Aula 06
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SUMÁRIO PÁGINA
1. Substantivo 3
2. Artigo 19
3. Adjetivo 22
4. Preposição 34
5. Advérbio 49
6. Lista de questões para revisão 59
7. Gabarito 79
Olá, pessoal!
Continuando nossa aula 6, vamos falar do substantivo, adjetivo,
preposição e advérbio.
Mas o que são as classes de palavras? Para responder a essa pergunta, é
interessante observarmos alguns princípios gramaticais.
A gramática normativa divide-se em três estruturas básicas: a
semântica, a morfologia e a sintaxe.
O valor semântico é o sentido que o vocábulo terá no contexto da frase.
A base de seu estudo são os sentidos das conjunções coordenativas,
subordinativas adverbiais, preposições, além dos substantivos, adjetivos e
advérbios.
A morfologia é tudo que norteia o vocábulo em si: a fonologia (som da
palavra), a estrutura da palavra, a ortografia, a acentuação gráfica e as classes
de palavras. Estas classes são os nomes dos vocábulos dentro de uma frase.
Esses vocábulos podem ser:
a) substantivo (dá nome aos seres);
b) artigo (determina o substantivo);
c) adjetivo (caracteriza o substantivo);
d) advérbio (modifica o verbo, adjetivo ou outro advérbio);
e) pronome (substitui ou acompanha um termo substantivo);
f) verbo (transmite processos, como ação, atividade intelectual, desejo, etc);
g) conjunção (liga orações ou palavras);
h) preposição (liga orações, palavras ou inicia complementos);
i) numeral (quantifica, ordena, multiplica ou divide os seres);
j) interjeição (marca exclamações).
Essas classes de palavras normalmente ocupam uma função sintática,
que é o seu desempenho dentro de uma oração.
Uma classe gramatical pode desempenhar várias funções sintáticas,
dependendo do contexto em que é inserida. Um substantivo, por exemplo,
Naturalmente, você não tem que decorar esse quadro, ele é apenas um
elemento de consulta, para que você compreenda melhor a diferença entre
morfologia, semântica e sintaxe; pois, quando a prova junta os conteúdos
numa só questão, isso ajudará muito.
Assim, esta aula trabalha a morfologia, especificando as classes de
palavras.
Partamos do princípio de que, na Língua Portuguesa, há dez classes de
palavras (substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, pronome, artigo, numeral,
interjeição, preposição e conjunção). Logicamente, não nos interessa comentar
todas as classes, mas aquilo que é cobrado em prova.
O assunto é vasto, mas percebemos que as questões se concentram
basicamente nas classes “artigo”, “substantivo”, “adjetivo”, “advérbio”,
“pronome”, “conjunção” e “preposição”. O que é importante a ser trabalhado
sobre conjunção basicamente foi visto nas aulas de orações subordinadas
adverbiais, substantivas e coordenadas.
Os assuntos numeral e interjeição praticamente não têm ocorrências nas
provas.
Por isso, basicamente trabalharemos preposições, substantivos,
adjetivos, artigos, verbos e pronomes.
Vamos ao primeiro tema?!!!
Substantivo é a palavra que designa seres. O conceito de seres deve
incluir os nomes de pessoas, lugares, instituições, grupos, indivíduos e entes
de natureza espiritual ou mitológica:
mulher Teresina cavalo anjo alma
comunidade saci sereia sociedade Maria
Além disso, deve incluir os nomes de ações, estados, qualidades,
sensações, sentimentos:
acontecimento integridade correria encontro amor
miséria honestidade cidadania liberdade
1
A expressão “pé de moleque” perdeu o hífen com a Nova Reforma Ortográfica.
2
A expressão “mula sem cabeça” perdeu o hífen com a Nova Reforma Ortográfica.
3
A expressão “fora da lei” perdeu o hífen com a Nova Reforma Ortográfica.
4
A expressão “fora de série” perdeu o hífen com a Nova Reforma Ortográfica.
5
A expressão “leva e traz” perdeu o hífen com a Nova Reforma Ortográfica.
