Planejamento de Exposições - Museus
Planejamento de Exposições - Museus
Planejamento de Exposições - Museus
Brasília, 2018
Ministério da Cultura EXPEDIENTE
Instituto Brasileiro de Museus
Projeto Editorial
Presidente da República José do Nascimento Junior e Mário de Souza Chagas
Michel Temer
Coordenação Editorial
Ministro da Cultura Sandro dos Santos Gomes
Sérgio Sá Leitão
Assistência Editorial
Presidente Substituto do Instituto Brasileiro de Vitor Rogério Oliveira Rocha
Museus
Marcos Mantoan Pesquisa, Edição de conteúdos e Seleção de
imagens
Diretora do Departamento de Processos Museais EXPOMUS
Renata Bittencourt
Revisão
Diretora do Departamento de Difusão, Fomento e Lia Trzmielina
Economia de Museus
Eneida Braga Rocha de Lemos Projeto Gráfico
Njobs Comunicação
Diretor do Departamento de Planejamento e
Gestão Interna Diagramação e Paginação
Denio Menezes da Silva Sabrina Mendes de Oliveria Castro
Coordenadora Geral de Sistemas de Informação Museal Endereço:
Alexandre Cesar Avelino Feitosa Instituto Brasileiro de Museus
Setor Bancário Norte, Quadra 02, Bl. N, Edifício
Procuradora-chefe
CNC III, 13o andar.
Eliana Alves de Almeida Sartori
Brasília/DF - CEP: 70040-020
Auditor-chefe www.museus.gov.br
Werner Neibert Bezerra
Copyright© 2018 – Instituto Brasileiro de Museus
ISBN 978-85-63078-65-0
1.Museus. 2. Exposições. 3. Expografia I. Franco, Maria Ignez Mantovani II. Instituto Brasileiro
de Museus III. Expomus Exposições Museus Projetos Culturais. IV. Série V. Título.
CDD: 069
Introdução................................................................................................ 05
Anexos.................................................................................................... 149
Anexo 1 – CARTA INSTITUCIONAL ................................................................................... 150
Anexo 2 – CONTRATO DE EMPRÉSTIMO (Loan Form)................................................ 152
Anexo 3 – TERMO ÚNICO DE COMODATO .................................................................... 157
Anexo 4 – RELATÓRIO DE CONDIÇÕES EXPOSITIVAS E DE SEGURANÇA (Facility
Report)........................................................................................................................................ 162
Anexo 5 – LAUDO DE CONSERVAÇÃO (Condition Report)...................................... 187
Anexo 6 – AUTORIZAÇÃO DO MUSEU CEDENTE PARA CONSERVAÇÃO/RESTAU-
RO .............................................................................................................................................. 190
Anexo 7 – CONDIÇÕES GERAIS E ESPECÍFICAS DE COBERTURA DO SEGURO.. 191
Anexo 8 – CERTIFICADO NOMINAL DE SEGURO......................................................... 197
Anexo 9 – FICHA DE ESPECIFICAÇÃO DE EMBALAGEM............................................ 198
Anexo 10 – CADERNO DE EMBALAGEM......................................................................... 200
Anexo 11 – RECIBO DE COLETA......................................................................................... 201
Anexo 12 – RECIBO DE DEVOLUÇÃO............................................................................... 202
Anexo 13 – LACRE................................................................................................................... 203
Anexo 14 – ETIQUETAS DE IDENTIFICAÇÃO.................................................................. 204
Anexo 15 – AWB – AIR WAYBILL......................................................................................... 207
Anexo 16 – DECLARAÇÃO DE TRANSPORTE ................................................................ 208
Anexo 17 – DECLARAÇÃO DE BAGAGEM DE MÃO..................................................... 212
Anexo 18 – CADERNO DE EXPOGRAFIA ........................................................................ 214
Anexo 19 – IMAGENS DE EXPOSIÇÕES ........................................................................... 215
LISTA DE FIGURAS
Figura 17. Montagem dos painéis Guerra e Paz de Portinari para exposição
no Grand Palais, Paris, 2014
Figura 27. Caixas de embalagem de obra de arte lacradas nas laterais com
identificação da empresa responsável
Esta edição inicia-se com uma reflexão sobre a história das exposições como prin-
cipal meio de comunicação dos museus, retomando a origem dessas instituições,
uma vez que as transformações pelas quais passaram as exposições estão ligadas
ao modo como os próprios museus se configuraram ao longo dos séculos. Perpas-
sa, depois, por aspectos que caracterizaram as primeiras coleções ainda na Idade
Média e percorre o caminho de sentidos que se entrelaça até o advento do museu
contemporâneo.
6
Introdução
De forma sucinta, pode-se dizer que este é um guia que se propõe a referenciar e
refletir sobre as dinâmicas museológicas ligadas ao planejamento e à organização
de exposições. Mais do que informar profissionais, esta publicação busca orientar
a prática e estimular a reflexão acerca das mudanças e do crescente aprimora-
mento da atuação profissional. Bom senso, coerência e ação compartilhada são
atributos valiosos aqui recomendados para os profissionais que desejem realizar
exposições em museus ou em múltiplos espaços expositivos que o mundo con-
temporâneo nos propõe.
Enfim, esta publicação não se apresenta como modelo de atuação, mas como
uma referência conceitual e metodológica que ofereça bases seguras à contí-
nua inovação.
Dedico esta publicação a todos os profissionais que, no seu cotidiano, lutam com
afinco pela preservação, valorização e difusão do rico e complexo universo patri-
monial brasileiro.
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A formação de
coleções e a origem das
exposições
1
Planejamento e Realização de Exposições
10
Capítulo 1
11
Planejamento e Realização de Exposições
A ânsia por classificar e organizar que tomava os estudiosos das nascentes dis-
ciplinas, aos quais eram confiados o estudo e o cuidado sobre esses acervos,
espelhava uma nova forma de ver o mundo, baseada na sistematização exaus-
tiva de espécimes do mundo zoológico, botânico e mineral. No plano das artes,
isso se traduziu na elaboração de imensos catálogos críticos, que ordenavam
por gênero e data as pinturas existentes nas coleções. As exposições eram or-
ganizadas seguindo esses mesmos critérios sistemáticos e cronológicos. Todos
os exemplares de uma mesma categoria existentes nas coleções eram expostos
lado a lado; obras de arte eram dispostas conforme a hierarquia de gêneros ou
os períodos históricos.
Os museus formados a partir das coleções dos reis europeus, que surgiram
na Europa no fim do século XVIII, mantiveram esse modo de expor. Com
a missão principal de instruir os visitantes, suas galerias de exposição eram
utilizadas para divulgação dos últimos avanços das técnicas, das ciências e das
artes, tendo nas coleções o subsídio para demonstrações e aulas práticas. São
exemplos de museus desse período o Musée du Louvre, com coleções de escul-
turas e obras de arte, e o Conservatoire National des Arts et Métiers, voltado aos
modelos técnicos e científicos, ambos em Paris.
12
Capítulo 1
13
Planejamento e Realização de Exposições
biam todo o acervo existente no museu, foram aos poucos sendo substituídas
por mostras que traziam aos visitantes uma seleção de sua coleção, de acordo
com o que fosse considerado mais representativo de cada temática abordada.
Ambientes exageradamente decorados deram lugar a espaços mais neutros. Os
objetos passaram a ser expostos com mais espaço ao redor, privilegiando a ob-
servação de cada um separadamente. Textos explicativos e etiquetas contendo
informações complementares também foram aos poucos sendo introduzidos.
Nos museus de arte, o conteúdo desses textos se resumia, em geral, à identifi-
cação das obras. Já nos museus de história, de etnologia e de ciência e técnica,
as informações eram mais extensas e as explicações mais elaboradas.
14
Capítulo 1
Na busca por uma comunicação mais aberta com os visitantes, os museus tra-
dicionais procuraram renovar o processo de criação e a forma de apresenta-
ção de suas exposições. As exposições deixaram de ser pautadas na exaustiva
exibição da coleção, para serem propostas a partir de discursos, questões ou
mensagens. Os critérios para a seleção das obras deixaram de ser sistemáticos,
taxonômicos ou classificatórios. Os acervos passaram a ser agrupados a partir
de seus significados culturais, sociais, econômicos, lúdicos ou religiosos, em
consonância com a totalidade do discurso expositivo, em muitos casos utili-
zando-se recursos de contextualização, ambientação e cenografia. Os circuitos
e a circulação dos visitantes também passaram a ser planejados, para garantir
a eficácia da comunicação e a qualidade da fruição do público.
