Poesia em Espanhol
Poesia em Espanhol
Poesia em Espanhol
ESTRANGEIRA
Valmíria Paulo de Araújo (Autora)1
Universidade Federal da Paraíba
Antonio Pereira da Costa Neto (Coautor)2
Universidade Federal da Paraíba
RESUMO
Nosso trabalho é resultado das atividades realizadas no projeto PROLICEN: “Ler pode
ser divertido: a leitura literária na sala de aula de língua espanhola”, que tem como
objetivo incentivar a prática da leitura nas salas de aula de língua espanhola. Utilizando
poesias para incentivar a leitura de textos literários em espanhol. Nosso objetivo
principal é mostrar a importância da poesia na sala de aula de língua espanhola, visando
à aprendizagem do idioma e a aproximação dos textos literários para o aluno leitor.
Palavras-chave: Leitura, Poesia, Textos literários, Sala de aula.
RESUMEN
Nuestro trabajo resultó de las actividades realizadas en el proyecto PROLICEN: “Ler
pode ser divertido: a leituraliteráriana sala de aula de línguaespanhola”, que tiene como
objetivo principal estimular La práctica en las clases de lengua española. Utilizando las
poesías para incentivar la lectura de los textos literarios en español. Nuestro objetivo
principal es que a través de la poesía en las clases de lengua espãnol. Nuestro objetivo
principal es hacer con que perciban la poesía es importante en las clases de lengua
española, haciendo con que haya una mayor intimidad entre el alumno lector y los
textos literarios.
Palabras clave: Lectura, Poesía, Textos literarios, Clase.
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Graduanda em Letras (Licenciatura em Língua Espanhola) na Universidade Federal da Paraíba
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Graduand0 em Letras (Licenciatura em Língua Espanhola) na Universidade Federal da Paraíba
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INTRODUÇÃO
O ensino de literatura nas aulas de línguas estrangeiras ainda é pouco abordado,
por motivo de alguns professores ainda acreditem que é algo complexo de ser
trabalhado, e quase sempre quando trabalhada, é vista de uma forma equivocada, no
qual é voltada para o ensino da teoria. Principalmente quando falamos de poesia. A
partir desse ponto de vista, é desperdiçada a oportunidade que os alunos possuem de
terem contato com o que a literatura nos fornece de melhor, que é o prazer da leitura.
Lembrando que a leitura é uma das alternativas mais eficazes para alcançar um bom
nível de linguagem e que a adoção desta prática poderá ter como principal benefício à
função social e humanizadora.
Neste artigo buscamos mostrar essencialmente a importância da literatura nas aulas
de língua espanhola, mostrando a também importância de trabalhar a poesia nas aulas de
espanhol. Antes de abordar nosso tema principal, buscaremos primeiramente explicar a
relevância do ensino de literatura nas aulas de língua espanhola para isso, usaremos
essencialmente as palavras de: Afrânio Coutinho (2008), Antonio Cândido (2004). No
decorrer do nosso trabalho usaremos também os argumentos teóricos de:Eliot (1991),
Murilo Mendes (2007) e Hélder Pinheiro (2012) no qual tomaremos como fundamentos
para explicar a importância da poesia na sala de aula.
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acontece, é que como já dissemos antes, a literatura está em todas as épocas e contextos
variados, seja ela canônica ou popular, mas que apenas certa “elite” cultural consegue
saboreá-la. Não sabemosao certo o motivo de tamanha dificuldade das classes mais
baixas, por exemplo, não terem livre acesso ao prazer que a literatura proporciona.
Podemos ver a literatura em nossas vidas como algo peculiar e indispensável,
algo que possa nos proporcionar além do prazer da leitura, a aprendizagem de uma
língua, enriquecimento vocabular entre outros benefícios. É relevante lembrar que
devemos sim, trabalhar a literatura em nossas aulas, pois a mesma é vista como fator
“indispensável de humanização” (CÂNDIDO, 2004) quando praticada ela é capaz de
transformar um ser, sendo capaz de transformar suas atitudes e pensamentos, tornando-o
mais crítico e reflexivo.
Cândido (2004) defende a literatura como um direito de todo ser humano,
ninguém deve estar privado do prazer que ela nos proporciona, além da característica
transformadora de personalidade que ela nos oferece. Quanto a isso o autor afirma: “Isto
significa que ela tem papel transformador da personalidade, mas não segundo as
convenções; seria antes segundo a força indiscriminada e própria da realidade” (p.176).
