na na massa
Pões a mão no bolso Põe-la no bolso
Comprar o material Comprá-lo
Fazer a tarefa Fazê-la
Fazê-la (atenção! usamos a 2ª pessoa do
Fazes a tarefa singular

Curso Técnico em Secretariado 135


Aula 13 Então, conclui-se que, se a terminação do verbo for:
Nasal -- acrescenta-se um “n” aos pronomes “o(s)” e “a(s)”.
e 14
R, S ou Z -- corta-se a terminação R, S ou Z e acrescenta-se um “l” aos pronomes “o(s)” e “a(s)”.

Pronomes X Preposições

Preposições Correto Incorreto


Entre mim e ele Entre eu e ele
Entre Entre ele e mim Entre ele e eu
Entre mim e ti Entre eu e tu
Sem você e mim Sem você e eu
Sem
Sem elas e ti Sem elas e tu
Perante Perante mim e vós Perante eu e vós
Língua Portuguesa I

Contra Contra os alunos e mim Contra os alunos e eu


Sobre Sobre mim e V.Sª Sobre eu e V.Sª
De De alguns e mim De alguns e eu

Perceba o uso de “para eu” e “para mim”!!


É para eu fazer os exercícios da aula.
É fácil para mim fazer os exercícios da aula.
O pronome “eu” faz papel de sujeito do verbo “fazer”, enquanto a expressão “para
mim” pode ser deslocada na frase.

Pronomes Possessivos

1ª pessoa Meu, minha, meus, minhas,


Singular 2ª pessoa te, tua, teus, tuas
3ª pessoa seu, sua, seus, suas
1ª pessoa Nosso, nossa, nossos, nossas
Plural 2ª pessoa Vosso, vossa, vossos, vossas
3ª pessoa Seu, sua seus, suas

Não utilize os pronomes possessivos de segunda pessoa para dirigir-se a terceira.


Tu – teu, tua, teus, tuas.
Você / ele/ ela – seu, sua, seus, suas.

136 Instituto Federal - Paraná


Pronomes Indefinidos Aula 13
Variáveis Invariáveis
e 14
Algum, alguma, alguns, algumas Alguém
Nenhum, nenhuma, nenhuns, Ninguém
Nenhumas Tudo
Todo, toda, todos, todas Outrem
Outro, outra, outros, outras Nada
Muito, muita, muitos, muitas Cada
Pouco, pouca, poucos, poucas Algo
Certo, certa, certos, certas quem
Vário, vária, vários, várias
Quanto, quanta, quantos, quantas

Língua Portuguesa I
Qualquer, quaisquer

Pronomes Interrogativos

Variáveis Invariáveis
Qual, quais Que, quem
Quanto, quanta, quantos, quantas

Pronomes Relativos

Estabelecem relação com um termo anteriormente citado.

• Que / o qual / a qual

• Quem

• Quanto (tanto)

• Onde

• Cujo (possuidor e possuído)

NUNCA! Nunca use nenhuma palavra entre o pronome cujo e o termo possuído.

Pronomes de Tratamento

Não se esqueça de que os pronomes de tratamento representam a terceira pessoa


do singular ou do plural, sendo assim, a concordância verbal e nominal (assunto de que já
tratamos em encontros anteriores).

Alguns pronomes de tratamento para que já nos acostumemos à forma correta de


nos dirigirmos às pessoas.

Curso Técnico em Secretariado 137


Aula 13 Abreviatura
Pronome Singular Plural Emprego
e 14 Você V. Tratamento familiar
Príncipes, princesas,
Vossa Alteza V.A. VV. AA.
duques
Vossa Eminência V. Emª V. Emªª Cardeais
Vossa Excelência V. Exª V. Exas Altas autoridades
Reitores de
Vossa Magnificência V.Magª V.Magas
universidade
Vossa Majestade V.M. VV. MM. Reis, imperadores
Vossa Meritíssima Usado por extenso Juízes de direito
Vossa Reverendíssima V. Revma V. Revmas Sacerdotes
Altas autoridades
(frequente na
Língua Portuguesa I

Vossa Senhoria V. Sª V.Sas


correspondência
comercial)
Vossa Santidade V.S. papa

Vamos
pratica r Leia esta tira para responder às questões que
seguem:

01) Juju e Carol estão conversando. No 1º quadrinho, Carol diz a Juju: “Eu também!
Que tal se eu te maquiasse e você me maquiasse?”. Ela está misturando duas formas de
tratamento, a 2ª e a 3ª pessoas, o que NÂO está de acordo com a :

a) linguagem verbal.

b) língua culta.

c) língua coloquial.

d) língua escrita.

e) linguagem informal.

138 Instituto Federal - Paraná


02) Se Carol tratasse a amiga apenas em 3ª pessoa, isto é, empregando VOCÊ, a opção Aula 13
CORRETA seria:
e 14
a) “Eu também! Que tal se eu te maquiasses e você me maquiasses.”

b) “Eu também! Que tal se eu a maquiasse e tu me maquiasses.”

c) “Eu também! Que tal se eu ti maquiasses e você me maquiasses.”

d) “Eu também! Que tal se eu a maquiasse e você me maquiasse.”

e) “Eu também! Que tal se eu te maquiasses e você me maquiasse.”

Anotações

Língua Portuguesa I

Curso Técnico em Secretariado 139


Aula 15 COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Os pronomes oblíquos átonos (ME, TE, SE, NOS, VOS, O, A, LHE, OS, AS, LHES) são
colocados de três formas nas orações:

PRÓCLISE – colocação do pronome oblíquo átono antes do verbo. Ocorre


quando há uma palavra atrativa, que é reconhecida por:

a) Em + gerúndio

Em se querendo, faz-se o bem.


Língua Portuguesa I

b) Advérbios.

Aqui se aprende.

Nunca se importou com isso. Observe:

Aqui, aprende-se.

Aqui, nesta sala, aprende-se.

c) Pronomes Indefinidos.

Ninguém me avisou o horário.

d) Pronomes Interrogativos.

Quantos me disseram isso?

e) Pronomes Relativos

O candidato que me questionou não está aqui.

f) Pronomes Demonstrativos.

Aquilo me incomodou.

g) Conjunções Subordinativas.

Quando me contaram a verdade, não quis acreditar.

h) Frases interrogativas, exclamativas e optativas (exprimem desejo).

Como se chama a criança?

Deus a abençoe.

140 Instituto Federal - Paraná


MESÓCLISE - colocação pronominal no meio do verbo. A mesóclise é usada: Aula 15
Quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito, contanto
que esses verbos não estejam precedidos de palavras que exijam a próclise.

Beijar-te-ei, quando ninguém nos estiver olhando.

Comprar-te-ia um presente, se tivesse dinheiro.

ÊNCLISE - colocação pronominal depois do verbo. A ênclise é usada quando a


próclise e a mesóclise não forem possíveis:

Língua Portuguesa I
a) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo.

Calem-se!

b) Quando o verbo iniciar a oração.

Mandem-me o pedido, por favor.

c) Quando houver vírgula antes do verbo.

Quando me encontraram, falaram-me todas as barbáries.

d) Quando o verbo estiver no gerúndio.

Saiu da sala, fazendo-se de desentendida.

COLOCAÇÃO PRONOMINAL EM LOCUÇÃO VERBAL E EM PERÍODO COMPOSTO

LOCUÇÃO VERBAL = verbo auxiliar + verbo principal no infinitivo ou no gerúndio

a) Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo


auxiliar ou depois do verbo principal.

O amigo lhe queria agradecer o presente.

O amigo queria lhe agradecer o presente.

O amigo queria agradecer-lhe o presente.

O amigo o estava abraçando.

O amigo estava o abraçando.

O amigo estava abraçando-o.

Curso Técnico em Secretariado 141


Aula 15 b) Se houver palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do verbo
auxiliar ou depois do verbo principal.

O amigo não lhe queria agradecer o presente.

O amigo não queria agradecer-lhe o presente.

O amigo não o estava abraçando.

O amigo não estava abraçando-o.

TEMPO COMPOSTO = verbo auxiliar + verbo principal no particípio


Língua Portuguesa I

a) O pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar.

A moça se tinha esquecido da bolsa.

A moça tinha-se esquecido da bolsa.

O uso do hífen, neste caso, é obrigatório, uma vez que o particípio não aceita
pronome oblíquo átono ligado a ele.)

b) Se, antes do locução verbal, houver palavra atrativa,o pronome oblíquo


ficará antes do verbo auxiliar.
A moça jamais se tinha esquecido da bolsa.

Vamos
pratica r
01) Tomando por base o emprego dos pronomes, assinale a única alternativa CORRETA:

a) Por gentileza, me passe esta caneta que está aí perto de você; essa aqui não serve para
eu desenhar.

b) A carta vinha endereçada para mim e para tu; a jovem senhora queria sair com nós dois.

c) Entre mim e ti há coisas mal ditas; por isso quero falar-te o mais breve possível.

d) Gostaria de falar consigo, meu amor, nesta manhã tão límpida, pois para mim nada é
impossível.

e) É forçoso admitir que entre eu e você haja opiniões tão divergentes.

142 Instituto Federal - Paraná


02) Assinale a alternativa em que não se admite outra colocação do pronome, de acordo Aula 15
com as tendências da norma culta:

a) Alex está se insinuando para ocupar o cargo.

b) Amarildo veio aqui para lhe trazer estas relíquias

c) Seus pais hão de lhe perdoar a falta.

d) Deus perdoa a quem sinceramente se arrepender de seus erros.

e) A pobre moça vai-se recuperando aos poucos dos profundos dissabores que lhe causou
aquele amor.

Língua Portuguesa I
Anotações

Curso Técnico em Secretariado 143


Aula 16, VERBOS
17 e 18
Língua Portuguesa I

Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_ccE5MO-79qU/
S2nN7Dk_HWI/AAAAAAAAAFg/e7VDLvtHIRc/
s400/verbo.jpg

No momento em que se fala ou escreve, o processo verbal, pode estar ocorrendo,


pode já ter ocorrido ou pode ainda não ter ocorrido. Essas três possibilidades são expressas
pelos tempos verbais: o presente, o pretérito e o futuro.

À indicação de tempo está normalmente associada a indicação de modo, ou seja,


a expressão da atitude de quem fala ou escreve em relação ao conteúdo do que fala ou
escreve.

Modos Verbais – Indicativo

Usado para ações e estados considerados na sua realidade ou certeza.

Presente

Usado para enunciar:

— fato atual.

Compramos muitas roupas ontem à tarde.

— ações ou estados permanentes.

As leis são feitas para serem cumpridas.

— fatos ocorridos no passado, aos quais se queira dar vivacidade.

O que aconteceu em Israel emociona a todos.

144 Instituto Federal - Paraná


— futuro próximo. Aula 16,
Estudo amanhã, hoje estou cansado. 17 e 18
Pretérito imperfeito

— Apresenta o fato anterior ao momento atual, mas ainda não concluído no


momento passado a que o emissor se refere.

Eu almoçava, quando você me telefonou.

Pretérito perfeito

— Apresenta fato anterior ao momento atual, concluído, realizado.

Língua Portuguesa I
Eu almocei muito bem.

Pretérito mais-que-perfeito

— Expressa um fato anterior a outro também no passado.

Eu estudei novamente toda a matéria que já decorara.