15
Planejamento e Realização de Exposições
É importante apontar que muitas dessas modificações não foram aceitas in-
discriminadamente por todos os museus. Apesar desse novo conceito e forma
de compreensão das exposições ser bastante generalizado, o grau de mudança
ocorrida variou conforme a história, a tipologia, o corpo de profissionais, a
filiação institucional, entre outros fatores, o que resultou num perfil comuni-
cacional dos museus atuais bastante amplo e diversificado.
16
Capítulo 1
lização da cultura, com a criação dos Pontos de Memória (2004) e dos Pontos
de Cultura (2011), além da criação dos museus comunitários, dos quais vale
destacar a experiência dos museus de favela. Todos esses projetos se coadu-
nam com o novo modelo de museologia social, em curso desde a década de
1980, valorizando o protagonismo comunitário e o museu como instrumento
de mudança social e de desenvolvimento sustentável.
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A exposição como
principal meio da
comunicação
museológica
2
Planejamento e Realização de Exposições
Para que uma exposição seja considerada como produtora de sentidos, de acordo
com Meneses, ela primeiramente deve ensinar o visitante a entender a linguagem
expositiva. É o que ele denomina de “alfabetização museológica”: a familiariza-
ção do visitante com as convenções das exposições. Em segundo lugar, deve per-
mitir diferentes níveis de leitura, ou seja, ser inteligível para diferentes tipos de
20
Capítulo 2
público ao mesmo tempo. Por fim, as exposições devem funcionar como “uma
formulação de ideias, conceitos, problemas, sentidos, expressos por meio de ve-
tores materiais” (MENESES, 1992, p. 108). Os acervos podem ser os elementos
que estruturam a lógica do discurso expositivo, mas para a sua exposição devem
ser acionados outros suportes, que complementam a experiência e compõem a
narrativa.
21
Planejamento e Realização de Exposições
22
Capítulo 2
23
Planejamento e Realização de Exposições
Uma outra modalidade expositiva, cada vez mais frequente, é a exposição virtual,
feita de forma independente pela instituição ou em parceria com outras institui-
ções. Essa modalidade tem uma enorme capacidade de ampliação de público,
permitindo a extroversão de conteúdos com baixo custo e grande efetividade.
É preciso, contudo, buscar orientação jurídica para a questão de licenciamento
de imagens, bem como obter uma avaliação mais qualitativa de sua apreensão
pelo público.
24
A importância da
pesquisa para as
exposições
3
Planejamento e Realização de Exposições
A agilidade com que a pesquisa se processa hoje trouxe ao mundo das exposições
um novo potencial de realização, cada vez mais exponencial, mais diversificado
e atraente. A irrestrita disponibilidade de recursos, conteúdos e informações, ao
mesmo tempo que encanta, também provoca impactos no mundo dos museus.
26
Capítulo 3
Sem dúvida, o eixo de sentido da pesquisa para as exposições não deve privile-
giar pesquisas extensivas ou de cunho puramente acadêmico, mas sim investir
em temas transversais, estabelecer interfaces entre diferentes saberes e, com isso,
construir novas soluções, na coautoria e no compartilhamento dos processos com
as comunidades.
Por outro lado, é preciso considerar que o trabalho interdisciplinar sugere méto-
do, ordenação e conexão entre diferentes atuações profissionais; enfim, organizar
uma exposição é uma orquestração complexa, que pressupõe o trabalho coletivo.
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Processos e métodos de
planejamento
e gerenciamento
de exposições
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Planejamento e Realização de Exposições
1. Conceito de Cultura e sua Inter-relação com o Patrimônio Cultural e a Preservação. Cadernos Museológicos, nº 3, 1990.
30
Capítulo 4
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Planejamento e Realização de Exposições
similares. Há, no entanto, um pré-requisito que deve ser comum a todos os pro-
fissionais selecionados: a capacidade de compartilhar experiências no trabalho e
interagir coletivamente de forma proativa e construtiva.
Cronograma
Todo processo de realização de exposição tem seus pontos críticos, ou seja, ações
aglutinadoras que, se não cumpridas em tempo e à risca, causarão sérios distúr-
bios ao projeto. Esses pontos críticos devem ser de ciência de todos os envolvidos
e devem funcionar como sirenes permanentes que, quando acionadas, sinalizam
futuros e eventualmente sérios problemas. Mais modernamente, os estudos de ge-
renciamento de projetos preconizam que mais importante do que reconhecer os
pontos críticos é identificar o caminho crítico, que evidencia claramente a interde-
pendência das ações de um mesmo projeto. A relação de interdependência auxilia
o gestor a ter uma visão mais global dos tempos requeridos para cada sequência de
ações e, muitas vezes, desmente a impressão de que se o tempo de uma tarefa for
reduzido, chegar-se-á mais rapidamente ao final. Dependendo do posicionamen-
to dessa tarefa na cadeia de ações, se ela não estiver inserida no caminho crítico, o
esforço será inútil.
Orçamento
O orçamento é o instrumento que faz duo com o cronograma, ou seja, é ele que
dita o que pode ou não ser feito. A condução do projeto deve priorizar decisões
compartilhadas entre as equipes de conteúdo e as de gestão, de forma a obter
32
Capítulo 4
Captação de recursos
33
Planejamento e Realização de Exposições
34
Capítulo 4
mais realista possível, com dados confiáveis e claros, de forma a facilitar as análises
e transmitir confiabilidade aos profissionais que desempenham a difícil missão de
aprovar licenças de captação.
Etapas de trabalho
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Planejamento e Realização de Exposições
2. Este assunto pode ser verificado no Capítulo 5 deste Caderno Técnico.
3. Este assunto pode ser verificado no Capítulo 9 deste Caderno Técnico.
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Capítulo 4
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Planejamento e Realização de Exposições
4. Este assunto pode ser verificado no Capítulo 12 deste Caderno Técnico.
38
Capítulo 4
Figura 2 - Reunião interdisciplinar do projeto “Expedição São Paulo 450 anos”, São
Paulo, 2004
39
Planejamento e Realização de Exposições
5. Um modelo de documentação de empréstimo de obras (loan form) pode ser verificado no Anexo 2.
6. Este assunto pode ser verificado no Capítulo 5 deste Caderno Técnico.
7. Este assunto também pode ser verificado no Capítulo 5 deste Caderno Técnico.
40
Capítulo 4
8. Dossiê de imprensa (press kit) é um conjunto de peças gráficas, imagens e informações reunidas, para divulgação de uma instituição
ou evento à imprensa.
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Planejamento e Realização de Exposições
9. Um modelo desta documentação pode ser verificado no Anexo 5 deste Caderno.
10. Os conceitos de climatização e os principais índices de incidência de luz para cada tipologia de obra podem ser verificados no
Capítulo 6 deste Caderno Técnico.
42
Capítulo 4
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Planejamento e Realização de Exposições
44
Capítulo 4
45
Planejamento e Realização de Exposições
Itinerar significa sair de sua posição fixa, permanente, e ir para outro espaço,
muitas vezes distante e desconhecido. Tal aventura, por pressupor deslocamento
de bens musealizados, precisa ser rigorosamente calculada, planejada, estudada,
controlada. A intensificação da circulação dos acervos dos museus ao redor do
mundo, processo que se iniciou ao longo das décadas de 1970 e 1980, promoveu,
progressivamente, o aprimoramento de processos técnicos que possibilitam o ir e
vir de bens musealizados com segurança. Movidos em grande parte dos casos pela
necessidade de angariar recursos para a manutenção de suas atividades institucio-
nais, dadas as então crescentes restrições orçamentárias a que foram submetidos,
46
Capítulo 4
11. Modelos dos documentos aqui mencionados poderão ser verificados entre os anexos deste Caderno Técnico.
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Planejamento e Realização de Exposições
1. Pertinência da itinerância. Fazer circular uma mostra pode ser muito interes-
sante, mas é necessário avaliar, em primeiro lugar, se o acervo não estará sujeito a
danos durante tal operação. Depois, diferentemente de planejar uma mostra na
instituição conhecida e para o público que habitualmente a frequenta, propor
uma itinerância pressupõe analisar se o conceito da exposição, os acervos que a
compõem e o partido expográfico adotado são compatíveis com a(s) região(ões),
a(s) cidade(s), a(s) instituição(ões), o(s) espaço(s) expositivo(s) e os diferentes pú-
blicos que serão atendidos na itinerância. É preferível verificar antecipadamente
com precisão quais as cidades e instituições que poderão receber a exposição, e
quais são os recursos realmente disponíveis para a realização em cada ponto, antes
de se aventurar por um circuito mais amplo, sem garantias de segurança para o
acervo, sem controle técnico e financeiro das ações, e que possa colocar em risco
o sucesso da exposição e/ou promover desgastes entre as instituições e os parcei-
ros envolvidos.
