0012 - Dezembro - Amin Rodor
0012 - Dezembro - Amin Rodor
0012 - Dezembro - Amin Rodor
O poder do testemunho
O alcance do testemunho
A fraqueza da graça
Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração. Hebreus 3:7, 8
Caifás, o perdedor
Nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo e que
não venha a perecer toda a nação. João 11:50
Pôncio Pilatos
Os executores e o executado
Esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me
amou e a Si mesmo Se entregou por mim. Gálatas 2:20
Seguidores do “Caminho”
A viagem mais radical que cada ser humano pode fazer é a libertação do
“eu”. Começamos a jornada quando ainda bebês. A criança recém-nascida é
o centro de seu universo. Crescer é a lenta descoberta de que outros
existem, e que não vivem apenas para nos servir ou fazer nossa vontade.
Tornamo-nos plenamente humanos à medida que aprendemos a ceder o
centro do mundo. Embora essa seja uma verdade conhecida, ela é muito
difícil de ser praticada. Deixar de ser o centro dói. Gostamos de fechar os
olhos e o coração para os outros, como se eles não existissem. Preferimos
não enxergar aquilo que nos cerca se isso exige esquecimento de nós.
Parece que deixar de ser o centro é ainda mais difícil hoje, em nossa
sociedade individualista. Em um seminário teológico em Nova York, foi
solicitado que os alunos preparassem um sermão sobre a parábola do bom
samaritano. Depois, deveriam se dirigir para um estúdio que ficava a
algumas quadras de distância. Lá gravariam seu sermão. O professor pediu
a um dos alunos que se disfarçasse de mendigo, faminto e machucado, e
ficasse no caminho por onde os outros haveriam de passar. Curiosamente,
80% dos estudantes que haviam preparado o sermão sobre o bom
samaritano passaram “de largo”, sem qualquer atenção ao necessitado. Eles
tinham estudado a parábola como composição literária, mas sem qualquer
relação com a vida real.
Ser o “samaritano” é correr o risco. Na parábola de Jesus, o samaritano
havia se preparado para a viagem com provisão e dinheiro necessários para
seu uso. No caminho, entretanto, tudo isso foi usado para um fim que ele não
havia planejado. A compaixão do samaritano transformou seus planos. Com
raras exceções, nossos planos são mesquinhos e gravitam ao redor do
próprio umbigo. Tornar-se um discípulo de Jesus é ceder o centro para Ele e
segui-Lo em serviço.
Curiosamente, a palavra que Lucas usa para “viagem”, na parábola, é o
termo grego hodos, o mesmo que ele emprega no livro de Atos para a fé
cristã, com “Caminho” (At 19:9; 22:4; 24:14, 22). A jornada cristã identifica-se
realmente com o Caminho, em abnegação, o que revela nossa verdadeira
compreensão de Deus.
9 de dezembro
A alma do negócio
O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, […] não procura
os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal. 1Coríntios
13:4, 5
Acima da multidão
Considerai a bondade
Começando em Jerusalém
Eis que envio sobre vós a promessa de Meu Pai; permanecei, pois, na
cidade, até que do alto sejais revestidos de poder. Lucas 24:49
Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por
todos; logo, todos morreram. 2Coríntios 5:14
A razão do evangelho
Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé
lhe é atribuída como justiça. Romanos 4:5
Durante os anos que trabalhei como pastor em Toronto, minha igreja apoiava
o programa de televisão Está Escrito, em português, dirigido e apresentado
pelo pastor Henry Feyerabend. Por estratégia evangelística, apresentei
alguns desses programas. Lembro-me de que num deles procurei responder
a perguntas comuns feitas por pessoas vindas do catolicismo. Uma delas era
a seguinte: “Quanta mudança tenho que fazer antes de ir a Cristo?” Minha
resposta começava com outra pergunta: “Quanta mudança uma pessoa
doente tem que fazer antes de ir ao médico?” A resposta é óbvia. Se alguém
precisa melhorar primeiro para só então ir ao médico, nesse caso, já não
precisará dele. Então, acrescentava: “Os leprosos foram a Cristo como
leprosos; os cegos, como cegos; e os aleijados, como aleijados. Era Ele que
iria operar a mudança.”
Parece muito simples, não é mesmo? Mas temos uma enorme dificuldade
em praticar isso em relação a nós e também aos outros. Durante a Idade
Média, a igreja ensinava que uma pessoa deveria primeiro santificar-se para
então ser justificada. Segundo essa mentalidade, primeiramente era
necessário alguém fazer tudo o que estava ao alcance, ou seja, andar
sozinho metade do caminho. Era preciso provar-se digno da assistência
divina. Só então Ele viria ao seu encontro. A confusão teológica entre
santificação e justificação não é heresia nova. Ela vem desde Agostinho,
prevaleceu em todo o período medieval e ainda persiste entre muitos hoje. O
grande problema dessa teoria é que, nesse caso, Deus não “justifica o
ímpio”, como dizem as Escrituras no texto de hoje, mas o “justo”.
Preste atenção na mensagem de um poderoso sermão de Charles Spurgeon
sobre Romanos 4:5: “Se você não está perdido, de que serve um Salvador?
Sairia um pastor em busca daqueles que nunca se extraviaram? Por que
varreria a mulher toda a casa a fim de procurar moedas que não caíram de
sua bolsa? Não é o remédio para os doentes, a vivificação para os mortos, o
perdão para os culpados, a liberdade para os que estão em cativeiro e a
abertura dos olhos para os que jazem na cegueira? De que serviriam o
próprio Salvador, a Sua morte sobre a cruz, o evangelho e o perdão se não
existissem homens culpados e dignos de condenação? O pecador é a razão
de ser do evangelho.”