Metafonia
Há muitos substantivos cuja formação do plural necessita da mudança de
timbre do /o/ fechado para /ó/ aberto. Esse processo é chamado metafonia.
a. Mudam de timbre no plural, de /ô/ para /ó/:
abrolho destroço miolo posto caroço
esforço olho povo corno forno
osso rebordo coro foro (tb. /ó/ no sing.)
ovo reforço corpo fosso poço
rogo corvo imposto porco socorro
despojo jogo porto tijolo
b. Mantêm o timbre fechado /ô/ no plural:
acordo consolo estorno moço adorno
contorno ferrolho molho “condimento” almoço
desgosto globo morro bolo encosto
golfo piolho bolso engodo gosto
rolo cachorro esgoto gozo sogro
coco estofo lobo (animal) sopro colosso
estojo logro
III - Epiceno: são os que têm uma só forma e um só artigo para ambos os
gêneros de certos animais, acrescentando as palavras macho e fêmea, para se
distinguir o sexo do animal. Eis alguns exemplos:
a girafa a águia a barata
a cobra o jacaré a onça
o tatu a anta a arara
a borboleta o canguru o caranguejo
Observação: Existem alguns substantivos que trazem dificuldades, quanto ao
gênero. Atente para os mais importantes:
São masculinos:
o açúcar o afã o alvará
o anátema o aneurisma o antílope
o apêndice o apetite o algoz
o cataclismo o cônjuge o champanha
o gengibre o herpes o lança-perfume
São femininos:
a abusão a acne a aguarrás
a alface a apendicite a aguardente
a alcunha a aluvião a bacanal
a bólide a couve a couve-flor
a cal a comichão a derme
a dinamite a debênture a elipse
a ênfase a echarpe a enzima
3. Flexão em grau
Os substantivos podem ser modificados a fim de exprimir intensificação,
exagero, atenuação, diminuição ou mesmo deformação de seu significado.
Essas modificações, que constituem as variações de grau do substantivo, são
tradicionalmente consideradas um mecanismo de flexão. Pode-se perceber, no
entanto, que não se trata de mecanismos de flexão, mas sim de processos de
derivação, pois exige a presença de afixos nos casos sintéticos.
Formação do grau – existem dois processos:
a) sintético: consiste no acréscimo de sufixos aumentativos ou diminutivos à
forma normal do substantivo. É, na verdade, um típico caso de derivação
sufixal:
rato ratão (aumentativo sintético) ratinho (diminutivo sintético)
b) analítico: a forma normal do substantivo é modificada por adjetivos que
indicam aumento ou diminuição de proporções.
rato rato grande (aumentativo analítico) rato pequeno (diminutivo analítico)
No uso efetivo da língua, as formas sintéticas de indicação de grau são
normalmente empregadas para conferir valores afetivos aos seres nomeados
pelos substantivos, como os seguintes:
amigão partidão bandidaço mulheraço
livrinho ladrãozinho rapazola futebolzinho
Gabarito: D
Gabarito: B
Artigo
O artigo é a palavra que fica anteposta ao substantivo, para generalizá-
lo, particularizá-lo ou determinar o seu sentido.
Muitas vezes, é o artigo que especifica o gênero e o número do
substantivo.
O pianista tocou por longa noite para os artistas homenageados.
A pianista tocou por longa noite para as artistas homenageadas.
O lápis estava na carteira.
Os lápis estavam na carteira.
Em função da particularização ou generalização referente ao substantivo,
o artigo pode ser considerado definido e indefinido.
O artigo indefinido (um, uma, uns, umas) generaliza o substantivo,
determinando-o de modo vago:
Gostaria de ter uma conversa com você.
Já o artigo definido (o, a, os, as) particulariza o substantivo,
determinando-o de modo mais preciso:
A conversa que tivemos ontem não ajudou em nada.
Questão 19: PC RJ 2013 – Oficial de Cartório (banca IBFC)
O Jivaro
(Rubem Braga)
Um Sr. Matter, que fez uma viagem de exploração à América do Sul, conta a
um jornal sua conversa com um índio jivaro, desses que sabem reduzir a
cabeça de um morto até ela ficar bem pequenina. Queria assistir a uma
dessas operações, e o índio lhe disse que exatamente ele tinha contas a
acertar com um inimigo.
O Sr. Matter:
- Não, não! Um homem, não. Faça isso com a cabeça de um macaco.
E o índio:
- Por que um macaco? Ele não me fez nenhum mal!
Assinale a alternativa em que o vocábulo “a", destacado nas opções abaixo,
seja exclusivamente um artigo.
a) “conta a um jornal sua conversa com um índio jivaro,"
b) “desses que sabem reduzir a cabeça de um morto"
c) “Queria assistir a uma dessas operações"
d) “ele tinha contas a acertar com um inimigo"
e) “uma viagem de exploração à América do Sul"
Comentário: Na alternativa (A), o verbo “conta” é transitivo direto e indireto,
o termo “sua conversa” é o objeto direto e o objeto indireto “a um jornal” é
precedido da preposição “a”.
A alternativa (B) é a correta, pois o verbo “reduzir” é transitivo direto e
o termo “a cabeça de um morto” é o objeto direto, cujo núcleo “cabeça” é
precedido do artigo “a”.
Na alternativa (C), o verbo “assistir” é transitivo indireto e rege a
preposição “a”.