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Capítulo 4
d) Dar preferência para que a íntegra conceitual do projeto seja mantida, as-
sim como o partido expográfico e gráfico, de forma a assegurar a coerência
e a identidade do projeto. Caso elementos da exposição precisem ser modi-
ficados em algum dos pontos, essas alterações deverão ser acompanhadas e
aprovadas pela equipe realizadora. A criação de um núcleo com contribui-
ções locais ou regionais, quando houver pertinência, certamente será um
recurso apreciado pelos visitantes.
12. Courier é a denominação dada ao profissional de uma instituição emprestadora destacado para representá-la, acompanhando e
garantindo a integridade de obras de arte ou objetos emprestados durante todo o seu trâmite, desde sua saída, passando pela montagem
na exposição, até seu retorno à instituição, em perfeitas condições de conservação (ROSE, 1993).
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manas, técnicas e financeiras de manter a exposição em bom estado de
higiene e conservação (espaço, estruturas expositivas e acervos) durante
o período.
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Planejamento e Realização de Exposições
Coleções particulares e empresariais, por sua vez, também são mais e mais fre-
quentemente expostas ao público. Esse verdadeiro frenesi museológico – iniciado
na segunda metade do século XX, com a criação de novos museus e a circulação
dinâmica de exposições – impôs desafios aos técnicos que atuam nos museus de
médio e grande porte e incentivou o aprimoramento de metodologias e a sofis-
ticação de soluções capazes de assegurar a integridade física do acervo frente à
intensiva exposição e aos sucessivos deslocamentos. Da mesma forma, legou aos
pequenos museus a possibilidade de incremento de sua programação, de forma-
ção de profissionais, e deu a seus públicos um maior acesso à cultura.
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Capítulo 5
Políticas de empréstimo
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Planejamento e Realização de Exposições
54
Capítulo 5
A ser editado no mínimo em duas vias de igual teor, sendo que uma se destina
ao comodante (emprestador) e outra ao comodatário (solicitante). Se necessário
poderá ser emitida uma via adicional para o anuente ou proponente do projeto.
Esse documento estabelece as condições gerais de empréstimo. Entre os anexos
que acompanham este guia, incluímos um modelo de contrato utilizado como
referência para diversos projetos e instituições no Brasil e no exterior.
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Planejamento e Realização de Exposições
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Capítulo 5
Conservação preventiva
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Planejamento e Realização de Exposições
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Capítulo 5
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Planejamento e Realização de Exposições
Seguro
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Capítulo 5
Embalagem e transporte
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Planejamento e Realização de Exposições
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Capítulo 5
15. Pallet é a chapa de aço fornecida pelas companhias aéreas, destinada a suportar as cargas para carregamento dentro da aeronave.
Em geral é coberta com plástico resistente para garantir proteção em casos de umidade ou chuva. Uma rede protetora, fixada à parte
estrutural do pallet, lhe confere a estabilidade necessária.
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Planejamento e Realização de Exposições
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Capítulo 5
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Planejamento e Realização de Exposições
• Cada pallet possui um número e este número deverá ser anotado com o
número de cada caixa correspondente. Estas informações devem ser pas-
sadas para o courier que acompanhará a carga, bem como para o agente
receptor no destino final.
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Capítulo 5
O processo de coleta e transporte de acervos deve ser registrado por meio de fotos
e formalizado por vários documentos específicos. Depois de embaladas as obras,
recomenda-se a produção de um caderno de embalagem (Anexo 10), formado
por fotografias do processo e instruções de procedimentos para o responsável que
for designado para tal acompanhamento, de forma que a embalagem possa ser
reutilizada no momento da devolução ou na etapa seguinte de uma itinerância.
No momento de retirada da obra, a instituição solicitante deverá deixar ao em-
prestador um recibo de coleta (Anexo 11), em papel timbrado e assinado por re-
presentante legal da instituição solicitante, do qual devem constar todos os dados
que identificam a exposição e a obra retirada. Da mesma forma, no momento da
devolução da obra, o museu ou a coleção cedente deverá assinar um recibo de
devolução (Anexo 12), que deverá ser entregue ao representante da instituição
solicitante.
Para maior segurança dos deslocamentos, as caixas devem receber um lacre (Ane-
xo 13) adesivo, que permita perceber caso tenha havido alguma violação. Tam-
bém por questões de segurança, as caixas não devem possuir nenhuma identifi-
cação externa que expresse seu conteúdo, pois isso poderá tornar a carga mais
visada. Geralmente, as caixas são identificadas com um código a ser definido
pela instituição solicitante, que pode ser composto por três dígitos numéricos
de identificação do volume, três letras para a identificação do museu cedente ou
da exposição e a sigla do estado de origem. Após a retirada da obra de dentro de
sua embalagem e a verificação completa do conteúdo, as caixas devem receber
uma etiqueta de identificação de caixa vazia (Anexo 14), que deve ser retirada
quando a obra for novamente colocada na caixa, no momento da desmontagem
da exposição.
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Planejamento e Realização de Exposições
68
Capítulo 5
Para o deslocamento aéreo, deve-se emitir o AWB (Air Waybill) (Anexo 15) cor-
respondente à carga. Desse documento constam os dados completos do expor-
tador (shipper’s name), dados do importador (consignee’s name), dados do despa-
chante aduaneiro, sigla do aeroporto de saída, sigla do aeroporto de chegada,
dia, horário e número do voo. Além desses dados, devem constar a quantidade
de volumes e o peso bruto total (gross weight), o peso taxável (chargeable weight),
que é o volume ocupado pela carga, além dos valores do frete por quilo e valores
totais. Há possibilidade ainda de se incluir informações adicionais, como, por
exemplo, a indicação de bens prioritários de caráter cultural (priority cultural cha-
racters goods), as dimensões de cada volume, e o nome e número do passaporte do
courier que acompanhará a carga no mesmo voo.
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Planejamento e Realização de Exposições
Importação e exportação
A aprovação patrimonial para saída temporária de obras do país pode ser obtida
em cada estado da federação, diretamente nas Superintendências Regionais do
Iphan, desde que as obras em questão não pertençam a acervos tombados em
âmbito federal. Nesses dois casos, as solicitações devem ser apresentadas ao Iphan
com antecedência, para análise do setor técnico, aprovação do Conselho Con-
sultivo de Patrimônio Cultural e autorização de saída firmada pelo presidente do
órgão. Existem ainda situações excepcionais, como aquelas que envolvem acervos
de natureza etnográfica, que pressupõem análises e aprovações específicas de ou-
tros organismos federais, como, no caso, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
16. A legislação patrimonial do Iphan pode ser consultada na íntegra no site www.iphan.gov.br, na seção Serviços > Saída de Bens
Culturais do Brasil.
17. A legislação aduaneira da Receita Federal pode ser consultada em http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action
?idato=70297&visao=anotado.
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Capítulo 5
A atuação do courier
Jamais um museu deverá indicar como courier um técnico despreparado, que ve-
nha a comprometer a imagem da instituição ou que, por inexperiência, exponha
o acervo a risco. É de fundamental importância que esse funcionário esteja ciente
de que sua viagem tem uma finalidade técnica, institucional, e que o lazer, se for
possível, será atividade secundária.
Dito isso, para que não existam abusos ou expectativas frustradas, passemos às
qualificações fundamentais do courier:
• ser informado previamente pelo museu a que pertence sobre todas as con-
dições de empréstimo que tenham sido negociadas e portar consigo cópias
dos principais documentos que assegurem os acordos efetuados;
71
Planejamento e Realização de Exposições
72
Capítulo 5
73
Da montagem à
desmontagem de
exposições: aspectos
de salvaguarda
6
Planejamento e Realização de Exposições
Para que o arquiteto possa detalhar o projeto expográfico, é preciso que ele receba
especificações das obras que participarão da exposição, tais como as dimensões
exatas de cada obra – para efeito da adequada exposição, muitas vezes essas di-
mensões podem ser diferentes das dimensões usadas para efeito de embalagem –,
suas condições de estabilidade, fragilidade, conservação e segurança, além da ne-
cessidade de confecção de suportes específicos. Quando a exposição contar com
obras de diferentes coleções, esses dados devem ser encaminhados à medida que
os empréstimos forem sendo confirmados. Para melhor organização, as infor-
mações podem ser disponibilizadas em um único conjunto a ser enviado para o
arquiteto, na forma de um caderno de expografia (Anexo 18).
Do ponto de vista da preservação, cada objeto deve ser tratado como se fosse a
principal obra da coleção, independentemente de seu valor individual, e deve
receber o mesmo tipo e teor de tratamento e cuidados – sempre.
Montagem da exposição
76
Capítulo 6
Nos locais onde se encontra o acervo, as pessoas devem estar atentas para o que
há ao redor e evitar fazer movimentos rápidos ou andar de costas. É também ex-
pressamente proibido fumar.