Neste caso podemos perceber que a literatura não possui em si apenas uma função
social, mas humanizador e transformador capaz de contribuir para a construção de um
ser social e sentimental. “Ela nem corrompe nem edifica, portanto; mas, trazendo
livremente em si o que chamamos o bem e o que chamamos o mal, humaniza em
sentido profundo porque faz viver” (p.176).
É possível perceber que ao se ter contato com a literatura, de alguma forma o
indivíduo muda de caráter, de personalidade e claro, o aluno que lê provavelmente terá
mais facilidade para compreender o mundo, e as mensagens abstratas presentes nos
textos literários inclusive, o contato e a leitura de tais textos os proporciona a
aprendizagem também de outro idioma. Isso nos mostra mais uma vez que a literatura
deve ser ensinada, desde as séries iniciais dos nossos alunos.
É importante ressaltar que Cândido (2004) nos mostra que a literatura deve ser
tratada como um direito para todos, assim como temos direito a coisas básicas para
nossa sobrevivência tais como: comida, roupa, saúde e etc. A literatura também deve ser
tratada como algo essencial para nossa sobrevivência.
Penso na sua distinção entre “bens compreensíveis” e
“bens incompreensíveis”, que está ligada a meu ver com o
problema dos direitos humanos, pois a maneira de conhecer a
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estes depende daquilo que classificamos como bens
incompreensíveis, isto é, os que não pode ser negados a
ninguém. (CÂNDIDO, 2004, p. 173.)
Segundo Cândido a literatura é algo indispensável para nossas vidas. Sendo
assim, podemos confirmar que a literatura é necessária para todos em todas as idades,
inclusive para nossos alunos.
Fazendo um paralelo com a função da literatura em nossas vidas e nas salas de
aula, é importante lembrar a maneira que ela deve ser aplicada, principalmente nas aulas
de língua estrangeira. Coutinho (2008) nos diz que as aulas de literatura devem ser
ministradas desde as séries iniciais, em uma perspectiva em que o aluno possa se
envolver, que possa ir além do ensinar classes literárias e contexto histórico, mas que
também é possível vincular língua e literatura.
“Pondo desde o início, o aluno em contato direto com o texto
literário, fazê-lo adquirir a familiaridade com a língua e a coisa
literária, levando-o a adquirir o gosto da literatura, a justa
compreensão de seu valor e significado”( COUTINHO, 2008,
p.29).
Acreditamos que só a partir desse verdadeiro contato com os textos literários é
os alunos poderão conseguir enfrentar as dificuldades de compreensão leitora
apresentada por cada um deles. Mesmo que esteja vinculada ao estudo da língua
estrangeira. Sobre isso Coutinho enfatiza:
Em primeiro lugar, deve servir para ensinar leitura: leitura
expressiva, leitura interpretativa, leitura dialogada. Pondo,
desde o início, o aluno em contato direto com o texto literário,
fazê-lo adquirir a familiaridade com a língua e a coisa literária,
levando-o a adquirir o gosto pela literatura, a justa compreensão
de seu valor e significado [...] ( COUTINHO 2008, p.29).
Dito de outra forma, afirmamos que não separamos língua de literatura, as duas
deverão sempre estar presentes na sala de aula. Principalmente em busca de trabalhar a
habilidade interpretativa e leitora de nossos alunos através da leitura de textos literários
inclusive da poesia.
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2- A INFLUÊNCIA DA POESIA NAS AULAS DE LÍNGUA ESPANHOLA
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Isso nos chama atenção para o seguinte questionamento: Não seria justamente
pela complexidade da poesia que deveríamos aproveitá-la em nossas aulas? De imediato
a resposta seria sim, porque é com a poesia que podemos trabalhar uma série de
elementos que ela a compõe e que o aluno normalmente não está acostumado a
deslumbrar nas aulas de língua estrangeira. Tais como: o som, a rima, os versos e as
estrofes. São esses elementos que nos servem de apoio para trabalhar nas aulas o sentido
que ela apresenta. Além de trabalhar a capacidade leitura e escuta de nossos alunos.