A lógica dessas palavras não poderia ser melhorada.
17 de dezembro
A marca da conversão
Para muitos, esse texto de Paulo é uma referência à sua experiência antes
da conversão. E “cristãos verdadeiros” argumentam que nunca poderiam
dizer isso a seu respeito. Para tais “santos”, a vida cristã é apenas marcada
por alegria, paz e vitória.
Será que isso é verdade? Quem nunca falhou em ações, omissões ou
intenções? Quem nunca desapontou a si mesmo, a Deus e a outras pessoas
por algum ato ou por palavras? Se isso nunca aconteceu com você, seu caso
pode ser daqueles que se julgam tão “bons” que já estão além da
possibilidade do pecado. Nesse caso, você estaria entre as mais “miseráveis”
de todas as pessoas, sem se dar conta disso (Ap 3:17). Há os que sofrem do
pecado da “bondade”. João afirma que aqueles que dizem não ter pecado
“enganam a si mesmos” e fazem Deus mentiroso (1Jo 1:8, 10). Quão
“miserável” uma pessoa pode ser? Alguns, dominados pela mentalidade do
“mais-santo-do-que-todos”, podem se tornar tão ruins como o diabo ao
defender suas doutrinas ou estilo de vida. A conduta acusadora deles
justifica o cinismo de uma frase de para-choque comum entre norte-
americanos: “Jesus, salva-me… dos Teus seguidores.”
Quem realmente são os seguidores de Cristo? Seriam os fariseus, que O
crucificaram porque Ele não observava o sábado como eles? Ou são os
conversos tais como Paulo, ex-fariseu, que se confrontou com o realismo de
sua própria condição miserável nas vezes em que fracassou? A marca da
genuína conversão não é a pretensão de “impecabilidade”, mas o
reconhecimento de falhas e arrependimento delas com o clamor a Deus,
dizendo: “Miserável homem que sou!” Essa foi a experiência de Paulo, como
indicado anteriormente em Romanos 7, ao falar das ocasiões em que ele
caiu. Essa, porém, não é a tendência geral de sua vida, a qual ele estabelece
em Romanos 8.
Vários dos santos das Escrituras nunca pensaram sobre si em termos de
impecabilidade. Jó, a quem Deus chama de íntegro (Jo 1:8), entende que, se
ele mesmo se considerasse reto, seria visto por Deus como perverso (Jo
9:20). E Davi, o homem segundo o coração de Deus? Leia o que ele diz de si
no Salmo 38:4, 18, 21 e 22. Parece que os perfeccionistas temem que a
admissão dos fracassos seja uma justificativa para o pecado. Isso seria falta
de integridade espiritual. A marca da conversão é a consciência de que
sempre estaremos muito longe do ideal de Deus e, por isso, avançando
sempre para ele.
18 de dezembro
O triunfo da justiça
Deus conosco
Ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco).
Mateus 1:23
Para Jesus Cristo, o único tipo de poder que conta é aquele revelado em
submissão a Deus. Ele demonstrou que o domínio, a coação e a
manipulação não caracterizam o poder autêntico. Essas não são Suas
marcas identificadoras. Verdadeiro poder é visto naquele tipo de
vulnerabilidade que não se manifesta em “autoafirmação”; é visto
dependurado na cruz em demonstração de amor. Em Sua vida, o poder foi
manifestado em vulnerabilidade. A maneira como Ele Se introduziu no
mundo e a forma em que terminou os “dias de Sua carne” foram declarações
acerca da qualidade de Seu reino. É apenas quando permitimos que isso
capture nossa vontade e molde nossa vida que descobrimos o que realmente
é importante.
No romance de Michel Tournier Os Quatro Homens Sábios, um jovem
príncipe deposto encontra-se com o infante Jesus em Belém. O príncipe Taor
tinha sido reduzido a trapos. Diariamente ele sonhava em retomar o trono
que era verdadeiramente seu para exercer o poder que era seu por direito.
Ele se ressentia da pobreza na qual havia caído. Mas, depois de ver o
menino Jesus, sua perspectiva muda.
Outro príncipe, então, pergunta a Taor: “O que Belém lhe ensinou acerca do
poder?” O príncipe responde: “O exemplo da manjedoura ensinou-me sobre
a força da fraqueza, a irresistível gentileza da não violência, ensinou-me a lei
do perdão… Em vista de tudo isso, eu depositei a moeda de ouro com a
esfinge de meu pai, rei Theodenos, aos pés da criança. Esse era meu único
tesouro, minha única prova de que era o herdeiro legal do trono de Palmyra.
Ao abrir mão dela, eu renunciei a meu reino, para buscar o outro reino
prometido pelo Salvador.”
Essa é a lição que precisamos aprender. Um considerável número de
cristãos gostaria de ver a religião deles imposta por leis civis. Isso seria uma
religião forçada pelo mesmo poder mundano dos governos e autoridades.
Não testemunhamos do reino de Jesus Cristo buscando coagir ou impor Sua
vontade àqueles que não O reconhecem. Em lugar de querer alistar as
estruturas da sociedade a serviço da religião, necessitamos nos ver como
seguidores dAquele que “estava no mundo, […] mas o mundo não O
conheceu” (Jo 1:10).
22 de dezembro
Examinais as Escrituras, […] e são elas mesmas que testificam de Mim. João
5:39
A encarnação de Jesus
Os heróis e o Herói
Transação consumada
Virá o senhor daquele servo em dia em que não o espera e em hora que não
sabe. Mateus 24:50
O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que
tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida. Apocalipse
22:17