O manuseio de acervos deve ser feito sempre com luvas limpas, de tecido ou sili-
cone, dependendo do tipo de acervo, pois a sujeira e a gordura natural das mãos
podem ocasionar danos graves aos objetos.
Obras de arte ou objetos nunca devem ser arrastados, nem postos em contato di-
reto com o solo ou as paredes. Quando não estão afixados nos locais de exposição,
é importante depositá-los sobre blocos de espuma, calçando a parte superior de
sua moldura, quando bidimensionais.
Qualquer objeto, antes de ser transportado, deve ser embalado ou protegido com
segurança, e os materiais de embalagem nunca devem ser descartados sem serem
revistados cuidadosamente, com a finalidade de buscar fragmentos que possam
ter-se soltado durante o transporte.
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Capítulo 6
Foto: Arquivo Expomus
79
Planejamento e Realização de Exposições
Nos itens a seguir, trataremos dos principais cuidados de conservação para dife-
rentes tipologias de acervo, a serem considerados no momento da montagem e
durante a manutenção da exposição.
1. Pinturas emolduradas
• As partes frontal e posterior de uma pintura não devem ser tocadas. Não se
deve permitir que nada, por mais leve que seja, encoste em qualquer uma
dessas superfícies.
• Uma pintura não deve receber nunca qualquer material adesivo em sua
face ou parte posterior, nem na parte visível de sua moldura.
80
Capítulo 6
• Uma pintura deve ser carregada na posição mais estável possível. Não car-
regue a pintura pelo topo da moldura. Carregue com uma mão na parte
inferior da moldura e a outra mão em uma das laterais, ou com as mãos em
cada uma das laterais da obra.
• Obras de grande tamanho devem ser transportadas por carrinho, que deve
ser carregado e acompanhado por, no mínimo, duas pessoas.
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Planejamento e Realização de Exposições
• As pinturas devem estar sustentadas nas paredes por dois pontos de grande
segurança, exceto em caso de obras pequenas e muito leves, que podem
receber um ponto só. Não se recomenda para afixação o uso de fios de
nylon, pois estes podem gerar acidentes pela fadiga do material. Indica-se,
no caso, a utilização de cabo de aço.
• Todas as pinturas devem receber uma higienização periódica, a ser feita por
equipe especializada. O revés das obras pode receber processos de aspiração
eventual, mas sua parte frontal não demanda qualquer intervenção excep-
cional, a não ser que sofra algum tipo de acidente ou desgaste e requeira
atenção particular do restaurador. As fibras do tecido da tela deverão estar
sempre livres de poeira, pois disso depende a estabilidade das camadas de
tinta da pintura.
82
Capítulo 6
• Quando suspensas, deve-se segurar as folhas de papel por seus cantos supe-
riores, evitando que se ondulem. As obras só devem ser deslocadas, mesmo
83
Planejamento e Realização de Exposições
por pequenas distâncias, sobre (ou entre folhas de) um papelão limpo, ou
transportadas numa pasta ou caixa especial.
3. Esculturas
• Todas as esculturas em metal devem ser tocadas somente com luvas com
proteção de aderência. As impressões digitais podem oxidar e corroer
o metal.
• Nunca se deve segurar ou suspender uma escultura por uma parte projeta-
da (por um braço ou pela cabeça, por exemplo).
84
Capítulo 6
• Quando uma escultura pesada for planejada para ficar no chão, deve-se
colocar a peça sobre uma tábua ou suporte plano de dimensão inferior à
base da escultura e espessura de aproximadamente três centímetros. Desse
modo, a escultura terá a aparência de estar diretamente no chão e haverá
um espaço para levantá-la com o auxílio de uma cunha de madeira.
4. Artes decorativas
• Móveis nunca devem ser arrastados, mas sempre levantados, e seguros pelo
ponto de maior firmeza estrutural. Um móvel deve permanecer sempre na
sua posição apropriada para o uso, respeitando seu ponto de estabilidade,
e nunca de cabeça para baixo ou de lado.
85
Planejamento e Realização de Exposições
diças devem ser presas com cordas macias. Os tampos de mármore, vidros
ou materiais similares devem ser removidos e transportados em separado,
em sentido vertical.
• Os objetos nunca devem ser levantados pelas alças ou pelas bordas, pois
essas são suas partes mais frágeis. Ao se levantar um objeto, é importante
colocar uma mão por baixo e segurar o objeto com a outra.
• Para translado, os objetos devem descansar sobre sua superfície mais estável
e nunca ser deixados em contato uns com os outros.
A radiação solar, por exemplo, pode causar danos irreversíveis, assim como a per-
manência dos objetos em condições de climatização contraindicadas. Nesta seção,
apresentamos os principais aspectos a serem observados, visando a garantir a con-
servação dos acervos em exposição:
1. Controle ambiental
86
Capítulo 6
Caso a exposição seja composta por obras de outros estados e países, estas devem
passar por processos de aclimatação em sala reservada. O controle dessa aclima-
tação de temperatura e umidade deve ser monitorado por medidores a serem
instalados nas caixas das obras, quando em trânsito, na reserva técnica e no espa-
ço expositivo.
87
Planejamento e Realização de Exposições
Podemos adotar alguns critérios básicos que poderão nortear as ações dos conser-
vadores no que diz respeito a exposições:
o) quando se trata de uma exposição itinerante, deve-se zelar para que a insti-
tuição que irá receber o acervo ofereça e garanta condições condizentes ou
ainda mais adequadas às que as obras a serem cedidas estão habitualmente
expostas em seus locais ou instituições de origem;
88
Capítulo 6
renciadas, de acordo com suas tipologias. Assim sendo, devem ser adotados
critérios básicos de bom senso, optando-se por proteções parciais, critérios
definidos por áreas ou salas expositivas, ou mesmo tomando decisões que
favoreçam a maior parte dos objetos, desde que não venha a incidir risco
direto e grave a qualquer um dos bens musealizados expostos. Torna-se
muitas vezes imperioso optar por não expor um objeto quando não po-
demos garantir as condições elementares de segurança ou conservação no
espaço expositivo.
2. Iluminação
A luz natural que entra numa sala pode afetar a temperatura do ambiente e danifi-
car as coleções, por isso é preciso avaliar sua incidência e intensidade e, caso neces-
sário, adotar procedimentos para minimizar os efeitos nocivos da radiação solar.
Forros e cortinas podem ser usados para assegurar que os objetos sejam protegidos
contra a luz natural muito intensa e as superfícies das paredes que refletem a luz
natural devem ser tratadas para absorver a radiação ultravioleta.
Não há uma classificação única dos materiais em relação à sua resistência ao efeito
da radiação luminosa, e os índices indicados variam de instituição para instituição
e de país para país. Cada tipo de acervo resiste de forma diferente à quantidade
de luz (lux) incidente, seja ela natural ou artificial, e seus parâmetros devem ser
definidos pelos conservadores do museu, segundo normas internacionais já vi-
gentes. Para efeito de controle museológico, convém adotar o critério usualmente
considerado pelo International Centre for the Study of the Preservation and Resto-
89
Planejamento e Realização de Exposições
3. Biodeterioração
4. A edificação
90
Capítulo 6
5. O entorno
91
Planejamento e Realização de Exposições
Documentação
92
Capítulo 6
Foto: Arquivo Expomus
93
Aspectos intrínsecos
de segurança
7
Planejamento e Realização de Exposições
96
Capítulo 7
Para que possa funcionar, toda a instituição deve estar equipada com extintores
de incêndio e deve, preferencialmente, possuir um plano de emergência. É im-
portante providenciar extintores específicos para os diferentes tipos de incêndio e
que minimizem o dano caso tenham de ser utilizados diretamente sobre o acervo.
97
Planejamento e Realização de Exposições
Extintores de CO2 (gás carbônico) devem ser providenciados para a área exposi-
tiva e também devem ser colocados próximo aos locais que apresentem risco elé-
trico. Os extintores devem estar posicionados em locais diversificados e a equipe
da instituição deve ser instruída sobre como devem ser usados. Recomenda-se
buscar orientação da Brigada de Incêndios do Corpo de Bombeiros, tanto para
posicionar os extintores como para a elaboração de um plano de emergência.
Detectores de fumaça (com emissão de sinais óticos ou acústicos) e dispositivos
sonoros de difusão do alerta diretamente ligados à central de segurança também
são equipamentos úteis para identificar focos de incêndio. Recomenda-se, ainda,
a verificação constante do sistema de hidrantes da instituição, quanto ao funcio-
namento, capacidade, comprimento da mangueira, etc.
98
Capítulo 7
equipe especializada, com frequência semanal); limpeza a seco dos locais de trân-
sito da área expositiva, como pisos, tablados, rampas e escadas (frequência diária);
limpeza molhada dos locais de uso público, como descansos, sanitários e restau-
rantes ou café (frequência diária).
