Dissertação Ácido Kójico (Metodologia Analítica)
Dissertação Ácido Kójico (Metodologia Analítica)
Dissertação Ácido Kójico (Metodologia Analítica)
CURITIBA
2003
Programa de Pós-graduaçáo em Ciências Farmacêuticas
PARECER
À Prof. D ra. Iara Maria Pereira Machado, pela colaboração na execução das fotos.
Ao matadouro Basso, pela doação das orelhas de porco utilizadas neste trabalho.
3.3.3.4 Hidroquinona....................................................................................................................... 22
3.3.3.5 Ácido ascórtoico.................................................................................................................... 23
3.3.3.6 A rbu tina .............................................................................................................................. 23
3.3.3.7 Melawhite®.......................................................................................................................... 24
3.3.3 .8 VC -PM G ® ......................................................................................................................... 24
3.3.3.9 Antipollon H T ® ..................................................................................................................... 24
3.3.3.10Ácidoazeláico.................................................................................................................... 25
3.3.3.11 Extratos vegetais............................................................................................................... 25
3.3.3.12 M elfade®............................................................................................................................ 25
3.3.3.13 Ácido fitic o .......................................................................................................................... 26
3.4 FORMAS FARMACÊUTICAS SEMI-SÓLIDAS........................................................................ 26
3.4.1 Emulsões................................................................................................................................. 27
3.5 ESTUDOS IN VITRO DE PERMEAÇÃO CUTÂNEA................................................................ 34
3.5.1 Terminologias......................................................................................................................... 34
3.5.2 Aparelhos Utilizados nos Testes in v itrv ................................................................................ 35
3.5.3 Membranas Utilizadas nosTestes in vitro ............................................................................. 39
3.5.4 Soluções Receptoras Utilizadas nos Testes in v itro ............................................................. 43
3.6 VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS.............................................................................. 45
3.6.1 Exatidão................................................................................................................................... 46
3.6.2 Precisão................................................................................................................................... 47
3.6.3 Especificidade......................................................................................................................... 47
3.6.4 Limite de Detecção................................................................................................................. 48
3.6.5 Limite de Quantificação.......................................................................................................... 48
3.6.6 Linearidade e Faixa de T rabalho........................................................................................... 48
3.6.7 Robustez.................................................................................................................................. 49
3.6.8 Sensibilidade........................................................................................................................... 49
4 MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................................................. 50
4.1 MATERIAL.................................................................................................................................. 50
4.1.1 Matéria-Prima e Reagentes................................................................................................... 50
4.1.2 Equipamentos......................................................................................................................... 50
4.2 MÉTODOS.................................................................................................................................. 51
4.2.1 Desenvolvimento de Forma Farmacêutica........................................................................... 51
4.2.2 Avaliação das Características Organolépticas dos Veículos............................................... 52
4.2.3 Avaliação Preliminar da Estabilidade da Formulação Escolhida........................................ 52
v
4.2.4 Espectrofotometria no Ultravioleta........................................................................................ 53
4.2.4.1 Curva padrão ácido kqico por espectrofotometria no ultravioleta................................... 53
4.2.4.2 Linearidade.......................................................................................................................... 53
4.2.4.3 R obustez.............................................................................................................................. 54
4.2.4.3.1 Influência do pH................................................................................................................ 54
4.2.4.3.2 Influência do tempo de leitura......................................................................................... 55
4.2.4.3.3 Influência da tem peratura................................................................................................ 56
4.2.4.4 Exatidão................................................................................................................................ 56
4.2.4.5 Precisão................................................................................................................................ 56
4.2.5 Espectrofotometria no Visível pelo Cloreto Férrico............................................................. 57
4.2.5.1 Determinação da influência da concentração de cloreto férrico na intensidade de cor
na solução com ácido kójico............................................................................................................. 57
4.2.5.2 Espectro de absorção do ácido kójico em presença de cloreto férrico............................ 58
4.2.5.3 Curva padrão do ácido kójico por espectrofotometria no visível pelo cloreto férrico 58
4.2.5.4 Linearidade.......................................................................................................................... 59
4.2.5.5 Robustez............................................................................................................................... 59
4.2.5.5.1 Influência do p H ................................................................................................................ 60
4.2.5.5.2 Influência do tempo de le itu ra ......................................................................................... 60 -
4.2.5.5.3 Influência da tem peratura................................................................................................ 60
4.2.5 .6 Exatidão................................................................................................................................ 61
4.2.5.7 Precisão................................................................................................................................ 61
4.2.6 Avaliação da Qualidade da Matéria-Prima............................................................................ 62
4.2.7 Avaliação da Qualidade da Formulação............................................................................... 63
4.2.8 Permeação Cutânea In Vitro do Ácido Kój ic o ....................................................................... 63
4.2.8.1 Célula de d ifu são................................................................................................................. 63
4.2.8.2 M em brana............................................................................................................................ 64
4.2.8.3 Ensaio de permeação cutânea in vitro do ácido kójico na form ulação............................ 65
4.2.8.4 Ensaio de permeação cutânea in vitro do ácido kójico em solução tampão fosfato pH
7.4 ...................................................................................................................................................... 66
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................................... 68
5.1.1 Emulsão................................................................................................................................... 68
vi
5.2.3 Linearidade....................................................................................
5.2.4 Robustez....................................................................................................................................... 76
5.3.2 Curva Padrão do Ácido Kójico por Espectrofotometria no visível pelo Cloreto Férrico 88
5.3.3 Sensibilidade................................................................................................................................ 89
5.3.4 Linearidade............................................................................................................................. 89
5.3.5 Robustez.................................................................................................................................. 90
5.3.5.1 Influência do p H ................................................................................................................... 90
5.3.5.2 Influência do tempo de le itu ra ................................................................................................. 91
5.3.5.3 Influência da tem peratura................................................................................................... 92