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Português para TCM RJ
Teoria e exercícios comentados
Prof. Décio Terror Aula 6.1
Confrontando o primeiro verso do poema e seu título, nota-se que houve uma
mudança do artigo que acompanha a palavra “bicho”. Isso se explica porque:
a) o artigo definido do título justifica-se pela tentativa de evitar uma
repetição desnecessária já que, no primeiro verso, ele se refere ao bicho
novamente.
b) o artigo indefinido do primeiro verso indica que o eu-lírico pretende criar
um efeito de nostalgia em torno do bicho em questão.
c) a mudança de artigo, do definido para o indefinido, reforça o efeito de
surpresa causado no leitor pelo eu-lírico que, embora saiba de que bicho
se trata desde o título, opta por não revelá-lo de imediato.
d) trata-se de um recurso gramatical que, embora não acarrete alterações
semânticas, produz substanciais transformações sintáticas na estrutura do
poema.
e) o eu-lírico pretendia chamar atenção para a importância do tema central
do poema, por isso recorreu às alterações morfossintáticas.
Comentário: Primeiramente, devemos perceber que o “eu-lírico”, expressão
muito utilizada nas alternativas, é a voz do narrador, é aquele que nos conta
algo. Neste caso, é a suposta voz que nos conta a história no poema.
Na narrativa em prova, chamamos esta voz de narrador. No poema,
chamamos esta voz de eu-lírico.
Agora, efetivamente quanto ao artigo, no título o artigo “o” é definido e
no primeiro verso o artigo “um” é indefinido. Sabemos que o artigo indefinido
generaliza e o definido especifica algo dito anteriormente, algo conhecido.
Um título traduz a ideia central do texto ou a sugere.
O primeiro verso inicia a história com “um bicho”. Na sequência, esse
Adjetivo
2. Flexão de número
A formação do plural dos adjetivos simples segue as mesmas regras da
formação do plural dos substantivos simples. Os adjetivos que indicam cores e
são formados pela expressão “cor de + substantivo” são invariáveis em
gênero e número, mesmo quando a expressão “cor de” estiver subentendida.
papel cor de rosa papéis cor de rosa
giz (cor de) laranja gizes (cor de) laranja
carro (cor de) creme carros (cor de) creme
camisa (cor de) cinza camisas (cor de) cinza
Os adjetivos compostos apresentam pelo menos dois radicais em sua
estrutura: ítalo-brasileiro, luso-africano, socioeconômico, político-institucional.
A flexão de número e gênero nos adjetivos compostos
I - Flexão de gênero (masculino/feminino) ou número (singular/plural):
Nos adjetivos compostos formados por dois adjetivos, apenas o último
elemento sofre flexão:
cidadão luso-brasileiro cidadãos luso-brasileiros
cidadã luso-brasileira cidadãs luso-brasileiras
olho verde-claro olhos verde-claros
camisa verde-clara camisas verde-claras
3. Flexão de grau:
Os adjetivos variam em grau quando se deseja comparar ou intensificar
as características que atribuem. Há, portanto, dois graus de adjetivo: o
comparativo e o superlativo:
1) Comparativo: compara uma qualidade entre dois elementos ou duas
qualidades de um mesmo elemento. São três os comparativos:
De superioridade:
Para alguns alunos, Português é mais fácil (do) que Química.
De igualdade:
Para alguns alunos, Português é tão fácil quanto Química.
Ele é tão exigente quanto (ou como) seu irmão.
De inferioridade:
Para alguns alunos, Português é menos fácil (do) que Química.
Os adjetivos bom, mau, grande e pequeno têm formas sintéticas
(melhor, pior, maior e menor), porém, em comparações feitas entre duas
qualidades de um mesmo elemento, devem-se usar as formas analíticas mais
bom, mais mau, mais grande e mais pequeno.
Essa solução é melhor (do) que a outra.
Minha voz é pior (do) que a sua.
O descaso pela miséria é maior (do) que o senso humanitário.
Ele é mais bom (do) que inteligente.
Todo corrupto é mais mau (do) que esperto.
Meu salário é mais pequeno (do) que justo.
Questão 35: ALMA 2013 – Consultor Legislativo - nível superior (banca FGV)
Assinale a alternativa que indica a frase em que a troca de posição dos termos
sublinhados acarreta mudança de sentido.
(A) “...ou serve de salvo conduto a jovens criminosos para afrontar a lei”.
(B) “O raciocínio, nesses casos, é tão cristalino quanto perverso”.
(C) “...na linha de frente de ações criminosas”.
(D) “...o ECA contém dispositivos importantes”.
(E) “...incapaz de discernir entre o certo e o errado”.