99
Planejamento e Realização de Exposições
100
Capítulo 7
podem se fazer necessários. Não é raro, nesses casos, que sejam incorpo-
radas rotinas mais exigentes, como por exemplo o uso de detectores de
metais, acesso restrito a uma só entrada, limite de dimensão de bolsas e
sacolas, etc.
Ameaças naturais
A seguir estão assinaladas algumas ameaças provocadas por agentes físicos ou na-
turais que podem pôr em risco os acervos:
• Fogo: Provocado por agentes físicos ou naturais, os efeitos do fogo são irre-
versíveis e potencialmente catastróficos.
101
Planejamento e Realização de Exposições
marés pode causar a falha das estruturas por causa do impacto das ondas.
Uma inundação pode interromper sistemas críticos, conforme exemplifi-
cado acima, e provocar curtos-circuitos seguidos de incêndios.
Plano de emergência
102
Capítulo 7
crise. Deve ter flexibilidade suficiente para ser aplicado em uma série dessas situ-
ações, e nele devem estar previstas alternativas para a ação quando a execução do
plano não estiver tomando o rumo esperado.
• Responsabilidades.
• Listas com nome, endereço, telefone e função dos indivíduos (e seus subs-
titutos) essenciais para a execução do plano.
103
Planejamento e Realização de Exposições
• Lista dos bens e artigos que devem ser solicitados por empréstimo ou alu-
gados, mencionando a pessoa e a organização a ser chamada, com número
de telefone e medidas relativas à entrega.
• Lista de especialistas e profissionais que podem ser chamados para dar con-
sultoria e orientação.
104
Capítulo 7
A remoção dos objetos deverá se dar por veículos apropriados. Uma lista do que
foi deslocado, assim como a localização de cada peça, deverá ser elaborada e en-
tregue aos responsáveis pela instituição. As obras evacuadas deverão ser transpor-
tadas para locais seguros, previamente designados para a armazenagem.
105
Planejamento e Realização de Exposições
• Não tente carregar sozinho uma obra pesada para além de sua capacidade
física. Peça ajuda sempre.
106
Capítulo 7
1. Pinturas
3. Móveis
107
Planejamento e Realização de Exposições
• Para obras de grandes formatos, faça uma proteção adicional com papel ou
plástico antes de movê-las (se houver tempo para isso), tomando cuidado
para não posicionar nenhuma parte em local próximo a metal.
108
Capítulo 7
que nada têm a ver com atitudes heroicas ou intempestivas, por mais nobres que
estas possam parecer.
109
O projeto expográfico e
as diferentes linguagens
expositivas
8
Planejamento e Realização de Exposições
Nos últimos anos, a linguagem dos museus assumiu a cena e pautou as discussões
de áreas correlatas do conhecimento, como a arquitetura, a filosofia, a crítica de
arte, a estética, a ética, o design, a moda, o cinema, a cenografia, a educação,
entre outras. Com a mesma força com que a “edificação museu” se tornou a “cate-
dral” do século XXI, também as linguagens expositivas passaram a ocupar o lugar
privilegiado nas discussões acadêmicas, na mídia e nas rodas sociais. Debates se
sucedem, tentando evidenciar que o importante é garantir ao visitante a imersão
total na experiência, seja ela obtida por meio de um repertório de recursos audio-
visuais, de recriações cenográficas, exercícios fiéis de reconstituição ou contextua-
lização em exposições artísticas, históricas ou científicas.
18. The virtual and the real: Media in the Museum. Washington: American Association of Museums, 1998, p. 33
112
Capítulo 8
Os milhares de visitantes que enfrentam longas filas para ver uma exposição de
grande impacto, as inúmeras pessoas que viajam de um continente a outro para
conhecer a arquitetura ousada de um novo museu, ou os poucos privilegiados que
dispendem somas vultosas para adquirir uma obra de um artista plástico de reno-
me, constituem hoje o público que move uma parcela representativa da indústria
cultural, que inclui os museus.
Foto: Arquivo Expomus
113
Planejamento e Realização de Exposições
Diante desse cenário cada vez mais globalizado e midiático, temos mais do que
nunca que refletir sobre alguns aspectos orientadores dessa linguagem própria,
particular aos museus, qual seja, a exposição. Seu fundamento principal, seu eixo
de sentido deve sempre ser o objeto em contexto, seja ele material ou imaterial.
Foto: Arquivo Expomus
114
Capítulo 8
A linguagem expositiva
115
Planejamento e Realização de Exposições
Não podemos nos abstrair da realidade que impede muitos de terem acesso a uma
vasta parcela do patrimônio nacional ou mundial, razão pela qual não se pode
eliminar ou menosprezar a relevância de se disponibilizar, ao máximo possível, o
acesso a informações e imagens relativas a acervos distantes ou inacessíveis. Não
há dúvida de que acessar uma obra pelo catálogo ou por busca na internet não é
o mesmo do que ter a oportunidade de conhecer o original, seja por meio de uma
visita ao museu ou aproveitando sua “aparição” numa mostra itinerante. Talvez a
versão virtual nos inspire menos que a original, mas é certo que algumas das in-
quietações que a obra pode provocar no espectador surgirão de uma forma ou de
outra. Quem nunca viu o original da Primeira Missa no Brasil, de Victor Meirelles
(1861), pertencente ao Museu Nacional de Belas Artes, do Rio de Janeiro, pode
ter deixado de captar algum conteúdo, mas é inegável que o acesso à obra, mesmo
que de forma virtual, possibilitou-lhe, no mínimo, ter sido sensibilizado após um
primeiro contato com a obra do artista.
116
Capítulo 8
1. Interface com a edificação: Verificar se a exposição que está sendo proposta não
apresenta riscos, incongruência de uso ou se poderá causar danos ao edifício
do museu.
117
Planejamento e Realização de Exposições
de pessoal não autorizado; com relação aos acervos que comporão a mostra, veri-
ficar se eles exigem algum procedimento especial, tal como içamento para objetos
de grandes dimensões, e se o edifício comportará tais operações; zelar para que os
estoques de materiais e serviços de produção da exposição, tais como marcenaria,
pintura e instalações elétricas, não venham a pôr em risco as atividades do museu
e da exposição; selecionar equipes idôneas para o desenvolvimento dos trabalhos,
certificando-se de que não tenham incorrido em faltas graves em exercícios pro-
fissionais anteriores; fornecer à instituição uma relação de nomes de técnicos que
compõem as diferentes equipes de execução terceirizadas, com antecedência, para
que o museu possa desenvolver os procedimentos rotineiros de controle de acesso,
fornecendo credenciais individuais para a liberação do acesso ao espaço expositivo
em montagem e áreas adjacentes autorizadas; acompanhar as operações de produ-
ção, montagem e desmontagem, zelando para que a proteção pessoal dos técnicos
e funcionários seja assegurada.
118
Capítulo 8
uma ideia, de defender princípios, de propor conceitos, e essa deve ser a preocu-
pação primeira na condução do projeto expográfico. Em função dos atributos
eleitos como principais é que se desenvolvem as estratégias de espacialização, de-
finição de linguagens expositivas, criação de suportes expográficos, elaboração de
projeto gráfico e proposição de linguagens complementares, tais como vídeos e
multimídia, entre outras. (Anexo 19)
119
Planejamento e Realização de Exposições
Alguns projetos que anteriormente eram tidos como coadjuvantes, assumem hoje
mais importância na linguagem expositiva. A contribuição ativa da comunicação
de conteúdos para diferentes públicos introduziu inúmeras questões inquietantes
para os realizadores de exposições, tais como a preocupação com a extensão dos
textos, a adequação do corpo das letras para facilitar a leitura, o dimensionamento
dos títulos para evitar distúrbio visual e a dimensão e posicionamento adequados
de legendas para não causar incômodo à fruição das obras. Cabe também atentar
à pertinência de recorrer a elementos de complementação de informação, como
páginas comentadas e audioguias; à relevância do uso de textos bilíngues; à ade-
quação da utilização de recursos sonoros e análise das interferências resultantes
dessas instalações na fruição; e à verificação da eficiência de protótipos especiais
para a fruição de portadores de deficiência auditiva, visual, mental, bem como
da interação diferenciada de educadores especializados para o atendimento de
público com necessidades especiais, etc.
Outro aspecto que tem causado progressivo interesse como contribuição cogni-
tiva e sensorial nas exposições é o chamado “discurso da luz”. É hoje inegável o
impacto que os recursos de iluminação podem determinar no circuito exposi-
20. O hotsite é um website com propósito específico e temporário. Diferencia-se de um site por sua flexibilidade, apropriada para
apresentar um produto ou serviço, normalmente de caráter promocional.