5.3.6 Exatidão................................................................................................................................... 93
5.3.7 Precisão................................................................................................................................... 94
5.4 COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DEDOSEAMENTO DO ÁCIDO KÓJICO 95
5.5 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA MATÉRIA-PRIMA.............................................................. 96
5.6 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA FORMULAÇÃO.................................................................. 99
5.7 PERMEAÇÃO CUTÂNEA..................................... ’.................................................................... 99
5.8 RETENÇÃO CUTÂNEA............................................................................................................. 107
6 CONCLUSÃO.................................................................................................................................... 111
REFERÊNCIAS.................................................................................................................................... 113
ANEXOS................................................................................................................................................ 124
v ii
LISTA DE TABELAS
ix
LISTA DE FIGURAS
x
ESPECTROFOTOMETRIA NO VISÍVEL PELO CLORETO FÉRRICO.................. 85
FIGURA 20 - ESPECTRO DE ABSORÇÃO DO CONSERVANTE METILPARABENO
(NIPAGIN ®) POR ESPECTROFOTOMETRIA NO VISÍVEL PELO CLORETO
FÉRRICO..................................................................................................................... 86
FIGURA 21 - DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO MAIS ADEQUADA DE CLORETO
FÉRRICO PARA OS SISTEMAS............................................................................... 88
FIGURA 22 - CURVA PADRÃO DO ÁCIDO KÓJICO OBTIDA POR
ESPECTROFOTOMETRIA NO VISÍVEL PELO CLORETO FÉRRICO................. 89
FIGURA 23 - DETERMINAÇÃO DA LINEARIDADE DO MÉTODO DE DOSEAMENTO DO
ÁCIDO KÓJICO POR ESPECTROFOTOMETRIA NO VISÍVEL PELO CLORETO
FÉRRICO..................................................................................................................... 90
FIGURA 24 - INFLUÊNCIA DO pH NA DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁCIDO KÓJICO
POR ESPECTROFOTOMETRIA NO VISÍVEL PELO CLORETO FÉRRICO 91
FIGURA 25 - INFLUÊNCIA DO TEMPO DE LEITURA NA DETERMINAÇÃO DO TEOR DE
ÁCIDO KÓJICO POR ESPECTROFOTOMETRIA NO VISÍVEL PELO CLORETO
FÉRRICO..................................................................................................................... 92
FIGURA 26 - INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA NA DETERMINAÇÃO DO TEOR DE
ÁCIDO KÓJICO POR ESPECTROFOTOMETRIA NO VISÍVEL PELO CLORETO
FÉRRICO..................................................................................................................... 93
FIGURA 27 - ESPECTROS DE ABSORÇÃO NO INFRAVERMELHO DO ÁCIDO KÓJICO
PADRÃO E DA MATÉRIA-PRIMA............................................................................. 98
FIGURA 28 - ESPECTROS DE ABSORÇÃO NO ULTRAVIOLETA DO ÁCIDO KÓJICO
PADRÃO E DA MATÉRIA-PRIMA............................................................................. 98
FIGURA 29 - CURVA PADRÃO DO ÁCIDO KÓJICO EM SOLUÇÃO TAMPÃO FOSFATO pH
7 ,4 102
FIGURA 30 - PERFIL DOS FLUXOS DE PERMEAÇÃO DO ACIDO KÓJICO ATRAVÉS DA
PELE DA ORELHA DE PORCO................................................................................. 104
FIGURA 31 - DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE LATÊNCIA DA PERMEAÇÃO DO ÁCIDO
KÓJICO NAS FORMULAÇÕES................................................................................. 105
FIGURA 32 - CURVA PADRÃO DO ÁCIDO KÓJICO EM METANOL......................................... 107
FIGURA 33 - QUANTIDADE DE ÁCIDO KÓJICO RETIDO NA PELE DA ORELHA DE
PORCO APÓS OITO HORAS DE CONTATO COM OS VElCULOS...................... 109
xi
A - absorvância
ACTH - hormônio adrenocorticotrópico
A/O - água em óleo
BHT - butilhidroxitolueno
BPF - boas práticas de fabricação
DHI - 5, 6 - dihidroxiindol
DHICA - 5, 6 - dihidroxiindol - 2 - ácido carboxílico
DOPA - 3, 4 - diidroxifenilalanina
DPR - desvio padrão relativo
EDTA- Na2 - ácido etilenodiaminotetracético dissódico
F. BRAS. IV - Farmacopéia Brasileira 4a. edição
FDA - Food and Drug Administration
HLB - equilíbrio hidrófilo-lipófilo
MSH - hormônio melano estimulante
O/A - óleo em água
% - porcentagem
r - coeficiente de correlação
rpm - rotações por minuto
TRP - tyrosine - related - protein
SD - desvio padrão
USP - United States Pharmacopoeia
UV - ultravioleta
RESUMO
xiv
1
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 REVISAO DA LITERATU RA
3.1 A PELE
3.1.1 Anatomia
A pele e o maier 6rgao do corpo humane, sua superficie total oscila entre
2500 cm2 em urn recem-nascido a 18000 cm 2 em urn adulto e pesa
aproximadamente 4,8 kg em urn homem. Em cada centimetre quadrado podem ser
encontrados 10 foliculos pilosos, 100 glandulas sudoriparas, 15 glandulas sebaceas,
tres vases sanguineos, 360 em de nerves e 3 X 106 celulas (BARRY, 1983).
A pele e composta por diferentes tecidos, mas que sao interdependentes: a
epiderme pluricelular, estratificada e avascular, e a derme de tecido conectivo. A
hipoderme, uma camada adiposa subcutanea, encontra-se abaixo da derme (Figura
1).
EPIDERME-:: ~~~=:M:':~~~:-----.--,..,.-4~~~--,....
~~~
DERME
I
\
/
HIPODERME
"'
GLANDULA SEDACEA FOLICULO PILOSO GLANDULA SUDORJPARA
3.1.1.1 Epiderme
A epiderme consta de várias camadas. A estratificação é resultado da
produção de queratinócitos pela camada basal fazendo com que as células mais
antigas migrem à superfície e se desprendam. A espessura da epiderme varia de
acordo com a região do corpo, sendo mais espesso nas palmas das mãos e planta
dos pés e mais fina ao redor dos olhos.
As camadas formadas são:
• Camada basal: localiza-se na junção dermo-epidermal. É uma camada
unicelular que dá origem a todos os queratinócitos por mitose para renovação da
epiderme. Entre estas células estão presentes os melanócitos, células responsáveis
pela produção de pigmentos da pele.
• Camada espinhosa: tem-se nesta camada 6 a 20 fileiras de
queratinócitos em forma globulosa, poliédricas e aderidas entre si por espessamento
da membrana (desmossomas) dando-lhe a aparência espinhosa.
• Camada granulosa: são 3 a 4 fileiras de queratinócitos achatados com
núcleo basófilo e protoplasma contendo granulações de queratohialina. As células
estão perdendo as características vitais.
• Camada lúcida: está presente nas palmas das mãos e nas plantas dos
pés. São regiões pobres em hialina, formando uma fina e translúcida linha logo
acima da camada granulosa.
• Estrato córneo: composto por várias camadas de células achatadas
mortas que contêm pequenas bolsas de queratina. Constituem a camada mais
superficial da epiderme. É recoberta pela emulsão fisiológica epicutânea e encontra-
se em constante processo de desprendimento.
Representa uma região importante no controle da absorção de fármacos. A
permeabilidade seletiva desta estrutura é o fator principal de muitos aspectos
biofarmacêuticos de medicamentos tópicos. É nesta camada que algumas
substâncias podem ficar depositadas e não atingirem a derme (ROUGIER et al.,
1983).
3.1.1.2 Derme
A derme é uma camada mais espessa que a epiderme. Sua principal
constituição é uma matriz de tecido conectivo formado por proteínas (75% de
6
3.1.2 Funções
A pele, como órgão, desempenha diversas funções, algumas gerais e outras
específicas (BARRY, 1983).
3.1.2.2.1.1 Melanina
A melanina é um termo genérico para descrever grupo de biopolímeros
heterogêneos, pigmentados, polifenólicos de alto peso molecular. As melaninas
possuem origem, composição química e propriedades físicas diversas, apesar de
possuírem precursores semelhantes (DAMONTE et al., 1995). São encontradas em
praticamente todos os tecidos vivos na forma insolúvel (PEREIRA, 1993).
Nos seres humanos a melanina é produzida por células dendríticas
especializadas, os melanócitos, e é responsável pela coloração da pele, cabelos e
olhos (PENTAFARMA, 1997a).
A melanina é capaz de absorver a luz visível e ultravioleta (UV), protegendo a
pele de danos provocados por elas (PAWELEK et al., 1992). As principais radiações
emitidas pelo sol na região do ultravioleta são: UVC (200 - 290 nm), UVB (290 -320
nm) e UVA (320 - 400 nm). As radiações UVA provocam um bronzeado efêmero,
pois penetram mais profundamente na derme, sendo responsáveis pela
pigmentação direta a partir de um precursor da melanina. As radiações UVB
apresentam menor penetração na pele do que as UVA, elas são denominadas
eritematosas e promovem a pigmentação indireta e um bronzeado duradouro
(ORTONE, 1990). A grande parte das radiações UVC são absorvidas pela camada
de ozônio.
Na atualidade sabe-se que as radiações ultravioletas podem acelerar o
processo de envelhecimento cutâneo e causar câncer de pele.
EUMELANINA
A eumelanina é um biopolímero com estrutura indol, produzido pela co-
polimerização da dopa-oxidase e de seus produtos de ciclização, principalmente 5,6-
dihidroxiindol e 5,6-dihidroxiindol-2-ácido carboxílico (DHICA), ou seja, é uma
substância resultante da polimerização oxidativa de compostos indólicos derivados
da dihidroxifenilalanina (DOPA) (DAMONTE, 1995; VIGLIOGLIA, 1989). É um
pigmento insolúvel, de coloração variando de marrom a preto, contendo pequena
quantidade de enxofre.
FEOMELANINA
É um pigmento heterogêneo sintetizado a partir de tirosina e císteína,
resultante da polimerização da cistenildopa e produtos de ciclização, particularmente
9
CITOCROMOS
Os citocromos são constituídos por unidades de benzotiazinas, pertencentes
ao grupo das feomelaninas e são encontrados nos cabelos ruivos (VIGLIOGLIA,
1989).
A diferente tonalidade de cores que ocorrem na natureza é explicada pelo fato
que raramente a eumelanina e a feomelanina são encontradas na forma isolada.
Durante a melanogênese formam-se ambas as melaninas em diferentes proporções
(HUNTet al., 1995; OZEKI, ITO, WAKAMATSU, 1996).
Além destes tipos de melaninas, CHEDEKEL e ZEISE (1996) citam outros
como as alomelaninas, presentes em fungos, bactérias e plantas; e a neuromelanina
presente em neurônios de núcleos cerebrais como, por exemplo, a substância nigra.