Futuro do presente

— Usado para exprimir fato que se vai realizar.

Passaremos as roupas assim que elas secarem.

— Pode exprimir dúvida, incerteza.

Alguém fará a prova amanhã?

Futuro do pretérito

— Expressa um fato futuro condicionado a outro.

Estaríamos longe, se tivéssemos saído mais cedo.

Modos Verbais - Subjuntivo

Usado para expressar hipótese, desejo ou dúvida. Pode denotar uma ação não-
realizada, que depende de outra ou fica subentendida.

Presente

Ele quer que eu entenda tudo isso.

Pretérito imperfeito

Se eu tivesse entendido eu não perguntaria.

Curso Técnico em Secretariado 145


Aula 16, Futuro

17 e 18 Quando eu puser a faixa eu conto como me senti.

Modos Verbais – Subjuntivo – Formação do Futuro do Subjuntivo

É comum a confusão no emprego do futuro do subjuntivo e do infinitivo, visto haver


formas iguais em grande número de verbos.

As pessoas precisam comer com qualidade.

E se eu não comer?

O infinitivo (1ª frase) e o futuro do subjuntivo (2ª frase) são exatamente iguais.
Língua Portuguesa I

Você precisa pôr os pingentes em seus lugares.

E se eu não? (pôr ou puser?)

A formação do Futuro de Subjuntivo se dá por meio da 3ª pessoa plural do pretérito


perfeito do indicativo, menos a terminação - am.

3ª pes. pl. pret. perf. ind. – AM = 1ª pes. fut. subj.

Modos Verbais -Imperativo

O imperativo expressa ordem, conselho, pedido, sugestão.

Faça a tarefa por completo! Fique em silêncio!

O imperativo afirmativo deriva do presente do indicativo; assim: 2ª pessoa do


singular (tu) e 2ª do plural (vós), com supressão do -s final; as demais pessoas (você, nós,
vocês) são tomadas do presente do subjuntivo.

O imperativo negativo provém, integralmente, do presente do subjuntivo.

Vejamos os seguintes exemplos:

VERBO IR

IMPERATIVO AFIRMATIVO

VAI tu (tu vais – menos o “s” final”)

VÁ você

VAMOS nós

IDE vós (vós ides – menos o “s” final”)

VÂO vocês

146 Instituto Federal - Paraná


IMPERATIVO NEGATIVO Aula 16,
VÁS tu 17 e 18
VÁ você

VAMOS nós

VADES vós

VÂO vocês

Língua Portuguesa I
Vamos
pratica r

01) A frase em que o verbo destacado está corretamente flexionado é:

a) As condições do mar são ruins, é verdade, mas, se nós mantermos a calma,


conseguiremos sair daqui vivos.

b) Se o Conselho Regional de Medicina intervir, tenho certeza que o registro do Dr.


Pedrinho será cassado.

c) Assim que o indiciado depuser, o delegado terá condições de concluir o inquérito sobre
o furto de transformadores.

d) Se os diretores do sindicato propossem o fim da greve, votaríamos contra, ora bolas!

e) Tome cuidado, filho, não digite a tua senha na presença de pessoas que não conheces.

Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_JpbZjqaoBEA/
S0o5kbT9KuI/AAAAAAAANy0/vjs5yp9gOko/
s400/Herbert+Draper,+Ulisses+e+as+Sereias.jpg

Curso Técnico em Secretariado 147


Aula 16, Leia este texto:

17 e 18 Balada do rei das sereias

O rei atirou 20 Foram as sereias

Seu anel ao mar Não tardou, voltaram

E disse às sereias: Não faltava um grão.

– Ide-o lá buscar, Maldito o capricho

5 Que se o não trouxerdes, Do mau coração!


Língua Portuguesa I

Virareis espuma

Das ondas do mar! 25 O rei atirou

Sua filha ao mar

Foram as sereias, E disse às sereias:

Não tardou, voltaram – Ide-a lá buscar,

10 Com o perdido anel. Que se a não trouxerdes,

Maldito o capricho 30 Virareis espuma

De rei tão cruel! Das ondas do mar!

O rei atirou Foram as sereias...

Grãos de arroz ao mar Quem as viu voltar?...

15 E disse às sereias: Não voltaram nunca!

– Ide-os lá buscar, 35 Viraram espuma

Que se os não trouxerdes, Das ondas do mar.

Virareis espuma

Das ondas do mar!

02) “... Que se o não trouxerdes,

Virareis espuma

Das ondas do mar! ...” (v. 5 – 7)

BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1974.

148 Instituto Federal - Paraná


No que se refere ao modo como as ações de trazer e virar se relacionam, pode-se Aula 16,
afirmar que a segunda ação ocorrerá na seguinte circunstância:
17 e 18
a) Em virtude da não realização da primeira.

b) Juntamente com a finalização da primeira.

c) Antes da não concretização da primeira.

d) Depois da verificação da primeira.

Anotações

Língua Portuguesa I

Curso Técnico em Secretariado 149


Aula 19 REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
e 20

Regência verbal é a relação de dependência entre o verbo e os seus complementos.


Eles podem estar ou não ligados por meio de preposição, o que pode alterar ou não o
sentido.

Regras Básicas

1. VERBOS PODEM SER:

a) VI – verbos intransitivos (sem necessidade de complemento) – Todos saíram.


Língua Portuguesa I

b) VTD – verbos transitivos diretos (pedem OD) – Eles compraram todos os materiais
necessários.

c) VTI – verbos transitivos indiretos (pedem OI, seguidos de PREPOSIÇÃO) – Visava


a uma melhor condição de trabalho.

d) VTDI – verbos transitivos diretos e indiretos (pedem OD e OI) – Pediu um conselho


ao amigo.

2. HÁ VERBOS COM MAIS DE UMA REGÊNCIA E MUDAM SENTIDO.

Sua atitude não agradou AO pai (causar sensação agradável).

A mãe agrada O filho que tanto ama. (acaricia)

3. HÁ VERBOS COM MAIS DE UMA REGÊNCIA E MESMO SENTIDO

Informou o acidente AO guarda.

Informou o guarda sobre o acidente.

ATENÇÃO é importante você saber que verbos transitivos indiretos não podem
ser usados na voz passiva. Exemplo:

Uma multidão assistiu ao espetáculo... MAS NÃO: O espetáculo foi assistido por
uma multidão. Dessa forma, o sentido fica alterado!

Principais Verbos

1. assistir – VTD: socorrer, ajudar – Um jovem médico assistiu os feridos.

VTI: ver, presenciar – Todos assistiram a um espetáculo deprimente.

2. aspirar – VTD: sorver, inalar – O homem urbano aspira um ar poluído.

150 Instituto Federal - Paraná


VTI: desejar, querer – O garoto aspirava ao cargo de gerente da loja. Aula 19
e 20
3. agradar – VTD: fazer carinho – A garotinha agradava o cãozinho.

VTI: contentar, satisfazer – Seu trabalho jamais agradava ao chefe.

4. preferir – VTDI: preferir uma coisa A outra (Jamais usar DO QUE!) – Prefiro
água a refrigerantes.

5. querer – VTD: desejar – Queria todos os bens que o dinheiro podia comprar.

VTI: querer bem, amar: O pai queria ao filho e por ele trabalhava.

Língua Portuguesa I
6. visar – VTD: mirar, pôr visto: Visou o alvo, mas errou. Visou o cheque.

VTI: pretender: A lei, embora severa, visava ao bem de todos.

7. pagar/perdoar: VTD – referindo-se à “coisa”; Pagou seus pecados; Perdoou


a dívida.

VTI – referindo-se à pessoa: Pagou ao credor; Perdoou aos inimigos.

VTDI – ambos: Perdoou o empréstimo ao amigo.

8. esquecer/lembrar: VTD: Esqueceu meu nome. Lembrou os fatos anteriores.

Esquecer-SE/lembrar-SE: VTI: Esqueci-me do livro. Lembraram-se dos doces.

Os complementos de VTD são substituídos pelos pronomes O, A, OS, AS e suas


formas variantes e os complementos dos VTI são substituídos pelos pronomes
LHE e LHES ou A ELE(S).

Queria muito ao filho. = Queria-lhe muito.

Queria muito aquele carro. = Queria-o muito.

Regência Nominal é a relação entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e


um eventual complemento.

Regras Básicas

1. O complemento nominal será sempre precedido de preposição.

2. É comum haver mais de uma forma de regência sem mudança de sentido.

Curso Técnico em Secretariado 151


Aula 19 ALGUNS NOMES MAIS COMUNS
e 20
alheio a indiferente a

adepto de inofensivo a, para

ansioso para, por junto a, de

apto a, para livre de

aversão a, por paralelo a

avesso a próximo a, de
Língua Portuguesa I

ciente de referente a

contente com, por, de relativo a

desprezo a, por simpatia a, por

digno de tendência a, para

favorável a união com, entre, a

feliz de, por, em, com vazio de

imune de, a vizinho a, de, com

Vamos
pratica r

01) Em cada item você encontrará uma frase típica da linguagem coloquial. Adapte cada
uma delas à regência verbal da língua culta.

a) Não se aborreça comigo, querida. Eu lhe amo muito.

________________________________________________________________________

b) Desde que lhe vi, ando muito satisfeito.

________________________________________________________________________

c) Eu não obedeço sinal fechado não.

________________________________________________________________________

152 Instituto Federal - Paraná


d) Respondi o bilhete que você me mandou. Aula 19
________________________________________________________________________ e 20
e) Não posso lhe proteger contra ele.

________________________________________________________________________

f) Se Deus lhe ajudar, tudo vai dar certo.

________________________________________________________________________

02) Complete as frases seguintes com a preposição adequada (use artigos quando
necessário).

Língua Portuguesa I
a) A aprovação dessa lei é essencial ___ a proteção dos mananciais.

b) Há quem ainda tenha dúvidas ______ a utilidade dos estudos linguísticos.

c) Tenho admiração ____ todos os que defendem os seus direitos.

d) Ando meio escasso ____ ideias.

e) É uma substância necessária ___ a vida.

f) Não é um assunto acessível _____leigos.

Anotações

Curso Técnico em Secretariado 153


Aula 21 CRASE
e 22

Fonte: http://www.reformaortografica.net/
wp-content/uploads/2010/04/uso-da-crase-
300x187.jpg
Língua Portuguesa I

Define-se como crase a fusão da preposição a com o artigo definido feminino a/as.
Daí já se podem tirar algumas conclusões.

a) Não se usa crase diante de palavras masculinas, já que estas exigem artigos
masculinos. Há, sim, uma exceção quando se subentende a expressão “à moda
de”: Vestia-se à Luiz XV.

b) Não se usa crase diante de verbos, já que esta é uma classe morfológica masculina
e, se utilizarmos artigo diante dos verbos, transformamo-los em substantivos
masculinos. Andar faz bem. O andar da moça é elegante.

c) Não se usa crase diante de nomes de cidades que não aceitem o artigo definido
feminino. Chegou a Belém. Voltou de Belém. Trouxe presentes de Belém para mim.
Isso é diferente de Veio à Bahia a passeio. Trouxe presentes da Bahia. Nasceu na
Bahia.

d) Não se usa crase no meio de substantivos repetidos porque só há necessidade


da colocação da preposição. Ficou cara a cara com o bandido. A dor escorria gota
a gota.

e) Pronomes que não possam ser precedidos do artigo definido feminino, inclusive
os de tratamento. Trouxe dúvidas a ela. Você também pode fazer a transformação
para o masculino e notar que só há, realmente, a presença da preposição. Trouxe
dúvidas a ele.

f) Não se usa crase quando já existe outra preposição, a não ser no caso da
preposição até. Estava perante a lei. A festa foi até às / as nove horas.

g) Não se usa crase quando a palavra feminina for dotada de sentido genérico, for
nome de Santa ou celebridade histórica. Não daremos ouvidos a reclamações.
(Note que o “a” está no singular e o substantivo está no plural – isso significa que
não existe o artigo definido feminino!)Recorreu a Nossa Senhora Auxiliadora.