Sabemos que a poesia vai além da sua estrutura, porque poesia antes de tudo é
sentimento, não podemos privar os alunos de se deleitarem na função estética que esse
gênero nos proporciona. Ao ler um poema o aluno poderá perceber através do
vocabulário a riqueza das palavras, a sonoridade que acompanha os versos e
essencialmente a função da mesma em nossa vida. Muito embora, “Nem sempre se
oferecem textos que possibilitem além do mirar-se naquela experiência simbólica, um
alargamento de visão do que está sendo vivido, uma descoberta de outras possibilidades
de vivência afetiva” (PINHEIRO, 2007, p. 21). Embora os livros didáticos não
ofereçam tais textos que possibilitem o aluno a certa aproximação do que nos transmite
a poesia, nós professores devemos sempre estar buscando estratégias que possibilitem a
aproximação dos alunos com o literário, não apenas com a experiência estética, mas
com o que ela pode proporcionar para nossa vida.
Nesse caso, estamos falando sobre a função social que a poesia possui.
Quanto a isso, Eliot (1991) nos mostra que: “Observa-se que a poesia difere de qualquer
outra arte por ter um valor para o povo da mesma raça e língua do poeta, que não pode
ter para nenhum outro.” A partir disso podemos observar que quando nos referimos à
função social da poesia, implica também na construção de saberes dos alunos. Mesmo
que em diferentes momentos a poesia tenha sido vista no contexto historio de diferentes
formas, a poesia não perde seu valor, e serve também como objeto de identificação
cultural de um ser. Podemos destacar aqui, os diversos tipos de poesias que existem e
que cada uma delas identifica a cultura, a etnia e até mesmo os costumes de um povo.
Essa é uma total realidade no qual o aluno está inserido. Mesmo tendo sua cultura, o
aluno ao se envolver com o poema em uma língua estrangeira, não só terá a
oportunidade de conhecer outra cultura, mas aprender um novo vocabulário e a
expressão sentimental que o autor tenta transferir em seus escritos.
[...] a poesia tem a ver fundamentalmente com a expressão do
sentimento e da emoção; e esse sentimento e emoção são particulares,
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ao passo que o pensamento é geral. É mais fácil pensar do que sentir
numa língua estrangeira. Por isso, nenhuma arteé mais visceralmente
nacional do que a poesia. Um povo pode ter sua língua trasladada para
longe de si, abolida, e uma outra língua imposta nas escolas; mas a
menos que alguém ensine esse povo a sentir numa nova língua, nin-
guém conseguirá erradicar o idioma antigo, e ele reaparecerá na
poesia, que é o veículo do sentimento. (ELIOT, 1991)
O exposto pelo autor nos chama a atenção para o fato de que apoesia lida em
outra idioma, não nos tornará estrangeiros em nossa língua, uma vez que isso seja
impossível, mas acreditamos que é através do contato com textos em outros idiomas que
o aluno terá a grande possibilidade de vivenciar novas experiências a partir dos textos
em outro idioma. No entanto, possibilitará ao aluno o contato com o que é novo,
viabilizando também o respeito por outra cultura associando esses meio que a poesia
nos oferece para a aprendizagem de um novo idioma.
A poesia em sua função social, também nos possibilita o contato com o aluno
través de olhares e gestos no qual são expressos pelos alunos que com ela se envolve.
A função social da poesia, é bom lembrar, não é mensurável
dentre modelos esquemáticos. Trata-se de uma experiência íntima que
muitas vezes captamos pelo brilho do olhar de nosso aluno na hora de
uma leitura, pelo sorriso, pela conversa de corredor. (PINHEIRO,
2007, p.23).
É a partir disso que mais uma vez chamamos a atenção para a importância do
trabalho com a poesia nas aulas de espanhol, não apenas visando a aprendizagem do
idioma, mas sim aproximando o aluno leitor daquilo que os textos poéticos nos
proporcionam, cultura, sentimento, prazer na leitura e aproximação com outro idioma.
Como já foi dito, trabalhar poesia na sala de aula, ao ponto de vista de alguns
professores pode ser algo complexo, já que a estrutura e a linguagem dos poemas são
complexas e que trabalhar poesia na sala de aula pode ser algo frustrante. Porém apesar
do que é imaginado por alguns, não devemos nos prender a esse fato e privar nossos
alunos do prazer que a poesia nos proporciona. O problema de trabalhar os gêneros nas
aulas de língua espanhola, por exemplo, surge quando os poemas são trabalhados de
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maneira equivocada, queremos dizer, são apresentados para os alunos não por sua
estrutura, sua função e o prazer que ela nos proporciona, mas sim em uma perspectiva
em que o aluno somente realize a leitura ou conheça o autor da mesma.