[O]
Feom elanina
D erivados de
benzotiazína
C isteinildopa
A
- Cisteína
CO O H COOH
02
NH2
NH2
Dopa Dopaquinona
Cisteína
Tirosinase
C OOH
Leucodopacromo
5,6-Dihidroxiindol-
2-áddo carboxílico
(DHICA)
3.2 HIPERPIGMENTAÇÃO
Discromias são modificações na coloração normal da pele por diferenças
quantitativas de pigmentos (FONSECA, SOUZA, 1986).
Hipercromias são distúrbios caracterizados pelo aumento da concentração de
melanina, acumulação de hemossiderina ou hipercarotenia na pele. As manchas
melânicas ocorrem, em geral, devido a um aumento de pigmentação local, em certos
casos devido a um aumento do número de melanócitos como nas lentigens
(CHARLET, 1996).
15
3.2.1.3 Lentigens
Manchas escuras de coloração uniforme, isoladas ou agrupadas, encontradas
em qualquer parte do corpo e que ocorrem devido ao aumento do número de
melanócitos da camada basal (CHARLET, 1996).
- Poliquilodermia de Civette
Verifica-se principalmente em mulheres de peles claras, de meia idade, pré ou
pós-menopausa, com ocorrência nos dois lados e no vão do pescoço, pigmentação
tênue, reticulada, com telangiectasia e atrofia de grau variado, vinculado a
fotossensibilização por cosméticos (VIGLIOGLIA, 1989).
- Fitodermatoses
Sensibilização por psoralenos que são encontrados em frutas cítricas e
algumas plantas. Produz-se uma pigmentação na zona de contato, pode ser
provocada, também, por perfumes que apresentam essência de bergamota
(VIGLIOGLIA, 1989).
18
3.3 DESPIGMENTANTES
3.3.1 Conceito
São produtos destinados a clarear certos pontos ou regiões da pele com
finalidade estética, sendo normalmente indicados para prevenção ou tratamento de
hipercromias (PENTAFARMA, 1997a).
3.3.2 Classificação
De acordo com seu mecanismo de ação (LEE, KIM, 1995; MASUDA, TEJIMA,
SUZUKI, 1996; PROTA, 1996), os clareadores são agrupados em dez categorias:
1- Inibição direta da atividade da tirosinase.
2- Inibição competitiva e não competitiva da tirosinase.
3- Supressão da síntese ou maturação da tirosina.
19
Acido Kójico
3.3.3.4 Hidroquinona
A hidroquinona é um composto dihidroxifenólico que inibe a atividade da
tirosinase, evitando a sua oxidação a DOPA; além disso, diminui a melanina cutânea
através da sua toxicidade melanocitária (CHARLET, 1996; MENTER et al., 1993;
PEREIRA, 1993), o que acelera a degradação dos melanossomos.
Pelo fato de ser irritante, deve-se evitar a utilização próxima à área dos olhos,
em regiões com lesões cutâneas ou com queimaduras solares, em crianças
menores de 12 anos e ainda, durante o dia (LEONARDI, MAIA CAMPOS, 1997;
PEREIRA, 1993).
CASTRO e colaboradores (1997) sugerem uso de filtro solares concomitante
ao tratamento.
As concentrações usuais da hidroquinona empregadas nas formulações são
de 2 a 5 %, apresentando eficácia na melanose solar, efélides e melasma
(PEREIRA, 1993). Não é eficaz nas hipermelanoses dérmicas a não ser quando
associadas a um componente epidérmico. Em produtos cosméticos pode ser usado
em uma concentração máxima de 2 % (BEZERRA, REBELLO, 1996). A ação da
hidroquinona é aumentada pela associação com ácido lático e retinóico (CHARLET,
1996).
LOWER (1995) sugeriu o uso de hidroquinona 2 % com 8% de ácido glicólico
para cosméticos étnicos.
22
3.3.3.6 Arbutina
A arbutina é um heterosídeo da hidroquinona, presente em várias plantas da
família das Ericáceas (PEREIRA, 1993; ROUGIER et al., 1983); obtida a partir do
extrato de Uva-ursi (MASUDA, TEJIMA, SUZUKI, 1996). Apresenta citotoxicidade
100 vezes menor do que a hidroquinona e reduzida irritabilidade com pequena
possibilidade de hipopigmentação irreversível (CHARLET, 1996; MAEDA, FUKURA,
1996; PEREIRA, 1993).
A arbutina inibe a atividade da tirosinase (MASUDA, TEJIMA, SUZUKI, 1996),
competindo com a DOPA em seu sítio receptor, inibindo sua ação (PEREIRA, 1993).
23
uma concentração efetiva no sitio de ação. O tratamento local é orientado por vários
fatores como: pela causa, composição sintomática (tipo de sintomas subjetivos),
complicações e extensão da afecção cutânea. Este conjunto de fatores apresenta
variações próprias a cada afecção, portanto, deve-se evitar o uso irracional de
fórmulas pré-estabelecidas. Não há esquema terapêutico que possa ser indicado,
sistemática e indiscriminadamente, a todos os casos do mesmo problema. Os
medicamentos devem ser escolhidos de acordo com o efeito que se deseja, com
veículos ou bases adequadas, compondo a fórmula, respeitando o limite de
lesividade dos agentes (BECHELLI, CURBAN, 1988).
3.4.1 Emulsões
3.5.1 Terminologias
Antes do relato de trabalhos realizados por vários autores, faz-se necessário
esclarecer e uniformizar várias terminologias que são encontradas em diversos
artigos científicos e livros, e, que também serão empregadas ao longo deste
trabalho.
SHAH et al. (1992a) publicaram um interessante artigo no qual discorreram
sobre os princípios e critérios para o desenvolvimento e otimização de produtos
dermatológicos. Esses autores atentaram para o problema da mistura de termos que
têm sido utilizados na designação dos processos que ocorrem nos estudos de
liberação in vitro de medicamentos tópicos. Algumas definições foram estabelecidas.
por FRANZ (1975), e, que tem sido utilizada freqüentemente em estudos de cinética
de liberação e absorção percutãnea. Já o modelo C, representa uma típica célula de
difusão de FRANZ modificada, a qual foi elaborada para solucionar os problemas
que a anterior apresentava quanto à homogeneidade de mistura no compartimento
receptor. O modelo D esquematiza uma célula de difusão vertical com disco rotativo
acoplado a um copo de dissolução de um litro da Farmacopéia Norte-Americana
(THE UNITED..., 1990).
36
A)
B) AR
Agua 37 C
Agua 37 C
C)
AR
D)
Copo da Dissolução
Pr ep ar aç ão
Me m b r a n a
38
CATEGORIA II
3.6.1 Exatidão
O parâmetro exatidão pode ser definido como o grau de concordância entre
os resultados encontrados e o valor verdadeiro, e é calculado como porcentagem
de recuperação da quantidade incorporada (USP, 1999).
A determinação da exatidão em um doseamento de matéria-prima pode ser
feita pela aplicação do método analítico a um analito de pureza conhecida ou
comparando o resultado com aquele de um segundo método bem caracterizado
(USP, 1999).
No caso de produto acabado, pode-se incorporar quantidades conhecidas do
produto à sua matriz (placebo). Quando não é possível obter-se um placebo (matriz
sem analito), pode-se adicionar quantidades conhecidas do analito em uma matriz
que já contenha alguma quantidade do fármaco. Pode-se também comparar os
resultados com aqueles de um método cuja exatidão tenha sido previamente
47
determinada. Para um doseamento, deve-se incorporar, 50, 75, 100, 125 e 150 %
da concentração utilizada em um doseamento normal (LEITE, 2002).
Para impurezas, deve-se incorporar quantidades conhecidas do produto a ser
determinado. Recomenda-se realizar os testes para determinação da exatidão em
3 concentrações diferentes com 3 replicatas cada (USP, 2000; LEITE, 2002).
3.6.2 Precisão _
SHAP (2000), descreve a precisão como o grau de concordância entre os
resultados de análise individuais, quando o procedimento é aplicado repetidamente
a múltiplas análises de uma mesma amostra homogênea, sendo geralmente
expressa como o desvio padrão ou desvio padrão relativo dos resultados obtidos.