154 Instituto Federal - Paraná


h) Não se usa crase diante das palavras CASA, TERRA e DISTÂNCIA se não vierem Aula 21
determinadas. Vou a casa. Vou à casa de meus avós. Observava o acidente a
e 22
distância. Observava o acidente à distância de dois metros. Os marinheiros
voltaram a terra. Voltamos à terra de nossos antepassados.

Regra prática geral

Para que você tenha certeza do uso da crase, substitua a palavra antes da qual
aparecerá ou não a crase por um vocábulo masculino (não há necessidade de se utilizar
sinônimo, só deve ser da mesma classe morfológica). Se, ao trocar o vocábulo por um
masculino, você observar que para completar a frase o “a” transformou-se em “ao” ou
“aos”, existe crase; do contrário não.

Língua Portuguesa I
Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_L0E61ss5Ncw/S69Nna9g45I/
AAAAAAAAAAk/93JO-VAk0Ro/s1600/crase-zas-tras.jpg

Vamos fazer um treinamento rápido.

O candidato não podia aliar-se à turma e ir à festa, pois às vésperas do concurso


deveria estudar mais um pouco. Convinha a ele que não saísse. Mandou, inclusive, um
recado à namorada, pedindo a sua compreensão. Solicitou que entregassem a ela assim
que chegassem à festa para evitar maiores desentendimentos.

PARA SABER MAIS


Você pode complementar seus estudos pesquisando sobre
crase em
www.brasilescola.com/gramatica/crase

Vamos
pratica r Leia este texto:

Assim que a seleção francesa foi desclassificada, tirando da competição a


supostamente invencível Marselhesa, The Guardian anunciou: “O Brasil agora possui o
melhor hino nacional da Copa Mundial de 2002”. E não apareceu ninguém para desmentir
_______ jornal inglês.

Curso Técnico em Secretariado 155


Aula 21 Para The Guardian, o nosso hino nacional é “o mais alegre, o mais animado, o
mais melodioso e o mais encantador do planeta”. A despeito da secular pinimba dos
e 22
britânicos com os franceses, não me pareceu forçada _______ restrição que fizeram
_____ Marselhesa e seus “belicosos apelos às armas”, desfavoravelmente comparados ao
estímulo aos sentimentos nacionais e às belezas naturais do florão da América contido nos
versos que Joaquim Osório Duque Estrada escreveu para a música de Francisco Manuel
da Silva.

Cânticos de louvor _________ nações e seus povos, os hinos pouco se diferenciam:


são quase sempre hipérboles patrióticas, não raro jingoístas, demasiado apegadas a
glórias passadas e inclinadas a exortar a alma guerreira que em muitos de nós dormita.
Entretanto, comparado aos hinos dos países que nós derrotamos nas três fases da Copa, o
Língua Portuguesa I

nosso ganha fácil em beleza melódica e expressividade poética. “É como se tivesse vindo
pronto, já composto, de uma casa de ópera”, bajulou The Guardian.

Quase um século nos separa da concepção da letra do Hino Nacional Brasileiro. Ela é
antiga, solene, inflamada, alambicada, anacrônica, como todas de sua espécie. Custamos
a nos acostumar com ela. Suas anástrofes e seus cacófatos até hoje aturdem as crianças.
Passei um bom tempo de minha infância sem atinar para o sentido de alguns versos e
acreditando que a nossa terra era “margarida”, e não “mais

garrida”. Por uma deformação mental qualquer – ou,quem sabe, condicionado por
outros hinos e por fatos de nossa nada incruenta história –, vivia a cantar “paz no futuro e
guerra (em vez de ‘glória’) no passado”.

Encontrei uma versão em que tiraram o berço o gigante eternamente deitado:


“Erguido virilmente em solo esplêndido / Entre as ondas do mar e o céu profundo”. Prefiro
os versos originais. Não por convicções ideológicas, mas por uma questão de métrica, de
eufonia e um pouco por desconfiar que sempre vivemos deitados em berço esplêndido,
dormindo mais do que deveríamos.

(Adaptado de: AUGUSTO, Sérgio. Bravol, ano 5, n. 59.)

Assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacunas das linhas, na ordem


em que aparecem:

a) o; a; à; a.

b) ao; à; a; à.

c) o; à; para a; a.

d) o; a; para a; à.

e) ao; a; à; a.

156 Instituto Federal - Paraná


CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL Aula 23
e 24

Concordância verbal é a concordância do verbo com seu sujeito, em número e


pessoa.

Concordância nominal é a concordância, em gênero e número, entre o substantivo


e seus determinantes: o adjetivo, o pronome adjetivo, o artigo, o numeral e o particípio.

Concordância Verbal = relação entre o sujeito e o verbo em uma oração.

Sempre que você for conjugar um verbo, deve prestar bem atenção ao sujeito da

Língua Portuguesa I
oração a que pertence. O sujeito é quem determina a forma do verbo: pessoa ou número.

01. Sujeito composto anteposto � verbo no plural.

ex.: O sorriso e a fé fazem parte de nós.

02. Sujeito composto � verbo no plural ou núcleo mais próximo.

ex.: Fazem parte de nós o sorriso e a fé.

ex.: Faz parte de nós o sorriso e a fé.

03. Sujeito composto de pessoas gramaticais diferentes � plural da pessoa


predominante.

ex.: Tu e eu seremos ainda mais amigos.

ex.: Sereis tu e eu ainda mais amigos.

ex.: Seremos tu e eu ainda mais amigos.

ex.: Serei eu e tu ainda mais amigos.

04. Que � verbo concorda com o termo antecedente.

ex.: São situações que já vencemos antes.

05. Quem � verbo na 3ª pessoa do singular ou antecedente.

ex.: Fostes vós quem pediu (ou pedistes) aquilo?

06. Quais de vós 3ª pessoa do plural ou

ex.: Quantos de pronome antecedente

ex.: Poucos de nós

ex.: Quais de vós estarão / estareis fazendo prova?


Curso Técnico em Secretariado 157
Aula 23 07. QUAL DE NÓS
e 24
Quem de vós � verbo na 3ª pessoa do singular

ex.: Nenhum de vocês

ex.: Nenhum de vocês estará desempregado.

08. SE � índice de indeterminação do sujeito / IIS + VI, VL, VTI (com preposição):
verbo na 3ª pessoa do singular.

ex.: Precisa-se de muitos bons secretários.


Língua Portuguesa I

VTI IIS + OI

09. SE � partícula apassivadora

VTD + SE + SUJ. (verbo concorda com o sujeito).

ex.: Alugam-se salas para escritório.

VTD PA SUJ

= salas são alugadas.

10. Haver (existir) �3ª pessoa do singular.

ex.: Havia muitas expectativas naquele momento.

ex.: Devia haver muitas pessoas ali.

Observação: Haver � pessoal � concorda com o sujeito.

ex.: Todos os candidatos houveram boas notas nos testes. ( ter, possuir, obter)

ex.: Era como se nós houvéssemos conseguido tudo. (ter)

11. Fazer � tempo decorrido e fenômenos climáticos: 3ª pessoa do singular

ex.: Faz anos que nos conhecemos.

ex.: Vai fazer dez anos que estamos casados.

ex.: Aqui faz dias maravilhosos.

12. SER

ex.: São oito horas da manhã.

ex.: Tudo foram motivos para se apostar nele.

158 Instituto Federal - Paraná


ex.: Dez mil reais é muito dinheiro. Aula 23
e 24
ex.: A criança é as alegrias do pai.

ex.: A criança eram dois olhos bem arregalados.

ex.: Os escolhidos fomos nós.

13. PARECER

ex.: As estrelas pareciam brilhar.

ex.: As estrelas parecia brilharem.

Língua Portuguesa I
Para facilitar, você terá, a seguir, 10 regras práticas para observar; obedecendo a
elas, sua competência vai crescer muito.

Dois alunos saíram. Saíram dois


LOCALIZE SEMPRE O SUJEITO
alunos.
Marido e mulher brigavam muito.
SUJ. COMP. ANTEPOSTO = SÓ PLURAL Carros e ônibus buzinavam sem
parar.
Do cardápio constava (m) arroz e
SUJ. COMP. POSPOSTO = PL. ou + PRÓX. feijão.
Chegou/Chegaram pai e filhos.
Há muitas nuvens no céu hoje.
VERBOS IMPESSOAIS = SÓ SINGULAR
Faz alguns meses que não nos vemos.
VERBO TRANSITIVO DIRETO + SE = SINGULAR
Vende-se jornal./Vendem-se jornais.
ou PLURAL
PRON. PESSOAIS: EU>TU>ELE Eu e tu vamos... Tu e ela ides (ou vão)
Sua cama eram uns trapos.
Daqui a Maringá são 550
SUJ + SER + PREDICAT. = A MAIORIA DAS
quilômetros.
VEZES COM PREDICATIVO
Exc.: Joãozinho era as alegrias da
avó.
A maior parte dos convidados saiu/
EXPRESSÃO PARTITIVA: SING. ou PL.
saíram de mansinho.
SUJEITO COLETIVO = SINGULAR ou PL. = se O grupo parou... O grupo de jovens
especificado ou distanciado do sujeito. parou / pararam.

Concordância Nominal

É a concordância de número (singular e plural) e gênero (masculino e feminino) que


se estabelece entre os numerais, artigos, pronomes, substantivos e adjetivos relacionados.

Regra geral: Os substantivos, artigos, pronomes, adjetivos e numerais devem


concordar em gênero e número com o substantivo a que se referem.

Curso Técnico em Secretariado 159


Aula 23 - Concordância do adjetivo (adjunto adnominal) com os substantivos:

e 24 Antes � concorda com o mais próximo:

Ele tinha delicadas roupas e sapatos.

Depois � concorda com o mais próximo ou vai para o plural:

Ele tinha roupas e sapato novo/ novos.

Observe que nos dois exemplos a seguir houve obediência à regra:

Ela tinha a mão e o braço machucado/machucados.


Língua Portuguesa I

Ela tinha olhos e cabelo preto / pretos.

- Concordância do adjetivo predicativo:

Posposto � plural

O professor e a diretora são dedicados.

Anteposto � plural ou singular com o mais próximo.

São dedicados o professor e a diretora.

É dedicado o professor e a diretora.

- Mais de um adjetivo referindo-se a um substantivo

O substantivo fica no singular, repetindo-se o artigo antes do último adjetivo.

Ex: Eu falo a língua inglesa e a italiana.

O substantivo vai para o plural, não se repetindo o artigo.

Ex: Eu falo as línguas inglesa e italiana.

- Numerais ordinais e substantivos

Há quatro concordâncias possíveis:

A primeira e a segunda colocada estavam aqui.