Segundo Helder Pinheiro (2012), as estratégias escolhidas para trabalhar a leitura
literária em sala de aula, em muitos casos, são equivocadas, as atividades não induzem o
envolvimento do aluno com os textos e isso os impedem que consigam vivenciar os
diversos benefícios que a leitura literária nos proporciona.
Um caminho possível seria tornar a sala de aula um espeço de
degustação dos textos literários. No âmbito da ficção, se não é
possível a leitura de um romance em sala de aula, nem nos parece
adequado; por outro lado, podem-se ler algumas páginas, um capítulo
e discuti-lo de forma mais detida possível. (PINHEIRO, 2012, p.87)
A partir do exposto a cima, percebe-se que determinados gêneros literários não
podem ser trabalhados em sua totalidade, como os romances, por exemplo, devido a sua
forma, é impossível trabalha-lo em sua totalidade. Porém, podemos perceber a poesia
por ser um texto mais breve, se torna um importante recurso para as aulas de língua
espanhola. O autor nos mostra que, mesmo fazendo uso da poesia, contextos sociais e
históricos não ficaram esquecidos, pelo contrário, é importante a utilização de tais
contextos para que se consiga entender de forma mais profunda a verdadeira essência da
poesia em questão.
Não se trata de negar o estudo da história da literatura, antes, de ter
claro que a leitura mais detida de qualquer texto vai trazer à baila
aspectos históricos, influências, peculiaridades estilísticas,
predominância ou não de determinadas temáticas, aspectos
ideológicos, etc. (PINHEIRO, 2012, p.90)
A partir do texto de Pinheiro (2012) vemos que a literatura vai mais além da
história, de estilo, temática e/ou ideologia, a literatura pode trazer novos rumos à aula,
fazendo com que os alunos tenham uma aprendizagem mais enriquecedora. O que
estamos tentando mostrar é que com a poesia nos temos a opção de sair da abordagem
histórica que muitas vezes está proposta nos livros didáticos, para fazermos uma
abordagem mais livre, no qual o aluno poderá: interagir, expressar sentimentos, escolher
o que mais lhe chama mais atenção no texto, entre outros aspectos que citaremos na
atividade que realizamos com alunos no primeiro ano do Ensino Médio.
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4- ATIVIDADE PROPOSTA
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A poesia é um gênero que tem em sua essência despertar os sentimentos, ela
trabalha de forma subjetiva em cada leitor. É a partir desse pressuposto, de que os
leitores têm sensações subjetivas, de que poesia traz aspectos únicos que escolhemos o
poema Si elhombrepudieradecirlo que ama do LuisCernuda. Pretendíamos a partir do
som, trabalhar a oralidade, mas de uma forma como eles se envolvessem na obra e não
apenas uma leitura superficial, mas sim, interativa, no qual os alunos se envolvessem
com o idioma e com o efeito que a poesia proporciona ao leitor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERENCIAL
CANDIDO, Antonio. “Direito à Literatura”. In: _______. Vários escritos. São Paulo –
Rio de Janeiro: Duas Cidades – Ouro Sobre Azul: Janeiro 2004. 4ª ed, reorganizada pelo
autor. p. 169-191.
CERNUDA, Luis. Si el hombre pudiera decir lo que ama. Disponível em:
<http://palabravirtual.com/>. Acesso em: 18 de setembro de 2014.
COUTINHO, Afrânio. “Que é Literatura e como ensiná-la?” In:______. Notas de teoria
literária. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2008. p. 24-31.
ELIOT, T. S. De poesia e poetas. São Paulo: Brasiliense, 1991. (p. 25-37).
MENDES, Murilo. “Poesia da sala de aula: Por quê?” In: PINHEIRO, H. (Org.). Poesia
na sala de aula. Campina Grande: Bagagem, 2007. p. 17-24.
PINHEIRO, H. “A abordagem do poema na prática de ensino: Reflexões e propostas”
In:______. Prática de língua e literatura no ensino médio: olhares diversos, múltiplas
propostas. Campina Grande: Bagagem, 2012. p. 85-115.
SILVA, F.E. JESUS, G. W. Como e por que trabalhar a poesia na sala de aula. Revista
Graduando, Feira de Santana, vol.2, nº 2, jan/2011. Disponível em
<http://www2.uefs.br/>. Acesso em 18 de set 2014
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ANEXO
Tú justificas mi existencia:
Si no te conozco, no he vivido;
Si muero sin conocerte, no muero, porque no he vivido.
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