A precisão pode ser dividida em 3 tipos: repetibilidade, precisão intermediária
e reprodutibil idade. A repetibilidade é a precisão de um método medida nas
mesmas condições de operação em um curto período de tempo, por exemplo,
múltiplas medidas de uma mesma amostra por um mesmo analista. A precisão
intermediária é a concordância de resultados quando um mesmo método é
aplicado muitas vezes dentro de um mesmo laboratório, em diferentes dias, por
diferentes analistas. A reprodutibilidade, por sua vez, examina o grau de
concordância dos resultados originados de análises em diferentes laboratórios
(CHASIN et al., 1998).
3.6.3 Especificidade
SHAP (2000) define especificidade como a habilidade do método de analisar
a substância de interesse, em presença de outras substâncias, tais como impurezas,
produtos de degradação e componentes da matriz, sem que estas interfiram no
resultado. Assegurar a especificidade é o primeiro passo no desenvolvimento e
validação de um método (LEITE, 2002).
A especificidade pode ser avaliada incorporando a matéria-prima ou produto
acabado em exame com níveis apropriados de impureza ou excipientes e
demonstrando que o resultado não é afetado pela presença destes compostos.
Outra maneira é comparar os resultados do teste com aquele de um segundo
método validado e bem caracterizado.
48
3.6.7 Robustez
É a habilidade do resultado de um método permanecer inalterado por
pequenas mudanças de parâmetros operacionais e ambientais. A robustez pode ser
determinada através da análise individual ou simultânea dos parâmetros mais
sujeitos à variação (ICH, 1995).
3.6.8 Sensibilidade
A sensibilidade é definida como a capacidade de um método distinguir, com
determinado nível de segurança, duas concentrações próximas. A sensibilidade é
utilizada como um parâmetro comparativo entre dois métodos, onde o método com
maior sensibilidade apresenta curva padrão com maior inclinação (ICH, 1995).
50
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 MATERIAL
4.1.1 Matérias-Primas e Reagentes
Ácido etilenodiaminotetracético dissódico (EDTA -N a2)
Ácido kójico - padrão - Sigma Aldrich Chem. Co.
Ácido kójico (98 a 102 %) - matéria-prima SP-Farma
Álcool etílico
Butilhidroxitolueno (BHT)
Cera auto emulsionante não iônica - Emulgade Wax ®
Cera auto emulsionante não iônica - Polawax ®
Cloreto férrico (FeCI3)
Triglicerídeo do ácido cáprico e caprílico - Crodamol GTCC ®
Diestearato de macrogol 150 - Cutina DSP 6B ®
Dipropilenoglicol
Hidroxietilcelulose - Natrosol ®
Metanol
Metilparabeno - Nipagin ®
Solução de acetato de sódio 2 M
Solução de ácido acético 2 M
Solução de ácido clorídrico 0,1 M
Solução de cloreto de potássio 0,2 M
Solução de fosfato de potássio 0,1 M
Solução de hidróxido de sódio 0,1 M
4.1.2 Equipamentos
Aparelho de ponto de fusão - Quimis
Balança analítica - Mettler Toledo - AG 245
51
4.2 MÉTODOS
4.2.1 Desenvolvimento da Forma Farmacêutica
Foram preparadas emulsões O/A não iônicas, com espessantes graxos e
poliméricos. Na elaboração destas formulações as fases aquosas e oleosas foram
aquecidas a 75°C, separadamente, sendo o espessante polimérico dispersado
previamente na fase aquosa e, posteriormente, as fases foram emulsificadas, sob
agitação. Durante o resfriamento efetuou-se uma etapa de homogeneização,
cuidando-se para que a emulsão mantivesse um movimento constante evitando a
formação do “cone de agitação” e aeração.
Na tabela 2 estão listadas as formulações, numeradas de F 1 a F 10, que
foram previamente avaliadas por suas características organolépticas.
52
FORMULAÇOES
MATÉRIA-PRIMA
F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8 F9 F10
Agua deionizada q.s. q.s. q.s. q.s. q.s. q.s. q.s. q.s. q.s. q.s.
Natrozo! 2 5 0 HHR ® - - - 0 ,2 % 0 ,5 % - - - 0 ,2 % 0 ,5 %
Propiienoglicol 8 ,0 % 8 ,0% 8 ,0 % 8 ,0 % 8 ,0 % 8 ,0 % 8 ,0 % 8 ,0 % 8 ,0 % 8 ,0 %
Nipagin ® 0 ,2 % 0 ,2 % 0 ,2 % 0 ,2 % 0 ,2 % 0 ,2 % 0 ,2 % 0 ,2 % 0 ,2 % 0 ,2 %
Crodam ol G T C C ® 10% 10% 10% 10% 10% 10% 10% 10% 10% 10%
F O N TE : O A U T O R
DPR = S. 100% / X
onde:
n = número de amostras
S = desvio padrão
Xi = valor de cada unidade testada
X = média dos valores testados
4.2.4.2 Linearidade
A curva padrão para determinar a linearidade do método de doseamento do
ácido kójico por espectrofotometria de absorção no ultravioleta foi construída com 19
54
pontos (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90 e 100 ng/ml). Foram
feitas duas pesagens, em dias diferentes, para o preparo da solução padrão de
ácido kójico concentrada (25 mg/100 ml). Estas soluções foram diluídas em triplicata,
obtendo-se seis soluções para cada ponto (n = 6).
4.2.4.3 Robustez
Para determinar se o método de quantificação do ácido kójico por
espectrofotometria no ultravioleta apresenta robustez foram analisados três
parâmetros: influência do pH, da temperatura e do tempo de leitura.
4.2.4.3.1 Influência do pH
A partir de uma solução padrão de 25 mg/100 ml de ácido kójico, foram
obtidas 10 soluções a 20 ng/ml cada, em diferentes valores de pH (Tabela 3).
Os diferentes valores de pH foram obtidos utilizando as soluções tampão
mostradas na tabela 4.
Neste experimento foram preparadas três soluções iniciais e as leituras foram
realizadas em triplicata, obtendo-se um n=9. A leitura das absorvâncias foi realizada
a 269 nm, em temperatura de 20°C e utilizando como branco a solução tampão
correspondente isenta de ácido kójico.
F O N TE . O A U T O R
55
4 2 .4.4 Exatidão
Foi preparada, em triplicata, solução padrão de ácido kójico na concentração
de 20 fig/ml.
Ao veículo (formulação F 4), isento de conservante, foi incorporado ácido
kójico padrão, para a obtenção de amostras de emulsão contendo 0,5 %; 1 %; e 2 %
do ativo.
Uma tomada de amostra de 1 g de cada preparação foi transferida para balão
volumétrico de 100 ml e o volume foi completado com água. Estas soluções foram
filtradas em papel de filtro qualitativo, desprezando os primeiros 5 ml. Uma fração de
cada um dos filtrados foi diluída com água até obter solução de concentração de
20 ng/ml.
A concentração do ácido kójico foi determinada por espectrofotometria no
ultravioleta como já descrito e foi calculada a porcentagem de recuperação do
método. Este experimento foi realizado em triplicata (n = 9).
4.2.4.5 Precisão
Para verificação da precisão intradia foram preparadas soluções de ácido
kójico nas concentrações de 5, 10, 15, 20 e 25 (ig/ml. A leitura das absorvâncias foi
realizada a 269 nm e foi calculado o DPR com os resultados obtidos. Este
experimento foi realizado em triplicata (n = 3).
Para verificação da precisão intermediária foram preparadas soluções de
ácido kójico, em dois dias diferentes, nas concentrações de 5, 10, 15, 20 e 25 ^g/ml.
A leitura das absorvâncias foi realizada a 269 nm, em dias diferentes, em aparelhos
diferentes e por analistas diferentes e foi calculado o DPR com os resultados
obtidos. Este experimento foi realizado em triplicata (n = 6).
57
F O N TE : O A U T O R
58
4.2.5.3 Curva padrão do ácido kójico por espectrofotometria no visível pelo cloreto
férrico.
A curva padrão foi construída com seis pontos. A partir de uma solução
padrão de ácido kójico de 100 fig/ml foram elaborados sistemas, com volumes finais
de 10 ml, contendo 6 ml da solução de cloreto férrico (4,5 mg/ml) e concentrações
de ácido kójico de 5, 10, 15, 20, 25 e 30 fxg/ml, conforme mostra a tabela 6. Os
sistemas foram preparados em triplicata.
59
Tabela 6. Preparo dos sistemas para obtenção da curva padrão do ácido kójico por
espectrofotometria no visível pelo cloreto férrico.