A primeira e a segunda colocadas estavam aqui.

As primeira e segunda colocadas estavam aqui.

As colocadas primeira e segunda estavam aqui.

160 Instituto Federal - Paraná


- Casos especiais Aula 23
Anexo, obrigado, mesmo, incluso, quite, leso, alerta, junto. e 24
Leio o texto anexo.

Recebi a informação anexa.

A aluna, ainda triste devido à situação, disse muito obrigada.

Elas mesmas tomaram as providências necessárias.

Nós estamos quites.

Língua Portuguesa I
Foi condenado por atitudes de leso-patriotismo.

Bastante, caro, barato,meio, longe, alto

São bastantes exercícios para fazer.

Essas roupas custam caro.

São motores caros demais.

Estou meio confusa.

É meio-dia e meia.

Estamos longe de casa. (distante)

Andei por longes caminhos.

Permanecíamos alerta.

Pareciam alertas os alunos.

É proibida, é necessário, é bom, é preciso.

É proibido entrada.

É proibida a entrada.

Água é bom.

A água não é boa.

Só / Sós / A sós

Gostaríamos de ficar sós. (sozinhos)

Fiquei só. (sozinho)

Curso Técnico em Secretariado 161


Aula 23 Ela tinha só aquelas bolsas. (apenas)

e 24 Queremos ficar a sós por um tempo.

Pseudo, menos

Eram pseudoprofessores.

Há menos calorias do que esperávamos.

Regras práticas

Seguem inclusas as receitas


Anexo, obrigado, mesmo, incluso, quite,
pedidas.
leso = ADJETIVOS: Sing. e Pl.
Língua Portuguesa I

Estou quite com o serviço militar.


Há menos problemas que
Alerta (!) e menos = invariáveis
supúnhamos.
Elas foram bastante precavidas.
Bastante, caro, barato, meio, longe: se
Tomaram bastantes precauções.
adjetivos = variáveis; se advérbios =
Sapatos caros; custaram muito
invariáveis.
caro.
É proibido entrada de menores.
É necessário, é bom, é proibido, etc.:
É proibida a entrada de menores.
Sujeito sem determinador = invariável;
Entrada proibida; Proibido
Com determinador = variável
entrada.
Buscou razões o mais claras
O mais... possível; os mais... possíveis = possível.
concorda com o ARTIGO. Buscou razões as mais claras
possíveis.
Estou só olhando; O bebê ficou
Só = sozinho ou somente; sós = sozinhos
só; Os filhos ficavam sós; Estou a
; a sós = sozinho ou sozinhos
sós agora.
a) gênero: V. Exa. está certo.
(homem)
SILEPSE = CONC. IDEOLÓGICA: não
b) número: O bando invadiram o
se faz com a palavra, mas com o sentido
prédio.
expresso.
c) pessoa: O passageiros
embarcamos.

162 Instituto Federal - Paraná


Aula 23
e 24
Vamos
pratica r
01)

Língua Portuguesa I
Notícia maquiada também fica assim: irreconhecível.

Uma disfarçadinha aqui, outra ali. Um pouquinho de maquiagem pode fazer


milagres.

Pena que às vezes é usada sem o mínimo de ética, especialmente, quando o assunto
é jornalismo. Maquiar notícias e números é tirar do cidadão o seu direito de formar
opiniões e de fazer escolhas. É por isso que optamos em fazer um jornalismo às claras,
de cara limpa, por mais feios que os fatos possam ser. Somos uma revista que acredita
que opiniões isentas, investigações a fundo e compromisso com a verdade são o único
caminho para um país mais justo e independente. Porque beleza o Brasil já tem de sobra.
O que falta mesmo é transparência.

Folha de S.Paulo. 21 mar. 2003, p. B-10. Adaptado.

Em português, há casos em que as normas gramaticais permitem flexibilidade no


que se refere à concordância verbal. Indique qual dos enunciados permite flexibilidade
quanto ao uso singular ou plural da forma verbal.

a) Na imprensa nacional e internacional, devem haver informações manipuladas e


falseadas.

b) Nenhuma das agências publicitárias estão isentas da responsabilidade social e ética.

c) O resultado das últimas pesquisas mostraram que o jornalismo é bastante respeitado


pela sociedade.

d) A maior parte das notícias são veiculadas de maneira responsável e inteligente.

e) Cada uma das notícias divulgadas precisam ser profundamente investigadas.

Curso Técnico em Secretariado 163


Aula 23 02) Complete as frases a seguir com as forma apropriada dos verbos entre parênteses:

e 24 a) ____________alguns doces.(sobrar)

b) ____________alguns bons amigos fiéis no fim da festa. (ficar)

c) Você e seus amigos ________________ das reuniões da classe. (dever participar)

d) 1% dos entrevistados _____________ seu voto. (negar-se a declarar)

e) 32% do orçamento ________________ nos meandros da burocracia. (desaparecer)

f) Não fui eu quem ________ isso. (falar)


Língua Portuguesa I

03) Complete as frases seguintes com a forma apropriada do termo entre parênteses.

a) Eles ___________ comunicaram à atriz que ela ___________teria de tomar as


providências necessárias. (mesmo/mesmo)

b) A foto pedida segue __________ à ficha de cadastro. (incluso)

c) Favor enviar ___________ os documentos solicitados. (anexo)

d) Eu _________ farei isso! __ disse o rapaz. (próprio)

e) Faz uma hora e __________ que ele está esperando. (meio)

f) Acho que a goiabada que comemos esta manhã estava _________ estragada. (meio)

Anotações

164 Instituto Federal - Paraná


PONTUAÇÃO Aula 25
e 26

A pontuação é um recurso para representar, além da entonação da leitura, a


estrutura sintática dos períodos. A pontuação traduz a clareza da escrita.

A seguir veremos os principais empregos de alguns sinais de pontuação.

PONTO FINAL ( . )

É utilizado na finalização de frases declarativas ou imperativas e também em


abreviaturas.

Língua Portuguesa I
Ele ficou com os papéis e o direito de receber por eles.

PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )

É utilizado no fim de uma palavra, oração ou frase, indicando uma pergunta direta.

A quem foi entregue o presente?

PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )

É usado no final de frases exclamativas, depois de interjeições ou locuções.

Meus Deus! Isso é incrível!

VÍRGULA

A vírgula é usada nos seguintes casos:  

- para separar o nome de localidades das datas.  

São José da Boa Fé, 28 de dezembro de 2007.

- para separar vocativo.

Meus amigos, sintam-se à vontade. 

- para separar aposto.

Joaquim, meu melhor amigo, é um sujeito camarada.

- para separar expressões explicativas ou retificativas, tais como: isto é, aliás, além,
por exemplo, além disso, então. 

Precisamos de uma boa idéia, isto é, que todos pensem muito.

- para separar orações coordenadas assindéticas.  

Eu saí cedo, ele voltou tarde.


Curso Técnico em Secretariado 165
Aula 25 - para separar orações coordenadas sindéticas, (mas lembre-se de que as orações
iniciadas pelas conjunções “e”, “ou” e “nem” não devem conter vírgulas).  
e 26
Naquele restaurante cobram pouco, porém a comida saborosíssima.

- para separar orações adjetivas explicativas.

A moça, separada do namorado, chorava muito. 

- para separar o adjunto adverbial.

Nas esquinas, as nossas idéias se encontravam.

PONTO E VÍRGULA
Língua Portuguesa I

O ponto e vírgula indica uma pausa mais longa que a vírgula, porém mais breve que
o ponto final.  

Utilizado:

- para itens de uma enumeração.

Há que se perceber a presença da pontuação em:

a. orações coordenadas;

b. orações subordinadas;

c. topônimos.

DOIS PONTOS

Os dois pontos são empregados nos seguintes casos:

- para iniciar uma enumeração.

Devem-se seguir as seguintes regras:

a. iniciar a frase com letra maiúscula;

b. pontuar, a partir da estrutura sintática.

- antes de uma citação.

Como já alertara o autor: “Ler é ainda um remédio para a alma.”

 - para iniciar a fala de uma pessoa, personagem.

O marido disse: - Estou disposto a ajudá-la.

166 Instituto Federal - Paraná


RETICÊNCIAS Aula 25
Indicam uma interrupção ou suspensão na seqüência normal da frase. Usam-se: e 26
- para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.  

Quando eu abri a porta...

- para indicar dúvida ou surpresa na fala de alguém.

Querido, você... já é vovô!

ASPAS

Língua Portuguesa I
São usadas nos seguintes casos:

- na representação de nomes de livros e legendas.

Você não deve deixar o “Grande Sertão Veredas” assim, jogado.

- nas citações ou transcrições e estrangeirismos.

“Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não
altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente
está querendo desabrochar de um modo ou de outro...”

PARÊNTESES

São usados nos seguintes casos:  

- na separação de qualquer indicação de ordem explicativa.

Curso Técnico em Secretariado 167


Aula 25 O mundo moderno é capaz de transformar pessoas em milionários no
espaço de uma geração (Bill Gates acumulou sua fortuna entre os 30 e 40 anos).
e 26
Para trabalhar pontuação, nada melhor que começarmos a prática. Pontue os textos
com auxílio do seu professor.

OBS: TODO O TEXTO DEVE SER COLOCADO EM LETRA MINÚSCULA E SEM


PONTUAÇÃO, O QUE ESTÁ EM VERMELHO É GABARITO.

“Fins do século XVI, inícios do século XVII: tempo em que a escravidão africana
crescia expressivamente na agromanufatura do açúcar, substituindo o cativeiro indígena.
As insurreições de escravos não tardariam a se alastrar pelo litoral da América portuguesa,
sobretudo no Nordeste. O medo que colonos, jesuítas e autoridades régias havia muito
Língua Portuguesa I

sentiam dos índios seria, então, cada vez mais acrescido pelo pavor das rebeliões negras,
pânico de longuíssima duração que, longe de se restringir ao período colonial, atingiria seu
auge no século XIX.” (VAINFAS, Ronaldo. Deus contra palmares: representações senhoriais
e idéias jesuíticas.)

O fato de as democracias apresentarem bons resultados decorre principalmente


da participação de todos no processo decisório, sem distinção quanto à capacidade
intelectual, importância, sabedoria, cultura, raça, credo, poder econômico ou qualquer
outro aspecto. Quanto mais abrangente e qualificada a intervenção dos indivíduos nas
decisões coletivas, mais eficiente a democracia, e melhores e mais duradouros os seus
efeitos. Portanto, enquanto parcelas significativas da sociedade estiverem excluídas das
decisões (por razões econômicas, por exemplo), menos perceptíveis serão, no curto prazo,
os efeitos benéficos dessa forma de governo.

A afirmação de que a democracia não é a forma ideal de governo, mas a melhor das
formas conhecidas, é bastante comum. Essa constatação apóia-se na observação de que
os países mais democráticos, ou com mais tempo de prática da democracia, estão mais
avançados em todos os aspectos. São países que “deram certo”, ou “estão dando mais
certo”, em comparação às ditaduras ou às democracias imaturas.

(Ciência Hoje, n. 186, set. 2002.)