Preposição
A preposição é palavra que não se flexiona e liga palavras ou orações
reduzidas. Essa ligação pode se dar pela regência verbal ou nominal, a qual
chamamos de preposição relacional ou pela necessidade de sentido, a qual é
chamada de preposição nocional.
Assim, normalmente as preposições que iniciam o objeto indireto, o
complemento nominal, as orações subordinadas substantivas objetivas
indiretas e as completivas nominais são as relacionais e não possuem sentido.
Já as preposições que iniciam adjuntos adverbiais, adjuntos adnominais e
orações subordinadas adverbiais reduzidas são as nocionais.
Exemplos com preposições relacionais:
Obedeço aos meus princípios. Sou obediente aos meus princípios.
VTI objeto indireto VL + predicativo complemento nominal
1) causa ou motivo: morrer à fome; acordar aos gritos das crianças; voltar a
pedido dos amigos.
2) conformativa: puxar ao pai; sair à mãe.
3) destino (em correlação com a preposição de): de São Paulo a Salvador;
daqui a Belo Horizonte.
Observações:
a) Muitas vezes, numa locução, a preposição “a” pode ser trocada por outra,
sem que isso acarrete prejuízo de construção ou de significado. Eis alguns
exemplos: à/com exceção de, a/ em meu ver, a/com muito custo, em frente
a/de, rente a/com, à/na falta de, a/em favor de, em torno a/de, junto
a/com/de.
b) Com o verbo ter, usa-se “de” ou “que”, havendo ideia de obrigatoriedade ou
necessidade: Tenho de/que viajar amanhã sem falta.
Temos de/que terminar isto ainda hoje.
O “que”, neste caso, é uma preposição.
c) A preposição “de” faz parte do adjetivo superlativo relativo, indicando
limitação de um grupo:
Ele é o mais exigente de todos os irmãos.
Você é o menos crítico do grupo.
Gabarito: E
adversativa.
Na alternativa (E), o vocábulo “com” é apenas uma preposição relativa,
a qual foi exigida pelo verbo transitivo indireto “converso”, o qual exige o
objeto indireto “com meus amigos”.
Gabarito: B
Observações:
a) Os vocábulos “muito, pouco, bastante, tanto, mais, menos” podem ser
advérbios de intensidade ou pronomes indefinidos. Assim, dependendo do
contexto muda-se a classe gramatical:
Eles falavam bastante. Tenho bastantes livros.
Eles falavam muito. Recebi muitos apoios.
advérbio pronome indefinido
Confrontando o primeiro verso do poema e seu título, nota-se que houve uma
mudança do artigo que acompanha a palavra “bicho”. Isso se explica porque:
a) o artigo definido do título justifica-se pela tentativa de evitar uma
repetição desnecessária já que, no primeiro verso, ele se refere ao bicho
novamente.
b) o artigo indefinido do primeiro verso indica que o eu-lírico pretende criar
um efeito de nostalgia em torno do bicho em questão.
c) a mudança de artigo, do definido para o indefinido, reforça o efeito de
surpresa causado no leitor pelo eu-lírico que, embora saiba de que bicho
se trata desde o título, opta por não revelá-lo de imediato.
d) trata-se de um recurso gramatical que, embora não acarrete alterações
semânticas, produz substanciais transformações sintáticas na estrutura do
poema.
e) o eu-lírico pretendia chamar atenção para a importância do tema central
do poema, por isso recorreu às alterações morfossintáticas.
Questão 35: ALMA 2013 – Consultor Legislativo - nível superior (banca FGV)
Assinale a alternativa que indica a frase em que a troca de posição dos termos
sublinhados acarreta mudança de sentido.
(A) “...ou serve de salvo conduto a jovens criminosos para afrontar a lei”.
(B) “O raciocínio, nesses casos, é tão cristalino quanto perverso”.
(C) “...na linha de frente de ações criminosas”.
(D) “...o ECA contém dispositivos importantes”.
(E) “...incapaz de discernir entre o certo e o errado”.
a) lugar e lugar
b) lugar e meio
c) meio e meio
d) meio e tempo
e) lugar e tempo
(D) finalidade.
(E) comparação.
1A 2A 3D 4C 5E 6C 7E 8E 9A 10 A
11 A 12 D 13 B 14 A 15 B 16 C 17 B 18 E 19 B 20 C
21 D 22 D 23 B 24 A 25 B 26 E 27 E 28 B 29 D 30 C
31 E 32 A 33 D 34 D 35 A 36 B 37 B 38 A 39 E 40 A
41 D 42 C 43 A 44 D 45 E 46 D 47 A 48 C 49 B 50 D
51 D 52 C 53 A 54 B 55 C 56 D 57 D 58 C 59 E 60 E
61 D 62 A 63 D 64 D 65 D 66 D 67 C 68 A 69 B 70 A
71 B