F O N TE : O A U T O R
4.2.5.4 Linearidade
Para avaliação da linearidade do método de doseamento do ácido
kójico por espectrofotometria no visível pelo cloreto férrico foi construída uma curva
padrão com 15 pontos (1, 2, 3, 4, 5, 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90 e 100 ug/ml).
Foram feitas duas pesagens, em dias diferentes, para o preparo da solução padrão
de ácido kójico 0,1 mg/ml. Em tubos de ensaio contendo 6 ml da solução de cloreto
férrico (4,5 mg/ml) recém preparada foram acrescentados diferentes volumes da
solução padrão de ácido kójico e água, obtendo-se sistemas com volume final de 10
ml. Estes sistemas foram preparados em triplicata, obtendo-se seis soluções para
cada ponto (n = 6).
4.2.5.5 Robustez
Para determinar se o método de quantificação do ácido kójico por
espectrofotometria no visível pelo cloreto férrico apresenta robustez foram
analisados três parâmetros: influência do pH, da temperatura e do tempo de leitura.
60
4.2.5.5.1 Influência do pH
Foram preparados, em triplicata, sistemas contendo 6 ml da solução de
cloreto férrico (4,5 mg/ml), 1 ml de solução padrão de ácido kójico (200 jig/ml) e 3 ml
de uma das diferentes soluções (água deionizada, HCI 0,1M, tampão acetato pH 4,0)
resultando em soluções de diferentes valores de pH, conforme mostra a tabela 7.
A leitura das absorvãncias foi realizada em 503 nm, a temperatura de 20°C,
utilizando como brancos sistemas idênticos isentos de ácido kójico. Foram
calculados os valores de DPR para os valores de absorvância dos diferentes valores
de pH.
F O N TE : O A U T O R
42=5,6 Exatidão
Para controle positivo foi preparado um sistema contendo 2 ml da solução
padrão de ácido kójico (100 ng/ml), 6 ml da solução de cloreto férrico (4,5 mg/ml) e
2 ml de água deionizada.
Como branco foi preparado um sistema contendo 6 ml da solução de cloreto
férrico (4,5 mg/ml) e 4 ml de água deionizada.
Ao veículo (formulação F 4), isento de conservante, foi incorporado ácido
kójico padrão, para a obtenção de amostras de emulsão contendo 0,5 %; 1 % e 2 %
do ativo,
Uma tomada de amostra de 1 g de cada uma foi transferida para balão
volumétrico de 100 ml e o volume foi completado com água. Estas soluções foram
filtradas em papel de filtro qualitativo, desprezando os primeiros 5 ml. Uma fração de
cada um dos filtrados foi adicionada a tubos contendo 6 ml da solução de cloreto
férrico (4,5 mg/ml) e diferentes volumes de água até obter sistemas com
concentração de 20 ^g/ml de ácido kójico. O teor de ácido kójico foi determinado por
espectrofotometria no visível pelo cloreto férrico, como já descrito, e foi calculada a
porcentagem de recuperação do método.
4.2.5.7 Precisão
Foram preparados sistemas, em triplicatas, com concentrações finais de ácido
kójico de 5, 10, 15, 20 e 25 (ig/ml, conforme mostra a Tabela 8. Como branco foi
preparado um sistema isento de ácido kójico.
A leitura das absorvâncias foi realizada em 503 nm e foi calculado o DPR com
os resultados obtidos (n = 3).
62
FON TE: O AU TO R
4.2.8.2 Membrana
Foi empregada uma membrana natural (pele dissecada da orelha de porco)
no estudo in vitro de permea9ao cutanea.
As membranas foram obtidas por dissecayao da pele da orelha de porcos,
ap6s o sacrificio do animal. A superficie da pele foi limpa com algodao embebido em
agua deionizada, os pelos foram cortados com tesoura e a pele foi retirada com
auxilio de bisturi e pin9a para dissecayao. Em seguida foram removidos os tecidos
subcutaneo e gorduroso presentes abaixo da derme, e certificou-se da integridade
da pele. Foram selecionadas peles integras, ou seja, livres de qualquer tipo de lesao
ou alterayoes (Figura 7). As amostras de pele dissecadas e integras foram
embrulhadas em folhas de papel aluminio e filme plastico e depois congeladas.
Quando necessarias essas amostras de pele foram descongeladas naturalmente a
temperatura ambiente, e colocadas nas celulas de difusao in vitro para realiza9ao de
ensaios de permea9ao.
65
conforme o item 4.2.4.1. Para esta análise as alíquotas das soluções receptoras
foram diluídas (1:5) com tampão fosfato isotônico pH 7,4.
Os dados de permeação cutânea foram utilizados para calcular os parâmetros
cinéticos tempo de latência (tempo U\G) e fluxo (J) do ácido kójico através da
membrana. Para determinar a cinética foram utilizados o modelo cinético de
HIGUCHI (pseudo 1a. ordem), o modelo cinético dela. ordem e o modelo cinético de
ordem zero. O modelo HIGUCHI (MICHNIAK, CHAPMAN, SEYDA, 1993) relaciona a
quantidade de fármaco permeado por área versus a raiz quadrada do tempo, o
modelo cinético de 1a. ordem relaciona o log da quantidade de fármaco permeado
por área versus o tempo e o modelo cinético de ordem zero relaciona a quantidade
de fármaco permeado por área versus o tempo. O modelo que apresenta o
coeficiente de correlação linear mais próximo de 1 corresponde ao modelo cinético
da permeação do ativo. A interceptação no eixo das abscissas desta curva, em
regressão linear, representa o tempo LAG em minutos. O fluxo (J) é dado pela
inclinação da curva (ROY, ROOS, SHARMA, 1994). O parâmetro LAG foi expresso
em minutos e J foi expresso em ng/crrf/minutos.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
bastante baixos das forças de atração de Van der Waals entre duas gotículas de
óleo, além disso os cristais líquidos conferem poder hidratante às formulações, por
mimetizarem as bicamadas lamelares das membranas celulares (DAHMAS, 1991).
Tais cristais mistos lamelares podem intumescer em função do conteúdo total de
água, isto é, parte da água é interlamelarmente ligada. Em geral pode ser
estabelecido que, com o crescimento do comprimento da cadeia polioxietilênica, a
capacidade de retenção de água interlamelar de uma emulsão O/A também
aumenta. Esta água interlamelar está em equilíbrio dinâmico com a água do sistema
(água não ligada), isto é, quando a água do sistema evapora, a água ligada
interlamelarmente se transforma em água do sistema, prolongando a hidrofilia
destas formulações, o que é benéfico para o consumidor (SAMPAIO, 1998).
Apesar das ceras auto emulsionantes apresentarem em sua composição os
agentes de consistência, muitas vezes há a necessidade de adição extra de agentes
de consistência com a finalidade de melhorar a estabilidade e a aplicabilidade. Os
agentes de consistência usualmente empregados são de natureza graxa ou
polimérica (SANCTIS, 2000).
Deste modo em algumas formulações (Tabela 2) optou-se pela incorporação
de um derivado de celulose grau farmacêutico, a hidroxietilcelulose, conhecida
comercialmente como Natrosol ® 250 (AQUALON). Optou-se por este polímero pelo
seu caráter não iônico compatível com o caráter também não iônico das ceras auto-
emulsionantes. Em outras formulações (Tabela 2) adicionou-se um agente de
consistência graxa, especificamente a cutina DSP 6B ® (ICPQ; 1999) que
corresponde ao diestearato de polietilenoglicol 6000; suas principais características
são o caráter não iônico, propriedades espessantes e emulsionantes, excelente
compatibilidade com a epiderme e mucosas, bem como a capacidade de diminuir o
potencial de irritação dos tensoativos aniônicos.
Como emoliente, fase oleosa, foi empregado em todas as formulações o
Crodamol GTCC ® (CRODA; 2001) que se constitui de uma mistura de triglicerídeos
de cadeia média, principalmente dos ácidos cáprico e caprílico, derivados do óleo de
coco, saturados, possuindo baixa viscosidade. Como resultado esses óleos fluídos
adquirem importantes propriedades de espalhamento e emoliente proporcionando
seu uso como alternativa aos óleos minerais e vegetais. Além disso, segundo
70
FONTE: O AUTOR
NOTA: ENCONTRAM-SE EM NEGRITO AS CARACTERÍSTICAS NÃO DESEJADAS NA FORMULAÇÃO.