Os conceitos de “público” e “privado” podem ser interpretados como a tradução


em termos espaciais de “coletivo” e “individual”. Num sentido mais absoluto, podemos
dizer: pública é uma área acessível a todos a qualquer momento; a responsabilidade
por sua manutenção é assumida coletivamente. Privada é uma área cujo acesso é
determinado por um pequeno grupo ou por uma pessoa, que tem a responsabilidade de
mantê-la. Esta oposição extrema entre o público e o privado – como a oposição entre o
coletivo e o individual – resultou num clichê, e é tão sem matizes e falsa como a suposta
oposição entre o geral e o específico, o objetivo e o subjetivo. Tais oposições são sintomas
da desintegração das relações humanas básicas. Todo mundo quer ser aceito, quer se
inserir, quer ter um lugar seu. Todo comportamento na sociedade em geral é, na verdade,
determinado por papéis, nos quais a personalidade de cada indivíduo é afirmada pelo

168 Instituto Federal - Paraná


que os outros vêem nele. No nosso mundo, experimentamos uma polarização entre a Aula 25
individualidade exagerada, de um lado, e a coletividade exagerada, de outro. Coloca-se
e 26
excessiva ênfase nestes dois pólos, embora não exista uma única relação humana que se
concentre exclusivamente em um indivíduo ou em um grupo, ou mesmo que se concentre
de modo exclusivo em todos os outros, ou seja, no “mundo externo”. É sempre uma
questão de pessoas e grupos em inter-relação e compromisso mútuo, ou seja, é sempre
uma questão de coletividade e indivíduo, um em face do outro.

(HERTZBERGER, H. Lições de arquitetura. S Paulo: Martins Fontes, 1999. p.12.)

Anotações

Língua Portuguesa I

Curso Técnico em Secretariado 169


Aula 27 ORIENTAÇÕES ORTOGRÁFICAS
e 28

X ou ch? S ou z? Ç ou ss?
Língua Portuguesa I

Fonte: http://www.biasoli.blogger.com.br/071003_f_014.jpg

A competência para escrever corretamente as palavras está diretamente ligada ao


contato com essas mesmas palavras. Isso significa que a freqüência do uso é que acaba
trazendo a memorização da grafia correta. Além disso, deve-se criar o hábito de esclarecer
as dúvidas com as necessárias consultas ao dicionário. Trata-se de um processo constante,
que produz resultados a longo prazo.

No entanto, existem algumas orientações gerais que podem ser úteis e que devem
constituir material de consulta para as atividades escritas que você desenvolver. Vamos
conhecê-las?

Uso de algumas vogais e algumas consoantes.

Uso do E

Em verbos terminados em -oar e -uar no presente do subjuntivo:

abençoe, magoe , soe (soar ) , atue continue.

No prefixo latino ante ( “anterioridade “) e derivados :

antebraço , antecâmara ,anteontem.

Nas terceiras pessoas do plural do presente do indicativo dos verbos terminados


em er e ir:

caem , saem ,constroem.

170 Instituto Federal - Paraná


Nos verbos terminados em -ear: Aula 27
e 28
grampeio, bloqueio, passeamos, ceamos.

Em alguns verbos em -iar (mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar):

medeio, medeias, anseio, remedeio, odeio .

Em todos os verbos da primeira conjugação no presente do modo subjuntivo


(exceto estar):

estude, estudemos, viaje, viajemos, medeie, mediemos. (mas: esteja ,


estejamos).

Língua Portuguesa I
Uso do I

Nos verbos em -uir, -air, -oer, na terceira pessoa do singular do presente do


indicativo :

sai, cai, dói, rói; contribui, constrói, possui, restitui

No prefixo grego anti (“contra”) e derivados :

Anticristo, antipatia, anticlerical, anti-herói .

Como vogal de ligação:

camoniano, machadiano, drummondiana, weberiano .

Uso do O

Em verbos em -oar :

abençoo, soo (soar), magoas, magoamos, voo .

Em palavras derivadas que mantêm o o da primitiva:

feijão, tom, toada, som, soar, boteco, mosquito (mosca), sortimento (sorte)

O uso do U

Nas terminações -ua, -ula, -ulo:

água, íngua, cálculo, tentáculo.

Para aportuguesar palavras inglesas com w:

sanduíche, suéter, uísque, Uílson .

Curso Técnico em Secretariado 171


Aula 27 Uso do G
e 28
Nas terminações - ágio, - égio, - ígio -, ógio, - úgio.

adágio, ágio, estágio, régio, refúgio.

Nas terminações -agem, -igem, -ugem - ege, - oge:

folhagem, viagem, vertigem, frege, sege, paragoge.

Nas palavras de origem estrangeira ,latina ou grega:

álgebra, agiotagem, ágio, agir.


Língua Portuguesa I

Uso do J

Palavra de origem tupi, africana e árabe:

jê, jenipapo, pajé.

Nos subjuntivos dos verbos em -jar:

arranje, despeje, trajem, viajem.

Uso do S

Em derivados de verbos com ND (nd - ns):

ascender, ascensorista, estender, suspender, tender, pretensioso.

Nas correlações pel-puls, rg-rs, rt-rs:

competir, expelir, aspergir, divertir, emergir, inversão.

Nas correlações corr-curs e sent-sens:

correr, percurso, incursão, sentir, senso, sensível, dissensão.

Nos títulos nobiliárquicos , nos gentílicos (procedência) e nos femininos em


geral:

baronesa, duquesa, princesa, inglesa, tailandesa, javanesa.

Após ditongos:

besouro, lousa, ousar, tesouro.

Nas formas verbais de querer e pôr (e derivados) :

quis, quisesse, pus, pôs, repuser, compusesse.

172 Instituto Federal - Paraná


Uso do SS: Aula 27
e 28
Nos derivados dos verbos com -ced, -gred, -prim, -tir:

ceder, cessão, interceder, excesso, progresso, impressionante, oprimir,


admissão, discutir, percussão.

Nas correlações rs - ss, x-ss, ps-ss:

persona, pessoa, adverso, laxo, lasso, gesso.

Uso do Z

Língua Portuguesa I
Nos substantivos abstratos derivados de adjetivos:

ácido, ávido, grávida, grandeza, pequenez.

Nos sufixos -izar e -ização:

amenizar, abalizar, civilizar, urbanização.

Uso do C e Ç

Em palavras de origem tupi, africana e árabe:

açafate, açafrão, açaí, açúcar, caçanje, caçula, cetim, muçum, paçoca, miçanga.

Nos sufixos -aça, -aço, -ação, -ecer, -iça, -iço, -uça, -uço:

barcaça, panelaço, dentição, criança, dentuça.

Nas correlações t-c e ter-tenção:

adotar, assunto, erecto, torto, exceções, eletrocutar, divertir, diversão,


abster, ater, deter, conter, contenção.

Após ditongos:

feição, louça, traição.

Uso do SC

O uso do sc ou c e relaciona-se à etimologia . Basicamente sc encontra encontra-


se em termos eruditos latinos e o c em formas populares e vernáculas.

abscesso, acrescentar, aquiescer, consciência, descer, disciplina,


discente (aluno), fascículo.

Curso Técnico em Secretariado 173


Aula 27 Uso do CH
e 28
Em vocábulos provenientes do latim:

chave,chão, chuva.

Em vocábulos provenientes do francês, italiano e espanhol:

brocha, deboche, chefe, mochila, charlatão, salsicha.

Em vocábulos provenientes do inglês e alemão:

chope, sanduíche, chucrute.


Língua Portuguesa I

Em vocábulos provenientes do árabe e russo:

azeviche, babucha, bolchevique.

Uso do X

Em vocábulos de origem árabe, tupi e africana:

almoxarife, xadrez, muxoxo, xavante, xingar.

Para, no aportuguesamento, substituir o sh inglês e o j espanhol:

xampu, Hiroxima, lagartixa.

Após a inicial en - desde que a palavra não seja derivada de outra com ch:

encaixe, engraxar, enxugar. Mas: charco, encharcar, cheio, enchente,


enchoçar.

Após a inicial me- , exceto mecha e derivados:

mexer, mexicano, feixe, gueixa, trouxa.

Após ditongos:

baixa, baixela, frouxo, gueixa, trouxa.

É na produção de textos escritos que o problema ortográfico adquire importância. Na


elaboração de textos que pretendem seguir os padrões do português culto, a observação
da ortografia deve ser cuidadosa, a fim de evitar erros que podem diminuir a credibilidade
de quem redige. Por isso, habitue-se a consultar dicionários e gramáticas quando estiver
escrevendo. O uso de uma letra no lugar errado pode pôr a perder seus esforços para
convencer ou sensibilizar o seu leitor.

174 Instituto Federal - Paraná


Aula 27
e 28
Vamos
pratica r
01) Assinale a alternativa que completa os períodos corretamente:

I. O ministro ________ o requerimento.

II. O juiz adia o dia da ________ do júri, pois fizera a _______ da sala do fórum.

III. O advogado ________ o cliente.

Língua Portuguesa I
IV. O médico _______ os clientes pela classe social.

a) defere – sessão – cessão – discrimina – descrimina;

b) defere – sessão – cessão – descrimina – discrimina;

c) difere – cessão – sessão – descrimina – discrimina;

d) difere – sessão – cessão – discrimina – descrimina;

e) difere – cessão – seção – discrimina – descrimina.

02) Há palavra escrita de modo incorreto na frase:

a) Empresas escolhem funcionários muitas vezes com base em seu caráter, que, na acepção
mais ampla, engloba toda a personalidade e não somente o aspecto ético.

b) Alguns psicólogos regeitam a noção de que pessoas viriam ao mundo com uma espécie
de pecado original psicológico, como marca de nascença.

c) Certos traços de personalidade, mais associados a uma vida harmoniosa, podem ser
desenvolvidos pela aprendizagem, com algum esforço e perseverança.

d) A escolha de astronautas, por exemplo, leva em conta a capacidade de conviver


longo tempo com outras pessoas em espaço exíguo, sem que o isolamento afete seu
desempenho.

e) Muitos conceitos da pesquisa acadêmica mais séria são geralmente inacessíveis à


população leiga, que recorre então aos livros de auto-ajuda, como solução de problemas.

Curso Técnico em Secretariado 175


Aula 27 03) Escreva uma frase com cada uma das seguintes palavras: tachar, taxar, cheque,
xeque, comprimento, cumprimento.
e 28
Anotações
Língua Portuguesa I

176 Instituto Federal - Paraná


OS ERROS E AS CONFUSÕES MAIS COMUNS Aula 29
e 30

Nestas aulas pretendemos ampliar alguns aspectos das anteriores, oferecendo a você
orientações sobre aspectos gerais da língua portuguesa culta. Portanto, é a oportunidade
de aperfeiçoar seu desempenho no que diz respeito à grafia e ao emprego adequado de
formas e expressões que costumeiramente causam problemas a quem pretende falar ou
redigir português culto.

Muitas coisas que veremos a seguir já foram estudadas. Nesse caso, aproveite o
que vamos dizer para avaliar o seu conhecimento. É importante que você definitivamente
incorpore tais detalhes ao seu manuseio escrito e falado, nas situações apropriadas, da

Língua Portuguesa I
língua portuguesa.

Fonte: http://blogviagens.com/wp-content/uploads/2010/07/exposicao-menas.jpg

PALAVRAS E EXPRESSÕES MAL USADAS

• ONDE – só deve ser usado para indicar lugar. “O telefonema onde ele me disse.”
Nem pensar...