21. Este assunto também pode ser verificado no Capítulo 11 deste Caderno Técnico.
120
Capítulo 8
tivo: ora a luz é banhada, evitando assim a pontuação de focos sobre as obras,
determinando o chamado ambiente “neutro” para a fruição; ora se opta por um
discurso incisivo da luz, dramatizando a cena, privilegiando a iluminação de de-
terminadas obras em detrimento de outras, criando assim destaques conceituais
e estéticos; ora se adota uma iluminação dimmerizada de acordo com os níveis
recomendáveis para a conservação e segurança das obras; ora se prioriza o diálogo
luminoso entre tons quentes e frios, em articulação com a palheta de cores do
espaço expositivo; ora se elege uma sequência programada de efeitos luminosos,
criando um discurso da luz, pleno de enunciados, fraseados e pontuações. Esses
requintes propostos por múltiplos discursos podem conduzir, se bem orientados,
a uma desejada harmonização, tanto organizacional como estética. Tais preciosis-
mos podem parecer supérfluos, mas quando o visitante entra no espaço expositivo
beneficiado por esse tipo de alinhamento terá certamente uma sensação de con-
forto sensorial e de coerência conceitual e estética, que facilitará a compreensão e
fruição dos conteúdos da exposição.
22. Este assunto pode ser verificado também no Capítulo 4 deste Caderno Técnico.
23. Este assunto pode ser verificado também no Capítulo 12 deste Caderno Técnico.
121
Planejamento e Realização de Exposições
O mundo dos museus e das exposições é hoje pleno de novos projetos, de cons-
trução de novas edificações e revitalização das instituições já existentes. O merca-
do de arte está agora globalizado, a área cultural mobiliza grandes investimentos e
vive uma expansão do campo profissional sem precedentes. Constatada a amplia-
ção do universo de atuação museológica, a expansão exponencial dos programas
e planos de articulação sociocultural e ambiental que os museus propiciam, o
momento novo que se apresenta é, sem dúvida, o de apuro dos princípios éticos,
de aprimoramento da metodologia interdisciplinar e de qualificação da atuação
profissional.
122
A exposição e suas
dimensões educacionais
9
Planejamento e Realização de Exposições
A partir do século XIX, as visitas escolares passaram a ser conduzidas por um pro-
fissional específico, o guia, que percorria com o grupo todas as salas de exposições,
explicando, em uma espécie de palestra, o significado dos objetos expostos. Havia
então pouco espaço para perguntas ou interações entre os visitantes e o guia, e
o principal objetivo da visita era instruir o público sobre o contexto do uso dos
objetos. Entre o final do século XIX e o início do XX, a presença dos guias se ge-
neralizou e eles passaram a atender, além de escolas, outros tipos de grupos. Assim
se consolidaram as visitas guiadas, a forma mais tradicional de relacionamento
entre o público e os museus.
24. Este assunto pode ser verificado também no Capítulo 12 deste Caderno Técnico.
124
Capítulo 9
Princípios da PNEM:
1. Estabelecer a educação museal como função dos museus reconhecida nas leis
e explicitada nos documentos norteadores, juntamente com a preservação,
comunicação e pesquisa.
125
Planejamento e Realização de Exposições
126
Acessibilidade e
suas dimensões: física,
intelectual e sensorial
10
Planejamento e Realização de Exposições
No Brasil, existem atualmente leis que estabelecem normas e critérios básicos para
a promoção da acessibilidade e buscam integrar social, profissional e culturalmen-
te todos os cidadãos com necessidades especiais. O Ibram lançou um caderno
sobre acessibilidade em museus (COHEN, DUARTE e BRASILEIRO, 2012),
que buscou sistematizar os conhecimentos e as experiências bem-sucedidas de
acessibilidade implementadas no Brasil e no exterior, além de fornecer parâmetros
técnicos para a solução do acesso físico e cognitivo.
128
Capítulo 10
Acessibilidade física
Acessibilidade da informação
Para pessoas com dificuldades visuais, são recomendadas impressões com imagens
e letras ampliadas, utilização de textos em Braille ou de gravações descritivas em
áudio. Para deficientes auditivos, a utilização de mídias variadas, como vídeos
legendados ou em libras, ou mesmo a previsão de educadores que dominem essa
linguagem estão entre as diversas soluções voltadas à promoção da acessibilidade.
129
Planejamento e Realização de Exposições
Um museu, quando abre suas portas, deve estar apto a dialogar com todos os ti-
pos de público, tenha ele necessidades especiais ou não. É fundamental que o pro-
grama de comunicação da instituição contemple ações específicas para promover
a fruição dos públicos especiais com qualidade e autonomia. O reconhecimento
da acessibilidade como um princípio orientador vai além da simples implementa-
ção de algumas adaptações pontuais no edifício ou na exposição. A compreensão
de que as pessoas com necessidades especiais são cidadãos que desejam usufruir e
colaborar com a sociedade de forma produtiva é um primeiro passo na direção de
uma instituição cultural mais inclusiva e igualitária.
130
As estratégias de
divulgação e o equilíbrio
da imagem da instituição
11
Planejamento e Realização de Exposições
Existem muitos caminhos para se comunicar uma mostra, mas antes de apresen-
tarmos algumas dessas diretrizes, vale a pena retomar alguns aspectos da transfor-
mação pela qual os museus passaram, especialmente no que se refere à especiali-
zação e profissionalização das ações de comunicação.
132
Capítulo 11
133
Planejamento e Realização de Exposições
Não é muito comum no cenário nacional que os museus tenham recursos para
serem aplicados em um plano de comunicação exclusivo para suas exposições ou
para divulgação institucional. Nesse caso, as facilidades da comunicação com-
partilhada entre parceiros do projeto é fundamental, e a estratégia começa com
134
Capítulo 11
a escolha dos parceiros, que aqui entendemos como os que participam de toda a
cadeia produtiva da mostra, o que inclui também os patrocinadores.
As redes sociais, cada vez mais presentes em nosso cotidiano, são uma ferramenta
indispensável. Identificar em que segmento das redes está seu público prioritário
propiciará o desenho de ações de engajamento que podem ser iniciadas ainda
antes da inauguração da mostra, gerando uma onda positiva de expectativa pelo
projeto – o que poderá atrair novos parceiros. As redes sociais configuram-se ain-
da como um espaço para dimensionar a relação afetiva entre o público e o museu
– ao permitir o compartilhamento das experiências vividas pelos visitantes ao
longo de uma mostra, a instituição chancela a opinião de seu público e lhe permi-
te a cocriação do projeto, estreitando os laços da comunidade com a instituição.
Assessoria de imprensa
A assessoria de imprensa pode ser a mesma que atende ao museu, uma equipe
contratada especificamente para o projeto ou mesmo a assessoria vinculada a al-
gum parceiro ou patrocinador. Pode, ainda, ser uma força-tarefa de toda a equipe
do museu, que fará uso de seus relacionamentos para dar conta da divulgação.
O fundamental é que os valores da mostra estejam bem estabelecidos, com seus
públicos definidos. Isso feito, busca-se pensar nos melhores meios para atingir os
objetivos. Uma nota de uma coluna em um jornal de destaque, uma entrevista
com o diretor da instituição ou com o curador da mostra podem ser um bom
135
Planejamento e Realização de Exposições
ponto de partida para o plano da assessoria, que deve levar em conta a expectativa
de comunicação dos múltiplos parceiros do projeto.
Mais uma vez mostra-se fundamental saber a quem o museu está se dirigindo
e a que públicos a exposição se destina, pois é com base nessas definições que o
trabalho de divulgação da assessoria de imprensa será desenvolvido, com a esco-
lha de espaços de mídias adequados ao perfil do público leitor ou espectador de
cada veículo.
136
Capítulo 11
O plano de mídia
As redes sociais
O alcance das redes sociais tem sido um fenômeno nas estratégias de comunica-
ção. Um trabalho bem integrado e com conteúdo forte e informativo pode atingir
um grande público, sobretudo se a exposição em questão tiver espaços para ex-
perimentações que possam ser compartilhadas na rede – um banner que sirva de
cenário para que o público possa tirar fotos, um terminal para envio de postais ou
um serviço de monitoramento, por exemplo. Instagram, Facebook e Twitter estão
entre os meios que têm sido muito usados nas exposições recentes, contribuindo,
inclusive, para que outras experiências curatoriais comecem a ser integradas no
desenvolvimento de novos projetos.
137
A avaliação como
aprimoramento de
processos
12
Planejamento e Realização de Exposições
Ao longo dos capítulos desse livro, foram abordados diversos aspectos envolvidos
num processo de elaboração de uma exposição. Percebe-se que há toda uma sequ-
ência de ações interligadas, das quais depende o bom resultado do projeto. Essa
sequência é denominada “cadeia operatória museológica”.