FONTE: O AUTOR
CARACTERÍSTICA ESTABILIDADE
Tempo zero A/R Estufa 40°C Centrifugação
Cor branca, brilhante branca, brilhante branca, brilhante branca, brilhante
Odor inodoro inodoro inodoro inodoro
Homogeneidade presente presente presente presente
pH entre 4,5 e 5,5 entre 4,5 e 5,5 entre 4,5 e 5,5 entre 4,5 e 5,5
FONTE: O AUTOR
NOTA: A/R = AQUECIMENTO/RESFRIAMENTO (40°C / 2°C)
CONCENTRAÇAO (ug/ml) 5 10 15 20 25
P esagem 1 A 1 0,296 0,559 0,894 1,201 1,543
A2 0,294 0,600 0,893 1,202 1,543
A3 0,296 0,600 0,893 1,203 1,543
P esagem 2 A 1 0,297 0,597 0,895 1,218 1,544
A2 0,299 0,599 0,897 1,221 1,547
A3 0,299 0,599 0,894 1,206 1,549
P esagem 3 A 1 0,293 0,601 0,893 1,212 1,547
A2 0,293 0,602 0,892 1,220 1,542
A3 0,292 0,603 0,893 1,215 1,543
ABS Média 0,2947 0,6000 0,8938 1,2109 1,5446
DPR% 0,88 0,30 0,17 0,66 0,16
FONTE: O AUTOR
75
1,6 1
1,44 -
1,28 -
1,12 -
0,96 -
A 0,8 -
0,64 -
0,48 -
0,32 -
0,16 -
0 - n ----------------------------------- 1------------------------------------1----------------------------------- 1------------------------------------1----------------------------------- 1
0 5 10 15 20 25 30
FONTE: O AUTOR
Legenda: A = Absorvãncia; C = Concentração de ácido kójico (ng/ml); n = 9; X= 269 nm; Branco = água
deionizada.
5.2.2 Sensibilidade
A sensibilidade do método é obtida pela inclinação da curva padrão e sua
análise deve sempre ser feita comparativamente com outro método. A inclinação
obtida neste método foi de 0,06244.
5.2.3 Linearidade
A linearidade do método foi também avaliada em concentrações abaixo de
5 ng/ml e acima de 25 ng/ml, como pode ser observado na Figura 10.
76
I) D)
o o
C
C
FONTE: O AUTOR
NOTA: I) LIMITE INFERIOR DA LINEARIDADE; II) UMITE SUPERIOR DA LINEARIDADE
Legenda; A = Absorvância; C = Concentração de ácido kójico (ng/ml); n = 6; X = 269 nm; Branco = água
deionizada
5.2.4 Robustez
É a habilidade do resultado de um método permanecer inalterado por
pequenas mudanças de parâmetros operacionais e ambientais. A robustez de um
método pode ser determinada através da análise individual ou simultânea dos
parâmetros mais sujeitos à variação.
77
5.2.4.1 lnfluencia do pH
Em pH alcalino, a medida que aumenta o valor do pH ha uma diminuit;:ao nos
valores de absorvancias (figura 11). Esta diminuit;:ao esta de acordo com o que se
observa no espectro do ultravioleta em pH alcalino (9,0), onde pode se observar urn
deslocamento batocromico com maximo de absort;:ao em 312 nm, conforme mostra
a Figura 12.
0 ,9
0,8
0,7
0 ,6
A 0,5 **
0,4
***
0,3
0 ,2 ***
0,1
0 ~-L~~~~~~-,~~~~J-~~~~~~~
2 3 4 5 6 7 8 9 10
pH
FONTE: 0 AUTOR
NOTA: ** p<0,05 e *** p< 0,001
Legenda: A = Absorvfmcia; pH = pH da solucao 20 JlQ/ml de acido k6j ico; n = 9 (Media ± SD); A. = 269 nm;
Brancos = soluyoes tampao isentas de acido k6j ico.
Como o ácido kójico apresenta pKa = 7,9; próximo ao pKa do fenol que é 8,2
(THE MERCK INDEX, 1983), uma possível explicação para o deslocamento
observado em pH básico seria a ionização da hidroxila enólica do ácido kójico, onde
a forma ionizada apresenta estrutura eletrônica distinta da forma não ionizada e
portanto os espectros de absorção no ultravioleta resultantes são diferentes.
Outra possível explicação para este deslocamento pode ser devido a uma
reação de adição nucleofilica a dupla ligação do carbono carbonilico que é
característico de aldeídos e cetonas. A disposição plana triangular dos grupos em
torno do átomo de carbono da carbonila significa que este está relativamente aberto
aos ataques por cima ou por baixo. A carga positiva no átomo de carbono
carbonilico significa que ele é especialmente susceptível ao ataque por um
nucleófilo. A adição nucleofilica de um reagente nucleófilo forte converte o aldeído
ou a cetona, planos triangulares em um produto tetraédrico. O aspecto importante
desta etapa é a capacidade de o átomo de oxigênio carbonilico acomodar o par de
elétrons da dupla ligação carbono-oxigênio (SOLOMONS.1994).
O método sofre influência dos valores de pH do meio, sendo por tanto mais
estável em valores de pH menores que 7,0. Em todos os experimentos de validação
desta metodologia trabalhou-se em uma faixa de pH entre 5,0 e 6,0, resultante da
solução aquosa de ácido kójico.
2GOO 2 5 0 ,0 3 0 0 ,0 3 5 0 .0 4 0 0 ,0
W a v e ie n g t h (nm .)
0,65
0,585 r- r- r- r- r- r- r- r- r-
0,52
0,455
0,39
A 0,325
0,26
0,195
0,13
0,065
0
0 2 3 4 5 6 7 8
T
FONTE: 0 AUTOR
Legenda : A = Absorvancia; T = tempo de leitura da solu~o de acido k6jico 20 ~g/ml (horas); n = 9 (Media± SD);
A.=269 nm; Branco = agua deionizada.
0,72
0,64
0,56
_T'
.... -....
0,48
A 0,4
0,32
0,24
0,16
0,08
0
5 20 35
T
FONTE: 0 AUTOR
Legenda: A = Absorvancia; T = temperatura da solucao de acido k6jico 20 J.lQ/ml (•C); n = 9 (Media ± SO);
A. = 269 nm; Branco = agua deionizada.
5.2.5 Exatidao
A exatidao do metoda para quantifiCa9aO do acido k6jico por
espectrofotometria no ultravioleta foi verificada atraves do ensaio de recupera9ao.
Em urn primeiro momenta os resultados obtidos nao se apresentaram de
acordo com o esperado, pois a porcentagem de recupera9ao era maior do que a
adicionada a formula9ao. Devido a este fato, foi necessaria pesquisar se havia
interferencia de algum componente do veiculo na leitura das absorvancias no
comprimento de onda de 269 nm.
0 constituinte, metilparabeno (Figura 17) e o que apresenta maior
semelhan9a eletronica com o acido k6jico por possuir insatura9oes e pares de
eletrons nao ligantes, sendo o provavel interferente no ensaio de recupera9ao. 0
espectro de varredura desta substancia (Figura 18) mostra uma banda de absor9ao
na mesma faixa espectral (250 a 300 nm) que o acido k6jico, mostrando que o
82
ÇOOCH3
OH
FONTE: O AU TO R
5.2.6 Precisão
A precisão foi avaliada através da repetibilidade e da precisão intermediária,
não sendo analisada a reprodutibilidade do método, tendo em vista que não foi
realizada uma triagem de medidas interlaboratoriais.
Os resultados do ensaio de repetibilidade apresentou valores de desvios
padrão relativo inferiores a 1 %, valor normalmente aceito, indicando que o método
apresenta boa precisão intra-dia (Tabela 14).