• QUALQUER – não confundir com nenhum. “Não há qualquer risco.” O correto


é: “ Não há nenhum risco.”

• SEQUER – exige uma palavra negativa antes. “Ele sequer me deu ouvidos”
errado. O correto é “Ele nem sequer me deu ouvidos.”

• SI – somente usado para indicar reflexividade. “Trazia para si a verdade.”

• CONSIGO – não confundir com contigo, que traduz a segunda pessoa. Para
dirigir-se a terceira pessoa, use “com você”, porque “consigo” indica reflexividade
também. “Trouxe consigo as suas angústias.”

• POR QUE /PORQUE/POR QUÊ/PORQUÊ – Gostaria de saber por que saiu cedo.
Saberíamos o porquê se ele nos contasse. Nem imaginávamos por quê. Por
quê? Gostaria de sair daqui porque estou atrasada.

Curso Técnico em Secretariado 177


• À – nunca antes de palavras que expressem masculino, palavras repetidas,
Aula 29
verbos, casa (sem determinação), terra (sem determinação), distância (sem
e 30 determinação).

• CERCA DE – nunca use esta expressão com números exatos. “Existiam cerca de
13 dúvidas.” (idéia de exatidão contraposta ao numeral 13). Utilize: “Existiam
cerca de 20 dúvidas.” Ou “Existiam cerca de 10 dúvidas.”

• A MENINA QUE ELE É APAIXONADO – observe a regência: A menina por que(m)


ele é apaixonado. A menina de que(m) ele é apaixonado.

• ABREVIATURA DE HORA, METRO, QUILO, LITRO: 6h / 6h e 20 min/ 6h20’34’’;


6m; 6 kg; 6l – sem plural.
Língua Portuguesa I

• ELE MUDOU A MANEIRA DAS MULHERES SE VESTIREM – Ele mudou a maneira


de as mulheres se vestirem.

• HAJA /AJA – haja= verbo haver e aja= verbo agir

• MAIS / MAS – mais= diferente de menos / mas = porém, contudo, todavia

• MENAS – nem pensar! O correto é MENOS.

• PERCA / PERDA – perda – é substantivo. Perda total do automóvel. Perca –


verbo perder primeira/terceira pessoas do presente do subjuntivo.

• CHEGO – não existe! O correto é CHEGADO.

• POR CAUSA QUE – não existe! Use PORQUE.

• TIVER/ ESTIVER – não confunda os verbos ter e estar. Quando eu tiver dinheiro...
Quando eu estiver de férias...

• SEJE/ ESTEJE – nem pensar! SEJA e ESTEJA são as formas corretas.

• DE MENOR – não existe. Use “menor”. O aluno é menor.

• HAVER / A VER – haver – verbo / Isso não tem nada a ver.

• VIAJEM / VIAGEM – Quero que eles viajem logo. (verbo viajar no presente do
subjuntivo) / viagem = substantivo

• HAJA VISTA OU HAJA VISTO? – O correto é HAJA VISTA sempre.

• AO INVÉS DE / EM VEZ DE? – ao invés de = ao contrário / em vez de= no lugar


de; em substituição a.

• TV A CORES – não! TV EM CORES.

• ENTREGAS À DOMICÍLIO OU ENTREGAS A DOMICÍLIO? – Nenhuma delas! O


correto é ENTREGA EM DOMICÍLIO.
178 Instituto Federal - Paraná
• ÀS CUSTAS – não! O correto é: Vive à custa dos pais. Aula 29
• À MEDIDA EM QUE – não. Você pode usar: NA MEDIDA EM QUE (tendo em e 30
vista que) ou À MEDIDA QUE (à proporção que).

• DE ENCONTRO A / AO ENCONTRO DE – A primeira expressão significa condição


oposta, contrária. A segunda indica uma situação favorável.

• EXCEÇÃO/ EXEÇÃO/ EXCESSO – O correto é EXCEÇÃO e EXCESSO.

• ASCENSÃO / PICHAR / CHUCHU / EMPECILHO / CABELEIREIRO – assim todas


corretas.

• BENEFICIENTE – não! O correto é BENEFICENTE.

Língua Portuguesa I
• PORISSO – nem pensar! POR ISSO.

• PÔDE / PODE – pode (presente) / pôde (passado)

• INTERVIU / RETEU – nada disso! INTERVEIO / RETEVE

• PREFIRO MAIS ISSO DO QUE AQUILO – nada disso! PREFIRO ISSO ou PREFIRO
ISSO ÀQUILO.

• SE EU PREDIZER – não! PREDISSER

• QUANDO EU VER – não! QUANDO EU VIR

• QUANDO EU VIR (verbo vir) – não! QUANDO EU VIER

• QUIZ – nada disso – tudo do verbo querer é com “s” – QUIS – QUISESSE

• POSSUIR – DISTRIBUIR – POLUIR – EXCLUIR

• REMEDIA / INTERMEDIA – não! – REMEDEIA, MEDEIA, INTERMEDEIA, ANSEIA,


INCENDEIA

• EXPLUDO / EXPLODO – nenhum dos dois – o verbo explodir é defectivo, não


apresentando a primeira pessoa do presente do indicativo.

• COLORO/ COLIRO? Nenhum dos dois. – o verbo colorir também é defectivo,


não apresenta várias formas. Utilize verbo sinônimo como o “pintar” ou locução
verbal “estou colorindo” ou “vou colorir”.

• FAZ OU FAZEM DIAS QUE NÃO NOS VEMOS? – FAZ DIAS... (verbo impessoal
fica no singular!)

• VENDE-SE MATERIAL DE DEMOLIÇÃO – VENDEM-SE MATERIAIS DE


DEMOLIÇÃO.

Curso Técnico em Secretariado 179


Aula 29 • PRECISA-SE DE ENGENHEIRO COM EXPRERIÊNCIA. – PRECISA-SE DE
ENGENHEIROS COM EXPERIÊNCIA.
e 30
• MEIO-DIA E MEIO – nada disso! MEIO DIA E MEIA.

• NÃO LHE ESPERAREI MAIS – atenção! NÃO O ESPERAREI MAIS. NÃO LHE DIREI
A VERDADE.

• O MATERIAL É PARA MIM ESCREVER – mim escreve? Não! O MATERIAL É PARA


EU ESCREVER. PARA MIM É DIFÍCIL FICAR AQUI.

É importante repetir que a produção de textos escritos e falados em um nível formal


pode ser comprometida por erros de ortografia e expressões mal usadas. Por isso, fique
Língua Portuguesa I

atento e não tenha preguiça de consultar um bom dicionário ou um guia ortográfico


quando tiver as dúvidas que todo mundo tem.

Vamos
pratica r
01) Indique os casos em que o verbo entre parênteses deve tomar a forma da 3ª pessoa
do singular:

a) Já não (EXISTIR) razões para temer novo incêndio.

b) Antigamente, aqui (HAVER) muitos animais silvestres.

c) Num país civilizado não se (ADMITIR) discriminações raciais.

d) Parece-nos (ESTAR) eles dispostos a qualquer coisa.

e) Aqui já não se (PRECISAR) de tantos auxiliares.

f) Os Estados Unidos (PRODUZIR) enormes quantidades de trigo.

02) Qual a alternativa em que as formas dos verbos bater, consertar e haver, nas frases
abaixo, são usadas na concordância correta?

– As aulas começam quando ____ ________ oito horas.

– Nessa loja _________ relógios de parede.

– Ontem ________ ótimos programas na televisão.

180 Instituto Federal - Paraná


a) batem / consertam-se / houve. Aula 29
b) bate / consertam-se / havia. e 30
c) baterem / conserta-se / houveram.

d) batiam / consertar-se-ão / haverá;

e) batem / consertarei / haviam.

03) Indique a alternativa CORRETA:

Língua Portuguesa I
a) Preferia brincar do que trabalhar.

b) Preferia mais brincar a trabalhar.

c) Preferia brincar a trabalhar.

d) Preferia brincar à trabalhar.

e) Preferia mais brincar que trabalhar.

04) Assinale a única frase em que há inadequação em relação ao emprego ou não do


acento grave para indicação do fenômeno da crase:

a) Se a comissão resistiu à uma devassa como essa é porque nada tinha de condenável.

b) A reunião será à uma hora: quem chegar atrasado não entra.

c) Esperava por eles, sentado à porta, ou encostado à janela.

d) Estou feliz porque hoje fiz uma boa ação: servi de olhos a um cego.

e) Todos, à uma, acusavam o governador de corrupto.

Anotações

Curso Técnico em Secretariado 181


Atividades Autoinstrutivas
1) O processo de comunicação envolve quatro componentes básicos que estão correta-
mente dispostos na alternativa:
a) endereço, assunto, mensagem e receptor.
b)ruídos, assunto, receptor e meio.
c) emissor,mensagem, meio e receptor.
d) resistência, discrição, mensagem e receptor.
e) discrição, meio, mensagem e receptor.

2) São encaradas como barreiras na comunicação:


Língua Portuguesa I

a) mensagem, tom de voz e receptor.


b) ndelicadeza, emissor e impaciência.
c) egocentrismo, distração e gírias.
d) resistência, emissor, endereço.
e) mensagem, texto e ruídos.

3) A linguagem verbal é caracterizada:


a) somente pela escrita.
b) somente pela fala.
c) somente pelos gestos.
e) somente pelos desenhos.
d) pela escrita e pela fala.

4) São exemplos de linguagem não-verbal:


a) carta e bilhetes.
b) mímicas e olhares.
c) posturas e músicas.
d) caretas e cartões.
e) poemas e músicas.

5) Língua culta é a expressão da linguagem por meio de:


a) gírias.
b) coloquialismos.
c) normas gramaticais.
d) expressões particulares de cada grupo.
e) regionalismos.

182 Instituto Federal - Paraná


6) “...É uma frase formada por uma ou mais orações. Inicia-se com letra maiúscula e
termina com um ponto – que pode ser: final, de exclamação, de interrogação – ou reti-
cências.” Essa afirmação define:
a) oração.
b) período.
c) conectividade.
d) parágrafo.
e) elemento coesivo.

7) São exemplos de oração, EXCETO:


a) Preciso de sua ajuda.
b) Os garotos adoram ir ao cinema.

Língua Portuguesa I
c) O planeta ainda tem solução.
d) Nossa! Quantas pessoas!
e) Você acredita em quê?

8) “...É um conjunto de ideias afins, agrupadas em períodos, que podem ser simples ou
compostos. Eles desenvolvem uma ideia ou argumento central e compõem um texto.”
Essa afirmação corresponde ao:
a) elemento coesivo.
b) texto visual.
c) conectivo.
d) período.
e) parágrafo.

09) Assinale a opção que apresenta exemplo de período composto:


a) Fernando e Camila estudaram muito para a prova.
b) Queria que você me emprestasse seu livro.
c) Os animais de estimação precisam de carinho.
d) Tome cuidado com carros.
e) Trouxeram todos os livros para a sala de aula.

10) Sobre os conceitos relacionados à noção de texto, marque a alternativa INCORRETA:


a) Intertextualidade: é a relação que se estabelece entre o texto que está sendo lido e
todos os outros textos que se já leu.
b) Informatividade: são as informações veiculadas pelo texto. Às vezes, o texto denota
maior ou menor esforço do leitor devido ao grau de informatividade veiculado.
c) Conectividade: é a relação de dependência semântica que se estabelece no texto, a
partir dos mecanismos de coerência e coesão.
d) Situcionalidade: é a contextualização da situação textual, ou seja, é a inserção do texto
numa globalidade vocabular, de tempos verbais, conteúdos.
e) Intencionalidade: é a determinação da intenção do texto, da sua linguagem, do que se
quer transmitir.