140
Capítulo 12
sultados obtidos podem ser utilizados como fortes subsídios para manter ou al-
terar as conduções existentes, fidelizar o relacionamento com os patrocinadores e
sensibilizar autoridades e opinião pública para a cultura.
141
Planejamento e Realização de Exposições
São vários os caminhos para os museus incluírem ações avaliativas em sua rotina.
Hoje existem diferentes técnicas e modelos à disposição, bem como profissionais
especializados na área. Os museus que queiram experimentar a avaliação de uma
exposição podem realizá-la desde o momento do início do projeto até seu encer-
ramento. Seja qual for a opção adotada, um processo de avaliação empreendido
com competência técnica será de grande valia para garantir a qualidade da comu-
nicação e trará certamente ótimos subsídios para futuros projetos da instituição.
142
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Planejamento e Realização de Exposições
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THOMAS, Selma; MINTZ, Ann. The virtual and the real: Media in the Museum. Wa-
shington: American Association of Museums, 1998.
147
Anexos
Planejamento e Realização de Exposições
(Local/Data)
(Nome do Comodante)
(Endereço)
Prezado Senhor,
• Título da exposição;
• Duração do empréstimo;
150
Anexos
• Agradecimentos
151
Planejamento e Realização de Exposições
FORMULÁRIO DE EMPRÉSTIMO
Logo- Imagem
tipo da Título da Exposição reduzida da
instituição obra
solicitante Nº da Obra:
Organizador: Contato/Instituição:
Exposição:
Local:
Endereço: Cidade/UF/País:
Período da Exposição:
Período do Empréstimo:
Proprietário: Contato:
Telefones:
Telefones:
Celular: E-mail:
152
Anexos
Artista: Nº Inventário:
SIM NÃO
SIM NÃO
Em todos os casos?
SIM NÃO
Ou somente para:
Publicidade/imprensa
153
Planejamento e Realização de Exposições
SIM NÃO
SIM NÃO
SIM NÃO
SIM NÃO
Ponto de Coleta:
Ponto de Devolução:
Favor ficar com esta 1ª via e devolver as demais para: (dados da institui-
ção solicitante)
154
Anexos
PERÍODO DE EMPRÉSTIMO
DESPESAS
SEGURO
155
Planejamento e Realização de Exposições
156
Anexos
NA FORMA ABAIXO
Aos (data), o(a) (instituição comodante), CNPJ XXXX, com sede à (logradou-
ro), representado(a) neste ato na forma de seu Estatuto Social por seus diretores
abaixo assinados, doravante denominado COMODANTE, e o(a) (instituição
comodatária), CNPJ XXXX, com sede à (logradouro), representado(a) pelo seu
Diretor (nome completo), RG. XXXX, CPF XXXX, aqui denominado COMO-
DATÁRIO, definem que:
157
Planejamento e Realização de Exposições
158
Anexos
159
Planejamento e Realização de Exposições
160
Anexos
Elegem as partes, de comum acordo, o Foro da cidade de São Paulo, para dirimir
quaisquer dúvidas decorrentes deste CONTRATO, renunciando a qualquer ou-
tro, por mais privilegiado que seja. E, por estarem assim justas e acordadas, firmam
as partes o presente CONTRATO DE COMODATO, em 03 (três) vias de igual
teor, forma e data, para um único efeito, na presença das testemunhas abaixo.
Local, dd/mm/aa
COMODANTE COMODATÁRIO
161
Planejamento e Realização de Exposições
NOME DA INSTITUIÇÃO:
RELAÇÃO DE ANEXOS
( ) Lista de funcionários
( ) Fotografia do exterior
( ) Brochura
• Instituição emprestadora:
162
Anexos
1. INFORMAÇÕES GERAIS
1.1 Endereço:
1.4 Telefone:
Telefone Celular:
Email:
CREDENCIAMENTO
( ) Sim ( ) Não
AUTORIDADE RESPONSÁVEL
( ) Art ( ) Biblioteca
163
Planejamento e Realização de Exposições
VOLUNTÁRIOS
GERAL
2.1 Que tipo de material de construção foi usado no edifício original e nos acrés-
cimos subsequentes?
Outros
Vidro de
Adobe Tijolo Concreto Vidro Aço Pedra Madeira Tecido (especi-
segurança
fique)
Paredes
externas
Paredes
internas
Pisos
Tetos
Suportes
estruturais
2.3 A estrutura é independente? Se não for, forneça uma descrição física e a fina-
164
Anexos
2.5 Está previsto algum projeto de construção durante os próximos dois anos? Se
sim, explique:
2.6 Quantos andares tem o edifício? Se houver mais do que um andar, indique o
tipo de acesso entre os diferentes níveis:
ÁREAS DE EXPOSIÇÃO
( ) Outras (especifique):
2.9 Alguma das áreas de exposições temporárias está localizada em áreas de ativi-
dade pública, tais como: lobbies, halls, bibliotecas, cafeterias, salas de aula, etc.?
Se sim, descreva:
2.10 As áreas para exposições temporárias são usadas apenas para ver as exposi-
ções? Se não, para que outras funções servem?
165
Planejamento e Realização de Exposições
• Área de recebimento?
TRANSPORTE E RECEBIMENTO
2.16 Os itens abaixo estão disponíveis (ou é possível ter acesso a eles)?
( ) Rampa? (Comprimento: ):
( ) Andaime? (Altura: )
( ) Outros (Especifique:
166
Anexos
R: Dimensões:
2.18 Se não existe um portão de carga ou uma plataforma de carga elevada, como
é recebida a carga? (Descreva a área de carga e indique-a na planta baixa anexa).
• Coberta?
• Fechada?
2.24 Existe uma área segura de recebimento separada da área de carga? Se sim,
esta área é utilizada apenas para objetos das exposições? Qual é a sua dimensão?
167
Planejamento e Realização de Exposições
( ) Propriedade da instituição
( ) Outros (especifique):
• Dimensões internas:
• Capacidade de carga:
ARMAZENAGEM
168
Anexos
• Dimensões internas:
• Dimensões da porta:
• É trancada?
2.31 Existe proteção contra incêndio na área de armazenagem? (Ver Seção 4 para
informações detalhadas sobre proteção contra incêndio).
2.33 Onde são armazenadas as caixas vazias? (Marque com um “X” as opções
apropriadas)
( ) Na instituição
( ) Fora da instituição
3. AMBIENTE
CALEFAÇÃO E AR CONDICIONADO
169
Planejamento e Realização de Exposições
Galeria de Área de
Edifício todo exposições armazenagem das
temporárias exposições
Calefação simples
170
Anexos
Primavera/Verão
Outono/Inverno
171
Planejamento e Realização de Exposições
Primavera/Verão
Outono/Inverno
• Termohigrógrafos
• Psicrômetros
• Higrômetros
• Aparelhos digitais
( ) outros (especifique):
172
Anexos
ILUMINAÇÃO
( ) Janelas ( ) Fluorescente
( ) UV filtrada ( ) UV filtrada
173
Planejamento e Realização de Exposições
( ) Claraboia ( ) Tungstênio
( ) UV filtra ( ) Iodeto
( ) LED
( ) Outros (especifique):___________
3.22 Quão baixo pode ser o ajuste dos níveis de luz, em quantidade de lux?
3.23 Os expositores podem ter iluminação interna? Se sim, que tipo de ilumina-
ção é usada nos expositores (marque com um “X” as opções apropriadas):
( ) Com UV filtrada
4.1 Marque com um (X) a descrição mais apropriada ao edifício da sua instituição:
( ) Resistente ao fogo
174
Anexos
pecificações UL?
4.4 Todas as portas das saídas de emergência estão equipadas com alarmes? Se
sim, indique o tipo:
Painel de controle
4.7 Quem é avisado pelo seu sistema de alarme? (marque com um “X” as op-
ções apropriadas)
( ) Outros (especifique)
( ) Sprinklers ( ) Preação
175
Planejamento e Realização de Exposições
Especifique:
• Localização:
• Fabricante:
( ) Sistema a halogênio
Especifique:
• Localização:
• Fabricante:
• Ano de instalação:
4.9 Com que frequência a lei obriga a uma inspeção dos extintores de incêndio
portáteis?
4.11 Em que áreas e sob que condições é permitido fumar no interior de edifício?
176
Anexos
4.14 Quanto tempo leva para o Corpo de Bombeiros chegar às instalações da sua
instituição em resposta a um alarme?
5. SEGURANÇA
GUARDAS E ACESSO
5.1 Há guardas de segurança 24 horas por dia (ou períodos em que há apenas
vigilância eletrônica)? Se não, a instituição estaria disposta a contratar guardas
adicionais, se necessário?
5.2 Que tipo de pessoal de segurança é utilizado pela instituição? (marque com
um “X” as opções apropriadas)
( ) Outros funcionários
( ) Estudantes
( ) Voluntários/professores
( ) Outros (especifique)
177
Planejamento e Realização de Exposições
( ) Estão armados?