CONCENTRAÇAO (ug/ml) 5 10 15 20 25
A1 0,302 0,600 0,893 1,202 1,543
A2 0,301 0,603 0,895 1,200 1,542
A3 0,305 0,598 0,892 1,197 1,546
A Média 0,3027 0,6003 0,8933 1,1997 1,5437
DPR 0,69 0,43 0,17 0,21 0,13
FONTE: O A U TO R
84
CONCENTRAÇAO (nQ/ml) 5 10 15 20 25
Dia 1 A 1 0,302 0,600 0,893 1,202 1,543
A2 0,301 0,603 0,895 1,200 1,542
A 3 0,305 0,598 0,892 1,197 1,546
Dia 2 A 1 0,307 0,602 0,899 1,207 1,551
A2 0,305 0,604 0,897 1,206 1,549
A3 0,307 0,604 0,897 1,206 1,548
A Média 0,3045 0,6018 0,8955 1,2030 1,5465
DPR 0,82 0,40 0,30 0,33 0,23
FONTE: O AUTOR
Figura 19: Espectro de absorção do ácido kójico padrão (25 (ig/ml) pelo método do
cloreto férrico.
cloreto
férrieo 90 180 270 360 460 540 630 720 810 900 990 1080 1160 1260 1360 1800
(ng/ml)
ABS 1 0,077 0,100 0,119 0,125 0,133 0,141 0,144 0,151 0,153 0,156 0,161 0,161 0,166 0,168 0,167 0,169
AB S 2 0,081 0,101 0,119 0.126 0,135 0,142 0,146 0,151 0,153 0,157 0,161 0,163 0,167 0,167 0,167 0,168
ABS 3 0,079 0,102 0,116 0,124 0,137 0,140 0,148 0,148 0,156 0,158 0,159 0,162 0,165 0,169 0,166 0,169
Média 0,079 0,101 0,118 0,125 0,135 0,141 0,146 0,15 0,154 0,157 0,160 0,162 0,166 0,168 0,167 0,169
DPR 2,53 1,00 1,47 0,46 1,48 0,71 1,37 1,15 1,12 0,64 0,72 0,62 0,60 0,60 0,35 0,34
cloreto 1890 1980 2070 2160 2250 2340 2430 2620 2610 2700 2790 2880 2970 3060 31S0 3240
férrieo
(nfl/ml)
ABS 1 0,168 0,169 0,167 0,168 0,169 0,170 0,168 0,169 0,167 0,169 0,169 0,167 0,169 0,168 0,168 0,169
ABS 2 0,169 0,169 0,168 0,168 0,168 0,168 0,169 0,167 0,168 0,167 0,169 0,168 0,170 0,168 0,167 0,169
ABS 3 0,168 0,168 0,169 0,169 0,169 0,169 0,169 0,169 0,169 0,168 0,168 0,168 0,169 0,167 0,168 0,168
Média
0,166 0,168 0,168 0,168 0,168 0,169 0,169 0,168 0,168 0,168 0,169 0,168 0,169 0,168 0,168 0,169
DPR 0,34 0,34 0.6 0,34 0,34 0.6 0,34 0,68 0,6 0.6 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34 0,34
FONTE: O AUTOR
0 ,1 7 6 i
0 ,1 6 -
0 ,1 44 -
0 ,128 -
0,112 -
. 0 ,0 96 -
A
0 ,0 8 -
0 ,064 -
0,048 -
0,032 -
0,016 -
0-
0 360 720 1080 1440 1800 2160 2520 2880 3240 3600
FONTE: O A U TO R
Legenda: A = Afasorvância; C = concentração de cloreto férrico (ng/m l); n = 9; X = 5 0 3 nm; Branco = Sistem as
5.3.2 Curva Padrão do Ácido Kójico por Espectrofotometria no visível pelo Cloreto
Férrico
A construção de uma curva padrão, por espectrofotometria no visível pelo
cloreto férrico, com sistemas contendo concentrações de ácido kójico na faixa de 5 a
30 jxg/ml permitiu verificar que este método analítico apresentou linearidade neste
intervalo, com coeficiente de correlação de 0,999541 (Figura 22)
89
FONTE: O AUTOR
Legenda: A = Absorvância; C = concentração de ácido kójico (ng/ml); n = 9; X = 503 nm; Branco = Sistema isento
de ácido kójico.
Figura 22: Representação gráfica da curva padrão do ácido kójico obtida por
espectrofotometria no visível pelo cloreto férrico.
5.3.3 Sensibilidade
O valor da inclinação da curva padrão do ácido kójico por espectrofotometria
no visível pelo cloreto férrico é de 0,008331. Como este valor é menor que o
encontrado na curva padrão do ácido kójico no ultravioleta, para as mesmas
concentrações, pode-se afirmar que a metodologia de quantificação por
espectrofotometria no visível pelo cloreto férrico é menos sensível, e por isso não é
tão capaz de diferenciar pequenas concentrações do ativo (CHASIN et al., 1998).
5.3.4 Linearidade
A linearidade foi também avaliada em concentrações abaixo de 5 (ig/ml e
acima de 30 |ig/ml (Figura 23).
Verifica-se que o método apresenta linearidade no intervalo de concentração
de 5 a 60 jj.g/ml. Quando as absorvâncias dos valores extremos (maior que 60 ^g/ml
e menor que 5(ig/ml) são considerados, o coeficiente de correlação linear encontra-
se abaixo do valor de referência aceito que é de 0,98 (LEITE, 2002).
90
D n)
0 0
FONTE: O AUTOR
NOTA: I) LIMITE INFERIOR DA LINEARIDADE; II) LIMITE SUPERIOR DA LINEARIDADE
Legenda: A = Absorvància; C = Concentração de ácido kójico (ng/ml); n = 6; X = 269 nm; Branco = água
deionizada.
5.3.5 Robustez
A robustez do método foi avaliada através da verificação da influência do pH,
do tempo de leitura e da temperatura nos valores de absorvâncias.
5.3.5.1 Influencia do pH
A influência do pH foi verificada apenas em pH ácido, pois o cloreto férrico em
meio alcalino, forma precipitado, o que inviabiliza a utilização do cloreto férrico para
esta aplicação.
Através da Figura 24 pode-se observar que não há diferença significativa
(p>0,05) nos valores de absorvància nos diferentes valores de pH. O pH de escolha
é o do sistema contendo a mistura reacional de cloreto férrico e ácido kójico em
água (pH 5,8), dispensando desta forma a utilização de um sistema tamponante.
91
0,18
0,162 T
1. _I_ T
0,144
J. 1.
0,126
0,108
A 0,09
0,072
0,054
0,036
0,018
0
2 3 5,8
pH
FONTE: 0 AUTOR
Legenda: A = Absorvancia; pH = pH do sistema; n =9 (Media ± SD); /... = 503 nm; Branco = Sistemas
tamponados isentos de acido k6jico.
0,2
0,18
0,16 r-
rn ~ r% r- ,z ~
~ r%
0,14
0,12
A 0,1 '
0,08
0,06
0,04
0,02
0
0 2 3 4 5 6 7 8
T
FONTE: 0 AUTOR
Legenda : A = Absorvfmcia ; T = tempo de leitura do sistema com 20 119/ml de acido k6jico (horas); n = 9 (Media ±
SD); A. = 503 nm; Branco = Sistema isento de acido k6jico.
0,18
0,16 r--
0,14
0,12
A 0,1
0,08
0,06
0,04
0,02
0 +-~--~----~--~--~~--~~
5 20 35
T
FONTE: 0 AUTOR
Legenda: A = Absorvancia; T = temperatura do sistema com 20 JlQ/ml de acido k6jico (•C) ; n = 9 (Media ± SD);
A. = 503 nm; Branco= Sistema isento de acido k6jico.
5.3.6 Exatidao
A exatidao do metoda para quantifiCa9aO do acido k6jico por
espectrofotometria no visivel pelo cloreto ferrico foi verificada atraves do ensaio de
recupera9ao.
Este metoda mostrou-se exato tendo em vista que as porcentagens de
recupera9ao de acido k6jico incorporada na formula9ao F 4 estao pr6ximas de
100% (99,1 %, 99,7% e 99,7 %) e encontram-se situados dentro do limite aceito,
que e de 98% a 102 %, conforme mostra a Tabela 17 (LEITE, 2002).
94
Porcentagem de
recuperação 99,1% 99,7% 99,7%
FONTE: O AUTOR
5.3.7 Precisão
A precisão foi avaliada através da repetibilidade e da precisão intermediária,
não sendo analisada a reprodutibilidade do método, tendo em vista que não foi
realizada uma triagem de medidas interlaboratoriais.
Os resultados de repetibilidade e precisão intermediária apresentaram
desvios padrão relativos (máximo de 0,68 para a repitibilidade e menores que 0,91
para a precisão intermediária) dentro dos limites de valores aceitáveis, ou seja,
inferior a 1 % em análises realizadas no mesmo dia e inferiores a 2 % em análises
realizadas em dias diferentes, por analistas diferentes e em aparelhos distintos
(CHASIN, 1998). Estes resultados mostram que o método apresenta boa precisão
intra-dia e inter-dias (Tabela 18 e 19).