Curso Técnico em Secretariado 183


11) Indique em que sentido, denotativo ou conotativo, estão as palavras destacadas nos
textos que seguem:

O foguete entrou na atmosfera terrestre.


Não faltam braços para o trabalho no campo.
A atmosfera da sala de aula não me fazia bem.
O operário feriu-se no braço.

Assinale a alternativa que completa de forma CORRETA e RESPECTIVAMENTE o enunciado


anterior:
a) Conotativo, denotativo, denotativo e conotativo.
b) Conotativo, denotativo, conotativo e conotativo.
Língua Portuguesa I

c) Denotativo, conotativo, conotativo, denotativo.


d) Denotativo, conotativo, conotativo, conotativo.
e) Denotativo, conotativo, denotativo, denotativo.

12) As palavras destacadas são exemplos de sentido conotativo, EXCETO:


a) Há um período em que os país vão ficando órfãos dos próprios filhos.
b) Clarice estava cega de paixão.
c) Marcos tentou levar vantagem, mas quebrou a cara.
d) Os cegos leem em braile.
e) O clima lá em casa está muito pesado.

184 Instituto Federal - Paraná


13) Leia este poema:
POEMA PERTO DO FIM
A morte é indolor.
O que dói nela é o nada
que a vida faz do amor.
Sopro a flauta encantada
e não dá nenhum som.
Levo uma pena leve
de não ter sido bom.
E no coração, neve.
(Thiago de Mello)

Língua Portuguesa I
No último verso do poema, ocorre uma figura de linguagem, mais precisamente uma fi-
gura de sintaxe ou construção. Assinale a alternativa que traga sua correta classificação:
a) onomatopeia.
b) elipse.
c) hipérbato.
d) pleonasmo.
e) zeugma.

14) Leia esta tira:

Fonte: http://comicsgarfield.blogspot.com/

Na frase “Sim, assim como meias coloridas e gravatas xadrez”, do segundo quadrinho, o
efeito de sentido crítico ou humorístico indica o uso da figura de pensamento denomina-
da:
a) Ironia.
b) Eufemismo.
c) Hipérbole.
d) Clímax.
e) Paradoxo.

15) São exemplos de hipérbole, EXCETO:


a) A cidade amanheceu sob um dilúvio.
b) Ele come como um elefante.
c) Estou morrendo de fome.
d) Chorei rios de lágrimas.
e) A pequena árvore estava alegre com a chegada da primavera.

Curso Técnico em Secretariado 185


16) Leia este texto:
Tecendo a manhã

Um galo sozinho
não tece uma manhã
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
Língua Portuguesa I

para que a manhã, desde uma teia tênue,


se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão .
(João Cabral de Melo Neto)

O sentido do poema sugere a ideia de:


a) egoísmo.
b) solidariedade.
c) arrogância.
d) frustração.
e) ecologia.

17) O significado do poema acima sugere o provérbio:


a) Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.
b) Quem tudo quer, tudo perde.
c) Nem tudo que reluz é ouro.
d) Uma andorinha só não faz verão.
e) As aparências enganam.

186 Instituto Federal - Paraná


18) Leia com atenção o trecho abaixo:
“Os governantes passaram a dizer que a culpa não era deles, era da taxa de juros, de
alguma crise no exterior, da falta de investimentos externos, das dívidas financeiras, ou
qualquer outra circunstância administrativa, porque não sentiam a obrigação de cuidar
do povo.”
(BUARQUE, Cristovam. O tamanho do coração. In: O GLOBO. 16 de dezembro de 2002. p.
7.)

Agora, indique a palavra ou expressão que sintetize o trecho lido acima:


a) individualismo afetivo.
b) rostos famintos.
c) o lucro e a produtividade.

Língua Portuguesa I
d) prejuízo das pessoas.
e) lógica do mercado.

Leia este poema, de Carlos Drummond de Andrade:

19) O poema retrata um problema comum nos relacionamentos amorosos. Qual é esse
problema?
a) As brigas entre casais.
b) Desentendimentos entre namorados.
c) Desencontros amorosos.
d) Ciúmes.
e) Excesso de brigas entre casais.

Curso Técnico em Secretariado 187


20) Ao usar a forma AMAVA tantas vezes no texto, qual foi a ideia que o autor teve a
intenção de transmitir?Assinale apenas UMA alternativa.
a) De ação concluída.
b) De ações simultâneas.
c) De polidez.
d) De tempo impreciso.
e) De ação repetida.

21) São exemplos de oração, EXCETO:


a) Preciso de sua ajuda.
b) Os garotos adoram ir ao cinema.
c) O planeta ainda tem solução.
Língua Portuguesa I

d) Nossa! Quantas pessoas!


e) Você acredita em quê?

22) Leia o trecho abaixo.


“Consultando o relógio da parede, que bate as horas num gemer de ferros, ela chama uma
das pretas, para que lhe traga a chaleira com água quente.”

Numere a 2ª coluna, identificando a função sintática do termo, de acordo com a 1ª coluna:

(1) adjunto adnominal


(2) adjunto adverbial

( ) num gemer de ferros


( ) da parede
( ) com água quente

A sequência correta, de cima para baixo, é:


a) 2-2-1
b) 2-1-1
c) 2-1-2
d) 1-2-2
e)1-2-1

188 Instituto Federal - Paraná


23) Leia esta tira:

Fonte: http://tirinhasdogarfield.blogspot.com/2006_07_01_archive.html

Sobre a oração “Eu amo finais felizes.”, do último quadrinho, todas as afirmações estão
corretas, EXCETO:

Língua Portuguesa I
a) Finais felizes é complemento direto.
b) Amo é um verbo transitivo direto.
c) Essa oração possui sujeito e predicado.
d) Amo é verbo transitivo indireto.
e) Eu é sujeito da oração.

24) Os termos destacados são exemplos de sujeito simples, EXCETO:


a) O passeio era demorado e filosófico.
b) O sargento e o cabo nos ensinaram a atirar.
c) Eu não disse isso.
d) Quem sabe onde estamos?
e) Os três estavam de acordo.

25) Marque a opção em que o sujeito da frase é indeterminado:


a) Alugam-se casas na praia.
b) Anoiteceu rapidamente.
c) Nas férias, mataram meu papagaio.
d) Revelou-se a identidade do ladrão.
e) Vendeu-se um carro de marca.

26) Preencha o espaço das frases abaixo com os pronomes EU ou MIM:


I. Minha irmã trouxe um livro para __________ ler
II. Ninguém irá a São Paulo sem __________.
III. Meus pais fizeram tudo para __________ entrar na UDESC.
IV. Para ______________ resolver esses problemas é uma questão de tempo.

A alternativa que representa sequência CORRETA é:


a) eu, eu, mim, eu;
b) eu, mim, mim, eu;
c) mim, eu, eu, mim;
d) mim, eu, mim, eu;
e) eu, mim, eu, mim.

Curso Técnico em Secretariado 189


27)Que frases terão suas lacunas corretamente preenchidas com as formas entre
parênteses, obedecida a seqüência destas?
a) Vossa Excelência __________ em __________ mãos o poder que _________ confiou o
povo. (TEM, SUAS, LHE).
b) Senhor Diretor! Passo às mãos de ___________ o pedido de aposentadoria do Sr. J. Silva
e de D. M. Ferreira, sendo ___________ funcionária estatutária e _________ funcionário
contratado pela CLT. (V.Sª, ESTA, AQUELE).
c) Vossa Excelência, Senhor Presidente, ____________ estar ___________ do apoio de
todo ____________ Ministério. (DEVEIS, SEGURO, VOSSO).
d) Excelência! Nós gostaríamos de falar ____________ exatamente sobre __________
documento que acabamos de ___________ entregar. (CONSIGO, ESSE, LHE).
Língua Portuguesa I

28) Complete com este(a), esse(a), aquele(a), conforme convenha:


I. Vês ________ livro aí? É o meu. O teu é _______ que aqui está.
II. Meu caro amigo: fiquei muito feliz em saber que estás em outra cidade, e que
__________ é Toulouse. Quanto a mim, também mudei de ares e ________ cidade me
é muito mais simpática que __________ onde me conheceste e onde vivi até dois meses
atrás. Aliás, _________ dia ficará para sempre em nós marcado, e com ele _________
cidade, pois foi lá que começou __________ amizade que nos une.

A seqüência correta é:
a) este, esse, esta, essa, aquela, aquele, aquela, essa;
b) esse, este, essa, esta, aquela, aquele, aquela, esta;
c) aquele, este, aquela, essa, aquela, aquele, aquela, esta;
d) aquele, este, aquela, essa, aquela, esse, essa, essa;
e) aquela, esse, esta, essa, aquela, esse, essa, essa.

29) Assinale a alternativa em que o pronome está colocado indevidamente:


a) “É possível que o leitor me não creia.”
b) A nova diretora foi-me apresentada hoje.
c) Comecei a ensinar-lhe Matemática.
d) Em tratando-se de questões trabalhistas, é dispensável a assistência de um advogado.
e) Estou aqui para servir-vos.

190 Instituto Federal - Paraná


30) Assinale a alternativa que indica frases com a correta colocação de pronomes:
I. O menino da favela havia machucado-se ao subir a ladeira.
II. Se se queixasse ao dono da empresa, este ainda garantia-lhe o mísero pagamento.
III. Não posso considerá-lo relapso, pois acabou de me fazer uma demonstração
interessante sobre o que lhe ensinaram no treinamento.
IV. Nenhum de nós encontrou-o, pois vocês não se esforçaram suficientemente na busca.
V. A contribuição mensal não posso dá-la ao senhor por causa das denúncias de
corrupção que lhe fazem os jornais.

a) Estão corretas I, II e IV;


b) Estão corretas III e V;
c) Estão corretas II e IV;

Língua Portuguesa I
d) Estão corretas I e V;
e) Estão corretas II, III e V.

31) Assinale a alternativa constante de outros derivados de “pôr” que indicam, respec-
tivamente, oposição e repetição:
a) contrapor e repor;
b) depor e sobpor;
c) opor e sobrepor;
d) interpor e recompor;
e) compor e dispor.

32) Assinale a alternativa em que a conversão para o imperativo negativo não está cor-
reta:
a) Volte sempre!
Não volte jamais!
b) Segue por este caminho.
Não sigas por este caminho.
c) Escutai o que ele diz.
Não escuteis o que ele diz.
d) Vá embora. Por favor!
Não vá embora. Por favor!
e) Coma este brioche agora.
Não comas este brioche agora.

33) Assinale a alternativa incorreta:


a) Esta loja de automóveis compra, vende, intermedeia.
b) Se nós tivéssemos logo intervido, a discussão não teria terminado no tatame.
c) Quem diria que aquele jovem casal, aparentemente tão feliz, ainda se desaviesse?
d) Dona Maria ficou muito alegre porque reouve o colar que lhe haviam roubado.
e) Diga-lhe que pode ir agora, mas para vir amanhã cedinho.