( ) Dispõem de rádio?
( ) Dispõem de telefone?
( ) Outros (especifique):
Durante o período
de fechamento para o
público, mas aberto para os
funcionários
178
Anexos
5.11 Com que frequência são feitas as “listas de controle” dos objetos das exposi-
ções temporárias? Quem é responsável por tais verificações?
5.12 É feito um registro fotográfico dos objetos que integram cada galeria de
exposições temporárias?
5.15 É feito um registro pelos funcionários da segurança de cada objeto que entra
ou sai do edifício?
5.17 Indique a posição/cargo das pessoas que podem autorizar a retirada de obje-
tos museológicos do edifício.
5.18 Há algum controle de entrada e saída para guardas e pessoal que trabalha
fora do horário de expediente?
5.19 Quantos funcionários têm chaves das portas externas? Especifique posição/
cargo.
179
Planejamento e Realização de Exposições
( ) Ultrassônico ( ) Peso/pressão
( ) Outros (especifique)
5.27 Quem é avisado pelo seu sistema de alarme eletrônico (marque com um “X”
as opções apropriadas)?
( ) Interno
( ) Polícia local – linha direta (se alguns dos sistemas não forem automaticamente
registrados na delegacia de polícia, indique quais)
( ) Outros (especifique)
5.29 Há janelas nas galerias de exposições temporárias? Se sim, que tipo de segu-
rança física (exemplo: grades, portões, redes) é usado?
180
Anexos
5.31 Com que frequência os sistemas de segurança são testados? Quem realiza
esses testes?
( ) Trancados
( ) Outros (especifique)
181
Planejamento e Realização de Exposições
5.39 Indique o tipo e a localização das atividades públicas que ocorrem no edi-
fício (além das exposições) e descreva o nível de segurança geralmente garantido
aos empréstimos durante essas atividades:
6. MANUSEIO E EMBALAGEM
6.3 São feitos relatórios escritos das condições de todos os objetos na chegada e
na saída? Se sim, quem os faz?
182
Anexos
( ) Suspensão a ar
( ) Climatização
( ) Sistema de alarme
( ) Cintas móveis
6.9 Para movimentar os objetos, quais empresas (de transporte aéreo ou ter-
restre) já forneceram um serviço eficiente e consciencioso para a instituição?
7. SEGURO
• Nome:
• Endereço:
• Telefone:
• Email:
183
Planejamento e Realização de Exposições
7.6 Houve durante os últimos três anos algum dano parcial ou total nas coleções
permanentes, temporárias ou emprestadas, independentemente de haver seguro
ou não?
• Que precauções foram tomadas para evitar outros incidentes desse tipo?
8. HISTÓRICO DE EMPRÉSTIMOS
8.1 Faça uma lista das principais exposições temporárias apresentadas na instituição:
184
Anexos
8.2 Faça uma lista de outras instituições que emprestaram objetos para a
instituição recentemente (inclua o ano do empréstimo):
Assinatura
Cargo
185
Planejamento e Realização de Exposições
Instituição
Data
NOTA
186
Anexos
ANEXO 5.
Título da Exposição
Período:
Categoria:
Módulo Expositivo:
Título/Descrição:
Data:
Proprietário:
ANOTAÇÕES NECESSÁRIAS
De Acordo (comodante):___________
187
Planejamento e Realização de Exposições
De Acordo (comodante):_____
De Acordo (comodante):______
De Acordo (comodante):________
188
Anexos
Obra Nº
• Fotografia do verso
189
Planejamento e Realização de Exposições
(Local, dia/mês/ano)
Prezados Senhores,
RELAÇÃO DE OBRAS:
190
Anexos
EXCLUSÕES:
Este seguro não cobre perdas ou danos causados por ou resultantes de:
BASE DE LIQUIDAÇÃO:
B. No caso de perda ou dano a qualquer item segurado que tenha um valor au-
mentado em razão de fazer parte de um par ou jogo, qualquer pagamento sob este
seguro deverá levar em conta o valor aumentado.
D. Após o pagamento do valor integral segurado para qualquer item, par ou jogo,
191
Planejamento e Realização de Exposições
CONDIÇÕES:
1. Propriedade recuperada
2. Trânsito
SEÇÃO B – CANCELAMENTO
Em nenhum caso os seguradores serão responsáveis por mais que o valor segurado
mostrado no Anexo Listagem de Obras.
192
Anexos
EXCLUSÕES:
193
Planejamento e Realização de Exposições
CONDIÇÕES GERAIS:
No caso de qualquer incidente que possa dar origem a uma reclamação sob este
seguro, deve ser dada notificação ao corretor ou agente do segurado assim que
razoavelmente possível, e à polícia se houver suspeita de crime.
Se for feita uma reclamação, o segurado deve dar aos seguradores as informações
relevantes e evidências que possam ser razoavelmente requeridas e cooperar total-
mente na investigação ou ajuste da reclamação. Se requerido pelos seguradores,
o segurado deve apresentar para exame sob juramento qualquer pessoa designada
194
Anexos
pelos seguradores.
4. Sub-rogação
Direito de Recompra
Valor Acordado
195
Planejamento e Realização de Exposições
h) Furto simples – difere de furto qualificado, sendo apenas este mais frequente-
mente coberto pelos produtos disponíveis no mercado segurador. O furto qualifi-
cado difere do simples por ser praticado com violência e deixar vestígios, devendo
ambos estar cobertos.
i) Desaparecimento inexplicável.
196
Anexos
1) Valor Segurado: R$
9) Condições:
(Local/Data)
197
Planejamento e Realização de Exposições
alt (cm) _______ larg (cm) _______ prof (cm) _______ m3 _______
Obra(s) Nº: _______ alt (cm) x _______ larg (cm) x _______ prof (cm) _______
FORMA INDICATIVA:
198
Anexos
Outros
MATERIAIS DE EMBALAGEM:
Outros
MARCAÇÃO:
Marcação de setas em duas posições para que a caixa possa ser transportada na
posição normal ou de chapa
Outros
199
Planejamento e Realização de Exposições
200
Anexos
(Local/Data)
Recebemos, nesta data, a(s) obra(s) relacionada(s) em anexo, que deverá(ão) par-
ticipar da Exposição “Título da Exposição”, com curadoria de (nome do cura-
dor), a ser realizada nesta instituição, no período de dia de mês a dia de mês
de ano.
Informamos ainda que qualquer informação necessária sobre o andamento dos tra-
balhos poderá ser solicitada à instituição a qualquer momento, pelos telefones (000)
000.0000 ou e-mail_____________________________________________ .
Atenciosamente,
201
Planejamento e Realização de Exposições
(Local/Data)
OBSERVAÇÕES:
RECEBIDO POR:
Assinatura:
202
Anexos
Lacre: é uma etiqueta adesiva que deve ser usada para lacrar os volumes emba-
lados com obras de arte após a conferência dos técnicos responsáveis. O lacre
assegura que o volume não foi violado durante o trajeto (origem/destino). Deve
ser fixado em dois pontos sobre a tampa e laterais. Deverá ser retirado no destino
por técnico credenciado pelo projeto.
203
Planejamento e Realização de Exposições
LOGO/TÍTULO DA EXPOSIÇÃO
Autor: Obra No
Título/Descrição: Categoria:
Data:
Técnica/Material:
Dimensões(cm): Caixa No:
Proprietário:
As etiquetas modelo PIMACO Ref. 6183 devem ser fixadas sobre base de
borracha ou entretela e fixadas nas peças por meio de cordonê de algodão.
Foto: Arquivo Expomus
204
Anexos
ETIQUETAS SINALIZADORAS
ATENÇÃO
FRÁGIL
Etiqueta de identificação de obra de arte.
205
Planejamento e Realização de Exposições
206
Anexos
207
Planejamento e Realização de Exposições
DECLARAÇÃO DE TRANSPORTE
TRECHO
MARCA DO VEÍCULO
PLACA
CIDADE
ESTADO
208
Anexos
MOTORISTA RESPONSÁVEL
CARTEIRA DE HABILITAÇÃO Nº
209
Planejamento e Realização de Exposições
DECLARAÇÃO DE TRANSPORTE
TRECHO
MARCA DO VEÍCULO
PLACA
CIDADE
ESTADO
210
Anexos
MOTORISTA RESPONSÁVEL
CARTEIRA DE HABILITAÇÃO Nº
211
Planejamento e Realização de Exposições
DECLARAÇÃO
Atenciosamente,
212
Anexos
DECLARAÇÃO
Atenciosamente,
213
Planejamento e Realização de Exposições
214
Anexos
215
Planejamento e Realização de Exposições
216
Anexos
217
Foto: Arquivo Expomus