CONCENTRAÇAO (fig/ml) 5 10 15 20 25
A 1 0,041 0,085 0,124 0,168 0,208
A2 0,041 0,084 0,125 0,168 0,209
A3 0,042 0,085 0,125 0,167 0,209
A Média 0,0413 0,0846 0,1246 0,1676 0,2086
DPR 0,4 0,68 0,46 0,34 0,28
FONTE: O AUTOR
95
CONCENTRAÇAO (ug/ml) 5 10 15 20 25
Dia 1 A 1 0,041 0,085 0,124 0,168 0,208
A2 0,041 0,084 0,125 0,168 0,209
A 3 0,042 0,085 0,125 0,167 0,209
Dia 2 . A 1 0,041 0,084 0,125 0,167 0,210
A2 0,040 0,083 0,126 0,168 0,209
A 3 0,041 0,083 0,125 0,167 0,209
A Média 0,041 0,084 0,125 0,1676 0,209
DPR 0,91 0,74 0,69 0,61 0,56
FONTE: O AUTOR
PARÂMETROS
Interferência do metilparabeno Sim Não
Linearidade (|ug/ml) 1 -6 0 5 -6 0
Sensibilidade* 0,06244 0,008331
Influência do pH Sim Sim
Influência do tempo de leitura Não Não
Influência da temperatura Não Não
Exatidão Sim Sim
Precisão intra-dia Sim Sim
Precisão inter-dias Sim Sim
FON TE: O AU TO R
NO TA: * S E N S IB IL ID A D E O B T ID A P E L A IN C L IN A Ç Ã O D A C U R V A P A D R Ã O .
De acordo
- Pouco solúvel em: éter e clorofórmio (1)
Ponto de Fusão 153°C - 154°C (2) 153,3°C
a) 98,70%
Teor 9 8 % - 1 0 2 % (2)
b) 98,93%
FONTE: O A U TO R
NOTA: (1 ) C O N F O R M E T H E IN D E X M E R C K , 1983
(2) C O N F O R M E C E R T IF IC A D O D E A N Á L IS E (A N E X O )
Legenda: a) m étodo espectrofotom étrico no ultravioleta; b) m étodo espectrofotom étrico no visível pelo cloreto
férrico.
102.5
95
90
85
80
75
70
65
o/oT 60
55
50
I Materia-prima
45
40 I Padrao
35
30
25
21.1
3500.0 3000 2000 1500 1000 650.0
em- I
FONTE: 0 AUTOR
...
b
$
1 .000
FONTE: O AUTOR
NOTA: * OBTIDO PELO MÉTODO ESPECTROFOTOMÉTRICO NO VISÍVEL PELO CLORETO FÉRRICO.
Nos últimos anos, o ácido kójico tem ocupado uma posição de destaque entre
as substâncias usadas para o clareamento de vários tipos de hipercromias cutâneas
(ELLIS, TAN, ELLIS, 1995). Entretanto, ao lado da atividade tópica, não existem
estudos demonstrando efeitos sistêmicos e colaterais decorrentes de sua absorção
através da pele.
Na avaliação de produtos de ação dermatológica e transdérmica, testes
clínicos podem ser precedidos, e em algumas vezes substituídos, por testes in vitro.
Estes testes, devido as suas peculiaridades, permitem entender alguns fenômenos
que ocorrem entre a aplicação do produto e o efeito medido farmacologicamente, de
maneira prática, rápida e sem a interferência de fatores biológicos (WESTER,
MAIBACH, 1989).
As colocações feitas acima levaram a avaliação da formulação F 4 (Tabela
10 ) quanto à capacidade de proporcionar disponibilidade adequada do princípio ativo
em nível cutâneo, ou seja, maior retenção cutânea e menor fluxo do mesmo através
da peie.
Para tanto, foi utilizada a célula de difusão baseada no modelo de Franz
(Figura 6 ), usualmente empregada em estudos de permeação in vitro de produtos
tópicos. Neste ensaio manteve-se a temperatura constante (37°C) e agitação
magnética suficientemente vigorosa para minimizar as camadas de difusão na
interface da membrana, fato este que promoveria uma resistência adicional à difusão
do fármaco para a solução receptora (SMITH, HAIGH, 1989), e evitando a obtenção
de concentrações localizadas de fármacos.
A eleição de uma solução receptora para os experimentos in vitro depende da
solubilidade do fármaco. Com substâncias de baixa solubilidade em água pode-se
obter falsos resultados. Como o ácido kójico é muito solúvel em água, as soluções
receptoras mais indicadas são soluções tampão isotônicas com valores de pH em
torno de 7,4 e a manutenção de “sink conditions” é necessária para garantir a
obtenção de resultados efetivos (WESTER, MAIBACH, 1989).
A membrana é outro fator crítico na condução dos experimentos de
permeação in vitro. As membranas sintéticas, como as de acetato de celulose, são
indicadas para verificação das características de liberação que o veículo proporciona
ao fármaco. No entanto, trata-se de uma membrana hidrófila que não possui as
propriedades anatômicas e fisiológicas da pele. Assim, o ideal é realizar estes
101
FONTE: 0 AUTOR
Legenda: A = Absorvânda; C = Concentração de ácido kójico (ng/ml); n = 9; X ~ 269 nm; Branco = Solução
tampão fosfato isotônica pH 7,4.
F O N TE : O A U T O R
2700
2600
2500
2400
2300
2200
2100
2000
1900
1800
1700
1600
1500
1400
Q/A 1300 • Formula<;ao F 4
1200
1100
1000 Solu<;ao Tampao
900 pH 7.4
800
700
600
500
400
300
200
100
0
0 60 120 180 240 300 360 420 480 540 600 660 720 780 840
T
FONTE: 0 AUTOR
Legenda: T =Tempo (minutes); Q/A = Quantidade de acido k6jico permeado por area (l!glcm\ n =4 (Media ±
SO) .
Figura 30: Perfil do fluxo de permeac;ao do acido k6jico atraves de pele da orelha de
porco.
500
• Formul at;:ao
450
Solut;: ao
400
350
300
250
Q/A
200
150
100
50
0 ~~~~~~~~~,-~----.--.--.-~--.
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65
-50
FONTE: 0 AUTOR
2
Legenda: T = Tempo (minutos); Q/A = Quantidade de acido k6jico permeado por area (l!g/cm ), n=4 (Media ±
SD).
Figura 31: Representac;ao grafica para determinac;ao do tempo LAG do acido k6jico
na formulac;ao F 4 e em soluc;ao tampao fosfato isotonica pH 7,4 nos ensaios de
permeac;ao cutanea.
Tabela 24. Parâmetros cinéticos das curvas de permeação in vitro do ácido kójico
nas formulações em estudo.
FONTE: O AUTOR
Legenda: J = Fluxo; r = coeficiente de correlação linear.
FONTE: O AUTOR
Legenda: A = Absorvância; C = Concentração de ácido kójico (jig/ml); n = 6; Branco = metanol
FONTE: O AUTOR
NOTA: COMO BRANCO FOI UTILIZADA UMA FORMULAÇÃO ISENTA DE ÁCIDO KÓJICO
Tabela 26. Retenção cutânea do ácido kójico da solução tampão fosfato isotônico
pH 7,4.
FONTE: O AUTOR
NOTA: COMO BRANCO FOI UTILIZADA UMA SOLUÇÃO TAMPÃO FOSFATO ISOTÔNICA pH 7,4 ISENTA DE
ÁCIDO KÓJICO
45000 **
.,...
40500
36000
....
3 1500
27000
QR/P moo
18000
13500
9000
4500
FONTE: 0 AUTOR
NOTA:** p< 0,01
Legenda: QRIP = Quantidade de acido k6jico retido I grama de pele (Jlg/g), n=9 (Media ± SD); A. = 269 nm.
Figura 33: Quantidade de acido k6jico retido na pele da orelha de porco ap6s oito
horas de contato com os veiculos.
Entretanto, deve-se ter a cautela quanto à extrapolação dos resultados obtidos para
situações in vivo. Com a metodologia in vitro pode-se fazer uma seleção prévia das
formulações antes da realização de testes clínicos.
111
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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1993.
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ou excede às especificações estabelecidas pela United States Pharmacopeia ou pela British Pharmacopeia.
ACIDO KOJICO
Lote : 200091727 Análise : 10/11/2000
Origem : CHINA Validade : 01/03/2002
Fabric. : 01/09/2000 DCB/DCI :
Peso Molec : 142,11 Form Molec : C 6H 604