Curso Técnico em Secretariado 191


34) “Quando ela chegou ao cinema, o filme já COMEÇARA.” O verbo destacado encon-
tra-se no:
a) Presente do subjuntivo.
b) Pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo.
c) Presente do indicativo.
d) Pretérito mais-que-perfeito do indicativo.
e) Pretérito imperfeito do indicativo.

35) Considerando as implicações da regência verbal e nominal, foram respeitadas, nas


alternativas abaixo, as condições de emprego do sinal indicativo da crase:
a) Os geógrafos não se prenderam à alguma questão em particular. Propuseram a reflexão
de diferentes problemas às delegações presentes.
Língua Portuguesa I

b) No Congresso, ouviram-se orientações iguais às que circulam pelos meios universitá-


rios: aquelas à que se referem os professores geógrafos.
c) Solicitamos à mesa diretora do Congresso o adiamento da formulação das conclusões
para o período de 10 à 20 do próximo mês.
d) A Comissão Organizadora do Congresso, a cujas solicitações resolvemos atender, encar-
regou-nos de apresentar a todos as conclusões, até a data de encerramento do conclave.
e) O conferencista não se referiu à pesquisas realizadas no Sudeste nem à projetos espe-
ciais de irrigação. Referiu-se apenas às obras constantes na bibliografia à disposição d os
participantes.

36) A alternativa em que há erro no emprego do a acentuado:


a) Cara a cara na Polícia, os marginais prestaram informações nem um pouco fiéis à ver-
dade.
b) Para escapar às cassações, alguns deputados, envolvidos em comissões de inquérito,
preferem renunciar.
c) Não nos submetamos àquelas exigências absurdas, que são ilegais.
d) Deixarei de fumar à partir do meu cinqüentenário.
e) À semelhança de quem se preocupa com a folha que ameaça entupir a calha, um depu-
tado apresentou um projeto de lei que extingue o uso da crase.

37) Assinale a alternativa em que, substituindo o verbo grifado pelo que se acha entre
parênteses, o a deverá ser acentuado.
a) O devedor resgatou mensal e religiosamente as prestações (pagar).
b) O jogador cumpria rigidamente as instruções do técnico (observar).
c) Faz mal à saúde inalar a fumaça que, ao tragar o cigarro, o fumante vizinho emite (as-
pirar).
d) Aterrorizadas, as crianças testemunhavam as freqüentes brigas dos pais (presenciar).
e) O secretário realizará a leitura da ata (proceder).

192 Instituto Federal - Paraná


38) Assinale a frase com erro de concordância do pronome o (pessoal ou demonstrati-
vo).
a) Muitos querem ser deputados, mas poucos os podem ser.
b) Sois a mãe dessa menina? Sou-o.
c) Os que ainda não leram esses livros devem fazê-lo já.
d Os que ainda não fizeram as provas devem fazê-las hoje.
e) Prezados Senhores, bem sabem V.Sas. quanto os admiro.

39) A alternativa em que a concordância verbal está de acordo com o português-padrão


escrito é:
a) Tem havido falhas que precisa ser corrigidas.
b) Após ampla exposição, colocou-se em discussão três propostas de negociação.

Língua Portuguesa I
c) No próximo ano, vão fazer dez anos que morreu Os Mamonas Assassinas.
d) Nos dias que se seguiu à tempestade, via-se pessoas procurando por parentes desapa-
recidos.
e) Fez-se um levantamento detalhado do caso e identificaram-se os responsáveis pelo
acidente.

40) Assinale a alternativa em que “meio” não deveria variar por ser advérbio:
a) Vá devagar. Ainda é apenas meio-dia e meia.
b) Pela receita, basta meia xícara de açúcar.
c) Meia verdade não se confunde com meia mentira?
d) A menina chegou completamente agitada, meia nervosa.
e) Nas comunidades rurais, há sempre no quintal meia dúzia de galinhas.

41) Considere a concordância nas frases a seguir:


I. Sobre a questão da água a grita dos ambientalistas radicais não condizem com a
realidade.
II. “Está se extinguindo os recursos hídricos do planeta por causa do consumo doméstico
e da irrigação agrícola” – advertem os ambientalistas. Tratam-se de mitos, como admite
respeitável parcela de cientistas.
III. Apenas um décimo da água potável disponível é gasto para que se faça todas as tarefas
domésticas.
IV. É verdade que setenta por cento da água própria para o consumo humano são utiliza-
dos na irrigação agrícola, mas a tecnologia está derrubando esse índice.
V. Mercê de campanhas bem conduzidas, muitos de nós nos preocupamos hoje em eco-
nomizar a água que jorra de nossas torneiras.

Não há erro de concordância nas frases:


a) II e III
b) IV e V
c) I e IV
d) II e V
e) I e III

Curso Técnico em Secretariado 193


42) Indique a alternativa que completa CORRETAMENTE esta frase: É provável que
_______vagas na academia, mas não_________pessoas interessadas: são muitas as for-
malidades a________cumpridas.
a) haja – existem – serem
b) hajam – existe – ser
c) hajam – existem – ser
d) haja – existe – ser
e) hajam – existem – serem

43) Estão corretas, EXCETO:


a) A sua paixão eram os filmes de terror.
b) Quem são os vencedores.
Língua Portuguesa I

c) José da Silva é eu.


d) É uma hora.
e) São cinco para uma.

44) Assinale a opção em que o emprego da vírgula está em desacordo com as prescri-
ções das regras gramaticais da norma culta:
a) Medicamentos de última geração, aliás, são apenas coadjuvantes no tratamento dos
males do sono. (Época, 03 ago. 1998.)
b) Elevar-se é uma aspiração humana a que a música, essa arte próxima do divino, assiste
com uma harmonia quase celestial. (Bravo!, julho, 1998.)
c) Estamos começando a mudar, mas ainda pagamos um preço alto por isso. (IstoÉ, 05
nov. 1997.)
d) Com a vigência da nova lei, as instituições puderam usar processos alternativos ao ves-
tibular convencional, baseado, principalmente na avaliação dos conteúdos. (Folha de S.
Paulo, 24 ago. 1999.)
e) Acho impossível, e mesmo raso, analisar o que é o teatro infantil fora de um contexto
social. (O Estado de S. Paulo, 04 jul. 1999.)

45) Das frases abaixo, apenas uma apresenta pontuação adequada. Isso ocorre em:
a) A oposição duvida, de que resolvidos os problemas, o governador voltará, a pagar os
salários, em dia.
b) A oposição duvida de que, resolvidos os problemas, o governador voltará a pagar os
salários em dia.
c) A oposição duvida: de que resolvidos os problemas o governador voltará, a pagar os
salários em dia.
d) A oposição duvida de que resolvidos os problemas, o governador, voltará, a pagar os
salários em dia.
e) A oposição duvida de que: resolvidos os problemas, o governador voltará, a pagar os
salários, em dia.

194 Instituto Federal - Paraná


46) Observe esta fotografia:

Língua Portuguesa I
Fonte: http://midia.iplay.com.br/Imagens/Fotos/007751.jpg

Percebe-se pela foto que o dono do veículo não seguiu as normas gramaticais na elabora-
ção do texto do cartaz de venda. Então, assinale a opção que apresenta a forma CORRETA
de reescrita desse texto:

a) Vendese essa coisa. R$ 500,00.


b) Vendece essa coisa. 500 reais.
c) Vende-se esta coisa. R$ 500,00.
d) Vendesse essa coiza. 500 real.
e) Vende-se esa coisa. R$ 500,00.

47) Assinale a alternativa que completa os períodos corretamente:


I. O ministro ________ o requerimento.
II. O juiz adia o dia da ________ do júri, pois fizera a _______ da sala do fórum.
III. O advogado ________ o cliente.
IV. O médico _______ os clientes pela classe social.

a) defere – sessão – cessão – discrimina – descrimina;


b) defere – sessão – cessão – descrimina – discrimina;
c) difere – cessão – sessão – descrimina – discrimina;
d) difere – sessão – cessão – discrimina – descrimina;
e) difere – cessão – seção – discrimina – descrimina.

Curso Técnico em Secretariado 195


48) Assinale a alternativa que completa os períodos corretamente:
I. Não sei _______queres chegar com isso.
II. ________encontraram as chaves do carro?
III. Gostaria que você me dissesse________estão as provas.
IV. Você pode me dizer _______vamos com tanta pressa?

a) aonde, Onde, onde, aonde.


b) onde, Onde, onde, aonde.
c) onde, Aonde, aonde, onde.
d) aonde, Onde, aonde, aonde.
e) onde, Onde, aonde, aonde.
Língua Portuguesa I

49) Marque a alternativa que completa de forma CORRETA e respectivamente as frases


que seguem, levando em conta o sentido das palavras do quadro:
MAS = PORÉM
MAIS = INDICA QUANTIDADE
MÁS = FEMININO PLURAL DE MAU

A mãe e o filho discutiram, ______ não chegaram a um acordo.


Você quer ______razões para acreditar em seu pai?
Pessoas______deveriam fazer reflexões para acreditar mais na bondade do que no ódio.
Eu limpo, ______depois vou brincar.

a) Mais, mas, más, mas.


b) Mas, mais, más, mas.
c) Más, mas, mas, mais.
d) Más, más, mais, mas.
e) Mais, mais, mas, más.

50) Marque a alternativa que completa de forma CORRETA e respectivamente as frases


que seguem:
a) Agora _______duas horas da tarde. (é – são)
b) Alagoas _______um lindo estado da região nordeste do nosso país. (é – são)
c) ________duas horas que estou aqui. (faz – fazem)
d) No Brasil, _________muitas pessoas que roncam. (existe – existem)
e) ________reuniões todos os sábados. (haverá – haverão)

a) São, é, faz, existem, haverá.


b) É, são, faz, existem, haverá.
c) É, são, fazem, existem, haverá.
d) São, são, fazem, existe, haverão.
e) São, é, faz, existem, haverão.

196 Instituto Federal - Paraná


Referências
BELTRÃO, Odacir. Correspondência: linguagem & comunicação: oficial, comercial, bancária,
particular / Odacir Beltrão, Mariúsa Beltrão. 23 ed. ver. E atual. / por Mariúsa Beltrão. São
Paulo: Atlas, 2005.

SARMENTO, Leila Lauar. Gramática em Textos. 2ed. Ver. São Paulo: Moderna, 2005.

DEMO, P. Introdução à metodologia da ciência. São Paulo: Atlas, 1995.

Pesquisa e construção do conhecimento: Metodologia científica no caminho de Habermas.

Língua Portuguesa I
Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994.

HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 1ed. Ed. Objetiva. Rio de
Janeiro: 2001.

AURELIO, O minidicionário da língua portuguesa. 4a edição revista e ampliada do


minidicionário Aurélio. 7a impressão – Rio de Janeiro, 2002.

PERINI, Mário A. Para uma nova gramática do português. São Paulo, Ática, 1985.

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática portuguesa. São Paulo: Nacional,


1984.

CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio
de janeiro: Nova Fronteira, 2001.

FIORIN, j. Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto leitura e redação. São
Paulo: Ática, 2003.

MAIA, JOÃO DOMINGUES, Português : volume único: livro do professor/ João Domingues
Maia. 2. ed. São Paulo: Ática, 2005.

NICOLA, José de. Gramática da palavra, da frase, do texto. São Paulo: Scpione,

2004.

Curso Técnico em Secretariado 197

Você também pode gostar